diÁrio da fazenda ed11

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Junho/Julho de 2012 1 Junho/Julho de 2012 | Ano II | nº 11 O dia a dia do produtor rural www.diariodafazenda.com.br | Imperatriz/MA Exposição Parque recebe quase R$ 500 mil em obras Principal investimento foi direcionado para a construção do novo tatersal PáGINA 10 Crédito para produção Governo lança o Plano Safra 2012/13 R$ 86,9 bilhões para operações de custeio e R$ 28,2 bilhões para investimentos PáGINA 7 Porto Franco Primeira refinaria de óleo se instala no MA Produção deve atingir 5,5 milhões de caixas de óleo por ano PáGINA 13 Entrevista Reginaldo Komatsu fala da Aciart A importância do recolhimento das embalagens de defensivos agrícolas PáGINA 15 Expoimp 2012 Cavalgada, no dia 7, marca o início da mais esperada exposição do Sul do Maranhão DIÁRIO DA FAZENDA PáGINAS DE 3 A 6

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Jornal Diário da Fazenda - Edição 11

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Page 1: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

Junho/Julho de 2012 1

Junho/Julho de 2012 | Ano II | nº 11 O dia a dia do produtor rural www.diariodafazenda.com.br | Imperatriz/MA

Exposição

Parque recebe quaseR$ 500 mil em obrasPrincipal investimento foi direcionado para a construção do novo tatersal

Página 10

Crédito para produção

governo lança o Plano Safra 2012/13R$ 86,9 bilhões para operações de custeio e R$ 28,2 bilhões para investimentos

Página 7

Porto Franco

Primeira refinaria de óleo se instala no MaProdução deve atingir 5,5 milhões de caixas de óleo por ano

Página 13

Entrevista

Reginaldo Komatsu fala da aciartA importância do recolhimento das embalagens de defensivos agrícolas

Página 15

Expoimp 2012Cavalgada, no dia 7, marca o início

da mais esperada exposição do Sul do Maranhão

DIÁRIO DA FAZENDA

PáginaS DE 3 a 6

Page 2: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

2 Junho/Julho de 2012

Expediente

Um sistema capaz de in-tegrar as ferrovias nor-destinas é um sonho

acalentado há longos anos, haja vista que, no fim dos anos de 1950, o 1º Grupamento de Engenharia do Exército, em convênio com o extinto Depar-tamento Nacional de Estradas de Ferro (Dnef), instalou uma Residência de Construção, em Petrolina (PE). A malha ferro-viária daquela época, com seus cinco subsistemas regionais, era um arquipélago interligado apenas pelo litoral. A iniciati-va de sua ligação pelo interior obedeceu, sobretudo, a interes-ses de natureza estratégica.

Na década de 1940, o prin-cipal elo entre as macros regi-ões brasileiras era a navegação de cabotagem. O torpedeamen-to por submarinos alemães, de 34 navios brasileiros, além de causar a morte de 108 pessoas, colocou em colapso a nossa na-vegação costeira. Este fato pro-vocou a Declaração de Guerra do Brasil à Alemanha e à Itália, e transferiu parte do fluxo de pessoas e carga para o interior do País, utilizando-se as pre-

cárias rodovias existentes e a Hidrovia do rio São Francisco, no trecho Petrolina (PE) a Pira-pora (MG).

O término da guerra, na Europa, em maio de 1945, e a inexistência de carga que justi-ficasse investimentos de gran-

de vulto interromperam o so-nho da ferrovia que só viria a ser retomado posteriormente.

O novo projeto, com um outro traçado, parte de Eliseu Martins, no Piauí, até Salguei-ro, em Pernambuco, onde se bi-furca para os Portos de Suape, no mesmo estado, e Pecém, no

Ceará, numa extensão de 1. 728 quilômetros e mais 528 quilô-metros de remodelação e recu-peração.

A ferrovia tem as mais modernas características: bi-tola de 1,60m, rampa máxima de 1,5%, curva mínima de 400 metros, o que permitirá o trá-fego de composições com 104 vagões, a uma velocidade de 80 km/hora; nos trechos a serem remodelados será acrescido um terceiro trilho, para permitir o tráfego dos trens atuais.

Trinta milhões de tonela-das/ano é a previsão de carga a ser transportada: produtos atu-ais - cimento, matérias-primas siderúrgicas, granéis líquidos; produtos previstos - grãos dos cerrados do Maranhão, Piauí e Tocantins, minérios dos polos gesseiros de Araripina (PE) e do Cariri cearense e frutas dos po-los da agricultura irrigada.

Quando perguntado qual a data de sua conclusão, tenho respondido, francamente: não sei. No Brasil, essa resposta sai da área da engenharia e invade o domínio divino.

Campo e cidade juntosEditorial

Ferrovia Transnordestina: um velho sonho

artigo

Uma publicação mensal da Palavra Assessoria de Comunicação

(99) 8111.1818 | 9113.6191

Textos e FotosEquipe Diário da FazendaAntonio WagnerDiego Leonardo BoaventuraWilliam CastroThays Assunção

Jornalista responsávelDiego Leonardo Boaventura

Jornal Diário da FazendaAno II, Edição 11, Jun/Jul de 2012

Mensal. Distribuição Dirigida.Tiragem: 2 mil exemplares

Imperatriz, Maranhão.

Contatos:

[email protected](99) 8111.1818/9113.6191www.diariodafazenda.com.br

Distribuído e apoiado porSindicato Rural de ImperatrizManá Expresso

*Esta edição contém na página 10o boletim informativo O Berrante, desenvolvido, autorizado e sob responsabilidade do Sindicato Rural de Imperatriz.

Participe do Diário da FazendaEnvie sua sugestões de pauta, de entrevistas e artigos para:[email protected]

Envie seu artigo para [email protected]

Identidade VisualLuciana Souza Reino

DiagramaçãoTássio Santos

Edição e revisãoEquipe Diário da Fazenda

“A integração das ferrovias nordestinas

é um velho sonho. E ainda não tem data de

realização”

Rio+20, sucesso ou fracasso?

Kátia abreu**senadora (PSD/TO) e presidente da CNA (Confederação da

Agricultura e Pecuária do Brasil), escreve aos sábados, a cada 14 dias, no caderno Mercado, do Jornal Folha de S. Paulo

No caso das questões do am-biente, foi assim com a Rio-92, com Kyoto e certamente

será assim também com a Rio+20. O modo de funcionamento dessas conferências reflete a realidade de um mundo mais multipolarizado, em que se multiplica sem cessar o número de atores relevantes.

Os próprios governos devem respeitar a vontade livre de suas so-ciedades. Não é uma tarefa simples conseguir que 190 governantes, re-presentando 7 bilhões de pessoas, se ponham de acordo sobre mudanças nos modos de produção, nos estilos de vida e nas expectativas de cresci-mento econômico.

Os próprios termos do proble-ma dificilmente são matéria con-sensual, mesmo entre profissionais e ativistas. Há importantes setores dos movimentos ambientalistas que contestam duramente a “economia verde” que não passa, segundo eles, de mais um disfarce ou uma varian-te do desenvolvimento capitalista. E os objetivos de uma economia sustentável não devem ser impos-tos por meio de ordens de governos centralizadores e sim por meio da administração de incentivos que, num ambiente de liberdade, alterem os comportamentos de produtores e de consumidores. Afinal, em que sociedade queremos viver?

Como bem disse o negociador--chefe do Brasil, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, a obje-tivos ambiciosos devem correspon-der recursos também ambiciosos. Uma coisa sem a outra é, no míni-

mo, incoerência, disse ele.Eu diria que chega mesmo a ser

hipocrisia. Os países ricos desenvol-veram-se sem as regras e limites que hoje pesam sobre os países de de-senvolvimento tardio e sem incorrer nos custos em que essas restrições implicam. Por isso, se a União Eu-ropeia e os Estados Unidos desejam estabelecer objetivos concretos, devem antecipar-se e oferecer uma parte grande dos recursos necessá-rios.

O papel da política é agir con-forme a circunstância, avançando ou recuando conforme as condições reais. Nesse sentido, foi prudente re-cuar em relação aos recursos e aos financiamentos. Mas, pela mesma razão, foi necessário não avançar em compromissos que custarão muito, principalmente para os pa-íses em desenvolvimento, que ain-da enfrentam situações de extrema pobreza. Ao olhar para a natureza e para os homens de amanhã, não podemos fechar os olhos para os homens de hoje; para as centenas de milhões de pobres na África, na Ásia e na América Latina, especialmente mulheres e crianças. Para eles é pre-ciso haver mais crescimento econô-mico e mais produção de alimentos. E não vamos conseguir isso retroce-dendo a formas primitivas de orga-nização da produção, abolindo no-vas tecnologias no campo.

Estou convicta de que o Brasil, em todos os aspectos, cumpriu bem o seu papel como anfitrião de uma das conferências mais importantes deste século.

artigo

Mais uma edição da Ex-poimp se aproxima, nutrindo a expectativa

desse jornal de ver campo e cidade cada vez mais próximos, por meio de um entendimento mútuo de re-levância, capaz de fazer com que a sociedade urbana compreenda a real contribuição do campo e, por outro lado, os produtores rurais sejam capazes de produzir mais

e mais para as cidades, como ver-dadeiros empreendedores rurais que são, conseguindo, também, bem informar aos cidadãos o que vem sendo feito da porteira para dentro. Só assim a cidade enten-derá o campo, derrubando velhos estígmas e visões equivocadas.

E é nesse sentido que a Ex-poimp, exposição que se inicia no dia 7 de julho, tem seu valor am-

pliado: além de ser um dos even-tos mais esperados do sul do Ma-ranhão, ela proporciona a maior aproximação entre campo e cida-de - ou entre cidadão, comércios e produtores - permitindo que a essência produtiva do campo in-vada a cidade e revele a força do agronegócio maranhense e brasi-leiro. Então, vamos todos para a exposição!

Por José ramos torres de melo Filho*Vice-presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA. Artigo

publicado originalmente no Jornal O POVO (CE)

O Diário da Fazenda é parceiro do Programa solo rural, voltado para a agropecuária da região e transmitido

aos domingos, das 9 às 10 da manhã, na RedeTV! Canal 5 de Imperatriz-MA. Assista!

Conselho EditorialMarco A. Gehlen - Jornalista - MTB 132-MS

Page 3: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

Junho/Julho de 2012 3

Expoimp 2012 deve movimentar R$ 30 milhõesBancos patrocinadores do evento prometeram oferta de recursos entre 25 e 30 milhões de reais durante o evento

Diego Leonardo Boaventura

A partir do dia 7 de julho, Imperatriz vai sediar pela 44ª vez a segunda maior

feira agropecuária das regiões Norte e Nordeste, a Expoimp 2012. Realizada pelo Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), a edição 2012 deve movimentar em torno de R$ 30 milhões em negócios, incluindo atividades como leilões, comercialização de animais e financiamentos.

Os três principais agentes financeiros – Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste – presentes na feira devem disponibilizar de R$ 25 a 30 milhões de crédito aos produ-tores rurais da Região Tocantina para aquisição de veículos, má-quinas e implementos agrícolas. Já a comercialização nos leilões deve movimentar de R$ 2 a 2,5 milhões e a venda de animais nos currais algo em torno de R$ 2 mi-lhões, no período pré e pós feira.

“Nós temos a expectativa que este ano a Expoimp alcance

o maior volume de negócios da sua história”, anseia o presidente do Sinrural, Sabino Costa.

A meta deve ser alcançada com facilidade, uma vez que no histórico do evento, a cada ano, a movimentação apresenta cres-cimento em escalada. No mapa comparativo de expositores, por exemplo, enquanto em 2008 o parque contabilizou 503 estan-des montados; em 2010, foram 596. Ou seja, alta de 19%.

Para deixar tudo em ordem, aproximadamente mil pessoas se revezam na organização das ati-vidades, montagem de estandes e ajustes finais nos 92 hectares – 12 de área construída –, do Par-que Lourenço Vieira de Sousa. A expectativa dos organizadores é que o volume de público passe de 150 mil pessoas. Espera-se que o último dia da feira – véspera do feriado de aniversário de Impera-triz – seja o dia mais movimenta-do no Parque, com 20 mil pagan-tes. Nos outros dias de grandes shows o público deve girar em torno de 10 mil pagantes.

LeilõesSegundo levantamento rea-

lizado pelo Sindicato Rural entre 2008 e 2010, a movimentação financeira dos leilões durante a Expoimp passou de R$ 1,34 mi-lhão para R$ 1,63 milhão. Em ou-tras palavras, em três anos houve um acréscimo de R$ 300 mil. No ano de 2011 o número de currais chegou a 56, 14 a mais que em 2010. Neste ano, a expectativa

é que a feira possa crescer e al-cançar números ainda maiores. A programação dos leilões da Ex-poimp 2012 começa no domingo, 8 de julho, com o 12º Leilão Balde Branco.

NovidadesA construção de um novo

tatersal dentro do Parque de Exposição, um antigo sonho da diretoria do Sinrural e dos pro-

dutores da região, será uma das novidades da Expoimp 2012 para os leilões, que sempre foram um forte segmento na feira. O antigo tatersal foi demolido e o sindica-to está correndo contra o tempo para que o novo esteja pronto. “Mesmo que ele não esteja cem por cento pronto, estará em con-dições de receber os leilões a par-tir do domingo”, afirma. Outra novidade é que a partir deste ano o Sinrural terá uma assessoria de imprensa especializada.

AperfeiçoamentoA agenda da exposição não

é apenas um momento de fazer negócios, mas de se aperfeiçoar. Pensando nisso o Sindicato man-teve a parceria com o Sebrae e organizou uma agenda de pales-tras e cursos voltados ao setor. A lista com os temas selecionados e o horário das atividades ainda não foi divulgada, mas a meta é promover um encontro diário para discutir melhorias e incluir assuntos que interessem desde o mini ao grande produtor rural.

negócios

Leilões, aliados à venda de animais e de maquinários, são negócios de destaque da feira

DIÁRIO DA FAZENDA

Page 4: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

4 Junho/Julho de 2012

J ulho

Como acontece todos os anos, na edição 2012 da Exposição Agropecuária

de Imperatriz (Expoimp) está confirmado o seu evento mais tradicional: a cavalgada de aber-tura, no dia 7 de julho. O even-to que começou sem relação al-guma com a exposição, hoje foi incorporado à agenda da feira e segue para sua 21º edição. A ex-pectativa é manter o número de participantes do ano passado, quando cerca de 10 mil pessoas participaram do desfile.

Segundo o presidente do Sinrural, Sabino Costa, o objeti-vo da cavalgada é proporcionar um momento especial ao ho-mem do campo, principalmente, aos operadores da terra, aquelas pessoas que trabalham na lida – os vaqueiros.

Normas O Ministério Público Federal

reuniu autoridades para discutir a segurança dos participantes da Cavalgada de abertura da Exposi-ção Agropecuária da cidade. Um Termo de Ajustamento de Con-

duta foi definido para garantir a segurança dos cavaleiros e ama-zonas que vão participar da Ca-valgada. Entre as medidas, estão a proibição de carros, a fiscaliza-ção do consumo de bebidas alco-ólicas e a limitação do número de carroças no evento.

A Cavalgada reúne mais de cinco mil cavaleiros e amazonas. O trajeto começa no centro da ci-dade, passa pela rodovia Belém--Brasília, e chega ao parque de exposições.

Credenciamento

Os carroceiros que tiverem a pretensão de participar da ca-valgada deverão registrá-las na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Setran) a partir da segunda-feira, 2 de julho, das 8 às 14 horas. De acordo com o presidente do Sinrural, Sabino Costa, esta medida é para garan-tir maior organização da marcha e mais segurança para os partici-pantes. Sabino argumenta que,

ao se inscreverem, os carroceiros assinarão um termo de responsa-bilidade e receberão orientações sobre o que podem e o que não podem fazer.

Para efetivar a inscrição basta que o condutor e ou pro-prietário da carroça apresente à Secretaria Municipal de Trânsito documentação pessoal e com-provante de endereço. “A inscri-ção gera um número que será im-presso num adesivo que deverá estar fixado na carroça durante todo o percurso da cavalgada”, explica o presidente do Sindica-to.

Ainda segundo Sabino Cos-ta, os critérios definidos con-juntamente determinam que o termo de responsabilidade deixa o condutor ciente de que ele não poderá fazer ingestão de bebida alcoólica durante o percurso da cavalgada, afim de não colocar em risco a vida dos participantes.

Outra medida que foi co-locada em prática ano passado e deve prevalecer este ano é o percurso que os carroceiros de-vem seguir. “As carroças devem

ser posicionadas numa espécie de segundo pelotão, atrás das comitivas de cavalos. O percurso vai até o limite da Belém-Brasília, mas os carroceiros devem retor-nar da altura do Posto Alvorada – antes da Ponte do Cacau”, expli-cou Sabino, deixando claro que as comitivas de cavalos poderão seguir pelo eixo central da rodo-via até o Parque de Exposições. A manutenção desta medida é para diminuir o tempo de obstrução da BR-010 que, nos últimos anos, ficou fechada por mais de quatro horas.

De acordo com levanta-mento feito pelo Sinrural, há dois anos a passeata mantém o recorde nacional de maior caval-gada do Brasil. No ano passado, cinco mil animais e cerca de 10 mil pessoas participaram do des-file. Como em 2011, a concentra-ção do desfile será na Rua 15 de Novembro, na Beira-Rio, e de lá seguirá para o Parque de Expo-sição Lourenço Vieira da Silva passando pelas principais ruas da cidade. O horário de saída da cavalgada é as 9 horas da manhã.

Cavalgada marca abertura da Expoimp no dia 7Evento que abre a exposição reúne mais de cinco mil cavaleiros e amazonas em percurso por todo o centro de Imperatriz

Carros estão proibidos na cavalgada e carroças deverão estar credenciadas

DIÁRIO DA FAZENDA

Page 5: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

Junho/Julho de 2012 5

A abertura dos pregões na Expoimp 2012 será dada pelo 12º Leilão Balde Bran-

co, no dia 8 de julho, onde serão ofertadas fêmeas da raça Giro-lando e machos Girolando Leitei-ro e Holandês. Na edição passada do certame, foram comercializa-dos 267 animais, sendo o maior número entre todos os leilões.

No ano passado, 726 ani-mais, entre bovinos, equinos e ovinos foram comercializados nos sete leilões realizados duran-te a feira. Apesar da diversidade de ofertas, a pecuária de corte e leiteira abarcou a maior parte das vendas, num total de 75% dos negócios, sendo os outros 25% representados por ovinos, capri-nos e cavalos. As fêmeas foram as mais procuradas nos certames de 2011, somando 477 animais ven-didos, ou seja, 65% dos negócios oficializados nas vendas envol-veram animais do sexo femini-no. Neste ano, na 44º Expoimp a pecuária deve voltar com força total na Expoimp, uma mostra da produção maranhense.

Os certames seguem com o Leilão Tropa de Serviço, onde serão oferecidos animais de ser-viço; Leilão Pec-Sêmem; Leilão Nelore, produção da Vale do Mu-tum, onde serão ofertadas matri-zes, novilhas e reprodutores da raça Nelore PO.

DestaquesO Leilão Integração Nelore

Elite será encabeçado pela Fazen-da Arco-íris - grande investidor da raça nelore - e mais outros par-ceiros aqui do Maranhão, como a Igarapé Agropecuária e com a Agropecuária Invest. Serão ofer-tados animais de elite, incluindo novilhas prenhes, touros e garro-tes de alta linhagem, além de pre-nhezes de doadoras das famílias mais proeminentes do cenário nacional.

O Leilão da raça MangaLarga Marchador, promovido pelo nú-cleo da Amazônia, acontece no dia 13 - com uma pista regional com mais de 100 animais dispu-tando, sendo que alguns desses animais serão ofertados no lei-

lão, que contará com criadores de vários estados, como Piauí, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Pará e Tocantins. O Encerramento dos leilões acontece no sábado, com o Leilão da raça Tabapuâ promo-vido pela Agropecuária Vale do Mutum que traz sempre convi-dados entre os maiores criado-res dessa raça no Brasil, como a fazenda Água Milagrosa, de São Paulo, Renato Garcia Fernandes, de Uberaba, José Coelho Vitor, do Pará, entre outros criadores de renome nacional, ofertando animais reprodutores e algumas fêmeas de qualidade superior.

Outros animaisEm 2011, os ovinos e capri-

nos foram ofertados pela fazenda Vale do Mutum e Rancho Cangus-su. No total foram vendidos 134 animais das raças Anglonubiana, Santa Inês PO, Santa Inês e Dor-per. A média por fêmeas chegou a R$ 283,30 e a média dos ma-chos foi de R$ 725,40. Neste ano, a expectativa é que a feira possa alcançar números ainda maiores.

agenda de leilões mostra força da produção do MaAnimais de elite, gado leiteiro, reprodutores, cavalos mangalarga e tropa de serviços serão alguns dos exemplares à venda nos certames

Programação

Programação de Leilões e Shows da Expoimp 2012

PrOgrAmAçãO LEiLõES:08/07 - Domingo - 12º Leilão Balde Branco09/07 - Segunda-feira – 12º Pec-Sêmem Alta Genetics10/07 - Terça-feira – 2º Leilão Tropa de Serviço11/07 - Quar ta-feira – 2º Leilão Nelore, Vale do Mutum12/07 - Quinta-feira – Noite do Nelore Elite e Convidados13/07 - Sexta-feira – 3º Leilão Mangalarga Marchador14/07 - Sábado – 8º Leilão Tabapuâ Vale do Mutum e Convidados

AgENDA DE ShOwS:07/07 - Sábado – Mariozan Rocha08/07 - Domingo– Maria Cecília & Rodolfo09/07 - Segunda-feira – Noite da Família Evangélica10/07 - Terça-feira – Noite da Família Católica11/07 - Quar ta-feira - Aber tura do rodeio da Companhia ItaloTodde, com o locutor Marco Brasil12/07 - Quinta-feira – Atrações Regionais13/07 - Sexta-feira – João Bosco e Vinícius14/07 - Sábado – Atrações regionais14/07 - Domingo– Ar thur Danni e Banda Calypso

Page 6: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

6 Junho/Julho de 2012

Entrevista

Presidente, qual sua expectativa sobre a Expoimp 2012?

A expectativa é, sempre, que possamos fazer um evento maior do que foi o do ano anterior. Maior em volume de negócios realizados, maior em público e que possa aten-der as expectativas de todos os seg-mentos envolvidos na Expoimp.

Quais as principais atrações da programação deste ano, como shows e leilões?

Nós temos uma agenda de shows que é a seguinte: no sábado, teremos Mariozan Rocha; no do-mingo teremos a dupla Maria Ce-cília e Rodolfo; a noite dos evangé-licos, com Fernanda Brum; a noite da família católica com a banda Dom; o rodeio com Marco Brasil; ainda Amado Edilson; a dupla consagrada nacionalmente - João Bosco e Vinicius; além de atrações regionais. No encerramento, no do-mingo, teremos, além do artista Ar-thur Danni, o grande show da ban-da Calypso. Essa é a nossa agenda de shows.

Já a nossa agenda de leilões co-meça no domingo, 8 de julho, com o Leilão Balde Branco do Leite. Se-gue com o Leilão Tropa de Serviço, onde serão oferecidos animais de serviço. Na terça-feira, teremos be-zerros de corte, produtos de inse-minação, no Leilão Pec-Sêmem. Na quarta-feira temos o Leilão Nelore, produção da Vale do Mutum, onde serão ofertadas matrizes, novilhas e reprodutores da raça Nelore PO. Na quinta-feira teremos a festa do Nelore Elite, são animais que participam das pistas, animais de um padrão genético superior, este é leilão encabeçado pela Fazenda Arco-íris , aqui da região, principal investidor da raça nelore e mais outros parceiros aqui do Mara-nhão, como a Fazenda Igarapé, lá do município de Igarapé Grande, entre outros. São três grandes cria-

dores do Estado que vão promo-ver esse leilão. Na sexta-feira nós teremos um grande leilão da raça Mangalarga Marchador, promovi-do pelo núcleo da Amazônia, em que nós teremos uma pista regio-nal muito forte com mais de 100 animais da raça, disputando esta pista, e alguns desses animais se-rão ofertados nesse leilão que terá criadores de vários estados próxi-mos como Piauí, Ceará, Pernambu-co, Paraíba, Pará, Tocantins. Encer-rando, no sábado, nós teremos o leilão da raça Tabapuâ promovido pela Agropecuária Vale do Mutum que traz sempre convidados entre os maiores criadores dessa raça no Brasil, como a fazenda Água Milagrosa, de São Paulo; Renato Garcia Fernandes ,de Uberaba; José Coelho Vitor, do Pará, entre outros criadores de renome nacional que estarão participando junto a com a agropecuária Vale do Mutum, ofertando animais basicamente reprodutores e algumas fêmeas de qualidade superior.

A Expoimp hoje é considerada uma das principais exposições do norte do país e do maranhão. A que o senhor atribui essa conquista?

Olha, é um trabalho de 44 anos. Primeiro, Imperatriz é uma cidade que tem uma forte tradi-ção na pecuária. A abertura dessa cidade se deu com alguns ciclos econômicos, todos ligados ao se-tor primário, mas foi consolidada efetivamente com a pecuária, prin-cipalmente, a pecuária de corte. Então, isso nos tornou referência e este trabalho que o Sindicato vem fazendo ao longo desses 44 anos realizando essa Exposição fez com que chegássemos ao ponto de ter-mos um grande Parque de Expo-sições, como é o Parque Lourenço Vieira da Silva, uma propriedade do Sindicato dos Produtores Ru-rais de Imperatriz. Essa estrutura,

organização e força da pecuária em nossa região fizeram com que a Expoimp ganhasse expressão re-gional. Hoje, a feira é conhecida e, se não está melhor no cenário na-cional, é em função do isolamento sanitário que o Maranhão está sub-metido nos últimos anos.

Como o senhor analisa hoje o agronegócio, a pecuária e a agricultura no Brasil e na região Tocantina?

Apesar das perseguições que tem sofrido em relação as questões ambientais, o agronegócio tem sido nos últimos anos o principal fator para o desenvolvimento do Brasil, para o superávit da nossa balança comercial. É um segmen-to muito importante, responsável pelo crescimento econômico do Brasil nas últimas décadas. Hoje,

somos competitivos e, principal-mente, incomodamos o primeiro mundo porque temos condições de, sem nenhum subsídio, pro-duzir alimentos a preço bastante competitivo. Isso está incomodan-do bastante, sobretudo, os ameri-canos e a comunidade européia que não conseguem impor barrei-ras comerciais e procuram através das barreiras ambientais dificultar a nossa atividade. Mas nós temos competência, tecnologia e capaci-dade de continuarmos produzindo, compatibilizando produção com preservação do meio ambiente. Este é o grande desafio, mas acredi-

to que vamos continuar crescendo e vamos continuar tendo um im-portante papel no desenvolvimen-to do País, do Maranhão e da região de Imperatriz.

Falta mais apoio dos governos (federal, estadual e municipais) ao produtor rural?

O produtor rural no Brasil não tem apoio nenhum, de um modo geral ele é perseguido. Ele tem enorme dificuldade para com o crédito. Se você comparar, lá fora o crédito é subsidiado, eles têm uma enorme facilidade. Aqui não, nós temos dificuldades. No bioma amazônico ,no qual estamos inse-ridos há mais de três anos, esta-mos sem acesso ao crédito. Então, o produtor não tem nenhum in-centivo e nem sequer é respeitado pelos nossos governantes, sempre nos taxam de destruidores do meio ambiente, quando na realidade nós somos produtores de alimen-tos - brasileiros que com muita força, dedicação e muito trabalho, apesar de toda essa adversidade, conseguem fazer a força do agro-negócio crescer e avançar mundo afora. Só não somos respeitados, infelizmente, por parte da nossa população brasileira que trata essa questão de forma ideológica e essa é uma questão pragmática. Nós de-vemos produzir, podemos e preci-samos produzir. Não há como, não conheço, nenhum país do mundo, nenhuma região, que tenha se de-senvolvido sem fazer uso dos seus recursos naturais.

Qual sua mensagem aos produtores rurais e às pessoas da região Tocantina diante da 44ª Expoimp?

Apesar das dificuldades que estamos vivendo em rela-ção ao novo código florestal que está em vigência e que traz enormes problemas aos pro-dutores rurais, nós vamos nos posicionar, estamos estudando para entendermos as alterações e, assim, discutir com os produ-tores o que podemos fazer para tentar convivermos e continu-armos produzindo dentro da le-galidade, isso que efetivamente nos interessa. Nós não podemos mais continuar produzindo de forma marginal e ilegal. Nós queremos trabalhar dentro da legalidade, então, precisamos trabalhar para entender as alte-rações que estão lá propostas, o alcance delas e em quê elas vão afetar a nossa atividade. Mas eu acho que ao final nós vamos conseguir, porque basta que deixemos de produzir um ano para que, com certeza, o gover-no passe a entender e a respeitar os produtores rurais. E o nosso convite é no sentido de que, na medida do possível, a popula-ção venha participar, conhecer a nossa exposição que, sem dúvi-da, será um grande evento, uma feira feita com muita qualida-de, com muita dedicação e com muito amor por parte de todos os produtores rurais de Impera-triz e região.

O presidente do Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural), Sabino Siqueira da Costa, fala sobre as expectativas de mais uma edição da Exposição Agropecuária de Imperatriz (Ex-

poimp) e a realidade do agronegócio no Brasil e região, em sua primeira gestão como presidente da entidade. Confira a entrevista que segue:

“Imperatriz é uma cidade que tem forte tradição pecuária e a

Expoimp é fruto de um trabalho de 44 anos”

DIÁRIO DA FAZENDA

Presidente do Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural)

Sabino Costa

Page 7: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

Junho/Julho de 2012 7

agronegócio

Plano safra 2012/2013 é lançado e oferta mais crédito oficial para médios produtores e cooperativas

Um dos principais com-promissos do governo, a produção agrícola

sustentável, foi ainda mais for-talecida no Plano Agrícola e Pe-cuário 2012/2013 anunciado na quinta-feira, dia 28 de junho, em Brasília. Criado em 2010, o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incorpora todos os programas de inves-timentos voltados à produção eficiente com sustentabilidade, terá R$ 3,4 bilhões na temporada 2012/2013. Além do aumento do volume de recursos disponibili-zado, o produtor gastará menos na contratação do financiamen-to, por conta da redução na taxa de juro, de 5,5% para 5% ao ano, a menor fixada para o crédito rural destinado à agricultura empresarial. O Plano Agrícola e Pecuário foi lançado pela presi-denta Dilma Rousseff e pelo mi-

nistro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, e ambos destacaram o empenho do governo para in-centivar a agricultura sustentá-vel. O acesso ao crédito também ficou mais fácil e produtores e cooperativas poderão contratar até R$ 1 milhão por beneficiário, independentemente de outros créditos concedidos ao amparo de recursos controlados do cré-dito rural.

As linhas de crédito do Programa Agricultura de Baixo Carbono irão financiar a recu-peração de áreas e de pastagens degradadas, implantação e am-pliação de sistemas de integra-ção lavoura-pecuária-floresta, correção e adubação de solos, plantio e manutenção de flores-tas comerciais, adoção da agri-cultura orgânica, agricultura de precisão, recomposição de áreas

de preservação permanente ou de reserva legal.

“Essas medidas de incentivo à produção agropecuária com preservação do meio ambiente

colocam o Brasil na vanguarda do mundo. Estamos oferecendo melhores condições para que o produtor possa continuar a expandir a produção sempre com foco na sustentabilidade”, destacou Mendes Ribeiro. Para a presidenta, o Brasil mostra

que é capaz de crescer com área relativamente reduzida, o que mostra que o aumento da pro-dução não é incompatível com a preservação ambiental. “Con-seguimos crescer 180% na pro-dução e, na área, apenas 32%”, observou.

Assistência técnicaO governo federal pretende

criar uma agência para cuidar da área de assistência técnica e extensão rural. Segundo ela, o objetivo é suprir a fragilidade do país na área e disseminar boas práticas agrícolas. Ao dis-cursar no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, Dilma disse também que o go-verno trabalha em um Plano Nacional de Armazenagem.

“Temos uma certa fragilida-de na área de assistência técnica e extensão rural. O governo está

construindo uma política para essas áreas e estamos pensando na criação de uma agência capaz de providenciar e disseminar as melhores práticas a partir de protocolos e pacotes tecnoló-gicos, criando e especializando um grupo de agentes públicos que terá ligação com os órgãos de extensão estaduais e coope-rativas. Esse talvez seja um dos maiores desafios do meu gover-no”, disse ela na cerimônia.

Ao falar sobre a criação da agência, após a solenidade, o ministro da Agricultura, Men-des Ribeiro Filho, lembrou que o país dispõe da Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para fazer estudos na área. Segundo ele, o ramo da assistência técnica também precisa de um órgão específico. A ideia é que as duas agências trabalhem de forma articulada.

governo libera mais recursos para a produção sustentável e buscacriar agência para prestar assistência técnica ao produtor rural

investimento

O Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, lançado no úl-timo dia 28 de junho pela

presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disponibilizará, a partir de julho, R$ 115,2 bilhões para a agricultura empresarial. De acordo com o governo, os fo-cos do pacote são o médio pro-dutor, as cooperativas rurais e a produção sustentável.

Para o médio produtor, o crédito de R$ 6,2 bilhões ofere-cido na safra atual foi ampliado para R$ 7,1 bilhões, com taxas de juros caindo de 6,25% para 5% ao ano. A maior parte, R$ 4 bilhões,

será destinada a investimentos. A renda bruta anual máxima para enquadramento no Programa Nacional de Apoio ao Médio Pro-dutor Rural (Pronamp) foi eleva-da de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédito, que era R$ 400 mil, passa para R$ 500 mil.

No ano mundial do coope-rativismo, o governo aumentou o limite de financiamento por cooperativa de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões dentro do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção. Agropecuária (Prodecoop) e de R$ 25 milhões para R$ 50 milhões para capital

de giro no Programa de Capitali-zação de Cooperativas Agropecu-árias (Procap-Agro). Do total de crédito financiado com recursos públicos, R$ 86,9 bilhões se des-tinam às operações de custeio e comercialização e R$ 28,2 bilhões a investimentos, com taxa anual de juros de 5,5% ao ano. Para o custeio, o limite de financiamen-to passa de R$ 650 mil para R$ 800 mil por produtor e, para co-mercialização, de R$ 1,3 milhão para R$ 1,6 milhão.

O governo manteve os me-canismos de apoio à comerciali-zação dos produtos do agrone-gócio com base em estimativas

do custo variável. Além disso, para contemplados na Política de Garantia de Preços Mínimos,

está previsto o aumento de vá-rios produtos em nível nacional e regional.

“Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) terá

R$ 3,4 bilhões na próxima safra”

Foram disponibilizados R$ 86,9 bilhões para custeio e R$ 28,2 bilhões para investimento

REPRODUÇÃO

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8 Junho/Julho de 2012

Vai e vem

Thays Assunção

No dia 28 de maio, fo-ram publicados no Di-ário Oficial da União

os vetos da presidenta Dilma Rousseff à lei que dispõe so-bre o novo Código Florestal Brasileiro. Foram vetados 12 artigos, introduzidas 32 modi-ficações e publicada a medida provisória que complementa o projeto. A MP vale por 60 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias.

A finalidade do governo foi a de não permitir anistia a quem desmatou e a de proibir a produção agropecuária em áreas de proteção permanen-te, as APPs. O artigo 1º, que foi modificado pelos deputados após aprovação da propos-ta no Senado, foi vetado. Na medida provisória (MP) pu-blicada no Diário da União, o Palácio do Planalto devolve ao texto do Código Florestal os princípios que haviam sido incorporados no Senado e su-primidos, posteriormente, na segunda votação na Câmara. A MP foi o instrumento usa-do pelo governo para evitar lacunas no texto final.

Também foi vetado o in-ciso 11 do artigo 3º da lei, que trata das atividades eventuais ou de baixo impacto. O veto retirou do texto o chamado pousio: prática de interrup-ção temporária de atividades agrícolas, pecuárias ou silvi-culturais, para permitir a re-cuperação do solo.

Ainda, recebeu veto o parágrafo 3º do artigo 4º que não considerava área de proteção permanente (APP) a

várzea (terreno às margens de rios, inundadas em época de cheia) fora dos limites estabe-lecidos, exceto quanto hou-vesse ato do Poder Público. O dispositivo vetado ainda es-tendia essa regra aos salgados e apicuns – áreas destinadas à criação de mariscos e cama-rões.

Os parágrafos 7º e 8º tam-bém foram vetados. O primei-ro estabelecia que, nas áreas urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água na-tural que delimitem as áreas das faixas de passagem de

inundação (áreas que alagam na época de cheia) teriam sua largura determinada pelos respectivos planos diretores e pela Lei de Uso do Solo, ouvi-dos os conselhos estaduais e municipais do Meio Ambien-te. Já o parágrafo 8º previa que, no caso de áreas urbanas e regiões metropolitanas, se-ria observado o dispositivo nos respectivos planos dire-tores e leis municipais de uso do solo.

Foi vetado o parágrafo 3º do artigo 5º. O dispositivo previa que o Plano Ambien-

tal de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Ar-tificial poderia indicar áreas para implantação de parques aquícolas e polos turísticos e de lazer em torno do reser-vatório, de acordo com o que fosse definido nos termos do licenciamento ambiental, res-peitadas as exigências previs-tas na lei.

Já no artigo 26, que tra-ta da supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo tanto de domínio pú-blico quanto privado, foram vetados o 1º e 2º parágrafos.

Os dispositivos detalhavam os órgãos competentes para au-torizar a supressão e incluía, entre eles, os municipais do Meio Ambiente.

A presidenta Dilma Rousseff, ainda, vetou inte-gralmente o artigo 43. Pelo dispositivo, as empresas con-cessionárias de serviços de abastecimento de água e ge-ração de energia elétrica, pú-blicas ou privadas, deveriam investir na recuperação e na manutenção de vegetação na-tiva em áreas de proteção per-manente existente na bacia hidrográfica em que ocorrer a exploração.

Um dos pontos que mais provocaram polêmica duran-te a tramitação do código no Congresso, o artigo 61, foi ve-tado. O trecho autorizava, ex-clusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipas-toris, de ecoturismo e turismo rural em áreas rurais consoli-dadas até 22 de julho de 2008. Também foram vetados inte-gramente os artigos 76 e 77. O primeiro estabelecia prazo de três anos para que o Poder Executivo enviasse ao Con-gresso projeto de lei com a fi-nalidade de estabelecer as es-pecificidades da conservação, da proteção, da regeneração e da utilização dos biomas da Amazônia, do Cerrado, da Ca-atinga, do Pantanal e do Pam-pa. Já o artigo 77 previa que na instalação de obra ou ativida-de potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente seria exigida do empreendedor, público ou privado, a proposta de diretri-zes de ocupação do imóvel.

Dilma veta 12 artigos no novo Código Florestal e introduz outras 32 modificações no textoAcompanhe os principais vetos e modificações que podem interferir diretamente na atual produção agropecuária brasileira

Finalidade do governo é proibir produção agropecuária em áreas de proteção permanente, as chamadas APPs

REPRODUÇÃO

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10 Junho/Julho de 2012

O Berrante é um informativo mensal do:

Para a realização de mais uma edição da Expo-sição Agropecuária de

Imperatriz (Expoimp), o Sin-dicato Rural de Imperatriz (Sinrural) tem investido ma-ciçamente na infraestrutu-ra do Parque de Exposições Lourenço Vieira da Silva, em Imperatriz. O Parque está concluindo uma reforma em sua estrutura física. De acor-do com o presidente do Sin-dicato, Sabino Costa, o valor estimado gasto pelo Sinrural para a edição de 2012 da ex-posição se aproxima de R$ 500 mil.

“Fizemos uma reforma geral, trocamos toda a insta-lação elétrica da churrasca-ria do Parque, reformamos os currais com a trocas de alguns morões e, agora, es-tamos finalizando a reforma do prédio da entidade, do curral da pista de laço para as provas de tambor, baliza e laço“, afirmou o presidente do Sinrural.

Além dos reparos gerais, a construção do novo tater-sal é uma das novidades da Expoimp deste ano. A área total do novo espaço é de 883 metros quadrados, onde serão realizados os leilões de animais, um dos principais segmentos da feira. “A maior obra que temos este ano, sem dúvida alguma, é o novo ta-

tersal. Demolimos o tatersal antigo e estamos correndo contra o tempo para apron-tarmos este tatersal. Mesmo que ele não esteja cem por cento pronto, estará em con-dição de receber os leilões a partir do domingo”, garante Sabino.

O novo tatersal é uma obra definitiva, um investi-mento do sindicato no exer-cício de 2012, e irá trazer

segurança e conforto as pes-soas que participam dos lei-lões. “Assim como o tatersal anterior durou mais de duas décadas, com certeza esse vai durar bastante tempo até porque é uma construção bastante estruturada”, con-clui.

Os operários estão tra-balhando a todo vapor para deixar tudo pronto para Ex-poimp 2012.

Parque de Exposições recebe quase meio milhão de reais em reformas para Expoimp Local terá, já na edição 2012, um novo tatersal para leilões, além de reformas em currais e demais instalações

Planta baixa do novo tatersal para realização dos leilões na Expoimp 2012

DIÁRIO DA FAZENDA

Seminário faz painel das carnes produzidas no Ma

Universidade

Com o objetivo de mos-trar a qualidade das carnes produzidas na região Tocan-tina, o curso de Zootecnia da Faculdade de Imperatriz (Fa-cimp) apresentou, durante o IV Seminário Institucional da Faculdade, o I Painel de Carnes da Região, mostrando as carnes bovinas, de frangos de corte, suína, ovina, capri-na, de búfalos e de peixes Tambaqui produzidas na re-gião de Imperatriz.

O evento, realizado en-tre 14 e 21 de maio, contou com bom público - estiveram

presentes 235 pessoas da co-munidade acadêmica - entre diretores, coordenadores, professores, funcionários e alunos de todos os cursos de graduação da instituição de ensino. Alguns ex-alunos do curso de Zootecnia também estiveram presentes.

O Painel contou com a organização do professor da disciplina de Administração Rural, Francisco Carlos Vaz Sales, e dos alunos do curso de Zootecnia. A iniciativa teve o apoio da Purinutre e da Dupont.

ARQUIVO FACIMP

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Junho/Julho de 2012 11

O último sábado, 30 de junho, foi o dia de encerra-mento da 1º etapa da Campa-nha de Vacinação contra a Fe-bre Aftosa no Maranhão. Os criadores devem ficar atentos ao prazo de comprovação da vacina, que termina no dia 15 de julho, e deve ser feita com a apresentação da nota fiscal da compra no escritório da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) mais próxima da pro-priedade do criador.

Ao atestar a comprova-ção da vacinação, o funcio-nário da Aged faz a atualiza-ção do cadastro do produtor. A atualização é feita por meio de uma ficha, em que são preenchidos cerca de 120 campos do documento com informações do criador, da localização da propriedade e também do rebanho, tais

como quantidade, classifica-ção etária e sexo do animal.

Além de multa, o criador que não vacinar seu rebanho ficará impedido de movimen-tar seus animais para outros municípios, já que ele não pode retirar a Guia de Trânsi-to Animal (GTA) na Aged.

É obrigatória a apresenta-ção da GTA em feiras agrope-cuárias, barreiras sanitárias e em matadouros. A qualquer momento o documento é exi-gido também pelos fiscais da agência para o criador que es-tiver movimentando seus ani-mais em qualquer localidade.

Primeira etapaA 1ª Etapa da Campanha

de Vacinação contra a Febre Aftosa no Maranhão foi re-alizada do dia 1º a 30 de ju-nho, conforme determinação do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Pesca (MAPA).A previsão da Aged, ór-

gão vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), é que tenha sido vacinado todo o rebanho de 7.272.822 de cabeças de boví-deos – sendo 7.194.459 bovi-nos e 78.363 bubalinos, for-mado predominantemente de pecuária de corte.

O secretário de Agricul-tura, Cláudio Azevedo, ressal-tou a participação do criador maranhense na campanha de vacinação. “É importante que o criador faça seu papel e va-cine seus animais. Precisamos manter os resultados positi-vos alcançados até o momen-to, para que o Maranhão seja classificado como zona livre da doença”, afirmou Cláudio Azevedo, informando que na última campanha o Maranhão bateu o recorde no índice de

cobertura vacinal e imunizou 97% do rebanho.

Paralelo à campanha, está sendo realizado no esta-do o processo de sorologia de animais previamente deter-minados, visando garantir ao Maranhão o status sanitário de zona livre de febre afto-sa com vacinação, que deve ser confirmado no segundo semestre deste ano. O gado escolhido para o processo de sorologia não será vacinado durante a primeira etapa da campanha.

O diretor geral da Aged, Fernando Lima, ressaltou que é fundamental a partici-pação do criador maranhen-se durante todo o processo da sorologia e da vacinação. “Pedimos aos criadores que forneçam as informações corretas, não vendam e não movimentem seus animais

durante a realização da soro-logia e, claro, vacinem o gado que não estiver disponível para o processo de sorologia e coleta de amostras. Estes procedimentos são impres-cindíveis para o avanço do status sanitário de livre de febre aftosa, com vacinação” explicou Fernando Lima.

ParceriaA campanha de vacinação

realizada pela Sagrima e Aged conta com o apoio do Fundo de Desenvolvimento da Pecu-ária do Maranhão (Fundepc), Superintendência Federal da Agricultura (SFA), Federação dos Municípios do Maranhão (Faema), Associação dos Cria-dores do Maranhão (Ascem) e Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão e Ser-viço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Faema/Senar).

Encerrada primeira etapa da campanha de vacinação contra a Febre aftosa no MaranhãoProdutores devem ficar atentos ao prazo de comprovação da vacina, que termina no próximo dia 15 de julho

i munização

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12 Junho/Julho de 2012

Rosana Barros

Andar a cavalo é mui-to mais do que apenas diversão. Para os pra-

ticantes da Equoterapia, em Imperatriz, há cinco anos essa atividade é uma forma de trata-mento que traz benefícios físi-cos, psicológicos, educativos e principalmente sociais.

A ideia de fundar uma unidade de Equoterapia na ci-dade surgiu quando alguns integrantes da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Imperatriz fizeram uma visita ao Parque de Exposi-ção e perceberam como a inte-ração entre cavalo e o portador de necessidades especiais era benéfica.

Tempos depois, o Sindicato Rural de Imperatriz (Sinrural) e a Prefeitura fizeram uma par-ceria para que o projeto acon-

tecesse e, no dia 16 de julho de 2007, o Programa Municipal de Equoterapia foi implantado.

Hoje, o programa tem 40 praticantes e são atendidos

10 por dia das terça às sextas--feiras, no horário das 17h às 20h30. A equipe de profissio-nais que trabalha no programa é composta por um psicólogo,

uma fonoaudióloga, um peda-gogo, um equitador, um edu-cador físico, dois guias, um auxiliar de serviços gerais e o coordenador.

O programa é voltado prin-cipalmente para Pessoas com Necessidades Especiais (PNE), ou seja, pessoas com síndrome de down, autismo, paralisia ce-rebral, hiperatividade, fobias, síndrome de pânico, transtor-nos musculares, problemas res-piratórios, cardiovasculares e circulatórios, entre outros.

O tratamento dura em mé-dia dois anos para cada prati-cante, esse tempo pode variar de acordo com o tipo de neces-sidade e dos resultados obtidos.

As pessoas que participam desse tratamento apresentam melhoras principalmente nas áreas de automotivação, con-fiança, reconhecimento dos li-mites, diminuição da agressivi-dade, melhora na comunicação, entre outras, ou seja, a Equote-rapia oferece aos seus pratican-tes uma verdadeira inclusão na sociedade.

em estarB

Equoterapia em imperatriz promove inclusão social para portadores de necessidades especiais Desde 2007, a Prefeitura de Imperatriz, em parceria com o Sinrural, toca o Programa Municipal de Equoterapia

O programa de Equoterapia é voltado principalmente para pessoas com síndrome de down, autismo e outras necessidades especiais

ROsANA BARROs

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Junho/Julho de 2012 13

nvestimento i

A indústria de óleo de soja da Algar Agro – primeira refinaria de óleo de soja

de capital nacional da região Nordeste –, inaugurada no dia 21 de julho no município de Porto Franco (MA), a cerca de 100 km de Imperatriz, é resultado de um investimento de R$ 70 milhões. A capacidade de produção da in-dústria será em torno de 5,5 mi-lhões de caixas de óleo/ano, com isso, espera-se que a empresa gere cerca de 350 empregos dire-tos e indiretos.

A planta industrial da uni-dade tem os equipamentos mais modernos em atividade no setor e é a segunda refinaria do grupo no país. A primeira, localizada em Uberlândia (MG), é respon-sável pela liderança da marca ABC no estado de Minas Gerais, garantindo presença do produto no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.

Na ocasião, o presidente

Executivo do Grupo Algar, Luis Alexandre Garcia, destacou a importância do investimento para o Maranhão e região Norte/Nordeste. Ele elogiou a política de atração de investimentos im-plantada pelo governo Roseana, que possibilitou a concretização da fábrica no Estado. “O suporte e o apoio oferecidos pelo gover-

no maranhense foram decisivos para a instalação desta unidade em Porto Franco. Por isso, que-remos agradecer a governadora Roseana, que sempre foi nossa parceira na consolidação deste sonho”, ressaltou. Garcia infor-mou que, atualmente, 600 pro-dutores agrícolas da região Sul do Estado fornecem soja para o

refino e outros derivados.A partir de Porto Franco, a

Algar Agro realizará a distribui-ção do óleo de soja da marca ABC para estados do Norte e Nordes-te. A soja que chega à planta de esmagamento no município tem como destino a exportação e produção de dois produtos: óleo degomado, vendido para indús-trias de alimentos e de biodiesel; e farelo de soja, comercializado no mercado do Norte e Nordeste.

“A implantação da refinaria é um sonho antigo que está sendo concretizado em Porto Franco, pois viabiliza a cadeia produtiva da soja, um produto que pode ser internacionalizado. Vivemos um momento de euforia para o setor econômico maranhense e brasileiro”, afirmou o secretário de Indústria e Comércio do Ma-ranhão, Maurício Macedo.

Distrito industrialO Distrito Agroindustrial de

Porto Franco está passando por obras de revitalização realizadas pelo governo, em parceria com a prefeitura. O investimento no va-lor de R$ 850 mil inclui serviços de recuperação da pavimentação asfáltica, sinalização vertical e horizontal, reforma e amplia-ção do sistema de iluminação pública, entre outras melhorias. Além da Algar Agro, no Distrito também estão instalados outros grandes empreendimentos do agronegócio como as tradings Bunge e Cargill, que atuam na área de grãos.

A Algar é um conglomerado que agrega nove empresas nos setores de TI/Telecom (Algar Te-lecom, Algar Tecnologia, Algar Mídia e Engeset), Agro (Algar Agro), Serviços (Algar Aviation, Algar Segurança e Comtec) e Tu-rismo (Rio Quente Resorts). No setor de agronegócio, o princi-pal produto da empresa é o Óleo ABC e o farelo de soja Raçafort.

Porto Franco: primeira refinaria do Ma deve produzir 5,5 milhões de caixas de óleo por anoA primeira unidade de refino e envase de óleo de soja irá gerar cerca de 350 empregos diretos e indiretos em Porto Franco

AssEssORIA

Governadora Roseana Sarney participou da inauguração da indústria

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14 Junho/Julho de 2012

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O emprego de medica-mentos antimicrobia-nos, anti-inflamató-

rios e antiparasitários está inserido na rotina das fa-zendas de produção leiteira. Estes medicamentos muitas vezes são necessários para as-segurar a saúde, o bem-estar e a produção de leite tanto em quantidade quanto com alta qualidade. Entretanto, a maioria destes medicamentos quanto utilizados, deixa resí-duos no leite, prejudicando a sua qualidade e o tornando impróprio para consumo hu-mano e para produção de pro-dutos lácteos. Por essa razão, a preocupação com o descar-te do leite pela presença de resíduos e contaminantes pe-nalizáveis, ou seja, acima do Limite Máximo de Resíduos (LMR), faz parte dos cuidados que o produtor de leite preci-sa ter diariamente.

O LMR para cada medi-camento é estabelecido por órgãos regulatórios governa-mentais, e de acordo com os limites estabelecidos em cada país do mundo, existe a ne-cessidade de um determinado período de descarte do leite dos animais tratados. Esse período é necessário para as-segurar que os resíduos do medicamento usado não es-tejam acima do LMR estabe-lecido e, portanto, que não ocorram prejuízos para a in-dústria de laticínios e a saúde dos consumidores.

Em geral, quando da uti-lização da maioria dos medi-camentos nas vacas leiteiras, para se assegurar a seguran-ça alimentar, o cumprimento dos períodos de carência para cada medicamento deverá ser respeitado. “Quando não há observância do período de carência previsto em bula

, as perdas podem se tornar inevitáveis”, explica Marcos Malacco, gerente técnico da área de ruminantes da Me-rial. Entretanto, existem me-dicamentos em que após o uso nas vacas leiterias, não ocorrerão resíduos acima do LMR e, por isso, não haverá a necessidade de período de ca-rência para o leite das vacas tratadas.

Malacco destaca que uma grande novidade no segmen-to de pecuária leiteira brasi-leira é a molécula eprinomec-tina, endectocida da classe das avermectinas, que na for-mulação comercial pour on não necessita de período de carência para o leite das va-cas tratadas. Destaca ainda, tal característica ocorre em todo o mundo, mesmo nos países da América do Norte e Europa, por exemplo, onde a normas quanto a presença

de resíduos e contaminantes nos alimentos de origem ani-mal são bastante rigorosas. A eprinomectina é apresentada na concentração de 0.5% e se destina a aplicação tópi-ca (pour on) nos bovinos. O produto comercial é o Epri-nex® Pour-On. Ele apresenta eficácia ímpar, amplo espectro e grande persistência contra as principais verminoses dos bovinos, além de controlar as infestações por moscas dos chifres, bernes e auxiliar no controle do carrapato. Além disso, a via de aplicação “pour on” determina mínimo estres-se aos animais, contribuindo para seu bem estar e alta pro-dutividade. O produto, apesar de pour on, pode ser aplicado nos animais mesmo com pe-los molhados ou que sejam submetidos a chuvas após o tratamento, sem prejuízos à sua eficácia.

“Os programas sanitários têm caráter preventivo. Isso quer dizer que o principal objetivo destes programas sa-nitários é evitar as principais doenças dos bovinos, pois acreditamos que prevenir é mais econômico que tratá--las. Assim os programas são embasados na utilização de vacinas e medicamentos em épocas pré-estabelecidas de acordo com características próprias de cada fazenda vi-sando a redução máxima de possíveis perdas de produ-ção. No caso do controle pa-rasitário, as estratégias visam minimizar cargas excessivas de parasitos no ambiente onde os bovinos permane-cem, por meio de antiparasi-tários específicos aplicados em épocas estrategicamente escolhidas e de acordo com a necessidade do rebanho”, conclui o especialista.

Controle efetivo das principais parasitoses na vaca leiteira sem descarte do leite já é possívelPresença de resíduos e contaminantes no leite faz parte dos cuidados que o produtor de leite precisa ter diariamente

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Junho/Julho de 2012 15

Por William Cartro

A Aciart existe desde quando e qual foi a necessidade de ter uma Associação do Comércio de insumos Agropecuários da região Tocantina na cidade?

Foi fundada no dia 20 de agosto de 2003. Nós formamos a associação porque tivemos a necessidade de nos organizar para participar do processo da destinação correta das emba-lagens de defensivos agrícolas. As empresas que comerciali-zam defensivos agrícolas têm a obrigação de receber as em-balagens vazias e, em parceria com o inpEV, construímos a central de recebimento de em-balagens de defensivos agríco-las que funciona na BR 010, ao lado da Polícia Rodoviária Fe-deral. A legislação permite que os revendedores de defensivos agrícolas formem associações para que as embalagens pós--consumo sejam todas devol-vidas em um local construído para receber e preparar essas embalagens para o destino fi-nal

Quais os agentes envolvidos e responsabilizados pela legislação?

Os agricultores usuários de agrotóxicos, os canais de distribuição, a indústria fa-bricante – estes representados pelo inpEV, e o poder público. Quem faz a fiscalização desse trabalho no nosso Estado é a Agência Estadual de Defesa

Agropecuária do Maranhão - Aged.

Como está o comércio de agrotóxicos na região e o que representa a demanda para a associação?

Temos uma demanda, principalmente, no setor de re-florestamento e agropecuária. Neste último, há uma escas-sez de mão de obra no campo e o setor tem a necessidade de usar produtos como herbicida para controlar as erva daninha nas suas áreas.

hoje, as pessoas têm mais consciência da importância da associação para o recebimento das embalagens e como tem sido o trabalho de divulgação das atividades da Aciart?

Hoje, existe sim uma cons-ciência maior. Ano passado re-alizamos, em parceria da Aged de Imperatriz, treinamentos com os colaboradores das re-vendas de Imperatriz e tam-bém foram realizadas várias palestras com pequenos pro-dutores, nosso gerente Louri-val em parceria com o Jean da Aged de Imperatriz e as Secre-tarias de Agricultura nos inte-riores dos municípios de Porto Franco, São João do Paraíso, Lajeado Novo e Estreito, para conscientizar sobre a impor-tância dos produtores para a devolução das embalagens na central de recebimento de Im-peratriz, dessas embalagens usadas, vazias e com a tríplice

lavagem realizada no campo. E todo o ano é realizado no dia 18 de agosto o Dia Nacional do Campo Limpo com ações abor-dando a importância da devo-lução das embalagens vazias. Este acontecimento ocorre em todo o país na mesma data. Na central de Imperatriz, recebe-mos em média entre 60 e 70 toneladas de embalagens por ano.

A quem pertencem as embala-gens vazias devolvidas pelos usuários e como as empresas fabricantes de venda direta ao usuário devem fazer quando recebem as embalagens?

Por disposição legal, as embalagens vazias devolvidas pelos usuários nos locais licen-ciadas indicados na nota fiscal pertencem às empresas fabri-cantes, que darão o destino final adequado às embalagens.

Os usuários precisam levar nota fiscal de compra do produto no momento da entrega das embalagens? Como deve ser feita essa entrega?

É recomendado ao usuá-rio que esteja com a nota fis-cal, para comprovar que as embalagens devolvidas foram adquiridas em estabelecimen-to comercial credenciado pela unidade de recebimento indi-cado na nota fiscal. A empresa deverá indicar na nota fiscal, a exemplo do comércio, o local licenciado para que o usuário

possa devolver as embalagens vazias.

As embalagens precisam es-tar totalmente vazias?

Sim. As unidades de rece-bimentos não poderão receber as embalagens com restos de produtos e produtos venci-dos, pois não são licenciadas apenas para o recebimento de embalagens vazias. As embala-gens com restos de produtos e produtos vencidos deverão ser devolvidas pelos usuários se-gundo as orientações de rótulo e bula.

Os usuários podem devolver as embalagens a qualquer local de recebimento?

Não. Os usuários devem devolver as embalagens nos lo-cais indicados na nota fiscal de compra, no nosso caso a Cen-tral de Imperatriz. A indicação do local na nota fiscal não é meramente informativa, mas sim vinculativa. As embalagens devem ser entregues naquele local indicado e o comerciante tem a obrigação de receber.

Qual a legislação que trata sobre embalagens vazias de agrotóxicos?

A Lei n° 7.802/1989, com as alterações da Lei n° 9.974/2000, e Decreto n° 4.074/2002. Essa

legislação se aplica exclusiva-mente aos produtos agrotóxi-cos.

É permitida a reciclagem ou transformação de embalagens de agrotóxicos por empresas do segmento de reciclagem?

A reciclagem das emba-lagens vazias de agrotóxicos é permitida, mas somente às empresas recicladoras devi-damente licenciadas pelos ór-gãos ambientais competentes e que cumprirem com todos os padrões de qualidade exigi-dos pelas empresas fabrican-tes de agrotóxicos e que este-jam devidamente cadastradas e/ou credenciadas pelo inpEV. Este certificará a correta des-tinação dos materiais das em-balagens.

O que é feito com as embalagens na Central de recebimento e qual o seu destino?

As embalagens são ins-pecionadas, separadas, pren-sadas e depois enviadas para empresas de reciclagem e in-cineração (no caso das emba-lagens não lavadas), onde são transformadas em 17 tipos de artefatos, como cruzeta para poste, conduítes e a Ecoplásti-ca Triex, uma embalagem para agrotóxicos.

Ele nasceu em 1967 no interior do Pará, na cidade de Santa Isabel do Pará. Chegou em Imperatriz em 1995, onde começou a trabalhar com revenda de produtos agrícolas e hoje é sócio da empresa Imperagro. Reginaldo Komatsu possui uma larga experiência com insumos agrícolas. É um empresário que sempre se preocupou com o desenvolvimento da região, principalmente na área da agricultura, pois traz novas tec-

nologias em parcerias com várias empresas multinacionais e nacionais para a nossa região. É o atual presidente da As-sociação do Comércio de Insumos Agropecuários da Região Tocantina (Aciart), que por meio de convênio com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) gerencia a Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos de Imperatriz.

REPRODUÇÃO

Presidente da aciart, Reginaldo Komatsu, fala das atividades que envolvem a Central de recebimento

de embalagens vazias de defensivos agrícolas

Entrevista

Page 16: DIÁRIO DA FAZENDA Ed11

16 Junho/Julho de 2012