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[email protected] Serpente do guizo amarelo (45) 3097-4512 Pronto Atendimento 24h Cascavel, 14 de fevereiro de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.232 - R$ 3,00 Entenda como o futebol de Cascavel largou a lanterna da insignificância e ascendeu à liderança do Campeonato Paranaense 45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br Andar meia dúzia de quadras em qualquer ponto da cidade e não ver alguém com a camiseta do FC Cascavel, só se estiver a caminho do oftalmologista. E se o caso clínico for grave, tipo ceguei- ra mesmo. Elas, as amarelas, estão em todos os lugares. Da Casa da Rose à Igreja. Nos últimos quatro anos, 60 mil camisetas amarelas e pretas foram confeccionadas. E o ano começou embalado. “Vendemos 18.330 camisetas somente nes- tes primeiros dois meses do ano”, afirma um dos cérebros por trás do marketing agressivo da serpente, Eduardo Serralheiro. O segredo para pintar a cidade de amarelo parece óbvio. Mas o ób- vio precisa ser dito. E feito. Preços populares. Camiseta oficial a R$ 29,90, ingressos a R$ 17. Família com pai, mãe e dois filhos peque- nos no estádio, R$ 34 (crianças não pagam). A ideia, explica Serra- lheiro, não é ganhar dinheiro com o torcedor. É o torcedor divulgar o patrocinador ao vestir a camiseta, gerando ganhos de imagem e con- sequentemente financeiros para quem apostou na equipe. Neste momento há 18 mil cas- cavelenses estampando marcas como Havan, Sicoob, Irani e Coopavel na rua, na chuva ou na fazenda”, como cantarolou a bela loura Paula Toller, do Kid Abelha. A onda amarela mostrou sua força no último domingo. Ha- via 13,4 mil adultos e quase 3 mil crianças no Estádio Olímpico para ver o FC Cascavel vencer o Fura- cão, time grandalhão, que compete na elite do futebol nacional. Aqui alguns segredinhos de uma diretoria que reúne notáveis da cidade para debater estratégias. Embora permitidas, o FC Cascavel decidiu abolir as bebidas alcoólicas n Camiseta do Cascavel no guizo da serpen- te esculpida no Ecoparque Oeste e peque- nos torcedores no estádio: onda amarela no estádio, uma das principais fon- tes de renda do futebol à moda an- tiga. Espera-se com isso mais res- peito com as mulheres, mais segu- rança para as crianças. Começou a dar efeito. Havia um vistoso público feminino e um “mar” de baixinhos no jogo do último domingo. Ainda há os que gritam palavrões mesmo na presença de damas e crianças? Sim. É preciso morrer toda uma geração de toscos para isso mudar definitivamente. Mas abolir a “ca- chaça” é um primeiro passo. Temos outra meta: produzir os banheiros mais limpos entre todos os estádios brasileiros”, diz Valdinei Antonio da Silva, o dinâmico presidente da Serpente do guizo amarelo. Em tempo 1: O FC Cascavel não amarelou diante do Furacão, venceu, convenceu e ainda ficou barato ao triplo: barata a camise- ta, barata a entrada, barato para o Atlhetico que levou duas na trave e poderia ter voltado goleado para a capital. Em tempo 2: Esta reporta- gem prossegue na página 4. É uma entrevista com o sujeito que deixou a pobreza em Lindoeste para morar na região Norte de Cascavel dos anos 1980. Hoje coleciona 19 CNPJs bem sucedidos e encontra tempo para comandar a imbatível serpente do guizo amarelo. “Segue o líder!”

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Page 1: Cascavel, 14 de fevereiro de 2020 ... · pitoco@pitoco.com.br Serpente do guizo amarelo (45) 3097-4512 24h Pronto Atendimento Cascavel, 14 de fevereiro de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.232

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Serpente do guizo amarelo

(45) 3097-4512

Pronto Atendimento24h

Cascavel, 14 de fevereiro de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.232 - R$ 3,00

Entenda como o futebol de Cascavel largou a lanterna da insignificância e ascendeu à liderança do Campeonato Paranaense

45 99921-045645 3333-9999

www.hyundaivetor.com.br

Andar meia dúzia de quadras em qualquer ponto da cidade e não ver alguém com a camiseta do FC Cascavel, só se estiver a caminho do oftalmologista. E se o caso clínico for grave, tipo ceguei-ra mesmo. Elas, as amarelas, estão em todos os lugares. Da Casa da Rose à Igreja.

Nos últimos quatro anos, 60 mil camisetas amarelas e pretas foram confeccionadas. E o ano começou embalado. “Vendemos 18.330 camisetas somente nes-tes primeiros dois meses do ano”, afirma um dos cérebros por trás do marketing agressivo da serpente, Eduardo Serralheiro.

O segredo para pintar a cidade de amarelo parece óbvio. Mas o ób-vio precisa ser dito. E feito. Preços populares. Camiseta oficial a R$ 29,90, ingressos a R$ 17. Família com pai, mãe e dois filhos peque-nos no estádio, R$ 34 (crianças não pagam). A ideia, explica Serra-lheiro, não é ganhar dinheiro com o torcedor. É o torcedor divulgar o patrocinador ao vestir a camiseta, gerando ganhos de imagem e con-sequentemente financeiros para quem apostou na equipe.

Neste momento há 18 mil cas-cavelenses estampando marcas como Havan, Sicoob, Irani e Coopavel “na rua, na chuva ou na fazenda”, como cantarolou a

bela loura Paula Toller, do Kid Abelha. A onda amarela mostrou sua força no último domingo. Ha-via 13,4 mil adultos e quase 3 mil crianças no Estádio Olímpico para ver o FC Cascavel vencer o Fura-cão, time grandalhão, que compete

na elite do futebol nacional.

Aqui alguns segredinhos de uma diretoria que reúne notáveis da cidade para debater estratégias. Embora permitidas, o FC Cascavel decidiu abolir as bebidas alcoólicas

n Camiseta do Cascavel no guizo da serpen-te esculpida no Ecoparque Oeste e peque-nos torcedores no estádio: onda amarela

no estádio, uma das principais fon-tes de renda do futebol à moda an-tiga. Espera-se com isso mais res-peito com as mulheres, mais segu-rança para as crianças. Começou a dar efeito. Havia um vistoso público feminino e um “mar” de baixinhos no jogo do último domingo. Ainda há os que gritam palavrões mesmo na presença de damas e crianças? Sim. É preciso morrer toda uma geração de toscos para isso mudar definitivamente. Mas abolir a “ca-chaça” é um primeiro passo.

“Temos outra meta: produzir os banheiros mais limpos entre todos os estádios brasileiros”, diz Valdinei Antonio da Silva, o dinâmico presidente da Serpente do guizo amarelo.

Em tempo 1: O FC Cascavel não amarelou diante do Furacão, venceu, convenceu e ainda ficou barato ao triplo: barata a camise-ta, barata a entrada, barato para o Atlhetico que levou duas na trave e poderia ter voltado goleado para a capital.

Em tempo 2: Esta reporta-gem prossegue na página 4. É uma entrevista com o sujeito que deixou a pobreza em Lindoeste para morar na região Norte de Cascavel dos anos 1980. Hoje coleciona 19 CNPJs bem sucedidos e encontra tempo para comandar a imbatível serpente do guizo amarelo. “Segue o líder!”

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Mario Zolnier

Aquele abraço

14 de fevereiro de 2020

O prefeito Para-nhos estava iniciando o mandato, em meados de 2017, quando uma ligação emanada do edi-tor do Pitoco lhe ques-tionou sobre supostos “rolos” na liberação de loteamentos na extensão do bairro Tropical.

Paranhos quis saber os deta-lhes, a fonte da informação. Me-diante a recusa, desligou o tele-fone. Dali 15 minutos o prefeito adentrava a redação. Queria tirar a informação a limpo. Deslocou-se até a região do Tropical. A fonte recuou da “denúncia”.

Possivelmente se tratava de informação politicamente conta-giada. Daí o empenho do jornal em ouvir todos os citados. A reação do chefe do Executivo não seria ação isolada no curso do mandato. No início desta semana ele agiu de forma semelhante.

Paranhos largou pelo meio uma reunião da educação para se deslocar ao bairro San-ta Cruz checar a queixa de uma moradora en-volvendo atendimento na UBS. Via rede social,

o prefeito fez uma “reportagem” em vídeo no local.

O endereço que ele tinha ano-tado não batia com o da moradora. Passaram-lhe o número predial errado. De toda forma, o prefeito não perdeu a viagem e mandou recado para os denunciantes: “Vo-cês não vão mamar na Prefeitura. Esqueçam! Não vão mamar. Não tem boca na Prefeitura para ma-mar. Na Prefeitura é jogo duro, não tem mamata. Não tem mais para vocês, vão trabalhar!”, disse.

É Paranhos sendo Paranhos...

“Não vão mamar na Prefeitura”Prefeito deixa reunião de “supetão”, vai à periferia e grava vídeo irado no bairro Santa Cruz para checar denúncia na saúde

n Paranhos em vídeo no Santa Cruz: “não tem mamata”

Uma perguntaPitoco - Entre os servidores

de Itaipu que aderiram ao progra-ma de demissão voluntária (PDV), contrariados com a transferência de Curitiba para Foz do Iguaçu, está Janja Lula da Silva, noiva do ex-presidente. Fará muita falta nos quadros de Itaipu?

General Silva e Luna (dire-tor-geral brasileiro de Itaipu) - Esse é um fato que considero su-perado. Era uma prerrogativa dela sair. O processo foi conduzido com o maior equilíbrio e normalidade do mundo...

l Contexto: A soltura do ex--presidente Lula e o anúncio de

que ele pretende se casar com Ro-sângela da Silva, a Janja, preci-pitaram a saída da socióloga dos quadros de Itaipu. Ano passado, no dia 12 de novembro, ela assi-nou adesão ao PDV da binacional, onde trabalhou por quase 15 anos e tinha salário de R$ 20 mil.

n O general Luna e Janja, que abriu mão de um salário “vita-lício” de R$ 20 mil

O cara da cobra l As escultu-

ras produzidas no EcoParque Oes-te são da lavra do artista curitibano Luiz Gagliastri, o mesmo daquelas “moscas gigantes” expostas no final do ano no calçadão. Entre outros bichos, ele está esculpindo boi, porco, tartaruga, tilápia e essa cobra cas-cavel, que certamente será a campeã de fotografias no local. Na parte mais pesada do serviço, o curitibano recebe ajuda de uma equipe de haitianos. “Fiz somente as esculturas. A pintura ficou a cargo de grafiteiros da cidade”, enfatiza ele.

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14 de fevereiro de 2020 [email protected] l 03

TRANSPORTE

O crescimento vertiginoso das vias destinadas para bicicletas no trânsito até então hostil a elas produziu uma explosão no uso das magrelas e abriu oportunidades para empreendedores sintoniza-dos com a economia comparti-lhada.

Quando abril chegar, Casca-vel terá mais um sinal exterior de metrópole: o compartilhamento de bikes. O contrato entre a Pre-feitura e a empresa vencedora da licitação para exploração do servi-ço está assinado.

Já está correndo, portanto, o prazo de 60 dias para instalar as duas primeiras estações, a parte mais onerosa a ser enfrentada pela Mobhis Bike, empresa que irá implementar a novidade.

Ao todo serão oito estações e 56 bikes distribuídas ao longo da Avenida Brasil, entorno do Lago Municipal e Tancredo Neves. As primeiras estruturas estarão disponíveis no antigo Terminal Leste e no Calçadão defronte da Catedral.

Bike por “cincão”Município de Cascavel e empresa assinam contrato para compartilhamento de bicicletas gerenciadas por aplicativos

Mestre das orquídeas

“Um grande educador. De professor do Estado a empresá-rio da educação. De plantador de árvores e sonhos, a filósofo da filosofia clínica. Ergueu aqueles que estavam caídos e nos ensinou a sonhar. Levou para Curitiba o projeto Doe Orquídeas. E plantou orquídeas nas árvores de capital, através da única ONG autorizada na cidade. Somos e seremos sem-pre gratos a você, nosso irmão, mestre e amigo, Ivo José Triches. Até um dia, Grande Mestre!” l Professor Adelar José Valdameri, em homenagem póstuma ao professor Ivo, ex-diretor do Itecne em Cascavel.

QUANTO VAI CUSTARl Os planos partem de R$

5. O valor contrata um dia de bike, permitindo várias viagens de uma hora com intervalos de 30 minutos. Há também o passe mensal, valendo R$ 15 e o anual, de R$ 90.l A bike é de fabricação na-

cional e será gerenciada por um aplicativo específico. A empresa vencedora diz ter uma década de experiência no ramo.l “Os estudos demonstra-

ram viabilidade econômica a partir de 10 anos de conces-são. Por essa razão o contrato é válido por uma década. Neste período espera-se que a con-cessionária obtenha o retorno sobre o investimento, podendo inclusive explorar a publicidade nas bicicletas”, explica Edson Zorek, secretário de Planeja-mento e Gestão.

Combatendo o inimigol O núcleo de comunicação

do projeto reeleitoral de Para-nhos produziu 15 artes para pos-tagem nas redes, comparando o desempenho do atual inquilino do Paço com seu antecessor, Ed-gar Bueno.l Os comparativos começam

nos reajustes de IPTU, passam pelo contrato da coleta do lixo, chegam à saúde e seguem até as estradas rurais.l Das duas uma: ou o para-

nhismo poupa o Xerife por ele ser um “inimigo cordial”, ou bate em Edgar por entender que este será o adversário de fato a ser batido.l Podemos incluir uma tercei-

ra hipótese: Bueno e seus solda-dinhos de chumbo têm sido mais agressivos com o Paço no vale tudo dos grupos de zap-zap.

ERRATA - Na edição anterior, o número correto de módulos fotovoltai-cos importados da China pela Ilumisol, empresa cascavelense líder nacional no setor, é de 130 mil placas por mês.

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04 l [email protected]

FUTEBOL

14 de fevereiro de 2020

45 3038-2255nutricard.com.brO seu cartão de benefícios.

O guri de Lindoeste

Pitoco - Como começou a história de “ressuscitar” o futebol profissional de Cas-cavel?

Valdinei - Cinco anos atrás o Roman (deputado) e o Pasa (Col-méia) vieram até minha residên-cia. Trouxeram uma ideia. Ali, na raiz, eles já tinham cortado alguns vícios do futebol. Me convidaram para liderar o processo. Aceitei.

O início foi frustrante...Foi mesmo, mas era uma fase

importante, que precisava ser su-perada. Digo que vivemos uma curva de aprendizado. Aprende-mos com nossos erros. Até então

De morador do Periollo a empreendedor líder em 19 operações distintas, Valdinei Antonio da Silva é o coração da serpente

Quem via aquele meni-no migrando de Lindoeste para Cascavel não podia ima-ginar em quem ele se tornaria. De família humilde, Valdinei Antonio da Silva foi morar onde as moradas eram mais em conta naquele ponto poeirento do mapa nos anos 1980: a região Norte de Cascavel, no bairro Periollo.

Curiosamente – ou não – é ali que, mais de três décadas depois, ele e sócios irão edificar o maior condomínio vertical da cidade, com cerca de 700 unidades. Val-dinei não aceita ser apresentado desta forma. Mas a verdade é que ele tem muito mérito na transfor-mação do futebol cascavelense.

A ideia inicial desta reporta-gem era fotografá-lo com a dire-toria executiva na serpente do Ecoparque Oeste. Valdinei resis-tiu. “Não somos nós quem deve aparecer”, disse. Após alguma insistência, ele aceitou conceder a seguinte entrevista às 7h30 da ma-nhã em um de seus 19 CNPJs, a Di-nâmica Seguros. Acompanhe:

tínhamos um título dividido nos anos 1990. Depois nunca mais ga-nhamos nada.

Havia um entrelaçamen-to de futebol com política. O segredo do FC Cascavel foi romper com isso?

A política está em tudo em nos-sa vida. Mas não podemos ocupar um lugar no clube para nos projetar-mos neste campo. Futebol é paixão, cego é aquele que só enxerga a bola. O que mais temos a oferecer à cidade?O FC Cascavel par-

ticipou da campanha do agasalho. Obtivemos 10 mil peças. Entramos na campanha do quilo. Juntamos 35 toneladas de alimentos. Colo-camos em nosso grupo um desafio para distribuir bolas para a garo-tada da periferia. Em duas horas tínhamos 22 mil bolas...

Ou seja, envolver-se com as causas da comunidade...

Ajudamos hoje duas escolinhas de futebol na periferia e colabora-mos com um projeto que matricula crianças das áreas mais pobres da cidade nas escolas de elite de Cas-cavel. Entendemos futebol como uma ferramenta de desenvolvi-mento do município.

Como vender camisetas oficiais a menos de R$ 30?

O patrocinador subsidia uma parte. Importamos o tecido direto,

sem atravessadores. Costuramos no Paraguai, usufruindo da lei da maquila. Finalizamos em Paloti-na, nossa margem é zero. A ideia é pintar a cidade de amarelo. Temos mais de 60 mil camisas por aí...

Patrocinadores felizes...O amigo Luciano Hang investe,

sei lá, uns R$ 4 milhões no Furacão, R$ 3 milhões na Chapecoense, R$ 1,5 milhão no Brusque e R$ 500 mil no FC Cascavel. Mas a camisa que estava dentro do armário do presi-dente da República em 1º de janeiro era a do FC Cascavel. Nosso time de marketing chegou primeiro...

O poder econômico dos as-sociados do FC Cascavel expli-ca a ascensão do time?

Fala-se que quando você não tem dinheiro até o rastro é feio. Temos o mínimo necessário. Um bom centro de treinamento, segu-rança para a equipe, todos sabem que no dia 10 o salário estará na conta e oferecemos condições ade-quadas de trabalho.

Planos para o futuro?Queremos a Libertadores da

América. Fizemos 50 visitas téc-nicas pelo mundo afora com uma pergunta: “o que deu certo aqui?”. Estamos fechando dois patrocina-dores de fora do Brasil. Será uma inovação imensa. Aguardem.

Com toda essa projeção do mundo da bola, o presidente do FC Cascavel será candidato a cargo eletivo?

De momento, não. Estou muito feliz em meu emprego.

n Valdinei (dir.): “Estou feliz no meu emprego”

Sand

ra Z

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Lulavirus x Bolsonarovirus

14 de fevereiro de 2020

NA PRIMEIRA PESSOA

Jairo Eduardo

T o d o s t e m o s amigos – quando não, nós próprios – perto demais (pla-giando o filme) do mundo político bi-polarizado. Proxi-midade pode trazer contágio, como ve-mos na explosão do coronavirus.De fato, a política é algo apaixo-nante. Como aprendemos – algu-mas vezes da pior forma –, paixão e razão não coexistem pacifica-mente.

Lulavirus e Bolsonarovi-rus, suspeita-se, são cepas geradas a partir do que se convencionou chamar “gabinetes do ódio”. São laboratórios – em regra bancados por dinheiro público – especiali-zados no marketing de guerrilha.

Guerra é guerra. Soube-se pelo belicista século passado, que a pri-meira vítima fatal da guerra é a verdade. Portanto, os gabinetes do ódio utilizam-se de terríveis armas biológicas para inocular o vírus, entre elas as atrozes fake news, disseminadas principalmente pela mais eficaz ferramenta de espalhar mentiras já desenvolvidas depois

da língua sapiens: o zap-zap.

Os gabinetes do ódio sabem por quais artérias suas bactérias letais se propagam com mais de-senvoltura: os grupos de whatsa-pp radicalizados à esquerda e a direita. São milhares de células, recentemente batizadas de “bo-lhas”. Ali as pessoas reafirmam suas convicções messianicamente, mesmo contra todas as evidências e argumentos. E viajam faceiras pelas mais incríveis teorias de conspiração.

É daí que surgiu outra expres-são recente: gado. O gabinete do ódio produz uma espécie de “do-ença da vaca louca”. É como se ele pudesse decidir para que lado estourar a boiada a cada dia, sem-pre de acordo com as conveniên-cias eleitorais das divindades que lideram as seitas.

Eu, o isentãol Suspeito que alguns ami-

gos e parentes estejam inocula-dos. Para ficar na minha família – e arrumar menos confusão (será?), digo que talvez uma de minhas irmãs esteja “conta-minada” pelo Bolsonarovirus.l Talvez uma outra irmã

querida esteja contagiada pelo Lulavirus. A convivência entre elas nem sempre é fluída. Apro-ximação? Só de máscaras mes-mo. Empenho-me em transitar entre as trincheiras sem levar muitos balaços.l Mas convivo bem com

as manas. Aprendi a amá-las independente de paixões aluci-nantes, que a propósito já vivi, e pareço ter criado anticorpos

resilientes o suficiente.l Um dia a febre baixa, as

pessoas abandonam as armas e todos seremos felizes para sem-pre... Ou o doente sou eu por acreditar que há remédio para o Lulavirus e o Bolsonarovirus? l Em tempo: já sei como

serei recebido na próxima ro-dada do chimarrão familiar: propagador do Isentãovirus! Será que tem cura?

VERSOS DE PAZ“Dicotomias limitam/ a vida

é poliédrica/ tem muitas faces e facetas sem fim...”(Antonio de Jesus Anjes,

poeta, promotor aposentado, ex-presidente da Academia Cas-cavelense de Letras, em ataque

frontal aos arquétipos universais)

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ÚLTIMA PÁGINA

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COMPLETO DEINVESTIMENTOS

Começava o ano de 2018 no “Planeta China”. Shen-zhen, a metrópole ao Sul da “Terra do Meio”, tornava-se a primeira grande cidade do planeta a eliminar um dos principais vilões da qualidade de ar: a frota fóssil do trans-porte coletivo urbano.

Quase 20 mil ônibus fu-macentos e barulhentos foram para o “museu do fumacê”. Esta-vam substituídos por 17 mil coleti-vos elétricos. A mudança foi muito além. O passageiro acompanha o deslocamento de toda a frota por aplicativo, e sabe exatamente onde o elétrico que ele aguarda está - em tempo real pela tela do celular - em abrigos hi-tech.

E a mais valiosa das vantagens: o cidadão deixa de ser “fumante passivo” do escapamento do ôni-bus em terminais de transbordo ou em qualquer outro lugar da cidade. De “troco”, os vermelhos de Shen-zhen mandaram substituir toda a frota fóssil de 12,6 mil táxis por carros elétricos.

“Capital Modelo”22 de janeiro de 2019, Curiti-

ba. Ratinho Junior e Rafael Greca posam para a foto que ilustra esta coluna. Governa-dor e o prefeito da capital parecem aliviados. Acaba-ram de injetar mais de R$ 200 milhões no arcaico transporte coletivo movido a combustível fóssil.

Deste montante, pelo me-nos R$ 90 milhões foram para

O tiozão do Corcel Entenda como o Zé das Côves, dono da “lata velha” na periferia de Cascavel, paga para abastecer a BMW X5 de R$ 500 mil

n Ratinho e Greca podem edificar a Shenzhen brasileira, é só uma questão de vontade política

subsidiar a tarifa, mantendo-a em R$ 4,50. A fortuna em dinheiro público injetada para subsidiar o diesel, obteve uma economia “monstra” de 25 centavos no des-valorizado real para cada passa-geiro.

Zé do CorcelEm um momento nacional que

se debate a desoneração do com-bustível, salta aos olhos a marcha da insensatez do subsídio ao fóssil. Para ficar em um exemplo, vamos citar um personagem fictício: “Zé das Côves”, que mora na perife-

Óleo de feijãol É igualmente intri-

gante perceber que a espo-sa do Zé, ao comprar um quilo de feijão no mercado do “Santa”, na periferia de Cascavel, paga 17,24% de imposto. E que parte desse dinheiro vai para os cofres do Palácio Iguaçu subsidiar o transporte coletivo em Curitiba. l Embora esse raciocí-

nio possa parecer simplista e ingênuo, não seria o caso de usar esses milhões do subsídio ao fóssil na capi-tal e região metropolitana para trocar a bomba pela tomada, mesmo que de for-ma gradual?l Não dá para usar os

R$ 90 milhões/ano para amortecer um financia-mento internacional a ju-ros camaradas e trocar a frota inteira de coletivos da cidade modelo, Curiti-ba? E torná-la outra vez a primeira do Brasil em fro-ta totalmente limpa, como é Shenzen, reduzindo a pressão sobre a tarifa, já que abastecer o elétrico reduz em quase 80 o preço do combustível? l O Zé das Côves, que

paga imposto no feijão para reduzir a tarifa em Curiti-ba e ainda ajuda a abaste-cer a BMW do milionário toda vez que põe gasolina em seu Corcel, agradece. E nossos pulmões também.l Em tempo: O pre-

feito Paranhos assumiu o compromisso de inserir a troca gradual da frota die-sel do transporte coletivo de Cascavel por ônibus elé-trico no edital da próxima licitação no setor, marcada para 2021. A conferir...

ria Sul de Cascavel. Ele é o feliz proprietário de um Corcel fabrica-do em 1973, como aquele do Raul Seixas. Em razão do estado pre-cário do veículo, o Zé o entregaria por R$ 3 mil. Com um chorinho, à vista, R$ 2,5 mil.

Zé talvez não saiba, mas quando ele abastece o flamante lá no “Santa”, ele está pagando mais caro na gasolina que sub-sidia o preço do diesel. A tabela do óleo é mantida artificialmen-te mais baixa por conter menor carga tributária. O grosso do im-posto vai para a gasolina e eta-nol, subsidiando indiretamente o diesel , cujo preço é contido

para frear a ira dos caminhoneiros e desonerar o setor de transporte.

Parece sensato, mas não é: per-mite-se fabricar veículos de luxo a diesel subsidiado no Brasil. O Zé das Côves, ao pagar mais pela ga-solina, está pagando também para abastecer o BMW X5 adquirida pelo “doutor” por meio milhão de reais. O sistema que tributa pelo consumo (punindo os mais pobres até no quilo do feijão) também se mostrar um Robin Hood às avessas no posto de combustível.