caderno temÁtico-biologia€¦ · sensibiliza após o registro da imagem tornando-se um problema...
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2011
SANDRA QUADROS AFONSO.
Programa de Desenvolvimento
Educacional-PDE da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná
12/8/2011
CADERNO TEMÁTICO-BIOLOGIA
“O HOMEM SÓ SERÁ RESPEITADO PELA
NATUREZA QUANDO APRENDER A AMÁ-LA
COMO A SI MESMO”!
Sandra Quadros Afonso .
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço ao PDE
pela oportunidade de mais um
aperfeiçoamento na área
educacional; ao meu orientador
Professor Doutor João Carlos
Marques Magalhães e aos meus
filhos por sua paciência.
Uma sociedade que aparelha muito
mais quem pune do que quem
educa será sempre enferma. Não
me curvaria diante dos famosos
nem dos grandes líderes desse
sistema, mas curvo-me diante dos
educadores. (Augusto Cury).
“FOTOGRAFIA COMO RECURSO
DIDÁTICO NO ENSINO DE
BIOLOGIA”.
CADERNO TEMÁTICO
FOTOGRAFIA COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE
BIOLOGIA
Caderno Temático apresentado ao Programa de
Desenvolvimento Educacional -PDE da Secretaria
Estadual de Educação do Paraná- SEED.
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Marques Magalhães da
UFPR.
CURITIBA
2011
APRESENTAÇÃO
Neste caderno temático, os leitores terão a oportunidade de contemplar
assuntos relacionados à Fotografia como recurso didático na aprendizagem de
Biologia, melhorando a qualidade de temas pertinentes à fauna e flora paranaense,
especificamente na região de Curitiba, bem como de problemas ambientais
apresentados nos bairros próximos a escola de aplicação do projeto, Colégio
Estadual Pio Lanteri.
Nesta perspectiva, no caso da disciplina de biologia, é importante a
interpretação dos conteúdos na realidade dos alunos, tanto nos aspectos do
crescimento científico como nas questões envolvendo as relações do homem com a
Natureza.
Nosso principal objetivo é apresentar a fotografia como alternativa
metodológica para o processo ensino aprendizagem, na produção de recursos
didáticos na disciplina de Biologia, explorando os parques e museus de Ciências
Naturais de Curitiba, utilizando-os de forma adequada para a produção de material
fotográfico sobre a biodiversidade.
Este material didático é composto por duas unidades. Na primeira, os temas
apresentados referem-se ao breve histórico da fotografia e suas técnicas.Na
segunda unidade, os temas enfocarão a fauna e flora paranaense, a biodiversidade,
os parques de Curitiba, as espécies exóticas da nossa região.
O intuito deste material didático é o de propor subsídios para professores da
área de Ciências Biológicas ( Educação Ambiental, Zoologia,Botânica) e áreas afins,
para desenvolverem um trabalho inovador sobre a Biodiversidade através da
Fotografia.
Ficha Catalográfica: Curitiba.Governo do Estado do Paraná.Secretaria do Estado da
Educação.Caderno Temático:Biologia.Curitiba, SEED, 2012, 35 p.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................6
2 UNIDADE I
2.1 Breve histórico da fotografia.................................................................................9
2.2 Técnicas de fotografia.........................................................................................15
3 UNIDADE II
3.1 Biodiversidade da Fauna e Flora do Paraná......................................................18
3.1.1 Nossa Fauna.....................................................................................................20
3.1.2 Nossa Flora.......................................................................................................25
3.1.3 Espécies exóticas..............................................................................................30
3.2 Visitando os parques de Curitiba........................................................................32
REFERÊNCIAS.........................................................................................................34
ANEXOS:
*Banco de Imagens Naturais (BIN). (em andamento)
6
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento deste trabalho dá-se a partir de sucessivas leituras e
reflexões que nos propuseram a desenvolver ao longo de experiências em sala de
aula e a partir de aprofundamentos teóricos realizados no curso do PDE (Programa
de Desenvolvimento Educacional).
No projeto apresentado à Secretaria de Educação do Paraná, fizemos uma
reflexão crítica à base da concepção do Currículo Base para a escola pública do
Paraná que culminou em 1990, com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,
que desde 2004 à 2008, envolveu constantes estudos por parte dos professores das
Escolas Públicas do Paraná com o intuito de aprimorar aspectos teóricos e
metodológicos das respectivas disciplinas.
Ressaltamos que nossa preocupação durante todo o processo de estudo e
de análise, consistiu em considerar a educação como mediação, capaz de
instrumentalizar as novas gerações que analisem criticamente a realidade em
situações de aprendizagem.
Temos experiências de que apenas aulas teóricas e demonstrativas, perdem
seu objetivo, pois há necessidade de se aprender a fazer, de produzir, de participar
ativamente dos processos de produção, pois todo ser humano nasce em uma
sociedade determinada, sendo também determinado pelas relações sociais que se
desenvolvem em conseqüência de suas forças produtivas.Por sua atividade,deixa de
ser uma unidade biológica e transforma-se em uma unidade social.
Marx, em sua carta a Annekov, esclarece que os homens são livres de
escolher esta ou àquela forma social
A um nível determinado do desenvolvimento das forças produtivas dos
homens, corresponde uma forma determinada de comércio e de consumo.
A determinadas fases de desenvolvimento da produção, do comércio e do
consumo, correspondem formas determinadas de organização social, uma
determinada organização de família, das camadas ou das classes,em
resumo:uma determinada sociedade civil.(MARX/ENGELS,s/d. p.245).
O indivíduo constitui-se como um ser social e dentro do nosso próprio
planejamento, podemos modificálo.
Não podemos desconsiderar a cultura e as particularidades dos indivíduos,
bem como sua classe social ao tratarmos a educação como processo de produção
cultural e econômico. Não podemos deixar a política ocasionar conflitos dificultando
novas linhas de ação. O estado deve se preocupar com o bem comum dos cidadãos
propiciando novas formas de aprender fazendo.(APLLE,1989).
A ciência prática está voltada para o conhecimento da Natureza e tem como
objetivo o de dominar e transformar essa Natureza dotando a vida de novos inventos
e recursos. Ao trabalharmos esse material didático, percebemos em nossas leituras
que algumas teorias ainda dominam nas instituições educacionais fazendo um
controle educacional através de currículos impostos pelas classes dominantes.
Fazendo-se análises comparativas entre as imagens do livro didático e sua
própria produção o aluno estará melhorando seu senso crítico e de observação,
marco do método científico. Articulando a imagem e o conhecimento dos conteúdos,
ressaltamos que a mesma pode ter influência significativa na prática pedagógica,
aproximamo-nos do ideal: a realidade dos fatos.
Procuraremos contextualizar esse recurso didático com novas formas de
representar o mundo natural, com imagens produzidas pelos próprios alunos,
referentes a fauna, flora e aspectos ambientais da região de Curitiba. Dessa forma
estaremos ampliando conteúdos relacionados à biodiversidade, indo ao encontro
com as expectativas dos alunos.
A produção fotográfica estará contribuindo de forma prazerosa ao nosso
estudo pois está presente no cotidiano do aluno.Com esse novo recurso,estaremos
conciliando nossa práxis pedagógica,aproveitando os espaços físicos do colégio
para essa finalidade com mais aulas práticas, deslocando os alunos de sala de aula,
colocando-os em contato direto com a Natureza.
Para oportunizar aos alunos novas formas de aprender, precisamos ampliar
nosso ensino, provando que o uso da inteligência humana ,de sua imaginação e
criatividade,proporcionam inúmeras descobertas. Quão interessante e motivador
será o uso da fotografia em nossas aulas, aprimorando e aprendendo novas
técnicas de fotografar.
Lembramos que fatos importantes da história do mundo e das descobertas
só foram possíveis a partir de registros fósseis e da câmera fotográfica, ainda que de
forma rudimentar.
Através da fotografia, temos uma idéia dos costumes de uma época que
enriquece o estudo da história de um povo. Na biologia não será diferente ao
contemplarmos com espécies extintas de animais e plantas. A sensibilização para
com os jovens inicia-se na Escola, em metodologia e recursos onde aprenderão a
amar e respeitar a fauna e flora como parte integrante de suas vidas.
2 UNIDADE I
2.1 Breve histórico da fotografia.
Quando o homem vê retratado situações importantes de seu passado pode
refletir de modo mais adequado em relação a sua vida como uma forte fonte de
recordações e emoções, de conhecimentos, reconstruindo trajetórias ao longo da
vida.
Autocarpus integrefolia(jaca) Ilha de Jaguanum (Angra dos Reis)
A fotografia tem o poder de capturar nuances que muitas vezes passam
despercebidos a olho nu e isso aumenta o espectro de observação do pesquisador.
Ela é uma forma objetiva de documentação do meio ambiente sob o ponto de vista
técnico e científico, como suporte para o ensino. Se existe uma articulação entre
imagem e conhecimento, para a disciplina de biologia temos que admitir: as imagens
reais podem modificar a maneira de se conhecer uma determinada área de
conhecimento e reconhecer que a imagem pode ter uma influência importante na
prática e na reflexão educativa. O fato do estudo da natureza expressar-se por meio
de imagens, possivelmente configura a organização do conhecimento na biologia.
A fotografia [...] não pode ser o registro puro e simples de uma imanência do
objeto: como produto humano, ela cria,também com esses dados
luminosos,uma realidade que não existe fora dela,nem antes dela,mas
precisamente nela.(MACHADO,1984, p. 40).
Para a construção de material didático nas aulas de biologia a fotografia,
seja enfocando nossa fauna e flora e/ou os desastres ecológicos provenientes da
ação do homem na natureza,entre outros temas, será de relevância fundamental
para nossos estudos.
Pelas pesquisas feitas em relação à história da fotografia, onde e como tudo
começou,seus processos e a produção de imagens, não nos foi possível determinar
com precisão esses fatos. Pode-se relatar que ao final do século XIX algumas
descobertas foram relevantes para a sua invenção: a câmara escura, que projetava
imagens através de um orifício que permitia a visão de objetos a serem focados. Os
renascentistas pareciam ter conhecimento deste tipo de câmara mas não da sua
utilização. Gregos, chineses, árabes entre outros povos também foram apontados
como conhecedores desse aparelho que ao longo de sua história foi amplamente
utilizado.
Para a reprodução de uma imagem, não bastaria uma caixa contendo um
orifício mas fez-se necessário pesquisas sobre materiais “fotossensíveis à luz”, o
que foi relevante no meio científico, de modo que cientistas e também curiosos,
propuseram-se a este estudo considerando os sais de prata como elemento
favorável para a imagem fotográfica por sua rápida modificação em relação à luz.
Muitas experiências se concretizaram neste sentido, lembrando que a prata se
sensibiliza após o registro da imagem tornando-se um problema para os” fotógrafos”
da época.A química teve uma grandiosa contribuição à fotografia. Em 1604, o
cientista italiano Angelo Sala, observou que certo composto de prata escurecia
quando exposto à luz solar. Acreditava-se que o calor era o responsável.
Johann Schulze,professor de anatomia da universidade alemã de Altdorf, em
1727, notou que um vidro contendo ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando
exposto à luz proveniente de uma janela.Por eliminação ele demonstrou que os
cristais de prata halógena, ao receberem luz e não o calor como se supunha, se
transformava em prata metálica negra.
Em 1802, Humphrey Davy, publicou uma descrição sobre Thomas
Wedgewood na impressão de silhuetas de folhas e vegetais sobre couro. Eram
conhecedores da câmara escura mas não da obtenção de imagens.
Nicéphore Niépce teve uma grande relevância no estudo da fotografia da
época pois tentou obter através da câmara escura uma imagem permanente de um
material litográfico de imprensa.Recobriu um papel com cloreto de prata e expôs
durante várias horas na câmara escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente
fixada em ácido nítrico.Como essas imagens eram negativas e Niépce queria
imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placas de impressão, após
alguns anos ele recobriu uma placa de metal com betume branco da Judéia, que
tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz.Nas partes não
afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema.Em
1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na câmara
escura, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa.Apesar dessa imagem não
ter meios tons e não servir para litografia, todas as autoridades nesse campo, a
consideram a primeira fotografia permanente do mundo. Esse processo foi
conhecido por HELIOGRAFIA, gravura com luz solar.
Mais tarde , Niépce encontra Louis Jacques Mandé Daguerre que durante
alguns anos causara sensação em Paris com seu “Diorama”, um espetáculo
composto por enormes painéis translúcidos pintados por intermédio da câmera
escura, que produziam efeitos visuais através de iluminação controlada no verso
destes painéis.Daguerre e Niépce mantiveram durante algum tempo
correspondências sobre seus trabalhos.
Por volta de 1829, na França, Louis Jacques Mandé Daguerre, que fazia
estudos sobre as imagens produzidas em câmara escura, aliou-se a Nicéphore
Nièpce para o aprimoramento das técnicas já desenvolvidas até então.Como
trabalhavam antagonicamente,essa sociedade não foi bem sucedida .Nièpce tinha
em mente uma imagem capaz de ser copiada ,reproduzida, uma matriz. Daguerre ia
em busca de imagem satisfatória,simplesmente. Com a morte de Nièpce, Daguerre
continua a pesquisa e por acaso contornou o problema da nitidez e fixação da
imagem colocando uma chapa metálica numa câmara escura, sem contato com a
luz ,deixando esse material exposto por mais ou menos 30 minutos , o vapor do
iodeto de prata que tratava a chapa metálica, convertia-se em prata metálica para a
imagem tornar-se visível e muito mais nítida e podia ser revelada pelo vapor do
mercúrio.Esse foi o primeiro sistema de revelação fotográfica.
Louis Daguerre, em 1837, inventou o Daguerreótipo,um processo fotográfico
primitivo que usava uma lâmina de prata na qual era aplicado o iodo, formando
iodeto de prata que se transformava em prata metálica numa quantidade
proporcional à quantidade de luz que a atingia. Depois as imagens eram reveladas
com vapor de mercúrio. Diferente da fotografia atual, o que se formava não era uma
imagem negativa, mas sim positiva, e ricamente detalhada.
Em 1839, foi reconhecido esse processo fotográfico na França,país de origem de
Daguerre, com muito sucesso.Com essa nova descoberta,outros pesquisadores
continuaram suas buscas uma vez que a fixação e reproduções múltiplas de
imagens entre outras questões de ordem técnicas ainda não estavam
resolvidas.Esse novo invento repercutiu no mundo todo.Na Europa, Hercules
Florence,juntamente com seu colaborador Joaquim Corrêa de Mello, chegaram à um
método de fixação de imagens por contato em papel, sendo este trabalho
amplamente divulgado e conhecido, surgindo pela primeira vez o termo Fotografia.
Em sua obra Fotografia e História,Boris Kossoy faz referência ao grande fotógrafo
Brassaï (1899-1984) em relação a um dos aspectos importantes da fotografia
A fotografia tem um destino duplo...Ela é a filha do mundo do aparente,do
instante vivido,e como tal guardará sempre algo do documento histórico ou
científico sobre ele; mas ela é também filha do retângulo, um produto das
belas artes, o qual requer o preenchimento agradável ou harmonioso do
espaço com manchas em preto e branco ou em cores.Neste sentido, a
fotografia terá sempre um pé no campo das artes gráficas e nunca será
suscetível de escapar deste fato.(BRASSAÏ, s/d)
Após a descoberta da fotografia houve uma modificação nos fatos e relatos
da história do mundo.Um novo ver da realidade,novos registros documentados.A
divulgação de imagens propagou-se pelo mundo abrindo novos espaços no campo
profissional.
George Eastman, construiu o primeiro filme de rolo da história e para sua
utilização construiu a primeira câmera fotográfica a qual chamou de “Câmera Kodak”
lançada comercialmente em 1888.Esse foi um verdadeiro marco para os avanços
técnicos da fotografia.
No século XX, a fotografia já estava bastante aperfeiçoada com imagens de
altíssima qualidade . Muita tecnologia surge no século XXI com as câmeras digitais
que teve seu início por volta de 1975, quando o engenheiro Steven Sasson, que
trabalhava na empresa Kodak montou um dispositivo de captura de imagens com
0,01 megapixel (10 mil pixels),invenção que foi patenteada em 1978 e utilizada
mais tarde por muitas empresas do ramo da fotografia.A primeira câmera eletrônica
portátil surgiu em 1981, mas a comercialização das câmeras digitais foi em 1986 e
eram de custo muito elevado,cerca de 20 mil dólares.Em 1991, a Kodak
comercializou a primeira câmera digital profissional, com uma resolução de 1,3 MP.
Hoje estamos na era da Fotografia Digital e nesta muitas são as vantagens,
primeiro porque não precisam mais de filmes de rolo como antigamente e nem
tampouco de sua revelação e as fotos após serem tiradas, podem ser armazenadas
em um computador ou também serem impressas.
As câmeras digitais são capazes de tirar dezenas a milhares de fotos de
acordo com sua memória. As máquinas fotográficas podem ser conectadas a um
celular e enviar fotos via email na Internet para qualquer lugar do mundo.
Percebemos uma evolução significativa no campo fotográfico que veio a nos
favorecer.Quase sempre notícias nos canais de televisão , vem acompanhadas por
imagens capturadas por câmeras digitais.
Várias são as formas de fotografar, mas com certeza, fotografar a Natureza
é talvez um dos tipos mais difíceis de fotografia, principalmente em se tratando de
animais que são alvos ariscos e não podemos orientá-los.Justamente com essa
biodiversidade que estaremos trabalhando com nossos alunos, para tal será
necessário o uso de técnicas básicas de fotografia que estarão na Unidade I, item
2.2.
Sugestões de leitura:
História da Fotografia, Pierre-Jean Amar, Coleção Arte e Comunicação, Edições 70.
A Fotografia: História, Estilos, Tendências, Aplicações – Gabriel Bauret.
Fotografia & História, Boris Kossoy, São Paulo,2001.
2.2 Técnicas de fotografia
A entidade Internacional Standards Organization (ISO), determina padrões
mundiais para o mercado fotográfico. ISO em uma câmera fotográfica, refere-se a
sensibilidade à luz que as câmeras apresentam. Quanto mais baixo for o ISO, mais
baixa será a sensibilidade à luz. Nas câmeras digitais o ISO pode ser escolhido a
cada foto conforme a luminosidade local.
A distância focal é a medida que indica quanto as lentes da câmera podem
ampliar uma cena. Normalmente as teles ou objetivas são capazes de um zoom
maior, em geral de 100 mm ou 200 mm nos modelos mais populares.
Quando formos escolher uma câmera fotográfica devemos procurar
flexibilidade, lembrando que paisagens e retratos se beneficiam mais com uma lente
grande angular e a distância focal mais usada para essas fotos é de 20 mm do que
400 mm.
Outro fator importante para a fotografia é o zoom óptico que é o zoom real,
produzido pela lente da câmera diferente do zoom digital, que significa a expansão
da capacidade de ampliação oferecida pelas lentes das câmeras por meio do
simples aumento eletrônico dos pixels da imagem capturada.
Pixel significa o tamanho máximo que a fotografia pode ter e os megapixels
indicam quantos milhões de pixels a câmera pode armazenar por fotografia
capturada, sendo esta capacidade o tamanho máximo que a imagem poderá ter
quando impressa sem perder a qualidade.
Para se obter boas imagens não é necessário câmeras caras e sim de boa
qualidade.A imagem digital depende em parte de sua resolução ( número de pixels
utilizados).A resolução pode ser ótica ou interpolada. No primeiro caso, a resolução
refere-se a um número absoluto porque os photosites de um sensor de imagem, são
dispositivos físicos que podem ser contados. Quando se precisa melhorar a
resolução com uso de um software, falamos em resolução interpolada, que soma
pixels a uma imagem.
Quanto mais alta a resolução de uma máquina fotográfica, maior serão os
arquivos de imagem que ela cria, pois mais pixels serão armazenados. Mas a
resolução não indica nitidez por si só, ou até mesmo tamanho.O mesmo número de
pixels pode ocupar uma área pequena ou grande na tela da impressão.Quando eles
são espalhados por sobre uma área maior, a nitidez visualizada cai( quando vistos
de uma mesma distância). Se eles são apertados em uma área menor, o aumento
da nitidez é verificado. As imagens em telas de alta resolução só parecem mais
nítidas porque os pixels disponíveis se agrupam em uma área muito menor, não
porque há mais pixels.Quanto menor uma imagem é exibida a partir de um
determinado arquivo, mais nítida aparecerá.
A cor da imagem também é muito importante para uma boa fotografia.
Algumas câmeras fotográficas podem exibir até 16 milhões de cores dependendo de
seu sistema de bit (Binary Digit) que significa a simplificação para dígito binário,
menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida.
Tirar fotografias não é uma tarefa tão fácil quanto parece pois requer
habilidade e técnicas básicas:
1.Segurar com firmeza a câmera para que as fotos não saiam tremidas e
desfocadas.
2.Escolher um fundo neutro para se deixar em foco o objeto a ser
fotografado.
3.Enquadramento, não há necessidade de se colocar o objeto
centralizado.Divida mentalmente o visor da câmera em três colunas e três linhas. As
interseções das linhas são os pontos mais interessantes da sua foto. As linhas em si
também mostram pontos de destaque para colocar os olhos de uma pessoa ou o
horizonte.
4.Luz, posicione-se de forma a deixar a fonte de luz à suas costas,
aproveitando assim a iluminação.A melhor luz é a natural.Usar o flash quando
necessário.A luz difusa de um dia nublado é excelente para realçar cores e suavisar
contornos,sendo excelente para tirar retratos.
5.Cor, a maioria das câmeras digitais vem com controle de cor, ou White
balance.Esse controle de cor faz com que o branco seja realmente branco sob
determinada fonte de luz.A configuração para dias ensolarados, normalmente
indicada por um pequeno sol, dá um tom mais amarelado às fotos.
6.Flash necessário: um ambiente escuro não é o único lugar onde o flash é
necessário. Em uma foto contra a luz por exemplo, o flash pode ser usado como
preenchimento.Quando você for tirar uma fotografia de alguém com uma fonte de luz
ao fundo, como o sol, você pode notar que o sol vai ficar brilhante e somente a
silhueta da pessoa vai aparecer, neste caso o flash será necessário.
7.Experimente: fazer muitas fotos até a obtenção de um bom resultado.
Sugestões de leitura:
A Câmera Clara.Nota sobre a Fotografia – Roland Barthes.
A Fotografia como Arte Contemporânea – Charlotte Cotton.
A Fotografia é a sua Linguagem – Ivan Lima
Curso de Fotografia na sua Essência – Jorge Peter & Verônica Monteiro da Silva.
3. UNIDADE II
3.1 Biodiversidade da fauna e flora paranaense.
O estado do Paraná tem como estratégia, proteger e conservar as espécies
nativas mantendo assim a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas da
Floresta Atlântica que se estende pelo nosso litoral.
O Programa de Proteção da Floresta Atlântica ( PRÓ – ATLÂNTICA), reúne
unidades de conservação federais e estaduais existentes na área de proteção
estabelecidas pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP que vão desde Áreas de
Proteção Ambiental, Estações Ecológicas, Florestas Estaduais até Parques
Estaduais ou Nacionais.
Ao relatar sobre nossa fauna e flora nosso enfoque será nas espécies locais
encontradas em parques, zoológico, passeio público, entre outros, de nossa capital
e regiões próximas.
Quando pesquisamos sobre espécies devemos rever alguns conceitos que
serão necessários para a complementação deste material didático :
*Fauna: conjunto de animais habitantes em determinadas regiões.
*Flora: conjunto de vegetais habitantes em determinadas regiões.
*Espécie Autóctone: originário do próprio local onde está atualmente.
*Espécie Alóctone: veio de outra região que não a sua.
*Espécie exótica: não pertencem naturalmente no território brasileiro,
vindas de outros continentes.
*Espécie invasora: são introduzidas sem a intervenção humana na
natureza, ameaçando os habitats naturais fora de seu território de origem.
Bromeliaceae – Espécie autóctone da Ilha do Mel.
3.1.1 Nossa Fauna.
Selecionamos algumas espécies de animais de nossa região relatando
algumas de suas peculiaridades .
Gralha-azul (Cyanocorax caeruleus ): é a ave símbolo do Paraná, medindo
cerca de 40 cm e pesando entre 100 e 200 gramas. Alimenta-se basicamente de
pequenos insetos, anfíbios, frutos e sementes. É conhecida como plantadora de
pinhão, pois costuma enterrar as sementes dos pinhões para comê-las em épocas
escassas de alimento, mas como outros animais que procedem da mesma
forma,acaba por esquecê-las, consequentemente as sementes germinam e originam
a araucária.Interessante se faz conhecer a Lenda da Gralha Azul.
Fonte: Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais.
A gralha azul, a onça pintada, o macaco muriqui, o gato maracajá e a
jacutinga são algumas das principais espécies de animais ameaçados de extinção
no Paraná. Ao todo são 344 espécies da fauna paranaense que correm o risco de
desaparecer do território, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Ambiental
do Paraná (IAP).
Onça pintada( Panthera onca): habita florestas como da mata Atlântica do
Paraná, cerrados, campos do Pantanal e Amazônia. É um felino nato, com fortes
mandíbulas que auxiliam na captura de suas presas. Por ser uma predadora,
encontra-se no ápice da cadeia alimentar.Sua pelagem é deslumbrante, produz um
fascínio aos comerciantes de peles de animais, que acabam por caçá-la, colocando-
a na lista dos animais em extinção. Em Foz do Iguaçú existe uma reserva de
proteção a esse animal.
Jacutinga(Pipile jacutinga): é uma ave típica da Floresta Atlântica Brasileira.
Caracteriza-se por uma plumagem negra brilhante com manchas brancas nas asas
e no alto da cabeça, seu bico é azulado, tornando-se uma ave muito encantadora.
Devido a essas características, sendo caçadas predatoriamente, a população dessa
espécie está diminuindo cada vez mais, sendo atualmente considerada em extinção.
Seu hábitat típico é no sudeste do Brasil e principalmente na Serra do Mar.
Veado- campeiro (Ozotocerus bezoarticus) :de pelagem marrom-claro, com
o lado ventral do corpo, a cauda e o lado interno das extremidades de cor branca.
Os olhos também são rodados por um anel branco. O macho possui chifres, os
quais apresentam normalmente três ponta e chegam a atingir, no adulto, até 30 cm
de comprimento. No Paraná sua ocorrência já foi registrada no Primeiro e Segundo
Planaltos, porém atualmente está seriamente ameaçado de extinção. Vive em áreas
abertas, campos e cerrados se alimentando de diferentes tipos de capim e brotos.
Jaguatirica (Leopardus pardallis) : é considerada gato-do-mato. Mede entre
95 cm a 1,45 m e é típica da fauna paranaense. Seu peso pode variar de 7 kg a 15
kg e se alimenta de pequenos roedores, além de macacos, pacas,tatus, ouriços,
carcaças, ovos e aves.Duas vezes ao ano a jaguatirica adulta dá cria a dois filhotes,
após um período de gestação que dura noventa dias. Apesare do9 tamanho, a
jaguatirica consegue abater com facilidade animais de porte bem maior do que ela.
Raposa-dos-pampas (Pseudalopex gymnocercus) :animal típico da fauna
paranaense e, atualmente, se encontra na lista vermelha de animais ameaçados em
extinção do estado. Seu peso varia de 4 a 6 kg e mede cerc de 90 cm, incluindo sua
cauda, que é longa e peluda. A alimentação desse onívoro é baseada em carne,
pequenos animais e roedores.
Gato-do-mato-maracajá (Felis wiedii ) : ocorre na América Central e
América do Sul, sul do México ao Uruguai e Argentina.Sua pelagem é curta, com
coloração de fundo nas partes superiores, amarelada ou marrom- acinzentada com
grandes manchas pretas, arredondadas e espaçadas. Ventralmente a cor
esbranquiçada e manchas pretas são mais alongadas. Cabeça pequena, contendo
olhos muito grandes, amarelados e brilhantes. Frequentam principalmente regiões
de florestas altas e densas, não adaptando-se bem a ambientes perturbados pela
presença humana. São de hábitos noturno, terrestres, arborícolas e solitários.
Guaxinim (Procyon cancrivorus) : outro animal que pode ser encontrado na
fauna paranaense conhecido como mão-pelada ou zorrinho, em razão de sua
mancha preta em volta dos olhos. Pode pesar até 10 kg e medir entre 80 cm e 1,10
m. O guaxinim se alimenta de peixes, anfíbios, pequenos insetos e mamíferos.
Mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara) : primata de pequeno
porte, em torno de 39 cm de comprimento e 600g de peso. Coloração dourada com
extremidades e dorso pretos. Vivem em grupos, alimentam-se de frutos e insetos.
Habitam a Floresta Atlântica Paranaense. Por serem muito atraentes também estão
ameaçados de extinção.
Lobo-guará ( Chrysocyon brachyurus) : este animal possui pernas longas o
que facilita a caçadas em ambientes aquáticos. À margem de rios e lagos é que
afluem suas presas prediletas, principalmente marrecos. Nem sempre suas presas
estão próximas da água, então segue pelos campos à procura de répteis, anfíbios e
também alguns frutos. Quando persegue uma presa, geralmente a alcança em curta
corrida pois pode atingir até 70 km /h, o que faz desse animal um corredor
excepcional.
Sugestões de leitura:
Livro Vermelho das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção – (IAP).
Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem – Christian Dalgas Frisch.
Biologia da Conservação – Richard Primack.
Aves da Mata Atlântica – Edson Endrigo.
3.2 Nossa flora
Araucaria angustifolia
O Paraná é considerado um dos estados com relevância na conservação e
proteção de sua biodiversidade.A Floresta Atlântica representada pelo nosso estado,
inclui plantas que se desenvolvem principalmente em ambientes climáticos úmidos
surgindo o termo Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucárias que começa
no Primeiro Planalto a oeste da Serra do Mar estendendo-se aos demais planaltos.
Curitiba, situada no domínio da Floresta Ombrófila Mista, foi por muito tempo
representada por inúmeras araucárias assim como cedros, imbuias, ipês, erva-mate,
aroeiras e bracatingas, consideradas espécies nativas do Paraná .
Com o aumento populacional, tornando-se a capital do Paraná, veio a
devastação de sua cobertura autóctone. Calcula-se, somente nas ruas e praças de
Curitiba, cerca de 300 mil árvores. Desse total podem ser contabilizadas 200
espécies, sendo 100 nativas da floresta de araucária.Também ocorre na cidade,
árvores típicas conhecidas por suas frutas, como a guabirobeira, a pitangueira, o
araçá, a uvaia e a jabuticaba.
Dentre as espécies alóctones que habitam a Serra do Mar, encontramos
uma flor típica da região chamada Maria-sem-vergonha( Impatiens walleriana) ,
também conhecida como beijinho. É de origem africana, de pequeno porte, com
flores de cores variadas que ocorrem praticamente o ano todo. Desenvolvem-se
bem nesta região devido a umidade climática apresentada.
Selecionamos espécies apresentadas na flora paranaense com algumas de
suas características.
Cedro (Cedreia fissilis) : Essa árvore é da mesma família do mogno. Sua
madeira leve e perfumada é fácil de trabalhar. Por resistir a cupins, não empenar e
dar forma à móveis finos, é amplamente utilizado na confecção de portas,
instrumentos musicais, pranchetas entre outros. O cedro cresce rápido e é
considerado uma árvore ornamental, nativa dos pinheirais auxilia na recuperação de
áreas degradadas.
Imbuia ( Ocotea porosa) : pertence à família do louro e da canela, é típica
da Floresta com Araucária. A árvore encontrada nos estados do Paraná e de Santa
Catarina consegue atingir 30 m de altura, tem entre 50 e 150 cm de diâmetro e pode
durar mais de 500 anos. A imbuia foi colocada na Lista Vermelha de espécies
ameaçadas de extinção no Paraná. Sua madeira tem alto valor comercial, pois é
durável, motivo pelo qual foi muito explorada para a fabricação de móveis,
instrumentos musicais e coronhas de armas de fogo. Mesmo assim, ainda é possível
encontrar alguns exemplares nas ruas de Curitiba.
Ipê- Amarelo ( Tabebuia alba) : depois das araucárias o ipê é a arvore mais
popular de Curitiba. É uma árvore nativa, presente em capões com imbuias e
pinheiros. Sua madeira é dura e pesada, utilizada em construções externas, como
pontes, dormentes, assoalhos, entre outros. O que mais encanta nesta árvore são
suas flores amarelo-douradas, que na floração costumam preencher os galhos,
praticamente escondendo as folhas verdes.
Bracatinga (Mimosa scabrella) : é umna das espécies mais importantes da
mata nativa, sendo a de mais rápido crescimento. Por esta característica, ajuda a
regenerar áreas degradadas e suas raízes e folhas enriquecem o solo com
nitrogênio e fósforo. Chega a durar em média 20 anos. Sua madeira é muito utilizada
em escoras de construção civil ou em fornos.
Erva-mate ( Ilex paraguariensis) : esta árvore chega a alcançar 8 m de
altura, medir 40 cm de diâmetro e tem baixa durabilidade. O hábitat original da erva-
mate é Curitiba, mas pode ser encontrada em todo o Sul do país. Floresce entre os
meses de outubro a dezembro e seus frutos amadurecem de janeiro a março. Sua
maior utilidade está em suas folhas que originam o mate, um dos chás mais
consumidos e conhecidos do país, contendo propriedades terapêuticas. A erva-mate
representou por muito tempo a economia para Curitiba e para o Paraná.
Pitangueira (Eugenia uniflora) : árvore de médio porte podendo alcançar até
10 m de altura. Produz a pitanga, fruto de coloração vermelha, quase preto na sua
maturação e de sabor agridoce. Originária do Brasil, nativa da Mata Atlântica.
Desenvolve-se em solos férteis em locais de clima quente e úmido. Florescem duas
vezes ao ano,normalmente nos meses de março e abril e de agosto a novembro.
Gabirobeira (Campomanesia xanthocarpa) :é uma árvore frutífera,
freqüente em bosques, parques e quintais. Sua fruta é pequena, amarela, de gosto
bastante peculiar e com alto teor de vitaminas.
Jabuticabeira (Myrcia cauliflora Berg ) : árvore de porte médio, frutífera, de
origem brasileira. Seu fruto a jabuticaba, tem o nome de origem indígena, pois ao
redor de suas árvores na época da frutificação, muitos jabutis ( animais silvestres )se
encontram para se alimentarem dos frutos caídos no chão.Seu tronco, por ser
resistente, é muito aproveitado para a construção de vigas. As jabuticabeiras
desenvolvem-se bem em climas tropicais e subtropicais úmidos. Seus frutos
aderem-se ao caule e sua colheita deve ser feita à mão com auxílio de escadas. A
jabuticaba pode ser consumida ao natural e também em geléias, licores e chás,
feitos de suas folhas.
Pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) : mais conhecido como
araucária, é uma das principais espécies da flora de Curitiba. A árvore é
extremamente resistente, podendo chegar a 8,5 m de diâmetro e 50 m de altura,
com desenvolvimento de em média 50 anos.O fruto do pinheiro é a pinha e sua
semente é o pinhão, alimento típico da cultura paranaense.
Jabuticaba Fonte: Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais
Sugestões de leitura
Fauna e Flora Brasileiras – Araquém Alcântara.
A Flora Nacional na Medicina Doméstica – A. Balbach.
Jardins Botânicos do Brasil – Evaristo Eduardo de Miranda/Fábio Colombini.
Plantas Ornamentais no Brasil – Harri Lorenzi E. H. Souza.
www.ipef.com.br/
www.embrapa.br/
3.1.3 Espécies exóticas
As espécies exóticas são aquelas que se encontram fora de sua área de
distribuição natural. Quando oferecem ameaças às espécies nativas ou aos
ecossistemas naturais, são denominadas “espécies exóticas invasoras”.
Muitos dos animais e vegetais encontrados em nossa região, vieram trazidos
de outros continentes, principalmente plantas exóticas que são muito utilizadas em
paisagismo ou em reflorestamentos, como o pinheiro americano (Pinnus elliotii) que
veio em substituição ao pinheiro do Paraná, as araucárias, praticamente extintas.
Com a introdução de espécies invasoras( não naturais), nosso solo,
ecossitemas, florestas, enfim o ambiente, ficou ameaçado e rompido, pois muitas
alterações ocorreu nos sistemas naturais ocasionando conflitos à biodiversidade.
Segundo Silvia Ziller, coordenadora do Instituto hòrus de Desenvolvimento e
Conservação Ambiental de Curitiba, “a recuperação ambiental com plantas exóticas
é um erro pois estabelece, na prática, uma monocultura que ocupa o espaço de
espécies nativa em prejuízo da biodiversidade”.
Este procedimento, no cenário internacional da Cidade do Cabo, na África
do Sul, já ocasionaram sérios problemas ambientais
...a ação dos colonizadores a partir do início do século XIX que, para fins
paisagísticos, substituíram paisagem nativa (herbáceo arbustiva) por
coníferas da Austrália e da América do Norte, resultou na quebra do
balanço hídrico: por consumirem muito mais água, essas árvores invadiram
os mananciais.”Se não forem removidas, o que o governo já começou a
fazer, a cidade do Cabo poderia perder em 20 anos, 40% do volume de
água de sua bacia hidrográfica e, em 40 anos, os rios correriam o risco de
secar”. (ZILLER, Silvia).
Se por um lado passamos a conhecer novas espécies da biodiversidade
mundial através da introdução da fauna e flora exóticas, por outro, devemos nos
conscientizar de suas alterações nos novos habitats como prejuízos que afetam
principalmente as próprias espécies que passarão por períodos de adaptações
ambientais.
No estado do Paraná temos animais invasores como o javali, a pomba
doméstica, a lebre européia entre outras espécies, que prejudicam a preservação da
biodiversidade natural, mas a política paranaense é a de proteger suas espécies
nativas através do Sistema Estadual de Proteção à Fauna, com ações de
conservação pela fiscalização, pesquisas científicas e educação ambiental.
Quando espécies são soltas em uma determinada região que não a sua de
origem, de maneira natural ou não, usamos o termo introdução. Existem espécies
exóticas invasoras que são introduzidas sem assistência humana e ameaçam o
habitat natural de outras fora de seu território de origem causando impactos
ambientais. A invasão de espécies é uma característica em que a espécies não
ocorre naturalmente, são introduzidas a partir de outros ambientes e adaptam-se de
forma a se reproduzir a ponto de substituir espécies nativas ocasionando prejuízos
ao sistema ecológico. Exemplo típico de uma espécie invasora, é o Aedes aegypti, o
mosquito da dengue.
O café (Coffea arabica),a goiabeira (Psidium guajaba), a bananeira (Musa
ornata),a lesma (Arion subfuscus),o tatuzinho-de-jardim (Porsellio scaber),a carpa
(Cyprino carpio),a lagartixa (Hemidactylus mabouia),o camundongo(Mus
musculus),o rato (Rattus rattus) estão classificados entre das inúmeras espécies
exóticas invasoras no nosso país.
Sugestões de leitura:
Plantas exóticas: disponível no link http://www.institutohorus.org.br
Plantas Ornamentais no Brasil, LORENZI Harri, SOUZA, Hermes Moreira de,
Editora Plantarum.
Animais Silvestres e Exóticos na Clínica Particular, OLIVEIRA, Paulo Marcos
Agria de, 1ª edição, 2003.
3.2 Visitando parques de Curitiba.
A finalidade dessas visitas é fotografar as espécies naturais existentes da
biodiversidade da fauna e flora do Paraná, selecionadas nos itens 3.1.1 e 3.1.2 da
Unidade II deste Caderno Temático e também identificar espécies exóticas, para
posteriormente formar o fotolog no laboratório de Informática com imagens próprias
que serão armazenadas no BIN (Banco de Imagens Naturais), como recursos para
as aulas de Biologia. Trabalho este que será montado no decorrer da aplicação do
projeto, Fotografia como recurso didático no ensino e aprendizagem de Biologia.
Nesta atividade, o BIN, os temas apresentados pela fotografias envolverão
os seguintes conteúdos:
Nossa fauna e Nossa flora
*espécies autóctones, alóctones e exóticas.
Nossa paisagem
*ecossistemas da região de Curitiba.
O ser humano e a Natureza
*plantas utilizadas pelo homem na agricultura, jardinagem, horticultura e
medicinais.
*animais domésticos
*agressões ao ambiente.
Cada foto selecionada para o Bin, receberá um número de identificação (ID)
e terá uma ficha técnica associada.
Locais a serem visitados em Curitiba:
PASSEIO PÚBLICO
Localizado entre as ruas Presidente Carlos Cavalcanti, Presidente Faria e
Avenida João Gualberto . Visitas: terça à domingo das 6h às 20h. Aquário das 9h às
17h. Tel: 41-3222-2742.
BOSQUE E MUSEU CAPÃO DA IMBUIA
Rua: Benedito Conceição, 407, Capão da Imbuia.Museu- tel: 41-3366-
3133.Visitas de terça à domingo, das 9h às 17h30.
UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE
Rua:Victor Benato, 210. Pilarzinho. Tel:41-3254-5548 e 3254-7657.
JARDIM BOTÂNICO
Rua:Engº Ostoja Roguski – bairro Jardim Botânico. Tel: 41-3264-6994.
Aberto diariamente das 6h às 21h (verão) e das 7h às 20h (inverno).
PARQUE IGUAÇÚ E ZOOLÓGICO-Acesso pelo Jardim Paranaense ou pela Via
Intercavas, Alto do Boqueirão. Visitas de terça à domingo, das 8 às 17h. Tel: 41-
3378-1515.
MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS (UFPR)
Centro Politécnico- Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, 210-
Jardim das Américas, Setor de Ciências Biológicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
APLLE, M. W. Educação e Poder, Porto Alegre : ARTMED, 1989.
Atlas da Floresta Atlântica do Paraná, Área de Abrangência do Programa de
Proteção da Floresta Atlântica –Pró- Atlântica / SEMA Paraná. 1ed. 2005.
CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO PARANÁ, Curitiba, 1990.
Curso de Fotografia– Cursos 24 horas, disponível em <
http://www.Cursos24Horas.com.br, Módulos I e II.
Dicionário online de Português, disponível em <http://www.dcio.com.br Acesso em
30/03/2011.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA-BIOLOGIA. Governo do
Paraná, Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008.
Espécies da fauna do Paraná, disponível em <http://www.paraná-
online.com.br/editoria/cidades/news/433095/?noticia=ESPECIES=DA=FAUNA=DO=
PARANA=CORREM=RISCO
Guia Geográfico, parques de Curitiba, disponível em<http://www.curitiba-
paraná.net/parques/iguacu.htm. Acesso em 19/07/2011.
HEDGECOE, J. Curso de Fotografia, São Paulo : Circulo do Livro-Ed.Integral,
1980.
História da Fotografia, disponível em<http://www.digital-photography-
school.;com/camera-a-history-of-photography-from-daguerreotype-to-
digital(referencia) Acesso em 14/06/2011.
KOSSOY, B. Fotografia & História, São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
MACHADO, A. A ilusão Espetacular: Introdução à Fotografia, Rio de Janeiro:
Funarte, 1984.
Normas para apresentação de documentos científicos: 6, Sistema de
Bibliotecas: Projetos, 2 ed. Curitiba: Ed. UFPR, 2005.
Portal Online da Prefeitura Municipal de Curitiba. CARDOSO, Francisco. Árvores
de Curitiba. Curitiba: Editora do Autor, 2004. Acesso em 16/07/2011.
ZILLER, S. R. Plantas exóticas invasoras: a ameaça da contaminação biológica,
Revista Ciência Hoje, Coluna Opinião, v.30, n. 178, Rio de Janeiro-RJ. Dez. 2000.