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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
KEILA DE SOUZA AIRES
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE DOIS
MODELOS DE CONSÓRCIOS AGROFLORESTAIS:
Cacau (Theobroma cacao L.) x Café (Caffea arabica) x Teca (Tectoma
Grandis) e Cacau (Theobroma cacao L.) x Pupunha (Bractis gasipaes) x
Freijó-Louro ( Cordia alliodora)
Ji – Paraná/RO
2003/2
KEILA DE SOUZA AIRES
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE DOIS
MODELOS DE CONSÓRCIOS AGROFLORESTAIS
Estágio V – Trabalho de Conclusão de Curso
Universidade Luterana do Brasil
Curso de Administração
Coordenação de Estágios
Sob orientação do Prof. MSc. Cícero Aparecido de Alencar.
Ji – Paraná/RO
2003/2
“Se cada dia cai dentro da noite, há um poço onde a claridade está presa. Há que se
sentar na beira do poço da sombra e pescar a luz com paciência”.
Pablo Neruda.
Resumo
São muitas as definições sobre sistemas agroflorestais, porém pode-se uniformizá-las com base nos aspectos estruturais, funcionais, socioeconômicos e ecológicos apresentados pela maioria dos autores. Estruturalmente, deve-se considerar a mistura espacial dos componentes lenhosos, a estratificação vertical dos componentes e o arranjo temporal dos mesmos. Funcionalmente, a categorização depende da função do sistema, seja de produção ou de serviço. Economicamente, podem diferir em relação às entradas ou às escalas de manejo e objetivos comerciais. Ecologicamente, pode-se definir sistemas agroflorestais em relação às regiões para qual o sistema ele tem validade, seja para o Trópico Úmido ou para o Trópico Semi-Árido etc. Dentro do contexto socioeconômico-ecológico de desenvolvimento sustentável este estudo sobre a viabilidade econômico-financeira dos sistemas agroflorestais, mostra-se como opção para a preservação dos recursos naturais e ainda como alternativa ao sustento daqueles que dependem da terra para viver. Este trabalho teve por objetivo verificar a viabilidade econômico financeira de dois modelos de consórcios agroflorestais através de indicadores de rentabilidade, lucratividade, payback e taxa interna de retorno – TIR. O trabalho foi desenvolvido de acordo com uma metodologia quantitativa no sentido de permitir a análise econômico-financeira dos dados de produção e custos dos dois modelos adotados: cacau x café x teca e cacau x pupunha x freijó. Palavras-chaves: consórcio agroflorestal, análise econômico-financeira, alternativas de uso da terra.
ABSTRACT In the economical, social and ecological context of sustainability this research work is presented as an option to preserve the natural resources and also an alternative of profitable work to their who depend on the land to live. There are many definitions of agroflorestry systems, although is possible to get them joined basing on the structural, functional, and social-economical-ecological presented by the most. Structurally, the categorization depends on the function of the system, if of production or service. Economically, they can differ about the entries or about the scales of handle and commercial objectives. Ecologically, they can be defined in accord of regions where the system has feasibility, could be to the Humid Tropic or Semi-Arid. This research work had the objective of verify the economic and financial viability of two models of agroflorestry system through indexes of profitability, payback and TIR. The research was developed in accord to the quantitative methodology to allow the economical and financial analyses of the data produced, as productions rates and costs of the two agroflorestry systems. Key-words: agroflorestry systems, economical and financial feasibility, alternatives to land use.
SUMÁRIO
I – DEFINIÇÃO DO PROBLEMA......................................................................................... 11
1.1 Situação Problemática .............................................................................................. 11
1.2 Objetivos.................................................................................................................. 19
1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 19
1.2.2 Objetivos específicos............................................................................. 20
1.2.3 Justificativa ...................................................................................... 20
1.2.4 Oportunidade e Importância do Estudo.................................................. 20
II – REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 23
2.1 O Estado de Rondônia – Histórico ........................................................................... 23
2.1.1 Descrição Geral do Estado .....................................................................24
2.2 Sistemas Agroflorestais – SAF’s.............................................................................. 26
2.2.1 Conceitos e Definições .......................................................................................... 26
2.2.2 Caracterização Geral dos Sistemas Agroflorestais................................................ 27
2.2.3 Classificação dos Sistemas Agroflorestais ............................................................ 28
2.2.3.1 Sistema Silvi-Agrícolas .............................................................. 28
2.2.3.2 Sistema Silvipastoris .................................................................. 28
2.2.3.3 Sistemas Agrosilvopastoris ........................................................ 28
2.2.4 Classificação dos SAF’s considerando a distribuição de seus componentes ........ 28
2.2.5 Distribuição dos componentes no tempo – Distinção entre SAF’s Seqüenciais e
Simultâneos ........................................................................................................... 29
2.2.6 Subclassificação dos Sistemas Agroflorestais....................................................... 30
2.2.6.1 Sistemas Agroflorestais Seqüenciais .......................................... 31
a) Agricultura Migratória............................................................ 31
b) Sistema Taungya ou Tanguia ................................................. 31
2.2.6.2 Sistemas Agroflorestais Simultâneos ......................................... 32
a) Árvores com Cultivos Perenes ............................................... 32
b) Árvores com Cultivos Anuais ................................................ 33
c) Hortos Caseiros ou Pomares Domésticos............................... 33
d) Cercas vivas e Cortinas Quebra-Ventos................................. 34
2.2.7 Sistemas Agrosilvopastoris ........................................................... 34
2.2.8 Cercas vivas e Cortinas Quebra-Vento.......................................... 35
III – METODOLOGIA............................................................................................................ 37
3.1 Delineamento da pesquisa e Instrumentos de Coleta de Dados ............................... 37
3.2. Técnica de coleta de dados ...................................................................................... 38
3.3. Plano de Análise dos Dados .................................................................................... 40
3.3.1 Análise da Lucratividade................................................................................. 40
3.3.2 Valor Presente Líquido – VPL ........................................................................ 40
3.3.3 Tempo de Retorno do Investimento – Payback............................................... 41
3.3.4 Taxa Interna de Retorno .................................................................................. 41
3.3.5 Análise de Sensibilidade.................................................................................. 43
IV – ANÁLISE ...................................................................................................................... 44
V – CONCUSÕES E RECOMENDAÇÒES .......................................................................... 67
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 70
ANEXOS ................................................................................................................ 73
LISTA DE FIGURAS
Figura n.º 01- Desmatamento e Queimadas no Estado de Rondônia – Imagem do Satélite
Land SAT................................................................................................................................ 13
Figura 02 – Evolução do Desmatamento no Estado de Rondônia ......................................... 15
Figura 03 - Comparativo dos Censos Agropecuários de 1970 a 1996..................................... 18
LISTA DE QUADROS
Quadro 1.1 Evolução do Desmatamento em Rondônia no período de 1978 a 2000 ............ 14
Quadro 3.1 - As etapas de um projeto segundo Woiler........................................................... 39
Quadro 4.1 - Produtividade Estimada das Espécies Consortes – Cacau Café e Teca............. 47
Quadro 4.2 – Produtividade Estimada das Espécies Consortes – Cacau Pupunha e Freijó..... 48
Quadro 4.3 - Investimentos iniciais para o consórcio Cacau Café e Teca.............................. 49
Quadro 4.4 – Investimentos iniciais para o consórcio Cacau Pupunha e Teca....................... 55
LISTA DE PLANILHAS
Planilha 4.1 Custos Totais para os dois modelos de consórcios............................................. 50
Planilha 4.2 Projeção do Volume de Receita Cacau Café e Teca........................................... 51
Planilha 4.3 Projeção do Volume de Receita Cacau Pupunha e Freijó................................... 52
Planilha 4.4 Taxa Interna de Retorno Cacau Café e Teca....................................................... 55
Planilha 4.5 Taxa Interna de Retorno Cacau Pupunha e Freijó.............................................. 57
Planilha 4.6 Análise de Sensibilidade com redução de 10% do faturamento Cacau Café e
Teca......................................................................................................................................... 58
Planilha 4.7 Análise de Sensibilidade com redução de 20% do faturamento
Cacau Café e Teca................................................................................................................... 59
Planilha 4.8 Análise de Sensibilidade com redução de 10% do faturamento Cacau Pupunha e
Freijó....................................................................................................................................... 60
Planilha 4.9 Análise de Sensibilidade com redução de 20% do faturamento Cacau Pupunha e
Freijó ...................................................................................................................................... 61
Planilha 4.10 Valor Presente Líquido – VPL Cacau Café e Teca........................................... 62
Planilha 4.11 Valor Presente Líquido – VPL Cacau Pupunha e Freijó.................................. 63
Planilha 4.12 Lucratividade e Payback Cacau Café e Teca.................................................... 65
Planilha 4.13 Lucratividade e Payback Cacau Pupunha e Freijó ........................................... 66
I – DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
1.1 - Situação Problemática
Para entender os problemas sócio-econômicos-ambientais apresentados hoje pelo
Estado de Rondônia é necessário entender o contexto no qual o Estado cresceu. Não obstante
seus aspectos positivos, a expansão acelerada da fronteira em Rondônia entre os anos 60 e 80
foi acompanhada por diversos problemas sócio-ambientais, incluindo conflitos sobre a terra e
outros recursos naturais, altas taxas de desmatamento, degradação do solo em áreas de
ocupação agropecuária, altos índices de desistência de agricultores em projetos de
assentamento, poluição hídrica em decorrência da garimpagem de ouro e cassiterita na
extração não sustentável de madeira, crescimento desordenado de áreas urbanas etc.
(GOVERNO DE RONDÔNIA disponível em : www.ro.gov.br, acessado em 02/10/2002).
Este cenário foi composto por diversos agentes que fomentaram de forma peculiar os
problemas hoje apresentados pelo Estado de Rondônia. Entretanto, uma das principais causas
dos problemas da expansão “desordenada” da fronteira tem a existência baseada na
incompatibilidade entre diversas políticas públicas relacionadas à gestão dos recursos naturais
(política fundiária, política agrícola, política de transportes, etc..) e as metas do
desenvolvimento sustentável (igualdade social, eficiência econômica, sustentabilidade
ambiental, bem-estar da população em geral).
Após o golpe militar de 1964, os novos líderes do Brasil aumentaram o nível de
intervenção federal na região amazônica. Nessa época os planos estratégicos do governo para
a região foram inspirados por uma doutrina geopolítica que tratava a região como um imenso
“vazio demográfico” que precisava ser ocupado, inclusive por motivos de “segurança
nacional” conforme o lema “ocupar para não entregar”. E, simultaneamente, a região era vista
pelo regime militar como uma enorme fronteira de riquezas naturais. A ser incorporada ao
crescimento da economia nacional, (Becker 1990).
Com a intenção de facilitar o acesso à terra e outros recursos naturais o governo
federal criou incentivos fiscais “generosos” financiados pelo BASA – Banco da Amazônia e
pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM, para incentivar os
setores industriais, inclusive empresas estrangeiras, a atuar como agentes de desenvolvimento
junto ao governo federal na região amazônica.
Durante a administração do General Emílio Garrastazu Médici, o governo criou o
Programa de Integração Nacional – PIN, com o slogam “terras sem homens para homens sem
terras”. O programa previa o assentamento de mais de 100.000 famílias, sobre a
responsabilidade do Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária – INCRA, (HOMMA
apud MODESTO 1983)
Com a abertura da BR-364 e as notícias oficiais e informais sobre terras férteis e
baratas em Rondônia, provocou-se um surto migratório, o que fez a população do Estado
saltar de 113.000 para 500.000 entre as décadas de 70 e 80. Os imigrantes, quase em sua
totalidade, eram pequenos agricultores. Porém, a ocupação acelerada levou à simbiose entre
agricultores, posseiros e madeireiros, onde as madeiras eram trocadas pela abertura de
carreadores para o seu escoamento e para o transporte dos agricultores migrantes, (HOMMA
apud MORAN 1981).
Com a expansão acelerada da fronteira surgiram também conflitos entre grileiros e
fazendeiros, o que levou o INCRA a regularizar as áreas ocupadas, considerando o
desmatamento como “benfeitoria” para fins de titulação em terras públicas.
As atividades madeireira, pecuária, mineradora, dentre outras, envolveram no
processo de criação do Estado impactos socioambientais consideráveis, num contexto de
expansão da fronteira, com uma ampla disponibilidade de terras e outros recursos naturais. A
sustentabilidade de atividades econômicas ao longo prazo, bem como outras externalidades
negativas sobre o meio ambiente, foram facilmente menosprezadas.
A influência mais visível dos impactos ambientais da expansão acelerada da
fronteira pioneira em Rondônia foi o desmatamento acelerado, De acordo com o Plano
Agroflorestal e Pecuário de Rondônia - PLANFLORO, em 1975, quando os primeiros dados
sobre o desmatamento da Amazônia Brasileira foram disponibilizados, estimou-se a que área
desmatada em Rondônia era de 121.700 hectares (ou 0,5% da área total do território Federal).
Até 1980 a área desmatada havia atingido 757.930 hectares (3,1% da superfície de Rondônia)
e em 2000 o total de desflorestamento no Estado atingia 5.840.535 hectares ou 24,49% da
superfície de Rondônia - conforme pode ser observado no Quadro 1.
O desmatamento realizado durante o processo de ocupação do Estado em conjunto
com a agricultura extensiva e a pastagem resultaram uma evolução muito rápida no tamanho
da área desflorestada no Estado.
Figura 1 – Histórico do Desmatamento e Queimada em Rondônia – Imagem do Satélite Land Sat:
__________________________________________________________________________________________
Limite Estadual
Desflorestamento até 1976
Desflorestamento de 1977 até 1987
Desflorestamento de 1987 até 1991
Corte rasos 1986
Corte raso 1986-1987
Corte raso 1987-1998
Corte raso 1998-1999
Corte seletivo 1998-1999
Fonte: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. Disponível em:
www.Ibama.gov.br
_________________________________________________________________________________________
A figura 1 apresenta os dados sobre a evolução do desflorestamento no Estado de
Rondônia no período de 1978 a 2000. Percebe-se o visível crescimento do desflorestamento
no período de 1978 a 1988 – aumento de 614%, período em que houve incentivo do governo
federal para agricultura, o que gerou o desmatamento para o plantio, foi também o período da
campanha federal “Plante que o João Garante”, o que evidencia a influência da agricultura
migratória no processo de desflorestamento do Estado.
Quadro 1 – Desflorestamento no período de 1978 - 2000
Ano Área
Desmatada (ha)
% em relação ao Estado (*)
Incremento (ha)
% Aumento
1978 420.000 1,76 1988 3.000.000 12,57 234.545 6141989 3.180.000 13,32 180.000 61990 3.350.000 14,04 170.000 51991 3.460.000 14,5 110.000 31992 3.686.500 15,45 226.500 71993 3.981.312 16,69 294.812 7
1994(**) 4.267.228 17,88 445.916 71995 4.873.143 20,42 445.916 141996 5.149.386 21,58 276.243 6
1997(***) 5.418.059 22,71 268.673 51998 5.512.948 23,11 165.660 21999 5.604.959 23,5 92.011 22000 5.840.535 24,49 235.576 4
Fonte:Fonte:Fonte:Fonte: INPE (1992) e SEDAM (1995 e 1996)
* A área do Estado considerada foi de 23.862.194,04 ha (SGI/INPE/SEDAM )
** Estimativa com base na média do incremento entre 1993 a 1995
************ Estimativa com base no incremento médio anual entre 1989 a 1996
O Gráfico abaixo mostra a evolução do desmatamento entre 1978 a 1996, com
estimativa para o ano de 1997, nele pode-se vislumbrar o período de constante crescimento no
desflorestamento nos anos de 1978 a 1988, verifica-se também a estabilização da taxa de
crescimento entre 1989 e 1991.
Figura 2 - Evolução do Desmatamento em Rondônia
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Evolução do Desmatamento em Rondônia
Fonte: INPE (1992) e SEDAM (1995 e 1996)
** Estimativa com base no incremento médio anual entre 1989 a 1996
Paralelamente ao processo de ocupação do Estado – que foi responsável pelo início
no processo de desflorestamento, existe a necessidade de fazê-lo para cultivos agropecuários
de sustento. Segundo Homma (1993) a substituição da cobertura vegetal primitiva se processa
na região amazônica para atender à finalidade de plantio de lavouras temporárias e
permanentes e de pastagens permanentes que obedecem a um ciclo produtivo que induz ao
desmatamento e sub-utilização do solo.
O processo de desmatamento através da agricultura se dá a partir do cultivo de
lavouras temporárias, que em seguida são aproveitadas para o desenvolvimento de culturas
permanentes ou para a implantação de pastagens. A importância deste ciclo no cenário do
desmatamento da Amazônia se dá pelo fato de se tratar de um sistema de agricultura
tradicional de subsistência apoiada no sistema de “roça” de derrubada-queimada-plantio-
repouso, o que caracteriza um sistema de agricultura migratória. Dentro do ciclo de
agricultura migratória o primeiro passo são as derrubadas, seguidas das queimadas que, além
de limpar rapidamente a área a ser trabalhada, libera nutrientes em forma de cinzas,
diminuindo a saturação por alumínio e aumentando o suprimento de nutrientes, mas que causa
grandes perdas de nutrientes pelo processo de erosão e lixiviação e que após várias queimas
torna o solo improdutivo (Carvalho, 1995).
O plantio é feito após a queimada, devido ao “ilusivo” quadro de melhoras
agregadas ao solo através da queima. Após a retirada das culturas temporárias o solo é
submetido a um período de pousio que, obedecendo ao ciclo de produção migratória, deverá
ser sucedido pelas culturas permanentes.
Ocorre que o próximo passo do ciclo produtivo – o cultivo de culturas permanentes,
não acontece, dada a queda na fertilidade do solo, aumento de ervas daninhas e de pragas.
Devido às chuvas torrenciais, a pobreza em nutrientes essenciais, características de 81% dos
solos de “terra firme” da Amazônia Legal, faz com que estes apresentem alta concentração de
alumínio e hidrogênio, provocando a imobilização do fósforo, principal elemento carente.
Para se eliminar estas limitações, a agricultura migratória, baseada no corte e queimada da
floresta com a utilização de plantas de ciclo curto para cada lavoura, se utiliza uma nova área
para plantação das culturas temporárias, ou seja, uma nova área é cortada e queimada para
plantio, (CARVALHO, 1995)
Contudo o último passo do ciclo não ocorre e a produção temporária migra para uma
nova área de terra e o que ocorre então com as terras em pousio é sua substituição por
pecuária de corte. O conhecimento das características da agricultura e do solo amazônico
permite estimar que há um fator de desequilíbrio no tempo de descanso adotado pelos
agricultores na região, pois para a área desmatada recuperar as propriedades de cobertura
vegetal primitiva são necessários até cem anos, e conforme estudos, verificou-se que na
maioria dos Estados amazônicos, incluindo Rondônia, o tempo de pousio é de cinco a doze
anos. Nos últimos anos a tendência apresentada é a redução desse tempo devido à pressão
demográfica e à expansão do capitalismo no campo. Por isso este período de pousio quase não
ocorre, e sabendo-se da pobreza do solo após as culturas temporárias o local é tomado pelas
pastagens.
A influência negativa do sistema de agricultura itinerante ou migratória pode ser
vislumbrada a partir da afirmação do engenheiro agrônomo Frederico Álveres-Afonso, mestre
em economia agrícola:
{...} a agricultura migratória é responsável por cerca de 18% do aquecimento global da terra, resultante das derrubadas e queimadas das florestas tropicais, que estão ocorrendo a uma taxa de 14 bilhões
de hectares por ano no mundo. A agricultura migratória é uma das causas centrais da dizimação das maiores reservas mundiais da diversidade genética de plantas e animais (ALVAREZ-AFONSO 1998)
A mesma influência negativa, descrita acima sobre o sistema de produção
migratória, é confirmada através da citação de Current et alli, que evidenciam a utilização dos
sistemas agroflorestais – SAF’s, como alternativa ao atual sistema.
Developing countries are facing major challenges to their rural land use, including deforestation, increasing scarcity of tree products, and environmental degradation on fragile agricultural lands. One of the ways they have responded to these problems is by promoting “agroflorestry”, or on-farm tree establishment and management. (1995, p. 145)
De acordo com Homma (1993) e Feranside (1990), as conseqüências das políticas de
ocupação do Estado e a baixa qualidade do solo em virtude das queimadas praticadas pela
agricultura migratória estão fazendo com que os agricultores reduzam a área de plantio com
culturas alimentares e levando ao arranquio ou abandono das plantações de cacau e café,
estimulando a formação de pastagens para a criação de pecuária bovina, pois as pastagens se
adaptam mesmo em áreas queimadas de vegetação secundária, além de utilizar menor
quantidade de mão-de-obra, que também acaba gerando crescimento no êxodo rural nas áreas
tomadas pelas pastagens.
Considerando os dados do Censo Agropecuário 1995-1996, no Estado de Rondônia,
as lavouras de ciclo curto (temporárias) ocupam 177.974 hectares ou 2,01 % dos 8.890.440
hectares pertencentes ao Estado de Rondônia, as lavouras permanentes ocupam 254.334
hectares ou 2,86 %, enquanto que 2.933.069 hectares ou 32,86 % da área total do Estado estão
cobertos por pastagens (plantadas 29 % e naturais 3,86%), evidencia-se que a agricultura
migratória abriu espaço para o que hoje predomina na região amazônica e no Estado de
Rondônia – a pastagem. Esses dados podem ser confirmados na figura 3, onde estão dispostos
os dados dos Censos Agropecuários no período de 1970-1996.
Figura 3 – Confronto entre os dados dos Censos Agropecuários de 1970-1995. ________________________________________________________________________
Confronto dos Resultados dos Censos de 1970 a 1997
Bovinos 23125 55292 251419 770531 3937291
Pastagem plantadas 41006 164524 510184 879304 2578700
Pastagem natural 82186 60046 242653 221572 343369
Lavoura temporária 32363 147700 203253 315079 177974
Lavoura permanente 12273 45763 170178 215465 254334
1970 1975 1980 1985 1995/1997
Fonte: Adaptado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
___________________________________________________________________________________________________________
Montagnini (1992) informa que a pastagem é responsável por problemas de
degradação do solo, tanto ou mais que o processo de desmatamento. De acordo com o autor, a
grande demanda de carne e outros produtos de origem animal, justificam o crescimento da
produção pecuária de corte, utilizando-se do sistema extensivo, onde o gado é colocado na
pastagem aberta por desflorestamento ou áreas já utilizadas na agricultura migratória.
A pecuária de corte, segundo Montagnini (op cit), ocasiona problemas de
degradação do solo, tais como erosão e compactação, que pode provocar a inutilização do
terreno, que se tornam difíceis de se recuperar e levam a diminuição da fertilidade da terra e
causa a redução da matéria orgânica e dos nutrientes. O resultado geral é a inutilização da
terra.
A insustentabilidade do sistema intensivo de pastagem pode ser vislumbrada na
afirmação de Álvaro-Afonso:
[...] um exemplo de agricultura não sustentável é a pecuária extensiva, praticada hoje na Amazônia. A formação de pastagens exige a destruição de grandes extensões de floresta nativa. Depois de alguns anos, especialmente em áreas de solos pobres e sujeitos à erosão, as pastagens se tornam improdutivas. Os resultados não poderiam ser piores: degradação dos solos, assoreamento de rios e igarapés e destruição de novas áreas de floresta nativa com toda a riqueza de recursos úteis para o homem, (1998, p. 38)
Uma alternativa apresentada para a atual política de uso da terra são os sistemas
agroflorestais, conforme afirma Álvaro-Afonso.
Há, contudo, um antídoto, um remédio para atenuar ou mesmo estancar os males progressivos da agricultura migratória e da pecuária de corte. Esse remédio é o sistema agroflorestal, fartamente discutido, documentado, e, com resultados experimentais obtidos em centros de pesquisa e estações experimentais do mundo tropical, mas também de experiências, de ensaios, a nível de agricultores, que levam àquilo que se costuma chamar de “opinião correta”, (1998, p. 35)
Contudo a pecuária, como vislumbrado na figura 3, é a atividade mais explorada
pelo Estado. Existem diversos fatores que influenciam nesta escolha, uma delas é a afirmativa
de que a pecuária de corte é mais rentável.
De acordo com a situação apresentada, verifica-se que o desflorestamento seja ele
para a retirada de madeira, para a abertura de novas áreas para a produção agrícola migratória
praticada pelos produtores da região ou ainda para a pecuária extensiva, tem se tornado um
grande problema sócio-econômico-ambiental.
Desta forma o produtor fica “encurralado” numa trilogia (ambiental, social e
econômica) que o impele a não mais praticar o que há muito foi inserido em sua cultura: a
pratica da derrubada, queimada, plantio e sucessão de agricultura por pecuária extensiva, e
sim a praticar um sistema que é menos nocivo à terra, porém que seja rentável. Sendo assim a
proposta deste trabalho foi verificar qual a viabilidade da atividade voltada para a produção de
dois modelos de sistemas agroflorestais, tendo em vista os estudos mostrarem sua
sustentabilidade ambiental e o indicarem como uma forma de produção que maximiza a
produtividade da propriedade e preserva os solos nela existente, mas que porém tem sido
considerado como não rentável.
1.2 OBJETIVOS:
1.2.1 Objetivo Geral:
Em observância à situação apresentada, o objetivo geral deste trabalho de conclusão
de curso foi: verificar a viabilidade econômico-financeira de dois modelos de consórcios
agroflorestais.
1.2.2 Objetivos Específicos:
� Eleger modelos de consórcios agroflorestais, de acordo com as opções para a
região a ser estudada – Ji-Paraná.
� Estudar a produtividade do sistema agroflorestal escolhido.
� Definir o intervalo de tempo a ser considerado.
� Obter dados sobre os custos referentes à atividade agroflorestal.
� Verificar os indicares de lucratividade, payback, taxa interna de retorno –
TIR e Valor Presente Líquido – VPL, dos dois modelos de sistema agroflorestal.
� Demonstrar a viabilidade econômico-financeira do estudo.
1.3 JUSTIFICATIVA
1.3.1 Oportunidade, viabilidade e importância do estudo:
O desenvolvimento do Estado de Rondônia marcado pela característica de incentivos
ao desmatamento, hora para povoar a região, hora para incentivar o comércio e a agricultura
nacional, influenciou diretamente na atual situação do degradamento do Estado. A agricultura
migratória que sucedeu o período de colonização e que perdura até os dias atuais agravou
ainda mais a situação do desmatamento, mas, está sendo substituída muito rapidamente, como
apresentado figura 3, pela pastagem plantada que, de acordo com o apresentado, traz consigo
problemas de longo prazo tão danosos quanto ao processo indiscriminado de desmatamento
da região (Fassbender, 1993).
A partir das observações deste cenário, especialistas têm tentado influenciar na cultura
do produtor, no sentido de incentivá-los a utilizar-se da técnica de plantio por sistemas
agroflorestais. Com a intenção não somente ecológica da preservação, mas também do retorno
financeiro que os mesmos podem oferecer comparativamente à produção agrícola migratória e
à pastagem para gado de corte (Dubois et al, 1996).
Philip Fearnside afirma que:
[...] é melhor transformar algo que é sustentável em desenvolvimento do que tentar fazer com que uma forma de desenvolvimento não-sustentável se converta em sustentável. Em vez de tentar prolongar a vida das pastagens por meio de adubos e mudanças nas espécies de capim, é melhor começar com a floresta tropical, que já se provou sustentável por milhares de anos de existência, e encontrar maneiras de introduzir no mercado os serviços que a floresta fornece” (1997, p. 316 e 317).
Conquanto uma estratégia puramente ambientalista de longo prazo para utilização
dos serviços ambientais como base de desenvolvimento sustentável na região amazônica seja
boa e desejável, traria resultados apenas de longo prazo, durante esse intermédio é necessário
que o produtor tenha possibilidade de viver bem e obter lucro.
Harry Hopkins em certa situação disse ao então presidente dos Estados Unidos
Franklin Roosevelt: “Pessoas não comem a longo prazo, nem na média; comem a cada dia”.
(in Fearnside, 1997). Com base em afirmações como esta é que se procurou desenvolver uma
forma sustentável de produzir, sem degradar o ambiente, aproveitando-o para que o homem
do campo tenha retorno financeiro e consciência da sustentabilidade necessária à terra que ele
utiliza.
Ignacy Sachs, também reforça esta premissa afirmando que:
A verdadeira escolha não é entre desenvolvimento e meio ambiente, mas entre formas de desenvolvimento sensíveis ao meio ambiente e insensíveis ao mesmo [ ] Isso não significa, entretanto, que este objetivo deva ser perseguido através da transformação de milhões de quilômetros quadrados de terras em parques ou reservas ecológicas restritas, sem levar em conta as necessidades de curto prazo das populações locais e o potencial de ecodesenvolvimento dessas áreas. O “não desenvolvimento” não é solução para o “mau desenvolvimento” (1993, p. 31).
Dentro deste contexto de desenvolvimento sustentável é que se desenvolveu este
estudo sobre a viabilidade econômico-financeira dos sistemas agroflorestais, mostrando-os
como opção para a preservação dos recursos naturais e ainda como alternativa ao sustento
daqueles que dependem da terra para viver.
Manter o que ainda existe também se caracteriza como desenvolvimento sustentável
já que Goodland & Ledec in Fearnside (1997) o traduzem como “uma mudança, implicando
melhoramento na maneira como as pessoas se mantêm”, neste sentido pode-se afirmar
conforme Ignacy Sachs que:
“...deve ser feito um grande esforço para a reabilitação de áreas que sofreram degradação, restringindo a continuação da derrubada de florestas virgens para fins agrícolas e de criação de gado. Através do uso hábil e intensivo, porém sustentável, as áreas degradadas podem ser transformadas em “reservas de desenvolvimento”, reduzindo a pressão sobre as florestas”, (1993, p. 51).
Manter o que ainda existe, melhorando a maneira com que as pessoas se mantêm e
ainda reabilitar as áreas degradadas pode parecer uma “fórmula mágica” impossível de
aplicabilidade, porém são características aplicáveis aos sistemas agroflorestais, já que os
mesmos podem realizar a manutenção da capacidade produtiva da terra reabilitando-a em
áreas que sofreram com derrubadas e queimadas na abertura de roças. Como pode ser
vislumbrado na afirmação de Dubois et alli:
“A introdução de árvores e arbustos em solos degradados ou em via de degradação pode contribuir, de maneira decisiva, para a recuperação da capacidade produtiva desses solos. Feita a recuperação do solo, as árvores e os arbustos continuarão a render um valioso serviço na manutenção, a longo prazo, da fertilidade natural do solo. A função adubadora das árvores e dos arbustos, por si só, justifica o uso de SAF’s (Sistemas Agroflorestais) , onde se associam árvores com cultivos agrícolas ou com a criação de animais”, (1996, p. 15).
A busca pela sustentabilidade entre o econômico e o ecológico proposto pelos
estudiosos das ciências ambientais, econômicas e sociais justifica-se pelas necessidades que
cada uma necessita suprir dentro da sociedade. A execução deste trabalho justifica-se pela
união dos interesses de cada uma dessas ciências, pois, objetiva provar que os sistemas
agroflorestais, já comprovados como ecologicamente corretos, são também rentáveis para
quem os utiliza e cultiva. Conforme afirma Lafleur et alli.
“A adoção de sistemas agroflorestais tem sido indicada como uma das maneiras de desenvolver o setor rural da Amazônia através de maior geração de renda, redução da pobreza rural e proteção ao meio ambiente”, (1992, p. 71)
II - REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O Estado de Rondônia - Histórico:
De acordo com dados apresentados na problematização deste estudo, é fato
conhecido que o comprometimento da questão ambiental na região Amazônica brasileira e,
portanto, no Estado de Rondônia, é decorrente, sobretudo, de fatores como a colonização do
Estado, que através de programas governamentais de desenvolvimento regional privilegiavam
os aspectos econômicos.
A rápida expansão horizontal da agropecuária no Estado, sem nenhuma preocupação
com a variável ambiental, não significou, contudo, o desenvolvimento de sistemas de
produção que promovessem a melhoria da qualidade de vida e a fixação do pequeno produtor
e de sua família no meio rural. Ao contrário, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural –
EMATER:
“...em virtude de um complexo de fatores, incentivou-se a implantação de
atividades econômicas imediatistas, centradas na pecuária bovina em regime
extensivo e na agricultura migratória, ambos sistemas inapropriados para a região,
em termos sócio-econômico-ecológicos, e responsáveis pela grande maioria das
áreas improdutivas e de capoeiras existentes no Estado”, (1995, p. 9)
Após o período de colonização, verificou-se que a taxa de desflorestamento era
elevada e a exploração do Estado aconteceu de forma desordenada, em virtude de fatores
como a inexistência de créditos para culturas perenes, ineficiente integração dos órgãos
executores dos projetos efetuados, acelerada migração de colonos etc. Que justificam a maior
taxa de desflorestamento do Estado nos anos de 1978 a 1988, quando aconteceu um
crescimento de 614% no tamanho total da área desmatada, conforme pode ser visto no quadro
e gráfico número 1 deste estudo.
Em 2000 o governo tornou público o zoneamento sócio-econômico-ecológico do
Estado que estabelece como principal objetivo o manejo e conservação dos recursos
naturais e o desenvolvimento social, econômico e ecológico do Estado. Mostrando não
querer repetir os erros de projetos que o antecederam o zoneamento planejou, dentro de
uma lógica, que o desenvolvimento regional seja conduzido com enfoque
conservacionista, privilegiando padrões de produção baseados na utilização sustentável
dos recursos ambientais disponíveis no Estado, EMBRAPA-EMATER (1995).
Nessa perspectiva, os sistemas agroflorestais constituem-se num componente
sócio-econômico-ecológico apropriado para compor um modelo de desenvolvimento regional
que proporcione concretização dos objetivos do zoneamento e da viabilidade da conjunção
dos interesses sócio-economico-ecológicos.
2.1.1 Descrição Geral do Estado:
O Estado de Rondônia situa-se na parte sudoeste da Bacia Amazônica brasileira
entre os paralelos 7º 58’ e 13º 43’ de Latitude Sul e os meridianos 59º 50’ e 66º 48’ de
Longitude Oeste de Greenwich, apresentando no Censo Demográfico de 2000, uma população
de 1.377.792 habitantes, dos quais 883.048 no meio urbano e 494.744 no meio rural. No
período de 1996-2000 a taxa média de crescimento foi de 2,89, (ATLAS GEOAMBIENTAL
DE RONDÔNIA 2002)
O Censo Agropecuário de 1996 revelou que a estrutura agrária do Estado em 1985
era de 80.615 estabelecimentos e em 1996 número decresceu para 76.956, indicando que a
política utilização das terras contribuiu para a centralização fundiária, (CENSO
AGROPECUÁRIO DE 1970 A 1996 - disponível em www.ibge.gov.br, acessado em
30/10/2002)
O revestimento florístico encontrado no Estado apresenta variações condicionadas
aos fatores clima, relevo, resultando em diversos tipos de vegetação que podem ser agrupados
em: floresta amazônica, cerrados e campos, com nítida predominância do primeiro,
(EMBRAPA-EMATER 1995).
O clima é tropical chuvoso apresentando médias de temperaturas máximas e
mínimas entre 18º C e 33º C, com ocorrência de friagens nos meses de junho a agosto,
fenômeno que consiste em quebra brusca de temperatura e de pouca duração. Os totais anuais
de insolação estão em torno de 2.100 horas anual. A umidade do ar apresenta médias anuais
entre 75% e 83%, ocorrendo valores mais elevados nos períodos de dezembro a maio. A
precipitação pluviométrica expressa maior diversidade climática, ocorrendo valores anuais
mais elevados, 2.300mm ao norte do Estado e 1600mm ao oeste. As chuvas ocorrem com
maior intensidade durante os meses de outubro a abril, (ATLAS GEOAMBIENTAL DE
RONDÔNIA 2002).
A principal atividade econômica do Estado é a pecuária que reúne um rebanho de
aproximadamente 5 milhões de cabeças entre bovinos, suínos e aves, sendo a bovinocultura a
atividade mais expressiva com 3.937.291 cabeças e uma taxa de crescimento de 510% entre
os anos de 1985 e 1996. A quantia de cabeças de gado explica a quantia de terras com
pastagem plantadas, 2.578.700 ha em 1996, o que significa um acréscimo de 294% no mesmo
período. Estes dados podem ser visualizados no gráfico número 2, (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, disponível em www.ibge.gov.br,
acessado em 01/11/2002).
A bovinocultura de corte desenvolve-se nas grandes propriedades existentes,
sobretudo, nas regiões sul e sudeste do Estado, onde apresentam um bom padrão racial e
compreende aproximadamente 80% do rebanho do Estado. Nos projetos de colonização, onde
as propriedades variam, predominantemente, de 25 a 100 ha, desenvolve-se a bovinocultura
mista, caracterizada por rebanhos com pouco padrão zootécnico, (ATLAS
GEOAMBIENTAL DE RONDÔNIA, op. cit).
A agricultura de lavoura branca é uma atividade relevante para o Estado, pois atende
grande parte da demanda de produtos básicos da dieta alimentar da população, embora seja
considerada não sustentável econômica e ecologicamente, pois, como exposto acima, utiliza-
se da agricultura migratória, requerendo anualmente de 100 a 150 mil hectares de novas áreas,
(PLANAFLORO - disponível em www.planafloro.gov.br, acessado em 01/11/2002).
A agricultura de cultivos perenes e semi-perenes (o Censo Agropecuário as
classifica como permanentes) cresceu na última década 85%, enquanto que os cultivos
temporários, ou culturas brancas, decresceram 177% no mesmo período, conforme disposto
no gráfico número 2. O crescimento nas culturas permanentes deu-se, principalmente, através
da expansão das áreas de café e cacau, produtos que tornaram-se relevantes na pauta das
exportações, mas que atualmente foram reduzidas para dar lugar à expansão da pecuária
bovina. Isso se deu porque os preços do café e do cacau foram reduzidos no mercado
internacional. A crise na cafeicultura foi mais danosa, reduzindo a produção do Estado pela
metade nos meses de baixa, (CEPLAC - disponível em www.ceplac.gov.br, acessado em
25/10/2002)
2.2 Sistemas Agroflorestais – SAF’s
2.2.1 Conceitos e Definições:
Sistema agroflorestal é um conjunto de técnicas de uso da terra que implica na combinação de essências florestais com cultivos agrícolas, com produção pecuária ou com ambos (...) a combinação pode ser com simultânea ou escalonada no tempo e espaço. Tem por objetivo atingir a produção por unidade de superfície, respeitando sempre o princípio de rendimento contínuo”, (DUBOIS E BUDOWSKI IN NOBRE E FERREIRA et alli, 1994, p. 354). Agrofloresta é um termo coletivo para sistemas de uso da terra em que as plantas lenhosas são combinadas de maneira deliberada sobre a mesma unidade de manejo da terra com cultivos herbáceos e, ou animais, onde se tem alguma forma de arranjo espacial ou seqüência temporal. Para que o uso da terra esteja no conceito agroflorestal, devem existir interações ecológicas e econômicas entre as plantas lenhosas e outros componentes do sistema, (LUNDGREN IN COSTA E LOCATELLI et alli, 1994, p. 346). Os sistemas agroflorestais – SAF’s, são formas de uso e manejo da terra, nas quais árvores ou arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou com animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa seqüência temporal (...) devem incluir, pelo menos, uma espécie “florestal” arbórea ou arbusiva. Essa espécie pode ser combinada com uma ou mais espécies agrícolas e/ou animais, (DUBOIS et alli, 1996, p. 3) The deliberate use of woody perennials (trees, shrubs, bamboos) on the same land management unit as agricultural crops, pastures, and animals. This may consist of a mixed spatial arrangement in the same place at the same time, or a sequence over time, (CURRENT, LUTZ E SCHERR, 1995, p. xviii) Los sistemas agroflorestales son formas de uso y manejo de los recursos naturales en las cuales especies lenosas (árboles, arbustos, palmas) son utilizadas en
associación deliberada con cultivos agrícolas o con animales en el mismo terreno, de manera simultánea o en una secuencia temporal, (MONTAGNINI et alli, 1992, p. 17) Um sistema de manejo sustentado da terra que aumenta o seu rendimento, combinando a produção de plantas florestais com cultivos agrícolas e/ou animais, simultânea ou consecutivamente, de forma deliberada, na mesma unidade de terreno, envolvendo práticas de manejo em consonância com a população local, (NAIR IN MEDRADO, 2000, p. 273).
São muitas as definições sobre sistemas agroflorestais, porém pode-se uniformizá-
las com base nos aspectos estruturais, funcionais, socioeconômicos e ecológicos apresentados
pela maioria dos autores. Estruturalmente, deve-se considerar a mistura espacial dos
componentes lenhosos, a estratificação vertical dos componentes e o arranjo temporal dos
mesmos. Funcionalmente, a categorização depende da função do sistema, seja de produção ou
de serviço. Economicamente, podem diferir em relação às entradas ou às escalas de manejo e
objetivos comerciais. Ecologicamente, pode-se definir sistemas agroflorestais em relação às
regiões para qual o sistema ele tem validade, seja para o Trópico Úmido ou para o Trópico
Semi-Árido etc, (MEDRADO, 2000)
2.2.2 Caracterização Geral dos Sistemas Agroflorestais1:
Os sistemas agroflorestais – SAF’s, são formas de uso e manejo da terra, nas quais
árvores ou arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou com animais,
numa mesma área, de maneira simultânea ou numa seqüência temporal.
Os SAF’s devem incluir, pelo menos, uma espécie “florestal” arbórea ou arbusiva.
Essa espécie pode ser combinada com uma ou mais espécies agrícolas e/ou animais. Espécies
agrícolas de porte médio - como bananeiras, cítricos, café e cacau – não podem ser
considerados componentes florestais de SAF’s: cítricos, café e cacau são espécies de porte
arbusivo de origem silvestre, porém objeto de um longo processo de domesticação e
melhoramento genético e são consideradas hoje como cultivos agrícolas perenes. Nesse
sentido, a combinação de bananeiras e cacau não tem componente florestal e é, portanto, um
consórcio agrícola. A combinação de bananeiras, cacau e freijó tem um componente florestal
1 Caracterização Geral dos Sistemas Agroflorestais estão de acordo com DUBOIS, Jean C.L.; VIANNA Virgílio Maurício e
ANDERSON, Anthony B. Manual Agroflorestal para a Amazônia. Vol. 1. Rio de Janeiro: REBRAF/Fundação FORD, 1996.
– o freijó (uma árvore nativa que fornece madeira de alto valor comercial) e, sendo assim
consórcio agrofloretal.
Nos SAF’s, as espécies florestais, além de fornecer produtos úteis para o agricultor,
preenchem também um papel importante na manutenção da fertilidade dos solos. No
consórcio bananeiras-cacau-frejó, o freijó produz madeira de lei, é fonte de néctar que as
abelhas transformam em mel e também acumula bastante nutrientes importantes nas folhas
(cálcio e magnésio) que, ao caírem no chão, adubam a terra.
Uma pastagem onde foram plantadas árvores para abrigar o gado nas horas mais
quentes do dia, combinadas com forrageiras herbáceas e arbusivas, também é um sistema
agroflorestal.
No caso de uma combinação de espécies anuais e perenes que produzam frutas,
folhas ou raízes para alimentar os porcos, trata-se, também de um sistema agroflorestal, se
estiverem presentes espécies arbóreas, arbusivas ou palmeiras, ou seja espécies como:
jaqueira, pupunheira ou tucumã, cujos frutos são comidos pelos porcos.
2.2.3 Classificação dos Sistemas Agroflorestais2:
Existem diversas classificações empregadas aos SAF’s e todas têm suas falhas, pois
a diversidade de SAF’s existentes em todo o mundo permitem uma combinação especifica de
acordo com a necessidade de cada região. Aqui estão descritas as classificações mais comuns
entre os produtores e entidades como a EMBRAPA e CEPLAC.
2.2.3.1 Sistemas Silvi-Agrícolas:
Caracterizados pela combinação de árvores ou arbustos com espécies agrícolas.
Exemplos: consórcios agroflorestais simples do tipo café-freijó ou, mais complexas como
pupunha/cupuaçu/castanheira-do-brasil/mogno.
2.2.3.2 Sistemas Silvipastoris:
2 Classificação dos Sistemas Agroflorestais de acordo com: DUBOIS, Jean C.L.; VIANNA Virgílio Maurício e ANDERSON, Anthony B. Manual Agroflorestal para a Amazônia. Vol. 1. Rio de Janeiro: REBRAF/Fundação FORD, 1996
Caracterizados pela combinação de árvores ou arbustos com plantas forrageiras
herbáceas e animais. Exemplo: a combinação de pasto com castanheira-do-brasil.
2.2.3.3 Sistema Agrosilvipastoril:
Caracterizados pela criação ou manejo de animais em consórcios silvi-agrícolas.
Exemplos: agrofloresta para criação de porcos; um quintal com fruteiras, hortaliças e
galinhas.
Os SAF’s podem evoluir com o passar do tempo, de acordo com o interesse do
agricultor. Por exemplo, um agricultor plantou, numa lavoura branca, café e alguns pés de
ingá-cipó e de freijó. Essa combinação pertece à categoria de sistemas silvi-agrícolas. Depois
de mais ou menos 10 anos o café, cuja produção caiu muito, foi arrancado e substituído por
pasto. Dessa maneira, a combinação se transformou em sistema silvipastorial.
Os vários sistemas de classificação dos SAF’s são muito discutidos entre
profissionais de nível acadêmico e são, de fato, muito controvertidos. A classificação acima se
apóia na natureza dos componentes (florestal, agrícola ou animal) e suas respectivas
combinações (silvi-agricola, silvipastoril e agrossilvipastoril). Entretanto, cada uma dessas
categorias pode ser subdividida em função de outros critérios, a seguir:
2.2.4 Classificação dos SAF’s considerando a distribuição de seus componentes no
espaço:
Nesse sentido, pode-se distinguir entre os SAF’s de distribuição espacial regular,
onde as espécies são bem misturadas (SAF’s sazonais, sem estratificação horizontal) e os
SAF’s em faixas (SAF’s zonais, com estratificação horizontal). Os quintais agroflorestais, os
consórcios agroflorestais e as agroflorestas são SAF’s azonais. O sistema de produção
agrícola em aléias é um SAF em faixas.
2.2.5 Distribuição dos componentes no tempo – Distinção entre SAF’s Seqüenciais e
SAF’s simultâneos:
SAF’s Seqüenciais:
Um SAF seqüencial é um sistema de produção no qual a área produtiva é ocupada
em primeiro lugar por cultivo(s) agrícola(s) e, em seguida, por um período de descanso,
durante o qual a área fica ocupada por uma capoeira espontânea ou melhorada. Capoeiras
espontâneas de longa duração ou capoeiras de curta duração, quando devidamente melhoradas
pelo homem, recuperam a capacidade produtiva das terras que foram ocupadas por cultivos
temporários. Capoeiras de curta duração, não melhoradas, não conseguem impedir a
degradação da terra.
SAF’s Simultâneos de distribuição espacial regular:
Um SAF simultâneo é caracterizado pelo consorciamento permanente ou
temporário, numa mesma área, de espécies florestais com espécies agrícolas e/ou animais.
Podemos citar os seguintes exemplos:
• SAF’s Simultâneos permanentes, de distribuição especial regular: o consórcio
cacau-freijó-ingá, as agroflorestas, o quintal agroflorestal, sistemas silvipastoris
permanentes.
• SAF’s simultâneos temporários, de distribuição espacial regular: Deste ponto
de vista podemos distinguir entre SAF’s de subsistência (por exemplo: o quintal
familiar), SAF’s comerciais (o consórcio cacau-freijó-ingá) e SAF’s de duplo
propósito, combinando objetivos de subsistência e de aumento da renda familiar (por
exemplo: uma agrofloresta).
2.2.6 Subclassificação dos Sistemas Agroflorestais3:
Como afirmado acima por Dubois, os SAF’s são muito variáveis e flexíveis, por isso
apresentam várias classificações, podendo variar de acordo com cada autor.
3 Subclassificação dos SAF’s de acordo com: MONTAGNINI, Florencia et alli. Sistemas Agroflorestales: Principios y Aplicaciones en
Los Tropicos. San José: OET - Organización para Estudios Trapicales, 1992.
De acordo com Montagnini et alli (1992) os SAF’s simultâneos e seqüenciais podem
ser, ainda, subdivididos como segue.
2.2.6.1 Sistemas Agroflorestais Seqüenciais:
De acordo com o Montagnini (op cit) nos SAF’s seqüenciais, os componentes
florestais e os cultivos se encontram, ao menos parcialmente, separados no tempo, de tal
modo que se alternam períodos de cultivos anuais com etapas de descaso e de florestas.
Particularmente, nos sistemas “taungya” se utilizam o período inicial do estabelecimento da
plantação florestal (primeiros 1 a 3 anos) para a produção de colheitas; a largo prazo e põe
ênfase principal na produção florestal.
Segundo Montagnini os sistemas seqüenciais podem ser “subdivididos” da seguinte
forma:
A) Agricultura Migratória e Kebun Talun:
Esse tipo de agricultura mostrou-se danoso com o passar dos anos e do
condensamento das propriedades, pois utiliza-se do esquema corte-queima, seguido de
cultivos anuais e pasto e depois substituído por descanso para formação de florestas. É o
sistema utilizado atualmente na maior parte dos países sul americanos. Constituem-se SAF’s
pela presença da variável florestal no final do ciclo que deve ser alcançado após 22 anos, em
média.
B) Sistemas Taungya ou Tanguia
O termo taunguia é reservado ao caso especifico de uma roça, onde cultivos
agrícolas de ciclo curto são associados, por um tempo limitado, a um plantio uniforme de
mudas de uma ou mais espécies madeireiras e essas, ao crescerem, formam uma floresta de
rendimento. O objetivo final do taunguia é a produção de madeira para serraria, celulose e
papel ou outros tipos de produtos como compensados, lenha e carvão vegetal.
O sistema taunguia é um sistema que foi desenvolvido com a finalidade de diminuir
o custo de estabelecimento de florestas plantadas destinadas a produzir a madeira. A espécie
florestal madeireira é plantada junto a cultivos agrícolas de ciclo curto (milho, arroz, feijão e
mandioca). Elas se aproveitam das capinas, limpezas e de uma eventual aplicação de adubos
feitos em benefícios desses cultivos agrícolas e quando concluída a ultima safra, a espécie
madeireira plantada já alcança uma boa altura. O lucro gerado pela venda dos produtos
agrícolas paga uma grande parte do custo do plantio das espécies madeireiras.
A vantagem principal do sistema é baratear o custo de formação da floresta plantada.
Ele propicia boas condições de sobrevivência, de crescimento as mudas de espécies
madeireiras e aumenta a disponibilidade de nitrogênio, quando as entrelinhas são ocupadas
com cultivo de leguminosas (feijão, amendoim). O agricultor deve visitar com freqüência a
roça. Este hábito facilita a fiscalização das espécies madeireiras plantadas na lavoura branca,
principalmente do ponto de vista fitossanitário.
A desvantagem do sistema reside na competição que pode existir entre os cultivos
agrícolas e as espécies madeireiras. Existem, ainda, riscos de erosão quando os cultivos
agrícolas são localizados sobre uma ladeira e plantados em linhas “morro-abaixo”.
2.2.6.2 Sistemas Agroflorestais Simultâneos:
O objetivo principal deste sistema é a diversificação da produção, também se podem
conseguir aumentos de produtividade através de algumas interações com o componente
arbóreo. A ciclagem de nutrientes também é influenciada neste tipo de sistema. Utilizam-se
com freqüência espécies fixadoras de nitrogênio, como árvores para sombra.
Montagnini (op cit) propõe quatro tipos básicos de sistemas simultâneos, que
seguem:
A) Árvores em Associação com Cultivos Perenes – Consórcios Agroflorestais
Comerciais:
Um consórcio agroflorestal comercial é uma mistura de um número limitado de
espécies perenes, em geral menos de dez, manejada para fins de comercialização. Ele se
diferencia do quintal, cujo objetivo principal é melhorar as condições de subsistência do
agricultor e de sua família. Distingue-se das agroflorestas, pois elas apresentam uma
composição muito mais diversificada.
O consórcio é constituído por uma ou mais espécies perenes agrícolas, associadas a
espécies adjuvantes. Entre as espécies perenes comerciais, hoje preferidas pelos agricultores,
destacam-se o café, o cacau, as árvores produzindo frutos ou nozes (cupuaçu, castanheira-do-
brasil) e as palmeiras (pupunha-coqueiro-açaizeiro, bacaba).
Nesses consórcios, as espécies adjuvantes preenchem, de fato, diversas funções, tais
como: fornecer sombra ou proteção aos cultivos agrícolas, produzir madeira com forte
demanda no mercado (mogno, freijó-comum e cinza etc..), manter ou aumentar a fertilidade
do solo contra o calor do sol e o impacto das chuvas. Quando se trata de fornecer sombra a
um cultivo agrícola como o cacau, o sombreamento definitivo é assegurado com espécies
arbóreas de parte alto como o freijó. O cacau e o freijó são plantados no mesmo momento, na
fase de implantação do consorcio.
B) Árvores em Associação com Cultivos Anuais:
Nestas associações, as interações dos cultivos anuais com o componente arbóreo são
similares ao caso anterior. Esses sistemas são úteis às espécies anuais tolerantes à sombra;
contudo, nesta mesma categoria encontram-se os sistemas de cultivos em faixas e, também se
podem utilizar espécies que não toleram sombra. Estes sistemas incluem cultivos tais como
milho, arroz, feijão, soja, amendoim, e raízes em associação com árvores fixadoras de
nitrogênio.
Os cultivos em faixas constituem uma prática de grande potencial dentro deste
grupo, esse tipo de sistema agroflorestal simultâneo foi desenvolvido na Nigéria. Consiste na
associação de árvores ou arbustos (geralmente fixadores de nitrogênio) intercalados em
franjas com cultivos anuais. As árvores ou arbustos devem ser podadas periodicamente para
evitar que se produza sombra sobre os cultivos, e para utilizar os resíduos da poda como
adubo verde para melhorar a fertilidade do solo, e como forragem de qualidade. Um benefício
adicional é o controle das pragas.
C) Hortos Caseiros ou pomares domésticos:
Hortos ou pomares domésticos são praticas agroflorestais antigas e se constituem de
uma mistura de espécies para os mais variados objetivos, tais como alimentação humana e
animal, uso medicinal, lenha, e outros. Não se pode preestabelecer desenhos definitivos para
os pomares domésticos agroflorestais, uma vez que são formados dinamicamente por
tentativas de acertos. Deve-se, no entanto selecionar, para cada região, espécies madeireiras
sombreadoras, medicinais tolerantes à sombra, alimentares tolerantes à sombra, frutíferas que
possam se desenvolver como agricultura de bora, para que os produtores façam seus
desenhos.
Fassbender (1993, p. 530), cita as espécies componentes de hortos caseiros na Costa
Rica, separando-as, inclusive, por altura.
� Espécies com altura inferior a 50 cm: amendoim, repolho, sálvia,
cenoura, alface, menta, fumo, nabo, gengibre, batata doce.
� Espécies com altura até 3m: urucum, grandu, pimentão, café, pepino,
inhame, algodão, hibiscus, tomate, cana-de-açucar, cravo, cacau, milho, feijão-caupi.
� Espécies com altura até 15 m: castanheira, azeitona, bambu, citros,
ingá, pêssego, guazuma, genipapo, goiaba, caju, mamão, tamarindo, sapoti, graviola,
cajá.
� Espécies de até 30 m de altura: abacate, cipreste, côco, eucalipto,
guapuru, louro, manga, pínus, teca, jambo etc...
2.2.7 Sistemas Agrosilvopastoris:
Os sistemas agroflorestais pastoris ou agrosilvopastoris são associações de árvores
madeireiras ou frutíferas com animais e cultivos. Estes sistemas podem ser praticados em
diversos níveis, desde de grande plantações arbóreas comerciais com inclusão de gado, até o
pastoreio de animais como complemento da agricultura de subsistência.
Que tipo de interações podem existir entre os componentes destes sistemas?
� A presença do componente animal muda e pode acelerar alguns aspectos da
ciclagem dos nutrientes;
� Se a carga animal for alta, a compactação do solo pode afetar o crescimento
das árvores e outras plantas associadas;
� As preferências de alimentação dos animais podem afetar a composição da
floresta (com o tempo predominam as espécies não apreciadas pelo gado).
� As árvores proporcionam um microclima favorável para os animais.
� Os animais podem participar da disseminação das sementes, ao escarificar-
las, o qual favorece a germinação.
A economia destes sistemas se caracterizam pela obtenção de retornos, a curto e
longo prazo, por meio dos produtos animais e arbóreos. Um exemplo em que a não utilização
do sistema pode ser danosa é o caso da pecuária extensiva “solteira” (sem consórcios), que
constitui um uso ineficiente da terra, entretanto, que pode tornar-se ecologicamente e
economicamente viáveis se houver a introdução de produtos arbóreos .
2.2.8 Cercas vivas e Cortinas Quebra-Vento:
O uso de cercas vivas é uma prática muito utilizada nos trópicos, principalmente em
regiões de agricultura mais pobre. Várias são as espécies utilizadas como cercas vivas. A
escolha da espécie deve ser feita com base em algumas características como tolerância a poda
e presença de espinhos para dificultar a entrada de animais e pessoas. O espaçamento de
plantio é normalmente estreito, mas deve variar com a espécie e com o local onde ela será
instalada.
De acordo com Nair in Nobre (1994), quebra-ventos são estreitas faixas de árvores,
arbustos e/ou gramíneas plantados para proteger campos de produção, casas canais e outras
áreas do vento e de rajadas e areias. Os “shelterbelts” (cinturões protetores) são quebra ventos
formados por grandes extensões de várias linhas de árvores ou arbustos plantados
perpendicularmente à direção dos ventos predominantes.
A utilidade dos quebra-ventos tem sido demonstrada em diferentes condições
climáticas e normalmente é associada a condições de aridez, onde a velocidade do vento causa
erosão e prejuízos ao ambiente e cultivo agrícola. As árvores utilizadas devem ser resistentes
ao vento, às pragas e às enfermidades, ter raízes profundas e ser de rápido desenvolvimento,
contudo não devem ser impermeáveis aos ventos, pois, quando os ventos passarem pelas
partes mais altas da barreira, provocará turbulências fortes, prejudicando os cultivos.
III. METODOLOGIA
3.1 Delineamento da pesquisa:
O estudo para verificar a viabilidade econômico-financeira do consórcio
agroflorestal eleito será realizado de acordo com o método quantitativo. Roesch (1996, p.
131e 155) cita em que situações utilizar o estudo quantitativo e o qualitativo, respectivamente:
Se o propósito do projeto implica medir relações entre variáveis (...), em avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, recomenda-se utilizar preferencialmente o enfoque da pesquisa quantitativa e utilizar o melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados (...)”. (...) argumenta-se que a pesquisa qualitativa e seus métodos de coleta e análise de dados são apropriados para uma fase exploratória da pesquisa.
O método quantitativo foi utilizado no estudo na fase de coleta de dados tais como
custos, preços e retornos de cada componente do consórcio agroflorestal, onde puderam ser
utilizados, além de outros, índices e relatórios escritos.
A estratégia de pesquisa utilizada foi a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso
projetado, análise de mercado, onde foram utilizadas técnicas apropriadas de coleta de dados
considerarando tratar-se de um projeto de viabilidade econômico-financeira.
A pesquisa bibliográfica utilizada foi desenvolvida a partir de material já elaborado
constituído principalmente de livros e artigos científicos. O estudo de caso foi realizado no
sentido de examinar os dados sobre o objeto da pesquisa de acordo com seu contexto
contemporâneo.
3.2 Técnica de Coleta de Dados:
A coleta dos dados foi realizada através de estudo de caso, índices e relatórios,
pesquisa de mercado, com profissionais e a instituições do ramo que abrangem o estudo da
viabilidade econômico-financeira.
A elaboração e análise de um projeto de viabilidade econômico-financeira envolve
uma série de etapas interativas, que podem ser ordenadas segundo critérios pré-estabelecidos.
O que se procura é balancear os diferentes fatores em cada interação de modo que se obtenha
certo equilíbrio entre os outros fatores considerados importantes. Sendo assim optou-se pela
metodologia proposta por Woiler (1986), cuja descrição segue abaixo.
Quadro 3.1. As etapas de um projeto segundo Woiler
___________________________________________________________________________
Fonte: Woiler, (1986, p. 39)
MERCADO
LOCALIZAÇÃO
ESCALA ENGENHARIA
FINANCEIRO
JURÍDICO
PROJETO FINAL
CONTÁBIL
IMPLANTAÇÃO
MEIO AMBIENTE
OPERAÇÃO
AVALIAÇÃOPARAR
A ANÁLISE
NÃO SIM
APROVADO
3.3. Plano de análise dos dados:
A análise dos dados coletados foi realizada através dos métodos quantitativo e
qualitativo do projeto de viabilidade econômico-financeira, sendo empregados os índices de
lucratividade, valor presente líquido, tempo de retorno do investimento (payback), a taxa
interna de retorno (TIR) e análises de sensibilidade, observando todas as variáveis
encontradas no estudo de caso, índices, relatórios e na análise de mercado.
Basicamente, os métodos de análise econômica de investimentos podem ser
classificados em dois grupos: aqueles que não levam em conta o valor do dinheiro no tempo, e
os que consideram essa variação através do critério do fluxo de caixa descontado. Em função
do maior rigor conceitual e da importância para as decisões de longo prazo, dá-se atenção
preferencial para os métodos que compõem o segundo grupo. Exceção deve ser feita, no
entanto, ao método do tempo de retorno do investimento (período de payback), o qual, apesar
de ser formalmente enquadrado no primeiro grupo, tem grande importância decisória e
permite, ainda, o seu cálculo em termos de valor atualizado.
3.3.1 Análise de Lucratividade:
A lucratividade de uma empresa pode ser avaliada em relação a suas vendas, ativos,
patrimônio líquido e ao valor da ação. Dependendo do nível de indicador esperado, a
lucratividade pode ser calculada sobre o Lucro Operacional, caracterizando a Margem
Operacional. Pode-se determinar a Lucratividade de forma mais objetiva, utilizando como
base os Lucros Líquidos disponíveis relacionado à Receita Total. Estas medidas permitem ao
analista avaliar os lucros da empresa em confronto com um dado nível de vendas, um certo
nível de ativos, o investimento dos proprietários, ou o valor da ação. Sem lucros, um
investimento não atrairá capital de terceiros; ademais seus proprietários poderão preocupar-se
com o futuro do mesmo e tentar reaver seus fundos deixando de investi-los no negócio,
(Woiler,1996; Gitman ,1997; Assaf Neto e Martins,1986).
3.3.2 Valor Presente Líquido (VPL)
Por considerar explicitamente o valor do dinheiro no tempo, o valor presente líquido é
considerado uma sofisticada técnica de análise de orçamentos de capital que, de uma forma ou
de outra, desconta os fluxos de caixa da empresa a uma taxa especificada. Essa taxa,
freqüentemente chamada de taxa de desconto, custo de oportunidade ou custo de capital,
refere-se ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto, de forma a manter inalterado
o valor de mercado do investimento. O valor presente líquido é obtido subtraindo-se o
investimento inicial do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao
custo de capital da empresa, (Gitman, 1997; Matarazzo, 1997; Woiler, 1996).
Utilizando-se o VPL, tanto as entradas como as saídas de caixa são trazidas para valores
monetários atuais. Por estar sendo utilizado para prover uma ferramenta de tomada de decisão
o VPL deve ser interpretado de forma “aceitar – rejeitar”, sendo o seguinte critério: se o VPL
for menor que zero o investidor deve rejeitar o projeto. Se o VPL for maior que zero, o
projeto obterá um retorno maior do que seu custo de capital. Com isso, estaria aumentando o
valor de mercado o investimento e, conseqüentemente, a riqueza de seus investidores,
(Gitman, 1997).
3.3.3 Tempo de Retorno do Investimento – Payback:
O período de payback é o período de tempo exato necessário para recuperar seu
investimento inicial em um projeto, a partir das entradas de caixa. No caso de uma anuidade,
o período de payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial pela entrada de
caixa anual, porém este não é o caso deste estudo que se utilizou de uma série mista, onde as
entradas de caixa anuais devem ser acumuladas até que o investimento inicial seja
recuperado, (Gitman, 1997; Woiler, 1996).
Gitman (1996) sugere que quando o payback é usado em decisões de aceitar-rejeitar, o
critério de decisão é o seguinte: se o período de payback for menor que o período de payback
máximo aceitável, aceita-se o projeto; se o período de payback for maior que o período de
payback máximo aceitável, rejeita-se o projeto.
3.3.4 Taxa Interna de Retorno – TIR:
A taxa interna de retorno é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente
das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto. É uma taxa que faz com
que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já que o valor presente das
entradas de caixa é igual ao investimento inicial).
A determinação da taxa interna de retorno, geralmente, envolve encontrar a raiz de uma
equação de grau superior a dois. Por esse motivo é que a determinação da taxa interna de
retorno geralmente é praticada em calculadoras financeiras obedecendo a uma fórmula pré-
estabelecida. Porém, a TIR também pode ser calculada por tantativa-e-erro, e varia se o
projeto apresentar uma anuidade ou uma série mista de entradas de caixa – que é o caso deste
estudo. A aplicação deste cálculo é demonstrada a seguir de acordo com a metodologia
proposta por Gitman (1997).
Como calcular a TIR para uma série mista:
1) Calcula-se a entrada de caixa média anual.
2) Divide-se o investimento inicial pela entrada de caixa média anual, para obter
um “período de payback médio” (ou o fator de valor presente para uma
anuidade, FJVPA4). O payback médio é necessário, a fim de estimar a TIR para
uma entrada de caixa anual média.
3) Usa-se a tabela FJVPA e o período de payback médio da forma descrita no passo
anterior para obter a TIR de uma anuidade. O resultado será uma aproximação
muito grosseira da TIR, tomando-se como base a suposição de que a série mista
é uma anuidade.
4) Ajusta-se subjetivamente a TIR no passo anterior, comparando o padrão de
entradas de caixa médias anuais (calculadas no passo 1) com a série mista de
entradas de caixa reais. Se as entradas de caixa reais nos primeiros anos forem
maiores do que as entradas de caixa médias, ajuste a TIR para cima. Se as
entradas de caixa reais nos primeiros anos forem menores do que as entradas de
caixa média, ajusta a TIR para baixo. O valor do ajuste, para cima ou para baixo,
situa-se, em geral, num intervalo de um a três pontos percentuais, dependendo de
quanto à série mista de entradas de caixa efetivas difere das entradas de caixa
médias anuais. Para pequenas diferenças, um ajuste de um ponto percentual pode
ser o ideal, enquanto que para grandes diferenças, ajustes de três pontos
4 Fatores de Juros do Valor Presente para uma Anuidade de $1 Descontada a K% para n Períodos: FJVPAk,n = ∑
nt=1 = 1/(1+k)1
percentuais são mais apropriados. Se as entradas de caixa médias estiverem
relativamente próximas do padrão real, não necessita ajustar a TIR.
5) Usando a TIR do passo 4, calcula-se o VPL do projeto com série mista.
6) Se o VPL resultante for maior que zero, eleve subjetivamente a taxa de
desconto; se o VPL resultante for menor que zero, abaixe subjetivamente a taxa
de desconto. Quanto mais o VPL resultante desviar-se de zero, maior deverá ser
o ajuste.
7) Calcule o VPL, usando a nota taxa de desconto. Repita o passo 6. Quando for
encontrado duas taxas de desconto consecutivas que resultem em um VPL
positivo e outro negativo, respectivamente, pare. Dentre essas taxas, a que
resultar em um VPL mais próximo de zero será a TIR com aproximação de 1%.
A avaliação da TIR é quanto maior, mais desejável é o investimento. Evidencia-se
que dentro das hipóteses adotadas, a menor taxa interna de retorno possível para um
investimento é o custo de capital que ele gera, ou seja, a taxa de desconto. Assim, só se
investiria em projetos que apresentassem taxa interna de retorno superior à taxa mínima que é
o custo de capital.
3.3.5 Análise de Sensibilidade:
A análise de sensibilidade é uma abordagem comportamental para avaliar o risco, a qual
usa inúmeras estimativas de retorno possíveis para se obter uma percepção da variabilidade
entre os resultantes. O método mais utilizado envolve a estimativa dos retornos pessimistas
(piores), dos mais prováveis (esperados) e dos otimistas (os melhores) relativos a uma dado
ativo. Nesse caso, o risco do ativo pode ser medido por uma faixa, a qual é encontrada
subtraindo-se os resultados pessimistas dos otimistas. Quanto maior for a faixa para um dado
ativo, maior é a variabilidade, ou o risco, que ele apresenta.
IV - ANÁLISE
4.1. Caracterização da área de estudo.
A área adotada para estudo são 100 ha, sendo que esta área é apenas para fins de
projeções dos indicadores aqui analisados, não sendo, portanto, um estudo de caso aplicado
em uma propriedade real. Os dois modelos de consórcios agroflorestais abaixo descritos
foram distribuídos da seguinte forma: 50 hectares para o consórcio Cacau x Café x Teca e o
mesmo espaço para o consórcio Cacau x Pupunha x Freijó, em virtude de o trabalho
considerar o uso de uma propriedade rural típica dos assentamentos rurais do estado de
Rondônia – 100ha.
Os coeficientes técnicos aqui descritos, tais como espaçamento adotado para cada
cultura, o rendimento previsto para as mesmas assim como os custos de implantação e custeio
são baseados em dados oficiais fornecidos por instituições locais como a Comissão Executiva
do Plano para Lavoura Cacaueira – CEPLAC, Associação de Assistência Técnica e Extensão
Rural – EMATER/RO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, assim
como contato pessoal a empresas especializadas em serviços de reflorestamento e técnicos
desta área.
4.2 Descrição dos Sistemas Agroflorestais estudados:
De acordo com a distribuição dos componentes no tempo os modelos de SAF’s
utilizados por este estudo são caracterizados como simultâneos permanentes de distribuição
espacial regular. Podem também ser caracterizados como sistemas silvi-agrícola pela
combinação de árvores ou arbustos com espécies agrícolas. A CEPLAC os classifica como
sistemas mistos permanentes em renques.
4.2.1 Consorciação Zonal de Cacau e Café:
De acordo com Almeida e Muller et alli (2002) neste sistema procura-se atrelar as
duas principais culturas perenes do Estado como estratégia agro-econômica para garantir a
integridade de ambas nos momentos de mercado desfavorável. Constitui-se de três zonas de
plantios, das quais duas com cacaueiros – Theobroma cacao, intercalados com uma de
cafeeiros – Coffea canephora. Nas zonas de plantios de cacaueiros são estabelecidas dez
fileiras de 3,0 x 2,0m, enquanto na zona de plantio dos cafeeiros são implantadas onze fileiras,
no espaçamento de 3,0 x 1,0 m. Entre tais zonas de plantio é estabelecida uma fileira simples
da espécie arbórea Tectoma grandis – Teca, como componente fornecedor de sombra lateral,
no espaçamento 2,5 entre plantas e 3,0 m entre faixas consortes. As fileiras simples de Teca se
distanciam uma da outra em 33 m, quando em intercultivo com cacaueiros, ou em 36,0 m.
quando em intercultivo com cafeeiros. O sombreamento provisório dos cacaueiros é
proporcionado pelas bananeiras – Musa sp, plantadas no espaçamento de 3,0 x 4,0 m.
O componente arbóreo Teca é uma espécie do sudeste asiático que se destaca pela
facilidade de cultivo, rusticidade, tronco retilíneo, rapidez de crescimento na região e
resistência ao fogo, pragas e doenças, cuja madeira tem elevado valor de mercado em razão de
suas excepcionais propriedades. É utilizada na produção de móveis finos, esquadrias de
qualidade, decoração de ambientes e construção naval, dentre outros usos. Nas condições
edafoclimáticas de Ouro Preto D’Oeste, aos três anos do plantio, pode atingir altura superior a
8,0 m e DAP em torno de 11,6 cm e aos cinco anos valores superiores aos 12,5 m e a 17,0 cm
para as mesmas variáveis. Estima-se que atinja porte comercial de corte aos 22 anos do
plantio, quando deverá apresentar DAP médio superior à 40 cm e altura de fuste acima de 15
m, ocasião essa de renovação das espécies consortes, (MACEDO apud ALMEIDA E
MULLER et alli, 2002).
A densidade populacional deste sistema é de 975 cacaueiros/ha, 1.062 cafeeiros/ha e
117 plantas de teca/ha.
4.2.2 Consorciação de Cacau e Pupunha em Renques:
O consorcio constitui-se em zonas de plantios de dez fileiras de cacaueiros, no
espaçamento de 3,0 x 2,5 m, alternadas com três fileiras de pupunheiras – Bractis gasipaes,
no espaçamento de 2,0 x 1,5 m, no sentido norte-sul. Entre as espécies consortes matem-se a
distância de 2,0 m. As fileiras triplas de pupunheiras se distanciam uma da outra em 31,0 m.
O adensamento das pupunheiras tem por objetivo principal a exploração de palmito,
recomendando-se a utilização de variedades sem espinhos para facilitar o manejo cultural.
Adicionalmente, esse adensamento fornece também proteção aos cacaueiros contra ventos. O
sombreamento provisório dos cacaueiros é fornecido por bananeiras plantadas na mesma
distância e nas mesmas fileiras dos cacaueiros, (ALMEIDA et alli, op. cit).
Se o intercultivo for bem manejado, o primeiro corte das pupunheiras deverá ocorrer
aos 24 meses de campo e, os demais, de seis em seis meses.
O sombreamento definitivo dos cacaueiros é proporcionado pela essência florestal
Cordia alliodora - Freijó-louro, como sombra de topo, estabelecido na zona de cultivo dos
cacaueiros, entre quatro plantas no espaçamento de 12,0 x 10,0 m, mantendo-se a distância de
3,5 m da primeira fileira de pupunheiras. O freijó-louro apresenta copa pouco densa e rápido
crescimento inicial. Sua madeira é utilizada para diversos fins, apresentando bom preço nos
mercados interno e externo.
A densidade populacional deste sistema é de 1.145 cacaueiros/ha, 586 pupunheiras/ha
e 88 plantas de freijó-louro/ha.
Dados obtidos pela Estação Experimental da Ceplac em Ouro Preto O’Este - ESTEX-
OP, em SAF’s instalados em solos em início de degradação, evidenciam para o freijó-louro e
a pupunheira, respectivamente, taxas médias de crescimento em altura de 188 mm/mês e 101
mm/mês, e de circunferência do tronco de 9 mm/mês de 12 mm/mês, nos quatro anos iniciais
do plantio, (SENA-GOMES apud ALMEIDA et alli, 2002).
4.3 Produtividade estimada das espécies consortes:
Os níveis de produtividade abaixo descritos baseiam-se em informações obtidas em
nível experimental nas bases físicas da CEPLAC em diferentes regiões da Amazônia,
juntamente com observações de campo em áreas de produtores rurais no interior de Rondônia e em outros
Estados.
Quadro 4.1 - Produtividade Estimada das Espécies Consortes: Consórcio Cacau x Café Idade pós- Cacau Café Banana Teca Valor plantio kg cacau Kg café/ cachos/ m3/ha Total em (anos) Seco/ha ha ha 50 ha ____ _________ (01)__ (02)______(03)______(04)_____ 01 02 03 04__ 01 --------- --------- 780 -------- ---- --- 39.000 ------- 02 --------- --------- 1.500 -------- ---- --- 58.500 ------- 03 180 250 2.300 -------- 9.000 12.500 115.000 ------- 04 360 376 ------- -------- 18.000 18.800 --------- ------- 05 720 500 ------- -------- 36.000 25.000 --------- ------- 06 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 07 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 08 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 09 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 10 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 11 1.050 500 ------- -------- 52.500 25.000 --------- ------- 12 1.050 ----- ------ -------- 52.500 ------ --------- ------- 13 1.050 ----- ------- -------- 52.500 ------ --------- ------- 14 1.050 250 ------- -------- 52.500 12.500 --------- ------- 15 1.050 376 ------- ........... 52.500 18.500 --------- ------- 16 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 17 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 18 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 19 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 20 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 21 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 22 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 23 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 24 1.050 500 ------- ........... 52.500 25.000 --------- ------- 25 1.050 500 ------- 167 52.500 25.000 --------- 8.350 _____________________________________________________________________________________ Observa-se que a produtividade do componente café no décimo segundo e décimo terceiro ano é nula,
tal evento deve-se a recepa da cultura que ocorre no décimo segundo ano e conseqüente inatividade no décimo
terceiro ano, no décimo quarto ano a produção é igual ao primeiro, no décimo quinto ano a produção é igual ao
segundo e no décimo sexto ano produção igual ao terceiro - quando se estabiliza novamente.
O componente florestal Teca tem sua produção considerada no corte final em virtude de não haver
necessidade de desbastes, desnecessários em conseqüência do espaçamento adotado. Admite-se uma taxa de
mortalidade de 5%. A produção da Teca é considerada em tora com casca.
Quadro 4.2 – Produtividade Estimada das Espécies Consortes: ____________________________________________________________________________________ Consórcio Cacau x pupunha em renques Idade pós- Cacau Pupunha Banana Freijó- Valor plantio kg cacau N.º cabe- cachos/ Louro Total em (anos) Seco/ha ças/ha ha m3 50 ha ______________(01)_____ (02)______(03)______(04)_____ 01 2 03 04__ 01 --------- --------- 780 ------- -------- ----- 39.000 ------- 02 --------- 600 1.500 -------- -------- 30.000 45.000 ------- 03 210 840 2.300 -------- 10.500 42.000 115.000 ------- 04 420 1.260 -------- -------- 21.000 63.000 -------- ------- 05 840 1.260 -------- -------- 42.000 63.000 -------- ------- 06 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 07 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 08 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 09 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 10 1.240 1.260 -------- 5,78 62.000 63.000 -------- ------- 11 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 12 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 13 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 14 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 15 1.240 1.260 -------- 13,854 62.000 63.000 -------- ------- 16 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 17 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 18 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 19 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 20 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 21 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 22 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 23 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 24 1.240 1.260 -------- -------- 62.000 63.000 -------- ------- 25 1.240 1.260 -------- 37,47 62.000 63.000 -------- 692,72 _____________________________________________________________________________________
O componente florestal deste consórcio – Freijó - tem sua produção considerada em três fases, primeiro
desbaste comercial que ocorre no décimo ano, segundo desbaste comercial no décimo quinto ano e o corte final
no vigésimo quinto ano. A produção do freijó é considerada em tora com casca.
4.5 Investimentos Iniciais:
Para apresentar os resultados constantes das seções seguintes foram considerados os investimentos
iniciais demonstrados nos quadros 4.3 e 4.4. Considerou-se como investimento inicial os valores para
construção de edificações para secagem da produção de cacau e de café, assim como os valores projetados para
implantação dos dois consórcios nos anos em que os mesmos ainda não apresentam produção. Este estudo não
projetou a aquisição de terra (100 hectares), considerando que o futuro investidor já a possua.
Ressalta-se que a não observância do valor de aquisição da terra influencia diretamente no
cálculo dos indicadores mostrados a seguir, por exemplo, haveria alteração no resultado da
TIR e do VPL encontrados. Também não foram consideradas construções para edificações
como sedes administrativas e cercas.
Quadro 4.3 - Investimentos iniciais para o consórcio Cacau Café e Teca:
Custo CustoUnit. Total
EDIFICAÇÕES:Construção de uma terreirão para secagem da produção de cacau (30x12) 23,00 8.280,00 Total geral do cacau e teca 1.756,34 87.817,00 Total Geral do Café 2.172,05 108.602,50 Total Geral do Consórcio CCBT 3.928,39 204.699,50
INVERSÕES
Quadro 4.4 – Investimentos iniciais para o consórcio Cacau Pupunha e Freijó:
Custo CustoUnit. Total
EDIFICAÇÕES:Construção de terreirão para secagem da produ çãode cacau (30x30) 23,00 20.700,00 Total Geral da pupunha 1.439,53 71.976,50 Total Geral do Cacau Freijo e Banana 2.344,95 117.247,50 Total Geral do Consórcio CPBF 3.807,48 209.924,00
INVERSÕES
4.5 – Demonstrações de Resultados e Indicadores Econômicos
A seguir serão demonstrados através de quadros e planilhas, os resultados projetados
de demonstrativos de resultado e indicadores econômicos, indexadores dos recursos gerados
pelos consórcios Cacau Café e Teca e Cacau Pupunha e Freijó.
Planilha 4.1 - Custos totais:
CONSORCIO CACAU X CAFE EM RENQUESIdade pós Café Cacau, Teca Custo
plantio (anos) Banana Total
01 584,34 1.172,00 87.817,00 2 484,65 1.687,40 108.602,50 3 534,65 1.911,20 122.292,50 4 554,65 1.906,20 123.042,50 5 564,65 1.916,20 124.042,50 6 564,65 1.996,20 128.042,50 7 564,65 1.996,20 128.042,50 8 564,65 1.996,20 128.042,50 9 564,65 1.956,20 126.042,50
10 564,65 1.956,20 126.042,50 11 564,65 1.956,20 126.042,50 12 1.060,40 1.956,20 150.830,00 13 494,65 1.916,20 120.542,50 14 514,65 1.916,20 121.542,50 15 544,65 1.916,20 123.042,50 16 554,65 1.916,20 123.542,50 17 564,65 1.916,20 124.042,50 18 564,65 1.916,20 124.042,50 19 564,65 1.916,20 124.042,50 20 564,65 1.916,20 124.042,50 21 564,65 1.916,20 124.042,50 22 564,65 1.916,20 124.042,50 23 564,65 1.916,20 124.042,50 24 564,65 1.916,20 124.042,50 25 564,65 9.919,72 524.218,50
CUSTO TOTAL 14.361,69 55.320,52 3.484.110,50
CONSORCIO CACAU X PUPUNHA Idade pós Pupunha Cacau, Freijo Custo Fixo
plantio (anos) Banana Total
01 1.236,72 1.501,35 136.903,25 2 202,82 843,60 52.320,75 3 212,54 1.007,10 60.981,75 4 212,54 1.067,10 63.981,75 5 212,54 1.077,10 64.481,75 6 212,54 1.157,10 68.481,75 7 212,54 1.157,10 68.481,75 8 212,54 1.157,10 68.481,75 9 212,54 1.157,10 68.481,75 10 212,54 1.185,87 69.920,23 11 212,54 1.157,10 68.481,75 12 212,54 1.157,10 68.481,75 13 212,54 1.157,10 68.481,75 14 212,54 1.157,10 68.481,75 15 212,54 1.763,62 98.807,55 16 212,54 1.157,10 68.481,75 17 212,54 1.157,10 68.481,75 18 212,54 1.157,10 68.481,75 19 212,54 1.157,10 68.481,75 20 212,54 1.157,10 68.481,75 21 212,54 1.157,10 68.481,75 22 212,54 1.157,10 68.481,75 23 212,54 1.157,10 68.481,75 24 212,54 1.157,10 68.481,75 25 212,54 2.895,66 155.409,75
C. TOTAL 6.327,84 31.012,10 1.866.996,53
Os custos anuais e totais dos consórcios estão detalhados no anexo 1 e 2 e incluem os custos de implantação e manutenção.
Planilha 4.2 - Projeção do volume de Receita do Consórcio Cacau Café e Teca
CONSORCIO CACAU X CAFÉ EM RENQUESIdade pós Cacau Seco Café Banana Teca Totais em 50 há x preço pra ticado RECEITA
plantio (anos) (Kg/ha) (Kg/ha) (kg/ha) (M³/ha) TOTAL( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 )
0 - - - - - - - - -1 Manejo Manejo 7800 195.000,00 195.000,00 2 Manejo Manejo 15.000 375.000,00 - 375.000,00 3 180 250 23.000 27.720,00 20.875,00 575.000,00 - 623.595,00 4 360 376 55.440,00 31.396,00 - - 86.836,00 5 720 500 110.880,00 41.750,00 - - 152.630,00 6 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 7 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 8 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 9 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00
10 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 11 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 12 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 13 1050 161.700,00 - - - 161.700,00 14 1050 161.700,00 - - - 161.700,00 15 1050 250 161.700,00 20.875,00 - - 182.575,00 16 1050 376 161.700,00 31.396,00 - - 193.096,00 17 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 18 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 19 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 20 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 21 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 22 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 23 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 24 1050 500 161.700,00 41.750,00 - - 203.450,00 25 1050 500 166,74 161.700,00 41.750,00 - 11.963.595,00 12.167.045,00
3.428.040,00 814.292,00 1.145.000,00 11.963.595,00 17.350.927,00
Planilha 4.3 - Projeção do volume de Receita do Consórcio Cacau Pupunha Freijó
CONSORCIO CACAU X PUPUNHAIdade pós Cacau Seco Pupunha Banana Freijo Totais em 100 há x preço praticado RECEITA
plantio (anos) (Kg/ha) (Cabeça/ha) (Cacho/ha) (M³/ha) TOTAL( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 ) ( 1 ) ( 2 ) ( 3 ) ( 4 )
01 7800 195.000,00 195.000,00 2 Manejo Manejo 15000 375.000,00 - 375.000,00 3 210 600 23000 32.340,00 26.700,00 575.000,00 - 634.040,00 4 420 840 64.680,00 37.380,00 - - 102.060,00 5 840 1260 129.360,00 56.070,00 - - 185.430,00 6 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 7 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 8 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 9 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00
10 1240 1260 5,78 190.960,00 56.070,00 - 86.700,00 333.730,00 11 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 12 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 13 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 14 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 15 1240 1260 13,8544 190.960,00 56.070,00 - 207.816,00 454.846,00 16 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 17 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 18 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 19 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 20 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 21 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 22 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 23 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 24 1240 1260 190.960,00 56.070,00 - - 247.030,00 25 1240 1260 37,47 190.960,00 56.070,00 - 562.050,00 809.080,00
4.045.580,00 1.241.550,00 950.000,00 856.566,00 7.288.696,00
A projeção do volume de produção das culturas no consórcio Cacau/Café/Teca foi
realizada considerando uma densidade de 975 plantas de cacau por hectare. O volume de
produção estimado é de 180 kg de cacau seco no primeiro ano de produção, 360 kg/ha no
segundo ano, 720 kg/ha no terceiro ano e 1.050 kg/ha do quarto ao último ano de produção. O
preço considerado para este componente do consórcio é de R$ 3,08/kg – de acordo com
pesquisa semanal de preços da EMATER, publicada de 22 a 26 de setembro de 2003. Os
preços para os demais componentes dos consórcios também consideram os valores constantes
desta pesquisa – que se encontra em anexo.
A cultura do café é estabelecida de acordo com a densidade de 1.062 plantas por
hectare e o volume de produção estimado é de 250 kg/ha no primeiro ano produtivo, 376
kg/ha no segundo ano e 500 kg/ha do terceiro ao décimo segundo ano, quando as plantas são
recepadas e têm o ciclo produtivo reiniciado e mantido até o vigésimo quinto ano. O preço
considerado para o quilograma do café é de R$ 1,67.
A projeção de produção para o componente banana é feita de acordo com a densidade
de 975 plantas por hectare. A projeção é de 7800 kg/ha no primeiro ano de produção, 15.000
kg/ha no segundo ano e 23.000 kg/ha no terceiro ano – quando a cultura é eliminada do
consórcio. O objetivo primeiro desta cultura é oferecer sombreamento provisório para o
componente cacau, desta forma a produção é considerada apenas até o terceiro ano do
consórcio.
O componente florestal Teca tem densidade de 117 plantas por hectare e um ciclo
produtivo de 25 anos. Considerando o espaçamento utilizado pelo consórcio para este
componente verificou-se a não necessidade de se projetar desbastes, conseqüentemente, sua
produção é considerada toda ao final do ciclo de 25 anos, quando se projeta um volume de 1,5
m3 por árvore. Aplicou-se um percentual de 5% de mortalidade. O preço aplicado na projeção
foi de US$ 500,00 por m3 da madeira em tora, com casca. A cotação aplicada para conversão
dos valores foi de R$ 2,87 para US$ 1,00 – cotação de 06/10/2003.
Para o consórcio Cacau/Pupunha/Freijó a densidade aplicada para o componente
Cacau foi de 1.145 plantas por hectare, sendo que o volume de produção projetado foi de 210
kg/ha de cacau seco no primeiro ano de produção, 420 kg/ha no segundo ano, 840 kg/ha no
terceiro e 1.240 kg/ha do quarto ano de produção até o final do ciclo de 25 anos.
O componente pupunha teve sua produção estimada de acordo com a densidade de
586 plantas por hectare, o que permitiu uma projeção de produção de 600 cabeças de palmito
por hectare no primeiro ano de produção, 840 cabeças/ha no segundo ano e 1.240 cabeças/ha
do terceiro ano de produção até o final do ciclo de 25 anos. O preço aplicado na projeção foi
de R$ 0,89 por cabeça de palmito.
O componente banana deste consórcio apresenta densidade de 975 plantas por hectare.
A projeção é de 7800 kg/ha no primeiro ano de produção, 15.000 kg/ha no segundo ano e
23.000 kg/ha no terceiro ano – quando a cultura é eliminada do consórcio.
A essência florestal deste consórcio (freijó-louro) tem uma densidade estimada de 88
plantas por hectare e apresenta um clico produtivo de 25 anos, sendo que nesse período foram
considerados dois desbastes comerciais, o primeiro no décimo ano e o segundo no décimo
quinto ano, o corte final ocorre no vigésimo quinto ano. Considerou-se uma taxa de
mortalidade de 10%. No primeiro desbaste comercial considerou-se o aproveitamento de 30%
das árvores e no segundo 50%. O corte final dos 50% restantes é projetado para 25 anos. O
valor utilizado para encontrar a receita do freijó-louro foi de R$ 300,00/m3.
As planilhas 4.2. e 4.3 permitem verificar não somente as entradas e saídas anuais de
recursos para cada um dos consórcios, mas também permitem observar quando as culturas
oferecem produção para geração de receitas.
Planilha 4.4 – Taxa Interna de Retorno – TIR – Consórcio Cacau Café e Teca:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/ TX. ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL TMA. ANUAL
90% 90% 91% 91%
0 -204.699,50 1,000000 -204.699,50 1,000000 -204.699,50
1 195.000,00 195.000,00 87.817,00 107.183,00 0,526316 56.412,11 0,523560 56.116,75
2 375.000,00 375.000,00 108.602,50 266.397,50 0,277008 73.794,32 0,274115 73.023,63
3 623.595,00 623.595,00 122.292,50 501.302,50 0,145794 73.086,82 0,143516 71.944,86
4 86.836,00 86.836,00 123.042,50 (36.206,50) 0,076734 (2.778,26) 0,075139 (2.720,53)
5 152.630,00 152.630,00 124.042,50 28.587,50 0,040386 1.154,54 0,039340 1.124,63
6 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,021256 1.602,85 0,020597 1.553,15
7 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,011187 843,61 0,010784 813,17
8 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,005888 444,00 0,005646 425,74
9 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,003099 239,88 0,002956 228,81
10 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,001631 126,25 0,001548 119,80
11 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,000858 66,45 0,000810 62,72
12 203.450,00 203.450,00 150.830,00 52.620,00 0,000452 23,77 0,000424 22,32
13 161.700,00 161.700,00 120.542,50 41.157,50 0,000238 9,79 0,000222 9,14
14 161.700,00 161.700,00 121.542,50 40.157,50 0,000125 5,03 0,000116 4,67
15 182.575,00 182.575,00 123.042,50 59.532,50 0,000066 3,92 0,000061 3,62
16 193.096,00 193.096,00 123.542,50 69.553,50 0,000035 2,41 0,000032 2,22
17 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000018 1,45 0,000017 1,33
18 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000010 0,76 0,000009 0,69
19 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000005 0,40 0,000005 0,36
20 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000003 0,21 0,000002 0,19
21 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000001 0,11 0,000001 0,10
22 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000001 0,06 0,000001 0,05
23 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000000 0,03 0,000000 0,03
24 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,000000 0,02 0,000000 0,01
25 12.167.045,00 12.167.045,00 524.218,50 11.642.826,50 0,000000 1,25 0,000000 1,10
17.350.927,00 17.350.927,00 3.484.110,50 13.866.816,50 342,29 -1.960,92
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta considerável viabilidade, cocnsiderando-se o atual
342,29R$ cenário economico, com uma Taxa SELIC projetada em torno de 18%a.a. , quando
o empreendimento projeta uma Taxa Interna de Retorno de 90,15% o que
(1.960,92)R$ garante a rentabilidade da operação.
90,15
TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR - CONSÓRCIO CACAU X C AFÉ X TECA
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
Através da planilha 4.4, determinou-se a Taxa Interna de Retorno de 90,15% para o
consorcio Cacau Café e Teca, considerando as variáveis: Receita Total, Lucro Operacional,
Taxa de Mínima Atratividade, Investimento Inicial e tempo de longevidade do projeto. O
índice percentual da TIR determina a vantagem da exploração da atividade, quando observado
a margem oferecida em relação à taxa de comparação, neste caso, sugerido o indicador do
Banco Central, taxa SELIC.
A tabela 4.5 referente à análise da TIR do consórcio Cacau Pupunha e Freijó
determinou uma TIR de 93,40%, também relacionando as variáveis: : Receita Total, Lucro
Operacional, Taxa de Mínima Atratividade, Investimento Inicial e tempo de longevidade do
projeto, determina ligeira vantagem em relação ao consórcio Cacau Café e Teca,
demonstrando também significativa viabilidade de sua exploração, quando relacionado ao
mesmo indicador do Banco Central.
Planilha 4.5 – Taxa Interna de Retorno – TIR – Consórcio Cacau Pupunha e Freijó:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL P/TX ANUAL
93% 93% 94% 94%
0 -209.924,00 1,000000 -209.924,00 1,000000 -209.924,00
1 195.000,00 195.000,00 136.903,25 58.096,75 0,518135 30.101,94 0,515464 29.946,78
2 375.000,00 375.000,00 52.320,75 322.679,25 0,268464 86.627,63 0,265703 85.736,86
3 634.040,00 634.040,00 60.981,75 573.058,25 0,139100 79.712,58 0,136960 78.486,25
4 102.060,00 102.060,00 63.981,75 38.078,25 0,072073 2.744,40 0,070598 2.688,25
5 185.430,00 185.430,00 64.481,75 120.948,25 0,037343 4.516,61 0,036391 4.401,40
6 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,019349 3.454,71 0,018758 3.349,23
7 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,010025 1.790,01 0,009669 1.726,41
8 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,005194 927,46 0,004984 889,90
9 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,002691 480,55 0,002569 458,71
10 333.730,00 333.730,00 69.920,23 263.809,78 0,001395 367,89 0,001324 349,36
11 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000723 129,01 0,000683 121,88
12 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000374 66,84 0,000352 62,83
13 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000194 34,63 0,000181 32,38
14 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000101 17,95 0,000093 16,69
15 454.846,00 454.846,00 98.807,55 356.038,45 0,000052 18,54 0,000048 17,16
16 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000027 4,82 0,000025 4,44
17 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000014 2,50 0,000013 2,29
18 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000007 1,29 0,000007 1,18
19 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000004 0,67 0,000003 0,61
20 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000002 0,35 0,000002 0,31
21 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000001 0,18 0,000001 0,16
22 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000001 0,09 0,000000 0,08
23 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000000 0,05 0,000000 0,04
24 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,000000 0,03 0,000000 0,02
25 809.080,00 809.080,00 155.409,75 653.670,25 0,000000 0,05 0,000000 0,04
7.288.696,00 7.288.696,00 1.866.996,53 5.421.699,48 1.076,78 -1.630,73
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta considerável viabilidade, comparado ao atual
1.076,78R$ cenário economico, com a taxa SELIC projetada em torno de18%a.a. , quando
o empreendimento projeta uma Taxa Interna de Retorno de 93,40% o que
(1.630,73)R$ garante a rentabilidade da operação.
93,40
TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR - CONSÓRCIO CACAU PUP UNHA E FREIJÓ
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
Planilha 4.6 Análise de Sensibilidade com redução de 10% no faturamento do consorcio Cacau Café e Teca
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX.ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL TMA. ANUAL
75% 75% 76% 76%
0 -204.699,50 1,000000 -204.699,50 1,000000 -204.699,50
1 175.500,00 175.500,00 87.817,00 87.683,00 0,571429 50.104,57 0,568182 49.819,89
2 337.500,00 337.500,00 108.602,50 228.897,50 0,326531 74.742,04 0,322831 73.895,11
3 561.235,50 561.235,50 122.292,50 438.943,00 0,186589 81.901,90 0,183426 80.513,76
4 78.152,40 78.152,40 123.042,50 (44.890,10) 0,106622 (4.786,28) 0,104220 (4.678,43)
5 137.367,00 137.367,00 124.042,50 13.324,50 0,060927 811,82 0,059216 789,02
6 183.105,00 183.105,00 128.042,50 55.062,50 0,034815 1.917,02 0,033645 1.852,59
7 183.105,00 183.105,00 128.042,50 55.062,50 0,019895 1.095,44 0,019117 1.052,61
8 183.105,00 183.105,00 128.042,50 55.062,50 0,011368 625,97 0,010862 598,07
9 183.105,00 183.105,00 126.042,50 57.062,50 0,006496 370,69 0,006171 352,16
10 183.105,00 183.105,00 126.042,50 57.062,50 0,003712 211,82 0,003506 200,09
11 183.105,00 183.105,00 126.042,50 57.062,50 0,002121 121,04 0,001992 113,69
12 183.105,00 183.105,00 150.830,00 32.275,00 0,001212 39,12 0,001132 36,54
13 145.530,00 145.530,00 120.542,50 24.987,50 0,000693 17,31 0,000643 16,07
14 145.530,00 145.530,00 121.542,50 23.987,50 0,000396 9,49 0,000365 8,77
15 164.317,50 164.317,50 123.042,50 41.275,00 0,000226 9,34 0,000208 8,57
16 173.786,40 173.786,40 123.542,50 50.243,90 0,000129 6,49 0,000118 5,93
17 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000074 4,36 0,000067 3,96
18 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000042 2,49 0,000038 2,25
19 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000024 1,42 0,000022 1,28
20 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000014 0,81 0,000012 0,73
21 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000008 0,47 0,000007 0,41
22 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000004 0,27 0,000004 0,23
23 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000003 0,15 0,000002 0,13
24 183.105,00 183.105,00 124.042,50 59.062,50 0,000001 0,09 0,000001 0,08
25 10.950.340,50 10.950.340,50 524.218,50 10.426.122,00 0,000001 8,75 0,000001 7,59
15.615.834,30 15.615.834,30 3.484.110,50 12.131.723,80 2.517,10 -98,41
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta significativa viabilidade, mesmo reduzindo o faturamento em 10%
2.517,10R$ considerando uma Taxa SELIC projetada em toprno de 18%a.a. , quando o empreendimento
projeta uma Taxa Interna de Retorno de 75,96% o que garante a rentabilidade da operação
(98,41)R$
75,96
Análise de Sensibilidade com redução de 10% no fatu ramento do consorcio Cacau Café e Teca
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
Planilha 4.7 - Análise de Sensibilidade com redução de 20% no faturamento do consorcio de Cacau Café e Teca
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL TMA. ANUAL
60% 60% 61% 61%
0 -204.699,50 1,000000 -204.699,50 1,000000 -204.699,50
1 156.000,00 156.000,00 87.817,00 68.183,00 0,625000 42.614,38 0,621118 42.349,69
2 300.000,00 300.000,00 108.602,50 191.397,50 0,390625 74.764,65 0,385788 73.838,78
3 498.876,00 498.876,00 122.292,50 376.583,50 0,244141 91.939,33 0,239620 90.236,79
4 69.468,80 69.468,80 123.042,50 (53.573,70) 0,152588 (8.174,70) 0,148832 (7.973,48)
5 122.104,00 122.104,00 124.042,50 (1.938,50) 0,095367 (184,87) 0,092442 (179,20)
6 162.760,00 162.760,00 128.042,50 34.717,50 0,059605 2.069,32 0,057418 1.993,39
7 162.760,00 162.760,00 128.042,50 34.717,50 0,037253 1.293,33 0,035663 1.238,13
8 162.760,00 162.760,00 128.042,50 34.717,50 0,023283 808,33 0,022151 769,03
9 162.760,00 162.760,00 126.042,50 36.717,50 0,014552 534,31 0,013758 505,17
10 162.760,00 162.760,00 126.042,50 36.717,50 0,009095 333,94 0,008546 313,77
11 162.760,00 162.760,00 126.042,50 36.717,50 0,005684 208,71 0,005308 194,89
12 162.760,00 162.760,00 150.830,00 11.930,00 0,003553 42,38 0,003297 39,33
13 129.360,00 129.360,00 120.542,50 8.817,50 0,002220 19,58 0,002048 18,06
14 129.360,00 129.360,00 121.542,50 7.817,50 0,001388 10,85 0,001272 9,94
15 146.060,00 146.060,00 123.042,50 23.017,50 0,000867 19,96 0,000790 18,18
16 154.476,80 154.476,80 123.542,50 30.934,30 0,000542 16,77 0,000491 15,18
17 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000339 13,12 0,000305 11,80
18 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000212 8,20 0,000189 7,33
19 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000132 5,12 0,000118 4,55
20 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000083 3,20 0,000073 2,83
21 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000052 2,00 0,000045 1,76
22 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000032 1,25 0,000028 1,09
23 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000020 0,78 0,000017 0,68
24 162.760,00 162.760,00 124.042,50 38.717,50 0,000013 0,49 0,000011 0,42
25 9.733.636,00 9.733.636,00 524.218,50 9.209.417,50 0,000008 72,65 0,000007 62,17
13.880.741,60 13.880.741,60 3.484.110,50 10.396.631,10 1.723,60 -1.219,22
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta considerável viabilidade, mesmo com redução de 20%
1.723,60R$ do faturamento, com uma Taxa SELIC em torno de18%a.a. , quando o
empreendimento projeta uma Taxa Interna de Retorno de 60,59% o que garante
(1.219,22)R$ rentabilidade da operação.
60,59
Análise de Sensibilidade com redução de 20% no fatu ramento do consorcio de Cacau Café e Teca
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
Planilha 4.8 - Análise de Sensibilidade com redução de 10% no faturamento do consorcio de Cacau Pupunha Freijó:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL TMA. ANUAL
81% 81% 82% 82%
0 -209.924,00 1,000000 -209.924,00 1,000000 -209.924,00
1 175.500,00 175.500,00 136.903,25 38.596,75 0,552486 21.324,17 0,549451 21.207,01
2 337.500,00 337.500,00 52.320,75 285.179,25 0,305241 87.048,40 0,301896 86.094,45
3 570.636,00 570.636,00 60.981,75 509.654,25 0,168641 85.948,82 0,165877 84.539,85
4 91.854,00 91.854,00 63.981,75 27.872,25 0,093172 2.596,91 0,091141 2.540,31
5 166.887,00 166.887,00 64.481,75 102.405,25 0,051476 5.271,44 0,050078 5.128,20
6 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,028440 4.375,35 0,027515 4.233,07
7 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,015713 2.417,32 0,015118 2.325,86
8 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,008681 1.335,54 0,008307 1.277,95
9 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,004796 737,87 0,004564 702,17
10 300.357,00 300.357,00 69.920,23 230.436,78 0,002650 610,61 0,002508 577,88
11 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,001464 225,23 0,001378 211,98
12 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000809 124,43 0,000757 116,47
13 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000447 68,75 0,000416 64,00
14 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000247 37,98 0,000229 35,16
15 409.361,40 409.361,40 98.807,55 310.553,85 0,000136 42,36 0,000126 39,00
16 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000075 11,59 0,000069 10,62
17 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000042 6,41 0,000038 5,83
18 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000023 3,54 0,000021 3,20
19 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000013 1,96 0,000011 1,76
20 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000007 1,08 0,000006 0,97
21 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000004 0,60 0,000003 0,53
22 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000002 0,33 0,000002 0,29
23 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000001 0,18 0,000001 0,16
24 222.327,00 222.327,00 68.481,75 153.845,25 0,000001 0,10 0,000001 0,09
25 728.172,00 728.172,00 155.409,75 572.762,25 0,000000 0,21 0,000000 0,18
6.559.826,40 6.559.826,40 1.866.996,53 4.692.829,88 2.267,17 -807,00
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta considerável viabilidade, mesmo reduzindo o
2.267,17R$ faturamento em 10%, comparado a uma Taxa SELIC de 18%a.a. , quando
o empreendimento projeta uma Taxa Interna de Retorno de 81,74% o que
(807,00)R$ garante a rentabilidade da operação.
81,74 TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
ANALISE DE SENSIBILIDADE CONSIDERANDO REDUÇÃO DE 10 % NO FATURAMENTO - CACAU/PUPUNHA/FREIJÓFLUXO DE CAIXA - AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO TOTAL ( PROJETADO )
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
Planilha 4.9 - Análise de Sensibilidade com redução de 20% no faturamento do consorcio de Cacau Pupunha e Freijó:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL P/TX ANUAL TMA. ANUAL
69% 69% 70% 70%
0 -209.924,00 1,000000 -209.924,00 1,000000 -209.924,00
1 156.000,00 156.000,00 136.903,25 19.096,75 0,591716 11.299,85 0,588235 11.233,38
2 300.000,00 300.000,00 52.320,75 247.679,25 0,350128 86.719,39 0,346021 85.702,16
3 507.232,00 507.232,00 60.981,75 446.250,25 0,207176 92.452,44 0,203542 90.830,50
4 81.648,00 81.648,00 63.981,75 17.666,25 0,122589 2.165,70 0,119730 2.115,19
5 148.344,00 148.344,00 64.481,75 83.862,25 0,072538 6.083,21 0,070430 5.906,39
6 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,042922 5.543,04 0,041429 5.350,26
7 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,025398 3.279,91 0,024370 3.147,21
8 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,015028 1.940,77 0,014335 1.851,30
9 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,008892 1.148,39 0,008433 1.089,00
10 266.984,00 266.984,00 69.920,23 197.063,78 0,005262 1.036,91 0,004960 977,50
11 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,003113 402,08 0,002918 376,82
12 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,001842 237,92 0,001716 221,66
13 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,001090 140,78 0,001010 130,39
14 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000645 83,30 0,000594 76,70
15 363.876,80 363.876,80 98.807,55 265.069,25 0,000382 101,17 0,000349 92,60
16 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000226 29,17 0,000206 26,54
17 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000134 17,26 0,000121 15,61
18 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000079 10,21 0,000071 9,18
19 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000047 6,04 0,000042 5,40
20 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000028 3,58 0,000025 3,18
21 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000016 2,12 0,000014 1,87
22 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000010 1,25 0,000009 1,10
23 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000006 0,74 0,000005 0,65
24 197.624,00 197.624,00 68.481,75 129.142,25 0,000003 0,44 0,000003 0,38
25 647.264,00 647.264,00 155.409,75 491.854,25 0,000002 0,99 0,000002 0,85
5.830.956,80 5.830.956,80 1.866.996,53 3.963.960,28 2.782,64 -758,19
A) TAXA INTERNA DE RETORNO PROJETADA B) COMENTÁRIOS
O investimento apresenta considerável viabilidade, mesmo reduzindo o
2.782,64R$ faturamento em 20%, comparado a uma Taxa SELIC de 18%a.a. , quando
o empreendimento projeta uma Taxa Interna de Retorno de 69,79% o que
(758,19)R$ garante a rentabilidade da operação.
69,79 TAXA INTERNA DE RETORNO - T I R
ANALISE DE SENSIBILIDADE CONSIDERANDO REDUÇÃO DE 20 % NO FATURAMENTO - CACAU/PUPUNHA/FREIJÓIII - FLUXO DE CAIXA - AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO TOTAL ( PROJETADO )
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
VALOR ATUAL LÍQUIDO (VAL) PARA TAXA DE MINIMA ATRATIVIDADE DE:
Planilha 4.10 Valor Presente Líquido – VPL – Consórcio Cacau Café e Teca:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL
18% 18%
0 -204.699,50 1,000000 -204.699,50
1 195.000,00 195.000,00 87.817,00 107.183,00 0,847458 90.833,05
2 375.000,00 375.000,00 108.602,50 266.397,50 0,718184 191.322,54
3 623.595,00 623.595,00 122.292,50 501.302,50 0,608631 305.108,18
4 86.836,00 86.836,00 123.042,50 (36.206,50) 0,515789 (18.674,91)
5 152.630,00 152.630,00 124.042,50 28.587,50 0,437109 12.495,86
6 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,370432 27.933,32
7 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,313925 23.672,30
8 203.450,00 203.450,00 128.042,50 75.407,50 0,266038 20.061,27
9 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,225456 17.451,99
10 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,191064 14.789,82
11 203.450,00 203.450,00 126.042,50 77.407,50 0,161919 12.533,75
12 203.450,00 203.450,00 150.830,00 52.620,00 0,137220 7.220,49
13 161.700,00 161.700,00 120.542,50 41.157,50 0,116288 4.786,11
14 161.700,00 161.700,00 121.542,50 40.157,50 0,098549 3.957,48
15 182.575,00 182.575,00 123.042,50 59.532,50 0,083516 4.971,92
16 193.096,00 193.096,00 123.542,50 69.553,50 0,070776 4.922,74
17 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,059980 4.762,86
18 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,050830 4.036,32
19 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,043077 3.420,61
20 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,036506 2.898,82
21 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,030937 2.456,63
22 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,026218 2.081,89
23 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,022218 1.764,31
24 203.450,00 203.450,00 124.042,50 79.407,50 0,018829 1.495,18
25 12.167.045,00 12.167.045,00 524.218,50 11.642.826,50 0,015957 185.783,97
17.350.927,00 17.350.927,00 3.484.110,50 13.866.816,50 727.386,99
A) O VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) É MEDIDO SUBTRAINDO DO VALOR B) COMENTÁRIOS
PRESENTE NO FINAL DE 25 ANOS, O VALOR DO INVESTIMENTO TOTAL Do ponto de vista do VPL, o investimento apresenta consideravel
PRODUZINDO UM VPL NO VALOR DE : 727.386,99 viabilidade pois oferece um retorno médio de
355% ao final do projeto, dsescontado à Taxa SELIC
Em termos percentuais, corresponde a: 3,55 355%
FLUXO DE CAIXA - VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) - CONSORCIO CACAU CAFÉ E TECA
Planilha 4.11 Valor Presente Líquido – VPL – Consórcio Cacau Pupunha e Freijó:
ANO INVEST. RECEITA RECEITA Ñ RECEITA CUSTOS LUCRO FATOR DESC VAL PARA
INICIAL OPERAC. OPERAC. TOTAL TOTAIS OPERAC. P/TX. ANUAL TMA ANUAL
18% 18%
0 -209.924,00 1,000000
1 195.000,00 195.000,00 136.903,25 58.096,75 0,847458 49.234,53
2 375.000,00 375.000,00 52.320,75 322.679,25 0,718184 231.743,21
3 634.040,00 634.040,00 60.981,75 573.058,25 0,608631 348.780,94
4 102.060,00 102.060,00 63.981,75 38.078,25 0,515789 19.640,34
5 185.430,00 185.430,00 64.481,75 120.948,25 0,437109 52.867,59
6 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,370432 66.139,90
7 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,313925 56.050,77
8 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,266038 47.500,65
9 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,225456 40.254,79
10 333.730,00 333.730,00 69.920,23 263.809,78 0,191064 50.404,67
11 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,161919 28.910,36
12 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,137220 24.500,31
13 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,116288 20.762,97
14 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,098549 17.595,74
15 454.846,00 454.846,00 98.807,55 356.038,45 0,083516 29.734,92
16 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,070776 12.636,99
17 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,059980 10.709,31
18 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,050830 9.075,69
19 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,043077 7.691,26
20 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,036506 6.518,02
21 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,030937 5.523,74
22 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,026218 4.681,14
23 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,022218 3.967,07
24 247.030,00 247.030,00 68.481,75 178.548,25 0,018829 3.361,92
25 809.080,00 809.080,00 155.409,75 653.670,25 0,015957 10.430,58
7.288.696,00 7.288.696,00 1.866.996,53 5.421.699,48 1.158.717,40
A) O VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) É MEDIDO SUBTRAINDO DO VALOR B) COMENTÁRIOS
PRESENTE NO FINAL DE 25 ANOS, O VALOR DO INVESTIMENTO TOTAL Do ponto de vista do VPL, o investimento apresenta consideravel
PRODUZINDO UM VPL NO VALOR DE : 948.793,40 viabilidade pois oferece um retorno médio de
452% ao final do projeto.
Em termos percentuais, corresponde a: 4,52 452%
VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) - CONSÓRCIO CACAU PUNP UNHA E TECA
As planilhas 4.6 e 4.7 analisam a sensibilidade do investimento diante da possibilidade de
redução das receitas em 10 e 20%, e a capacidade de liquidez do consorcio Cacau Café e Teca
diante destes fenômenos, previsíveis em economias emergentes, como a que se aplica ao presente
estudo. Os números indicam significativa liquidez, sendo que para 10% a TIR será de 75,96% e
para 20% uma TIR de 60,59%.
Os efeitos destes fenômenos podem ser detectados através das planilhas 4.8 e 4.9 que
demonstram as mesmas sensibilidades de redução de 10 e 20% das receitas no consorcio Cacau
Pupunha e Freijó. Neste caso as Taxas Internas de Retorno são respectivamente de 81,74% e
69,79%, caracterizando-se ligeiramente superior aos índices do consorcio Cacau Café Teca.
A planilha 4.10 - Análise do Valor Presente Líquido para o consórcio Cacau Café e Teca,
indicam um Lucro descontando a Taxa de Mínima de Atratividade de 18%, representada neste
estudo pela Taxa SELIC, de R$ 727.386,99, que pode ser dimensionado pelo índice de
Rentabilidade (VPL dividido pelo Investimento Inicial) produzindo o índice de .3,55 ou seja 355%.
Da mesma forma, a Planilha 4.11 – Análise do Valor Presente Líquido para o consórcio
Cacau Pupunha e Freijó indica um Lucro descontando a Taxa de Mínima Atratividade de 18%,
representada neste estudo pela Taxa SELIC, de R$ 948.793,40, que pode ser dimensionado pelo
índice de Rentabilidade (VPL dividido pelo Investimento Inicial) produzindo o índice de 4,52, ou
seja, 452%. Este consórcio, também do ponto de vista do VPL apresenta ligeira superioridade em
termos de viabilidade em relação ao consorcio Cacau Café e Teca.
4.4 – Indicadores de Lucratividade e Payback
A planilha 4.12 demonstra a Lucratividade Operacional e o Prazo de Recuperação do
Investimento (Payback) do consórcio Cacau Café e Teca. A Lucratividade Operacional
demonstrada sugere interpretação dos valores anuais, como indicador de desempenho Operacional.
O Payback para o referido consórcio sugere a recuperação do investimento em 1 ano, 4 meses e 13
dias, considerando que o ciclo de produção de banana, explorado no inicio do consorcio até o 3º
ano, permite além da recuperação do investimento, gerar recursos para evolução do projeto.
A planilha 4.13 demonstra a Lucratividade Operacional e o Prazo de Recuperação do
Investimento (Payback) do consórcio Cacau Pupunha e Freijó. O Payback para o referido consórcio
sugere a recuperação do investimento em 1 ano, 5meses e 13 dias, considerando que o ciclo de
produção de banana, explorado no inicio do consorcio até o 3º ano, permite além da recuperação do
investimento, gerar recursos para evolução do projeto.
Planilha 4.12 – Lucratividade e Payback – Consórcio Cacau Café e Teca:
Período Receita Total Custo Total RT - CT RT-CT/RT*100
ANO 1 195.000,00 87.817,00 107.183,00 54,97%ANO 2 375.000,00 108.602,50 266.397,50 71,04%ANO 3 623.595,00 122.292,50 501.302,50 80,39%ANO 4 86.836,00 123.042,50 -36.206,50 -41,70%ANO 5 152.630,00 124.042,50 28.587,50 18,73%ANO 6 203.450,00 128.042,50 75.407,50 37,06%ANO 7 203.450,00 128.042,50 75.407,50 37,06%ANO 8 203.450,00 128.042,50 75.407,50 37,06%ANO 9 203.450,00 126.042,50 77.407,50 38,05%ANO 10 203.450,00 126.042,50 77.407,50 38,05%ANO 11 203.450,00 126.042,50 77.407,50 38,05%ANO 12 203.450,00 150.830,00 52.620,00 25,86%ANO 13 161.700,00 120.542,50 41.157,50 25,45%ANO 14 161.700,00 121.542,50 40.157,50 24,83%ANO 15 182.575,00 123.042,50 59.532,50 32,61%ANO 16 193.096,00 123.542,50 69.553,50 36,02%ANO 17 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 18 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 19 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 20 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 21 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 22 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 23 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 24 203.450,00 124.042,50 79.407,50 39,03%ANO 25 12.167.045,00 524.218,50 11.642.826,50 95,69%
( Período em que a soma dos lucros operacionais se igualam ao investimento)
PERÍODO LUCRO OP. ACUMULADO INVESTIMENTO PAYBACK1 107.183,00 107.183,00 204.699,50 2 266.397,50 0,37 1,37 1 ano 4 meses 13dias
MARGEM BRUTA = (Receita Total - Custo Total) / Rece ita Total * 100
PAY - BACK - PRAZO DE RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO
Comentários A lucratividade apresentada refere-se a relação entre Receita Total e Custos, desconsiderando aincidencia da Taxa SELIC descontada.
do prazo de retorno do investimento cuja recuperação ocorrerá em 1 ano 4 meses e 13 dias
ComentáriosConsiderando a longevidade do projeto, de 25 anos, o empreedimento é favorável do ponto
Planilha 4.13 – Lucratividade e Payback – Consórcio Cacau Pupunha e Freijó:
Período Receita Total Custo Total RT - CT RT-CT/RT*100
ANO 1 195.000,00 136.903,25 58.096,75 29,79%ANO 2 375.000,00 52.320,75 322.679,25 86,05%ANO 3 634.040,00 60.981,75 573.058,25 90,38%ANO 4 102.060,00 63.981,75 38.078,25 37,31%ANO 5 185.430,00 64.481,75 120.948,25 65,23%ANO 6 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 7 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 8 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 9 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 10 333.730,00 69.920,23 263.809,78 79,05%ANO 11 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 12 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 13 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 14 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 15 454.846,00 98.807,55 356.038,45 78,28%ANO 16 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 17 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 18 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 19 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 20 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 21 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 22 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 23 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 24 247.030,00 68.481,75 178.548,25 72,28%ANO 25 809.080,00 155.409,75 653.670,25 80,79%
( Período em que a soma dos lucros operacionais se igualam ao investimento)
PERÍODO LUCRO OP. ACUMULADO INVESTIMENTO PAYBACK1 58.096,75 58.096,75 2 322.679,25 0,45 1,45 1 ano 5 meses 13 dias
MARGEM BRUTA = (Receita Total - Custo Total) / Rece ita Total * 100
Comentários A lucratividade apresentada refere-se à relação entre Receita Total e Custos, desconsiderando aincidencia da Taxa SELIC descontada.
PAY - BACK - PRAZO DE RECUPERAÇÃO DO INVESTIMENTO
ComentáriosConsiderando a longevidade do projeto (25 anos), o empreedimento é favoravel do pontode vista do prazo de retorno do investimento cuja recuperação ocorrrerá em 1 ano 5 meses e 13 dias de operacionalidade.
V – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com os resultados apresentados no capitulo 04 os dois modelos de
consórcios agroflorestais mostraram-se economicamente viáveis, indicando que este tipo de
atividade pode ser recomendado como uma atividade econômica rentável para os produtores
da região.
A análise da Taxa Interna de Retorno – TIR, Valor Presente Líquido – VPL,
Lucratividade e Payback dos dois consórcios considerados revelaram que os dois modelos
envolvidos no estudo apresentam resultados altamente positivos. Destaca-se, porém, que para
efeito do cálculo destes indicadores foram desconsiderados os custos de aquisição da terra e
tampouco os impostos. A inclusão destas duas variáveis incorreria na redução dos valores dos
índices apresentados, entretanto, não seriam impactadores o suficiente para torná-los
negativos ou inviáveis.
Dentre os modelos propostos, o sistema Cacau Café Teca apresenta, no geral,
indicadores menores com relação ao consórcio Cacau Pupunha Freijó, apesar de gerar maior
receita. Esse efeito revela a ação do valor total de custos existente no primeiro modelo. E
também se justifica pela influencia dada pela distribuição das receitas do componente freijó-
louro que foi possível graças aos desbastes projetados para essa cultura e não projetados para
o componente teca.
Gitimam (1997) salienta a importância da distribuição das receitas no tempo, esse fator
é importante para analisar a diferença entre os índices de viabilidade do consórcio cacau café
e teca e cacau pupunha e freijo. No primeiro a receita do componente teca é toda concentrada
ao final do 25º ano, ao contrário do segundo onde foram planejados desbastes para o
componente freijo-louro. Observa-se, contudo, o maior lucro operacional (em valores) para o
modelo cacau café e teca.
4.1 - Recomendações
As espécies consortes para os dois modelos apresentados foram utilizadas em virtude
de apresentarem culturas cujas informações técnicas podem ser encontradas com maior
facilidade e considerando a comercialização no Estado, contudo existem outras possibilidades
de consorciação que podem ser adotadas pelo produtor que deseje substituir estas aqui
estudadas, como pode ocorrer com o freijó-louro, que por motivos de patologias apresentadas
no Estado tem apresentado baixa aceitação como investimento.
Como recomendação destaca-se também outras possibilidades de exploração das
culturas como forma de maximizar a receita, como é o caso da Teca que pode ser
industrializada antes de sua venda – o que eleva muito seu valor final, e ainda ter suas
sementes tratadas para comercialização.
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ANEXOS
01 – Custos Anuais para implantação de 01 hectare de consórcio Cacau Café e Teca
02 – Custos Anuais para implantação de 01 hectare de consórcio Cacau Pupunha e Freijó
03 – Cotação do Dólar – Banco do Brasil
04 – Pesquisa Semanal de Preços – EMATER/RO
05 – Informações Trimestrais sobre Atividades Agropecuárias – Banco da Amazônia
06 – Sistemas agroflorestais com o cacaueiro como alternativa sustentável ao desmatamento
em Rondônia – CEPLAC
07 - Sistema de produção para cultura do café no Estado de Rondônia
08 – Sistema de Produção do cacau para Amazônia Brasileira
09 – Manual do Reflorestamento da Teca – Cáceres Florestal