design for change manual_versão2016

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  • 8/17/2019 Design for change manual_versão2016

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    MateRial

    www.criativosdaescola.com.br

    DE APOIO

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    Recuperar uma praça abandonada e torná-laum espaço de lazer. Encorajar os estudantesa ir para a escola de bicicleta e assim prevenira obesidade infantil. Divulgar as belezas dobairro e lutar contra o preconceito de queseus moradores sofrem. Essas são algumas das iniciativas de criançase adolescentes de diversos países para trans-formar a realidade onde vivem. O que todoseles têm em comum? Fazem parte do Designfor Change, movimento global que surgiuna Índia em 2006 e hoje está presente em35 países, inspirando mais de 25 milhões decrianças e adolescentes ao redor do mundo. No Brasil, o Design for Change ganhou onome de Criativos da Escola .

    A EMPATIA, o PROTAGONISMO, o TRABALHOEM EQUIPE e a CRIATIVIDADE são os pilarescentrais desta iniciativa, que mobiliza crian-ças e adolescentes a melhorar seu entorno eestimula o sentimento de pertencimento e ovínculo com sua comunidade.

    O Criativos da Escola inspira-se nos princí-pios do Design Thinking, ferramenta simplese inovadora que estimula a criação a partirda interação, da experimentação e da cola-boração. As crianças e os adolescentes sãoestimulados a elaborar uma alternativa paramelhorar algum aspecto que os incomodena escola ou na comunidade. Por meio daobservação cuidadosa da situação e da trocade ideias com os envolvidos, são encorajadosa ir além da solução mais óbvia e encontraralgo que, de fato, seja impactante e inovador.

    Este material é um convite para que você

    desenvolva este projeto com um grupo decrianças e adolescentes e desta forma con-tribua para que eles fortaleçam habilidadesfundamentais para o século 21, como oautoconhecimento, a boa comunicação,o pensamento crítico, a colaboração, acriatividade, a ética e a capacidade de serelacionar com outras pessoas, resolverproblemas e tomar decisões. Além disso, éum poderoso instrumento para encorajá-losa seguir engajados e ativos em sua comuni-dade ao longo da vida.

    Como usar este material Nas páginas a seguir, você encontra suges-tões de atividades e ferramentas para facilitaro trabalho com seu grupo. São 13 passosdivididos em quatro grandes etapas (Sentir,Imaginar, Fazer e Compartilhar ). Para ajudá-lo a programar as atividades,sugerimos o tempo de duração de cada umadelas e se podem ser realizadas num únicoencontro (tempo contínuo) ou divididas emvários (tempo interrompido). Lembre-se quesão apenas referências para ajudá-lo a se pla-nejar. Na prática, a turma poderá demandarmais ou menos tempo.

    Adapte este material conforme suas inten-ções e recursos. Use-o como lhe convier. Oimportante é começar – e experimentar!

    Quer saber mais? Visite a páginawww.criativosdaescola.com.br e acesse aárea de formação do site. São vídeos, artigos,sugestões de bibliograa e outros materiaispara inspirar, sensibilizar e motivar você afazer parte deste movimento!

    AprEsENtAÇãO

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    São Pau loBrasil

    colombia

    mÉxiCo

    “Como forma de promover avalorização da cultura local, nósincluímos a transmissão de históriasancestrais no currículo da escola!”

    “Nós zemos um documentário sobrenosso bairro para mostrar suas belezase recuperar o orgulho dos moradores!”

    “Nós revitalizamos uma área abandonadada escola e a transformamos em uma praçacom jardim e espaço para brincar!”

    “Nós zemos uma música para alertar os colegassobre o bullying e o desrespeito e conscientizá-losa mudar esse comportamento!”

    Veja o que crianças e adolescentesa o r ed or d o m un d o e s t ã o f a z en d o

    para transformar sua realidade

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    israel

    índia

    “Nós zemos uma horta comunitária aolado da escola e distribuímos os alimentossaudáveis que produzimos para a cantina epara as associações do bairro!”

    “Nós promovemos a integração daequipe de limpeza da escola com osalunos, criando um ambiente maisacolhedor para todos!”

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    Quero implementar o projeto na minha escola. O que devo fazer?

    O Criativos da Escola é direcionado para todos os educadores do país:é totalmente gratuito e pode ser adaptado conforme sua realidade. Paracomeçar, sugerimos que você apresente a iniciativa a outros professores eà equipe gestora da escola ou da instituição social em que trabalha (ONG,entidade que atende crianças e adolescentes no contraturno da escolaetc.). Se outros educadores se interessarem em realizar o projeto, vocêspoderão trabalhar juntos, seja com a mesma turma de alunos, seja comoutra diferente. O apoio da coordenação pedagógica ou da direção tam-bém facilitará a implementação.

    Não se preocupe se não houver engajamento da sua organização: imple-mente o projeto individualmente com suas turmas. Ao compartilhar os re-sultados, muitos se surpreenderão e poderão se mobilizar da próxima vez.Este material de apoio contém todas as informações necessárias para quevocê possa começar. Acesse também a área de formação no nosso site einspire-se nas histórias e nos materiais de referência que compartilhamos.

    Quem pode participar do Criativos da Escola?

    A abordagem do Criativos da Escola pode ser utilizada e adaptada paratodas as faixas etárias. Nossa sugestão é que o projeto seja desenvolvidocom crianças e adolescentes com idade entre 9 e 15 anos – por isso estematerial de apoio foi elaborado com foco nessa faixa etária.

    Quando devo começar o projeto? Qual o tempo estimado paraimplementá-lo?

    Você pode iniciar o projeto em qualquer período do ano, e pode transfor-má-lo em uma prática permanente.

    Para realizar o projeto seguindo as orientações deste material, o tempototal estimado é de cerca de 15 horas – mais ou menos 20 aulas. Lembre-seque ele é apenas uma referência, assim como o tempo de cada uma dasatividades. Nessa estimativa, optamos por não incluir o tempo necessáriopara realizar o passo 6 (“Colocar em prática”), já que o número de horaspode variar muito de acordo com a ação escolhida por cada grupo. Vocêpoderá adaptar os passos sugeridos e coordená-los com sua programaçãode aulas e projetos.

    dúvidas

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    O Criativos da Escola deve ser realizado no horário de aula oufora dele?

    Você decide. É possível incluir a iniciativa na programação de suas aulas ouaproveitar espaços fora do horário regular. Avalie qual seria a melhor opçãopara você. Se conseguir mobilizar outro educador que trabalhe com a mes-ma turma que você, as atividades poderão ser divididas nos dois horáriosde aula – no seu e no dele.

    Além disso, oCriativos da Escola pode se tornar uma proposta de traba-lho no âmbito do Mais Educação, programa do governo federal que apoiaatividades que ampliam o tempo de permanência dos alunos na escola oude outra iniciativa que vise a educação em tempo integral na sua rede deensino. Também pode ser adaptado para o desenvolvimento de projetos junto a conselhos de escola ou grêmios estudantis. As possibilidades sãomuitas e todas são válidas!

    O que é o Desao Criativos da Escola? Como participar?

    O Desao Criativos da Escola é uma premiação que reconhece as melho-res iniciativas de transformação da realidade realizadas por crianças e ado-lescentes de todo o Brasil. Se você desenvolver o projeto em sua escola ouinstituição, inscreva-a no desao! Conra o cronograma, o regulamento e apremiação no site.

    Ficou com alguma dúvida? Escreva para nós pelo [email protected]

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    ÍndiCe

    5. Observar, pesquisar e entrevistar6. O que aprendemos?

    7. Ter (muitas!) ideias8. Escolher o que fazer

    ..................20....................................27

    ......................................31....................................33

    imaginar ....................19

    1. Conhecer o Criativos da Escola2. Listar o que gostaríamos de mudar3. Chegar a um consenso

    4. Criar um título para nosso projeto

    ........... 11 ..... 13...................... 15

    ...... 17

    ...................9 SENTIR

    9. Bolar um plano10. Colocar em prática

    fazer................................ 36

    ......................... 39

    .................35

    11. Apresentar o projeto12. Divulgar o projeto13. Avaliar o processo e os resultados

    compartilhar .......41.................................42

    .....................................43...............44

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    Na primeira etapa do processo, as crianças eos adolescentes vão identicar situações emseu entorno que os afetem e que gostariamde mudar.

    É o momento de encorajar os alunos a expres-sar seus sentimentos, perguntando como sesentem diante das questões que trouxeram eajudando-os, inclusive, a nomear seus senti-mentos (por exemplo: “Isso me deixa triste”,“Eu estou decepcionado”, “Eu co com raiva”).

    A escolha de uma situação que afete os parti-cipantes e com a qual eles estejam realmentepreocupados irá garantir o engajamento dogrupo no projeto. Portanto, dedique tempoe energia para criar um espaço onde elespercebam que sua opinião é importantee se sintam à vontade para se expressar.

    Um exercício importante, não só nesta etapacomo nas demais, é treinar a escuta. Paraisso, silenciar as palavras e, principalmente,os pensamentos é primordial. Enquanto umapessoa fala, podemos nos colocar em seulugar e buscar entender seu ponto de vista,ou nos perder pensando se concordamos ounão com o que está sendo dito e preparandonossa fala para quando ela terminar. Conver-se com a turma sobre esse desao, que é co-mum a todos nós. Aproveite o momento paraavaliar como está a sua escuta, anal as crian-ças e os adolescentes também aprendem aouvir quando percebem que são ouvidos.

    Desde o início do projeto é importante queos encontros de todas as etapas – SENTIR,IMAGINAR, FAZER e COMPARTILHAR – se- jam registrados por meio de fotos e vídeos e

    SeNTir

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    1. Conhecer o Criativos da Escola2. Listar o que gostaríamos de mudar3. Chegar a um consenso4. Criar um título para nosso projeto

    que guardem tudo o que for produzido.

    Esse material será utilizado para compora apresentação nal do projeto, na etapaCOMPARTILHAR.

    Imagens do “antes” e “depois” ilustram oimpacto da ação que será realizada na etapaFAZER. Por isso registre tudo o que o grupoachar pertinente. Também é interessante gra-var as impressões da comunidade, de fami-liares, de professores e de outros estudantes

    sobre a problemática escolhida e o projetodesenvolvido. Os depoimentos poderão sertranscritos ou exibidos no nal, reforçandoainda mais o potencial de transformação doprojeto desenvolvido pelos participantes.

    Verique se a instituição onde você irá de-senvolver o projeto tem máquina fotográcaou lmadora e peça emprestado durante oprocesso. Se alguns alunos tiverem celular,

    essa também pode ser uma ótima oportu-nidade para incentivá-los a usá-los. Produzirconteúdo – e democratizar essa produção– passa pelo uso de ferramentas que, hoje,estão mais disponíveis, como os celularescom câmera.

    Caso não tenham nenhuma ferramenta digi-tal disponível, também é possível ilustrar otrabalho com desenhos, colagens, maquetes

    e outros recursos.

    PASSOS

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    Para mobilizar as crianças e os adolescentes,é importante contar o que é o Criativos daEscola , onde ele surgiu e quem participadele ao redor do mundo. Aproveite os ma-teriais disponíveis no site. Se puder, leve ummapa- múndi ou um globo terrestre e mostreonde ca a Índia – país no qual surgiu o pro- jeto – ou mesmo os outros países cuja histó-ria de transformação você escolheu contar.

    O compartilhamento dessas iniciativas farácom que eles compreendam a amplitude domovimento e se mobilizem a participar.

    “Se tem tantas pessoas pelo mundo provan-do que é possível transformar a realidade,eu também posso!”

    É essa sensação de “Eu posso!” que queremosdespertar nesse momento.

    1. Conhecer o Criativos da Escola

    Aproveite para antecipar algumas etapasdo projeto e dar uma visão geral do que virápela frente. Conte também que no nal elesterão a chance de dividir o que zeram comoutros colegas, com a família e com criançase adolescentes de outros cantos do mundo –essa perspectiva funciona como uma motiva-ção durante o processo e estimula o engaja-mento e a qualidade do projeto. Anal, o queestá sendo criado será apresentado e vistopor outras pessoas.

    O Criativos da Escola é um movimentomundial do qual vocês passam a fazer partea partir de agora. Apresentar suas etapas esua amplitude tornará a aprendizagem maissignicativa e garantirá engajamento desdeo começo.

    Tempo: 40 minutos (1 horário-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: se o espaço onde você se encontra com as crianças e os adolescentestiver computador e projetor, no site(www.criativosdaescola.com.br) é possível baixar uma apresentação sobre oprojeto e ter acesso a vídeos que contam histórias brasileiras e de outros países.Baixe e grave num DVD ou pen drive, ou assista diretamente na internet, se forpossível. Se a escola não tiver esses recursos, você pode contar algumas histórias

    que estão descritas no mapa-múndi, que se encontra na página 2 deste materialcomo forma de instigar a curiosidade dos participantes.Grupo completo

    SENTIR

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    Sugerimos que, desde o primeiro encontro, oespaço seja organizado no formato de “rodade conversa”, sempre que você optar portrabalhar com o grupo inteiro (e não em sub-grupos). As rodas favorecem a inclusão detodos, já que nelas é possível que as pessoasse olhem e sejam vistas, além de promover osentimento de pertencimento ao coletivo ea sensação de que estão todos juntos nesteprojeto.

    Às vezes, a tarefa de dispor as cadeiras emcírculos não é fácil e acaba ocupando umtempo precioso. Caso ache mais prático, ava-lie a possibilidade de reservar outra sala oumesmo o pátio para esses encontros.

    + DICA

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    Nesta etapa do projeto é essencial criar umambiente favorável para que os participan-tes possam expressar seus sentimentos. Nonosso dia a dia, nem sempre falamos comonos sentimos ou estimulamos as criançase os adolescentes que o façam. Acabamosguardando as emoções para nós mesmos –o que, em alguns casos, diculta as relaçõesinterpessoais e nosso próprio processo deautoconhecimento.

    Por isso, antes de pedir às crianças e aos ado-lescentes para que comentem situações quegostariam de mudar, uma sugestão é abrir oencontro com uma roda de conversa sobreos sentimentos.

    “O que lhe deixa feliz? O que lhe deixa triste?Você tem medo do quê? Quando você sente

    raiva? Quando você se sente orgulhoso?”Para encorajá-los, você pode iniciar a conver-sa contando situações que lhes despertamesses sentimentos. Aproveite para perguntarquem já se sentiu assim e, com o tempo,traga para a conversa novos sentimentos. Àmedida que outras pessoas forem se expres-sando, mais os colegas se sentirão encoraja-dos a fazê-lo. Essa rodada ajudará a aquecero grupo e a prepará-lo para a atividade

    principal do dia.

    2. Listar o que gostaríamos de mudar

    Peça às crianças ou aos adolescentes quepensem e sintam situações que incomodam.Eles podem (e devem!) anotar qualquer coisaque surja – o momento é o da expressãolivre, sem ltros.

    Comece sugerindo que eles tragam situaçõesda escola, depois da vizinhança e do bairro.Vale também falar da cidade e do país! Incen-tive-os a pensar não só no espaço físico mastambém nas atitudes das pessoas e na formacomo se relacionam e se sentem.

    A reexão sobre as situações que nos inco-modam deve acontecer em três dimensões.A dimensão física inclui o espaço, os móveis,o meio ambiente, a estrutura e os recursosdisponíveis (salas, computadores, parques,hospitais etc.). A dimensão social está rela-cionada à maneira como nos comportamos(por exemplo, se há discriminação, precon-ceito, conitos, desperdício). E, por m, existea dimensão emocional, na qual podemoscomentar como nós e os demais nos senti-mos (ansiedade diante das provas na escola,medo diante da violência no bairro, entreoutros). Durante a atividade, reforce com osparticipantes a importância de recordaremsituações dentro dessas três dimensões.

    Tempo: 80 minutos a 120 minutos (2 a 3 horários-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: blocos autoadesivos (tipo post-it) ou pequenos pedaços de papelcolorido, ta crepe, canetinha e, se quiser, rolo de papel kraftGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    SENTIR

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    Distribua pedaços de papel colorido oublocos autoadesivos e oriente-os a escreversuas ideias de forma clara e sucinta. À medi-da que forem surgindo, cole todas as propos-tas na parede, na lousa ou em um pedaçogrande de papel kraft, o que facilitará queo material seja guardado e usado nos próxi-mos encontros.

    Solicite aos alunos que se aproximem para

    ler as observações que foram coladas e paraque as agrupem por semelhança. Comotodos farão essa atividade simultaneamente,é possível que discordem em algum momen-to sobre os critérios de agrupamento. Nessecaso, estimule-os a colocar seu ponto devista para o colega e a chegar a um acordocom ele. É importante que todos participeme se envolvam na tarefa. Não é preciso orga-nizar a dinâmica, todos falarão e trabalharão

    ao mesmo tempo.No nal, todas as observações estarão agru-padas em “nuvens”. Repasse com o grupo ospontos de cada uma delas e peça que no-meiem cada nuvem de maneira que possamidenticá-las mais facilmente. Escreva a fraseescolhida num pedaço de papel e cole-a jun-to à nuvem correspondente. As crianças e osadolescentes poderão sugerir novas mudan-

    ças nos agrupamentos.

    1| Durante todo o processo do Criativos daEscola , você pode trabalhar com a classeinteira ou dividir a turma em grupos de cercade cinco estudantes e deixar que cada grupoescolha um tema diferente. Se optar por umgrupo único de trabalho, mesclar dinâmicastambém é possível. Por exemplo: comece aetapa SENTIR com a turma toda e divida-a

    no IMAGINAR e FAZER para a implementa-ção.

    2| Aproveite a oportunidade desse trabalhopara que a prática de falar sobre como nossentimos se torne um hábito no grupo. Esti-mule as crianças e os adolescentes que es-tiverem trabalhando com você a trazer seussentimentos para os diálogos e as reexõesvivenciadas ao longo do projeto. Acostume-

    se a perguntar: “Como você se sentiu? Comovocê está se sentindo? Como você se sentiriase...?”.

    + DICAS

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    Depois de identicados os possíveis temas,convide os alunos a decidir quais deles serãotrabalhados. Para ajudá-los a escolher algoque realmente os incomode, peça que rei-tam sobre como cada ponto listado os afeta epor que resolver aquela questão é importan-te para eles.

    Dê espaço para que as diferentes opiniõesse expressem e sejam ouvidas. As crianças e

    os adolescentes deverão expor seus pontosde vista apresentando ao grupo argumentosque demonstrem por que defendem a esco-lha daquele tema.

    Recomende que os participantes não se ape-guem a uma preferência, nem critiquem ascolocações dos demais. É preciso estar abertopara ouvir as justicativas de seus colegas epara repensar suas escolhas. O debate é uma

    experiência rica que ajuda a desenvolver ahabilidade de falar em público, a organizaçãodas ideias e a construção da argumentação.

    Procure ajudar o grupo a chegar a um con-senso. Para isso, não apresse a tomada de de-cisão. Aproveite essa oportunidade para quea turma vivencie o debate. Uma escolha feitasem debate pode fazer com que os autoresdas ideias que não forem eleitas não com-

    preendam a decisão, saiam chateados e sedesmotivem para prosseguir com o projeto.

    1| Não é preciso escolher apenas um tema detrabalho. Se estiver orientando a sala inteira,talvez haja espaço para escolher mais de um

    foco. Mas, se forem pequenos grupos, é me-lhor cada um se especializar em uma ques-tão. Se dois grupos decidirem pelo mesmoponto, argumente que é importante que aescolha seja diferente, a m de que os impac-tos sejam ainda maiores.

    Caso os grupos não se convençam e preramtrabalhar na mesma situação, recomendeque troquem ideias ao longo do processo e

    procurem chegar a um plano de ações con- junto para alcançar resultados maiores.

    3. Chegar a um consenso

    Tempo: 30 a 40 minutos (2/3 a 1 horário-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: papéis da atividade anterior e ta crepeGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    SENTIR

    + DICAS

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    2| Se o consenso não for possível, antes departir para a votação, pergunte quem quer

    representar cada um dos temas mais escolhi-dos. Dê alguns minutos para que os volun-tários apresentem argumentos que possamajudar a turma a fazer sua escolha. Só depoisfaça a votação.

    Outra possibilidade é reunir a equipe e ela-borar juntos uma lista de pontos positivose negativos para cada uma das ideias. Emseguida, pedir que cada um vote numa delas.

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    Invista em um tempo com o(s) grupo(s) paracriar uma frase que sintetize o tema que deci-diram trabalhar. Escreva-a em uma cartolina exe em um lugar onde todos possam ver. Issogarantirá que as crianças e os adolescentes semantenham focados ao longo do processo.

    Se estiver trabalhando com a sala divididaem pequenos grupos, é interessante pedirque cada um deles apresente sua frase para

    o restante da turma, expondo brevemente asrazões que o levaram a escolher essa questãopara “atacar”.

    4. Criar um título para nosso projeto

    Mais do que uma frase, a ideia é ter um título.Os versos de uma música ou de um poemapodem inspirar o grupo – se quiser peçaque pesquisem algumas referências de quegostem e tragam para o encontro. Criar umarima também é uma forma de tornar o títulomais forte e fácil de memorizar. Veja algunsexemplos reais da EMEF Padre José Pegoraro,

    em São Paulo:“Sala sem vida até desanima/Comida sem tempero dá desespero./A naturezaé coisa séria, se não cuidar já era”. Em vez dedescrever o aspecto escolhido (por exemplo:“Queremos limpar os banheiros da escola econscientizar os outros estudantes a mante-rem esse ambiente limpo”), estimule os alu-nos a criar um título para ele (por exemplo:“Banheiro limpo é mais saudável!”).

    Tempo: 10 a 20 minutos (1/3 a 1/2 horário-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: cartolina e ta crepeGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    SENTIR

    + DICA

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    Nesta etapa, as crianças e os jovens vãoinvestigar a situação que escolheram traba-lhar e, com base em suas descobertas, criarsoluções para ela.

    É o momento de exercitar a escuta e a ob-servação, de se colocar no lugar do outroe tentar compreender a questão a partirde diferentes pontos de vista. É também aoportunidade de pesquisar e procurar maisinformações e dados que ampliem o entendi-mento sobre o tema.

    Cone na capacidade de seus alunos de criar

    soluções criativas e transformá-las em pro-postas viáveis.

    5. Observar, pesquisar e entrevistar

    6. O que aprendemos?7. Ter (muitas!) ideias8. Escolher o que fazer

    PASSOS

    imaginar

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    Agora, as crianças e os adolescentes devemaprofundar ainda mais seu conhecimentosobre a situação que desejam melhorar. Vocêconduzirá o grupo em um processo de inves-tigação. É hora de sair a campo para observare conversar com outras pessoas para enten-der suas opiniões e como e por que a proble-mática escolhida acontece.

    Nesse momento podem surgir no grupoalgumas perguntas que despertem nos alunosa vontade de pesquisar mais sobre o tema. Àsvezes a situação que eles escolheram aconte-ce em outros lugares ou mesmo é consequên-cia de um problema maior. Nesse caso, le-vantar dados, ler notícias de jornal e procurartextos e vídeos que tratem do assunto ajudaráa mergulhar na questão. Incentive o grupo apesquisar esses materiais e aproveite o mo-mento para recordar alguns conteúdos que játenham sido trabalhados, ou mesmo convidarum professor de outra disciplina a colaborarcom esse resgate. Relacionar a prática com oconteúdo é uma ótima fórmula!

    O objetivo dessa etapa é entender a causaprincipal da situação escolhida e fazer comque os alunos se coloquem no lugar do outroe entendam que a solução deve atender atodos os envolvidos.

    Se, por exemplo, eles escolheram como focoo parque próximo à escola que está sempre

    5. Observar, pesquisar e entrevistar

    sujo, devem ir ao parque, observar que tipode lixo há espalhado por lá etc. Por meiode conversas com as pessoas que visitam oparque ou que cuidam dele, devem tentarentender os motivos de o lugar estar assim.

    Convide os estudantes a planejar as etapasde sua investigação. Que locais deverão visi-tar? Que pessoas estão envolvidas direta ouindiretamente com a questão? Com quais de-las seria interessante conversar? Que temasseria importante pesquisar?

    Cada integrante do grupo tem habilidades einteresses diferentes. Ajude-o a perceber suavocação e a dos colegas para aproveitá-lasda melhor maneira nessa etapa e ao longodo projeto. Depois de elencar as etapas dapesquisa, pergunte para cada um deles qualatividade gostaria de fazer e com qual delasacredita que poderá contribuir mais.

    Tempo: 120 a 160 minutos (3 a 4 horários-aula)Tipo de tempo: pode ser interrompidoMaterial: bloco de anotações, celulares com câmera ou máquinasfotográcas/lmadorasEquipes de 4 a 5 pessoas

    imaginar

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    Quem gostar mais de pesquisar poderáfazê-lo. Quem tiver mais facilidade de entre-vistar poderá sair a campo. O grupo tambémpoderá colaborar com essa divisão de tarefasindicando um participante para fazer umadeterminada atividade e justicando sua

    sugestão por meio da qualidade que acreditaque ele tenha e que poderá contribuir para arealização da atividade.

    Oriente-os, durante a pesquisa, a registrartudo que lhes chame a atenção e a docu-mentar da melhor maneira possível sua in-vestigação. Podem anotar, fotografar e lmar,sempre pedindo as permissões necessárias.Todos esses registros serão a matéria-prima

    para a produção de uma apresentação ou deum vídeo sobre o projeto no nal.

    1| Os alunos devem se preparar para essasentrevistas e estar prontos para responderperguntas e contra-argumentar. Sugira quese organizem e aproveitem as habilidadesde cada um dos participantes: quem será oentrevistador, quem cará responsável poranotar tudo, quem será o observador. Peçapara que criem um roteiro de perguntas a mde guiá-los ao longo do papo, dando prefe-rência a perguntas abertas (e não perguntas

    com resposta “sim” ou “não”), que estimulemas pessoas a contar suas experiências e aexpressar suas opiniões e emoções.

    2| Além de entrevistar pessoas que estãoenvolvidas com a questão, trazer um especia-lista para dialogar com as crianças e os ado-lescentes pode ser interessante. Vale desde oprofessor de outra disciplina relacionada como tema trabalhado até uma pessoa de fora doconvívio dos estudantes. Por exemplo, se eles

    + DICAS

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    estiverem trabalhando para melhorar a dietados alunos da escola, possibilite que conhe-çam a nutricionista e conversem com ela. Adiversidade de pessoas permite a diversidadede visões.

    3| Outras dicas e recomendações para asentrevistas que você pode passar aos partici-

    pantes são:a. Ouvir com atenção o que o entrevistadodiz.

    b. Deixar de lado as opiniões pessoais.Enquanto o entrevistado fala, devemosaquietar nossos pensamentos, e não cardiscordando ou concordando. Apenasouvir, sem julgamentos.

    c. Questionar com frequência “por quê?”.Esse tipo de pergunta instiga o entrevista-do a explicar como ele pensa e se sente.

    d. Evitar interromper as pessoas. Deve-seouvir mais do que falar.

    e. Se ouvir algo surpreendente, explorar oque foi dito criando novas perguntas que

    deem a oportunidade de o entrevistadofalar mais. Não devemos ter receio de sairdo roteiro de perguntas original.

    f. Lembrar-se que o corpo fala. Devemosestar atentos não só ao que é dito comotambém aos sinais não verbais. Percebero tom de voz do entrevistado e a posturade seu corpo enquanto fala, e anotar essasobservações, são atitudes valiosas na horade analisar a entrevista.

    4| Nas páginas a seguir você encontrará duaschas de apoio (“Guia para entrevistas” e“Roteiro de observação”) que podem ajudartanto na realização das entrevistas e nas ob-servações quanto na análise do que apren-deram com base nelas. Se quiser, imprima eentregue para os grupos como sugestão deroteiro.

    Nas duas chas, há um espaço para anotar oque se concluiu e aprendeu a partir das ob-servações e das entrevistas. Peça às criançase aos adolescentes que deixem para preen-cher esses campos no próximo passo: “O queaprendemos?”.

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    Fichas de apoio Guia para entrevistas

    1. Nome do entrevistado:

    2. Qual a relação do entrevistado com a situação que escolhemos trabalhar?

    3. Por que achamos importante conversar com ela/ele?

    4. O que gostaríamos de perguntar?Montem um roteiro de perguntas que deem a oportunidade de o entrevistado expressar suas opiniões eseus sentimentos.

    imaginar

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    6. O que aprendemos com essa entrevista que não sabíamos antes de fazê-la?

    5. Nossas anotações durante a entrevista.Procurem fazer um registro detalhado das respostas dos entrevistados. Esse material é fundamental paraentender as necessidades e as expectativas dos envolvidos. Escolham uma ou duas pessoas do grupo parafazer essas anotações. De preferência, alguém que só se preocupe em anotar. É possível também gravar aentrevista, só áudio ou vídeo, e depois ouvi-la novamente com calma para fazer as anotações.

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    Roteiro de observação

    Lembrem-se que é possível observar os am-bientes, como as pessoas se relacionam comeles e como se relacionam entre elas. Estejamalertas a todas essas dimensões e procuremobservar e anotar aspectos relacionados atodas elas.

    Nem tudo o que pode ser aprendido ao ob-servar uma situação pode ser visto. Há aspec-tos que são somente percebidos, por isso usetodos os seus sentidos!

    Durante as observações, preencham a pri-meira coluna (O que observamos por meiode nossos sentidos?). Depois se reúnam ediscutam o que foi observado e resumamsuas descobertas na segunda coluna (O que

    aprendemos e concluímos a partir do queobservamos?).

    Fichas de apoio

    imaginar

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    O que observamos por meio de nossos sentidos?

    O que aprendemos e concluímos a partir do que observamos?

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    É importante reunir o grupo para discutirtudo o que foi aprendido e concluído noestudo aprofundado que foi feito. Peça paraas crianças e os adolescentes organizar suasdescobertas, pois isso irá ajudá-los a chegar aseu real desao.

    Resgate com eles as chas de apoio quecomeçaram a preencher na etapa anterior(“Guia para entrevistas” e “Roteiro de obser-vação”). Eles deverão recordar o que foi ditonas entrevistas e observado. Essa é a hora deo grupo analisar o que pesquisou e começara chegar a algumas conclusões.

    6. O que aprendemos?

    Tempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: pode ser interrompidoMaterial: anotações ou gravações que os alunos zeram durante as pesquisasGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    Caso tenham optado por fazer uma pesquisado tema, devem trazer os materiais a quetiveram acesso. Como cada pessoa do grupose dedicou a uma atividade, oriente a darespaço para que todas falem o que viram e oque aprenderam.

    A seguir você encontra a cha de apoio

    “Nossas descobertas e nosso desao”. Du-rante o resgate das entrevistas, observaçõese pesquisas que foram realizadas, peça aogrupo que resuma seus achados nela.

    imaginar

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    1| Depois que os alunos tiverem sintetiza-do seus aprendizados, use uma ferramentasimples – inspirada no Design Thinking. Os“5 PORQUÊS” vão ajudá-los a ir mais fundo naquestão e a pensar suas verdadeiras causas.O número de “porquês” pode ser menor oumaior do que cinco. O importante é incenti-var a reexão nas crianças e nos adolescen-tes. Eles só devem parar de perguntar “porquê?” quando acreditarem que chegaram àraiz do problema.

    Vamos usar o exemplo do projeto “Banheirolimpo é mais saudável!” para explicar essaferramenta.

    O primeiro “porquê” deve abordar a temáticaescolhida pelos alunos e os demais serãoformulados a partir da resposta à questãoanterior.

    Assim:

    Isso irá mostrar ao grupo que, quando forpensar numa solução para o banheiro sujo,deverá criar algo que ajude as crianças aperceber as consequências do desperdício derecursos. Como conscientizar os alunos sobreo desperdício de papel? O banheiro não estásujo por falta de lixeiras, mas por desperdíciono uso do papel.

    2| Não existem respostas únicas para cadauma das perguntas “Por quê?”. Na questão“Por que os cestos estão sempre cheios?”,por exemplo, uma possível explicação se-ria a falta de limpeza periódica e constantedo banheiro. Os alunos devem consultar osdados que levantaram para checar se a fre-quência de limpeza é realmente baixa. Casonão tenham essa informação, vale a penacorrer atrás dela. Isso os impedirá de chegara conclusões erradas e, portanto, criar açõesque não resolvam a questão escolhida.

    3| Se houver mais de um grupo trabalhandocom a mesma questão ou se você tiver opta-do por trabalhar um único tema com a salainteira, reserve um tempo adicional para queos estudantes compartilhem suas descober-tas com os colegas.

    4| É possível que os alunos, nesse momento, já comecem a imaginar soluções. Isso é bom,mas tente manter o foco na consolidação doaprendizado.

    Por que os banheiros estão sujos?Porque as crianças jogam papel no chão.

    Por que as crianças jogam papel no chão?Porque os cestos estão sempre cheios.

    Por que os cestos estão sempre cheios?Porque as crianças estão usando muito papela cada vez.

    Por que cada criança usa tanto papel para secaras mãos?Porque elas têm esse hábito.

    Por que as crianças têm o hábito de usar tantopapel?Porque elas não percebem as consequências dodesperdício de recursos.

    + DICA

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    Nossas descobertas e nossos desafios

    1. Quem são as pessoas prejudicadas pela situação?

    Depois das observações e das entrevistas que os alunos zeram é o momento de discutir emgrupo o que descobriram. A partir dessas descobertas vocês denirão juntos qual o desao quedesejam enfrentar para reverter a situação que os incomoda.

    2. Como se sentem diante dela?

    Fichas de apoio

    imaginar

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    3. Quais são as atitudes que elas e outras pessoas têm e que tornam a situação pior?

    4. Quais são as características do ambiente que intensicam o problema?

    5. Qual o nosso real desao?

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    É hora de reunir o grupo para ter ideias.Todas devem ser estimuladas – nenhumaé ruim ou inadequada. Peça para os alunosque anotem todas as sugestões, sem julga-mentos. Tenha paciência e cone: as ideiassurgirão!

    Se toda turma estiver trabalhando na melho-ria de um único aspecto, prenda uma grande

    folha de papel ou várias cartolinas na lousae reúna todo o grupo diante delas. Peça aosalunos que digam em voz alta toda ideiaque tiverem.

    Se achar que os alunos se sentirão maisencorajados a dar suas sugestões em gruposmenores, divida a sala. Peça a cada equipeque liste suas soluções, depois solicite quecompartilhe com toda a turma e monte as

    propostas em uma grande lista.

    Se já estiver trabalhando com sala divididaem grupos com focos diferentes, peça quese reúnam. Distribua post-its ou pedaços depapel colorido e solicite que nos primeiros5 minutos cada um liste suas ideias indivi-dualmente. Depois, que contem para os seuscolegas o que pensaram. Nesse momento,o grupo poderá complementar as ideias ou

    mesmo criar novas propostas, sempre ano-tando, para não esquecer, o que as pessoaspensaram.

    7. Ter (muitas!) ideias

    Tempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: rolo de papel kraft ou cartolina, papéis coloridos oupost-its, canetinhas e ta crepeGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    Algumas regras podem ajudá-lo a conduziruma sessão de “tempestade de ideias” desucesso. Vale a pena compartilhá-las comos alunos antes do início. Conra:

    a. Não julgue – nessa etapa não existemideias ruins. Quanto mais propostas,melhor!

    b. Encoraje qualquer tipo de ideia – mes-mo que ela não pareça realista, podeinspirar outra pessoa a fazer uma novasugestão.

    c. Mantenha o foco – para fazer a “tempes-

    tade de ideias” render o máximo possível,concentre-se na problemática escolhida.

    imaginar

    + DICA

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    d. Uma fala por vez – todas as ideias mere-cem ser ouvidas; novas propostas podemsurgir a partir delas.

    e. Seja visual – se for preciso desenheaquilo que imaginou para explicar aosamigos. Uma imagem vale mais do quemil palavras.

    f. O que vale é a quantidade – uma boaideia sempre surge com base em váriasoutras.

    g. Construa a partir das sugestões com-partilhadas pelos demais – sempre pense“e se...” em vez de “mas...”.

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    Reúna todas as propostas apresentadas epeça ao grupo que comece a debatê-las. Osalunos precisam escolher uma ação ou mais– para isso, é possível combinar ideias. Valechecar se elas realmente “atacam” a principalcausa da situação escolhida.

    Resgatar a técnica dos “5 PORQUÊS” podefacilitar a discussão, assim como recordar oreal desao que o grupo estabeleceu paraseu trabalho na cha “Nossas descobertas enossos desaos”.

    Procure estimular o grupo a chegar a umconsenso a partir do debate de ideias. Mas senão for possível, adote mais uma vez a vota-ção.

    8. Escolher o que fazer

    É possível seguir o modelo de votação emdois estágios: na primeira rodada de votação,peça às crianças e aos adolescentes que esco-lham três ideias que mais gostaram. Depois,na segunda rodada, solicite que escolham,dentre as ideias mais votadas, a sua prefe-rida. Nessa etapa é importante pedir queexpliquem seus votos - assim, os autores daspropostas que não forem escolhidas enten-derão o ponto de vista do outro (e podematé ser convencidos!) e partirão para a açãoanimados, e não aborrecidos.

    Se toda a turma estiver trabalhando com omesmo foco, pode haver espaço para reali-zar mais de uma ideia. Nesse caso, escolhacom as pessoas algumas das propostas maisvotadas e peça que se dividam em equipesde acordo com sua preferência individual. Éimportante que cada aluno escolha o grupocom o qual quer trabalhar motivado pelaideia que mais o mobiliza.

    Se a turma já estiver dividida em grupos comfocos de trabalho diferentes, peça que cadaequipe escolha a ideia preferida.

    Tempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: cartolinas ou papéis onde foram anotadas as ideiasGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    imaginar

    + DICA

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    Nessa etapa, meninos e meninas concretiza-rão suas ideias e perceberão que são capa-zes de produzir mudanças e melhorar seuentorno.

    Apoie o grupo nas ações que irá realizar eincentive-o a registrar os trabalhos por meiode fotos e vídeos. Esse material será muitoimportante para o compartilhamento dosprojetos.

    9. Bolar um plano

    10. Colocar em prática

    PASSOS

    fazer

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    Ação denida, é hora de colocar a mão namassa! Ajude o grupo a construir um planode execução: como a ação será realizada? Oque é preciso para que ela aconteça? A equi-pe precisa de alguma autorização? De quem?Qual é o cronograma de ação? Quem seráresponsável pelas atividades individualmen-te? Quais são os recursos necessários paraimplementar a ação? Como esses recursos se-rão obtidos? Apoie a turma na elaboração de

    um plano de trabalho com prazos denidos emantenha-o em um local onde todos possamacompanhar o andamento.

    9. Bolar um planoTempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: pode ser interrompidoMaterial: cartolinas ou papéis onde foram anotadas as ideiasGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    1| Acompanhe de perto como cada um dosgrupos planejará a execução de suas ideias.

    Eles precisam ter claro o que pretendem al-cançar, como o farão e as etapas que deverãocumprir para atingir seus objetivos. Sugeri-mos duas chas de apoio: Detalhamento daideia (pág. 37) e Plano de ação (pág. 38).

    2| Pode ser interessante, neste momento,pedir que façam um protótipo do projeto.Desenhar, fazer uma maquete ou uma pe-quena encenação teatral pode ajudá-los a

    compreender melhor a visão de cada umsobre a ideia e assim denir o que queremfazer. Os protótipos devem ser simples e

    úteis, pois a intenção é ilustrar e comunicar oque querem para o grupo. Crie um momentopara que eles expliquem suas ideias. Isso osajudará a perceber aspectos que precisam sermais bem planejados ou até repensados.

    3| Para aqueles projetos que precisam de re-cursos, incentive as crianças e os adolescen-tes a imaginar alternativas para arrecadá-los.Comece pedindo que façam uma lista do que

    será preciso (tintas, pincéis, mudas de árvo-res, madeira etc). Depois sugira que com-pletem esse levantamento com o nome e alocalização dos estabelecimentos comerciaisque vendem esse tipo de material na região.

    Incentive-os a ir até esses estabelecimentos econversar com seus donos a m de vericar apossibilidade de doações. Os alunos deverãose apresentar, falar sobre o projeto e expor

    argumentos que sensibilizem o comerciante.Se nem todos os materiais forem obtidos pormeio de parcerias, os participantes deverãoplanejar ações para arrecadar os fundos ne-cessários para a compra do que ainda falta.

    Antes de tudo, é importante fazer um levan-tamento do preço dos itens que precisamcomprar, assim terão noção da quantia a serarrecadada. Organizar bazares, leilões ou rifas

    são algumas das possibilidades. O funda-mental é que todas as iniciativas partam dosparticipantes e sejam capitaneadas por eles.

    fazer

    + DICAS

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    3. O que precisamos para colocar nossa ideia em prática? Como conseguiremos essesrecursos?

    2. Quais objetivos pretendemos atingir com essa ideia?

    1. Qual ideia escolhemos?(Lembrem-se de escolher aquela ideia que melhor “ataca” as causas da situação que escolheram.)

    Fichas de apoio Detalhamento da Ideia

    fazer

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    É hora de se organizar para implementar a ideia!

    T A R E F A S

    ( O q u e pr e

    c i s a s er f ei t o

    p ar a

    c ol o

    c ar

    ai d

    ei a

    em

    pr á t i c a

    ? )

    P E S S OA S

    E NV OL V I DA S

    ( Q u em s er e

    s p on

    s a b i l i -

    z ar á

    p el a

    t ar ef a

    ? )

    R E C UR S O S

    ( M a t er i ai s

    q u e pr e

    c i s am

    o s )

    P R A Z O

    ( A t é q u e d i a

    c a d a um

    a

    d a s t ar ef a

    s d ev er á

    s er

    r e al i z a

    d a ? )

    Fichas de apoio Plano de Ação

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    10. Colocar em práticaTempo: varia de acordo com a açãoTipo de tempo: pode ser interrompidoMaterial: varia de acordo com a açãoGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    A partir de tudo o que foi planejado, o grupodeve executar a ação.É hora de ver acontecer!

    1| Lembre seus alunos de tirar fotos, fazervídeos, anotações e desenhos, pois essesregistros serão importantes para construir ahistória do projeto na etapa COMPARTILHAR.

    2| Imprevistos acontecem. Deixe-os lidar comeles na medida do possível. Isso enriqueceráainda mais o processo.

    3| Durante toda a etapa do FAZER, organi-ze avaliações contínuas com o grupo. Seas ações não saírem da maneira planejada,encoraje os participantes a reetir sobre oque aconteceu e o que poderia ter sido feitode outra forma. Esse exercício é um ótimoinstrumento para orientar eventuais “corre-ções de rota”. No Passo 13 será o momentode avaliar o projeto – erros e acertos ensinammuito também!

    fazer

    + DICAS

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    11. Apresentar o projeto

    12. Divulgar o projeto13. Avaliar o processo e os resultados

    É hora de divulgar o projeto para a escola,para os pais e para a comunidade. Celebrar oesforço e a dedicação de todos e agradeceràqueles que colaboraram.

    Valorize o que foi feito, pois esse processopode inspirar outras crianças e adolescentes.A mensagem é poderosa: “Se eu z, vocêtambém pode fazer!”.

    PASSOS

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    É interessante mostrar para os participantesque eles não são os únicos que estão lutandopara melhorar a realidade. Há outras criançase outros adolescentes pelo mundo fazendo omesmo!

    Por isso, o material produzido pelos alunospara divulgar seus trabalhos deverá ser colo-cado na galeria de projetos do site Criativosda Escola . Avalie com o grupo se é preciso

    fazer alguma alteração ou melhoria. Vocêpoderá ajudar a gravar algumas declaraçõesdos integrantes da equipe e aproveitar outraslmagens que foram feitas ao longo do pro- jeto para produzir com eles um vídeo. Se forpossível, peça ajuda ao professor de inglêspara legendar o vídeo ou crie uma versão daapresentação nesse idioma – assim um nú-mero ainda maior de participantes, de outrospaíses, poderá conhecer a iniciativa.

    Fique atento ao período de inscrição doDesao Criativos da Escola no site. Inscre-ver o projeto é mais uma forma de reconhe-cer o seu trabalho e o dos alunos.

    12. Divulgar o projetoTempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: pode ser interrompidoMaterial: todos os registros feitos do projetoGrupo completo ou equipes de 4 a 5 pessoas

    Se você quiser, poderá entrar em contatocom educadores de outras escolas paratrocar experiências e estimular os estudantesa fazer o mesmo. Conheça mais projetos nosite www.criativosdaescola.com.br

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    + DICA

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    É hora de reetir e conversar sobre os proje-tos realizados. Apresente algumas questõespara estimular o bate papo:

    Do que eles mais gostaram?O que eles aprenderam?O que teriam feito de diferente?O que foi difícil?

    Se achar melhor, comece a atividade comum momento individual, no qual cada umirá reetir sobre as questões e anotar suasrespostas em um papel colorido. Combineuma cor para cada uma das perguntas, assimserá mais fácil montar um painel com asrespostas.

    Depois, abra uma roda de conversa ondetodos terão a oportunidade de se expressar.Mostre para os alunos como o projeto os

    ajudou a ver as situações de uma maneiradiferente e como eles aprenderam a ter umaatitude ativa diante do que não gostam. Essenovo olhar e essa postura diferente os acom-panharão pela vida!

    13. Avaliar o processo e os resultados

    Se tiver a oportunidade de seguir traba-lhando com essa turma e estiver motivadoa ampliar os projetos – e sentir que a equipetambém está –, poderá aproveitar esse mo-mento para fazer uma reexão com o gruposobre os próximos passos.

    O que não foi feito durante o projeto quevocês gostariam de ter feito?

    O que vocês zeram mas acreditam que nãomerece ser feito novamente?

    O que foi realizado e que vocês acreditamque deveria ser feito novamente da mesmaforma ou de maneira ainda melhor?

    Tempo: 40 a 80 minutos (1 a 2 horários-aula)Tipo de tempo: contínuoMaterial: papéis com quatro cores diferentesGrupo completo

    compartilhar

    + DICA

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    Queremos saber sua opinião!

    O que você achou deste materialde apoio?Como lhe ajudou?Como o melhoraria?

    Gostaríamos de saber o que você achou des-sa experiência. Isso nos ajudará a melhoraresse material e as ferramentas de formação

    que temos. Por isso, que tal aproveitar asquatro perguntinhas que você usou no Passo13 para fazer uma avaliação e enviar paranós suas respostas e sugestões? Escreva [email protected]

    Do que você mais gostou?O que aprendeu?O que teria feito de diferente?O que foi difícil?

    Essas reexões podem ajudá-lo a pensar:como adaptar melhor essa metodologia paraos seus estudantes e para a sua prática peda-gógica? O que uiu bem e o que “emperrou”o proceso? Ou mesmo: como essa losoapode possibilitar outras mudanças em suavida? Divida com a gente!

    E MUITO obrigado! ;-)

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    participedo desafioO Desao Criativos da Escola reconhece e celebraas histórias de transformação que estão acontecen-do em todo o Brasil. Participe e concorra a prêmios:

    .Viagem para um destino surpresa no Brasil,com muita diversão, trocas e experiências ines-quecíveis

    .R$ 500 para os dois educadores representantesde cada equipe

    .R$ 2 mil para a escola celebrar a conquista e/ouinvestir no projeto

    www.criativosdaescola.com.br

    Você não pode ficar fora dessa!acesse o site e inscreva-se!

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