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1 Aparecida, 20 de agosto de 2008 NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO 2 - Nº - Nº - Nº - Nº - Nº 20 20 20 20 20 - - - - - 20 20 20 20 20 de de de de de agosto agosto agosto agosto agosto de 200 de 200 de 200 de 200 de 2008 - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP Fundado em 20 de outubro de 1969 DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa Tem o que le Tem o que le Tem o que le Tem o que le Tem o que ler ................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................................................... w w w . j o r n a l o l i n c e . c o m . b r AS ELEIÇÕES municipais 2008, em Aparecida, terão um tempero dife- rente, pois, pela primeira vez, um canal de televisão aberta, a TV Aparecida, será usado como palanque para levar, a cada residência e a cada família, as propostas políticas e os planos de governo dos can- didatos. Os comícios eletrônicos diários da- rão ao eleitor a oportunidade de buscar informações que orientem seu voto, e, aos candidatos, a chance de poderem es- clarecer o que pretendem realizar em todos os setores envolvidos pela admi- nistração pública municipal. É chegada a hora de, mais detalhadamente, conhecer o que cada pleiteante a um cargo de prefeito ou ve- reador tem a dizer no campo da educa- ção, da saúde, do saneamento básico, da cultura, da segurança, da promoção so- cial, do turismo etc. É também chegada a hora do eleitor definir que bandeira pre- tende empunhar em defesa dos interes- ses públicos. Os programas televisivos, e quanto a isso não cabem dúvidas, serão de grande valia como oportunidade de diálogo en- tre o candidato e o eleitor. É o momento do esclarecimento. É hora de o candida- to mostrar o que pretende fazer e como. Não basta dizer que vai fazer, é preciso que diga como, mostrando que conhece, minimamente, o funcionamento interno da máquina administrativa. O horário eleitoral obrigatório, além disso, evidenciará a escola política dos candidatos e distinguirá aqueles que pro- metem no vazio, sem qualquer funda- mentação legal ou real, daqueles que as- sumem compromissos pautados nas atri- buições inerentes ao cargo eletivo que ocuparão e nas reais possibilidades de realização. É preciso estar atento para perceber e banir qualquer forma de de- magogia, de discurso sem sustentação. Ajuda saber, como critério de avalia- ção dos candidatos, que a difícil tarefa de administrar uma cidade está condiciona- da pelos limites de um orçamento pre- mido diante de crescentes exigências e necessidades, de uma legislação cada vez mais rigorosa e controladora dos passos executivos, a exemplo da Lei de Respon- sabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101 de 04/05/2000), e de interesses de grupos com interesses privativos que bus- cam, de alguma maneira, interferir na administração pública a seu favor. Assistir aos programas dos partidos políticos dá a conhecer se os candidatos estão cientes das possibilidades e restri- ções orçamentárias e legais, o que priorizam, como pretendem gerenciar a máquina administrativa, se suas visões são de curto ou longo alcance, e se suas medidas serão compatíveis com aquilo que propõem. Político não é candidato a Deus, nem a Santo. Não pode tudo, nem opera mila- gres. Ter isso em conta é decisivo para uma escolha adequada. Mas é tão decisi- vo quanto, um eleitor responsável e criterioso não deixar de considerar o his- tórico do candidato, o seu passado. Can- didatos com passados que desabonam não merecem crédito nem voto. A tudo isso servirá o palanque eletrô- nico instalado em cada aparelho de TV da cidade. Os eleitores de Aparecida, com certeza, estarão ligados, por curiosidade ou por espírito cívico, e querendo saber que horizontes são possíveis para a cida- de nos vindouros quatro anos. O método tradicional do corpo a cor- po ainda persiste, mas perde o caráter de exclusividade. Doravante, o político lo- cal também deve ser um homem de mídia. E o eleitor também. Comícios Eletrônicos Comícios Eletrônicos Comícios Eletrônicos Comícios Eletrônicos Comícios Eletrônicos inaugur inaugur inaugur inaugur inauguram no am no am no am no am novos os os os os tempos nas eleições m tempos nas eleições m tempos nas eleições m tempos nas eleições m tempos nas eleições municipais unicipais unicipais unicipais unicipais de de de de de A A Apar par par par parecida ecida ecida ecida ecida Nos dias 13 e 15 de agosto, o poeta guaratinguetaense Tonho França, recente- mente homenageado na Câmara Munici- pal de sua cidade natal pela qualidade de seus escritos (propositura do vereador Moura Brasil) esteve na Escola Pires do Rio, em Aparecida-SP, batendo um papo com estudantes das séries finais do ensino fundamental e primeira série do Ensino Médio. O encontro com o autor é parte de uma proposta mais ampla da escola, du- plamente interessada: primeiro, dar aos jovens estudantes a oportunidade de co- nhecer a obra de autores regionais de qua- lidade; e, segundo, permitir o contato en- tre o escritor e o leitor, o diálogo entre P P Poeta na escola oeta na escola oeta na escola oeta na escola oeta na escola ambos e uma interpretação dos textos par- tindo de óticas diferenciadas - de um lado, o escritor naquilo que quis dizer e, de outro, o leitor naquilo que conseguiu apreender. Por mais de duas horas, poeta e estudan- tes leitores conversaram sobre a arte da poe- sia, o ofício de escrever, as metáforas das palavras, a importância da leitura e, como não poderia deixar de ser, as poesias do livro "Sinos de Outono", obra escolhida como texto de introdução ao pensamento do au- tor. Tonho França, por seu lado, elogiou a disciplina e a participação dos alunos. Os estudantes, de outro, ficaram satisfeitos de poder ouvir o autor falando de sua vida e de sua obra. Ana Alice Ana Alice Ana Alice Ana Alice Ana Alice Dito do Povo Dito do Povo Dito do Povo Dito do Povo Dito do Povo Er Er Er Er Ernaldo naldo naldo naldo naldo Márcio Siqueira Márcio Siqueira Márcio Siqueira Márcio Siqueira Márcio Siqueira Silvino Silvino Silvino Silvino Silvino

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11111Aparecida, 20 de agosto de 2008

NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO NOVA FASE - ANO 22222 - Nº - Nº - Nº - Nº - Nº 2020202020 - - - - - 2020202020 de de de de de agostoagostoagostoagostoagosto de 200 de 200 de 200 de 200 de 20088888 - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP - APARECIDA-SP

Fundado em 20 de outubro de 1969DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa

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AS ELEIÇÕES municipais 2008,em Aparecida, terão um tempero dife-rente, pois, pela primeira vez, um canalde televisão aberta, a TV Aparecida, seráusado como palanque para levar, a cadaresidência e a cada família, as propostaspolíticas e os planos de governo dos can-didatos.

Os comícios eletrônicos diários da-rão ao eleitor a oportunidade de buscarinformações que orientem seu voto, e,aos candidatos, a chance de poderem es-clarecer o que pretendem realizar emtodos os setores envolvidos pela admi-nistração pública municipal.

É chegada a hora de, maisdetalhadamente, conhecer o que cadapleiteante a um cargo de prefeito ou ve-reador tem a dizer no campo da educa-ção, da saúde, do saneamento básico, dacultura, da segurança, da promoção so-cial, do turismo etc. É também chegada a

hora do eleitor definir que bandeira pre-tende empunhar em defesa dos interes-ses públicos.

Os programas televisivos, e quanto aisso não cabem dúvidas, serão de grandevalia como oportunidade de diálogo en-tre o candidato e o eleitor. É o momentodo esclarecimento. É hora de o candida-to mostrar o que pretende fazer e como.Não basta dizer que vai fazer, é precisoque diga como, mostrando que conhece,minimamente, o funcionamento internoda máquina administrativa.

O horário eleitoral obrigatório, alémdisso, evidenciará a escola política doscandidatos e distinguirá aqueles que pro-metem no vazio, sem qualquer funda-mentação legal ou real, daqueles que as-sumem compromissos pautados nas atri-buições inerentes ao cargo eletivo queocuparão e nas reais possibilidades derealização. É preciso estar atento para

perceber e banir qualquer forma de de-magogia, de discurso sem sustentação.

Ajuda saber, como critério de avalia-ção dos candidatos, que a difícil tarefa deadministrar uma cidade está condiciona-da pelos limites de um orçamento pre-mido diante de crescentes exigências enecessidades, de uma legislação cada vezmais rigorosa e controladora dos passosexecutivos, a exemplo da Lei de Respon-sabilidade Fiscal (Lei Complementar n.101 de 04/05/2000), e de interesses degrupos com interesses privativos que bus-cam, de alguma maneira, interferir naadministração pública a seu favor.

Assistir aos programas dos partidospolíticos dá a conhecer se os candidatosestão cientes das possibilidades e restri-ções orçamentárias e legais, o quepriorizam, como pretendem gerenciar amáquina administrativa, se suas visõessão de curto ou longo alcance, e se suas

medidas serão compatíveis com aquiloque propõem.

Político não é candidato a Deus, nema Santo. Não pode tudo, nem opera mila-gres. Ter isso em conta é decisivo parauma escolha adequada. Mas é tão decisi-vo quanto, um eleitor responsável ecriterioso não deixar de considerar o his-tórico do candidato, o seu passado. Can-didatos com passados que desabonamnão merecem crédito nem voto.

A tudo isso servirá o palanque eletrô-nico instalado em cada aparelho de TVda cidade. Os eleitores de Aparecida, comcerteza, estarão ligados, por curiosidadeou por espírito cívico, e querendo saberque horizontes são possíveis para a cida-de nos vindouros quatro anos.

O método tradicional do corpo a cor-po ainda persiste, mas perde o caráter deexclusividade. Doravante, o político lo-cal também deve ser um homem demídia. E o eleitor também.

Comícios EletrônicosComícios EletrônicosComícios EletrônicosComícios EletrônicosComícios Eletrônicos inaugur inaugur inaugur inaugur inauguram noam noam noam noam novvvvvososososostempos nas eleições mtempos nas eleições mtempos nas eleições mtempos nas eleições mtempos nas eleições municipaisunicipaisunicipaisunicipaisunicipais de de de de de AAAAAparparparparparecidaecidaecidaecidaecida

Nos dias 13 e 15 de agosto, o poetaguaratinguetaense Tonho França, recente-mente homenageado na Câmara Munici-pal de sua cidade natal pela qualidade deseus escritos (propositura do vereadorMoura Brasil) esteve na Escola Pires doRio, em Aparecida-SP, batendo um papocom estudantes das séries finais do ensinofundamental e primeira série do EnsinoMédio.

O encontro com o autor é parte deuma proposta mais ampla da escola, du-plamente interessada: primeiro, dar aosjovens estudantes a oportunidade de co-nhecer a obra de autores regionais de qua-lidade; e, segundo, permitir o contato en-tre o escritor e o leitor, o diálogo entre

PPPPPoeta na escolaoeta na escolaoeta na escolaoeta na escolaoeta na escolaambos e uma interpretação dos textos par-tindo de óticas diferenciadas - de um lado, oescritor naquilo que quis dizer e, de outro, oleitor naquilo que conseguiu apreender.

Por mais de duas horas, poeta e estudan-tes leitores conversaram sobre a arte da poe-sia, o ofício de escrever, as metáforas daspalavras, a importância da leitura e, comonão poderia deixar de ser, as poesias do livro"Sinos de Outono", obra escolhida comotexto de introdução ao pensamento do au-tor.

Tonho França, por seu lado, elogiou adisciplina e a participação dos alunos. Osestudantes, de outro, ficaram satisfeitos depoder ouvir o autor falando de sua vida e desua obra.

Ana AliceAna AliceAna AliceAna AliceAna Alice Dito do PovoDito do PovoDito do PovoDito do PovoDito do Povo ErErErErEr naldonaldonaldonaldonaldo Márcio SiqueiraMárcio SiqueiraMárcio SiqueiraMárcio SiqueiraMárcio Siqueira Si lv inoSi lv inoSi lv inoSi lv inoSi lv ino

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22222 Aparecida, 20 de agosto de 2008

PROJETO GRÁFICO: Marco Antônio Santos Reis

REVISÃO: Heloísa Helena Arneiro Lourenço Barbosa

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rita de Cássia Corrêa (MTB 26.190/SP)

IMPRESSÃO: Gráfica e Editora Santuário

TIRAGEM: 3000 exemplares - Distribuição Gratuita

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores.Registro no Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil

de Pessoa Jurídica - Comarca de Guaratinguetá - SP,sob nº 26, fls. 17 do livro B-1.

ENDEREÇO: Rua Alfredo Penido, 101Tel.: (12) 9138-5576 — [email protected]

AS ELEIÇÕES municipaissempre trazem no embornal certa dose deexcentricidades que compõe o universopolítico popular. Nesta época, folclorica-mente e com muito bom humor, sãorevividos os episódios registrados na me-mória do povo e que a tradição oral dáconta de preservar.

Vários são os contadores de históriasque se apresentam nessa época. Alguns,entretanto, são emblemáticos. Uma des-sas lendárias figuras, verdadeiro griot lo-cal, é o Joaquim Preto, de memória saudo-sa, mas eternizado na presença vívida desuas perspicazes e rápidas tiradas.

Conta a tradição que, certa vez, estavaJoaquim Preto em uma roda de amigosfazendo comentários não muito airosossobre um certo prefeito quando foi sur-preendido pela chegada repentina do mes-mo. Qual Malazartes, imediatamente co-mentou: "Ô dotor! Tava aqui memo falanodo sinhô com os meus amigo. E dizia praeles que na prefeitura, até que o caçadô ébão, o qui não presta é a cachorrada!" Oriso geral permitiu a debandada.

Em outra expressão da sagacidade quetraduz a sabedoria popular materializadaneste "causo", Joaquim Preto, este rapsododas frases lapidares, dizia com notória ca-pacidade de compreender a naturezagrupal de qualquer processo político e, emespecial, do ato de administrar os benspúblicos: "pau pelado não faz sombra". Éa fronde que oferece abrigo ao sol e não osgalhos e caule ressequidos.

Realmente, em política, asingularização é desqualificadora. Reduzo candidato aos seus traços pessoais e afas-ta a interpretação do que ele representapoliticamente. Indivíduos são vitrines sus-tentadas pelos mais diversos interesses.Escolher um candidato é optar por seugrupo e isso se deve a uma simples ques-tão lógica: a onipotência, a onipresença ea onisciência não são atributos humanos.Homens e mulheres não são plenipoten-ciários nem ubíqüos. Ninguém sabe oupode tudo em todo lugar e ao mesmo tem-po. Daí que escolher um é escolher vários:o candidato e os seus comparsas. Mesmoem regimes totalitários, o poder é exerci-do por grupos. Pequenos, é bem verdade,mas grupos.

Qualquer candidato ao poder ou seuusurpador é a tradução dos propósitos quemovem grupos, é a parte visível do iceberg.O grande risco encontra-se submerso. Malcomparando, o eleitor pode representar obarco desavisado que rasga seu casco nasafiadas lâminas que não vê, e naufraga, ouo barco instrumentado e capitaneado coma prudência que permite seguir o seu des-tino.

Os riscos existem e são reais. Em perí-odo eleitoral cabe decidir em que navioembarcar, sabendo que Titanics naufragam

EEEEE DITORIALDITORIALDITORIALDITORIALDITORIAL

O voto como moeda de trocaAlexandre Marcos Lourenço Barbosa

ÁÁÁÁÁGORAGORAGORAGORAGORA

TENHO OBSERVADO as propa-gandas em locais de grande circulação como,por exemplo, o metrô de São Paulo. Cada épo-ca é um segmento de negócio que ocupa osespaços disponíveis para propaganda, que agente acaba vendo, mesmo sem querer, por-que ela é afixada em locais estrategicamenteplanejados para não escapar de nenhum olhar.

Educação e Saúde são os segmentos atuais,além dos Bancos que nunca saem de moda. NaEducação, a propaganda é sobre cursos quegarantem posição, riqueza e felicidade para ofuturo. No setor Saúde a propaganda é de cen-tros de diagnósticos e de hospitais que prome-tem bom atendimento e qualidade nos servi-ços, para compensar o sofrimento inerente àsenfermidades que, afinal são a matéria-primado negócio deles.

Depois da segunda guerra mundial as pro-pagandas mostravam sonhos de consumocomo casa, automóvel, geladeira, televisão,vitrola e até torradeira. Na década de 1970esse sonho se tornou realidade para os habi-tantes dos países ricos. Até passaram dos limi-tes. Tanto que se todos os povos da terra consu-missem como se consome nos paises ricos,teria que ter cinco planetas, como a Terra, paraproduzir a matéria-prima necessária. Puxadospelos oito países mais ricos, o consumo já su-pera, em 30%, a capacidade de reposição dosecossistemas.

A felicidade parece ser o sonho de consu-mo no século XXI. "Tem coisa que dinheironão compra" avisa um cartão de crédito. "Euquero menos. Quer saber? Eu quero menospara mim e para você" propõe uma marca desandália. "A felicidade está em conseguir car-regar tudo o que a gente tem" sugere um fabri-cante de automóvel.

Gandhi disse, no início do século passado,que "A terra tem o suficiente para nossas ne-cessidades, mas somente para o que é real-

PropagandaGetúlio Martins

Getúlio Martins é doutor em Saúde Públicapela Universidade de São Paulo

PROPRIETÁRIO:Alexandre Marcos Lourenço Barbosa

VOLTO A FALAR sobre o estresse,dada a importância do assunto. Segundo a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), saúde éum estado de completo bem-estar físico, men-tal, social e não apenas a ausência de doença.

Todos nós estamos sujeitos a desenvolveros sintomas físicos e psíquicos do estresse. Éimportante identificar o que está causando odesequilíbrio para que se evitem os efeitosdeletérios do estresse.

O processo para identificar as causas doestresse engloba reflexão e conhecimento dossinais e sintomas, além dos sinais de alerta queo organismo nos fornece.

Saber o que incomoda é de extrema im-portância para que se procure ajuda de umprofissional especializado, de acordo com anecessidade de cada pessoa.

Autoconhecimento e auto-realização sãode extrema importância na vida. Todos temoslimites que não devemos ultrapassar. O equilí-brio entre a mente e o corpo é o que almeja-mos.

A falta de tempo é a desculpa que utiliza-mos para deixarmos de praticar algo que po-deria nos dar prazer. Precisamos aprender aadministrar nossas tarefas, uma vez que issonos levará a efetivar o combate ao estresse.

Estabelecer prioridades, reservar um tem-po para imprevistos e outro para restabelecero equilíbrio e o descanso mental é essencialpara termos sucesso contra os malefícios dodistress (estresse que faz mal a saúde).

Para isso é necessário cuidarmos da ali-mentação com carinho, corrigir a carência devitaminas e minerais provocada pelo estressee inserir exercícios físicos na nossa rotina diá-ria.

Através da prática de exercícios físicos ede uma alimentação saudável, poderemos eli-

Mais sobre o estresseSílvia Maria de Carvalho Farias

Sílvia Maria de Carvalho Farias, graduandade Enfermagem Fatea/Lorena, funcionária

do hospital Unimed de Lorena .e-mail: [email protected].

se a sua tripulação não souber conduzira embarcação. É preciso escolher o ca-pitão e, principalmente, os tripulantes.Sem dúvida, uma escolha política difí-cil, visto que nos arremessa ao espaçoda ética, nos confronta com os parado-xos criados pela ambigüidade dos valo-res, nos situa numa geografia do dilemae da dúvida. Aliás, que lógica obedecer?Que valores respeitar? A lógica dopaupável, do imediato e do interesseprivado ou a lógica do longo prazo, dosustentável e do interesse coletivo? Osvalores ditados pelo ego ou os valoresextensíveis ao conjunto da sociedade?

Neste quadro de indagações, cabe-ria uma última: Qual o valor de um voto?

Depende. A resposta é inevitavel-mente influenciada pelas circunstânci-as. Para alguém que passa necessidadesmateriais básicas, a satisfação de suasexigências primárias pode ser a sufici-ente paga. Aos enfermos, o voto podeser a retribuição pela possibilidade dacura. Aos legionários de si mesmos, umagama variada de benesses que somenteo poder permite é o limite.

Isso significa que os votos não sãoconscientes? Absolutamente. Significa,tão somente, que a consciência humanaresulta de operações não estritamentelógicas, que outros fatores intervêm, eque o momento eleitoral é percebidopor muitos como a real possibilidadeda participação e da conquista de seuquinhão junto ao poder. Neste sentido,não se diferenciam, em essência, aqueleque troca o voto por um punhado detijolos ou telhas ou uma cesta básica,daquele que vê na política uma oportu-nidade de, sem merecimento, galgar asdificuldades através de algum favoramigo.

Ambas são inevitáveis conseqüênci-as da transformação da democracia emeleitoralismo. Reduzir a política aomomento eleitoral redunda permitirtransformar o voto em moeda de trocade cunho conservador. Conservadorporque aos desvalidos tem efeitoconsolador, e aos privilegiados, efeitoslucrativos. De qualquer modo, a equa-ção se resolve na injustiça social agrava-da.

Enfim, é chegada a hora de decidirse atravessaremos o rio Aqueronte, nabarca pilotada por Caronte, ou seperambularemos por cem anos às suasmargens aguardando a redenção. A fi-gura esquálida e grosseira do timoneirointeressa menos que a travessia a reali-zar. No plano político, os caracteres depersonalidade são os que menos vale. Oque importa é para onde e de que ma-neira nos deixaremos levar. Semicebergs, sem perambulações. Sem náu-fragos, sem peregrinos sem destino.

mente necessário". A propaganda enfiou goe-la abaixo um monte de coisas que o mundonão precisava, mas que acabou sendo fabrica-do, vendido e consumido, ou jogado fora. Quercoisa pior do que iogurte. A propaganda o fezficar gostoso: o cara bacana acorda no aparta-mento com vista para o mar, sol alto, umamulher com os cabelos molhados traz umcopinho de iogurte e ele toma com cara deprazer, é claro, ao lado dela. O negócio deveser muito bom então, ora bolas. Lembra daspropagandas de cigarro?

A lógica do modelo capitalista foi funda-mentada nos pensamentos de Adams Smith.Ele dizia que a oferta e a procura iam regular omercado. Só não quiseram entender os capita-listas, que Smith, além de economista era filó-sofo e imaginava que a oferta seria de bensrealmente necessários para a humanidade. Atéantes da segunda guerra mundial, década de1930, foi mais ou menos assim que a coisarolou, mas depois da guerra, deu no que deu.As ruas e avenidas não comportam mais a quan-tidade de automóveis. O carro virou sinônimode transporte ao invés do ônibus, trem, bici-cleta, ou mesmo das pernas.

O consumo em excesso foi provocado peloaumento vertiginoso da renda per capita, nospaíses ricos, depois de 1946. Entretanto, umapesquisa feita nos Estados Unidos e no Japãomostrou que a sensação de felicidade das pes-soas nesses países não tinha aumentado namesma proporção da renda. A sensação de fe-licidade, depois de 50 anos, era praticamentea mesma do início da pesquisa, em 1946.

Você já sabe agora porque o pessoal dassandálias, cartões de crédito e automóveis vêmcom esse papo de "menos", ao invés do "mais"que sempre martelaram na nossa cabeça. Tudotem uma explicação.

minar as tensões diárias que acumulamos du-rante a prática cotidiana.

Cada um deve escolher a atividade físicaque mais se adapta ao seu perfil anatômico epadrão de idade. É bom lembrar que a orien-tação médica é imprescindível antes de iniciaruma prática esportiva.

A caminhada é uma atividade bem aceitapara a maioria dos tipos físicos e de poucascontra-indicações ao fator idade.

O yoga, o tai-chi-chuan, a natação, a dançade salão são atividades que permitem umespairecimento, um arejamento da cabeça epromove a queima de calorias sem associar-mos essa queima a sacrifícios e abstinênciaalimentar.

Existem técnicas de relaxamento físico emental que são excelentes para reduzir o nívelde tensão e estresse. O essencial é aprender arelaxar, a imaginar coisas agradáveis, pois anegatividade provoca a tensão e o pensamentopositivo acalma nossas emoções. Esse pensa-mento positivo, uma atitude interior de sere-nidade, ajuda-nos a promover a auto-estima,que funciona como uma barreira ao distress.Dê um tempo para você.

O bom humor, tão importante para o bem-estar de todos, funciona como uma recarga deenergia em nosso sistema imunológico alivianossas tensões e é tido como um poderosoantídoto antiestresse.

Fique atento ao aparecimento dos sinais esintomas: pode ser uma súbita sensação de an-siedade ou um cansaço exagerado. É muitomais fácil controlar o problema no início.

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33333Aparecida, 20 de agosto de 2008

A Odisséia da Vida na TerraO Museu de História Natural de Taubaté-SP

CCCCCIÊNCIAIÊNCIAIÊNCIAIÊNCIAIÊNCIA Alexandre Marcos Lourenço Barbosa

UM MUSEU de história repre-senta uma fissura no presente sempreque permite uma viagem diferente da-quelas que costumeiramente fazemos.É por esse rasgo na sincronia que adiacronia se faz possível. É esta bre-cha no tempo que possibilita substi-tuir a simultaneidade pela sucessão,permitindo que o agora se articule aoantes e ao depois enquanto constru-ções intelectuais provedoras de sen-tidos e organizadoras de relações.

Visitar um museu de história émais que educar o olhar, é cultivar ainteligência em seu exercício obser-vador, é tentar identificar uma lógicainerente ao real, é reconstruir, pelarazão, os nexos que conferem coerên-cia às coisas.

Estas instigações são inevitáveisquando se visita o Museu de HistóriaNatural de Taubaté, verdadeiropatrimônio cultural do Vale doParaíba e do país.

Este verdadeiro patrimônio cultu-ral do Vale do Paraíba começou a serconstituído a partir do interesse domédico ortopedista e pesquisador Her-culano Alvarenga quando, entre 1976e 1978, iniciou trabalhos de campoem Tremembé-SP, região de granderiqueza paleontológica, onde desco-briu o esqueleto quase completo deuma ave gigantesca, com cerca de 2,20metros de altura, que viveu há cercade 23 milhões de anos, durante oCenozóico.

Após restaurar e estudar o fóssilencontrado, Alvarenga denominou-o Paraphysomis brasiliensis. Artigospublicados nos Anais da AcademiaBrasileira de Ciências (vol. 54, 1982e vol. 65, 1993) valeram o reconheci-mento da comunidade científica in-ternacional e a possibilidade de in-tercâmbio com vários museus domundo interessados em obter umaréplica da grande ave que viveuno Vale do Paraíba e sudeste bra-sileiro.

Outras pesquisas, feitas no Brasile no exterior, permitiram enriquecero acervo. Somavam-se uma coleção deesqueletos para pesquisa comparadae alguns milhares de animais embal-samados. A residência do ortopedista-pesquisador acondicionou todo esse

material por mais de vinte anos. Em27 de novembro de 2000 é criada aFundação de Apoio à Ciência e Na-tureza (FUNAT), instituída com o ob-jetivo único de criar o Museu de His-tória Natural e Taubaté (MHNT).Com o apoio da Prefeitura, um pré-dio 600 metros quadrados foiconstruído e, em 02 de julho de 2004,inaugurado.

Visitar o MHNT é uma experiên-cia inesquecível para crianças e adul-tos. Incrível, inacreditável, legal, ex-traordinário, são alguns poucos ad-jetivos usados pelos visitantes no li-vro de presença para expressar seuscomentários acerca da fantástica ex-periência de estarem diante detrilobitas do Cambriano, cascos degliptodontes, esqueletos depterossauros, uma réplica, em tama-nho natural, de um Alossauro dedez metros ou uma cabeça de umTiranossauro Rex, um Carno-tauro,ou do Purusaurus brasilienses, omaior dos crocodilianos que alcan-çava mais de quinze metros decomprimento.

Um grupo de universitários-bol-sistas, estudantes de Biologia,monitora os grupos de visitantes pe-los amplos espaços organizados demodo a promover uma longa viagempelas eras e períodos geológicos nar-rando o surgimento e a evolução davida sobre a Terra.

Falando à reportagem de "O Lin-ce", o idealizador e principalfomentador do museu, HerculanoAlvarenga, diz de sua preocupaçãocom a solidificação da instituição,especialmente no que se refere à pre-paração de jovens pesquisadores eprofessores que possam carrear o pen-samento original de todos que parti-ciparam da grande odisséia que re-presentou a criação do Museu deHistória Natural de Taubaté:

O Museu está aberto de terça a do-mingo, das 10 às 17 horas. O ingressocusta R$ 6,00, grupos com mais detrês pessoas pagam R$3,00, e visitasescolares monitoradas custam R$ 4,00por aluno.

O local conta com estacionamen-to e cantina. O endereço é: RuaJuvenal Dias de Carvalho, 111, Jar-dim do Sol - Taubaté - SP, próximo àrodoviária, e o telefone para contatoé (12) 3631-2928.

AlossauroAlossauroAlossauroAlossauroAlossauro Purusaurus. . .Purusaurus. . .Purusaurus. . .Purusaurus. . .Purusaurus. . . Fisó, o mascote do MuseuFisó, o mascote do MuseuFisó, o mascote do MuseuFisó, o mascote do MuseuFisó, o mascote do Museu

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Centro de Apoioaos RomeirosAsa Oeste - [email protected]

(12) 3104-1263e 3104-1264

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Santuario

AAAAAvenida Monumental, 446venida Monumental, 446venida Monumental, 446venida Monumental, 446venida Monumental, 446

TTTTTel. 3105-2716el. 3105-2716el. 3105-2716el. 3105-2716el. 3105-2716

DICODICODICODICODICOESCRITÓRIO

CONTÁBIL

o maior dos crocodilianoso maior dos crocodilianoso maior dos crocodilianoso maior dos crocodilianoso maior dos crocodilianos

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44444 Aparecida, 20 de agosto de 2008

RRRRREPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDOEPUBLICANDO

REGULAMENTO DO TRÂNSITODE VEHICULOS NO MUNICÍPIO

DE APPARECIDA - ESTADO DE SÃO PAULOAmérico Alves Pereira Filho, Prefeito Municipal de Apparecida,

por eleição na forma da lei, etc.Faço saber que a Câmara Municipal de Apparecida, em sessão

realisada no dia 4 de Maio de 1929, decretou e eu promulgo a seguinteLei (pág. 3)

Lei nº 4 de 6 de maio de 1929, que regulamenta o transito devehiculos no Município de Apparecida do Norte Estado S. Paulo

CAPÍTULO I - DO TRÂNSITO DE VEHICULOS

Artigo 1 - Nenhum vehiculo poderá circular no Município deApparecida sem previa licença da Prefeitura, salvo os que forem depropriedade ou uso do Município, do Estado ou da União.

§ 1º - Por occasião da concessão da licença, o vehiculo será matri-culado com os seus característicos principaes, devendo ficar constata-dos na matrícula a lotação, numero do motor, nome do fabricante oumarca da fabrica, typo e força motriz, recebendo então as placas, coma respectiva numeração, para serem affixadas no vehiculo, na parteem que a Prefeitura julgar mais conveniente.

§ 2º - As placas serão substituídas, annualmente, por outras.

Artigo 2 - A velocidade dos vehiculos será determinada pelascircunstancias especiaes do local e do momento em que trafegarem,afim de não constituir perigo para os demais vehiculos e pessoas quetransitarem pelos logradouros publico, sendo reduzida ou mesmoannulada todas as vezes que isso seja necessário.

Artigo 3 - A velocidade máxima, por hora, que os vehjculos amotor podem desenvolver, obedecerá ao seguinte critério:

a) no perímetro urban, em ruas e nas horas de grande transito,10 kilometros;

b) no mesmo perímetro, fora dessas horas, 15 kilometros;c) no perímetro suburbano, 30 kilometros.§ único - Exceptuam-se desta disposição os vehiculos em serviço

publico que justifique a marcha com maior rapidez.

Artigo 4 - Em transito pelas ruas ou vias publicas, os vehiculos dequalquer natureza deverão conservar a sua direita, mesmo nas ruasonde seja permitido o transito em uma só direção.

§ 1º - Os conducores de vehiculos deixarão sempre do seu ladoesquerdo espaço livre para passagem dos vehiculos que tiverem depassar à frente dos que estiverem conduzindo.

§ 2º - Qualquer vehiculo que tiver de passar à frente do outro, emmovimento ou não, só poderá faze-lo dando o respectivo conductora sua direita do vehiculo e dando signal de aviso pelo meio de quedisponha, de se achar próximo do logar em que vai fazer a manobra.

§ 3º - Não é permitido parar o vehiculo ou mudar de direcção, semque o respectivo conductor dê, com o braço, o respectivo signal.

Artigo 5 - Todos os vehiculos em trafego deverão moderar a suamarcha e mesmo parar completamente, se necessário, para deixar quesem precipitação, qualquer pessoa possa atravessar a via pública.

Artigo 6 - Nenhum vehiculo poderá estacionar sem ser em posi-ção que fique com a sua direita junto ao passeio ou guia.

Artigo 7 - Qualquer vehiculo em movimento deverá parar todasas vezes que a sua marcha for cortada por qualquer cortejo de vehiculos,de pessoas a pé, ou préstito.

Artigo 8 - Fica proibido o trânsito de vehiculos conduzindo car-gas ou objectos que por seu volume ou natureza possam obstar aolivre transito ou interrompel-o por qualquer forma.

§ único - Taes cargas só poderão ser transportadas em horasdeterminadas e com autorização especial das autoridades incumbidasde fiscalisação de vehiculos.

Artigo 9 - Fora dos pontos de estacionamento, nenhum vehiculode aluguel poderá estar parado, salvo caso de espera de passageiro, acujo serviço se achar, ou de carga, a juízo das autoridades.

Artigo 10 - Dentro do perímetro urbano, a juízo das autoridades,não será permitida a circulação de vehiculos para angariar passageiros.

Artigo 11 - Nenhum conductor de vehiculo poderá abandonal-o navia publica ou dormir dentro do mesmo, ainda quando em descanso.

Artigo 12 - A aprendizagem e praticagem dos conductores devehiculos só poderão ser feitas fora do perímetro urbano, no maiorsilencio possível, com o vehiculo vazio e com o instructor legalmentehabilitado e matriculado, sendo prohibido admitir menores napraticagem.

Artigo 13 - Nenhum vehiculo poderá parar nas curvas e noscruzamentos das ruas, nem mesmo para receber ou deixar passagei-ros, devendo fazel-o sempre três metros antes ou depois desses logares.

Artigo 14 - Nenhum vehiculo de transporte de carga poderá pararem uma rua a menor distância de dois metros do outro, que já estejaparado.

§ único - Os demais vehiculos parados nas ruas, devem guardarentre si a distancia necessária aos transeuntes para atravessarem deum passeio a outro.

Artigo 15 - Nenhum vehiculo poderá recuar para dar volta, de-vendo continuar para a frente até encontrar outra rua em que possafazer volta, ou seguir até um ponto bastante espaçoso, afim de evitarembaraço à circulação.

Artigo 16 - A Prefeitura sempre que se tornar necessário, a bemda segurança e commodidade publica, poderá regular as paradas dosvehiculos em geral, principalmente nos pontos centraes da cidade, e,em casos extraordinários, poderá até suspender a circulação dos mes-mos.

Artigo 17 - Os vehiculos em transito, licenciados em outrosmunicípios, bem como os seus conductores, ficam dispensados dematrícula e do imposto, desde que a permanencia neste Municípionão exceda de oito dias, mediante "visto" na respectiva licença, passa-do na Prefeitura.

§ único - São considerados vehiculos em transito os que NÃORECEBEREM PASSAGEIROS OU CARGAS neste Município.

CAPÍTULO II - DOS SIGNAES DE AVISO

Artigo 18 - Todos os vehiculos que transitarem pelo Municípiodeverão ser munidos de apparelhos que permitam dar signal de aviso,quando for necessário.

§ 1º - Os automóveis devem ser munidos de buzinas ou trompasde sons graves, especiaes ou combinados, devendo emitir sons uni-formes.

§ 2º - Fica prohibido fazer uso dos signaes de aviso, quando estejao vehiculo parado, salvo caso de pretender dar sahida ao mesmo; ebem assim quando em movimento, abusar do uso do signal, pertur-bando o socego publico.

CAPÍTULO III - DOS VEHICULOS EM GERAL

Artigo 19 - Os vehiculos ficam divididos em duas categorias, asaber: de conducção pessoal e de carga, e serão numerados de acordocom o art. 1 e seus paragraphos.

Artigo 20 - Os vehiculos destinados ao transporte de passageirosserão de duas categorias, a saber: de aluguel e particular.

a) os primeiros são destinados a servir o publico, medianteretribuição e terão na placa da frente a letra A;

b) os segundos são de uso particular e terão na placa a letra P;§ único - Os vehiculos de tracção animada, quer particulares,

quer de aluguel, não ficam sujeitos ao uso das placas com as letrasacima referidas.

Artigo 21 - Os vehiculos destinados ao transporte de cargas terãouma só categoria e terão na placa da frente a letra C.

§ único - Os vehiculos de tracção animada não ficam sujeitos aouso da placa com a letra acima referida.

Artigo 22 - Os vehiculos em geral usarão duas lanternas collocadaslateralmente, sendo que os automóveis, além destas, usarão maisuma, com luz vermelha e branca, na parte posterior, para servir designal e iluminar a placa de numeração.

§ 1º - Nos automóveis só é permitido o uso de pharóes fora doperímetro urbano ou em ruas mal illuminadas, isso quando porçãoalguma dos raios luminosos, projectados acerca de 20 metros dedistancia, se eleve à altura superior a um metro do solo.

§ 2º - Fica facultado às motocycletas e bicycletas o uso de uma sólanterna ou pharol de pequena intensidade.

§ 3º - Exceptuam-se das disposições dop presente artigoas carro-ças sem boléas e os carros de bois.

Artigo 23 - Todo o vehiculo terá freios de mão ou de pé, e quandomovido a motor terá ambos, sufficientemente efficazes e de momdoque cada um delles seja capaz de supprimir automaticamente a acçãomotora do motor ou de anulál-a. Um destes freios terá acção directasobre as rodas ou coroas immediatamente solidárias com estas, sendocapaz de traval-as instantaneamente.

§ único - Todo vehiculo movido a motor terá também apparelhosde alarme, que não offendam o socego publico, não sendo permitidoo uso de escapamento livre nos automóveis e motocycletas, no perí-metro urbano.

Artigo 24 - Os vehiculos em geral deverão ser mantidos em bomestado de conservação e limpeza, e quando de tracção animada, sertirado por animaes sãos, robustos e adestrados.

Artigo 25 - Nenhum vehiculo será registrado ou licenciado, umavez verificado que não reúne as condições de higiene, segurança edecência.

Artigo 26 - No caso de transferência do vehiculo, tanto otransferente como o adquirente farão as necessárias declarações, queconstarão no livro para esse fim destinado, na Prefeitura.

Artigo 27 - Os vehiculos de conducção pessoal não poderãotransportar mais que a lotação de passageiros adultos, nem conduzirenfermos de molestias contagiosas, cadáveres ou carga quer não sejabagagem do passageiro.

Artigo 28 - Os vehiculos destinados ao transporte de areia, terra,carvão, esterco ou qualquer material que possa cahir nas ruas, devemser construídos de modo a evitar esse inconveniente.

Artigo 29 - Os vehiculos destinados ao transporte de carnesverdes e miúdos deverão ser forrados interiormente de zinco e serprovidos de venezianas ventiladoras e portas também forradas dezinco.

§ único - Interiormente esses vehiculos terão disposição quepermitta o transporte das carnes e miúdos, pendurados em ganchos,e deverão ser mantidos em estado de irreprehensivel asseio.

Artigo 30 - Nenhum vehiculo poderá conduzir cargas, que exce-dam a trinta centímetros nos lados do vehiculo e um metro em seusextremos.

§ único - Exceptuam-se desta disposição os que transportaremmateriaes para construcção.

Artigo 31 - Aos proprietários de carros de praça, trolys e outrosvehiculos de tracção animada, só será concedida a licença e placa,depois de ser verificado que os mesmos prehenchem as determina-ções contidas no artigo 24.

§ 1º - Para que taes vehiculos possam ser dirigidos por cocheirossentados, deverão ser providos de molas e boleia fixa, tendo os animaesarreios apropriados.

§ 2º - Os vehiculos de boleia são obrigados a ter freios que possamfazel-os parar immediatamente.

§ 3º - Os vehiculos de 2 rodas (carros, carroças, etc.) de tracçãoanimal, deverão ser munidos de trava ou descanço, para ser utilisadasempre que os mesmos estiverem parado, evitando que o peso dacarga vá sobre o animal.

Artigo 32 - Os carros de eixo móvel são prohibidos de circular nosperímetros urbano e suburbano.

CAPITULO IV - DOS AUTOMÓVEIS

Artigo 33 - São disposições especiaes aos automóveis:a) ser providos de dois freios distinctos, cada um delles com

effeito bastante para, por si só, supprimir ou anular a acção motora damachina.

b) Ser providos de rodas guarnecidas de aros pneumáticos. Osauto-caminhões poderão ter os aros das rodas revestidos de borrachamássica, desde que tenham aros duplos nas rodas trazeiras.

c) Ser providos de buzina ou trompa automática de aviso.d) Ter duas lanternas, na parte dianteira, uma de cada lado e

uma outra na parte posterior com luz vermelha e branca para illuminaros números da placa.

e) Ter o motor e todos os apparelhos annexos em boas condi-ções de funccionamento, de modo a não apresentarem nenhumacausa de perigo, nem produzirem ruído incommodo ou mau cheiro.

f) Ter os apparelhos de lubrificação funccionando de forma aproduzirem o effeito necessário, sem derramamento de óleos e graxasnos logradouros públicos e de modo a evitar o desprendimento defumaça.

Artigo 34 - Verificado, em vistoria realisada por peritos designa-dos pelo Prefeito, que o automóvel satisfaz as exigências do artigoanterior, será designado o numero com o qual lhe será concedida alicença, depois de registrado na Prefeitura.

§ 1º - O número designado será feito em duas placas collocadas,uma na parte posterior e outra na frente de cada vehiculo, deixandolivre toda a parte do irradiador, devendo a placa posterior ser ligada aoautomóvel de modo a impedir, em absoluto, a sua utilisação em outrovehiculo ou o uso de placa trocada ou falsa.

§ 2º - Para o efeito do paragrapho anterior, a placa trazeira serásellada com sello de chumbo e sinete da Prefeitura.

Artigo 35 - Para a realisação de vistoria, trará o prioprietario oautomóvel em logar, dia, e hora previamente designados, acompa-nhado de conductor habilitado a fazer as manobras que forem deter-minadas pelos peritos designados pelo Prefeito.

Artigo 36 - O escapamento livre é terminantemente prohibidono perímetro urbano.

Artigo 37 - Em caso algum os automóveis de aluguel, nos luga-res públicos, poderão recusar passageiros, salvo os maltrapilhos, ébri-os, portadores de moléstias contagiosas, ou quando o vehiculo esti-ver com defeito, devendo neste caso, ser recolhido immediatamenteao seu deposito para os necessários reparos.

Continua na próxima edição

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55555Aparecida, 20 de agosto de 2008

Maurílio ReisMaurílio Reis

EEEEELEIÇÕES 2008LEIÇÕES 2008LEIÇÕES 2008LEIÇÕES 2008LEIÇÕES 2008

VEREADORSARGENTO

RANGELPrefeito: SilvinoVice: Dina 25

4011140111401114011140111

Vote com segurança

Venho pedir o seu voto, aparecidense,para que possamos lutar juntos por uma saúde

e uma educação de qualidade.É Aparecida de cara nova!

Com Márcio prefeitoBeto Barbosa vice

Cambé

Gente igual a gente!

João Vicente

Comunidade em açãoMaurílio Reis

25000

Publicidade

cnpj:

10.03

7.965

/0001

-02

CN

PJ 1

0.02

8.91

7/00

01-5

8

Coligação: PT, PP, PRB

CN

PJ 0

9.93

8.65

4/00

01-3

5

O PARTIDO VERDE, nestas eleições,faz a diferença propondo:* mulheres candidatas:Prefeita Ana Alice e Elizete Reis vice* governo participativo* cuidado com todos os bairros* implantação do Turismo Rural e deparques ecológicos em áreas públicas* atenção especial à qualidade de vidados cidadãos

O PARTIDO VERDE vem construindosua História Política em Aparecida des-de 2000 e quer ter a oportunidade depropor e implantar seus projetos. Oque é bom pode ser melhor com mu-dança agora: VOTE 43.

Para VEREADORA voteMARGARIDADA TMC TURISMO

43013"PARTIDO VERDE COLIGADO COM O POVO COM ÉTICA E TRANSPARÊNCIA

POR UMA ADMINISTRAÇÃO JUSTA E FIEL!"

VOTE 43" MULHERES COM OPORTUNIDADES, CIDADES COM MAIS POSSIBILIDADES"

cnpj: 09.906.930/0001-83

CN

PJ 0

7.71

1.50

3/00

01-1

4

Adilson Boi na Brasa

PSDB

45000Geração de empregos

Trabalho socialResgate da dignidade

de jovens e adolescentes

Ver

ead

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Reginaldo Leite(da Associação Comercial)

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Eleitor,valorize

seu voto.O futurodacidadeestáem suasmãos.

Votecom

consciência

14444

Paulinhoda Renovação

cnpj

: 100

2934

4/00

01-8

7

Para vereador

A serviço da comunidadecom Silvino prefeito e Dina viceSomos democratas

25600

Você jáme conhece, sabemuito bem quem sou.Como vereador voufiscalizar o governoe fazer leispara a felicidadee dignidade do povode Aparecida.Peço uma chance.Peço o seu voto.

Ver

ead

or

13013Em defesa

das tradições,do meio ambiente

e do esporte

25500com Silvino para prefeito

cnpj:

08.8

89.4

43/0

001-

97

cnpj:

10.0

82.6

50/0

001-

87

com Silvino para prefeitoe Dina vice

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66666 Aparecida, 20 de agosto de 2008

Benedicto Lourenço Barbosa é autorda trilogia "Nossas Origens"

GGGGGRAFIASRAFIASRAFIASRAFIASRAFIAS

Tecnoensinando

OLÁ, VIAJANTES! Como sa-bem, estamos em 3008. As escolas usammuito mais tecnologia. Exato!Vamos fa-lar de escolas. Elas estão totalmente re-formadas. As carteiras flutuam. É isso!Flutuam! Para que se cansar, copiandoem cadernos, se você pode receber asmatérias por meio de uma nova técnicade telepatia ensinada nas escolas? Se al-guém dormir na aula ou fizer bagunça?!Soa um alarme, instalado em cada aluno,e o professor desconta um dia de fériasdesse bagunceiro. Glup! É melhor nãofazer bagunça, molecada! As matérias?!Uma delas é o animalês. O período datarde estuda miauês (língua dos gatos),porque é mais fácil. Já o período da ma-nhã estuda auês (língua dos cães), que é

mais complexo. O ser humano pode con-versar com animais! A educação físicadeu lugar à aula de uso de apetrechostecnológicos. Não se alarmem! Isso éopcional, e os professores de educaçãofísica não foram demitidos.

Na sala de aula, há bebedouro paraevitar a saída dos "flutuantes". No recreiohá máquinas que fazem lanche! Mas aten-ção! Elas cobram um "preço alto" poresse lanche. Enfim, a escola inteira étecnologia.

Amigos, alguém aí tem dúvidas de quea escola piorou... ops! digo... melhorou???

Sofia Helena Arneiro Lourenço Barbosa

Sofia Helena tem 10 anose gosta de escrever histórias

[email protected]

NO DECORRER de miríades deanos, grandes cataclismas acontecerame o continente único fragmentou-se emdois, depois batizados de Laurásia eGodwana. Com novos cataclismas, a Ter-ra passa a ter seus atuais continentes:África, América, Antártida, Ásia, Euro-pa e Oceania e os oceanos Pacífico,Índico, Ártico e Antártico.

Num longo tempo, nas águas, evolu-em formas de vida, desde asunicelulares, há três bilhões de anos,curto tempo no relógio divino, passan-do pelas vidas multicelulares e maiscomplexas.

Nos continentes, desenvolvem-se avida vegetal, desde musgos e líquensaté as árvores gigantes e milenares, di-ferenciadas em tamanhos e espéciescrescentes.

Os minúsculos micróbios e os gi-gantescos dinossauros têm o seu ciclovital de nascer, crescer, produzir e, de-pois, morrer. Toda espécie de vida, ve-getal ou animal, necessitava de ar, luz,calor, água e o solo produtor de ali-mentos, para a sobrevivência num pa-raíso em formação.

Externamente, surgiram os vulcões egêiseres, formaram-se cordilheiras, mon-tanhas, serras, montes, colinas e vales.

Por dentro, possuía a Terra imensasriquezas: os diamantes, as esmeraldas,os rubis, as safiras, o ouro, a prata, oferro, o alumínio, os gases, o petróleo eoutras tantas, incontáveis. A vida vice-java nas águas, no solo, nos vegetais enos ares.

Para alimentar tantos animais, aves,répteis e insetos, as plantas e árvoresproduziam sementes, grãos e frutoscomo as maçãs, as uvas, os damascos etâmaras, as mangas, as bananas, os pês-segos e uma multiplicidade tão rica paraservir de alimento. Através das raízes,folhas e frutos, as plantas também eramcurativas e ofereciam repouso.

Nos oceanos, mares e rios, as algas eresíduos, vindos de outras águas, ali-mentavam os animais marinhos e pei-xes. E nesse tempo e espaço, o planetaTerra foi formando seus contornos e avida florescendo nas águas dos rios e dosoceanos. Nas zonas glaciais, o gelo eter-no, com as auroras boreais; os arcos-írisnos céus. Fenômenos físicos do pereneprocesso criação-evolução.

E a Divindade, tudo governa.

Canto da Criação - IINarrativa transreligiosa

Benedicto Lourenço Barbosa

..........................................................................................................................................

Modelo em negativoDora Vilela

Não espalhar jatos de sangue na poesia_esperar os coágulos secos_

não derramar mel nos versos_temperá-los com limão_

não se estampar em narcísica exposição_filtrar o suportável_

Amor de paiIvone Boechat

O amor de pai é indiscutível:mão calejada,camisa suada,pressa, canseira,doação,o pai é avalistados erros na contramão.

O amor de pai é visível:joelhos dobrados,prece escondida,

..........................................................................................................................................

Poética UrbanaLúcio Mauro Dias

Angra 3A naçãoassisteatônitaa construçãoda estaçãoatômica.

Sem versoLatifúndiosde palavras improdutivasesperando que pela poéticasem donosejam invadidas.

EscravoComo um subalterno,viro refém de palavrasguardadas a sete chavesnas linhas de um caderno.

PapaiOs pilaresque sustentam minha saudade,somente sua imagemé capaz de derrubar...

PeruGorjeia a ave presainconsciente do final,onde vai ser a realezade uma ceia de natal.

Via DutraO barulho que trafegapela estrada do meu sonoé o mesmo que alegraminha noite de abandono.

IndiscutívelA ação do óbvioé o que mais intrigae torna tudo mais verdadeiro.Assim como sempre vai haver uma

formigapasseando ao lado do açucareiro.

não enfeitar os efeitos_falar das coisas que são_

não seguir caminho aberto_tentar um rumo novo_

não ser auto-ajuda_ser antes uma anarquia subversiva_

braços abertos,olhar de ternura,perdão.

Pai é alguém muito especial:produtor,diretor,ator, figurantedo filme, ao vivo, em cores,com o roteiro da vida escritonas linhas de sua mão.

DesterroParte de mim desceu a ruae com a enxurrada foi embora.Entra logo minha saudadeque outra chuva não demora.

CrepúsculoQuando o sol cai lentamentepor detrás do muro,a inspiração clareia as palavrasno solitário quarto escuro.

Pequena coragemPor sua teia invisívela aranha lentamente desce.Sem ter medo do perigodo vasto chão que desconhece.

Poeta insetoNa madrugadao pensamento voa atrás de inspiraçãosem precisar de asa.Diferente das baratas em silêncioprocurando migalhas pela escuridãoda casa.

ExpedienteFolhas amarelecidasvoavam na calçada em frente,suavizando o sonodo velho gari desatento,que disputava com a vassoura quem

era o mais dormente,enquanto os ponteiros davam voltas

pelo tempo.

EncobertoA distância esparsacabe num pensamento,enquanto a poesia disfarçaessa noite de lamento.

[email protected]

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77777Aparecida, 20 de agosto de 2008

GGGGGRAFIASRAFIASRAFIASRAFIASRAFIAS

Portão comum, de escola. Des-ses de metal, gradeados, quepermite ver o outro lado emtiras. O prédio feito de faixas.Os alunos em pedaços retan-gulares movem-se, barulhen-tos na algaravia do intervalo.As cenas, recortadas, são maisou menos as mesmas paraquem passa e, de fora, olha.Barras de metal.Geometria sincopada, estáti-

Marco Antônio Santos Reis

[email protected]

A CASA DE ARNALDO an-dava uma bagunça só. Parecia que um fu-racão passara e deixara só destruição. De-solação pura! E não era de hoje. Há mui-to que a observava e jurava dar um jeitoem tudo. E como sempre há uma gotad'água que transborda o copo, resolveudar um basta depois que abriu sua gavetade roupas e encontrou calcinhas e sutiãs.Foi como se tudo à sua volta ficasse real-çado. O que se via em seu entorno eracatastrófico. As peças femininas eram ode menos...

Saiu do seu quarto e resolveu fazeruma vistoria na casa toda. Parecia queandava sobre um campo minado. Pulavaaqui, saltava acolá, tentando encontrarespaço vazio no chão. Catava calçados,roupas, toalhas, como quem brincava depegar pedrinhas da amarelinha riscada nopiso. As coisas teriam de mudar...

Apito na boca, sala de estar, todos reu-nidos:

— A partir de hoje, as coisas vão mu-dar por aqui!

— Calma, amor, olha o coração...

— Que coração, que nada...

— É isso aí, paizão ? gritou o maisvelho, interrompendo-o. Mostra pra elasquem manda nessa casa.

— Chega de blá, blá, blá! Cada um vaiter uma tarefa pra fazer todos os dias.

— Eh!, paizão, tô gostando disso não.Pega leve véio...

— Bem feito, retrucou a mais nova,você é um come dorme. Nem seu pratovocê lava...

— Cala a boca, pirralha!

— Dá pra andar logo com essababoseira? ? reclamou a filha do meio —O Zelão ficou de me pegar às oito...

— E não tem Zelão nem Zelinho! Todomundo vai juntando o que é seu profaxinão.

— Mas já é mais de sete horas, amor...

— Não interessa, vamos — e soltou osilvo determinando o início da contenda.

A mulher se movimentou e foi pegarvassoura, rodo, pano de chão, com balde etudo. Sabia que, quando um burro empaca,não há mula que o faça andar. Arnaldo fi-cou satisfeito e se preparou par ir ao ba-nheiro. Precisava aliviar as tensões.

— Pó parar, banheiro interditado paralimpeza. Se quiser, vai no quintal... — sen-tenciou a esposa.

Saiu de fininho e foi para o quarto. Pre-cisava trocar a roupa da fábrica.

— Onde o senhor pensa que vai? Não,não, não...

Casa da bagunçaNuno Marques

Só lhe restava a sala. Correu para sen-tar em sua poltrona, mas encontrou tudode pernas para o ar.

— Mas, onde é que eu vou ficar?

— Que tal o quintal? — riu a pequeninacom a rima.

— Nem pensar, gritou o garotão, tôdando duro aqui também.

— Então vou pro bar tomar uma cerva.

— Só se for voando! O corredor estáinterditado. Acabei de passar cera.

Que droga!!! Estava sitiado em seupróprio reduto e já começava a se arre-pender do barulho que fizera. Aquela fa-xina poderia durar horas. Como não tinhamais jeito, arrancou as botinas, arregaçouas calças e começou a puxar a água do ba-nheiro com o rodo.

Puxa pra cá, empurra pra lá... Esbarrana mulher, joga água mais pra cima... Aesposa, irritada, reclama. Como Arnaldonem liga, ela não se contém e responde àaltura. A guerra começa!

— Pega essa, se você for bom... — Etome balde d'água na cara.

— Que tal esse esguicho, meu amor?!

Ela antecipou e agarrou a mangueiracom força. Por alguns milésimos de segun-do, estavam frente a frente, olho no olho,dentes cerrados, fogo nas ventas. Bufavame rosnavam como dois animais. Exalavamo cheiro de macho e de fêmea. Um perfu-me primitivamente lírico de séculos de ci-vilização. Enfim, os dois travaram umabatalha corpo a corpo, numa disputa queterminou no chão. O barulho fez todos seaproximarem. A menor queria intervir,mas os mais velhos não deixaram.

— Deixa, maninha, eles estão se enten-dendo.

— Mas vão acabar se machucando...

— Vão não, sua bobinha, eu e o Zelão...

— Menos, mana, menos... — interrom-peu o garotão, cortando os detalhes sórdi-dos do embate.

Marido e mulher deixaram de ser pai emãe. Os corpos molhados, a roupa coladaao corpo, o semblante de felicidade... Pa-reciam crianças brincando com água noverão.

— Vamos terminar nossa faxina, gente— sentenciou o filho mais velho com umsorriso maroto, encostando a porta suave-mente.

Com o tempo, a bagunça voltou ao queera, mas a família nunca mais foi a mes-ma.

[email protected]

Borboleta de papelWilson Gorj

COMEMORÁVAMOS o aniver-sário da minha sogra em uma pizzaria. Reuni-dos em torno da mesa, estávamos eu, minhanoiva, os pais dela e o irmão, que se fazia acom-panhado de sua esposa e do casal de filhos pe-quenos. Em determinado momento, como o papogeral não me interessasse mais, voltei minhaatenção para o filho do meu cunhado (à época,um menino de aproximadamente três anos). Para entretê-lo, peguei um guardanapo depapel, dobrei-o em forma de triângulo e o pren-di entre os dedos, deixando-lhe as pontas li-vres. Desse modo, o indicador segurava-o porcima, enquanto por baixo apoiavam os dedosmédio e anular. Ao balançar a mão, fiz com que o guardana-po adejasse as duas extremidades, batendo-asigual às asas de uma borboleta. Brincadeira queproduziu no menino um sorriso gostoso econtagiante. Contagiado, então, por sua alegria, segui

Wilson Gorjé autor do livro "Sem contos longos"

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adiante com minha representação. Sem pararde adejar, conduzi a borboleta de papel para ocanudinho de plástico que saia do copo de suco. Ali, pousei-a delicadamente, tal como acon-teceria se ela fosse um inseto de verdade e ocanudo, a haste de uma flor. Fascinado, os olhos do garotinho brilha-vam. Mas até ele, em sua inocência infantil, ficouespantado com o que aconteceu depois. Quando ameacei levantar novo vôo, o guar-danapo escapou-me dos dedos! Até então, com exceção do menino, nin-guém havia dado atenção a meu inocente brin-quedo. Porém, agora, todos se voltavam naminha direção, atentos à janela aberta, pela qualescapava uma estranha borboleta, cujas asasbrancas cintilavam na imensidão da noite.

DO CORAÇÃO

saída ou a fechar a entrada.Um portão estático. Apenasum portão. Bege?Acho que foi numa noite,passando em frente, denovo. Acho que foi em ou-tra vida. Tinha luz noportão!Aquela armação fria quecortava as imagens em tiras,tirou sei não de onde algoque luzia, que já não era

O SabiáDulcino Ferreira

APARECEU de repente, sem bater, semse anunciar. Simplesmente apareceu. Belo, adul-to, muito senhor de si, tomou conta de minhacasa, como se fosse sua. Entrou pela janela,desceu no quarto, andou pela sala e outras de-pendências, tomando pé. Não sei se é machoou fêmea, pois até agora não cantou. Apareceuperto do Natal passado e não demonstra sinaisde ir embora. Não dorme em casa.

Solto e livre, como chegou, passa o diaperambulando pela casa, alimentando-se dasfrutas e ração que lhe damos, em local (sempreo mesmo) da casa. Ao escurecer, alça vôo, sóregressando no dia seguinte, de manhã.

Toma banho diariamente na banheira (umpote vazio de margarina de 500 gramas) querenovamos diariamente com água limpa. Seespoja e se seca, faltando só pedir uma toalhade banho.

Não se assusta com barulho de TV e ou-tros. Tem apenas um certo receio das galinhas

quando se aproximam de seu refeitório. Estátão à vontade que parece ter nascido ali. Jul-ga-se membro da família.

Lendas orientais dizem que quando morre-mos, retornamos à Terra como seres viventes,não necessariamente sob a forma humana.Aves, animais, mesmo árvores, hospedam nos-sas almas. Outros dizem que quando estamosdiante de animais e aves, exalamos um fluidosomente perceptível por eles, que se aproximam,então, tranqüilamente.

Não tenho a explicação. Talvez um de nos-sos mortos queridos tenha encontrado um meiode voltar a conviver conosco.

Seja qual for o mistério, a realidade é quetemos um hóspede singular e muito querido,recebendo nosso carinho e transmitindo umasensação inusitada de amor e bem querença.

Dulcino Ferreiraé Secretário Municipal de Integração

ca, a fatiar movimentos tresloucados eincompreensíveis para quem vê, in-conscientes para quem, lá dentro, semovimenta.Na festa de imagens, dores, amores, in-vejas, raivas. Bailado insano de notasbaixas e faltas altas. Deixar para depoisde amanhã o que se pôde fazer ontem...Portão comum, de escola, a fechar a

mais fria, algo que seduzia. Tirou seinão de onde uma antiga visão.Não sei se loura ou luz, não sei se serou visão. Atrás do portão comum, deescola, sumiram as grades que eu via,de vez em quando, quase todo o dia.Sumiram as imagens retalhadas pelasgrades frias. Perplexo, senti que nãovia. Sentia, com o coração. Você, atrásdo portão.

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88888 Aparecida, 20 de agosto de 2008

Atiro uma pedra, depois outra, maisoutra. Minha loucura é teu alicerce.

Não! Não se deve mover sempre. Issopode descaracterizar sua caricatura. Eela é a anteface de seu íntimo.

A poesia é a loucura travestida da ima-ginação, como um grito há muito es-tampado.

Tenho vontade de gritar coisas que nãosinto, para revelar sentimentos quenão tenho.

Tordesilhas de mim, divido as contra-dições de meu corpo em sensaçõesdeflagradas pela imprecisão esporá-dica de minhas emoções.

Transeunte de meus sonhos, corrom-po o silêncio das coisas, perpetuan-do-as na integralidade metafórica deminhas ilusões.

Meu canto é a mudez dos passosrumo ao infinito caminho da músicada alma.

A cor das emoções são luzes cintilan-tes que dançam pela incoerência dosextremos pretos e brancos.

Invisível aceno nos subúrbios notur-nos do silêncio: desfalecido gesto quese perde na ante-sala da solidão.

A lua é sempre a mesma: reflexo denossos olhares noturnos em noite desutilezas.

Escorre dos olhos a visão ferida daspalavras mordazes: o que se diz e oque se vê se complementam na lin-guagem do momento.

É ilusório transformar as ações corriquei-ras num lance perfeito do pensamentohumano. O agir pode não ter nenhumaintencionalidade com o pensar.

Um boneco é sempre um boneco. Oshomens, apenas alguns têm alma.

Nenhuma intenção supera a mobili-dade das ações.

Fragmentada uma rosa, o que resta éo perfume de sua essência preen-chendo de vida o impacto da morte.

De nada adianta mudar o tom da voz,cortar os cabelos, trocar de estilo, fa-zer-se ser o que não é. O caráter, ami-go, é imutável.

Queria ressuscitar a voz indelével dosmanifestos redigidos nos calabouçosfrios da impertinência e induzir os jo-vens e sensibilizar os velhos e provo-car o caos nas atitudes passivas denossos passos.

A abstração me conduz a caminhos, den-tro de mim mesmo, os quais normalmen-te eu evitaria, indo por um atalho.

Individualista é o ser que chora por simesmo, ignorando a dor do mundo.

A morte é a acidentalidade de um ace-no predestinado a ser o último.

Você pode voar, pode. Só não deve rom-per os limites extremos de meus braços.

De você ficou a imagem da falsa ami-zade, movida a interesses momentâ-neos. Uma pena!

Rompeu-se o elo das estruturas sóli-das de meu contorno. Motivo: você!

Fantástico! O gozo mais obsceno éaquele que a gente não dá.

(Do livro "Olhos da alma",de Alfredo Carone Filho, 1993)

DDDDDROPSROPSROPSROPSROPS RRRRRETRATOETRATOETRATOETRATOETRATO

NO PANTEÃO dos poetas apare-cidenses, sem sombra de dúvida, AlfredoCarone Filho tem proeminente lugar asse-gurado. Carone é zênite da poesia local,Sírius entre as estrelas, expressão maior denossa lavra lírica.

Em proêmio a um dos livros do poeta,o prefaciador, latinista respeitado, prover-bialmente menciona Poeta nascitur, non fit.Citação plena de verdade se referida aoturbilhão de sensações e ideações contidasneste espírito acalmado e tranqüilo querepresenta Carone. Mas, parcialmente ve-raz se considerada sua incansável buscapelo primor. Deste outro lado do espelho,poeta fit, non nascitur, melhor ainda, poe-ta nascitur et fit.

Assim não fosse, como justificar a bus-ca pelo jornalismo, pelas artes e pela his-tória? O que faria alguém buscar tão am-pla formação universitária senão a ardentevontade da compreensão que qualifica? Aqualidade de seus poemas não é gratuitanem fortuita, é engenhada. Sua alma poéti-ca permaneceria subterrânea se não se fi-zesse um artífice meticuloso da palavra.

É impossível ler Carone apenas nas "es-truturas sólidas de seus contornos". São asrupturas que abrem as frestas de suaincontida substância. Seus poemas são asfissuras no silêncio em busca de seus gri-tos. Seu silêncio é operário, é criador. Suaaparente timidez é dissimuladora. Ele é umefervescente a dizer de si, fazendo das fo-lhas em branco a ágora de seus sentimen-tos. Prefere cunhar a dizer. Não diz ao ven-to, diz ao tempo.

Presente em mais de uma dezena de co-letâneas, Alfredo Carone é autor de quatrolivros, todos acompanhados de três prefá-cios, apesar de em "Não sei", obra de es-tréia lançada em 1978, aos 18 anos, doistextos aparecerem sob a forma de recado ede apresentação, um e outro.

Antonio Anysio Zaher, em seu "Reca-do" ao sobrinho fala de um Alfredinho ta-citurno... vivendo quase sempre em êxta-se... esperando o anoitecer para mostrar obrilho de sua estrela.

Em sua apresentação ao mesmo livro,o professor José Machado Braga refere-se auma poesia vigorosa, resoluta e firme, semdeixar de ser maviosa e sentimental... umapoesia transbordante de seu mundo interi-

or... espontânea e límpida como os senti-mentos do poeta.

Completando, à guisa de prefácio, opoeta é retratado por José Luiz Pasin comoa nau caravela no oceano da mediocrida-de... o canto derradeiro da raça, dono deuma arte que retempera o cotidiano.

"Fragmentos de Folia", seu segundo li-vro, lançado em 1982, merece as seguintesconsiderações do Prof. Dr. GilioGiacomozzi: O fazer poético se instalouna alma desse jovem e desencadeou o rit-mo... Ritmo caleidoscópico - ora lentocomo em confissão, ora vivaz como se avida fosse um jogo... Leitura obrigatóriapara os amantes da arte poética... A obraimpõe-se por si, "por dentro".

A poesia de Carone e a pintura são apro-ximadas pelo prefácio do artista plásticoGuido Braga:

Cada palavra sua é uma cor!Cada poema seu é um quadro!Cada quadro, uma vida para ser vivida!Da infância compartilhada, as lembran-

ças de José Luiz de Souza trazem umAlfredo que imaginava, criava, planejava,sonhava e amava em silêncio.

Seu terceiro livro, "Pierrot", lançado em1989, começa a esboçar uma tendência àconcisão. Ali, o professor de Artes CênicasJosé Moacir Ângelo da Silva vê traços dehomogeneidade numa concepção român-tica que coloca os poemas numa mesmapauta, e Júlio Soifer, na mesma linha deinterpretação, enxerga a proclamação daexistência no amor... através de uma lin-guagem sensual e simples.

Obra da maturidade, "Olhos da alma",em quatro tempos (Densa Loucura, Mági-cos Sentidos, Lúcida Razão e Selvagem Pai-xão), realiza a vontade de manifestação deuma existência crua - se é que isso é possí-vel a um poeta - e regurgita os possíveisexcessos românticos à procura "desven-dável" da vida.

"O seu lirismo angustiado, diz-nos opoeta e historiador Olavo Rubens, é umacréscimo de qualidade que se interpõecomo um valor neste mundo em que sequantifica tudo e todos, inclusive a emo-ção... Alfredo vive e diz liricamente." E ofaz com o talento, percebe a professoraCeleste Campos, de quem jogainteressantemente com as palavras através

de paradoxos bem colocados: invisível ace-no, doce dilacerar da epiderme, a guerra éminha paz; e de metáforas sinestésicas quese alongam em antíteses capazes de expres-sar a voz do poeta que se assemelha à me-lodia, mas que, muitas vezes é estancadapela emoção, pelas indagações, pela refle-xão, pela incoerência entre o pensar e oagir, entre a razão e a loucura, entre o lúci-do e o vago.

A beleza da poesia de Alfredo CaroneFilho é mais que plástica, porque cada ver-so, em busca da singeleza do cotidiano, estáimpregnado de sentimento, referenda ojornalista Rogério Braga.

No próximo dia 17 de outubro, esteaparecidense nascido em 1959, filho doSenhor Alfredo e de Dona Linda FerreiraCarone, completa mais uma primavera.Entre os seus, certamente receberá beijoscarinhosos de sua esposa Maria Bernadetee de seus filhos Maria Júlia, de sete anos, eJoão Antonio, de quatro anos e sete meses.

Aparecida e a poesia, antecipadamen-te, se rejubilam com o poeta AlfredoCarone, homem de aguçada sensibilidadee inteligência. Nobre nos sentimentos ecorreto nas ações, Carone e seu bradar po-ético são presenças imprescindíveis no ce-nário cultural da região. É, como canta aode escrita por José Benedito da Silva, oDico: No meio do mercado persa, um oásiscalmo e solitário. No meio do alarido, umadoce voz de flauta. Num fim de século de-sumano, incrivelmente uma suave voz jo-vem de poeta. Alfredinho Carone é o resu-mo de todas essas oposições... e muito mais.

MMMMMEMÓRIAEMÓRIAEMÓRIAEMÓRIAEMÓRIA

Alfredo Carone FilhoAlexandre Marcos Lourenço Barbosa

ReciclagemO que eu consigo captar

não é o que entra pelo visor -

fragmentos de seres em gestos mecânicos

numa confusa mistura de sons e ansieda-

des -

mas o que adormece em mim,

feito sonhos de uma sensação avessa.

(Pierrot, 1989)

TempoPedras que se acumulam

no

labirinto

da

vida:muralhas

majestosas

de um castelo

de transparências.

(Pierrot, 1989)

Alfredo Carone

[email protected]

ArrependimentoUm só peito,Um nó feito,Um pó no leito.O medo tramaO dedo sem jeito.

Na cama-lama,Arde em chamaO arrependimentoDe tudo ter feitoSem sentimento.

(Não Sei, 1978)

SubmundoOlhei o mundoCom os olhos de quem buscaPalpáveis soluções.Sonhei com tudoQue me desseExatas definições.Bradei mudoCom a boca abertaDe quem canta canções.Calculei o surdoComo sendo aqueleQue ditasse razões.Conclui que o submundoÉ o lugar dos homensQue vivem sem ilusões.

(Não Sei, 1978)

O inconsumptoCoisas...Restos de qualquer caso.

Cacos...Restos de qualquer coisa.

Resíduos...Restos de qualquer caco.

Marcas...Restos de qualquer resíduo.

Cicatrizes...Restos de qualquer marca.

Ausência...Restos de qualquer um.

(Fragmentos de Folia, 1982)

GestosA calmaria do teu corpoÉ uma folia nos meus dedos,E o meu peito no teu peitoÉ um jeito meu de pegar fogo.E o meu dedo no teu peito,E o teu fogo no meu corpo,É a fúria dos meus gestosNa calmaria do teu jeito.

(Fragmentos de Folia, 1982)

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99999Aparecida, 20 de agosto de 2008

HHHHHISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIAISTÓRIA

A INSTALAÇÃO do Museu His-tórico Municipal de Aparecida marca, de-finitivamente, de ora em diante, uma dasmais significativas datas da história da ci-dade: a da inauguração da primeira cape-la, sobre o Morro dos Coqueiros, dedicadaao culto oficial da aparecida Senhora daConceição, aos 26 dias do mês de julhode 1745. Não haveria data mais oportuna.

Nas adequadas dependências do mu-seu, mais de quinhentas pessoas, recebi-das ao som da banda de música da cidade,compuseram o público presente eprestigiaram a noite de inauguração domuseu em homenagem ao notável profes-sor e historiador José Luiz Pasin.

Entre os convidados, estavam artistasplásticos, poetas, escritores, pesquisado-res, músicos, educadores, religiosos, po-líticos, familiares e amigos do grande ho-menageado, e muitos cidadãos que valo-rizam a cultura e a memória da cidade.

Representaram o legislativo os verea-dores Celso Alves e Gentil Vian. Em sualocução, o professor Vian fez elogiosasconsiderações à iniciativa do ExecutivoMunicipal e ao organizador do museu.

Jussara Chad, Diretora da Divisão deCultura, e Terezinha Amaral, Diretora deEducação e Cultura, também fizeram usoda palavra e disseram da importância deum museu para uma cidade, de José LuizPasin para a nossa história e de todos aque-les que trabalharam para que o sonho setornasse realidade.

Efigênia Freitas declamou, irretoca-velmente, um poema do homenageado eMaria Lúcia Chad, em belo texto, fezexcelso o nome do professor Pasin.

O irmão do homenageado, em agra-decimento emocionado, rememorou ostempos de infância e colocou-se, como co-laborador, à disposição da instituição re-cém-criada.

Em breve preleção, o professorBenedicto Lourenço Barbosa disse da im-portância de espaços culturais como mu-seus e arquivos para a preservação da me-mória e a realização de pesquisas, fez re-ferência à importância de José Luiz Pasinpara a região, e falou sobre a coleção emtrês volumes, intitulada "Nossas Origens",que resgata um pouco mais da História de

Museu Histórico Municipal de AparecidaUm sonho que se tornou realidade

Aparecida ao longo de trezentos anos. Anoite de autógrafos do livro três que com-pleta a trilogia aconteceu após a bênçãodo museu concedida por Dom Pedro Fré.

O prefeito José Luiz Rodrigues, últi-mo a fazer uso da palavra, prestou suashomenagens aos professores Pasin e Lou-renço, disse de seu orgulho de poder con-tribuir para o resgate da história de suacidade e, a seguir, com os olhos ma-rejados, comoveu os presentes com a his-tória do alegre menino Bruno HenriqueFrança Lima que, acidentalmente, faleceuaos doze anos de idade. Em sua memória,uma foto como ex-aluno da Escola Cha-gas Pereira foi colocada no pátio do esta-belecimento que agora o tem comopatrono. Antecedendo o prefeito, a mãede Bruno fez sincero e carinhoso testemu-nho de amor ao filho e expressou sua gra-tidão eterna ao "Zé Louquinho" pelo es-forço que fez para tentar salvar o menino.

A inauguração do museu deu-se logo aseguir. Em visitação, os comentários eramunânimes: todos ficaram muito bem im-pressionados com o que viram. Não hou-ve quem não ficasse encantado com o es-paço. Um grande painel, logo na entradado museu, conta um pouco da vida do pro-fessor e historiador José Luiz Pasin. Nomesmo corredor, podem-se ver duas gale-rias: uma de fotos e outra de quadros. Asfotos são dos prefeitos que governaram acidade desde 1928 e as telas são do pintorBenedito Sant'Anna.

Designado para organizar e dirigir oprimeiro museu mantido pelamunicipalidade, César Maia cuidou dapreparação do ambiente e da disposiçãodo acervo.

Boa parte dos artefatos e peças foi ob-tida junto ao Museu da Basílica, e perten-cia à sua reserva técnica, ou seja, materialnão explorado em exposição por ser idên-tico ou similar e/ou por não dizer respei-to à temática que orienta o museu, ou seja,material plenamente disponível para sercedido.

Em troca, o Museu da Basílica rece-beu exemplares únicos de álbuns fotográ-ficos que pertenciam ao acervo pessoalde Dona Conceição Borges RibeiroCamargo e Vicente Camargo.

O descerramentoO descerramentoO descerramentoO descerramentoO descerramento

Mãe emocionadaMãe emocionadaMãe emocionadaMãe emocionadaMãe emocionada

RRRRRelembrelembrelembrelembrelembrando o irando o irando o irando o irando o irmão Jmão Jmão Jmão Jmão José Luizosé Luizosé Luizosé Luizosé Luiz

O autor da trilogiaO autor da trilogiaO autor da trilogiaO autor da trilogiaO autor da trilogia Um flash históricoUm flash históricoUm flash históricoUm flash históricoUm flash histórico

Prefeito MunicipalPrefeito MunicipalPrefeito MunicipalPrefeito MunicipalPrefeito Municipal

Dom Fré, sempre presenteDom Fré, sempre presenteDom Fré, sempre presenteDom Fré, sempre presenteDom Fré, sempre presente

Achado de Conceição BorgesAchado de Conceição BorgesAchado de Conceição BorgesAchado de Conceição BorgesAchado de Conceição Borges

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A SemanaA SemanaA SemanaA SemanaA Semana - O professor José LuizPasin é figura exponencial no Vale doParaíba, pela sua atividade cultural e eco-lógica. José Luiz, o que você identificariacomo os principais problemas relativosà ecologia no Vale do Paraíba?

José Luiz Pasin - O Vale doParaíba é hoje a região que reúne o mai-or número de indústrias dentro da Amé-rica Latina. Situado entre Rio e São Pau-lo, isto provoca problemas como o cres-cimento acelerado das nossas cidades. Poroutro lado, o principal problema am-biental da região é o Rio Paraíba. Nóssabemos que as indústrias não poluemtanto o rio quanto as cidades. Segundodados da Cetesb, 80% da poluição do RioParaíba se devem aos esgotos domésti-cos. A grande questão é como recuperaro Rio Paraíba, como torná-lo navegávelnovamente, inclusive, acredito que é viá-vel a navegação no Paraíba através de lan-chas e de balsas. Nós poderíamos ter umalinha regular de transportes de Jacareí atéCachoeira Paulista. É uma alternativa vi-ável, como acontece em quase todos ospaíses desenvolvidos do mundo. Por ou-tro lado, poderia ser melhorado o nívelde alimentação da população, porque apartir do momento em que sejam recu-peradas as águas do Rio Paraíba nós terí-amos uma maior variedade de peixes eisto representa um potencial alimentíciomuito alto. Outro aspecto realmente im-portante na região é o problema do ar, daqualidade do ar. O Vale do Paraíba é umaregião cercada de montanhas, nósestamos entre duas grandes serras, quesão as serras do Mantiqueira e do Mar.Os movimentos de ventos aqui é muitopouco. Se continuar a instalação de fá-bricas poluentes na região, daqui a vinteanos, no máximo, nós vamos ter proble-mas quanto à qualidade do ar na região.

ras municipais não assumirem este desa-fio e não controlarem este crescimentoindustrial da região.

A Semana - José Luiz, você abriumão de uma propriedade superva-lorizada para criar uma fundação cultu-ral. Muita gente não entendeu. Como éque você explicaria o fato de abrir mãode uma propriedade em favor da culturae da arte da região?

José Luiz Pasin - Eu parto daidéia seguinte: entre as propostas que to-dos nós temos e os atos que nós pratica-mos deve haver um equilíbrio, sobretu-do uma coerência. Eu tenho procuradoao longo da minha vida ser coerente. Ascoisas que eu penso, as coisas que eu digo,principalmente nas salas de aula, noscursos que eu ministro, nas conferênci-as, nas entrevistas e nas atitudes em rela-ção à minha própria vida. Então eu partoda idéia de que a minha vida é dedicadaaos movimentos culturais e aos movi-mentos ambientalistas. Realmente eu te-nho uma propriedade rural altamentevalorizada no município de Roseira. Mashá vinte anos eu venho trabalhando parapreservar aquela área. A meta prioritáriaminha desde quando assumi aquela pro-priedade foi a de recuperar o espaçoambiental, que estava bastante degrada-do, a exemplo de quase todas as proprie-dades do Vale do Paraíba. O café derru-bou toda a cobertura vegetal e estes ses-senta anos de gado pisoteando os mor-ros... nós temos uma paisagem desolada.É quase uma paisagem semi-árida. Porisso a preocupação de recuperar o espa-ço, exatamente tendo em vista o futuroda nossa região. As nossas cidades estãocrescendo rapidamente. Está havendouma conurbação das nossas cidades. Da-qui a alguns anos, pelo menos de Lorena

a São Paulo, nós seremos uma nova gran-de cidade e talvez, no futuro, nós seja-mos um bairro do Rio de Janeiro e umbairro da Grande São Paulo e eu não vejopor parte dos órgãos públicos ou de ins-tituições ou até mesmo de particularesnenhuma preocupação com as áreas ver-des, com os espaços de lazer. Então eupergunto: daqui a alguns anos onde aspessoas vão poder respirar um pouco,onde as pessoas vão poder passear numsábado à tarde, onde as crianças vão po-der ter um contato com a natureza? Oobjetivo desta fundação cultural-ecoló-gica que está sendo instalada na FazendaBoa Vista, em Roseira Velha, é exatamen-te criar um espaço para transformar tudoaquilo num grande jardim botânico doVale do Paraíba, porque a preocupaçãonossa é recuperar a paisagem botânicacaracterística da nossa região. Por incrí-vel que pareça a própria natureza vem seencarregando disto. Por outro lado, eutenho um trabalho com escolas, deno-minado "Caminhadas Ecológicas", quevai do pré-primário à universidade. Du-rante uma manhã, um número máximode cinqüenta alunos recebe instruçõessobre como conviver com a natureza, osanimais, os insetos, os pássaros, as árvo-res. Eu acredito que a educaçãoambiental não deve ser assunto só de sa-las de aula; é fundamental que a escolaassuma este desafio, mas sobretudo, des-pertando a sensibilidade que todos nóstemos para este reencontro com a natu-reza. Eu acredito que a melhor maneirade devolver o homem à natureza éconvidá-lo exatamente para um passeiopela natureza. Existe a parte cultural tam-bém. A parte antiga, as tulhas, a senzala,que fazem parte do acervo arquitetônicoda fazenda de café, há quinze anos esteacervo foi transformado numa institui-ção denominada "Pátio das Artes", onde

EEEEENTREVISTANTREVISTANTREVISTANTREVISTANTREVISTA

Isto é um problema a ser pensado princi-palmente pelas câmaras municipais epelos prefeitos. Importante colocar quan-do nós fazemos uma análise do proble-ma ambiental no Vale do Paraíba ou noBrasil é que não somos contra o processode industrialização. Mas acredito que éracional que se discuta qual a indústriamais interessante para o município. Éimportante que os prefeitos saibam quaisas indústrias que estão sendo banidas deoutros municípios e querem se instalarna nossa região. Também é importanteter uma posição clara e definida contraas indústrias poluentes, já que, na reali-dade elas não beneficiam a região e au-mentam os problemas.

A Semana - E quanto às árvores...

José Luiz Pasin - Em relação aodesafio ambiental em nossa região, euacredito ser o problema em relação àsárvores. Não sei se você sabe que as últi-mas reservas florestais do Estado estãono Vale do Paraíba, na Serra daMantiqueira e nos contrafortes da Serrado Mar. Eu observo, por exemplo, quepoucas cidades do Vale do Paraíba têmum índice de arborização satisfatória. EmAparecida e Guaratinguetá, por exemplo,eu posso dizer que é quase nula aarborização. Nesta época de verão seobserva as conseqüências nas cidades queestão localizadas dentro da Vale e quenão têm arborização para melhorar nãosó a qualidade do ar que nós respiramos,equilibrar o nível de chuvas, mas sobre-tudo amenizar a temperatura nesta épo-ca de verão. Estes são os desafios básicosem relação ao Vale do Paraíba. Mas odesafio maior são as indústrias químicasque, indiscriminadamente, estão se ins-talando no Vale do Paraíba e que criarãoproblemas se as prefeituras, se as câma-

No Colégio São JoaquimNo Colégio São JoaquimNo Colégio São JoaquimNo Colégio São JoaquimNo Colégio São Joaquim Com LCom LCom LCom LCom Lyyyyygia Fgia Fgia Fgia Fgia Faaaaagundes gundes gundes gundes gundes TTTTTelleselleselleselleselles Em sua fazendaEm sua fazendaEm sua fazendaEm sua fazendaEm sua fazenda AutografandoAutografandoAutografandoAutografandoAutografando

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nós fazemos música, teatro, lançamentode livros, exposições, não só de artistasde São Paulo e do Rio de Janeiro, mas,sobretudo, um espaço aberto para o pes-soal do Vale do Paraíba. Então, tudo istocongregado justificava a criação destafundação. Levamos em consideraçãotambém que Roseira é um municípionovo e ainda não tem um espaço cultu-ral. Dentro desta fundação nós temos tam-bém uma biblioteca valeparaibana, queé a maior biblioteca que existe no Brasilespecializada em Vale do Paraíba. Nóstemos tudo o que se publicou sobre oVale do Paraíba, nas mais diferentes áre-as e obras de todos os autores nascidosno Vale do Paraíba. É rara a cidade doVale do Paraíba que não tenha o seu es-critor, o seu poeta, o seu historiador. Euacredito que isto justifica plenamenteeste trabalho. Eu não pensei no aspectomaterial, de abrir mão de um patrimôniobastante valorizado porque, na realida-de, eu sempre vivi do meu trabalho, dasminhas aulas, das minhas conferências,dos meus artigos. E não sei por que deve-ria explorar economicamente esta pro-priedade, se ela pode e cumpre muitomais uma função ecológica e uma fun-ção cultural.

A Semana - Zé Luiz, você não évisto como um intelectual rançoso, anti-quado. Mesmo sem você querer você éum superstar. E a sua vaidade, como éque fica nessa?

José Luiz Pasin - Encaro com amaior naturalidade. Eu percebo que tudoque foi criado tem uma função definidae dentro desta função existe um tempo.Nós, seres humanos e racionais, nos pre-ocupamos muito com o tempo cronoló-gico. Mas muito mais que o tempo cro-nológico, existe, na natureza, um tempobiológico que determina a duração dascoisas. Uma pedra pode viver alguns mi-lhões de anos; alguns insetos vivem o su-ficiente para copular, reproduzir e mor-rem. O homem vive uma média máximade noventa, cem anos. Então a gente vaipercebendo que a morte é natural, é algoinerente à própria vida e faz parte do pro-cesso evolutivo. As pessoas temem amorte porque elas não vivem a vida. Seas pessoas vivessem mais a vida, se iden-tificassem mais com a natureza, elas te-riam menos medo da morte, encarariama morte como uma passagem. E o querestaria depois da morte? Eu acredito querestam as nossas energias. Nós vivemosnum espaço cósmico onde estas energiasvão se diluindo. Acredito que é possívelnós vivermos e nos renovarmos após asnossas mortes de formas diferentes. Nos-sas energias poderão ser captadas poruma pedra, por um rio, por um animal,uma árvore, um pássaro. De acordo como nosso potencial energético, já que unstêm um potencial maior, outros têm umpotencial menor. Nós fazemos parte deum sistema grandioso, absolutamenteperfeito, em que as coisas se renovam.

Todo o universo vive em movimento,nada está estático.

A Semana - Zé, você se quisesse,poderia estar numa USP, numa grandeinstituição cultural. Mas você prefere fi-car aqui no Vale do Paraíba. Por que, ZéLuiz, esta obstinação com o Vale doParaíba?

José Luiz Pasin - Pelo seguinte:eu acredito que é preciso, Joaquim, aca-bar com um certo provincianismo quenós ainda temos de que pra você ser co-nhecido, pra você ser importante, pravocê ter valor, você tem que ir pra SãoPaulo ou Rio de Janeiro. Eu penso umpouco como Gilberto Freyre, ÉricoVeríssimo, Leandro Tocantins e outrosbrasileiros que ficaram fiéis a seus esta-dos, ficaram fiéis à província e daí fize-ram seu diálogo com o mundo. Da mi-nha janela na Roseira Velha, quando euabro de manhã, eu faço meu diálogo como mundo. É indiferente morar em Rosei-ra Velha, Rio de Janeiro, Londres, Parisou Roma; tudo é muito relativo. O queimporto é o que faço no espaço ondemoro; é a minha relação diária com aspessoas e com a cultura. Eu sempre digoque o meu país, antes de tudo é o Vale doParaíba, inserido no Brasil. Estas fron-teiras geográficas, estas raízes, que cons-tituem a Serra da Mantiqueira, de umlado, e a Serra do Mar, do outro, elas im-pelem a minha caminhada e eu não sabe-ria viver fora deste Vale do Paraíba. Eutambém não saberia viver fora deste es-paço da Fazenda Boa Vista, na RoseiraVelha. Eu já me considero uma árvore,enraizada neste espaço. Isto não impedeque eu produza, que eu escreva, que eume relacione com as pessoas e que eu meconsidere também um cidadão do mun-do.

A Semana - Zé Luiz, estes dias eulia um autor alemão, cujo nome é umbocado complicado e eu não me lembroagora, e ele dizia que escreve "para en-contrar a pátria espiritual, porque a pá-tria natural não existe". Qual é a sua pá-tria espiritual, Zé Luiz?

José Luiz Pasin - Eu acredito napátria espiritual e eu digo que nós, quenem sempre somos compreendidos pelamaioria das pessoas por causa das nossasidéias, das nossas convicções, do nossodesprendimento e até mesmo da nossaousadia em desafiar preconceitos e ta-bus, isto formaria esta nossa pátria es-piritual. Pra mim, a pátria espiritual éaquela pátria das pessoas que em qual-quer lugar do mundo têm uma disponi-bilidade pela vida. Elas têm espírito dedisponibilidade com os outros, indepen-dente de língua, de pátria, cultura. Elasse preocupam, por exemplo, com os di-reitos humanos. Eu vejo cada vez mais,começando pelo Brasil, começando pe-las nossas cidades, o homem desrespei-tado, o homem violado diariamente em

seus direitos. As crianças, as mulheres,os negros, os idosos, os dissidentes sexu-ais, em todos os aspectos a sociedade écruel com as pessoas que não são boni-tas, que não têm dinheiro, que não têminteligência. Esta sociedade que criouvalores consumistas, capitalistas, que vi-sam unicamente o lucro; estes cidadãosda pátria espiritual se colocam exata-mente contra isto. Vejamos o trabalho deMadre Tereza de Calcutá, na Índia, cui-dando de milhares de leprosos. A AnistiaInternacional que denuncia e pressionaem favor de milhares de prisioneirospolíticos em prisões de direita e de es-querda. Eu não diferencio as ditaduras,sejam elas de direita ou de esquerda. Éesta pátria espiritual, então, que nos dáforça pra falar, nos dá força para lutar,nos dá força pra escrever e faz com que agente não tenha medo. O medo físico nãoexiste. Quando você tem uma força espi-ritual, você crê nela como um ser univer-sal.

A Semana - Zé, é difícil falar comvocê porque você me emociona depoisde falar coisas tão bonitas. Acho que agente vai ficando mais velho e cada vezmais emocionado...

José Luiz Pasin - ... Eu tenho umaformação socialista, acredito que o ca-minho para o Brasil, e para qualquer paísdo mundo até este momento, é a social-democracia. Não acredito em regimes to-talitários de esquerda e muito menos emregimes capitalistas conservadores dedireita. Isto seria perpetuar este estadode miséria e de conflitos que nós assisti-mos no Brasil e no mundo todo.

A Semana - E sua posição quantoao Partido Verde, apesar de você não terengajamento partidário?

José Luiz Pasin - Eu sempre fuicontra os programas nucleares e uma dasmetas do Partido Verde é exatamentedesativar estes monstros nucleares comoAngra dos Reis, que só trazem proble-mas para o Brasil. O Partido Verde de-fende os direitos humanos e todas as cha-madas minorias: índios, mulheres, ne-gros, minorias religiosas, homossexuais.A proposta do partido se aproxima dosmeus ideais de vida.

A Semana - Sua esperança na ju-ventude, Zé...

José Luiz Pasin - Partilho de todaa esperança que o Tom Maia também temna juventude. Minha atividade, como ide-alista que sou, sempre foi voltada para osjovens. Acredito no potencial criador dosjovens, exatamente porque a juventude éencarada como alienada, como incapaze eu não concordo com isto. Durante otempo do militarismo, iniciado em 64,os jovens sempre resistiram. Na música,nas artes, na ecologia, os jovens demons-tram muita criatividade. É a generosida-

de da juventude. Eu percebo que o jovemtem uma generosidade, um desprendi-mento muito maior que a geração adul-ta, que é uma geração muito egoísta, for-mada nos padrões capitalistas de consu-mo, que pensa exclusivamente em acu-mular bens. Eu acho que devemos fazero melhor uso possível da nossa capaci-dade, da nossa inteligência, do nosso tra-balho, para servir também à comunida-de e é neste espaço que os jovens entram.

A Semana - Você é do signo de Vir-gem, nascido em 27 de agosto, qual operfil que você faria de si mesmo?

José Luiz Pasin - Eu vejo o JoséLuiz Pasin como uma pessoa sensível,uma pessoa de formação humanista, aber-ta aos valores universais, um tanto preo-cupado com uma certa ordem nas coi-sas. Mas, sobretudo, o José Luiz Pasin éuma pessoa universal que está aberta àsmudanças, aberto às novas idéias e aci-ma de tudo uma pessoa preocupada comse identificar com a natureza. Eu cadavez mais procuro pautar a minha vidapelos valores da natureza. Eu vejo que anatureza é um grande laboratório, ondeeu posso repensar meus valores.

A Semana - Zé Luiz, é impossíveldeixar de referir à nossa amizade. De tan-to tempo que somos amigos eu semprete achei uma pessoa extremamente apai-xonada, tanto por aquilo que você fazquanto por aquilo que você sente pelaspessoas, pelo mundo. Explica pra genteo que é a paixão pra você em todos osníveis.

José Luiz Pasin - A paixão é umestado de espírito. Quando você é toma-do por ela, tudo em você se modifica.Quando você está realmente apaixona-do por uma causa, uma pessoa, você temum brilho diferente no olhar, você temum brilho na pele, você tem uma luz quese irradia. As pessoas que convivem comvocê percebem que você está em estadodiferente. A paixão é um estado deefervescência, é como se algo dentro devocê estivesse em ebulição. Quando setrata de paixão afetiva, por outra pessoa,isto transcende, irradia. Eu diria que istocontamina.

Entrevista concedida ao jornalistaJoaquim Costa e originalmente publicada

na sessão “Perfil”, do jornal "A Semana",número 11, que circulou

entre 19 e 25 de dezembro de 1987.

Page 12: Comícios Eletrônicos tempos nas eleições municipais de ... · Autoconhecimento e auto-realização são de extrema importância na vida. Todos temos limites que não devemos ultrapassar

1 21 21 21 21 2 Aparecida, 20 de agosto de 2008

L L L L L .UUUUU. X X X X X & I I I I I. O O O O O. N N N N N. S S S S SLLLLLUX & IONSUX & IONSUX & IONSUX & IONSUX & IONS

Concurso Sítio do Jucabate recorde de inscrições"

A edição 2008 do Concurso deCrônica, Desenho e Poesia promovi-do pelo Sítio do Juca, organização nãogovernamenta l com sede emGuaratinguetá-SP, alcançou quase trêsmil inscrições nas mais diferentescategorias e modalidades. Um verda-deiro recorde.

Participarão do evento, a realizar-se no próximo dia 23 de agosto, se-tenta e oito escolas de catorze cida-des da região, a saber:

Aparecida - 7Areias - 1Bananal - 2Cachoeira Paulista - 9Canas - 1

Concurso de Contos"Aconteceu em Aparecida"

As inscrições para o Concurso deContos "Aconteceu em Aparecida" au-mentaram 70% em relação ao anopassado. São vinte e sete textos de boaqualidade concorrendo aos primeirosprêmios. O corpo de jurados, seleci-onado a dedo, já iniciou o processode correção e tem prazo de entregadas notas finais previsto para o iníciode setembro.

Na noite do dia 19 de setembro,sexta-feira, no recinto da BibliotecaMunicipal de Aparecida, como acon-

O 29º revezamento "XI DE AGOS-TO" em homenagem ao dia do estu-dante, aconteceu no último dia 15.São sete estudantes por escola querealizam um percurso de quinhentosmetros cada um. A prova teve sua pri-meira edição no ano de 1980, ideali-zada por professores de Educação Fí-s i ca das esco las "Conse lhe i roRodrigues Alves" e "Américo Alves",tendo a sua frente o Professor PauloSantos como idealizador e grandemotivador do evento. O percurso daprova é invertido a cada ano, ou seja,saída da EE Conselheiro RodriguesAlves e chegada na EE Américo Alvese vice-versa, sendo composta por duascategorias: mirim e infantil. Nesteano de 2008, participaram 25 escolasda rede pública municipal, estadual eescolas particulares, perfazendo umtotal de 350 alunos.

Na categoria infantil obteve-se oseguinte resultado:

A história dos correios no Brasil re-monta a 1663, com a fundação do ServiçoPostal no Brasil, mas é no final do séculoXVIII (1798) que efetivamente se instaurao serviço de correios entre os principaiscentros econômicos do país e com o in-terior das Capitanias, além do primeirocorreio marítimo regular entre Portu-gal e Brasil.

Com a chegada da família real portu-guesa, dez anos depois, é criado o primei-ro regulamento postal, mas é durante ogoverno imperial de D. Pedro II que oscorreios brasileiros sofrem grande refor-ma de base que permitiu duas grandes ino-vações: a criação do quadro dos carteirosdos Correios da Coroa para distri-buição das correspondências nas ca-pitais e grandes cidades, em 1842; ea permissão para a emissão de selospara a franquia de correspondência.

Assim, no dia primeiro de agostode 1843, o Brasil tornava-se a segun-da nação do mundo a emitir um selopostal: a série Olho de Boi (Bullseyes).

A série é composta por três selos,

A Associação Ufológica de Guaratin-guetá (AUG), sob a presidência de FábioOliveira, realizará no dia 29 de agosto de2008, das 19h às 22h, na Câmara Munici-pal de Aparecida-SP, a I Semana Extrater-restre de Aparecida.

As palestras agendadas para a noite sãoas seguintes:

Os Extraterrestres e a BíbliaPalestrante: Émerson Rocha (ufólogo,

economista e militar de reserva)Os sumérios e os ExtraterrestresPalestrante: Fábio Rocha (teólogo, fi-

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tece consecutivamente há dezenoveanos, a patrona da biblioteca, profes-sora e pesquisadora Maria de LourdesBorges Ribeiro, será lembrada na jus-ta data de seu aniversário.

Os três contos escolhidos recebe-rão troféus personalizados e prêmiosem dinheiro.

"O Lince" publicará, na ediçãode setembro, os contos premiados.

Você está convidado. Compare-ça e prestigie os escritores de suacidade.

Cruzeiro - 4Cunha - 2Guaratinguetá - 34Lorena - 7Piquete - 3Potim - 1Roseira - 3São José do Barreiro - 3Silveiras - 1Como de praxe, a cada ano o con-

curso rende homenagem a uma crian-ça ou jovem falecido. Neste sexto anode realização, a família de Renan Bur-le de Siqueira foi agraciada com omimo dos organizadores.

Veja mais no site: www.jornalolince.com.br

Escolas de Aparecida vencema Corrida do Estudante

1º lugar - EE "Américo Alves" -Aparecida

2º lugar - EE "Pires do Rio" -Aparecida

3º lugar - EE "Conse lhe i roRodrigues Alves" - Guaratinguetá

Na categoria mirim o resultadofoi:

1º lugar - EM "Coteca" - Aparecida2º lugar - EE. "Joaquim Vilela" -

Guaratinguetá3º lugar - EE. "Comendador Sal-

gado" - AparecidaA medalha de prata obtida pela EE

"Pires do Rio" foi dedicada pelos alu-nos à Professora de Educação FísicaVirgília Maria da Silva Pereira, fale-cida há poucos dias. A homenagem foiaplaudida por todos que participaramdo evento no momento da premiação.

Exposição filatélica comemoraos primeiros selos brasileiros

sem picote, impressos na cor preta, nosvalores de 30, 60 e 90 réis. O selo de 90réis era destinado à correspondência in-ternacional, o que o torna o mais raro dasérie.

Sabe-se, é verdade, da emissão de se-los em Nova Iorque, em 1842, e em Zuri-que, em 1843, porém de abrangência re-gional. O Brasil foi o segundo país do glo-bo, depois da Inglaterra, a postar corres-pondências com selo de abrangência na-cional.

Em comemoração aos 165 anos daemissão do selo "Olho de Boi", o ClubeFilatélico e Numismático de Lorena-SP,com o apoio da Fundação Nossa SenhoraAparecida, dos Correios e outros clubesde filatelia, organizou a ExposiçãoFilatélica de Aparecida, aberta no dia 01de agosto e a encerrar no dia 24 do mês. Ohall do auditório Padre Orlando Gambi,onde a exposição acontece, está aberto deterça à sexta-feiras, das 9 às 16 horas e aossábados e domingos das 8 às 14 horas.

O endereço é Avenida Getúlio Vargas,185, Centro, Aparecida-SP.

Ainda dá tempo.

Semana Extraterrestrede Aparecida e Seminário

Valeparaibanosobre Extraterrestres

lósofo, mestrando em Ciências da Reli-gião e presidente da Associação Ufológicade Guaratinguetá)

2012 - O ano do Contato CósmicoPalestrante: Dérmeson Carvalho

(ufólogo, geógrafo e mestre em Geogra-fia)

A entrada é franca.Em dezembro, no dia 07, em Gua-

ratinguetá-SP, haverá o I SeminárioValeparaibano sobre Extraterrestres.

Maiores Informações:email: [email protected]

Carlos José Garcia de LimaProfessor de Educação Física