desenvolvimento afetivo do individuo módulo i

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FACIC FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO Núcleo de Pós-Graduação Rubia Paula Dias da Silva Psicóloga CRP 06/58708 1 2013

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Page 1: Desenvolvimento afetivo do individuo   módulo i

FACIC

FACULDADE DE CIÊNCIAS

HUMANAS DE CRUZEIRO

Núcleo de Pós-Graduação

Rubia Paula Dias da Silva Psicóloga – CRP 06/58708 1

2013

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Conceitos e definições. Referências pessoais / valores. O início do “despertar” para evoluções no processo de desenvolvimento.

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A família, que é uma das instituições mais antigas da sociedade, tem em seu contexto fatores relevantes dirigidos a cada membro deste grupo. Os pais exercem grande papel dentro da família, pois é através deles que a criança dá inicio a seu contato social em nossa cultura. É na família que a criança forma suas primeiras ligações afetivas e encontra seus modelos. Porém, mesmo com todas as mudanças, a família não perdeu seu papel representativo para a manutenção da espécie humana.

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No âmbito da família moderna e contemporânea passou-se, através da história, cada vez mais se admitir que a criança não estava madura para a vida, e que é preciso submetê-la a um regime especial, o que chamamos hoje de educação, como condição para que se integre ao mundo adulto, com isso a família retirou da vida comum não apenas as crianças, mas uma grande parte do tempo e da preocupação dos adultos, isso corresponde a uma necessidade de intimidade, e também de identidade, cujos membros da família unem-se pelos afetos, costumes e gêneros de vida.

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A concretização familiar como grupo social se dá a partir do surgimento de novas gerações, onde são depositadas imagens da criança mesmo antes do nascer, coisas como, expectativas, desejos e idealizações para a continuação cultural. A família depende, em grande parte, de sua organização social, política e econômica para exercer suas funções, sendo esta a instituição responsável pela integração da criança no mundo adulto. Para tanto, deve promover a socialização infantil, na qual a criança aprende a desenvolver seus valores e a canalizar seus afetos, avaliando e selecionando suas relações.

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É no grupo familiar que se inaugura no desenvolvimento psicológico e o sentimento de aceitação social, sendo nesse âmbito que a criança tem suas primeiras e mais importantes relações. Tais relações preparam não só o relacionamento com outras pessoas, mas também a evolução de sua personalidade, o que realmente torna-se necessário para todas as crianças. É a família que, em nossa cultura, dá a criança o suporte para enfrentar dificuldades, o que torna necessário seu entendimento e a aceitação para trabalhar essa possível dificuldade.

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A partir da organização do contato com o outro, que a criança cria um vínculo afetivo com a mãe através da amamentação que logo é substituído por uma relação mais estreita de contentamento tanto para a criança quanto para a mãe.

Nesse período, as relações familiares são de extrema importância para o crescimento e o desenvolvimento do homem, pois o meio é uma circunstância de modelagem e significação para o indivíduo. Aos poucos a diferenciação do meio social e suas mudanças passam a formar grupos que vão conquistando a afetividade de maneira diferenciada de si e dos outros, e conseqüentemente a base do seu próprio “eu”.

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A família é um dos grupos primários da sociedade, que se relacionam diretamente. O sentimento de pertencer, desenvolve-se primeiro dentro do lar, e com base nessas primeiras experiências estende-se mais tarde a vizinhança, aos grupos e a religião a que pertencem. Adquirem-se as primeiras raízes dentro de uma família. Os filhos poderão se sentir positivos, fortes a respeito de si mesmos e desenvolvendo laços emocionais firmes com outras pessoas, fixando-se na vida, alimentarão a segurança e permitirão segurar com êxito as adversidades de sua existência.

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As crianças são muito sensíveis e percebem com facilidade quando a família não corresponde às suas expectativas de segurança.

As relações dos pais com seus filhos são extremamente importantes, cabe a eles o tipo de comportamento que eles terão, ou seja, devem ser modelo a ser seguido. Isto é importante para o desenvolvimento de sua personalidade.

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O equilíbrio e a limitação do comportamento dos pais os levam ao sucesso dos filhos, adquirindo respeito e lealdade deles. Amar não significa ceder e fazer todas as vontades das crianças, e sim devem ser levadas pouco a pouco, a compreender a realidade.

As atitudes dos pais poderão desenvolver uma criança bem estruturada, segura com caráter e personalidade totalmente aceitável.

Segundo WALLON citando na Revista Nova Escola. Edição Especial:

Grandes Pensadores, 2005, p. 42 destaque que:

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A construção do comportamento “eu”, depende principalmente, a partir do momento em que a criança começa viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como instrumento da descoberta de si mesmo, com isso a criança passa a fazer chantagem emocional com a família, então se torna muito difícil conciliar disciplina e tolerância, para que elas controlem o comportamento e atinjam o objetivo, coisa que depende muito de cada indivíduo.

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A unidade social formada pela família é constituída de componentes diferentes, e essa diferença torna difícil seu funcionamento. Muita coisa poderá depender dos pais, de sua sensibilidade para ajustar-se aos esforços que fazem na educação dos filhos.

“O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna” (Nova Escola, Ed. Especial, 2005, p.42).

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A criança poderá ter um desenvolvimento negativo ou positivo, isso dependerá do ambiente em que ela está inserida e de sua relação familiar. Ela é fruto dessa convivência permanente. Sua relação com os pais é um fator de suma importância, a afetividade influi muito neste aspecto.

Nessa fase a criança precisa de carinho e atenção para sua formação. A Família é a base que deverá transmitir segurança e estabilidade na formação do caráter; e a partir dessa base é que seguirá seu caminho.

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O vínculo afetivo com a família é algo extremamente forte, exercendo maior influência sobre a formação e desenvolvimento da criança. As experiências vivenciadas no ambiente familiar podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades como: organização, realização de tarefas, perseverança, atenção entre outras; contribuindo indiretamente para o melhor desempenho escolar. Através de situações que a família proporciona às crianças no cotidiano como: maior proximidade dos pais com os filhos, compartilharem atividades do dia a dia, clima familiar mais tranqüilo são fatores que podem influenciar no desenvolvimento cognitivo. Percebo a necessidade dos pais mostrarem às crianças que mais importante do que o “aprender” é “aprender como aprender”.

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É possível confirmar em Maturana: “Na infância, a criança vive o mundo em que se funda sua possibilidade de converter-se num ser capaz de aceitar e respeitar o outro a partir da aceitação e respeito de si mesma. Na juventude, experimenta-se a validade desse mundo de convivência na aceitação e no respeito pelo outro a partir da aceitação e do respeito por si mesmo, no começo de uma vida adulta social individualmente responsável” (1998:29).

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Modernidade X Família

O extenso histórico da família brasileira veio atravessando muitas transformações importantes que estão inclusas no contexto sócio-político-econômico do país. Os casamentos tinham interesses econômicos e que as mulheres eram apenas reprodutoras. Os filhos, considerados extensão do patrimônio do patriarca, ao nascer dificilmente experimentavam o sabor do aconchego e da proteção materna, pois eram amamentados e cuidados pelas amas de leite.

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No período de vinte anos, várias mudanças aconteceram no nível sócio-político-econômico ligadas ao processo de globalização da economia capitalista, que vem interferindo na dinâmica da estrutura familiar, como a conhecemos, e possibilitando mudanças em seu padrão tradicional de organização.

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O homem conquistou tudo o que sonhou e vive assustado com a dimensão da própria obra. A sociedade necessita de alfabetizadores emocionais, urgentemente. É necessário ensinar ao homem desta era, que ousa brincar tão ardentemente de Deus, a ler, interpretar e administrar as próprias emoções. Procuram-se digitadores da informática humana, técnicos capazes de ensinar a auto-estimulação dos hormônios que formam o padrão químico do bem estar. (BOECHAT, 2003, p. 40)

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Diante do trecho acima, percebe-se o quanto o homem sente-se perdido, ante a imensidão do que conquistou. A relação familiar, também, vê-se perdida diante de inúmeras inovações sociais, morais e físicas, que acabam por alterar toda a estrutura interna do homem.

A relação familiar que, a cada dia, torna-se mais frágil e superficial, provocando a transferência da responsabilidade dos pais a outros como: escola, professores, babás, entre outros. Assim cria-se – na família – um ambiente hostil onde as pessoas não se conhecem, apenas dividem um espaço físico (a casa), mas não se complementam, não se ajudam ou expressam amor umas pelas outras. De acordo com Boechat (2003, p. 42), que fala que “Quem se perdeu não foi o jovem foi o adulto que não está conseguindo ler a modernidade e a confunde com frieza, distanciamento, solidão, perdas”.

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Diante da rapidez com que as coisas estão acontecendo, a relação que se estabelece entre pais e filhos – nesta sociedade moderna – traz uma série de incertezas e inseguranças quanto ao tipo de relação familiar que deve ser construída em família, o que, normalmente, acarreta problemas quanto a adequação do aluno (filho) ao meio social (inclusive à escola).

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Içami Tiba, psiquiatra e psicodramatista, escreveu sobre a importância que a educação familiar tem durante toda a vida do indivíduo, independente da era em que se está inserido, para ele:

A maior segurança para os navios pode estar no porto, mas eles foram construídos pra singrar os mares. Por maior segurança, sentimento de preservação e de manutenção que possam sentir junto aos pais, os filhos nasceram para singrar os mares da vida, onde vão encontrar aventuras e riscos, terras, culturas e pessoas diferentes. Para lá levarão seus conhecimentos e de lá trarão novidades e outros costumes, ou, se gostarem dali, poderão permanecer, porque levam dentro de si um pouco dos pais e de seu país. (TIBA, 2002, p.23)

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Ressalta-se a importância de refletir o quanto a educação e os costumes transmitidos pela família, influenciam à conduta e o comportamento apresentado pelo indivíduo em qualquer local, independente da presença familiar.

O acompanhamento e a relação desenvolvida em família são indispensáveis para que o aluno se insira no ambiente escolar sem maiores problemas.

Para Tiba (1996, p.178) “É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social [...]”.

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Entretanto, com as mudanças sociais, esta relação tem sido afetada cada vez mais. O trabalho, e outras atividades, têm consumido o tempo dos pais que se vêem incapazes de educar seus filhos, atribuindo (erroneamente) este papel – exclusivamente – à escola.

Segundo Tiba (2002, p.180) “[...] percebo que as crianças têm dificuldade de estabelecer limites claros entre a família e a escola, principalmente quando os próprios pais delegam à escola a educação dos filhos [...]”.

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A formatação familiar no Brasil, também sofreu uma série de alterações. Nos últimos vinte anos, a estrutura e a dinâmica familiar sofreram mudanças em seu padrão tradicional de organização devido às evoluções sociais, políticas, econômicas e culturais relacionadas ao capitalismo.

É verdade que a modernidade trouxe uma série de mudanças, inclusive na família, mas tal realidade não isenta a instituição familiar de seu papel educador – primordial ao desenvolvimento e integração do filho à sociedade.

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De acordo com Kaloustian (1988, p. 22) a família é:

[...] é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.

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A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade da criança, desenvolvendo sua criticidade, ética e cidadania refletindo diretamente no processo escolar.

E vemos que a organização familiar não é:

[...] somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social... A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto... A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. (GOKHALE, 1980, p.33)

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UMA MENINA NO CAMINHO SIMPLES

Disse a sua mãe:

Estou seguindo as suas pegadas, mãe, e não quero

cair.

Algumas vezes as vejo nitidamente

Outras vezes mal posso enxergá-las...

Caminhe um pouco mais firme, mãe,

Que é para eu poder lhe seguir.

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Eu sei que há muitos anos você trilhou caminhos

Que eu não quero caminhar.

Conte-me tudo sobre este tempo, mãe,

Que eu preciso saber,

Pois às vezes quando eu duvido, não sei mesmo o

que fazer.

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Caminhe um pouco mais firme, mãe,

Que é para eu poder lhe seguir.

Um dia quando eu crescer,

Você é quem eu gostaria de ser.

Então eu terei uma pequena garotinha,

Que vai querer me seguir.

Page 30: Desenvolvimento afetivo do individuo   módulo i

Eu quero saber conduzi-la à

verdade.

Caminhe um pouco mais firme,

mãe,

Que é para eu poder lhe seguir!

(Autor desconhecido)