som do guizo

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SOM DO GUIZO Era uma noite fria do mês de dezembro. Steve olhava pela janela de sua casa o seu quintal. Pensamento longe. Lembrando do tempo em que era criança e na viagem que fez até a cidade de Papai Noel. Lembrou-se do trem. Do expresso que o levou, juntamente com outras crianças, para conhecerem a fábrica de brinquedos do Papai Noel. Olhando através do vidro embaçado da janela e tomando uma xícara de chocolate quente, em virtude do forte frio que fazia naquela tarde/noite do mês de dezembro, ficou relembrando daquela viagem. Quando criança, não acreditava em Papai Noel. Não gostava do Natal. O seu passatempo preferido no mês de dezembro era pegar bolas de neve e atirar nas arvores de natal das casas vizinhas. Uma imagem que sempre lhe vinha à mente, era a sua irmãzinha pegando o guizo, chocalhando-o e rindo do som que o pequeno objeto produzia. Ele ficava atônito olhando para ela, pois, não escutava nenhum som. Um leve sorriso desenhou em seu rosto, pois, lembrou-se que, ao retornar para casa após conhecer a cidade dos brinquedos, escutava claramente o som dos guizos. Alias coisa que vem acontecendo até hoje. Nesse instante, seus pensamentos são interrompidos com um leve puxar em suas calças: era o seu pequeno Claus, nome dado em homenagem ao bom velhinho. Seu filho estava com 04 anos e, para tristeza de Steve, não acreditava mais em Papai Noel. - Bom dia, pai – disse-lhe o pequeno Claus. - Bom dia, meu filho. Você já mandou a cartinha para o Papai Noel ? – indagou-lhe Steve. PDF created with pdfFactory trial version www.pdffactory.com

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SOM DO GUIZO

Era uma noite fria do mês de dezembro. Steve olhava pela janela de sua casa o seu quintal. Pensamento longe. Lembrando do tempo em que era criança e na viagem que fez até a cidade de Papai Noel. Lembrou-se do trem. Do expresso que o levou, juntamente com outras crianças, para conhecerem a fábrica de brinquedos do Papai Noel.

Olhando através do vidro embaçado da janela e tomando uma xícara de chocolate quente, em virtude do forte frio que fazia naquela tarde/noite do mês de dezembro, ficou relembrando daquela viagem. Quando criança, não acreditava em Papai Noel. Não gostava do Natal. O seu passatempo preferido no mês de dezembro era pegar bolas de neve e atirar nas arvores de natal das casas vizinhas. Uma imagem que sempre lhe vinha à mente, era a sua irmãzinha pegando o guizo, chocalhando-o e rindo do som que o pequeno objeto produzia. Ele ficava atônito olhando para ela, pois, não escutava nenhum som. Um leve sorriso desenhou em seu rosto, pois, lembrou-se que, ao retornar para casa após conhecer a cidade dos brinquedos, escutava claramente o som dos guizos. Alias coisa que vem acontecendo até hoje. Nesse instante, seus pensamentos são interrompidos com um leve puxar em suas calças: era o seu pequeno Claus, nome dado em homenagem ao bom velhinho. Seu filho estava com 04 anos e, para tristeza de Steve, não acreditava mais em Papai Noel. - Bom dia, pai – disse-lhe o pequeno Claus. - Bom dia, meu filho. Você já mandou a cartinha para o Papai Noel ? – indagou-lhe Steve.

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- Ele não existe, pai. No outro natal, eu fiquei acordado esperando por ele e não apareceu. Coloquei biscoito com leite e ele nem provou. Não gosto dele – sentenciou o pequeno Claus. - Mas meu filho, Papai Noel esteve aqui sim. Lembra que deixou seu brinquedo na arvore? Só que ele veio muito rápido e você não o viu. Levou o filho para perto da arvore de natal que estava montada em um canto da sala, próxima a lareira, e, apontando para o guizo, falou para o filho: - Você não lembra que eu te falei do som que vinha do Trenó do Papai Noel? Era igual a esse da arvore. E, para mostrar ao filho, sacolejou o guizo. - Esta ouvindo? – perguntou-lhe Steve - Ouvindo o que, pai? Não escuto barulho nenhum - respondeu-lhe o pequeno Claus. O pequeno Claus, como se estivesse dando a conversa por encerrada, deu um beijo no rosto do pai, e foi para junto da mãe, que estava preparando a comida a ser servida no jantar. Steve ficou durante algum tempo fixando o olhar perdido na arvore. O natal estava se aproximando e ele queria que o seu filho voltasse a acreditar na existência do velho Noel. Que Claus ouvisse o guizo e vislumbrasse, novamente, a magia do Natal. Voltou seu olhar para dentro de casa e ficou observando seu filho com a bela Evelyn, sua esposa. Havia a conhecido no expresso. Foi sua primeira e única namorada. A noite já estava fechada. O frio cada vez mais presente. Evelyn pôs Claus para dormir e foi chamar Steve para descansar, pois, na

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manhã seguinte teriam que ir a cidade fazer as compras para a ceia de natal. No meio da madrugada, Steve ouviu sons vindo da parte externa da casa. Ficou intrigado, pois, a neve caia em abundancia. Quem seria o louco que estaria andando na rua à uma hora daquelas e com o termômetro beirando a marca dos 6º negativos? Protegeu-se do frio, pegou o candelabro com a vela e desceu as escadas. Ao chegar na sala, levou um susto, pois, deparou-se com 03 figuras pequeninas que logo os reconheceu: eram Frojo, Trelo e Mirno, os ajudantes de Papai Noel. Por ser o mais desembaraçado dos 03, Frojo tomou a iniciativa e cumprimentou Steve: - Olá, garoto. Há quanto tempo, hem ? Lembro-me muito bem do dia que lhe vi pela primeira vez...... Steve ficou olhando para os 03, sem entender o porquê da presença deles em sua casa. Percebendo sua surpresa, Frojo foi logo esclarecendo. - Estamos com sérios problemas na fábrica e precisamos de sua ajuda por lá. Não conseguimos terminar todos os brinquedos, Papai Noel esta doente e as renas só obedecem aos comandos para voar dados por ele. - Caramba, realmente as coisas estão complicada na fábrica. Mas como poderei ajudar ? – quis saber Steve. Dessa vez foi Trelo que tomou para si a responsabilidade de passar para Steve o que estavam esperando dele. - Steve – começou Trelo – precisamos que volte conosco para a fabrica e nos ajude a terminar os brinquedos e, na véspera de Natal, os distribua, guiando as renas, pois, somente você poderá fazê-las voar. Steve, mostrando-se surpreso, perguntou: - Mas como eu faria isso? Como faria as renas me obedecerem? E minha família? Não tenho como deixá-los sós em plena noite de natal.

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Frojo, então,respondeu; - Steve, quando você esteve na fabrica quando criança, ganhou o guizo. O guizo só é oferecido para pessoas que acreditam no poder mágico do Natal. Se você ainda escuta esse som, poderá guiar as renas no vôo da noite de natal. Caso você se recuse, milhares de crianças em todo o mundo ficarão sem receber os seus presentes, pois, Papai Noel esta sem condições de fazer as entregas esse ano e, sem ter quem comanda-las, as renas não irão voar. - Isso é loucura. Devo estar sonhando. Não é possível que esteja acontecendo – disse Steve. Mesmo que seja real, não poderei abandonar minha família nessa data tão especial. Nesse instante Evelyn, que a tudo assistia sem que eles a percebessem, falou para Steve: -Vá com eles. Não podemos ser tão egoístas a ponto de estragar o Natal de milhares de crianças, pelo simples fato de ficarmos juntos. Deixe que eu cuide do pequeno Claus. Vá para a fábrica e atenda ao pedido de Papai Noel. - Vamos, Steve. Não temos muito tempo. Os dias estão voando e temos que aprontar vários brinquedos ainda – disse-lhe Mirno. Steve abraçou a esposa e subiram ao quarto do pequeno Claus. Chegando ao lado da cama de seu filho, deu-lhe um beijo, despediu-se de Evelyn e saiu com os ajudantes de Noel.

Como que por encanto, surgiu a sua frente à velha locomotiva. Os 04 entraram em um dos vagões e partiram. Steve acenou para Evelyn da janela embaçada pela friagem. Dentro da locomotiva, relembrou toda a emoção que viveu quando

ali esteve pela primeira vez. De repente, a porta entre os vagões abre e surge o condutor. Mais uma vez a emoção tomou conta de Steve: era o mesmo que conduziu a locomotiva quando criança.

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O homem caminhou até ele, e lhe pediu a passagem. Steve sorriu-lhe, fazendo um movimento de negativo com a cabeça. O condutor apontou para o bolso do Steve, que, instintivamente colocou a mão dentro. Para sua surpresa, lá estava o bilhete dando como destino a Fábrica de brinquedos de Papai Noel. Sem que percebesse, talvez pelas quantidades de surpresas no dia, Steve adormeceu. Quando acordou já estava entrando na fábrica de brinquedos. Tudo estava igual a quando era criança. Os ajudantes correndo de um lado para outro, levando os presentes para o Centro da praça, colocando-os próximos da grande arvore natalina ali montada. A correria era espantosa, afinal, faltavam 04 dias para o Natal e uma grande parte dos brinquedos ainda não estavam prontos. Frojo pegou Steve pelas mãos e o levou até onde Papai Noel estava se restabelecendo. Abriu a porta da casa e lá estava o bom velhinho deitado, com a Mamãe Noel a seu lado. Ao perceber a presença de Steve, se recostou na cabeceira da cama e o mandou vir para mais perto. Olhando fixamente para Steve, Papai Noel começou a falar-lhe: - Meu bom menino. O tempo passou. Fez-lhe crescer, mas, no entanto, o seu amor pelo Natal continua o mesmo de quando criança e isso me fez chamar-lhe aqui, nesse momento tão complicado. Como podes observar, estou adoentado e esse ano preciso que alguém faça as entregas dos brinquedos para as crianças ao redor do mundo. Essa pessoa tem que ter em seu coração o Espírito de Natal, acreditar na magia que essa noite exerce e, acima de tudo, ser alguém que ainda escute o som dos guizos. Somente a junção desses 03 fatores, poderia salvar o Natal desse ano. As Renas não obedecem ao comando de qualquer um. Tem que ser alguém especial. Por isso, meu filho, escolhi você para me substituir nessa noite. Você é a pessoa certa para fazer os meus ajudantes trabalharem e, assim o fazendo, terminarem todos os presentes a tempo e, também, leva-los para as crianças dos 04 cantos do mundo antes do término da noite de Natal, com a ajuda de minhas fiéis renas. - Mas, eu não sei se conseguirei, Papai Noel – disse Steve. É tudo novo. Nunca gerenciei uma fábrica e também nunca comandei

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Renas em trenó. Como farei para que elas me obedeçam? Como saberei se os brinquedos produzidos estão perfeitos? Papai Noel virou-se para ele e falou; - Steve, meu bom menino. Se eu não tivesse confiança em você, achas que iria mandar busca-lo? Nós – disse apontando para a Mamãe Noel – temos plena confiança em ti. Agora, deixe de lamurias e vá por as mãos na massa. O tempo esta escasso demais. Agora vá! Assuma o seu novo posto. A felicidade de milhares de crianças está em suas mãos! Steve saiu da casa de Papai Noel sentindo o peso da responsabilidade. Frojo, Terlo e Mirno o acompanharam até a fábrica. Mostraram um grande quadro onde assinalava o numero de brinquedos pendentes. Ao ver a quantidade que faltava, Steve se desesperou ainda mais: 5.879.524.

Como iria aprontar todos esses brinquedos em tão poucos dias? Porém, ao invés de se entregar ao desespero, resolveu botar a produção para funcionar. E com ajuda dos 3 principais ajudantes de Papai Noel, começou a fabricar os brinquedos faltantes.

Enquanto isso, na casa de Steve, Evelyn contava ao pequeno Claus que seu pai teve que atender a um chamado muito importante, mas que antes da noite de Natal ele estaria de volta. Claus sentou-se de frente para a lareira, observando as madeiras pegando fogo. Não aceitava a idéia de ficar sem o pai na noite de natal. Como por instinto, pegou o guizo e pôs a sacudir-lhe. Não entendia como seu pai dizia ouvir o barulho produzido pelo mesmo. Evelyn chegou até o filho e lhe estendeu um cobertor. Fazia muito frio naquela manhã. Uma tênue brisa fria entrava pelas frestas da porta. Mesmo com a lareira acesa, o frio estava insuportável. De repente, o pequeno Claus vira para sua mãe e lhe pergunta:

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- Mãe, esse ano meu pai não me dará presente? Ele chegara a tempo? Foram perguntas que Evelyn não tinha respostas para dá ao pequeno Claus, naquele momento.... Enquanto isso, na fábrica de Papai Noel, Steve gritava a pleno pulmões, tentando incentivar os ajudantes da fabrica a terminarem os brinquedos que ainda estavam sendo fabricados. Ele tentava desviar o olhar da direção do quadro onde apontava a quantidade de brinquedos a serem fabricados. Mas, como se tivessem imã, não conseguia resistir por muito tempo, e lá estava: faltavam 4.184.326 brinquedos a serem feitos. Todos estavam dando o seu máximo, porém, o desespero começava a tomar conta de Steve. Faltavam, apenas, 02 dias para a véspera de Natal e ainda faltavam muitos brinquedos a serem produzidos. Resolveu chamar Frojo, Trelo e Mirno para uma reunião. Alguma coisa tinha que ser feita, pois, caso contrário não iria conseguir terminar a tempo. Com os três na sala onde Papai Noel costumava dirigir a fabrica, dirigindo-se a Frojo, iniciou a conversa: - O que esta havendo? Porque estamos tão atrasados? Não é possível que seja somente pela doença de Papai Noel – argüiu-lhes Steve. Os 03 estavam cabisbaixo. Mirno, então, resolveu expor sua opinião sobre o que poderia ser a causa do atraso na fabrica: - Steve, as crianças não mais estão querendo os brinquedos que produzimos aqui na fábrica há anos. Nas cartas enviadas, elas estão pedindo brinquedos eletrônicos. Para deixá-las felizes, Papai Noel resolveu esse ano coloca-los na linha de montagem. Ocorre que quase nenhum de nossos ajudantes tem experiência no assunto. Com isso, perdemos muito tempo na confecção dos mesmos, o que acaba gerando esse atraso.

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Steve olhou para o calendário na parede e, depois, para o relógio colocado na parede oposta. Coçou o rosto e, para sua surpresa, percebeu que estava criando uma barba. Mas, não deu muita importância ao fato, tendo em vista que teria que tomar decisões rápidas.

Levantou-se da mesa e falando para os seus 03 ajudantes: - Parem a produção dos brinquedos eletrônicos e vamos dar continuidade à fabricação dos antigos brinquedos. As crianças querem é receber um presente do bom velhinho, elas não se importam que seja um cavalo de pau, um carrinho ou uma boneca. Elas querem é ver, quando

acordarem, que o leite e biscoito deixados sobre a lareira serviram para alimentar Papai Noel e encontrarem um presente com seu nome ao pé da arvore. Encantar uma criança é fácil. Não precisamos de luxo. Elas já nascem com a simplicidade em seus corações. O sorriso apareceu como por encanto nas faces de Frojo, Trelo e Mirno. Desceram as escadas e já foram passando as boas novas para os demais ajudantes. O que se ouviu nesse instante foi um forte e ensurdecedor grito de alegria desprendido de todas as gargantas. Parecia que todos os ajudantes de Papai Noel haviam gritado ao mesmo tempo. Com duas horas de trabalho, o numero já havia despencado para 2.741.700. Papai Noel quando soube da noticia, quis levantar e ir até a fabrica, porém, Mamãe Noel não deixou. - Meu velho, se você chamou Steve aqui para te ajudar, deixe que ele faça o que achar melhor. E o melhor é deixar as crianças felizes, você não concorda? Lembra quando Steve aqui esteve pela primeira vez e você lhe deu o guizo? Um simples presente o deixou feliz até os dias de hoje.

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Enquanto isso na casa de Steve, Evelyn olhava para o calendário na parede: 23 de dezembro. Sabia que alguns parentes distantes começariam a chegar para participarem da Ceia de Natal. Resolveu, então, a iniciar o preparo da mesma. Claus, com o guizo ainda nas mãos, ficava o sacudindo e olhando para a janela, aguardando o retorno de seu pai. - Vamos gente! Não podemos esmorecer. Gritava a todo momento Steve. Olhou para o relógio: 13:26 minutos. Virou o rosto para o quadro e um sorriso desenhou em sua face: estavam faltando 630.023 brinquedos. Se continuassem naquele ritmo, fecharia o dia com todos os brinquedos prontos. Passou, instintivamente, as mãos nos cabelos. Levou um susto: seus cabelos pareciam ter crescidos absurdamente em tão pouco tempo. Resolveu ir à sala da fabrica para olhar no espelho e ver o que estava acontecendo. Ouviram um grito de espanto. Todos correram para ver o que tinha acontecido. Atônito, Steve olhava para o espelho, não acreditando no que via refletido. - Não pode ser eu. O que esta acontecendo? Gritava olhando para o espelho. Seu cabelo estava comprido e totalmente grisalho. Uma barba estava, também, tomando conta de seu rosto. Foi correndo para casa de Papai Noel. - Papai Noel. Papai Noel, gritava Steve enquanto subia as escadas que levavam ao quarto do bom velhinho. - O que esta acontecendo, meu pequeno Steve? – perguntou-lhe Noel. - Não esta vendo? Estou com cabelo e barba branca. Estou parecendo com você.....

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- Mas Steve, como você iria querer que as crianças lhe recebessem se não ficasse parecido o Noel? Quanto mais nos aproximarmos do horário da entrega, mais parecido você ficará – falou Mamãe Noel. - Agora vá. Deixe o Noel descansar. Desça e reassuma o controle da fabrica. Você esta fazendo um excelente trabalho – complementou Mamãe Noel. E assim Steve o fez. A fabrica estava a todo vapor. Eram 20:30 minutos. Estavam na reta final. Faltavam, apenas, 2.635 brinquedos. Steve sabia que iria conseguir. - Claus, venha dormir. Já esta tarde – gritava Evelyn. O pequeno Claus já não mais conseguia manter os olhos abertos. A maior parte do dia ficou a olhar pela janela, na esperança de ver seu pai chegar por entre os arbustos coberto pela neve. No caminho para seu quarto, parou em frente a arvore e ficou admirando as luzes piscando. Colocou o guizo no galho e pôs-se a subir para descansar. Steve estava na sala da fabrica lendo algumas cartas enviadas para Papai Noel. Encontrou a carta que entregou a Papai Noel quando visitou a fabrica, juntamente com a Evelyn, no Expresso Polar. De repente uma sirena toca e gritos e cânticos natalinos são ouvidos. Eram 23:08 minutos. Steve desceu as escadas e descobriu o motivo de tamanha alegria: todos os brinquedos haviam sido fabricados. Trelo virou-se para Steve e falou-lhe: - É bom você ir descansar. Amanhã terás um dia bastante agitado. E assim Steve o fez. Chega, enfim, o grande dia. A neve caia. Claus acorda e logo pergunta pelo seu pai. Evelyn diz, apenas, que ainda não chegou. Uma quase imperceptível lágrima rola no rosto do pequeno Claus.... Na fábrica, Steve, finalmente, vai ao encontro das Renas. Irá dar alguns comandos para ver se elas irão atendo-lo. Sente cansado. Pesado. Nesse momento percebe que sua barriga esta maior do

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que costume. Mas não se preocupou com isso. Depois da conversa que teve com Mamãe Noel, já estava esperando por essa mudança. Descendo até o local onde as renas descansavam, Steve chamou, primeiramente, Dasher. Ela o olhou, e continuou a comer o feno. Steve iria chamá-la novamente quando, de repente, ela veio caminhando em sua direção e, ao chegar próximo dele, esfregou o seu nariz em seu peito. Fez o mesmo com Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. Todas tiveram o mesmo comportamento. Estava sentindo falta de Rudolph. Quando ia chamar por seu nome, ele surge, vindo do descampado, caminhando em sua direção. Steve estava feliz. Conseguiu cumprir sua meta e as renas estavam obedecendo ao seu comando. Na casa de Steve a maioria de seus familiares e de Evelyn já haviam chegado para participarem da ceia. A todo o instante perguntavam por Steve. Evelyn os informava que ele chegaria logo. Que tinha saído a trabalho e que logo estaria em casa. Mas, mesmo ela, já não mais acreditava que isso iria acontecer naquela noite... Chegou à noite e Steve não apareceu. O pequeno Claus resolveu ir deitar-se. Seu pai não chegava. Não queria mais ficar acordado. Chegou à hora de Steve sair para entregar os presentes. Papai Noel foi lhe agradecer pela ajuda e desejar-lhe boa sorte. - Steve, não esqueça que as Crianças esperaram por esse momento durante todo o ano. Vá e faça-as felizes. Faça com que elas fiquem iguais a você e a Evelyn quando aqui estivem pela primeira vez. Coloque o Rudolph para guiar as demais renas. Ela já sabe em qual casa passar primeiramente. Vá com Deus, meu amigo. E assim Steve o fez. Colocou os presentes no trenó e partiu. Deixou que Rudolph lhe guiasse. Os sacos de presentes iam ficando vazios a cada minuto. Era um momento mágico. Em cada casa que chegava, Steve sentia a felicidade tomar conta de si.

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Em determinado momento Steve olhou para o saco e percebeu que estava vazio. Resolveu abri-lo e constatou que só havia um presente. Resolveu verificar de quem era. Ficou feliz em constatar que era de Claus. Rudolph guiou as demais renas até sua casa. Encostou ao lado da chaminé. Com todo o cuidado para não fazer barulho e acordar o Claus, Steve entrou em sua casa pela chaminé. Dirigiu-se até onde estava a arvore e ali colocou o presente de Claus. Quando estava retornando para pegar o copo de leite e biscoito, ouviu uma voz falar: - É você mesmo, Papai Noel? Você existe de verdade... Virou-se para o lado e viu Claus, surpreso, olhando para ele. Steve não sabia o que falar. Foi na direção de seu filho, o abraçou e falou-lhe: - Claus, te trouxe um presente. Esta sobre a arvore. O que mais você gostaria de ganhar, meu filho? - Papai Noel, eu não queria presente. Eu queria ter meu pai aqui, junto de mim e de minha mãe. Senti demais a falta dele hoje. Traga ele de presente para mim, agora, Papai Noel. Eu juro que, se fizer isso acreditarei sempre em você. Nesse momento, uma luz forte atravessa a janela de Steve. Ele e Claus olham para fora e lá esta ele novamente: o Expresso Polar. O condutor sai do trem, cumprimenta Steve na figura de Papai Noel, vira-se para Claus e fala: - Você não gostaria de ir a fabrica de Papai Noel encontrar seu pai? Venha comigo que te levarei até lá. Evelyn, nesse momento, vem descendo a escada e olha surpresa, para todos. - A Sra também não gostaria de ir até a fabrica no Pólo Norte encontrar seu esposo, Sra Evelyn? Venha, já estamos quase partindo.

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Nesse momento, Evely segura a mão de Claus e dirige-se para o trem. Claus não conseguia conter sua alegria. Queria encontrar logo com seu pai. Ao entrar no Expresso, Evelyn não conseguiu conter a emoção, lembrou de sua primeira viagem, na qual conheceu Steve. As imagens vinham em sua mente. Nada mudou. Tudo era igual, até mesmo o condutor. E lá se foram. Evelyn parecia ter retornado ao passado. Dentro do vagão, abraçou-se a Claus que não era pura alegria. - Mãe, papai Noel não veio conosco? Quis saber. - Não meu filho. Ele deve ter retornado com as renas – respondeu-lhe Evelyn. - O condutor falou que iríamos encontrar com meu pai. De onde ele conhece meu pai? – perguntou Claus. - Seu pai quando era um pouco maior do que você, meu filho, também viajou com ele nesse trem. De repente o trem para. As portas se abrem e o condutor aparece. - Sejam bem-vindos a fabrica de Papai Noel. Claus é o primeiro a descer as escadas. Seus olhos brilham. Não param dentro das órbitas. Fica olhando de um lado para o outro, sem parar. Tudo é lindo. A imensa arvore montada no centro da praça, as casas enfeitadas. Não cabia em si. Evelyn pegou-o pelo braço e foi levando-o para casa do Papai Noel. Chegando, foram recebidos pela Mãe Noel. - Bom dia, Evelyn. Bom dia Claus. Ficamos muitos felizes em recebê-los em nossa casa. Aguardem um pouco, pois, Papai Noel irá descer para falar-lhes. Nesse momento, a porta se abre e lá vem o bom velhinho. Sorriso estampado no rosto. - Ola meu filho. Gostou da viagem? – perguntou-lhe Papai Noel

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Claus, olhando fixamente para o Papai Noel, perguntou: - Se o Sr, sempre existiu, porque me deixou sem presente? Papai Noel olhou para o pequeno Claus e falou-lhe: - Claus, meu filho. Por mais que tentemos entregar todos os presentes, sempre ficam algumas crianças sem ganhar presente. As vezes eles quebram na viagem, outras, não conseguimos apronta-lo a tempo e em outros casos, as crianças, por não terem se comportado durante o ano, ficam sem recebe-lo. Claro que não foi o seu caso. Venha cá que vou lhe mostrar o que aconteceu. Levando Claus para uma sala especial, ligou um aparelho estranho. Parecia uma televisão. Depois de girar alguns botões, começou a surgir uma imagem na tela. Claus viu sua casa. Em um determinado momento, apareceu sua mãe. A sala estava escura. Ao passar próximo a arvore, ela tropeçou e caiu sobre um presente que estava ao pé da arvore, quebrando-o. Correu a acender a luz, ao constatar que havia destruído o brinquedo do pequeno Claus, subiu a escada aos prantos, chamando por Steve. Os dois tentaram, durante todo o resto da noite, conserta-lo, porém, não conseguiram. Ficaram muito tristes. Ao retornarem para sala, ficaram perplexos ao verem Claus procurando, ao redor da arvore, o seu brinquedo. Isso os deixou triste e choraram muito. - Meu pequeno Claus, entendeu o que aconteceu? O seu presente, lá estava, porém, por um acidente, ele foi danificado e seu pais muito sofreram por isso.- falou o velho Noel. - Mas venha. Vamos lá fora. Pegando as mãos do pequeno Claus, o levou para a praça, onde estava montada a gigantesca arvore de Natal. Ao chegarem na arvore, Claus percebeu que havia outro Papai Noel parado, e junto a ele, estava Evelyn, sua mãe. Ao chegarem próximo, Papai Noel falou para ele: - Vai lá meu filho. Vá para perto de sua mãe.

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Claus correu, e ficou ao lado de sua mãe. Olhou para o Papai Noel que estava próximo e percebeu que sua barba e cabelo estavam diminuindo. Sua roupa estava encolhendo. Olhou para sua mãe como lhe pedindo uma explicação sobre o que estava presenciando. Ao retornar o olhar para o Papai Noel levou um susto: lá estava seu pai. - Pai! – gritou Claus. Steve abraçou sua esposa e filho. Mamãe e Papai Noel vieram se aproximando com um embrulho nas mãos. - Steve, muito obrigado. Sem a sua ajuda hoje, milhões de pequeninos ficariam tristes. Graças a você a magia do Natal prosseguirá. Aqui esta um presente para vocês, mas só abra quando chegarem a casa. Mamãe Noel abraçou Evelyn e deu um beijo na testa de Claus. - Desejo a vocês um Feliz Natal – desejou Mamãe Noel. O Expresso parou próximo a eles. Em poucos minutos estavam embarcados. E o Expresso Polar partiu em sua jornada de retorno para casa. Claus não parava de fazer perguntas a Steve. Ele as respondia com carinho e atenção, sempre abraçado a sua esposa. - Poxa, meus amigos não irão acreditar que meu pai é o Papai Noel – gritou Claus. Quando o Expresso parou em frente a sua casa, Steve e Evelyn se despediram do velho condutor e Claus saiu correndo em direção a casa. Ao abrir a porta e olhar para a arvore, seus olhos brilharam: lá estava um grande embrulho. Correu abrir o pacote. Ao pegar o caminhão de madeira que la estava, começou a correr pela casa, puxando o seu caminhão pela corda. De repente ele parou. Parecia que havia ouvido um barulho parecido com um sino. Como o barulho cessou, ele começou a correr puxando o seu caminhão. Mas, para sua surpresa, assim que começou a correr, o barulho de sino voltou. Ao olhar para seu caminhão, viu um guizo preso no mesmo. Soltou o guizo e o

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sacudiu. Ao perceber que havia escutado o som, soltou a corda que estava presa ao caminhão e correu até o seu pai com o guizo em sua mão. - Pai, pai. Eu escutei – gritava enquanto sacudia o guizo. Evelyn e Steve o pegaram no colo. Steve, abraçado ao filho, falou-lhe: - Que bom, meu filho. Fico feliz em saber que você acredita no Natal – falou, não contendo as lágrimas que teimavam em rolar em sua face. - Venha, vamos abrir junto o presente que Papai Noel nos deu. Colocaram a caixa em cima da mesa e, ao terminarem de abri-la, retiraram de dentro da caixa uma maquete, em miniatura, da fabrica de Papai Noel, acompanhado de um cartão onde constava a seguinte mensagem: “ ...enquanto houver no mundo uma criança que ouve o guizo, a magia do Natal perdurará.”

Escrito por: Aquiles da S. Baptisa

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