curso de estatística de acidentes no setor elétrico brasileiro

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Curso de Estatística de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro NBR 14280 - CEAE 1. Objetivo: Aprimorar os conhecimentos profissionais envolvidos com investigação, análise estatística de acidentes do trabalho, com relação ao que preceitua a NBR 14280 e padrões de Relatórios de Estatísticas de Acidentes do Setor de Energia Elétrica Brasileiro. 2. Perfil dos participantes: Profissionais envolvidos direta ou indiretamente às atividades de Investigação, análise e estatísticas de acidentes do trabalho. 3. Carga horária: 32 horas 4. Local de realização: Rio de Janeiro / RJ 5. Conteúdo programático: •Sistemas de Promoção da Segurança e da saúde no Setor Elétrico; •NBR 14280: Introdução, Objetivo, Definições, Requesitos Gerais, Requisitos Específicos e Classificação dos Elementos e uso prático dos anexos; •Norma; •Sistema de Análise de Falhas GRIDS nº 8: Apresentação, Definições; •Interpretações, Rotas possíveis de ocorrência de acidentes; •Critérios e utilização do Software da Fundação COGE - ACD; •Análise e Interpretação do Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor de Elétrica Brasileiro; •Palestras Especiais http://www.funcoge.org.br/csst/relat2010/index_pt.html

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Curso de Estatística de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro  NBR 14280 - CEAE

1. Objetivo:Aprimorar os conhecimentos profissionais envolvidos com investigação, análise estatística de acidentes do trabalho, com relação ao que preceitua a NBR 14280 e padrões de Relatórios de Estatísticas de Acidentes do Setor de Energia Elétrica Brasileiro.

2. Perfil dos participantes:Profissionais envolvidos direta ou indiretamente às atividades de Investigação, análise e estatísticas de acidentes do trabalho.

3. Carga horária:32 horas

4. Local de realização:Rio de Janeiro / RJ

5. Conteúdo programático:•Sistemas de Promoção da Segurança e da saúde no Setor Elétrico;•NBR 14280: Introdução, Objetivo, Definições, Requesitos Gerais, Requisitos Específicos e Classificação dos Elementos e uso prático dos anexos;•Norma;•Sistema de Análise de Falhas GRIDS nº 8: Apresentação, Definições;•Interpretações, Rotas possíveis de ocorrência de acidentes;•Critérios e utilização do Software da Fundação COGE - ACD;•Análise e Interpretação do Relatório de Estatísticas de Acidentes do Setor de Elétrica Brasileiro;•Palestras Especiais

http://www.funcoge.org.br/csst/relat2010/index_pt.html

Saúde e segurança: esse tema tem sido e será sempre um desafio permanente para as 67 empresas que fazem parte da Fundação COGE.

O Plano Estratégico da Fundação estabelece como uma das suas metas estratégicas para 2013: “Ser referência nacional e internacional na área de Segurança e Saúde no Trabalho”.

Para atender a esse ponto, a nossa Instituição tem tratado o tema segurança e saúde no trabalho como prioritário no seu campo de atuação, procurando aperfeiçoar seus projetos, processos e atividades, ampliando seu alcance para as empresas do setor energético brasileiro, como estabelecido na nova versão do seu objeto estatutário.

O Comitê de Saúde e Segurança no Trabalho – CSST, com representantes das empresas que, atualmente, constituem a Fundação COGE, é o principal fator para o sucesso da nossa atuação nessa função empresarial, prioritária na construção e operação dos ativos na área de energia, pela busca da qualidade de vida no trabalho das pessoas envolvidas e da segurança de toda a população. Afinal de contas, o bem mais precioso das empresas é o ser humano, responsável pelo crescimento e sucesso das mesmas. O seu bem estar é função precípua de toda empresa que pretende ser referência no seu setor.

Este relatório, importante instrumento de gestão empresarial e fonte de consulta permanente, destina-se às empresas do setor energético, instituições de ensino e pesquisa e outras organizações afins do país e do exterior. Consolida dados de 81 empresas, num esforço coletivo e único da sociedade empresarial brasileira, dando continuidade a uma série histórica que começou em 1977.

Ressaltamos, pois, a importância do Relatório de Estatísticas de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro – 2010, que, ao apresentar dados de acidentes dos empregados das empresas, de suas contratadas e da população, possibilita entender as ocorrências e estabelecer prioridades nas ações a serem desenvolvidas, fortalecendo o papel da prevenção e melhoria continuada e sustentável das atividades na área de segurança e saúde no trabalho. Enfim, o conhecimento e a troca de informações entre os participantes permite a evolução constante e o trabalho assíduo de redução de eventos indesejáveis. A meta constante é: acidentes zero! Entretanto, apenas a adoção de boas práticas e a antecipação de problemas permitirá a convergência para esse ideal.

Finalmente, gostaríamos de agradecer a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a elaboração desse trabalho cuja concepção é objeto de aperfeiçoamentos constantes para melhor atender às necessidades das empresas participantes. Boa leitura e bom proveito no uso dessas informações.

MARCO ANTONIO RODRIGUES DA CUNHA   Presidente da Fundação COGE

Fundação COGE

A Fundação COGE - Fundação Comitê de Gestão Empresarial - foi constituída em 05/11/1998 por 26 empresas do Setor Elétrico Brasileiro, visando ao desenvolvimento institucional das mesmas e conta, atualmente, com 67 empresas Participantes:

A Fundação COGE, segundo o seu Plano Estratégico 2010/2013, adota um modelo de atuação bastante flexível, com ênfase especial ao aproveitamento e disseminação de experiência e conhecimento, desenvolvidos no âmbito das empresas do Setor Elétrico Brasileiro e à formação de parcerias com entidades e empresas reconhecidamente detentoras de tecnologia de ponta para a implementação de projetos que visem ao desenvolvimento institucional das empresas daquele setor.

Os projetos referentes à Segurança e Saúde no Trabalho poderão contemplar, dentre outros: Implantação de Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, Assessoramento em Auditorias Preventivas, Definição de Normas, Políticas e Programas de Trabalho, Desenvolvimento de Campanhas e Elaboração de Laudos Técnicos Periciais e Laudos Ergonômicos.

A Missão da Fundação COGE é promover o aprimoramento da gestão empresarial e da cultura técnica do Setor Elétrico Brasileiro, realizando atividades de pesquisa, ensino, consultoria e desenvolvimento

institucional, estando aí inserida a melhoria das Condições de Segurança e Saúde das Organizações. Dentre as diretrizes que norteiam a sua gestão, está a de desenvolver ações de responsabilidade social e ambiental, com o desafio estratégico de ser referência nacional e internacional na área de Segurança e Saúde no Trabalho até 2010.

Setor Elétrico Brasileiro

Visão Geral

Quadro Geral

Relatório de Estatística de Acidentes do Setor Elétrico Brasileiro - 2010

Dados Globais 2.009 20101 - Empresas 80 812 - Empregados próprios 102.766 104.8573 - Acidentados Típicos com Afastamento 781 7414 - Empregados das Contratadas 123.704 127.5845 - Acidentados Típicos com Afastamento das Contratadas 1.361 1.2836 - Número Total de Clientes (Média Anual) 80.819.586 85.846.324

Evolução dos Indicadores

Histórico das Taxas de Acidentados das Empresas do Setor - Empregados Próprios

Nº de Acidentados Fatais

Nº de Acidentados Fatais Típicos por 100.000 trabalhadores - Setor Elétrico x Brasil

Nº de Acidentados Fatais Típicos por 100.000 trabalhadores - Setor Elétrico x Força de Trabalho x Brasil

Topo

Empresas

Taxas dos Acidentes - Empregados Próprios das Empresas

Taxa de Freqüência - Empregados Próprios das Empresas

Taxa de Gravidade - Empregados Próprios das Empresas

Nº de Acidentados Típicos com Afastamento das Empresas - Tipo de Acidente

Nº de Acidentados Típicos Sem Afastamento das Empresas

Nº de Acidentados de Trajeto das Empresas

Nº de Acidentados Fatais Típicos das Empresas - Causa

Nº de Acidentados Fatais de Trajeto das Empresas

Topo

Contratadas

Taxa de Freqüência - Empregados das Contratadas

Taxa de Gravidade - Empregados das Contratadas

Nº de Acidentados Típicos com Afastamento - Empregados das Contratadas

Nº de Acidentados Fatais Típicos de Contratadas - Causa

Topo

Força de Trabalho

Taxas dos Acidentes - Força de Trabalho das Empresas

Taxa de Freqüência - Força de Trabalho das Empresas

Taxa de Gravidade - Força de Trabalho das Empresas

Nº de Acidentados Típicos com Afastamento - Empresas x Contratadas

Topo

População

Taxa de Freqüência da População

Taxa de Gravidade da População

Nº de Acidentados da População

Nº de Acidentados da População (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Causa e Gravidade

Nº de Acidentados da População - Faixa Etária e Gravidade

Nº de Acidentados da População - Área e Gravidade

Principais Causas de Acidentados da População em 2010 (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Antenas de TV (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Fio/Cabo Energizado no Solo (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Construção ou Manutenção Civil (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Eletricista Particular Rede/Linha (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Intervenções Indevidas na Rede (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Pipas/Papagaios (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Escalada/Corte/Poda de Árvore (mapa Brasil)

Nº de Acidentados da População - Veículo (mapa Brasil)

Topo

Arco Elétrico

Estudo iniciado no ano de 2006, incluindo dados a partir do ano de 2010.

Nº de Acidentados com Arco Elétrico por Ano

Nº de Acidentados com Arco Elétrico por Nível de Tensão

Nº de Acidentados com Arco Elétrico por Instalação / Equipamento do SEP

Nº de Acidentados com Arco Elétrico por Área - 2000 a 2009

Topo

Comentários

1 - Introdução

Este compêndio de estatísticas de acidentados, elaborado pela Fundação COGE desde 1999, conforme já destacado em anos anteriores, não se constitui, tão somente, num importante registro histórico do Setor Elétrico Brasileiro - SEB, mas sim numa ferramenta inestimável para a construção de um futuro melhor, mais produtivo e eficiente, buscando, ao apurar os resultados, avaliá-los e propor medidas preventivas e corretivas ao alcance das mais diversas empresas do setor, para a preservação do maior bem disponível em nosso planeta, o Ser Humano, a sua vida.

No ano de 2010, o contingente de 104.857 empregados próprios do setor conviveu, no desempenho diário de suas atividades, com riscos de natureza geral e riscos específicos, registrando-se 741 acidentados do trabalho típicos com afastamento, acarretando, entre custos diretos (remuneração do empregado durante  seu afastamento) e indiretos (custo de reparo e reposição de material, custo de assistência ao acidentado e custos complementares – interrupção de fornecimento de energia elétrica, por exemplo), prejuízos de monta para o Setor de Energia Elétrica, da ordem de centenas  de milhões.

2 - Impactos dos Acidentes

2.1 - Em 2010 foram perdidas 558.824 horas em decorrência dos acidentes com lesão, que se comparadas com as 383.360 horas perdidas em 2009, mostram um aumento de 46%, observando-se que o aumento de horas trabalhadas (3%), não acompanhou esse crescimento. Contudo, este valor continua bastante inferior (40%) ao valor de 925.984 horas de 2008. Esta quantidade de horas perdidas em 2010 equivale ao total de horas trabalhadas durante um ano de uma  empresa do porte da  ENERGISA BORBOREMA, ELETROACRE, CPFL SANTA CRUZ ou do DME.

2.2 - Com base no estudo de Chiara J.F. de Paiva - apoiado na teoria de Heinrich e na Pirâmide de Bird - voltado à realidade dos acidentes no Brasil, que considera ainda os acidentes sem perda de tempo e os acidentes com e sem danos materiais, o custo dos acidentes no Setor Elétrico Brasileiro seria da ordem de: R$ 55.994.164,80.

2.3 - Calculando o custo mínimo estimado com os acidentados de 2010, considerando-se as 558.824 horas de trabalho perdidas, obtemos o seguinte:

Custo Mínimo Estimado – CME = 5 (dias perdidos* x salário médio/dia no setor)

CME2010 = 5 x (47.920 x R$ 102,92) = R$ 38.104.811,50**.

* dias perdidos = horas de trabalho perdidas (558.824) dividido pela carga horária diária de trabalho (8h/dia).** hipótese conservadora uma vez que foi utilizado o multiplicador 5. A literatura técnica disponível indica que o custo indireto de um acidente pode variar de 5 a 50 vezes o seu custo direto.

2.4 - Calculando o Custo Total Estimado – CTE2010 = [50 x (69.853 x R$ 109,10)] na hipótese menos conservadora, considerando-se os acidentes sem perda de tempo e os acidentes com e sem danos materiais, o mesmo seria da ordem de R$ 381.048.115,00.

2.4.1 - O Custo Total Estimado dos acidentes do trabalho com empregados próprios das empresas – R$ 381.048.115,00 – representa, por exemplo, o investimento necessário para a construção de 6 PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas de 30 MW cada, que poderiam atender a uma demanda de cerca de 750.000 habitantes.

Esse custo representa o investimento em 6.570 km de Redes de Distribuição em média tensão – Spacer Cable.

O Custo Total Estimado poderia representar, ainda, o montante aproximado necessário para a construção de 1.361 km de Linhas de Transmissão, em 230 kV, circuito simples, incluindo: levantamento topográfico, projeto de engenharia, materiais e construção.

2.4.2 - Gráfico de Custo Total Estimado de Acidentes do Trabalho por Ano no Setor Elétrico Brasileiro

3 - Evolução dos Acidentes

3.1 - Cumpre destacar que o Setor Elétrico Brasileiro registrou no ano de 2010 uma taxa de freqüência de acidentados próprios de 3,58, tendo mantido o mesmo valor que 2009. A tendência de melhoria deste indicador vem sendo continuada, representando a ocorrência de, menos de, 4 acidentados típicos por milhão de horas trabalhadas no setor. Esta performance já se aproxima da meta padrão anual (< 3,00) estabelecida para o SEB.

3.2 - Lembramos, como sempre, a necessidade de um processo de melhoria contínua na gestão da Segurança e da Saúde nas empresas do setor, a fim de que suas metas possam ser realmente atingidas e até mesmo superadas, dando-se ênfase às ações preventivas e/ou corretivas e às ações “pró-sociedade” do Ministério de Minas e Energia, da ELETROBRAS, do Ministério do Trabalho e Emprego, da ANEEL, dos sindicatos e de outros agentes que atuam na promoção da segurança do trabalho e da saúde no SEB.

3.3 - Quanto à taxa de gravidade de acidentados das empresas, esta teve um pequeno aumento, passando de 238 em 2009 para 337 em 2010, valor este que representa a segunda menor taxa de toda a série histórica do SEB.

O aumento da taxa deu-se em função da ocorrência de acidentes com consequência fatal nas empresas com atividades predominantemente Geradoras / Transmissoras, que em 2009 não tiveram acidentes fatais. Para a redução da taxa de gravidade, e, em se tratando de perdas de vidas, consideradas imensuráveis, deve-se buscar continuamente o recomendado nos itens 2.5 e 3.2.

3.4 - A apuração dos acidentes com lesão sem afastamento vem sendo continuada, conforme pode ser observado no quadro abaixo:

3.8 - A taxa de frequência: 4,66 dos acidentes típicos com afastamento das contratadas apresentou uma melhora em relação a 2009 (5,41), mas a taxa de gravidade de contratadas: 1.683 continua elevada e é superior às taxas de gravidade de acidentes com pessoal próprio registradas em todo o histórico do Setor Elétrico Brasileiro, ou seja, desde 1977 (época esta, em que a prevenção de acidentes no Brasil ainda era incipiente). Cumpre observar, especialmente, o processo de terceirização das  atividades no setor e naquelas de maior risco, iniciado em 1995 e a necessidade de priorizar ações nas atividades que tenham potencial de causar acidentes com consequências graves como descrito no item 2.5. Vale ainda ressaltar a necessidade de uma ação educativa (treinamentos de eletricistas e encarregados) nas empresas contratadas conforme experiência bem sucedida no exterior, apresentada pela NJATC no 7º SENSE.

Apesar disso, podemos ver no gráfico a seguir, uma tendência de redução contínua das taxas de acidentes das contratadas, em especial a de frequência, que pelo quinto ano consecutivo apresenta redução, totalizando uma queda de 3,98 pontos na taxa de frequência.

2.5 - Os acidentes fatais, ao longo dos anos, têm como causas principais: queda, origem elétrica e veículos. Tais causas podem ser evitadas, especialmente as duas primeiras, que dependem exclusivamente do cumprimento de procedimentos técnicos de trabalho (planejamento da segurança no trabalho, observação das frentes de trabalho, procedimentos de trabalho escritos - o passo a passo, treinamento da força de trabalho, além do compromisso gerencial, etc), elementos constantes do SGTS – Sistema de Gestão do Trabalho Seguro.

Para tanto, é preciso priorizar ações nas atividades que tenham potencial de causar acidentes com consequências graves (fatais e incapacidade permanente total), ainda que eles não tenham ocorrido. Assim, o foco de atuação na gestão de segurança do trabalho deve ser desenvolvida ao longo da faixa de risco alto (cor vermelha) que percorre todas as camadas da pirâmide, conforme preconiza o SGTS.

Em 2010, a relação aumentou, confirmando a necessidade de uma melhora na apuração dos acidentes sem afastamento, uma vez que esses acidentes deveriam ser em número bem maior que os acidentes com afastamento, conforme indicado na pirâmide de acidentes.

3.5 - Na análise de acidentes de empregados próprios com afastamento, observa-se que apenas  5,9% dos acidentes, foram de origem elétrica. Este valor representa uma pequena redução em relação ao ano anterior (2009) que era de 6,4%. Ainda na análise dos acidentes, verificamos que 7% das condições ambientes de insegurança que contribuíram para ocorrência dos acidentes, foram decorrentes de métodos ou procedimentos arriscados. Estes com uma pequena redução se comparados aos 10% em 2009.

3.6 - As empresas com taxas de acidentes com a força de trabalho (empregados próprios e de contratadas) acima da média/mediana do Setor Elétrico Brasileiro, devem efetuar a análise e monitoramento do seu sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho e, se for o caso, redirecionar programas ou identificar novas ações, inclusive de comparação com as práticas bem sucedidas das empresas líderes de mesmo porte

3.7 - No  que se refere aos acidentados de contratadas, num contingente de 127.584 empregados, permanece a necessidade destacada nos relatórios de 2001 a 2009, ou seja, de um esforço maior por parte das empresas contratantes no sentido da apuração sistematizada e mais rigorosa dos dados estatísticos e de ações efetivas para a sua efetiva prevenção. Os serviços terceirizados têm influência marcante nas taxas de acidentes do Setor Elétrico Brasileiro, especialmente na taxa de gravidade, tendo sido registrados um total de 72 acidentes com consequências fatais em 2010. Esse total representa o terceiro ano consecutivo de aumento nesse valor e o maior apresentado desde 1999. Se somado às 7 ocorrências de acidentados de consequência fatal com empregados próprios, teremos um total de 79 fatalidades, valor que representa o segundo maior na série histórica, ficando atrás apenas de 2006 (93).

A Comissão Técnica do 7º SENSE recomendou que o 8º SENSE fosse quase que  integralmente dedicado ao tema “Segurança de Contratadas”.

Ao mesmo tempo a Fundação COGE, por meio do CSST, deverá impulsionar os trabalhos do GTESC – Grupo Técnico de Estudos de Segurança com Contratadas nos anos de 2011/2012.

As principais “causas” destes acidentes em 2010 foram, pela ordem: Construção / Manutenção Civil 270, Veículo 72, Fio / Cabo energizado no solo 54 e Intervenções indevidas na rede 43, Antena de TV 43, Escalada / Corte / Poda de Árvore 40, Operação de equipamentos, guindauto ou máquinas pesadas 26, Pipas / Papagaios 26, correspondendo a 69% do total.

3.11 - Quanto aos 308 acidentes fatais com população (36% do total), as principais “causas” variaram um pouco, em relação às causas do total de acidentes, destacando-se:

Construção / Manutenção Civil 87, Fio / Cabo energizado no solo 29, Intervenções indevidas na rede 28, Veículo 26, Escalada / Corte / Poda de árvore 23, Antena TV 15, correspondendo a 68% do total.

3.11.1 - Em 2010 foram registrados 858 acidentes com a população, resultando em uma média diária de 2,4 acidentes, sendo 0,8 de natureza fatal. Estes valores representam um aumento de 3% em relação aos acidentes totais (858) e de 7% dos acidentes fatais (288) de 2009.

3.11.2 - Em 2001, para uma população de 172,3 milhões, foram registradas 330 mortes, ou seja, uma morte para cada 522 mil habitantes. Se esta relação tivesse sido mantida, a estimativa para o ano de 2010 (população de 192,8 milhões), seria um total de 369 mortes. Considerando que foram apuradas 308 mortes, podemos afirmar que, em 2010, foram "evitadas" 61 mortes.

3.12 - A apuração das taxas de frequência: 2,55 e de gravidade: 5.419 dos acidentes com a população, possibilita uma melhor avaliação do problema no setor e indica que os dados devem ser melhor apurados se comparados com os demais indicadores de acidentes do setor

3.13 - Em 2010, para cada morte por acidente do trabalho de empregado de empresa do Setor Elétrico Brasileiro, corresponderam cerca de 10 mortes de empregados de contratadas e 44 mortes envolvendo a população. Mostrando que os esforços para reduzir acidentes dos empregados próprios tem sido mais eficientes que nas contratadas e na população.

3.14 - Em 2010, a Força de Trabalho das empresas (empregados próprios e de contratadas), apresentou taxas de frequência de 4,20 e gravidade de 1.104. Estes valores indicam uma pequena melhora na frequência e uma estabilidade na gravidade devido à redução de acidentes na Força de Trabalho.

4 Conclusões

4.1 - A análise global dos resultados identifica os seguintes pontos:

o a taxa de frequência de acidentados próprios com afastamento, manteve-se em 3,58, menor valor em uma década inteira, aproximando da menor taxa de frequência registrada na série histórica do setor, em 1999 (3,45);

o As taxas de frequência e gravidade das contratadas, apresentaram os menores valores desde 2004, mas continuam elevados se comparados as mesmas taxas de empregados próprios.

o Apesar da redução das taxas de frequência e gravidade das contratadas, o número de acidentes com consequência fatal de contratadas alcançou o 2º maior valor (72) desde 2004.

o Os acidentados da população continuam com a média próxima a um acidente fatal por dia, com um total de 308 acidentados fatais em 2010.

4.2 - Cumpre ressaltar para nossa reflexão: “O trabalho com segurança e saúde consiste em projetos e atividades desenvolvidos e reformulados permanentemente, consolidados em práticas do dia-a-dia, traduzido em hábitos e não em atos. Portanto, aos que vêm alcançando resultados de excelência, o maior desafio é o da manutenção daqueles hábitos e da consequente melhoria contínua do desempenho empresarial.”

4.3 - Conforme citado nos itens 3.7 e 3.8 há necessidade de  um trabalho direcionado à Segurança de Contratadas no período de 2011/2012.”