complemento oblÍquo

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COMPLEMENTO OBLQUOA designao de complemento oblquo corresponde funo sintctica que, na primeira verso da TLEBS, se identificava com os complementos preposicionais e os complementos adverbiais, o que no tem a ver com o exemplo dado, seguramente (pois 'na escola', no contexto de precedncia de um verbo copulativo, desempenha a funo de predicativo do sujeito). A designao de 'complemento oblquo', no sendo muito familiar no campo da didctica da gramtica, a que se relaciona com caractersticas ou universais lingusticos sintcticos: os verbos requerem ar gumentos para saturar o seu significado, sendo que uns se fazem acompanhar de complementos directos (os transitivos directos, isto os que seleccionam complementos no caso acusativo), de complementos indirectos (os transitivos indirectos que admitem complementos configurados no caso dativo, substituveis na terceira pessoa por 'lhe/lhes'), de complementos oblquos (os transitivos indirectos que admitem complementos que no cabem em nenhum dos casos anteriormente considerados). Trata-se, portanto, de uma designao que articula as funes sintcticas com indicadores de caso. A ttulo de exemplo, so complementos oblquos os segmentos em itlico propostos nas frases seguintes:i) Nas frias passadas, fui a Barcelona. (> a / l; a esse stio/local) ii) O meu irmo adaptou-se nova turma. (> a isso) iii) Eu moro aqui, junto ao Estdio das Antas. (> neste stio / local) iv) No gosto de esperar. (> disso)

v) Vou colocar os livros na pasta. (> a / l, nesse stio)

Todos eles so segmentos seleccionados pelo verbo principal (ir, adaptar-se, gostar, colocar), configurados sob a forma de grupo preposicional (a Barcelona, nova turma, de esperar, na pasta) ou grupo adverbial (aqui). Em termos didcticos, considero que, para se trabalhar complementos oblquos, h que seguir os seguintes passos, progressivamente equacionados na abordagem sintctica de frases: a) diferenciar complementos (elementos seleccionados pelo ncleo verbal da frase) de modificadores (elementos no requeridos pelo ncleo verbal da frase); b) distinguir tipos de complementos considerados no predicado da frase - directos, indirectos, oblquos (pela aplicao de testes de identificao: interrogao e pronominalizao, por exemplo); c) progredir na abordagem de complementos oblquos (por exemplo, abordando inicialmente os que digam respeito a informao de localizao temporal / espacial, num contraste tpico entre o que sejam complementos oblquos seleccionados pelo ncleo verbal e modificadores; depois, tratando os complementos que revelem outro tipo de informao, segundo o tipo semntico de verbos utilizado). Assim, primeiro, importante distinguir "Eu moro no Porto" (complemento oblquo) de "Eu comprei uma casa no Porto" (modificador de valor locativo); depois, nada como abordar os complementos oblquos pela sua prpria especificidade, face a outros complementos, e com os valores semnticos distintos relativamente aos atrs considerados. Parto assim da possibilidade de a gramtica poder ser ensinada segundo duas perspectivas: pela entrada de sentido (mais associada e articulada com as competncias de leitura e escrita); pela entrada da reflexo da lngua, numa

perspectiva mais oficinal. Se os complementos oblquos so importantes, para o primeiro caso, em contextos de regulao da escrita (com a preocupao na seleco adequada das preposies que acompanham determinados verbos ex.: preferir X a Y; cuidar de Y, ir a Y, ir para Y, vir de Y, ), para o segundo, o trabalho centra-se mais na natureza distintiva destes complementos relativamente a outros j abordados (os directos e os indirectos, no primeiro e segundo ciclos; o oblquo concluir-se-ia no terceiro). Focalizando casos de complementao e sua distino relativamente aos modificadores, possvel trabalhar oficinalmente o contraste da seguinte forma: 1. Atentar nas seguintes frases: a) Os amigos meteram um papel numa garrafa. b) Os midos puseram um papel numa garrafa. c) Os meninos viram um papel numa garrafa. d) Eles observaram um papel numa garrafa. e) Eles leram um papel numa garrafa.

1.1. Indicar as frases nas quais se pode retirar numa garrafa, mantendo a frase sentido, com princpio, meio e fim. (R: c, d, e) 1.2. Identificar as frases nas quais a expresso numa garrafa pedida pelo verbo pertencente ao predicado. (R: a, b) 2. Os complementos de um predicado so exigidos pelo verbo principal; os modificadores no so obrigatrios.

2.1. Referir as frases que apresentam numa garrafa como modificador. (R: c, d, e) Focalizando a distino de complementos, poder-se- estruturar um questionrio da seguinte forma, para as mesmas frases: 1. Os predicados com elementos destacados a verde comeam com um verbo que pede um ou mais complementos. 1.1. Identificar os verbos que precisam de dois complementos. (R: meter [X em Y], pr [X em Y])1.2. Indicar os verbos que s necessitam de um complemento. (R: ver [X], observar [X], ler [X]) 1.3. Referir o complemento que pode ser substitudo pelo pronome pessoal (n)o. (R: um papel) 1.4. Reescrever cada uma das frases comeando-as por um papel. (R: Um papel foi metido pelos amigos numa garrafa, [transformao passiva, enquanto mecanismo de identificao do complemento directo da frase activa, o qual se transforma em sujeito na frase passiva]) 2. Considerar a expresso numa garrafa em todas as frases. 2.1. Assinalar as frases nas quais a expresso funciona como complemento. (R: 1a e 1b) 2.2. Verificar a possibilidade de numa garrafa poder ser substituda pelos pronomes a ou lhe. (R: Impossibilidade nos dois casos) 3. O complemento directo de uma frase pode ser substitudo, na terceira pessoa, pelos pronomes o(s)/a(s), lo(s) / la(s) ou no(s) / na(s); o complemento indirecto, por lhe(s).

3.1.Relacionar a concluso anterior com a expresso numa garrafa. (R: no complemento directo nem indirecto, em nenhuma das frases) .