construarch #05

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finger.ind.br

RUA PERNAMBUCO - 1719

CENTRO - 45 3306.0434

CASCAVEL - PR

CEP - 85.810-021

designprecisão

//COziNhA dE BOM gOSTOPARA OS SEUSPRATOS dEgOSTO BOM.

FM-0352-13 - Anc_Construarch_450x295mm.indd 3 10/9/13 12:06 PM

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RUA PERNAMBUCO - 1719

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CASCAVEL - PR

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RUA PERNAMBUCO - 1719

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CASCAVEL - PR

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//COziNhA dE BOM gOSTOPARA OS SEUSPRATOS dEgOSTO BOM.

FM-0352-13 - Anc_Construarch_450x295mm.indd 3 10/9/13 12:06 PM

Assessor JurídicoBruno Cesar de Oliveira

OAB/PR 57.172

centrAl de Atendimento45 3306 6336 - 3306 3663

[email protected]

redAçã[email protected]

[email protected]

[email protected]

impressãoGráfica Positiva

pApelKgepel

A revista ConstruARCH é uma publicação bimestral da DFP Editora Ltda.Rua Manoel Ribas, 2477 - Centro - Cascavel - PR - CEP 85801-230

www.editoradfp.com.brInscrita no ISSN sob o número 2317-403X

colABorAdores destA ediçãoCarlos Salamanca , Clarissa Donda, Sérgio Sanderson, Flavia Liz de Paolo

mArKetinG e comunicAção

diretoresdiretor Administrativo Douglas Popenga

[email protected] executivo Felipe Pedroso

[email protected] de projetos editoriais Julie Fank

[email protected]

diretora de redação Julie FankJornalista responsável Giovana Danquieli

Jornalistas Claudemir Hauptmann e Tátila Pereiradiretores de Arte Danny Fernandes e Fábio Bagatoli

Assistente de Arte Carolina Maffei Mincaroneexecutivos de negócios Renato do Prado Assis

Assessora executiva Patricia Velte MarcatoFotógrafo Rodrigo Vieira

estagiário de Jornalismo Ricardo Pohl

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Í N DICE

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WARM-UP

BE ON

As novidAdes mAis quentinhAs no mundo

dA ArquiteturA, Arte e design – Aqui e no

mundo

GARIMPO CIDADELA

Feitos PArA enFeitAr, meLhores nA suA CAsA

As meninas da Cidadela, cheias de bom gosto, elegem

as preferidas na temática da edição

ESTANTE

PArA Ler, PArA ir, PArA Assistir

IT

umA susPensÃo de CArro nAsCidA PArA

iLuminAr

Anglepoise: a estrela de cinema que ilumina seu dia a

dia

A todo vAPor

“A todo vapor” aqui significa estilo

PernAs FinAs ou PhYnAs PernAs

Pés palito: a contradição que venceu o tempo

GADGET

estiLo, em diFerentes PAssAdos

Os velhinhos voltaram cheios de tecnologia

MAIL

A ArquiteturA ContemPorÂneA em 3 diCAs

Como adequar suas casa aos novos conceitos

arquitetônicos

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GArimpo22desgAste ProPositAL

Um seleto grupo de peças

com pegada industrial

cenÁriorecorte

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quAndo o menos É mAis... muito mAis

Lugar pequeno não é desculpa

não se trAtA de mero corporAtiVismo

Um escritório decorado com materiais bem inusitados

OU T U B RO / NOVE M B RO 2 0 1 3

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pulo-do-GAto

sKetcH mAp

mistureBA

hArmÔniCA

A arquiteta Carla

Veloso capricha

na escolha dos

revestimentos

voZ Ao grAFite

A guia paulistana Flávia Liz Di Paolo te

conta em quais grafiteiros brasileiros você

precisa ficar de olho

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NA BASE

o shoW nÃo Pode PArAr...

O palco da construção civil está à procura de mais

qualificação

CENÁRIO ESPECIAL – ESCRITÓRIOS CRIATIVOS

eXPLosÃo CriAtivA

Na Lapa, uma agência detona!

peGAdA drAmÁticA

Um laboratório criativo não poderia ter um décor

melhor

mAis interAção, por FAVor!

A filosofia da empresa de mãos dadas com a decora-

ção

interior cosmopolitA

Escritório com ideias e atmosfera de cidade grande

CENÁRIO COMERCIAL

reFormAr – dAr novA FormA

Despida de qualquer maquiagem, a alma da constru-

ção deu as caras por aqui

FASHION IN HOME

CuringA AtÉ no dÉCor

O jeans está sempre aí, bombando!

ESPELHO

quAndo o tALento estÁ Presente, os direitos

nÃo PreCisAm ser reservAdos

O designer Maurício Arruda mostra porque o reapro-

veitamento é o melhor caminho

COLABORADORES + PONTO.COM

os CúmPLiCes dA ediçÃo #005 + o que estAmos

AProntAndo net AForA

ONDE ENCONTRAR

Como, onde, Por quê?!

BATE-PAPO

ConstruçÃo Com Contêineres, A ConstruçÃo

CiviL A um PAsso dA industriALiZAçÃo

Construções em contêiner, por Carlos Salamanca

Í N DICE

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WAR M - U P

QuAndo eu erA criAnçA, minha mãe me convencia a arrumar a cama explicando que se, inesperadamente,

alguém nos fizesse uma visita, eu não passaria vergonha. Minha avó, apesar de guardar uma boa quantia de

coisas em casa, organizava-as impecavelmente – também para o caso de receber uma visita. Um tio, desses

ermitões, vive até hoje sozinho e nunca recebeu visitas. Deve ser porque não arruma a cama. Todos eles têm

lá sua parcela de significado na minha forma de morar: de vez em quando pronta e feliz em receber uma festa,

de vez em quando pronta para curtir a solidão e esquecer do mundo - sem necessariamente colocar tudo em

ordem.

As camas, arrumadas ou não, também fazem parte de um novo modelo de casa (como todo o resto, os sofás,

as pias) – a diferença é que agora moramos em uma casa que não está mais pronta para, impecavelmente

como faz minha avó, receber visitas. Acabou a ânsia por uma tripartição clássica – área íntima, área comum,

área de serviço. Os tempos mudaram e, com eles, o espaço sofreu uma nova configuração. A casa está pronta

para receber, para acolher e para se mostrar. É hora de deixar tudo à vista, porque é mais prático, porque é mais

barato, porque toma menos tempo. E o tempo, minha gente, é artigo de luxo – mais do que qualquer jogo de

louças.

É hora de deixar de estabelecer fronteiras entre um afazer e outro e fazer tudo junto, integrar para economizar

tempo, espaço, dinheiro – que também é tempo e vice-versa. E isso funciona no trabalho e na vida – mas será

que tem como separar nossa rotina assim também?!

Passamos tanto tempo dentro desses espaços que se eles não forem, ao menos, legais, a coisa fica um pouco

mais difícil. E quebrar paredes, descobrir o que há por trás da massa corrida, tirar a maquiagem e dar nova for-

ma à essência da construção passou a valer também para espaços de trabalho – que não são mais em tons de

bege e cinza. Por esse motivo, esta edição é um apanhado de escritórios-inspiração. No meio do caminho, um

projeto de uma loja que agrega tudo e mais um pouco de estilo numa reforma regida a notas impecáveis. Você

também encontrará um modelo de loft masculino súper bacana com alternativas mil para você economizar e

impressionar – o que antes era um pouco complicado. Para dar o tom de experiência à nossa conversa, dois ar-

quitetos que, inseridos nesse novo contexto, se propõem a discutir questões essenciais: o reaproveitamento,

a memória e a tão batida sustentabilidade.

Nesse novo espaço, vale a integração, já dissemos – mas vale, antes de tudo, a identidade, aquele glamour da

bagunça milimetricamente organizada que, ninguém mexa, senão não acho mais nada. Vale a gente chegar na

casa do outro e reconhecer o dono nas coisas e não as coisas no dono. Vale a gente visitar qualquer espaço, da

morada ou labuta, e se sentir em casa – à vontade, como a vida deve ser.

Que essa nova configuração dos tempos nos sirva para virar protagonistas do nosso próprio espaço. Fica o

desejo de quem nunca gostou muito de arrumar a cama.

Julie FAnKDiretora de Redaçã[email protected]

A CASA DEIxOU DE FAzER POSE

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TOUR ARqUITETôNICO

Os alunos e professores dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da FAG e

Design de Interiores da Dom Bosco foram aprender sobre arquitetura mo-

derna e pós-moderna fora da sala de aula. Durante 10 dias, eles passaram por

diversas construções importantes dos Estados Unidos. Em Chicago, passa-

ram pela casa e estúdio do renomado arquiteto Frank Lloyd Wright, em Oak

Park. Conheceram o Jay Pritzker Pavillion, no Millennium Park; Farnsworth

House, projeto icônico de Mies Van Der Rohe, além da escultura de Alexan-

der Colder no Federal Plaza, projetada também por Mies Van Der Rohe. Em

Nova Iorque, o grupo visitou o Central Park, o prédio da ONU (Organização

das Nações Unidas), o Parque High Line e outros lugares, entre eles Museus

famosos.

TRABALHO ExPOSTO

Em outubro, você pode visitar a exposição "Ambiente Designers", no Cas-

cavel JL Shopping. A mostra é organizada pelos egressos de Design de In-

teriores da Dom Bosco e está localizada no piso L2. A exposição é fruto de

um projeto de extensão registrado na Coordenação de Pesquisa e Extensão

(Coopex) e visa a propagar a profissão de Design de Interiores. A exposição

deve ser itinerante.

MAIS UM DESAFIO

Está em fase de votação mais um concurso da plataforma Projetar.org –

ferramenta para conexão de estudantes de arquitetura do mundo inteiro por

meio de disputas. A proposta desta edição - que teve as inscrições encerra-

das em 30/09 - era que os estudantes projetassem a sede de uma escola

de artes performativas no Theatro Municipal no Rio de Janeiro, onde Teatro,

Dança e Música se tornam ofício de jovens aprendizes. 97 equipes se ins-

creveram. Há participantes de 17 estados brasileiros, a maioria de São Paulo.

Estão participando também universitários do Uruguai, Holanda e França. A

publicação dos resultados será feita no dia 21 de outubro no site www.pro-

jetar.org.

SUSTENTABILIDADE NA VEIA

Depois de passar anos transportando mercadorias, quatro contêineres en-

contraram uma nova finalidade em Cascavel. A Softpharma – negócio espe-

cializado no desenvolvimento de softwares para farmácias - está usando os

materiais como novas salas para realização de reuniões e para o descanso

de centenas de trabalhadores da empresa. Com o método, a construção é

mais limpa, livre de resíduos e altamente sustentável. A obra ecológica faz

parte do projeto Ecosoft. A partir dele, a intenção é trazer mais espaço e co-

modidade ao meio corporativo, aliando qualidade de vida e respeito com a

natureza.

B E ON

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A HISTÓRIA BRASILEIRA PEDE MAIS ESPAçO

A Fundação Casa de Rui Barbosa, responsável por um dos maiores acer-

vos da História do Brasil e do Rio de Janeiro, vai ampliar as instalações. Para

abrigar mais de 200 mil títulos e manuscritos importantes, um prédio ane-

xo será construído nos fundos do terreno, em Botafogo. O projeto para o

edifício será escolhido por concurso, pelo Instituto de Arquitetos do Brasil

(IAB-RJ). A competição, aberta a profissionais de todo o Brasil, premiará o

vencedor com R$ 35 mil (adiantamento) e um contrato no valor de R$ 1 mi-

lhão. O segundo colocado receberá R$ 25 mil e, o terceiro, R$ 15 mil. O edital,

o termo de referência e anexos estão disponíveis aos interessados no site

www.concursoanexocasaruibarbosa.iabrj.org.br

TREINAMENTO DELIVERy

A Sika fez uma visitinha em Cascavel no início de outubro. A marca líder

mundial em impermeabilizantes realizou um treinamento na Casa das Tin-

tas – revendedora da marca em Cascavel – para habilitar os profissionais

da construção civil a evitar e resolver problemas relacionados à umidade

nas obras residenciais. Durante as palestras, os participantes foram orien-

tados sobre ações preventivas e a utilização de tecnologias de ponta da Sika

voltadas para preparação de argamassas, sistemas de impermeabilização

além da utilização de selantes, adesivos e espumas de preenchimento.

A CAPITAL SUSTENTÁVEL RECEBE

Não teria lugar melhor para ser realizada a IV Bienal de Sustentabilidade

José Lutzenberger, evento que acontece paralelamente ao Encontro Latino

Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis 2013. A capital

sustentável Curitiba será a anfitriã este ano, entre os dias 21 e 24 de outu-

bro. No evento, acontece também o Concurso Latino-Americano de Proje-

tos, Produtos e Processos para um Ambiente Construído Mais Sustentável,

aberto a profissionais e estudantes, cujo tema será: “Habitação Unifamiliar

Mais Sustentável”. As inscrições foram encerradas no dia 7 de outubro. Para

saber quais serão os profissionais que irão palestrar, acesse: www.ele-

cs2013.ufpr.br/evento.

CASA TOLEDO SÓ EM 2014

Quem aguardava visitar uma nova edição da Casa Toledo neste segundo

semestre vai ter que esperar um pouquinho. A organização do evento de-

finiu que o evento será bianual, então, ver as tendências e novidades esco-

lhidas por arquitetos e decoradores da região, só em 2014. A mudança tem

um motivo: agregar mais profissionais e ainda contar com um espaço maior

para a criação dos ambientes. E a expectativa é grande, já que a edição de

2012 fez o maior sucesso, movimentando alguns reais em negociações de

produtos. A Casa Toledo 2014 acontece no segundo semestre, ainda sem

data definida.

B E ON

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G AR I M P O

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S e l e to g r u p o d e p e ça s n u m a p e ga d a i n d u s t r i a l

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BuFFet de Ferro

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cômodA Better Homes

Preço: R$ 1 476

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BAú ciments

Preço: R$ 690

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mesA AuxiliAr

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Pe ça s c h a r m o s a m e n te m a l - a ca b a d a s co m a p i t a d a d e p e r s o n a l i -d a d e q u e s ó o d e s ga s te p ro p o rc i o n a

FEITOS PARA ENFEITAR, MELHORES NA SUA CASA

fo to s ro d r i go Vi e i ra

G AR I M P O CI DADE L A

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MAUS – ART SPIEGELMAN

Criada por Art Spiegelman, cartunista de importância no cená-

rio underground, Maus é uma graphic novel que narra a vida de

seu pai Vladek, um sobrevivente do holocausto. A premissa já é

boa, agora, acrescente a isso o Prêmio Pulitzer concedido pela

primeira vez a uma história em quadrinhos. Spiegelman não re-

presenta seu pai como um santo, por se tratar de uma pessoa

que escapou de um genocídio, mas exibe a personalidade insu-

portável dele. Ele acredita que nem as pessoas ruins merecem

passar por condições cruéis.

BLADE RUNNER: O CAçADOR DE ANDRÓIDES

Ridley Scott materializa toda a arquitetura e tec-

nologias que imaginamos ao ler o livro de Philip K.

Dick de forma extraordinária! Porém, Blade Run-

ner: O Caçador de Andróides não deve ser consi-

derada uma adaptação, mas sim, uma produção

inspirada na obra do famoso escritor de ficção

científica. E você deve estar se perguntando se

isso é bom ou ruim, não é? Isso é ótimo! Na ver-

são do diretor (e, por favor, esqueça as outras!),

o filme termina com um desfecho simplesmente

genial. Sim, esse é um dos raros casos em que o

filme tem um final melhor que do que livro.

CASA FOz DESIGN

A Casa Foz Design abrirá suas portas no dia 16 de

outubro e este ano será norteada pela divulgação

de novos produtos, materiais e técnicas construti-

vas no que cerne soluções alternativas ecológicas e

inovadoras. O evento servirá também como espa-

ço educativo e didático, promovendo discussões e

debates sobre o tema e estará aberta de quartas a

sextas-feiras, das 17h às 22h, e sábados e domin-

gos, das 14h às 22h. Suas portas fecharão no dia 17

de novembro.

Mais informações você confere em:

www.casafozdesign.com.br

pAr

A A

ssis

tir

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pAr

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erPo r r i ca rd o po h l fo to s d i v u l ga çã o

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...por laura rotter schmidt estudante de arquitetura e urbanismo

LIVRO

o GuiA do mocHileiro dAs GAlÁxiAs - douGlAs AdAms“Apesar de não ter nada a ver com arquitetura, é um livro que todo arquiteto (e qualquer outra pessoa) deveria ler. A obra de Douglas Adams apresenta uma visão ácida da sociedade e, ao mesmo tempo, estimula a criatividade por abordar uma narrativa totalmente fora do tradicional em meio a uma histó-ria de ficção fascinante.”

o mAnuAl do ArQuiteto descAlço - JoHAn VAn leGen“Com a importância de sustentabilidade ambiental e cons-trução verde, é imprescindível a qualquer arquiteto conhe-cer as técnicas construtivas abordadas neste livro. De fácil entendimento e explicação por meio de deliciosos croquis, o autor Johan Van Legen passa por toda história da construção apresentando diversas soluções relativamente simples para os mais variados problemas ambientais, climáticos e ecoló-gicos”.

ÁLBUM

A curA pelo som – FunK como le GustA“Inovar nas escolhas musicais é importante para dinamizar a rotina. Álbuns como este, que te botam pra cima, passam aquela ‘vibe’ de domingo ensolarado e sempre podem dar um ‘gás’ a mais na hora de trabalhar. Uma mistura pra lá de boa de soul, funk music e samba rock.”

FILME

o cAstelo AnimAdo – HAyAo miyAzAKi“De todos os maravilhosos filmes produzidos pela Ghibli, este, em minha opinião, é o melhor. Consiste em uma ani-mação japonesa meio ‘’lado B’’ dirigida pelo renomado Hayao Miyazaki. É um filme para todas as idades. Com personagens muito simpáticos e envolvidos por magia, é um filme de baixa complexidade, mas grande impacto, daqueles que tocam a alma”.

os melHores dA estAnte...

O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁxIAS – DOUGLAS ADAMS

Ao acordar, Arthur Dent descobre que sua

casa será destruída. Seu amigo Ford Prefect,

que na verdade é um extraterrestre fazendo

pesquisas para seu guia, aparece e... e daqui

pra frente a história se torna viciante! Douglas

Adams tem minha gratidão pelas incontáveis

risadas que me forneceu. O Guia do Mochileiro

das Galáxias é, antes de tudo, uma coleção de

devaneios do debochador-mor da sociedade!

Na certa, a mais cômica crítica à humanidade

que já tive o prazer de ler.

E STAN T E

UM CORPO qUE CAI

Falar em Hitchcock pressupõe Psicose. Mas

tenho razões para acreditar que Um Corpo Que

Cai será muito mais prazeroso a você, amigo

leitor, já que essa película apresenta duas coi-

sas das quais certamente lhe agradam: cinema

e arquitetura. Dentro do universo do Mestre do

Suspense, você encontrará... tcharãm! um sus-

pense ilustrado por uma fotografia que revela-

rá tudo de mais sofisticado do final da década

de 50.

51ª PREMIAçãO ANUAL E DO PRêMIO ARqUITETO DO AMANHã

As inscrições do Prêmio Anual e do Prêmio Arquiteto do

Amanhã foram abertas e se encerram no dia 14 de novem-

bro às 18h. Chegando à 51ª edição, com a finalidade de va-

lorizar a produção intelectual e profissional dos arquitetos

e urbanistas associados, o Prêmio Anual é aberto também

a profissionais filiados a outros departamentos estaduais.

O Prêmio Arquiteto do Amanhã tem o objetivo de valorizar

trabalhos acadêmicos nos cursos de arquitetura e urba-

nismo das instituições do Rio de Janeiro, podendo os alu-

nos se filliarem à entidade no ato da inscrição.

Mais informações você confere em: www.iabrj.org.br/

28

Ela bem que poderia estar dando suporte ao seu carro. Mas

está aí, iluminando o seu escritório. George Carwardine, um

designer britânico, estava desenvolvendo novos conceitos

para suspensão de carros quando teve a ideia de aplicar o

mesmo mecanismo em outros produtos. Nasceu a Angle-

poise, uma luminária constituída por mecanismos de molas

e articulações, que lhe possibilitam ser a luminária mais fle-

xível que se tem noticia na Via Láctea.

E l a p o d e r i a s e r a p re s e n t a d a , m a s co m ce r te z a vo cê j á co n h e ce e s s a f i g u ra f l ex í ve l !

UMA SUSPENSãO DE CARRO NASCIDA PARA ILUMINAR

I T

Po r r i ca rd o po h l fo to s d i v u l ga çã o

Além de ser ícone do design, a lâmpada é estrela de cinema.

Sim, isso que você leu! Ou vai dizer que você não se lembra

de uma simpática luminária que sempre aparece na abertura

dos filmes da Pixar? Pelo design fascinante e por sua fun-

cionalidade que lhe atribui o poder de acompanhar todos os

ângulos possíveis e inimagináveis, é que a Anglepoise tá aí,

fazendo pontinha no cinema. É, vale tê-la como figurante ou

quem sabe como protagonista de sua decoração!

CONFIRA UM DOS testes de elenco reali-

zados pela Anglepoise contracenando com

uma atriz infantil (Será que era para Toy

Story?):

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45 3055-2142Rua Rui Barbosa, 1444 - Toledo/[email protected]

30

NASCIDO NA LITERATURA e popularizado no cinema, o

Steampunk foi difundido na década de 1980 como um de-

rivado do cyberpunk. Esse variante da ficção cientifica é

ambientado na Era Vitoriana (1837 a 1901) com tecnologias

movidas a vapor, absurdamente avançadas e impossíveis

– já que são a vapor – para a época. Na literatura, um dos

seus principais idealizadores foi Júlio Verne, com suas obras

20.000 Léguas Submarinas, Volta ao Mundo em 80 dias e

Viagem ao Centro da Terra. Na 7ª Arte, filmes como As Aven-

turas de James West e a Liga Extraordinária roubam a cena.

E, na decoração, o casal Bruce e Melanie Rosenbaum orna-

mentam fielmente todas aquelas engrenagens futuristas

para o interior de uma casa. Os Rosenbaum devem ser aque-

O S te a m p u n k ca i m u i to b e m n a e ra d o Wi - Fi

A TODO VAPOR!

le tipo de pessoa que leva o hobbie tão a sério e com tama-

nha dedicação, que o que era uma diversão vira trabalho. Eles

são donos da ModVic, uma empresa de design especializada

em materializar cenários da tecnologia a vapor.

E o lar desses fanáticos é realmente uma viagem ao mundo

alternativo, que só poderia ter sido materializado por pes-

soas com uma imaginação que não conhece os limites da

lógica. Caso você, também apaixonado por essa estética,

queira que o seu cantinho se concretize num dos ambientes

imaginados por Júlio Verne, é só fazer um sinal de fumaça –

via wireless – para os Rosenbaum! Inspiração é o que não

falta por aí.

I T

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O s p é s p a l i to e s t ã o d e vo l t a !

Pernas finas ou phynas Pernas?

I T

BALCãO LIVERPOOL

www.desmobilia.com.br

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ELEGâNCIA E CHARME têm for-

ma – e ela é cônica.

SURGIDOS NOS ANOS de 1950, com uma população espe-

rançosa por uma vida melhor – afinal de contas, a guerra ti-

nha acabado com os nazistas derrotados – e notavelmente

influenciados pelos avanços tecnológicos, principalmente o

espacial, os pés palito modernizaram a indústria moveleira

da época em que o homem marcou território na Lua.

As pernocas, que poderiam ter sido esquecidas na amnésia

do fracasso, resultaram num grande sucesso justamente

por serem assim, contraditórias, pois apoiavam os robustos

corpos dos móveis feitos de madeira de lei, em suas formas

franzinas. O êxito no design foi conquistado pela inovação,

que residia no contraste entre a separação do gabinete (cor-

po) dos alicerces da peça.

Muita coisa mudou de lá para cá: a Guerra do Iraque acabou

- com uma possível guerra na Síria... Bom, mas olha só, o

homem vai se mudar para Marte! – e trocar a Terra por um

planeta seco e sem graça... Tá, ok, nem tudo mudou de lá para

cá, só que o bom gosto faz parte desse “tudo” que persiste

no tempo, sustentando a sua principal característica, o fato

de ser “bom”, e garantindo a você que ter uma mobília de pés

palitos irá ser atemporalmente phyno!

34

G AD G E T

E l e s n e m p e r te n ce m à n o s s a d é ca d a . S ã o p e ça s d e a n o s a t rá s , e a té a n o s d e u m p a s s a d o q u e n e m ex i s t i u . D i v i r t a - s e co m o h u m o r d e s t a s p e ça s q u e o s c i l a m e n t re o s te a m p u n k e o re t rô !

ESTILO, EM DIFERENTES PASSADOS

iQue sAudAdes!

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proVeniente de AlGum estúdio

AmBíGuo

cHAmAtiVo e erGonômico

Quem já jogou um sabe que qualquer gráfico por mais realista que seja não se equipara a diversão de ficar em pé, mexendo a

alavanca com uma mão suada de adrenalina e apertando freneticamente os botões de um arcade. Para quem quiser reviver

esses tempos, tem uma ótima opção, o iCade. Ele não exige moedas, apenas um iPad.

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Mas adoraria “re” viver os anos 60, não? Pois você e esta televisãozinha tem muito em comum! Ela adoraria estar aí, na sua

sala de estar, ao lado de alguém como você, que lhe entenderia, já que a pobrezinha vive reclamando que nasceu na década

errada. E bem que você poderia gravar a chegada do homem a lua e alguma das apresentações em programas de auditório

dos Beatles para assistir junto com essa simpática televisão.

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Suspeito de que Nixie Clock foi roubado de algum estúdio. Parece que foi elaborado para compor o cenário de al-

gum filme steampunk. Acho que até já o vi no último filme do Sherlock Holmes... Enfim, por pertencer à “época”

da tecnologia a vapor, o relógio (também despertador) precisa de um adaptador elétrico para ascender seus

dígitos que exibem o horário. Fascinante, diria Júlio Verne.

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O Auto Flip Clock concede à expressão “As horas passam depressa” duas definições. Porque ele é um

relógio (dãããã) e então dá sentido à expressão e porque ele se utiliza de plaquinhas para exibir o horário

fazendo horas (e minutos) passarem literalmente! Com essa aparência, ficará fácil você ficar admirando

seu funcionamento e nem perceber as horas passarem.

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O Pop Phone é uma extensão para smartphone e computadores. A melhor qualidade dos telefones de antigamen-

te agora está (literalmente) em suas mãos. Apesar da ergonomia que ele oferece, você precisa ter um pouco de

coragem para andar falando ao celular, com um adaptador desses, pois vai pagar uma de esquizofrênico para os

desavisados. Um esquizofrênico mais descolado, diga-se de passagem!

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35

36

O conceito de “arquitetura aberta” se popularizou e tem

agradado a todas as classes sociais. A cozinha gourmet,

o quarto e sala integrados e os lofts – tudo não passa de

moda ou vale a pena investir?

A “arquitetura aberta” (ou integração espacial) tornou-se

uma tendência devido à redução dos espaços das moradias,

estando agora ainda mais em evidência em revistas e ou-

tros meios de comunicação. É, de fato, uma excelente solu-

ção para compor ambientes pequenos, pois a integração dá

uma amplitude visual ao espaço, e ainda traz a integração de

convívio de quem o utiliza. Mas é importante, em cozinhas

integradas a outros ambientes, a utilização de equipamen-

tos como a coifa ou o exaustor, que filtram o ar oriundo da

cocção. Muitas vezes a opção de integração entre ambientes

é composta pela cozinha gourmet (integração cozinha-sa-

la), por não ser usada tanto no dia a dia. Quem cozinha to-

dos os dias, muitas vezes, acaba preferindo uma separação

mais nítida entre os ambientes. Uma solução para que a in-

tegração de ambientes não atrapalhe as atividades diárias é

a utilização de divisórias móveis (como grandes portas ou

janelas), que nos momentos nos quais há a possibilidade de

transtornos devido à abertura espacial, possibilitam dividir o

ambiente facilmente. É muito importante, antes de integrar

um espaço, que se analise os hábitos de quem irá utilizá-los,

para que o ambiente não seja causador de conflitos.

A a rq u i te t a e u r b a n i s t a , e s p e c i a l i z a d a e m D e s i g n d e I n -te r i o re s , L u i z a S ca p i n e l l o B ro c h te d e i xa p o r d e n t ro d a s te n d ê n c i a s e e n s i n a co m o a d a p t a r a s u a ca s a a o s n ovo s co n ce i to s a rq u i te tô n i co s

A ARQUITETURA contemporâneA EM 3 DICAS

luizA scApinello BrocHArquiteta e Urbanista

INTEGRAR SALA E COzINHA é tendência. O conceito de cozinha gourmet possibilita

uma maior visibilidade dos dois espaços. Nessa cozinha gourmet, a saída encontrada

para captar o ar “com gordura” foi além: a coifa de ilha instalada em cima da bancada

soluciona o problema da gordura, sem ser um instrumento inoportuno. Resolve e ain-

da complementa a decoração.

MAI L

37

O concreto aparente, tanto no piso quanto no teto, é uma

tendência contemporânea em interiores. O aspecto rústico

dá um ar “cult” e a decoração permite experimentação. Em

termos de manutenção, há dificuldades?

Depende. Se o piso for de cimento queimado, você terá uma

superfície mais áspera – é uma superfície à qual a sujeira vai

aderir com facilidade. O interessante é impermeabilizar esse

piso para que seja reduzida a quantidade de partículas que

se agreguem ao piso. Já a utilização do concreto aparente

na parede e no teto, porém, não causa tantos problemas em

termos de manutenção diária, mas é necessário tomar muito

cuidado na execução – não adianta economizar. Quem for

executar deve ser uma equipe que entenda desse tipo de

serviço, porque qualquer correção feita vai ficar aparente.

Importante também, quando esse material for utilizado em

áreas externas, é a impermeabilização. Infiltrações danificam

o concreto, assim como a sua estrutura.

Outra tendência quando se fala em ambientes contempo-

râneos são as estruturas de apoio (como, por exemplo, du-

tos para passagem de fiação elétrica, dutos de calefação) à

mostra. qual a solução para que o moderno não pareça des-

leixo ou falta de acabamento?

Utilizar-se de dutos e ou canaletas para fiação aparente,

ou dutos de calefação à mostra, é uma técnica que facilita a

manutenção desses equipamentos e pode também ser uma

saída para facilitar a execução de uma reforma. Mas, para que

a casa não fique com cara de desleixo, é importante que, no

momento de escolha dos materiais, seja feita a opção por

um bom acabamento que possa ficar aparente e se integrar

à decoração sem disparidade. O aspecto contemporâneo e

a cara de desleixo, no entanto, estão muito próximas. Para

que a decoração do seu loft ou da sua casa não transmita a

sensação errada, você tem que caracterizar o ambiente com

alguma coisa com que você se identifique. Quando a casa

identifica o dono, ela deixa de ser um ambiente bagunçado e

passa a caracterizar quem mora ali, com suas particularida-

des. Criar uma ambientação para uma fotografia é diferente

de criar um ambiente para um morador – mesmo que esse

ambiente reflita modismos, ele tem que ser adaptado ao jei-

to de viver do proprietário. Você não pode criar um ambiente

com cara de galpão, loft, se você não se sente à vontade em

um ambiente totalmente integrado. Às vezes, parece, em re-

vistas e telenovelas, que o estilo de viver do loft é mais vol-

tado para quem é da área de criação, quem é da área artísti-

ca, mas acredito que isso tenha muito mais a ver com o jeito

de viver/lifestyle, muito mais do que workstyle – até por-

que o ambiente de casa é um refúgio, que às vezes deve ser

A LINHA ENTRE o

moderno e o desleixa-

do fica cada vez mais

tênue. A saída para

seguir a tendência de

deixar estruturas à

vista sem perder em

sofisticação é apostar

em elementos que de-

monstrem identidade,

como nesse espaço. A

estrutura à mostra nas

paredes e teto foram

“abraçadas” por prote-

ções que mantiveram

a identidade do décor.

decoração.

O ASPECTO “MAL ACABADO” é bem visto hoje. Concreto é uma mistura específica

de areia, pedra e cimento, feito com diferentes traços para diferentes usos. Um proble-

ma do concreto aparente é a dificuldade obter um resultado final sutil. Para tanto se

faz necessário um pedreiro experiente e um bom carpinteiro.

totalmente diferente do que é vivenciado no ambiente cor-

porativo. Normalmente, quem tem um ambiente muito rígido

de trabalho quer chegar em casa e se portar de uma maneira

totalmente oposta. Nós não podemos pensar em uma casa

com um ambiente 100% mutável. A gente tem que pensar

que, sim, os móveis mudam, a decoração muda, mas se a

gente tentar se adaptar sempre ao novo, à moda – a gente

vai sempre perder nossa história, que hoje a gente está ten-

tando resgatar, como os móveis antigos, por exemplo.

38

N o s ú l t i m o s a n o s , a co n s t r u çã o c i v i l e s t á s e n d o p a l co d e u m a p e ça m ov i -m e n t a d í s s i m a , d i g n a d e p re m i a çã o . E h aj a co r re r i a . E n q u a n to re a l i z a m e s s e a to , n o s b a s t i d o re s , to d o s j á p re p a ra m o s e g u n d o a to d e s s a o b ra

o sHow não pode pArAr...

Po r c l a u d e m i r H a u p t m a n n fo to s s h u t te r s to c k

NA BASE

39

O PALCO DA CONSTRUçãO civil bombou nos últimos qua-

tro anos e está fazendo bonito. O setor deu conta de aten-

der a uma demanda crescente, estimulada por uma gama de

investidores ávidos por um porto seguro em termos de in-

vestimentos. E agora o setor está aproveitando o momento

para se aperfeiçoar em busca de inovação e produtividade.

Mas o fato de o segmento ter virado estrela da economia nos

últimos anos, como o cenário que encontramos em cidades

como Cascavel e Toledo, por exemplo, não quer dizer que to-

dos os atores estejam parados, em êxtase, diante dos aplau-

sos de públicos para lá de agradecidos. Os governos adoram

por conta dos impostos arrecadados. Os consumidores

finais amam por conta de preços competitivos e obras de

qualidade. Os empreendedores sorriem porque o caixa tem

girado rápido. Quem corria atrás de uma vaga na compa-

nhia, conseguiu. Quem já tinha o papel assegurado, teve um

aumento salarial. Mesmo diante de números e indicadores

bastante positivos, nos bastidores, empresários, sindicalis-

tas, investidores, enfim, líderes setoriais se articulam para

garantir a continuidade do espetáculo. Com mais qualidade.

Um segundo ato dessa obra passa, necessariamente, por

conceitos como o de inovação, produtividade. E isso vai exi-

gir ainda mais de todos os envolvidos.

Tanto em Cascavel quanto em Toledo, o setor tem consegui-

do atender a toda a demanda, sem criar estoques. Ou seja,

tudo que é construído é proporcional ao que é demandado.

Já em Foz do Iguaçu, construiu-se mais do que se demandou

e o setor está em transição. Assim que o estoque for comer-

cializado, o setor volta a funcionar em ritmo normal, segun-

do avaliam os especialistas. Em Cascavel, por exemplo, na

área de incorporação, há uma demanda anual que hoje é de

aproximadamente 3 mil unidades residenciais. É exatamente

o que o setor tem entregue a cada ano.

Mas construção civil não é só incorporação. Existem ainda

as obras públicas, as obras de infraestrutura, enfim, o setor

vai muito além da vitrine dos empreendimentos residenciais

que normalmente são os que chamam mais a atenção por

conta dos prédios novos que se multiplicam nas áreas cen-

trais e outras áreas nobres das cidades.

Uma rápida passada pelo setor de Aprovação de Alvarás de

Construção, na Secretaria de Planejamento de Cascavel,

revela alguns números bem interessantes. Desde 2009 dá

para perceber um crescimento considerável na quantidade

de alvarás de construção liberados. Foram 2.161 em 2009,

2.551 em 2010, 2.904 em 2011, 2.956 em 2012 e, em 2.013,

considerando o movimento só até setembro, já se tem nú-

meros superiores a 2009 inteiro: são mais 2.173 alvarás libe-

rados.

E dá para entender porque os envolvidos na construção civil

estão correndo de um lado para o outro nesse palco quan-

do se olha para a quantidade de metros quadrados erguida

a cada ano. Foram 592 mil m2 em 2009, 618 mil em 2010 e

chegou ao pico em 2011, com 771 mil metros quadrados de

construção. Em 2012, foram 618 mil e, em 2013, ainda em

andamento, já são mais de 400 mil metros quadrados em

alvarás de construção liberados. A área residencial é sempre

a de maior demanda, ficando historicamente acima dos 300

mil metros quadrados a cada ano. O pico foi em 2012 quando

teve pouco mais de 400 mil metros quadrados construídos.

E qUE VENHA O SEGUNDO ATO DESSA OBRA

Mas nem tudo são aplausos. Na prática, há pouco tempo para

comemorações. É como se o sorriso pelos cumprimentos

dados pela plateia viesse acompanhado daquele friozinho

na barriga de quando se sabe que vai entrar no palco nova-

mente para protagonizar o restante da peça. Afinal, ninguém

quer que o espetáculo pare.

Os indicadores positivos vistos até também disparam uma

espécie de sinal de alerta. É que ninguém pode se perder no

roteiro para que a peça em cartaz continue fazendo sucesso.

E quando se olha para as possibilidades do segundo ato, per-

cebe-se logo que não há figurantes. Todos são protagonis-

tas e vão ter que dividir responsabilidades no palco.

Patrões e empregados parecem ter plena consciência dis-

so, mesmo sabendo que estão em lados opostos. E não

tem como negar isso: o que um lado comemora é motivo de

preocupação do outro lado desse cenário.

No lado dos trabalhadores, os líderes sindicais, por exemplo,

não conseguem disfarçar um certo brilho nos olhos, decor-

rente dos resultados obtidos nos últimos anos com o avanço

salarial. Desde 2010, os pisos salariais de serventes, meio

oficiais, oficiais, contra mestres e mestres de obras (essa

é a hierarquia que encontramos no pátio de uma obra) vem

aumentando bem acima da inflação, com alguns números

pontuais bastante expressivos. Algumas dessas profissões

estão muito valorizadas e provocam uma correria nos basti-

dores dessa produção. Um mestre de obras experimentado

no mercado hoje pode ter salários compatíveis ou até mes-

mo superiores que alguns profissionais qualificados. Não é

raro encontrar mestre de obras com salário superior ao de

um engenheiro, por exemplo. E se juntar salário base mais

o tradicional vale mercado – que já é incorporado nos cálcu-

los das categorias – o profissional menos qualificado nessa

escala, o servente, já tem rendimentos médios de quase R$

40

1.200,00.

Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil

do Oeste do Paraná (Sintrivel), o piso salarial de um servente,

teve um reajuste de 14,1% em 2010, chegando a R$ 873 (R$

693 de salário base mais R$ 180 de Vale Mercado). Em 2011

foi reajustado acima de 9% e chegou a R$ 957 (R$ 765 mais

R$ 192). Em 2012 o reajuste foi de 11% e chegou a R$ 1.067

(R$847 mais R$ 220) e em 2013com mais 11% de ajuste, já

está em R$ 1.185 (R$932 mais R$ 253).

No lado oposto dessa escala hierárquica no pátio das obras,

o mestre de obras é a profissão que exerce, no momento, o

papel de estrela da companhia. O piso era de R$ 1.478, mais o

vale mercado de R$ 180, totalizando R$ 1.658 de salário, em

2010, a partir de um reajuste que foi de 17%. No ano seguinte,

2011, reajuste de 9% e o piso foi para R$ 1.813 (R$ 1.621 mais

R$ 192) e, em 2012 o salário chegou a R$ 2.345 (R$ 2.125

mais R$ 220), com reajuste de 29%. Nesse ano, na conven-

ção coletiva, o reajuste dessa categoria chegou a 19% e o sa-

lário foi a R$ 2.802 (R$ 2.549 mais R$ 253).

O resultado desse ajuste de salários nos últimos anos, se-

gundo o Sintrivel, foi uma correria. Tem muita gente queren-

do fazer cursos para pegar uma vaga dessas. O presidente do

sindicato Roberto Leal Americano diz que a instituição vem

oferecendo cursos de qualificação, inclusive com a contrata-

ção de empresas terceirizadas e tem consideráveis listas de

espera. “Nós trabalhamos para qualificar e formalizar a mão

de obra”, afirma. Segundo ele, só em Cascavel existem perto

de 4 mil trabalhadores formais no setor. Mas levantamentos

indicam que a informalidade pode ser até maior do que isso.

“Precisamos formalizar para assegurar os direitos dos tra-

balhadores”, explica.

O Sintrivel está formando sua primeira turma de mestre de

obras. São 42 alunos que têm aulas duas vezes por semana,

no próprio sindicato. Uma empresa foi contratada para isso.

E o próprio Sintrivel fez uma seleção dos alunos. Pegou gen-

te que já tem conhecimentos sobre construção civil, como

oficiais e contra mestres, basicamente. Todos os alunos pre-

cisavam ter carteiras assinadas em empresas do ramo. O

curso, que custaria R$ 290 mensais, é subsidiado em mais

de 70% pelo sindicato. E a duração, que seria de um ano, por

conta da seleção de uma turma de alunos com experiência,

pode ser reduzido para seis meses.

O Sintrivel já tem uma fila de espera para o curso de mestre

de obras e para outros cursos que serão ofertados em breve,

como de encanadores, eletricistas prediais. A seleção dos

cursos, diz o presidente, vem de uma sondagem feita junto

às empresas construtoras.

NA BASE

41

DESAFIO SETORIAL é A PRODUTIVIDADE

Pelo lado do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), que

é a organização patronal do setor, também são evidentes os

esforços no sentido de manter essa obra em cartaz. Como

o sindicato dos trabalhadores, o Sinduscon também diz que

um dos problemas do setor é a qualificação da mão de obra.

E a profissionalização depende, antes, da própria educação

básica mínima. O setor é onde se encontra o maior nível de

analfabetismo e semianalfabetismo, complicando bastante

a gestão de processos quando se depara com essa realidade

no pátio das obras.

O novo presidente do Sinduscon em Cascavel Edson Vas-

concelos destaca que o setor quer aumentar sua produti-

vidade, o que significa dizer que precisa inovar, com novos

modelos de gestão e de processos construtivos. “Nós ainda

vemos obras em que se usam madeira para fazer escoras.

Uma prova de que temos processos artesanais de constru-

ção. Precisamos vencer essa barreira com novos processos.

Basicamente, precisamos entrar de vez na fase industrial da

construção”, diz.

E a preocupação com produtividade faz sentido. O Brasil caiu

recentemente da 48ª posição no ranking mundial da produ-

tividade para o 56º lugar. “Isso significa que nosso custo, o

chamado custo Brasil, só aumenta”, avalia.

O Sinduscon destaca que como o setor é, na verdade, uma

indústria itinerante (o grosso do pessoal da empresa está no

canteiro de obras e muda toda a estrutura ao final de cada

obra) a solução para a qualificação da mão de obra é a rea-

lização de cursos in company. Assim, dentro desses can-

teiros, ocorrem constantemente cursos para formação de

azulejistas, carpinteiros, eletricistas, encanadores, pintores.

Até o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) está

dentro dos canteiros de obras, com turmas de educação bá-

sica e ensino médio para os operários.

E a mão de obra é determinante para se alcançar a meta de

produtividade que a classe patronal vem repetindo como um

mantra no mercado. É simples: a mão de obra interfere de

forma determinante na produtividade. E não se trata apenas

de uma mão de obra formada. É preciso buscar uma mão de

obra qualificada.

O Sinduscon acompanha de perto o trabalho de parceiros

estratégicos, como o Senai e o Sesi, que tem em seus cur-

sos regulares grades curriculares que contemplam ques-

tões como produtividade e gestão da produtividade. “É um

esforço para formar mão de obra transformadora do setor”,

resume Vasconcelos.

Vasconcelos volta a frisar que só treinar mão de obra não

basta para os setor. “Treinar o trabalhador altera pouco o

índice de produtividade”, assinala. Para ele, é preciso mexer

no processo produtivo, na cultura de produção. “Precisamos

inovar nos processos e colocar os trabalhadores dentro des-

se novo processo. O arquiteto, por exemplo, faz isso em seus

projetos, buscando novidades em termos de sustentabilida-

de, inovando. Nós precisamos ampliar a habilidade para pro-

duzir mais, em menos tempo com menos custos, inclusive

com menos custos com mão de obra, industrializando nos-

sas práticas. Temos que trabalhar simultaneamente cultura

e processo”.

E não se trata de ficar de um ou de outro lado. Mas o fato é

que patrões e empregados estarão sempre de lados opos-

tos nesse roteiro. Se não, vejamos: o que os trabalhadores

comemoram como vitórias, o aumento salarial médio, pro-

voca reações na classe patronal. E números importantes

justificam suas reações. Segundo o Sinduscon, há 10 anos,

o custo da mão de obra na construção civil na região ficava

entre 8% e 12% do total de uma obra, por exemplo. Hoje, esse

mesmo custo da mão de obra não sai por menos do que 50%

do chamado combo total de uma obra, que é a soma de to-

dos os investimentos necessários, como projetos, materiais,

equipamentos e mão de obra.

Se para conseguir inovação e produtividade, as empresas

buscam novas técnicas e novos equipamentos, capazes, por

exemplo, de fazer mais em menos tempo, para a classe ope-

rária isso quer dizer um sinal de alerta. Numa visão industrial,

a tendência é que se acelere a substituição da mão de obra

desqualificada na medida em que os processos produtivos

são tecnificados, com a adoção de novas técnicas e novos

equipamentos. É um ciclo que diz basicamente a mesma

coisa para os dois lados desse palco: o espetáculo não pode

parar. No teatro, diz-se que dá azar desejar boa sorte a quem

entra em cena. Então, é comum desejar que se “quebre a

perna”. Nesse cenário da construção civil, façamos de conta

de essas pernas sejam os recordes. De competência. Para

atores e diretores. A plateia agradece!

42

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P U LO - D O - G AT O

ELA NUNCA SOUBE muito bem o que queria, mas sempre

soube muito bem o que não queria. A área biológica e de

exatas não era com ela. Mesmo assim, passeou por várias

esferas antes de montar um escritório e carregar uma fita

métrica por aí. Foi vendedora de joias, trabalhou em ban-

co e até como secretaria de um escritório de arquitetura.

Engana-se quem pensa que foi daí que surgiu a arquiteta

empreendedora que figura como administradora da Casa

Toledo, evento que movimenta a cidade a cada dois anos.

A graduação em Secretariado Executivo e a experiência

na área em um frigorífico durante anos foram o ponto de

ignição para que ela adquirisse noções de gestão e em-

preendimentos.

Hoje, reconhecida pelo seu trabalho nas regiões de Cas-

cavel e Toledo, continua sabendo muito bem o que não

quer: na hora de projetar os acabamentos de uma casa,

o óbvio não faz parte de seu vocabulário. Gosta mesmo é

de garimpar peças exclusivas e dar visibilidade a artistas

e artesãos de fundo de quintal. Coloca essas peças em

equivalência a revestimentos sofisticados produzidos em

larga escala – tudo num ecletismo afinado, como o bom

gosto manda.

Ec l é t i ca , a a rq u i te t a Ca r l a Ve l o s o go s t a m e s m o é d e m i s -t u ra r . Aq u i , e l a m o s t ra a s e l e çã o d e reve s t i m e n to s p a ra ve s t i r a ca s a co m p e r s o n a l i d a d e

MISTUREBA HARMôNICA

Po r J u l i e Fa n k fo to s ro d r i go Vi e i ra

cArlA VelosoArquiteta e organizadora da Casa Toledo

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pApel de pArede

com textura metalizada da Wallpaper. Loja M2 Empório do Arquiteto

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pApel de pArede com textura aveludada da Wallpaper. Loja M2 Empório

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plAcA de Vidro com mosaico de fusing. Thais Pontes [Toledo].

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plAcA de reVestimento Linha Fortune – Tartus: pedra de ferro,

travertino romano liso e texturizado, pintado de dourado, prata e bronze.

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Beraldin. Loja M2 Empório do Arquiteto [Cascavel]. Preço sob consulta.

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plAcAs de couro para revestimento em móveis e/ou parede da Empório

Beraldin com desenho de couro peixe. Loja M2 Empório do Arquiteto

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cAntoneirA – recorte em placa de MDF cru. AGF Máquinas [Toledo].

Trabalho personalizado – preço sob consulta.

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M e s m o n u m e s p a ço p e q u e n o é p o s s í ve l s e c h e ga r a u m a m b i e n te a co n c h e ga n te e e l e -ga n te . E u t i l i z a n d o - s e m a te r i a i s d i fe re n te s , d á p a ra co n s e g u i r i s s o d e fo r m a s u s te n -t áve l e a b a i xo c u s to

QUANDO O menos É mAis... muito mAis!

Po r c l a u d e m i r H a u p t m a n n fo to s d i v u l ga çã o

R E CORT E

47

o pendente usAdo sobre a bancada/cabeceira da cama é, na

verdade, um conjunto de fios e lâmpadas, comprados separada-

mente e arrumados displicentemente ao longo da calha metálica no

teto. Caso não se tenha uma estrutura de calha, pode conseguir o

efeito “emaranhado” usando desviadores fixados no teto.

QuAse todos os móveis foram escolhi-

dos em ponta de estoque de showroom

(Lider Interiores), para se obter preços

mais baixos para os interessados na com-

pra das peças. Além disso, essa escolha

evitou gasto com transporte e embala-

gens, contribuindo para a sustentabilidade

do planeta. A cadeira de escritório, da Her-

man Miller, tem em quase toda sua compo-

sição material reciclável.

ONDE FALTA ESPAçO, como nas grandes cidades, haja téc-

nica e conhecimento para se conseguir, mesmo num am-

biente pequeno, um resultado de bom gosto e com baixo

custo. Morar Mais é muito melhor quando se consegue com

menos.

Os arquitetos Filipe Monte Serrat, Manuela Dantas e Virginia

Manfrinato, da Esquadra Arquitetos, de Brasília, se colocaram

diante deste desafio: conseguir o mais por menos. Na co-

nhecida mostra de mesmo nome, a Morar mais por menos,

edição Brasília, o trio se propôs a, num lugar pequeno, con-

seguir espaços generosos e, mesmo com um investimento

baixo, proporcionar conforto e qualidade.

O grupo de arquitetos aplicou o conceito nesse projeto de

Quarto do Hotel, com 45m2. A Esquadra queria, num espaço

minimalista, um resultado conceitual e elegante. Como é um

quarto de hotel, era importante que o ambiente fosse mais

neutro, mas ao mesmo tempo, confortável e acolhedor.

Os arquitetos criaram um projeto que priorizou o uso racional

do espaço de forma a dar ideia de amplitude, deixando áreas

de circulação mais generosas. A primeira solução foi soltar

os móveis das paredes, ganhando assim a possibilidade de

um projeto de iluminação linear e indireta, voltada para o piso

e não para o teto, como seria o óbvio.

A segunda solução seria desenvolver ou utilizar móveis mul-

titarefas, como a peça escolhida para cabeceira da cama, sob

medida para abrigar o frigobar. O móvel ainda separa o am-

biente e, do outro lado, faz as vezes de bancada de trabalho.

Outra estrela desse projeto segue a proposta de móveis lon-

ge da parede, multiuso e de baixo custo, atendendo também

ao conceito de sustentabilidade. Isso tudo pode ser visto na

configuração do espaço do closet. É uma estrutura de metal,

sob encomenda, revestida com telhas translúcidas, confe-

rindo leveza e transparência no ambiente reduzido. Um pe-

queno gaveteiro em MDF garante a funcionalidade do móvel.

O aspecto curioso e inovador desse móvel é que, com um

sistema interno de iluminação, ele funciona também como

uma grande luminária. Para isso, foram instaladas lâmpadas

fluorescentes revestidas com gelatinas coloridas, o que pro-

vocou o efeito azulado.

A Esquadra Arquitetos buscou soluções sustentáveis para

todo o projeto. A preocupação foi tamanha que os arquite-

tos optaram pelo uso de painéis de madeira que podem ser

removidos e reaproveitados em outros ambientes e esco-

lheram mobiliário de showroom, evitando transporte e em-

balagem de produtos entre estados. Para a iluminação, es-

colheram lâmpadas fluorescentes, mais econômicas. E, para

reduzir custos com entulhos, evitaram modificações mais

radicais de obra. O piso, por exemplo, é um tipo flutuante

48

no cHão, a opção foi pelo uso de um piso flutuante por

permitir a redução de custos da obra, uma vez que pode ser

instalado sobre o piso original sem a necessidade de demo-

lição e geração de entulho.

As cAlHAs metÁlicAs, pintadas de preto, servem de conduite

para passagem de fiação e de suporte para as luminárias. Com esse

sistema, novos pontos de iluminação podem ser facilmente retira-

dos ou inseridos e a manutenção dos fios é facilitada.

no centro do es-

pAço projetado, a

cama tradicional foi

eliminada com a ins-

talação de uma base

de alvenaria.

A estuturA do closet foi enco-

mendada a um serralheiro que, depois

de pronta, foi revestida com telhas

translúcidas. Em MDF branco, foram

executados apenas o gaveteiro/nicho

e o suporte superior para as lâmpadas.

A arara para cabides foi customizada.

simulAndo umA JAnelA, de onde

são vistas as copas das árvores, sa-

mambaias e colmeias humanizam

o ambiente. Elas são simplesmente

apoiadas no nicho preto feito em MDF,

ou suspensas em suportes comuns.

Uma boa ideia para uma parede verde

barata.

49

que pode se aplicado sobre a base antiga, economizando em

mão de obra e tempo.

Criatividade combinada ao que é bom e barato pode ser per-

cebido nesse quarto de hotel quando se olha para cima. No

acabamento da laje, o forro foi dispensado e tudo se resolveu

com uma pintura com tinta preta, cor que facilmente disfarça

imperfeições. Com isso, a iluminação precisou também de

uma boa solução que ainda mantivesse o custo baixo. Assim,

foram escolhidas as calhas metálicas como elemento lumi-

notécnico fundamental. Também multiuso, elas servem para

direcionamento, acabamento e passagem da fiação, suporte

para os spots e pendentes. Com esse sistema, novos pontos

de iluminação são facilmente retirados ou inseridos e a ma-

nutenção dos fios é facilitada.

Ah! E não pense que a luminária que está sob a bancada fuja

ao padrão da obra. Aquilo que parece uma peça de grife, na

verdade é apenas um “bem bolado” em que o pendente é

um simples conjunto de fios com lâmpadas ao longo da ca-

lha. Tudo dentro da mesma proposta. Faltou espaço? O orça-

mento é apertado? Conhecimento técnico e criatividade são

a alternativa para fazer do menos, muito mais!

ESPECIFICAçõES TéCNICAS

PENDENTE

Montado com fios e lâmpadas. Lâmpada Baloon, da

Xelux. Com dimmer eletrônico para regular intensi-

dade de luz e gerar economia de energia

PAREDES

Painéis em MDF branco (reutilizáveis)Iluminação de

teto

Suportes em calhas metálicas, pintadas de preto

TETO

Laje pintada com tinta acrílica preta, acabamento

fosco

RODAPé

Em piso flutuante – Durafloor Teca Brasil

PISO

Flutuante – Durafloor Teca Brasil

nAs pAredes, o char-

me com custo baixo foi

garantido com o uso de

fotografias no lugar de

telas. É uma tendência

na decoração porque são

muito mais baratas do

que as obras de arte.

50

51

52

53

E SP E CIAL E SCR I TÓR IOS CR IAT IVOS

Chega de ESCrItórIO CHATO!A ge n te s e l e c i o n o u 5 e s c r i tó r i o s q u e vã o fa z e r vo cê q u e re r m a n d a r o h o m e o f f i ce p a s t a r

ALBERT EINSTEIN e várias camisetas e perfis de facebook alertam: “A criatividade é a

inteligência se divertindo”. A prova disso é nosso novo modelo de escritório, descolado e,

se possível, integrado, lúdico – na tentativa de dar um pouco de alegria para o que antes

era tão chato: trabalhar. Hoje, os escritórios, principalmente, o das áreas de criação, como

vocês poderão conferir agora, são verdadeiros complexos planejados para dar aquele

descanso à mente quando o negócio aperta ou quando a ideia foge. Se o ambiente antes

prezava pela seriedade, agora ela foi expulsa a pontapés.

54

CE NÁR IO

ExPLOSãO CRIATIVA!

Po r c l a u d e m i r H a u p t m a n n fo to s Fa b r i z i a G ra n a t i e r i

E s c r i tó r i o p o d e s e r m u i to m a i s d o q u e u m l u ga r d e t ra b a l h o . Po d e s e r u m l u ga r o n d e a ge n -te d e to n a ! U m p roj e to c u s to m i z a d o ge ra u m a m b i e n te f u n c i o n a l e d i ve r t i d o .

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LUMINÁRIA ENGARRAFADA: A Luminária é feita com garrafas velhas sortidas pen-

duradas e com iluminação interna. A ideia surgiu a partir do múltiplo uso de garrafas

como objetos de decoração.

Conceito: Sustentabilidade, reaproveitamento de materiais.

Materiais: Garrafas velhas, fio e madeira.

é O CENÁRIO DE UMA explosão! Uma explosão criativa que

deixou marcas em cada cantinho, do piso ao teto. Quando a

gente entra na agência digital AM4, no coração boêmio do

Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, dá de cara com um ambien-

te incrível: integrado, prático, inusitado. E como não poderia

deixar de ser – afinal é uma agência criativa, localizada na

Lapa -, o ambiente é divertidíssimo!

“Aos pés de Santa Tereza

A um passo da Glória

Eu vou pra Lapa

Porque Lapa tem história”

Assim canta Alcione no pagode “Eu vou pra Lapa”. Então va-

mos ver um pouco dessa história de abuso da criatividade

que tem como testemunha o Aqueduto da Carioca, ou os Ar-

cos da Lapa, como é mais conhecido aquele símbolo do Rio

antigo.

Os arquitetos Marcos Husky e Renato Catta-Preta não eco-

nomizaram criatividade nesse projeto que segue o que há de

mais atual quando se fala em escritórios. E eles detonaram!

A inspiração é a própria cidade do Rio de Janeiro ou, mais

precisamente, a Lapa, ponto central da cidade, de grande im-

portância histórica e que vem passando por uma ampla re-

novação nos últimos anos. Como o bairro, o escritório é aco-

lhedor, estimulando a interação entre funcionários, diretores,

proprietários e clientes.

É um estouro! O escritório combina elementos rústicos,

como madeira reaproveitada de obras, pisos de cimento, a

uma arquitetura contemporânea. Paredes de pedra bruta e

piso de tábuas envelhecidas contrastam com paredes com

elementos gráficos cariocas e piso de resina artisticamente

desenhado, além de elementos e peças de design marcante

espalhados por todo o ambiente. Aliás, as peças também le-

vam a assinatura dos arquitetos desse projeto.

A sede da agência no Rio, que ocupa o segundo andar do

prédio histórico da Fundição Progresso, na Rua dos Arcos,

tem pouco mais de 250 metros quadrados de puro design.

O conceito dos arquitetos era chegar a um ambiente que

integrasse trabalho, convivência e lazer. E não deixaram es-

capar nenhum detalhe. O escritório foi desenvolvido como

um grande salão com pé direito duplo, onde tudo acontece.

Os ambientes se delimitam por divisões sutis, porém signi-

ficativas, como diferenciação do piso, mezanino, elementos

vazados e panos de vidro.

MESA DE CENTRO HK01: Caixotes de feira reaproveitados e reformados com forro

interno de sobras de tecido e tampo de vidro. A ideia era reutilizar caixotes de feira

com um toque de requinte, forrando seu interior com sobras de tecido.

Conceito: Sustentabilidade, reaproveitamento de materiais.

Materiais: caixotes de feira reaproveitados, sobras de tecido e vidro.

O MEzANINO é A área de lazer do escritório, com sofá e a mesa de

sinuca. Destaque para a mesa de centro que aproveita caixotes de

feira e para o piso, que é de madeira reutilizada de construções.

56

LUMINÁRIA OCTOPUS: Luminária com 8 braços de ferro retorcido com

esferas de vidro nas pontas que ocupa toda área de produção. Seguindo

a linha orgânica desenvolvida para o escritório, esta luminária foi pensada

com linhas finas e onduladas visando criar um grande elemento de des-

taque mas com leveza, com o intuito de não criar barreiras para o grande

espaço integrado do escritório.

Conceito: Elemento orgânico, braços, tentáculos.

Materiais: Ferro e vidro.

Para entrar no escritório, é preciso passar por uma varanda,

que fica de frente para os Arcos da Lapa. É um lounge ex-

terno, com bancos onde o usuário pode desfrutar da vista

valorizada por uma fachada de vidro. Se precisar de privaci-

dade, persianas de madeira resolvem o problema. A porta de

entrada é um destaque pela amplitude, com mais de 3m de

altura e material reutilizado: madeira de demolição.

A recepção tem um balcão, que funciona também como um

centro de controle do ambiente. E é delimitada por uma cor-

tina de toras de eucalipto certificado, inspirado em um ele-

mento clássico da arquitetura moderna, o Cobogó. Esse é o

nome dado a esse tipo de elemento vazado utilizado para

evitar o superaquecimento do ambiente por permitir a pas-

sagem filtrada da luz exterior e a ventilação natural. O nome

Cobogó vem das iniciais dos sobrenomes dos três engenhei-

ros que idealizaram a solução, Amadeu Oliveira Coimbra, Er-

nest August Boeckmann e Antônio de Góis.

Ao lado da recepção encontra-se o lounge café, um ambien-

te que funciona tanto como espera para clientes ou para um

cafezinho durante o expediente, que é composto por sofá,

poltronas, mesa de centro (feita de toras de eucalipto) e bar/

café.

“Um convite a quem tá de rolê

Reduto de bambas, poetas”

E a música, que inspira a Lapa, também serve para ir falando

desse escritório. Reduto de bambas e poetas bem poderia

definir como é o mezanino desse escritório. O acesso se dá

por uma escada curva de ferro que se destaca pelo volume e

leveza. Aquela parte que ficaria inutilizada pela escada tam-

bém acaba sendo muito bem aproveitada e compõe a beleza

do ambiente. O piso é forrado por pedras portuguesas soltas

e sobrepostas. Bromélias e palmeiras terminam de compor o

jardim de pedras.

Mais detalhes? Pois bem, na hora de descer do mezanino o

usuário tradicional pode usar a escada. Mas também dá para

descer deslizando pelo tubo de bombeiro posicionado no

meio da escada ou pelo escorrega em volta dela.

O mezanino, todo aberto para o salão, é a área de lazer do

escritório. Nele se encontram um lounge com sofá, pufe

e mesinha de centro (feita com caixotes de feira), mesa de

bar/café, sinuca e a copa.

“E toda a vez que a noite cai

A luz se acende e uma vontade me arrebata

Eu vou pra lá”

57

CE NÁR IO

MESA DE CENTRO TORAS: To-

ras de eucalipto certificado com

tampo de vidro. A ideia vem do

reaproveitamento de materiais

descartados em obras, como a

madeira de vigas e escoras. Daí

surgiram a mesa de centro Toras

e a Cortina Cobogó.

Conceito: Sustentabilidade, rea-

proveitamento de materiais.

Materiais: Eucalipto certifica-

do reaproveitado, vidro, cinto de

lona.

LUMINÁRIA LINA: Luminária de pé, composta por uma base esfé-

rica de cimento, haste curva de ferro e cúpula de tecido. O interes-

sante desta luminária é a base esférica. Daí surgiu a ideia: uma bola

segurando uma haste com uma cúpula na ponta.

Conceito: Simplicidade, minimalismo, materiais brutos.

Materiais: Cimento, ferro e tecido.

CORTINA COBOGÓ: Cortina/divisória feita de discos de toras de

eucalipto certificado. O cobogó e um elemento fantástico e muito

bem explorado principalmente pelo arquitetos modernistas de onde

vem a inspiração para esta peça. Usando um material reaproveitado,

as toras de eucalipto descartadas das obras de construção civil, foi

criada esta cortina que funciona com divisória, mas sem fechar to-

talmente o espaço.

Conceito: Sustentabilidade, reaproveitamento de materiais.

Materiais: Eucalipto certificado reaproveitado.

58

CE NÁR IO

BALCãO DE RECEPçãO: Balcão de MDF com revestimento de madeira certificada

e tampo e rodapé de vidro. A ideia era criar um balcão para a recepção funcional e

que não ocupasse muito espaço. Usar madeira rústica com vidro, criando um ele-

mento sofisticado.

Conceito: Funcional, rústico com sofisticação.

Materiais: MDF, madeira certificada reaproveitada e vidro.

LUMINÁRIA ANzOL:

Gambiarra inusitada!

Usando elementos

simples: fios, bocais e

lâmpadas, foi criada a

luminária Anzol. Os fios

curvam-se para cima

criando um aspecto de

lustre. A ideia foi fazer

de simples gambiarras,

um lustre.

Conceito: Usar mate-

riais e formas simples

de um jeito inusitado.

Materiais: Fio.

59

A MESA DE REUNIõES colocada num dos

cantos do escritório, emoldurada por uma

parede de pedras brutas. Como em todo o

escritório, o destaque é a iluminação. Aqui

é sortida no teto e com fotos de luz na pa-

rede.

ÁREA DE PRODUçãO da agência, com destaque para o design grá-

fico no piso de resina. O desenho artístico com formas orgânicas

delimita a circulação do espaço. As paredes laterais e algumas pe-

ças do mobiliário receberam um tratamento gráfico usando imagens

inspiradas nos desenhos de Roberto Burle Marx que são ícones do

Rio de Janeiro.

Outra estrofe da música de Alcione parece sob medida para

nos chamar a atenção para um dos destaques desse escri-

tório. A iluminação é um caso à parte nessa criatividade toda.

Ela não convida. Ela intima. A área que ocupa grande parte do

salão é composta por duas grandes mesas de trabalho. Uma

grande luminária com 8 braços de ferro retorcido produzida

especialmente para o local, a luminária Octopus, é uma das

estrelas.

Em frente às estações de trabalho encontra-se a mesa para

reuniões rápidas, internas ou de grupos de trabalho. É ilumi-

nada por uma luminária de pé, feita sob medida. É a luminária

Lina, que se insinua sobre a mesa de trabalho.

No fundo do salão, sob o mezanino, estão localizadas as

duas salas de reuniões protegidas por panos de vidro. A ilu-

minação sortida no teto e os focos de luz na parede de pedra

bruta dão um charme especial aos ambientes.

A copa é delimitada por panos de vidro e composta por ban-

ca de pia com armários, bancada de madeira e mesa de al-

moço para 6 pessoas. O destaque da copa é a luminária En-

garrafada, feita com garrafas reaproveitadas. Toda a parede

do fundo é de pedras brutas com iluminação direcionada.

E no final dessa história, dá para imaginar todo mundo can-

tarolando “Eu vou prá lá”. Do lado de fora, a Lapa de tantos

janeiros, sorri malandra. “É a nova Lapa das tribos, dos bits,

dos hits e do tamborzão...Seu bonde é ruim de segurar”.

60

CE NÁR IO

61

NãO SE TRATA DE MERO CORPORATIVISMO

Po r tá t i l a pe re i ra fo to s d i v u l ga çã o

É u m a e m p re s a , s i m ! M a s co m o a a l a d o s c r i a t i vo s é ca d a ve z m a i s fa r t a , o a m b i e n te d e t ra b a l h o to r n o u - s e u m a ag ra d áve l m i s t u -ra d e m a te r i a i s . O re s u l t a d o n ã o p o d e r i a s e r m e l h o r : u m a o b ra q u e re f l e t i u a i d e n t i d a d e i n s t i t u c i o n a l - u m e s p e t á c u l o à p a r te

62

O ASPECTO FUNCIONAL não deveria ser o único quesito le-

vado em consideração na concepção de uma empresa. Ok,

essa é uma parte importante, mas o apelo visual também

merece um cuidado especial. Ainda bem que tem mais gen-

te que pensa assim, como o escritório FGMF Arquitetos, por

exemplo. Mostrando tudo o que sabem sobre interação ur-

banística, os profissionais surpreenderam no efeito estético

dado à Casa Rex, escritório de design gráfico, localizado na

capital paulista.

O estúdio ocupa uma casa antiga, que tinha três necessi-

dades de mudança: a fachada, o estúdio e a exposição dos

trabalhos. Para dar a cara nova, primeiro, parte da residência

foi despida: a massa que revestia as paredes foi retirada, re-

velando a estrutura e os diversos tipos de tijolos. A escada

também perdeu o revestimento e ganhou um toque rústico

nas laterais. Paredes foram demolidas e um percurso interno

foi criado. O material da fachada é inusitado. O gabião - ma-

lha de fios de aço utilizada para contenção de terra nas es-

tradas - foi preenchido com pedras arenito vermelho e brita

cinza, o que deu o charme pré-histórico à construção.

Na área de trabalho, um pé direito duplo, encabeçado pela

sala da diretoria, e uma estante feita de pré-moldados para

canalização de córregos. Ali, 50 funcionários podem botar a

cuca para funcionar e deixar o lado criativo fluir, inspirados

por uma chuva de pendentes. Na recepção, a área de expo-

sição aproveita a o trecho demolido e expõe os elementos

construtivos originais do prédio. São 600 m2 usados como

cartão de visitas do estúdio. A brancura também reside na

Casa REX. Caminhos com pintura epóxi branca foram deixa-

dos ao longo de todo o estúdio. As pedras nas bordas finali-

zaram a composição.

Para Fernando Forte, sócio e arquiteto do FGMF, o projeto

permitiu o discurso do reuso. “O projeto da Casa REX foi uma

excelente oportunidade para testar em escala interessante o

uso de materiais e técnicas normalmente utilizadas na infra

estrutura. O aspecto robusto dos materiais, aliados a uma

estética particular desse projeto, teve excelente custo be-

nefício e um resultado de personalidade forte, expressando

a identidade do escritório de design gráfico”.

A inovação e a arquitetura autoral deram a identidade que a

empresa já expressava nos trabalhos. A partir do contras-

te e com a escolha de técnicas e materiais que não se veem

em larga escala por aí, o que se viu depois de pronta foi uma

obra que valoriza o existente e não deixa que a funcionalida-

de atropele a estética. Os dois pontos trabalharam juntinhos.o Que JÁ existiA, mas estava escondido, foi colocado às

claras. A escada e as paredes da área de entrada foram despi-

das, deixando os tijolos à vista.

CE NÁR IO

63

A FAcHAdA JÁ

mostra a que o

projeto se propõe,

com a alternância

de dois tipos de

pedra, sustentadas

por fios de aço.

o pé-direito duplo deixa espaço

de sobra para as cabeças pensarem.

Por falar em espaço, dá para guardar

tudo nesta estante - são 60 m2.

os cAminHos leVAm

ao suprassumo da

ousadia. A brancura do

piso em contraste com a

rusticidade das pedras.

CE NÁR IO

PEGADA DRAMÁTICA

Po r tá t i l a pe re i ra fo to s d i v u l ga çã o

La b o ra tó r i o c r i a t i vo s e a p ro p r i a d e l e ga d o d e A l exa n d e r M c Q u e e n e d e i xa a i m ag i n a çã o f l u i r p o r

to d o s o s ca n to s d o d é co r

66

ALExANDER MCqUEEN INSPIRA. Aliás, sempre inspirou.

Ousado, gostava de causar e, com esse ímpeto que desa-

fiava o já existente, ele marcou época. Mesmo não estando

mais vivo, não é difícil encontrar suas ideias “contaminan-

do” – positivamente, é claro – o universo criativo. A Scho-

ol/SS99 surgiu com essa pegada e até o nome vem de Mc-

Queen: os fundadores basearam-se no memorável desfile

Spring/Summer de 1999 do estilista, no qual moda, tecnolo-

gia, direção de arte, design se fundiram numa batida perfeita

e trouxeram essa filosofia para “dentro de casa”.

A School/SS99 é uma laboratório criativo multidisciplinar

que reúne Direção de Arte, Design Digital, Fashion Photo-

graphy e Design de Interiores e os profissionais imprimiram

uma decoração estilosa e cheia de conceito. Contradizendo

o famoso ditado popular, naquela casa de ferreiro, o espeto

não é de pau. Prova disso é que os serviços oferecidos aos

clientes se refletem na própria decoração do lugar e, detalhe,

os próprios sócios assinaram o projeto.

Com a ajuda de pastilhas, o chão ficou pixelizado. E é do piso

que vem uma combinação usada por todo o canto: o imba-

tível P&B. Pontos dourados dos objetos de decoração e até

no cartão do estúdio completaram o composé estiloso. A

casa de década de 50 tornou-se uma opulenta mansão, or-

namentada com o luxo em suas mais variadas formas – do

tradicional ao contemporâneo. A partir da tela branca, foram

acrescentadas pinceladas ecléticas.

Os proprietários não quiseram fazer nada pela metade, por

isso, foi preciso garimpar mundo afora. Muitas das preferên-

cias dos donos não existiam no Brasil e o jeito foi buscá-las

CE NÁR IO

não esQuecerAm nem dos cartões! Luxo em forma

de ouro até no papel.

no locAl de trABAlHo, inspiração para todo o lado com as revistas dos segmentos

do laboratório expostas. E até sentar tem que ser com estilo: as mentes criativas têm

cadeiras Louis Ghost, de Philippe Starck. A mesa não fica atrás: é uma antiga Luís XV.

lá fora. Itens como torneiras, maçanetas e até chaves de ouro

foram importados de Londres. O escritório desenvolveu pe-

ças exclusivas para o projeto que conta também com objetos

de design assinados, como as cadeiras Eames, Philippe Star-

ck, Studio Badini, Selab e outras mobílias de outros países.

A visão cosmopolita não se restringe aos materiais e pe-

ças decorativas. Ela também se aplica às ideias. Viajados e

com um conhecimento global, os responsáveis pelo projeto

trouxeram um tiquim do mundo para o espaço do escritório.

No hall principal, por exemplo, tijolos com padrão de azulejos

brancos cobrem uma parede, uma ideia captada de uma es-

tação de metrô de Nova York. Mais uma encomenda especial

que precisou ser importada. Como resposta, um cliente já

pediu a mesma aplicação em seu escritório.

Clássico e moderno passeiam juntos, cada um em doses

perfeitas. E aquela pitada vintage também diz “presente”!.

Por isso, não se surpreenda ao encontrar uma vitrola anti-

gona, um telefone – daqueles que tinha que dar uma voltinha

até o número, lembra?! –, um simpático armário de farmácia

repaginado, ou, ainda, uma geladeira arredondada – preta!

– lá das décadas de 50 e 60. Tudo com a companhia de um

piano branco para não destoar a combinação.

A dramaticidade percebida lá no épico desfile de McQue-

en caiu como uma luva em toda a proposta, da filosofia da

empresa ao que foi apresentado no décor do escritório. Com

o resultado final, a genialidade fica por conta da decisão de

usar a própria sede da empresa como um cartão de visitas,

muito pomposo, por sinal.

67

o piAno de cAudA, um Diederichs & Freres da Rússia criou um estilo de intencional extravagância, ajudado por tapetes de pele. As pastilhas no piso

parece que foram colocadas intuitivamente. A opulência segue pelo mobiliário. O sofá Chesterfield em capitonê é casado com a mesa de café com aquela

pitada chique: as pernas são de ouro!

o BAnHeiro não poderia fugir da temática. Só que o pano de fundo foi inverso:

no lugar da predominância do branco, vem o preto, sem perder o encanto. E olha o

ouro ali, na maçaneta, nas torneiras, nos detalhes.

A entrAdA JÁ é convidativa. Iluminação

intimista já mostram aos clientes – ou

meros admiradores – o que vão encon-

trar lá dentro.

68

MAIS INTERAçãO, POR FAVOR!

Po r tá t i l a pe re i ra fo to s An a G a l a n te

N u m a o l h a d a p e l o p o r t fó l i o d a Agê n c i a WE , vo cê e n te n d e rá p o rq u e a e s t r u t u ra f í s i ca d o e s c r i tó r i o é a s s i m

CE NÁR IO

69

ELES qUERIAM qUE a parte física fosse condizente com a

filosofia da empresa, o que era difícil antes: o trabalho de criar

era feito em um pavimento de um edifício comercial, aquele

aperto só. Agora, a casa nova tem espaço, funciona em um

galpão de uma antiga escola, na Vila Olímpia, São Paulo. O

projeto é da Mila Strauss Arquitetura e, em apenas 3 meses,

apresentou as soluções que os proprietários da Agência WE

precisavam.

À disposição estão 1500 m² de área, divididos em três pa-

vimentos, distribuídos conforme a necessidade do trabalho.

As salas de reunião e o financeiro ficam no térreo e para os

minutinhos de descanso, no mesmo local, fica um café com

um lounge, integrado ao jardim. Por ali, é possível receber

clientes e realizar eventos.

O primeiro andar é para o trabalho duro, onde ficam as salas

dos sócios, de reunião e a mina de ideias, ou melhor, o espa-

ço de criação – com uma equipe de 100 pessoas. A inspira-

ção industrial está ali, presente. Em alusão a isso, duas das

salas de reunião ficaram suspensas, como contêineres – o

que dá ajuda no apelo visual do galpão. O topo do prédio foi

definido como sala vip com área externa.

A mudança estrutural possibilitou também uma alteração na

forma de trabalho. Na antiga agência, os funcionários preci-

savam se espremer em salas fechadas e aí o entrosamento

e a interação não eram quesitos levados muito ao pé da letra.

O conceito open space abriu essa janela para que o contato

também se transformasse em uma ferramenta criativa.As escAdAriAs mArcArAm pontos de cor na agência. Mesmo com a predominância do

branco e do cinza, esses tons básicos serviram de pano de fundo para cores fortes

A pArte externA é bem convidativa: bastante verde e peças

estilosas para admirar

70

Nem tudo o que era escola antes foi desfeito. A cobertura

original, estruturas e paredes são os mesmos. A iluminação

do open space também, mas foi complementada com pen-

dentes. Lâmpadas fluorescentes presas em eletrocalhas de-

ram luz aos demais ambientes. Os móveis, em sua maioria,

não são novos: foram reaproveitados ou reformados.

A definição da paleta de cores partiu de um ponto bem in-

teressante: os tons escolhidos vieram direto do portfólio da

agência – para que o cliente já entenda o que a empresa faz

ao botar o pé para dentro. A liberdade espacial aumentou a

metragem e tirou de trás da cortina a personalidade da WE.

nA sAlA de reuniÕes, as cadeiras Bertoia foram as eleitas para

acomodar os convidados. Para iluminar, lâmpadas fluorescentes

CE NÁR IO

no térreo, o piso é de grama sintética – uma extensão da parte

externa da agência

71

Conheça a história completa emcasadastintascascavel.com.br

Rua Paraná, 3736Cascavel - Paraná

45 3223 3484

Renilda dos SantosGanhadora do concursoTudo de cor para minha casa

72

CE NÁR IO

73

INTERIOR COSMOPOLITA

Po r r i ca rd o po h l fo to s ro d r i go Vi e i ra

S ej a b e m v i n d o à re s i d ê n c i a d a c r i a t i v i d a d e . Co n h e ça a m u s a i n s p i ra d o ra , o u m e l h o r , ca s a i n s p i ra d o ra d o s p a l a d i n o s d a c r i a çã o

74

CE NÁR IO

IRREVERENTE, SEM DEIxAR de ser sério. Além do papel de

parede de uma das maiores cidades do mundo, Nova York,

ali fica estampado o esforço de gente que trabalha, mas não

deixa de se divertir. E já que estamos falando na metrópole,

muitas são as semelhanças entre a cidade que nunca dorme

e o QG da Editora DFP.

A decoração idealizada por eles e condensada por ela, a ar-

quiteta Andrea Coelho, representa todos os estilos dos pro-

fissionais que ali trabalham, como se fosse uma capital que

abriga povos distintos, mas cidadãos fiéis a uma mesma

cidade. “Essa faixa contínua que passa, integrando todos os

espaços apesar de eles serem completamente diferentes,

dá uma unidade visual, então você enxerga uma empresa in-

teira, trabalhando com módulos separados”, explica Andrea.

O cinza, que compõe a faixa e se dispõe por toda a área, não

é chato como se imagina, e desempenha papel importante

para os colaboradores: Quando estão apilhados de jobs ou

reportagens, é na sua serena tonalidade que encontram o

equilíbrio. O contraponto fica por conta das cores primárias

que estabelecem pontos de cor estratégicos no grande cin-

za do espaço.

Única e suficiente é a parede amarela que promove a alegria

em complemento com a calmaria. O efeito que o amarelo

provoca nos mais desmotivados, se estende mais forte, mas

ainda divertido, nos criados-mudos agachados embaixo de

algumas mesas, em pontos estratégicos. “Eu gosto muito da

ideia, eu acho que tem tudo a ver com criação, essa questão

do espaço jovem”, legitima a arquiteta.

Não é só nos trabalhos de publicitários, jornalistas e direto-

res que a ousadia é presente. É na cozinha, e em forma de

geladeira, que o vermelho contrapõe toda a responsável

obrigação de lavar uma louça que o preto do mármore dita.

É nos aéreos que o charme fica, junto com cereiais, armaze-

nado para ser descoberto num abrir de portas estiloso, mas

discreto, como o cinza que predomina.

Apesar de estarem abaixo, os aparadores não são menos

importantes. Eles guardam tudo, desde clipes até influên-

cias, demonstrando sua seriedade na forma de pegadores

de alumínio. E se formamos uma metrópole no interior de

uma Editora, temos uma prefeitura, certo? Errado, o lugar

onde decidimos o futuro de textos e logotipos é uma mesa

redonda e azulada de credibilidade, sem essa besteira de

hierarquias e formalidade. Aqui, a única ditadura é a da cria-

tividade!

76

ALMA ExPOSTA Po r J u l i e Fa n k fo to s s é r g i o s a n d e r s o n

D e s ca s ca r e d e s co b r i r é a o rd e m – va l o r i z a r o q u e h á p o r t rá s d a s e s -t r u t u ra s p o d e reve l a r e l e m e n to s q u e rev i go ra m u m p roj e to

77

CE NÁR IO COM E RCIAL

TIRAR A CASCA AqUI exige mais do que ferramentas. Exi-

ge sensibilidade e paciência muita. Uma obra que pede olhar

apurado para prever problemas antes que eles possam sur-

gir exige experiência – e experiência muita também. Os

quesitos não são problemas para Andrea Coelho, arquiteta

responsável por dar nova forma a uma loja de móveis no co-

ração de Cascavel. O prédio, que hoje divide espaço com uma

farmácia, já foi um restaurante e ficou abandonado por um

tempo. Hoje, empresta sua antiga estrutura de madeira para

um projeto que encanta corpo e alma.

E por falar em corpo – se a estrutura pronta precisava de

uma nova cara, antes, era necessário despi-la para saber o

que de fato se tornaria material para o projeto: “Quando nós

chegamos lá, havia quase uma estrutura hospitalar: forro

de pvc, azulejo branco, paredes revestidas. A gente não ti-

nha exatamente noção do que tinha ali atrás. Ele foi locado

porque o ponto era bom.”, conta a arquiteta. Depois do “des-

manche”, é que foi possível impulsionar o projeto, a partir

do que o prédio oferecia. O desafio era não demolir nada de

estrutura – para não afetar o vizinho. Daí, vieram as solu-

ções que ambientariam o espaço posterior com a estrutu-

ra pronta: um piso de concreto queimado, manutenção das

tesouras em madeira (pintadas de branco) e uma fachada

independente para tampar o barracão anterior.

O prédio, que veio sofrendo intervenções, mesclava estru-

turas de diferentes tempos: a de madeira inicial permaneceu,

na entrada e na garagem, outros dois tipos de estruturas

metálicas tiveram que ser mantidas. A questão é: não se-

ria mais fácil demolir? A coerência responde essa questão:

“Para mim, seria muito mais conveniente, porque eu faria

tudo do meu jeito. Tem coisas que, como arquiteta, me inco-

modam profundamente, mas talvez essa não fosse a melhor

solução para o meu cliente. O bom profissional consegue

se adaptar a diferentes situações. Você não mede um pro-

fissional pela quantidade de problemas que aparecem, mas

pela quantidade de problemas resolvidos.”, reflete a arquite-

ta. Há ainda um fator determinante: a relação custo-tempo –

“principalmente quando um imóvel não é próprio – o que se

vê em grande parte das situações de arquitetura comercial”,

explica Andrea. O tempo, nesses casos, é fator preponde-

rante e somente as decisões rápidas podem economizá-lo:

“São decisões simultâneas, faz isso, faz aquilo, muda aqui,

vai lá. Esse projeto foi sendo mudado constantemente até a

o BAnHeiro púBlico é pautado nas ques-

tões de acessibilidade. Apesar da pia aberta,

a exposição não é agressiva.

78

A FAcHAdA com detalhes em ma-

deira de demolição esconde a antiga

construção.

79

é qUEM DECIDE POR LIVRAR espaços dessas

máscaras e maquiagens só poderia ser autêntica.

Andrea Coelho é curitibana de nascimento e for-

mação, mas escolheu a cidade de Cascavel para

se firmar no mercado de arquitetura. Com uma

graduação na UFPR e pós-graduação em História

da Arte, Crítica e Estética, saiu da capital para pro-

tagonizar obras e feitos por aqui. Além de ter lecio-

nado nos cursos de design e arquitetura da FAG, foi

sócio-fundadora da extinta FENARC e da, também

extinta, Sociedade de Arquitetura de Cascavel.

Quando chegou à cidade, havia, no máximo, uns 4

escritórios de arquitetura. Hoje, no turbilhão de es-

critórios e da leva recheada de profissionais recém

formados, identifica um mercado fértil, com pontos

saturados, mas uma fatia inteira carente: “Quando

as pessoas se formam, todo mundo quer fazer a

mesma coisa. A gente tem um segmento inteiro aí

para ser preenchido e esse pessoal tem que ser di-

luído por todo o setor. A área de urbanismo aqui, por

exemplo, é uma página em branco. Faltam escritó-

rios atuando fortemente na área de planejamento

urbano, soluções urbanísticas. Paisagismo é outro

setor tímido.”, observa. Interiores e empresas dão

mais visibilidade ao portfólio e, há mais de 20 anos,

quando não existiam fornecedores e soluções ade-

quadas, era hora de fazer bonito em casas e lojas. O

sucesso da arquiteta, queridinha entre exigentes e

antenados, é explicado por esse trabalho de formi-

guinha, feito ao longo de todo esse tempo. Mesmo

sem ter uma área de atuação predileta, é, sim, no

hall de casas de pompa e empresas dos melhores

pontos, que encontramos sua assinatura – sinal de

que quem ainda estiver disposto a preencher essa

fatia de mercado tem um longo trabalho pela frente

e uma competidora de nome e muito bom gosto.

A ARTISTA POR TRÁS DA NOVA FORMA

gente conclui-lo. Não houve um projeto. Tem um projeto ini-

cial e um produto final – ele foi sendo adaptado.”, comenta.

Em uma situação do passado, o dono demoliria a constru-

ção e aproveitaria o terreno, mas a proposta de reaprovei-

tamento e conscientização tem atraído adeptos. Para os

arquitetos, um desafio: na arquitetura comercial, é o produto

que tem que aparecer, não a loja. “E aí entra uma questão

de ego, um problema para todo profissional da criação.”,

provoca Andrea. E por falar em ego, há aquele projeto que-

ridinho que, de alguma forma, reflete a identidade artística

do profissional? “O último projeto é sempre o mais queri-

do, talvez por ainda estar na memória.”, tangencia Andrea.

Conhecer projetos que, de tão sensivelmente executados,

refletem necessidade do cliente e perfil do arquiteto na pro-

porção ideal faz a gente pensar que arquitetura é coisa de

alma mesmo – quase um bater de santos, muito antes do

primeiro martelo.

CE NÁR IO COM E RCIAL

As tesourAs não po-

deriam ser tiradas por se

conectarem ao outro lado e

segurarem todo o telhado.

A opção foi fazer gesso e

deixá-las aparentes.

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84

“nos próximos Anos vamos ver acon-

tecer com o design o que aconteceu com a

indústria da música.”

85

A falta de alternativas criativas transformou o arquiteto em

designer. Maurício Arruda talvez tenha levado em considera-

ção o ditado popular de Se quer bem feito, faça você mesmo.

E ele fez. Fez tão bem feito que, hoje, o paranaense – e um tal

de José – tem reconhecimento internacional. Recebeu convi-

tes da Bélgica, para expor no Flanders Gallery, e da Inglaterra,

para mostrar irreverência no The Gallery at the civic. Pauta

com prioridade a sustentabilidade na agenda e carimba sua

marca registrada com humor. Por vezes, com o selo copyleft.

Copy o quê?

Selo Copyleft. Quer dizer que a peça não possui direitos auto-

rais reservados e suas cópias – sem fins lucrativos, que fique

avisado aos espertalhões – é estimulada. E o que isso tem

a ver com pirataria? Tudo. “Nos próximos anos vamos ver

acontecer com o design o que aconteceu com a indústria da

música”, justifica Maurício. Segundo o designer, com a aces-

sibilidade das impressoras 3D, “poderemos fazer download

de design e, além disso, remixá-lo”. Maurício também atribui

a isso uma mudança de paradigma que estamos sofrendo: o

consumidor participa mais do resultado final da peça, se tor-

nando o que ele denominou de “prosumidor”.

E se a questão ambiental é tratada com espirituosidade nas

peças de Maurício, é porque não se trata de tendência, mas

ideologia. Além da especialização em Construções Susten-

táveis, Maurício colaborou com a Agenda 21, um instrumento

para o planejamento do desenvolvimento sustentável, justo

e, ao mesmo tempo, econômico da sociedade. “Acho que

essa capacidade de transformar o ordinário em extraordi-

nário é uma característica do meu trabalho e do design bra-

sileiro contemporâneo”, caracteriza Maurício, voltando-se

principalmente à escolha dos materiais de reuso, que confe-

rem significado ao seu trabalho e foram impulsionados pela

industrialização atrasada no país. As características desfa-

voráveis da nossa indústria também o motivaram a pôr as

mãos na massa, ou melhor, a adotar as técnicas manuais de

produção.

E aquela carência, a criativa, ainda existe? De tal maneira,

que o designer de produto se tornou tão importante quanto

a arquitetura no estúdio de Maurício “tamanha a demanda

do mercado”. Mas não é a demanda que mantém o nome do

londrinense no mercado, ou melhor, na feira. Já que foi lá, nas

feiras mesmo, que ele se inspirou para criar a Linha José, uma

série de móveis ícones de seu trabalho, feitos com caixas

coloridas de plástico e muito talento. José é uma espécie de

porta-voz de seu criador, que em seus “pronunciamentos”,

em salas de estar, promove a sustentabilidade em discursos

bem humorados e descontraídos.

A brasilidade é expressa de tal forma nas criações de Maurí-

cio, que sua reação de identificação será instantânea quando

bater os olhos numa delas, como a Poltrona Rede ou a pró-

qUANDO O TALENTO ESTÁ PRESENTE, OS DIREITOS NãO PRECISAM SER RESERVADOS E n te n d a o t ra b a l h o d e M a u r í c i o Ar r u d a , s a i b a o p o rq u ê e l e p ro -m ove a có p i a d e s e u s p ro d u to s e d e s c u b ra q u e m é J o s é

Po r r i ca rd o po h l fo to s Fra n pa re n te

E SP E L HO

“ N ã o s o u co n t ra a i n d u s t r i a l i -

z a çã o . Po r o u t ro l a d o , o p ro -

ce s s o d e co l e t a r e re u t i l i z a r

m a té r i a n ã o - p r i m a fa z p a r te

d a i d e n t i d a d e d o m e u e s t ú d i o

e i n d u s t r i a l i z a r e s s e p ro ce s s o

é co m p l exo . ”

86

pria Linha José. Criar uma identidade cultural num país do

tamanho do nosso não foi nada fácil, mas Maurício obteve

tamanho sucesso que suas peças expressariam brasilida-

de até numa residência da República Tcheca. Falando nisso,

não estranhe caso aviste uma peça dele por aí, tipo, em Pra-

ga, porque esse tal de José representou tão bem o Maurício,

que agora ele vai desenhar para a Ikea, um grupo presente

em mais de 30 países e conhecido por comercializar móveis

funcionais, com um design bacanudo a preços xuxu beleza.

Com relação à produção de larga escala, Maurício faz ques-

tão de enfatizar “Não sou contra a industrialização. Por ou-

tro lado, o processo de coletar e reutilizar matéria não-prima

faz parte da identidade do meu estúdio e industrializar esse

processo é complexo”. Porém, nesse mundo, ele se sai muito

bem. Prova disso, é a Flúor, luminária com estrutura fabrica-

da pela indústria e finalizada pelo consumidor, que a com-

pleta com lâmpadas fluorescentes queimadas, se tornando

agente reciclador e prosumidor.

E se você come no quarto e dorme na cozinha, não se preo-

cupe. Essa situação, em que as atividades estão se mes-

clando em todos os ambientes, faz parte do contemporâneo,

e segundo Maurício, por essa razão “A casa de hoje deve ser

organizada por atividades e não por áreas”. Isso que dizer

que posso comprar aquele rack de passar roupa na cor mog-

no com rodinhas súper prático? Não, amigo leitor, por favor,

não. Isso pressupõe, nas palavras de Arruda “espaços e mó-

veis interativos, nos quais o usuário define onde e como irá

usar”.

O designer que já lecionou em instituições como Instituo

Europeo di Design (IED) e na Escola Panamericana de Arte

aconselha: “Precisamos nos cercar de nossos objetos pes-

soais, nossas memórias para construir uma casa que conte

nossa historia. Essa relação mais subjetiva com a casa é que

faz dela nosso lar, nosso ninho. E não a configuração de sua

planta. Não acho que essa integração que vivemos hoje te-

nha a ver com modismo. Acho um caminho sem volta”. Ainda

que a condição de realizar várias atividades em vários luga-

res da casa pareça muito estressante para alguns, para ou-

tros, isso é produtivo de tal forma, que conseguem unir duas

coisas gostosas numa melhor ainda: como sentar no sofá

e fazer companhia para quem, antes, cozinhava sozinho. É

nessa proposta que Maurício não só no design, mas também

na arquitetura, propõe integração – o que faz parte de uma

nova comunicação do morar – do Maurício e de todo mundo.

Colocar em xeque questões tão simples de uma maneira tão

bonita implica que Maurício e toda leva seleta de sua gera-

ção conseguem assimilar como uma sociedade, carregada

de questões cruciais, se relaciona com os espaços, trans-

formando esses entendimentos em símbolos de reconhe-

cimento de Josés, Joãos, Marias e tantos outros brasileiros.

E SP E L HO

“ A ca s a d e h oj e d eve s e r o r ga -

n i z a d a p o r a t i v i d a d e s e n ã o

p o r á re a s . ”

A mesA House of Cards, desenhada por

Maurício Arruda, em projeto também dele.

87

88

A g u i a s ú p e r d e s co l a d a F l av i a L i z D i Pa o l o co n t a p a ra a ge n te q u e m s ã o o s a r t i s t a s d e r u a q u e vã o b o m b a r o u j á e s t ã o b o m b a n d o l á p a ra a s b a n -d a s d e s a m p a

VOz AO GRAFITE

SK E TCH MAP

BioFA

A arquitetura das cida-

des, as cores, as for-

mas geométricas, os

desenhos animados e

o grafismo em si são as

referências-base para

criação de seus per-

sonagens. Ilustrador,

publicitário, artista grá-

fico e plástico nascido

na zona norte, berço do

grafite contemporâneo,

Biofa começou aos 15

anos e não parou mais.

BoletA

Ele é o grafiteiro que tem mais obras no

Beco do Batman (referência do grafite

na Vila Madalena em São Paulo). É um

artista que vem da pichação e começou

em 1994, no bairro da Moca. Tem como

principais influências a tatuagem e a

psicodelia e usa como principais temas

a espiritualidade e a natureza. Foi o

primeiro grafiteiro do Brasil a pintar com

estilo orgânico e a o primeiro a retratar

a floresta amazônica.

Confira o vídeo

sobre o livros “Co-

res e formas do

meu Brasil” produ-

zido por Biofa:

89

rui AmArAl Criador do Bicudo, personagem que está no painel permanente no Túnel

da Paulista. Criou também os ETs, os híbridos, os seres do espaço e os

seres terrestres. Recentemente tem se apropriado do espaço de uma

forma mais lúdica no olhar, a exemplo de uma empena grafitada num

prédio da Paulista. É artista plástico multimídia, ativista cultural, tem 51

anos e é paulista. É um dos pioneiros do movimento do grafite brasileiro.

Formou um dos grupos que mais agitou o circuito artístico paulista, o

Tupinãodá, cujos integrantes foram os primeiros a grafitar à luz do dia.

Sofreu perseguições da polícia, chegando a ser preso várias vezes e

processado criminalmente pela prefeitura de São Paulo.

Trabalha com desenho animado, pintura, webart, instalações. Já expôs

na Pinacoteca do Estado, MAC, MIS , Funarte, MAP, Paço das Artes. Par-

ticipou da Trama do Gosto e de três mostras paralelas na Bienal Interna-

cional de São Paulo. Possui trabalho no acervo do MASP. Formado pela

FAAP em artes plásticas, fez parte de uma época denominada geração

80, considerada um dos maiores expoentes do grafite brasileiro, que co-

meçava a invadir Bienais, museus importantes e galerias. Atualmente

tem se dedicado à sua produtora multimídia, a Artbr, pioneira em con-

teúdo para banda larga no país, coordena projetos de arte e educação

voltados a valorização da cidadania junto às comunidades carentes das

periferias das grandes cidades.

mundAno

Conhecido por ser ativista do grafite e da reciclagem, imprime

suas marcas em São Paulo e no mundo por meio de manifesta-

ções criativas que borram as fronteiras da tradicional intervenção

artística urbana para ações coletivas de engajamento social. É re-

conhecido por seu grafite “papo reto”, no qual o impacto dos con-

teúdos propagados é latente e ao qual se soma uma certa autori-

dade estética – o que o transforma em porta-voz da sociedade.

JAime prAdes

Um dos precursores do Beco do Batman, criado em 1983. Tem 55 anos,

fazia parte do grupo Tupinãodá e criou vários personagens que vende no

formato de escultura a preços variáveis. Ultimamente, tem trabalhado com

material reciclado, tanto madeira como ferro e plástico. Tem um livro publi-

cado com sua obra.

90

Sua empresa bem orientada por quem conhece do assunto

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F L ÁV I A L I z

Ninguém fica

perdido perto

da personal

guide Flávia

Liz. A viaja-

da paulista

oferece um

turismo de

ex p e r i ê n c i a

singular em

lugares onde poucos passaram em São Pau-

lo. Ela apresenta ao visitante a arte contem-

porânea, arquitetura, moda, design, arte de

rua e favelas da cidade, tudo de forma per-

sonalizada. Além dos lugares inusitados, os

passeios reservam um conteúdo multicul-

tural – cheio de gostosas surpresas no ca-

minho. É dela o dedo que aponta para 5 dos

artistas de rua que você tem que conhecer.

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NÃo É sÓ de ReVIsTa Que VIVe a ReVIsTa

C L A U D E M I R

H AU P T M A N N

O jornalis-

ta Claudemir

H a u p t m a n n

acabou de en-

trar para o time

– e trouxe con-

sigo uma ampla

bagagem. Ele

atua no jorna-

lismo desde os anos 80, passando por jor-

nais, revistas, portais de notícias, TV e rádio.

Veio escrever sobre o que, para ele, é a arte

de humanizar espaços: a arquitetura. Com as

palavras, quer transmitir o aconchego que

uma casa precisa ter. É dele a matéria sobre a

mão de obra na construção civil, entre outras

reportagens.

C A R L O S

SA L A M A N C A

O arquiteto e

urbanista Car-

los Salamanca

tem sede pelo

diferente. E é

assim desde

sempre. Com

um detalhe

aqui, outro ali

ele deixa as obras nas quais se envolve com

a cara do dono, mas com sua assinatura im-

plícita. Ligado em tudo o que surge de novo

na área mundo afora, ele traz para o interior

métodos construtivos sustentáveis e, claro,

bonitos que só. Conhecido na região por tra-

zer os contêineres para a cidade, foi ele quem

explicou a tendência na seção Bate-papo.

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1. Baixe o aplicativo (QR DROID para Androids e QR READER para apple);

2. Abra o aplicativo e aponte a câmera para o QR CODE;

3. Você será redirecionado para a página com o conteúdo.

4. Leia, assista ou veja e divirta-se!

Se você viu um monte de escritórios criativos por aqui, espere só para

ver o que você vai encontrar no nosso site. Garimpamos entre os me-

lhores projetos, aqui e no mundo, escritórios para deixar a parte chata

da vida de lado. Confira lá!

Nos bastidores da produção da revista, rolam várias surpresas e ideias

paralelas. Você não pode deixar de nos acompanhar! Dá uma olhada no

que temos feito!

Confessa para a gente! Você não passa um turno sem bisbilhotar o

que anda acontecendo nas redes sociais, né?! A gente sabe! E por isso

preparamos com todo o cuidado um conteúdo exclusivo para você nos

acompanhar por lá!

@construarch

/revistaconstruarch

Para quem viu em algumas matérias um quadradinho branco para ser

“decifrado” pelo celular e não sabe o que é, a dica: eles são chamados de

QR CODEs e, ao serem identificados pelo leitor do celular, te direcionam

para o conteúdo online complementar à matéria. Tudo para deixar sua

leitura ainda mais dinâmica.

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www.casamania.it

cidAdelA

Rua Salgado Filho, 2366

Cascavel - PR

(45) 3038 1701

www.cidadelaarquitetu-

ra.com.br

controlsul

Avenida FAG, 205

Cascavel – PR

(45) 3222 7860

www.controlsul.com.br

criAre móVeis plAne-JAdos

Avenida Brasil, 5511

Cascavel – PR

(45) 3322 1863

decorAçÕes mArisA

R. São Paulo, 735

Cascavel - PR

(45) 3038-3234

www.decoracoesmarisa.

com.br

desmoBíliA

Avenida São Gabriel, 481

Curitiba - PR

(41) 3072 6827

www.desmobilia.com.br

eduArdo pArAnHos ArQuiteturA e cons-trução

Rua Antonina, 2027

Cascavel - PR

(45) 3306 0353

www.eduardoparanhos.

com

estAr móVeis

Rua Jurubatuba, 362

São Bernardo do Campo

– SP

(11) 4125 7743

www.estarmoveis.com.

br

esQuAdrA ArQuite-tos

Brasília, DF

(61) 3347 4327

www.esquadra.arq.bretnA

www.etna.com.br

eVViVA Bertolini

Rua Minas Gerais, 2296

Cascavel – PR

(45) 3038 9001

www.evviva.com.br

FAculdAde Assis GurGAcz

Avenida das Torres, 500

(45) 3321 3900

www.fag.edu.br

FernAndA scHerei-Ber JoiAs AlternA-tiVAs

Rua Riachuelo, 1949

Cascavel – PR

(45) 3223 7814

FinGer

Rua Pernambuco, 1719

Cascavel - PR

(45) 3306 0434

www.fingermoveis.com.

br

FGmF ArQuitetos

Rua Mourato Coelho, 923

São Paulo - SP

(11) 3032 2826

www.fgmf.com.br

iBAcAnA

(11) 2626 0495

www.ibacana.com.br

iGe

www.ige.com

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Rua Afonso Pena, 1854

Cascavel – Paraná

(45) 3225 3111

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liaria.com.br

Jd cAsA

Av. Brasil, 2185

Cascavel - PR

(45) 3305 6000

www.jdcasa.com.br

KGepel

Rua Erechim, 799

Cascavel – PR

(45) 3220 2441

www.kgepel.com.br

KosBo

www.kosbo.com

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www.legendbluesllc.com

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Rua Teresina, 1155

Cascavel – PR

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Rua Carlos de Carvalho,

3783

Cascavel-PR

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Rua Paraná, 5906

Cascavel - PR

(45) 3037 5647

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Cascavel – PR

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Rua São Paulo, 1151

Cascavel – PR

(45) 3225 8182

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BAT E - PAP O

U m p a s s o p a ra a i n d u s t r i a l i z a çã o d a co n s t r u çã o c i v i l

contêiner, Volume, caixa metálica e, até mesmo, equipamento. São inúmeras as descrições para este recipiente

conhecido popularmente por transportar cargas pelo mundo todo. Essa caixa foi criada em 1937 pelo caminhoneiro

Malcon Mclean e considerada por muitos estudiosos e economistas a maior inovação ocorrida no comércio mun-

dial, por se tornar um facilitador do transporte de produtos e cargas. Ela é eficiente por se adequar aos diferentes

modais de transporte e se torna mais uma vez vanguardista na exploração de seus usos: ela deixou de ser vista

somente nos portos e navios.

O contêiner passou a ser destinado aos mais diversos fins e ganhando força na área da construção civil. Um exem-

plo claro é o projeto denominado de Container City, criado e iniciado em 2000 na Inglaterra: levou cinco meses

de obra utilizando 20 contêineres. O resultado foi um complexo criado para promover o comércio e diluir o tempo

da construção, hoje, é espelho para outros países. Tanto o uso quanto a tipologia são diferenciais desse projeto, o

que o caracteriza como uma solução tecnológica para se promover uma habitação e comércio acessível, de design

moderno e porta-voz da sustentabilidade para problemas sociais e ecológicos. Outros exemplos figuram nesse

conceito: desde abrigos, sejam eles improvisados, para suprir a demanda de habitações em países que sofreram

desastres naturais, seja na utilização para museus itinerantes. O que já foi popularizado nos outros países está to-

mando força no Brasil, numa espécie de industrialização da construção civil.

Com o expoente crescimento do mercado da construção civil e com a busca de novos materiais e tecnologias, o

contêiner vem se destacando, não somente pelo conceito, mas também pelas possibilidades da utilização das es-

truturas com base nas estruturas metálicas. Em uma época na qual tempo significa dinheiro, e os construtores/

incorporadores estão reféns de mão de obra, a busca por materiais e serviços industrializados reforça a ideia de se

diluir o tempo da construção, buscando recursos e tecnologias para se promover obras melhores e mais susten-

táveis. Entre as vantagens da utilização desse recurso, estão, além do baixo custo, do fácil transporte e do curto

prazo, uma diminuição dos resíduos, do custo de mão de obra bruta e uma flexibilidade construtiva. A reutilização

de contêineres em desuso, a valorização do design e a utilização de estruturas sólidas tornam sua utilização ainda

mais atrativa.

Todos estes itens são importantes, e visa promover ainda mais discussões sobre compatibilização de projetos e

engenharia simultânea, fazendo com que cada vez mais projetos bem elaborados façam a diferença na hora da

construção, economizando tempo e recurso. Tais projetos se tornam fundamentais para se resolver e promover

soluções técnicas e práticas para garantir conforto térmico, acústico e estrutural nessas edificações.

De maneira geral, essa popularização dos contêineres na construção civil e no mercado brasileiro visam a promover

o uso, mas também a necessidade de novas modalidades construtivas, na busca por obras mais inteligentes, que

reflitam o pensamento atual, da busca por tendências inovadoras e de produtos melhores, não somente para os

usuários, mas para a cidade em geral.

cArlos sAlAmAncAé arquiteto na Salamanca Arquitetura. Conhecido na região por protagonizar obras utilizando contêineres, recentemente foi responsável pelo projeto arquitetônico da Casa Foz Design.

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