confinamento: uma alternativa para alavancar … · utilizado para a terminação de bovinos, que...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Bruno Manoel Maeda de Deus
Evandro Jarbas Porto Ferreira
Mariela Medeiros Barra
CONFINAMENTO: UMA ALTERNATIVA PARA
ALAVANCAR LUCRATIVIDADE
Comapi - Fazenda Santa Adélia
Sabino – SP
LINS – SP
2009
BRUNO MANOEL MAEDA DE DEUS
EVANDRO JARBAS PORTO FERREIRA
MARIELA MEDEIROS BARRA
CONFINAMENTO: UMA ALTERNATIVA PARA ALAVANCAR
LUCRATIVIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob orientação do Prof. Esp. Francisco César Vendrame e orientação técnica da Profa
M. Sc Heloisa Helena Rovery da Silva.
LINS – SP
2009
Deus, Bruno Manoel Maeda; Ferreira, Evandro Jarbas Porto; Barra, Mariela Medeiros
Confinamento, uma alternativa para alavancar lucratividade: Compapi Fazenda Santa Adélia / Bruno Manoel Maeda de Deus; Evandro Jarbas Porto Ferreira; Mariela Medeiros Barra. – – Lins, 2009.
69p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium– UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2009
Orientadores: Francisco Cesar Vendrame; Heloisa Helena Rovery da Silva
1. Confinamento. 2. Lucratividade. 3. Produção.I Título.
CDU 658
D495c
BRUNO MANOEL MAEDA DE DEUS
EVANDRO JARBAS PORTO FERREIRA
MARIELA MEDEIROS BARRA
CONFINAMENTO: UMA ALTERNATIVA PARA ALAVANCAR
LUCRATIVIDADE
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/____
Banca Examinadora:
Prof. Orientador: Francisco César Vendrame
Titulação: Prof. Especialista em Gestão Empresarial em Marketing e RH pelo
Centro Universitário Unisalesiano
Assinatura:____________________________
1° Prof(a): ______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:__________________________
2° Prof(a): ______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:_________________________
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível. A toda
minha família e amigos pela compreensão, em todos os momentos desta e de outras
caminhadas.
Evandro Jarbas Porto Ferreira
Agradeço a Deus primeiramente, pois Ele quem me dá força e dedicação.
Dedico aos meus pais, pelo incentivo e por serem o alicerce na minha vida. Aos meus
amigos pela grande amizade nessa caminhada. A Mariela que em todos esses anos me
ajudou muito.
Aqui deixo a todos um muito obrigado aos que me ajudaram para a minha formação
profissional e pessoal realizada.
Bruno Manoel Maeda de Deus
Em primeiro lugar agradeço a Deus que permite que a cada instante eu possa aproveitar
as oportunidades da vida e principalmente pela conclusão de mais essa etapa: a
faculdade. A minha família, que é um presente de Deus na minha vida, o meu
chão,obrigada pelo apoio, sempre. Em especial a minha mãe, meu exemplo e minha
companheira. Ao Bruno, sempre me dando força e coragem para nunca desistir. A todos
muito obrigada!
Mariela Medeiros Barra
AGRADECIMENTOS
Ao concluirmos mais essa etapa, expressamos aqui os nossos
agradecimentos a todos que de certa forma contribuíram para que o nosso
trabalho se concretizasse.
Agradecemos primeiramente ao Prof. Francisco César Vendrame, nosso
orientador, por todo o apoio, atenção, orientações e indicações para o
melhor caminho a seguir em todas as etapas do trabalho.
A Prof. Máris de Cássia Ribeiro pela atenção e paciência, sempre
com tanto carinho em todo o acompanhamento do nosso trabalho,
juntamente com o orientador.
A Prof. Heloísa Helena Rovery Silva por toda dedicação e paciência
em todas as orientações e ensinamentos sempre importantes.
As nossas famílias por toda ajuda e apoio para a conclusão de todo o
curso.
A todos os professores pelo carinho ao nos transmitir o
conhecimento necessário ao longo dos anos deste curso.
A Comapi Agropecuária LTDA e seus funcionários pela colaboração
e abertura para a realização deste trabalho com sucesso.Ao Gustavo Lima
de Oliveira em especial, pela atenção, e disponibilidade de informações e o
acompanhamento durante todo o trabalho.
Bruno, Evandro e Mariela
RESUMO
Para suprir a necessidade do consumo de carne bovina no mercado interno e externo e a escassez do gado no mercado, a pecuária brasileira teve que aprender a conviver com um problema climático, pois o gado ganha peso no período das chuvas e perde na seca, período mais quente do ano, de junho a dezembro, chamado período de entressafra. No cenário atual do Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo, existe uma iminente cobrança em se intensificar a produção de bovinos de corte. Uma das maneiras que se pode utilizar para intensificar a produção de carne seria a utilização do confinamento. O confinamento consiste em concentrar um grande número de animais em pequenas áreas, alimentando os animais com dietas que os façam exprimir todas suas características genéticas (principalmente maior ganho de peso), ou seja, confinamento consiste na criação de bovinos em lotes onde os animais são encerrados em piquetes com área restrita, onde os alimentos e água necessários são fornecidos em cochos, proporcionando ao gado maior ganho de peso em um menor espaço de tempo; o confinamento é mais propriamente utilizado para a terminação de bovinos, que é a fase da produção que imediatamente antecede o abate do animal. Esta pesquisa apresenta informações sobre o confinamento de bovinos, seus benefícios, características e motivo pelo qual está sendo cada vez mais utilizado, demonstrar os custos envolvidos, desde a compra até o abate do bovino. Nesse cenário, este trabalho tem como escopo apresentar o confinamento como uma opção de maior lucratividade para os frigoríficos, tornando assim, mais competitivos no mercado. Palavras-chave: Confinamento. Lucratividade. Produção
ABSTRACT
To meet the need of beef consumption in domestic and foreign markets and the scarcity of cattle market, the Brazilian livestock had to learn to live with a climate problem, because the cattle gain weight during the rainy season and lost in the dry period more hot years, from June to December, called the period between harvests. In the current scenario in Brazil, the largest exporter of beef in the world, there is an imminent recovery in intensifying the production of beef cattle. One of the ways that can be used to enhance meat production would be the use of confinement. The confinement is to concentrate a large number of animals in small areas, feeding animals with diets that do express all their genetic characteristics (mainly greater weight gain), or confinement is the creation of cattle lots where animals are paddocks closed in restricted areas, where food and water required are provided in troughs, giving the cattle gained more weight in a shorter space of time, the containment and more properly used for finishing cattle, and that phase of production immediately preceding the slaughter of the animal. This research provides information on the feedlot, its benefits, features and why it is being increasingly used to demonstrate the costs involved, from purchase to slaughter the animal. In this scenario, this paper aims to present the containment as an option for greater profitability for the
refrigerated, making it more competitive in the market.
Keywords: containment. Profitability. Production
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Organograma da Comapi..................................................... 22
Figura 2: Animais em confinamento.................................................... 33
Figura 3: Exemplo de curral de engorda a céu aberto........................ 36
Figura 4: Exemplo de curral de engorda semi coberto........................ 36
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Relação de custos em um lote............................................. 52
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Cronograma da Dieta Intermediária da Comapi................... 50
Tabela 2: Cronograma da Dieta Definitiva da Comapi......................... 51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APTA: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
BND: Base Nacional de Dados
DIA: Documentos de Identificação Animal
EPI: Equipamento de Proteção Individual
GTA: Guia do Trânsito Animal
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
IEA: Instituto de Economia Agrícola
MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS: Matéria Seca
PCH: Pequena Central Hidrelétrica
PEA: População Economicamente Ativa
PIB: Produto Interno Bruto
SEADE: Sistema Estadual de Análise de Dados
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................
12
CAPÍTULO I – A COMAPI AGROPECUÁRIA 14
1 HISTÓRICO DO GRUPO BERTIN 14
1.1 Divisões........................................................................................ 14
1.1.1 Carnes.......................................................................................... 14
1.1.2 Colágeno....................................................................................... 15
1.1.3 Couro............................................................................................ 15
1.1.4 Higiene e limpeza......................................................................... 15
1.1.5 Lácteos......................................................................................... 16
1.1.6 Latas ............................................................................................ 16
1.1.7 Produtos pet.................................................................................. 17
1.1.8 Hotelaria........................................................................................ 17
1.1.9 Construção civil ............................................................................ 17
1.1.10 Energia.......................................................................................... 18
1.1.11 Biodiesel....................................................................................... 18
1.1.12 EPIS.............................................................................................. 19
1.2 Origem da Comapi........................................................................ 19
1.2.1 Divisões da Comapi...................................................................... 19
1.2.1.1 Confinamento................................................................................ 20
1.2.1.2 Silvicultura..................................................................................... 20
1.2.1.3 Gado de leite................................................................................. 20
1.2.1.4 Cria, recria e engorda................................................................... 20
1.2.1.5 Armazém....................................................................................... 21
1.2.2 Missão........................................................................................... 21
1.2.3 Visão............................................................................................. 21
1.2.4 Organograma da Comapi............................................................. 22
1.2.5 O surgimento da Unidade da Comapi – Fazenda Santa Adélia
emSabino/SP............................................................................................... 22
1.2.5.1 Rotina de confinamento da Comapi.............................................. 23
1.2.5.2 Atual situação do confinamento da Comapi................................. 24
1.2.5.3 Aquisição e seleção dos animais a serem confinados................. 24
1.2.5.4 Recepção dos animais no confinamento da Comapi.................... 24
1.2.5.5 Manejo dos animais...................................................................... 25
1.2.5.6 Formação de lotes e lotação dos piquetes................................... 25
1.2.5.7 Leitura do cocho do animal........................................................... 26
1.2.5.8 A fabricação de ração na Comapi................................................. 26
CAPÍTULO II – CUSTOS NO CONFINAMENTO 28
2 AGRONEGÓCIO.......................................................................... 28
2.1 Visão sistêmica do agronegócio................................................... 29
2.2 Agronegócio no Brasil................................................................... 31
2.2.1 Agronegócio no Centro-oeste Paulista......................................... 32
2.3 Confinamento................................................................................ 33
2.3.1 Vantagens do confinamento......................................................... 34
2.3.2 Localização e infra-estrutura do sistema de confinamento .......... 34
2.3.3 Os animais confinados.................................................................. 37
2.4 Dieta alimentar............................................................................. 39
2.4.1 Sais minerais e sal comum........................................................... 39
2.4.2 Manejo.......................................................................................... 40
2.4.3 Padrão do boi................................................................................ 41
2.4.4 Rastreabilidade............................................................................. 42
2.5 Conceitos e classificação dos custos........................................... 42
2.5.1 Gastos........................................................................................... 43
2.5.2 Investimentos................................................................................ 43
2.5.3 Despesas...................................................................................... 44
2.5.4 Custos........................................................................................... 44
2.5.5 Perdas........................................................................................... 45
2.5.6 Desperdícios................................................................................. 45
CAPÍTULO III – A PESQUISA ................................................................... 47
3 INTRODUÇÃO ............................................................................ 47
3.1 A importância do confinamento para o Bertin............................... 48
3.2 Etapas do confinamento na Comapi............................................. 48
3.2.1 Compra do gado........................................................................... 48
3.2.2 Recepção dos animais.................................................................. 49
3.2.3 Divisão dos animais (Formação de lotes)..................................... 50
3.2.4 Dieta intermediária e final............................................................. 50
3.2.5 Abate do animal............................................................................ 51
3.3 Demonstração dos custos............................................................ 52
3.4 Parecer final.................................................................................. 53
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .............................................................. 54
CONCLUSÃO ............................................................................................ 55
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 56
APÊNDICES ............................................................................................... 57
ANEXOS .................................................................................................... 63
12
INTRODUÇÃO
Para suprir a necessidade do consumo de carne bovina no mercado
interno e externo e a escassez do gado no mercado, a pecuária brasileira teve
que aprender a conviver com um problema climático, pois o gado ganha peso
no período das chuvas e perde na seca, período mais quente do ano, de junho
a dezembro, chamado período de entressafra.
Uma das maneiras que pode-se utilizar para intensificar a produção de
carne, seria a utilização do confinamento. O confinamento consiste na criação
de bovinos em lotes onde os animais são encerrados em piquetes com área
restrita, onde os alimentos e água necessários são fornecidos em cochos,
proporcionando ao gado maior ganho de peso em um menor espaço de tempo.
O objetivo desse trabalho foi fundamentar as teorias referentes a gestão
de confinamento.Diante do exposto surgiu o seguinte questionamento: As
estratégias adotadas no processo de confinamento garantem uma negociação
atrativa e competitiva do produto final, o gado?
À priori surgiu a seguinte hipótese: Dentro do processo de confinamento
existem estratégias adotadas que garantem uma negociação atrativa e
competitiva em relação ao gado
A utilização do confinamento ajuda o produtor a ter um menor ciclo na
engorda dos animais (os animais podem ser abatidos em média com 24
meses), ou seja, proporciona que o dinheiro da atividade fique menor tempo
imobilizado.
Para investigar a pergunta problema foi feita uma pesquisa de campo na
empresa Comapi Agropecuária que ocupa posição de destaque na pecuária
brasileira, atuando nos ramos de silvicultura, criação de gado de elite com
melhoramento genético, cria, recria e engorda e confinamento. Dentre outras
unidades encontra-se em Sabino/SP a Fazenda Santa Adélia, objeto de estudo
da pesquisa, essa unidade tem capacidade para confinar até 21.000 cabeças
de gado com intuito tanto de substituição como ampliação de seu potencial de
prestação de serviços.
Foram utilizados na pesquisa de campo métodos e técnicas descritos no
capitulo III do estudo de caso
13
O trabalho está assim estruturado:
O capítulo I apresenta o Grupo Bertin e o surgimento da Comapi.
O capítulo II descreve o agronegócio e as características do
confinamento.
O capítulo III apresenta os custos presentes nas etapas do confinamento
da Comapi.
O trabalho finaliza com a apresentação da proposta de intervenção e
conclusão.
14
CAPÍTULO I
A COMAPI AGROPECUÁRIA
1 HISTÓRICO DO GRUPO BERTIN
Fundado no ano de 1977 por Henrique Bertin, o Grupo Bertin iniciou
suas atividades com um pequeno frigorífico na cidade de Lins, de modesta
estrutura Atualmente com mais de 30 anos de mercado, o Grupo Bertin é uma
holding de capital 100% nacional que atua em diversos segmentos como
alimentos, higiene e limpeza, agroindústria, infra-estrutura e energia.
Sediado no Estado de São Paulo, possui 42 unidades produtivas
distribuídas pelo Brasil, aonde operam diretamente 35 mil colaboradores. Atua
no mercado interno em mais de 80 países, nos cinco continentes.
1.1 Divisões
1.1.1 Carnes
Tendo capacidade de abate de 14 mil cabeças de gado por dia o Grupo,
com a divisão carnes, ocupa o segundo lugar do país no ranking do setor
frigorífico. Atualmente, a produção é direcionada na mesma proporção para o
mercado interno e externo, oferecendo além da carne in natura, uma grande
variedade de produtos industrializados tendo a carne como matéria – prima,
tais como enlatados, beef jerky, supergelados e pratos prontos.
Com a principal preocupação em oferecer o melhor produto ao cliente, o
Grupo investe na qualificação dos pecuaristas e estabelece critérios para
credenciamento das fazendas.
15
1.1.2 Colágeno
Faz parte do Grupo Bertin também a empresa Novaprom, pioneira no
Brasil, e hoje líder na fabricação da fibra natural de colágeno. Com capacidade
produtiva de 200 toneladas por mês, o colágeno da Novaprom é
comercializado no mercado interno e para diversos outros países, destinando-
se à industria de alimentos, para carnes, lácteos, bebidas prontas e
panificação.
1.1.3 Couro
Com a marca Bracol, a Bertin ocupa a posição de maior exportadora de
couros do Brasil, tendo 9 unidades industriais no País e uma na China, sua
produção ocupa a casa de 24 mil peles ao dia nos estágios Wet Blue,
semiacabado e acabado.
Mais de 90% da sua produção é exportada para grandes marcas nos
ramos calçadistas, automobilístico, moveleiro e de artefatos em couro.
1.1.4 Higiene e Limpeza
Líder nacional na produção de sebo bovino e massa base, o Grupo
fornece esse subproduto resultante de seus processos para empresas do
segmento e, atento à oportunidade de expandir seus negócios passou a
produzir produtos de limpeza que levam a marca BioBriz e Lavarte.
São diversos os produtos para a casa e roupas como sabão em pó, em
barra, amaciantes, detergentes, desinfetantes, multi-uso e limpeza pesada.
No ano de 2004 adquiriu e revitalizou a conceituada marca de
cosméticos OX, iniciando assim uma cartela de empresas preocupadas com a
16
higiene pessoal, contando com aproximadamente 500 itens de higiene pessoal
e cuidados diários com o corpo e cabelo, comercializando através de outras
marcas do Grupo como Francis, Hydratta, Phytoderm, Neutrox, Karina, Tan O
Tom, Kolene, e Bourbon.
1.1.5 Lácteos
A partir da aquisição de ações do Grupo Vigor em 2007, a Bertin iniciou
sua atividades da Divisão Lácteos que já conta com 7 plantas industriais,
comercializando produtos como iogurtes, queijos, margarinas e sobremesas,
levando as marcas Vigor, Leco, Danubio, Faixa Azul, Serrabella, Amélia,
Franciscano, Carmelita e Mesa.
Levando em consideração a experiência com exportação , passou
também a implantar a venda de derivados do leite (cream cheese e requeijão)
para lugares fora do Brasil como Europa, Egito, Angola, Rússia e Cabo Verde.
1.1.6 Latas
Instalada inicialmente para atender às necessidades do
acondicionamento da carne enlatada produzida pela própria Empresa, a
Fábrica de latas da Bertin S.A. instalou-se em 1994 e gradativamente
atualizada em tecnologia, executa todos os processos que antes eram
terceirizados.
Atua desde o corte de bobinas metálicas, passa pela litografia chegando até a
montagem das latas.Hoje é uma das cinco maiores produtoras do País nesse
segmento, ocupando uma área construída de 33 mil m² e com capacidade de
produção de 70 milhões de latas por mês. Fabrica latas cilíndricas para
alimentos em geral entre outros.
17
1.1.7 Produtos Pet
Com o intuito de aproveitar subprodutos bovinos da produção, em 1996
iniciou-se as atividades da Divisão Produtos Pet. Com 4 unidades industriais,
posui capacidade produtiva de 10 mil toneladas por ano, e o reconhecimento
internancional na questão da qualidade de seus mastigadores e snacks para
cães e gatos produzidos.
Desde 2007 essa divisão voltou-se para o mercado interno lançando a
marca Fun Pet, trazendo para o Brasil seu know –how obtido pelas expotações,
já que a população de cães e gatos do Brasil é a segunda do mundo.
1.1.8 Hotelaria
Na cidade de Lins situa-se mais um ramo de negócios do Grupo, trata-se
do Blue Tree Park Lins, um amplo hotel capaz de atender os mais exigentes
clientes, caracteriando-se como um resort, destinado a atender aqueles que
participam de suas negociações, e também trazer lazer e turismo para a
cidade.
1.1.9 Construção Civil
Investindo na construção de suas unidades industriais, a Bertin se
inseriu no ramo da Constrição Civil, dando inicio as atividades da CONTERN e
a partir de 2003 realiza construções próprias e de terceiros.
Com edificações, engenharia urbana, acabamentos, instalações
prediais, e superestrutura a empresa participa de licitações em todo o território
nacional.
Assim, surgiu mais um ramo de atuação para a empresa, o da
infraestrutura,que hoje ainda conta com concessões de rodovias. O Grupo
18
Bertin detém 50% da Concessionárias Rodovias das Colinas, dedicada a
operar,conservar e ampliar um conjunto de 300 quilômetros de estradas, que
atravessam 17 municípios do interior de São Paulo e atendem anualmente
mais de 30 milhões de veículos. Juntas, as empresas duplicaram a rodovia
SP300 que liga as cidades de Itupeva e Cabreúva.
Em saneamento básico, após anuência da Prefeitura de Campo Grande,
o Grupo Bertin assumiu 50% do controle da Água Guariroba S.A. para
incrementar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto na capital do
estado de Mato Grosso do Sul, aumentando o índice de satisfação na cidade,
cuja população é de 700 mil habitantes.
1.1.10 Energia
O Grupo investe também no segmento de Energia, que já conta com
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Em Brasnorte, Mato Grosso, o Grupo
Bertin construiu sua primeira Pequena Central Hidrelétrica (PCH), a Sacre 2.
A Brasil Central Energia S.A., uma das empresas da holding, será a
responsável por comercializar a energia gerada. Serão 30 MW de potência,
capacidade para abastecer uma cidade de até 80 mil habitantes.
1.1.11 Biodiesel
Atento aos benefícios na utilização de matrizes energéticas alternativas
para o cenário econômico, social e ambiental, o Grupo Bertin iniciou a
construção de uma usina de Biodiesel, utilizando como matéria-prima principal
o sebo bovino.
A unidade comportará um processamento anual de 100 mil toneladas, o
equivalente a 100 milhões de litros de biodiesel, a maior capacidade instalada
no País. O empreendimento não só contempla a geração de emprego e renda,
como a redução da emissão de poluentes e ganhos em crédito de carbono.
19
A política da qualidade da divisão Biodisel considera a qualidade como
fator de sucesso, buscando: atendimento das expectativas de seus clientes,
desenvolvimento de seus colaboradores, incorporação de novas tecnologias,
melhoria contínua e retorno compatível ao capital investido de forma
sustentável.
1.1.12 EPIS
Uma das marcas mais lembradas pelo mercado quando se trata de
calçados e luvas de segurança é a Bracol, marca da Bertin Equipamentos de
Proteção Individual (EPI), oferece proteção e conforto aos funcionários e
prestadores de serviços em suas atividades diárias.
Além de calçados confeccionados com couro gerado nas unidades do
Grupo, há também uma ampla linha de luvas e botas de PVC. Testes em
laboratório simulam condições de uso e desgaste e ajudam na avaliação
criteriosa dos lotes fabricados, que seguem normas técnicas nacionais e
internacionais.
1.2 A Origem da Comapi
Fundada em 1984 pelos sócios Reinaldo Bertin, Natalino Bertin, João
Bertin Filho, Fernando Antonio Bertin, Silmar Roberto Bertin e Juracy Frare
Bertin, a Comapi Agropecuária é uma empresa no ramo agropecuário com
capital 100% nacional que ocupa uma posição de destaque no cenário atual.
Sediada na cidade de São Paulo/SP na Av. Brigadeiro Fraia Lima n°2012,
possui estrutura familiar.
1.2.1 Divisões da Comapi
20
1.2.1.1 Confinamento
A unidade de negócio Agropecuária Confinamento foi criada coma a
finalidade de engordar os animais nos períodos da chamada entressafra, onde
não se encontram bois prontos para abate por conta da falta de chuva e
conseqüentemente a falta de pasto para os animais engordarem o necessário.
Nesse processo de confinamento, os bois ficam confinados em piquetes
onde recebem ração e água de forma que posa atingir o peso desejado ideal
para o abate, aproximadamente noventa dias de cocho.
1.2.1.2 Silvicultura
Com a finalidade de fornecer a madeira necessária para abastecimento
das caldeiras, a unidade Silvicultura contribui para tornar-se auto-suficiente.
1.2.1.3 Gado de elite
Atuante no cenário de melhoramento genético da raça Nelore, a Unidade
Gado de Elite investe em inseminações, aspiração de oócitos, transferêmcia e
vendas de embriões de animais selecionados.
Conta com aproximadamente 600 matrizes, onde 10% são doadoras de
embriões, a estimativa de nascimento por ano é de 1.100 animais de Pura
Origem, chamados P.O., animais estes que serão treinados e preparados para
leilões e exposições. A marca Comapi está presente nos maiores e melhores
leilões da raça Nelore do país.
1.2.1.4 Cria, recria e engorda
21
Contando com várias fazendas em diversos Estados, a Comapi tem as
características de cria, recria, compra e engorda de animais, basicamente para
o fornecimento deles ao abate em suas unidades frigoríficas, suprindo a
necessidade exigida pelo mercado e clientes. O papel dessas fazendas é o de
regulador do estoque de animais destinados à produção.
1.2.1.5 Armazém
Tendo como principais características a compra, venda, limpeza e
secagem de milho, soja, sorgo entre outros grãos, a unidade de Negócio
Armazém atende o fornecimento de grãos aos produtores, consumidores e
confinamentos da região.
1.2.2 Missão
Suprir as necessidades do frigorífico no fornecimento de madeira de alta
combustão. Na época de secas há garantia de oferta de animais com
terminação e acabamento ideal de carcaça, atendendo assim aos exigentes
padrões de qualidade do grupo e pesquisas científicas na busca da excelência
da raça nelore.
1.2.3 Visão
Colaborar com o desenvolvimento da agropecuária brasileira criando
técnicas para exploração de florestas investindo no campo cientifico de
pesquisa, a fim de buscar a excelência de seleção da raça Nelore e a eficiência
das práticas de nutrição de manejo do rebanho.
22
1.2.4 Organograma da Comapi
Fonte: Comapi Agropecuária, 2009
Figura 1: Organograma da Comapi
Tendo como base a série de atividades que envolvem o processo do
confinamento bovino é essencial que a estrutura organizacional seja bem
delimitada para que haja o acompanhamento e controle correto necessários
nas atividades realizadas, estabelecendo uma rotina de trabalho sempre na
busca do progresso do empreendimento.
Toda a estrutura da equipe é de responsabilidade do gerente, como
desenvolver, delegar e acompanhar as atividades, fazendo com que o
processo seja realizado com eficiência.
1.2.5 O surgimento da Unidade da Comapi – Fazenda Santa Adélia em
Sabino/SP
No período que abrange junho até dezembro, ocorre o que se chama de
entressafra, um período de falta de chuvas, que diminui a qualidade dos
23
pastos, acarretando uma baixa na oferta de boi gordo, elevando o custo dos
existentes, e também o preço da arroba.
Diante disso, o grupo Bertin criou a Unidade de negócios Agropecuária,
a Comapi, com a finalidade de fornecimento de animais nesse período
estratégico, gerando um menor custo e maior rentabilidade ao negócio com o
fornecimento de animais para a própria produção.
A empresa mantém ainda outro estabelecimento para confinamento
localizado no município de Aruanã no Estado de Goiás e no município de
Guaiçara no Estado de São Paulo.
1.2.5.1 Rotina do Confinamento da Comapi
A elaboração da estrutura de um confinamento envolve vários fatores
para que o mesmo tenha um rendimento satisfatório, descartando-se a
possibilidade de perda, como por exemplo, a preocupação no momento da
compra, onde a carcaça do animal deve ter 400Kg, equivalente a 13 arrobas.
Na chegada dos animais ao confinamento, todos são pesados
individualmente e ocorre também a vacinação necessária ao combate e
parasitas, e enfim, os animais são conduzidos aos piquetes.
Para adaptação é introduzida uma dieta diferenciada durante três dias à
base de capim ou cana mais bagaço e milho, ou seja, (capim 64% + bagaço
16% e milho 20%). Após isso, passa-se para o trato normal que são de sete até
oito passagens com o caminhão por dia, baseando-se no consumo de cada
piquete, sendo que os principais ingredientes na mistura são: bagaço de cana,
milho triturado, soja peletizada,torta de algodão e a pré-mistura.
Para um bom funcionamento do confinamento a manutenção é
necessária, com precauções com a limpeza dos reservatórios de água e
acompanhamento do consumo de ração ao dia por animal. Para um melhor
acompanhamento do processo, há um escritório local, que administra a
quantidade de alimentação por animal, orientado por um zootecnista,
apresentando um relatório a cada etapa de acabamento do animal.
24
1.2.5.2 Atual situação do confinamento da Comapi
Para se obter um confinamento de sucesso, é necessário uma avaliação
de todas as etapas do processo, como a própria compra dos animais, a
administração de dietas, avaliações das quantidades consumidas, compra de
máquinas e insumos entre outros.
1.2.5.3 Aquisição e seleção dos animais a serem confinados
A criação de gado a pasto é mais barata do que a feita em
confinamento, segundo o comprador de gado. E a resposta de cada animal é
analisada individualmente e depende da resposta de cada um ao processo de
confinamento.
A velocidade no ganho de peso de cada animal é diferente, tendo em
vista que cada um tem necessidades fisiológicas diferentes, assim, consegue-
se um melhor resultado quando a separação desses animais é feita da maneira
mais homogenia possível, levando em consideração as diferenças de sexo,
porte, raça, categoria e idade.
1.2.5.4 Recepção dos animais no confinamento da Comapi
Segundo o administrador da Comapi, responsável pela realização das
tarefas operacionais, é fundamental que o confinamento tenha uma equipe
muito bem preparada para lidar com o manejo dos animais que desembarcarão
na fazenda, e ter também uma grande estrutura, contendo curral com brete,
balança, apartador, piquetes de espera, tanques com água e piquete
enfermaria,
No caso de algum animal chegar lesionado da viagem, tais como
animais submetidos ao estresse de viagens perdem peso por esvaziamento
25
(urina e fezes), perda de água pela respiração e pela desidratação dos tecidos
musculares, e, esse emagrecimento se torna mais grave quando a distância
percorrida é maior.
O planejamento e preparo para a recepção dos animais na entrada do
confinamento são alguns dos fatores que podem fazer diferença no resultado
final. É interessante desembarcar os animais ao chegarem e permitir que
descansem com bastante água e alimento fresco. Dessa forma, responderão
melhor aos procedimentos e aos medicamentos.
Agindo assim, estar-se-á minimizando o custo da recuperação e
adaptação ao confinamento, mantendo uma mesma base para medição do
peso de entrada de animais de procedências diversas, além de atender às
exigências de bons tratos aos animais.
1.2.5.5 Manejo dos animais
De acordo com o administrador, após o descanso e os animais já
recuperados, ocorre o processo de brincagem (aplicação de brincos nas
orelhas dos bois para sistema de rastreamento), pesagem e vermifugação no
brete, alimentando um banco de dados onde serão utilizadas informações na
saída dos animais, como, data de entrada, peso inicial e final, idade, sexo
tempo de confinamento e dados da origem.
O curral tem sua estrutura toda planejada para trabalhar de forma que
não estresse os animais, como iluminação adequada, embarcador em forma de
zig-zag para o animal não ver o final, parafusos protegidos para não ferir os
animais.
1.2.5.6 Formação dos lotes e lotação dos piquetes
Segundo o administrador da Comapi, a lotação dos piquetes é, sem
dúvida, mais um dos fatores de influência direta no resultado, sobre os quais se
26
deve ponderar o tamanho (volume) dos cochos de ração, capacidade dos
bebedouros, intempéries e estações do ano em que se realiza o confinamento
e a categoria dos animais que serão encerrados.
Animais mais jovens possuem capacidade de adaptação melhor que os
mais velhos. O tempo para completar a formação dos lotes não deve
ultrapassar sete dias, a fim de evitar conflitos e distúrbios sociais dentro do
grupo, além do fato de não ser interessante misturar animais não adaptados à
ração aos que já se adaptaram.
1.2.5.7 Leitura do cocho do animal
De acordo com o zootecnista da Comapi, na produção de um
confinamento, excluindo-se investimento na aquisição dos animais, a ração
representa aproximadamente 85% dos custos dessa operação, merecendo, por
isso, especial atenção por parte do gerente. Em tese, quanto mais ração o
gado consumir, maior será a produção, porém quem determina essa
quantidade de ração é o próprio animal. Induzir os animais a um maior
consumo, administrando a forma de distribuí-la ao longo do dia é o grande
desafio. Tanto a falta quanto o excesso de ração significam prejuízo
operacional. A meta, portanto, é conseguir servir a quantidade que satisfaça os
animais sem, no entanto, haver sobras ou desperdício.
Segundo o nutricionista, observar o confinamento diariamente, em
horários variados, é importante para certificar-se de que está tudo bem. Pode-
se utilizar a segunda e terceira leitura de cocho para esse fim e é essencial
estar com um bloco e caneta para anotações e ter em mãos um relatório que
mostre a situação atual dos lotes.
1.2.5.8 A Fabrica de ração na Comapi
27
De acordo com o nutricionista, a fábrica de ração é o coração do
confinamento e deve ser administrada ciente da importância que tem no
processo. A fabricação correta das rações, com as misturas sendo preparadas
segundo as formulações, cumprindo o tempo certo das batidas, com os
ingredientes dentro dos padrões de qualidade estabelecidos, é primordial para
o sucesso do negócio.
A estrutura da fabrica é composta por boxes onde é armazenado
separadamente cada tipo de insumos e ainda conta com um misturador de
ração onde é feita a mistura dos ingredientes e conseqüentemente despejadas
dentro dos caminhões. Este mecanismo é controlado por operadores altamente
capacitados.
28
CAPÍTULO II
CUSTOS NO CONFINAMENTO
2 AGRONEGÓCIO
No início da civilização, os homens viviam em bandos, nômades de
acordo com a disponibilidade de alimentos que a natureza espontaneamente
lhes oferecia. Dependiam da coleta de alimentos silvestres, da caça e da
pesca. Não havia cultivo, criações domésticas, armazenagem e tampouco
trocas de mercadorias entre bandos. Assim, passavam por períodos de fartura
ou de escassez. Os tempos passaram a evolução sócia econômica, sobretudo
com os avanços tecnológicos, mudou totalmente a fisionomia das propriedades
rurais nos últimos 50 anos.
Segundo Araújo (2005), alguns fatores socioeconômicos históricos
condicionaram por muito tempo as propriedades rurais, ou mesmo pequenas
comunidades, a sobreviver praticamente isoladas ou a ser auto-suficientes.
Esses fatores foram basicamente a distribuição espacial da população, a
carência de infra-estrutura, a pouca evolução da tecnologia de conservação de
produtos e as dificuldades de comunicação.
De acordo com Araújo (2005), o avanço tecnológico foi intenso,
provocando saltos nos índices de produtividade agropecuária. Com isso, menor
número de pessoas cada dia é obrigado a sustentar mais gente. Assim, as
propriedades rurais cada dia mais:
a) perdem sua auto-suficiência;
b) passam a depender sempre mais de insumos e serviços que não são
seus;
c) especializam-se somente em determinadas atividades;
d) geram excedentes de consumo e abastecem mercados, às vezes,
muito distantes;
e) recebem informações externas;
29
f) necessitam de estradas, armazéns, portos, aeroportos, software,
bolsas de mercadorias, pesquisas, fertilizantes, novas técnicas, tudo
de fora da propriedade rural;
g) conquistam mercado; e
h) enfrentam a globalização e a internacionalização da economia .
A agricultura de antes, ou setor primário, passa a depender de muitos
serviços, máquinas e insumos que vêm de fora. Depende também do que
ocorre depois da produção.
Conforme Araújo (2005), dois autores (John Davis e Ray Goldberg),
professores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, lançaram um
conceito para entender a nova realidade da agricultura, criando o termo
agrobusiness, e definindo-o como:
Conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários ‘in natura’ ou industrializados. (ARAÚJO, 2005, p. 16).
O termo agrobusiness espalhou-se e foi adotado pelos diversos países.
No Brasil, essa nova visão de agricultura levou algum tempo para chegar. Só a
partir da década de 1980 começa a haver difusão do termo, ainda em inglês.
De acordo com Araújo (2005), o termo agrobusiness atravessou
praticamente toda a década de 1980 sem tradução para o português e foi
adotado de forma generalizada, inclusive por alguns jornais, que mais tarde
trocaram o nome de cadernos agropecuários para agrobusiness.
A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) é promover o desenvolvimento sustentável e a
competitividade do agronegócio em benefício da sociedade brasileira. No
cumprimento de sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o
desenvolvimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos,
tecnológicos, científicos, organizacionais e ambientais, na busca do
atendimento às exigências dos consumidores brasileiros e do mercado
internacional.
2.1 Visão sistêmica do agronegócio
30
Conforme Silva et al. (2008), o entendimento do agronegócio, em todos
seus componentes e interrelações, é uma ferramenta indispensável em toda a
cadeia administrativa de uma entidade, sejam autoridades públicas ou agentes
econômicos privados, para que formulem políticas e estratégias com maior
previsão e máxima eficiência. Por isso, é fundamental compreender o
agronegócio dentro de uma visão de sistema que engloba os setores,
denominados antes da porteira, dentro da porteira e após a porteira.
Visão sistemática antes da porteira é composta basicamente pelos
fornecedores de insumos e serviços, máquinas, implementos, defensivos,
fertilizantes, corretivos, sementes, tecnologia e financiamento. Dentro da
porteira é um conjunto de atividades desenvolvidas dentro das unidades
produtivas, as fazendas ou produção agropecuária propriamente dita, que
engloba preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheita, criações
e outros. Após a porteira, refere-se às atividades de armazenamento,
beneficiamento, industrialização, embalagens, distribuição, consumo de
produtos alimentares, fibras e produtos energéticos provenientes da
biomassa.(ARAÚJO, 2005)
Dessa forma, segundo Araújo (2005), o agronegócio envolve as
seguintes funções:
a) suprimentos à produção agropecuária;
b) produção agropecuária propriamente dita;
c) transformação;
d) acondicionamento;
e) armazenamento;
f) distribuição;
g) consumo; e
h) serviços complementares (publicidade, bolsa de mercadorias,
políticas públicas etc.)
A compreensão do agronegócio como sistema apresenta as seguintes
vantagens, segundo Araújo (2005):
a) compreensão melhor do funcionamento da atividade agropecuária;
b) aplicação imediata para a formulação de estratégicas corporativas,
vez que a operacionalização é simples e pode resultar em utilização
imediata pelas corporações e governos;
31
c) precisão com que as tendências são antecipadas; e
d) importância significativa e crescente do agronegócio, enquanto há
declínio da participação relativa do produto agrícola comparado ao
produto total.
2.2 Agronegócio no Brasil
De acordo com pesquisas realizadas pelo portal do agronegócio em
2008, o agronegócio agrupa as atividades econômicas que mais cresceram
neste início de século no Brasil. Em 2004 empregava a terça parte da
População Economicamente Ativa (PEA) e contribuiu com 43% das
exportações totais do país (US$ 39 bilhões, um recorde, com crescimento de
27% sobre as exportações de 2003), 34% do PÌB (Produto Interno Bruto). Mas
deve-se ressaltar que nestas cifras estão incluídas, além da produção agrícola,
a extração vegetal (madeira), os insumos e equipamentos, como (sementes,
fertilizantes, defensivos, tratores e máquinas agrícolas em geral) como também
o processamento industrial, transporte e comercialização.(SILVA et al., 2008)
A safra brasileira de grãos bate sucessivos recordes a cada ano. A
pecuária tem a maior fatia do mercado internacional, o suco de laranja tomou
conta de quase todo o planeta (cerca de 80% do suco comercializado em todo
o mundo). Acrescentam-se ainda a liderança de outros produtos como a carne
de frango, o açúcar, o café e o tabaco.
Segundo Silva et al. (2008), em relação ao conjunto de atividades que
formam o agronegócio, a maior parte do valor do Produto Interno Bruto (PIB) é
agregada nas atividades de industrialização e distribuição, restando apenas
30% para a agropecuária. Apesar dos recordes sucessivos da safra brasileira
na última década e da modernização do sistema produtivo, os sistemas de
transporte e de armazenamento constituem graves entraves ao
desenvolvimento contínuo, pontos frágeis que comprometem um melhor
desempenho e a expansão do agronegócio no Brasil.
De acordo com Silva et al. (2008), os resultados econômicos
surpreendentes da modernização do campo, através do agronegócio,
32
reforçaram ainda mais a vulnerabilidade econômica que caracteriza um país
exportador de produtos agrícolas ou de baixo valor agregado. É crescente a
participação das corporações multinacionais nas atividades mais lucrativas,
como também é significativo o número de trabalhadores rurais contratados
pelas grandes empresas agropecuárias apenas em épocas de plantio e de
colheita.
Do outro lado desta estrutura moderna, vive um número expressivo de
pequenos produtores rurais, marginalizados das políticas governamentais de
crédito e apoio técnico à produção. Assim, apesar de todas as limitações e
dificuldades, as pequenas e médias propriedades respondem pela maior parte
do abastecimento do mercado interno brasileiro e pela maior parte dos
empregos existentes no meio rural.
2.2.1 Agronegócio no Centro-oeste Paulista
De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto de Economia Agrícola
(IEA) o Pólo Regional Centro-Oeste, da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA) vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento foi
implantado no dia 10 de outubro, no município de Jaú. O novo pólo de
pesquisa, com 53 municípios em área de 250,9 mil hectares tem 13.319
imóveis rurais, dos quais 66,93% com tamanho até 50 hectares.
O valor da produção agropecuária da APTA-Centro-Oeste é de R$ 1,514
bilhão, dos quais R$ 785,9 milhões de produtos destinados à industrialização
são de R$ 556,3 milhões de produtos animai. (SILVA et al., 2008)
O Produto Interno Bruto (PIB) regional soma 7.879 bilhões de dólares,
para um PIB estadual de 296,434 bilhões de dólares, segundo a Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). A região tem 6.056 empresas
industriais, 12.010 estabelecimentos comerciais e 9.652 unidades de serviços,
conforme o Ministério do Trabalho Bariri, Bauru, Bocaina, Jaú, Lençóis
Paulista, Lins e Marília, que pertencem ao APTA-Centro-Oeste, estão entre os
100 municípios do Estado com melhor Índice de Desenvolvimento Humano
33
(IDH), que mede a qualidade de vida da população com base em condições de
saúde, nível de escolaridade e acesso à infra-estruturas.
2.3 Confinamento
Fonte: Comapi, 2009
Figura 2: Animais em confinamento
Até a década de 70, o governo brasileiro estimulava o armazenamento
de carne congelada para abastecer o mercado no período de entressafra –
época em que a produção de pastagens cai consideravelmente. Mas, com o
passar dos anos, os pecuaristas descobriram que é tecnicamente possível e
economicamente viável manter a produção de bovinos também no período de
seca. Foi a partir de então que surgiu o sistema de confinamento. Atualmente,
este mecanismo é utilizado por inúmeras fazendas Brasil afora, basicamente
entre os meses de maio e outubro (MOREIRA, 2007)
Segundo Cardoso (2000), é chamado de confinamento o sistema de
criação de bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou
currais com área restrita, e onde os alimentos e água, necessários, são
fornecidos em cochos Assim, o sistema de confinamento pode ser aplicado a
todas as categorias do rebanho.
34
Contudo, o confinamento é mais propriamente utilizado para a
terminação de bovinos, que é a fase da produção que imediatamente antecede
o abate do animal, ou seja, envolve o acabamento da carcaça que será
comercializada. A qualidade do produto (bovino) produzido no confinamento é
assim dependente das outras fases da produção.
2.3.1 Vantagens do confinamento
Segundo o administrador da Comapi, as vantagens de um confinamento
para um pecuarista, são de terminar os animais de forma rápida, agilizar o
processo de comercialização e aliviar os pastos, permitindo novas aquisições
de animais, e assim, permitir um giro mais adequado, melhorando os índices
da propriedade.
Sob o aspecto econômico, o confinamento permite o trato de um grande
número de animais com bom ganho de peso, agregando valores com baixo
custo de mão de obra. Outro aspecto importante é o aproveitamento de rações
produzidas na propriedade, normalmente com baixo custo e que se
transformam em arrobas de boi.
2.3.2 Localização e infra-estrutura do sistema de confinamento
Conforme Cardoso (2000), uma vez que grande parte dos custos de
engorda em confinamento é referente à alimentação, é importante que o
confinamento esteja localizado em área ou região onde esta seja disponível
com fartura, especialmente quando o proprietário depende da aquisição de
alimentos. A facilidade para aquisição e venda de animais é outro fator a ser
considerado na escolha do local para o confinamento.
Na confecção do projeto para locação do confinamento é recomendável
que as instalações sejam planejadas de forma ampla e global. A construção ou
implementação poderá ser feita em módulos ou etapas, mas é interessante que
35
desde o início sejam previstas todas as áreas e eventualmente possíveis
ampliações futuras, em qualquer dos setores.
Área muito plana e declive em excesso deve ser evitada, assim como a
proximidade a córregos e rios (que podem ser contaminados com dejetos do
confinamento) e áreas com ventos canalizados, pois, no caso de haver vilas ou
cidades próximas, seus habitantes poderão ser molestados pelo odor dos
animais e das fezes.
Segundo Cardoso (2000), o projeto global para o confinamento deve
incluir:
a) um centro de manejo dos animais;
b) área para produção e preparo dos alimentos;
c) área para os currais de engorda;
d) instalações de gerência;
e) estruturas para coleta de fezes e urina (canais de drenagem, tanques
de sedimentação etc.); e
f) estruturas de conservação do solo e da água (curvas de nível,
terraços etc.).
O centro de manejo destina-se à recepção e preparo dos animais que
entrarão no confinamento. Deve ter curral com brete, balança e apartador;
piquetes de espera e pousio com água e piquetes-enfermaria. Servirá ainda
para vacinações, pesagens intermediárias e finais e embarque do gado para
abate. (CARDOSO,2000)
A área de alimentação inclui as áreas para produção de alimentos
(milho, capineiras, lavouras etc.), de armazenamento e conservação (armazéns
para sacaria, fenis, silos graneleiros e forrageiros), de preparo dos alimentos
(galpão para misturador, moedor, picador e balança) e depósito para máquinas
e equipamentos (tratores, carretas etc.).
Cada um dos currais ou piquetes de engorda deve ter área suficiente
para conter o número de cabeças desejado em um lote. O tamanho dos lotes
será ditado pelo número total de cabeças que se planeja confinar, pela
facilidade ou dificuldade de se obterem animais homogêneos e determinado
número de animais numa mesma ocasião.(CARDOSO,2000)
Se o confinador é o próprio fazendeiro, que faz a cria e recria dos
animais, os lotes poderão ter tantas cabeças quantos forem os animais
36
possíveis de entrar no confinamento num mesmo dia (por exemplo, um lote
com os animais desmamados em fevereiro e outro para os desmamados em
maio; um lote para os animais cruzados; outro para os de raça pura).
Conforme Cardoso (2000), o importante é ter em cada curral ou piquete
um grupo homogêneo de animais, pois isto favorece o desempenho, permite o
uso de rações mais apropriadas àquele lote particular, possibilita melhor
controle da produção e assim melhor eficiência do processo. Com base nos
dados colhidos sobre cada lote será possível aprimorar o processo de
planejamento para os anos seguintes.
O confinamento conduzido durante a época seca do ano pode requerer
10 a 12 m²/cab. O piso poderá ser de chão batido com uma declividade mínima
de 3%. Em regiões mais chuvosas e, portanto, mais sujeitas à formação de
lama nos currais (a lama é muito prejudicial ao desempenho dos animais), a
área por cabeça e a declividade deverão ser maiores (até 50 m²/cab e 8% de
declividade).
Fonte: Cardoso, 2000
Figura 3: Exemplo de curral de engorda a céu aberto
Fonte: Cardoso,2000
Figura 4: Exemplo de curral de engorda semi-coberto
37
Neste caso, ainda poderão ser feitas calçadas ao longo dos cochos, com
1,8 a 3,0 m de largura (cascalho, concreto etc.) ou mesmo telhado sobre os
cochos (pé direito com 3,0 metros). As Figuras 3 e 4 ilustram tipos de curral de
engorda. As cercas divisórias devem ter no mínimo 1,8 m de altura e podem
ser feitas de arame liso, cordoalha, tábuas e outros.
Na parte frontal do piquete ficam os cochos de alimentos e, no lado
oposto, as porteiras que se comunicam com o corredor de serviço ou
circulação (corredores de passagem do gado para entrada e saída dos
piquetes). À frente dos cochos estará localizado o corredor de alimentação, por
onde passarão os veículos para distribuição dos alimentos. Os esteios de cerca
e coberturas devem ficar do lado interno do curral e não no corredor de
alimentação para não atrapalhar a distribuição dos alimentos.
2.3.3 Os animais confinados
Segundo Cardoso (2000), para a engorda em confinamento devem ser
utilizados animais sadios, de bom desenvolvimento e potencial de ganho em
peso. O ganho em peso pode se dar por acréscimo de tecido ósseo, massa
muscular ou gordura.
Cada tipo de tecido formado demanda maior ou menor quantidade de
determinado nutriente, e cada um dos tecidos tem uma particular taxa de
crescimento, assim, a participação de cada tecido no ganho é variável.
A composição do ganho em peso é influenciada pela idade e peso vivo
do animal, pelo sexo, pela estrutura corporal e pela taxa de ganho. Idade e
peso vivo, em animais bem criados, dentro de uma mesma raça, usualmente
estão associados.
Conforme Araújo (2005), precocidade e idade de abate refere-se ao
tempo mínimo para o animal atingir a idade de abate, com peso aproximado de
15 arrobas de rendimento de carcaça. No Brasil já existem empreendimentos
pecuários com alta tecnologia que conseguem atingir esse peso com animais
de 12 a 14 meses. Porém, esse nível tecnológico não é normal. No outro
38
extremo, encontra-se a maioria dos pecuaristas, que obtêm animais em peso
de abate com idade superior a 36 meses.
O sexo também influencia a composição do ganho em peso e a
composição da carcaça. Animais de sexos diferentes chegarão ao ponto de
abate (mesmo grau de acabamento da carcaça) em pesos ou idades
diferentes. Fêmeas atingem o ponto de abate mais cedo e mais leve que os
machos castrados que, por sua vez, estarão acabados mais cedo e mais leves
que machos inteiros. Esse conhecimento permite um melhor planejamento da
produção (tipo de alimentação, tempo de confinamento e época de
comercialização).
Segundo Silva et al. (2008), modernamente, em sistemas eficientes de
engorda em confinamento, a estrutura corporal dos animais também deve ser
levada em conta, especialmente quando considerado o emprego crescente do
cruzamento industrial para a produção intensiva de carne. Animais com
estrutura corporal grande ganham peso mais rapidamente comparativamente a
animais de raças pequenas, mas demoram mais tempo para atingir o peso
próprio para abate.
Segundo Cardoso (2000), são consideradas raças de estrutura corporal
média aquelas com peso vivo de abate entre 450 quilos e 520 quilos para
machos e 400 quilos e 475 quilos para fêmeas. Raças de estrutura corporal
grande atingem grau de acabamento em pesos superiores a 520 quilos para
machos e 475 quilos para fêmeas. Assim, animais de estrutura corporal média,
por exemplo, se deixados engordar até que atinjam pesos elevados,
equivalentes ao peso de abate de bovinos de estrutura corporal grande, terão
carcaças com excesso de gordura, o que a deprecia da mesma forma que a
pouca gordura, além de encarecer o produto final.
Velocidade de ganho de peso refere-se ao peso ganho pelos animais em
determinado tempo. É um índice muito utilizado nos sistema de confinamento
para engorda de bovinos e está relacionado ao peso adquirido diária ou
mensalmente e depende basicamente da qualidade dos animais (grau de
sangue e desenvolvimento inicial), do tipo de alimentação fornecida, ambiente
e das demais práticas de manejo. Bons índices apontam o ganho diário de 1 kg
de peso vivo por animal. (ARAÚJO, 2005)
39
2.4 Dieta alimentar
De acordo com Araújo (2005), os alimentos para os animais dividem-se
em dois grupos básicos: concentrados e volumosos.Os concentrados são
compostos principalmente por sais minerais e vitaminas e podem também
conter antibióticos. Os volumosos contêm fibras, energia e proteínas.
Conforme Cardoso (2000), dietas para bovinos em confinamento
incluem alimentos volumosos, concentrados e aditivos. São alimentos
volumosos aqueles que possuem teor de fibra bruta superior a 18% na matéria
seca, tais como: os capins verdes, silagens, fenos e palhadas. Alimentos
concentrados são aqueles com menos de 18% de fibra bruta na matéria seca e
podem ser classificados como protéicos (quando têm mais de 20% de proteína
na matéria seca), como as tortas de algodão, de soja, ou energéticos (com
menos de 20% de proteína na matéria seca), por exemplo, o milho, triguilho,
farelo de arroz.
Os alimentos são usualmente descritos ou classificados com base na
matéria seca, de forma a poderem ser comparados quanto as suas
características nutricionais, custo de nutrientes etc. A matéria seca (MS) é a
fração do alimento excluída a umidade natural deste. Na matéria seca é que
estão contidos os nutrientes: carboidratos, proteínas, minerais entre outros.
Ração é a quantidade total de alimento que um animal ingere em 24
horas e ração balanceada é aquela que contém nutrientes em quantidade e
proporções adequadas para atender às exigências orgânicas dos animais.
Segundo Silva et al. (2008) de acordo com a raça do animal, por
exemplo, determina-se uma dieta especifica, pois o requerimento varia de raça
para raça, o tipo de dieta também define a quantidade de trato que será
utilizada e a quantidade de vezes que a mesma será colocada nos cochos, pois
uma dieta mais úmida requer um maior número de tratos por dia, já uma dieta
mais seca, requer um menor número de tratos.
2.4.1 Sais minerais e sal comum
40
Os sais são necessários como nutrientes e como mantenedores da
pressão osmótica das células. Nos concentrados para rações balanceadas, os
sais vêm em quantidade equilibrada, já em doses suficientes recomendadas
para os animais.
Nas criações bovinas, tanto o sal comum como sais minerais devem ser
fornecidos separadamente do restante da ração e colocados em cochos à
vontade dos animais. Neste caso, a composição dos sais depende do resultado
de análise do teor nutritivo dos demais alimentos fornecidos.
2.4.2 Manejo
Segundo Silva et al. (2008), o manejo dos animais no confinamento deve
ser feito sempre com calma, de forma a evitar o estresse e acidentes. A
observação sobre a aparência e comportamento dos animais deverá ser
constante, pois qualquer mudança que haja nestes fatores poderá ser
indicativo de algum problema.
Conforme Cardoso (2000), é muito importante que os animais sejam
adaptados gradativamente à dieta do confinamento, especialmente aqueles
mantidos anteriormente exclusivamente em pastagens. A não adaptação à
dieta tem sido responsável por distúrbios como acidose e timpanismo nos
confinamentos. Os alimentos novos da dieta devem ser incluídos à ração em
proporções crescentes até atingirem a proporção final da ração
balanceada a ser usada.
Animais doentes ou problemáticos devem ser imediatamente apartados
para tratamento, retornando ao confinamento (ao mesmo lote de origem) após
plena recuperação. Se o tamanho do lote depende da disponibilidade de
animais homogêneos quanto a sexo, grau de sangue, estrutura corporal e grau
de acabamento, são recomendável também que os lotes não excedam 100
cabeças/piquete.
Uma regra útil é que o tamanho do lote seja compatível com a
capacidade de carga dos caminhões de transporte. Por exemplo, se um
caminhão puder transportar dezoito bois acabados, um lote poderá ter 36,
41
54,72 ou 90 cabeças correspondendo a dois, três, quatro ou cinco caminhões.
Com isso, terminado o período de confinamento, será possível vender todo o
lote. (CARDOSO,2000)
2.4.3 Padrão do boi
Basicamente há dois tipos de gordura mais conhecidos e discutidos:
gordura intramuscular (gordura de marmoreio) é encontrada com maior
freqüência em animais das raças britânicas como: Angus, Hereford, Devon
entre outras, também em animais que foram submetidos a uma dieta rica em
energia por um prolongado tempo e atingiram um elevado peso vivo e,
conseqüentemente, um alto grau de gordura de cobertura. (CARDOSO, 2000)
Gordura subcutânea (gordura de cobertura) fica entre o couro e os
músculos sendo a mais importante e exigida por mercados mais exigentes. É
um ótimo indicador de qualidade da alimentação recebida pelo animal. A
função da gordura de cobertura é a proteção da carcaça contra o frio das
câmaras, durante o processo de resfriamento, evitando assim o escurecimento
e o enrijecimento dos cortes mais superficiais. Também o valor comercial de
determinados cortes, os quais são desclassificados pela ausência de gordura,
principalmente para exportação e a avaliação visual do grau de acabamento
com animais vivos.
A identificação dos animais que serão destinados ao abate deverá
passar por uma criteriosa escolha, sempre procurando identificar os animais,
portadores de atributos, como: boa conformação de carcaça, precocidade de
crescimento e de acabamento aliada a um bom ganho de peso, atributos estes
capazes de assegurar um bom desempenho durante a fase de
engorda/terminação. A avaliação visual do grau de acabamento no animal vivo
é uma boa alternativa, para se identificar e apartar os animais que já estão
prontos para o abate, em lotes padronizados e uniformes, principalmente os
que estejam bem acabados. (CARDOSO, 2000)
42
2.4.4 Rastreabilidade
Segundo Silva et al. (2008) a rastreabilidade consiste no processo de
identificação individual dos animais, onde se faz o histórico do momento do
nascimento até o abate ou morte. Este histórico armazena dados de sexo,
raça, data de nascimento, transferências de propriedades, vacinação, entre
outros. Dentre as exigências quanto a rastreabilidade; apontam-se:
a) todos os animais devem estar rastreados;
b) todos os animais devem estar brincados e identificados com os batós
de identificação;
c) os Documentos de Identificação Animal (DIA) são obrigados a serem
encaminhados ao Frigorífico junto com os animais e estes devem ser
correspondentes;
d) o número de DIAS enviados ao Frigorífico deve ser igual ao número
de animais enviados ao abate;
e) a propriedade e/ou proprietário devem ser identificados na Guia do
Trânsito Animal (GTA) devendo coincidir com as informações do
sumário emitido pela Base Nacional de Dados (BND).
Os produtos rastreados são muito valorizados, tornando-se mais
competitivos e menos sujeitos às instabilidades do mercado.
2.5 Conceitos e Classificação dos custos
A necessidade do controle fez com que a apuração de custos ganhasse
maior importância desde o início do capitalismo. Era por meio de contabilidade
de custos que o comerciante tinha resposta se estava lucrando com seu
negócio, pois bastava confrontar as receitas com as despesas do mesmo
período.
Segundo Nogueira (2006), o confinamento é uma atividade de alto risco
financeiro. Quando o pecuarista fecha o gado no cocho, inicia um processo de
alto ganho de peso, quando comparado aos ganhos a pasto. No entanto, chega
43
um momento que não se pode mais segurar os animais, pois os custos do
ganho de peso passam a ser proibitivo. Isso ocorre à medida que os animais
vão atingindo maiores massas.
Além de tudo, há uma disponibilidade limitada de forragens para
fornecer aos animais, o que também inviabilizaria estender o confinamento por
períodos significativamente mais longos do que o planejado.
Para uma eficiente gestão de custo são necessárias à compreensão dos
conceitos básicos relacionados a gastos, investimentos, despesas, perdas,
desperdícios e custos, objetivando utilizar as informações de custos para fins
gerenciais.
2.5.1 Gastos
Conforme Silva et al. (2008), gasto é todo sacrifício para aquisição de
um bem ou serviço com pagamento no ato (desembolso) ou no futuro (cria uma
dívida). No momento que a empresa adquire um bem ou serviço defronta-se
com um gasto.
2.5.2 Investimentos
De acordo com Silva et al. (2008), são os gastos que irão beneficiar a
empresa em períodos futuros. Enquadram-se nesta categoria, por exemplo, as
aquisições de ativo, como estoque e máquinas. Nestes casos, por ocasião da
compra, a empresa desembolsa recursos, visando a um retorno futuro sobre a
forma de produtos fabricados.
Conforme Nogueira (2006), os investimentos para a construção e
equipagem do confinamento devem ser planejados de modo a não elevar os
custos fixos de produção. Custos fixos são aqueles que se mantêm,
independentemente do número de animais confinados. Estão relacionados com
as instalações, maquinários, benfeitorias, equipamentos, etc.
44
Para administrar estes custos, é preciso planejamento no momento de
investir. É preciso dimensionar a estrutura de acordo com a capacidade inicial
do confinamento, porém, sempre se deve ter em vista as perspectivas de
ampliação.
É preciso, portanto, quantificar o investimento mínimo necessário para o
número de animais a serem confinados. No entanto, deve-se planejar de modo
que, no futuro, o investimento na ampliação das instalações possa ser feito de
maneira integrada às instalações existentes.
2.5.3 Despesas
Segundo Silva et al. (2008), despesa é todo o consumo de bens ou
serviço para a obtenção de receita. É exatamente aqui que a despesa se
diferencia de perda, pois enquanto aquelas (despesa) representam sacrifícios
no sentido de obter receita, esta (perdas) não gera receita.
Geralmente estas atividades podem ser classificadas em despesas
comerciais, administrativas e financeiras. Exemplo: salários encargos sociais
da administração (despesas administrativas), juros bancários pagos (despesas
financeiras) e propagandas (despesas comerciais).
2.5.4 Custos
São os gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou
prestação de serviços.O maior custo do confinamento é o próprio animal. O
segundo maior custo é a alimentação; por isso a maior atenção é geralmente
destinada à nutrição.
Segundo Nogueira (2006), uma nutrição mal planejada e um
confinamento mal conduzido levarão ao aumento de todos os outros custos. Os
resultados são todos dependentes do plano nutricional, o que inclui o manejo
45
diário do fornecimento da dieta e a capacidade de ganho de peso do animal
confinado. Este último fator depende da genética.
2.5.5 Perdas
De acordo com Silva et al (2008), são os fatos ocorridos em situações
excepcionais que fogem à normalidade das operações da empresa. Tais itens
não são considerados operacionais e não fazem parte dos custos de fabricação
dos produtos. Constituem-se de eventos ocasionais indesejados, como a
deterioração anormal de ativos causados por incêndio ou inundações, furtos e
outros.
2.5.6 Desperdícios
Segundo Calderelli (2005), este conceito pode englobar os custos e as
despesas utilizados de forma não eficiente. Ou seja, são considerados
desperdícios todas as atividades que não abrangem valor e que resultam em
gastos de tempo, dinheiro, recursos sem lucro, além de adicionarem custos
desnecessários ao produto. Podem ser enquadradas nesta categoria a
produção de itens defeituosos, a movimentação desnecessária, a inspeção de
qualidade e a capacidade ociosa.
Desperdícios são gastos desnecessários ou aplicado em excesso para
obtenção de um bem ou serviço.
Conforme Cardoso (2000), os fatores que levam à diminuição do
desempenho animal e que comprometem a produtividade ou lucratividade do
sistema, causando gastos desnecessários, podem ser subdivididos em: fatores
que afetam os animais individualmente e fatores que afetam o lote de animais.
No primeiro caso, estão incluídos os distúrbios metabólicos, doenças e
intoxicações. Os prejuízos dependem da intensidade de ocorrência destes e do
46
número de animais acometidos. Em geral, tal prejuízo é facilmente visualizado
e contabilizado, pois o animal doente se destaca dos demais.
No segundo caso, os prejuízos são de difícil avaliação ou visualização
pelo produtor, pois o efeito negativo é uniformemente distribuído entre os
animais. São derivados de fatores ou condições que impedem que a eficiência
máxima seja obtida, ou seja, não há perda concreta, mas deixa-se de ganhar.
47
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Segundo Cardoso (2000), confinamento é o sistema de criação de
bovinos em que lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com
área restrita, onde os alimentos e água necessários são fornecidos em cochos.
É mais propriamente utilizado para a terminação de bovinos, que é a fase da
produção que imediatamente antecede o abate do animal, ou seja, envolve o
acabamento da carcaça que será comercializada.
A qualidade da carcaça produzida no confinamento é dependente de um
bom desempenho obtido na fase de cria e recria. Bons produtos de
confinamento são obtidos a partir de animais sadios, fortes, com ossatura
robusta, bom desenvolvimento muscular (quantidade de carne) e gordura
suficiente para dar sabor à carne e proporcionar boa cobertura da carcaça.
Com o objetivo de verificar se as estratégias adotadas no processo de
confinamento garantem uma negociação atrativa e competitiva bem com
descrever as etapas de um confinamento foi realizada uma pesquisa de campo
na Comapi Agropecuária no período de fevereiro a outubro de 2009.
Para realização da pesquisa utilizou-se dos métodos: observação
sistemática, histórica e estudo de caso.
Estudo de caso: foi realizado estudo de caso na Comapi Agropecuária,
analisando os aspectos relacionados a gestão de confinamento.
Método de observação sistemática: foram observados, analisados e
acompanhados os procedimentos aplicados na gestão de confinamento como
suporte para o desenvolvimento do estudo de caso.
Método Histórico: foram observados os dados e evolução histórica da
empresa e da gestão de confinamento como suporte para desenvolvimento do
estudo de caso.
48
Para eficácia dos métodos utilizou-se as seguintes técnicas:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)
Roteiro do Histórico da Comapi (Apêndice C)
Roteiro de Entrevista para o Comprador de Gado (Apêndice D)
Roteiro de Entrevista para o Responsável do Confinamento (Apêndice E)
Segue o relato e discussão da pesquisa.
3.1 Importância do confinamento para o Bertin
A importância do confinamento para o Grupo Bertin, segundo o gerente
da Comapi é para suprir a necessidade do grupo em um período estratégico
que vai do fim de maio ao começo de Dezembro.
Através de seus três confinamentos, o Grupo Bertin consegue suprir
suas necessidades e cumprir seus contratos, pois neste período o mercado
sofre com a lei da procura e da oferta, pois há muita procura de bois e pouca
oferta, assim o preço da arroba sobe, proporcionando, assim, um alto custo na
aquisição de animais, pois o Bertin, estrategicamente, compra estes animais
em uma época que o preço da arroba do boi está com uma cotação baixa,
tornando o negócio mais viável, lucrativo e competitivo.
3.2 Etapas do confinamento na Comapi
3.2.1 Compra do gado
A Comapi possui atualmente em seu quadro de funcionários, sete
compradores que percorrem todo o Brasil, esses são responsáveis por toda a
negociação na compra do gado, desde avaliação do animal até a forma de
pagamento. O comprador precisa entrar em contato com o escritório local da
49
empresa para poder programar a busca do gado no fornecedor, para que
dessa forma não ocorra um elevado número de desembarque de animal no
mesmo dia; segundo o administrador da Comapi, a empresa possui capacidade
para desembarcar até 1000 animais por dia.
A empresa conta com fornecedores localizados principalmente no
estado de Goiás e Mato Grosso.
Os custos envolvidos na compra do animal está no preço da própria
compra e no custo do frente (ida e volta) para entrega dos animais.
O custo da compra é definido pela cotação da @ do boi que varia todos
os dias através do índice esalq - indicador diário de preços elaborado pelo
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq-USP
para diversos produtos agropecuários - um @ equivale a 15Kg.
Em setembro de 2009 esse índice está apontando o preço da @ do boi
em R$ 72,94 esse valor será utilizado para demonstração dos custos.
O valor cobrado pelo frete, segundo o administrador da Comapi, está em
torno de R$ 1,50 por Km rodado.
3.2.2 Recepção dos animais
Na chegada dos animais acontece à primeira pesagem, aonde a
empresa pesa o caminhão carregado e em seguida vazio e faz uma média do
peso de cada boi.
Em seguida os animais passam pelo curral aonde são vacinados e
brincados e recebem os batós com o número de identificação de cada um.
Essa identificação é cadastrada no sistema da Comapi para um controle mais
rígido de cada animal.
Nos três primeiro dias no confinamento o animal fica no pasto, passando
dessa forma por uma fase de adaptação. Nessa etapa o animal não causa
qualquer outro custo para empresa, pois custo como vacinação e cuidados com
o pasto estão inclusos nos custos fixos da empresa.
50
3.2.3 Divisão dos animais (Formação de lotes)
Após o período de adaptação os animais voltam para o curral aonde são
pesados individualmente e separados por peso, raça e sexo (macho ou macho
castrado).
Depois de separados forma-se os lotes, cada lote possui 140 animais
que são monitorados todos os dias por funcionários da empresa.
3.2.4 Dieta intermediária e final
Nos lotes os animais passam por uma dieta intermediária que tem
duração de 3 a 7 dias, essa dieta é mais volumosa e menos concentrada -
dieta volumosa é composta por: capins verdes, silagens, fenos e palhadas;
dieta concentrada é composta por: torta de algodão, soja, milhos, triguilo e
farelo de arroz – é também uma ração com menos sal.
Tabela 1 – Cronograma da Dieta Intermediária da Comapi Dieta de Adaptação Intermediária duração 3 Insumos Preço (Kg) Qtd/dia Custo/Dia Custo Período Bagaço de Cana R$ 0,020 3,500 Kg R$ 0,070 R$ 0,210 Capim Feno R$ 0,110 0,000 Kg R$ - R$ - MILHO 1 R$ 0,360 1,805 Kg R$ 0,650 R$ 1,949 Torta de Algodão R$ 0,350 1,100 Kg R$ 0,385 R$ 1,155 Casca de Soja R$ 0,270 1,700 Kg R$ 0,459 R$ 1,377 Germem de Milho R$ 0,295 0,360 Kg R$ 0,106 R$ 0,319 Uréia Pec R$ 1,100 0,045 Kg R$ 0,050 R$ 0,149 Sal Comum R$ 0,250 0,010 Kg R$ 0,003 R$ 0,008 Núcleo Tortuga R$ 2,040 0,025 Kg R$ 0,051 R$ 0,153
Total 8,545 Kg R$ 0,668 R$ 5,319 Fonte: Comapi Agropecuária, 2009
Após o período da dieta intermediária o animal entra na dieta definitiva, a
qual dura aproximadamente 85 dias, essa dieta ao contrário da primeira é
menos volumosa e mais concentrada.
51
Tabela 2 – Cronograma da Dieta Definitiva da Comapi
Dieta Definitiva duração 85 dias Insumos Preço (Kg) Qtd/dia Custo/Dia Custo Período Bagaço de Cana R$ 0,020 2,112 Kg R$ 0,042 R$ 3,590 Capim (Feno) R$ 0,110 0,000 Kg R$ - R$ - Milho R$ 0,360 3,200 Kg R$ 1,152 R$ 97,920
Torta de Algodão R$ 0,350 2,112 Kg R$ 0,739 R$ 62,832 Casca de Soja R$ 0,270 1,280 Kg R$ 0,346 R$ 29,376 Germem de Milho R$ 0,295 3,200 Kg R$ 0,944 R$ 80,240 Uréia Pec R$ 1,100 0,101 Kg R$ 0,111 R$ 9,444 Sal Comum R$ 0,250 0,025 Kg R$ 0,006 R$ 0,531 Calcareo Calcitico R$ 0,120 0,040 Kg R$ 0,005 R$ 0,408 Núcleo Tortuga R$ 2,040 0,061 Kg R$ 0,124 R$ 10,577
Total 12,131 Kg R$ 3,470 R$ 294,919 Fonte: Comapi Agropecuária, 2009
A água é deixada em cochos, no fundo do piquete, durante todo o dia e
trocada quatro vezes ao dia.
A empresa possui galpão para misturador, moedor, picador e balança
aonde é preparada a ração dos animais e também guardado todos os
ingredientes para preparo da ração.
3.2.5 Abate do animal
Após aproximadamente 90 dias de confinamento os animais seguem
para o abate, os animais castrados ficam em média 75 dias pois ganham peso
mais rápido e após um determinado ponto eles começam a ganhar mais
gordura. Após o período de confinamento os animais são levados para curral
aonde é feita a leitura dos brincos e a pesagem.
Todos os animais confinados na Comapi são vendidos para o Frigorífico
Bertin, esse paga pela @ do boi o valor que o índice esalq cotar no dia da
compra.
É no momento da venda que a empresa fecha seus custos, pois
consegue chegar a uma média de quantos quilos cada animal engordou, a
média esperada pela empresa é de 1,5Kg por dia.
52
3.3 Demonstração dos custos
Os custos envolvidos no confinamento bovino estão ligados à
alimentação, manejo e compra do mesmo, o quadro abaixo vem nos mostrar
uma visão parcial dos custos e receitas geradas em um lote de bovino da
empresa Comapi.
Piquete H-02 Entrada 15-jun-09 Diárias 76 dias Saída 01-set-09 Sexo Macho – Castrado Raça Nelore Qtd Animais 140 animais Peso Entrada 452,00 Kg Peso @ Entrada 15,07 @ Ganho Peso Diário 1,592 Kg Peso Saída 573,00 Kg Consumo Médio (MO) 14,68 Kg Consumo Médio (MS) 10,68 Kg Kg MS / Kg peso Vivo 2,09% Conversão Kg MS/ @ produzida 153,76 Kg Custo da ração total R$ 284,72 Custo ração dia R$ 3,75 Custo fixo R$ 34,96 Custo animal dia R$ 4,21 Custo total (ração + fixo) R$ 319,68 Frete/cb R$ 35,50 Custo de compra animal R$ 1.099,00 Valor da @ compra R$ 72,94 Custo total R$ 1.454,18 Custos Fixos envolvidos R$ 97,77 Custo Total R$ 1.551,95 Custo Total do Lote R$ 217.273,00 Valor total de Venda do Lote R$ 239.879,75 Valor da @ de Venda REALIZADO R$ 79,09 Valor médio por Animal R$ 1.713,42 Receita/Prejuízo por animal R$ 161,47
Fonte: elaborado pelos autores, 2009
Quadro 1: Relação de custos em um lote
53
O quadro foi baseado na planilha que a empresa utiliza para controle de
custo por lote, e quadro explica o peso inicial e final do animal, qual custo da
ração e os custos fixos. O valor da venda foi utilizado como base o índice esalq
e também através da última venda realizada pelo frigorífico.
3.4 Parecer Final
Analisando–se os processos desenvolvidos na empresa, pode-se
constatar que o confinamento serve exclusivamente para atender às
necessidades do frigorífico para que a Empresa Bertin cumpra com seus
contratos o ano inteiro, pois no período de entressafra é o período que o
confinamento ganha grande importância para o grupo.
Diante da pesquisa foi possível comprovar que dentro do processo de
confinamento existem estratégias adotadas que garantem uma negociação
atrativa e competitiva em relação ao gado.
Após a pesquisa realizada na empresa Comapi, na unidade Fazenda
Santa Adélia o grupo conseguiu atingir o objetivo de fundamentar as teorias
referentes a gestão de confinamento: Expondo a atividade de confinamento,
descrevendo o processo, acompanhando um lote de bovino e observando a
lucratividade do processo.
Através da excelente estrutura, os métodos aplicados ao confinamento
são bem utilizados pela empresa, conseguindo dessa forma uma redução dos
custos e ótima qualidade na carcaça animal.
O confinamento consegue fornecer animais com extrema qualidade, a
um custo reduzido e em quantidades necessárias para que o Bertin possa
cumprir com seus contratos, e fornecendo para seus clientes um produto com
excelente qualidade.
54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A Comapi foi criada justamente para engordar os animais nos períodos
da entressafra onde não se encontram bois prontos para abate. Inicialmente os
animais eram confinados apenas nos noventa dias antes do abate para
finalização da carcaça e aproveitamento de gordura. Atualmente na unidade da
Comapi - Fazenda Santa Adélia, localizada na cidade Sabino, estado de São
Paulo, o confinamento começou a ser praticado durante o ano todo para suprir
a necessidade interna do Frigorífico Bertin.
Após a realização do estudo na empresa Comapi, conclui-se que o
ponto a ser melhorado na empresa está ligado a infra-estrutura, pois em
relação da lucratividade apresentada a empresa possui condições de oferecer
melhorias no confinamento e também aumentar a quantidade de lotes
existentes.
Em relação a melhoria no confinamento propõe-se:
a) cobertura mais adequada dos cochos;
b) instalação de climatizantes em todo piquete, necessários para o bem
estar do animal, em dias que as temperaturas estão elevadas;
c) maior acompanhamento na dieta oferecida em cada piquete, pois
estes são separados por raça, tamanho e sexo fatores esses que
contribuem para o ganho de peso do animal.
A empresa possui espaço suficiente para formação de mais piquetes,
atualmente possui capacidade para confinar 21.000 cabeças de boi, o
frigorífico Bertin abate em média por dia de 800 a 1000 cabeças, vale ressaltar
que a Comapi possui uma unidade na cidade de Guaiçara, mesmo com as
duas instalações o frigorífico necessita comprar boi para abate de terceiros.
A Comapi atende exclusivamente a Bertin, dessa forma para aumentar a
sua lucratividade propõe-se a formação de mais piquetes para que dessa forma
aumente a capacidade de confinamento, deve-se planejar de modo que, no
futuro, o investimento na ampliação das instalações possa ser feito de maneira
integrada às instalações existentes.
55
CONCLUSÃO
Com base na pesquisa realizada na empresa Comapi Ltda Fazenda
Santa Adélia conclui-se que o objetivo do trabalho de fundamentar as teorias
referentes a gestão de confinamento foi atingido.
Para que o processo de confinamento venha a atingir a lucratividade
esperada, a empresa deve adotar práticas que permita organizar sua rotina a
chegada dos animais, para os mesmos serem terminados em cochos. Dessa
forma é importante destacar que a empresa deve ter um excelente
planejamento nutricional e controle de ganhos de peso.
O acompanhamento e controle constante da atividade é essencial para o
progresso do empreendimento. O acompanhamento implica na observação
diária do andamento da atividade (comportamento dos animais, dos horários e
quantidade de alimentos fornecidos, do desempenho e habilidades da mão-de-
obra, do funcionamento de máquinas e implementos etc.).
Observa-se que o modelo de confinamento usado pelo Grupo Bertin
além de obter o resultado como unidade de negócio, serve como marketing e
ferramenta para divulgação e negociação junto aos seus clientes. Estes ao
conhecer o confinamento, se deparam com um tratamento excepcional e uma
qualidade diferenciada.
A empresa segue as formas mais eficazes de confinamento,
apresentando boa lucratividade, de acordo com o lote acompanhado, e
capacidade de ampliação em sua estrutura.
A pesquisa agregou ao grupo um conhecimento mais especifico sobre
confinamento a as melhores ferramentas para se confinar.Acreditamos que o
tema abordado é amplo e possui vários pontos que podem ser estudados,
dessa forma contribui para estudos mais avançados e abre horizonte para
novas pesquisas na área.
56
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, M.J. Fundamentos de agronegócios. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
CALDERELLI, A. Enciclopédia contábil e comercial brasileira. 30. ed. São Paulo: CETEC, 2005. CARDOSO, E.G. Engorda de bovino em confinamento. 2000. Disponível em: <www.emprabra.br >Acesso em 04 de set. de 2009 MOREIRA, G. Gado confinado tem maior rentabilidade. Correio de Uberlândia, São Paulo, 13 jun. 2007. Disponível em: <http://www.agrolink.com.br> Acesso em: 14 de ago. 2009.
NOGUEIRA, M.P. Custos e viabilidade do confinamento frente aos preços baixos. 2006. Disponível em: <www.emprabra.br > Acesso em 04 de set. de 2009
SILVA, D. O. et al. Gestão de custos com ênfase em confinamento bovino, 2008. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis), Centro Universitário Católico Salesiano Auxilum, Lins.
PAVANI, T. M., et al. Gestão da qualidade total, 2008. Monografia (Graduação em Administração), Centro Universitário Católico Salesiano Auxilum, Lins.
57
APÊNDICES
58
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
Apresentar os objetivos relacionados ao confinamento. Descrever os
métodos e técnicas, com suas facilidades e dificuldades para levantamento de
dados da pesquisa. Caracterizar os aspectos principais da gestão de
confinamento.
1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assusto estudado
a) descrição das etapas e estrutura do confinamento bovino.
b) descrição do processo da gestão de confinamento na Comapi.
c) depoimentos dos responsáveis pelos setores envolvidos.
1.2 Discussão
Confronto entre a teoria analisada através da revisão bibliográfica e a
pratica obtida através dos dados coletados em pesquisa na Comapi – Sabino-
SP, unidade Fazenda Santa Adélia.
1.2 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou
modificações de procedimentos
59
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade Econômica: Porte:
2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
2.1 O processo do confinamento.
2.2 Os custos envolvidos em cada etapa.
2.3 As estratégias adotadas para a redução de custos, bem como na
aquisição dos insumos necessários para a engorda.
2.4 Parecer sobre seu produto final (gado) é atrativo e competitivo.
60
APÊNDICE C – Roteiro do Histórico da Empresa
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Endereço:
Ramo de Atividade:
Porte:
Data da Fundação:
Tipo de Sociedade:
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA COMAPI
2.1 Primeiros proprietários
2,2 Evolução das instalações
2.3 Atividade econômica
2.4 Evolução do controle dos custos do confinamento
61
APÊNDICE D - Roteiro de Entrevista para o Comprador de Gado
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Tempo de empresa:
Cargo/Função:
Escolaridade:
Especialidade:
Experiências profissionais anteriores:
Experiências profissionais atuais:
Cidade: Estado:
2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS
a) Qual o período que um boi deve ficar confinado até estar pronto para o
abate?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
b) De onde vêm os animais aqui confinados?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
c) Quais as perdas, em média existentes em um confinamento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
d) Por qual motivo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
e) Como deve ser o animal ideal para o abate no frigorífico?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
62
APÊNDICE E - Roteiro de Entrevista para o Responsável pelo
Confinamento
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Tempo de empresa:
Cargo/Função:
Escolaridade:
Especialidade:
Experiências profissionais anteriores:
Experiências profissionais atuais:
Cidade: Estado:
2 PERGUNTAS ESPECÍFICAS
a) Qual o consumo diário de água e ração por animal, dentro do
confinamento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
b) Todos os animais se adaptam normalmente a dieta do confinamento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
c) Se não, qual o procedimento adotado?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
d) Após plenamente adaptado qual o ganho de peso de cada animal?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
63
ANEXOS
64
ANEXO A – Visita Comapi
Foto 1:Fábrica de Ração
Foto 2: Bruno, Evandro e Mariela
65
Foto 3: Animais no lote
66
ANEXO B – Índice Esalq
CEPEA - Preços Nominais Observados em Diferentes Praças Esse compacto de preços é exclusivo para colaboradores do projeto Pecuária de Corte/Cepea.
SÃO EXPRESSAMENTE PROIBIDOS O REPASSE E A DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DESTE RELATÓRIO
Interessados em recebê-lo devem contatar diretamente o Cepea: [email protected] 09/09/2009
Praça/Prod.
Vst(1)
%Var1 MinV 2
%Var 2
MaxV 3
%Var 3
Prz(4)
%Var 4
MinP 5
%Var 5
MaxP 6
%Var 6
Pme 6
Pmp 7
Araçatuba
Boi Gordo 74,52 0,81 73,07 -0,25 75,30 0,87 76,50 0,28 76,00 0,00 77,00 0,00 9,71 39,71
Vaca Gorda
71,90 -0,06 71,32 -0,17 72,62 0,00 74,14 0,00 73,69 0,00 74,72 0,00 6,66 36,66
Bezerro 614,38
nd 614,38
nd 614,38 nd 630,00
nd 630,00
nd 630,00 nd nd 30,00
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
São José do Rio Preto/Barretos
Boi Gordo 74,65 0,58 74,11 1,44 76,09 0,63 77,15 0,65 76,77 1,36 78,81 1,31 9,30 39,30
Vaca Gorda
71,38 -0,08 71,38 0,00 71,38 -0,17 73,69 0,00 73,69 0,00 73,69 0,00 8,00 38,00
Bezerro 585,12
0,00 585,12
0,00 585,12 0,00 600,00
0,00 600,00
0,00 600,00 0,00 nd 30,00
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Bauru/Marília - Pecuária
Boi Gordo 75,77 0,17 74,59 1,30 76,67 -0,08 78,02 -0,08 76,77 0,00 78,81 0,00 5,00 35,00
Vaca Gorda
71,94 -0,30 71,57 -0,08 72,62 -0,08 74,04 -0,23 73,69 0,00 74,72 0,00 4,33 34,33
Bezerro 607,88
0,54 604,62
0,00 614,38 1,61 623,33
0,54 620,00
0,00 630,00 1,61 nd 30,00
Boi Magro 924,99
1,69 835,89
0,00 983,40 0,00 943,33
1,98 850,00
0,00 1000,00
0,00 nd 23,33
Presidente Prudente
Boi Gordo 75,25 0,62 73,97 -0,18 76,51 0,13 77,79 -0,65 77,79 0,00 77,79 -1,29 6,50 36,50
Vaca Gorda
72,44 0,84 72,31 1,13 72,56 0,51 74,21 0,00 73,69 0,00 74,72 0,00 5,50 35,50
Bezerro 597,95
-1,41 585,12
0,00 641,89 0,00 610,00
-1,08 600,00
0,00 650,00 0,00 nd 24,00
Boi Magro 938,15
0,00 938,15
0,00 938,15 0,00 950,00
0,00 950,00
0,00 950,00 0,00 nd 15,00
Noroeste do Paraná
Boi Gordo 74,45 -0,03 73,56 0,00 75,24 -0,08 76,51 0,08 75,74 0,00 76,77 -0,30 5,83 35,83
Vaca Gorda
69,72 -1,20 69,52 -0,09 70,15 -1,85 71,65 -1,09 71,65 0,00 71,65 -1,85 5,75 35,75
Bezerro 647,80
0,00 645,35
0,00 650,25 0,00 661,50
0,00 659,00
0,00 664,00 0,00 nd 25,00
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
67
Três Lagoas
Boi Gordo 69,90 0,03 68,91 -0,16 70,83 0,08 72,25 0,11 72,00 0,00 73,00 0,00 7,50 37,50
Vaca Gorda
66,01 -0,33 64,96 0,09 67,16 -1,50 67,50 0,25 67,00 0,00 68,00 0,00 7,00 37,00
Bezerro 608,65
0,09 585,12
0,00 633,88 1,46 622,00
0,32 600,00
0,00 650,00 3,17 nd 26,00
Boi Magro 894,74
nd 894,74
nd 894,74 nd 900,00
nd 900,00
nd 900,00 nd nd 7,00
Campo Grande
Boi Gordo 69,78 0,11 69,08 -0,25 70,77 1,04 72,25 0,35 72,00 0,00 73,00 1,39 6,37 36,37
Vaca Gorda
66,62 -0,09 64,96 0,09 68,18 -0,16 67,33 -0,25 67,00 0,00 68,00 0,00 6,25 36,25
Bezerro 607,85
0,86 564,63
0,00 667,20 5,26 614,62
0,47 567,00
0,00 670,00 3,08 nd 13,30
Boi Magro 886,40
nd 836,49
nd 984,22 nd 890,67
nd 840,00
nd 990,00 nd nd 5,66
Triângulo Mineiro
Boi Gordo 68,56 -0,39 67,31 0,25 69,14 -3,34 70,64 0,28 69,60 0,00 71,00 0,00 8,75 38,75
Vaca Gorda
65,44 0,14 64,34 -0,08 66,37 -0,09 67,21 0,00 66,53 0,00 68,58 0,00 9,00 39,00
Bezerro 575,37
2,09 565,62
4,74 585,12 0,00 590,00
0,00 580,00
0,00 600,00 0,00 nd 30,00
Boi Magro 952,00
0,00 952,00
0,00 952,00 0,00 980,00
0,00 980,00
0,00 980,00 0,00 nd 30,00
Dourados
Boi Gordo 69,87 -0,27 68,06 -1,56 71,07 0,17 72,33 -0,23 72,00 0,00 73,00 0,00 6,46 36,46
Vaca Gorda
66,37 -0,08 65,54 -0,59 67,12 0,03 68,36 0,15 68,00 0,00 69,00 0,00 5,30 35,30
Bezerro 611,34
-0,08 576,61
0,00 646,20 0,00 621,00
0,16 580,00
0,00 650,00 0,00 nd 18,80
Boi Magro 878,04
5,79 830,00
0,00 926,44 11,62 925,00
nd 900,00
nd 950,00 nd nd 30,00
Goiânia
Boi Gordo 68,80 -0,22 67,53 -0,25 70,99 1,50 70,93 0,24 70,00 0,00 72,67 1,42 8,00 38,00
Vaca Gorda
65,72 0,34 64,34 -0,08 67,16 -0,33 67,21 0,51 66,53 0,00 67,55 0,00 7,60 37,60
Bezerro 587,07
-0,09 576,61
-1,45 596,49 1,09 595,00
-0,83 580,00
-3,33 600,00 0,00 nd 16,00
Boi Magro 880,05
0,27 828,92
0,00 926,44 0,00 896,67
-0,37 850,00
0,00 950,00 0,00 nd 22,33
Cuiabá
Boi Gordo 67,30 -0,16 66,78 -0,09 69,19 1,53 69,28 -0,29 69,00 0,00 70,00 0,00 6,75 36,75
Vaca Gorda
63,45 0,99 62,67 1,08 65,12 2,45 65,00 0,20 64,48 0,75 65,51 0,00 7,00 37,00
Bezerro 560,74
-4,17 536,36
-8,33 585,12 0,00 575,00
-4,17 550,00
-8,33 600,00 0,00 nd 30,00
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Rio Verde
Boi Gordo 69,08 0,16 68,30 0,00 71,29 1,45 70,72 -0,04 70,62 0,00 71,00 0,00 7,50 37,50
68
Vaca Gorda
65,41 0,52 64,50 0,00 67,22 1,54 66,53 0,00 66,53 0,00 66,53 0,00 6,66 36,66
Bezerro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Rondônia
Boi Gordo 65,95 -0,66 65,29 -0,64 66,95 -0,16 68,52 0,35 67,55 0,00 69,00 0,00 4,33 34,33
Vaca Gorda
61,03 0,07 60,63 -0,18 61,33 0,16 62,81 0,14 62,44 0,00 63,00 0,00 4,33 34,33
Bezerro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
*Rio Grande do Sul
Boi Gordo 5,02 -0,79 4,94 -0,40 5,09 -1,74 5,20 0,00 5,20 1,96 5,20 -1,89 6,00 36,00
Vaca Gorda
4,66 -0,21 4,57 0,22 4,86 -0,61 4,80 0,00 4,70 0,00 5,00 0,00 6,00 36,00
Bezerro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Colider
Boi Gordo 65,88 -0,33 65,12 -1,30 66,15 0,00 68,00 0,00 68,00 0,00 68,00 0,00 5,00 35,00
Vaca Gorda
60,71 -0,13 60,16 0,00 61,28 0,00 62,40 -0,16 62,00 0,00 63,00 0,00 4,66 34,66
Bezerro 526,61
0,00 526,61
0,00 526,61 0,00 540,00
0,00 540,00
0,00 540,00 0,00 nd 30,00
Boi Magro 780,16
0,00 780,16
0,00 780,16 0,00 800,00
0,00 800,00
0,00 800,00 0,00 nd 30,00
Tocantins
Boi Gordo 68,35 0,60 67,59 0,09 68,76 0,17 70,37 0,61 69,60 0,00 70,62 0,00 4,75 34,75
Vaca Gorda
63,64 0,82 62,62 1,52 64,61 0,08 65,51 0,78 64,48 1,61 66,53 0,00 4,50 34,50
Bezerro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
Boi Magro nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd nd
(1)Valor à vista, (2)Valor Mínimo à Vista, (3)Valor Máximo à Vista, (4)Valor a Prazo p/ descontar Funrural, (5)Valor Mínimo a Prazo p/ descontar Funrural,(6)Valor Máximo a Prazo p/ descontar Funrural, (8)Prazo Médio de Escala,(7)Prazo Médio para Pagamento, (8)Escala Média. *R$/Quilo Morto