caso clínico coqueluche
TRANSCRIPT
CASOS CLÍNICOS
Anthony Medina
Gabriel Leal
Gabriela Alves
Izabel Bou
João Pedro Magalhães
Matheus Rodrigues
Pedro Silva
Yuri Kerner
CASO 1 Identificação: A.M.G.J., sexo masculino, 2 meses
de idade (D.N.: 04/11/2013), procedente de Lauro de Freitas, admitido em 23/01/2014.
HMA: Paciente regulado do Hospital Geral Menandro de Farias (HGMF). Genitora relata que há sete dias o menor iniciou quadro de tosse seca, sem outros sintomas associados, tendo procurado a emergência diversas vezes, onde foram realizadas nebulizações e prescrito prednisolona e paracetamol. Informa piora há 24 horas, acompanhada de prolongamento da sensação de sufocamento, obstrução nasal e espirros frequentes. Durante a consulta, o menor apresentou tosse prolongada com guincho, não sendo possível avaliar saturação durante o episódio.
EXAME FÍSICO Aspecto geral: BEG, ativo e reativo, afebril,
corado e hidratado. Saturação: 96%, PR: 138 bpm; FR: 43 inc/min.
Pele: Sem alterações. ACV: BRNF em 2T, ausência de sopros e
bulhas extras AR: MV rude, sem RA. ABD: Flácido, RHA+, sem massas ou VMG. EXT: Bem perfundidas e sem edemas.
Ausência de cianose. SN: Ativo e reativo, fontanela plena e
normotensa.
PLANO DIAGNÓSTICO Hemograma Glicemia em jejum Na+, K+, Mg2+ Transaminases Tempo de Protrombina FA Ureia, creatinina Hemocultura.
PLANO TERAPÊUTICO Isolamento respiratório Leito médico exclusivo Hidrocortisona Dipirona Polaramine (dexclorfeniramina) Nebulização de 3/3h com Berotec, Atrovent e
Soro fisiológico Eritromicina O2 sob máscara se SatO2<93%.
CASO 2 Identificação: M.C.J., feminino, 40 anos, natural e
procedente de Salvador-BA, moradora do bairro de Periperi, evangélica, dona de casa, casada, ensino fundamental.
Queixa principal: Tosse e pigarro há 30 dias. HMA: Paciente admitida há 03 dias (anamnese dia
24/01/14, admissão 21/01/14) com história de tosse e pigarro há cerca de 1 mês. Foi admitida juntamente com sua filha de 04 anos, E.J.A., que apresentava os mesmos sintomas. Relata que a tosse inicialmente era produtiva, com secreção pouco amarelada, que cessou após um tempo, não sabe referir exatamente. Relata crises de tosses seca, associada a dor torácica logo após, além de desconforto respiratório que piora aos esforços. Refere ainda febre recorrente durante os 30 dias, não aferida. Nega vômitos, refere náusea.
Antecedentes pessoais e familiaresG2P2A0, nega HAS e DM. Nega internações prévias.
Nega alergias. Acompanhante de paciente com suspeita de doença infecciosa aguda transmissível.
Hábitos de vida Nega tabagismo. Nega etilismo, abstêmia há 10 anos. ISTGI – sem alterações na admissão – evoluiu com diarréia
e redução do apetiteDemais aparelhos sem alterações. Exame físicoPaciente em bom estado geral e nutricional, lúcida e
orientada no tempo e no espaço, eupneica, afebril, anictérica, mucosas normocrômicas. PR – 80 bpm, FR – 18 ipm, TA 120x80 mmHg.
ACV: Bulhas rítmicas normofonéticas em 2 tempos, sem sopros.
AR: Murmúrio vesicular bem distribuído, sem ruídos adventícios.
Lista de problemasP1- Tosse persistente + febre recorrente +
pigarro-SD1- Coqueluche?P2- Diarréia + inapetência-SD1- Secundário ao uso de antibiótico-SD2- Afastar infecções Plano diagnósticoHemograma completoCultura de nasofaringe p/ Bordetella pertussis
Plano terapêuticoCuidados geraisRepouso relativoPrecauções com gotículasDieta livreERITROMICINA 500mg, 01 comprimido via oral,
6/6hDipirona 500mg, 01 comprimido via oral ou 40
gotas, 6/6h, se dor ou Tax > 37,8ºCDramin B6, 1 ampola, intramuscular, 6/6h se
náusea ou vômito
CASO 3 Identificação: Emanuelle de Jesus Almeida, 4 anos,
sexo feminino, natural e procedente de Salvador (Bairro: Praia Grande). Data da consulta: 22/01/2014. Hora: 15h45.
Queixa principal: Tosse há um mês. HMA: Paciente com história de tosse intermitente há
1 mês, produtiva, com secreção amarelada. Refere alguns episódios de cefaleia. Foi atendida na UPA de Periperi em 22 de dezembro, sendo prescrito Amoxicilina e Clavulanato (Clavulin), quando cursou com episódios de dor abdominal e diarreia, tendo suspendido o uso com 5 dias. Afebril ou febre baixa no período, mas não foi aferida (sic). Nega vômitos. Em 30 de dezembro veio ao HCM devido a persistência dos sintomas. Em uso de Polaramine e xaropes caseiros, sem melhora.
Antecedentes pessoaisnasceu de parto normal, com indicação devido a
pancreatite materna (sic). Fez pré-natal, sem intercorrências. Nega comorbidades, internamentos, cirurgias e hemotransfusão prévias. Nega alergias. Cartão de vacina desatualizado.
Antecedentes familiaresPai e irmão com história de BCE. Exame físicoPaciente em bom estado geral, lúcida, anictérica, com
alguns acessos de tosse ao exame. Irritada ao exame. PR: 130 bpm.
Pele: ndn.AR: MV rudes, com roncos em base e aumento do
tempo expiratório discreto.ACV: BRNF em 2T, sem sopros.Abdome: plano, flácido, RHA presentes, indolor à
palpação, sem VMG.Extremidade: bem perfundida, sem edemas.
Plano diagnóstico Radiografia de tórax PA e perfil – aparelho quebrado Hemograma Completo
Eritrograma Hemácias: 5,06 milhões/ml (3,8 – 5,0) Hemoglobina: 14,1 g/dl (11,0 – 14,5) Hematócrito: 43,9% (35 – 46) VGM: 87fl (82 – 92) HGM: 27,9 pg (27,0 – 31) CHGM: 32% (27 – 31) RDW: 16,8% (11 – 15,5)
Leucograma: Leucócitos: 12.700/mm³ (3,5 – 12,0) Bastonetes: 1%; 127 Segmentados: 53%; 6731 Eosinófilos: 1%; 127 Basófilos: 0 Linfócitos40%; 5080 Linfócitos atípicos: 0 Monócitos: 5%; 635 Metamielócitos: 0
Plaquetas: 324 mil/mm³
Conduta terapêuticaRepouso relativoDieta livreEritromicina, 250 mg, VO, 6/6hDipirona, 12 gotas, VO, de 6/6h se febrePlasil, 1ml, IM, se vômitos de 8/8hNebulização com SF 0.9% DE 6/6hDPT, 1 dose IM (1° reforço)
COQUELUCHE EtiologiaCausada mais comumente pelos cocobacilos
gram negativos do gênero Bordetella.A principal representante é a Bordetella
pertussis.
FisiopatologiaDoença infecciosa aguda do trato respiratório.Toxinas bacterianas Necrose local + Paralisia
ciliar Acúmulo de secreção Obstrução bronquiolar Tosse, atelectasia pulmonar.
EpidemiologiaA transmissão é feita pelas gotículas e
aerossóis. Após a introdução da vacina declínio da
coqueluche.
ImunidadeVacinação primária aos 2,4 e 6 meses.Reforço aos 15 meses e 5 anos.Sem a vacinação de reforço, a imunidade se
reduz com o tempo.A doença não confere imunidade duradoura.Adultos servem como reservatório risco para
lactentes
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase Catarral:1. Duração de 7 a 14 dias;2. Sintomas inespecíficos: anorexia, espirros, lacrimejamento, coriza,
mal-estar, irritabilidade, febrícula, tosse discreta.3. Leucocitose relativa ou absoluta.
Fase Paroxística:1. Duração de 2 a 6 semanas;2. Paroxismos (“crises”) de tosse seca (durante os quais não se
consegue respirar); desconforto respiratório; guinchos .3. Geralmente afebril ou com febre baixa.
Fase de convalescença:1. Período que a doença cessa, durando até 4 semanas.2. Diminuição do número, gravidade e duração dos episódios de
crise.
Obs.: Lactentes menores que 3 meses não apresentam os estágios da doença de forma clássica.
Basicamente clínico. Hemograma leucocitose. Radiografia de tórax infiltrado peri-hilar,
atelectasias. Cultura da secreção respiratória padrão-
ouro. Exame direto das secreções respiratórias
pouco confiável. ELISA, PCR.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO Eritromicina Droga de escolha. Maior
eficácia e menor toxicidade. Tetraciclina. Cloranfenicol.
OBRIGADO!