caracterizaÇÃo fÍsica dos saibros da … 6508/1984, contraction limit in agreement with abnt-nbr...
TRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE CATLICA DE PERNAMBUCO PR-REITORIA ACADMICA - PRAC
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL
Wellington Amorim Rgo
CARACTERIZAO FSICA DOS SAIBROS DA REGIO METROPOLITANA DO RECIFE UTILIZADOS EM ARGAMASSAS
Recife 2008
-
Wellington Amorim Rgo
CARACTERIZAO FSICA DOS SAIBROS DA REGIO METROPOLITANA DO RECIFE UTILIZADOS EM ARGAMASSAS
Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Catlica de Pernambuco, como requisito parcial a obteno do Ttulo de Mestre em Engenharia Civil, na rea de Concentrao Engenharia das Construes.
Orientador: Prof. Dr. Romilde Almeida de Oliveira Orientador: Prof. Dr. Slvio Romero de Melo Ferreira
Recife 2008
-
Rgo, Wellington Amorim Caracterizao fsica dos saibros da Regio Metropolitana do Recife utilizados em argamassas / Wellington Amorim Rgo; orientadores Romilde Almeida de Oliveira, Silvio Romero de Melo Ferreira 139 f. : il.
Dissertao (Mestrado) - Universidade Catlica de Pemambuco - UNICAP. Pr-reitoria Acadmica. Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil. Curso de Mestrado em Engenharia Civil, 2008.
1. Argamassa. 2. Solos - Composio. 3. Materiais de construo. 4. Argila - Anlise. 5. Construo civil - Recife, Regio Metropolitana do (PE). 6. Agregados Materiais de construo. 7. Argila - Caractersticas fsicas. 8. Partculas (fsica, qumica, etc.). I Ttulo. CDU 691.53
R243c
-
Dedico este trabalho:
aos meus pais, Washington da Silva Amorim Rgo Neto (in memorian)
e Renilda da Silva Raposo;
aos meus irmos, Natanael Amorim Rgo Neto,
Lucinda Amorim Rgo,
Roberta Amorim Rgo
e Walkria Amorim Rgo.
-
AGRADECIMENTOS
Ao Ser Supremo DEUS que deu a inteligncia para prosseguir no conhecimento
secular.
Aos professores e orientadores Romilde Almeida de Oliveira e Silvio Romero de Melo
Ferreira, pelos seus constantes e incansveis empenhos profissionais, sem limites, em sempre
me orientar.
Ao gelogo Carlos Pimentel na contribuio e orientao, atravs de sua capacidade
profissional, no tocante ao assunto do material que fora coletado em campo.
Ao professor Sergio Carvalho de Paiva pela sua grande solidariedade e esprito de
corpo.
Ao Engenheiro Civil e doutorando Joo Manoel Ferreira Mota pela sua grandessssima
contribuio.
Ao professor e doutor Fernando Arthur Nogueira pela sua importantssima
contribuio.
Ao professor e doutor ngelo Just da Costa e Silva em suas orientaes no laboratrio
de materiais de construo civil na CATLICA.
Ao professor Roberto lvares de Andrade pela sua parcela de contribuio em se
tratando da argamassa com Saibro.
Ao professor e doutor Jos Orlando Vieira Filho pela sua importante contribuio na
permisso do uso do laboratrio de materiais de construo civil da CATLICA.
Ao professor e doutor Valdemir Alexandre dos Santos pela orientao no uso do
programa estatstico.
Ao professor e Estatstico Clio Costa Souto Maior pela sua importantssima
contribuio no lado estatstico.
Aos laboratoristas Washington Espsito e Andr Miranda do laboratrio de Materiais
de Construo, Pedro do Laboratrio de Geotecnia e Waldemar do laboratrio de topografia
ambos da Catlica, que contriburam na realizao dos ensaios.
Universidade Catlica de Pernambuco (CATLICA), por ter concedido a bolsa de
estudos e pelo uso eficiente do laboratrio.
Ao professor e doutor Carlos Wellington, do Itep, pela sua autorizao em relao ao
uso do transporte e equipamento.
-
Ao tcnico de edificaes e estudante de arquitetura Andr Luiz Capezzera Vital, aos
laboratoristas Aluzio Cavalcanti, Domingos Jorge de Moura, Marcos Jos de Souza, Nelson
Rodrigues do Carmo e ao auxiliar Diogo Gervsio Melo, todos do Itep, pelas suas
importantssimas contribuies.
Ao ITEP pelo total apoio no transporte, materiais e uso do laboratrio de tecnologia
dos materiais.
-
Excelente possuir o conhecimento secular,
porm sublime conhecer a DEUS.
(Wellington Amorim Rgo)
-
RESUMO Foi realizado na Regio Metropolitana do Recife nos municpios de Abreu e lima, Araoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Ipojuca, Itamarac, Itapissuma, Moreno, Olinda, Recife, Jaboato dos Guararapes e So Loureno da Mata a coleta de materiais que servem como Saibro, em jazidas j exploradas comercialmente, com o objetivo de avaliar a melhor caracterstica desse Saibro e a aplicao em argamassas na construo civil, bem como o seu uso de modo no mais emprico. Para isso se fez jus os ensaios de caracterizao fsica atravs da anlise granulomtrica com sedimentao de acordo com a ABNT-NBR 7181/1984, a consistncia (limite de liquidez conforme ABNT-NBR 6459/1984 e limite de plasticidade conforme ABNT-NBR 7180/1984). A determinao da massa especfica dos gros do solo de acordo com a ABNT-NBR 6508/1984, limite de contrao de acordo com a ABNT-NBR 7183/1982. Os resultados obtidos indicam que existe influncia significativa na quantidade de argila e no grau de contrao. Palavras-chave: Construo civil; saibro; ensaios de caracterizao.
-
ABSTRACT It was accomplished in the Metropolitan Area of Recife in the municipal districts of Abreu e Lima, Araoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Igarassu, Ipojuca, Itamarac, Itapissuma, Moreno, Olinda, Recife, Jaboato dos Guararapes and So Loureno da Mata the collection of materials that they serve as Clay-Shale, in lied explored already commercially, with the objective of evaluating the best characteristic of that Clay-Shale and the application in mortars in the building site, as well as his/her way use no more empiric. For that it was made right the rehearsals of physical characterization through the analysis granulomtrica with sedimentation in agreement with ABNT-NBR 7181/1984, the consistence (liquidity limit according to ABNT-NBR 6459/1984 and plasticity limit according to ABNT-NBR 7180/1984). The determination of the specific mass of the grains of the soil in agreement with ABNT-NBR 6508/1984, contraction limit in agreement with ABNT-NBR 7183/1982. The obtained results indicate that significant influence exists in the amount of clay and in the contraction degree. Keywords: Building site; clay-shale; characterization rehearsals.
-
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1: Manifestaes patolgicas das argamassas em edificaes.......................... 32 Figura 2.2: Algumas patologias das argamassas com Saibro.......................................... 33 Figura 2.3: Fissurao apresentada pela argamassa com Saibro, logo aps sua aplicao..........................................................................................................................
34
Figura 2.4: Relao aglomerante/agregados com ndice de consistncia........................ 39 Figura 2.5: Relao aglomerante/agregados com massa especfica................................ 39 Figura 2.6: Relao aglomerante/agregados com teor de ar incorporado....................... 40 Figura 2.7: Relao aglomerante/agregados com resistncia compresso................... 40 Figura 2.8: Relao aglomerante/agregados com o ndice de consistncia..................... 42 Figura 2.9: Relao aglomerante/agregados com a massa especfica no estado fresco...............................................................................................................................
42
Figura 2.10: Relao aglomerante/agregados com a massa especfica no estado endurecido.......................................................................................................................
43
Figura 2.11: Relao aglomerante/agregados com a resistncia compresso.............. 43 Figura 2.12: Relao aglomerante/agregados com a resistncia trao por compresso diametral......................................................................................................
44
Figura 2.13: Relao aglomerante/agregados com o ndice de vazios............................ 44 Figura 2.14: Estrutura dos minerais arglicos.................................................................. 46 Figura 2.15: Espcies de minerais arglicos.................................................................... 46 Figura 2.16: Diagrama trilinear com as respectivas porcentagens e os constituintes principais (% argila, % areia e % silte)...........................................................................
47
Figura 2.17: Municpios integrantes da Regio Metropolitana do Recife....................... 49 Figura 2.18: Principais domnios geolgicos da Regio Metropolitana do Recife......... 50 Figura 2.19: Mapa geolgico da Regio Metropolitana do Recife Simplificado......... 55 Figura 2.20: Mapa Pedolgico da Regio Metropolitana do Recife............................... 57 Figura 3.1: GPS de bolso................................................................................................. 58 Figura 3.2 (a) e (b): Coletas das amostras nas jazidas..................................................... 59 Figura 3.3: secagem ao ar do material............................................................................. 60 Figura 3.4: Limite de contrao antes (material saturado) e depois de seco em estufa e resfriado ao ar..................................................................................................................
61
Figura 3.5: CP 5 x 10 cm com capeamento .................................................................... 68 Figura 3.6: CP 5 x 10 cm com aparato de madeira......................................................... 68 Figura 4.1: Localizao das jazidas no mapa da RMR................................................... 72 Figura 4.2: Mapa geolgico da RMR e posicionamento das jazidas.............................. 75 Figura 4.3: Pedologia do solo por jazida......................................................................... 78 Figura 4.4: Carta de plasticidade e atividade................................................................... 80 Figura 4.5: Granulometria do material da rea Norte...................................................... 81 Figura 4.6: Granulometria do material da rea Centro.................................................... 81 Figura 4.7: Granulometria do material da rea Sul......................................................... 82 Figura 4.8: Diagrama Triangular com indicao da qualidade de Saibro ..................... 83 Figura 4.9: Grfico da Porcentagem dos agregados na Regio Norte, Recife e Regio Sul....................................................................................................................................
83
Figura 4.10: Grau de contrao com a porcentagem de argila........................................ 84 Figura 4.11: Grfico da curva granulomtrica da areia................................................... 86 Figura 4.12: Imagens adquiridas atravs da lupa da frao retida na peneira de malha 1,2 mm (a) e 2,4 mm (b)..................................................................................................
86
Figura 4.13: curvas da distribuio granulomtrica das jazidas selecionadas................. 88
-
Figura 4.14: Caracterizaes fsicas e mecnicas............................................................ 93 Figura 4.15: Grfico do IQSA em relao consistncia da argamassa com Saibro..... 94 Figura 4.16: Consistncia em funo da relao gua/materiais secos........................... 95 Figura 4.17: Relao do IQSA com a massa especfica no estado fresco....................... 97 Figura 4.18: Relao do IQSA com a massa especfica no estado seco (a) e massa especfica da amostra aps saturao (b).........................................................................
97
Figura 4.19: IQSA em relao a absoro de gua por imerso (a) e ndice de vazios (b)....................................................................................................................................
99
Figura 4.20: IQSA em relao a gua/cimento (a) e gua/materiais secos (b)................ 100 Figura 4.21: IQSA em relao a gua/agregado (areia).................................................. 102 Figura 4.22: grfico do IQSA com a relao gua/saibro............................................... 102 Figura 4.23: grfico do IQSA em relao a velocidade de propagao da onda ultra-snica...............................................................................................................................
104
Figura 4.24: Grfico do IQSA em relao ao mdulo de elasticidade da argamassa..... 106 Figura 4.25: Resultados mdios das resistncias dos corpos-de-prova de argamassa.... 107 Figura 4.26: grfico do IQSA em relao a resistncia compresso............................ 109 Figura 4.27: grfico do IQSA em relao a resistncia trao por compresso diametral..........................................................................................................................
109
Figura 4.28: Correlaes das resistncias dos corpos-de-prova no trao 1:3:5 e 1:1:7 com os parmetros fsicos e mecnicos...........................................................................
111
Figura 4.29: correlao da resistncia compresso para o trao 1:3:5 (a) e 1:1:7 (b) com os parmetros qumicos, fsicos e mecnicos..........................................................
112
Figura 4.30: correlao da resistncia trao por compresso diametral para o trao 1:3:5 (a) e 1:1:7 (b) com os parmetros qumicos, fsicos e mecnicos..........................
113
-
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1: Resultado da caracterizao do Saibro.......................................................... 36 Quadro 2.2: Resultado da caracterizao do Saibro.......................................................... 36 Quadro 2.3: Resultado da caracterizao do Saibro.......................................................... 37 Quadro 2.4: Caracterizao fsica e mecnica no estado fresco da argamassa com Cimento, Saibro e Areia....................................................................................................
38
Quadro 2.5: Caracterizao fsica e mecnica no estado fresco da argamassa com Cimento, Saibro e Areia....................................................................................................
41
Quadro 4.1: Formao Geolgica nas jazidas da RMR.................................................... 73 Quadro 4.2a: Classes Pedolgicas nas jazidas de Saibro da RMR.................................... 76 Quadro 4.2b: Classes Pedolgicas nas jazidas de Saibro da RMR................................... 77 Quadro 4.3: Valores mnimos e mximos da caracterizao fsica dos Saibros na RMR. 79 Quadro 4.4a: Caracterizao fsica e qumica dos Saibros selecionados, por grupo, para os ensaios das argamassas.................................................................................................................. 89
Quadro 4.4b: Caracterizao fsica e qumica dos Saibros selecionados, por grupo, para os ensaios das argamassas.........................................................................................
90
Quadro 4.5: Resultados mdios da consistncia................................................................ 94 Quadro 4.6: Resultados mdios da massa especficas no estado fresco, seco aps 28 dias de cura e saturada.......................................................................................................
96
Quadro 4.7: Resultados mdios da absoro de gua por imerso e o ndice de vazios... 99 Quadro 4.8: Relao gua/cimento, gua/materiais secos, gua/agregado (areia), e a relao gua/Saibro...........................................................................................................
101
Quadro 4.9: velocidade da propagao ultra-snica.......................................................... 104 Quadro 4.10: Resultados mdios do mdulo de elasticidade da argamassa com Saibro.. 105 Quadro 4.11: resultados mdios das resistncias compresso e compresso por trao diametral............................................................................................................................
108
-
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Resultados dos ensaios Raios-X................................................................... 45 Tabela 3.1: Caracterizao com os critrios usados como base para avaliao do Saibro em argamassas......................................................................................................
70
Tabela 4.1: Localizao geogrfica das jazidas.............................................................. 71 Tabela 4.2: Caracterizao fsica do Cimento Portland CP II F-32................................ 85 Tabela 4.3: Caractersticas da areia natural..................................................................... 85 Tabela 4.4: Quantidade de gua utilizada nas argamassas com Saibro........................... 91 Tabela 4.5: Composio granulomtrica do Silte, Argila e % de argila menor que 0,002 mm das nove jazidas selecionadas........................................................................
91
-
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
a/agre Relao gua/agregado
ABCP Associao Brasileira de Cimento Portland
Abs imer Absoro por imerso
ABNT/NBR Associao Brasileira de Normas Tcnicas /Norma Brasileira Regulamentadora
a/c Relao gua/cimento
ACS Argamassa de Cimento e Saibro
a/mateseco Relao gua/materiais secos
a/saibro Relao gua/saobro
Cc Coeficiente de Curvatura
CPRH Agncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos
CTC Capacidade de Troca de Ctions
Cu Coeficiente de Uniformidade
CONDEPE/FIDEM Conselho de Desenvolvimento de Pernambuco/Financiamento de
Desenvolvimento Maior
CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Consist Consistncia
DNPM Departamento Nacional de Produo Mineral
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
GPS Global Position Sistem (Sistema de Posicionamento Global)
Ia ndice de atividade
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IG ndice de grupo
Iv ndice de vazios
IQSA ndice de Qualificao de Saibro para uso em Argamassa
LP Limite de Plasticidade
LW Limite de Liquidez
ME Mdulo de elasticidade
Mesp Fr Massa especfica no estado fresco
Mesp S 28d Massa especfica no estado seco aps 28 dias de cura em tanque
Mesp sat Massa especfica aps saturao
PCA Principal Component Analysis (Anlises de Componente Principal)
-
PE-PB Pernambuco-Paraba
RC Resistncias compresso
RMR Regio Metropolitana do Recife
RT Resistncia trao
S soma de ctions trocveis
SIG Geographic Information System
SUDENE Superitendncia de Desenvolvimento de Pernambuco
T capacidade de troca de ctions
TRB Transportation Research Board
UMC Mquina Universal Mecnica
UTM Universal Transverse Mercator
VPO Velocidade de propagao da onda ultra-snica
V % de saturao de bases
ZAPE Zoneamento Agroecolgico de Pernambuco
-
SUMRIO 1 INTRODUO.......................................................................................................... 18 1.1 Importncia da pesquisa ...................................................................................... 18 1.2 Objetivo geral ........................................................................................................ 19 1.3 Objetivo especfico ................................................................................................ 19 1.4 Estrutura ............................................................................................................... 20 2 REVISO BIBLIOGRFICA ................................................................................. 21 2.1 Caractersticas das Argamassas ......................................................................... 21 2.1.1 Materiais constituintes da argamassa................................................................ 23 2.1.1.2 Agregados Midos....................................................................................... 24 2.1.1.3 Adies........................................................................................................ 24 2.1.1.4 Aditivos....................................................................................................... 24 2.3 Propriedades das argamassas .............................................................................. 25 2.4 Patologias das argamassas com Saibro ............................................................... 29 2.5 Caractersticas que deve ter um solo para ser utilizado como Saibro em argamassa ......................................................................................................................
34
2.5.1 Saibro................................................................................................................. 34 2.5.2 Principais Grupos dos minerais arglicos.......................................................... 45 2.5.3 Classificao triangular do solo no diagrama de Wincler................................. 47 2.6 Regio Metropolitana do Recife .......................................................................... 47 2.6.1 Caractersticas gerais......................................................................................... 48 2.7 Geologia da Regio Metropolitana do Recife .................................................... 49 2.7.1 Estratigrafia....................................................................................................... 51 2.8 Pedologia da Regio Metropolitana do Recife ................................................... 55 3 MATERIAIS E MTODOS ..................................................................................... 58 3.1 Coleta dos Saibros ................................................................................................ 58 3.2 Identificao da geologia e pedologia dos locais de coleta de amostras ........... 60 3.3 Caracterizao fsica dos Saibros ........................................................................ 61 3.3.1 Limite de liquidez.............................................................................................. 61 3.3.2 Limite de plasticidade........................................................................................ 62 3.3.3 Massa especfica................................................................................................ 62 3.3.4 Anlise granulomtrica com sedimentao....................................................... 62 3.3.5 limite de contrao............................................................................................ 63 3.3.6 ndice de atividade............................................................................................. 63 3.3.7 ndice de Grupo................................................................................................. 63 3.4 Caracterizao do agregado mido .................................................................... 64 3.5 Caracterizao do cimento .................................................................................. 64 3.6 Caracterizao dos corpos-de-prova de argamassa com Saibro ...................... 65 3.6.1 Consistncia....................................................................................................... 65 3.6.6.1 Quantidade de gua utilizada no trao das argamassas com o
Saibro........................................................................................................................ 66
3.6.2 Massas especficas............................................................................................. 66 3.6.3 Absoro por imerso........................................................................................ 67 3.6.4 ndice de vazios................................................................................................. 67 3.6.5 Velocidade de propagao da onda ultra-snica............................................... 67 3.6.6 Mdulo de elasticidade..................................................................................... 67 3.6.7 Resistncia compresso e compresso por trao diametral.......................... 68 3.7 Mtodo de anlise dos resultados ........................................................................ 69
-
3.8 Seleo das amostras de Saibro para as argamassas ........................................ 69 4 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS .................................. 71 4.1 Localizao das jazidas ........................................................................................ 71 4.2 Identificao e classificao das unidades Geolgicas e classes Pedolgicas .. 72 4.3 Caracterizao fsica dos Saibros ........................................................................ 79 4.4 Composio granulomtrica do Saibro .............................................................. 80 4.4.1 Diagrama triangular de Winkler........................................................................ 82 4.4.2 Grau de contrao e porcentagem de argila...................................................... 84 4.5 Caracterizao do cimento utilizado na argamassa .......................................... 84 4.6 Caracterizao da areia utilizada na argamassa ............................................... 85 4.7 Caracterizao Fsica, Mecnica e Qumica ...................................................... 87 4.7.1 Consistncia..................................................................................................... 93 4.7.2 Massa especfica no estado fresco, seco e no estado endurecido aps 28 dias
de cura em tanque..................................................................................................... 96
4.7.3 Absoro de gua por imerso e ndice de vazios............................................. 98 4.7.4 Relao gua/cimento, gua/materiais secos, gua/agregado (areia), e a
relao gua/Saibro.................................................................................................. 100
4.7.5 Velocidade de propagao da onda ultra-snica na argamassa no estado endurecido.......................................................................................................................
103
4.7.6 Mdulo de elasticidade da argamassa .............................................................. 105 4.7.7 Resistncia compresso e resistncia compresso por trao
diametral................................................................................................................... 106
4.8 Caracterizao Fsica, Mecnica e Qumica dos Saibros relacionados com as propriedades das argamassas no estado fresco e endurecido ..............................
110
5 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 114 5.1 Concluses ............................................................................................................. 114 5.2 Sugestes para futuros trabalhos ........................................................................ 115 REFERNCIAS ........................................................................................................... 116 APNDICE A ................................................................................................................ 126 APNDICE B ................................................................................................................ 136
-
18 1 INTRODUO
1.1 Importncia da pesquisa
A importncia da pesquisa est relacionada ao uso do Saibro nas argamassas em
Construes Civis da RMR no qual no existe uma padronizao (fsica, Qumica e
Mecnica) quanto aplicao do Saibro nas argamassas, pois o seu uso feito de maneira
emprica sem nenhum conhecimento tcnico, logo neste trabalho apresentado os parmetros
fsicos, qumicos e mecnicos, os quais so tomados como base para a aplicao devida do
Saibro em argamassas.
As jazidas exploradas na RMR (Regio Metropolitana do Recife) para o uso do Saibro
na construo civil so feitas sobre o controle de rgos governamentais, tais como CPRH
(Agncia Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hdricos), DNPM (Departamento Nacional
de Produo Mineral), em alguns casos no existe o controle desses rgos, pois h
exploraes clandestinas o que se faz necessrio aumentar a fiscalizao dessas exploraes.
Na explorao dessas jazidas quando se trata de construo de estradas extrado o material
para os devidos procedimentos, quando para o aproveitamento do Saibro se faz necessrio um
maior controle, pois na extrao do Saibro nem todo material que compem as jazidas so
adequados para uso como Saibro na argamassa, pois se no houver uma fiscalizao a jazida
explorada por completo o que ocasiona srios riscos ao meio ambiente.
A RMR possui uma imensa rea com morros que gera um volume considervel do
material (Saibro) para a construo civil, da o interesse de estudar esse material e obter uma
melhor qualidade do material ideal para uso como Saibro em argamassas, visto que o uso do
Saibro tem sido mais restrito ou at mesmo insento nas construes civis.
Neste trabalho estudada a argamassa com o Saibro. Segundo, (MATTOS, 2001) diz
que no Brasil, em vrias regies, observa-se a utilizao de adies argilominerais, com o
objetivo de melhorar a plasticidade das argamassas.
-
19
As argamassas na construo civil so utilizadas em todas as obras no tocante ao
assentamento e revestimento em blocos de alvenaria, segundo (PAES et al., 1999) citado por
(MATTOS, 2001) diz que na dosagem de argamassas utiliza-se materiais finos com o
objetivo de melhorar algumas propriedades, principalmente no estado fresco. Os materiais
finos podem ser os aglomerantes (cimento, cal), Saibro ou at mesmo outros materiais inertes,
os quais proporcionam plasticidade s argamassas, devido elevada rea especfica. Em sua
maioria usado em construes populares, ou melhor, em construes residncias individuais
muitas vezes de maneira emprica.
A utilizao do Saibro nas argamassas por ser utilizado muitas vezes de maneira
emprica, melhor dizendo, por parte de experincias de pedreiros, sem nenhum controle
tcnico o que ocasiona em sua maioria manifestaes patolgicas insatisfatrias, tais como
fissuras, desagregao. A importncia deste trabalho proporcionar aos profissionais o uso do
Saibro em argamassas de assentamento e revestimento em alvenarias modo consciente.
1.2 Objetivo geral
Analisar as caractersticas fsicas e mecnicas dos Saibros e das argamassas de
cimento, Saibro e areia, visando obter melhores desempenhos quando aplicados em
assentamento e revestimento de alvenaria.
1.3 Objetivos especficos
Localizar as jazidas de saibros utilizados comercialmente na RMR.
Coletar e identificar amostras das diferentes jazidas de saibro da RMR.
Caracterizar o Saibro, atravs de anlises laboratoriais, para ser empregado em
argamassas de assentamento e revestimento na construo civil.
-
20
Identificar e classificar a que classes pertencem, na geologia e pedologia, as amostras
de Saibro utilizadas na preparao das argamassas de cimento e Saibro para
assentamento e revestimento de alvenarias.
Relacionar as caractersticas fsicas e mecnicas das amostras de Saibro com as
caractersticas qumicas das argamassas de cimento e Saibro realizadas por (PAIVA,
2008).
Verificar as principais caractersticas fsicas das amostras de Saibro que interfiram
diretamente nas caractersticas mecnicas das argamassas.
Efetuar ensaios de resistncia com argamassas de saibro para verificar as
caractersticas das jazidas de saibro da RMR.
1.4 Estrutura
O trabalho est subdividido em seis captulos, assim estruturado:
Captulo 1 - Introduo so apresentadas a explorao do Saibro na RMR, os
objetivos gerais e especficos.
Captulo 2 - Reviso bibliogrfica so discutidos os principais aspectos existentes na
bibliografia que aborda os diversos tipos de argamassas. Tambm so discutidas as
propriedades das argamassas, as patologias das argamassas, as caractersticas que deve ter um
solo para ser utilizado como Saibro em argamassa. De maneira mais detalhada so
apresentados a formao geolgica e pedolgica do Saibro na Regio Metropolitana do
Recife.
Captulo 3 - Materiais e mtodos so apresentados as etapas da realizao da coleta
do Saibro, a identificao da Geologia e Pedologia dos locais de coleta de amostras,
caracterizao Fsica dos Saibros, caracterizao do agregado mido, caracterizao do
cimento, caracterizao dos corpos-de-prova de argamassa com Saibro. Tambm so
apresentados os critrios de seleo das amostras de Saibro para as argamassas.
-
21
Captulo 4 - Apresentao e discusso dos resultados so apresentados os resultados
obtidos em laboratrio e discutidos com base em procedimentos laboratoriais e estatsticos.
Captulo 5 Consideraes finais - so apresentados os resultados das concluses
obtidas no trabalho e sugestes para futuros trabalhos.
Captulo 6 - Referncias bibliogrficas - so apresentadas a relao da bibliografia
consultada na elaborao do trabalho.
-
22 2 REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 Caractersticas das Argamassas
Conforme relatos Bblicos, as construes de edificaes se deram antes de Cristo
(a.C), um bom exemplo foi a construo da Torre de Babel que fora edificada com tijolos que
lhe serviram de pedras e o betume de argamassa (Gnesis cap. 11 ver. 3).
Na Grcia, no perodo micnio (por volta de 2000 a.C.), a argila crua foi empregada
em construes de taipa ou pau-a-pique, envolvendo as estruturas resistentes de madeira.
Tcnica idntica foi utilizada pela arquitetura romana etrusca (sculos VII ao VI a.C). Nas
construes egpcias era utilizada a argila fluida (em pasta) para o envolvimento das
estruturas das casas feita de caules de plantas ou de troncos de palmeiras por volta de 1600 a
1100 a.C. A obteno da cal era atravs da queima de conchas e mariscos.
Conforme (SELMO et al, ...) diz que para as argamassas no estado fresco salienta-se a
importante inteno de normalizar as medidas de rendimento e de manuteno de
trabalhabilidade das argamassas, o que parece ser coerente com as tendncias de controle de
propriedades melhor associadas ao desempenho de produtos da Construo Civil. Os mtodos
de preparo da argamassa e de medida da densidade no estado fresco devem ser
criteriosamente estabelecidos, pois afetam os clculos de rendimento terico.
Cincotto apud Thomaz (2001) enfatiza que, em relao s dosagens das argamassas,
devem-se relevar os seguintes requisitos no estado fresco: consistncia, coeso, plasticidade,
reteno de gua, trabalhabilidade e adeso inicial e no estado endurecido: resistncia
mecnica, ao fogo, ao ataque de sulfatos, ao congelamento, deformabilidade, retrao,
aderncia, permeabilidade, condutibilidade trmica e durabilidade. (MOTA, 2006)
Argamassas so materiais de construo, com propriedades de aderncia e
endurecimento, obtidos a partir da mistura homognea de um ou mais aglomerantes, agregado
mido (areia) e gua, podendo conter ainda aditivos e adies minerais.
-
23
As argamassas so materiais muito empregados na construo civil, sendo os
principais usos no assentamento de alvenarias e nas etapas de revestimento, como emboo,
reboco ou revestimento de camada nica de paredes e tetos, alm de contrapisos para a
regularizao de pisos e ainda no assentamento e rejuntamento de revestimentos de cermica
e pedra, (CARASEK, 1996).
Oliveira (1989) diz que a argamassa definida como uma massa plstica resultante da
mistura de um ou mais materiais ligantes, ou inerte (geralmente areia) e gua capaz de
endurecimento posterior.
Diversos conceitos podem ser-lhe atribudos, a depender da finalidade que lhes for
estabelecida. Podem-se encontrar conceitos mais completos e particularizados, em funo do
tipo da argamassa. ABNT / NBR 13529 (1995), define a argamassa para revestimento como
sendo uma mistura homognea de agregado(s) mido(s), aglomerante(s) inorgnico(s) e
gua, contendo ou no aditivos ou adies, com propriedades de aderncia e endurecimento.
Os tipos de argamassas mais usuais na construo civil so apresentadas neste
trabalho, sabvel que j existem outros tipos de argamassas que so estudadas em outros
trabalhos, porm nesse trabalho no sero apresentadas.
A argamassa de cal recebe usualmente o nome de argamassa intermediria, pois
quando se utiliza a cal virgem este tipo de argamassa utilizado para a maturao da cal, para
posteriormente ser misturado o cimento. composta por uma mistura de cal, agregado mido
e gua A pasta de cal preenche os vazios entre os gros do agregado mido, melhorando a
plasticidade e a reteno de gua.
Argamassa de Cal - mistura de areia e cal cujo componente d uma boa
trabalhabilidade e capacidade de reteno de gua, apresentando baixa resistncia
compresso quando endurecida, (WESTPHAL, 2007).
Na ABNT NBR 13529/1995, diz que a argamassa de cal a argamassa preparada com
cal, como nico aglomerante.
-
24
A argamassa de cimento composta basicamente de cimento, agregados midos e
gua. Ela apresenta alta resistncia mecnica em pouco tempo e pouca trabalhabilidade, baixa
reteno de gua. Geralmente usada para emprego especficos tais como chapisco nas
paredes de blocos cermicos, concreto e paredes de concreto para aumentar a resistncia de
aderncia dos revestimentos.
A ABNT / NBR 13529/1995 diz que argamassa de cimento a argamassa preparada
com cimento como nico aglomerante
a mais utilizada, por apresentar uma mistura mais harmoniosa onde o cimento e a cal
contribuem com suas principais propriedades: resistncia, plasticidade, reteno de gua e
velocidade de endurecimento, aplicada em alvenaria estrutural e convencional,
(WESTPHAL, 2007).
Muito usada em vrias regies do Brasil onde o Saibro entra como plastificante na
mistura, aumentando o volume e a trabalhabilidade, utilizada com tradio pelos mestres de
obras antigos, no sendo normalizada, (WESTPHAL, 2007).
As argamassas industrializadas so constitudas de aglomerantes hidrulicos de
cimento Portland, agregado mido de rocha calcria moda e classificada
granulometricamente e aditivos orgnicos modificadores de propriedades no restado plstico,
(CARASEK, 1997).
2.1.1 Materiais constituintes da argamassa
A argamassa constituda de agregados midos e de aglomerantes, que em geral so
cimento, cal aditivos e/ou adies.
-
25 2.1.1.2 Agregados Midos
Segundo a NBR 7211 (ABNT, 2005), agregados midos so agregados cujos gros
passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com
abertura de malha de 150 m, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248,
com peneiras definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1.
Conforme, ANGELIM et al., (2003) citado por SILVA, (2006) diz que a distribuio
granulomtrica da areia influencia diretamente no desempenho da argamassa, interferindo na
trabalhabilidade e no consumo de gua e aglomerantes, no estado fresco; no revestimento
acabado, exerce influncia na fissurao, na rugosidade, na permeabilidade e na resistncia de
aderncia.
2.1.1.3 Adies
A NBR 13529/1995 define que as adies so materiais inorgnicos naturais ou
industriais finamente divididos, adicionados s argamassas para modificar as suas
propriedades e cuja quantidade levada em considerao no proporcionamento (dosagem).
As adies, conforme a norma NBR 13529/1995, so: entulho reciclado, filito cermico,
material pozolnico, p calcrio, Saibro, solo fino e solo fino beneficiado.
2.1.1.4 Aditivos
A NBR 13529/1995 define que um produto adicionado argamassa em pequena
quantidade, com a finalidade de melhorar uma ou mais propriedades, no estado fresco ou
endurecido. Conforme a norma os aditivos so classificados como: hidrofugante,
incorporador de ar, redutor de permeabilidade e retentor de gua.
-
26 2.3 Propriedades das argamassas
As propriedades fsico-mecnicas das argamassas podem ser divididas em duas
categorias, sendo estas de natureza adesiva e de natureza aglomerante. A de natureza adesiva
est relacionada capacidade da argamassa aderi ao substrato, isto , ocasionar a resistncia
de aderncia, (JUNIOR, 2004).
A propriedade aglomerante est relacionada na capacidade da argamassa promover
uma consolidao interna, entre o aglomerante e o agregado, onde se desenvolvem as demais
propriedades fsico-mecnicas como: a resistncia compresso, a resistncia trao,
permeabilidade e a capacidade de absorver deformaes, (JUNIOR, 2004).
A consistncia Segundo CINCOTTO et al. (1995) a propriedade pela qual a
argamassa no estado fresco tende a resistir deformao. Diversos autores classificam as
argamassas, segundo a consistncia, em secas (a pasta preenche os vazios entre os gros),
plsticas (a pasta forma uma fina pelcula e atua como lubrificante na superfcie dos gros dos
agregados) e fluidas (os gros ficam imersos na pasta). A consistncia diretamente
determinada pelo contedo de gua, sendo influenciada pelos seguintes fatores: relao
gua/aglomerante, relao aglomerante/areia, granulometria da areia, natureza e qualidade do
aglomerante (SILVA, 2006).
A trabalhabilidade relaciona principalmente consistncia e ela uma das mais
importantes propriedades das argamassas no estado fresco. Vrios pesquisadores que estudam
as argamassas de revestimento apontam definies acerca deste termo. Em termos prticos, a
trabalhabilidade significa facilidade de manuseio. Uma argamassa trabalhvel quando ela
distribui-se facilmente ao ser assentada, no adere na ferramenta quando est sendo lanada
na superfcie de aplicao, no segrega ao ser transportada, no endurece em contato com
superfcies absortivas e permanece plstica por tempo suficiente para que a operao seja
completada (SABBATINI, 1984). Rilem (1982) diz que a trabalhabilidade a facilidade do
operrio trabalhar com a argamassa, que pode ser entendida como um conjunto de fatores
inter-relacionados, conferindo boa qualidade e produtividade na sua aplicao. Considerando
ainda que a consistncia e a plasticidade so as propriedades reolgicas bsicas, que
caracterizam a trabalhabilidade. Avaliar, quantificar e prescrever valores de trabalhabilidade
-
27 das argamassas por meio de ensaios uma tarefa muito difcil, uma vez que ela depende no
s das caractersticas intrnsecas da argamassa, mas tambm da habilidade do pedreiro que
est executando o servio e de vrias propriedades do substrato, alm da tcnica de aplicao
(CASCUDO et al., 2005).
Uma argamassa de revestimento tem boa trabalhabilidade quando se deixa penetrar
com facilidade pela colher de pedreiro, sem ser fluida; mantendo-se coesa sem aderir
colher ao ser transportada para a desempenadeira e lanada contra a base; e permanece
mida o suficiente para ser espalhada, cortada (operao de sarrafeamento) e ainda receber o
tratamento superficial previsto, (SELMO, 1989).
Segundo, (CINCOTTO, et al., 1995) a trabalhabilidade a propriedade que depende e
resulta de vrias outras, tais como: consistncia, plasticidade, coeso, tixotropia e reteno de
gua, alm da exsudao, tempo de pega e adeso inicial, e diretamente relacionada com o
julgamento subjetivo por parte do operrio (no caso o pedreiro),.
Para (CARASEK, 1996), a trabalhabilidade a habilidade de fluir ou espalhar-se
sobre a superfcie do componente do substrato, por suas salincias, protuberncias e fissuras,
definindo a intimidade do contato entre a argamassa e o substrato relacionando-se assim com
a aderncia e sua extenso.
Davison (1974) citado por Oliveira (1989) diz que a trabalhabilidade a propriedade
mais importante de uma argamassa no estado no endurecido.
O conceito de trabalhabilidade nas argamassas de revestimento inclui a capacidade de
proporcionar uma boa aderncia ao substrato e facilidade de acabamento superficial,
influenciando em propriedades no estado endurecido, (MATTOS, 2001).
Conforme (SOUSA e LARA 2005), a trabalhabilidade reflete, em termos prticos, as
facilidades do operrio durante as operaes de manuseio e aplicao das argamassas. Em
geral, uma falta de trabalhabilidade da argamassa traduzida em aspectos como uma
argamassa spera, muito seca ou muito fluida, com segregao e exsudao excessiva, com
dificuldade de espalhar sobre a base de aplicao, falta de liga, falta de adeso inicial, e em
certas dificuldades para incio das operaes de acabamento (ou puxa muito rpido ou
-
28 muito lento). Muitas dessas avaliaes so feitas a partir de procedimentos empricos
realizados pelos operrios envolvidos diretamente no processo de execuo do revestimento.
A coeso, segundo CINCOTTO et al. (1995), refere-se s foras fsicas de atrao
existentes entre as partculas slidas da argamassa no estado fresco e s ligaes qumicas da
pasta aglomerante.
A tixotropia a propriedade pela qual um material sofre transformaes isotrmicas e
reversveis do estado slido para o estado gel (SELMO, 1989). O estado gel, no caso das
argamassas, diz respeito massa coesiva de aglomerante na pasta, mais densa aps a
hidratao (CINCOTTO et al., 1995).
Na plasticidade a argamassa no estado fresco tende a conservar-se deformada aps a
reduo das tenses de deformao (SILVA, 2006). De acordo com CINCOTTO et al. (1995),
a plasticidade e a consistncia so as propriedades que efetivamente caracterizam a
trabalhabilidade, e so influenciadas pelo teor de ar aprisionado, natureza e teor de
aglomerantes e pela intensidade de mistura das argamassas. A plasticidade das argamassas
durante sua utilizao est relacionada com a sua aderncia, o que garante uma vantagem nas
aplicaes, (MEHTA, 1994).
Segundo CASCUDO et al. (2005) citado por SILVA (2006), para cada mistura a
plasticidade adequada, de acordo com a finalidade e forma de aplicao da argamassa,
demanda uma quantidade tima de gua a qual significa uma consistncia tima, sendo esta
funo do proporcionamento e natureza dos materiais.
A reteno de gua a capacidade da argamassa no estado fresco de manter sua
consistncia ou trabalhabilidade quando sujeita a solicitaes que provocam perda de gua
por evaporao, suco do substrato ou pela hidratao do cimento e carbonatao da cal
(CINCOTTO et al, 1995).
Segundo ROSELLO citado por SELMO (1989) as argamassas tendem a conservar a
gua necessria para molhar as partculas dos aglomerantes e do agregado mido e a gua em
excesso cedida facilmente, devido absoro do substrato.
-
29
ROBINSON et al. citados por CARASEK (1996) constataram em seus experimentos
utilizando argamassas com diferentes retenes de gua aplicadas em diferentes tipos de
substratos, que aquelas com menores capacidades de reteno de gua produziam maior
resistncia de aderncia do revestimento.
Segundo CINCOTTO et al., (1995) a adeso inicial da argamassa no estado fresco ao
substrato a propriedade que caracterizar o comportamento futuro do conjunto
substrato/revestimento quanto ao desempenho decorrente da aderncia.
Segundo ROSELLO (1976) citada por SELMO (1989), a adeso inicial ou a aderncia
da argamassa no estado fresco ao substrato a revestir deve-se, em principio, s caractersticas
reolgicas da pasta aglomerante; a baixa tenso superficial da pasta, sendo funo inversa do
consumo de aglomerantes, o que propicia a sua adeso fsica ao substrato, assim como aos
prprios gros do agregado mido.
Segundo SILVA, (2006) os fatores essenciais que contribuem para uma boa aderncia
inicial da argamassa so as condies de limpeza do substrato, isentos de poeiras, partculas
soltas e gorduras.
A aderncia no estado endurecido tem influncia na textura do substrato, a existncia
ou no de chapisco, a qualidade da mo-de-obra, a qualidade da argamassa e o tempo de
aplicao.
Segundo SABBATINI (1984), aderncia da argamassa ao substrato pode ser definida
como sendo a capacidade que a interface substrato/argamassa possui de absorver tenses
tangenciais (cisalhamento) e normais (trao) a ela, sem romper-se. Ainda, segundo o autor,
no existe uma correspondncia biunvoca entre um dado parmetro e a capacidade de
aderncia. Por exemplo, aumentando o teor relativo de cimento no aglomerante pode-se
aumentar ou diminuir a capacidade de aderncia, dependendo das caractersticas do substrato.
TAHA & SHRIVE (2001) citados por CARVALHO JR et al. (2005) descrevem que a
aderncia alvenaria se desenvolve segundo dois mecanismos:
aderncia qumica: a resistncia de aderncia advm de foras covalentes ou foras de Van
der Waals, desenvolvidas entre a unidade de alvenaria e os produtos da hidratao do
cimento;
-
30 aderncia mecnica: formada pelo intertravamento mecnico dos produtos da hidratao do
cimento, transferidos para a superfcie dos poros dos blocos de alvenarias devido ao efeito da
suco ou absoro capilar.
A elasticidade segundo (CINCOTTO, et al. 1995) a capacidade de deformao que
as argamassas apresentam sem que ocorra ruptura, retornando s suas dimenses iniciais
quando cessam as solicitaes que lhes so impostas. O mdulo de elasticidade est
relacionado ao comportamento elstico do revestimento e pode fornecer informaes a
respeito da deformabilidade e da rigidez de um revestimento de argamassa. Esta propriedade
mecnica de grande interesse, pois est ligada aos fenmenos patolgicos dos revestimentos
de argamassa, em especial, as fissuras, (SILVA e CAMPITELI, 2006).
2.4 Patologias das argamassas com Saibro
As patologias que ocorrem nas argamassas com Saibro so conseqncias do uso do
material (Saibro) na composio da mesma sem o devido aprofundamento do estudo do
Saibro que melhor dever ser aplicado em argamassas, pois esse trabalho contribui de maneira
tcnica o devido uso do Saibro para serem aplicados em argamassas, no deixando a desejar o
uso do Saibro. O uso do Saibro nas argamassas em muitos casos tem sido deixado de ser
aplicado, pois algumas vezes tem ocorrido efeitos indesejveis nas argamassas, tais como :
fissuras e desagregao. Segundo (MEDEIROS e SABBATINI, 1994) citado por (SILVA,
1996) diz que em qualquer parte do Brasil podem ser encontrados sinais claros de
manifestaes patolgicas em revestimentos de argamassas simples ou mistas, na forma de
fissuras, descolamentos e problemas de umidade, que facilmente comprometem o
desempenho das edificaes.
Segundo (UEMOTO, 1984) citado por (NEVES et al. 1997), diz que as manifestaes
de patologias, nas argamassas constata-se pela presena de cloretos, sulfatos e nitratos
solveis os quais so os sais mais freqentes nos agregados e adies responsveis pelas
ocorrncias de eflorescncias nas argamassas, devendo ser limitadas de modo a evitar o
emprego de materiais que comprometam sua qualidade.
-
31
As ocorrncias patolgicas nunca tm uma nica causa, uma combinao de
inmeras variveis que podem ser, (ABCP - Comunidade da Construo, 2002):
Deformao da estrutura por flexo
Deformao por cargas horizontais
Encurtamento dos pilares
Falha do processo executivo do encunhamento
Deformao trmica da cobertura
Deformao trmica da fachada
Deformao excessiva de lajes com rotao das vigas da borda
Neste trabalho o interesse de manifestaes patolgicas est apenas nas argamassas
com Saibro.
A Figura 2.1 mostra algumas variveis, de modo geral, das ocorrncias patolgicas nas
argamassas em edificaes.
A Figura 2.2 e 2.3 apresentam alguns problemas patolgicos das argamassas com
Saibro em algumas edificaes, tais como painis estruturais, rodaps e muros que
provavelmente foram revestidos e/ou assentados com argamassas acrescida de Saibro.
-
32
Deformao da estrutura por flexo
Deformao da estrutura por flexo
Deformao por cargas horizontais
Encurtamento dos pilares
Falha no processo executivo do
encunhamento
Deformao trmica da cobertura
Deformao trmica da fachada
Deformao excessiva de lajes com rotao das vigas da borda
Figura 2.1: Manifestaes patolgicas das argamassas em edificaes Fonte: ABCP (2002)
-
33
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
Figura 2.2: Algumas patologias das argamassas com Saibro. Fonte: Autor
Verifica-se na figura 2.2 desagregao do material (b), o descolamento das placas
cermicas (e), o envelhecimento do material (a), (c), (d) e (f) verificado com a desagregao
da camada superficial o que uma conseqncia do material (Saibro) conter algum mineral
expansivo.
-
34
Figura 2.3: Fissurao apresentada pela argamassa com Saibro, logo aps sua aplicao. Fonte: Projeto REFA Avaliao do desempenho dos revestimentos de fachadas
A figura 2.3 apresenta fissuras, pois essas so ocasionadas por o material (Saibro)
conter em sua composio minerais expansivos.
2.5 Caractersticas que deve ter um solo para ser utilizado como Saibro em argamassa
2.5.1 Saibro
Segundo (CAPUTO, 1988), os solos so materiais formados atravs da decomposio
de rochas (rochas matriz) que induzidos pelos agentes do intemperismo (chuva, vento,
temperatura solar) atravs da decomposio mecnica formam os pedregulhos a as areias e
pela decomposio mais avanada formam os siltes e as argilas.
O Saibro um material argilo-arenoso ou areia argilosa. uma mistura de areia e
argila, de origem sedimentar, transportado e depositado pela ao da gua, (OLIVEIRA,
1989). A ABNT NBR 13529/2005 define o Saibro como sendo um solo proveniente de
-
35 granitos e gnaisses, com minerais parcialmente decompostos, sendo arenoso ou siltoso, com
baixo teor de argila e de cor variada.
Segundo, (OLIVEIRA, 1989) diz que h um consenso entre todos os envolvidos na
construo civil de que o Saibro indesejvel em argamassas de revestimento porque
apresenta problemas, principalmente de trincas, reteno de umidade, deslocamento da
pelcula de tinta, entre outros.
As propriedades em um solo que ressaltam as caractersticas de um Saibro para as
argamassas na construo civil so, segundo (CARICCHIO, 1957):
Percentual de argila no mximo 30%;
Percentual de areia no mnimo 20%;
Deve ser de decomposio de gnaisses e granito.
Quanto s demais propores deveram estar includos outros componentes, tais como
o silte, matria orgnica que no comprometa na mistura e no perturbe a hidratao do
cimento na argamassa quando no estado endurecido. O Saibro no deve ter em sua proporo
muita argila e muito silte, pois o excesso de plasticidade compromete a argamassa podendo
acarretar fissuras de retrao, o que compromete quando entrar no estado endurecido
ocasionando excessos de fissuras e fragmentao da argamassa.
O uso do Saibro em argamassas de assentamento as opinies so bastante divergentes.
De uma maneira geral, os engenheiros ignoram o material enquanto que a maioria dos
pedreiros consideram-no imprescindvel nesse tipo de argamassa. Existem, todavia pedreiros
que consideram o material imprprio, mesmo em argamassa de assentamento, sendo uma
nica qualidade baratear o custo da argamassa, mas sempre em prejuzo das qualidades da
mesma, (OLIVEIRA, 1989).
Usa-se hoje de modo precrio o mais diversificado dentro da argamassa at a
fabricao de tijolos, o Saibro tambm entra na fabricao de telhas, s que no
normalizado. Pernambuco tem uma bacia sedimentar em orla e ela possui variaes. No
material que vai fornecer o Saibro tem a formao tectnica, neo-fluvial tem-se at a
decomposio de silte.
-
36
Alguns autores nacionais caracterizaram o Saibro, de algumas regies, usado em
argamassa, conforme mostra o Quadro 2.1, 2.2 e 2.3.
Caracterizao Saibro Prata Saibro Goinia Referncia Massa especfica dos
slidos (KN/m) 2,559 2,608
(OLIVEIRA, 1989)
Teor de umidade (%) 0,82 0,73 Limite de liquidez
(%) 16,7 18
Limite de plasticidade (%)
No plstico No plstico
Massa unitria (KN/m)
1,279 1,236
Areia grossa (%) 2 - Areia mdia (%) 9 13 Areia fina (%) 69 68
Silte (%) 5 4 Argila (%) 15 15
Quadro 2.1: Resultado da caracterizao do Saibro
Verifica-se no Quadro 2.1 atravs da analise dos resultados da composio
granulomtrica uma sensvel semelhana entre os dois saibros. Em funo das porcentagens
da cada frao, os Saibros prata e goiana podem ser classificados de acordo com a TRB como
areia fina argilo-siltosa, e de acordo com o sistema de classificao unificado como solo do
tipo SM (areia siltosa), (OLIVEIRA, 1989).
Caracterizao Saibro da regio de Belm (PA) Referncia
Limite de liquidez (%)
23
(MATTOS at al. 2001)
Limite de plasticidade (%)
14
ndice de plasticidade (%)
9
Massa especfica (KN/m)
2,69
Massa unitria (KN/m)
1,31
Areia (%) 69 Silte (%) 8
Argila (%) 23 Quadro 2.2: Resultado da caracterizao do Saibro
-
37
verificado no Quadro 2.2 que atravs da classificao TRB o solo considerado um
material argilo-siltoso e de acordo com o Sistema Unificado de Classificao de Solos
(SUCS) do tipo SM (areia siltosa).
Caracterizao Saibro da regio de Recife (PE) Referncia Limite de liquidez
(%) No lquido
(OLIVEIRA at al. 2007)
Limite de plasticidade (%)
No plstico
Teor de umidade (%) 0,3 Massa especfica
(KN/m) 2,653
Pedregulho (%) 0,0 Areia (%) 83 Silte (%) 7,1
Argila (%) 9,9 Quadro 2.3: Resultado da caracterizao do Saibro
verificado no Quadro 2.3 que atravs da classificao TRB o solo considerado um
material silto-argiloso e de acordo com o Sistema Unificado de Classificao de Solos
(SUCS) do tipo SM (areia siltosa).
(OLIVEIRA, 1989) e (MATTOS, 2001) estudaram algumas propriedades das argamassas
com Saibro no estado fresco e endurecido e obteve os seguintes resultados mdios da
caracterizao fsica e mecnica, conforme mostra o Quadro 2.4 e 2.5.
-
38
Caracterizao (OLIVEIRA, 1989)
Trao Valor (mm)
ndice de consistncia
1:3:3 302,5 1:3:4 285,5 1:6:6 338,5
1:6:12 320 1:3:3 302,5 1:3:4 285,5
Massa especfica
Trao Valor (KN/m) 1:3:3 1,891 1:3:4 1,947 1:6:6 1,903
1:6:12 1,891
Teor de ar incorporado
Trao Valor (%) 1:3:3 5,967 1:3:4 6,335 1:6:6 6,232
1:6:12 5,201
Resistncia compresso
Trao Valor (MPa) 1:3:3 3,433 1:3:4 3,215 1:6:6 0,396
1:6:12 0,36 Quadro 2.4: Caracterizao fsica e mecnica no estado fresco da argamassa com Cimento, Saibro e Areia
Esses resultados foram analisados graficamente, conforme as Figuras 2.4, 2.5, 2.6 e
2.7. Quando comparados os resultados do ndice de consistncia com relao
aglomerante/agregados, Figura 2.4, observa-se que nos traos 1:3:3, 1:3:4 e 1:6:6, 1:6:12
esto correlacionados, pois o teor de materiais finos diminuem, assim diminuindo na
quantidade de gua o qual verificado no ndice de consistncia. Fato contrrio observado
nos traos 1:3:4, 1:6:6 e 1:6:12 e 1:3:3.
-
39
Figura 2.4: Relao aglomerante/agregados com ndice de consistncia
A Figura 2.5 mostra que a massa especfica diminui com o aumento da relao
aglomerante/agregados, conseqentemente com a diminuio do teor de finos contidos nos
agregados. Na Figura 2.5 a relao aglomerante/agregado os valores foram multiplicados por
1000 para melhor ajustar no grfico.
Figura 2.5: Relao aglomerante/agregados com massa especfica
A Figura 2.6 mostra uma boa correlao da relao aglomerante/agregado com o teor
de ar incorporado nos traos 1:3:4, 1:6:6 e 1:6:12, fato contrrio par o trao 1:3:3
(conseqncia de um mau adensamento nos moldes, influenciando em uma quantidade maior
de ar incorporado na argamassa. Na Figura 2.6 e 2.7 a relao aglomerante/agregado os
valores foram multiplicados por 10 para melhor ajustar no grfico
-
40
Figura 2.6: Relao aglomerante/agregados com teor de ar incorporado
A Figura 2.7 mostra uma boa correlao na relao aglomerante/agregado com a
resistncia compresso, medida que aumenta a relao aglomerante/agregados para os
traos 1:3:3, 1:3:4, 1:6:6 e 1:6:12 a resistncia compresso diminui.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
trao 01:03:03 trao 01:03:04 trao 01:06:06 trao 01:06:12
Relao aglomerante/agregados
Resistncia Compresso (MPa)
Resistncia compresso
aglom/agreg
Figura 2.7: Relao aglomerante/agregados com resistncia compresso
-
41
Caracterizao ( MATTOS, 2001)
Trao Valor
ndice de consistncia
1:1:5 267 1:1:6 251 1:2:5 257
Massa especfica
Trao Valor (KN/m) 1:1:5 2,11(Fresco) 1:1:6 2,12(Fresco) 1:2:5 2,07(Fresco) 1:1:5 1,75(Endurecido) 1:1:6 1,76(Endurecido) 1:2:5 1,76(Endurecido)
Resistncia compresso
Trao Valor (MPa) 1:1:5 10,4 1:1:6 7,2 1:2:5 7,0
Resistncia trao por
compresso diametral
Trao Valor (MPa) 1:1:5 0,75 1:1:6 0,53 1:2:5 0,48
ndice de vazios
Trao Valor (%) 1:1:5 28,53 1:1:6 28,73 1:2:5 30,87
Quadro 2.5: Caracterizao fsica e mecnica no estado fresco da argamassa com Cimento, Saibro e Areia.
Os resultados do Quadro 2.5 foram analisados graficamente, conforme as Figuras 2.8,
2.9, 2.10, 2.11, 2.12 e 2.13.
A Figura 2.8 apresenta o ndice de consistncia com a relao aglomerante/agregados
e observa-se que no trao 1:3:5 a consistncia foi maior (conseqncia do teor de finos
contidos no Saibro ou na areia). No trao 1:1:6 o ndice de consistncia foi menor onde o teor
de finos foi equilibrado com a areia, j no trao 1:2:5 o ndice de consistncia foi maior
(conseqncia do teor de finos contidos no Saibro ou na areia maior. Na Figura 2.8 a
relao aglomerante/agregado os valores foram multiplicados por 1000 para melhor ajustar no
grfico.
-
42
130
150
170
190
210
230
250
270
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
ndice de consistncia (mm)
aglom/agreg
ndice de consistncia
Figura 2.8: Relao aglomerante/agregados com o ndice de consistncia
A Figura 2.9 mostra que a relao aglomerante/agregados com a massa especfica no
estado fresco para o trao 1:1:5 e 1:1:6 houve uma pequena diferena na massa especfica. A
massa especfica no estado fresco apresenta uma diferena entre o trao 1:1:5 e 1:1:6 o que foi
considerado o agregado (areia) na composio da argamassa. No trao 1:1:6 e 1:2:5 a relao
aglomerante/agregados permanece constante, apenas acrescentando no Saibro e diminuindo
na areia a massa especfica no estado fresco diminui. Na Figura 2.9 e 2.10 a relao
aglomerante/agregado os valores foram multiplicados por 10 para melhor ajustar no grfico.
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
Massa especfica (estado fresco) -
KN/m
aglom/agreg
massa especfica (est. fresco)
Figura 2.9: Relao aglomerante/agregados com a massa especfica no estado fresco
-
43
A Figura 2.10 mostra que a relao aglomerante/agregados com a massa especfica no
estado endurecido no trao 1:1:5 e 1:1:6 apresenta tambm uma pequena variao, apenas nos
traos 1:1:6 e 1:2:5 no houve diferena de variao. Na Figura 2.11 a relao
aglomerante/agregado os valores foram multiplicados por 100 para melhor ajustar no grfico.
1,3
1,35
1,4
1,45
1,5
1,55
1,6
1,65
1,7
1,75
1,8
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
Massa especfica (estado
endurecido) - KN/m aglom/agreg
massa especfica (est. endurecido)
Figura 2.10: Relao aglomerante/agregados com a massa especfica no estado endurecido
A Figura 2.11 mostra que no trao 1:1:5 e 1:1:6 a resistncia compresso diminui
quando aumenta o agregado (areia). No trao 1:1:6 e 1:2:5 mantendo-se a mesma relao
aglomerante/agregados a resistncia compresso apresenta uma suave variao, pois
aumentou a quantidade de Saibro e diminuiu a areia. Na Figura 2.11 a relao
aglomerante/agregado os valores foram multiplicados por 100 para melhor ajustar no grfico.
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
Resistncia compresso (MPa)
aglom/agreg
Resistncia compresso
Figura 2.11: Relao aglomerante/agregados com a resistncia compresso
-
44
Na Figura 2.12 a resistncia trao por compresso diametral diminuiu em todos os
traos utilizados, observa-se que a relao aglomerante/agregados para os traos 1:1:5 e 1:1:6
o valor da resistncia trao por compresso diametral teve uma acentuada variao
enquanto que permanecendo a mesma relao aglomerante/agregado a variao menor.
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
Resistncia trao por
compresso diametral (MPa)
aglom/agreg
Resistncia trao por compresso diametral
Figura 2.12: Relao aglomerante/agregados com a resistncia trao por compresso diametral
A Figura 2.13 mostra que a relao aglomerante/agregado com o ndice de vazios para
ambos os traos o ndice da vazios ascendeu. Observa-se que o ndice de vazio variou
gradativamente entre os traos 1:1:5 e 1:1:6 enquanto que para ao traos 1:1:6 e 1:2:5 variou
consideravelmente. Na Figura 2.13 a relao aglomerante/agregado os valores foram
multiplicados por 100 para melhor ajustar no grfico.
10
15
20
25
30
35
trao 01:01:05 trao 01:01:06 trao 01:02:05
Relao aglomerante/agregados
ndice de vazios (%)
aglom/agreg
ndice de vazios
Figura 2.13: Relao aglomerante/agregados com o ndice de vazios
A anlise mineralgica levada a efeito nos solos da Formao Barreiras, foi realizada
por difrao de Raio-X na frao argilosa (< 0,002 mm) apresentada por Ferreira et al. (2001)
-
45 mostrado na Tabela 2.1. A Caulinita foi o nico mineral arglico presente no solo do Stio
Histrico do Carmo, sendo desta forma inferior a sua plasticidade com relao aos outros
Stios, apesar de possuir um alto nvel de cristalizao. No Stio de So Francisco e So Bento
- Olinda, Recife - Cavaleiro e Recife - Macaxeira os minerais encontrados foram caulinita,
smectita com interestratificao irregulares e mica com grau de cristalizao baixo,
(FERREIRA et al. 2001).
Localizao Argilo Mineral Referncia
Olinda
Carmo Caulinita (FERREIRA et al.
2001)
So Francisco
Caulinita, smectita com interestratificaes irregulares e
mica.
(FERREIRA et al. 2001)
So Bento Caulinita, smectita com
interestratificaes irregulares e mica.
(FERREIRA et al. 2001)
Recife - Cavaleiro Caulinita, smectita com
interestratificados e mica. (FERREIRA et al.
2001)
Recife - Macaxeira Caulinita, smectita com
interestratificaes irregulares.
(FERREIRA et al. 2001)
(FERREIRA, 1976) Recife - Caxang Caulinita (FERREIRA, 1976)
Tabela 2.1: Resultados dos ensaios Raios-X
2.5.2 Principais Grupos dos minerais arglicos
Segundo (CAPUTO, 1988), as pesquisas dos minerais contidos nas argilas revelam
que elas so constitudas de pequenssimos minerais cristalinos, denominados de minerais
arglicos, o qual se distingue trs principais Grupos; as caolinitas, as montmorilonitas e as
ilitas. As estruturas desses minerais tm formao cristalina de um tetraedro possuindo no
centro um tomo de Silcio (Si) em eqidistncia formada por quatro tomos de Oxignio,
Figura 2.14 (a) e outra estrutura formada por um octaedro possuindo no centro um tomo de
Alumnio (Al) com seis tomos de Oxignio ao redor da estrutura, Figura 2.14 (b).
-
46
(a) (b)
Figura 2.14: Estrutura dos minerais arglicos. Fonte: (CAPUTO, 1988)
As associaes desses elementos formam as diversas espcies de minerais arglicos,
Figura 2.15.
Caolinitas
(a)
Montmorilonitas
(b)
Ilitas (c)
Figura 2.15: Espcies de minerais arglicos. Fonte: (CAPUTO, 1988)
As argilas caolinticas so relativamente estveis em presena da gua, justamente por
serem uma estrutura rgida unidas alternadamente por silcio e alumnio. As
montmorilonticas so muito expansivas e confere uma instabilidade em presena da gua so
formadas por uma unidade de alumnio e duas de silcio o que justifica essas unidades no
serem suficientemente firmes para impedir a passagem de molculas de gua. As ilitas so
menos expansivas que as montmorilonita, (CAPUTO, 1988).
-
47 2.5.3 Classificao triangular do solo no diagrama de Wincler
A classificao trilinear do solo a sua identificao feita atravs das porcentagens
dos componentes principais da granulometria (areia, silte e argila), onde o diagrama est
dividido em zonas, em que corresponde a cada tipo de solo, (CAPUTO, 1988). A Figura 2.16
mostra o diagrama com as respectivas zonas que constitui cada tipo de material.
No diagrama a finalidade indicar uma adequada distribuio granulomtrica na
composio do Saibro para a composio das argamassas com o mesmo.
Figura 2.16: Diagrama trilinear com as respectivas porcentagens e os constituintes principais (% argila, % areia e % silte). Fonte: (PAIVA, 2008), Adaptado
2.6 Regio Metropolitana do Recife
A Regio Metropolitana do Recife composta por 14 municpios.
-
48 2.6.1 Caractersticas gerais
A Regio Metropolitana do Recife (RMR) tem uma rea de aproximadamente 2.800
Km2, o que equivale a 2,82% do Estado de Pernambuco. Tem uma populao de 3,7 milhes
de habitantes, corresponde aproximadamente 40% do total do Estado, segundo censo do
IBGE de 2007. Quatorze municpios faz parte da RMR. Recife, o principal deles, encontra-se
no meio da Regio Metropolitana e, coincidentemente, a divide em duas sub-regies
geologicamente distintas e, portanto, com aptides naturais e respostas ao manejo do meio
fsico, tambm diferenciadas, Figura 2.17. Esta caracterstica natural favorece a subdiviso
geogrfica da rea em duas partes: Regio Metropolitana - parte Norte, englobando os
municpios de Araoiaba, Igarassu, Itapissuma, Itamarac, Paulista, Olinda, Abreu e Lima,
Camaragibe, So Loureno da Mata e a capital do Estado, Recife; e a Regio Metropolitana -
parte Sul, formada pelos municpios de Moreno, Jaboato dos Guararapes, Ipojuca e Cabo de
Santo Agostinho. Situa-se no nordeste do Brasil, entre os meridianos 340 45 e 35 00 oeste e
os paralelos 80 45 e 70 40 sul.
O clima da Regio Metropolitana do Recife quente e mido. A regio caracteriza-se
por ser uma rea de topografia variada, com elevaes entre 0 e 200 m de altura existe uma
unidade conhecida como Plancie Flvio Marinha, por exemplo a embocadura do rio
Beberibe, (CONDEPE/FIDEM, 2008). A Regio Metropolitana do Recife est situada na
poro mais oriental da regio Nordeste do Brasil. Segundo a classificao climtica de
Kppen dois tipos de climas: o As e o AMs, (SUDENE, 1978).
Na parte norte da RMR a partir, aproximadamente, do norte do municpio de Olinda, o
clima o As com temperaturas altas, estao seca mais demorada e chuvas em perodo mais
definido (maro a julho). Dos municpios de Olinda e Recife para o sul o clima o AMs,
quente e mido com chuvas durante quase todo o ano e com uma estao seca menor
(outubro-dezembro).
-
49
Figura 2.17: Municpios integrantes da Regio Metropolitana do Recife
2.7 Geologia da Regio Metropolitana do Recife
Trs unidades geotectnicas bem distintas so elas: o macio Pernambuco Alagoas, a
bacia sedimentar Pernambuco Paraba e a bacia Sedimentar do Cabo, Figura 2.8. As bacias
sedimentares encontram-se localizadas ao longo da costa, sendo limitadas pelo Lineamento de
Pernambuco. O Macio Pernambuco Alagoas, (SCHOBBENHAUS 1984), se compe
predominantemente por migmatitos e granulitos, cujo grau metamrfico varia da fcies
anfibolito at a fcies granulito, com idade neo proterozica. A Bacia Sedimentar
Pernambuco/Paraba (PE-PB) ocorre a partir do Lineamento Pernambuco ao longo de todo o
litoral norte da RMR, constituindo uma faixa continental que, exibindo largura mdia em
torno de 20 km, estreita-se quase que abruptamente nas proximidades do Lineamento
Pernambuco, para assumir uma largura mdia de 8 Km. formada por uma seqncia de
rochas sedimentares que vo desde o Cretceo com as formaes Beberibe (basal, arentica) e
Gramame (superior, calcria), at o Tercirio com a Formao Maria Farinha (calcria).
-
50
A Bacia Sedimentar do Cabo ocupa toda a faixa costeira sul do Estado de Pernambuco
e possui uma forma alongada na direo NE, e uma largura mdia de 10 Km na poro
emersa. O limite desta bacia, a sul, feito pelo Alto de Maragogi (limite dos estados de
Pernambuco e Alagoas), a norte, pelo Lineamento Pernambuco com direo aproximada E-W
(na Plancie do Recife), e a oeste atravs de falhas normais com o Macio Pernambuco-
Alagoas.
A Formao Barreiras recobre as litologias cristalinas e sedimentares acima citadas e,
constituda por sedimentos argilo-arenosos, ocasionalmente laterticos, de idade terci-
quaternria. Recobrindo estas unidades encontram-se sedimentos inconsolidados de idade
quaternria (recente), constitudos por areias, siltes e argilas de origem continental e marinha
alm de sedimentos carbonticos.
Figura 2.18: Principais domnios geolgicos da Regio Metropolitana do Recife. Fonte: (COSTA et al. 1998) em Assis (2001).
-
51 2.7.1 Estratigrafia
Na estratigrafia temos o Grupo Paraba que formado pela formao Beberibe,
formao Gramame e formao Maria Farinha.
O Grupo Pernambuco que a formao Cabo (Kc), formao Estiva (Ke) e a
formao Ipojuca (Kiv), formao Algodoais, formao Barreiras. Na formao Barreiras
temos os terraos litorneos e os terraos Pleistocnicos.
O Grupo Paraba, Figura 2.9, engloba os sedimentos da bacia Pernambuco-Paraiba,
que se limita ao sul com a cidade de Recife e se prolonga para norte at as proximidades da
cidade de Natal, (AMARAL e MENOR, 1979). A estratigrafia desta bacia composta pelas
seguintes unidades: Formao Beberibe, Formao Gramame e Formao Maria Farinha.
A Formao Beberibe a unidade basal da Bacia Pernambuco-Paraiba, repousando
diretamente sobre o embasamento cristalino. Constituda em geral por arenitos
conglomerticos esbranquiados, friveis, mal selecionados, localmente argilosos e, em geral,
fossilferos. Esta formao possui em torno de 200 metros de espessura e o melhor aqfero
da Regio Metropolitana do Recife.
A Formao Gramame composta por calcrios margosos que afloram ao longo do
vale do rio Gramame, repousando concordantemente sobre os sedimentos da Formao
Beberibe. de idade cretcea e subdivide-se em trs fcies: calcrio arenoso fossilfero
(basal), calcrio fosftico (intermedirio) e biomicrtos argilosos (topo). Esta unidade
apresenta uma rica fauna fssil constituda por gastrpodes, cefalpodes, restos de crustceos,
equinodermas, dentes e escamas de peixes etc.
A Formao Maria Farinha, de idade terciria, composta por calcrios dendriticos
cinzentos e cremes com intercalaes de nveis argilosos. Seu contato com a Formao
Gramame transicional e caracterizado pela presena de um nvel de calcrio pseudo-
litogrfico, localmente denominado calcrio vidro. Sua fauna fssil composta por
gastrpodes, lamelibrnquios, equinodermas etc.
-
52
O Grupo Pernambuco, Figura 2.9, engloba litologias de origem sedimentar e vulcnica
que preenchem a bacia sedimentar do Cabo, que se localiza a sul da cidade do Recife,
extendendo-se at a regio de Sirinham. Esta constitudo pela Formao Cabo (Kc),
Formao Estiva (Ke) e Formao Ipojuca (Kiv). As duas primeiras compostas por rochas de
origem sedimentar e a outra por rochas de origem vulcnica.
Formao Cabo distribui-se na regio numa faixa com direo norte-sul e,
constituda por conglomerados polimticos arenitos grosseiros e conglomerticos, arcsios
com cimentao carbontica parcial, siltitos, argilitos e folhelhos cinza a negros
(ocasionalmente fossilferos).
Alheiros (1989) definiu sedimentolgicamente esta unidade, como um sistema de
leques aluviais coalescentes, que progradam para um lago tectnico (sistema lacustre), onde
se desenvolve, em alguns pontos, um sistema flvial de energia alta a moderada entrelaado
aos leques. O relevo desta unidade esta caracterizado por morros alongados de altitudes
mdias inferiores a 100 metros, cobertos por fina camada de solo arenoso.
Depositada discordantemente sobre a Formao Cabo, encontra-se uma seqncia
sedimentar clstico-carbontica denominada Formao Estiva. Esta unidade tem como
principais tipos litolgicos os arcseos conglomerticos ou no, folhelhos de cor cinza ou
preta, margas e calcrios dolomticos, (ALHEIROS, 1989).
Aflora em superfcie apenas em um morro isolado na localidade de Cocaia e em terras
da fazenda Gameleira (municpio de Ipojuca), na forma de colinas de topo chato coberto por
fina camada de solo, onde foram identificados calcrios de cor creme, macios, dolomticos,
pouco fraturados, com intercalaes de argila e fsseis de gastrpodes e lamelibrnquios.
A Formao Ipojuca composta de rochas vulcnicas de idade (SIAL, 1987), cujos
principais tipos petrogrficos so: andesitos, riolitos, traquitos e aglomerados vulcnicos que
cortam as rochas da Formao Cabo sob a forma de derrames, diques (algumas vezes
intemperizados na forma de caulim), chamins e intruses.
Alm disso tambm ocorre um corpo grantico formador do Cabo de Santo Agostinho
. Embora o tipo de vulcanismo mais comum que afetou a regio seja fissural (com
-
53 extravasamento calmo da lava), tambm pode ser encontrado na rea o vulcanismo do tipo
explosivo representado pelos tufos e aglomerados vulcnicos.
As litologias desta unidade apresentam relevo ondulado com morros e colinas cujas
altitudes so inferiores a 100 metros e, quando intemperizadas do origem a solos do tipo
terra roxa.
O tipo litolgico mais comum desta unidade o traquito, ocorrendo desde Ponte dos
Carvalhos (Municpio do Cabo), at a cidade de Sirinham.
Esta rocha encontra-se variando desde parcial at profundamente alterada, com textura
varivel de muito fina, porfirtica at amigdaloidal, sendo formada principalmente por
pequenos cristais de feldspato potssico.
Os riolitos ocorrem sob a forma de pequenos derrames, diques ou como bombas
vulcnicas, (BORBA, 1975), so rochas com matriz afantica e fenocristais de quartzo e
feldspato.
Os andesitos so rochas de granulao muito fina, sendo compostos basicamente por
plagioclsios (andesina), piroxnio, anfiblios e biotita.
Os tufos e aglomerados vulcnicos so rochas de cor creme, com matriz argilo-silicosa
e, com textura muito fina onde esto imersos blocos e fragmentos de rochas de diferentes
naturezas e tamanhos.
A Formao Algodoais, segundo (LIMA FLHO, 1997), composta por um pacote de
arenito frivel, macio, composto de fragmentos angulosos de quartzo e feldspato em matriz
mais fina areno-argilosa, com cor avermelhada e de idade Cretcea (Coniaciano), sobreposta
ao vulcanismo Ipojuca.
A Formao Barreiras, Figura 2.19, ocorre principalmente ao norte do lineamento de
Pernambuco, sendo composta por sedimentos clsticos afossilferos, no consolidados e
capeando discordantemente tanto as rochas do embasamento cristalino como os sedimentos
mais antigos.
-
54
So sedimentos de origem continental, onde os tipos litolgicos mais comuns so os
arenitos (com matriz caulnica) e os arcseos de cores brancas, amarelas ou avermelhadas e os
argilitos.
Apresenta uma morfologia caracterizada por elevaes com forma de tabuleiros, na
rea norte e colinas de topo arredondado mais a sul (por exemplo, as colinas dos Guararapes,
prximas ao Aeroporto Internacional do Recife).
As Coberturas recentes esto constitudas por sedimentos inconsolidados, de idade
quaternria (120000 anos at hoje), separados neste texto em depsitos Aluvionares, (Qa),
Sedimentos de Praia (Qp), Sedimentos Flvio-Lagunares (Qdfl), depsitos de mangues (Qm),
terraos litorneos holocnicos (Qth) e terraos litorneos pleistocnicos (Qtp).
Os terraos litorneos so formados por sedimentos inconsolidados, arenosos, com
granulometria variando, principalmente, de fina a mdia, apresentando freqentemente restos
de conchas calcrias, com idades variando de 120000 anos (Terraos Pleistocnicos) at
recentes (Terraos Holocnicos).
Os Terraos Pleistocnicos encontram-se em cotas que variam de 2 a 10 metros
enquanto os Terraos Holocnicos (na rea de Ipojuca , por exemplo), variam entre as cotas
de 1 e 5 metros, (MARTINS, 1991).
-
55
Figura 2.19: Mapa geolgico da Regio Metropolitana do Recife Simplificado. (ASSIS, 2001).
2.8 Pedologia da Regio Metropolitana do Recife
A classificao pedolgica traz indicaes sobre o perfil tpico, peculiaridades dos
horizontes diagnsticos subsuperficiais e superficiais, estrutura do solo (macroestrutura), cor,
mecanismo e condio hidrulica de formao, origem geolgica, atividade das argilas,
saturao por alumnio, por sdio e demais bases trocveis, ctions ou ons predominantes,
acidez (pH), salinidade e condutividade eltrica, presena de material orgnico, fsforo
assimilvel, variaes e incluses de outros solos, caractersticas intermedirias com outras
classes, textura, pedregosidade, rochosidade, drenagem, profundidade do lenol fretico,
relevo, declividade, vegetao, clima, material de origem, espessura dos solos superficiais,
-
56 presena de mineral expansivo, dispersividade das argilas, erodibilidade, grau de laterizao,
plasticidade, permeabilidade dos solos porosos, profundidade da rocha, seu detalhamento
quando prxima superfcie, indicaes para uso agrcola etc.
Todas estas informaes associadas distribuio geogrfica das unidades de
mapeamento fazem dos levantamentos pedolgicos uma ferramenta importante nas anlises
geotcnicas dos potenciais de eroso, deslizamento, expanso, colapso e outros fenmenos do
meio fsico.
O levantamento de solos do ZAPE apresenta 469 unidades de mapeamento
pedolgico, Figura 2.20, formadas por um nico solo componente ou pela associao de at
quatro solos componentes.
Cada unidade componente, como visto, pode ser formada por uma nica classe de solo
(unidade taxonmica), ou resultar de um agrupamento de classes afins, com comportamento
semelhante, denominado de Grupo indiferenciado (cujas classes no puderam ser mapeadas
separadamente face ao seu arranjamento intrincado).
Cada unidade de mapeamento representada por um smbolo que a correlaciona com
sua descrio na legenda geral. As informaes adicionais classe taxonmica que integram
a legenda complementam a caracterizao dos ambientes (distinguidos atravs das unidades
de mapeamento) e fornecem dados de grande relevncia para elaborao de diagnsticos,
prognsticos e planejamento do uso, manejo e conservao das terras com critrios de
sustentabilidade. Um maior detalhamento destas informaes denominadas fases pode ser
visto em (EMBRAPA, 2001).
-
57
Figura 2.20: Mapa Pedolgico da Regio Metropolitana do Recife (EMBRAPA, 2001).
-
58 3 MATERIAIS E MTODOS
A caracterizao dos Saibros provenientes de jazidas exploradas comercialmente na
RMR como componente na argamassa foi realizada por trs programas de investigao. O
primeiro, de caracterizao geotcnica dos solos utilizados na argamassa, o segundo de
caracterizao fsica e mecnica da argamassa. A caracterizao qumica faz parte da
dissertao de (PAIVA, 2008) que ser considerada na anlise das argamassas no captulo 4.
3.1 Coletas dos Saibros
Para proceder com a explorao do material (Saibro) nas jazidas da RMR foi
consultado o DNPM (Departamento Nacional de Produo Mineral) em Recife, a fim de
termos autorizao para explorar, da ento foi colocado nossa disposio um Gelogo que
gentilmente nos foi prestativo, orientando de acordo com os horizontes aonde deveramos
retirar as amostras.
Foi utilizado um GPS (Global Positioning System) de bolso com sensibilidade de
preciso de 15 metros e velocidade 0,05 m/s em condio estvel, Figura 3.1, para localizar as
jazidas.
Figura 3.1: GPS de bolso
Quando do procedimento da coletas se fez necessrio contactar com o responsvel
pela rea, isto municpio, e ir acompanhado com a pessoa que conhecia melhor a rea. No
-
59 local, foi escolhido o perfil que melhor estava em condies de coletar a quantidade, ou seja,
insento de matrias orgnicas.
Foram selecionadas 24 jazidas de Saibros da RMR, de onde so explorados e de onde
no mais so ex