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Multimodalidade Turística Telma M. Brito 2009 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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MultimodalidadeTurísticaTelma M. Brito

2009

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Todos os direitos reservados.IESDE Brasil S.A.

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR

www.iesde.com.br

© 2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

B862 Brito, Telma M. / Multimodalidade Turística. / Telma M. Brito — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.

136 p.

ISBN: 978-85-7638-755-8

1. Turismo. 2. Transporte aéreo. 3. Transporte rodoviário. 4. Transporte ferroviário. 5. Cruzeiros marítimos. I. Título.

CDD 338.4791

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Sumário

Introdução aos meios de transporte | 7Introdução à multimodalidade turística | 7Transportes e turismo – conceitos e definições | 8Histórico – evolução dos meios de transporte | 8Modais de transporte | 11Elementos físicos dos transportes | 12Intermodalidade | 14

Transporte aéreo: estrutura | 19Elementos físicos do transporte aéreo | 19Principais aeroportos no Brasil e no mundo | 23Tipos de aviões de passageiros | 25Legislação | 26Principais empresas aéreas nacionais e internacionais | 27

Transporte aéreo: mercado | 35Empresas low-cost / low-fare | 35Charters versus vôos regulares | 36CRS / GDS | 37Alianças / code-share | 38Desregulamentação / regulamentação | 41

Transporte marítimo: estrutura | 47Retrospectiva histórica | 47Elementos físicos do transporte marítimo | 49Principais áreas de navegação e mercados | 53Estrutura de um navio (deck plan) | 55

Transporte marítimo: mercado | 61Principais companhias marítimas | 61Principais mercados consumidores | 63

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Crescimento do mercado – transporte versus produto turístico completo | 64Perspectiva do mercado brasileiro | 66Canais de distribuição do produto | 69

Transporte ferroviário: estrutura e mercado | 75História das ferrovias | 75Elementos físicos do transporte ferroviário | 76Trens famosos e principais linhas de trens utilizados no turismo | 81Passes de trem | 82Trens e turismo no Brasil | 84

Transporte rodoviário: estrutura e mercado | 91Elementos físicos do transporte rodoviário | 91Força motriz | 94Tipos de rodovias e estrutura rodoviária | 95Tipos, modelos de ônibus e principais transportadoras nacionais | 99Ônibus utilizados no turismo | 100Locação de veículos | 101Leasing de carros na Europa | 104

Transportes e turismo: tendências e problemas | 109Interligação de modais e intermodais | 109Uso racional dos transportes | 111Problemas em viagens aéreas | 112Ações e preocupações com o meio ambiente | 113Tendências dos transportes no turismo | 115Turismo espacial | 116Viagens marítimas | 116Viagens rodoviárias | 117Viagens ferroviárias | 118

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O turismo é uma atividade fascinante que, para se desenvolver, necessi-

ta se “apropriar” dos meios de transportes, criando assim uma relação

de interdependência que gera benefícios numa cadeia produtiva que

envolve milhares de profissionais.

A constante expansão do turismo no mundo exige alta qualificação da

mão-de-obra, devido às suas especificidades. O setor de transportes, parte

integrante do turismo, também exige essa qualificação dos profissionais.

Conhecer as características dos meios de transporte e sua relação com

o turismo é a nossa proposta neste curso. Faremos uma abordagem

ampla do setor, estruturada em oito aulas. Na primeira aula apresenta-

remos as características dos meios de transporte e sua interdependên-

cia com o setor turístico. Abordaremos conceitos e definições, faremos

um passeio pela história dos transportes e apresentaremos os quatro

modais de transporte: aéreo, hidroviário, rodoviário e ferroviário, bem

como seus elementos físicos.

A seguir, entraremos na especificidade de cada um desses modais. Na aula

dois conheceremos um pouco da estrutura do setor de transporte aéreo (ae-

roportos, serviços, tipos de aeronaves e principais companhias aéreas) e, na

aula três, veremos as características do mercado, abordando mecanismos

de custos, sistemas operacionais, tecnologia utilizada pelas empresas aére-

as e pelo mercado turístico, além da desregulamentação de tarifas.

As aulas seguintes apresentarão o transporte marítimo, que faz parte do

modal hidroviário. Esse setor é um dos que mais crescem hoje no turis-

mo mundial. Os reflexos dessa expansão já são sentidos no Brasil, o que

torna a discussão do tema necessária para os profissionais que atuam

em turismo. Na aula quatro abordaremos a estrutura do setor de cru-

zeiros, apresentando seus elementos físicos e as áreas de navegação,

além dos tipos e estrutura dos navios. Na aula cinco apresentaremos

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as características do mercado, as principais companhias marítimas e

mercados consumidores e os canais de distribuição do produto.

Continuando nosso passeio pelos modais de transporte, apresentare-

mos na aula seis a estrutura e as características do transporte ferroviário.

Embora no País esse modal ganhe importância somente no transporte de

carga, com exceção das linhas utilizadas exclusivamente para passeios

turísticos, é necessário que o tema seja incluído nesta discussão, pois os

trens são altamente utilizados por passageiros e turistas nos principais

países desenvolvidos, sendo uma alternativa de viagem muito confor-

tável. Conheceremos nesse capítulo a estrutura e os tipos de ferrovias,

as principais linhas férreas internacionais e nacionais e a utilização dos

trens nas viagens turísticas.

Na aula sete nosso tema será o transporte rodoviário. Criado a partir

do desenvolvimento industrial, no final do século XIX, o transporte ro-

doviário tem uma grande importância no turismo, pois popularizou as

viagens em todo o mundo. O desenvolvimento dos países a partir da

abertura de rodovias colaborou também para o crescimento do turismo.

Abordaremos nesse capítulo a estrutura e as características mercadoló-

gicas e sua relação com o setor turístico, apresentando os elementos físi-

cos das rodovias, a estrutura rodoviária do País, as principais empresas

de ônibus e a utilização de veículos com fins turísticos.

Encerraremos esta disciplina fazendo uma reflexão sobre as tendências

e os problemas do setor de transportes que incidem diretamente no cres-

cimento do setor turístico. Discutiremos a interligação dos modais de

transporte, fundamental para que o turismo possa se desenvolver, ofere-

cendo mais conforto e comodidade aos usuários; os problemas enfren-

tados pelos passageiros na utilização dos vários meios de transporte;

e, ainda, as preocupações relacionadas aos impactos gerados ao meio

ambiente pelos transportes, bem como a sustentabilidade no turismo.

Bons estudos.

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Introdução aos meios de transporte

Telma M. Brito*

Introdução à multimodalidade turísticaO desenvolvimento do turismo não seria possível sem que os meios de transporte existissem.

Basta pensar como seria o mundo sem aviões, carros, trens, navios. No mundo contemporâneo, passa-geiros que realizam qualquer viagem, seja a lazer, a negócios ou por qualquer outro motivo, utilizam-se de um ou mais meios de transporte. A integração dos diversos modais de transporte facilita o desloca-mento entre o núcleo emissor e o núcleo receptor, ou seja, entre a cidade de origem e a cidade de des-tino da viagem (PALHARES, 2002).

A evolução tecnológica, ocorrida entre meados do século XIX e início do século XX, possibilitou a re-dução do tempo de viagem no deslocamento de coisas e pessoas entre grandes distâncias (PAGE, 2001, p. 17-20). Os primeiros meios de transporte surgidos a partir da Revolução Industrial e utilizados para o transporte em massa foram o marítimo e o ferroviário. Depois surgiram os transportes rodoviário e aéreo. O rodoviário, considerado transporte individual ou para um número reduzido de pessoas, é mais utiliza-do em viagens de curta e média distâncias. O aéreo, com maior capacidade, é utilizado principalmente em viagens para destinos mais distantes, devido à rapidez no deslocamento. As viagens foram intensificadas com os transportes rodoviário e aéreo, diminuindo ainda mais o tempo de deslocamento.

Para entender a interdependência entre os transportes e o turismo é necessário fazer uma intro-dução ao sistema de transporte turístico. Veremos nesta aula alguns conceitos e definições desse siste-ma, faremos uma retrospectiva histórica, apresentaremos os quatro modais de transportes, bem como os elementos físicos que compõem o sistema de transporte.

* Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na Área de Concentração: Educação Física e Sociedade. Especialista em Planejamento e Marketing Turístico pelo Serviço Nacional do Comércio (Senac-SP). Bacharel em Turismo pela Faculdade Ibero-Americana. Sócia-diretora da Navigare Agência de Viagens e Turismo Ltda.

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Transportes e turismo – conceitos e definições A oferta turística é composta por três elementos: os atrativos, as facilidades e o acesso. Os atrati-

vos são responsáveis por atrair os turistas ao núcleo receptor (NR) ou cidade turística. As facilidades fa-rão com que os turistas permaneçam no NR, ou seja, se hospedem, se alimentem, tenham informação adequada etc. O acesso é responsável por facilitar o deslocamento entre os núcleos emissor e receptor. O sistema de transporte é, portanto, parte integrante da oferta turística (ACERENZA, 1999, p. 75).

Quando analisamos o mercado turístico não podemos deixar de mencionar os transportes como grandes responsáveis pelo desenvolvimento e constante crescimento do setor. Paolillo e Rejowski (2002, p. 13) conceituam o sistema de transporte como “a estrutura composta por serviços e equipamentos de um ou mais meios de transportes, necessários ao deslocamento dos turistas e viajantes em geral entre núcleos emissores e receptores e dentro dos mesmos”.

Percebe-se nesse conceito que o autor inclui não somente os equipamentos dos meios de trans-porte, ou seja, os elementos físicos compostos pela via, pelo terminal e pelo veículo, mas também os serviços que estes oferecem para que o turista ou viajante possa viajar de seu local de residência para o destino turístico escolhido ou, ainda, dentro das próprias cidades turísticas. O transporte sempre estará presente, antes, durante e após a viagem.

Podemos ainda lembrar que alguns meios de transporte podem ser a atração principal da via-gem, como os cruzeiros marítimos de lazer, as viagens ferroviárias e os passeios de carro e de bicicleta por roteiros panorâmicos ou paisagens exuberantes.

A definição de Palhares (2002, p. 27) é similar à anterior. O autor define o transporte voltado para o turismo como “a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado des-tino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si [...] ou que faz com que os visitantes se desloquem dentro de um mesmo destino primário ou secundário”.

Essa definição ressalta que as viagens começam ainda nas cidades de origem de cada um dos vi-sitantes, ou seja, para atingir o seu destino turístico, o viajante necessita iniciar seu deslocamento ainda na sua cidade, utilizando-se de um ou mais meios de transporte. Porém, nem sempre foi tão fácil esse deslocamento. Vamos analisar a seguir a evolução dos transportes a partir do século XIX.

Histórico – evolução dos meios de transporteA evolução dos meios de transporte foi muito rápida, se pensarmos que quase tudo ocorreu em

pouco mais de um século e meio: a construção de grandes transatlânticos para cruzar os mares e ocea-nos, a construção de ferrovias nos mais diversos tipos de terrenos e de trens com grande capacidade de transporte, o desenvolvimento de rodovias e automóveis capazes de percorrer grandes distâncias em um curto espaço de tempo e o aparecimento dos aviões a jato, o que possibilitou o deslocamento entre os continentes em menos tempo (PALHARES, 2002).

O desenvolvimento tecnológico dos meios de transporte e o uso simultâneo dos mesmos possi-bilitaram não só o deslocamento de pessoas e o desenvolvimento de centros urbanos, como também a consolidação do turismo em todo o mundo.

Vejamos a seguir como se deu essa evolução, até chegarmos aos dias atuais.

8 | Multimodalidade Turística

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9|Introdução aos meios de transporte

Meados do século XIXA Revolução Industrial, ocorrida no final do século XVIII, foi um marco importante no aparecimen-

to do tempo livre e, consequentemente, do turismo. A Era industrial trouxe novos hábitos de vida, des-locou o homem do campo para os centros urbanos, alterou as relações do trabalho e criou as horas de descanso com a redução da jornada de trabalho (DUMAZEDIER, 1994). A produção industrial foi acele-rada pelo uso de máquinas e um dos reflexos foi o aparecimento de alguns meios de transporte nesse período de evolução.

Nos idos de 1814, na Inglaterra, surge a primeira máquina chamada locomotiva. Consequente-mente, a primeira ferrovia do mundo, inaugurada em 1825, também foi construída na Inglaterra, ligan-do Stockton a Darlington (RONÁ, 2002, p. 37). Em 1830, a inauguração da ferrovia que ligava as cidades inglesas Liverpool e Manchester consolidou o novo sistema de transporte.

O transporte ferroviário teve tanto sucesso na Inglaterra que logo chegou a outros países, como França e Alemanha. Logo, todo o território europeu teria o sistema ferroviário como um dos principais meios de deslocamento.

Com o aumento do tempo livre, as pessoas buscavam opções de lazer. Dentre as várias opções, o turismo surgia de forma organizada e crescia muito rapidamente. O precursor da atividade de organiza-ção de viagens foi o inglês Thomas Cook, considerado o primeiro agente de viagens do mundo e pionei-ro no uso de trens e navios em suas viagens organizadas. No ano de 1841, Cook organizou uma viagem para 570 pessoas, que participariam de um congresso antialcoolismo, fretando um trem entre as cida-des de Leicester e Loughborough, na Inglaterra (PALHARES, 2002).

Enquanto a Europa já utilizava os trens e navios em grande escala, o Brasil começava a perce-ber os reflexos dessa evolução. O País, então colônia de Portugal, recebeu sua primeira locomotiva somente no ano de 1854, a máquina inglesa chamada “Baroneza”. Essa locomotiva foi inaugurada jun-tamente com a primeira ferrovia, construída por Visconde de Mauá, que ligava a Baía de Guanabara ao pé da Serra de Petrópolis (TRIGO, 2000, p. 126). Por muitos anos o transporte ferroviário foi muito importante no Brasil para o desenvolvimento do comércio e escoamento das riquezas que iam para a corte portuguesa.

A partir de então várias concessões foram dadas para a construção e exploração de ferrovias em todo o País. Algumas dessas ferrovias foram inauguradas ainda no século XIX, como a Santos-Jundiaí, na Serra do Mar; a Estrada da Graciosa, ligando Curitiba a Antonina; a linha Ituana, de Jundiaí a Itu; a Estrada de Ferro Corcovado, entre outras.

Foi também no século XIX que surgiu outro meio de transporte que iria possibilitar o desloca-mento de um grande número de pessoas para outros continentes. Em 1840 surgiu a primeira compa-nhia de navegação, na Inglaterra. Era inaugurada a companhia Cunard, que teve em seu comando o inglês Samuel Cunard. Essa companhia existe até os dias atuais e faz parte da corporação Carnival. O uso do navio para deslocamento de milhares de pessoas, principalmente entre o continente europeu e os Estados Unidos, possibilitou não só a imigração do velho continente à América, como também o iní-cio do turismo.

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento industrial. O uso em larga escala dos transportes ferroviário e marítimo possibilitou as trocas comerciais entre cidades e países, e consequentemente, a organização da atividade turística.

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Início do século XXO início do século XX recebeu uma grande influência dos transportes de pessoas e cargas em

trens e navios. O desenvolvimento das linhas férreas e companhias marítimas continuou nesse período. No início dos anos de 1900, os trens já circulavam a uma velocidade média de 100km por hora, os na-vios já disponibilizavam linhas regulares para cruzar o Atlântico, ligando a Europa às Américas, e o turis-mo já era uma atividade organizada em toda a Europa.

Em meados dos anos de 1950, outro meio de transporte começou a ter importância, principal-mente no desenvolvimento interno dos países. Era o transporte rodoviário.

O desenvolvimento industrial do transporte rodoviário se dá ainda no final do século XIX, na Europa. Segundo Roná (2002, p. 99), “o automóvel é produto da Segunda Revolução Industrial (se-gunda metade do século XIX), e sua invenção deu maior autonomia ao turista, que se viu libertado das vias fechadas de transportes, como as ferrovias e as linhas aquáticas, podendo decidir sobre os horários e itinerários”.

O transporte rodoviário só conheceu seu grande crescimento após a Segunda Guerra Mundial, a partir dos anos de 1950, nos Estados Unidos. As auto-estradas foram construídas para cortar todo o território e possibilitar o rápido desenvolvimento da indústria automobilística e do país de uma forma geral, pois as rodovias permitiam o escoamento de mercadorias e o transpor-te de pessoas.

A construção de rodovias em todos os Estados Unidos também possibilitou o desenvolvimento do setor turístico, pois vários hotéis começaram a ser construídos para receber aqueles passageiros que necessitavam descansar das longas jornadas.

No Brasil, a construção de importantes rodovias, como a Presidente Dutra, também teve início na década de 1950. Assim como nos Estados Unidos, o Brasil começa a conhecer o crescimento a partir do desenvolvimento da indústria automobilística. Também foi nessa década que surgiram as primeiras agências de viagens brasileiras, que trabalhavam basicamente com o transporte marítimo e com excur-sões rodoviárias de grupos.

Segunda metade do século XXNa Segunda Guerra Mundial, um novo tipo de transporte foi utilizado, mostrando sua importân-

cia e apogeu. Era o transporte aéreo, que possibilitava o deslocamento entre longas distâncias em me-nos tempo que o transporte marítimo. Após o término da guerra, a partir dos anos de 1950, surgiram os primeiros jatos comerciais.

O rápido desenvolvimento desse meio de transporte fez com que os transatlânticos perdessem sua principal função, que era o transporte de pessoas e mercadorias. O avião começou então a reinar absoluto. Com isso, iniciou-se o turismo de massa e o turismo doméstico. Essa situação permaneceu até o final do século XX. O transporte aéreo se tornou o principal responsável pelo desenvolvimento do turismo em todo o mundo. Somente com os aviões foi possível realizar viagens de longas distân-cias em curto espaço de tempo. O uso dos aviões para viagens de lazer e negócios mostrou-se essen-cial para o turismo.

10 | Multimodalidade Turística

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11|Introdução aos meios de transporte

Final do século XX e início do século XXIO final do século XX trouxe algumas alterações importantes referentes ao uso dos transportes,

principalmente no setor turístico. O transporte aéreo praticamente se consolidou em todo o mundo, assim como o transporte rodoviário. O rápido desenvolvimento de novas tecnologias ajudou no cresci-mento desses dois tipos de transporte.

O transporte ferroviário também se consolida, porém, somente nos países desenvolvidos. É al-tamente utilizado como transporte público em países europeus, no Canadá, nos Estados Unidos, no Japão, entre outros. Isso favorece a sua utilização para o turismo, pois este depende dos transportes para o seu desenvolvimento. No Brasil, a utilização do transporte ferroviário como transporte público em larga escala é praticamente nula. Seu uso atualmente está concentrado no transporte de carga. O transporte de passageiros entre diversos estados, como ocorre em outros países, é quase inexistente.

O transporte marítimo de passageiros foi o meio de transporte que sofreu a maior alteração em todo o mundo. Embora ainda existam navios que são utilizados para o transporte de passageiros (como os navios mistos1), estes já não são utilizados unicamente para isso. Os navios ganharam uma nova função a partir dos anos de 1980, quando começaram a ser utilizados para o turismo como grandes centros de lazer.

Mais adiante veremos detalhadamente cada um desses modais e, em seguida, apresentaremos os elementos físicos que compõem o sistema de transportes.

Modais de transporteComo vimos nos conceitos apresentados, o sistema de transportes é composto por serviços e

equipamentos, que são agrupados em quatro diferentes modais. Dois desses modais são terrestres, ou seja, o ferroviário e o rodoviário; e os outros dois utilizam vias naturais para sua operação, o aéreo e o hi-droviário, que inclui os transportes marítimo, fluvial e lacustre.

Vamos conhecer os equipamentos de cada um dos modais.

Transporte rodoviárioO modal rodoviário utiliza como principais equipamentos os ônibus e os automóveis, ambos usa-

dos em larga escala no turismo. Outros veículos também podem ser utilizados no transporte rodoviário em viagens turísticas, como as motocicletas, as bicicletas e até os caminhões. Estes últimos são alterna-tivas de viagens de lazer divulgadas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

As bicicletas são consideradas um meio de transporte alternativo, não-poluente. São também uti-lizadas no turismo, tanto no exterior como no Brasil, em pacotes turísticos que visam principalmente a integração do homem à natureza.

1 Os navios mistos são aqueles que transportam cargas e possuem algumas cabines disponíveis para acolher passageiros que necessitem unicamente do transporte de um ponto a outro. A bordo desses navios não há qualquer atividade similar às oferecidas nos grandes navios de cruzeiros.

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Transporte ferroviárioOs equipamentos utilizados no transporte ferroviário são os trens, os metrôs, as automotrizes e

os bondes. Pode ainda ser considerado como transporte ferroviário o teleférico. Segundo Paolillo (2002, p. 13), é contestável a inclusão do transporte por teleférico como modal terrestre, já que opera por bon-des suspensos, acima da superfície terrestre.

O transporte ferroviário pode ser considerado “limpo”, uma vez que não polui o ambiente. Alguns países desenvolveram esse tipo de transporte como alternativa ao transporte aéreo. Em países desen-volvidos, os trens chegam a realizar viagens numa velocidade superior a 300km/h. O congestionamento dos grandes aeroportos em todo o mundo faz com que vários passageiros alterem seu meio de trans-porte em busca de mais conforto.

Transporte aéreoNo transporte aéreo, os equipamentos utilizados são os aviões, os helicópteros, os balões e os fo-

guetes. Esse modal se destaca pela capacidade de transporte de um grande número de passageiros e também por alguns de seus equipamentos empreenderem velocidades superiores aos outros modais. Os aviões são os veículos mais rápidos para se realizar uma viagem. Os foguetes ainda são alternativas de viagens somente para pessoas que possuem altíssimo poder aquisitivo.

Transporte hidroviárioOs equipamentos utilizados no modal hidroviário são divididos em três tipos: as embarcações

marítimas, as fluviais e as lacustres.

Embarcações marítimas:::: : têm como equipamentos os navios, os ferries (hydrofoil e hover-crafts), escunas, veleiros e jangadas.

Embarcações fluviais:::: : são os barcos e canoas.

Embarcações lacustres:::: : também têm os barcos e as canoas como equipamentos.

Vários desses equipamentos são utilizados exclusivamente para o transporte de passageiros en-tre ilhas e mesmo entre continentes. Um exemplo é o transporte de passageiros, em ferries ou hover-crafts entre as ilhas da Grécia, país que possui mais de 3 000 ilhas. Outros exemplos na Europa, onde são bastante utilizados, são a Grã-Bretanha, a França, a Irlanda e os países da Escandinávia.

Os navios de cruzeiros, por sua vez, perderam a função de unicamente transportar e, hoje, podem ser considerados equipamentos de lazer, transporte e hospedagem, já que são utilizados numa moda-lidade de viagem cujo principal objetivo é o descanso e a diversão.

Elementos físicos dos transportesPara que os transportes possam operar, estes necessitam de alguns elementos físicos. São ele-

mentos físicos dos transportes a via, o terminal, o veículo e a força motriz. Vamos conhecer os detalhes de cada um deles.

12 | Multimodalidade Turística

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13|Introdução aos meios de transporte

ViaÉ na via que o transporte se desenvolve e é nela que haverá o fluxo dos veículos para o desloca-

mento de cargas e pessoas.

A via, que liga duas áreas ou cidades, pode ser artificial ou natural. A via artificial é aquela constru-ída pela mão do homem. Nessa modalidade encontram-se as rodovias e as ferrovias, ou seja, os trans-portes terrestres.

A via natural, como o próprio nome já diz, necessita do ambiente natural para se desenvolver. Nessa modalidade estão os transportes aéreos, que utilizam o ar, e os transportes hidroviários, que ne-cessitam dos cursos d’água.

A via determinará o tipo de veículo a ser utilizado e também a força motriz necessária, ou seja, o tipo de motor que irá impulsionar o veículo.

TerminalO terminal é o princípio e o fim de qualquer viagem, pois é a partir daí que os passageiros terão

acesso aos meios de transporte. Pode ainda servir de local para baldeação, conexão ou transbordo en-tre uma ou mais localidades, entre o mesmo meio de transporte ou para veículos de diferentes meios de transporte. É comum encontrar em grandes centros urbanos terminais aéreos que se conectam a termi-nais rodoviários ou ferroviários. Ou ainda, terminais ferroviários que se conectam a terminais rodoviários.

Todo terminal precisa ter uma infra-estrutrura mínima para atender com conforto e comodidade seus usuários. O tamanho e a sofisticação dessa infra-estrutura dependerá do tipo de transporte utiliza-do e do tipo de passageiros que buscam o terminal.

Os terminais aéreos normalmente oferecem maior número de facilidades, porém a infra-estrutura mínima necessária para qualquer terminal é:

sala de estar;::::

sanitários;::::

lanchonetes e restaurantes;::::

posto de informações;::::

lojas.::::

Diversos terminais têm ampliado a sua oferta de serviços, pois, atualmente, os mesmos são tam-bém ponto de encontro não somente para quem efetivamente está viajando, mas também para po-tenciais passageiros que os visitam. As ofertas de serviços em terminais modernos vão desde lojas de conveniência a hotéis, centros de convenções, cinemas, salas de exposição, capelas e igrejas ecumêni-cas, salões de beleza, academias de ginástica, entre outros.

VeículoOs veículos necessitam de uma via específica para operarem. Portanto, a fabricação dos mes-

mos deve inicialmente levar em consideração qual será a via a ser utilizada. Alguns veículos são

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bastante versáteis quando pensamos na sua mobilidade, como os automóveis, os ônibus, as embarca-ções e as aeronaves. Trata-se dos transportes aéreo, rodoviário e hidroviário, cujos veículos podem alte-rar o seu curso de acordo com a necessidade.

Já o transporte ferroviário possui uma limitação de itinerário, pois seus veículos, ou seja, os trens, permanecem restritos à configuração dos trilhos das ferrovias.

Relacionados ao turismo, os veículos podem influenciar diretamente a decisão da viagem. Algumas pessoas preferem um determinado tipo de veículo a outro, por questões pessoais ou mesmo psicológicas. A escolha pode ainda ser influenciada pelo tempo necessário para se chegar a um desti-no ou também pelo objetivo da viagem. Uma viagem de negócios necessita de veículos ágeis, pois de-pende do tempo. Uma viagem de lazer pode incluir veículos que proporcionem prazer à viagem, como os trens ou navios, que possibilitam maior observação da paisagem, oferecem maior espaço para que o turista se movimente durante a viagem, entre outras facilidades.

Força motriz A força motriz (ou propulsão) irá definir a velocidade do veículo, o alcance que o mesmo terá e

também a sua total capacidade de transporte. Antes do desenvolvimento industrial, os transportes ti-nham como força a tração animal e a força do vento. Os veículos utilizados como meio de transporte terrestre eram as carruagens e as diligências, e as embarcações a vela eram utilizadas como meio de transporte hidroviário (PAOLILLO; REJOWSKI, 2002, p. 15).

Com o desenvolvimento dos transportes após a Revolução Industrial, surgiram as máquinas a va-por, os motores a propulsão interna e os motores a propulsão a jato. Trata-se dos transatlânticos e dos aviões a jato.

Percebe-se que todos os componentes do sistema de transportes estão integrados e inter-re-lacionados. O seu uso no turismo pode ser eficiente considerando-se a necessidade do turista e tam-bém de acordo com a via utilizada. Quanto mais integrado o sistema, melhor será o resultado de uma viagem.

A tecnologia utilizada para o desenvolvimento das vias e dos veículos reflete diretamente na for-ça motriz. No turismo utiliza-se cada vez mais transportes cuja propulsão é artificial, por meio de moto-res. Porém, a busca por novas experiências durante as viagens tem popularizado a procura por modos alternativos de transporte, como o uso de bicicletas, caminhadas ou mesmo o uso de carruagens puxa-das a cavalos (PALHARES, 2002, p. 31). Nesses três exemplos vimos que a força motriz não depende de máquinas, mas sim do próprio homem ou da tração animal.

Intermodalidade A intermodalidade de transportes permite que passageiros, assim como os turistas em ge-

ral, utilizem os diversos meios de transporte da forma mais eficiente possível em seus deslocamentos (PALHARES, 2002, p. 44).

14 | Multimodalidade Turística

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15|Introdução aos meios de transporte

A integração entre os meios de transporte economiza e otimiza o tempo de viagem. O turista deve usufruir de toda a infra-estrutura que um destino pode oferecer. O sistema de transportes de uma cidade pode ser o ponto decisivo na escolha desta como destino turístico.

Quando um passageiro inicia a organização de sua viagem, deve pensar em todas as alternativas de transporte possíveis no destino escolhido. Um país, ou uma cidade, pode mostrar o seu desenvolvi-mento através de seu sistema de transportes. Se esse sistema uma boa integração entre os diversos mo-dais, possibilitando deslocamentos rápidos, pode influenciar diretamente na escolha deste destino.

Um sistema de transporte desenvolvido significa melhor acolhida ao turista. Quanto mais desen-volvidos os meios de transporte de uma localidade ou país, mais turistas chegarão a este destino.

Como mencionamos anteriormente, o turismo é totalmente dependente do sistema de trans-porte. Se este for deficiente, consequentemente o turismo também o será.

Texto complementar

Geografia e transporte turístico(PAGE, 2001, p. 38-39)

Dentro da área da Geografia, o estudo do transporte turístico tem sido amplamente desenvol-vido por geógrafos que lidam com o transporte (ver Knowles, 1993, para uma excelente análise de estudos recentes sobre a geografia dos transportes) e na área do turismo (Pearce, 1990, 1995a). A principal preocupação dos geógrafos, ao examinarem o transporte turístico, pode estar relacionada a três conceitos centrais que caracterizam o estudo da geografia:

espaço:::: – área, geralmente a superfície da terra;

localização:::: – a posição de algo no espaço;

lugar:::: – uma posição identificável na superfície da terra.

Os geógrafos, assim, estão interessados na dimensão espacial do transporte turístico, como uma ligação vital entre as áreas geradoras e as receptoras de turistas. Em particular, preocupam-se os padrões de atividade humana associados às viagens turísticas e como diferentes escalas, indo desde o mundial até o nacional (país), regional (distrito) e níveis locais (como um lugar específico). A pesquisa geográfica anterior sobre o transporte tem examinado seu papel em diferentes regiões, seu impacto no desenvolvimento econômico em termos de acessibilidade, o efeito sobre o meio ambiente e o papel da definição de políticas (ver FARRINGTON, 1985). Em muitos livros didáticos co-nhecidos sobre geografia (como HAY, 1973; LOWE e MORYADAS, 1975; ADAMS, 1981; WHITE e SE-NIOR, 1983; BARKE, 1986; HOYLE e KNOWLES, 1992, 1998, TOLLEY e TURTON, 1995) há uma série de conceitos fundamentais que os geógrafos utilizam para analisar os componentes espaciais do

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transporte. Os geógrafos têm geralmente analisado o ato de viajar como uma satisfação do desejo humano de movimento e como resultado espacial desses deslocamentos. Também têm analisado as variáveis no sistema de transportes (como localização e lugares) e como estes afetam os custos e a produção de outras atividades sociais e econômicas. Para o geógrafo, o transporte facilita o pro-cesso de movimento que tem custos econômicos e orçamentários, ao passo que os fatores com-portamentais (como percepção e preferência por formas específicas de transporte) determinam o deslocamento em termos de infra-estrutura e rotas disponíveis.

Ao analisar o sistema de transporte, os geógrafos levam em consideração:

as ligações e fluxos dentro de um sistema de transportes;::::

a localização e os lugares conectados por estas ligações (geralmente tratados como “cen-::::tros” ou “nós”);

o sistema de áreas servidas e relacionamentos entre os lugares dentro da rede..::::

Em alguns aspectos, o transporte tende a ser visto pelos geógrafos como um elemento passivo, no contexto do turismo, em vez de parte integrante da atividade turística e recreacio-nal. Na verdade, houve relativamente pouco progresso nessa área de estudo, desde os in-fluentes trabalhos desenvolvidos pelos geógrafos nos anos de 1960 e 1970 (como WALL, 1971; PATMORE, 1983). Ao mesmo tempo em que sínteses importantes, como Halsall (1992), forne-cem bibliografias de estudos anteriores, poucos dos estudos revisados por ele (1992) foram es-critos por geógrafos nos anos de 1980 e 1990, explicitamente para desenvolver a compreensão da maneira como o transporte facilita e, em certos casos, condiciona o tipo de atividade turís-tica e recreacional desenvolvida. Muita da atividade de pesquisa desenvolvida pelos geógrafos nos anos de 1990, publicada no Journal of Transport Geography, tem se ocupado das viagens aéreas (CHOU, 1993; SHAW, 1993; FEILER e GOODVITCH, 1994; O’CONNOR, 1995). A contínua ne-gligência em relação ao transporte, na análise do turismo, também tem sido gerada pela per-cepção de outros geógrafos, que não trataram o turismo como uma área séria de pesquisa até o final dos anos de 1980 e a década de 1990 (HALL e PAGE, 1999). Mesmo naquela época, essa área é frequentemente relegada a uma posição inferior, apesar do rápido crescimento do turis-mo e das áreas recreacionais na maioria dos países.

Textos recentes, como Tolley e Turton (1995), conseguem destacar a necessidade de se valo-rizar o turismo no contexto da geografia dos transportes. Ainda assim, mesmo esses autores não dão muito espaço ao tema, e outros poucos estudos têm buscado situar o transporte para recre-ação e turismo na agenda de pesquisa, além dos importantes estudos realizados pelo Transport Study Group do Institute of British Geographers (TOLLEY e TURTON, 1987; HALSALL, 1982). Em es-tudos anteriores (como Halsall, 1992), deu-se ênfase às formas modais de recreação e viagens tu-rísticas (como transporte terrestre e uso de trilhas, transporte aquático e transporte em veículos antigos para viagens nostálgicas) (ver PAGE, 1993a; 1994a). Estes não desenvolvem adequadamen-te a contribuição que os geógrafos podem dar ao gerenciamento, planejamento e desenvolvimen-to do transporte para as viagens recreacionais e de turismo.

16 | Multimodalidade Turística

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17|Introdução aos meios de transporte

Atividades 1. Pesquisar na internet sobre Thomas Cook e comprovar a utilização dos meios de transporte em

suas atividades.

2. Apresentar um texto informando quais são os elementos físicos dos transportes e os detalhes dos mesmos.

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3. Uma viagem cuja distância total entre origem e destino é de 600km pode ter duração diferen-te, dependendo do modal de transporte utilizado. Fazer uma pesquisa para saber o tempo gasto com essa viagem nos quatro modais de transportes. O destino é de livre escolha.

18 | Multimodalidade Turística

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Gabarito

Introdução aos meios de transporte

1. O primeiro meio de transporte utilizado por Cook foi o trem. Também utilizou o navio para a via-gem de volta ao mundo.

2. O aluno deverá apresentar como elementos físicos do sistema de transporte a via, o terminal, o veículo e a força motriz, e os detalhes de cada um.

3. O aluno verificará que a velocidade diferente de cada modal determinará o tempo total de via-gem, sendo que o mais veloz é o transporte aéreo, seguido pelo ferroviário – quando utilizado o trem de alta velocidade –, pelo rodoviário e finalmente pelo marítimo.

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