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DA LEITURA À PRODUÇÃO DO TEXTO PARA O CONCURSO LITERÁRIO DA

ESCOLA

Autor: Ildefonso Zanin1

Orientador: Regina Maria Vink2

Resumo

Este trabalho teve como objetivo a apresentação da Sequência Didática para trabalhar leitura e produção do texto na escola. A maior intenção era a de provocar a curiosidade nos alunos através da leitura, incentivando-os a conhecer, debater, opinar, fazer questionamentos, abrir várias discussões para estimular conhecimento sobre os assuntos lidos para depois partir para produção textual. O estudo consiste na formação de leitores e produtores de textos no qual se utilizou textos e obras dos mais variados tipos e gêneros, geralmente, os existentes na biblioteca da escola e material de fácil acesso como: Literatura infanto-juvenil, textos informativos, revistas, jornais, livros didáticos e outros, adequados para faixa etária do aluno de 8ª série. Iniciada a leitura, o aluno, teve quinze dias para ler (ou até pesquisar sobre o assunto que leu) e logo após, em sala de aula comentar e registrar o que leu com todos os alunos da série, junto com o professor. Através dos comentários dos textos, jornais, revistas, houve troca dos mesmos e no final de cada etapa, os alunos produziram uma pequena resenha fazendo uma propaganda do que foi lido, assim buscou-se incentivo entre os alunos para recriar um novo texto escrito, mostrando o objetivo de que a leitura trará um pretexto para a produção do texto. Por fim, com o desenvolvimento desse estudo, vários conceitos e atribuições de valores à leitura e produção de textos foram buscados e apresentados. Pode-se dizer que só haverá mudanças quando os alunos não forem ensinados a produzir textos apenas por produzir, sem um questionamento e conhecimento, pois tiveram de buscar através de pesquisas e leituras embasamentos que justificassem suas produções de textos.

Palavras- chave: leitura; escrita; produção de textos.

1 Pós-graduação em Letras – Teoria s e Praticas de Língua Portuguesa pela UNICENTRO, graduação em Letras Português e Inglês pela FECLI – UNICENTRO e professor PDE 2010. ²Mestrada em Estudos Linguísticos pela UFPR docente do Departamento de Letras UNICENTRO - Irati

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Abstract

This work aimed at the presentation of the Teaching Sequence to work reading and text production at school. Its main purpose was to provoke curiosity in students through reading, encouraging them to meet, discuss, opine, to ask questions, several open discussions to stimulate knowledge of the subjects read and then leave for textual production. The study is the formation of readers and producers of texts which are used in texts and works of all kinds and genres, usually existing in the school library and easy access to material: juvenile literature, informational texts, magazines, newspapers, textbooks and other suitable for the age group of 8th grade student. Started reading, the student had fifteen days to read (or even search on the subject that you have read) and then, in the classroom and record the comment that all students read the series, along with the teacher. Through the comments of the texts, newspapers, magazines, trade was the same and at the end of each stage, students produced a short review of making an advertisement that has been read, so we tried to encourage among the students to recreate a new text written the purpose of showing that reading brings a pretext for the production of the text. Finally, with the development of this study, several concepts and assignments of values to reading and producing texts were searched and presented. One can only say that there will be changes when students are not taught how to produce texts only to produce, without an inquiry and knowledge, having had to look through research and readings basements to justify their production of texts.

Keywords: reading; writing; production of texts.

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1 Introdução:

Neste estudo, a ideia foi trabalhar a leitura e produção de textos. Na escola,

a leitura parece ser realizada somente como cumprimento de uma formalidade. A

Escola Estadual Profª Maria Ignácia promove todo ano o Concurso Literário para os

alunos da escola, há 23 anos (conforme documento comprobatório arquivados no

Estabelecimento). Percebe-se que os textos produzidos para o Concurso, nos

últimos anos, perderam a essência, são textos que apresentam dificuldades em

relação ao tema dado, estrutura, sem um pré-conhecimento do que irão escrever...

Observou-se também que os alunos não participavam de forma prazerosa, o aluno

participava apenas com o objetivo de obter nota no final do bimestre ou pelo prêmio

oferecido no Concurso. O desafio e formas de estimular o gosto pela leitura e

produção de texto trazendo maior qualidade nos textos para o Concurso Literário,

são as questões que norteiam o desenvolvimento deste estudo.

Este artigo visa incentivar a leitura, para melhorar a produção escrita dos

alunos de 8ª série do período vespertino, da Escola Estadual Profª Maria Ignácia,

situada na cidade de Rebouças, interior do Paraná, uma turma que demonstrava

muita dificuldade em leitura, produção de texto e interpretações em outras

disciplinas.

Por experiência, pode-se comprovar que o aluno que lê e é capaz de

interpretar e avaliar o que leu encontra menos dificuldades no estudo da língua, e de

todas as disciplinas, além de aumentar seu vocabulário, adquirir maior fluência

verbal e redigir com relativa facilidade já que a leitura está quase sempre ligada à

escrita.

Na aplicação deste trabalho, buscou-se a leitura de textos de diversos

gêneros, observando alguns critérios de escolha indispensáveis para que a leitura

transcorresse sem grandes dificuldades. Foi necessário verificar a adequação do

texto à capacidade de leitura dos alunos sem que a atividade corresse o risco de ser

inútil.

O professor tem muito trabalho, para selecionar os textos, e atrair a

curiosidade do aluno, para que leia, crie seu ponto de vista, analise, critique, torne-

se ativo. Sabe-se que para buscar este tipo de leitor isso requer tempo, empenho,

dedicação, suor, e reflexão. Foi combinado com os alunos como seria a participação

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deles em cada momento da aula, durante a leitura, depois o questionamento do que

leram, enfim organizar a sala de aula antes de começar um bom trabalho. O

dicionário foi um material indispensável nas aulas, cada aluno manuseou o seu.

Foi deixado claro os objetivos da leitura e as atividades que seriam

realizadas após a leitura, que tipo de produção de texto seria pedido, definindo as

regras, para buscar a qualidade e não fugir do objetivo.

Também foi valorizada toda produção de texto do aluno, para que crescesse

sua autoestima, aumentasse a confiabilidade e credibilidade de que ele é capaz de

melhorar buscando cada vez mais as informações.

Sabe-se que muitos professores de língua portuguesa já fazem a referida

atividade, que a discussão não é nova, e que não é um trabalho inovador que tenha

uma receita infalível, mas é buscada através deste estudo a troca de experiências,

na formação de leitores onde se devem priorizar assuntos que os alunos considerem

interessantes, que na formação de um leitor competente e atuante, é também a

formação de um ser sensível, inteligente e aberto para o aprendizado o qual poderá

desenvolver boas habilidades para a comunicação oral e escrita.

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2 Desenvolvimento

2.1 Leitura e Escrita

A leitura e produção de texto sempre foram e ainda são motivos de

preocupação constante dos profissionais da educação.

Compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008, p.56)

Ao priorizar o processo de associar sons e letras, decodificar palavras

isoladas, formar frases e períodos, afasta-se o aluno do real sentido de leitura, tem

de buscar perspectivas, gerar a possibilidade de incentivar o aluno, para prática de

leituras informativas que tragam maior conhecimento para a produção de texto.

Do ponto de vista pedagógico, não se trata de ter horizonte a leitura do professor ou leitura historicamente privilegiada como parâmetro de ação, importa, diante de uma leitura do aluno, recuperar sua caminhada interpretativa, ou seja, que pistas do texto o fizeram acionar outros conhecimentos para que ele produzisse o sentido de produzir, é na recuperação desta caminhada que cabe ao professor mostrar que alguns dos mecanismos acionados pelo aluno podem ser irrelevantes para o texto que se lê e, portanto, sua “inadequada leitura” é consequência deste processo e não porque se coaduna com a leitura desejada pelo professor. (PARANÁ, 2008, p.72, apud, GERALDI, 1997, p.188)

A maior reclamação dos professores é que os alunos chegam à escola com

muita dificuldade em leitura, oralidade e escrita, escrevem mal, leem devagar, a

leitura em voz alta sai os tropeços e que não entendem o que leem. Como levar

esses alunos a aprender o conteúdo?

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Parece natural o aluno que passou pelo processo de alfabetização seja

capaz de ler e entender o conteúdo da nossa disciplina. Porém esse mesmo aluno

não responde a questões simples nos textos que são apresentados. Aquele texto

sobre o conteúdo trabalhado em aulas anteriores. Por que não consegue localizar

uma informação dentre outras? Sendo que o texto está ali bem à frente dele. É

desinteresse..., outra desculpa. Acredita-se na transparência do texto, não é

mesmo?

Na verdade, o aluno sabe é decodificar, no entanto falta-lhe desenvolver

habilidades necessárias para compreender o texto na área de ensino, pois cada

área exige habilidades específicas que cada um ao longo da caminhada escolar e

depois profissional aprendeu a utilizar, por isso parece tão lógico que o aluno

enxergue naquele texto aquilo que lá vemos.

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido do texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (GERALDI, 2008, p.91, apud, LAJOLO, 1982, p.59)

Um dos grandes problemas que os professores da Escola encontram

atualmente é o comprometimento da formação de leitores e na construção da

escrita. Diante desta constatação surge a necessidade de buscar algumas formas

que tornem o trabalho do professor de Língua Portuguesa ou de outras disciplinas,

mais eficiente e eficaz, passando a ideia que ler é um exercício ativo de recriação,

interpretação ou criação da produção textual.

A questão da aprendizagem da leitura é a discussão dos meios através dos quais o indivíduo pode construir seu próprio conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita, e desse modo, produzir, ele também um conhecimento. (BARBOSA, 1994, p.28).

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Este estudo busca a construção de um mundo imaginário, individual, a

criação de novas ideias de forma natural, espontânea, tranquila busca então como

objetivo:

-Desenvolver hábito de leitura e concepção de escrita clara e objetiva.

-Identificar as dificuldades apresentadas pelos alunos com relação à leitura e

produção de textos.

-Desenvolver projetos de leitura, como troca livros, comentários sobre o que

lerão e fichas de leitura, apresentações orais e escritas.

-Propor práticas constantes de leitura ao aluno, de modo a perceber que a

melhor forma de buscar conhecimento é a boa leitura para depois a escrita.

-Incentivar o aluno a participar das atividades de leitura e produção de

textos.

-Envolver todo o corpo docente da série para incentivar a leitura e produção

de textos.

[...] é preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno, para que ele se envolva nas práticas de uso da língua – sejam de leitura, oralidade e escrita. (DIRETRIZES CURRICULARES DE EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008, p.50)

Uma das maiores falhas do ensino de nossa língua é a dificuldade que se

tem na formação do hábito e gosto pela leitura (a formação e a cultura que vem de

casa, dificuldade e acesso ao material de leitura, ao número de aulas semanais

insuficientes na disciplina...). Hoje, felizmente, o assunto começa a adquirir

relevância nos meios educacionais, mas ainda com poucas mudanças. É necessário

que o professor também tenha o hábito de leitura para o desenvolvimento deste

trabalho.

A crescente preocupação com o assunto provém, principalmente, da

evidência de que a falta do hábito/gosto pela leitura prejudica, sobremaneira, o

rendimento escolar e até mesmo a produção de textos. Constata-se atualmente que

muitos de nossos alunos não gostam de ler nem escrever, e muitas pessoas estão

tentando saber por que isso acontece.

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Inúmeras causas poderiam ser apontadas, e, provavelmente, muitas delas

colocariam como um sistema de ensino deficiente.

As dificuldades econômicas do povo, o encarecimento dos livros, vem trazer

pouco acesso à leitura para uma grande e significativa parcela da sociedade. Então

os meios de comunicação eletrônicos trazem as informações rápidas sem

questionamentos substituindo o conhecimento que poderia vir através da leitura.

Por outro lado, parece certo dizer que não existe tradição de leitura no Brasil. Dada as condições do desenvolvimento histórico e cultural do país, a leitura enquanto atividade de lazer e atualização, sempre se restringiu a uma minoria de indivíduos que teve acesso à educação e, portanto, ao livro. A grande massa da população, sem condições de estudar, sempre aderiu aos meios diretos de comunicação, que não exigem educação formal para sua recepção. Daí, talvez, o sucesso do rádio e da televisão no contexto brasileiro e na maioria dos países subdesenvolvidos. Daí também, o lazer proporcionado pela leitura ficar restrito àqueles que tiveram e que têm acesso à escola de forma privilegiada, isto é, à escola que aponta para o significado e para referência. E como este tipo de escola não é constituído para um povo em geral, a leitura torna-se um bem ou privilégio a ser desfrutado somente pelas elites. (SILVA, 1985, p.37/38)

Mesmo a citação de Ezequiel Teodoro da Silva ser de 1985, percebe-se que

pouco diferencia da nossa atualidade, ainda muitos preferem trocar os meios de

comunicação eletrônico, a um bom livro.

Nas escolas, bem como no meio social, pode-se comprovar que aquele que

lê e é capaz de interpretar e avaliar o que leu encontra menos dificuldades no estudo

da língua, na comunicação e nas disciplinas, além de aumentar seu vocabulário,

adquirir maior fluência verbal e produzir textos com relativa facilidade, já que a

leitura está indissociavelmente ligada à escrita.

A história de vida do homem na era moderna e contemporânea é toda ela

pontuada por documentos escritos. O telefone e a televisão, por um determinado

período, roubaram a cena, mas a escrita volta triunfante através do computador e

sua editoração de textos. A escrita jamais perderá seu valor cultural.

Evidentemente, esse progresso na leitura e escrita não ocorre de uma hora

para outra, mas, sim, mediante um processo lento e gradual, que vai se

aperfeiçoando à medida que se pode estabelecer as relações entre o leitor e o texto.

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Será também através dessas relações que se poderão oferecer duas formas de

leitura:

- uma leitura que decodifica códigos e sílabas.

- uma leitura que propicia uma visão ampla do discurso, quando se lê o texto

e entende o próprio texto, ler, portando, ampliando seus horizontes para desenvolver

boas ideias e produção de texto.

Pode-se levar em conta, nessa leitura, a história de contribuição, bem como

a historicidade do sentido. Não fosse assim, tanto a transparência do sujeito como o

sentido ocultaria o processo pelo qual foram constituídos. É através dessa

linguagem que o discurso se relaciona com todos os campos do conhecimento

humano, sem confundir-se com eles. Há então a interdisciplinaridade, dando sentido

àquilo que é dito em determinada época e lugar.

Caberá ao professor buscar a compreensão do texto com o aluno e apelar

para o entendimento do que para a memorização do que foi lido.

O hábito de ler é considerado quase que, como um bem de indiscutível valor

a ser conquistado por todos, jovens e velhos, ricos e pobres, como uma garantia de

maior participação na sociedade e de acesso à informação e ao patrimônio histórico,

cultural e científico de nosso povo.

É evidente que isto, por si só, não resolve todos os problemas e deficiências

do aluno, tendo-se em vista, o poder aquisitivo dos alunos para adquirir os livros,

(pois em nosso país os livros são muito caros) a falta de livros nas bibliotecas das

escolas, até mesmo em uma melhor formação para os bibliotecários.

Um dos maiores problemas praticado em sala de aula é o fato de que em

algumas escolas de ensino fundamental, os únicos textos apresentados aos alunos

são aqueles oferecidos pelo livro didático “adotado” pela escola.

É preciso, portanto, oferecer-lhes os textos do mundo: não se formam bons leitores solicitando aos alunos que leiam apenas durante as atividades na sala de aula, apenas no livro didático, apenas porque o professor pede. Eis a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997, p.55)

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Formar um hábito requer constância na realização de determinadas

atividades. Hábito, portanto, é o resultado da repetição de um procedimento, onde o

professor seja também um bom leitor. Obviamente, para formar o hábito da leitura,

deve-se levar o aluno a ler com frequência. Para tanto, é necessário, sobretudo,

orientar a leitura e verificar o entendimento do texto lido.

A leitura e o estudo do texto devem conduzir o aluno ao prazer e não devem

somente ser feitos com a intenção de preencher atividades gramaticais. O professor

pode repassar para o aluno que a partir de um texto, podem-se criar novos textos. A

partir de leituras (livros, recortes de jornais e revistas, textos informativos etc...) e

incentivo do professor, o aluno poderá usar seu conhecimento que veio da leitura,

para interagir, debater com os colegas para a produção de textos escritos.

Sabe-se que o trabalho de incentivo à leitura, apenas em sala de aula, e na

disciplina de língua portuguesa, é difícil, devido ao pouco tempo que a criança

permanece sob os cuidados de um professor, por isso há necessidade de se

envolver outros professores, através da interdisciplinaridade, para que juntos

possam conscientizar sobre a importância da leitura. Destacar, por exemplo, que a

leitura é um bem necessário para a sua socialização, fundamental para o

desenvolvimento do espírito crítico e interpretativo para as outras disciplinas. É

preciso fazer mais, (pode ser um sonho, mas devemos sonhar), reunir os pais dos

alunos da turma para que façam também a sua parte, para que incentivem os filhos

a ler, propiciem e criem um espaço em suas casas, como a hora da leitura, num

lugar iluminado e silencioso, para que possam aos poucos ganhar motivação para

ler e torná-la um hábito.

Proporcionar ao aluno oportunidades de leituras, selecionadas e

disponibilizadas dos quais ele venha gostar, e que tais leituras possam preencher

suas expectativas no momento da produção escrita, para fazer uma atividade

libertadora e prazerosa. Pode ser possível formar leitores e produtores de textos na

escola, ou a partir da escola e promover um Concurso Literário, alicerçado na leitura

com regras e normas da escrita, e premiações como incentivo à leitura e à produção

de textos.

O interesse pela leitura, torná-la como hábito, deveria ser maior na sociedade que vivemos e que idealizamos, seria um meio de falar e escrever corretamente, agregando um maior vocabulário. Mas a leitura não

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deve ser conhecida como obrigação necessidade que os outros impõem, não ver como um dever e sim como conhecimento que ninguém tira da gente. (ABRAMOVICH, 1997, p.138)

Na escola, questiona-se a importância da leitura, o aluno que lê busca

informações para seu enriquecimento cultural e pessoal e para compreensão de

todas as disciplinas e para sua compreensão do mundo. Considera-se a leitura

como essencial a todo cidadão e esta como um dos fatores mais importantes de

todo processo de letramento de uma sociedade, também é de se levar em conta,

toda a busca do aluno, que é através de vários tipos de leituras que há bons textos

escritos quer em situação de sala de aula ou fora dela ou em qualquer vínculo de

comunicação.

Por todas essas razões, a leitura é uma forma exemplar de aprendizagem. Estudos psicológicos revelam que o aprimoramento da capacidade de ler também redunda no da capacidade de aprender como um todo, indo muito além de mera recepção. A boa leitura é uma confrontação crítica com o texto e as ideias do autor. Num nível mais elevado e com textos mais longos, tornam-se significativos a compreensão das relações da construção ou da estrutura e a interpretação do contexto. Quando se estabelece a relação entre o novo texto e as concepções já existentes, a leitura crítica tende a evoluir para a criatividade, e a síntese conduzirá os resultados completamente novos. (BAMBERGER, 2006, p.10)

Através da escrita o ser humano registra e se relaciona no meio em que vive

tanto na área da educação, como em outros setores de atividade. Há necessidade

de buscar também boas leituras interpretativas dessas escritas, para que se possam

abrir horizontes, criando assim novos textos e contribuindo em processos que

melhora a participação do homem na vida social e comunicativa.

Os gêneros textuais exercem um papel fundamental no processo de interação entre os indivíduos. De acordo com Bakhtim, “se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos, se tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala, se tivéssemos de construir cada um de nossos enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível” (1992,p302). (KOCHE, BOFF, MARINELLO, 2010, p.12)

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Todo leitor não só pode interagir com o autor como pode reconstruir ou

recriar as ideias de que leu, basta concordar ou discordar com o autor para poder

fazer todas as reflexões necessárias e até mesmo trazer mais facilidade através da

leitura para produzir um bom texto, tendo assim conhecimento, querendo saber mais

e melhor ou perceber que se pode mudar de opinião.

O ato de ler, como tematizado neste trabalho, sempre envolve apreensão e transformação de significados, a partir de um documento escrito. Leitura sem compreensão e sem recriação do significado é pseudoleitura, é um empreendimento meramente ôntico3. Será que as escolas brasileiras propõem leituras que levam à compreensão e re-criação? (SILVA, 2005, p.96)

Diante à pergunta de Silva é que se aborda o problema de leitura e escrita

no Estabelecimento de Ensino.

A escrita é uma forma de comprovar o conhecimento, bem como o que se

fala, também não deixa de ser um registro de nosso saber. No ato de escrever é que

tudo se torna mais difícil, pois não se escreve da mesma forma que se fala, é

preciso ter boas palavras de forma mais culta, com bom vocabulário, para que o

texto escrito não seja distorcido e mal entendido pelo leitor.

As situações de criação de texto são difíceis, ou quase impossíveis de se

fazer sem ter um conhecimento prévio.

Quando se pretende formar escritores competentes, é preciso também oferecer condições de os alunos criarem seus próprios textos e de avaliarem o percurso criador. Evidentemente, isso só se torna possível se tiverem constituído um amplo repertório de modelos, que lhes permita recriar, criar, recriar as próprias criações. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997 p.76)

3 Ôntico: antológico-antologia-Filosofia: 1 Ciência do ser em geral. 2 Filos Parte da metafísica que estuda o ser em geral e suas propriedades transcendentais. http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=ontologia

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É importante sempre buscar as informações através de várias leituras, pois é

quase impossível criar textos do nada, é preciso ter boas referências. Por isso

formar bons escritores depende não só de uma prática continuada de produção de

textos, mas da prática constante de leitura.

2.2 Metodologia

O trabalho consiste na formação de leitores e produtores de textos no qual

se utilizou textos e dos mais variados tipos de gêneros, geralmente, os existentes na

biblioteca da Escola e material de fácil acesso como: Literatura infanto-juvenil, textos

informativos, revistas, jornais, recortes de revistas jornais etc.

Depois de combinar o que ler (professor e aluno), começa a leitura

individualmente, a escolha de títulos e obras foi livre, observando a faixa etária do

aluno de 8ª série, no qual o professor é o mediador.

Iniciada a leitura, o aluno tem quinze dias para ler (ou até pesquisar sobre o

assunto que leu) e logo após, em sala de aula, comentar e registrar o que leu com

todos os alunos da série, junto com o professor. Através dos comentários dos livros,

textos, jornais, revista, houve troca dos mesmos e no final de cada etapa, os alunos

produzem uma pequena resenha (propaganda do livro para colocar no mural da

escola e despertar curiosidade em outros alunos para que possam ir à leitura).

No horário da disciplina de Língua Portuguesa, que de acordo com a grade,

são quatro aulas semanais, o professor terá de dispor de uma aula de língua

portuguesa por semana, para comentários dos livros ou assuntos lidos e troca das

obras entre eles.

Pode-se ainda pedir aos alunos que leiam, procurando destacar e registrar

as ideias retiradas de pequenos textos, sugeridos pelo professor, que mais

chamaram a atenção para serem comentadas entre todos da turma para uma

discussão, debate ou de forma curiosa, se concordam ou não, ou se fariam

diferente, criando um clima de conflito das interpretações e expectativas, do que foi

lido. A partir deste momento recriar um novo texto escrito, com o objetivo de que a

leitura trará um pretexto para a produção do texto. O professor terá de ser um bom

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mediador em sala de aula e também ter lido o texto, para ter conhecimento do

assunto abordado que poderá usar como métodos:

-Conversa informal.

-Leitura dos textos produzidos após o conhecimento do que leu.

-Discussões orais sobre a temática apresentada nas leituras realizadas.

-Pesquisa na internet, registro do que leu e apresentado na TV pendrive.

-Apresentações em quadro mural sobre o que leu, através de escritas,

desenhos, transformando-os e materiais artísticos.

-Representações e adaptações do conhecimento para peças teatrais.

2.3 Atividades proposta em sala de aula através da leitura para a produção do texto

Texto: O herói do dia-a-dia

Talvez os heróis e super-heróis sejam tão valorizados por terem o poder de

realizar justamente aquilo que não conseguimos fazer no dia-a-dia. Mas e o cidadão

comum? Aquele que, anonimamente, trabalha, toma ônibus lotado, paga as contas

no final do mês, faz esforços sobre-humanos para simplesmente sobreviver... Será

que ele não tem nenhum valor?

Qual destes é seu pai?

Lamento dizer, meu filho, mas não sou nenhum desses.

Não sou, por exemplo, o Superman. Não consigo sair por aí voando, embora

muitas vezes tenha vontade de fazê-lo; tenho de me mover no atrapalhado trânsito

desta cidade num modesto Gol, com a esperança de não chamar a atenção dos

assaltantes nem ficar na rua com um pneu furado [...]. (Moacir Scliar. Um país chamado infância.

São Paulo: Ática, 1995. p 76-7).

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2.4 Atividades

Ler silenciosamente o texto.

Identificar a mensagem do texto.

Relacionar o que leu e comparar com suas experiências pessoais.

Falar sobre algum super-herói que conhece ou alguma revista ou livro que

tenha lido sobre ele.

Abrir tempo para discussões, e oportunidade a todos, para participar

oralmente do questionamento sobre o texto.

Colocar como atividade, pesquisas em aberto sobre os “super-heróis” que

aparecem no dia-dia, cada um pode buscar na internet ou qualquer outro modo de

pesquisa.

2.4.1 Ler e analisar – depois produção do texto

Lido e analisado o texto “O HERÓI DO DIA-A-DIA”, use como pretexto para

criar um texto, procure sair do mundo das histórias em quadrinhos, quem você acha

que poderia ser considerado um super-herói real na sua casa, na sua cidade, no

país ou no meio em que vive? Por quê? Conte sua história (ela pode ser narrativa ou

descritiva).

Texto do aluno A:

Minha mãe, minha heroína. Minha mãe sim ela é a verdadeira heroína, porque foi ela que me

colocou neste mundo; foi ela que quando eu chorava de tristeza, não vinha em forma de mulher, mas sim de luz, enxugar minhas lágrimas, meus prantos; foi ela quando eu caia do berço vinha chorando para ver se eu não tinha me machucado; foi ela que quando eu não sabia caminhar me ensinou todos os pequenos movimentos para eu andar. Ela continua sendo a maior mulher do mundo, depois da Virgem Maria, a mais bela, a minha mãe.

Se eu fosse agradecer-lhe tudo o que ela fez por mim, eu teria que passar o resto de meus dias de joelhos rezando, pois à sua sombra todas

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as dores se apagam, aquela heroína do dia a dia que acorda cedo sem reclamar e pedir nada em troca, apenas torcendo para que sejamos felizes.

Heroína, semeadora do amor, da paz e carinho. Mamãe, eu a amo muito e vai ser sempre minha heroína.

Texto do aluno B:

O herói que admiro. Todo ser humano tem suas fantasias heroicas, é sonhador,

planejador, mas como é difícil entrar no rol dos super-heróis. Mas herói mesmo é aquela pessoa que luta pelos seus ideais, que busca ajudar os outros sem pedir nada em troca, às vezes até num anonimato para não despertar o exibicionismo. Em todo lugar ou cidade aparece este tipo de herói, mas as pessoas não conseguem enxergar. Basta olharmos para nossos professores, que muitas vezes abandonam suas famílias para lecionar, sabendo que aquilo que ganham é apenas para sobrevivência, mas criando um idealismo que é formar cidadãos.

Quando os alunos passam pelos bancos de escola e buscam o aprendizado, conquistando seu espaço na sociedade, com um bom emprego, raramente reconhecem o seu mestre.

O professor é um verdadeiro herói, e que pela sociedade é proibido de errar tem que estar sempre estudando se atualizando tendo uma vida de “camaleão” para adaptar-se de acordo com cada aluno, turma ou até mesmo escola. Todos admiram essa profissão, mas poucos há reconhecem. Então eles são verdadeiros heróis ou não? Por incrível que pareça todos nós precisamos deste herói, que forma o médico, o advogado, o empresário, o engenheiro.

Este herói que estamos falando usa seus superpoderes, a sabedoria, a paciência, o carinho, o amor, a amizade, enfim, todos os métodos para o bem coletivo de uma sociedade melhor.

Por isso, ser professor é ser herói.

2.4.2 Com música, pode-se ensinar ler, interpretar e produzir textos.

Música: O meu guri

Quando, seu moço, nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

E eu não tinha nome pra lhe dar

Como fui levado, não lhe explicar

Fui assim levando ele a me levar

E na sua meninice ele um dia me disse

Que chegava lá

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Olha aí

Olha aí

Olha aí, ai o meu guri, olha aí

Olha aí, é o meu guri

E ele chega [...].

Chico Buarque. O meu guri. In: Almanaque, Rio de Janeiro, Fonograma/Ariola, 1982. (Telles, Tereza Chico Buarque na sala de aula: leitura, interpretação e produção de

textos. Petrópolis, RJ: Vozes 2ª Ed 2010, p80-88)

Vamos ao desafio: analisar e interpretar e comentar o texto para buscar uma

nova produção do texto.

1-A letra da música “O meu guri”, é um texto narrativo em versos, quem é o

narrador?

2-Quem são os personagens?

3-Quais as características dos personagens?

4-Qual é o espaço e onde se desenvolve a narração?

5-Quais as características do local?

6-Informe a cronologia do tempo, os fatos e ações que envolvem o menino?

7-Qual o espaço e onde se desenvolve a ação?

8-Qual a interpretação que podemos ter do “Guri” quando vemos a frase

“Com venda nos olhos, legenda e as iniciais”?

9-Qual é a ironia na expressão “chegar lá” na música?

10-Quais as características sociais e psicológicas da mãe do “Guri”?

11-Qual mo comportamento do “Guri” e que informações a música traz sobre

ele?

12-Cite alguma estrofe em que a música traz um desfecho trágico?

13-Qual foi o destino do “Guri”?

14-Quem é “Seu moço”?

15-O que o poeta quer representar com a letra da música?

Diante do texto “O meu guri”, pode-se fazer outras interpretações, debates,

reflexões, leituras críticas e explicitadas, para não ficar apenas na leitura mecânica e

sem significados.

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A leitura crítica é condição para a educação libertadora, é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas. A explicitação desse tipo de leitura, que está longe de ser mecânica (isto é, não geradora de novos significados), será feita através de caracterização do conjunto de exigências com o qual o leitor crítico se defronta, ou seja, constatar, cortejar e transformar. (SILVA, 2005, p.79)

A intenção era que os alunos lessem e interpretassem, discutissem,

debatam procurando destacar e registrar as ideias retiradas do poema, para buscar

de forma curiosa, se concordam ou não com o autor, se fariam diferente, ou até

mesmo o professor pode abordar quantos ouviram esta música antes deste trabalho

e não entenderam a letra ou não buscaram sua interpretação, que o aluno tenha

uma leitura crítica para trazer novas perspectivas de conhecimento, e liberdade na

produção de texto.

2.4.2.1 Sugestões para produção de textos:

1-Produza um texto narrativo baseado nos versos da música, coloque-se no

lugar do guri e mude essa história.

2-Um texto dissertativo, ou uma crônica, poema, texto de opinião, o que

você achar melhor, procurando buscar soluções para melhorar a situações das

crianças como “O meu Guri” dos quais existem muitos mutilados sociais que vivem

na miséria, na ignorância, no mundo da criminalidade.

Texto Aluno A:

O menino de rua Sou uma pessoa como qualquer outra. Moro na rua porque não tenho família. Sofro muito, pois as pessoas acham que sou um escândalo, um

marginal. Eu sei que isso não é verdade, só porque moro na rua, acham isso de mim, sou um menino humilde que apenas precisa de carinho, amor e uma família.

Nunca roubei e não fiz qualquer coisa parecida. Vivo da colaboração das pessoas e amigos de rua.

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Preciso apenas de uma família que me dê um lar confortável e carinho.

Pensam que só porque sou um menino de rua, uso drogas. Eu sei que isso traz problemas, mas, não fiz isso.

Sou uma pessoa muito discriminada, meu nome, ah! Meus nomes não sabem, pois sou isolado de tudo e de todos.

Sempre sonho e acordo com a esperança de que venha alguém me tirar da rua e me dar um pouco de atenção.

Todos me dizem para eu parar de sonhar, mas eu sei que “a esperança é a última que morre”.

Sei que algum dia vou encontrar uma família que pense do mesmo jeito que eu.

E deste dia em diante tenho certeza que serei muito feliz ao lado de pessoas que sentem muito amor por mim. Quando isso acontecer serei uma pessoa realizada e nada mais vai me impedir de ser feliz.

Texto Aluno B:

Menino de rua Menino de rua é aquele que é desprezado pela sociedade. Mas você

já parou para pensar por que eles mendigam? Por que usam inalantes? Por que cometem pequenos delitos? Por que será que eles fazem tanto mal aos nossos olhos?

Nós os enxergamos, mas não os sentimos. A história desses meninos e meninas que estão pagando por um

crime que não cometeram começa bem distante: no lavrador que vendeu suas terras que já eram poucas e veio juntamente com sua família para a cidade em busca de uma vida melhor, mas se enganou. Perdeu suas origens e ingressou no alcoolismo, na constituição da família sem estruturas, na prostituição, na política socioeconômica, envolvendo principalmente habitação, saúde, alimentação, etc.

Esses meninos e meninas querem apenas poder ter uma família, brincar estudar, serem atendidos, quando fossem doentes, etc. Tudo isso é direito básico e garantido pela Constituição.

Existem meninas que antes de ganharem uma boneca, ganham um filho. Também existem meninos que antes de ganharem um carrinho, ganham uma arma de fogo para assaltar. E isso é uma realidade, uma dura realidade que nós infelizmente temos que presenciar.

Esses meninos e meninas que vivem em bancos de rua dormem nas calçadas, tomam banho em chafariz público, passando frio durante a noite e fome durante o dia, esperando pelo destino como os próximos a morrer. Temos que ser solidários e dar nossa atenção. Apenas isso.

É a hora de pensarmos nesses guris, para que um dia cheguem lá.

Todas as atividades desenvolvidas em sala de aula de leitura e produção

lograram êxito, no entanto, as atividades que mais contribuíram para o Concurso

Literário desenvolvido pela Escola foi o texto apresentado para os alunos, “O

DILEMA DE JOÃO”.

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O DILEMA DE JOÃO

As indústrias estavam despedindo empregados em massa, com finalidade

de reduzir as despesas sem diminuir os lucros. João, bom trabalhador de uma

dessas indústrias, participou de uma greve contra o desemprego e pela readmissão

dos companheiros demitidos. Por causa disso, acabou sendo mandado embora.

Durante meses procurou emprego, e nada. Mulher e quatro filhos pequenos

começaram a passar fome. O proprietário da casa requereu despejo por falta de

pagamento dos aluguéis.

Um dia, o filho mais novo, de colo, adoeceu gravemente. Um único remédio

poderia salvar-lhe a vida, se tomado naquele dia, mas era caríssimo. João não pode

comprá-lo. Implorou a Deus e a todo mundo, mas não achou ninguém que pudesse

emprestar-lhe o dinheiro nem ajudá-lo de qualquer modo.

Quando voltava para casa, depois de esgotados todos os recursos possíveis

e imagináveis, João socorreu um homem atropelado. O atropelador tinha fugido. Pôs

o homem no banco traseiro de um táxi, com a cabeça sobre suas pernas, e levou-o

para o hospital. Ao chegarem, João examinou os bolsos da vítima para pagar o táxi.

Então, surpreso encontrou uma pequena fortuna em dinheiro e joias, junto com um

documento bancário registrando a recente retirada daqueles valores. Um cartão de

visitas identificava o acidentado: Mr. Smith, um americano que João sabia ser um

dos diretores proprietários da indústria que o despedira. João se lembrou ainda que

o americano já não tinha nenhum parente vivo, nem nos EUA nem no Brasil.

Sem que o motorista do táxi percebesse de nada, João pagou a corrida e

enfiou todos os valores no próprio bolso. Ao dar entrada no hospital, o industrial

faleceu. João deu nome e endereço falso, e saiu com as riquezas do Americano.

Na rua, porém, parou indeciso: naquela situação, qual seria o

comportamento honesto que ele deveria ter: ficar com aquela fortuna salvadora, ou

devolvê-la às autoridades competentes? (Autor Anônimo. Texto retirado da Monografia: Atividades em Leitura

A transleituridade. Professor Darci Ruppel (UNICENTRO p.17 e18)

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2.4.2.1.1 Argumentos dos alunos referentes ao texto

As carteiras ficarão em forma de círculo na sala de aula, para que tenha um

debate e fiquem um de frente para o outro.

Leitura silenciosa.

Comentários sobre o texto.

Argumentos.

Debates.

Ponto de vista individual.

Honestidade.

Necessidade.

Caráter.

Valores.

Reflexão.

Depois do debate entre professor e alunos, o professor somente como

mediador, apenas mantendo a ordem, pedirá que cada um se coloque no lugar de

João, e faça a pergunta:

O que eu faria?

PARA PRODUÇÃO DO TEXTO

O aluno, depois de conhecer e debater bem o texto produzirá um texto de

gênero argumentativo. O texto que será pedido deverá ser uma resenha de 5 linhas.

Ficará claro que o texto escrito não terá como único leitor o professor, pois

se for escrito somente para o professor, ele deixará de ser uma produção textual e

será uma redação, sem objetivos, sem alcance, sem necessidade de existir. O

professor fará somente as correções necessárias.

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Texto Argumentativo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um texto argumentativo tem como objetivo persuadir alguém das nossas

ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.

É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar,

depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve, com

argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve também

conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da leitura que o leitor os

faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo que responda ao primeiro

parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinião.

PARA QUEM O TEXTO SERÁ ESCRITO E COMO?

Veículo: onde este texto poderá ser veiculado? No mural da escola.

Objetivo: para que o texto será escrito? Para convencer alguém de alguma

coisa; para informar, para resumir um conteúdo a ser estudado.

Roteiro: qual a sequência que vou usar para desenvolver o tema? Fazer um

pequeno rascunho.

Posição: qual a posição a ser tomada? Posição argumentativa individual.

Argumentos: que argumentos serão utilizados? Poderá buscar com pesquisa

pela internet, conversa informal com a família.

A COMUNIDADE TAMBÉM PODE PARTICIPAR

Far-se-á leitura, discussão do texto produzido pelos alunos, para aprofundar

o entendimento, os argumentos, para fazer uma pesquisa junto à comunidade, pois

a comunidade também tem sua linguagem e participação social.

O domínio da linguagem tem estreita relação com a possibilidade de plena participação social, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem

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acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Assim, um projeto educativo comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997, p.23)

Feito isso a comunidade terá acesso ao texto, “O Dilema de João”, através

dos alunos, que farão a pesquisa com a pergunta: “Você ficaria com a fortuna?” E

outras perguntas mais que os alunos fariam de momento como:

Escola Estadual Professora Maria Ignácia – Ensino Fundamental Rebouças – Paraná Alunos (as)--------------------------------------------------------------------------------------------

Professor----------------------------------------------------------------------------------------------

Entrevista com pessoas da Comunidade, como base o texto: “O Dilema de João.”

Nome do entrevistado: ---------------------------------------------------------------------------

Idade-------------------------------Profissão--------------------------------------------------------

1-Qual foi à atitude da empresa ao mandar todos os seus empregados embora?

2-Você acha certa a atitude dos diretores da indústria ao demitir João somente pelo

fato de ele querer ajudar seus companheiros que haviam sido demitidos?

3-Você acha que ele poderia fazer algo para superar o desemprego?

4- A atitude do atropelador foi correta? Por quê?

5-Naquela situação qual seria o comportamento que ele deveria ter: Ficar com

aquela fortuna salvadora ou devolvê-la às autoridades competentes?

6-Na situação de João, o que é agir com honestidade?

7-Se você estivesse no lugar dele. O que faria?

O resultado da pesquisa foi o seguinte, com a pergunta, que mais chamou

atenção dos entrevistados, “Você ficaria com a fortuna”? A turma da 8ª série do

período da tarde tem 29 alunos cada um entrevistou uma pessoa.

O resultado:

1. Professora (A)- Tentaria ser honesta, não ficaria com o dinheiro.

2. Pai do aluno (A)- Ficava com o dinheiro.

3. Comerciante (A)-Sem dúvida ficaria com o dinheiro.

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4. Pai de aluno (B)-Pegaria o dinheiro.

5. Enfermeiro (A)-É claro que ficaria com o dinheiro.

6. Professora (B)-Roubar não é necessário, mas para salvar meu filho ficaria com o

dinheiro.

7. Auxiliar Administrativo (A)- Devolvia o dinheiro.

8. Mãe de aluno (A)- Ficaria com o dinheiro.

9. Pai de aluno (C)- Jamais ficaria com o que não é meu.

10. Irmão de aluno (A)- Pegava o dinheiro sim.

11. Professora (C)- Ficaria com o dinheiro e compraria o remédio.

12. Professora (D)- Ficaria somente com o necessário.

13. Comerciante (B)- Não dormia no ponto ficaria com a fortuna.

14. Mãe de aluno (B)- Não pegaria nada, onde fica o caráter das pessoas.

15. Mãe de aluno (C)- Para salvar meu filho faço qualquer coisa.

16. Secretária (A)- Não ficaria com a fortuna.

17. Pai de aluno (D)-Devolveria as autoridades.

18. Comerciante (C)- Devolvia.

19. Estudante (A)-Como este país não é sério ficaria com o dinheiro.

20. Aposentado (A)- Se estava precisando e perecendo, ficaria com o dinheiro.

21. Pai de aluno (C)- Sou honesto não ficaria com o dinheiro.

22. Mãe de aluno (D)-Ensino que jamais devemos ficar com o que não nos pertence.

23. Professor (A)- Ficaria sem dúvida mesmo.

24. Gerente de empresa (A)-Diante das consequências ficaria com o dinheiro.

25. Pai de aluno (E)-Pegaria o dinheiro.

26. Vovó (A)- Diante de toda esta necessidade quem não ficaria? Eu ficava.

27. Empresário (A)- Não teria dúvidas ficaria com o dinheiro.

28. Estudante (B)- Temos que acreditar em nós mesmo, não ficaria com o dinheiro.

29. Mãe de aluno (E)-Ficava com a fortuna.

Resultado da pesquisa:

A) Dez (10) pessoas entrevistadas não ficariam com o dinheiro.

B) Dezenove (19) pessoas entrevistadas ficariam com o dinheiro.

De posse de todos os dados, bem como dos subsídios necessários para

uma boa argumentação colhidos e extraídos de toda a atividade desenvolvida na

preparação, os alunos poderão produzir um texto dissertativo sobre o referido tema,

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para podermos investigar se houve mudanças de opinião e se com melhor

conhecimento sobre o tema, há melhor facilidade para produção do texto.

Então vamos à produção do texto.

Aluno (A):

Será que a honestidade pode ser encontrada em todos? A honestidade pode ser encontrada em muitos, mas não em todos. Se uma pessoa tem um problema e precisa de dinheiro e ela encontra

certa quantia, mas sabe quem é o dono, ela deve devolver e contar a sua história, porque assim ela não fica com a consciência pesada e ainda pode resolver o seu problema.

Mas no mundo há muitas pessoas desonestas que só pensam em si mesmas e não estão nem aí se a pessoa que perdeu o dinheiro vai precisar dele ou não. O pior que a maioria das pessoas pensa assim.

O mundo seria diferente se não houvesse tantas pessoas desonestas, egoístas, mesquinhas, que só pensam em si mesmas, tantos prefeitos corruptos que desviam dinheiro público.

Mas, já que podemos mudar o mundo, cada um deve fazer a sua parte, pelo menos assim nós estamos fazendo bem a nós mesmos, sendo honestos, nós chegamos a um lugar bem melhor e ficamos com a consciência limpa, dormiremos melhor, sabendo que estamos fazendo o bem, sendo honrados e honestos.

A honra e a honestidade são sentimentos muito importantes, pois ajudam a gente a ser melhor com os outros e com nós mesmos.

Por isso se conscientize e comece a ser honesto.

Aluno (B):

Cidadania Cidadania deve ser a palavra chave para a formação de uma cidade,

estado ou nação, mas, porém muitas vezes, é estabelecida de uma forma parcial ou incompleta, devido à má formação educacional de nossos habitantes, os quais entendem por cidadania, apenas o fato de fazer as documentações obrigatórias perante a lei.

Vemos então, que ser cidadão é fácil, mas exercer a cidadania cabe somente às pessoas dignas, de boa vontade, com uma mínima formação de ensino e caráter, pois a partir do momento em que violamos regras de nossa nação, estamos deixando de lado nosso dever de cidadão.

E é através dessas violações que a sociedade está ficando cada vez mais corrupta, dando condições de vida a uma minoria. E tudo isso porque os nossos cidadãos, devido ao desconhecimento, fecham os olhos para a realidade.

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Aluno (C):

O desemprego

O desemprego é um dos problemas que mais preocupa no mundo inteiro porque hoje existe muito desemprego, tanto no Brasil como no mundo, O desemprego está presente nas cidades grandes, nas cidades pequenas e inclusive no campo, e isso tem graves consequências. O desemprego tem como principal causa a falta de estudo, o preconceito racial, o preconceito com as pessoas mais velhas. Nas cidades pequenas a falta de indústrias, a falta de escolas profissionalizantes. O que também causa o desemprego é a má condição de vida no campo, em função disso as pessoas saem do campo e vão para a cidade em busca de uma vida mais digna e se encontram com a falta de estudos, com a falta de experiência, a falta de capacidade para o trabalho na cidade. Tudo isso tem como consequência a falta de moradia, pessoas passando fome, poucas sequer tem saúde e então começam a roubar, assaltar, enfim fazer coisas desse tipo. Hoje existe no mundo muito desemprego e a solução seria a construção de casas rurais, ajuda aos agricultores para que não saia do campo, construção de escolas profissionalizante e principalmente muita força de vontade e caráter, tanto das pessoas mais humildes como dos governantes.

Aluno (D):

Honestidade

Do dicionário honestidade: honesto, honrado, digno, íntegro. Como falar em honestidade em um país em que seus governantes desconhecem o sentido dessa palavra. Poderia descrever uma pessoa honesta, como uma pessoa que nunca mentiu, nunca roubou. Mas em que pessoa pode encontrar esses atributos? Não podemos pedir honestidade, honra de um povo, onde seus governantes desconhecem o sentido da palavra honestidade, não podemos cobrar de nossas crianças, porque crescem em uma sociedade onde prevalece o poder do maior e muitas vezes ou na maioria delas, o “maior” só torna “maior” por meios ilícitos. Considero como honesta aquela pessoa que trabalha por seu sustento, e de sua família, e é uma pena que na sociedade em que vivemos encontremos tão poucas pessoas com essas qualidades. A honestidade não seria a maior, mas mais uma das principais virtudes de um homem.

Aluno (E):

A honestidade pode ser de todos.

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Honestidade é uma das melhores qualidades que alguém pode ter, porém, são poucos os que a possuem. Ser honesto é fazer as coisas certas, sem prejudicar ninguém, é trazer as coisas sem mentiras, falsidades, sem trapacear as pessoas para conseguir alguma coisa. Não existe coisa melhor do que alguém dormir sem nenhum tipo de preocupação e sem a consciência estar pesada por algum erro que cometeu. Existem pessoas que não ligam em ser honesto, gostam de vencer na vida à custa dos outros, trapaceando em tudo que faz em jogos, e principalmente no di-a-dia. Outras pessoas fazem questão de viver sem mentiras, fazer as coisas da melhor forma possível e vencendo na vida na medida do seu próprio esforço. A honestidade é uma qualidade que não tem classe social e nem raça, pode ser rico ou pobre, preto ou branco, apenas basta ter consciência e dar valor no trabalho dos outros. Se todas as pessoas fossem honestas não existiriam roubos, corrupção e nem mesmo qualquer tipo de mentira e falsidade, porque a honestidade se trata disso, aqueles que não cometem esses erros são considerados honestos, é uma qualidade que se tem desde criança, e é o que honra muito uma pessoa.

3 Considerações finais

O presente estudo teve a finalidade da leitura vinculada à produção de

textos, a busca e a importância de desenvolver o hábito de leitura e concepção de

escrita clara e objetiva.

O fundamental é abrir o caminho lentamente, sem pressa, despertar o

interesse dos alunos e valorizar as suas conquistas.

O trabalho de leitura e escrita não deve se encaminhar apenas para o

treinamento em si, mas para o crescimento intelectual, moral, social e afetivo do

aluno. No desenvolvimento desse estudo, vários conceitos e atribuições de valores à

leitura e produção de textos foram buscados e apresentados. Pode-se dizer que só

haverá mudanças quando os alunos não forem ensinados a produzirem textos

apenas por produzir, sem um questionamento, pois terão de buscar através de

pesquisas, leituras e embasamentos que justifiquem suas produções de textos.

Assim, entende-se que, antes de tudo, o professor “deve ser um leitor”, para com

base em suas leituras, ler junto com os alunos, incentivar e mediar leituras de seu

grupo, proporcionando oportunidades de leituras, selecionadas ou não, mas, pelo

menos, disponibilizar textos nos quais o aluno venha a gostar, refletir, caracterizar o

aluno como um sujeito ativo, para que ele tenha o espaço para se expressar e criar

expectativas para a produção de texto.

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Sabe-se que trabalhar com leitura e produção de texto na escola pública

constitui um desafio, pois ainda há muita falta de motivação, é o que se percebeu na

aplicação do projeto. A grade curricular ainda foge de nossa realidade em sala de

aula, é preciso mais aulas semanais na área de língua portuguesa, para que sejam

desenvolvidos bons planos de aula, pois ainda não foi alcançado total objetivo. É

difícil, somente nas aulas de língua portuguesa o trabalho com leitura e produção de

texto, devido em partes, ao pouco tempo que a criança permanece sob os cuidados

do professor, por isso há necessidade de se envolver outros professores, através da

interdisciplinaridade, para que juntos possam conscientizar sobre a importância da

leitura, com maior incentivo, para buscar melhores resultados.

Os alunos foram muito ativos, pois para alguns, a forma como foi trabalhado

ainda era novidade, o professor apega-se a um planejamento, procurando vencer

conteúdos, e esquece que pode buscar grandes resultados em pequenas atividades.

Este trabalho pode comprovar o que sabemos através da leitura, e que a produção

de texto é uma forma de comprovar nossa leitura.

Salienta-se ainda que a turma onde foi aplicado esse projeto, era uma turma

com muitas dificuldades em leitura e escrita, não tinham o hábito de leitura, e

quando escreviam era apenas para obter notas, como se fosse uma mera obrigação,

notou-se que com as atividades propostas, logrou-se algum êxito, até mesmo em

outras disciplinas, tornaram-se mais participativos, buscando melhor a interpretação

nos conteúdos propostos.

Todo esse resultado é fruto de uma concepção de linguagem enquanto ação

social, de leitura e escrita, são ações vinculadas e que, para crescer no

conhecimento é preciso praticar.

É importante sempre buscar as informações através de várias leituras, pois

é quase impossível criar textos do nada, é preciso ter boas referências. Por isso

formar bons escritores depende não só de uma prática continuada de produção

textos, mas de uma prática constante de leitura.

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Referências

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BARBOSA, José Juvêncio.Como Incentivar o Hábito de Leitura. 2ª ed. São Paulo. Cortez 1994.

BUARQUE, Chico. O meu guri. In Almanaque Rio de Janeiro, Phonogram/Ariola 1982.

CEREJA, Willian Roberto/Magalhães Cochar Anália Thereza. Português linguagens. São Paulo. Atual, 1998.

GERALDI, João W. (org.) O texto na sala de aula. 4ª ed São Paulo. Ática. 2008.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO – Secretaria de Educação Fundamental-Parâmetro Curricular Nacional – vol. 2. Língua Portuguesa Brasília 1997.

KOCHE S. V., BOFF B.M. O MARINELLO F. A. Leitura e Produção Textual. Petrópolis – Rio de Janeiro. Ed Vozes. 2010.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Curitiba. SEED. 2008.

PELLEGRINI, Domingos. Gazeta do povo, Curitiba, 11 set. 2005. Caderno G.

RUPPEL, Darci – Atividades em leituras: a transleituridade - UNICENTRO – monografia 1997.

SCLIAR Moacir – Um país chamado infância. São Paulo: Ática 1995.

SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler. 10ªed. São Paulo. Cortez. 2005.

SILVA, Ezequiel Theodoro. O ato de ler. Fundamentos Psicológicos para uma Nova Pedagogia da Leitura. Autores Associados. Cortez. 3º edição. 1985

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TELLES, Tereza. Chico Buarque na sala de aula. Leitura, Interpretação e produção de Textos. Petrópolis, RJ: Ed Vozes. 2010.

Sites consultados:

http://www.google.com.br-texto o dilema de joão - autor desconhecido (acesso em 22/03/2010).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Resenha (acesso em 27/06/2011).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Narração/Descrição/Dissertação (acesso em 27/07/2011).

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crônica (acesso em 27/07/2011)

Dicionário Michaelis – versão online <http://michaelis.uol.com br/moderno/português/index .php?lingua =portugues-portugues&palavra=ontologia>. acesso em: 10/02/2011.