curso negociação - cursos online sp · dicas importantes • nunca se esqueça de que o objetivo...
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Seja Bem Vindo!
Curso
Negociao
Carga horria: 25hs
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Dicas importantes
Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o contedo, e no apenas
terminar o curso. Qualquer um termina, s os determinados aprendem!
Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se deixando dominar
pela pressa.
Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis, pois saiba que elas tm uma funo bem mais importante que embelezar o texto, so fundamentais
para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o contedo.
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se diferenciar dos demais alunos dos cursos.
Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno
faz do seu momento de aprendizagem diferencia os alunos certificados dos
alunos capacitados.
Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual onde faz o curso,
buscando novas informaes e leituras extras, e quando necessrio procurando
executar atividades prticas que no so possveis de serem feitas durante o
curso.
Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento em que est
realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento s coisas que
esto sua volta permite encontrar elementos para reforar aquilo que foi
aprendido.
Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao do contedo
no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido quando pode efetivamente ser
colocado em prtica.
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Contedo
negociao
I. InTRODUO ............................................................................................................................................................................... 4 1.1 Viso Geral .............................................. ................................................................................ 4 1.2 Objetivos Gerais ........................................................................................................ .............. 4 1.3 Metodologia.................................................................................................................. ........... 4 1.4 Desafos e Difculdades .......................................................................................... .................. 4 1.5 Mtodos de Avaliao..................................................................................................... .......... 5
II. PlanO DE aUlaS ........................................................................................................................................................................ 6
1. BlOCO 1: InTRODUO nEgOCIaO ......................................................................................... ................................................ 7 Introduo .................................................................................................................. ................... 7 Objetivo..................................................................................................................... .................... 7 1.1. Negociao: Apresentao ............................................................................. .......................... 7 1.1.1. Introduo ........................................................................................................... ................ 7 1.1.2. Identifcando o Problema: Percepes e Emoes ............................ ..................................... 9 1.1.3. Conceitos Bsicos..................................................................................................... .......... 11
2. BlOCO 2: MaTRIz DE nEgOCIaES COMPlExaS .......................................................................................................................... 13 Introduo ............................................................................................................................. ...... 13 Objetivo................................................................................................................ ....................... 13 2.1. Etapas da Negociao ................................................................................................... ......... 14 2.1.1. Preparao ....................................................................... .................................................. 15 2.1.2. Criao de Valor ..................................................................................................... ........... 16 2.1.3. Distribuio de Valor ............................... .......................................................................... 16 2.1.4. Implementao e Monitoramento ...................................................................................... 1 7 2.2. Os 10 Elementos da Negociao ........................................................................................... 17 2.2.1. Contexto ............................................................................................................. ............... 18 2.2.2. Interesses .......................................................................................................................... .. 19 2.2.3. Opes .............................................................................................................. ................. 20 2.2.4. Relacionamento ....................................................................................................... .......... 21 2.2.5. Alternativas .......................................................................... .............................................. 22 2.2.6. Comunicao .......................................................................................................... ........... 22 2.2.7. Tempo ................................................... ............................................................................ 23 2.2.8. Legitimidade ......................................................................................................... ............. 25 2.2.9. Concesses / Compromissos .............................................................................................. 27 2.2.10. Conformidade ........................................................................................................ ......... 30 2.3. Formas de Negociao .......................................................................................................... 32 2.3.1. Negociaes Diretas .................................................................................................. ......... 33 2.3.2. Negociaes Informais Paralelas (PIN) ............................................................................... 33 2.3.3. Dilogo entre Multistakeholders (MSD) ............................................................................ 39 2.3.4. Negociao com utilizao de Agentes ............................................................................... 4 0 2.3.5. Negociao por meio de Facilitador .................................................................................. . 40 2.3.6. Mediao ............................................................................................................. .............. 40 2.3.7. Meta-Mediao .................................................................................................................. 41 2.3.8. Arbitragem ........................................................................................................... .............. 41 2.3.9. Juiz: Utilizao do Poder Legal ...................................................................................... ..... 41 2.3.10. Polcia e Fora Militar .................................................................................. .................... 42 2.4. Indicadores de Avaliao da Negociao ................................................................................ 42 2.4.1. Avaliao da Satisfao e Racionalidade ....................................................... ....................... 42 2.4.2. Avaliao atravs de Controles ....................................................................................... ..... 43 2.4.3. Avaliao de Riscos .................................................................. .......................................... 43 2.4.4. Avaliao Sobre a Otimizao Econmica .......................................................................... 44
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2.4.5. Avaliao da tica .............................................................................................................. 45 2.4.6. Avaliao de Justia e Equidade ...................................................................................... .... 45 2.4.7. Avaliao de Impactos e Sustentabilidade (SAI) ......................................................................... 45 2.4.8. Avaliao da Produtividade ........................................................................................... ..... 46 2.4.9. Avaliao das Emoes ................................................................................................ ....... 46 2.4.9. Avaliao do Sistema Autopoitico .......................................................................... ........... 47
III. BIBlIOgRafIa ......................................................................................................................................................................... 51
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nEGOcIaO
i. introduo
1.1 Viso Geral
Este curso permitir ao aluno aprender e aplicar a metodologia desenvolvida pelo Pro-
grama de Negociao (PON) da Harvard Law School e pelo Programa de Negociaes
Complexas baseado na FGV EBAPE. Alm dos conceitos da rea de negociao, sero
utilizados exemplos, casos e simulaes desenvolvidas diretamente pelo Programa de Nego-
ciao de Harvard.
1.2 objetiVos Gerais
A fnalidade desta disciplina tornar o aluno apto a:
Utilizar o modelo da abordagem de ganhos mtuos na negociao, em diferentes
contextos de uma organizao;
Preparar-se, efetivamente, para uma negociao;
Maximizar o seu potencial e os resultados da negociao, a partir da explorao de
interesses e desenvolvendo substantivas opes;
Construir acordos mais estveis utilizando estratgias que possuam critrios objeti-
vos para distribuio de valores;
Construir acordos que possam ser verdadeiramente implementados a partir da ante-
cipao de contingncias e alinhando capacidades organizacionais;
Proporcionar mudanas com os parceiros da negociao que no esto familiariza-
dos com a abordagem de ganhos mtuos.
1.3 MetodoloGia
O contedo programtico ter como base a Matriz de Negociaes Complexas, desen-
volvida a partir de pesquisas realizadas pela FGV, Harvard Law School e IRENE/;ESSEC
Paris. A Matriz de Negociaes Complexas ser apresentada por meio da exposio te-
rica, da aplicao conceitual de seus elementos, formas de negociao e indicadores de
avaliao dos resultados. A aplicao dos conceitos ser realizada a partir dos casos de nego-
ciao desenvolvidos pela Harvard Law School e facilitar a discusso em grupo e a troca de
experincias, fatores fundamentais para o aprendizado da Negociao.
1.4 desafios e dificuldades
Algumas difculdades e atritos entre os alunos podem ocorrer ao longo dos estudos de
caso e exerccios, tendo em vista que os mesmos so elaborados para gerar situaes de
confitos a fm de que as tcnicas possam ser aplicadas e aprimoradas ao longo do curso.
Para atenuar os efeitos das possveis desavenas geradas, ser necessrio administrar os
nimos ao longo das simulaes e ter em mente a necessidade de permanecer duro com
os interesses e suave com as pessoas. O Professor estar acompanhando a evoluo do
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A avaliao ser feita por meio de prova e de trabalhos que sero desenvolvidos em
nEGOcIaO
exerccio, o comportamento dos alunos e realizar uma anlise fnal dos resultados das
diversas negociaes.
1.5 Mtodos de aValiao
sala de aula. Os casos desenvolvidos em sala de aula devero ser entregues sob a forma de
trabalho. A nota da primeira avaliao ser calculada pela mdia aritmtica dos trabalhos
desenvolvidos ao longo do curso. A prova constituir-se- na segunda nota.
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nEGOcIaO
ii. Plano de aulas
curso de NeGociao Graduao direito rio
6
aulas assunto Professor
1 aula abertura do Curso Yann duzert
2 aula Conceito de negociao percepes e emoes ana tereza spinola
3 aula Matriz de negociaes Complexas conceitos de batna, zopa, preo reserva ana tereza spinola
4 aula abordagem de Ganhos Mtuos etapas de uma negociao ana tereza spinola
5 aula abordagem de Ganhos Mtuos etapas de uma negociao ana tereza spinola
6 aula elementos contexto, interesses, opes e relacionamento Caso: parker Gibson ana tereza spinola
7 aula elementos alternativas, Comunicao e tempo Caso: sally soprano ana tereza spinola
8 aula elemento concesses Caso: Multimode ana tereza spinola
9 aula elemento legitimidade Caso: termination tempest ana tereza spinola
10 aula Formas de negociao Msd e pin ana tereza spinola
11 aula Caso Cuba ana tereza spinola
12 aula Critrios de avaliao da negociao ana tereza spinola
13 aula Caso Harbocco ana tereza spinola
14 aula Caso Harbocco ana tereza spinola
15 aula encerramento do Curso Yann duzert
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nEGOcIaO
1. Bloco 1: introduo negociao
iNtroduo
Neste Bloco sero introduzidos os conceitos de confitos, percepo, emoes e racio-
nalidade limitada que serviro de base para o estudo de negociao. Sero utilizadas din-
micas especfcas que ampliaro a viso do aluno preparando-o para o processo de tomada
de deciso.
objetiVo
Este bloco objetiva:
Compreender a questo de confito x negociao;
Trabalhar as percepes ;
Desenvolver o pensamento crtico;
Estimular o debate entre os alunos.
1.1. NeGociao: apreseNtao
1.1.1. introduo
O confito est presente em todos os relacionamentos humanos e em todas as sociedades.
As disputas acontecem entre pessoas de uma mesma famlia, vizinhos, grupos religiosos e
esportistas, organizaes e governo, cidados, dentre outros. Podem ser das reas trabalhista
ou comercial, sendo constitudas por mltiplos participantes e mltiplos critrios. Devido
aos altos custos fsico, emocional e fnanceiro que resulta de uma situao confituosa, os
indivduos tm buscado maneiras de resolver suas discordncias e diferenas de pontos de
vista. Ao buscar administrar e resolver as diferenas tem-se procurado estabelecer proce-
dimentos que atendam aos interesses das partes envolvidas, minimizando o desgaste e os
gastos desnecessrios.
Negociao a possibilidade de se fazer algo melhor por meio de uma ao conjunta;
por outro lado, no dever ser surpresa caso as aes de no-negociao provem ser o meio
superior de realizar algo(SEBENIUS E LAX, 1987).
Negociao um processo de atualizao, reviso, realizao de perguntas relevantes,
proporcionando um aprendizado conjunto, com o objetivo de minimizar as diferenas na
defnio de valor.
A negociao ainda o modo mais efciente de conseguir algo que se deseja. Negocia-se
quando existem alternativas a serem escolhidas, e essas alternativas envolvem a prpria pes-
soa ou terceiros. Para ambos os lados, as diversas alternativas apresentam interesses comuns
e interesses confitantes, expressando a complexidade das relaes.
Por outro lado, a negociao possui um dilema fundamental, denominado o Dilema do
Negociador:
Para criar valor preciso oferecer informaes sobre os seus interesses, porm revelar
seus interesses pode criar desvantagem.
7
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B
A
B
A
nEGOcIaO
exemplo 1: jogo da Queda de brao
Proposta do jogo: Dividir os participantes em grupos de dois defnindo duplas para a que-
da de brao. Sero dados 15 segundos para que cada um maximize o nmero de pontos.
Negociao Competitiva
Negociador A
1 2 3 6 Negociador B
Negociao Cooperativa
Negociador A
1 2 3 6 Negociador B
exemplo 2: racionalidade limitada
Cobrir todos os pontos com apenas 4 linhas
Negociao Competitiva tem-se para cada ganho uma perda correspondente. o
jogo do ganha-perde (W-L).
Negociao Cooperativa tem-se que cada parte oferece um ponto para o oponente
e vice-versa. o jogo do ganha-ganha (W-W), corresponde a uma negociao que tem ga-
nhos mtuos. No adianta uma das partes ganhar sozinha.
Assim, a negociao pode ser defnida com base nas seguintes condies:
Interdependncia: no se consegue atingir plenamente um objetivo sem que haja uma
ao ou uma deciso de uma outra pessoa ou de um grupo de pessoas.
Capacidade para ganhos mtuos: cada pessoa possui algo que desejado por outra
pessoa. Entretanto, um acordo s de mtuo interesse se as duas partes puderem ganhar
com a troca. Se uma parte desejar algo que a outra parte possua, ento essa parte dever ofe -
recer algo que deixe o outro bem, em situao melhor do que se encontrava antes da troca.
Autoridade limitada: nenhuma parte pode dar ordens ou forar a outra parte a dar o que
se deseja. Entretanto, uma parte pode infuenciar a outra parte oferecendo incentivos para
alcanar o acordo, ou elevando o custo da posio de no-acordo.
8
3
2
timo
6
3
2
6
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nEGOcIaO
Comunicao: as partes tm que ser capazes de conversar ou de se corresponder de for-
ma mutuamente inteligveis. Entretanto, a comunicao pode ser imperfeita. Podem ocor -
rer erros de interpretao e uma das partes ou as duas podero, deliberadamente, trabalhar
sobre suposies falsas. A forma de como expressamos nossas emoes e procedemos com
as emoes dos outros podem, signifcativamente, afetar nossa comunicao. As grandes
diferenas de lngua, de experincias anteriores e de normas culturais so os maiores riscos
para os problemas de comunicao.
Relacionamento: todas as negociaes criam relacionamentos. Se houver alguma de-
savena anterior negociao, com certeza isso ir afetar a forma de como negociar hoje.
Caso se espere encontrar a outra parte em um futuro, nossas expectativas quanto a esse
futuro tambm iro afetar a forma da negociao. Se cada um de ns achar que a forma de
conduo de uma negociao puder infuenciar o olhar dos outros sobre ns ento, tudo
que for relativo nossa reputao tambm infuenciar a forma de conduzir com o outro a
negociao.
Quando todos esses elementos forem colocados, ao mesmo tempo, em uma negociao,
signifca que a mesma est inserida em uma situao complexa. Cada uma das partes possui
metas e interesses para estar em uma negociao. Nenhuma parte conseguir atingir seus
objetivos sem a cooperao da outra. Cada uma das partes buscar ganhar o mximo poss-
vel ao longo do processo negocial, mas deve equilibrar o desejo de ganhar o mximo possvel
e realizar o mnimo de concesses, com o risco de ter nossos interesses afetados, caso no
seja alcanado o acordo.
Cada uma das partes tem informaes limitadas sobre os verdadeiros objetivos e inte-
resses da outra parte, ento no bvio saber o que se deve oferecer, como oferecer ou como
encontrar o que mais poder ser oferecido. A forma de comunicao entre as partes tem
um signifcativo e involutrio impacto sobre o resultado. Finalmente, o relacionamento
que se cria e se desenvolve ao longo do processo de negociao pode ter um impacto muito
grande, no s para a negociao como um todo como tambm sobre futuras negociaes
entre essas partes.
1.1.2. identifcando o problema: percepes e emoes
exemplo 3: entender as percepes e a proposta de Valor O milho : 1- Gro; 2- Planta; 3- Leguminosa; 4- Fruto
Para se negociar ser necessrio defnir o problema. Se no existe uma concordncia a
respeito do que seja o milho, como se poder negociar o tipo de transporte para milho?
Diferentes percepes defnem diferentes critrios. A defnio do problema tem que ser
incontestvel, assim deve-se, inicialmente, defnir conceitos.
9
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nEGOcIaO
exemplo 4: o que se v nas imagens abaixo? Figura 1:
Figura 2:
A capacidade de Criao de Consenso leva as partes a uma defnio mais adequada do
problema, proporcionando conseqentemente uma melhor execuo.
Nas negociaes multipartidrias e organizacionais, a alternativa de um dos lados
pode ser um conjunto de acordos a ser alcanado por uma potencial coalizo dos advers-
rios. Ameaas inequvocas para alterar a posio de no-acordo so comumente utilizadas
por uma das partes, como pode ser observado pela posio dos pases industrializados nas
cinco Conferncias Ministeriais da OMC, quando tentaram impedir que fossem levadas
discusso as questes agrcolas como o desejo e a necessidade dos pases em desenvol-
vimento e, foraram uma agenda para discusses das questes que atendessem aos seus
interesses como os temas de Cingapura. Neste caso, alm de buscar acordos, as partes en-
volvidas se utilizam, freqentemente, de negociaes formais para fazer propaganda, reunir
inteligncias, infuenciar terceiros ou outras audincias, manter contato, desviar a ateno
dos outros jogadores sobre algo ou sobre a comunicao de algum assunto, e assim por
diante (Sebenius e Lax, 1987).
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-
Is artigo do extrado
1
nEGOcIaO
exemplo 5: jogo da cooperao e coalizo tripartite
Dividir a turma em grupos de trs pessoas classifcadas como A, B e C.
O objetivo do jogo negociar com os membros do grupo de forma a maximizar o re -
torno individual, atendendo a um limite mximo de pontos, conforme defnido na tabela
abaixo:
Orientao para o desenvolvimento do problema:
Leia o problema
Forme os grupos com trios de pessoas A, B e C, e negocie
Defnir as partes que esto no acordo
Como ser dividido o valor entre as partes? (diviso da torta)
Os acordos tm que apresentar nmeros defnidos
Maximize seu retorno
No existem crditos para ajudar ou difcultar a(s) outra(s) parte(s)
Podem ocorrer difculdades em se conversar a ss
Permite uma contra-oferta da coalizo
A parte que no participar do acordo somar zero pontos
1.1.3. conceitos bsicos
Qualquer negociao deve ter uma estrutura bsica fundamentada no conhecimento das
seguintes questes:
qual a alternativa negociao BATNA ou MAANA
qual o limite mnimo para um acordo negociado;
at que ponto (alvo) cada parte est disposta a ser fexvel; e,
quais as concesses que as partes esto dispostas a fazer (intervalo de ZOPA ou
ZAP).
Para a defnio desses fatores utilizam-se os seguintes conceitos: BATNA Best Alter-
native to a Negotiation Agreement ou MAAN Melhor Alternativa um Acordo Negocia-
do; Preo de Reserva; e, ZOPA Zone of Possibles Agreements ou ZAP Zona de Acordo
Possvel.
A MAAN corresponde alternativa que ser adotada caso no se alcance um acordo na
negociao. Esta alternativa defnida antes do incio de qualquer negociao para permitir
ao negociador uma posio vantajosa em relao outra parte, na medida em que ele conhe-
ce e dispe de uma referncia (preo mnimo pelo qual est disposto a negociar), tanto para
avaliao das propostas decorrentes do processo como para poder dizer no a uma proposta
desfavorvel.
Max Bazerman descreve a BaTna como sendo one piece
of advice that negotiation ex- perts commonly ofer is very simple: before you enter into any important negotiation, you should consider what you will do if no agreement is reached there help for the Big Ticket Buyer, publicado na Harvard Business Review em 17 set 2001.
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opes Partes retornos totais
1 a ou b ou C 0 (zero)
2 a & b 118
3 a & C 84
4 b & C 50
5 a & b & C 121
1.
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3.
4.
5.
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8.
9.
10.
1
-
alvo
nEGOcIaO
Preo de Reserva representa o valor mnimo em que o negociador fca indiferente
entre um acordo negociado e o impasse. o limite da BATNA, quando o valor negociado
igual alternativa disponvel fora da negociao. Para que seja interessante uma negociao,
o valor negociado tem que ser acima do valor defnido pela BATNA.
ZAP o conjunto de alternativas possveis, para ambas as partes, defnidas por limites
superiores e inferiores, defndos pela BATNA, dentro das quais pode-se chegar a um con-
senso que satisfaa ambas as partes. Esses limites so defnidos pelo Preo de Reserva de cada
uma das partes. As partes no alcanaro resultados enquanto existir espao para negociao
na regio da ZAP [Mnookin, Peppet e Tolumelo:2000].
Preo Alvo o preo que voc deseja; preo limite o seu preo mximo ou mnimo.
Vendedor
alvo
Comprador
Em resumo,
Alternativa A
preo de reserva
do vendedor
preo de reserva
do comprador
Exemplo:
Um proprietrio tem um apartamento em Copacabana e deseja alug-lo a um preo de $
4.000,00. Por outro lado, existe um interessado em alug-lo, disposto a pagar, $ 2.000,00.
A BATNA do proprietrio o interesse de um artista em alugar o imvel a $ 4.000,00.
O proprietrio sente-se arriscado alugar o imvel para o artista pois considera arriscado a
garantia do pagamento do aluguel em dia, a possibilidade desse artista em sub-locar o im-
vel e trazer com isso problemas com o condomnio.
A BATNA do interessado em alugar o imvel um apartamento velho situado em uma
ladeira cujo edifcio tem 10 apartamentos por andar.
1. Qual a ZOPA do problema?
2. Quais as aes que poderiam ser tomadas para reduzir a ZOPA?
Segundo Sebenius e Lax, as alternativas podem ser to variveis qua nto as situaes
negociadas que elas circunscrevem. Podem ser corretas e ter um nico atributo, como nas
competies por preos de insumos para um produto idntico; podem ser contingenciais e
multi-atributos, como levar a questo a uma deciso judicial ao invs de aceitar um acordo,
o que pode envolver incerteza, ansiedade, despesas com taxas legais e custo do tempo dis -
pendidodispendido, dentre outros; e podem tambm variar ao longo do tempo a partir de
12
limite
limite
zap
zap
! !
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nEGOcIaO
novas informaes, interpretaes, movimentos competitivos ou oportunidades (Sebenius
e Lax,: 1987).
Questes a serem levadas em considerao nas ofertas iniciais de uma negociao:
(a) Quem deve ancorar primeiro? Quem ancora assume riscos, porm ncoras afetam
as percepes das partes acerca do resultado fnal.
(b) O Que Fazer? No dar muito valor oferta inicial; analisar a qualidade da ncora;
formular objetivos ousados como ncoras; boa preparao.
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-
2
Dez Indicadores
de Avaliao Dez Formas de Negociao
Dez Elementos
da Negociao
Quatro Etapas da Negociao
a Matriz de negociao complexa vida
foi desenvol- pelos
Conduzir a
nEGOcIaO
2. Bloco 2: Matriz de negociaes coMPlexas
iNtroduo
Apresentamos neste Bloco a matriz de Negociaes Complexas. A Matriz de Negocia-
es Complexas est estruturada a partir da abordagem de ganhos mtuos e rene as
quatro etapas do processo de negociao, os dez elementos, as dez formas e os dez mtodos
de avaliao.
objetiVo
Este bloco objetiva:
Negociao ao longo de suas etapas;
Identifcar os elementos presentes na negociao;
Desenvolver as formas de negociao;
Acompanhar a performance da negociao atravs de seus indicadores e critrios de
avaliao;
Quadro 1: Matriz de Negociaes complexas
Quatro Etapas da Negociao
Preparao Criao d e Val o r
Distribuio
de Valor I mp l e me n t a o /
Monitoramento
Dez Elementos
da Negociao Dez Formas de Negociao
Dez Indicadores
de Avaliao
Contexto Negocia es Diretas Satisfao e Racionalidade
Interes s es Negociaes Informais Paralelas (P IN)
Controles
Alternativas
Dilogo entre Multi-Stakeholders (MS D )
Otimizao Econmic a
Com unica o Facilitao
Relacionamento Mediao Justia e Equidade
Conc ess es Meta-Mediao Impactos e Sustentabilidade
Conformidade Arbitragem Produtividade
Legitimidade Emoes
Polcia / Fora Militar
Fonte : Yann Duzert, Davis Fairman e Alain Lempereur
Sistem a Autopoitico professores David Fairman, Yann Du- zert e alain Lempereur de Harvard-MIT, FGV/EBaPE e IREnE/ESSEc, respecti- vamente.
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2
Opes
Tempo
Agent e
Juiz
Risco
tica
-
nEGOcIaO
A abordagem de Ganhos Mtuos difere das demais abordagens por ser um conjunto de
princpios e estratgias que permite (i) maximizar as chances de se encontrar seus interesses,
ao mesmo tempo em que as outras partes tambm alcanam seus interesses, e (ii) criar e
manter um bom relacionamento entre as partes que esto na negociao. Essa abordagem
garante que o processo seja efciente, viabiliza a realizao de ganhos mtuos e, caso os ne-
gociadores no alcancem o acordo, sairo menos desgastados.
O foco central da abordagem de Ganhos Mtuos o foco nos interesses, no em posi-
es. A forma de conduo da negociao nos dois focos pode ser verifcada nos seguintes
exemplos:
Foco na posio: Desejo obter a participao de 70% nos resultados alcanados;
Foco no interesse: Desejo uma participao nos resultados
Focar no interesse melhor para uma negociao, pois interesses so objetivos que se
desejam alcanar em uma negociao e oferece maior fexibilidade para se alcanar acordos.
Existem mais de um caminho para se alcanar os interesses.
Para que se possa melhor compreender as vantagens da estratgia de negociao de ga-
nhos mtuos, comparemos com as demais abordagens, enunciadas a seguir:
Convencional uma estratgia de negociao dura, desenvolvida quando as partes
acreditam que possuem interesses absolutamente incompatveis. As partes assumem
posies extremas, seguram informaes e fazem concesses com m vontade;
Relacionamento uma estratgia de negociao leve que prioriza alcanar um
acordo e mantm acima de tudo um bom relacionamento entre as partes;
Sensibilidade Cultural uma estratgia a ser utilizada, principalmente nas nego-
ciaes internacionais. Essa estratgia demanda muito tempo na preparao para
que se possa conhecer as normas culturais, os sinais, estilos e smbolos das outras
partes, de forma a no incorrer em indelicadezas com as outras partes.
2.1. etapas da NeGociao
So quatro as etapas do processo de negociao utilizadas na abordagem dos ganhos
mtuos: preparao, criao de valor, distribuio de valor e implementao e avaliao.
Preparao: o que se faz antes de iniciar um processo de negociao
Criao de valor: o que se faz nos estgios iniciais da negociao
Distribuio de valor: o que se faz para alcanar um acordo
Implementao e Avaliao: o que se faz para implementar efetivamente um
acordo.
Harvard-MIT-Tufts
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3
3 Program on negotiation
-
PREPARANDO
Deixe claro as suas atribuies e defna sua equipe CRIANDO VALOR
Estime seu melhor MAANA assim como o dos outros par- ticipantes
Aperfeioe o seu MAANA (se possvel)
Identifque seus interesses
Veja quais so os interesses dos outros
Prepare sugestes de alternati- vas de ganhos mtuos
Explore os interesses de ambos os lados
Suspenda a crtica
Crie sem compromisso
Gere alternativas que fa- am o bolo aumentar
Use a neutralidade para melhorar a situao
DISTRIBUINDO VALORES
Comporte-se de maneira que crie confana
Discuta padres e critrios para dividir o bolo
Use a neutralidade para sugerir possveis formas de distribuio
Projete acordos prximos que se reforcem
CONTINUANDO
Entre em acordo para o monitoramento das decises adotadas
Facilite a sustentao dos compromissos
Alinhe os incentivos e controles organizacionais
Continue trabalhando para mel- horar o relacionamento
Use a neutralidade para re- solver desacordos
Fonte :
nEGOcIaO
Quadro 2: estgios de processo de Negociao baseado em princpios
Duzert, 2004
2.1.1. preparao
A Preparao a etapa mais importante do processo de negociao. Uma preparao
cuidadosa oferece muitos dividendos para o processo de negociao. Quando um negocia-
dor est bem preparado ele amplia consideravelmente a sua possibilidade de alcanar o que
deseja na negociao. Durante o processo de negociao, um negociador bem preparado
poder estar calmo, criativo e afvel aos parceiros da negociao, sem precisar estar em po-
sies de muito favorecimento ou de excessiva rigidez.
Para preparar uma negociao deve-se, inicialmente, esclarecer os interesses. Essa tarefa
dever ser discutida com os tomadores de deciso da sua organizao, dever incluir dis -
cusses sobre interesses comuns e sobre quaisquer diferenas anteriores ao encontro com
os negociadores externos. Deve-se considerar que um dos interesses ser manter um efetivo
relacionamento de trabalho com a(s) outra(s) parte(s). A preparao envolve estar apto para
explicar seus interesses para a outra parte, e antecipar suas questes sobre porque voc quer
o que voc quer.
Dado seus interesses, deve-se pensar sobre o elenco de resultados possveis, a partir das
suas aspiraes o melhor resultado que satisfaa seus interesses, at suas exigncias m-
nimas o que seria o mnimo aceitvel. Para se determinar as exigncias mnimas deve-se
examinar a BATNA, uma vez que a melhor opo externa mesa de negociao, ou seja,
a melhor alternativa caso no se consiga alcanar um acordo.
Coloque-se no lugar da(s) outra(s) parte(s), e imagine quais seriam seus interesses se
estivesse no lugar dela. Utilize o recurso da pesquisa para aprender sobre os interesses, as-
piraes e BATNA dos parceiros de negociao. Sua proposta causar um impacto sobre
percepo do outro sobre a sua credibilidade e seu profssionalismo.
16
-
nEGOcIaO
2.1.2. criao de Valor
Criar valor signifca inventar solues que sejam vantajosas e que permitam expandir o
conjunto de opes de benefcios mtuos viveis para ambas as partes. Para criar valor ser
necessrio identifcar as diferenas de valores entre os negociadores para em seguida, explo-
rar as mltiplas opes para resoluo ou colaborao.
Para encontrar as reas de ganhos mtuos fundamental:
Explorar os interesses das outras partes, muito mais do que se manter posicional.
Ao invs de fcar discutindo as posies contra ou a favor, busque informaes para
construir o se eu tento uma opo diferente que servir para mim e se eu estiver
compreendendo como seus interesses podem ir ao seu favor.
Buscar fazer a outra parte compreender as razes que esto por trs das coisas que
voc deseja. Tenho certeza de que s poderei conseguir alcanar meus interesses se
eu permitir que voc esteja informado sobre quais so esses interesses (Dilema do
Negociador). No se deve fazer julgamentos sobre as idias que foram criadas, quan-
tas mais idias forem criadas, mais oportunidades para se criar novas opes que
podero auxiliar as partes em uma negociao.
Caso as partes tenham difculdade em conversar por fora de uma questo difcil, ou
por uma estratgia de negociao frgil, ou por ambas pode-se chamar uma terceira pessoa
para interceder na comunicao (vide Formas de Negociao).
2.1.3. distribuio de Valor
Distribuir valor signifca escolher os caminhos, de comum acordo entre as partes, para
a escolha das opes.
processo de escolha das opes identifcadas na etapa da criao de valor. Quan-
do existe confana entre as partes muito fcil distribuir valor. Quanto mais uma
parte se coloca confvel em uma negociao, mais a outra parte se colocar dispon-
vel para escutar as razes e os argumentos sobre como dever ser dividido o bolo.
No caso de existirem questes fortes individuais escolha de duas grandes
questes, pode ser negociada uma opo para cada uma das partes ceder um pouco
outra (trade-of).
no haja possibilidade de se fazer diretamente uma composio de acordos
entre as partes, um outro caminho para resolver essa disputa o acordo contin-
gencial. Um acordo contingencial permite que quando uma parte est em dvida
quanto capacidade da outra parte cumprir o acordo, elabora-se um documento
que vincula o cumprimento do acordo no futuro a uma alterao nos termos ini-
ciais do acordo.
Uma outra estratgia que facilita a distribuio de valor a partir de um conjunto de
opes a defnio de critrios princpios objetivos ou padres que levem as
partes a realizarem as escolhas dentre as vrias opes. Nesse contexto, objetivo no
signifca dizer certo ou errado, e sim alguma opo que seja aceitvel para ambos e
razovel para a tomada de deciso.
Podem existir situaes em que uma das partes percebe que tiraria mais vantagem
se violasse o acordo. Nesses casos, se ambos violarem o acordo, ambos iro perder.
Para que no haja esses problemas, arbitra-se uma multa para os casos do no-
cumprimento do acordo.
17
o
para a
Caso
-
nEGOcIaO
2.1.4. implementao e Monitoramento
Essa etapa validar e acompanhar os acordos alcanados de forma que nenhuma das
partes precise se preocupar na violao dos resultados alcanados.
Uma vez alcanado o acordo, as partes devero avaliar se os recursos, de ambas as
partes, so adequados e se permitem a implementao do acordo. Sendo necessrio,
portanto disponibilizar os recursos.
o acordo defnir que devero ocorrer mudanas tangveis, deve-se acordar tam-
bm uma forma de monitorar essas mudanas, criando indicadores que possam
apresentar medidas de variao. Deve-se prever tambm no acordo, quais as iniciati-
vas que devero ser tomadas no caso do acordo no estiver alcanando os resultados
esperados por ambas as partes.
A etapa de implementao que acompanha os resultados acordados deve servir para
a manuteno do relacionamento entre as partes. Se os resultados estiverem a contento
ambas as partes estaro bem; caso haja difculdades, a identifcao do problema e a busca
de solues conjuntas proporcionaro uma aliana mais forte entre as partes. Caso existam
divergncias, deve-se solicitar auxlio a terceiros (vide Formas de Negociao).
2.2. os 10 eleMeNtos da NeGociao
So dez os elementos da negociao: Interesses, Alternativas, Opes, Legitimidade,
Compromissos, Relacionamentos, Comunicao, Tempo, Conformidade, Contexto.
A defnio desses elementos importante para a preparao, para a compreenso de
diferentes processos de escolhas, para o diagnstico, para lidar com tticas difceis e para
organizar intuies, instrumentos e lies.
A aplicao desses elementos pode ser observada da seguinte forma:
O QUE VOC DESEJA
Interesses, inclusive;
Senso de legitimidade responde a pergunta: Qual o critrio?. Defne indica-
dores para defender a proposta
Relacionamento para gerar confana: identifcao dos interesses dos outros.
OBTENDO O DESEJADO:
Alternativas o que pode ser feito sem acordos para buscar uma sada.
Opes possibilidades de acordos corresponde a criao de valor; facilita a diviso
do bolo.
ACORDO/DECISES sobre PROCEDIMENTOS:
Compromissos a serem alcanados.
Contexto melhor canal de negociao para se ter mais cooperao (Axelrod); ne-
gociao mais produtiva; estabelecer confana entre as partes com a oferta de ga -
nhos mtuos (Equilbrio Nash).
PROCESSO
Comunicao ser o mais transparente possvel para criar ganhos; debate de idias
livres; manter informao confdencial quando for estratgico.
18
Se
-
nEGOcIaO
Tempo o timing em todo o processo; contratos contingenciais; desbloqueador do
confito; deadline obriga a convergir para acordo;
Conformidade conhecer e defnir acordos que tenham base legal para que possam
ser executados.
O quadro a seguir, apresenta a relao existente entre os dez elementos e as quatro etapas
da negociao, considerando as etapas em que cada elemento mais utilizado.
Quadro 3: elementos e etapas da Negociao
Fonte: Brando, 2005.
A seguir, abordar-se- cada um dos elementos.
2.2.1. contexto
Contexto representado pelo melhor canal de negociao de forma que se obtenha uma
maior cooperao (Axelrod).
Trata-se da identifcao dos cenrios poltico, econmico, social, ambiental, cultural,
religioso, comercial, dentre outros, onde se desenvolve o processo negocial. A anlise do
contexto permite que o negociador obtenha uma viso holstica do processo, facilitando
e suportando o posicionamento a ser adotado, assim como permite uma observao com
relao aos agentes envolvidos e suas inter-relaes e dependncias.
Acompanhar o contexto de forma dinmica confgura-se como um diferencial, pois em
qualquer etapa o negociador estar com a fotografa de todo ambiente disponvel para
alimentar as refexes e facilitar a identifcao de opes.
So levados em considerao os diversos fatores externos que possam infuenciar as qua-
tro fases da negociao.
fundamental que a anlise de contexto seja realizada no perodo de preparao, ten-
do em vista que estas refexes sero teis para balizar posicionamentos e abordagens.
Quando se trata de negociaes entre pases, principalmente quando se trata de estrei-
tamento de laos comerciais de carter governamental importante que aspectos relativos
estabilidade poltica sejam considerados. No caso de acordos comerciais, como a soja e a
carne brasileira, as empresas devem avaliar aspectos como: preos internacionais, pblico
demandante, oferta, e outros que permitam o posicionamento adequado diante da outra
parte.
19
QUAT RO ET APAS
Preparao Criao de Valor
Distribuio de Valor
Implementao / Monitoramento
DE
Z E
LE
ME
NT
OS
Contexto X
Interesses X X
Opes X X
Alternativas X X
Comunicao X X X X
Relacionamento X X X X
Concesses/ Compromisso X
Conformidade X X
Legitimidade/ Padres X X
Tempo X X
-
Fonte: Duzert, 2004.
Time
Interpessoal
Organizao
Cliente Externo
Fornecedor Externo
Comunidade
Inter-organizao Domestica
Inter-organizao Internacional
Individuo
Acionista
Pares Pares
Chefe
Cliente Interno
Subordinados
Fornecedor Interno
Interpessoal
Inter-organizao Domestica
Individuo
nEGOcIaO
As preocupaes podem ser colocadas e respondidas por meio das seguintes questes:
Estamos estabelecendo com as pessoas envolvidas na negociao uma forma de ob-
termos ganhos-mtuos?
Estamos dispostos a abrir mo de parte dos resultados desejados para que haja um
acordo, mesmo que no seja com o resultado timo?
Vale mais a pena buscar resultados melhores de longo prazo, abrindo mo de resul-
tados de curto prazo?
Um bom resultado alcanado no Equilbrio Nash, posio em que ambas as partes
ganham, mesmo que no seja a posio tima. O resultado W-W.
Buscar nas outras partes uma melhor compreenso do problema, buscar em conjunto a
explorao de opes, alternativas e dados para criar valor so algumas das aes especfcas
desse elemento.
Quadro 4: contexto
Inter-organizao Internacional
Acionista
Organizao
Fornecedor Externo
Fornecedor Interno
Cliente Externo
Subordinados
Comunidade
Fonte: Duzert, 2004.
2.2.2. interesses
Interesses so preocupaes, desejos, necessidades, receios, esperanas e temores mo-
tivadores das posies das partes. So valores subjacentes das posies e constituem-se nas
razes pelas quais so estabelecidas as posies e as exigncias.
O problema bsico de uma negociao no est nas posies confitantes, mas sim no
confito entre as necessidades, desejos, interesses e temores de cada um dos lados.
natural que as partes presumam que uma oposio na posio leva a uma oposio
nos interesses. Entretanto, uma anlise criteriosa dos interesses pode desvendar a existncia
de uma quantidade muito maior de interesses comuns ou compatveis do que interesses
antagnicos.
20
Time
Cliente Interno
Chefe
Pares Pares
-
4
nEGOcIaO
A preparao de uma negociao exigir que cada um dos atores formule, por exemplo,
as seguintes questes:
Quais so os nossos interesses? Esclarea seus interesses.
Quais so os interesses da outra parte? Estime os interesses das outras partes
Como procederamos se estivssemos no lugar deles?
Existem stakeholders envolvidos?
Quais os interesses devem nos preocupar, quais os interesses so compartilhados,
quais os interesses so diferentes e quais interesses so confitantes?
O que voc busca atingir nesta negociao?
Essas questes devero levar a uma satisfao dos interesses para que o acordo seja dur-
vel.- Resultado desejado
Para que os resultados sejam alcanados, deve-se proceder s seguintes aes espec-
fcas:
Concentrar-se em interesses e no posies;
Comunicar nossos interesses (talvez no sua intensidade);
Perguntar sobre os interesses deles.
2.2.3. opes
Opes so possveis acordos ou partes de acordos que podem, criativamente, satisfazer
ambos os lados. So tambm maneiras e formas de se utilizar os diferentes interesses para
criar valor.
Fischer et al (1994) apontam quatro obstculos que inibem a criao de uma multiplici-
dade de opes: (1) o julgamento prematuro; (2) a busca de uma resposta nica; (3) a pres-
suposio de um bolo fxo; e (4) pensar que resolver o problema deles problema deles.
Estes mesmos autores recomendam que para inventar opes criativas, portanto, pre-
ciso (1) separar o ato de criar opes do ato de julg-las; (2) ampliar as opes a serem apre-
sentadas, em vez de buscar uma resposta nica; (3) buscar benefcios mtuos; e (4) inventar
meios de facilitar as decises do outro.
Para que se possam identifcar as diversas opes, colocam-se as seguintes questes:
Quais os modos criativos para harmonizar os interesses?
Que coisas eles valorizam, e que a outra parte no valoriza? Pode-se oferecer uma
nova escolha
Que outras idias poderiam ser buscadas?
Se as partes trabalhassem juntas, que idias se teria para melhorar a negociao para
as duas partes?
De que maneira pode-se lidar com esse problema?
Um bom resultado ser alcanado quando for defnida a melhor dentre muitas opes,
ou seja, aquela que tiver a menor perda, que seja elegante, e que oferea um discurso ven-
cedor para ambas as partes.
Esse bom resultado depender de aes especfcas, a saber:
Separar as diversas percepes sobre uma nica realidade, da criao de opes.
Criar opes em conjunto, ou seja, todas as partes buscando diversas opes poss-
veis a um acordo.
Stakeholder pode ser com- preendido como uma pessoa ou um grupo de pessoas afe-
tadas por uma deciso ou que
desejem fazer parte em uma
tomada de deciso em qual-
quer nvel. (a Short Guide to consensus building Roberts Rules of Order.
21
4
-
nEGOcIaO
2.2.4. relacionamento
Relacionamento corresponde ao padro geral de como as partes se relacionam, dentro
e fora da negociao.
imprescindvel um levantamento sobre o histrico dos relacionamentos entre as partes
e a preservao e manuteno de um bom relacionamento ao longo de todo o processo.
Um bom relacionamento e a construo de um ambiente amistoso facilita a troca de
informaes, a identifcao de interesses, as criaes de valor, de opes e de alternativas.
Durante a etapa da distribuio de valor as tenses costumam ser maiores e mais inten-
sas, desgastando bastante o relacionamento e alterando o comportamento dos participantes.
A concluso dos acordos e a satisfao com os resultados obtidos podem estar diretamente
ligadas qualidade do relacionamento entre as partes.
Para se identifcar as questes relativas ao relacionamento, pode-se pensar sobre as se-
guintes perguntas:
A relao envolve afeto?
Quais os valores so compartilhados? Quais as divergncias existentes? Houve apro-
vao mtua?
Como est o relacionamento nesse momento? Como voc gostaria que estivesse? O
que se pode fazer para reduzir a diferena (Gap) com o mnimo custo e risco?
Que tipo de relacionamento as partes desejam? Existe confuso entre problema e
relacionamento? Como cada uma das partes vem o relacionamento?
Voc sente que o processo que est sendo utilizado faz sentido?
Fizemos algo ofensivo e/ou insultante?
Deveramos ns resolver essa questo?
Como se sente o que est sendo negociado ou como as partes esto se sentindo?
Em resposta s questes acima, deve-se adotar como ao especfca o respeito pelo
outro, que incondicionalmente construtivo. Lide com o problema e o relacionamento se-
paradamente, cada um por seus mritos e pense sobre o discurso vencedor da outra parte.
Um bom resultado alcanado com um relacionamento que lide bem com as diferen-
as, durante e aps a negociao.
Leitura Sugerida 1 : Salacuse, Jeswald W. Ten Ways that Culture Afects Negotia-
ting Style; Some Surveys Results. Research Report in Negotiation Journal. Plenun
Publishing Corp. Jul/1998
Esse texto apresenta o resultado de uma pesquisa realizada em um universo de 370
pessoas de 12 pases e com 8 tipos diferentes de ocupao, durante quatro anos. Foram
pesquisados profssionais de diferentes reas, advogados, militares, engenheiros, diplo-
matas e pessoas do setor pblico, estudantes, fnancistas e contadores, professores e ad-
ministradores e marketing, dos seguintes pases: Espanha, Frana, Brasil, Japo, Estados
Unidos, Alemanha, Inglaterra, Nigria, Argentina, China, Mxico e ndia.
Constatou-se que a cultura pode infuenciar a percepo das pessoas e a utilizao
de elementos-chave em um processo de negociao. A prtica da negociao difere de
cultura para cultura. O conhecimento sobre as diferentes culturas ajuda aos negociadores
melhor conhecer e interpretar o comportamento de seus parceiros e encontrar atalhos
para superar as diferenas existentes.
22
-
5
nEGOcIaO
caso 1: parKer-GibsoN
Informaes gerais
Os Parkers e os Gibsons so vizinhos. Um terreno desocupado, agora de propriedade dos
Parkers, est entre os lotes das duas casas. A rea desocupada menor do que o mnimo
exigido pelo regulamento de zoneamento para construo, mas tem valor potencial para
os vizinhos adjacentes para usos acessrios ou simplesmente como uma rea adicional.
Os Parkers compraram o terreno alguns anos atrs por USD$ 20.000 pensando que
poderiam construir uma quadra de tnis nele, mas nunca levaram adiante seu projeto.
Como resultado, os Parkers procuraram os Gibsons para ver se eles gostariam de adquirir
a rea desocupada.
H muita margem de barganha neste caso. Os Parkers esto se mudando para outro
estado e vendero com relutncia o terreno por USD$ 15.000 para o comprador de sua
casa, se os Gibsons no estiverem interessados. O que os vendedores no sabem que os
Gibsons esto muito interessados, pois recentemente receberam uma herana que plane-
jam utilizar para expandir sua casa.
2.2.5. alternativas
Alternativas so aes que podem ser realizadas por uma das partes independente dos
interesses das outras partes.
Negociadores mais habilidosos devem sempre entrar em um processo de negociao
com um mapeamento completo sobre a sua melhor alternativa caso o acordo no ocorra. A
melhor alternativa para um acordo no negociado MAANA o custo de ao decorrente
de um eventual no-acordo. Segundo Fisher et al. (1994), quanto melhor a MAANA, maior
o poder do negociador naquele processo de negociao. MAANA no esttica ou isolada,
portanto, um negociador deve buscar, constantemente, a melhoria da sua MAANA e a
piora da MAANA da outra parte.
Para que se possam identifcar as diversas alternativas, coloca-se as seguintes questes:
Qual sua MAANA? Qual pode ser a MAANA deles?
Podemos melhorar a nossa MAANA? Piorar a deles?
Se ns desistirmos deste acordo para onde ambos iremos?
Voc sente que devemos fazer um acordo aqui?
Eu prefro trabalhar algo conjuntamente? E voc?
O objetivo buscar um resultado ou acordo que seja melhor que a nossa MAANA - Re-
sultados desejados.
Para que os resultados sejam alcanados, deve-se proceder seguinte ao especfca:
Desenvolver nossa MAANA e piorar a MAANA deles, se for legtimo e caso no
prejudique a negociao.
2.2.6. comunicao
A comunicao constituda por mensagens e por meios pelos quais as partes trocam
informaes entre si. Deve ser clara e efciente.
Existem dois fatores importantes e determinantes na qualidade da comunicao:
a efcincia do processo de comunicao e dos canais de comunicao utilizados; e,
o nvel de relacionamento e compreenso entre as partes. Melhor alternativa negocia-
o de um acordo. (FISHER et a l. 1994: 17)
23
5
-
nEGOcIaO
Para um melhor posicionamento do negociador importante que o mesmo compreenda
o estilo de comunicao, direto ou indireto, predominante da cultura na qual a negociao
ser conduzida, avaliando como as outras partes transmitem as mensagens entre si, por meio
de formas complexas ou de canais no convencionais de comunicao. possvel estabele-
cer regras e padres para a comunicao quando percebido o alto grau de animosidade entre
as partes ou at mesmo para manter a ordem e garantir a clareza na transmisso de informa -
es. Sem comunicao no h negociao. A negociao um processo de comunicao
bilateral com o objetivo de se chegar a uma deciso conjunta (FISHER et al., 1994:50).
Pode-se observar a importncia da comunicao entre empresrios e negociadores bra-
sileiros e chineses que necessitam de um tradutor, imerso no contexto da negociao, que
no s traduzir o contedo transmitido pela comunicao direta, como tambm dever
interpretar a linguagem no falada, transmitindo o signifcado da comunicao indireta.
As mensagens contm fatos (so inquestionveis); opinies (deve-se evitar discuti-las);
sentimentos (que devem ser levados em considerao); e, negociao no-verbalizada
(deve-se aprender com ela e ganhar inteligncia. Pode constituir-se em uma fonte de mal
entendidos e susceptibilidade).
Associadas a comunicao deve-se que observar as seguintes questes:
Estamos ouvindo ativamente o outro?
Entendemos as percepes deles? Como faz-los entender as nossas percepes?
O que queremos aprender com eles? Como podemos escutar/ouvir melhor?
O que queremos comunicar? O que ser persuasivo para eles? Como construir men-
sagens sem ambigidades?
Qual a nossa agenda e plano para negociaes? Como comearemos?
Como lidar com desentendimentos?
Se eu entendi voc disse..?
O que voc me ouviu dizer?
O que os outros nos escutam falando sobre isso?
Voc poderia me ajudar explicando mais sobre como concluiu isso?
Voc se importaria de me descrever seu pensamento passo-a-passo?
Para que um bom resultado seja obtido, deve-se ouvir antes de falar, mostrar que se
ouviu, se entendeu, expor o raciocnio antes das concluses e falar por ns mesmos no por
eles.
2.2.7. tempo
Tempo, utilizado como uma varivel estratgica, o tempo necessrio para o desenvol-
vimento das negociaes.
O tempo considerado um fator de muita importncia ao longo da negociao, apre -
sentando grande valor percebido pelas diversas culturas, independente dos objetivos esta -
belecidos pelas partes. Pode ser manipulado estrategicamente, acelerando ou retardando as
aes e reaes durante o processo, afetando emoes, expectativas e at mesmo a conquista
dos interesses e da satisfao como um todo.
Conforme apresentado por Fisher et al (1994: 24), Quanto mais extremadas as posies
iniciais e menores as concesses, maiores sero o tempo e o esforo dispendidos para descobrir se o
acordo ou no possvel.
Tem-se como exemplo no caso das relaes Brasil-China, que os brasileiros se caracte-
rizam por uma abordagem mais pragmtica, voltada para o problema e visando resultados
rpidos, enquanto os chineses se preocupam bastante com o aspecto do relacionamento
entre as partes, de adquirir confana e de um estudo prvio do caso negociado. Portanto, os
24
-
Ministrio pelo realizado
processuais custas
estudo valor: menor
nEGOcIaO
brasileiros devem se preparar para despender mais tempo na etapa de preparo e criao de
valor, analisando interesses, e desenvolvendo opes.
Questes que devem ser perguntadas pelas partes a fm de dimensionar o planejamento
e desenvolvimento das negociaes:
Quanto tempo se dispe para preparar uma negociao e para negociar?
O tempo que uma das partes dispe semelhante ao tempo disponvel pela outra
parte?: A falta de tempo pode facilitar a quebra de um impasse? ou poderia invia-
bilizar o melhor resultado de uma negociao?
Um bom resultado pode ser alcanado por meio de:
Contratos contingenciais vinculando uma ao uma outra ao;
Avaliao da produtividade das negociaes que representa tempo e dinheiro;
A demora no julgamento das aes junto ao judicirio tem um custo muito alto;
Percepo de risco (atritos, pnico e impresso negativa) difere quando as partes
dispem de diferentes tempos;
A defnio de um tempo limite (deadline) obriga as partes a convergirem a um resultado
de acordo. Riscos: atritos, pnico e impresso negativa.
caso 2: sallY sopraNo
Informaes gerais
Sally uma distinta e experiente soprano que h dois anos no consegue um papel princi -
pal. A companhia de pera, Lrica, vai estrear a pea Norma em trs semanas. A soprano
selecionada para o papel principal fcou doente e precisar de uma cirurgia, e no h
condies para se recuperar a tempo. A Lrica est ansiosa para contratar Sally, e os patro-
cinadores autorizaram o gerente da Lrica a oferecer at $45.000 pelo contrato com Sally.
Naturalmente a Lrica, uma organizao sem fns lucrativos, gostaria de pagar menos, se
possvel. A soprano originalmente selecionada para o papel principal foi contratada por
$30.000 e o papel secundrio recebeu $ 14.000 ( prtica corrente no mercado remune-
rar as cantoras secundrias com a metade da remunerao das principais). Quatro anos
atrs, no auge de sua carreira, Sally recebeu $22.000 pelo papel principal, porm, desde
ento, a infao e os aumentos na pera quase duplicaram as escalas de salrios.
Sally desesperadamente quer esse papel, pois poderia lhe dar a chance de participar de
um especial na TV. Ela estaria disposta at a cantar parte da pera de graa, a no ser
pelos impactos e implicaes futuras que isso poderia provocar na sua reputao. Seus
salrios, para papis secundrios, nos ltimos dois anos, foram entre $10.000 e $18.000.
H um ano atrs, ela recebeu $12.500 por um papel secundrio, na pea Norma pela
Companhia Lrica. H rumores de que no ano passado uma inexperiente soprano, repre-
sentando o papel principal, recebeu acima de $24.000. Justia cara para aes de mostra que a causa de menos de R$ 500 traz perda fnanceira para
o autor, mesmo que seja vito- rioso, levando-se em conta as cobradas, o gasto com advogados e o
tempo em que o processo tra-
mita at que seja fxada uma sentena. no caso de uma ao de R$ 50 mil, quase 76% desse valor se perderiam ao longo do processo judicial. (Estudo da Fazenda). OGlobo em 4 dezem- bro 2005.
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6
6
-
nEGOcIaO
2.2.8. legitimidade
Legitimidade refere-se percepo de quo justo o acordo ou a proposta realizada.
Envolvendo conceitos de justia e eqidade os assuntos em discusso sero avaliados e cri-
trios eqitativos devem ser utilizados para anlise dos acordos. Alguns instrumentos como
princpios, regulamentos, polticas e leis podero ser utilizados como balizadores e suportes
para a avaliao.
Dixit e Nalebuf (1994) oferecem mecanismos para tornar crvel um compromisso. Por
trs destes mecanismos h trs princpios subjacentes: o primeiro refere-se mudana dos
retornos do jogo. A idia fazer com que o cumprimento do seu compromisso at o fm
seja vantajoso para voc, transformando uma ameaa em um aviso e uma promessa em uma
garantia, que pode ser garantido por meio do estabelecimento de uma reputao e de con-
tratos. Isso far com que seja mais oneroso no cumprir o compromisso do que cumprir.
O segundo princpio refere-se em uma modifcao do jogo de modo a inibir o desvio
a um compromisso anteriormente agendado. Pode-se utilizar os seguintes estratagemas:
cortar as linhas de comunicao, destruir as pontes que permitem um recuo e, deixar o
resultado ao acaso.
O terceiro princpio refere-se manuteno do compromisso. Uma equipe pode alcan-
ar uma maior credibilidade que um indivduo, para isso construa credibilidade atravs do
trabalho em equipe. possvel tambm, contratar outras pessoas para agirem em seu nome,
assim, empregue agentes negociadores com poderes delegados.
O negociador deve se preocupar com a conformidade e legitimidade, buscando infor-
maes e apoio de profssionais que conheam o ambiente em que o negcio estar sendo
desenvolvido.
Deve-se considerar para a avaliao, as seguintes questes:
So utilizados critrios objetivos e persuasivos?
Os atores esto abertos persuaso? Identifcar os temores e buscar solues de como
lidar com eles.
Que padres aplicaria um juiz / rbitro?
O que DEVE dirigir um acordo?
O que eles argumentaro e quais as nossas melhores respostas?
Porque voc acha que devemos fazer isso?
Que benchmarks voc possui que o faz pensar que isso correto?
Se voc fosse eu como voc justifcaria isso para os outros?
De onde vm estes nmeros?
Um bom resultado ser alcanado quando as partes no se sentem roubadas, tratadas
injustamente, e mantm sua credibilidade sempre protegida.
Esses resultados dependero de aes especfcas com critrios objetivos para:
Persuadi-los de que esto sendo tratados com justia;
Proteger-se de tratamento injusto. Estar aberto a argumentos racionais, sem ceder
presses
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-
7
nEGOcIaO
caso 3: terMiNatioN teMpest
Informaes Gerais:
Paulo Antunes trabalhou 15 anos na Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda. e foi
desligado em junho passado, um ano e meio depois de completar 65 anos. Entrou com
uma ao com base na Lei Federal de Discriminao a Idosos, alegando que seu desliga-
mento seguiu a poltica ilegal de aposentadoria compulsria da Kane Suprimentos para
Restaurantes Ltda. e que o seu territrio de vendas foi entregue a um vendedor mais
jovem, de 35 anos.
A reclamao e os meios de provas at o presente indicam que os seguintes fatos so incon-
testes:
Paulo Antunes veio trabalhar na Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda. depois que
deixou sua principal concorrente, que faliu depois de uma aquisio alavancada mal-suce-
dida. Naquela poca, tinha 51 anos e deu graas a Deus de poder encontrar um emprego no
setor de equipamentos e suprimentos para restaurantes. Antunes comeou a trabalhar num
projeto, desenvolvendo pequenos trabalhos de marketing, levantamentos junto a clientes e
ao setor etc. A Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda. era na poca, e continua sendo,
um negcio familiar. A empresa era pequena, menos de 10 pessoas trabalhavam l, e vendia
principalmente para os restaurantes da regio Nordeste dos Estados Unidos. Antunes traba-
lhou como gerente de operaes interno durante alguns anos, tomando pedidos pelo te -
lefone. H onze anos (cinco anos depois de entrar na Kane Suprimentos para Restaurantes
Ltda.), concordou em passar a vendedor comissionado. Embora os territrios que lhe foram
designados e as comisses acordadas tenham sofrido alguns ajustes, Antunes continuou em
vendas comissionadas pelos prximos dez anos. A companhia agora emprega mais de 25
pessoas.
Mais ou menos seis meses antes de completar 65 anos (em dezembro, h dois anos), Rober-
to Kane chamou Antunes sala da Presidncia e lhe disse que segundo a poltica da com-
panhia, os funcionrios deviam aposentar-se aos 65 anos. Antunes fcou inconsolvel. Ele
sabia que o pai de Kane tinha trabalhado at os 80. Porm, ao objetar, Kane puxou o velho
manual de polticas da companhia da prateleira e lhe mostrou o pargrafo que estabelecia
que todos os funcionrios deviam aposentar-se aos 65 anos. mais fcil e mais justo para
todo mundo desta forma, disse Kane. Alm disso, j hora de voc descansar, viajar um
pouco. Alguns dias depois, o territrio de Antunes foi reduzido e alguns dos principais
clientes do resto de seu territrio foram transferidos para Marina Mascarenhas, uma jo -
vem de 35 anos, que antes cobria a regio do alto de Nova York e Connecticut.
Durante a festa do Natal na Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda., os Kane patro-
cinaram uma festa-surpresa de aposentadoria para Paulo Antunes, em homenagem ao seu
tempo de servio. Fizeram discursos, elogiando sua lealdade e seu trabalho, e lhe presen-
tearam com passagens para um cruzeiro ao redor do mundo com sua famlia.
Antunes tirou duas semanas de frias e no incio de janeiro voltou Kane Suprimentos
para Restaurantes Ltda., entrou na sala de Kane e disse: Quero meu emprego de volta.
Tinha consultado um advogado e este lhe afrmou que aquela poltica de aposentadoria
compulsria era ilegal. Surpreso, Kane prometeu falar com Antunes depois de consultar
o advogado da companhia. Quando o advogado confrmou o que dizia a lei, Kane ofere-
ceu a Antunes o cargo de vendedor comissionado. Espero que no haja ressentimentos,
disse Kane. Eu no sabia que estava agindo ilegalmente. Porm, a essa altura, no seria
justo para com Maureen ou para com os clientes se voltssemos atrs. Vamos fazer alguns
ajustes razoveis no territrio. Antunes concordou, desde que eu tenha uma chance
justa de fazer o meu trabalho. LBO = Leveraged Buy-out
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nEGOcIaO
Um ano depois, a Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda. o demitiu, alegando baixo
desempenho nas vendas. Antunes entrou com uma ao judicial, afrmando que as ale -
gaes eram falsas, que se houve queda de desempenho esta tinha sido orquestrada pela
Kane Suprimentos para Restaurantes Ltda., atravs de ajustes propositados feitos nos
territrios de vendas, no intuito fnal de defender uma poltica ilegal de aposentadoria.
Antunes exige R$ 6.750.000 em danos, j que a Lei Federal de Discriminao a Idosos
determina que a indenizao seja triplicada.
O caso est em andamento h aproximadamente um ano. Foram apresentadas provas
substanciais, embora os advogados aleguem que ainda falta tomar uma srie de depoi-
mentos. Atravs do advogado, Kane sugeriu que as partes participem de uma conferncia
conciliatria para tentar resolver o litgio. Antunes e seu advogado concordaram.
2.2.9. concesses / compromissos
Compromissos so declaraes sobre as intenes do que as partes pretendem fazer no
futuro.
Dixit e Nalebuf (1994) acreditam que uma concesso hoje pode revelar-se uma estratgia
melhor de longo prazo. Kahneman e Tversky (1982) demonstraram que surgem diferenas
importantes nas reaes de indivduos perguntas estruturadas, no que se refere perdas e
ganhos. Esta diferena crtica para descrever o comportamento do negociador e para deter -
minar sua disposio ou indisposio para realizar concesses.
Para se preparar para a realizao, recomendao ou induo de concesses necessrio
compreender a importncia da estruturao em negociaes. O que determina se um
negociador ter uma estrutura positiva ou negativa ser a seleo de uma ncora perceptiva.
Em negociao, ambos os lados falam, tipicamente, em termos de um certo preo ou meta
que tem de conseguir estabelecendo um ponto de referncia alto contra o qual so me-
didos ganhos e perdas. Quando isso acontece, qualquer acordo que fque longe do ponto de
referncia ser visto como uma perda. Esta perda percebida leva os negociadores a adotarem
uma estrutura negativa para todas as propostas de acordo a exibirem um comportamen-
to de tolerncia ao risco e a demonstrarem que h pouca probabilidade de chegar a um
acordo. Para evitar esses efeitos adversos da estruturao, negociadores devem estar sempre
conscientes de suas estruturas e considerar a possibilidade de adotar estruturas alternativas
(BAZERMAN, 2004).
Os efeitos da estruturao sugerem que para induzir um comportamento favorvel a
concesso em um oponente, um negociador deve sempre criar ncoras que direcionem a
oposio para uma estrutura positiva. Isso signifca que voc estar negociando em termos
do que o outro lado tem a ganhar, aumentando assim as oportunidades para trocas e com-
prometimentos. E mais, quando reconhecer que seus oponentes tm uma estrutura negati -
va, deve incentiv-los a reconhecer que adotaram uma estratgia arriscada em uma situao
em que possvel um ganho certo (BAZERMAN, 2004).
Para que compromissos sejam defnidos, algumas questes devem ser colocadas:
Qual a nossa autoridade? E a deles?
Voc tem autoridade para decidir sobre isso?
Qual a autoridade que queremos ter?
O que seria um acordo equilibrado e bem construdo?
Quais os mecanismos defnidos para modifcar os acordos durante o tempo?
Quais seriam os bons produtos desta reunio?
Os compromissos tm credibilidade? H incentivos para cumpri-los?
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nEGOcIaO
H um contrato que defne deveres e obrigaes entre as partes?
Qual o propsito desta reunio?
Outros precisam estar aqui para terminar?
Podemos listar possveis tpicos em uma lista de um acordo fnal?
Deixando de lado os termos especfcos, o que precisamos para uma clusula como
esta?
Podemos acordar que nada ser fnalmente fechado antes que tudo esteja terminado?
Um bom resultado ser alcanado quando bem planejado, que signifca serem reais e
operacionais.
Para a que os compromissos sejam passveis de realizao, devem ser observadas as se-
guintes aes especfcas:
Comprometimento, das partes, com o processo;
Evitar defnir compromissos at ter ouvido e aprendido o sufciente;
Formular compromissos em conjunto, simulando o compromisso e esclarecendo
situaes de compromisso direitos e obrigaes.
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nEGOcIaO
caso 4: MultiMode
Informaes Gerais
J. Arnold um dos trs Vice-Presidentes da Multimode, empresa internacionalmente
conhecida, sediada nos EUA, fabricando e distribuindo equipamentos de comunicao.
Arnold est h sete anos na empresa crescendo dentro de DRH e hoje ocupa a Vice-
Presidncia de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH). Antes da Multimode,
Arnold trabalhou dez anos em uma concorrente da Multimode.
Multimode possui trs diferentes divises. A original e maior diviso a diviso fabril da
Multimode, com 8.000 funcionrios e fbricas em oito cidades. A diviso Multimode
- Servios de Comunicao, a menor diviso, com 4.000 funcionrios, est localizada
em quatro cidades. A terceira diviso surgiu quando a Multimode adquiriu a subsidiria
Tonepitch do Canad. A Tonepitch tem 5.000 funcionrios e opera completamente in-
dependente da Multimode com sua prpria gesto.
T. Boyd um dos Vice-Presidentes para oramento e fnanas na Multimode. Boyd
responsvel pelo acompanhamento dos processos dos oramentos anuais. Boyd est na
Multimode h dez anos, ocupando vrias funes antes de se tornar o VP de oramento e
fnanas ano passado. Boyd tem a reputao, por toda a empresa, de ser um gerente duro
e com ambio ilimitada.
Boyd acabou de fnalizar uma reviso detalhada do oramento preliminar de cada de -
partamento para o prximo ano fscal. Boyd est se reunindo com as lideranas de cada
departamento para comunicar as recomendaes de J.James (CEO) sobre as recomenda-
es para os oramentos do prximo ano.
A Multimode tem obtido bons resultados nos ltimos cinco anos, com a receita bruta
crescendo a taxa mdia de 11% ao ano durante o perodo. Entretanto, os custos tm
crescido a taxas equivalentes. Se no fosse pelos espetaculares lucros da diviso Tonepitch,
a Multimode no se apresentaria, nem de perto, to lucrativa quanto se mostra. James
(CEO) solicitou a Boyd que os gastos para o prximo ano no pedem crescer acima de
5%. James tambm deseja que a produtividade geral cresa.
Arnold e Boyd se reuniro para discutir a reao de Boyd ao oramento para DRH requi-
sitado por Arnold. A pesar das diretrizes informadas por Boyd, indicando que nenhum
departamento deve ultrapassar os 5% de crescimento no oramento, Arnold requisitou
um aumento de 8% no oramento para DRH. Arnold anexou uma incrvel quanti-
dade de informaes suportando seu oramento, incluindo grfcos demonstrando que
oramento corrente (atual ano fscal) para DRH foi muito inferior aos de empresas de
tamanho comparvel a Multimode. Arnold tambm demonstrou precisamente como o
incremento no investimento em DRH contribuir para o aumento da produtividade em
toda a empresa.
O DRH props uma reorganizao fundamentada no modelo de gesto de RH adotado
dois anos atrs pela Tonepitch. Arnold explicou que os 8% de aumento no oramento de
DRH essencial para o sucesso da reorganizao.
A maioria das reunies de Boyd com os outros departamentos, duraram menos de meia
hora. Arnold recebeu informaes de que nenhum departamento conseguiu mais de 5%
de incremento no oramento anual do prximo ano
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nEGOcIaO
2.2.10. conformidade
O elemento conformidade refere-se ao embasamento legal necessrio viabilizao de
um acordo.
Refere-se legitimidade dos contratos relativos implementao dos acordos. Sendo
observado tambm as leis e a estabilidade dos rgos reguladores, responsveis por legislar
sobre o assunto, e estabelecer um foro de discusso.
A anlise da conformidade no somente dos contratos, mas de todo o ambiente no qual
se estabelece que a negociao deve ser realizada, a fm de que a implementao e sustenta-
o dos acordos possam ser asseguradas.
As negociaes realizadas em ambientes que apresentam baixo grau de conformidade,
geralmente iro incorporar custos signifcativos referentes ao risco assumido e pelas poucas
garantias de cumprimento.
Deve responder as seguintes questes:
Essa proposta atende as questes legais associadas a ela?
Existe possibilidade de se alterar a lei de forma a atender a essa proposta?
Quais so as implicaes legais originadas desse acordo?
Haver necessidade da criao de leis?
Um bom resultado depender da validao legal do acordo.
Aes especfcas em consultas legislao, aos advogados especialistas para verifcar a
legalidade e as implicaes das iniciativas.
caso 5: NeGociao salarial
Informaes gerais
A empresa Detalhes Couros comercializa carteiras, bolsas, chaveiros, estojos, etc de cou-
ro. A Detalhes conhecida por vender produtos de qualidade por preos razoveis. A
empresa possui quatro diferentes linhas de produtos variando entre os muito baratos e de
menor qualidade, at os mais caros, extremamente durveis e designs sofsticados.
As vendas pela Internet representam 8% da receita anual bruta da empresa. As marcas Max,
Fire e Tunder venderam bem e foram responsveis por 94% do total das vendas pela In-
ternet. Top, a marca mais cara da empresa, nunca vendeu bem pela Internet. Os executivos
da Detalhes acreditam que isso conseqncia da ausncia de uma estratgia de marketing.
Eles acreditam que com a abordagem adequada, a venda da marca Top poderia melhorar
bastante e apresentar um signifcativo aumento na participao da receita total da empresa.
Eles querem que as vendas pela Internet aumentem para 10% da receita total.
Dois anos atrs, Pat Lynch, o Vice presidente de marketing, contratou Sandy Taner como
Diretora de Vendas para Internet. Os dois discutiram os requisitos da funo e informal-
mente acordaram alguns objetivos de longo prazo para o crescimento nas vendas.
Agora o momento da reviso do salrio de Sandy. Pat e Sandy preparam-se para as ne-
gociaes sobre o aumento no salrio de Sandy.
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nEGOcIaO
Vendas Anuais na Internet
Antes de Sandy
Vendas Anuais na Internet
Top
Max
Fire
Thunder
Antes de Sandy 75.000
250.000 450.000
325.000
Ano 1 74.840
265.000 450.000
300.000
76.800 332.800
486.400
384.000
1.100.000 1.089.840 1.280.000
Receita Total da Detalhes (ano 2) 16.000.000
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Participao Vendas Anuais
Pa
rtic
ipa
o n
o T
ota
l 35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
Top Max M ar cas
Fire Thunder
0%
40%
500.000
450.000
400.000
350.000
300.000
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000 0
Ano 1 Ano 2
US
$
Top Ma x
Fir e
Thunder
Ano 2
Total
-
nEGOcIaO
2.3. forMas de NeGociao
Podem-se abordar as formas de negociao sob a tica da tomada de deciso e pela tica
dos princpios de negociao por interesses. O Quadro 4 abaixo, apresenta as diferentes for-
mas de negociao, a partir do mais baixo nvel de coeso evitao do confito- at o nvel
mais alto violncia. Associada a estas formas de negociao tem-se diversos tomadores de
deciso para a resoluo de confitos: particular feita entre as partes, particular feita por uma
terceira parte, legal (pblica) e autoritria feita pela terceira parte e coercitiva extra -judicial.
Quadro 5: formas de Negociao
legal (pblica) feita pela terceira
A Matriz de Negociaes Complexas relaciona dez formas de negociao. Pode-se sub-
dividi-las em dois grupos: negociaes baseadas nos interesses, onde existem oportunidades
de criao de valor e ganhos mtuos, incorrendo em menores custos para as partes; e,
negociaes baseadas na lei, onde terceiros, no interessados nos resultados da negociao,
sero responsveis pela tomada de deciso, produzindo resultados do tipo ganha/perde. O
Quadro 6 abaixo apresenta as formas de negociao e os grupos aos quais pertencem.
Quadro 6: formas de Negociao
Negociaes Diretas
Negociaes Informais Paralelas (PIN)
Dilogo entre Mltiplas Partes (MSD)
Negociaes com o auxlio de Agentes
Negociaes via Facilitador
Negociaes Mediador
Negociaes via Meta-mediador
Negociaes atravs de Arbitragem
Negociaes
Negociaes em Fora Policial ou Militar
Fonte: Brando, 2005.
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parte
Tomada de deciso
Tomada de deciso particular feita entre as partes Tomada de deciso particular
e autoritria feita pela terceira parte
Toada de deciso coercitiva extralegal
Evitao do Conflito
Discusso informal e resoluo do problema
Negociao Mediao Deciso Administrativ a
Arbitragem Deciso Judicial Deciso Legislativa
Ao direta no-violenta Polcia
Coero aumentada e probabilidade de um resultado do tipo ganhar-perder
Fonte: Moore: 1998, p.21
Juiz
DE
Z F
OR
MA
S D
E N
EG
OC
IAR
via
Ba
se
ad
as
n
a L
ei
atravs de
baseadas
-
8
nEGOcIaO
2.3.1. Negociaes diretas
Trata-se de uma negociao entre as partes onde os interessados tratam diretamente com
a outra parte, sem intermedirios (mediadores) a fm de defender seus interesses e chegar a
um acordo.
Para os autores Fischer et al (1994), o mtodo de negociao direta apresenta quatro
pontos fundamentais que devem ser atendidos em quaisquer circunstncias:
Separar as pessoas do problema.
Voltar a ateno para os interesses e no para as posies.
Criar uma variedade de possibilidades antes de decidir o que fazer.
Insistir que o resultado tenha por base algum padro objetivo.
Por meio desta abordagem as partes iniciam uma caminhada para o alcance de seus ob-
jetivos, realizando concesses e ofertas que vo moldando os acordos at que os interesses
sejam atingidos.
2.3.2. Negociaes informais paralelas (piN)
Negociao Informal Paralela, tambm denominada Conversa Informal Paralela, cons-
titui uma forma alternativa de agregar valor e facilitar o processo de negociao. As partes
atuam informalmente, agilizando as questes a partir de workshops, com nfase em brains-
torming e na busca de soluo de problemas. Nesse ambiente, os representantes esto livres
para ouvir os outros, perceber como o mundo observa os pontos de vista das outras partes e,
tambm, para explorar opes que os negociadores ofciais no consideram. Como os parti-
cipantes do workshop se movimentam para posies de infuncia e poder, a melhoria do re -
lacionamento entre eles permite uma efetiva soluo de problemas. Na maioria das vezes, os
negociadores que fazem parte desse processo, mantm um relacionamento de longo-prazo,
As negociaes so realizadas por representantes no-ofciais que discutem entre si, bus-
cando elementos para um acordo, enquanto as hostilidades permanecem muitas vezes com
os representantes ofciais.
Em um caso de disputa entre diferentes pases e interesses, pode-se propor um formato
alternativo para a promoo do consenso o policy dialogue. Este formato prev um en-
contro preliminar entre as partes para facilitar o conhecimento entre os representantes das
comunidades, a fm de que possam conversar, privadamente e informalmente, sobre seus
confitos.
Esse encontro preliminar tem por objetivos: criar um frum em que os grupos, que du-
rante longo tempo se rivalizaram, busquem uma base comum para entendimento; mapear
os confitos, identifcando, da melhor forma possvel, as reas de acordos em pelo menos
algumas questes pendentes; e verifcar se o escopo de algumas reas de concordncia pode
ser comunicado s pessoas e/ou instituies relevantes do grupo encarregado de elaborar a
poltica.
O dilogo no ser somente para realizao da tcnica de brainstorming, mas tambm, e
principalmente, para promover aprendizado, troca de informaes e esclarecer bases de in-
teresses, bem como para criar um ambiente de questionamento e de explorao intelectual
que no pode ser confundido com as posies ofciais.
Martinez e Susskind (2000) especifcam algumas condies para que esta metodologia
alternativa seja funcional: (1) representantes nacionais juntos com especialistas da sociedade
civil (ONGs) devem se envolver em (2) processos de resoluo de problemas no pblicos,
(3) no atribuindo idias a pessoas especfcas; (4) as partes precisam operar em paralelo ao
processo formal, atravs de (5) um facilitador neutro.
PIn: Parallel Informal Nego- tiation (M