congresso ibero ea_questionário percepção ambiental
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"Questionário eletrônico de percepção ambiental a estudantes de graduação, utilizando a plataforma Google Docs".Trabalho apresentado no VI Congresso Ibero-Americano de Educação Ambiental em setembro de 2009, na Argentina.Disponível em www.elisson.blog.br.Link direto em: http://elissonprieto.wordpress.com/2009/09/19/questionario-eletronico-percepcao-ambiental/TRANSCRIPT
VI Congresso Iberoamericano de Educação Ambiental16 a 19 de setembro de 2009
Taller: EXPERIENCIAS DE EDUCACIÓN AMBIENTAL EN ÁMBITOS UNIVERSITARIOS
Questionário eletrônico de percepção ambiental a estudantes de graduação, utilizando a plataforma Google Docs
Élisson Cesar Prieto
Palavas-Chave: Questionário, Percepção Ambiental, Google Docs
1. IntroduçãoO trabalho relata a experiência do autor com a elaboração, aplicação e avaliação dos
resultados de um questionário de percepção ambiental, de forma eletrônica, a estudantes
dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Mecatrônica e Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Uberlândia.
O questionário aplicado objetivou o levantamento de informações e a sondagem de
opinião dos estudantes pesquisados, para constituir um diagnóstico do nível de
conhecimento sobre as questões ambientais a serem trabalhadas durante o curso e um
mapeamento quanto à valoração das relações entre homem e natureza.
Além disso, como a maioria dos estudantes matriculados nas disciplinas do caso em
análise, não haviam tido contato, nos seus cursos, com conteúdos que abordassem de
forma específica as questões ambientais, a proposta permitiu levantar temas polêmicas ou
de maior interesse, ajudando para orientar a preparação das aulas.
O questionário foi elaborado para ser preenchido via internet, utilizando a plataforma
gratuita e on line Google Docs <http://docs.google.com>, que permite a edição de textos,
planilhas e apresentações. O formulário com perguntas e respostas de múltipla escolha e
abertas levou em conta para atrair o interesse dos estudantes, além de questões que
instigavam a reflexão e o debate, o aspecto da inovação, ao ser todo executado pela
internet. Além do gasto zero com papel, houve também uma economia de tempo
proporcionada pelo sistema que lança e faz a tabulação dos dados automaticamente.
Foram formuladas indagações sobre informações pessoais e hábitos dos estudantes,
percepção quanto à qualidade ambiental de onde vivem, pesquisa de alguns conceitos e
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definições relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade e ainda sobre a postura e a
opinião deles diante de situações hipotéticas de impacto ambiental.
Apesar do questionário ser preenchido individualmente, os resultados foram sempre
considerados de forma coletiva, buscando sempre obter respostas (e às vezes perguntas)
sobre a percepção da média das turmas quanto às questões ambientais que seriam
trabalhadas durante o curso.
É essa experiência, que foi bem avaliada por professor e estudantes e traz inovações
como sua aplicação eletrônica, que se pretende socializar com todos os interessados na
Educação Ambiental com o objetivo de vê-la aperfeiçoada e disseminada.
2. Questionário de Percepção AmbientalA percepção ambiental, no estudo da Educação Ambiental, é um instrumento que
possibilita ao pesquisador aprofundar a análise da compreensão das interrelações entre a
sociedade e o ambiente no qual vive, principalmente quanto às noções, condutas e hábitos
que demonstram como cada indivíduo percebe e responde às ações sobre o meio ambiente.
O questionário desenvolvido, objeto desse trabalho, foi entendido como uma
importante ferramenta para o levantamento de informações e para sondagem de opinião dos
pesquisados, tendo, a síntese de seu resultado, funcionado como um diagnóstico do nível
de conhecimento sobre algumas questões ambientais e como um mapeamento quanto à
valoração e às relações das atividades econômicas e sociais sobre o meio ambiente.
Isso porque entende-se a percepção ambiental como um passo na tomada de
consciência do homem sobre as questões ambientais, ora e vez que cada indivíduo percebe
e se posiciona de forma diferente em relação aos problemas e as ações sobre o ambiente
em que vive.
As respostas e manifestações colhidas são justamente decorrentes das percepções
– individuais e coletivas – de processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada
pessoa, tal como apresentado por Vicente del Rio e Lívia Oliveira, na obra Percepção
Ambiental: A Experiência Brasileira (1996).
É a percepção construída ou imaginada sobre a “realidade” que, no entender de
Edgar Morin (2004) desenvolve a aptidão para contextualizar os saberes e produzir um
pensamento que situa todo acontecimento, informação ou conhecimento em sua relação
com o ambiente.
A percepção ambiental nesse sentido é, antes de tudo, uma ação pedagógica de
caráter crítico que, como afirma Guimarães (2004:31-32), busca romper com a formação
para mudança comportamental descontextualizada da realidade socioambiental.
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Reconhecendo que o processo educativo não é a assimilação individualizada dos
conteúdos, mas a interação, uns com os outros, estudantes, professores, objetos e
processos, a percepção ambiental é fundamental para estimular debates e ajudar na
construção de uma compreensão crítica e articulada das diferentes visões sobre a questão
ambiental hoje.
3. Plataforma Google DocsO questionário de percepção ambiental foi elaborado utilizando a plataforma gratuita
Google Docs <http://docs.google.com>, o que permitiu que todas as suas etapas de
execução – criação e gerenciamento pelo docente, preenchimento pelos estudantes e
tabulação dos resultados – fossem totalmente feitas pelo programa e via internet.
O Google Docs é um pacote de aplicativos da empresa Google, que permite a
criação e edição de textos, planilhas, apresentações e formulários, de forma on line e sem
qualquer custo para o usuário, que precisa apenas possuir uma conta de usuário no Google.
O serviço foi lançado inicialmente em 2006 pela empresa tida como gigante de buscas na
internet, encontrando adeptos no mundo todo por ser um programa totalmente acessível via
rede mundial, ou seja, não precisa ser instalado em computadores.
A grande vantagem do programa é permitir que seus usuários criem e editem
documentos pela internet, de forma colaborativa e em tempo real com outros usuários. Por
exemplo, é possível que um professor crie um artigo sobre uma pesquisa e seu orientando,
em qualquer outro lugar do mundo, possa dar continuidade ao estudo e alterar ou
acrescentar ao trabalho. Tudo isso em tempo real, sem necessidade de envio de emails e
criação de novas versões do documento.
Além disso, o Google Docs permite que documentos criados em seu ambiente sejam
publicados automaticamente para o mundo todo como páginas web ou documentos de um
blog ou outro site.
Não somente é possível a edição de textos, mas também de planilhas de dados e de
apresentações (slides para palestras, cursos e reuniões). A plataforma permite, inclusive,
que o usuário converse, em tempo real, com as outras pessoas que estão editando sua
planilha ou assistindo a sua apresentação, tudo pela internet.
No caso deste trabalho, a ferramenta do Google Docs utilizada foi a edição de um
formulário de perguntas e respostas, como um questionário de percepção ambiental para
ser aplicado aos estudantes das disciplinas de “Educação para o Meio Ambiente” e
“Ciências do Ambiente” nos cursos de Engenharia Mecânica e Mecatrônica e Medicina
Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
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Figura 1: o questionário publicado fica disponível para acesso de qualquer pessoa, mesmo não
usuária do Google Docs, como uma página da internet.
O questionário via Google Docs, é de fácil montagem, permitindo inclusões,
alterações e exclusões de perguntas e tipos de questionamento, de modo rápido, e
publicado em endereço do próprio sistema.
Para criar um formulário, basta acessar o site do Google Docs e a opção criar novo
Formulário. De maneira bem intuitiva, o sistema permite que o usuário vá criando
diretamente as questões, podendo editá-las ou exclui-las.
O usuário tem a sua disposição campos para nome e detalhamento da pergunta e
um rol de 6 (seis) opções para que tipo de pergunta pretende fazer:
Texto: para respostas livres do pesquisado, mas curtas;
Texto do parágrafo: para questões abertas e discursivas;
Múltipla escolha: quando o pesquisado escolha apenas uma dentre várias opções;
Caixas de seleção: em que o pesquisado pode escolher mais do que uma opção;
Escolha de uma lista: para seleção de opções de uma lista determinada;
Escala: em que o pesquisado atribui notas de 1 a 5 para cada opção.
Ao final do questionário, o usuário conclui a operação e pode definir uma mensagem
de confirmação que será exibida ao estudante após o preenchimento dos campos. Nessa
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mensagem pode ser, inclusive, encaminhado link para o pesquisado conferir, até aquele
momento, os resultados da avaliação.
Outra grande vantagem é que o sistema lança automaticamente todas as respostas em
uma planilha de linhas e colunas compatível com a maioria dos softwares de edição,
permitindo a filtragem, seleção e ordenação dos dados da forma como melhor convier ao
pesquisador. Na planilha são lançadas também a data e horário que o estudante respondeu ao
questionário.
Figura 2: As respostas são lançadas pelo Sistema em uma planilha de dados
Além disso, o próprio sistema ainda gera gráficos e tabelas com os resultados,
poupando todo o tempo que seria gasto na tabulação dos dados. O Google Docs apresenta
os gráficos nos formatos pizza e colunas de forma automática e imediata, sem necessidade
de qualquer ação do usuário. Além disso, ficam visíveis, como uma legenda, os dados das
respostas, em números absolutos e percentuais.
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Figura 3: o próprio sistema gera gráficos e síntese dos resultados
Após a formulação do questionário, o formulário é publicado em um endereço na
internet do próprio sistema e está pronto para receber respostas, podendo ser acessado por
qualquer pessoa no mundo, mesmo de quem não seja usuário do Google Docs. Há ainda
uma opção para enviar o formulário por email, bastando digitar os emails das pessoas que
serão convidadas a responder o questionário. O sistema se encarrega de enviar
automaticamente para eles o formulário.
4. MetodologiaDessa experiência, é importante debater não só os resultados do questionário de
percepção ambiental aplicado, mas também o processo, os passos que foram dados para a
execução dessa proposta.
Em síntese, foram utilizadas cerca de 4 (quatro) horas para a montagem do
questionário na semana anterior ao início das aulas. Na primeira aula com cada turma, a
proposta do questionário foi apresentada e foram dadas todas as instruções necessárias ao
preenchimento do formulário pelos estudantes. Após as respostas ao formulário, em uma
parte de outra aula, os resultados consolidados de cada turma foram apresentados e
discutidos, encerrando a atividade.
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4.1. A justificativa
A opção por elaborar e aplicar o questionário de forma on line, levou em conta, além
do aspecto da inovação para atrair a atenção dos estudantes, a economia de papel que foi
propiciada. Como cada questionário impresso demandaria 6 (seis) páginas, estimou-se a
economia em 250 (duzentas e cinquenta) folhas de papel, excluído o gasto com tinta para
impressão e cópias. Tudo isso foi apresentado em sala de aula aos estudantes, já como um
primeiro momento de conscientização sobre a necessidade de preservação de recursos
naturais.
Na aula em que o questionário foi apresentado foi dito que a produção, transporte e
comercialização de papel em larga escala consome muitos recursos naturais, devendo seu
consumo ser racionalizado. Em suma, o papel:
ocupa o solo com silvicultura (terras que poderiam ser utilizadas para agropecuária);
suprime árvores, desmatando matas, florestas e reservas naturais e/ou legais (para
produzir 1 tonelada de papel, são necessárias entre 2 e 3 toneladas de madeira)
necessita de transporte da madeira até a indústria (gastos com combustíveis e estradas)
e depois para os locais de venda e uso;
despende energia elétrica (ou queima de carvão) em grande quantidade para o
processamento (corte, tritura e cozimento) da madeira;
utiliza grande quantidade de água (é a atividade industrial que mais utilizada água no
processo produtivo);
usa diversos reagentes químicos, com grande toxidade (hidróxido de sódio e sulfeto de
sódio na fase inicial e peróxido, dióxido de sódio, ozônio e ácido para branqueamento);
produz resíduos químicos, depositados no ar, no solo e na água, poluindo o ambiente (o
principal é Licor negro ou Lixívia negra);
utiliza mais energia elétrica no processo de produção (para produzir papel, gasta-se a
mesma quantidade de energia do que para produzir aço);
gasta-se com embalagens (também em papel – papelão) e com tintas gráficas ou
impressoras;
gasto com a coleta e disposição do lixo (que é paga pela coletividade), ocupando
grandes extensões em aterros (a quantidade gerada é muito grande e o tempo de
decomposição é razoável, aproximadamente, de 1 a 3 meses).
Pensando nisso, os estudantes foram convidados a adotar medidas de
racionalização do consumo de papel, como imprimir ou escrever no papel utilizando os dois
lados; dar preferência a produtos reciclados; recusar folhetos de propaganda que não sejam
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de seu interesse; separar o papel do lixo orgânico e entregar a cooperativas de catadores;
reduzir a utilização de embalagens, dentre outras.
4.2. A criação do formulário
Para criação do questionário no formato de formulário de respostas via internet,
foram seguidos os seguintes passos:
a) acesso ao Google Docs <http://docs.google.com/>;
b) selecionar “Novo” no menu superior e depois em “Form”;
c) já no formulário, basta preencher os campos na parte superior do questionário
quer servirão como introdução: título do formulário e texto de informação;
d) após a apresentação, inicia-se a edição das perguntas com o título, por exemplo,
“Quanto tempo, em média, você leva no banho?”. Caso necessário, pode-se acrescentar um
texto de ajuda à pergunta. Essa opção foi usada para observações sobre as perguntas para
melhor entendimento;
e) para finalizar a criação da pergunta deve-se escolher o tipo de questão a ser
formulada, dentre as 6 (seis) opções já detalhadas: Texto, Texto do parágrafo, Múltipla
escolha, Caixas de seleção, Escolha de uma lista e Escala;
f) a seguir, opta-se se a pergunta é obrigatória ou não (somente a pergunta “Nome”
foi obrigatória);
g) o sistema permite que a pergunta anterior possa ser duplicada e basta ao usuário
alterá-la para criar nova pergunta.
As questões foram elaboradas variando em número e situações, para atender a
especificidades das disciplinas de cada turma. Assim, foram 2 (dois) questionários
formulados, um para os alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e Mecatrônica e outro
para os de Medicina Veterinária. Como o sistema permite que um questionário seja copiado
(por meio da opção “Salvar Como” com outro nome), o trabalho ficou bem facilitado.
Assim que encerrado o processo, o questionário é tornado público como uma página
de internet hospedada no servidor do próprio Google Docs.
4.3. O preenchimento das respostas
Na aula de apresentação do questionário, realizada na primeira aula da disciplina, os
estudantes foram informados que teriam 15 (quinze) dias para responder à atividade. Foi
informado também o link para acesso ao formulário público (que também foi encaminhado
por email).
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Cada estudante que participou da atividade e respondeu ao questionário recebeu 10
pontos (de um total de 100 pontos a serem distribuídos no semestre). Não houve avaliação
das respostas, uma vez que o que se buscava era avaliar foi a pertinência e o nível de
interesse e conhecimento dos estudantes sobre aquilo que ainda seria abordado durante o
semestre.
Não foram relatados problemas de acesso. Todos os estudantes que tentaram
acessar o sistema, conseguiram e responderam às questões, tendo as respostas sido
enviadas em formatadas automaticamente na tabela do documento.
A participação dos estudantes foi muito expressiva – ao todo foram 83 respostas. Na
turma de “Educação para o Meio Ambiente”, dos cursos de Engenharia Mecânica e
Engenharia Mecatrônica, participaram 47 estudantes do total de 48 matriculados, o que
correspondeu a 98%. Já na disciplina de “Ciências do Ambiente”, do curso de Medicina
Veterinária, responderam ao questionário 36 estudantes, dos 42 matriculados (85% de
participação), sendo que 4 dos 6 que não responderam desistiram do curso antes de iniciar
a disciplina.
Ainda durante o período em que o questionário estava disponível para receber
respostas, foi possível consultar resultados parciais e a planilha com todos os dados
lançados.
O único problema ocorrido foi o de alunos que iniciaram a resposta de um
questionário e finalizaram sem conclui-lo, voltando a preencher por completo
posteriormente. Isso fez com que alguns dados fossem postados em duplicidade, o que
atrapalhou o resultado automático de algumas questões, uma vez que o sistema não
permite a exclusão nem substituição de dados. Essa é uma falha do Google Docs que,
espera-se seja corrigida.
5. ResultadosConsiderou-se neste trabalho a totalidade das respostas de estudantes de ambas as
turmas, Engenharia Mecânica e Mecatrônica e Medicina Veterinária, representando um
universo de 83 pesquisados.
O questionário foi dividido em 5 (cinco) eixos principais que orientaram a elaboração
das questões e no qual também estão organizados os resultados:
1. identificação de hábitos dos estudantes: lugar onde moram, meio de locomoção,
dados sobre consumo e gastos;
2. avaliação quanto à qualidade ambiental de onde vivem;
3. informação quanto às ações ambientais e de educação ambiental conhecidas e
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praticadas;
4. pesquisa de alguns conceitos e instrumentos ambientais e de sustentabilidade:
como aquecimento global, sequestro de carbono, 3R's;
5. aferição da opinião sobre casos hipotéticos: como ter que optar entre construir um
centro de educação ambiental, uma usina de reciclagem, ou despoluir um rio.
5.1. Identificação de hábitos dos estudantes: lugar onde moram, meio de locomoção,
dados sobre consumo e gastos
► Pergunta 2: De qual cidade você é?
Serviu para aferir a quantidade de estudantes de outras cidades e regiões do país. A
grande maioria – 70% – vieram de outras cidades, principalmente do interior de Minas
Gerais, São Paulo e Goiás.
► Pergunta 3: Em que bairro mora em Uberlândia?
Os resultados sobre bairro de moradia foram relacionados com as perguntas sobre
elementos ambientais presentes e meio de transporte usado para chegar à universidade.
► Pergunta 4: Na sua casa/prédio, há quais desses "elementos"?
Em termos absolutos, em 80% das casas e prédios há árvores na calçada, e em 70%
há jardins e plantas. Áreas de lazer e pomares também aparecem em menor proporção.
Com relação aos Animais, 71% dos estudantes de Medicina Veterinária possuem animais
domésticos, enquanto na turma de Engenharia são 33%, diferença que já era esperada.
Quanto ao paralelo com o bairro de moradia dos estudantes, não foi possível
destacar nenhum “elemento” marcante em um determinado bairro. Todos eles,
apresentaram distintas alusões ambientais, o que pode atestar que a presença do verde
está mais relaciona às unidades prediais do que com o conjunto do bairro.
► Pergunta 5: Quanto tempo, em média, você leva no banho?
Na média, os estudantes levam de 10 a 15 minutos para tomar banho, mas houve
registros de banhos de até 30 minutos. Quando da apresentação dos resultados foram
mencionados os gastos aproximados de água e energia de um banho de 10 minutos – cerca
de 20kwh e 900 litros por pessoa por mês – e discutida a necessidade de racionalização
desses gastos (que geram economia para o meio ambiente e para as finanças pessoais).
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► Pergunta 6: Quando você sai de um cômodo da casa que fica vazia, você apaga a
luz?
60% dos pesquisados disseram que apagam a luz na maioria das vezes, 35%,
sempre apagam e 5%, apenas algumas vezes. É um hábito importante e que, na maioria
das vezes, também está relacionado ao custo financeiro do desperdício de energia do que
com a preocupação ambiental.
► Pegunta 7: Como são limpas as calçadas e áreas livres da sua casa/prédio?
Na grande maioria das residências – 73% – as calçadas e áreas livres são lavadas
com vassoura e água. Em seguida, aparecem aquelas lavadas só com vassoura e depois só
com água. 11 estudantes disseram não saber como são lavadas suas calçadas e áreas
livres, o que é um dado, no mínimo, instigante.
Na apresentação dos resultados, pode-se notar que esse assunto não preocupa
muito as pessoas, apesar de representar um elevado índice de consumo de água.
► Pergunta 8: Como vem (se locomove) para a UFU?
A questão da mobilidade para os estudantes é, muitas vezes, determinante até para
a continuidade dos estudos. Os dados mostraram realidades muito distantes que fazem
sentido apenas quando considerados os locais de estudo e moradia, e não os cursos.
Dentre aqueles que moram em bairros próximos da universidade, 42% vão a pé de
casa para a UFU. Mas, há um número considerável de pessoas que, mesmo morando em
bairros vizinhos, vão de carro – 12%. No total, 32% dos estudantes usam carro para se
deslocarem e apenas 13% o ônibus.
Somente 2 pessoas do total de 83 pesquisados – o que representa 2,4% – usam a
bicicleta como meio de transporte. E elas moram há cerca de 4 km (quatro quilômetros) da
universidade, uma distância razoável para ser percorrida.
Na aula de apresentação dos resultados foi reforçada a importância da opção pelo
transporte público e pelo uso da bicicleta para preservação ambiental e para qualidade de
vida nas cidades. A questão do uso intenso de automóveis em Uberlândia já é uma
preocupação do trânsito. Na própria universidade, nos últimos anos, verificou-se um
aumento de conflitos, sobretudo pela falta de vagas de estacionamento em relação à
crescente demanda.
Não parece razoável que, considerado um universo de estudantes, o uso de carro de
carro seja quase 3 vezes maior que o de ônibus e 15 vezes maior que de bicicleta.
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► Pergunta 9: No seu dia-a-dia você acha que causa algum dano ao meio
ambiente?
75% dos estudantes acham que causam sim algum dano ambiental; enquanto 15%
responderam que não causam dano e 10% disseram não saber. Na avaliação dos
resultados foi verificado que os estudantes sabem que seu consumo de bens causa danos
ambientais.
5.2. Avaliação quanto à qualidade ambiental de onde vivem
Esse conjunto que questões visava confirmar ou não a percepção de que, quanto
mais distante da realidade das pessoas, pior era a sua avaliação sobre a qualidade daquele
ambiente. Ou seja, acreditava-se que, por influência da mídia e dos debates ambientais, que
enfatizam os problemas globais, o grupo pesquisado, como espelho da maior parcela da
sociedade, perceberia a qualidade ambiental de sua cidade melhor do que a do planeta.
Isso, na pesquisa, foi confirmado.
► Perguntas 10, 11 e 12: Como você avalia a qualidade ambiental em __________?
Uberlândia Brasil Planeta 0% Ótima 0% Ótima 0% Ótima
30% Boa 8% Boa 1% Boa
60% Regular 50% Regular 25% Regular
10% Ruim 36% Ruim 46% Ruim
0% Péssima 6% Péssima 28% Péssima
Destaca-se dos resultados que nenhum estudante percebe como ótima a qualidade
ambiental em qualquer escala e que quanto mais próximo de sua realidade, melhor é a
avaliação. Isso explica, como reiterado acima, o fato de quase 30% considerarem como
péssima a qualidade ambiental do planeta e ninguém a de Uberlândia. É sabido também
que na cidade, não há hoje um sério problema ambiental que cause preocupação da
população, o que colabora para sua boa avaliação.
5.3. Informação quanto às ações ambientais e de educação ambiental conhecidas e
praticadas
► Pergunta 13: Você se sente incomodado por algum aspecto relacionado ao meio
ambiente?
A única unanimidade foi registrada nesse questão. Todos os 83 estudantes afirmaram
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que se sentem incomodados com algum aspecto ambiental.
Quando perguntados se já fizeram alguma coisa para mudar essa situação de
incômodo, 60% disseram já ter feito alguma coisa. A maioria destes citou como ações: o
plantio de árvores, a coleta e separação de lixo e a conscientização de amigos e familiares.
► Pergunta 14: Qual ação para proteger o meio ambiente você toma no dia-a-dia?
As duas principais ações que tem uma positiva repercussão sobre o meio ambiente
realizadas pelos estudantes pesquisados foram a economia de energia elétrica (88%) e a
economia de água (82%). É sabido e a discussão em sala de aula reforçou isso que o
principal motivo para índices tão altos, não é a preocupação ambiental, mas a financeira, já
que a redução desses gastos resulta diretamente em economia de gastos domésticos.
Em seguida vieram, na média, a redução do consumo de bens supérfluos (35%), a
separação do lixo (24%) e o uso de papel reciclável (14%). Interessante notar que, quanto a
outras práticas de cuidado com o meio ambiente, os estudantes dos cursos se posicional de
forma muito diferente:
Ação Eng. Mecânica e Mecatrônica
Medicina Veterinária
Conversa com outros pessoas sobre práticas ecológicas
12% 38%
Compra produtos ecológicos 10% 24%
Planta árvores 8% 30%
Cuido de animais 16% 78%
Isso ocorreu principalmente porque, na média, os estudantes de Veterinária
escolheram uma quantidade maior de opções de ações que protegem o meio ambiente (no
questionário, cada pessoa poderia escolher mais de uma opção, desde que realizasse
efetivamente).
► Pergunta 15: Você teve alguma atividade de educação ambiental no ensino
fundamental ou médio?
De cada 10 (dez) estudantes que responderam ao questionário, apenas 4 (quatro)
tiveram atividades de educação ambiental na escola, o que deve ser considerado um fato
preocupante, uma vez que a educação ambiental é considerada conteúdo (não como
disciplina, mas tema transversal) obrigatório no ensino regular.
Perguntados sobre qual atividade, a maioria apontou ter realizado plantio de árvores
e participado de aulas de educação ambiental, com apontamentos de alguns inclusive de
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que a matéria foi tratada enquanto disciplina curricular.
► Pergunta 16: O que você acha da educação ambiental?
95% dos pesquisados consideram “Muito importante” a educação ambiental e
apenas 5% consideram “Mais ou menos importante”. Nenhum dos estudantes apontou a EA
como irrelevante.
► Pergunta 17: Até agora no curso (superior) algum professor já conversou sobre
projetos ambientais?
Apesar de serem de cursos diferentes, em média, 55% dos estudantes ouviram
algum professor na universidade conversar sobre projetos ambientais.
Os estudantes de Engenharia Mecânica e Mecatrônica, por exemplo, mencionaram
que os principais assuntos abordados por esses professores foram fontes alternativas de
energia e biocombustíveis. Já os discentes de Veterinária relataram conversas sobre dejetos
da produção animal e biodigestores.
► Pergunta 18: Quem você acha que mais agride o meio ambiente?
Também houve proximidade de opiniões nessa questão: a Indústria aparece em
primeiro lugar como aquele setor que mais agride o meio ambiente e a Sociedade em geral
em segundo lugar. Depois, com percentuais muito menores aparecem Governo, Setor Rural
e Comércio.
► Pergunta 19: Quem você acha que mais protege o meio ambiente?
Já com relação a quem protege mais o meio ambiente, em primeiro lugar com cerca
de 80% das opiniões as Organizações não Governamentais (ONG's) e em segundo, as
Universidades. Em seguida vieram, com baixos percentuais, Governos e Sociedade.
► Pergunta 20: De quem você acha que é responsabilidade por cuidar do meio
ambiente
Nessa questão os estudantes puderam marcar mais de uma opção. Praticamente
todos (98%) disseram que “toda a sociedade” é responsável por cuidar do meio ambiente.
Depois, apareceu a opção “Governos”, seguida de “quem polui”.
Esse resultado expressa, consideradas também as questões anteriores, que apesar
das pessoas reconhecem que as indústrias e os governos têm mais responsabilidade pelos
problemas ambientais, eles apontam a sociedade como também devedora na questão
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ambiental, em que pese não haver uma articulação social que assuma essa tarefa.
► Pergunta 31: De qual ação ambiental você participaria nesses próximos meses?
Essa pergunta, que foi a última no questionário mas foi reagrupada aqui pelo sentido,
o estudante podia escolher mais de uma opção, mas só se tivesse mesmo vontade de
participar. Os resultados consolidados foram os seguintes:
1º) Abaixo-assinado: 53%
2º) Palestra: 50%
3º) Caminhada ecológica: 45%
4º) Passeio ciclístico ecológico: 36%
5º) Mutirão para limpeza de córrego ou parque: 30%
6º) 15% Reunião com políticos/ judiciário
7º) 13% Manifestação na rua
8º) 12% Audiência Pública
Na avaliação mais apurada notou-se que os estudantes de Veterinária marcaram
mais opções – cada estudante marcou, em média, 3 (três) ações de que participaria,
enquanto na turma dos futuros engenheiros, a média foi de 2,4 ações ambientais para cada.
Além disso, em itens cuja participação é mais intensa, como Audiências Públicas e
Manifestações de rua, os estudantes de Veterinária foram, proporcionalmente, maiores que
os de Engenharia.
5.4. Pesquisa de alguns conceitos e instrumentos ambientais e de sustentabilidade
► Pergunta 21: Você sabe dizer o que é aquecimento global?
A ideia é que os estudantes, sem pesquisar para responderem, citassem pelo menos
uma causa e uma consequencia. Poucos fizeram a tarefa dessa maneira, mas praticamente
todos conseguiram dar noções precisas, ainda que superficiais (como: aquecimento global é
a elevação da temperatura da Terra), sobre esse tema tão em voga hoje.
Houve ainda algumas confusões com outros fenômenos como dizer que o
Aquecimento Global é causa do Efeito Estufa e do buraco na Camada de Ozônio.
► Pergunta 22: O quê você ouviu falar sobre sequestro de carbono?
Cerca de 40% dos estudantes pesquisados não souberam falar nada sobre
sequestro de carbono. Alguns souberam citar exemplos de ações naturais ou humanas
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capazes de captar dióxido de carbono (um dos gases causadores do efeito estufa) da
atmosfera, como o reflorestamento, a presença de algas e até a injeção no subsolo
explorado por petróleo ou gás.
► Pergunta 23: Como é possível captar águas pluviais? Por quê isso é importante?
De cada 3 estudantes, 1 não soube responder como é possível captar águas
pluviais, que são as águas da chuva, captadas em edificações ou cisternas e, que hoje, tem
seu uso disseminado como forma de reduzir o consumo de água não potável na irrigação de
jardins e hortas, limpeza de áreas externas e descarga de vasos sanitários.
► Pergunta 24: O quê você sabe sobre os 3R's?
O tema que os estudantes mais desconhecem são os 3R's, de Reduzir, Reutilizar e
Reciclar – mais da metade (51%) não souberam dizer seu significado. Os 3R's são usados
como lema por diversas organizações e movimentos ambientalistas e, hoje, por muitas
escolas e governos, para disseminar a forma ideal de tratar o lixo das cidades.
Em suma, as respostas a esse conjunto de questionamentos trouxeram importantes
resultados para a preparação do curso. O fato de ainda resistirem algumas confusões sobre
aquecimento global mas um bom nível de informações, por exemplo, fez a aula sobre
desequilíbrios ambientais a voltar as atenções para as medidas de redução de emissões e
não tanto aos efeitos. Do mesmo modo, outras aulas abordaram com mais profundidade
tecnologias ambientais e medidas de sustentabilidade em construções e produções no
âmbito dos questionamentos sobre sequestro de carbono, mecanismos de desenvolvimento
limpo, produção mais limpa, captação de águas pluviais e reutilização e reciclagem de
resíduos.
5.5. Aferição da opinião sobre casos hipotéticos
Uma das estratégias interessantes para conhecer o que pensam os estudantes e que
posição tomam diante de conflitos sobre o uso de recursos naturais ou no meio ambiente, foi
propor situações em que o pesquisado deveria escolher um lado extremo, entre uma
posição geralmente ambientalista e outra mais desenvolvimentista, ou então por uma saída
intermediária ou menos controversa.
Primeiro, os estudantes deveriam se colocar como Prefeitos de uma cidade e
responder às seguintes indagações:
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► Pergunta 25: Se uma árvore atrapalha a iluminação da rua, o que você faz?
50% Mudam o poste de lugar;
36% Cortam a árvore;
14% Deixam do jeito que está.
► Pergunta 26: A vida útil do aterro da cidade está chegando ao fim, o que você faz?
55% Planejam a compra de um incinerador de lixo
33% Criam uma taxa alta do lixo, pra ver se reduz os resíduos
12% Negociam com outra cidade a remessa do lixo para lá
► Pergunta 27: Uma indústria poluidora quer se instalar na cidade, o que você faz?
94% Exigem medidas para redução da poluição
6% Proíbem ela de vir para poluir
0% Concedem incentivos fiscais pra ela vir logo
► Pergunta 28: A Prefeitura recebeu verbas para realizar 1 (uma) ação ambiental,
qual você escolhe?
Foi apresentada uma relação de ações e obras para os estudantes escolherem uma
como a que eles, na qualidade de Prefeitos, realizariam em atenção ao meio ambiente. Os
resultados ficaram bem próximos, com grande variação em apenas duas indicações.
1º) Construir um centro de educação ambiental: 30%
2º) Elaborar um plano ambiental: 28%
3º) Construir uma usina de reciclagem: 25% (maior peso dado pelos estudantes de
Engenharia)
4º) Despoluir os rios: 10% (maior atenção dos estudantes de Veterinária)
5º) Recuperar as matas: 4%
6º) Construir um centro de proteção de animais: 3%
O resultado, quase um terço dos estudantes apontando que construiriam um centro
de educação ambiental, surpreendeu até mesmo o professor. Na aula em que os resultados
foram discutidos, o principal argumento dos de que defenderam a ideia é de que pouco
adianta despoluir os rios ou recuperar matas e reciclar lixo se a população não é
conscientizada sobre a importância dessas ações e da preservação do meio ambiente.
Agora, os estudantes voltaram à condição de cidadão, mas com direito a opinar.
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► Pergunta 29: Agora você voltou a ser um cidadão comum... No caso da instalação
da indústria, ela vai gerar empregos, mas vai poluir, o que você, como cidadão, faria?
Nessa questão houve considerável diferença entre a posição adotada pelas turmas.
Enquanto quase metade dos estudantes de Veterinária posicionaram-se contra a indústria, a
maioria dos futuros engenheiros preferiu deixar a decisão para Prefeito e Vereadores e a
menor parte colocou-se contra o empreendimento.
Posição Eng. Mecânica e Mecatrônica
Medicina Veterinária
Apoiaria a indústria pelos empregos que vai gerar 35% 30%
Seria contra a instalação pra não prejudicar o meio ambiente
25% 49%
Deixaria a decisão nas mãos do Prefeito e dos Vereadores 40% 21%
Na verdade, o objeto principal dessa questão era aferir se a opção 3 – deixa a
decisão para os governantes – teria um número considerável de adeptos. Isso porque,
refletindo sobre os objetivos da Educação Ambiental, especialmente em sua dimensão
crítica, a opção mais preocupante era de abdicar do poder de decisão da sociedade. Essa
omissão da população é, muitas vezes, causa dos problemas ambientais, uma vez que a
sociedade não se sente responsável não fiscaliza e nem exige medidas em favor da
preservação ambiental.
Na maioria das vezes, a comunidade do entorno de um empreendimento
potencialmente poluidor ou as entidades interessadas, sequer participam dos processos de
discussão dessas atividades, mesma sendo afetada. Muitos movimentos reivindicam esse
direito de participar e opinar. Por isso, não se pode perder essa oportunidade democrática
de exercer sua vontade na discussão sobre temas locais tão importantes, como o nosso
meio ambiente.
Essa avaliação, somada a da questão 31 que foi detalhada no grupo de perguntas
anterior, evidenciou a necessidade de se trabalhar, com mais ênfase, nessa turma de
Engenharia Mecânica e Mecatrônica, a dimensão crítica e participativa da Educação
Ambiental.
► Pergunta 30: Se fosse determinado por lei o dever de cada morador separar seu
próprio lixo você obedeceria?
97% dos pesquisados disseram “Sim, na boa...” para a separação do lixo
determinada por lei e 3% disseram “Talvez... acho que eles não vão fiscalizar mesmo”.
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Ninguém disse que entraria na justiça pra não cumprir a lei.
Em suma, essas respostas evidenciaram para o pesquisador que, diante de
situações conflituosas, a maioria das pessoas ainda tem dificuldades de se posicionar. Em
alguns casos, há principalmente dubiedades (aqueles que escolhem uma decisão com
argumentos contraditórios) e volatilidades (tomam um partido, mas são facilmente
convencidos a mudarem de lado).
No aspecto geral, esse grupo de questões foi o que mais instigou os estudantes a
responderam e os interessou quanto às respostas das turmas. Nesse sentido, o exercício de
fazê-los pensar produziu resultados imediatos.
5. Avaliação da experiênciaA aplicação do questionário, seja quanto a elaboração de suas perguntas e a forma
de aplicação, foi avaliada e aprovada pelos estudantes pesquisados, desde o momento em
que a ideia foi lançada, o que se atestou pela participação e interesse no formato eletrônico,
até o momento em sala de aula quando os resultados foram apresentados e debatidos.
A execução dessa proposta – um questionário de percepção ambiental via
plataforma Google Docs – obteve vantagens ambientais e educacionais que explicam esse
o apoio dos estudantes, que fazem parte de uma geração cada vez mais eletrônica e
interativa, onde preocupação ambiental existe, mas ainda distante da sua realidade.
Os resultados das questões de ambos os formulários – nas turmas de Engenharia
Mecânica e Mecatrônica e de Medicina Veterinária – demonstraram que, numa visão geral,
os estudantes percebem que suas ações cotidianas impactam negativamente o meio
ambiente, mas pouco fazem para mudar essa situação. Quando muito, as convicções
ecológicas referenciam-se nos debates da mídia ou na adoção de práticas individualistas
muitas vezes ligada à economia financeira.
Ademais, apesar de conhecerem os principais temas ambientais, há muitas
incorreções nas definições dos estudantes e dúvidas quanto às consequências que as
ações humanos hoje provocam no meio ambiente. Outro aspecto relevante, é que um
grande número de estudantes dissociam as ações ambientais da participação na sociedade,
ou seja, percebem que assuntos públicos como o meio ambiente não são sua
responsabilidade.
Contudo, o principal resultado do trabalho foi o cumprimento dos objetivos
pretendidos, uma vez que a pesquisa permitiu a identificação e, sobretudo, a quantificação e
qualificação da percepção dos estudantes diante das múltiplas faces e visões do
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conhecimento ambiental. Isso permitiu ao docente reestruturar alguns conteúdos e
aprofundar temas e conceitos, tidos como mais necessários ou interessantes, a partir do
levantamento produzido.
Referências bibliográficas
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(coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio
Ambiente, 2004. p.25-34.
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MORIN, Edgar. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 9.ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. 128p.
RIO, Vicente Del e OLIVEIRA, Lívia (Orgs.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Carlos: Editora da UfScar/Studio Nobel, 1996.
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