declaração de integridade - repositório aberto · 2019. 6. 5. · 1. sistema informático ......

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i Declaração de Integridade Eu, Inês Carreira Carvalho, abaixo assinado, nº14016582, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento. Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica. Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Setembro de 2015 Assinatura: ______________________________________

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Page 1: Declaração de Integridade - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · 1. Sistema Informático ... nº 307/2007, de 31 de agosto [1]. 2.1. Espaço Físico Exterior A farmácia apresenta

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Declaração de Integridade

Eu, Inês Carreira Carvalho, abaixo assinado, nº14016582, aluno do Mestrado Integrado em

Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado

com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por

omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro

que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram

referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte

bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Setembro de 2015

Assinatura: ______________________________________

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Agradecimentos

Nesta última etapa da minha formação académica, gostaria de deixar um agradecimento muito

especial a toda a equipa da Farmácia Portugal de Viseu, que contribuiu para a minha

aprendizagem e o meu crescimento, enquanto pessoa e futura farmacêutica.

À Dra. Maria Alexandra de Oliveira Ribeiro, por me ter dado a oportunidade de estagiar na sua

farmácia.

À Doutora Susana Melo, pela sua contínua transmissão de conhecimentos, orientação, simpatia,

acompanhamento, paciência e apoio incansável no esclarecimento de dúvidas.

À Doutora Cláudia Silva, pela sua prontidão e enorme disponibilidade, transmissão de

conhecimentos e simpatia.

À Ana Filipa Leitão pela transmissão de conhecimentos, boa disposição e pelo espírito de

interajuda.

Ao Sr. Paulo Cardoso e ao Sr. José Gomes pela disponibilidade, companheirismo e transmissão

de conhecimentos.

À D. Fernanda Correia e ao Sr. António Marques pela simpatia, boa disposição e ajuda prestada.

À minha mãe pelo exemplo de coragem, força, companheirismo e dedicação que demonstra em

todos os aspetos da sua vida. Pelo seu apoio e amor incondicional, que me fez ser quem sou, e

estar onde estou.

Aos meus avós pelo carinho, força e apoio prestado em toda a minha vida e por serem um exemplo

de coragem e determinação.

Ao meu namorado pela paciência, apoio, amor e confiança inesgotável, e por nunca me deixar

desistir.

À Joana Almeida, Diana Silva e Berta Lima pelo companheirismo inigualável, pelo espírito de

interajuda e pela disponibilidade interminável.

Aos meus restantes amigos pela força e determinação, por me fazerem rir, mesmo nos piores

momentos, por terem tornado este percurso académico muito mais divertido e por todos os bons

momentos que proporcionaram.

A todos o meu sincero obrigado.

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Resumo

A saúde, e os seus intervenientes, têm conhecido grandes alterações e progressos ao longo dos

últimos anos. Fatores como um crescente acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde e a inversão

da pirâmide demográfica contribuíram para uma reestruturação do papel das instituições de saúde,

tais como as farmácias.

No caso específico da farmácia comunitária, foram as alterações legislativas e a ocorrência de um

ciclo económico negativo que mais marcaram os últimos anos da atividade farmacêutica. A

farmácia comunitária passou de um espaço centrado na preparação de medicamentos e produtos

manipulados, para um local de excelência no que toca à prestação de cuidados de saúde e atenção

farmacêutica ao utente.

No âmbito do estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF),

realizei estágio na Farmácia Portugal de Viseu, entre 20 de abril e 20 de julho de 2015.

O estágio representou uma oportunidade de empregar os conhecimentos teóricos obtidos ao longo

dos cinco anos de formação académica, e adquirir novos conhecimentos práticos através da

participação nas várias atividades descritas.

Todas as tarefas desempenhadas durante estes três meses permitiram-me obter um conhecimento

completo no que respeita ao circuito do medicamento na farmácia, desde a realização da sua

encomenda à dispensa do mesmo ao utente.

Este relatório tem como principal objetivo descrever todas as atividades desenvolvidas e todo o

conhecimento adquirido na realidade profissional da Farmácia Portugal de Viseu, sob orientação

da Doutora Susana Melo, assim como relatar os casos de estudo realizados e o seu contributo na

Farmácia Portugal de Viseu e na comunidade.

O primeiro caso de estudo apresenta-se como uma revisão bibliográfica à epilepsia, uma vez esta

ser a doença neurológica mais presente em todo o Mundo, e teve o objetivo de informa os clientes

da farmácia dos primeiros socorros a realizar perante o sintoma mais comum desta doença, a crise

convulsiva. O segundo caso prende-se com a falta de conhecimento das crianças sobre uma das

doenças que mais as afeta, as alergias, principalmente nesta época, fornecendo um

aconselhamento sobre a patologia, e os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.

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Índice

Resumo ......................................................................................................................................... iii

Índice de Tabelas .......................................................................................................................... vii

Índice de Figuras .......................................................................................................................... vii

Abreviaturas ................................................................................................................................ viii

I – Descrição das Atividades de Estágio ........................................................................................ 1

A - Caraterização e Organização do Espaço Físico e Funcional ............................................. 1

1. Localização e horário de funcionamento .......................................................................... 1

2. Espaço Físico ...................................................................................................................... 1

B - Recursos Humanos ........................................................................................................... 4

C - Fontes de Informação ...................................................................................................... 4

D - Gestão e Administração da Farmácia .............................................................................. 4

1. Sistema Informático .......................................................................................................... 5

2. Sistema de Gestão de Qualidade ...................................................................................... 5

3. Gestão de Stocks ............................................................................................................... 5

4. Encomendas ...................................................................................................................... 6

E – Dispensa de Medicamentos............................................................................................. 8

1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ........................................................................ 8

2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ............................................................... 13

3. Medicamentos e Produtos Manipulados ........................................................................ 13

4. Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário ............................................................... 14

5. Produtos de Cosmética e Higiene Corporal .................................................................... 15

6. Produtos Fitofarmacêuticos ............................................................................................ 15

7. Medicamentos e Produtos Homeopáticos ...................................................................... 15

8. Suplementos Alimentares e Produtos para Alimentação Especial ................................. 15

9. Dispositivos Médicos ....................................................................................................... 15

10. Artigos de Puericultura .................................................................................................. 16

F – Serviços e Cuidados Prestados na Farmácia .................................................................. 16

1. Determinação de Parâmetros Bioquímicos e Fisiológicos .............................................. 16

1.1. Índice de Massa Corporal ........................................................................................ 17

1.2. Pressão Arterial ....................................................................................................... 17

1.3. Glicémia ................................................................................................................... 17

1.4. Perfil Lipídico ........................................................................................................... 17

2. VALORMED ...................................................................................................................... 18

3. Serviços Diferenciados .................................................................................................... 18

4. Formação Contínua ......................................................................................................... 18

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I Tema: “Epilepsia” ...................................................................................................................... 20

1. Epilepsia .................................................................................................................. 20

1.1. Definição.................................................................................................................. 20

1.2. Classificação ............................................................................................................ 20

1.3. Diagnóstico .............................................................................................................. 22

1.4. Antiepiléticos ........................................................................................................... 22

1.5. Interações medicamentosas ................................................................................... 25

1.6. Oscilações de alta frequência (HFO) ....................................................................... 25

1.7. Cirurgia .................................................................................................................... 25

1.8. Neuroestimulação ................................................................................................... 26

1.9. Terapias metabólicas ............................................................................................... 26

1.10. Estatinas .............................................................................................................. 27

1.11. Vitaminas ............................................................................................................. 27

1.12. Conclusão ................................................................................................................ 27

II Tema: “Alergia” ........................................................................................................................ 28

1. Alergia ..................................................................................................................... 28

1.1. Definição.................................................................................................................. 28

1.1.1. Rinite Alérgica ................................................................................................. 29

1.1.2. Conjuntivite Alérgica ....................................................................................... 30

1.1.3. Asma ................................................................................................................ 30

1.1.4. Anafilaxia ......................................................................................................... 30

1.1.5. Alergia a Fármacos .......................................................................................... 30

1.1.6. Alergia a insetos .............................................................................................. 30

1.1.7. Alergias alimentares ........................................................................................ 31

1.1.8. Urticária e angioedema ................................................................................... 31

1.1.9. Dermatite atópica ........................................................................................... 31

1.2. Causas ...................................................................................................................... 31

1.2.1. Genéticas ......................................................................................................... 31

1.2.2. Ambientais ...................................................................................................... 32

1.2.3. Alterações alimentares.................................................................................... 32

1.3. Diagnóstico .............................................................................................................. 32

1.3.1. Teste subcutâneo ............................................................................................ 32

1.3.2. Testes sanguíneos ........................................................................................... 33

1.3.3. Teste de contacto ............................................................................................ 33

1.3.4. Teste de provocação oral ................................................................................ 33

1.3.5. Teste de eliminação ........................................................................................ 33

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1.4. Terapêutica.............................................................................................................. 34

1.4.1. Farmacológica ................................................................................................. 34

1.4.2. Não farmacológica .......................................................................................... 35

1.5. Informação a transmitir à população ...................................................................... 35

1.6. Conclusão ................................................................................................................ 40

Conclusão Final ............................................................................................................................ 41

Bibliografia .................................................................................................................................. 42

ANEXOS ....................................................................................................................................... 46

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Resumo dos registos de envio obrigatório ao INFARMED, segundo a Portaria nº

137-A/2012, de 11 de maio ......................................................................................................... 11

Tabela 2- Classificação da origem ............................................................................................... 21

Tabela 3- Classificação da localização ......................................................................................... 21

Tabela 4- Classificação de convulsões ......................................................................................... 21

Tabela 5 - Antiepileticos de segunda geração ............................................................................. 23

Tabela 6 - Antiepileticos de primeira geração ............................................................................ 23

Tabela 7 - Antiepiléticos, mecanismo de ação e uso clínico ....................................................... 23

Índice de Figuras

Figura 1. Percentagem de crianças dos EUA, entre os 0-17 anos, com alergias nos últimos 12

meses, entre 1997-2011 [32] ....................................................................................................... 28

Figura 2. Cascata imunitária [35] ................................................................................................ 29

Figura 3. Resultados referentes às perguntas indicativas do tema da ação. ................................. 36

Figura 4. Resultados referentes às questões sobre o sistema imunitário. .................................... 37

Figura 6. Afirmação referente a alérgenos .................................................................................. 38

Figura 7. Afirmação referente ao sistema imunitário. ................................................................. 38

Figura 8. Avaliação da apresentação. .......................................................................................... 39

Figura 9. Conceitos aprendidos na formação .............................................................................. 40

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Abreviaturas

AIM - Autorização de Introdução no Mercado

AMPA - Ácido α-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazolepropionico

ANF - Associação Nacional das Farmácias

ATP - Adenosina Trifosfato

BPF - Boas Práticas da Farmácia

CCF - Centro de Conferência de Faturas

CEDIME - Centro de Informação sobre Medicamentos da Associação Nacional das Farmácias

CESD - Cartão Europeu de Seguro de Doença

CGD - Caixa Geral de Depósitos

CIM - Centro de Informação do Medicamento da ordem dos Farmacêuticos

CNPRP - Centro Nacional de Proteção de Riscos Profissionais

DBS - Estimulação Cerebral Profunda, do inglês “Deep Brain Stimulation”

DCI - Denominação Comum Internacional

DM - Dispositivos Médicos

EEG - Eletroencefalografia

EUA - Estados Unidos da América

GABA - Ácido Gama-Aminobutírico, do inglês “Gamma-AminoButyric Acid”

GTP - Guanonisa Trifosfato, do inglês “Guanosine Triphosphate”

HFO - Oscilações de Alta Frequência, do inglês “High Frequency Oscilations”

HMG-CoA - 3-hidroxi 3 metilglutaril coenzima A

IgE - Imunoglobulina E

ILAE - Liga Internacional Contra a Epilepsia, do inglês “International League Against Epilepsy”

IMC - Índice de Massa Corporal

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

IVA - Imposto de Valor Acrescentado

LGIT - Tratamento de Baixo Índice Glicémico, do inglês “Low Glycemic Index Treatment”

MAD - Dieta de Atkins Modificada, do inglês “Modified Atkins Diet”

MCT - Triglicerídeos de Cadeia Média, do inglês “Medium-Chain Triglycerides”

MG - Medicamento Genérico

MNSRM - Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

MSRM - Medicamento Sujeito a Receita Médica

NMDA - N-metil-D-aspartato

OFC - Teste de Provocação Oral, do inglês “Oral Food Challenge”

OMS - Organização Mundial de Saúde

PA - Pressão Arterial

PF - Preços de Faturação

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PNV - Plano Nacional de Vacinação

PV - Prazo de Validade

PVP - Preços de Venda ao Público

RAST - do inglês “Radioallergosorbent Test”

SAMS - Serviço de Assistência Médico-Social

SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

SNS - Sistema Nacional de Saúde

VNS - Estimulação do Nervo Vago, do inglês “Vagus Nerve Stimulator”

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I – Descrição das Atividades de Estágio

A - Caraterização e Organização do Espaço Físico e Funcional

1. Localização e horário de funcionamento

A Farmácia Portugal (Anexo I) situa-se na Avenida Alberto Sampaio, em Viseu, e detém como

proprietária a Dra. Maria Alexandra de Oliveira Ribeiro, filha da Diretora Técnica, a Dra. Regina

Nazaré de Oliveira. Tem como Farmacêuticas Substitutas a Dra. Susana Melo e a Dra. Cláudia

Silva.

É uma farmácia que preza por um atendimento personalizado, capaz de oferecer ao seu

diversificado público um atendimento de qualidade. Apresenta um leque de clientes vasto e

heterogéneo justificado pelo facto de se encontrar no centro da cidade, e deste modo, a farmácia

possui tanto utentes ocasionais, oriundos de diversas localidades e de diversas idades, como

utentes fidelizados, com conta na farmácia.

A farmácia funciona das 8:30h às 19h, de segunda a sexta-feira, e das 8:30h às 13h, aos sábados.

Como está inserida no plano de atendimento permanente do município de Viseu, a Farmácia

Portugal de Viseu realiza, periodicamente, serviço contínuo ao longo de 24h.

2. Espaço Físico

Tanto o espaço físico exterior como interior da farmácia respeitam as Boas Práticas de Farmácia

(BPF), regendo-se se pelo Decreto-Lei (DL) nº 307/2007, de 31 de agosto [1].

2.1. Espaço Físico Exterior

A farmácia apresenta na fachada principal uma cruz verde, iluminada durante a noite, sempre que

esta assegure o serviço permanente, com a inscrição “Farmácia”, acompanhada de outra cruz

representativa das farmácias aderentes ao programa “Farmácias Portuguesas”. Junto à entrada

encontra-se afixado o horário de funcionamento, a informação referente às farmácias de serviço

permanente durante o mês no município de Viseu, a escala das farmácias de serviço do município

de Viseu durante os três meses seguintes, a identificação do diretor técnico e o postigo [1, 2].

A fachada é constituída por uma porta envidraçada automática, porta principal, e três montras,

periodicamente remodeladas de acordo com as promoções vigentes e a época do ano. No período

em que estive presente, participei em mais de três campanhas promocionais, tendo cooperado

ativamente na composição da montra.

Existe ainda outro acesso à farmácia, situado no piso subterrâneo, mas sem uso atual.

2.2. Espaço Físico Interior

De acordo com o disposto no DL nº 171/2012, de 1 de agosto, de modo a garantir que o público

dispõe de uma maior comodidade e de um atendimento de qualidade, e que os medicamentos são

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armazenados e preparados de forma adequada, as farmácias devem dispor, no mínimo, de cinco

divisões, sendo elas: sala de atendimento ao público, gabinete de atendimento personalizado,

armazém, laboratório e instalações sanitárias [2, 3]. Sendo esta uma farmácia antiga, apenas

necessita de ter o espaço de laboratório devidamente identificado para a preparação de

manipulados, encontrando-se este junto à zona de armazém. A farmácia contém ainda um

gabinete de direção técnica, um gabinete de apoio e gestão e uma área destinada à receção e

conferência de encomendas.

2.2.1. Área de Atendimento ao Público

A área de atendimento ao público é um espaço bem iluminado, confortável e é a zona mais ampla

da farmácia (Anexo II). Este espaço foi pensado de maneira a proporcionar ao utente um ambiente

espaçoso e é constituído por quatro balcões, dispostos dois a dois, que se destinam essencialmente

à dispensa de medicação e ao aconselhamento farmacêutico.

Os armários centenários e os lineares, que se encontram atrás dos balcões de atendimento, expõem

diversos produtos, como soluções orais, soluções cutâneas, MNSRM, produtos fitoterápicos, de

higiene oral, suplementos alimentares e, ainda, veterinária. Também se podem encontrar outro

tipo de produtos, armazenados em gavetas abaixo dos lineares, como testes de gravidez, sabões,

cremes labiais e de mãos, escovas, soro fisiológico, entre outros.

As gôndolas e lineares laterais permitem a exposição de produtos de dermocosmética,

puericultura, podologia, higiene corporal, preservativos, tensiómetros e, ainda, a disposição de

alguns produtos sazonais, como protetores solares. É nesta área que encontramos, também,

diversos produtos em promoção e campanhas em vigor. A disposição estratégica e harmoniosa,

aliada à possibilidade de rotação e reposicionamento de produtos, proporciona uma imagem atual

e dinâmica à farmácia. É ainda de referir que esta farmácia possui uma balança eletrónica e um

espaço didático para os mais jovens.

2.2.2. Gabinete do Utente

Este gabinete é um local separado da zona de atendimento e possibilita a prestação de serviços

farmacêuticos complementares ao atendimento (Anexo III). É nesta zona que se procede à

determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos, à administração de injetáveis e vacinas

que se encontrem fora do Plano Nacional de Vacinação (PNV) e, ainda, à prestação de primeiros

socorros. Nesta área também se encontram expostos produtos de higiene oral e dermocosmética,

cuja gama não está completa, ou cuja procura não é tão relevante. Este gabinete contém ainda

uma gama de medidores de glicémia, Dispositivos Médicos (DM), kit prevenção SIDA, seringas

e emplastros medicamentosos.

2.2.3. Área de Receção e Conferência de Encomendas

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A área de receção e conferência de encomendas encontra-se interligada com as várias zonas de

armazenamento e com o gabinete de apoio (Anexo III). Esta zona está equipada com

computadores, sensores de leitura ótica e uma impressora de códigos de barras. Também é neste

local que se arquivam todos os documentos referentes à gestão de encomendas.

Nas primeiras semanas do estágio, a minha função centrou-se nesta área, realizando a receção de

encomendas e gestão de armazenamento das mesmas. Neste período também procedi ao

arquivamento e organização de toda a documentação, reclamação de produtos, devoluções e

verificação dos prazos de validade.

2.2.4. Área de Armazenamento

A área de armazenamento de medicamentos e outros produtos farmacêuticos abrange diversos

espaços. A principal unidade de armazenamento é composta por um conjunto de gavetas

deslizantes e modulares. Aqui os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) estão

organizados por ordem alfabética do nome comercial, seguido pela forma farmacêutica

(comprimidos/drageias/cápsulas/pó para inalação, gotas nasais, gotas orais, gotas oftálmicas,

supositórios, medicamentos de protocolo, injetáveis e carteiras) e seguidamente estão os

Medicamentos Genéricos (MG) organizados por ordem alfabética a partir da letra F. Existe

também uma secção, composta por cinco gavetas deslizantes, para o armazenamento de alguns

MNSRM.

A segunda área de armazenamento é constituída por um conjunto de estantes que se destinam ao

armazenamento de Medicamentos Genéricos (MG) por ordem alfabética da letra A até à letra E,

e estão também armazenados os excedentes de MSRM e MNSRM. Contudo, existe ainda uma

gaveta fechada e com uso limitado, separada destes dois espaços de armazenamento, para o

armazenamento de estupefacientes e psicotrópicos.

Todos os produtos em stock estão armazenados e organizados de modo a que os produtos com

menor Prazo de Validade (PV) sejam os primeiros a sair, e os sem PV sejam organizados para

que o primeiro a ser armazenado, seja o primeiro a ser retirado.

2.2.5. Laboratório

O laboratório é o local destinado à preparação de medicamentos manipulados e à reconstituição

de preparações extemporâneas. Encontra-se equipado com uma bancada de trabalho facilmente

lavável, uma área de limpeza de material, material de laboratório obrigatório e referências

bibliográficas necessárias à manipulação destes produtos. Este material está protegido em

armários, o mesmo se aplica aos produtos químicos utilizados.

Durante o meu estágio, presenciei a preparação de duas pastas manipuladas, e preparei alguns pós

medicamentosos.

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2.2.6. Gabinete da Direção Técnica e Gabinete de Apoio

A Farmácia Portugal de Viseu tem ao seu dispor dois gabinetes, o gabinete da direção técnica,

onde se encontram algumas das referências bibliográficas para consulta, e onde são efetuadas as

diversas reuniões com representantes de produtos, encarregados dos distribuidores, entre outros.

Por outro lado, o gabinete de apoio destina-se à execução de tarefas administrativas e ao

processamento do receituário e respetiva faturação.

B - Recursos Humanos

Os recursos humanos são fundamentais para o bom funcionamento e sucesso de qualquer farmácia

comunitária. De acordo com o estipulado no DL nº 307/2007, de 31 de agosto, e respetivas

alterações, o quadro de funcionários engloba o quadro farmacêutico e o não farmacêutico,

constituído por técnicos de farmácia e outros profissionais devidamente habilitados [1, 4]. Os

profissionais que compõem a equipa da Farmácia Portugal de Viseu e as respetivas funções

encontram-se resumidos em anexo.

C - Fontes de Informação

No ato farmacêutico da dispensa de um medicamento podem, por vezes, surgir situações em que

seja necessário consultar informação adicional, de maneira a esclarecer possíveis dúvidas e a

garantir a prestação de um serviço fiável, seguro e de qualidade. Assim, a Farmácia Portugal de

Viseu dispõe de vários livros para consulta, como a Farmacopeia Portuguesa, o Formulário

Galénico Português, o Prontuário Terapêutico, o Índice Nacional Terapêutico, o Centro de

Informação sobre Medicamentos da Associação Nacional das Farmácias (CEDIME), o Centro de

Informação do Medicamento da Ordem dos Farmacêuticos (CIM), entre outros. Por outro lado,

todos os postos de atendimento possuem acesso à Internet, o que permite consultar rapidamente

as informações de que se necessita. Durante os três meses necessitei de consultar diversas destas

fontes bibliográficas, pois surgiram várias situações onde me foram pedidos medicamentos de

outros países, cujo nome comercial era diferente, e muitas vezes não comercializados em

Portugal.

D - Gestão e Administração da Farmácia

De maneira a que a farmácia exerça a sua função na promoção da saúde e do bem-estar da sua

população, torna-se necessário que a atividade farmacêutica não seja negligenciada e que sejam

fornecidas todas as ferramentas indispensáveis ao seu desempenho. Deste modo, é de extrema

importância a gestão de produtos e a administração da farmácia, de forma a conservar a sua

subsistência.

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1. Sistema Informático

O software utilizado pela Farmácia Portugal de Viseu é o Sifarma 2000, aplicação informática

desenvolvida pela Glint®, essencial no quotidiano dos profissionais que trabalham na farmácia.

Este software, cuja informação científica e técnica é permanentemente atualizada, possibilita uma

prestação de serviços individualizada, um melhor acompanhamento do utente e uma maior

segurança no ato da dispensa de medicação.

Este programa permite fazer a interligação entre as várias atividades farmacêuticas, como a gestão

e receção de encomendas, devoluções, faturação, inventário, gestão de stocks, controlo dos prazos

de validade, atualização de preços, processamento do receituário, dispensa de medicação, entre

outros. Por outro lado, é também através deste sistema informático que se faz o registo dos utentes

da farmácia e se agregam informações às fichas dos mesmos, possibilitando um atendimento mais

personalizado e completo [3].

2. Sistema de Gestão de Qualidade

A Farmácia Portugal de Viseu tem presente um Manual de Gestão de Qualidade, em

conformidade com os requisitos da NP EN ISO 9001 e as BPF, que é essencial para garantir a

qualidade das diversas estruturas e processos que compõem a farmácia. Todos os requisitos são

cumpridos, com exceção do requisito de conceção e desenvolvimento, por este não ser aplicável

à atividade da farmácia. Neste manual, a atividade da farmácia encontra-se dividida em

protocolos, que estão devidamente documentados e monitorizados, visando uma melhoria

contínua na prestação de serviços aos utentes. É da responsabilidade da Diretora Técnica o

cumprimento deste manual, sendo esta a representante de gestão para a qualidade e a responsável

máxima pela qualidade, sendo co-adjuvada pela Dinamizadora de Qualidade, a Dra. Cláudia

Silva.

3. Gestão de Stocks

A gestão eficiente de stocks é um fator preponderante para a viabilidade financeira e para o

atendimento e satisfação do utente. Por isso, torna-se necessário estabelecer um equilíbrio entre

as solicitações diárias do público da farmácia, a quantidade de vendas, a margem de lucro, o

espaço para o armazenamento, entre outros. Tudo isto é realizado de maneira a evitar, quer a

manutenção de um stock demasiado elevado, quer a rutura de um produto. Na compra de produtos

pela farmácia deve ser tido em conta, também, fatores como a sazonalidade dos produtos, PV e

as necessidades dos próprios utentes, uma vez que há medicamentos mais urgentes.

O Sifarma 2000 facilita o processo da gestão de stocks, uma vez que permite consultar o histórico

de vendas, bem como a determinação das quantidades mínima e máxima de cada produto e,

através destas, gerar encomendas diárias para os fornecedores com que opera.

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4. Encomendas

A compra de medicamentos e outros produtos de saúde pode ser realizada a armazenistas ou

diretamente aos laboratórios da indústria farmacêutica. Diariamente são realizadas encomendas

aos armazenistas, ficando as compras diretas para casos em que as quantidades e vantagens

económicas o justifiquem, ou sempre que há impossibilidade de as obter através dos armazenistas.

Enquanto estagiária tive a oportunidade de realizar/observar pedidos de produtos por encomendas

instantâneas, diretamente via Sifarma, produtos esgotados nos armazenistas, como Aggrenox® e

Pradaxa 110®, pedidos diretamente ao laboratório Boehringer Ingelheim Portugal, e produtos

com benefícios financeiros aos laboratórios Generis®, Angelini®, entre outros.

4.1. Encomendas a Fornecedores

A escolha dos distribuidores é feita com base numa análise criteriosa de diversos parâmetros,

entre os quais: rapidez e eficácia na entrega, profissionalismo do serviço prestado, bonificação de

produtos, possibilidade de devolução e facilidades de pagamento. De forma a ter acesso aos

produtos em falta no menor período de tempo possível e beneficiar de melhores ofertas em termos

económicos, é essencial para a farmácia trabalhar simultaneamente com diferentes distribuidores.

Atualmente, a Farmácia Portugal de Viseu opera em parceria com o grupo PLURAL e OCP

Portugal, recebendo uma encomenda diária do grupo PLURAL (armazenista principal) e duas a

três entregas de OCP, quando justificável.

Este processo é auxiliado pelo Sifarma 2000, que gera automaticamente encomendas diárias, que

são aprovadas e enviadas uma vez por dia, até às 13h. No entanto, ao longo do dia podem surgir

situações em que seja necessário realizar encomendas adicionais, quer de uma forma instantânea,

quer por contacto telefónico com os fornecedores.

4.2. Receção e Conferência da Encomenda

Quando a encomenda chega à farmácia é feita a sua receção e conferência. A encomenda é sempre

acompanhada da respetiva fatura e/ou guia de remessa. Neste documento constam diversas

informações, como a descrição dos produtos pedidos/enviados, os Preços de Faturação (PF),

Preços de Venda ao Público (PVP) e a taxa de IVA aplicável, constituindo a base para o processo

de conferência de encomendas.

A receção das encomendas é processada através do Sifarma 2000, realizando-se simultaneamente

a conferência de alguns aspetos relativos aos produtos fornecidos, entre os quais:

- designação do produto, forma farmacêutica, dose e número de unidades por embalagem;

- quantidade pedida/enviada;

- PF e PVP;

- estado de conservação da embalagem;

- prazo de validade.

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Durante este processo, pode ser necessário proceder-se à atualização do PVP de produtos

anteriormente rececionados e/ou à criação de fichas de novos produtos.

Nos produtos sem PVP fixado, cabe à farmácia atribuir-lhe um preço em função do PF e da

margem de lucro.

Aquando do processo de receção de matérias-primas, é fundamental verificar se estas se

encontram devidamente identificadas (identificação da matéria-prima e fornecedor, número de

lote, condições de conservação, precauções de manuseamento e PV) e em perfeito estado de

conservação. É ainda necessário verificar a existência do boletim de análise, o qual deve estar em

conformidade com a respetiva monografia inscrita na Farmacopeia Portuguesa ou nas

Farmacopeias de outros Estados-Membros da União Europeia, e é devidamente arquivado.

O processo da receção e conferência de encomendas é finalizado com a verificação do número

total de unidades rececionadas e do valor total faturado, em comparação com o constante na

fatura. Por último, é identificado na fatura o número da encomenda e a data, sendo esta assinada

e arquivada.

4.3. Armazenamento

O armazenamento rege-se por normas singulares, como o tipo de produto e a sua rotatividade, as

condições de conservação, a quantidade rececionada e o espaço físico disponível. Deste modo, os

produtos que necessitam de refrigeração são os primeiros a serem armazenados, no frigorífico, a

uma temperatura compreendida entre os 2 e os 8ºC, que é verificada regularmente e controlada

por um termohigrómetro.

A calibração do frigorífico, das balanças e do termohigrómetro é obrigatória, e feita anualmente,

facto que presenciei durante o estágio.

O armazenamento dos restantes produtos é feito nos locais referidos anteriormente, que cumprem

as condições de conservação estabelecidas de luminosidade, temperatura e humidade.

Como já foi referido, independentemente do tipo de produto, o seu armazenamento deve ser feito

de acordo com o PV.

No início do meu estágio, dediquei-me ao cumprimento desta tarefa, o que me permitiu contactar

com os nomes comerciais e saber a sua localização, conhecimento muito útil aquando do

atendimento ao público.

4.4. Controlo dos Prazos de Validade

O controlo dos PV é efetuado tanto no momento da receção de uma encomenda como no momento

da dispensa do produto. De forma a minimizar as perdas para a farmácia e não prejudicar o doente,

é feito o controlo dos PV de dois em dois meses. O Sifarma 2000 emite uma listagem dos produtos

cujo PV expira nos três e quatro meses seguintes, sendo essa informação conferida manualmente.

Posteriormente, os produtos em questão são retirados do stock e devolvidos ao respetivo

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fornecedor/laboratório. Enquanto estagiária procedi a retirada dos produtos, segundo a listagem

obtida pelo Sifarna, bem como à sua devolução.

4.5. Devolução de Produtos

A devolução de produtos aos respetivos fornecedores/laboratórios pode ser devida a diversas

situações, como: produtos entregues danificados, errados ou não enviados, quantidade incorreta,

recolha de produtos declarada pelo INFARMED (Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos de Saúde, I.P.) ou pelo próprio fornecedor (comunicada à farmácia através de circulares

informativas), ou ainda, como anteriormente referido, PV expirados ou a expirar. Deste modo, é

criada uma nota de devolução, na qual consta informação relativa aos produtos a devolver e ao

motivo da devolução, sendo esta obrigatória.

Assim, os produtos são enviados ao fornecedor/laboratório respetivo, juntamente com uma nota

de devolução (original e duplicado), ficando o triplicado arquivado na farmácia, devidamente

carimbado, assinado e datado. O laboratório poderá, posteriormente, emitir uma nota de crédito,

proceder à troca dos mesmos ou, não aceitar a devolução dos respetivos produtos. Nesta última

situação, o produto retorna à farmácia, é contabilizado para quebras e é encaminhado para a

VALORMED. Durante o meu estágio, tive a oportunidade de regularizar muitas destas

devoluções, tanto com notas de crédito, como com produtos.

E – Dispensa de Medicamentos

O momento da dispensa de medicação é um dos atos mais importantes e cruciais da atividade

farmacêutica. Implica uma total dedicação, empenho, perícia e sabedoria, sendo um dos contactos

mais diretos e eficazes com o utente.

Segundo as BPF, “a cedência de medicamentos é o ato profissional em que o farmacêutico, após

avaliação da medicação, cede medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes

mediante prescrição médica ou em regime de automedicação ou indicação farmacêutica,

acompanhada de toda a informação indispensável para o correto uso dos medicamentos” [3].

Neste processo, é essencial que o farmacêutico avalie a medicação dispensada, com a finalidade

de identificar e resolver problemas relacionados com os medicamentos, protegendo o utente de

possíveis reações adversas à medicação. Deve ser utilizada uma linguagem simples, clara e

objetiva, tentando adequar a mesma a cada utente.

1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Entende-se por MSRM todo aquele que apenas pode ser dispensado mediante a apresentação de

uma prescrição médica válida [5].

De acordo com o DL nº 176/2006, de 30 de agosto, estão sujeitos a receita médica, todos os

medicamentos que se enquadrem numa destas situações: possam constituir um risco direto ou

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indireto quando utilizados sem vigilância médica ou quando utilizados frequentemente e em

quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam; contenham substâncias

cuja atividade ou reações adversas necessitem de avaliação aprofundada e sejam aplicados por

via parentérica [5].

No decorrer do estágio, a maioria dos atendimentos que realizei incluía MSRM, representando

estes a maior parte da faturação da farmácia.

1.1 Receita Médica

A prescrição médica deve ser efetuada em formato informatizado e deve incluir,

obrigatoriamente, a DCI da substância ativa. Dentro deste modelo de prescrição acautelam-se

situações de exceção justificada para a prescrição de um medicamento específico em função do

contexto clínico do paciente. Desta forma, o prescritor pode prescrever por marca comercial ou

nome do titular de Autorização de Introdução no Mercado (AIM), quando apresentada a

justificação técnica no local apropriado da receita, com uma das respetivas menções:

• exceção a) – medicamento com margem ou índice terapêutico estreito;

• exceção b) – intolerância ou reação adversa prévia;

• exceção c) – continuidade de tratamento superior a 28 dias [6].

Nas duas primeiras exceções, o farmacêutico apenas poderá dispensar o medicamento constante

na receita, enquanto que no caso da exceção c), o utente poderá optar por medicamentos

equivalentes ao prescrito, desde que possuam um PVP igual ou inferior [7, 8]. Durante o estágio,

contactei ainda com receitas em formato manual. Estas últimas prescrições precisam de

justificação, que deve constar na própria receita, podendo o prescritor alegar uma das seguintes

situações: falência do sistema informático; inadaptação fundamentada do prescritor; prescrição

ao domicílio e outras situações, até um máximo de quarenta receitas mensais [7, 8].

1.2. Aviamento da receita

O utente apresenta a receita médica ao profissional da farmácia, devendo este verificar

atentamente a validade e a autenticidade da mesma. Desta forma, a receita só é válida se incluir:.

número da receita;

local de prescrição;

identificação do médico prescritor;

nome e número de utente ou beneficiário de subsistema;

entidade financeira responsável;

se aplicável, referência ao regime especial de comparticipação de medicamentos;

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em caso de doenças profissionais, deverá ser inscrito na Entidade Financeira

Responsável, a sigla CNPRP, e no número de beneficiário, o número atribuído pela

CNPRP;

em caso de cidadãos migrantes deve ser impressa a palavra “Migrante”, no canto superior

direito, seguido do código do respetivo país. Na entidade responsável deve ser inscrita a

entidade financeira identificada no cartão europeu de seguro de doença (CESD), e no

número de beneficiário deve constar o número do CESD;

DCI;

dosagem, forma farmacêutica, dimensão, número de embalagens e posologia;

consoante aplicável, a informação das referidas justificações técnicas;

se aplicável, identificação do despacho que estabelece o regime especial de

comparticipação de medicamentos;

assinatura do prescritor;

data de prescrição;

período de validade.

Além destes elementos, existem vários tipos de receitas, identificadas por uma sigla, aplicadas a

medicamentos e outros produtos de saúde. As siglas são:

- RN: receita de medicamentos;

- RE: receita especial para a prescrição de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos;

- MM: receita para medicamentos manipulados;

- MDB: receita para produtos de protocolo da Diabetes Mellitus;

- OUT: receita que se destina a produtos dermocosméticos, papas de bebé, meias elásticas, entre

outros [9].

No período final do meu estágio, despendi mais tempo no atendimento ao utente, onde contactei

com diversas receitas. Após a sua verificação e a sua validade, o meu comportamento foi sempre

questionar o doente se esta seria a primeira vez que contactava com essa medicação. Se a resposta

fosse positiva, procedia ao esclarecimento da função do medicamento, a sua posologia, as devidas

precauções, efeitos adversos comuns e forma de conservação. Todo o esclarecimento foi feito

com uma linguagem clara e objetiva, confirmando sempre se o utente se encontrava esclarecido,

de forma a certificar-me que a terapêutica iria ser cumprida. Se a medicação era habitualmente

prescrita, questionava qual o laboratório usualmente utilizado, facto visualizado através do

Sifarma 2000, de forma a não haver alterações, facilitando assim a continuação da terapêutica.

Após a recolha dos medicamentos, é política da Farmácia Portugal de Viseu, e segundo as BPF,

escrever na caixa do medicamento dispensado, a posologia, tendo a finalidade de evitar

esquecimentos de tomas ou troca de medicamentos.

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O atendimento é finalizado com a impressão dos códigos de barras dos medicamentos dispensados

no verso da receita, assinatura do utente, pagamento e emissão da fatura.

1.2.1. Dispensa de Psicotrópicos e/ou Estupefacientes

Estas substâncias estão na origem de fenómenos de dependência e tolerância, sendo muitas vezes

associadas à prática de atividades ilícitas. Desta forma, a dispensa desta medicação encontra-se

fortemente regulamentada. O quadro legal respeitante aos medicamentos desta classe assenta em

dois diplomas: o DL nº 15/93, de 22 de janeiro, e o Decreto regulamentar nº 61/94, de 12 de

outubro [9-11].

Quando uma substância psicotrópica ou estupefaciente é enviada para a farmácia, segue

juntamente com esta, uma guia de requisição. O Sifarma 2000 regista todo o processo de entradas

e saídas desta medicação, sendo depois feito o envio dos documentos de controlo ao INFARMED

mediante os requisitos da Tabela 1 [9-11].

Tabela 1 - Resumo dos registos de envio obrigatório ao INFARMED, segundo a Portaria nº 137-A/2012,

de 11 de maio

Estupefacientes

e Psicotrópicos

Registo de

Entradas

Registo de

Saídas

Mapa de

balanço

Cópia de

Receitas

Tabelas I, II-B,

II-C

Trimestralmente

Até 15 dias após

o termo de cada

trimestre

Mensalmente

Até ao dia 8 do

2º mês seguinte

Anualmente

Até dia 31 de

janeiro do ano

seguinte

Mensalmente

Até dia 8 do

mês seguinte

Tabelas III e IV

(incluem

benzodiazepinas)

Anualmente

Até dia 31 de

janeiro do ano

seguinte

Não se aplica

Anualmente

Até dia 31 de

janeiro do ano

seguinte

Não se aplica

Manter arquivo de todos os documentos com cópia em papel ou em suporte informatizado,

das receitas manuais ou informatizadas dispensadas (ordenadas por data de dispensa), durante

3 anos.

No âmbito da dispensa de medicamentos desta classe, é necessário:

- apresentação de receita identificada com a sigla RE, contendo apenas o medicamento em causa;

- preenchimento dos dados do médico prescritor;

- preenchimento dos dados do utente (nome e morada);

- preenchimento dos dados do adquirente (nome, morada, idade e número de identificação).

No final do atendimento, são impressos no verso da receita os códigos de barras dos

medicamentos dispensados e um “Documento de Psicotrópicos” que é anexado à receita. É

política da Farmácia Portugal de Viseu copiar as receitas eletrónicas e arquivá-las, juntamente

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com o Documento de Psicotrópicos. O mesmo é feito às receitas manuais, com a particularidade

de serem realizadas duas cópias, uma para arquivar, e outra para enviar no final do mês ao

INFARMED, juntamente com o registo de saída.

1.3. Regimes de Comparticipação de Medicamentos

A comparticipação do Estado no preço dos medicamentos prescritos aos utentes do Serviço

Nacional de Saúde (SNS) é estabelecida com base num sistema de escalões, que determina a

percentagem paga pelo Estado em função da classificação farmacoterapêutica do medicamento

[6, 9]. Contudo, verifica-se ainda a existência de um regime especial de comparticipações nos

seguintes casos:

- Pensionistas;

- Patologias especiais;

- Grupos especiais em que os utentes beneficiam de outros organismos de comparticipação para

além do SNS, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Serviço de Assistência Médico-

Social (SAMS), SÃVIDA, Fidelidade.

Consoante o plano de comparticipação, é atribuído à receita um número, lote e série, no momento

da dispensa do MSRM.

No decurso destes três meses, deparei-me com estas realidades, tanto ao nível do atendimento no

balcão, como na organização e divisão das receitas por organismos. No início, encontrei algumas

dificuldades, uma vez que entrei em contacto com diversos organismos de comparticipação e

patologias especiais, mas com o hábito, passou a ser uma tarefa mais simples. Os organismos

mais comuns foram o SNS e pensionistas do SNS, contactando também com Serviço de

Assistência Médico-Social (SAMS), e patologias especiais como a psoríase, dor crónica e Lúpus.

1.4. Conferência de Receituário e Faturação

Todos os meses, o receituário é organizado e devidamente tratado, para que a farmácia possa ser

reembolsada no montante de comparticipação correspondente a cada organismo. As receitas são

conferidas diariamente pelas farmacêuticas e técnica de farmácia, sendo depois organizadas de

acordo com os diferentes organismos. Durante os três meses, tive a oportunidade de verificar a

existência de não conformidades no aviamento do receituário.

Quando os lotes ficam completos com as 30 receitas, é impresso, envolto e carimbado o respetivo

“Verbete de Identificação do Lote”. No final de cada mês, a faturação é fechada e o receituário é

enviado para o Centro de Conferência de Faturas (CCF) ou para a Associação Nacional de

Farmácias (ANF), dependendo se a entidade responsável é o SNS ou um dos outros organismos,

respetivamente [16].

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2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

O Estatuto do Medicamento define MNSRM como aquele a que não se apliquem as

especificações previstas para os MSRM [7]. É aqui que o aconselhamento ou indicação

farmacêutica adquire particular importância para detetar casos de uso abusivo e automedicação,

evitando utilizações potencialmente perigosas.

2.1. Automedicação

A automedicação consiste na implementação de um tratamento por iniciativa própria do doente.

Neste contexto, o farmacêutico tem um papel muito importante, devendo intervir de forma ativa

e consciente na promoção do uso racional e seguro da medicação. A indicação farmacêutica é,

assim, o ato profissional através do qual o farmacêutico se responsabiliza pela seleção de um

MNSRM e/ou indicação de medidas não farmacológicas, com o objetivo de aliviar ou resolver

um problema de saúde menor.

A 23 de julho de 2007, o Ministério da Saúde publicou uma lista das situações passíveis de

automedicação, de forma a defender a saúde dos consumidores e a limitar o uso dos MNSRM a

situações clínicas bem definidas [5].

Durante o meu estágio, deparei-me com inúmeros casos em que os utentes se dirigiam à farmácia

com o intuito de se automedicarem, mediante o aconselhamento com um dos farmacêuticos.

Inicialmente tive algumas dúvidas no aconselhamento destes produtos, porém, com o decorrer do

tempo, e após ter ganho alguma experiência, já me era possível aconselhar, sob visionamento de

uma farmacêutica, tanto na dispensa de MNSRM, como na indicação de medidas não

farmacológicas a aplicar nos respetivos casos. Na maioria das situações, o utente recorria à

farmácia para que lhe fosse dispensado um xarope para a tosse, um anti-histamínico, ou um anti-

inflamatório. Durante o período em que estagiei esta foi a medicação com que mais tive contacto,

uma vez que alguns dos produtos são caraterísticos desta época do ano. Esta foi uma das razões

que me levou a abordar o II Caso de Estudo: Alergias, referido mais à frente.

3. Medicamentos e Produtos Manipulados

De acordo com a Portaria nº 594/2004, de 2 de junho, define-se medicamento manipulado como

“qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade

de um farmacêutico”. Segundo a mesma portaria, a preparação de medicamentos manipulados

nas farmácias deve seguir as boas práticas de preparação, que incidem em oito vertentes

essenciais: pessoal, instalações e equipamentos, documentação, matérias-primas, material de

embalagem, manipulação, controlo de qualidade e rotulagem [7].

Apesar de não serem medicamentos preparados com muita frequência, continuam a ter o seu papel

no contexto da terapêutica medicamentosa, visto adaptarem-se ao perfil fisiopatológico de cada

utente, assim como de associações não disponíveis no mercado.

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A preparação de uma fórmula magistral implica a existência de prescrição médica, na qual deve

constar a sigla MM ou “f.s.a.” (faça segundo a arte). O preparado oficinal é definido como

qualquer medicamento preparado segundo as indicações de uma Farmacopeia ou de um

Formulário [12].

Quando existe uma solicitação para a preparação de um medicamento manipulado, é elaborada

uma ficha de preparação bem como o cálculo do PVP, indicando o nome do medicamento, a

quantidade preparada, as matérias-primas usadas, a técnica de preparação utilizada, o prazo de

utilização, entre outros. Após preparação, o manipulado deve ser corretamente acondicionado e

rotulado com:

- identificação da farmácia e do Diretor Técnico;

- nome do manipulado e a sua fórmula qualitativa e quantitativa;

- nome do utente e do prescritor, caso se aplique;

- lote;

- data de preparação e prazo de utilização;

- posologia;

- condições de conservação;

- via de administração;

- PVP calculado;

- instruções especiais de utilização, como por exemplo “Agitar antes de usar” [1].

O cálculo do PVP é efetuado com base no valor dos honorários da preparação, no valor das

matérias-primas e no valor dos materiais de embalagem [1].

Em termos de comparticipação, esta é de 30% pelo SNS sobre o PVP quando não há no mercado

a especialidade farmacêutica com igual substância ativa na fórmula farmacêutica pretendida e

sempre que há necessidade de diferentes dosagens ou formas farmacêuticas. Os medicamentos

comparticipáveis deverão constar de uma lista a aprovar, anualmente, por despacho do Ministro

da Saúde, mediante proposta do conselho de administração do INFARMED [2].

4. Medicamentos e Produtos de Uso Veterinário

Devido à localização próxima de um hospital veterinário, a gama de produtos e medicamentos de

uso veterinário não era tão vasta como seria de esperar. No entanto, os produtos existentes tinham

alguma saída, sendo os antiparasitários os mais procurados na farmácia, tanto de utilização interna

como externa, e tanto para animais de companhia como para animais de criação. Quando iniciei

o atendimento ao balcão, sempre com supervisão, deparei-me com algumas situações em que o

utente queria adquirir um destes produtos para o seu animal de estimação, e graças a um manual

de produtos veterinários, que a própria Farmácia Portugal de Viseu possuía, fui capaz de

corresponder a esses pedidos, dando o aconselhamento necessário.

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5. Produtos de Cosmética e Higiene Corporal

Durante o meu estágio deparei-me com a crescente procura deste tipo de produtos, e muito desse

aumento foi devido a diversas campanhas promocionais, e à reintrodução de duas gamas, Vichy®

e Roche-Posay®. Isso permitiu-me contactar com os diversos representantes dos laboratórios, e

assim ficar a conhecer melhor os produtos, bem como dar um aconselhamento mais informado,

também com a ajuda da Dra. Susana Melo.

6. Produtos Fitofarmacêuticos

Estes produtos englobam infusões, cápsulas, comprimidos e ampolas, destinados a satisfazer

diversas situações, sendo formulados com base em plantas ou substâncias ativas derivadas destas.

No decurso do período de estágio, a maioria dos produtos fitofarmacêuticos que dispensei foram

formulações contendo valeriana, sene e malva.

7. Medicamentos e Produtos Homeopáticos

A área da homeopatia sempre foi uma área de grande interesse pessoal, e durante o estágio tive a

oportunidade de presenciar numa formação sobre “Ansiedade”, dada pela Boiron®, no qual

aprofundei mais os meus conhecimentos, adquiridos inicialmente na unidade curricular

“Terapêuticas alternativas”. Infelizmente, não tive a possibilidade de aconselhar nenhum destes

produtos homeopáticos.

8. Suplementos Alimentares e Produtos para Alimentação Especial

Estes produtos são utilizados com o intuito de complementar e/ou suplementar um regime

alimentar, constituindo fontes concentradas de vitaminas, minerais, oligoelementos, enzimas,

fibras, ácidos gordos, aminoácidos e ainda, plantas e extratos de plantas, isolados ou em

associação. Os géneros alimentícios destinados a uma alimentação especial, distinguem-se dos

alimentos de consumo corrente, pela sua composição ou processo de fabrico especiais. Uma das

utentes fidelizadas à farmácia, devido à sua fraqueza física, recorria a este tipo de produtos, e por

isso foi um caso com o qual contactei.

No atendimento, um dos MNSRM mais requisitados eram os suplementos dietéticos orais, tanto

para a memória e energia, como para emagrecimento.

9. Dispositivos Médicos

Dispositivo Médico (DM) define-se como qualquer instrumento, aparelho, equipamento,

software, material ou artigo, cuja principal função não seja alcançada por meio farmacológico,

imunológico ou metabólico, e destinado a ser utilizada no ser humano [4].

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Contactei com vários DM, como: preservativos, pensos, gazes, seringas, soro fisiológico, entre

outros.

Uma das realidades com a qual contactei foi a troca de kits de Prevenção SIDA por seringas usada.

Estes kits incluem duas seringas estéreis, dois toalhetes desinfetantes, um preservativo, uma

ampola de água destilada, um filtro e uma bula com informação prática sobre os comportamentos

adequados para reduzir os riscos de contaminação com o VIH e as hepatites.

10. Artigos de Puericultura

Estes artigos englobam qualquer produto com a finalidade de facilitar o sono, relaxamento, a

higiene e a alimentação das crianças, durante os primeiros anos de vida [2]. A Farmácia Portugal

de Viseu possuía produtos em promoção e ofertas, como tetinas e chupetas, da Chicco® e

campanha com a Nestlé®, sendo que estes foram os produtos que mais vendi.

F – Serviços e Cuidados Prestados na Farmácia

1. Determinação de Parâmetros Bioquímicos e Fisiológicos

Como a atividade farmacêutica não se resume à preparação e dispensa de medicamentos, a

monitorização de vários parâmetros fisiológicos e bioquímicos [peso e respetivo Índice de Massa

Corporal (IMC), pressão arterial, glicémia capilar, colesterol, e triglicerídeos], é um uma das

atividades mais relevantes realizadas na farmácia comunitária.

A medição destes parâmetros foi uma das atividade na qual participei mais prontamente, e uma

das que mais desfrutei. Esta interação permitiu-me estabelecer uma relação mais próxima com o

utente, assim como fazer o acompanhamento da eficácia de determinados tratamentos

farmacológicos, tais como o tratamento com antidiabéticos orais, anti-hipertensores, diuréticos,

entre outros.

Nos utentes habituais da farmácia, consegui fazer um acompanhamento mais completo e

duradouro, no controlo de alguns dos parâmetros descritos. Com a experiência que tive, verifiquei

que muitos dos utentes possuíam tensiómetros nas suas habitações, mas continuavam a medir este

parâmetro na farmácia. As razões eram quase sempre as mesmas, uns por não estarem seguros

dos resultados obtidos pelos seus aparelhos, e outros por não os saberem manusear.

Devido a essa situação, fiz sempre questão que o utente se fizesse acompanhar pelo seu aparelho,

e assim procedia-se à comparação dos valores obtidos pelos dois aparelhos (o da farmácia e o do

utente). Numa destas ocasiões, deparei-me com um caso em que uma utente estava a utilizar um

tensiómetro de pulso de forma incorreta, colocando-o como os tensiómetros de braço, situação

que corrigi.

Para além disso, insisti sempre na anotação dos valores de forma a registar possíveis alterações,

e para ser depois visualizado pelo médico, havendo assim um seguimento do doente.

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1.1. Índice de Massa Corporal

O IMC resulta de uma relação entre o peso e a altura, sendo que a Organização Mundial de Saúde

(OMS) recomenda a sua utilização para classificar a obesidade, em termos quantitativos.

Este parâmetro é medido numa balança eletrónica, onde é determinada a altura, o peso e o IMC.

Nestes casos, a minha função passava por explicar ao utente o funcionamento da balança

eletrónica, e interpretar os resultados obtidos, tentando aconselhá-los da melhor maneira.

1.2. Pressão Arterial

Para a medição da pressão arterial (PA), a Farmácia Portugal de Viseu dispõe de um tensiómetro

de braço, e foi distintivamente o serviço que mais me foi solicitado durante o período de estágio.

Antes de iniciar a medição deste parâmetro questionava o utente acerca da medicação que tomava,

se era diabético, se tinha praticado alguma atividade física, fumado, comido ou tomado café

recentemente, uma vez que estes fatores podem interferir e influenciar os valores da PA. Quando

a PA se situava em valores muito elevados, repetia a medição após cinco minutos de descanso, e

se os valores se mantivessem, comparava com os valores obtidos anteriormente, e aconselhava

sempre o utente a reduzir o consumo de sal, a aumentar o consumo de água, a realizar exercício

físico, a deixar de fumar, e a consultar o médico. Aproveitando o momento de privacidade com o

utente, apercebi-me que a hipertensão é uma condição subvalorizada e muito presente, por isso

dei o meu melhor para esclarecer a população acerca da sua gravidade e das suas consequências.

Em alguns casos, devido à deteção de arritmias, em várias medições consecutivas, realizadas em

dias diferentes, aconselhei o utente ao médico especialista.

1.3. Glicémia

A determinação da glicémia capilar é fundamental para o controlo da Diabetes Mellitus. Esta

medição é realizada a partir de uma amostra de sangue capilar, que é analisada, no aparelho de

autovigilância Glucocard MX®. Durante a medição, questionava o utente se esta medição era em

jejum ou pós-pandrial, e se era diabético, de forma a puder interpretar com rigor os resultados da

medição.

1.4. Perfil Lipídico

Na Farmácia Portugal de Viseu é feita a determinação do colesterol total, e triglicerídeos,

recorrendo a uma amostra de sangue capilar, com posterior análise no aparelho Accutrend Plus®.

A monitorização do perfil lipídico é essencial na prevenção do risco da doença cardiovascular.

Durante o meu estágio procedi a diversas medições de colesterol, mas não tive oportunidade de

realizar nenhum teste de triglicerídeos.

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Depois de recolhida a amostra de sangue capilar, o resultado demora três minutos a surgir, sendo

este tempo aproveitado para questionar o paciente se era usual ter estes parâmetros desregulados,

se tomava alguma medicação para baixar estes valores, que estilo de vida levava, qual a

alimentação que fazia, se tinha casos na família com problemas cardiovasculares, se fumava, e se

não desejava medir a PA. No final, quando aparecia o resultado no visor do aparelho, se os valores

fossem muito elevados, indicava sempre ao paciente algumas medidas não farmacológicas que

poderia começar a adotar, envolvendo a alimentação e o exercício físico.

2. VALORMED

As farmácias colaboram com a VALORMED para a recolha de embalagens vazias e

medicamentos fora de uso, de modo a evitar os possíveis danos ambientais causados pelos

medicamentos.

Ao longo dos três meses, constatei que muitos utentes já se encontram bem informados e entregam

as embalagens vazias, ou a medicação fora da validade, com muita frequência.

3. Serviços Diferenciados

A administração de injetáveis, assim como a prestação de primeiros socorros, foram os serviços

prestados com maior frequência na Farmácia Portugal de Viseu, durante o meu período de estágio.

4. Formação Contínua

O farmacêutico deve manter-se constantemente atualizado e informado a nível científico, devendo

participar no maior número de formações que lhe for permitido. Enquanto estagiária, tive a

oportunidade de assistir a algumas formações:

- das marcas Barral® e Bial®, realizadas na farmácia por representantes da marca, durante o

horário de trabalho. Estas formações incidiram sobre os produtos das respetivas marcas,

comercializados na farmácia, com duração de 30 minutos, e permitiram um conhecimento mais

profundo sobre os seus mecanismos de ação e aplicações terapêuticas.

- da Boiron®, cujo tema foi “Ansiedade”, no Hotel Grão Vasco, de 2 horas. Esta formação

abordou a aplicação da homeopatia no tratamento de diferentes distúrbios de ansiedade, referindo

quais os medicamentos homeopáticos a aplicar em cada situação, tendo assim uma ação prática e

direta no aconselhamento farmacêutico.

- da ANF, “Receita Médica Eletrónica no Sifarma”, de 3 horas, no Hotel Príncipe Perfeito. Tendo

em conta a nova alteração na receita médica, este tema foi deveras esclarecedor e informativo

quanto à nova metodologia de aviamento das receitas médicas eletrónicas.

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Todas estas ações formativas foram um acréscimo no meu desenvolvimento enquanto profissional

de saúde, permitindo manter-me atualizada e contribuindo para um melhor desempenho

profissional.

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I Tema: “Epilepsia”

A epilepsia é a doença neurológica mais proeminente no mundo, com um peso social e

económico relevante, afetando mais de 40 milhões de pessoas mundialmente [13, 14]. A

introdução de novas terapêuticas, como antiepiléticos de segunda geração, terapia de estimulação

do nervo vago e tratamentos cirúrgicos, acarretou um aumento dos custos do tratamento/controlo

desta patologia [13]. Para além dos custos diretos, a epilepsia está ainda associada a outras co

morbilidades, sendo as taxas de prevalência de transtornos psiquiátricos mais elevadas em pessoas

com epilepsia do que na população geral, como é o caso da depressão em cerca de 30% das

pessoas, as desordens de ansiedade em 10-25% e as psicoses em 2-7% [13, 15, 16].

O impacto social e psicológico associado à epilepsia é muito negativo, os pacientes apresentam

uma diminuição da autoestima, da taxa de matrimónio, das capacidades de aprendizagem e um

aumento da ansiedade e da taxa de desemprego [13]. Adicionalmente, a taxa de mortalidade é

superior em comparação à do resto da população, com um maior risco de suicídio associado [13,

14]. Devido à sua elevada prevalência e custos associados (sociais, psicológicos e financeiros),

decidi abordar este tema e realizar um folheto informativo para os utentes da Farmácia Portugal

(Anexo IV).

1. Epilepsia

1.1. Definição

A epilepsia é uma patologia cerebral caracterizada por uma duradoura predisposição para gerar

crises convulsivas, com consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais,

resultante de descargas elétricas repentinas, sincronizadas, e excessivas que ocorrem no córtex

cerebral [14, 17]. A transição entre o estado normal e a ocorrência de uma crise pode ser causada

por diversos fatores, como uma maior difusão e recrutamento neuronal aliado a uma maior

sincronização da transmissão neuronal excitatória [14].

De acordo com a definição atual, é necessário que se verifique uma destas condições para o

diagnóstico de epilepsia: ocorrência de, pelo menos, duas crises reflexas em menos de vinte e

quatro horas; uma crise reflexa e a probabilidade mínima de sessenta por cento de ocorrer uma

crise após duas crises reflexas num período de dez anos [17]. De acordo com esta definição, o

paciente é considerado curado quando permanece dez anos consecutivos sem sofrer crises,

estando sem medicação nos últimos cinco [17].

1.2. Classificação

A classificação da epilepsia tem sido um tema de divergência, pois concentra-se na

apresentação clínica (tipo de crise), e na desordem neurológica subjacente [18]. A apresentação

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clínica depende de um número de fatores, principalmente da zona do cérebro afetada, do padrão

de propagação das descargas, da causa da epilepsia e da idade do indivíduo [18].

Quanto à origem da epilepsia, existem três classificações possíveis: genética,

estrutural/metabólica e desconhecida (Tabela 2), já quanto à localização, apenas se classifica em

generalizada e focal/parcial (Tabela 3) [18].

Tabela 2- Classificação da origem

Genética A epilepsia é o resultado direto de um defeito genético, conhecido

ou presumido, em que as convulsões são o principal sintoma [18].

Apesar da sua natureza ser genética, isso não exclui a possibilidade

dos fatores ambientais contribuírem para a expressão da doença

[18].

Estrutural/metabólica Concetualmente, há condições estruturais, metabólicas ou doenças,

como um acidente vascular cerebral, trauma e infeção, que têm

demonstrado um aumento do risco de desenvolver epilepsia [18].

Desconhecida A natureza da causa subjacente é ainda desconhecida [18].

Tabela 3- Classificação da localização

Generalizada Resultante de redes distribuídas bilateralmente pelo cérebro [18].

Focal/Parcial Originária no âmbito de redes limitadas a um hemisfério [18].

Quanto às convulsões, a sua classificação é representada na Tabela 4.

Tabela 4- Classificação de convulsões

Crises Tónico-clónicas Têm um início súbito, endurecimento tónico, seguido por

espasmos rítmicos e clónicos dos membros [18]. É a crise mais

comum, manifestando-se no tipo de epilepsia generalizada,

embora possa ser exprimida em outros tipos [18].

Crises de Ausência São caracterizadas por episódios paroxísticos comportamentais

com perda de consciência, associado ao aumento generalizado

das ondas na eletroencefalografia digital (EEG) [18]. O seu

início é repentino e de curta duração, ocorrendo com frequência

[18].

Crises Mioclónicas Definidas como uma súbita, involuntária e breve contração de

músculos ou grupos musculares de localização variável [18].

Crises Tónicas Envolvem uma rigidez muscular generalizada e abrupta, e

duram menos de um minuto, tendo uma rápida recuperação [18].

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Crises Atónicas Caracterizadas por início súbito de perda do tónus muscular, e é

raro ver este tipo de crise de forma isolada [18].

Para além destas classificações, existe ainda a classificação de epilepsia refratária. Não há

critérios rígidos ou uniformes para definir esta epilepsia, aplicando-se quando falham dois ou três

medicamentos, na sua dose máxima de toma, e a presença de um número mínimo de crises

incapacitantes (ou pouco período de remissão) ao longo de um intervalo de tempo [14, 16].

A epilepsia refratária está associada a uma taxa de mortalidade cinco vezes superior à normal,

e as suas causas são inúmeras, como anormalidades na maturação cerebral, lesões cerebrais graves

com mudanças irreversíveis, fenómenos de inflamação, distúrbios induzidos por apreensão de

fornecimento de oxigénio, bem como alterações nas proteínas transportadoras da barreira

hematoencefálica [19].

1.3. Diagnóstico

O método mais eficiente e utilizado para o diagnóstico de epilepsia é a eletroencefalografia

digital (EEG), mas a técnica de ressonância magnética também permite determinar a causa

subjacente das epilepsias focais, prever o resultado a longo prazo e a possibilidade de remissão

espontânea em pacientes livres de crises [14]. Além disso, permite confirmar a presença de

alterações estruturais do cérebro [14].

1.4. Antiepiléticos

Os medicamentos antiepiléticos são a primeira opção de tratamento (Tabela 7), sendo os mais

utilizados, mais reconhecidos e com melhor custo/eficácia, tanto de 1ª geração (Tabela 6) como

de 2ª geração (Tabela 5) [14].

O controlo completo de crises através da toma de antiepiléticos é alcançável em 50% dos

doentes com epilepsia diagnosticada recentemente, sem grandes efeitos colaterais [14]. No

entanto, cerca de 30% dos pacientes que não respondem ao tratamento, apresentam efeitos

adversos, diminuição de qualidade de vida e comorbilidades [14]. Os efeitos secundários mais

comuns são as cefaleias, tonturas, diplopia, fadiga e ataxia [14].

As principais causas da falha do tratamento são a escolha incorreta do fármaco, a não adesão

ou incumprimento da posologia e o estilo de vida do doente [14]. No caso da epilepsia refratária

a terapêutica com antiepiléticos não permite a cessação das crises [14].

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Tabela 7 - Antiepiléticos, mecanismo de ação e uso clínico

Substância ativa Mecanismo de ação Uso clínico

Fenobarbital Mantêm os canais de cloro dos

recetores GABAA da membrana

neuronal pós-sináptica abertos,

hiperpolarizando os neurónios

onde estes recetores são

expressos [20].

O seu principal uso clínico resume-se às

crises mioclónicas e tónico-clónicas, na

epilepsia focal e generalizada [18, 20].

Fenitoína Bloqueia a frequência de

abertura dos canais de sódio

dependentes de voltagem,

limitando a repetição dos

potenciais de ação [20].

É prescrita em crises tónico-clónicas, e

na prevenção destas após cirurgia

craniana [20, 21].

Etosuximida

Bloqueia os canais de cálcio

talâmicos tipo “T” [20].

Segunda opção no tratamento de crises

de ausência [18, 20].

Carbamazepina

Bloqueia os canais de sódio

dependentes de voltagem [20].

Primeira escolha para a epilepsia focal,

sendo também aplicada na nevralgia do

trigémeo [18, 20].

Oxcarbazepina Bloqueia os canais de sódio

dependentes de voltagem [20].

Segunda opção do tratamento de

epilepsia focal, sendo também aplicada

na nevralgia do trigémeo [18, 20, 21].

Eslicarbazepina Bloqueia os canais de sódio

dependentes de voltagem [20].

Tratamento adjuvante nas crises de

epilepsia focal em adultos, com ou sem

generalização secundária [22].

Felbamato

Inibe a ligação de antagonistas

aos recetores GABA [23].

Apenas recomendado em pacientes que

responderam de forma inadequada a

outros tratamentos [21, 22]

Lamotrigina Aplicada em diversos tipos de

epilepsia, em monoterapia ou como

Tabela 5 - Antiepiléticos de primeira geração [14] Tabela 6 - Antiepiléticos de segunda geração [14]

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adjuvante, e na manutenção do

tratamento transtorno bipolar [18, 22].

Também é usada off-label para a

nevralgia do trigémeo, neuropatia

periférica, enxaqueca, dor neuropática,

psicose e esquizofrenia [18, 22].

Topiramato Bloqueia os canais de sódio

dependentes de voltagem,

potencia a transmissão

GABAérgica e inibe as vias

excitatórias através dos recetores

de AMPA [24].

Tratamento adjuvante em diversos tipos

de epilepsia e na profilaxia de

enxaquecas [18, 21, 22]

Vigabatrina Inativa a GABA

aminotransferase [25].

Tratamento adjuvante utilizado em

epilepsia parcial e generalizada que não

responda a mais nenhuma terapêutica,

devido ao elevado risco de danos

visuais [21, 22]

Gabapentina Liga-se à subunidade alfa-2-delta

de canais de cálcio dependentes

de voltagem, diminuindo a

libertação de neurotransmissores

excitatórios [26].

Tratamento, em monoterapia ou

adjuvante, de crises de epilepsia parcial,

com ou sem generalização, e para o

tratamento na dor neuropática [18, 22].

Tiagabina

Inibe o transportador de GABA

(GAT) [27].

Tratamento adjuvante de epilepsia

parcial, com ou sem generalização

secundária [18, 22]

Valproato de

sódio

Provoca um aumento da ação

inibitória GABAérgica, uma

diminuição da excitabilidade

cortical e um bloqueio dos canais

de sódio [20, 21].

Principal escolha para a epilepsia

generalizada, também é aplicável no

tratamento de epilepsia focal (segunda

opção), crises febris, transtorno bipolar

e enxaqueca [18, 20, 21].

Benzodiazepinas Facilita a ação sináptica do

neurotransmissor GABA [20,

21]

Tratamento adjuvante (clonazepam) ou

em monoterapia (diazepam, clobazam,

nitrazepam e midazolam) [20, 21].

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1.5. Interações medicamentosas

A maioria das interações farmacológicas dos antiepiléticos são uma consequência da indução

ou inibição do metabolismo de outros fármacos, principalmente no caso dos antiepiléticos de 1ª

geração [20-22, 28]. A carbamazepina, fenitoína, e fenobarbital são fortes indutores do citocromo

P450 e enzimas glucurunil transferases (UGT), podendo reduzir a eficácia de outros fármacos por

interferência na sua metabolização, tais como os anticoagulantes orais, antagonistas do cálcio,

esteroides, medicamentos antimicrobianos e antineoplásicos [22]. A oxcarbazepina, felbamato e

topiramato promovem uma inibição da depuração metabólica, aumentando a concentração sérica,

o que pode conduzir a efeitos tóxicos [22].

1.6. Oscilações de alta frequência (HFO)

Em epilepsias focais refratárias, o tratamento cirúrgico depende em grande medida da

identificação de zona epileptogénica [29]. Oscilações de alta frequência (HFO) entre 80 e 500 Hz,

que podem ser gravados com EEG, permitiram uma melhoria na identificação desta zona, através

da aplicação de macroelétrodos [14, 29].

1.7. Cirurgia

Quando se trata de epilepsia refratária e a recorrência de crises é significativa, pode recorrer-

se ao tratamento cirúrgico [30]. Permite melhorar significativamente a qualidade de vida dos

pacientes, mas requer uma ponderação, sendo igualmente necessário a identificação correta da

zona epiletogénica e a determinação da extensão da zona que pode ser removida [14, 31, 32].

Para além da identificação anatómica da região afetada, são realizados testes

neuropsicológicos antes da cirurgia, de forma a obter informações importantes sobre o

funcionamento cognitivo pré-operatório do paciente, o que é útil para o aconselhamento sobre os

riscos de déficits cognitivos de pós-operatórios e para o planeamento da reabilitação pós-cirúrgica

[14].

A ressecção do lobo temporal é a uma das cirurgias realizadas, e envolve a remoção de

estruturas temporais, levando ao desaparecimento de crises em 70% dos pacientes refratários ou

a uma redução da sua frequência em 20% [14]. Outro procedimento cirúrgico possível é a

ressecação extratemporal, mas este procedimento é mais difícil de executar, pois os limites não

são tão bem definidos, mas apresenta resultados mais favoráveis em caso de diagnóstico precoce

[14].

Por último, pode efetuar-se uma hemisferetomia, com taxas de sucesso de 70-80%,

removendo-se o hemisfério responsável por crises motoras intratáveis [14, 30]. No entanto, a

ressecção cirúrgica é apenas adequada quando o foco é localizado num hemisfério, e tem

associada uma série de complicações pós-operatórias, incluindo uma alta taxa de hidrocefalia

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comunicante, hemossiderose cerebral, hemorragia intracraniana e infeções pós-operatórias [30,

32].

Para evitar estas complicações, foi desenvolvida a hemisferectomia funcional, combinando

uma excisão parcial anatómica e uma desconexão do lobo remanescente, reduzindo os efeitos

adversos [30].

1.8. Neuroestimulação

A neuroestimulação é uma terapia reservada para pacientes que não podem recorrer à cirurgia,

e inclui a estimulação do nervo vago (VNS) e a estimulação cerebral profunda (DBS) [19]. A

VNS consiste na aplicação de ondas curtas de energia elétrica dirigidas ao cérebro, através do

nervo vago, enquanto a DBS envolve a estimulação elétrica de núcleos subcorticais específicos,

que têm conexões neurais generalizadas [19]. O efeito da estimulação do nervo vago pode dever-

se à dessincronização transitória de ritmos corticais ou por aumentar o limiar de convulsão pela

liberação de glicina e GABA nas estruturas cerebrais [19].

1.9. Terapias metabólicas

Existem quatro tipos de terapias metabólicas utilizadas para a redução das crises, a dieta

cetogénica, a dieta de triglicerídeos de cadeia média (MCT), a dieta de Atkins modificada (MAD)

e o tratamento de baixo índice glicémico (LGIT) [19].

A dieta cetogénica é um dos tratamentos utilizados em casos de epilepsia refratária em crianças

[16, 19, 33]. É uma dieta rica em gorduras e pobre em proteínas e hidratos de carbono, permitindo

uma metabolização incompleta das gorduras pelo fígado, resultando na presença de corpos

cetónicos no sangue e urina [19, 34]. Apesar do seu mecanismo de ação não estar completamente

esclarecido, existem várias teorias: a interrupção da transmissão glutamatérgica, a inibição da

glicólise e a ativação de canais de potássio dependentes de ATP são algumas destas teorias [33].

Esta é uma terapêutica que parece ser eficaz, diminuindo para metade o número de crises em 50%

das crianças, sendo aplicada desde os anos 20 [33]. No entanto, a sua eficácia a longo prazo ainda

não está comprovada, e apresenta ligeiros efeitos secundários [33].

Na dieta de triglicerídeos de cadeia média, o consumo de hidratos de carbono e proteínas é

mais elevado comparativamente às gorduras, não havendo limite na quantidade de proteínas ou

no número total de calorias consumidas por dia [19].

A dieta MAD consiste no consumo de uma fração de 1g de gordura por grama de hidratos de

carbono, sendo menos restritiva do que as outras duas [19].

O tratamento LGIT restringe a ingestão de hidratos de carbono para alimentos com um índice

glicémico inferior a 40-60 g/ dia [19].

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As terapias dietéticas causam alguns efeitos secundários, como obstipação, acidose, pedras

nos rins e hipercolesterolemia temporária [19].

1.10. Estatinas

As estatinas são inibidores da 3-hidroxi 3 metilglutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase,

com um papel importante no tratamento da hipercolesterolemia, intervindo na prevenção da

aterosclerose [35, 36]. Mas para além desta aplicação, as estatinas demonstraram ter uma

atividade neuroprotetora, anti-inflamatória e antioxidante, diminuindo o limiar de convulsão das

crises epiléticas [19, 36].

1.11. Vitaminas

As vitaminas têm sido consideradas importantes no controlo das crises ou na prevenção dos

efeitos adversos dos antiepiléticos [37]. No entanto, o ácido fólico, a tiamina, a vitamina D ou a

vitamina E não têm a sua ação protetora comprovada [37]. A exceção é a vitamina C, cuja ação

benéfica tem vindo a ser comprovada durante as crises convulsivas [37]. A vitamina C tem um

ação antioxidante, servindo de dador de eletrões e de agente redutor, e desempenha esta ação nas

glândulas adrenais e no sistema nervoso central [37].

1.12. Conclusão

A epilepsia é a doença neurológica mais prevalente em todo o mundo, e tendo abordagens

terapêutica tão diversas e variadas, com uma quantidade e severidade de efeitos secundários

considerável, é de extrema importância que o farmacêutico, enquanto profissional de saúde, esteja

informado para melhor comunicar com os pacientes com esta patologia.

A aprendizagem adquirida no decurso do desenvolvimento deste tema permitiu-me concluir

que, apesar de diversas inovações que se têm verificado na terapêutica e no diagnóstico desta

patologia, a epilepsia continua a ser um “mistério”. Ainda há muito para desenvolver e melhorar

nesta área, tanto na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos como no desenvolvimento de

novos fármacos e tratamentos. Devido à complexidade característica desta doença e da sua

terapêutica, e devido à existência de um grande número de pacientes que têm a doença

descontrolada, as crises convulsivas são uma constante. Nesse sentido, decidi elaborar um

panfleto que ilustra essa realidade, e informa os utentes da Farmácia Portugal de Viseu quais os

primeiros socorros a realizar perante esta situação (Anexo IV).

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II Tema: “Alergia”

A partir dos anos 90, a prevalência de doenças alérgicas em todo o mundo tem vindo a

aumentar drasticamente, em países desenvolvidos, como o Reino Unido e EUA, mas agora pode

ser encontrado em todo o Mundo, afetando 30-35% da população mundial em algum momento

das suas vidas [38-40]. Esta condição é especialmente problemática em crianças, que constituem

um dos principais grupos etários afetados [40, 41]. Para além disso, o padrão de alergias também

se alterou, mudando de asma e rinite alérgica para alergias alimentares e eczema, em particular

entre as crianças (Figura 1) [42]. No Reino Unido, estima-se que até 50% das crianças são

diagnosticadas com uma condição alérgica, enquanto na China os casos de rinite alérgica infantil

atingem 54,1%, eczema 22,7% e alergia alimentar 15,7% [38, 39].

As alergias interferem em muito no quotidiano das crianças, afetando o sono, o desempenho

escolar e as atividades de lazer [41].

Figura 1. Percentagem de crianças dos EUA, entre os 0-17 anos, com alergias nos últimos 12 meses,

entre 1997-2011 [43]

É comum as crianças experienciarem exposição acidental a alergenos, e consequentemente,

sintomas alérgicos, nas escolas, onde passam a maioria do tempo. Tendo isto em conta, e devido

ao facto de ter atendido muitos pacientes com esta patologia na Farmácia Portugal de Viseu

(talvez por esta ser uma cidade muito arborizada, ou seja, com muito pólen), decidi abordar este

tema num contexto escolar.

1. Alergia

1.1. Definição

A alergia é uma reação de hipersensibilização na qual o sistema imunitário responde

exageradamente a substâncias estranhas, normalmente inofensivas, levando a uma cascata

generalizada, onde há inflamação, produção de citocinas pró-inflamatórias e uma exacerbação da

resposta do sistema imunitário (Figura 2) [41, 44, 45]. A expressão das citocinas IL-4, IL-5 e IL-

13 promovem a transformação de células Th2 em células B, e estas produzem IgE, anticorpos que

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29

desempenham um papel central na resposta imunitária [46]. O mesmo se aplica aos eosinófilos,

onde a IL-5 promove a sua maturação e sobrevivência [46].

A histamina, um pequeno péptido com propriedades vasoativas inerentes, é libertada a partir

de grânulos contidos em mastócitos, basófilos e linfócitos, causando toda a sintomatologia

associada à alergia [40, 45]. Interagindo com recetores, amplamente distribuído pelo sistema

imunológico e outros órgãos, a histamina facilita a migração de leucócitos para os locais de

inflamação, estimula a atividade dos linfócitos e modula a resposta dos eosinófilos, neutrófilos e

mastócitos, causando vasodilatação e edema [45].

Figura 2. Cascata imunitária. Mediadores de mastócitos, incluindo citocinas, causam a desgranulação

e contribuem para o serviço de mensagens bidirecionais com outras células inflamatórias ou os seus

precursores, para a atividade dos linfócitos e para a migração de células imunes para o local inflamatório

[45].

As doenças alérgicas incluem: asma; rinite; conjuntivite; alergia a fármacos, alimentos e

insetos; dermatite atópica; urticária; anafilaxia e angioedema [40].

1.1.1. Rinite Alérgica

A rinite é uma inflamação dos tecidos nasais, provocando espirros, coriza e nariz entupido,

estando presente em 15% da população mundial e na qual a maioria dos sintomas surge antes dos

20 anos [47, 48]. Esta pode ser classificada como episódica, sazonal ou crónica [48]. A episódica

surge aquando da exposição a alergenos que não estão normalmente presentes, a crónica pode

durar 2 horas por dia, durante mais de 9 meses por ano; e a sazonal desponta nos períodos em que

o alergeno surge, como o pólen durante a primavera [48].

Esta patologia está associada a outras co morbilidades, como: sinusite, polipose nasal,

conjuntivite, otite média, infeções respiratórias e distúrbios do sono, sendo mesmo um fator de

risco no desenvolvimento de asma [40].

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30

1.1.2. Conjuntivite Alérgica

A conjuntivite alérgica inclui formas clinicas mais leves, até formas mais severas de

ceratoconjuntivite, onde a inflamação se estende até à córnea, sendo mais difícil de diagnosticar

e tratar, e pode conduzir a danos oculares permanentes [40].

1.1.3. Asma

A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, onde há uma hiper-reactividade brônquica

e uma obstrução do fluxo aéreo, associado a mudanças estruturais [40]. Quando não controlada,

a asma pode interferir significativamente com as atividades normais diárias, diminuindo

seriamente a qualidade de vida [40]. A atopia, predisposição genética para desenvolver

sensibilidade mediada por IgE a alergenos, é o fator de risco mais relevante para o

desenvolvimento da asma, especialmente em crianças [40].

1.1.4. Anafilaxia

A anafilaxia é uma condição aguda, potencialmente fatal, que envolve o sistema

cardiovascular, o trato respiratório, a boca, a faringe e a pele, quer isoladamente ou em

combinação [49]. A sintomatologia inclui erupção cutânea/urticária, angioedema, prurido,

broncospasmo, tosse e perda de consciência [49].

O choque anafilático é uma condição em que a pressão arterial diminui rapidamente e o doente

pode morrer de paragem cardiorrespiratória, tendo que ser administrada a adrenalina para

promover uma rápida vasodilatação, abrindo as vias aéreas e estimulando os batimentos cardíacos

[42, 49]. O choque anafilático induzido por alimentos apresenta uma sintomatologia diferente,

porque o mecanismo de reação pode ser fatal devido a paragem respiratória, enquanto o colapso

cardiovascular isolado é raro [50].

1.1.5. Alergia a Fármacos

As alergias medicamentosas podem afetar até 1/10 da população mundial, sendo que as mais

comuns envolvem antibióticos, como penicilinas, cefalosporinas, sulfonamidas e anti-

inflamatórios não esteroides [40]. Estas reações causam o aparecimento de erupções cutâneas,

sintomas gastrointestinais e respiratórios, podendo causar choque anafilático, responsável por

20% das mortes [40, 51]. Podem surgir no decorrer das primeiras horas, dias ou semanas após o

início do tratamento [51].

1.1.6. Alergia a insetos

A alergia a insetos pode resultar de uma reação local, em que os sinais e sintomas são

confinados aos tecidos contíguos ao local da picada, ou numa reação sistémica, com sinais e

sintomas generalizados [40]. Estes sintomas podem ser limitados à pele (rubor, urticária e

angioedema) ou mais graves (broncoespasmo, edema de laringe, hipotensão e choque anafilático)

[40].

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31

1.1.7. Alergias alimentares

As alergias alimentares são uma das formas mais comuns de alergia, estando mais presentes

em crianças do que nos adultos [50, 52]. Afetam 6% a 8% das crianças, tendo uma maior

prevalência em bebes (2,5%) e crianças de 1 ano (10%), diminuindo com a idade [50, 52].

Mais de 120 alimentos têm sido descritos como alergenos, mas apenas um número limitado

destes causam reações alérgicas [49]. Os alimentos que mais provocam alergias alimentares são:

amendoins, nozes, ovos, peixe, leite de vaca, crustáceos e moluscos, soja e cereais que contêm

glúten [49, 52].

A alergia alimentar pode ser mediada por IgE tendo, tipicamente, um início rápido, afetando

a pele, o trato respiratório e, em alguns casos, o trato gastrointestinal [50, 52]. Já a alergia não

mediada por IgE tem geralmente uma sintomatologia mais retardada, e afeta o trato

gastrointestinal e a pele, sendo mediada por células T e na qual pode haver um processo

imunológico subjacente, como a inflamação eosinofílica [50, 52].

1.1.8. Urticária e angioedema

A urticária é um grupo heterogéneo de doenças caracterizadas por pápulas (elevações

passageiras da pele) com duração de aproximadamente vinte e quatro horas e/ou angioedema

(inchaços mais profundos da pele e membranas mucosas) [40]. Tem uma prevalência superior a

20% e afeta principalmente pessoas em idade ativa [40].

1.1.9. Dermatite atópica

A dermatite atópico é a doença inflamatória crónica mais comum da pele, que afeta entre 10 a

20% das crianças e aproximadamente 3% dos adultos nos países ocidentais [40, 46]. Embora os

sintomas típicos variem com a idade do paciente, o mais comum são lesões na pele visivelmente

eczematosas e severamente pruriginosas e xeróticas, principalmente em regiões de flexão [53].

A dermatite atópica é caracterizada por anormalidades da barreira cutânea, alterações da

síntese lipídica, hidratação reduzida, diminuição da diferenciação epidérmica e infiltração de

células T na derme [46, 53]. Alergenos, produtos de processos infeciosos e proteínas da pele

libertadas pelo coçar pode induzir a produção de anticorpos IgE em pacientes com esta patologia

[53].

1.2. Causas

As causas das doenças alérgicas são heterogéneas e envolvem importantes interações

genéticas-ambientais.

1.2.1. Genéticas

Uma em cada cinco crianças tem predisposição para desenvolver uma alergia, mas se um dos

pais possui esta patologia, a probabilidade passa para o dobro [38]. Este aumento da tendência

para desenvolver alergias devido a causas genéticas denomina-se atopia [38]. Os fatores genéticos

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desempenham um papel na suscetibilidade para desenvolver a doença, na sua gravidade e na

resposta à terapêutica [40].

1.2.2. Ambientais

A alteração de fatores climáticos (temperatura, velocidade do vento, humidade) pode afetar

ambas as componentes biológicas e químicas dos alergenos, e consequentemente originar crises

de asma, rinite, sinusite e infeções respiratórias agudas [40]. Todas as alterações ambientais nos

últimos vinte anos, devidas principalmente ao aumento da poluição, podem estar por detrás deste

aumento significativo de incidência de alergias, e a prova disso é o facto de a atopia e a asma

serem mais prevalentes em países desenvolvidos e industrializados [38, 40].

Outra hipótese é a de que o aumento das alergias reflete a uma diminuição da exposição a

bactérias e outros microrganismos do nosso meio ambiente, sendo esta conjetura denominada a

hipótese de higiene [38, 52]. Esta sugere que o sistema imunológico precisa de entrar em contacto

com uma variedade de microrganismos e bactérias, enquanto se está a desenvolver, a fim de que

o organismo responda adequadamente numa fase mais tardia da vida [38]. Desta forma, a

exposição inadequada a microrganismos ambientais pode desenvolver, no sistema imunitário das

crianças atópicas, uma tendência para o aparecimento de alergias [38].

1.2.3. Alterações alimentares

A nossa alimentação tem sofrido alterações ao longo dos anos, como uma maior ingestão de

alimentos processados e menor ingestão de frutas e legumes [38]. Estudos sobre os níveis

reduzidos de nutrientes, em particular vitamina D, ácidos gordos ómega-3 e antioxidantes, e o seu

papel no desenvolvimento de alergia têm sido estudados, mas até agora, uma maior ingestão

destes nutrientes não demonstrou ter eficácia no controlo de alergias [38].

1.3. Diagnóstico

A confirmação de alergias e a identificação dos alergenos causais são cruciais para tratar

corretamente as doenças alérgicas. Este processo inicia-se com a realização de uma história

clínica detalhada e de um exame físico, tentando sempre efetuar uma associação temporal entre

os sintomas e a exposição ao alergeno [40, 42].

1.3.1. Teste subcutâneo

Um dos primeiros testes de diagnóstico a efetuar é o teste cutâneo, que inclui a pesquisa de

alergenos relevantes e padronizados, sempre que existe um alergeno suspeito [40, 44, 54]. Normas

recentes recomendam o teste cutâneo, não só para detetar o alergeno causal, mas também para os

conhecidos co alergenos [52]. Por exemplo, estudos revelam que testes de alergia ao amendoim

realizados em crianças com alergia ao ovo dão um resultado positivo, indicando co alergia em

20% a 30% dos casos estudados [52].

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O teste consiste na aplicação, na pele do braço, de uma gota de cada solução de alergeno, e

uma picada de uma agulha, por baixo da gota de solução [44]. Isto significa que uma pequena

quantidade de alergeno pode penetrar a pele [44]. A reação é considerada positiva quando a pele

fica irritada e vermelha, formando-se uma pápula [44].

Estes testes são simples, rápidos (a resposta é observada cerca de 20 minutos após a aplicação

do alergeno) e seguros, mas podem apresentar falsos negativos [49, 50].

1.3.2. Testes sanguíneos

Os testes efetuados no sangue, por vezes chamados de testes radioallergosorbent (RAST),

medem a quantidade de anticorpo IgE [44, 49]. Obtém-se um resultado de 0 a 6, de acordo com

a quantidade de IgE, sendo 6 o nível mais elevado [44]. Estes exames são mais seguros nos casos

de uma reação alérgica intensa, como a anafilaxia (os testes cutâneos são, nestes casos,

potencialmente perigosos) e têm a vantagem de permitir o uso de medicação anti-histamínica

aquando da sua realização (os testes cutâneos não) [44, 50].

1.3.3. Teste de contacto

Os testes de contacto atópico detetam reações de hipersensibilidade tardia e reações urticária

imediatas [50]. O teste envolve a aplicação de extratos de alergenos diretamente na pele de um

paciente, seguido da avaliação após 48-72 h, de forma a verificar a presença (resultado positivo)

ou ausência (resultado negativo) de eritema ou pápulas [50].

1.3.4. Teste de provocação oral

O teste de provocação oral (OFC) é usado na deteção de alergias alimentares, e consiste na

ingestão de uma porção crescente do alimento suspeito de causar a alergia, sob vigilância, para

avaliar se ocorre uma resposta imune adversa [49, 50, 54]. Para crianças mais velhas e adultos

são normalmente conduzidos os testes cegos, ou seja, nem o paciente, nem o avaliador sabe quais

são os alimentos que contêm o alergeno alimentar [49]. Embora este seja o teste padrão para o

diagnóstico de alergia alimentar, resultados falsos negativos podem ocorrer, particularmente se a

dose mais elevada utilizada for demasiado baixa [49]. Quando o resultado é negativo, este teste

deve ser seguido da aplicação de um teste aberto [49].

1.3.5. Teste de eliminação

Este teste envolve a remoção de alimentos suspeitos da dieta durante duas semanas [49]. Se

os sintomas desaparecem, estes alimentos são adicionados de novo à dieta, um de cada vez, em

quantidades pequenas, mas gradualmente crescentes até se obter um padrão de consumo normal

[49]. Durante este período, os sintomas são monitorizados, e quando todos os géneros alimentícios

suspeitos forem verificados, os alergenos podem ser detetados e evitados [49].

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34

1.4. Terapêutica

A estratégia para o tratamento de doenças alérgicas é baseada: na educação do paciente, no

controlo ambiental e eliminação do alergeno, na farmacoterapia e na imunoterapia.

1.4.1. Farmacológica

A farmacoterapia é a base do tratamento das doenças alérgicas, uma vez que controla os

sintomas e melhora a qualidade de vida.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos têm sido amplamente utilizados para o tratamento sintomático devido à

ação antagonista da ligação da histamina sobre os recetores H1 [55]. Apresentam-se sob a forma

de comprimidos, xaropes, colírios e soluções nasais [55]. No entanto, não têm eficácia em

situações como anafilaxia sistémica e asma brônquica [55].

A maioria dos anti-histamínicos é capaz de interagir com uma variedade de recetores de

neurotransmissores e outros alvos biológicos, sendo isto mais evidente nos anti-histamínicos da

primeira geração [55]. Enquanto algumas destas interações podem ter algum valor terapêutico,

mais frequentemente elas são manifestadas como reações adversas: sedação, fadiga e vertigens

[55].

Nos últimos 20 anos, o objetivo principal da pesquisa de anti-histamínicos tem-se centrado no

desenvolvimento de novos fármacos com maior seletividade para os recetores H1 e menores ações

indesejáveis no SNC, surgindo os anti-histamínicos de segunda geração [45, 55].

Os antagonistas H1 exibem ainda uma variedade de interações medicamentosas significativas

quando co administrados com outros agentes terapêuticos; como por exemplo, potenciação da

atividade depressora de barbitúricos, álcool, analgésicos narcóticos e outros depressores [55].

Para além disso, nos últimos anos descobriu-se que vários anti-histamínicos de segunda geração

podem produzir arritmias [55].

Águas isotónicas

Os pulverizadores de água isotónica limpam as mucosas nasais e oftálmicas, desalojando os

alergenos e aliviam a sensação de congestão. Podem ser aplicadas durante todo o dia, e por vários

dias consecutivos, sem efeitos secundários. O tratamento com estas águas pode ser associado ao

tratamento com um anti-histamínico.

Imunoterapia

Esta terapia de hipossensibilização permite obter resultados positivos de longa duração e

alterar o curso natural da doença, facto que não acontece com o tratamento anti-histamínico [40].

A imunoterapia consiste na administração de doses crescentes de alergeno para qual o paciente

apresenta reação alérgica, o que faz com que o corpo se habitue e reduza esta reação [40, 56, 57].

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Esta terapêutica pode ser administrada em pacientes com rinite alérgica, asma, conjuntivite,

alergia alimentar e alergia à picada de insetos [40, 56, 57].

Este tratamento tem sido desenvolvido na forma de imunoterapia subcutânea, uma das

modalidades de tratamento padrão, imunoterapia sublingual e transdérmica, com uma eficácia

limitada devido à restrição da dose absorvida, e, por último, imunoterapia oral (permite uma

administração de doses maiores) [40, 57].

Esta terapia é considerada experimental devido à falta de conhecimento dos seus efeitos e da

sua segurança a longo prazo, pois pode provocar reações alérgicas, mais especificamente, reações

anafiláticas [40, 57].

Terapia biológica

A investigação em imunologia levou ao desenvolvimento de uma variedade de abordagens

terapêuticas; alguns já utilizados na prática clínica e outros estão ainda em ensaios clínicos [40].

As novas abordagens terapêuticas incluem agonistas dos recetores toll-like, bloqueadores de

citocinas e antagonistas específicos dos recetores de citocinas [40].

O anticorpo monoclonal recombinante humanizado anti-IgE, omalizumab, forma complexos

com a IgE livre, bloqueando a sua interação com mastócitos e basófilos; como consequência, é

eficaz para tratar asma alérgica, mas os critérios para selecionar pacientes para este tipo de terapia

não estão ainda definidos [40, 58, 59].

1.4.2. Não farmacológica

A principal ação não farmacológica consiste em evitar os alergenos. Esta abordagem conduz

a uma melhoria da sintomatologia, mas tem de ser o mais completa possível, uma vez que uma

intervenção única e simples demonstra pouca eficácia [40]. Ações como: fechar a porta e as

janelas de forma a evitar a entrada do pólen; mudar de roupa e sapatos quando se chega a casa,

não secar a roupa no exterior; ter atenção aos rótulos das embalagens dos alimentos e à

contaminação cruzada; evitar sair à rua quando o tempo é seco e ventoso, e pelos períodos de

manhã e noite; utilizar óculos de sol; lavar regularmente as mãos e a cara e limpar regularmente

o pó das habitações, permitem diminuir o contacto com os alergenos.

1.5. Informação a transmitir à população

Tendo em conta que a gestão mais eficaz desta patologia passa por informar o paciente,

populações com idades e etnias diferentes requerem diferentes abordagens, e abordagens mais

tecnológicas são mais apelativas aos jovens [40]. Tendo isto em mente, decidi abordar este

assunto no ambiente escolar, a um público jovem, constituído por 19 alunos com idades

compreendidas entre os 8-10 anos, dando uma formação através de uma apresentação em power

point e efetuando um questionário, “Alergias: Informação e Prevenção” (Anexo V, VI e VII).

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36

Para abordar o tema de forma a ter uma máxima compreensão, tive necessidade de introduzir

noções base sobre o sistema imunitário. Este sistema não integra o currículo disciplinar deste

nível de ensino, por isso foi uma introdução extremamente importante e necessária.

Devido à complexidade do sistema imunitário, tive que simplificar a terminologia. Por esta

razão utilizei pequenos vídeos, onde a abordagem às diferentes células que constituem o sistema

imunitário e as suas diversas funções são exemplificadas, de maneira clara e apropriada à faixa

etária do público referido. A atenção a uma linguagem clara, simplificada e a uma apresentação

interativa e atrativa foi sempre uma preocupação. Para saber se todos os conceitos foram bem

assimilados, fui questionando os alunos ao longo da apresentação, e no final, distribuí um

questionário que após o preenchimento individual foi prontamente corrigido (Anexo VII).

Questionário:

O objetivo destas perguntas (Figura 3) foi confirmar se a noção base da ação formativa tinha

sido compreendida, ou seja, se o tema tinha sido entendido. Para além disso, esta questão remete

ao vídeo introdutório que focou a intervenção de partículas e microorganismos no desencadear de

doenças, permitindo verificar se a informação não teria sido esquecida.

1. Tendo em conta tudo o que ouviste, assinala a resposta correta:

Figura 3. Resultados referentes às perguntas indicativas do tema da ação.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Gastrite Alergia Gripe

1.1. O que provocam as poeiras?

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Glóbulosvermelhos

Glóbulosbrancos

Hemácias

1.2. Os linfócitos também se

chamam:

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37

Com este resultado, pode-se concluir que o tema desta seção foi claramente e corretamente

identificado.

Figura 4. Resultados referentes às questões sobre o sistema imunitário.

As perguntas seguintes realizadas (Figura 4) referem-se ao tema do sistema imunitário, e pode-se

concluir que, apesar das respostas não serem tão certeiras como as anteriores (Figura 3), a maioria

dos alunos respondeu corretamente.

2. Assinala com V as afirmações verdadeiras e com F as afirmações falsas.

Figura 5. Afirmações referentes à alergia.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Perda de visão Espirros Preguiça

1.4. Qual destes sintomas é característico

de uma reação alérgica?

02468

101214161820

Regular a fluidezdo sangue

Proteger oorganismo

Transportar ooxigénio até às

celulas.

1.3. Qual destas tarefas é própria dos

glóbulos brancos?

79%

21%

2.2 OS ANTICORPOS IGE SÃO

ESPECÍFICOS NOS CASOS DE

ALERGIA.

Respostas Certas Respostas Erradas

79%

21%

2.3. PARA COMBATER AS

ALERGIAS, APENAS SE PODE

RECORRER A COMPRIMIDOS.

Respostas Certas Respostas Erradas

79%

21%

2.1. OS ALÉRGENOS PROVOCAM

REAÇÕES ALÉRGICAS EM TODAS

AS PESSOAS.

Respostas Certas Respostas Erradas

89%

11%

2.4. UMA PESSOA SÓ PODE TER

ALERGIA A UMA SUBSTÂNCIA.

Respostas Certas Respostas Erradas

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38

A Figura 5 evidencia que a percentagem de respostas certas e erradas se mantém constante

em todas as afirmações, o que pode indicar que a maioria das crianças entendeu o mecanismo por

detrás das alergias e do seu controlo.

A afirmação refente aos alérgenos (Figura 6) foi a que demonstrou uma percentagem maior

de resposta incorretas. Após a correção com toda a turma, verifiquei que o levou a esta

percentagem foi a má leitura da frase, uma vez que muitas crianças não notaram a palavra “não”

na afirmação.

Figura 5. Afirmação referente a alérgenos

A Figura 7 demonstra o mesmo que a Figura 4, ou seja, confirma que o conceito de

sistema imunitário foi compreendido.

Figura 6. Afirmação referente ao sistema imunitário.

No que diz respeito à apresentação (Figura 8), o feedback foi bastante positivo. Todos os

alunos consideraram a informação clara e oportuna, e no que diz respeito à apresentação, apenas

32%

68%

2.5. NUMA REAÇÃO ALÉRGICA, O SISTEMA

IMUNITÁRIO REAGE A UMA SUBSTÂNCIA QUE

NORMALMENTE NÃO É CONSIDERADA PERIGOSA.

Respostas Certas Respostas Erradas

84%

16%

2.6. NO SISTEMA IMUNITÁRIO EXISTEM VÁRIOS

TIPOS DE CÉLULAS COM DIFERENTES FUNÇÕES

PROTETORAS.

Respostas Certas Respostas Erradas

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39

um aluno a considerou intermédia, enquanto o resto da turma a considerou positiva. Isto

demonstra que todo o esforço exercido para uma apresentação didática e clara foi bem-sucedido.

3. Em relação à apresentação:

Figura 7. Avaliação da apresentação.

Como última questão, foi proposto à turma mencionar qual os conceitos mais relevantes

aprendidos durante a formação. Como se pode observar pela Figura 9, todos os conceitos dados

foram considerados importantes, tendo a maioria dos inquiridos escolhido o tema da formação

como o mais relevante.

positivo100%

intermedio0%

negativo0%

3.1. A INFORMAÇÃO FOI CLARA E OPORTUNA.

positivo95%

intermedio5%

3.2. A APRESENTAÇÃO FOI ESCLARECEDORA E

CATIVANTE.

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40

Figura 8. Conceitos aprendidos na formação

1.6. Conclusão

Com o número de pessoas afetadas pela condição alérgica a aumentar ao longo dos anos,

este tema tornou-se claramente um tópico da máxima importância a abordar, e uma vez que este

aumento é ainda mais significativo em crianças, decidi dirigi-lo a estas, com uma apresentação

simplificada mas esclarecedora, que lhes permitisse a obtenção de conceitos básicos acerca das

alergias.

Devido à interatividade da formação, e pelas respostas obtidas no questionário, este foi

um tema bem aceite e compreendido pelo público-alvo. Relativamente à sua aplicação na

Farmácia Portugal de Viseu, este caso de estudo foi muito útil. O período de estágio ocorreu nos

meses de maior polinização, e foi visível durante o atendimento. Foram inúmeros os utentes que

aconselhei devido à sintomatologia alérgica, aplicando todo o conhecimento adquirido na

preparação deste tema.

Sistema imunitário

Tratamento não farmacológico

Novo vocabulário

Tratamento farmacológico

Alergias

CONSIDEREI A AÇÃO IMPORTANTE PORQUE APRENDI

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Conclusão Final

O estágio na Farmácia Portugal de Viseu superou bastante as minhas expetativas e

marcou-me de uma forma muito positiva. Com este estágio, tive a oportunidade de experienciar

o dia-a-dia de uma farmácia, a interação e o funcionamento entre uma equipa de trabalho, e

colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo dos cinco anos de formação académica.

Ao longo destes três meses, desenvolvi bastante a minha capacidade de trabalho,

responsabilidade e autonomia, além da aprendizagem contínua de novos conhecimentos e

valências, fundamentais para esta profissão. Para este resultado contribuiu a ajuda e apoio dados

pela equipa de excelência em que estive integrada.

O primeiro tema explorado revelou a grande prevalência da epilepsia, e isso foi

evidenciado com o interesse da população, neste caso, os utentes da Farmácia Portugal de Viseu,

pelo panfleto informativo sobre esta doença e os seus primeiros socorros. O segundo tema foi

desenvolvido visando um público-alvo de tenra idade, e pelos resultados obtidos através do

questionário realizado, posso concluir que foi um tema muito oportuno e interessante para estes.

Concluída esta etapa tão marcante e reveladora para minha formação, profissional e

pessoal, fica a certeza da importância do papel do farmacêutico na sociedade e a consciência da

relevância do exercício da atividade farmacêutica de uma forma digna e responsável.

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ANEXOS

Anexo I – Farmácia Portugal de Viseu

Anexo II – Área de atendimento ao público

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Anexo III – Gabinete de Utente e Área de receção de encomendas

Equipa que constitui a Farmácia Portugal de Viseu.

Funcionários Cargos/Função

Dra. Maria Regina Diretora Técnica

Dra. Susana Melo Farmacêutico Substituta

Dra. Cláudia Silva Farmacêutica Substituta

Sr. Paulo Cardoso Ajudante Técnico

Sr. José Gomes Ajudante Técnico

Sra. Ana Filipa Leitão Técnica de Farmácia

Sr. António Marques Receção de encomendas/arrumação/contactos

externos (correios, banco, centro de saúde, entrega

ao domicílio)

D. Maria Fernanda Correia Auxiliar de limpeza/arrumação/contactos externos

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Anexo IV – Panfleto: “Epilepsia”

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Anexo V – Formação “Alergias: Informação e Prevenção”

Anexo VI – Apresentação “Alergias: Informação e Prevenção”

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Anexo VII - Questionário sobre formação