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Será que a minha mente está dentro da minha cabeça? (questões de filosofia da

mente e Inteligência Artificial)

Sofia MiguensUniversidade do Porto - MLAG

FACULDADE DE LETRASUNIVERSIDADE DO PORTO

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O que vamos fazer?

• Identificar problemas da filosofia da mente (problema nuclear; problemas específicos).

• Descrever aspectos da história da disciplina nos últimos 60 na sua relação com a Inteligência Artificial (surgida em 1956). Foco: Teste de Turing (A. Turing) e Quarto Chinês (J. Searle).

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O problema nuclearda filosofia da mente

• Pensamento e matéria: Como é possível que os meus pensamentos e os neurónios no meu cérebro façam parte do mesmo mundo?

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Filósofos da mente I

David ChalmersDaniel Dennett

John Searle Fred DretskeJerry Fodor

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Nós próprios e o problema

• Temos uma concepção de nós próprios a partir de dentro, em 1ª pessoa, como seres conscientes, racionais e livres;

• Temos uma concepção, em 3ª pessoa, da nossa arquitectura cognitiva e do funcionamento dos nossos cérebros

• Deve ser possível conjugar as perspectivas de 1ª e 3ª pessoa numa mesma concepção (metafísica) de mundo

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Método: acerca dos níveis pessoal sub-pessoal dos agentes cognitivos

• Em cada agente cognitivo considerar:

• Nível pessoal ou fenomenológico: como é ser a partir de dentro, sentir-se ser, sentir-se pensar. (Esta é a referência dos filósofos da mente)

• Nível sub-pessoal: o que acontece no cérebro, a arquitectura cognitiva. (Esta é a referência do cientista cognitivo (psicólogo, neurocientista, etc)).

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Os problemas específicos da filosofia da mente:

Coisas muito inesperadas ocorrem num mundo que se presume ser fundamentalmente físico, nomeadamente (I):

• Intencionalidade: representação mental, o ser-acerca-de (aboutness) (ex: ‘esta parede é amarela’, ‘D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal’) A Intencionalidade envolve i) perspectiva, ii) forma aspectual (tudo o que é representado é representado-como).

• Consciência: sentir-se ser, sentir-se pensar, o what-it’s-like-to-be a que alguns chamam qualia, estados mentais acerca de estados mentais (sei que sinto α, sei que quero β, sei que creio que p, etc)

• Acção: causação pelo pensamento. Sinal: apercebimento, sem observação, dos movimentos de um corpo (próprio), movimentos dos quais é possível dar razões. Posse consciente dessas razões. Há um corpo que se move, é este, é o meu, eu sei por que se move, sou eu que o movo intencionalmente.

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Problemas específicos (II)

• Pessoalidade: ‘pessoas’ são entidades que se apercebem a si próprias como uma e a mesma entidade, única e unificada ao longo do tempo. Pessoas são centro de acções, e responsáveis por essas acções (i.e. podendo dar razões delas). Na ausência de entidades deste tipo não faria qualquer sentido termos moral ou direito. Não basta termos um corpo humano para termos uma pessoa: pode estar por exemplo ausente o apercebimento de si próprio como uma e a mesma entidade ao longo do tempo (ex: não há consciência, não há memória, etc)

• Racionalidade: entidades dotadas de crenças e desejos agem de forma a recrutar os meios adequados aos fins que perseguem e, perante um leque de opções, escolhem de forma a maximizar a utilidade esperada.

• Emoções; Raciocínio e decisão; Auto-conhecimento; Atribuição de interior mental a outras coisas no mundo (mindreading), etc.

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Uma solução de referência:J. Fodor e a Teoria Representacional-Computacional

• “No representations, no computations, no computations, no mind”

• Descartes + Turing

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História da filosofia da mente – experiências de pensamento e conceitos especialmente relevantes

• Alan Turing (Máquina de Turing, Teste de Turing)

• Hilary Putnam (funcionalismo)

• John Searle (Quarto Chinês)

• Frank Jackson (Argumento do Conhecimento)

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Alan Turing: a Máquina de Turing• ‘Máquina de Turing’ é um nome

para algoritmo. Algoritmo é uma sequência de instruções claramente especificada. Foi no estudo da natureza dos algoritmos que a ideia de computador nasceu. Ideia fundamental: um computador é uma máquina de Turing, mas uma Maquina de Turing Universal, capaz de executar não apenas um algoritmo, mas qualquer algoritmo (o que quer que seja algoritmizável)

Alan Turing

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O Teste de Turing

• Computing Machinery and Intelligence (Mind 1950)

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Hilary Putnam: o funcionalismo• Ideia básica: os estados mentais

não são (ao contrário do que propõe o ‘materialismo simplista da Teoria da Identidade’ desenvolvida por filósofos como J. J. C. Smart e U. T. Place) estados cerebrais, mas sim estados funcionais realizados por estados cerebrais (mas poderiam sê-lo por outro hardware: esta é a ideia de realizabilidade múltipla)

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John Searle: a Experiência mental do Quarto Chinês

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Frank Jackson: o Argumento do Conhecimento

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Presente e futuro

• Lição mínima: não devemos ser aprioristas na definição de mente e de inteligência; embora sejamos seres mentais a nossa intuição sobre nós próprios, o nosso acesso fenomenológico, não é um guia infalível para pensar na natureza do mental e na forma como este se relaciona com o mundo físico - é apenas o ponto de partida.