comemoração dos 550 anos da morte do infante d. henrique - mensagem, de fernando pessoa

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Cátia Martins Nº5 Joana Pereira Nº17 COMEMORAÇÃO DOS 550 ANOS DA MORTE DO INFANTE D. HENRIQUE 1394 - 1460 12º A2 Ano Lectivo 2009/2010 Português Professora: Ana Cristina Matias Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira

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Page 1: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Cátia Martins Nº5

Joana Pereira Nº17

COMEMORAÇÃO DOS 550

ANOS DA MORTE DO

INFANTE D. HENRIQUE –

1394 - 1460

12º A2

Ano Lectivo

2009/2010

Português

Professora: Ana Cristina Matias

Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira

Page 2: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Cátia Martins Nº5

Joana Pereira Nº17

Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira

12º A2

Ano Lectivo

2009/2010

Português

Professora: Ana Cristina Matias

Page 3: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa
Page 4: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Filho do rei D. João I e da rainha D. Filipa de Lencastre

Ínclita Geração

Quanto à sua vida, viveu-a grande parte no

Algarve e pertenceu à geração d’Avis

Nasceu em 1394 na cidade do Porto

Page 5: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

.

Page 6: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Desde cedo se tornou cavaleiro, e em

1414 convenceu o seu pai a organizar

a expedição da conquista de Ceuta,

conquistada em Agosto de 1415

Em Tavira foi armado cavaleiro e

recebeu os títulos de Duque de Viseu

e Senhor da Covilhã.

.

Em 1420, foi nomeado dirigente da

Ordem de Cristo, sucedendo, depois, à

Ordem dos Templários, cargo que

deteria até ao fim da vida.

Em 1416 foi escolhido para tomar as

medidas necessárias à defesa da nova

possessão portuguesa.

Em 1419, os seus navegadores chegaram à Madeira e em

1427 aos Açores. Estas ilhas foram, então, povoadas por

ordem do Infante.

Page 7: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa
Page 8: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

A passagem pelo Cabo Bojador, por Gil Eanes, comandante de uma das

expedições, deu-se em 1434.

Em 1437 sofre uma grande derrota, em Tânger, e perde o seu irmão que foi

preso e morto , em cativeiro.

Em 1441 retomaram as viagens de exploração, atingindo o Cabo Branco.

E até 1460, a costa africana foi explorada e reconhecida até ao que é hoje a

Serra Leoa.

Em1443, obtém o exclusivo de navegação para além do Bojador e licença para

a fundação da Vila do Infante perto de Sagres. O Cabo de S. Vicente, passou,

assim, a constituir o símbolo do Infante voltado para a empresa dos mares.

Page 10: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Faleceu em 1460, em Sagres, solteiro.

Ficando conhecido como Infante de Sagres ou Navegador

O seu corpo foi primeiramente depositado na igreja de

Lagos, sendo dali trasladado para o Convento da

Batalha, em 1461.

Page 11: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“A cabeça do grifo”

Mensagem, Fernando Pessoa

O Infante D. Henrique

Page 12: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“A cabeça do grifo”

Em seu trono entre o brilho das esferas,

Com seu manto de noite e solidão

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras -

O único imperador que tem, deveras,

O globo mundo em sua mão.

Mensagem, Fernando Pessoa

O Infante D. Henrique

Page 13: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Quanto à sua estrutura externa…

Page 14: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Em seu trono entre o brilho das esferas, a

Com seu manto de noite e solidão b

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras - a

O único imperador que tem, deveras, a

O globo mundo em sua mão. b

Rima

Cruzada

O Infante D. Henrique

Page 15: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Em seu trono entre o brilho das esferas, a

Com seu manto de noite e solidão b

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras - a

O único imperador que tem, deveras, a

O globo mundo em sua mão. b

Rima

Emparelhada

O Infante D. Henrique

Page 16: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Em seu trono entre o brilho das esferas, a

Com seu manto de noite e solidão b

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras - a

O único imperador que tem, deveras, a

O globo mundo em sua mão. b

Rima

Interpolada

Page 17: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Em seu trono entre o brilho das esferas,

Com seu manto de noite e solidão

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras -

O único imperador que tem, deveras,

O globo mundo em sua mão.

» Metáfora

» Anítese

Análise do poema “A cabeça do grifo”

» Metáfora

Page 18: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

O grifo é, aqui, o símbolo da condição de herói

Page 19: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“O Infante”Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

e viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Mensagem, Fernando Pessoa

Page 20: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Quanto à sua estrutura externa…

Page 21: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. a

Deus quis que a terra fosse toda uma, b

Que o mar unisse, já não separasse. a

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, b

E a orla branca foi de ilha em continente, c

Clareou, correndo, até ao fim do mundo, d

e viu-se a terra inteira, de repente, c

Surgir, redonda, do azul profundo. d

Quem te sagrou criou-te português. e

Do mar e nós em ti nos deu sinal. f

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. e

Senhor, falta cumprir-se Portugal! f

Rima

Cruzada

Page 22: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Quanto à sua estrutura interna…

Page 23: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

É caracterizado pela sua ambiguidade e

pela exploração do valor simbólico de

certas palavras ou conceitos. Tem como

tema “o sonho”, procurando exprimir a

vontade divina.

Page 24: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Análise do poema “O Infante”Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

e viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Page 25: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

Com este verso, o poeta refere a relação entre a vontade

divina, o sonho humano e a obra produzida, o saber.

Exprimindo a ideia de que sem a vontade do primeiro, o

segundo não sonharia e a terceira não nasceria

Page 26: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.”

Deus quis que os povos se unissem e

que o mar, como elemento líquido, se

tornasse igualmente um espaço

unificante

Page 27: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,”

A espuma das ondas que acabam nas praias ou rebentam

contra os rochedos marca as costas com uma orla branca. A

frase anterior é uma forma poética de dizer que as costas foram

sendo descobertas, e foi o Infante (o Império e o Infante

propriamente dito) eleito para essa missão de desvendar.

Page 28: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,”

Primeiro as ilhas e depois os continentes, chegando ao fim do

mundo. A união dos espaços está, simbolicamente, ligada à

ideia de luz, de claridade, ou seja, de conhecimento.

Page 29: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.”

A Deus é permitida a visão totalizante da Terra, parte

de um universo que está para além do Homem, que se

tornou circular devido à união dos espaços

Page 30: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.”

Page 31: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.”

Refere-se ao Infante, homem animado de um projecto de

universalidade e imortalidade, por Deus. Através do infante,

revelou-nos que o nosso destino era o Mar.

Page 32: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

“Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!”

De um sonho cumprido e de outro desfeito nasce um novo, o de

se cumprir Portugal, que só acontecerá se o “Senhor”

corresponder ao apelo que, em frase exclamativa e em forma de

vocativo, lhe é feito no último verso.

Page 33: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Análise do poema “O Infante”Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

e viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!

» Antítese

» Personificação

» Anáfora

» Apóstrofe

Page 34: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Divisão do poema em momentos

Primeiro momento:

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

Segundo momento

Primeira parte:

“Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te,”

Acção de

Deus

Segunda parte:

“e foste desvendando a espuma,”Acção do

Infante

Page 35: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Divisão do poema em momentos

Terceira Parte:

“E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

e viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.”

Realização

da obra

Terceiro momento:

“Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!”

Page 36: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Assim, Fernando Pessoa

…conseguiu o

que queria,

glorificar, acima

de tudo, o valor

simbólico dos

heróis do

passado.

Page 37: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Considerou que Portugal está destinado a uma grandeza futura, que

ainda falta cumprir, mas, por outro lado,

apresenta-o com um povo heróico e guerreiro,

construtor do império marítimo, fazendo a

valorização dos predestinados que

construíram o país, neste caso, O Infante Dom

Henrique.

Page 38: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

…termina a primeira

parte (“Brasão) com

um poema sobre o

Infante e inicia a

segunda parte (“Mar

Português) também

com o Infante, o que

enaltece a sua

importância.

Page 39: Comemoração dos 550 anos da morte do Infante D. Henrique - Mensagem, de Fernando Pessoa

Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira

COMEMORAÇÃO DOS 550 ANOS DA

MORTE DO INFANTE D. HENRIQUE

( 1394 – 1460)

12º A2

Ano Lectivo 2009/2010

Professora: Ana Cristina Matias

Português

Cátia Martins, Nº5

Joana Pereira, Nº17