cintya nara massuqueto -...

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CINTYA NARA MASSUQUETO a LUDICO NA ALFABETIZACAo PARA CRIANCAS DE 5 A 7 ANOS Projeto de Monografia apresentado como requisito parcial a conclusao do Curse de Especializa~ao em Alfabetiz89BO. Centro de Pes GradU898o, Pesquisa e Extensao da Universidade Tuiuti do Parana Orienladora: Prfl Ms. Ana Maria Macedo Lopes \'c o' Curitiba 2005

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CINTYA NARA MASSUQUETO

a LUDICO NA ALFABETIZACAo PARA CRIANCAS DE 5 A 7 ANOS

Projeto de Monografia apresentado comorequisito parcial a conclusao do Curse deEspecializa~ao em Alfabetiz89BO. Centro de PesGradU898o, Pesquisa e Extensao daUniversidade Tuiuti do Parana

Orienladora: Prfl Ms. Ana Maria Macedo Lopes

\'co' Curitiba2005

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SUMARIO

I.Introduc;ao ..1.1 Justiricativa ..1.20bJetivos ..1.3 Hipoleses ..

. ~I...03

.......... 04.. 04

2. Alrabeliza<;ao.. . 052.1 Aquisic;:ao do Conhecimento.. . 062.2 A Importancia dos Jogos no Desenvolvimento da erian<;a 102.30 Brinqucdo - A Essencia da Inmncia.. . 122.4 0 Papel da Brincadeira no Desenvolvimento Infanti!.. ..132.5 Callsas da Transfofmac;:ao do Brincar 132.6 13rincadeiras com Finaiidades Ed. e de Transmissao de Valores.142.70 Papel do Professor 162.8 A Alfahelizal'iio e 0 Papel Ll,dico.. . 162.90 U,dico e a Formal'ao do EducadoL 182.10 PropOSIade Trabalho el11Sala de Aula.. . 192.11 Proposta de Atividades Ll,dicas em Sala de Aula.. . 23

3. Conclusao .. . .30

Referencias Bibliograf'icas 32

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RESUMO

o objetivo deste trabalho foi mostrar que pode existir a lado prazeroso em

aprender a [er e escrever na escota.Este lado da alegria, ehama-se brinear e jogar em sala de aula. Com

eonteudos bern planejados, envolvendo 0 edueando a participar ativamente do

proceSSD de alfabetizat;:ao. Os jog OS, trabalham como auxiliares no processo,onde muitas vezes 0 proprio educando vai construir seu jogo e algumas vezes a

educadora ira construi-los.A crian9a compreende 0 mundo de diversas maneiras. Portanto precisa

manipular e explorar todo tipo de jogo, brineadeira au material que venham de

encontro a sua aprendizagem na escola,o presente trabalho apresenta urna investigar;:ao te6rica a algumas

experiencias de sala de aula onde 0 Iudico contribuiu multo para 0 processo da

[eitura e da escrita, como tambem os objetivos a serem alcam;ados, func;:oes,valores, historico dos brinquedos e a difereny8 do jogar e brincar em sala de aula.

Brincar e urna realidade cotidiana na vida das crian9as, jovens e adultos e

para que brinquem e sufieiente que nao sejam impedidos de exereitar sua

imagina98o.

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1. INTRODUCAO

No desenvolvimento das crianc;as, e evidente a transiC;8o de uma forma para

outra atraves do )090, que e a 'ImaglnaC;8o em 8<;80. A cnanC;8 necessita de espac;o,

motiva,iio para trabalhar a constru,iio do real pelo exercicio da fantasia.

"Eo atraves de seus brinquedos e brincadeiras que a crian,. tem oportunidade de

desenvolver um canal de comunica,ao, uma abertura para 0 diillogo, com 0 mundo

dos adultos, ande ela restabelece seu controle interior, sua auto-e5tima e

desenvolve rela90es de confian,. consigo mesma e com os outros ( GABARDINO e

coi., 1992, p.12 )."

Com rela,ao ao jogo, Pia get (1998) acredita que ele e essenc',al na vida da

crian9a e que a ativ',dade ludica e 0 ber,o obrigatorio das atividades intelectuais,

sen do, por isso, indispensavel a pratica educativa.

Ja Vygotsky (1998), considera que 0 desenvolvimento ocorre ao longo da vida,

para ele 0 brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da crianr.;:a, nele

ela se comporta al8m do comportamento habitual de sua idade, al8m do seu

comportamento diario; no brinquedo e como S8 ela fosse maior do que a realidade.

Percebeu-se assim que este e 0 meio natural de S8 chegar a alfabetiz8gao; a

crianC;8 espontaneamente sai dos metodos tradicionais de ensine. No brinquedo

pode·se observar a criatividade, a expressao, as sentimentos e as movimentos que

sao de grande importancia para 0 educando, podendo ver 0 individuo ~aprendiz"e

sua totalidade biopsicossocial educacional.

Para Kramer (1995), tudo come,. pela a98o; por isso, toda atividade na pre-

escola deve ser representada ( sintetizada ), permitindo que a crian,a manifeste seu

simbolismo, pais ela se desenvolve no cantata e na interay8a com outras crianc;as.

Oessa forma a pre - escola deve sempre promover a realizaC;8o de atividades em

grupo.

Este trabalho pretende demonstrar a importancia do jogo em sala de aula dentro

do processo de AlfabetizaC;8o, on de as brincadeiras em grupas au individuais

favorecem 0 desenvolvimento socio-afetivo do educando, constituindo-se de um

auxilio didatico pedagogico na aprendizagem.

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Consider8ndo que 0 brlnc8r e indispensavel a saude 'fisic8, emocional e

intelectuai da crianya, quando bern cultivado, ira contribuir para um desenvolvimentosadie, e naTmonico do ser humano. Esta pesquisa tem 0 seguinte objeto.

Quais as atividades iudicas disponiveis, na literatura e praticados por

eopec\alistaspodem seT desenvolvidas com c1ian~asde 5 a 7 anos, a iim de

proporcionar maior interesse pela alfabetiza9ao?Para contemplar este objeto de peoQuisafoi Tealizadoum estudo bibliograflco,

com buscaem cinco sites, dois artigos publicadosem periodicose vinte livros para

melhor compreensao dos sub capitulos.

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1.1Justificativa

A motivayao para os alunos em fase de alfabetizayao e de fundamental

importancia porque incentiva a criany8 para a aprendizagem.

Ao contrario de aulas expositoras, restritas a conceP9oes tradicionais, as

atividades ludicas utilizadas como recursos de aprendizagem abrangem nao

somente ideias como tambem sentimentos do educando, proporcionando um

envolvimento total deste, no processo educativo.

Jogos, brinquedos e atividades adaptados aos objetivos do educador,

enriquece as experiencias do aluno, unindo a emoy8o e 0 prazer pel a alfabetiza9ao.

Gastar au nao gastar de pensar au raciocinar se aprende muito ceda. Querer

resolver problemas au desistir de procurar soluyoes inteligentes e honestas, e se

acomodar sao atitudes que S8 formam nos seis primeiros anos de vida.

o jogo muitas vezes existe nas escolas, porem nem sempre sao ulilizados

com a finalidade de contribuir para a aprendizagem e sim aparecem como premia

para aquele educanda que acabau a tarefa antes e a educadara sabe que ira

incomodar e assim ganha urna caixa com jogos para passar a tempo. Portanto

tolalmente desconlextualizado de uma funyao pedagogica.

A diversao, a risc e a alegria nao fazem mal a ninguem. Quem nao lembra

das musicas que cantava na pre-escola, ou das brincadeiras da hora do recreio com

os colegas? E porque nao lembramos das conlas de matematica, das avaliayoes de

questionario de ciencia, dos elementos da tabela peri6dica? Porque naa nos

ensinaram enxergar 0 significado de tudo isso na vida cotidiana.

Rosa e Oi Nisio (1999, p. 18) nos dizem que: ·Com as atividades ludicas

espera-se que a crianca desenvolva a coordenac;:ao motera, a atenc;:ae, 0 movimenlo

ritmado, conhecimento quanto a posic;ao do carpo, direc;ao a seguir e outros;

participando do desenvolvimento em seus aspectos biopsico16gicos e sociais,

desenvolva livrernente a expressao corporal, que favorece a criatividade; adquira

habitos de praticas recreativas para serem empregadas adequadamente nas haras

de lazer; adquira habitos de boa atividade corporal; seja estimulada em funyoes

organicas, visando ao equillbrio de saude dinamica que renova 0 espirito de

iniciativa tarnando-se capaz de resolver eficazmente situ8c;oes imprevistas."

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1.20bjetivas

• Relatar a importimcia do IDdico no processo de alfabetiza9ao escolar;

• Propor atividades ludicas aDs educadores que contribuem para 0

desenvolvimento prazeroso em aprender a ler e escrever;

Descrever tearicamente 0 papel do professor ao planejar atividades pedagogicas

envolvendo-as ludicamente.

1.3Hipoteses

• 0 professor alfabetizador de crian~as entre 5 a 7 anos de escolas privadas estao

qualificadas a nivel de especializayao em alfabetizayao;

• Os professores responsaveis pela educac;ao infantil de crian<;as entre 5 a 7 anos

em escolas privadas alfabetizam explorando ludicamente os conteudos

propostos;

• A evoluyao da leilura e escrita de crian~s entre 5 a 7 anas Eo facilitada pelo

educador par meio de atividades ludicas;

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2. Allabelizaclio

Quando uma crian,a entra na escola ela ja domina com propriedade a

lingua falada, comunica-se e entende 0 que Ihe e dito. Teda esta competencia no

uso da lingua, demonstrada por ela sem ordem de dificuldades, pOis nao se laz

com ela exerdcios de discriminar;ao auditiva para que ela percebesse asdiferentes sons, nem Ihe foram apresentadas palavras com apenas um fonema.

A aprendizagem ocorreu porque a crianC;:8 esteve exposta a linguagem Tambosi

(1994).

Para a criany8 e uma fase importante em seu desenvolvimento, esta

chega ansiosa par aprender, a crian~ precisa sentir que e amada e segura.

A alfabetiza,ao ocorre quando 0 aluno e motivado, que acredita naquilo

que faz sera capaz de motivar e estimular seus alunos.Ler e escrever estao intimamente ligados, poderiamos ate dizer que quem

escreve, escreve e Ie ao mesma tempo.

o exito da aprendizagem especial mente em fase inicial, depende em

saber graduar as atividades de acordo com a capacidade de seus alunos. 0

metodo de alfabetiza,ao baseado nas propria experi€mciados alunos, e um dos

melhores, senao 0 meUlor recurso para 0 desenvolvimento. Para que uma

criantya tenha urn desenvolvimento normal na aprendizagem e necessario que

tenha atingido a um nivel adequado, pois aprender ler e escrever envolve um

complexo em que a idade crono16gica p~r si nao contribui no sucesso da

aprendizagem. A escola costuma falar em alfabetiza<;ao porque pressupoem um

objetivo a ser alcan,ado, e que depende mais do professor e de uma

metodologia espedfica, do que a pr6pria crian<;a.

Para que a crian.ya seja bern sucedida no processo de alfabetiza.yao,

necessita antes de tudo ser trabalhada a psicomotricidade, pois 0 relacionamento

existente entre atividade psiquica e atividade motora do individuo e de suma

importancia.

Segundo Almeida ( 1998 ) quando a crian,a chega a escola, traz consigo

infinitos conhecimentos e experiencias de leitura e escrita. Compete a escola

auxi!ia~la no processo de decifra980 e compreens8o da lingua escrita, de modo

que essa aprendizagem seja significativa para toda sua vida.

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o professor devera habitua-Ia a pensar antes de escrever. Habitua-Ia a

expressar-se com vocabulario adequado e de forma correta.

o mais importante e a criatividade de cada aluno. No inicio da

alfabetizayao nao se pode esperar que a crianr;;8 escreva tudo que Ie, pOis a

escrita caminha mais lentamente porqlle envolve ao mesma tempo atividades

mentais e complexas, habilidades neuro - museu lares.

2.1 Aquisi~ao do Conhecimento

No processo de matura~o da crianya, 0 brinquedo, a motricidade, a

afetividade e a inteligencia estao intima mente Hgados. As atividades motoras,

associadas ao ato de brincar ( ludicidade ). possibilitam a crianya desenvolver suas

fun<;:oes afetivas e intelectuais, destacando-se como individuos; estabelecem 0

convivio social, tornam iniciativas proprias e estimulam a criatividade. 0 brinquedo

traduz 0 real para 0 mundo infanti!. Ao manipular um brinquedo. a crianya e tocada

pela sua proposta, reconhece eaisas, realiza descobertas, experiencias, analisa,

com para e cria.

~A vida da erian~aesta entregue a sua imagina~ao.A realidade e 0 presente

vivido e sentido de maneira direta e imediata. Para ela tudo acontece como se

estivesse sempre no reine do brinquedo, sem preocupa<;:oes de resultados e, muito

menos. de planejamentos" (SANTIN, 1994, p. 21 ).

o interesse par brinquedos e jogos faz com que a linguagem verbal se

aperfei<;:oe, e 0 sujeito almeje sempre mais 0 conhecimento, sitlla<;:oes desafiadoras

que propiciem e favere<;:am a aquisi<;:80 de novos conceitos, bern como as de

crescimento e intera<y80 com ooutro.

Sendo 0 eorpo em movimento, 0 meio pelo qual a crian<ya se relaciona com 0

mundo dos objetos, faz-se necessaria e indispensavel desenvolver a consciencia

corporal para estar disponivel a aprender. Na visao walioniana sao trabalhadas as

emo<yoes no ser humane desde sua origem e evolu<yao. 0 desenvolvimento da

pessoa e vista como uma constru~o progressiva, em que S8 sucedem fases com

predominancia alternada: afetiva e cognitiva, dada pelo predominio de um tipo de

atividade, correspondendo aos recurSDS de que a crian<;:adispoe no momento, para

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interagir com 0 ambiente. A motricidade do desenvo!vimento e muito enfatizada por

Wallon e apresenta a seguinte divisao:

Cinetica: movimento visfvel, como engatinhar, an dar, correr, pular, saltar,

eseorregar.

T6nica: atitudes, posturas diante das circunstancias.

A medida que se vive a cultura, vai se adquirindo 0 proprio repertorio de

conhecimentos. Wallon de. enfase ao processo de desenvolvirnento da afetividade,

do autocontrole das emo~oes, bem como das conquistas cognitivas.

"A consciencia afetiva e a forma pela qual 0 psiquismo emerge da vida

organica: e na relayao com 0 ambiente social, que garante 0 acesso simb6heo da

cultura, elaborado e acumulado pelo homem ao longo da hist6ria. E desta forma que

a crian~a toma posse dos instrumentos para atividade cognitiva" ( WALLON, 1992, p.

87 ).

A interferemcia afetiva e urn reeurso indispensavel em qualquer pratica

educativa. Para que haja descobertas e necessaria urn rela~§o significativa de afeto

entre 0 aprendiz e 0 ensinante. 0 ser humane, seja ele crian9a eu adulto, deseja e

necessita constantemente ser amado, acolhido, aceite, reconhecide, valorizado e

ouvido; despertara assim para a arte de viver, descobrir e aprender.

Conforme a teoria de Goleman ( 1995 ), 0 controle das emo~oes e fator

essencial para 0 desenvolvimento da racionalidade e cogni<;ae do individuo. Afirma

ainda que 0 cerebra emocional tern poderes para paralisar 0 cerebra pensante. Per

outro lado, a afetividade pode aumentar a capacidade de pensar, de analisar

realisticamente as problemas da vida, realizar projetos, executar 8c;oes com mais

acertos, prazer e competencia.

Ao entrar na escola, a crian<;a traz um conjunto de habilidades e destrezas

que Ihe possibilitarao aprender a escrever com facilidade, em urn tempo

relativamente curto. 0 contato e a presenC;8 da escrita na vida da crian9a antecedem

a entrada na vida escolar. A escrita pode ser definida como uma fun<;ao que se

realiza culturalmente, atraves da mediaC;ao.

"As crianc;as nao aprendem simplesrnente porque veern 0 outro ler e eserever

e sim porque ten tarn compreender que classe de atividade e eSS8. As crian98s nao

aprendem simplesmente porque veem letras escritas e sim porque se propoem a

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compreender porque essas marcas graficas sao diferenles de outras. As crian.yas

nao aprendemapenas por terem lapis e papel a disposiyiio, e sim porque buscam

eompreender 0 que se pode obter com esses instrurnentos. Ern resumo: nao

aprendem simplesrnente porque veern e escutam, e sim porque elaboram a que

recebem, porque trabalham cognitivamente com 0 que 0 meio Ihes oferece"

(FERREIRO,2000 p. 21).

o ate de ler e eserever pressupoe a habilidade de usar algumas insinua90es

como: linha, ponto, circulos, tra~os aleat6rios como signo auxiliar, aparentemente

sem significado. Resultadosde trabalhos desenvolvidos garantem a afirmayiio de

que 0 desenvolvimento da escrita na erian.ya prossegue ao 10ngo de um eaminho,

que podemos deserever como a transforma98.0 de urn rabisco nao diferenciado para

um signo diferenciado. Riscos, rabiseos, linhas, ao longo do tempo, sao substituidos

par figuras e imagens, e estas dac lugar a sign os.

Ha condi.yoes basieas que ajudam uma crianQa a ser capaz de eserever em

suas praticas cotidianas diante das eoisas que a cercam. Entre elas, destacam-se:

• Rela,oes com os elementos do mundo de interesse da crian,a, que

gostaria de possuir, e com eles brincar;

• Rela,oes com objetos, que desempenhamum papel instrumental e util,

contribuindo para a aquisi,80 de outro objeto ou alguns objetivos que

tenham significado funciona! para a crianQa.

A capacidade de imaginayiio da clian,a atravessa fronteiras muitas

vezes nos surpreende, tamanha sua criatividade. Existem momentos em que,

ao se expressar, foge de qualquer regra convencional da escrita. Para a

crian.ya tudo tern sentido: urn sinal, uma letra, urn desenho. Atualmente, enotavel que 0 rna is importante para ela e, primeiro, expressar-s8. Ela escreve

palavras ou mesmo constr6i um texto sem muito significado para ° adulto,

mas capaz de "Ie( exatamente a mensagem que quis transmitir; mesmo

palavras mal escritas, rabiscos e desenhos iniciais deixam de ser tentativas

de eserita para se tornarem escrita real.

A transmissao cientifica baseia-se na linguagem escrita, e esta baseia-

S8 em uma interpreta980 compartilhada; diante disso, e necessaria considerar

as diferen.yas sociais e as individuais. Ciente das influencias sociais e

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metodol6gicas, Emilia Ferreiro certiflcouMse de que as caminhos para

"reinventar" a escrita sao as mesmas para lodas as crianC;8s, independentes

da classe social. Conforme a teoria de Piaget, que considera sujeito

cognocente tado aquele que busca adquirir conhecimento e que, de forma

ativa, procura compreender 0 mundo ao seu redor, busca respostas as

perguntas que este meio provoca; Emilia Ferreiro considera 8 crianC;8 urn ser

cognocente, na medida em que procura a aprendizagem dos conceilos da

escrita.

A crianya em cantata com a escrila, formula tearia, metodologia e

gramalica proprias, num processo logico e coerente que imagina ser sua

Hngua e que executa como algo real e compreensfvel para lodos.

Em cada nivel. A crian,a elabora suposi,oes a respeito dos processos

de constru,ao da leitura e da escrita. A mudan,a de um nivel par outro

acontece quando ela se depara com questoes, que ao nivel em que ela se

encontra nao pode explicar. 0 mediador dessa caminhada precisa ter

presente que, em qualquer situa,ao de aprendizagem, deve se obter

conhecimento. 0 processo e gradativo e, por ser processo, e necessaria

respeitar etapas e explora-Ias da melhor maneira possivel. Como diz Freire

(1978, p. 17) "0 educador deve ser um inventor e um reinventor constante

dos meios e dos caminhos, que facilitem mais e mais a problematiza,ao do

objeto a ser desvelado e apreendido pelos alunos".

A constru,ao do desenvolvimento infantil parte da propria historia, do

mundo cultural e existencial das crian98s. As experiencias devem partir de

suas necessidades, dando enfase aquelas motiva90es infantis, muitas vezes

esquecidas na familia e no contexto social: cOmUniC8C;aO, socializa98o,

movimento, explora9ao do brinquedo, autonomia, fantasia, aventura,

construyao. Eo pertinente olhar para a crian,a como alguem que ja possui urn

notavel conhecimento; independente do metodo utilizado, 0 educador precisa

ser presenc;a mediadora, navegando sempre, mais, junto a seus educandos

no mundo das letras, pesquisa da literatura, oportunizando momentos do faz-

de-conta, jogos, dangas, viagens imaginarias, teatros, dramatiza,oes, escrita

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espontanea, prodUlfao de texto individual e coietivo, [eituras de gibis, historias,

jornais, noticias diversas, brincadeiras, curiosidades e outros.

De acordo com Vygotsky (1991, p. 35), "As relayoes que 0 individuo

estabelece corn 0 meio sao fundamentais para 0 seu desenvo[vimento e a

linguagem, na intera98.0 com os outros, e um dos fatores que propicia estas

relayoes"

Desde muito cedo, 8 crianC;8 interage com 0 meio, explora objetos, rnanipula

diferentes materiais, estabelece cantatos e cria relayoes. A seguir a crianya comeya

a formular seus pr6prios conceitos. Para isso torna-se essencial 0 respeito as eta pas

de desenvolvimento dela. Para que ela atinja urn raciocinio abstrato precisara passar

par muitas experiencias concretas. Outro aspecto relevante na construry8o do

conhecimento e a evolw;ao individual de cada crian<;a. Torna-se frequente

encontrarem-se crianC;8s com a mesma idade e com ritmos bern diferentes.

Os conhecimentos que temos hoje sobre desenvolvimento infantil, ensino,

aprendizagem e escrita nos permitem dizer que e falsa a polemica sobre a "idade

certa" para uma crian<;a ser alfabetizada. Vivemos numa sociedade letrada, com

escrita par tad os os lados. Quando saimos pela cidade, deparamo-nos com [etrelfos,

placas de ruas, jornais, revistas, cartazes de propaganda. No comercio, as r6tulos

dos produtos nos dao informac;oes - e 0 mesmo aconleee com a televisao, por

exemplo.

Portanto a erianC;8 convive com a escrita e sua func;ao social desde cedo. Ela

e letrada antes mesmo de estar alfabetizada, porque esta imersa nas praticas

soeiais da leltura e da escrita da comunidade em que vive.

2.2 A Importancia dos Jogos no Desenvolvimento da Crian~a

No desenvolvimento das crian'Yas, e evidente a transi'Y3o de uma forma para

outra atraves do jogo, que e a imaginayao em a,ao. A crianya necessita de espayo,

motivagiio para trabalhar a constru,ao do real pelo exercicio da fantasia.

A imagina9ao e um processo psicol6gico novo para a crian9a, representa uma

forma especificamente humana de atividade consciente que nao esta presente na

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eonsciencia das erian~as muito pequenas e esta ausente nos animais. Ela surge em

forma de jogo, que e a imagina9ao em a9ao.

A erianya neeessita da imaginac;8.o do meio fisteo e social, onde podera

construir seu pensamento e adquirir novas conhecimentos de forma ludica, on de hao prazer na aprendizagem.

Atraves das brincadeiras, do joga simb6lico, a crian9a cria situac;;oes e

resolu90es para os problemas. E capaz de lidar com diiiculdades pSicol6gicas, como

a meda, dar, perda, conceitos de bern e mal, sendo um reflexo do meio em que vive

e de situac;oes imaginarias que os desenhos animados apresentam na televiseo.° brinquedo aparece como urn peda90 de cultura, pOis leva a crian9a a

imaginar, agir e representar a vida e silua90es desta, que se apresentam na familia

e na sociedade.

"E atraves de seus brinquedos e brincadeiras que a crianc;a tem opoltunidade

de desenvolver urn canal de comunica9ao, uma abertura para 0 dialogo com 0

mundo dos adultos, onde ela restabelece seu contrale interior, sua auto-8stima e

desenvolve rela90es de confian9a consigo mesma e com os oulros" (GABARDINO,

1992,p.12)

A aprendizagem naD ira acontecer somente atraves do ludico: he. um Qutro

fator imprescindivel para que esta aconte98: 0 individuo precisa estar estimulado

para aprender. 0 processo ensina - aprendizagem deve ser projetado nas situa¢es

reais, com situa90es - problema, sendo trabalhado 0 esquema corporal, a

coardenayao motora, entre outros aspectos importantes que favorecem a

aprendizagem significativa para 0 individuo

o ludico deve ser vista e praticado de forma consciente, pais nao e mera

diversao ou preenchimenlo de tempo, e sim, um fator essen cia I para uma educayao

de qualidade ao individuo.

UA aprendizagem da leitura e da escrita deve ser entendida como um

processo de mulliplas dimensoes, que promovera 0 individuo a condi90es de ser

social ativo, considerando suas experiencias e interat;6es com seus pares a tim de

que ele possa construir a escrita" ( ROSA, 1998 ).

E pela brincadeira que a crianga aprende a conhecer a si propria, as pessoas

que a cercam, as relayoes entre as pessoas, os papeis que elas assumem. E

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atraves do jogo que ela aprende sabre a natureza, os eventos sociais, a estrutura e

a dinamica interna de seu grupo.

as jogos se caracterizam pela predominancia da fantasia infantil, aquilo que

nos chamamos de imaginaC;8o da crianc;a.

Partindo dos jogos e de brincadeiras tratadas de forma reereativas, 0 aluno

evolui, no dominie de seu corpe, desenvolvendo e aperfeic;oando as suas

possibilidades de movimento consciente, conquistando novos espagos, superando

suas limitayoes e encarando novos desafios motores, cognitivos, sociais e afetivos.

o jogo Eo insubstituivel como parte integrante da Educayao. Nao dar

oportunidades ao aluno para brincar representa impedi-Io de trabalhar com os seus

impulsos, aprendendo inclusive, a avalia-Ios e controla-Ios.

o jogo e uma forma de adquirir habilidades e conhecimentos, jogando e

brincando 0 aluno aprende as qualidades intrfnseeas e extrinsecas dos diversos

objetos sobre os quais atua, tais como: sua forma, seu tamanho, sua textura, sua

cor, sua semelhanya e suas diferenyas.

E jogando e brincando que 0 aluno descobre e desenvolve a sua criatividade

e seu "eu", podendo assim, estruturar e utilizar a sua personalidade integral.

Devido a um conceito generalizado de que nas situac;oes em que a crianc;a

atua at raves de jogos ou brincadeiras, ela nao esta fazendo OU aprendendo nada, a

eseela formal faz muito poueo usc dessas estrah§gias.

2.3 0 Brinquedo - A Essencia da Inlancia

o brinquedo possibilita 0 desenvolvimento integral da crianya, ja que ela se

envolve afetivamente, ccnvive social mente e opera mentalmente; tudo isto de

maneira envolvente, em que a crianga despende energia, imagina, eonstr6i normas e

eria alternativas para resolver os imprevistos que surgem no ato de brincar.

o brinquedo facilita a apreensao da realidade e e muito mais um processo do

que um produto. Nao e 0 fim de uma atividade ou 0 resultado de uma experiencia. E,ao mesmo tempo, a atividade e a experiencia, envolvendo a participa~ao total do

individuo. 0 brinquedo possibilita a emergencia de comportamentos espontaneos e

improvisados.

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"0 brinquedo a a essencia da infancia; a 0 veicu!o do cresci mento, a um meio

extremamente natural que possibilita a crian,a a explorar 0 mundo" ( GABARDINO,

1992 ).

Os jogos e os brinquedos desempenl1am papeis relevantes no

desenvo!vimento infanti! e na transmiss80 de cu!tura, de gerag80 em gerag80. 0

brinquedo pode preyer diferenciagao de papais, pode ser cooperativo, competitivQ

ou impregnado de momentos de cooperagao e competic;ao. As brincadeiras

permitem as crianyas: identificar, generalizar, classificar, agrupar, ordenar, seriar,

simbolizar, combinar e estimar. E juntamente com estas operagoes, a atengao esta

sendo desenvolvida, a mesma ocorrendo com respeito as relayoes espaciais e

temporais. Quanta mais a brinquedo possibilitar a exp[oraC;ao livre da crianga,

melhor Quanto menos isto ocorrer, mais a crian,a estara na condi,ao de mera

espectadora. Ela se envolve afetivamente, com 0 mundo, tanto quanto 0 do adulto,

possibilitando-Ihe descobrir-se e entender-se, conhecer as seus sentimentos e forma

de reagir ( BROUGERE, 1998 ).

2.4 0 Papel da Brincadeira no Desenvolvimento Infantil

Atravas das brincadeiras educativas, as crianyas aprendem a respeitar a

pr6ximo e as idaias divergentes das suas, aprendendo assim, como conviver

harmoniosamente em sociedade.

a brincar nao e urna qualidade inata da crianY8. "Brincar nao e urna dinarnica

interna do individuo, mas uma atividade dotada de urna significac;8.o social precisa

que, como outras, necessita de aprendizagem"( BROUGERE, 1998). Isto e, a

crianga aprende a brincar e isto se da desde as primeiras interac;6es ludicas entre 8

mae e 0 bebe.

2.5 Causas da Transformac;ao do Brincar

Oentre as causas mais significativas da transformac;8.o do brincar no decorrer

do seculo nas grandes cidades, destacam-se:

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• Uma significativa reduy8.o do espac;:o fisico: com 0 crescimento das cidades e a

falta de seguranya, os espac;:os ludicas viram-se seriamente ameac;:ados e

diminuidos.

• A redul'ao do espal'o temporal: dentro da instituigao escolar, a brincadeira foi

deixada de lado em detrimentos de outras atividades julgadas mais "produtivas".

No contexto familiar, tanto a mudanga no papel da mulher, orientada ao trabalho,

quanto 0 grande espal'o ocupado pela televisiio no cotidiano infantil, ou por

outras atividades extracurriculares, constituiram aspectos significativos na

diminuic;:8.opara estimulos para a brincadeira.

, incremento da industria de brinquedos colocou no mercado objetos mais

atraentes, transformando as interagoes sociais, nas quais eles passa a ter urn

papel relevantes.

• A propaganda contribui para 0 incremento do consumo de brinquedos

industrializados no mundo infanti!.

Garvey ( 1990, p. 96 ) propos a seguinte deftnigao de brincadeira, que eprovavelmente a melhor defini9ao que os educadores podem ter:

• A brincadeira e prazerosa, divertida. Mesma, quando nao for

acompanhada de sinais de alegria, ela ainda e avaliada positivamente

pelos envolvidos.

• A brincadeira e espontimea e voluntaria. Ela nao e obrigatoria, mas

escolhida livremente pelos participantes

A brincadeira requer algum envolvimento ativo dos participantes.

2.6 Brincadeiras com Finalidades Educacionais e de Transmissao de

Valares

A brincadeira constitui-se, basicamente, em urn sistema que integra a vida

social da crianc;:a. Caracteriza-se par ser transmitida de forma expressiva de uma

gerac;:ao a outra au aprendida nos grupos infantis, na rua, nos parques, escolas,

festas etc., e incorparadas pelas crian98s de forma espontimea, variando as regras

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de uma cultura a outra; mud a a forma mas nao 0 conteudo da brincadeira; 0

conteudo refere-se aos objetivos basicos da brincadeira; a forma e a organizaC;80 da

brincadeira no que diz respeito aos objetos ou brinquedos, espa90, tematica,

numeras de jog adores, etc. Par exemplo: na amarelinha, 0 objetivo basica consiste

em lan<;arum, objeto, pegar aos pulos e voltar com ele. Esta brincadeira conhecida

universalmente muda sua forma de uma epoca a outra, de urn pais a outra au de urn

grupo a outro ( 0 tra<;ado,os objetos, 0 numero de jogadores).

Essas brincadeiras sao imitadas ou reinterpretadas pelas crianyas. Isso varia

em fun,ao dos diferentes estimulos, interesses e necessidades de cada grupo

cultural de crian<;as.

"Assim as brincadeiras fazem parte do patrimonio ludica - cultural, traduzindo

valores, costumes, formas de pensamentos e ensinamentos" ( MARTINALLI, 1996,p.

27).

As brincadeiras educativas, entretanto, servem a um proposito pedagogico,

ao mesmo tempo em que mantem sua fun<;ao de satisfa,ao pessoal. Assim, as

criangas na area de tarefas domesticas de uma sala de aula, obtem satisfag80

pessoal ao dramatizarem 0 papel que escolheram, ao interagirem com pessoas em

outros papeis e ao usa rem varios objetos de uma forma inovadora em sua

brincadeira. Seu valor educativo e que ajuda as crianc;as a se explorarern e

entenderem as dimens6es dos papeis e os padr6es de intera,80 entre eles,

estimulando 0 seu entendimento futuro do mundo social e ajudando-as a

construirem um auto conceito realista.

A medida que as crianc;as crescem, os professores geralmente limitam 0

tempo dedicado a brincadeira livre na sala de aula, e aumentam 0 total de

brincadeiras dirigidas e de trabalho. 0 papel-chave dos professores e modificar a

brincadeira natural espontanea das crianc;as para que ela adquira urn valor

pedagogico, ao mesmo tempo em que mantem suas atividades ludicas. Os

professores tambem criam brincadeiras educativas menos espontaneas, que sao

avaliadas nao somente de acordo com 0 grau de envolvimento das crianC;8s, mas

tambem com sua eficacia em atingir as metas educativas.

"Se brinquedos sao sempre suporte de brincadeira, sua utilizaC;8o deveria

criar momentos Judices de livre explorag8e, nos quais prevalece a incerteza do ato e

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no se buscar resultados. Porem, se os mesmos objetos servem como auxiliar da

a~ao docente, buscam-se resultados em relac;ao a aprendizagem de conceitos e

nor;6es OU, mesmo ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, °objeto conhecido como brinquedo nao realiza sua fun9ao Judica, deixa de ser

brinquedo para se tornar pedag6gico" (KtSHtMITO, 1998, p.14).

2.7 0 Papel do Professor

"Se a brincadeira deve ser educativa, as professores devem assumir a papel

principal, determinando suas condi~6es, direcionando-a e modificando-a" (

SPONSELLER, p.233 ).

Portanto, embora as professores nao possam determinar algumas das

influencias sabre 0 brincar, eles controlam outras. Para assegurar que a brincadeira

em uma sala de aula tenha conseqOencias educacionais positivas, os professores

devem oferecer a preparagao, um planejamento cuidadoso e orientagao. Os

professores arientam a brincadeira educativa das crian~as quando a planejam,

iniciam e direcionam durante a atividade.

Ao planejarem a brincadeira, os professores devem providenciar as recursos

necessarios, incluindo 0 tempo, as areas reservadas para os diferentes tipos de

brincadeiras, os materiais adequados para cada uma e a disposi~ao dos grupos de

criangas que querem se envolver nelas, devendo existir um periodo minima que

permita as criangas passarem pelas atividades preparat6rias e elaboragao dos

temas para as jogos dramaticos.

"Assim como planejam as atividades das criangas, as professores devem

ajuda-Ias a planejar por elas mesmas. Estes planejamentos ajudam as crianc;as a

assumirem a controle de suas atividades e melhoram seu senti men to de auto-estima

e responsabilidade"( CASEY & LIPPMANN, 1991 ).

2.8 A Alfabetiza~ao e a Papel Ludico

Os estudo de Vygotsky, Piaget e Ferreiro, citado por Krammer ( 1992 )

consideram a Questao da leitura e a escrita na alfabetizac;ao como indiscutiveis. A

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crianya comeya a questionar-se acerca da escrita, desde que interage com objetos

de leitura pela primeira vez. A "semente" desse processo construtivo esta em terra

fertil desde suas primeiras interayoes com 0 mundo e, principal mente, desde as

primeiras construyoes representativas, correndo soltas pelos caminhos do ludico.

Na ay80 escolar, as atividades ludicas podem ser bastante uteis em diversas

situa90es pedag6gicas, dado 0 seu can,ter motivacionat. tmbuidos de ludicidade,

conteudos de Matematica, Portugues entre outras disciplinas, podem ser melhor

dirigidos. E possivel brincar de pular corda e aprender portugues, desde que a

aprendizagem da lingua nao seja 0 unico objetivo, mas que as coordena90es de

espa90 e tempo, as relayoes sociais, a diversao, a alegria, entre outras coisas,

tenham igual grau de importancia. E muito born entregar-se a brincadeira, a algo que

ja esta assimHado, basta se deixar levar, usufruindo do prazer que toda a a9ao

coordenada confere; coordena9aOesta que, se nao for exercitada, atrofia-se. Algum

coisa aprendida, se deixada de lado, sem exercicio, e esquecida ( ROSA, 1999 l.Do ponto de vista cultural e social, 0 Ludico tende a inserir as crianyas ao seu

meio, ensinando-Ihe diversos aspectos de sua cultura. Benjamin ( 1984 l faz

algumas referemciasimportantes sobre 0 ludico, considerando seu aspecto cultural.

Brinquedo e brincar, para ele, eslao associados e documentam como 0 adulto se

coloca em relayao ao mondo da crianya. Seus estudos demonstram que a essencia

do brincar nao e fazer "como se~,mas fazer "sempre de novo", sendo que e nesse

momenta que ha aquisiyao de urn saber fazer, capaz de transformar a experiencia

em habito.

Tanto os estudos de Piaget, como os de Vygotsky levam a refietir sobre 0

significado do jogo simb61icoe do brinquedo na inffmcia, do ponto de vista de seu

valor no desenvolvimento da crian9a, na constru9ao de sua personalidade, que

envolve 0 intercambio do cognitivo e do aretivo. Atraves dele desenvolve-se as

relac;oes interpessoais, a conhecimento 16gico-matematico, a representac;ao do

mundo, a linguagem e tambem a leitura e escrita.

A escrita vai se tornando naturalmente necessaria no jogo das interlocu90es e

das intera90es que se estabelecem na vida enos espa90s das institui90es de

educa9ao infantil, quando entendida tambem na sua forma9ao social, por exemplo,

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quando as crian9as se utilizam da escrita como forma de lembrar de uma receita, de

urn recado, para escrever urn bilhete para urn amigo.

Reflexoes sabre as rela90es enter 0 brinquedo, 0 jogo simb61iea e a

psicogenese da lingua escrita nao paderiam prescindir da literatura, de sua magia,

da fantasia trazida em letras. De "oralidade" que se transformam em textos escritos,

e retornam como ~oralidadesn na voz do adulto que Ie historias para as crian9as e na

vaz das crian<;as qLle tambem leem essas historias. Aa ver e auvir historias, as

crian<;as leem as imagens ( ilustra~6es dos outros ), estabelecem rela~6es entre

textas e imagens e VaG descobrindo a leitura, descobrinda que padem desenhar naa

so os seres, as objetos, mas tambem as palavras. Vygotsky afirma que 0 gesto e a

signa visual inicial que contem a futura escrita, assim como a semente contem a

futura arvore.

2.9 0 Ludico e a Forma~ao do Educador

Ao entender a educa<;:ao como urn processo historicamente produzido e 0

papel do educador como agente desse processo, que nao se limita a informar, mas

ajudar as pessoas a encontrarem sua propria identidade de forma a contribuirem

positivamente na sociedade e que a ludicidade tern sido enfocada como uma

alternativa para a forma~ao do ser humano, pensamos que os cursos de forma~ao

deverao se adaptar a esta nova realidade.

Uma das formas de repensar os cursos de forma~ao e introduzir na base de

sua estrutura curricular um novo pilar: a forma~ao ludica.

A forma~o do educador ganharia em qualidade se, em sua sustenta~ao,

estivesse presente tres pilares: a forma98.0 teorica, a forma<;8.o pedagogica e, como

inOV8<;:aO,a forma<;:8.oludica

Quanta mais a aduno vivenciar sua ludicidade, maior sera a chance de este

profissional trabalhar com a crian<;a de forma prazerosa,

Introduzir atividades ludicas como elemento dinamizador de uma proposta

pedagogica, requer, no minimo, que este profissional tenha vivenciado a ludicidade

em sua trajetoria de vida e academica tambem. E preciso, portanto, que sejam

repensados valores aos curriculos dando a estes uma nova vis8.o da crian<;a, jogo,

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brinquedo, desenvolvimento e aprendizagem. Estas caracterfsticas oportunizarao e

seus egressos a descoberta da propria ludicidade, levando-os a desenvolver nas

crian,as a alegria de entender a escola como um espa,o acima de tudo prazeroso.

N6s educadores, aos poucos descobrimos e tomamos consciencia de que,

para que tudo isto tenha resultados positiv~s, devemos estar prontos para responder

a suas perguntas, dialogar de maneira simples e direta, nao Ter pressa, conhecer 0

conteudo para ensinar com seguran9a e incentivando-a nas suas descobertas e

amparando-a quando trope,ar. Se cada educador para pensar e levar a serio a

realidade da crian<;a que hoje frequenta nossas escolas e sendo ele urna profissional

competente e responsavel, dara mais atenC;:Bo ao desenvolvimento cognitivo,

psicol6gico e emocional, conduzindo-a em suas descobertas, dando condi90es de

explorar ao maximo seu espa,o com objetos de formas diferenciadas ( SANTOS,

1994 ).

2.10 Proposta de Trabalho em Sala de Aula

De acordo com Adriana Rosa, e necessaria desenvolver determinadas

habilidades na pre - escola. Habilidades estas que sao fundamentais e fornecerao

ao educando pre - requisitos para a aprendizagem de leitura e escrita.

• PERCEPc;:AO:pelos orgaos dos sentidos hi! 0 estabelecimento do contato

com 0 mundo exterior, onde organiza e compreende os fenomenos que

estao acontecendo ao seu redor. Mais au menos por volta dos seis anos,

quando ha 0 aumento do vocabulario, a crian9a comerya sua a980 de

abstra,ao. Aos nove anos de idade ja tera capacidade de trabalhar com as

formas de pensamento abstrato. Na primeira serie e muito importante que

sejam trabalhados todos os aspectos da percep,ao: visual, auditiva, tatil,

olfativa e gustativa.

• ESQUEMA CORPORAL: e 0 conhecimento do seu proprio corpo, suas

partes, movimentos e posturas. A imagem corporal que 8 crian98 tern de si

mesma, podemos perceber atraves de seu desenho da figura humana.

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Para 0 conhecimento do seu "euR

, e muito importante esse conhecimento

corporal. 0 trabalho e a estimula,ao deste aspecto torna 0 corpo do

educando como ponto de referencia necessaria para a aprendizagem de

conceitos indispensaveis para a alfabetizag:ao: em c;ma, em baixo, na

frente, atras, esquerda e a direita.

• LATERALIDDAE: a lateralidade e um ponto de referencia neurologica que

se tem por um lado do corpo: pe, milo, olho e ouvido. Para a aquisi,ilo da

leitura esses pontos sao basicos a serem observados. Existem destres

que utiHzam a lado direito do corpo e indivfduos canhotos que utilizam 0

lado esquerdo, como tambem os ambidestros que S8 utilizam dos ambos

lados do carpo. 0 termo lateralidade cruzada e quando 0 individuo tem

preferencia pela milo de um lado e pelo olho e pelo pe do lado oposto.

• ORIENTA~AO ESPACIAL E TEMPORAL: ver as coisas em rela,ilo a si

mesmo e saber orientar-se no espac;o. E poder dirigir-se, avaliar as

movimentos e adapta-Ios no espa,o vivido e poder de forma correta.

Trabalhar com orienta,ao espacial e temporal evitara a confusilo da

escrita de certas palavras ( bid, plq ); 0 educando passara a respeitar a

ordem das 1etras nas palavras e tambem nas frases. A orientag:ao espacial

e temporal ajudara a crian,a na capacidade de locomover-se da direita

para a esquerda, evitando que pule linhas desnecessarias durante a

leitura, e fazendo com que respeite limites de margens, trac;ados e

organizaC;Bo com seu propria material escolar. Nao podemos esquecer

que cada individuo ·tem seu proprio tempo e, portanto, S8 organiza de

acordo com ele. Atraves da percep,ilo do tempo, a crian,a compreende 0

que e hoje, ontem, amanha, dias da semana, meses, anos, horas, etc.

• COORDENA~AO VISOMOTA: e a uniao dos movimentos globais e

especificos do corpo com a visao. Na coordenaC;8o motora global as varios

musculos sao trabalhados, e na coordenag:ao motora fina sao as

habilidades manuals como recorte, apreensao, pintura, etc.

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• RITMO: habilidade importante, pois da a crian~a a no~ao de dura~ao e

sucessao de sons no tempo. A ausencla desta habilidade paden§. levar a

uma leitura lenta, silabada, com pontua~ao e entona~ao inadequadas,

amissae e audit;60 de algumas letras na hara da produ98o da escrita.

• ANALISE E SiNTESE VISUAL E AUDITIVA: e a habilidade de visualizar 0

todo, e poder dividir esse todo em partes e depois junta-las para voltar ao

todo. Esse trabalho podera ser iniciado com adivinha~6es e rimas.

Analisando palavras, a educando deve compreender a sua decomposi~ao,

bem como sua composi,ao, como por exemplo:

BRINCADEIRA BRI CA DEI RA BRINCADEIRA

Para e !eitura e escrita acontecerem, a leitura vern em primeiro lugar, au seja,a palavra precisa ser ouvida, visualizada e, par ultimo, transcrita.

• HABILIDADES VISUAlS: enxergar bem e uma habilidade visual, portanto,

e necessario que a educando esteja enxergando bem para se allabetizar.

a educador precisa avaliar S8 0 educando nao passu; dificuldades navisao. S6 com uma boa acuidade visual e possivel a percep~aa de

semelhanc;as, di'ferenC;8s,tamanhos e desenvolvimento da memoria visual.

• HABILIDADES AUDITIVAS: e a capacidade de auvir com nitidez que 0

educando necessita para se a~abetizar. Os simbolos graficos chegam ao

nosso cerebro atraves da visiio e da audi9iio e la sao retidos. Se a

individuo possuir dificuldades au lalhas nestas areas, a alfabetiza9iio nao

podera Dearrer normal mente e sem dificuldades. 0 sistema nervosorecebera informac;oesdistorcidas do ambiente. E necessaria aD primeiro

sinal de baixa acuidade auditiva, au seja, a criantyademonstra problemaspara ouvir, a educadar deve salicitar urn teste par urn fonoaudi61ogo.Estimular bastante sons parecidos ( flv, Ud, b/p ), como tambem estimular

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a memoria auditiva, e necessaria, quando a retenc;:aa e recordayaa do que

a crianga entendeu e aprendeu, e assim pode ligar 0 simbol0 grafico com

o som correspondente.

• MEM6RIA ANESTESICA: e quando ha reten9iio de movimenlos motores

necessarios a realizac;:ao grafica, conforme vai entrando em cantato com 0

universo da leitura e da escrita. Se houver falhas nessa habilidade, a

crian,a tera dificuldade de tra,ao de letras e de saber par qual lado

iniciara sua escrita.

• L1NGUAGEMORAL: a linguagem oral e pre-requisito para a alfabetiza,ao,

au seja, a leitura e a escrita. A crianc;:a precisa ser estimulada a falar e a

contar fatos rotineiros para que a linguagem se amplie ate perceber que 0

que fala podera ser simbolizado por letras.

• PROCESSO DE LEITURA: e uma processo de compreensao que envolve

aspectos sensoria is, emocionais, fisiologicos, neurologicos, culturais,

econ6micos e politicos. E a decifrac;ao de urn c6digo e a compreensao de

uma ideia. Os 6rgaos da visao permitem que a crian,a identifique e

diferencie visual mente cada letra e cada som correspondente. Para que

uma crianc;:a adquira os simbalos graficos, sua integridade sensorial

devera estar perfeita e sua capacidade de integrar experiencias tambem.

• 0 PROCESSO DA ESCRITA: escrever tem como significado relacionar 0

signo verbal, que ja tem um significado, a urn signo grafico. Na escrita hi! 0

estabelecimento do mecanismo e a expressao do conteudo ideativo. Ha

uma relac;:aoentre audic;:ao, 0 significado e a palavra escrita. Quando uma

crianc;:aja possui 0 significado do objeto interiorizado, sua escrita e sua

leitura se tornam mais faceis. Ao escrever ocorre a discriminac;:ao visual de

detalhas da palavra, trac;:ado grafico, associac;:ao, vivencia e reproduc;:ao

grafica da palavra no papeL A evolU(;ao grafica de uma crian9a e 0

resultado da tend€!'ncia natura!, expressiva, representativa que revel a seu

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mundo onde 0 educador tera papel fundamental de instrumentar esse

processo e nada melhor que seja prazerosamente com 0 Judico.

2.11 Proposta de Atividades Ludicas em Sala de Aula segundo as autoras

(Gerusa Rodrigues Pinto I Regina Celia Villa<;:aLima).

Jogo do Alfabeto com Sucatas

Material:

• 36 tampinhas, calxas de f6sforos, caixas de Knorr au Qutras.

• Letras do alfabeto recortadas de revistas, jornais, au 0 professor pode xerociHas.( As vogais serao repetidas tres vezes ).

Como Jogar:

• Colocar as letras do alfabeto nas tampinl1as ou caixinhas.

• Cada aluno calcca a sua cole98o de tampinhas em urna sacola au caixinha.

professor fala uma palavra e as alunos formam a palavra na carteira.

• professor podera tambem pedir que formem uma palavra come<;:adacom MA,

BO, CO, etc.

• jogo pod era S8r feito tambem 8m grupos de 2 au 4 alunos.

• As tampinhas com 0 alfabeto poderao 58r usadas para calccar em ordem.

professor pedira que digam quais as letras que estao antes e depois da letra J.

• A palavra que esta antes do P, depois do L, etc.

Caixinhas Iiustradas

Material:

• Caixinhas de f6sfofOS

• Gravuras pequenas

Cola

• Letras recortadas

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Como Jogar:

professor e as alunos recortarao figuras de revistas vel has e as colarao em

caixinhas de f6sforos au faraD 0 desenho.

• Dentro das caixinhas, estarao fichas com as letras do nome da gravura.

• Os alunos pegam as caixinhas, observam a gravura, abrem e, com as letras que

estao dentm, formam a palavra correspondente a gravura.

• Os alunos podem podem tentar formar novas palavras com as mesmas letras.

• vencedor sera 0 que formar mais palavras.

Jogo da Memoria do Alfabeto

• Confeccionar varias fichas com pares de letras do alfabeto e/au sflabas.

aluno vira duas fichas. Se encontrar 0 par, fica com ele e devera dizer uma

palavra come~ada com a letra.

• No final, quem tiver mais fichas sera 0 vencedor.

Caixinha da Sorte

Material:

• Caixas de f6sforos forradas com papel fantasia e com silabas coladas na parte

superior.

Como Jogar:

• As caixinhas ficarao dentro de uma caixa au sacola.

• Cada crian<';:8, na sua vez, retira tres caixinhas.

• Se ela formar uma palavra ganha ponto.

• Os que nao conseguirem poderao trocar as caixinhas entre si para formar as

palavras.

• A cada rodada as caixinhas voltam para a sacola e todos retiram novamente tres

caixinhas.

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Varia~aa:

• Em vez de caixinhas, 0 professor podera confeccionar fichas em papelao,

cartolina au papel cartao com as silabas, para as alunos jogarem a mesmo jogo.

Boliche do Alfabeto

Material:

• Embalagens de refrigerante au Bliss

• Letras do alfabeto em fichas

• Cola

• Bolas de mera

Como Jagar:

• Os alunos deverao colar nas embalagens as letras do alfabeto bem legiveis (

uma letra em cada embalagem )

• Enfeitar as embalagens a uma certa distancia. Os alunos vao ten tar derruba-Ias

com as bolas de meia.

• Ao derrubar as embalagens, os alunos copiam as letras que estao nelas e

escrevem, numa folha, palavras iniciadas com elas.

Quem conseguir escrever mais palavras sera 0 vencedor.

Peseando Palavras

Material:

• Fichas em formata de peixes

• Pineel at6mico

• Varas de pescar com anzol

• Caixa de areia ou serragem

Como Jogar:

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Recortar os peixes em papel cartao e escrever letras ou palavras em cada urn.

• Deixe urn orificio na boca dos peixinhas, para que possam ser pescados com aanzol ou co!ocar Ima.

Os peixes serao fincadas na caixa de areia.

• aluno, quando pescar 0 peixe, tera que ler a palavra escrita nete.

Varia9ao:

professor pade escrever nos peixes: tetras, silabas au palavras.

• Os alunos podem formar palavras com as tetras, silabas, ou formar frases comas palavras.

Palavras feitas com Palitos

Cada crianc;:a recebe 20 palitos de fasforos ou canudinhos de refrigerantes

cortados.• E dado urn tempo para que eles possam formar palavras a vontade, utilizando as

palitos ou canudinhos.

• professor bate palmas ou avisa que a tempo terminou.

• Quem conseguir escrever mais palavras e 0 vencedor.

Cada aluno Ie as palavras que formou.

Varia~ao:

professor fala a palavra e as alunos procuram forma-Ia com pal itos.

Quem terminar ganha ponto.

Arvore do Saber

• Recortar duas arvores na cartolina ou papel cartao.

• Frutas desenhadas em cartolina, color set ou cartao.( frutas para can tag ens dos pontos. As frutas poderao ser coladas na arvore com

durex, clips, velcro, percevejos ou tachinhas )

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Como Jogar:

• Separar a turma em dais grupas, para trabalhar palavras do grupa ortografico emestudo, feitas em cartao.

• Cad a grupo ficara responsavel par uma arvore.

Apresentar uma palavra no CartaDpara que um alunDdo grupo leia.

• Sera usada uma palavra para cada participante.

Para cada acerto, 0 grupo ganhara uma fruta da arvore e a colara na arvore.

• Se errar, a fruta ira para 0 outro grupe.

• grupo que obtiver maior numero de frutas na arvore sera 0 vencedor.

Atravessar 0 Rio

• Desenhar no quadro a paisagem de urn rio.

• Confeccionar fichas em formas de pedras com palavras mais comuns de erro em

suas produl'oes de texto.

Ex. havia, de repente, aprendeu, horrivel, hospital, etc ..

• Dividir a turma em dais grupos, de meninos e meninas.

• Convidar urn aluno e urna aluna para atravessarern a rio sem cair. Os alunos

deverao atravessar a rio lendo as palavras que estao escritas na pedras.

Aquele que errar cai no rio e afoga-se, perdendo ponto a seu grupo.

aluno que pular todas as pedras, sem cair, ganha ponto para a seu grupo.

Varia~ao:

• professor dita a palavra e os alunos escrevem nas pedras.

Quem e Born da Cuca?

• professor apresenta para os alunos objetos variados.

Ex. bola, caderno, lapis, hvro, carrinho, boneca, etc.

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• Os alunos observam por algum tempo os objetos. Depois, 0 professor esconde

os objetos e os alunos escrevem os nomes dos objetos que viram.

Varia~ao:

• professor mostra urn cartaz ou gravura com varias figuras.

• E dado um tempo para as alunos observarem. Depois, retira 0 cartaz.

• Os alunos escrevem os names que lembram das figuras que apareceram no

cartaz.

• professor da um tempo para terminarem.

• Quem escrever mais palavras sera 0 campeao.

Jogo das Rimas

Material:

• Fichas com palavras variadas do conhecimento do aluno que terminem em urn

modo facil, para que ele possa dizer a sua rima.

• Uma caixa ou sacola para colocar as fichas.

Como Jogar:

• Todos os alunos retiram uma ficha.

• professor da um tempo para pensarem e depois cada um ira ler a ficha e dizer a

sua rima.

• Quem nao sauber devolve a ficha para a caixinha.

Varia~ao:

• Cada aluno sorteia a sua ficha e escreve 0 maior numero de palavras que rimem

com ela.

Jogo de PaJavras e Numeros

Material:

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• Sacolinha ou caixa com varias fichas numeradas de 3 a 7.

Como Jogar:

• Aluno sorteia um numero na sacolinha.

• Em seguida, ele tera de dizer ou escrever no quadro uma palavra que tenha

aquele numero de letras.Exemplo: Ele sorteia 0 numero 4. Tera entao de dizer ou escrever uma palavra comquatro letras. (A cada sorteio, 0 numero volta para a sacolinha. )

Varia~ao:

• Sao colocadas duas sacolinhas ou caixas. Numa sacola serao colocadas fichasnumeradas de 3 a 7.

Noutra sacola serao colocadas fichas com varias palavras contendo de 3 a 7letras.

• A crianga sorteia a numero, Ie a numero e depois retira da outra sacola a palavra.

• Ela Ie a palavra.

• Se coincidira numero que ela retirou com 0 numera de letras da palavra, ganharadois pontos.

• Se nao coincidir, ela ganhara um ponto se ler a palavra certa.

• A cada sorteio, os numeros voltam para a sacolinha.

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3. Conclusao

A pesquisa realizada nos mostrou a existencia prazerosa em aprender a ler e

escrever. 0 brincar e 0 jogar em sala de aula com conteudos bern planejados

envolve 0 educando a participar ativamente do processo de alfabetizayao. A crianr;;a

compreende a mundo de diferentes maneiras, portanto precisa manipular e explorar

todo tipo de jogo ou brincadeira que venham de encontro a sua aprendizagem na

escola.

o projeto realizado comprova que 0 ludico contribui muito para 0 processo da

leitura e da escrita. Brincar e uma realidade eotidiana na vida das criangas, e para

que brinquem 8 suficiente que nEIOsejam impedidos de exercitar sua imaginac;:80.A

imaginac;:aoe uma atividade mental que permite as crianc;:as relacionarem seus

interesses e necessidades com a realidade de urnmundo que pouco conhecem.

A brincadeira expressa a forma como uma crianc;:a refiete, ordena,

desorganiza, destrei e reeonstr6i 0 mundo a sua maneira. E urn espago e tempo

cnde ela pode expressar, de modo simb6lieD, suas fantasias, seus desejos, medos,

sentimentos e os conhecimentos que val construindo a partir das experiencias que

vive. 0 jogo e a brincadeira devem ser entendidos como situac;:oesque envolvam as

crianc;:aspara a aprendizagem, pais qualquer aula se torna mais interessante,

quando 58 conhece atrav8s do jogo, quando S8 reune jogo e trabalho.

E atrav8s das atividades ludicas que a crianC;:8pode conviver com os

diferentes sentimentos que fazem parte de sua realidade interior. Ela ira aos poucos

se conhecendo melhor e aceitando a existencia dos outros, estabelecendo suas

relacyoessociais.

De acordo com as citag6es dos autores aqui colocadas e com minha

experiencia profissional em alfabetizac;:ao,acredito que 8 aprendizagem acontece de

forma eficiente e com qualidade sendo realizada atraves do ludico.

Nos educadores, devemos ter consciencia de que, para que tudo ista tenha

resultados positivos, temas que conhecer 0 canteudo para ensinar com seguranga e

incentivar as crianc;:asnas suas descobertas amparando-as quando tropec;:ar.Se

cada educador parar para pensar e levar a serio a realidade de cada aluno e sendo

ele urn profissional competente e respons8vel, dara mais atencyao ao

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desenvolvimento cognitiv~, psicologico e emocional, conduzindo-o em suas

descobertas, dando condi90es de explorar ao maximo seu espa90 com objetos de

formas diferenciadas.

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