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Cenários do Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável - Horizonte 2023
Janeiro de 2008
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Cenários do Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o
Desenvolvimento Rural Sustentável Horizonte 2023
Direitos reservados à Rede de Inovação e
Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA)
Divulgação, cópia e uso do conteúdo permitido com citação da fonte
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Sumário
Apresentação....................................... ...................................................................... 3
Participantes ...................................... ........................................................................ 5
Por que e Como Explorar o Futuro................... ...................................................... 13
Parte I – A PD&I para o Agronegócio Brasileiro Onte m e Hoje: Análise Retrospectiva e Contexto Atual ..................... ......................................................... 14
1.1 A Revolução Tecnológica no Agronegócio Brasileiro: Uma Conquista Estratégica................ 14
1.2 Evolução Recente e Contexto Atual do Ambiente de Atuação da PD&I para o Agronegócio Brasileiro........................................................................................................... 15
Parte II – Tendências Consolidadas 2023 ............ .................................................. 30
2.1 Tendências Consolidadas do Macroambiente ............................................................. 30
2.2 Tendências Consolidadas de PD&I para o Agronegócio e Desenvolvimento Rural Sustentável40
Parte III – Incertezas Críticas e Cenários para 202 3 .............................................. 47
3.1 Incertezas Críticas do Contexto Internacional ............................................................. 47
3.2 Incertezas Críticas do Ambiente Brasileiro de Atuação do SNPA ..................................... 48
3.3 Quatro Cenários para o Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável no Horizonte 2023......................... 51
Parte IV – Cenários para o Horizonte 2023.......... ................................................... 53
4.1 Cenário 1 - Expansão Integrada com Inserção Global................................................... 53
4.2 Cenário 2 - Expansão Integrada com Inserção Regional................................................ 60
4.3 Cenário 3 – Expansão Setorizada com Inserção em Nichos ........................................... 67
4.4 Cenário 4 – Desarticulação e Retrocesso .................................................................. 73
4.5 Síntese dos Quadros Comparativos dos Cenários ....................................................... 80
Parte V – Reflexão Estratégica com Base nos Cenário s....................................... 84
5.1 A Estratégia ....................................................................................................... 84
5.2 Elementos de uma Estratégia Robusta para as Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável ................................................... 85
5.3 Estratégias Robustas de Âmbito Regional ................................................................. 89
Referências Bibliográficas ......................... ............................................................. 92
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Apresentação
O início do século XXI trouxe como principal traço a velocidade da mudança, impulsionada pela consolidação da Sociedade do Conhecimento, pela convergência tecnológica, pela preocupação com o uso sustentável dos recursos naturais e pelos possíveis impactos provocados por mudanças climáticas. O planeta tem vivenciado importantes transformações nos campos científico, tecnológico, ambiental, sócio-econômico, político e cultural. Este processo de intensa transformação é também visível no Brasil, onde se observa, além de sua nova posição geopolítica, o envelhecimento da população, a emergência de novos padrões de gestão pública e das relações do Estado com a sociedade, a reconfiguração espacial e produtiva do desenvolvimento econômico, o aumento da abertura comercial e maior relevância quanto às questões ambientais.
Compreender essas transformações que se desenvolvem e influenciam o ambiente de atuação das instituições públicas e privadas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável é de fundamental importância e tem reflexos na melhoria do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA). Desta forma, o desenvolvimento de mecanismos que possibilitem e estimulem uma reflexão sistemática acerca deste futuro deve ser visto e utilizado como um elemento de elevado conteúdo estratégico para o fortalecimento do sistema e das organizações que o compõem.
É com esta motivação que este documento apresenta a versão completa dos Cenários do Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I) para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável Brasileiro no Horizonte 2023. O estudo é fruto de iniciativa da Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA), e tem como objetivos (i) construir uma visão de futuro compartilhada do contexto da PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável; e (ii) oferecer subsídio ao processo de planejamento estratégico individual das instituições públicas e privadas que compõem o SNPA e afins.
O projeto, que contou com o apoio técnico e metodológico da Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão, envolveu a participação de cerca de 200 técnicos e especialistas diretamente ligados ao setor – agentes e tomadores de decisão de Governo, Academia, Setor Produtivo e Terceiro Setor. Suas diversas aspirações, idéias e percepções foram preliminarmente mapeadas por meio de dois instrumentos de consulta: a realização de 12 entrevistas presenciais junto a especialistas com notório conhecimento a respeito do SNPA ou sobre o seu macroambiente de atuação e a aplicação de um questionário via Internet (Web) junto a 110 técnicos e especialistas vinculados às diversas instituições que congregam o sistema, realizada entre os meses de agosto e setembro de 2007.
Adicionalmente, as principais opiniões e expectativas em relação ao futuro da PD&I para o agronegócio identificadas nas etapas de consulta foram amplamente debatidas por um Grupo de Trabalho composto por aproximadamente 90 especialistas ligados ao setor, em duas Oficinas Presenciais, para a construção de cenários e formulação de estratégias de âmbito nacional e regional.
É certo que cenários são probabilísticos, visto que reduzem, mas não eliminam, as incertezas. Neste sentido, os cenários devem ser interpretados e utilizados como
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uma sinalização que antecipa tendências e alternativas de futuro possíveis ou prováveis, e nunca como uma predição categórica do futuro.
Contudo, ao identificar os elementos críticos que condicionarão o futuro, os cenários apresentados neste documento contribuem para melhor mapear os riscos e auxiliar o processo de tomada de decisões, bem como situar as ações estratégicas. Por isto, o que é realmente relevante não é determinar qual é o cenário mais provável e sim saber responder à questão: “o que fazer, se a situação ilustrada por meio de um cenário predominar ou vier a acontecer?”. É com este enfoque que os cenários aqui apresentados devem ser interpretados e utilizados pelo conjunto de organizações públicas e privadas de PD&I para o desenvolvimento sustentável.
São Carlos, janeiro de 2008
Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Ag ronegócio
(RIPA / CTAgro)
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Participantes
Organização e Coordenação das Etapas
1. Paulo Estevão Cruvinel
2. Plínio Pinto de Mendonça Uchoa Junior
3. Evandro Chartuni Mantovani
4. Zani Edna de Andrade Brei
5. Antônio de Freitas Filho
Equipe de Consultoria - Macroplan Prospectiva, Estr atégia & Gestão
1. Cláudio Porto
2. Rodrigo Ventura
3. Sérgio C. Buarque
4. Mariana David
5. Enéas Aguiar
6. Alexandre Mattos
Personalidades Entrevistadas (Entrevistas Presencia is)
1. Alysson Paulinelli – Ex-Ministro da Agricultura e ex-representante do Setor Produtivo no CT Agro
2. Baldonedo Arthur Napoleão – Presidente do Consepa - Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária
3. Carlos Valter Bianchini – Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento do Paraná
4. Egon Krakhecke – Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente
5. Joe Carlo Vianna Valle – Secretário de C&T para Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia
6. Jose Augusto Fernandes – Diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria
7. Luiz Antonio Pinazza – Diretor da ABAG - Associação Brasileira de Agribusiness
8. Luiz Fernando Furlan – Ex-Ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio
6
9. Marcus Vinícius Pratini de Morais – Ex-Ministro da Agricultura e Presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes
10. Paulo Manoel Lenz César Protasio – Presidente da Câmara Temática de Infra- Estrutura e Logística para o Agronegócio do Ministério da Agricultura
11. Roberto Rodrigues – Ex-Ministro da Agricultura e Presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp
12. Sílvio Crestana – Diretor Presidente da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Ex-Representante da Comunidade Científica no CT Agro
Consulta via Web (Questionário)
1. Adriano Marcos R. Figueiredo
2. Alberto Carlos de Campos Bernardi
3. Alexandre Camargo Coutinho
4. Alexandre Costa Varella
5. Alexandre Hoffmann
6. Alexandre Kalil Pires
7. Alfredo José Barreto Luiz
8. Aluísio Granato de Andrade
9. Ana Lucia Delgado Assad
10. André Cabral de Souza
11. André Callado
12. Antonio Álvaro Corsetti Purcino
13. Antonio Freitas Filho
14. Antônio Maria Gomes de Castro
15. Beatriz da Silva Pinheiro
16. Cândido Athayde Sobrinho
17. Carlos Alberto de Oliveira Fernandes
18. Carlos Alberto Lopes
19. Carlos Antônio Banci
20. Carlos Hissao Kurihara
21. Carlos Manoel Pedro Vaz
22. Celso Leonardo Weydmann
23. Celso Paulo de Azevedo
24. César Augusto Domingues Teixeira
25. Cláudio Aparecido Espadoto
26. Cleber Oliveira Soares
7
27. Dalva Mota
28. Derli Dossa
29. Domingo Haroldo R. C. Reinhardt
30. Dora Leal Rosa
31. Edmar Ramos de Siqueira
32. Edson Diogo Tavares
33. Eduardo Delgado Assad
34. Eduardo Francia Carneiro Campello
35. Elísio Contini
36. Elizeu Roberto de Andrade Alves
37. Ernesto Paterniani
38. Evandro Vasconcelos Holanda Júnior
39. Evaristo Eduardo de Miranda
40. Francisco das Chagas Rodrigues Sobrinho
41. Frederico Cavalcanti Montenegro
42. Geraldo Majella Bezerra Lopes
43. Hélio Tollini
44. Heloísa Lee Burnquist
45. Homero Dewes
46. Ignes Vargas de Oliveira Figueira
47. João Carlos Costa Gomes
48. João Leonardo Fernandes Pires
49. Jorge Alberto Gazel Yared
50. José de Ribamar Nazareno dos Anjos
51. José de Souza Silva
52. José Geraldo Eugênio de França
53. Josemar Xavier de Medeiros
54. Kleber Xavier Sampaio de Souza
55. Ladislau Martin Neto
56. Leonardo Hamú
57. Lucas Antonio de Souza Leite
58. Lucas da Ressurreição Garrido
59. Luis A Lucchesi
60. Luís Fernando Stone
61. Luis Humberto de Mello Villwock
62. Manoel Carlos Bassoi
8
63. Marcelo Leandro Ferreira
64. Marco Junio de Faria Godinho
65. Marcone C. M. Chagas
66. Marcus Vinicio Neves de Oliveira
67. Maria Auxiliadora da Silveira
68. Maria Pinheiro Fernandes Corrêa
69. Mauro Carneiro
70. Milton Kanashiro
71. Narciso Pissinatti
72. Oriel Filgueira de Lemos
73. Otavio Balsadi
74. Paulo César de Camargo
75. Paulo de Carmo Martins
76. Paulo Estevão Cruvinel
77. Paulo Sérgio de Paula Herrmann Junior
78. Paulo Varela Sendin
79. Pedro Antonio Arraes Pereira
80. Pedro Braga Arcuri
81. Pedro Carlos Gama da Silva
82. Plinio Pinto de Mendonça Uchoa Junior
83. Regina Isabel Nogueira
84. Renato Pinto Silva Júnior
85. Ricardo Alamino Figueiredo
86. Robério Ferreira dos Santos
87. Roberta Mara Zuger
88. Roberto Dantas de Medeiros
89. Roberto Fava
90. Roberto Teixeira Alves
91. Rodrigo de Araújo Teixeira
92. Rogério Mauro Machado Alves
93. Ruy de Araújo Caldas
94. Samuel Ribeiro Giordano
95. Sergio Gaiad
96. Silvana Almeida Filgueira de Medeiros
97. Silvia Helena Galvão de Miranda
98. Sueli Strazzi
9
99. Tales Wanderley Vital
100. Tarso da Costa Alvim
101. Tatiana Deane de Abreu Sá
102. Teresinha Marisa Bertol
103. Thierry Ribeiro Tomich
104. Thomaz Fronzaglia
105. Tirso de Sales Meirelles
106. Valdemicio Ferreira de Souza
107. Vania Beatriz Rodrigues Castiglioni
108. Vera Maria Carvalho Alves
109. Vicente de Paulo Albuquerque Araújo
Participantes das Oficinas de Trabalho
1. Airton Vialta
2. Alberto Carlos de Campos Bernardi
3. Alberto Duarte Vilarinhos
4. Alexandre Costa Varella
5. Alfredo Homma
6. Álvaro Macedo da Silva
7. Amauri Rosenthal
8. Antonio Carlos Guedes
9. Antônio Flávio Dias Ávila
10. Antonio Maria Gomes de Castro
11. Antonio Pereira de Novaes
12. Ariovaldo Luchiari Júnior
13. Avílio Antonio Franco
14. Baldonedo Arthur Napoleão
15. Carlos Eduardo Ferreira de Castro
16. Carlos José Lessa
17. Carlos Manoel Pedro Vaz
18. César Heraclides Behling Miranda
19. Clarisse Maria Lana Nicoli
20. Décio Luiz Gazzoni
21. Derli Dossa
22. Fábio Alexandre Barreto da Silva
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23. Francisco Frederico Sparenberg Oliveira
24. Francisco Reifschneider
25. Gilmar Cação Ribeiro
26. Gustavo Napolitano
27. Homero Dewes
28. Hoston Tomas Santos do Nascimento
29. Irenilza de Alencar Nääs
30. Ivo Pierozzi Júnior
31. Jason Duarte de Oliveira
32. Jesiel de Marco Gomes
33. João de Mendonça Naime
34. João Luiz Lani
35. João Paulo Feijão Teixeira
36. Jorge Alberto Gazel Yared
37. Jorge Antônio Ferreira de Lara
38. José Amauri Buso
39. José Carlos Cruz
40. José Dias Vianna Filho
41. José Garcia Gasques
42. José Manoel Marconcini
43. José Ruy Porto de Carvalho
44. Judson Ferreira Valentin
45. Kleber Xavier Sampaio de Souza
46. Ladislau Martin Neto
47. Ladislau Rabello
48. Larissa Barros
49. Lélio Fellows
50. Leonardo Hamú
51. Levi de Moura Barros
52. Lúcio Brunale
53. Luis Humberto de Melo Villwock
54. Luiza Maria Capanema Bezerra
55. Márcio Pereira Borali
56. Maria Auxiliadora da Silveira e Pereira Neves
57. Maria Pinheiro Fernandes Corrêa
58. Maurício Braga Meira
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59. Mauro Carneiro
60. Milton Kanashiro
61. Moacir Medrado
62. Muna Odeh
63. Natal Antonio Vello
64. Nilza Patrícia Ramos
65. Otavio Valentim Balsadi
66. Paulo César de Camargo
67. Paulo do Carmo Martins
68. Paulo Sérgio de Paula Herrmann Junior
69. Paulo Varela Sendin
70. Pedro Luiz Scheeren
71. Ricardo Salgado
72. Ricardo Yassushi Inamasu
73. Rodrigo de Araújo Teixeira
74. Rogério Mauro Machado Alves
75. Ronaldo Souza Resende
76. Segundo Urquiaga
77. Sérgio Gonçalves Dutra
78. Sueli Strazzi
79. Talize Alves Garcia Fernandes
80. Teresinha Marisa Bertol
81. Thais Pinto Ferraz
82. Thomaz Fronzaglia
83. Thomaz Setti
84. Washington Luis de Barros Melo
85. Yvonne Primerano Mascarenhas
Equipe de Apoio Técnico e de Comunicação
1. Beth de Abreu
2. Dino Oliveira Neves
3. Francisco Rolfsen Belda
4. Joana Casturina Silva
5. José Christiano de Oliveira Campos
6. Juliana Sulzbacher Caruso
7. Mariana Gonçalves Luccas
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8. Roberta Salgado Gonçalves da Silva
9. Valéria de Fátima Cardoso
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Por que e Como Explorar o Futuro
A tarefa de explorar o futuro, como base para um melhor planejamento, é de caráter complexo e trabalhoso. Embora a maioria dos atores econômicos, políticos e sociais espere, mais cedo ou mais tarde, defrontar-se com algum tipo de descontinuidade, muitos deles ainda planejam com base em tendências do passado ou em um único futuro mais provável. Entretanto, esses elementos predeterminados limitam o espectro de possibilidades de futuro. Os fatores incertos podem ser melhor tratados com base na construção de Cenários, o que proporciona uma melhor reflexão estratégica à luz de futuros alternativos, preparando melhor para o processo de tomada de decisão os gestores públicos ou privados1.
Cenários podem ser definidos com a descrição de situações futuras alternativas e dos eventos que explicam a evolução da situação de origem à situação futura.
A abordagem de cenários se constitui em uma das mais efetivas técnicas para lidar com a incerteza. O propósito primário dos cenários não é o de predizer o futuro, e sim, organizar, sistematizar e delimitar as incertezas explorando os pontos de mudança ou manutenção dos rumos de uma dada evolução de situações2.
Um bom cenário explicita não só como uma situação pode vir a ocorrer, passo a passo, mas também, que alternativas se colocam em cada momento, para que se possa formular políticas de interesse público ou privado capazes de prevenir, evitar, minimizar, reorientar ou definir os melhores caminhos. Deste modo, os cenários ajudam os governos, empresas e os seus atores sociais a pensarem o impensável, a especular sobre o futuro, a avaliar todas as possibilidades e a conjecturar sobre estratégias em condições ambientais bastante distintas.
Portanto, os cenários se constituem em um instrumento de utilidade para atividades de planejamento, definindo-se como uma reflexão sistemática que visa a orientar a ação presente à luz de futuros alternativos. Neste contexto é que devem ser consultados e utilizados os Cenários Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável no Horizonte 2023, os quais são descritos a seguir, como subsídio à formulação de estratégias que conduzam as organizações do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e outras instituições afins ao seu melhor futuro.
1 Belfort (2007) 2 Godet (1993)
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Parte I – A PD&I para o Agronegócio Brasileiro Onte m e Hoje: Análise Retrospectiva e Contexto Atual
1.1 A Revolução Tecnológica no Agronegócio Brasilei ro: Uma Conquista Estratégica
Em 35 anos o Brasil construiu um sistema produtivo altamente eficiente e competitivo no que se refere ao agronegócio. Este fato foi estimulado, em grande parte, pela geração de conhecimento e ações advindas do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), cuja coordenação coube à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Tal arranjo, envolvendo as Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs), Universidades e outras instituições afins, possibilitou o provimento de alimentos e insumos para a crescente população urbana e o setor industrial, constituindo-se em um fator relevante para o saldo positivo da balança comercial brasileira. Com isso, o agronegócio passou a ocupar posição de destaque no processo de desenvolvimento econômico brasileiro a partir da década de 70.
A expansão da agricultura no cerrado brasileiro foi determinante para tal crescimento. Merece destaque a incorporação de novas áreas ao processo produtivo e o aumento de produtividade possibilitada pela adoção de novas tecnologias, em especial o sistema de plantio direto. A implantação deste sistema, combinada à nutrição de plantas e ao desenvolvimento genético, garantiu expressivo aumento da produtividade agrícola na região central do País.
O domínio tecnológico da agricultura em ambiente tropical permitiu ao Brasil fazer uso de suas vantagens comparativas no segmento – abundância de solo, luminosidade, temperatura e oferta de água –, possibilitando ao agronegócio brasileiro desempenhar hoje um importante papel nos mercados internacionais. Assim, o Brasil é dotado de um setor agrícola dinâmico , sendo o produtor de uma ampla cesta de produtos, competitivos em custo de produção e qualidade, incluindo a soja, a laranja, o açúcar e a carne de frango, entre outros.
A evolução da produtividade total dos fatores (PTF)3 mostra, desde a década de 90, um crescimento da agricultura baseado mais na elevação da produtividade do que na incorporação de novas terras. No período 1975-2002, a PTF cresceu à taxa de anual média de 3,30%. No mesmo período, nos EUA, a PTF cresceu à taxa anual de 1,57%4.
3 A produtividade total dos fatores (PTF) é um indicador que relaciona todos os produtos da agropecuária e todos os
insumos utilizados no processo produtivo. Essa medida expressa o crescimento do produto que é devido ao uso mais eficiente dos fatores de produção. Seu crescimento deve-se à melhoria da qualidade do trabalho e do capital físico de modo que se obtém mais produto com uma mesma quantidade de insumos. (Fonte: Ipea, 2004).
4 Revista de Política Agrícola – Ano XIV, nº 4 (Out./Nov./Dez. 2005).
Fonte: Ipea (2004)
300
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50
0
75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99 01
Produtividade Total dos Fatores na Agropecuária(Base 1975 = 100)
Fonte: Ipea (2004)
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Produtividade Total dos Fatores na Agropecuária(Base 1975 = 100)
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1.2 Evolução Recente e Contexto Atual do Ambiente d e Atuação da PD&I para o Agronegócio Brasileiro
A análise da trajetória real recente indica que o uso intensivo de tecnologia e inovação, proporcionada pela revolução tecnológica que o agronegócio experimentou nos últimos 35 anos, ainda gera frutos, visíveis na elevada competitividade e dinamismo registrados pelo setor. Contudo, a evolução recente da PD&I e de seu macroambiente de atuação também sinaliza que Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer até alcançar o patamar onde se encontram nações mais desenvolvidas, como EUA e os países-membros da União Européia, e até mesmo países emergentes, como China, Índia e Coréia do Sul.
A evolução recente da PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável brasileiro pode ser apresentada em 3 blocos, como macroambiente (mundo e Brasil), agronegócio e PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável5, ou seja:
Mercado interno
consumidores
Mercado externo
consumidores
Mídia
Distribuição de renda e demanda de
produtos
Nível educacional da população
Sistema de regulação do
setor
Créditos e subsídios
Política de desenvolvimen
to rural
Base legal/institucional
Política industrial
Política Agrícola
Política Comercial
Política Monetária
Barreiras tarifárias e não tarifárias
Fronteira do conhecimento e tecnologia no exterior
Política de C&T
Biosegurança
Contexto geopolítico sócio -econômico Nacional
Padrões culturaise de consumo
Condicionantes climáticas
e ambientais
Contexto geopolítico e econômico Mundial
FornecedoresInsumos
Produção agropecuária
Processamento e transformação
Consumo
Logística
Distribuição
P & D & I
Política ambiental
Recursos naturais e biodiversidade
Política Fiscal
Mercado interno
consumidores
Mercado externo
consumidores
Mídia
Distribuição de renda e demanda de
produtos
Nível educacional da população
Sistema de regulação do
setor
Créditos e subsídios
Política de desenvolvimen
to rural
Base legal/institucional
Política industrial
Política Agrícola
Política Comercial
Política Monetária
Barreiras tarifárias e não tarifárias
Fronteira do conhecimento e tecnologia no exterior
Política de C&T
Biosegurança
Contexto geopolítico sócio -econômico Nacional
Padrões culturaise de consumo
Condicionantes climáticas
e ambientais
Contexto geopolítico e econômico Mundial
FornecedoresInsumos
Produção agropecuária
Processamento e transformação
Consumo
Logística
Distribuição
P & D & I
Política ambiental
Recursos naturais e biodiversidade
Política Fiscal
5 Neste trabalho, a modelagem utilizada para a análise retrospectiva é aquela concebida no estudo “Cenários do Ambiente de Atuação das Organizações Públicas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para o Agronegócio Brasileiro – 2002-2012” (Embrapa & CGEE, 2002).
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Evolução Recente do Macroambiente: Mundo e Brasil
Depois de 2001, o ambiente econômico internacional vem se mostrando favorável ao Brasil. Nos últimos 6 anos o PIB mundial cresceu aceleradamente a uma taxa média de 3,45%6 como resultado, em grande parte, do extraordinário desempenho das principais economias emergentes. Entre 2002 e 2006, China, Índia e Rússia cresceram, em média, respectivamente, 9,9%, 7,6% e 6,4% anuais.
Os bons ventos trazidos pelo ambiente internacional foram marcados ainda pela elevada liquidez do sistema financeiro internacional e pela acentuação dos fluxos de comércio. As exportações mundiais médias no período 1996 – 2005 registraram um crescimento de 93% quando comparadas ao período 1986-19957. Em valores absolutos o mundo movimentou da ordem de US$ 9,4 trilhões em exportações de bens em 2006, sendo 34% deste total provenientes do setor agropecuário8.
Mesmo com um ambiente predominantemente favorável, alguns fatores de instabilidade da economia norte-americana marcaram o panorama mundial nos últimos anos. A desestruturação do equilíbrio fiscal a partir de 2001, acentuou os “déficits gêmeos” dos EUA (déficit orçamentário e déficit externo), o que gerou efeitos sobre os juros da economia norte-americana. O resultado foi a desvalorização do dólar, que entre 2002 e 20079 perdeu 49% de seu valor diante do real.
No que se refere ao agronegócio, sua importância para a geração de renda na economia mundial foi reforçada pelo aumento da demanda mundial por alimentos, em especial nos países emergentes. Motivada pelo crescimento demográfico, pelo aumento da produção de agroenergia e pelo maior poder de consumo nos países emergentes, a expansão do consumo mundial de grãos e produtos de origem animal (carnes) teve impacto direto sobre os preços internacionais dos principais produtos e a rentabilidade do mercado agrícola.
Entre 1999 e 2007, o consumo mundial de soja em grão aumentou de 108,9 para 149,2 milhões de toneladas, um crescimento anual médio de 4,6%. No mesmo período, o farelo e o óleo de soja cresceram, em média, 4,3% e 5,0% anuais. O consumo de milho, por sua vez, aumentou de 604,9 para 722,6 milhões de toneladas no período, expansão média de 2,7% anuais. Já o trigo, teve seu consumo ampliado, em média, em 1% anuais no período, totalizando 617,1 milhões de toneladas em 2007. Entre 2002 e 2006, a soja, o milho e o trigo apresentaram aumento de preços de 17%, 54% e 43%, respectivamente10.
6 Banco Mundial e FMI (2007). 7 Ibid. 8 The Economist Intelligence Unit Annuary, dez/2006 9 Cálculos realizados com base nas cotações da moeda em 30/12/2002 e 31/10/2007. 10 Ipea – Boletim de Conjuntura (2007).
Fluxo de Exportações Mundiais(em US$ trilhões)
8,2
4,33,4
6,6
1986 - 95 1996 - 2005
Bens Bens e Serviços
17
Nov
a Z
elâ
ndia
Au
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Pol
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Est
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do
Su
l
Gro
elâ
ndia
No
rue
ga
Sui
ça
Subsídios agrícolas(Em % do PIB agropecuário)
Fonte: OECD apud The Economist jul/04
1986-88
2001-03
80
70
60
50
40
30
20
10
0
A recuperação da rentabilidade do mercado agrícola foi fortemente influenciada pelo aumento da demanda por agroenergia, motivada pela intensificação das pressões ambientais por combustíveis menos poluentes, pela maior demanda por fontes renováveis de energia e pela ativa busca de maior segurança energética nos EUA. De fato, o aumento do consumo de milho para a geração de agroenergia vem produzindo uma convergência relativa entre os preços do petróleo bruto e do milho, quando estes são medidos em função do potencial energético.
A evolução recente do contexto mundial ainda foi marcada por uma nova configuração das questões relacionadas à forma e intensidade do protecionismo internacional. O lançamento da Rodada de Doha, em 2002, com objetivo de liberalização comercial, trazia consigo a expectativa de gerar ganhos para os países em desenvolvimento e reduzir o número de pobres ao redor do mundo. Contudo, desde o seu lançamento, a Rodada encontra-se travada. O conflito de interesses envolvendo os EUA, a União Européia e as economias emergentes, lideradas por Índia e Brasil, em torno das políticas de subsídios direcionadas para a indústria e, sobretudo, para o setor agrícola, impedem o avanço das negociações. Nesse sentido, é visível a baixa redução dos subsídios agrícolas em relação ao PIB agropecuário quando comparados os períodos 1986/88 e 2001/03. A ampliação do número de acordos e tratados comerciais regionais e bilaterais foi a saída encontrada pelas economias nacionais para superar o impasse em torno da Rodada de Doha.
Em um ambiente marcado pelo fortalecimento do comércio regional, o Mercosul é uma rara exceção. Nos últimos anos, o bloco econômico sul-americano não registrou avanços significativos e, em alguns momentos, o que se verificou foi um relativo retrocesso As discussões em torno da tarifa externa comum (TEC) permane-ceram paralisadas, as barreiras não-tarifárias entre os membros do bloco se acentuaram e observou-se maior presença norte-americana nos acordos bilaterais da região. As exportações brasileiras para países do Mercosul, que em 1997 representavam 17% do total exportado pelo País, em 2006 não ultrapassaram 10%.
Apesar dos ventos favoráveis advindos do contexto externo, o crescimento da economia brasileira no período foi frustrante, registrando taxa média de expansão do PIB de 3,3%. Este baixo desempenho da economia brasileira em meio a uma conjuntura internacional favorável fica mais evidente quando
Convergência relativa de preçosPreço por unidade de potencial energético (Em US$ por milhões Btu)
*Incluindo subsídios14
12
10
8
6
4
2
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Petróleo Bruto
Milho *
2002 03 04 05 06 07
Fonte: Goldman Sachs apud The Economist jull/07
Convergência relativa de preçosPreço por unidade de potencial energético (Em US$ por milhões Btu)
*Incluindo subsídios14
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Petróleo Bruto
Milho *
2002 03 04 05 06 07
Fonte: Goldman Sachs apud The Economist jull/07
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comparado ao registrado por outras economias emergentes. Entre 2003 e 2006, China, Índia e Rússia – países que, junto com o Brasil, compõem o grupo BRIC11 – apresentaram crescimento médio da ordem de 10%, 8,4% e 6,8%, respectivamente. No mesmo período, a América Latina cresceu 4,2% anuais.
A estagnação dos investimentos produtivos no País pode ser vista como a causa principal deste baixo crescimento. A taxa de investimento global da economia brasileira encontra-se estag-nada desde 1980, quando os investimentos produtivos públi-cos e privados no País correspondiam a 25% do PIB. Nas duas décadas seguintes, entretanto, a taxa de investi-mento sofreu forte retração, de tal modo que nos anos recentes situou-se abaixo de 20%. No mesmo período, China e Índia registraram investimento produtivo em torno de 40% e 25%, respectivamente.
Como conseqüência destes sucessivos cortes nos investimentos públicos houve a persistência de uma infra-estrutura logística de escoamento da produção deficiente, o que se constitui como uma das principais limitações da competitividade da economia nacional. Em 2006, por exemplo, as deficiências em transportes custaram da ordem de 271 bilhões de reais (11,7% do PIB) para as empresas e o tempo médio de espera de navios para atracar em portos aumentou 78% em relação ao ano anterior. Além disso, o Brasil também vem perdendo posições no ranking mundial de competitividade em virtude da manutenção de um ambiente de negócios pouco propício ao desenvolvimento de negócios, caracterizado pelos elevados encargos sociais, pela alta carga tributária, pela instabilidade regulatória, pela elevada burocracia e pela insegurança jurídica.
Nos últimos anos, os maiores benefícios do cenário econômi-co brasileiro se ancoraram no suces-so da política monetária, combina-do à permanência de um ambiente externo predominantemente favorável. Após o recrudescimento da política monetária, em finais de 2002, medida pelo aumento
11 BRIC é o termo cunhado pelo banco de investimentos Goldman Sachs para denominar o grupo de economias
emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China que têm o potencial de figurar entre as maiores economias do mundo até 2050.
Taxa de Crescimento do PIB 1996 – 2006(var. % do PIB)
0
2
4
6
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12
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Brasil
China
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Fonte: FMI (2007)
Taxa de Crescimento do PIB 1996 – 2006(var. % do PIB)
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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Brasil
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Fonte: FMI (2007)
China
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Índia
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Cingapura
Rússia
África do Sul
Turquia
Coréia do Sul
Brasil
Japão
Estados Unidos
Reino Unido
Alemanha
França
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10
15
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1,0 2,5 4,0 5,5 7,0 8,5 10,0
Taxa de Crescimento do PIB (%a.a)
Car
ga T
ribut
ária
(%
do
PIB
)
Canadá
Fonte: Revistas The Economist e Conjuntura Econômica, dez/06
Carga Tributária e Crescimento do PIB (média 2005/ 2006)
19
da taxa básica de juros (Selic), o índice de inflação oficial (IPCA) caiu de 12,5% naquele ano para 3,14%, em 2006. Cabe ressaltar que a valorização cambial, evidenciada ao longo do período, também cumpriu importante papel no controle da inflação. O preço do dólar, que em finais de 2002 se aproximava dos R$ 4,00, caiu substancialmente nos anos seguintes, de tal modo que, desde o início de 2007, se mantém em patamar inferior a R$ 2,00.
Adicionalmente, a economia brasileira vem experimentando o aumento de seu grau de abertura externa, motivada pela ampliação da participação dos produtos brasileiros nas exportações mundiais.
Entre 2000 e 2006 o volume de exportações evoluiu de US$ 55 bilhões para US$ 137 bilhões, o que possibilitou ao País obter superávit comercial da ordem de US$ 46 bilhões, no final de 2006. Contribuiu para este resultado o contexto externo favorável, marcado pelo forte crescimento dos países do grupo BRIC, refletido em crescente demanda por commodities agrícolas e industriais.
O agronegócio brasileiro desempenhou importante papel neste recente movimento das contas externas nacionais. Em 2006, o agronegócio brasileiro exportou US$ 49,4 bilhões, acumulando crescimento de 140% em relação ao resultado observado em 2000. Os grandes destaques foram os segmentos de produtos de origem animal (carnes) e o complexo da soja que, na comparação do período 2002-2006 com os 5 anos anteriores, obtiveram elevados aumentos na exportação, com crescimento de 375% para bovinos, 160% para aves, 98% para suínos e 113% para soja.
Complementarmente à questão econômica, a distribuição de renda no Brasil apresentou evolução nos últimos anos. Dentre as classes de despesa do IPCA que menos subiram neste período destacam-se as tarifas públicas e, principalmente, os preços dos alimentos.
Combinada ao aperfeiçoamento das políticas de transferência de renda focalizada (Bolsa Família) e à expansão do acesso ao Ensino Fundamental ocorrido ao longo da década de 90, a manutenção dos níveis de preços em baixos patamares foi uma
Grau de abertura da economia e do agronegócio(Em exportações + Importações / PIB)
0
5
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20050
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1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Grau de aberturatotal (%)
Grau de abertura do agronegócio (%)
Fonte: MAPA e BC (2006)
Participação nas exportações mundiais – produtos sel ecionados
0102030405060708090
Algodão Suco deLaranja
Soja em grão Carne bovina Carne defrango
2001
2006
0102030405060708090
Algodão Suco deLaranja
Soja em grão Carne bovina Carne defrango
2001
2006
2001
2006
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das principais causas da redução, mesmo que gradual, da pobreza e da desigualdade no País nos últimos anos12.
Em 2001, o País tinha 35,11% da sua população na margem de pobreza, valor este reduzido para 30,69% em 2005. Já com relação à desigualdade de renda, o Índice de Gini13, que marcava 0,589 em 2002, foi reduzindo gradualmente, até atingir 0,569 em 2005. Em um horizonte de tempo mais amplo, percebe-se ainda que a razão entre a renda apropriada pelos 10% mais ricos e o 40% mais pobres da população brasileira foi reduzida, passando de 17,1 em 1992, para 14,3, em 2005.
Índice de Gini
21,8
18,6
23,121,2
17,217,1
19,9
15,4
19,7 20,0
16,7
14,3
Sul Sudeste Centro-Oeste
Nordeste Norte Brasil
1992
2005
1992
2005
Razão entre a renda apropriada pelos 10% maisricos e os 40% mais pobres
0,596
0,589
0,583
0,5720,569
0,56
0,57
0,58
0,59
0,6
2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: Ipeadata e IETS (2006)
Evolução Recente do Agronegócio Brasileiro 14
O agronegócio brasileiro respondia, em 2006, por 26,7% do PIB, 36% dos empregos e 39,7% das exportações. Entre 2000 e 2006, o setor registrou expansão de 15%, capitaneada pelos segmentos de insumos agrícolas (18,59%) e processamento (16,49%). No mesmo período, o segmento de transformação e a agropecuária propriamente dita apresentaram crescimento de 14,48% e 14,32%, respectivamente.
O bom desempenho do agronegócio pode ser visto através da evolução da produção nacional de grãos, que expandiu em 106,7% nos últimos 15 anos.
Entre as safras 1999/2000 e 2005/2006 a produção de grãos no Brasil experimentou aumento de 48%, evoluindo de 83 para 122,5 milhões de toneladas, com destaque, em termos de crescimento percentual acumulado, para as culturas do trigo (194%) e aveia (166%) e, em termos relativos, para o aumento da participação da soja, de 39% para 45%, no total de grãos produzidos. No que se refere à produção de produtos de origem animal (carnes), apesar do declínio da produção suína, entre 2005 e 2006, é evidente a expansão acumulada da produção de carne suína
12 Segundo estudo da empresa LatinPanel, o aumento do consumo de uma cesta pré-estabelecida e formada por 70 itens das classes D e E, entre janeiro e agosto de 2006, foi da ordem de 15%. No mesmo período, o consumo das classes A e B cresceu 5% e 10%, respectivamente.
13 O Gini varia de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, mais desigual, sob o ponto de vista da distribuição da renda, é o país.
14 Agronegócio corresponde à soma das atividades de fornecimento de bens e serviços à agricultura, da produção agrícola, do processamento, da transformação e da distribuição de produtos de origem agrícola até o consumidor final. No segmento da produção são contemplados o pequeno, médio e grande produtor rural. (Fonte: MAPA, 2006)
21
(157%), bovina (94%) e, em especial, de frango (250%) entre 2000 e 2006. O aumento da produção e das exportações deste último levou o Brasil à condição de maior exportador mundial na categoria.
Este excelente desempenho do agronegócio repercutiu positivamente sobre a geração de divisas para o País, através de sucessivos recordes de exportação. Entre os anos de 1997 e 2006 o agronegócio mais do que dobrou o valor exportado, saindo de US$ 20,7 bilhões para US$ 49,4 bilhões. Quando analisada a pauta de exportação dos produtos entre 1997 e 2006, percebe-se que os principais destaques setoriais ficam por conta dos produtos de origem animal (carnes, sobretudo de aves e bovina), da cana-de-açúcar (açúcar e álcool) e do complexo da soja.
Contudo, apesar do desempenho predominantemente favorável na última década, cabe registrar que o crescimento acentuado experimentado pelo agronegócio brasileiro entre os anos de 1999 e 2004 foi sucedido por um revés que marcou o setor nos dois últimos anos, quando uma forte estiagem atingiu as regiões Sul e Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), prejudicando a safra de grãos, em especial as culturas de soja e milho.
O agronegócio e, em especial, o componente da produção agropecuária em si, possui características próprias que o inserem em um ambiente de maior incerteza e risco quando comparado às demais atividades econômicas. O produtor agrícola incorre na mobilização de volumoso capital no plantio e cultivo, mesmo sem antes saber qual será o preço determinado pelo mercado e apesar da vulnerabilidade a eventos climáticos.
Em virtude destas peculiaridades intrínsecas à produção agropecuária, é necessária a utilização de instrumentos e políticas específicas de estímulo ao setor. Entre elas, destacam-se o crédito rural, a garantia de preços mínimos, o seguro agrícola, a extensão rural, políticas setoriais exclusivas para produtos e insumos, e a pesquisa científica e tecnológica.
No que se refere ao crédito rural15, observa-se que, entre as safras de 1999/2000 e 2003/2004, o volume de empréstimos expandiu significativamente, de R$ 21.4 bilhões para R$ 39.9 bilhões. Dentre as finalidades de financiamento, o de investimento cresceu 160% no período, sendo relativamente superior ao total concedido (83%) e ao de custeio (59%).
15 O crédito rural pode ser classificado entre custeio (atende ao capital de giro do produtor), investimentos (aquisição
de máquinas e equipamentos) e comercialização (relacionado à política de preços mínimos).
Evolução das exportações no Agronegócio (Em US$ bilhões)
Fonte: MDIC apud The Economist (jul/2005)
- 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
Soja
Açúcar e Álcool
Aves
Bovinos
Sucos de frutas
Suínos
2004 - 2007
2000 - 2003
1996 - 1999
Evolução das exportações no Agronegócio (Em US$ bilhões)
Fonte: MDIC apud The Economist (jul/2005)
- 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
Soja
Açúcar e Álcool
Aves
Bovinos
Sucos de frutas
Suínos
2004 - 2007
2000 - 2003
1996 - 1999
2004 - 2007
2000 - 2003
1996 - 1999
Crescimento dos Componentesdo Agronegócio (em %)
100 100 100 100 100
118
131134
108113116 114
119 116 114
Agronegócio Básico Insumos Indústria Distribuição2000 2003 2006
Crescimento dos Componentesdo Agronegócio (em %)
100 100 100 100 100
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Agronegócio Básico Insumos Indústria Distribuição2000 2003 2006
Evolução dos Componentes do Agronegócio (Base 2000 = 100)
Fonte: CNA (2007)
Crescimento dos Componentesdo Agronegócio (em %)
100 100 100 100 100
118
131134
108113116 114
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Agronegócio Básico Insumos Indústria Distribuição2000 2003 2006
Crescimento dos Componentesdo Agronegócio (em %)
100 100 100 100 100
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131134
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Agronegócio Básico Insumos Indústria Distribuição2000 2003 2006
Evolução dos Componentes do Agronegócio (Base 2000 = 100)
Fonte: CNA (2007)
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Financiamento concedido segundo finalidade(em bilhões de R$)
12,5 13,7 14,7 15,019,9 21,8 25,2 24,23,3 4,2
5,5 7,9
8,711,0
11,2 9,5
2,73,5
4,44,8
6,2
7,1
10,28,9
1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
Custeio Investimento Comercialização
Dívida agrícola segundo finalidade(Bilhões de R$)
19,4 20,1 18,2 17,4 22,0 24,3 26,4 26,3 29,1 31,3 33,9 36,6
14,0 12,6 12,4 15,717,6
20,022,4 24,5
28,332,7
36,539,2
8,2 5,7 5,9 6,43,8
2,93,4 3,1
4,03,9
3,14,6
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Custeio Investimento Comercialização
Financiamento concedido segundo finalidade(em bilhões de R$)
12,5 13,7 14,7 15,019,9 21,8 25,2 24,23,3 4,2
5,5 7,9
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11,2 9,5
2,73,5
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1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06
Custeio Investimento Comercialização
Dívida agrícola segundo finalidade(Bilhões de R$)
19,4 20,1 18,2 17,4 22,0 24,3 26,4 26,3 29,1 31,3 33,9 36,6
14,0 12,6 12,4 15,717,6
20,022,4 24,5
28,332,7
36,539,2
8,2 5,7 5,9 6,43,8
2,93,4 3,1
4,03,9
3,14,6
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Custeio Investimento Comercialização
Fonte: Bacen e MAPA apud Boletim de Conjuntura Ipea (2007)
Com relação ao programa de garantia de preços mínimos, observa-se que, desde 2000, o contexto internacional mostrou-se predominantemente favorável ao agronegócio em virtude da manutenção dos preços das commodities em patamar elevado, contribuindo para uma crescente capitalização dos agricultores. Diante disso, os recursos federais destinados à garantia de preços mínimos aos produtores rurais na comercialização de produtos agropecuários situaram-se em patamar inferior à média das décadas anteriores.
Neste novo contexto de forte capitalização dos produtores, a política de preços mínimos perdeu espaço para o financiamento da comercialização da produção agrícola. Entre as safras 1998/1999 e 2005/2006, essa finalidade de crédito mobilizou R$ 47.8 bilhões, em termos reais.
No que se refere às políticas orientadas à reforma agrária, ao longo do período 2002-2006 observou-se uma significativa expansão da área destinada aos assentamentos rurais, tendo como efeito indireto a redução dos conflitos em áreas rurais. No período 1999-2002, foram destinadas à reforma agrária terras que totalizaram pouco mais de oito milhões de hectares. Já no período 2002-2005, este valor cresceu substancialmente, alcançando 22,4 milhões de hectares.
Além da evolução dos instrumentos tradicionais de suporte ao produtor agrícola, a realidade do ambiente rural nos anos recentes é influenciada pelas políticas nacionais de estímulo à produção de biocombustíveis e de reforma agrária. A partir dos anos 90, em decorrência das pressões ambientais e motivada pelas mudanças climáticas e pela subida do preço do petróleo, retomou-se a preocupação com a dependência energética dos combustíveis fósseis. Assim, em 2004, foi lançado o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) e, no ano seguinte, definidos seus marcos regulatórios e tributários . A legislação aprovada estabelece que, a partir de 2008, todo o óleo diesel comercializado no Brasil deverá conter 2% de biodiesel, subindo para 5% a partir de 2013.
Os primeiros lotes da produção brasileira de biodiesel aparecem no final de 2005. Em 2006, houve um grande acréscimo e a produção passou para 68.5 milhões de litros, sendo que Goiás foi responsável por 43% da produção nacional. Da matéria-
Evolução da área destinada aos assentamentos ruraisBrasil 1995-2005 (em ha)
Fonte: MDA/Incra. Balanço 2005
10.813.2538.848.840
22.487.475
1995/1998 1999/2002 2003/2005
10.813.2538.848.840
22.487.475
1995/1998 1999/2002 2003/2005
23
prima destinada à produção de biodiesel em 2006, 55% vieram da soja, 20% da mamona e o restante de outras oleaginosas.
Produção de Biodiesel no Brasil: Principais Insumos Regionais e Principais Produtores
Norte
DendêBabaçu
Nordeste
AlgodãoMamona
Centro-Oeste e Sudeste
Soja
Sul
Girassol
Norte
DendêBabaçu
Nordeste
AlgodãoMamona
Centro-Oeste e Sudeste
Soja
Sul
Girassol
Fonte: Revista Agroanalysis, agosto de 2007
Com relação à agricultura de base familiar, os últimos anos apontaram um aumento de sua importância no contexto do agronegócio brasileiro - em 2003, a agricultura de base familiar respondia por pouco mais de 10% do PIB nacional -, mesmo que de forma pouco integrada.
Entre os setores mais relevantes para a agricultura de base familiar, destacam-se as cadeias produtivas da pecuária, nas quais o segmento de base familiar aumentou sua participação em 3,8 pontos percentuais no período e passou a responder, em 2003, por 40,6% do agronegócio ligado à produção animal.
A pecuária de base familiar e as cadeias produtivas a ela relacionadas (insumos, setor, indústria e distribuição) aumentaram de maneira expressiva seu valor adicionado e cresceram 3,4% ao ano, no período de 1995 a 2000. Esse bom desempenho continuou nos primeiros anos da atual década, tendo o agronegócio pecuário familiar aumentado o seu valor adicionado em 3,8% ao ano, entre 2000 e 2003. Já no que tange à agricultura de base familiar, a cultura da soja é a que apresentou o melhor desempenho no período analisado, tendo registrado aumento de 172%.
Bahia17%
São Paulo9%
Piauí16%
Ceará15%
Goiás43%
Bahia17%
São Paulo9%
Piauí16%
Ceará15%
Goiás43%
24
Aves
Variação acumulada do PIB da lavoura: fumo
Variação acumulada do PIB da lavoura: soja
Fumo Milho Soja Outras culturas
Variação acumulada do PIB da lavoura: milho
Variação acumulada do PIB da lavoura:outras culturas
Participação de algumas culturas que formam o setor da agricultura familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
Participação das criações que formam o setor da pecuária familiar no Brasil e as respectivas variações acumuladas do PIB
Outros-pecuária Suínos Leite Bovinos
Variação acumulada do PIB da lavoura: leite
Variação acumulada do PIB da lavoura: aves
Variação acumulada do PIB da lavoura: bovinos
Variação acumulada do PIB da lavoura: suínos
Variação acumulada do PIB da lavoura: outros-pecuária
100%90%80%70%60%50%40%30%
20%10%0%
200%
100%
80%
60%
40%
20%
-20%
-40%25,8 26,9 28,5 27,3 27,8 30,9 32,9
22,923,1
24,224,8 25,5 24,9 22,6
30,4 27,2 24,9 25,6 23,8 23,2 24,2
10,9 10,2 10,1 9,6 10,1 8,6 8,5
32,1
21,2
23,7
9,9
13,0
22,7
21,7
32,1
9,8
13,6 10,0 12,5 12,4 12,7 12,8 12,4 11,8
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
100%90%80%70%60%50%40%30%20%10%
0%
200%
150%
100%
50%
0%
-50%
3,8
85,1 83,6 82,6 84,6 83,3 82,8 80,9 78,4
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
5,4 6,5 7,5 6,9 6,8 7,1 9,7 10,6 11,75,95,15,15,55,04,34,75,55,7
4,4 5,2 4,2 4,9 4,7 4,3 4,4 4,0
80,0
Fonte: NEAD (2005)
Um outro fator de grande importância para o agronegócio nos últimos anos é aquele relacionado ao consumo de transgênicos. Em 2005, 21 países produziam produtos transgênicos, totalizando uma área plantada da ordem de 90 milhões de hectares. Entre os maiores países produtores, destacavam-se os EUA (49,8 milhões ha), Argentina (17,1 milhões ha), Canadá (5,8 milhões ha) e China (3,3 milhões ha).
No Brasil, até o final de 2004, havia da ordem de 5 milhões de hectares plantados com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Essa produção tem crescido significativamente e em 2006, com uma área plantada de 11,5 milhões de hectares, o Brasil já era o terceiro maior produtor mundial16.
Por outro lado, desde a aprovação da Lei da Biossegurança, houve a obrigatoriedade da disponibilização de informação rotulada em produtos sobre sua composição, o que passou a permitir ao consumidor o direito de optar ou não pelo seu consumo.
Paralelamente ao crescimento da área plantada com transgênicos, emergiram questões e preocupações relativas com a esfera ambiental.
Outro aspecto que tem chamado a atenção no âmbito da gestão ambiental e do desenvolvimento é quanto ao uso sustentável de biomas frágeis, a exemplo do bioma amazônico e do Cerrado.
16 ISAA (2007)
Fonte: ISAAA (2007)
Evolução da área plantada de transgênicos no Brasil 2003 – 2006 (em milhões de hectares)
3
5
9,4
11,5
0
2
4
6
8
10
12
14
2003 2004 2005 2006
3
5
9,4
11,5
0
2
4
6
8
10
12
14
2003 2004 2005 2006
25
Desde 2004, a taxa de desmatamento na Amazônia Legal caiu 25%, segundo o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia. Em 2004-2005, a área desmatada na Amazônia foi 18.793 km², enquanto que no período 2005-2006, foi 14.039 km²17. Especificamente com relação aos médios e grandes desmatamentos (desmatamentos com mais de 1 Km2), a área desmatada de 12.500 Km2 em 2002-2003 sofreu redução de 27%, ocupando 9.100 Km2 em 2004-2005. Nesse sentido, destacou-se o fortalecimento da gestão e a fiscalização ambiental na Amazônia Legal.
Adicionalmente, outro aspecto que tem contribuído no processo de conservação ambiental, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, foi a institucionalização das Unidades de Conservação (UCs) pela União, as quais levaram entre 2003 e 2006 à proteção de 194 mil Km2 da Amazônia Legal. Tais unidades foram instaladas em áreas críticas de conflito fundiário e de expansão agrícola, cumprindo importante papel conservacionista. Entre 2000 e 2005, o desmatamento médio em áreas não-protegidas da Amazônia Legal foi de 1,12% ao ano. Nas UCs, este indicador foi da ordem de 0,19% ao ano.
Outro ponto importante que se observa, segundo dados do INPE, é que a expansão da área plantada de soja no bioma do Cerrado, que passou de 45 para 100 mil Km2 entre 1995 e 2002, acarretou a perda de 5% da sua vegetação nativa.
Evolução Recente da PD&I para o Agronegócio e o Des envolvimento Rural Sustentável
Entre 2000 e 2005 os investimentos totais em CT&I no Brasil registraram crescimento de US$ 8,4 bilhões para US$ 14 bilhões. Contudo, quando medido em percentual do PIB a sua trajetória não é tão favorável. Em 2000, os investimentos em CT&I representavam 1,22% do PIB nacional, caindo para 1,12% em 2005. Em países como EUA, Alemanha e China, por exemplo, os investimentos totais em CT&I representam, respectivamente, 2,7%, 2,5% e 1,2% do PIB. Além disso, o crescimento médio dos investimentos anuais de P&D no Brasil foi de 3% no período analisado, ritmo bastante inferior ao percorrido pelos demais países do BRIC (China, 20% a.a., Rússia, 8% a.a. e Índia, 7% a.a.).
17 INPE (2007)
Taxa de Desmatamento anual na Amazônia Legal (Em Km 2 / ano)
88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06
30000
25000
15000
10000
5000
0
Consolidado
Estimativa
Km²/ano
Fonte: INPE (2007) e Instituto Socioambiental (2006)
26
Recursos Investidos em C&T
(US$ bilhões de 2005)
Fonte: MCT
Fonte: Banco Mundial (2007) MCT (2007)Nota: (¹) Dados estimados
Brasil - Investimentos totais em C&T (Em US$ bilhões e em % do PIB)
0
40
80
120
160
200
Var. % acumulada (Base 2000 = 100)
2000 2001 2002 2003 2004 2005¹
9 bi 10 bi 11,2 bi 14 bi12,7 bi8,4 bi
0
40
80
120
160
200
Var. % acumulada (Base 2000 = 100)
0
40
80
120
160
200
Var. % acumulada (Base 2000 = 100)
2000 2001 2002 2003 2004 2005¹
9 bi 10 bi 11,2 bi 14 bi12,7 bi8,4 bi
2000 2001 2002 2003 2004 2005¹
9 bi 10 bi 11,2 bi 14 bi12,7 bi8,4 bi0,00%
0,30%
0,60%
0,90%
1,10%
1,40%
% do PIB
1,12
1,22 1,25 1,23 1,19 1,17
Percentual de investimento C&T total/PIB
0,00%
0,30%
0,60%
0,90%
1,10%
1,40%
% do PIB
1,12
1,22 1,25 1,23 1,19 1,17
Percentual de investimento C&T total/PIB
+ 67%+ 67%
320
136 130
14
No que se refere ao perfil do investimento em PD&I, observa-se a predominância da participação do setor público neste total. Em 2005, 57% dos investimentos totais no setor foram realizados pelo Governo Federal e pelos Estados, o que revela a importância do aparelho estatal no esforço de PD&I no Brasil. Contudo, cabe destacar que os investimentos do setor privado ainda são significativos e flutuam em torno de 45% desde 2002, superando aqueles realizados isoladamente pela União.
Já com relação aos investimentos públicos estaduais, observa-se declínio relativo, quando comparados à participação do Governo Federal.
Apesar da baixa disseminação de resultados, o SNPA desenvolveu ações voltadas ao modelo de desenvolvimento rural sustentável ancorado na diversificação das atividades econômicas do campo e na inclusão produtiva. Entre 2003 e 2007 a Embrapa coordenou 102 ações de PD&I para a agricultura de base familiar distribuídas em todo o território nacional, cujo foco foi estabelecido pelas especificidades inerentes a cada bioma e a cada estrutura produtiva.
A região Nordeste foi aquela que recebeu maior número de iniciativas (35), seguida pelas regiões Sul (21), Norte (19), Centro-Oeste (14) e Sudeste (13).
Participação dos Atores no Investimento Total em CT&I – (Em R$ e em % do PIB)
Nota(s): (1) Estimativa
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 (*)
Governo Federal
Governo Estadual
Setor Empresarial
Nota(s): (1) Estimativa
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 (*)
Governo Federal
Governo Estadual
Setor Empresarial
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 (*)
Governo Federal
Governo Estadual
Setor Empresarial
27
Norte ���� 19 ações• Fortalecimento do sistema de plantio
direto, manejo sustentável do solo e desenvolvimento de policultivosagropecuários (feijão, arroz e mandioca)
• Apoio ao desenvolvimento e inovação tecnológica no cultivo de batata-doce, açaí, palmito e nim
• Apoio à apicultura, pecuária leiteira e serraria para móveis
Centro-Oeste ���� 14 ações• Fortalecimento do sistema de plantio
direto• Apoio à pecuária leiteira e de corte,
silvicultura e fruticultura• Apoio ao desenvolvimento e inovação
tecnológica na produção de trigo veadeiro, nim, batata-doce, feijão, mandioca e soja
Sul ���� 21 ações• Fertilização do solo e fortalecimento da fruticultura, vinicultura,
silvicultura, pecuária leiteira e serraria para móveis• Apoio ao desenvolvimento e inovação tecnológica na produção de
batata-doce, pimenta, palmito, nim, trigo veadeiro, erva-mate, feijão, soja e laranja
Sudeste ���� 13 ações• Apoio ao manejo sustentável de bacias
hidrográficas, fertilização de solos, desenvolvimento de sistemas de informação e transferência de tecnologia e fortalecimento do cultivo de espécies medicinais
• Apoio ao desenvolvimento e inovação tecnológica na produção de batata-doce, palmito, nim e feijão
• Fortalecimento da pecuária leiteira, silvicultura, fruticultura e serraria para móveis
Ações da Embrapa em PD&I para agricultura de base f amiliar no período 2003-2007
Nordeste ���� 35 ações• Fortalecimento da agricultura no semi-
árido, manejo sustentável do solo e da água na caatinga, fertilização de solos e apoio à transferência de tecnologia
• Apoio ao desenvolvimento e inovação tecnológica na produção de algodão, batata-doce, nim, amendoim, gergelim, mandioca, castanha-de-caju e mamona
• Fortalecimento da caprinocultura, apicultura, pecuária leiteira, fruticultura e criação de aves
Fonte: Macroplan, com base em dados da Embrapa (www.embrapa.br). Acessado em: 27 de agosto de 2007
Adicionalmente, o Brasil assistiu a alguns avanços no manejo sustentável dos recursos naturais nos últimos anos, estimulados por ações de PD&I específicas para este propósito. Destacam-se ações implementadas pela Embrapa, OEPAs, Universidades e instituições afins vinculadas ao SNPA em cada um dos seis biomas brasileiros18.
� Amazônia
As principais ações para o manejo sustentável dos recursos naturais envolveram a pesquisa e o apoio a serviços ambientais associados a sistemas sustentáveis de agricultura de base familiar, direcionando as atividades de pastoreio rotacionado, plantio direto, integração lavoura- pecuária-silvicultura, dendeicultura como opção em agroenergia, plantios florestais nativos e fruticultura regional.
� Caatinga
Para o uso sustentável da Caatinga, as pesquisas foram direcionadas para a preservação dos recursos naturais e o aproveitamento da biodiversidade para a sustentabilidade do semi-árido, além do monitoramento de algumas áreas visando à racionalização do uso de agrotóxicos. Grandes destaques foram concedidos à ampliação da oferta de água, estudos de manejo da vegetação nativa – com plantas exóticas resistentes à seca – para produção de forragem orientada à criação de animais e fortalecimento das culturas voltadas à agroenergia (mamona e pinhão).
18 EMBRAPA – A Embrapa nos Biomas Brasileiros (2007)
28
� Pantanal
Os principais projetos executados recentemente envolvem estudos de longa duração dos processos biogeoquímicos e biofísicos para um sistema de produção pecuária sustentável, o desenvolvimento de tecnologias para aproveitamento e monitoramento da fauna silvestre, incluindo monitoramento dos recursos pesqueiros e o desenvolvimento da agricultura de base familiar, do turismo e da apicultura.
� Pampa
A principais atividades de pesquisa relacionaram-se à atuação em sistemas de produção agropecuária e florestal em áreas já alteradas, fertilização e introdução de espécies de estação fria nas pastagens naturais, programa de controle de parasitoses em bovinos e ovinos e implantação de sistemas silvipastoris.
� Mata Atlântica
Neste bioma, as pesquisas foram direcionadas à recuperação de pastagens degradadas, ao desenvolvimento de cultivares de forrageiras e para o manejo de ovinos, suínos e bovinos destinados à produção de carne e leite, aprimoramento dos sistemas de produção e do manejo de solos tropicais e melhoramento de espécies exóticas florestais para o mercado madeireiro.
� Cerrado
No Cerrado, as principais técnicas desenvolvidas nos últimos anos abordaram o combate à erosão, a integração lavoura-pecuária para recuperação de pastagens degradadas, plantios florestais com espécies nativas e exóticas, sistemas de produção para hortaliças, grãos, fruteiras e plantas medicinais regionais e agroenergia.
No que tange aos investimentos em capacitação e desenvolvimento de competências, a evolução do País ao longo dos últimos anos foi mais evidente. Em 2006, o Brasil ocupava a 15ª posição no ranking mundial de produção científica, sendo responsável pela realização de 1,92% das publicações mundiais. Em 2001, com 1,4% da produção científica mundial, o País ocupava a 17ª colocação no ranking. Quando comparados os triênios 2001-2003 e 2004-2006, observa-se que a produção científica cresceu mais nas áreas da psicologia e psiquiatria, com expansão acumulada de 70%, seguida pelas áreas de produção animal e vegetal (58%), ciências sociais (52%), medicina (47%), farmacologia (46%) e ciência agronômica (46%).
Este incremento na produção científica brasileira apresenta relação direta com a formação de Mestres e Doutores no País. Somente em 2005, o País formou quase 10 mil Doutores, valor 66,6% superior ao verificado em 2002.
Pedidos de patentes solicitadas no Wipo
Fonte: Wipo (World International Patent Organization)
29
Apesar do crescimento da produção científica e da formação de Doutores, o esforço de desenvolvimento de competências em PD&I no Brasil ainda é baixo quando comparado não apenas a países desenvolvidos, como EUA (1,3 milhão de pesquisadores) e Japão (677 mil), mas também a economias emergentes, como China (926 mil) e Rússia (478 mil).
No que tange à solicitação de patentes, o Brasil evolui em ritmo inferior ao registrado por outras economias emergentes. Em 2005, a solicitação de patentes brasileiras na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) foi pouco superior a 250 pedidos, o que representou uma redução de 13,5% em relação ao ano anterior.
No campo institucional, a entrada em vigor da Lei de Inovação Tecnológica (Lei 10.973), em dezembro de 2004, constitui-se no principal marco nos últimos 5 anos e um passo em direção à emancipação tecnológica do Brasil. Com a sua promulgação espera-se ainda mudar o quadro atual em que cerca de 73% dos cientistas estão atuando nas instituições públicas e apenas 11% nas empresas privadas.
A Lei de Inovação Tecnológica está organizada em torno de três eixos: a constituição de um ambiente propício a parcerias estratégicas entre as universidades, institutos tecnológicos e empresas; o estímulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação; e o incentivo à inovação nas empresas.
Nesse sentido, ela viabiliza um instrumento legal para autorização da incubação de empresas no espaço público e a possibilidade de compartilhamento de infra-estrutura, equipamentos e recursos humanos, públicos e privados para o desenvolvimento tecnológico e a geração de processos e produtos inovadores. Também estabelece regras para que o pesquisador público possa desenvolver pesquisas aplicadas e incrementos tecnológicos.
Fonte: MCT (2007)
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
019
7419
7519
7619
7719
7819
7919
8019
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8719
8819
8919
9019
9119
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9719
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9920
0020
0120
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0420
05
Nº
de D
outo
res 10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
019
7419
7519
7619
7719
7819
7919
8019
8119
8219
8319
8419
8519
8619
8719
8819
8919
9019
9119
9219
9319
9419
9519
9619
9719
9819
9920
0020
0120
0220
0320
0420
05
Nº
de D
outo
res
Doutores formados por ano no Brasil
Fonte: MCT (2007)
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
019
7419
7519
7619
7719
7819
7919
8019
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Nº
de D
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res 10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
019
7419
7519
7619
7719
7819
7919
8019
8119
8219
8319
8419
8519
8619
8719
8819
8919
9019
9119
9219
9319
9419
9519
9619
9719
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0020
0120
0220
0320
0420
05
Nº
de D
outo
res
Doutores formados por ano no Brasil
30
Parte II – Tendências Consolidadas 2023
O futuro do ambiente de atuação das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável não é totalmente incerto. Ele é influenciado pelo comportamento de um conjunto de fatores externos e internos que têm impacto relevante sobre a trajetória futura da realidade.
Parte destes fatores é composta por elementos predeterminados, isto é, fenômenos que são possíveis de serem previstos porque seus primeiros estágios são vistos na atualidade. A explicitação de hipóteses quanto às tendências consolidadas é um recurso metodológico particularmente relevante para a geração de cenários na medida em que delimita, numa primeira aproximação, o espaço de restrições e possibilidades dentro dos quais os cenários podem ser construídos, estreitando assim o “leque” dos futuros a serem explorados.
As tendências consolidadas são aquelas perspectivas cujas direções já são bastante visíveis e suficientemente consolidadas para se admitir a manutenção deste rumo
durante o período considerado.
Uma descrição dos principais elementos predeterminados que condicionarão o futuro da PD&I para o agronegócio brasileiro nos próximos anos é apresentada a seguir, dividida em dois blocos: Tendências Consolidadas do Macroambiente e Tendências Consolidadas de PD&I para o Agronegócio.
2.1 Tendências Consolidadas do Macroambiente
1. Maior consciência dos temas ligados ao meio ambi ente e ao desenvolvimento social, incluindo a crescente preoc upação com os efeitos negativos dos impactos ambientais e o adensamento d os mecanismos de regulação e gestão dos recursos hídricos.
As mudanças climáticas terão grande influência nos sistemas naturais até 2023, e seus resultados serão expressos, principalmente, através do aumento da temperatura global. Estima-se que nas próximas duas décadas a temperatura ambiental aumentará, pelo menos entre 1 e 2°C 19, o que geraria, a partir de
19 CGEE - Estudo para Subsidiar a Abordagem da Dimensão Territorial do Desenvolvimento Nacional no Plano
Plurianual PPA 2008-2011 e no Planejamento Governamental de Longo Prazo (2007).
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 1
Cenário 4
Tendências Consolidadas e Invariantes
Fonte: LINDGREN, Mats & BANDHOLD, Hans –Scenario Planning, London: Palgrave MacMillan, 2003
31
2020, um custo anual de US$150 bilhões para tratamento dos desastres ecológicos 20.
As mudanças no clima, aliadas aos problemas decorrentes do padrão de consumo, planejamento e gestão de recursos, também poderão causar escassez de água para consumo humano, agrícola e industrial. De acordo com projeções da World Wild Foundation (WWF), um aumento de 2°C n a temperatura média do planeta elevaria de 662 milhões para 3 bilhões o número de pessoas ameaçadas pela escassez de água.
As variações climáticas constituirão um componente de grande influência sobre os preços dos alimentos. Com a elevação da temperatura, espera-se que a produção de grãos seja gradativamente reduzida, com impactos visíveis, inclusive no Brasil. Estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevêem a redução de 92% na produção futura de café e de 63% na produção de soja, no caso de uma elevação de temperatura de 5,8 graus, uma das hipóteses consideradas para ocorrência até o final do século.
Redução da Produção e da Área Potencial de Cultivo
2,4 mil sacas30 mil sacas73.915 904.971
33 mil t39 mil t4.421.934 5.169.034
22 mil t60 mil t1.238.557 3.419.072
7,7 mil t13,3 mil t2.792.430 4.755.204
Produção futura se a temperatura média aumentar
5,8 graus
Produção atual
Área potencial se a temperatura
média aumentar 5,8 graus
Área atual (Km2)
Redução da Produção e da Área Potencial de Cultivo
2,4 mil sacas30 mil sacas73.915 904.971
33 mil t39 mil t4.421.934 5.169.034
22 mil t60 mil t1.238.557 3.419.072
7,7 mil t13,3 mil t2.792.430 4.755.204
Produção futura se a temperatura média aumentar
5,8 graus
Produção atual
Área potencial se a temperatura
média aumentar 5,8 graus
Área atual (Km2)
42%
63%
15%
92%
Arroz
Soja
Milho
Café
A Influência do Clima na Produção Agrícola Brasilei raEstimativa da redução da produção de grãos com o aquecimento global
Fonte: Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
Neste sentido, espera-se que os impactos das mudanças climáticas promovam novos posicionamentos em relação ao tema e uma atitude mais pró-ativa dos governos até 2023. A maior conscientização ambiental implicará no aumento da pressão para a conservação e o manejo racional dos recursos ambientais no processo produtivo, inclusive com normas ambientais mais rígidas.
A conservação do meio ambiente e o paradigma da sustentabilidade ainda devem direcionar a PD&I para a geração de tecnologias que contribuam para o aumento da eficiência dos processos produtivos e de consumo, incluindo a reutilização dos resíduos rurais e urbanos, a reciclagem de nutrientes e a disposição ambientalmente correta dos dejetos animais. Os novos processos produtivos também englobarão a maior conservação e o melhor gerenciamento no uso da água, principalmente no que tange à gestão na irrigação e à reutilização do recurso após os processos produtivos da cadeia do agronegócio.
De forma complementar, as vegetações nativas não apenas serão objeto de preservação, mas também serão reconhecidas como provedoras de serviços ambientais através do seqüestro de CO2, purificação da água e do ar, controle climático e reserva de fármacos naturais.
20 WFS apud CGEE (2007).
32
Implicações e Diretrizes Estratégicas21
• Construir competência em mudanças climáticas e impactos ambientais, incluindo a
análise de tradeoffs envolvendo impactos ambientais e benefícios sociais
• Intensificar esforço de PD&I para redução dos impactos ambientais dos sistemas de
produção e para o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Restrições crescentes à produção agropecuária de
áreas de conversão de biomas
• Redução da disponibilidade de recursos hídricos
• Impactos negativos das mudanças climáticas sobre a
produção agrícola
• Valorização crescente e aumento da demanda por
pesquisa orientada à redução dos impactos ambientais dos sistemas de produção e ao uso sustentável
da biodiversidade
• Aumento da demanda por serviços ambientais
Oportunidades Ameaças
• Construir competência em mudanças climáticas e impactos ambientais, incluindo a
análise de tradeoffs envolvendo impactos ambientais e benefícios sociais
• Intensificar esforço de PD&I para redução dos impactos ambientais dos sistemas de
produção e para o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Restrições crescentes à produção agropecuária de
áreas de conversão de biomas
• Redução da disponibilidade de recursos hídricos
• Impactos negativos das mudanças climáticas sobre a
produção agrícola
• Valorização crescente e aumento da demanda por
pesquisa orientada à redução dos impactos ambientais dos sistemas de produção e ao uso sustentável
da biodiversidade
• Aumento da demanda por serviços ambientais
Oportunidades Ameaças
2. Expansão da demanda mundial por agroenergia, imp ulsionando o crescimento do mercado de energia renovável no Bras il
A demanda por energia crescerá 53% nos próximos 25 anos22, sendo os países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, responsáveis por 70% desta demanda adicional. Aliadas a este crescimento da demanda energética, as pressões sócio-ambientais por substituição dos combustíveis fósseis e a maior preocupação com segurança energética resultarão no aumento mundial da procura por agroenergia. Entre 2000 e 2025, estima-se que os biocombustíveis cresçam 10,2% anuais, enquanto a taxa de crescimento anual esperada para o petróleo é de 1,1% ao ano.
Diante disso, segundo projeções da Shell, o consumo de etanol é projetado para 225 bilhões de litros em 2025, representando um aumento de 48% quando comparado ao consumo registrado em 2002 (152 bilhões)23. Assim, enquanto o petróleo perde participação na matriz energética, caindo de 39%, em 2000, para 33%, em 2025, o bicombustível - que tinha participação zero no ano 2000 - pode representar 1% da matriz energética em 2025.
21 Cada uma das Tendências Consolidadas é portadora de oportunidades e ameaças para as instituições públicas e privadas de PD&I. para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável no horizonte 2023. Nesse sentido, são estabelecidas estratégias voltadas à mitigação das ameaças e à concretização das oportunidades trazidas por estes fenômenos predeterminados. Como se tratam de processos já consolidados até 2023, as diretrizes estratégicas a eles associadas são válidas, qualquer que seja o cenário. 22 InternationaI Energy Agency (IEA) 23 LEAL, Manoel Regis L. V. - “O teor de energia da cana-de-açúcar”. São Paulo, 2006.
33
5.5%11.2%8.7%22%8%1%0%Outros Renováveis
10.1%10.2%0.0%6%1%0%0%Biocombustíveis
-0.3%1.3%2.4%5%6%7%7%Hidroelétrica
-0.4%0.8%8.1%4%5%7%2%Nuclear
0.2%2.4%2.7%21%26%23%18%Gás Natural
5.8%0.0%0.0%2%1%0%0%Carvão CH4 / H2
-0.3%1.3%1.1%14%20%23%27%Carvão
0.3%1.1%1.2%27%33%39%46%Petróleo
1.2%1.8%1.9%852640407256Energia primária(em exajoules)
2025-2050
2000-2025
1975-20002050202520001975
Taxa de Crescimento Anual (em % a.a.)
Composição da Matriz Energética (em part. %)
Cenário Tendencial(Continuidade)
5.5%11.2%8.7%22%8%1%0%Outros Renováveis
10.1%10.2%0.0%6%1%0%0%Biocombustíveis
-0.3%1.3%2.4%5%6%7%7%Hidroelétrica
-0.4%0.8%8.1%4%5%7%2%Nuclear
0.2%2.4%2.7%21%26%23%18%Gás Natural
5.8%0.0%0.0%2%1%0%0%Carvão CH4 / H2
-0.3%1.3%1.1%14%20%23%27%Carvão
0.3%1.1%1.2%27%33%39%46%Petróleo
1.2%1.8%1.9%852640407256Energia primária(em exajoules)
2025-2050
2000-2025
1975-20002050202520001975
Taxa de Crescimento Anual (em % a.a.)
Composição da Matriz Energética (em part. %)
Cenário Tendencial(Continuidade)
Evolução da Matriz Energética Mundial (Shell 2050)
Fonte: Shell Energy Scenarios 2050 (2001)
Este aumento da demanda mundial por agroenergia impulsionará o mercado de energia renovável no Brasil, que reúne grandes vantagens comparativas no que tange ao uso da cana-de-açúcar e sua maior produtividade com relação aos demais insumos. Um balanço energético do etanol mostra que a produtividade da indústria canavieira do Brasil corresponde a 6.800 litros por hectare (l/ha), valor superior à produtividade do etanol na União Européia (5.400 l/ha), na Índia (5.200 l/ha) e nos EUA (3.100 l/ha). Com isso, em 2017, a produção brasileira de etanol deverá girar em torno de 38,6 bilhões de litros, mais que o dobro da produção de 200524.
No que se refere ao biodiesel, a expectativa é que este combustível seja responsável por 2% da matriz energética nacional em 203025. Segundo projeções da Petrobras, a demanda crescerá
24 MAPA, 2007. 25 EPE (2007).
Projeção da Oferta e da Demanda de Etanol no BrasilMilhões de Litros
Fonte: Estimativas da AGE / MAPA
45.000
33.750
22.500
11.250
0
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Produção
Consumo
Exportação
Demanda de biodiesel 2006 – 2015 (mil m3/ano)
Obrigatoriedade de 5%
Obrigatoriedade de 2%
LeilõesANP
Fonte: Petrobras apud ABAG (2007)
240
620
871 898 926 958 993
2.5712.666
2.771
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
34
lentamente até 2012, acompanhando a obrigatoriedade de adição de 2% do combustível na mistura do diesel, em 2008, saltando para 5% a partir de 2013.
Com isso, será cada vez maior a demanda por investimentos voltados à ampliação da capacidade e da produtividade agrícola para a produção de oleaginosas destinadas à produção de biodiesel.
Para fazer frente a esta expansão do mercado de energia renovável, nos próximos anos também será crescente a demanda por tecnologias orientadas ao incremento da competitividade dos biocombustíveis produzidos no Brasil. Nesse sentido, a disseminação de tecnologias que visem a redução de custos e o aumento da produtividade agrícola para biocombustíveis será cada vez mais importante para manutenção do Brasil como protagonista do setor.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Institucionalizar e desenvolver estrutura e competências em agroenergia
• Intensificar esforço de PD&I orientado ao desenvolvimento de processos para
obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos
• Promover zoneamento agro-climatológico para a identificação de fontes e áreas
competitivas à produção de agroenergia
• Desenvolver tecnologias e sistemas de produção para o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas não utilizadas
para a produção de alimentos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Aumento da concorrência de tecnologias alternativas (ruptura
tecnológica)
• Aumento dos preços das commodities agrícolas (grãos)
• Aumento das pressões antrópicas nas regiões de
fronteira agrícola
• Fechamento da “janela de oportunidades” associada à
geração de agroenergia tradicional até 2030, implicando o aumento da necessidade de
PD&I orientada à agregação de valor ao longo da cadeia
produtiva das matérias-primas
• Aumento da demanda por tecnologias voltadas à produção e
distribuição de agroenergia e biomateriais
• Aumento da demanda por tecnologias orientadas ao
equacionamento de possíveis tradeoffs envolvendo a produção de grãos para a alimentação e para a geração de agroenergia
• Aumento da procura por áreas degradadas não utilizadas para
produção de alimentos
• Aumento da demanda por tecnologias específicas ao
mercado internacional de etanol de 2a e 3a geração (etanol
celulósico, hidrogênio e biogás)
Oportunidades Ameaças
• Institucionalizar e desenvolver estrutura e competências em agroenergia
• Intensificar esforço de PD&I orientado ao desenvolvimento de processos para
obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos
• Promover zoneamento agro-climatológico para a identificação de fontes e áreas
competitivas à produção de agroenergia
• Desenvolver tecnologias e sistemas de produção para o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas não utilizadas
para a produção de alimentos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Aumento da concorrência de tecnologias alternativas (ruptura
tecnológica)
• Aumento dos preços das commodities agrícolas (grãos)
• Aumento das pressões antrópicas nas regiões de
fronteira agrícola
• Fechamento da “janela de oportunidades” associada à
geração de agroenergia tradicional até 2030, implicando o aumento da necessidade de
PD&I orientada à agregação de valor ao longo da cadeia
produtiva das matérias-primas
• Aumento da demanda por tecnologias voltadas à produção e
distribuição de agroenergia e biomateriais
• Aumento da demanda por tecnologias orientadas ao
equacionamento de possíveis tradeoffs envolvendo a produção de grãos para a alimentação e para a geração de agroenergia
• Aumento da procura por áreas degradadas não utilizadas para
produção de alimentos
• Aumento da demanda por tecnologias específicas ao
mercado internacional de etanol de 2a e 3a geração (etanol
celulósico, hidrogênio e biogás)
Oportunidades Ameaças
3. Expansão e mudança do perfil da demanda mundial por alimentos, implicando maiores exigências do mercado consumidor e a ampliação do mercado de produtos alimentícios certificados, segu ndo critérios de rastreabilidade e segurança.
A população mundial está crescendo e envelhecendo. De acordo com projeções do Banco Mundial, o mundo terá uma população de 8,5 bilhões em 2025, 33% superior aos atuais 6,4 bilhões de habitantes. Este crescimento populacional, reforçado pela urbanização e elevação da renda nos países emergentes, terá como importante conseqüência o aumento da demanda mundial por alimentos.
35
Evolução da população urbana e rural no mundo – 1950 a 2030Bilhões de pessoas
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
Rural
Urbana
Fonte: IFPRI citado por ABAG (2001)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
América Latina
Subsaara
China
Índia
Países Desenvolvidos
Oeste asiático e Norte da África
Resto da Ásia
Cereais Carne
Incremento da demanda global de alimentos (em %)
Horizonte 2020
Além disso, o envelhecimento da população, a busca por uma vida melhor e mais saudável, o aumento da participação das mulheres na força de trabalho, a reestruturação do tamanho das famílias e a homogeneização dos padrões de consumo decorrentes da globalização e da difusão de produtos regionais contribuirão para uma mudança nos hábitos de consumo, com reflexos na demanda de alimentos. De forma geral, o mercado será mais exigente, não só em relação à qualidade e diversidade dos alimentos, mas também nos quesitos de rastreabilidade, bem-estar animal, certificação de qualidade e sustentabilidade ambiental.
Mudanças nos padrões de consumo
Alimento dietéticos
e funcionais
Conveniência snacks
Carnes, lácteos, açúcar,
Frutas, vegetais
Grãos, raízes,
Arroz, feijão
(Alimentos) (Renda)
(Composição da dieta)
ÁfricaSub-saariana
China
Índia
Europa Oriental
América Latina
EUACanadá
Europa OcidentalJapão
Sobrevivência Produtosde base
Variedade Qualidade Alta tecnologia
Fonte: ICONE – A Dinâmica do Agronegócio Mundial no Século XXI (2007)
Estima-se que até 2023 haverá crescente interesse por alimentos funcionais, produtos diferenciados, naturais e orgânicos, frutas e hortaliças, carne branca e magra, assim como por alimentos processados e semiprontos.
36
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Desenvolver matérias-primas, processos e produtos para exploração de novos
mercados e novos nichos de mercado
• Fortalecer PD&I para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da
qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos
• Aprimorar PD&I em sanidade, com ênfase em plantas e animais vivos
• Intensificar PD&I orientada ao fortalecimento de conhecimento científico e
tecnológico que enfrente os padrões de exigência dos mercados importadores
protecionistas
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de ampliação das barreiras não-tarifárias
• Aumento das exigências do mercado por rastreabilidade e
certificação
• Possibilidade de inserção em novos mercados
• Aumento das exigibilidades por alimentos com elevado padrão de
qualidade
• Aumento da demanda por produtos nutracêuticos, orgânicos
e fitoterápicos
Oportunidades Ameaças
• Desenvolver matérias-primas, processos e produtos para exploração de novos
mercados e novos nichos de mercado
• Fortalecer PD&I para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da
qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos
• Aprimorar PD&I em sanidade, com ênfase em plantas e animais vivos
• Intensificar PD&I orientada ao fortalecimento de conhecimento científico e
tecnológico que enfrente os padrões de exigência dos mercados importadores
protecionistas
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de ampliação das barreiras não-tarifárias
• Aumento das exigências do mercado por rastreabilidade e
certificação
• Possibilidade de inserção em novos mercados
• Aumento das exigibilidades por alimentos com elevado padrão de
qualidade
• Aumento da demanda por produtos nutracêuticos, orgânicos
e fitoterápicos
Oportunidades Ameaças
4. Aumento da demanda por fontes alternativas de in sumos agrícolas, implicando o crescente aproveitamento de resíduos s ólidos, agroindustriais e urbanos, a utilização de plantas mais eficientes e o aproveitamento de co-produtos
A prática agrícola inadequada e a utilização intensiva de insumos artificiais, convive com problemas ambientais como a degradação de solos, a desertificação, a destruição de florestas tropicais e a conseqüente diminuição da vida selvagem e poluição de mananciais hídricos.
Nos próximos 20 anos, em um ambiente de maior consciência ambiental e uso sustentável dos recursos naturais, deverá ser crescente a busca por tecnologias alternativas que valorizem a diversidade biológica e a visão holística da relação da flora com o ambiente. Dessa forma, haverá maior demanda por fontes alternativas de insumos agrícolas (químicos, orgânicos, biológicos ou naturais) de pouca toxidade e maior eficiência e pelo uso de plantas, produtos orgânicos ou fertilizantes alternativos como agentes defensivos, além de crescente aproveitamento de resíduos sólidos e de co-produtos.
37
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Viabilizar parcerias visando o desenvolvimento de fontes alternativas de
insumos agrícolas, defensivos não-químicos e controle biológico
• Intensificar PD&I orientada ao aumento da eficiência das plantas no uso de nutrientes
(sobretudo o fósforo), à reciclagem de nutrientes e à fixação biológica de nitrogênio
• Aprimorar PD&I para o aproveitamento da biodiversidade visando a identificação de plantas mais eficientes na utilização de
nutrientes
• Aprimorar PD&I voltada à redução da dependência de insumos importados
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Aumento da dependência de insumos agrícolas importados
• Aumento dos custos de importação de insumos químicos
• Aumento da dendência de insumos importados
• Aumento da demanda por cultivares mais eficientes na absorção de nitrogênio do ar
• Aumento da demanda por fertilizantes produzidos a partir de
resíduos agro-industriais
Oportunidades Ameaças
• Viabilizar parcerias visando o desenvolvimento de fontes alternativas de
insumos agrícolas, defensivos não-químicos e controle biológico
• Intensificar PD&I orientada ao aumento da eficiência das plantas no uso de nutrientes
(sobretudo o fósforo), à reciclagem de nutrientes e à fixação biológica de nitrogênio
• Aprimorar PD&I para o aproveitamento da biodiversidade visando a identificação de plantas mais eficientes na utilização de
nutrientes
• Aprimorar PD&I voltada à redução da dependência de insumos importados
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Aumento da dependência de insumos agrícolas importados
• Aumento dos custos de importação de insumos químicos
• Aumento da dendência de insumos importados
• Aumento da demanda por cultivares mais eficientes na absorção de nitrogênio do ar
• Aumento da demanda por fertilizantes produzidos a partir de
resíduos agro-industriais
Oportunidades Ameaças
5. Continuada importância do agronegócio para o des envolvimento econômico do País
O aumento das exportações brasileiras depende, em grande parte, da agricultura. Para o Brasil - um dos países com maior saldo agrícola do mundo - haverá grande pressão no sentido de aumentar a produção agropecuária, por sua contribuição para o equilíbrio das contas externas.
No contexto internacional, por sua vez, deverá ocorrer o incentivo às atividades agropecuárias brasileiras, na medida em que a China e a Índia avançam no processo de industrialização e tendem a experimentar redução relativa de seu setor agrícola, necessitando cada vez mais dos artigos importados para garantir o abastecimento doméstico.
0
10
20
30
40
50
Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
Produção
Demanda
Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
1997 2020
Oferta e Demanda de Soja – 2020 (milhões de tonelada s)
0
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Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
Produção
Demanda
Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
1997 2020
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Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
Produção
Demanda
Argentina Brasil UE China SudesteAsiático
1997 2020
Oferta e Demanda de Soja – 2020 (milhões de tonelada s)
Fonte: IFPRI apud MAPA – Projeções do Agronegócio
38
Além disso, atualmente o Brasil reúne condições climáticas e disponibilidade de recursos naturais favoráveis ao desenvolvimento das atividades agropecuárias em sua extensão territorial:possui 90 milhões de hectares de terras agricultáveis26 ainda não exploradas, é dono de um clima diversificado – que mantém regularidade de chuvas e energia solar em abundância - e possui 13% de toda água doce do mundo.
Assim, o Brasil tem área potencial para expandir sua fronteira agrícola a taxas relativamente elevadas até 2023. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento projeta para a safra de 2016/2017 uma produção de grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo) de 148 milhões de toneladas, valor 27% superior à produção de 2005/2006.
Esta projeção consolida o Brasil como o maior exportador de soja em grãos em 2016, com 54,5% do mercado mundial. Quanto aos produtos de origem animal (carnes), o montante projetado para 2017 é de 31,4 milhões de toneladas, um acréscimo de 10 milhões de toneladas em relação a 2005/06.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Aumentar a eficiência produtiva e a qualidade de produtos para a
competitividade do agronegócio
• Prover suporte para a formulação de políticas públicas e estratégias
mercadológicas
• Intensificar esforço de capacitação de novos pesquisadores nas áreas de PD&I
tradicionais visando a manutenção da excelência em áreas-chave
• Estabelecer competência brasileira em Ciências Sociais aplicadas ao ambiente rural
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade da concentração da produção agrícola em torno
de commodities
• Importação crescente de tecnologias agrícolas
• Aumento da disponibilidade de recursos privados em PD&I
• Possibilidade de fragilização do sistema de defesa sanitária
• Aumento da demanda por pesquisa agropecuária
• Possibilidade de parcerias para a captação de recursos
financeiros orientados à pesquisa
Oportunidades Ameaças
• Aumentar a eficiência produtiva e a qualidade de produtos para a
competitividade do agronegócio
• Prover suporte para a formulação de políticas públicas e estratégias
mercadológicas
• Intensificar esforço de capacitação de novos pesquisadores nas áreas de PD&I
tradicionais visando a manutenção da excelência em áreas-chave
• Estabelecer competência brasileira em Ciências Sociais aplicadas ao ambiente rural
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade da concentração da produção agrícola em torno
de commodities
• Importação crescente de tecnologias agrícolas
• Aumento da disponibilidade de recursos privados em PD&I
• Possibilidade de fragilização do sistema de defesa sanitária
• Aumento da demanda por pesquisa agropecuária
• Possibilidade de parcerias para a captação de recursos
financeiros orientados à pesquisa
Oportunidades Ameaças
26 90 milhões de hectares de terras agriculturáveis não englobam as áreas de preservação da Amazônia Legal, do
Cerrado, do Pantanal e da Mata Atlântica. UNICAMP (2006).
Disponibilidade de terras aráveisMilhões de ha
400
350
300
250
200
150
100
50
0B
rasi
l
EU
A
Rús
sia
Índi
a
Chi
na
Aus
trál
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Can
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Indo
nési
a
Col
ômbi
a
Ucr
ânia
Ven
ezue
la
Méx
ico
Fra
nça
Agricultura
Pastagens e áreas não utilizadas
Fonte: ICONE – A Dinâmica do Agronegócio Mundial no Século XXI (2007)
39
6. Elevação do nível educacional da população
A escolaridade média da população adulta brasileira (entre 15 e 64 anos) deverá passar de 7,4 anos para 9,3 anos, em 202027. Neste ano, em torno de 95% da população terá pelo menos 4 anos de estudo, sendo sempre crescente a proporção de pessoas com 12 ou mais anos de estudo28. Particularmente, com relação ao meio rural, a expectativa é que a escolaridade média do trabalhador atinja 3,3 anos em 2010, valor superior aos 2,8 anos registrados em 200129.
Este aumento de escolaridade representará também um incremento da renda média dos trabalhadores, uma vez que cada ano adicional de estudo equivaleria a um aumento salarial médio de 10%30. O maior poder aquisitivo, por sua vez, terá influência na demanda por alimentos, com implicações positivas sobre o consumo de protéicos em escala nacional.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Formar e atualizar os multiplicadores
• Intensificar a comunicação em massa dos resultados e impactos das pesquisas
agropecuárias
• Fortalecer a divulgação das ações do SNPA, buscando a melhoria da imagem e da
auto-estima do produtor rural
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Êxodo rural
• Mudança dos hábitos alimentares, crescentemente direcionados a produtos de
melhor qualidade
• Aumento do reconhecimento social do SNPA
• Melhoria do ambiente para a disseminação de tecnologias
Oportunidades Ameaças
• Formar e atualizar os multiplicadores
• Intensificar a comunicação em massa dos resultados e impactos das pesquisas
agropecuárias
• Fortalecer a divulgação das ações do SNPA, buscando a melhoria da imagem e da
auto-estima do produtor rural
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Êxodo rural
• Mudança dos hábitos alimentares, crescentemente direcionados a produtos de
melhor qualidade
• Aumento do reconhecimento social do SNPA
• Melhoria do ambiente para a disseminação de tecnologias
Oportunidades Ameaças
7. Disseminação de sistemas integrados e rotacionad os (integração floresta-lavoura-pecuária-agroenergia)
Nas próximas duas décadas, será crescente a necessidade de criação de mecanismos de seqüestro de carbono, aumento de estoque e qualidade de
27 FGV e EY - “Brasil 2020 – Os desafios da economia global” (2006). 28 Inep (2005) 29 HOFFMANN, R. (2002). 30 FGV e EY - “Brasil 2020 – Os desafios da economia global” (2006).
Escolaridade MédiaAnos de estudo
Fonte: PNAD 1981 a 2003 apud Inep (2005)
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
12
10
8
6
4
2
0
2020201020152006200319931981
40
água, preservação do solo, diminuição da erosão genética, e aumento da sustentabilidade dos sistemas produtivos.
O sistema de integração lavoura-pecuária-floresta-agroenergia será um grande aliado para a preservação das florestas brasileiras, redução do uso de herbicidas ou inseticidas na agricultura, aumento da produtividade das pastagens e formação de clusters de agroenergia.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Intensificar esforço de PD&I para o desenvolvimento de sistemas integrados de produção em áreas alteradas nos diferentes
biomas
• Desenvolver material genético voltado aos sistemas integrados de produção
• Formar competências para o desenvolvimento de sistemas integrados e
rotacionados
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de disseminação de consórcios inadequados com baixa rentabilidade econômica
• Aumento da demanda por tecnologias orientadas à redução
dos custos ambientais e dos custos de produção
Oportunidades Ameaças
• Intensificar esforço de PD&I para o desenvolvimento de sistemas integrados de produção em áreas alteradas nos diferentes
biomas
• Desenvolver material genético voltado aos sistemas integrados de produção
• Formar competências para o desenvolvimento de sistemas integrados e
rotacionados
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de disseminação de consórcios inadequados com baixa rentabilidade econômica
• Aumento da demanda por tecnologias orientadas à redução
dos custos ambientais e dos custos de produção
Oportunidades Ameaças
2.2 Tendências Consolidadas de PD&I para o Agronegó cio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
1. Avanços na fronteira de geração de conhecimento científico-tecnológico, incluindo o surgimento de novas tendências e a prog ressiva ampliação do uso de produtos ligados à biotecnologia, nanotecnol ogia, agricultura de precisão e bioenergia
A pesquisa científica passa atualmente por um momento de grande ruptura, quando as principais tendências tecnológicas – biotecnologia, nanotecnologia, tecnologia da informação e ciências cognitivas – convergem e rompem paradigmas. Até 2023, este processo de convergência tecnológica será cada vez mais visível, disseminando-se, inclusive, entre os países em desenvolvimento.
41
Emergência e Convergência de Novas Tecnologias
2005
2010
2015
2020
2025
Energia e MeioAmbiente
Educação
Virtual
Tecnologia daInformação
Automação e Robótica
E- Commerce Biomedicina Transporte Espaço
FAE
OGM
Computação
Quântica
Reciclagem
Agricultura
de Precisão
Agricultura
Orgânica
Biocomputação
Acesso
Global
Bio-
reconhecimento
Interface
Inteligente
Medicamentos
Personalizados
Banda larga
Finanças
Online
Customização
em Massa
Robôs
Inteligentes
Nanotecnologia
Turismo
Espacial
Materiais
Customizados
Pequenos
AviõesÓrgãos
Artificiais
Terapia
Genética
Carros Híbridos
Células de
hidrogênio
Aviões
Hipersônicos
Dis
sem
ina
ç ão
em30
% d
as n
eces
sida
des
glob
ais
Base Lunar
Investimento
na redução
de CO2
Micro
Máquinas
Carros
Inteligentes
Autoestradas
Automatizadas
B2B
TeleMedicina
Governo
virtual
Energia
Distribuida
Sem -fio
Entretenimento
sob Demanda
Green
Business
Computadores
Óticos
Redes
Interligadas
Dessalinização
Fonte: Techcast (2005)
2005
2010
2015
2020
2025
Energia e MeioAmbiente
Educação
Virtual
Tecnologia daInformação
Automação e Robótica
E- Commerce Biomedicina Transporte Espaço
FAE
OGM
Computação
Quântica
Reciclagem
Agricultura
de Precisão
Agricultura
Orgânica
Biocomputação
Acesso
Global
Bio-
reconhecimento
Interface
Inteligente
Medicamentos
Personalizados
Banda larga
Finanças
Online
Customização
em Massa
Robôs
Inteligentes
Nanotecnologia
Turismo
Espacial
Materiais
Customizados
Pequenos
AviõesÓrgãos
Artificiais
Terapia
Genética
Carros Híbridos
Células de
hidrogênio
Aviões
Hipersônicos
Dis
sem
ina
ç ão
em30
% d
as n
eces
sida
des
glob
ais
Base Lunar
Investimento
na redução
de CO2
Micro
Máquinas
Carros
Inteligentes
Autoestradas
Automatizadas
B2B
TeleMedicina
Governo
virtual
Energia
Distribuida
Sem - fio
Entretenimento
sob Demanda
Green
Business
Computadores
Óticos
Redes
Interligadas
Dessalinização
Fonte: Techcast (2005)
2005
2010
2015
2020
2025
Energia e MeioAmbiente
Educação
Virtual
Tecnologia daInformação
Automação e Robótica
E- Commerce Biomedicina Transporte Espaço
FAE
OGM
Computação
Quântica
Reciclagem
Agricultura
de Precisão
Agricultura
Orgânica
Biocomputação
Acesso
Global
Bio-
reconhecimento
Interface
Inteligente
Medicamentos
Personalizados
Banda larga
Finanças
Online
Customização
em Massa
Robôs
Inteligentes
Nanotecnologia
Turismo
Espacial
Materiais
Customizados
Pequenos
AviõesÓrgãos
Artificiais
Terapia
Genética
Carros Híbridos
Células de
hidrogênio
Aviões
Hipersônicos
Dis
sem
ina
ç ão
em30
% d
as n
eces
sida
des
glob
ais
Base Lunar
Investimento
na redução
de CO2
Micro
Máquinas
Carros
Inteligentes
Autoestradas
Automatizadas
B2B
TeleMedicina
Governo
virtual
Energia
Distribuida
Sem -fio
Entretenimento
sob Demanda
Green
Business
Computadores
Óticos
Redes
Interligadas
Dessalinização
Fonte: Techcast (2005)
2005
2010
2015
2020
2025
Energia e MeioAmbiente
Educação
Virtual
Tecnologia daInformação
Automação e Robótica
E- Commerce Biomedicina Transporte Espaço
FAE2
OGM1
Computação
Quântica
Economia do Carbono
Agricultura
Orgânica
Biocomputação
Acesso
Global
Bio-
reconhecimento
Data Mining &
Modelagem
Medicamentos
Personalizados
Banda larga
Finanças
Online
Customização
em Massa
Robôs
Inteligentes
Nanotecnologia
Turismo
Espacial
Materiais
Customizados
Pequenos
AviõesÓrgãos
Artificiais
Terapia
Genética
Carros Híbridos
Células de
hidrogênio
Aviões
Hipersônicos
Dis
sem
ina
ç ão
em30
% d
as n
eces
sida
des
glob
ais
Base Lunar
Investimento
na redução
de CO2
Micro
Máquinas
Carros
Inteligentes
Autoestradas
Automatizadas
B2B3
Genômica eProteômica
Governo
virtual
Energia
Distribuida
Sem - fio
Entretenimento
sob Demanda
Green
Business
Computadores
Óticos
Redes
Interligadas
Dessalinização
Fonte: Adaptado de Techcast (2006)
Agricultura
de Precisão
Bioenergia
EngenhariaMetabólica
Alimentos
FuncionaisInstrumentação
Avançada
Notas:1 Organismos Geneticamente Modificados2 Fontes Alternativas de Energia3 Business to Business
42
As principais mudanças tecnológicas que surgirão nas próximas décadas serão norteadas por uma preocupação ecológica crescente e pela aceleração no fluxo de bens e de informação, o que demandará dos sistemas nacionais de ciência, tecnologia e inovação um outro patamar de governança, inclusive com maior participação das organizações da sociedade civil 31.
Segundo a World Technology Evaluation Center (WTEC), os 10 principais benefícios sociais trazidos pelas tecnologias convergentes nos próximos 16 anos serão :
1. maior eficiência do trabalho e do aprendizado;
2. novos processos produtivos e melhoria da produção;
3. práticas revolucionárias na área de saúde;
4. inovadoras técnicas de comunicação (brain-to-brain);
5. aperfeiçoamento da relação homem-máquina;
6. retardamento do envelhecimento;
7. menor vulnerabilidade a desastres naturais;
8. obtenção do crescimento econômico sustentável;
9. melhoria generalizada da qualidade de vida;
10. evolução cultural e individual do homem moderno.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Criar massa crítica e empreender ações de PD&I nas áreas de fronteira do
conhecimento
• Desenvolver competências em nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da
informação, agricultura e zootecnia de precisão, e agroecologia
• Fortalecer os processos de transferência de tecnologia considerando os novos
formatos de gestão tecnológica exigidos pelo agronegócio
• Estabelecer parcerias estratégicas com redes internacionais temáticas de PD&I para
o aproveitamento de sinergias e o desenvolvimento de tecnologias de elevada
complexidade
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Surgimento de tecnologias orientadas à produção de
agroenergia concorrentes à brasileira
• Possibilidade de negligenciamento das inversões em áreas tradicionais de PD&I
• Redução dos custos de acesso às mais modernas tecnologias
das áreas de nano/biotecnologiae agroenergia
• Possibilidade de maior participação da comunidade científica brasileira em redes internacionais de pesquisa
ligadas à fronteira do conhecimento
Oportunidades Ameaças
• Criar massa crítica e empreender ações de PD&I nas áreas de fronteira do
conhecimento
• Desenvolver competências em nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da
informação, agricultura e zootecnia de precisão, e agroecologia
• Fortalecer os processos de transferência de tecnologia considerando os novos
formatos de gestão tecnológica exigidos pelo agronegócio
• Estabelecer parcerias estratégicas com redes internacionais temáticas de PD&I para
o aproveitamento de sinergias e o desenvolvimento de tecnologias de elevada
complexidade
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Surgimento de tecnologias orientadas à produção de
agroenergia concorrentes à brasileira
• Possibilidade de negligenciamento das inversões em áreas tradicionais de PD&I
• Redução dos custos de acesso às mais modernas tecnologias
das áreas de nano/biotecnologiae agroenergia
• Possibilidade de maior participação da comunidade científica brasileira em redes internacionais de pesquisa
ligadas à fronteira do conhecimento
Oportunidades Ameaças
31 CGEE - Estudo para Subsidiar a Abordagem da Dimensão Territorial do Desenvolvimento Nacional no Plano
Plurianual PPA 2008-2011 e no Planejamento Governamental de Longo Prazo (2007).
43
2. Aumento da complexidade do mercado de CT&I no Br asil
As fronteiras do conhecimento estão sendo constantemente deslocadas para diante e as novas tecnologias caracterizam-se pela maior densidade em conhecimento científico e pessoal qualificado. Com isso, nas próximas décadas, ocorrerá um aumento da complexidade no mercado brasileiro de CT&I, com a disseminação de tecnologias de grande relevância para o ambiente do agronegócio.
Entre as tecnologias de grande complexidade que tendem a se disseminar no contexto nacional até 2023, destacam-se:
� agricultura de precisão;
� biotecnologia;
� nanotecnologia;
� agroenergia;
� orgnaismo geneticamente modificado (OGM);
� iIntragenia;
� genômica e protenômica;
� engenharia metabólica;
� fixação biológica de nitrogênio em gramíneas;
� hidrólise da celulose para produção de etanol;
� célula de hidrogênio;
� biodefensivos;
� biofábricas;
� biorefinarias: produção de plásticos biodegradáveis a partir de etanol;
� embalagens inteligentes; e
� zoneamento agroecológico e econômico.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Estabelecer parcerias estratégicas com redes internacionais temáticas de PD&I para
o aproveitamento de sinergias e o desenvolvimento de tecnologias de elevada
complexidade
• Intensificar o esforço de formação de gestores de organizações e projetos de
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Elevação dos custos da pesquisa
• Possibilidade de desenvolvimento de tecnologias intermediárias como subsídio à
geração de tecnologias para consumo final
• Estabelecimento de parcerias estratégicas para o
desenvolvimento de tecnologias de ponta
Oportunidades Ameaças
• Estabelecer parcerias estratégicas com redes internacionais temáticas de PD&I para
o aproveitamento de sinergias e o desenvolvimento de tecnologias de elevada
complexidade
• Intensificar o esforço de formação de gestores de organizações e projetos de
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Elevação dos custos da pesquisa
• Possibilidade de desenvolvimento de tecnologias intermediárias como subsídio à
geração de tecnologias para consumo final
• Estabelecimento de parcerias estratégicas para o
desenvolvimento de tecnologias de ponta
Oportunidades Ameaças
44
3. Crescente importância da PD&I no esforço para au mentar a competitividade dos produtos do agronegócio
Até 2023, a PD&I terá papel relevante no processo mundial de aumento da diversificação alimentar, com agregação de valor em algumas cadeias específicas. Contribuirá ainda para a redução de custos, identificando novas utilizações de produtos já existentes e novos produtos com potencial de absorção nos mercados externos
A expectativa é que o Brasil invista crescentemente no desenvolvimento de tecnologias mais específicas e adequadas para as condições da produção brasileira. Este esforço pode ser recompensado, também, pela grande demanda por geração e transferência de novas tecnologias voltadas para a produção em países novos, emergentes e competitivos, considerando que as tradicionais áreas produtoras nas regiões temperadas estão reduzindo.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Estabelecer canais dinâmicos de comunicação e interação entre a pesquisa,
os agentes das cadeias produtivas e a população em geral
• Aperfeiçoar o processo de prospecção de demandas por pesquisa agropecuária
• Desenvolver PD&I na área de logística
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de entrada de concorrentes estrangeiros para atender à demanda do mercado
nacional
• Importação de tecnologias concorrentes
• Aumento da demanda por PD&Ipara o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
• Possibilidade de integração com o setor produtivo privado
Oportunidades Ameaças
• Estabelecer canais dinâmicos de comunicação e interação entre a pesquisa,
os agentes das cadeias produtivas e a população em geral
• Aperfeiçoar o processo de prospecção de demandas por pesquisa agropecuária
• Desenvolver PD&I na área de logística
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de entrada de concorrentes estrangeiros para atender à demanda do mercado
nacional
• Importação de tecnologias concorrentes
• Aumento da demanda por PD&Ipara o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
• Possibilidade de integração com o setor produtivo privado
Oportunidades Ameaças
4. Crescente incorporação de informação, conhecimen to e tecnologia ao agronegócio
No século XXI, o conhecimento e a capacidade de inovar e operar com a informação serão cada vez mais determinantes para a geração de riqueza, a capacidade de estabelecer relações de poder e a criação de novos códigos culturais. Assim, as tecnologias que facilitam o acesso à informação e aceleram a sua disseminação serão amplamente incorporadas de forma a contribuir para desenvolvimento dos países, inclusive, no contexto do agronegócio. As projeções para 2020 já concretizam os sistemas wireless em uso extensivo na produção agropecuária32 e o lançamento de novos satélites – somente no Brasil, o INPE deverá lançar pelo menos 11 novos satélites33.
Entre as tecnologias com maior capacidade de influenciar o desenvolvimento da agricultura brasileira até 2023 destacam-se aquelas capazes de alterar o patrimônio genético, como a nanobiotecnologia; as tecnologias de redução de risco ambiental pelo uso racional de insumos químicos e conseqüente aumento da eficiência econômica, a chamada agricultura de precisão; e as tecnologias voltadas à agregação de valor e diversificação de produtos.
32 RAND apud CGEE (2007). 33 JC Online apud CGEE (2007).
45
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Ampliar e intensificar os esforços de formação e capacitação de recursos
humanos em CT&I
• Intensificar esforço de pesquisa em novos modelos e métodos de transferência de
conhecimento compatíveis com os novos paradigmas tecnológicos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Importação de tecnologias concorrentes
• Aumento da demanda por PD&Ipara o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
Oportunidades Ameaças
• Ampliar e intensificar os esforços de formação e capacitação de recursos
humanos em CT&I
• Intensificar esforço de pesquisa em novos modelos e métodos de transferência de
conhecimento compatíveis com os novos paradigmas tecnológicos
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Importação de tecnologias concorrentes
• Aumento da demanda por PD&Ipara o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
Oportunidades Ameaças
5. Avanço na participação do setor privado em segme ntos específicos da PD&I, com destacada participação do setor público e m segmentos estratégicos
A avaliação do contexto brasileiro de PD&I nos últimos anos mostra o surgimento de um conjunto de incentivos à inovação científica e tecnológica, com esforço concentrado em PD&I que contribua para o aumento da competitividade das empresas nos mercados interno e externo e o melhor aproveitamento do capital intelectual do País.
Estes instrumentos de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico já instituídos – representados, principalmente, pelos fundos setoriais, incentivos fiscais para P&D e pela lei de inovação de 2004 – fomentaram um incremento da participação do setor privado em alguns setores de PD&I, porém ainda aquém da predominância do setor público em segmentos estratégicos, sendo esta uma tendência a se mostrar presente nos próximos 16 anos.
Distribuição percentual de pesquisadores, em equiva lência de tempo, por setores institucionais - Governo, setor empresarial e univer sidades(% pesquisadores)
Fonte: Main Science and Technology Indicators - OECD - 2006/2 e MCT/SEXEC/ASCAV/CGIN
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
EUA
Japão
Alemanha
Brasil
Rússia
Coréia do Sul
Universidades
Setor empresarial
Governo
Distribuição percentual de pesquisadores, em equiva lência de tempo, por setores institucionais - Governo, setor empresarial e univer sidades(% pesquisadores)
Fonte: Main Science and Technology Indicators - OECD - 2006/2 e MCT/SEXEC/ASCAV/CGIN
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
EUA
Japão
Alemanha
Brasil
Rússia
Coréia do Sul
Universidades
Setor empresarial
Governo
46
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Intensificar a formação de parcerias envolvendo empresas privadas e instituições
públicas de CT&I
• Aprimorar mecanismos de proteção intelectual e de gestão do conhecimento
• Incorporar, efetivamente, todos os instrumentos e mecanismos presentes na Lei
de Inovação nas instituições de pesquisa
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Deformação da agenda de pesquisa pública, com a
concentração exclusiva da pesquisa agropecuária em
áreas meramente comerciais e de baixo impacto social
• Ampliação da disponibilidade de recursos para o financiamento da
PD&I
• Aumento dos investimentos privados em PD&I
Oportunidades Ameaças
• Intensificar a formação de parcerias envolvendo empresas privadas e instituições
públicas de CT&I
• Aprimorar mecanismos de proteção intelectual e de gestão do conhecimento
• Incorporar, efetivamente, todos os instrumentos e mecanismos presentes na Lei
de Inovação nas instituições de pesquisa
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Deformação da agenda de pesquisa pública, com a
concentração exclusiva da pesquisa agropecuária em
áreas meramente comerciais e de baixo impacto social
• Ampliação da disponibilidade de recursos para o financiamento da
PD&I
• Aumento dos investimentos privados em PD&I
Oportunidades Ameaças
6. Disseminação de arranjos multi-institucionais e multidisciplinares envolvendo empresas e instituições públicas e priva das de PD&I, incluindo novas modalidades de gestão financeira de projetos e maior preocupação com propriedade intelectual
Nos próximos 20 anos, o sistema de PD&I deverá sofrer mudanças institucionais, de modo a valorizar o aprendizado, fortalecer a antecipação estratégica, aumentar a relação benefício/custo, criar mecanismos para gestão da competição e incentivar a gestão com visão empresarial.
Embora tais mudanças possam apresentar diferentes estágios de maturação, dependendo do cenário que prevaleça, é provável que até 2023 os seguintes aspectos sejam visíveis no campo institucional:
� Maior cooperação entre as instituições;
� Fortalecimento de competências;
� Disseminação de ações globais como cadeias produtivas, clusters e parcerias;
� Fortalecimento das dimensões social, ambiental, técnica e científica.
Implicações e Diretrizes Estratégicas
• Desenvolver novos arranjos institucionais que aumentem a eficiência e a eficácia das
organizações públicas de PD&I
• Intensificar ações junto ao sistema político para a criação de regras específicas e mais
flexíveis ao gerenciamento de PD&I
• Criar empresas de propósito específico
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de crescente registro de produtos e
tecnologias brasileiras no exterior
• Registro de propriedade intelectual de produtos e
tecnologias desenvolvidas no Brasil por estrangeiros
• Obsolescência das instituições públicas de CT&I
•Evasão de cérebros
• Fortalecimento das competências nacionais e
regionais
• Aumento da demanda por novos e modernos padrões de
governança
• Aumento da necessidade de geração de tecnologias brasileiras
Oportunidades Ameaças
• Desenvolver novos arranjos institucionais que aumentem a eficiência e a eficácia das
organizações públicas de PD&I
• Intensificar ações junto ao sistema político para a criação de regras específicas e mais
flexíveis ao gerenciamento de PD&I
• Criar empresas de propósito específico
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Possibilidade de crescente registro de produtos e
tecnologias brasileiras no exterior
• Registro de propriedade intelectual de produtos e
tecnologias desenvolvidas no Brasil por estrangeiros
• Obsolescência das instituições públicas de CT&I
•Evasão de cérebros
• Fortalecimento das competências nacionais e
regionais
• Aumento da demanda por novos e modernos padrões de
governança
• Aumento da necessidade de geração de tecnologias brasileiras
Oportunidades Ameaças
47
Parte III – Incertezas Críticas e Cenários para 202 3
A construção de cenários é definida considerando um conjunto de questões que estes deverão procurar responder. São as incertezas críticas no horizonte em estudo que condicionarão o conteúdo dos cenários alternativos.
As incertezas críticas consistem em condicionantes do futuro com alto grau de incerteza e elevado impacto na realidade futura, que podem ser específicas ou estarem agrupadas em uma ou mais incertezas-síntese.
As incertezas críticas consistem em condicionantes do futuro com alto grau de incerteza e elevado impacto na realidade futura, que podem ser específicas ou estarem agrupadas em
uma ou mais incertezas-síntese.
As incertezas críticas que balizarão o futuro do ambiente de atuação das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável brasileiro estão divididas em duas categorias: os fatores do contexto internacional e os fatores relacionados ao ambiente nacional de atuação do SNPA.
3.1 Incertezas Críticas do Contexto Internacional
O eixo referente ao contexto internacional é definido por uma incerteza crítica-síntese que reúne variáveis em diversas dimensões, com foco específico sobre o padrão de desenvolvimento econômico e a demanda mundial por produtos e tecnologias do agronegócio. Elas definem o comportamento predominante do ambiente externo em relação ao Brasil, aspecto que, por sua vez, influenciará a evolução futura das instituições de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável. Neste contexto, é formulada a seguinte questão: qual será a lógica predominante no contexto internacional da evolução do agronegócio e do desenvolvimento rural sustentável?
Tal questão retrata a incerteza crítica- síntese para o contexto internacional que os cenários procuram responder. Dela derivam outras incertezas, tais como:
� Quais será a intensidade e a forma de regulação do comércio internacional?
� Como se dará a evolução da curva de preços das commodities agrícolas?
� Como se dará o crescimento da economia global?
� Qual será a demanda mundial por produtos agropecuários?
� Qual será a demanda mundial por tecnologias voltadas ao agronegócio e ao desenvolvimento rural sustentável?
� Qual será a abordagem da sustentabilidade no uso dos recursos naturais?
� Quais serão os impactos trazidos pelas mudanças climáticas sobre a produção agrícola mundial?
� Como será a inserção externa da economia brasileira?
48
Como fruto da combinação das diferentes respostas que cada uma destas incertezas podem proporcionar, pode-se derivar duas hipóteses centrais para a incerteza-síntese do contexto internacional, ou seja: Integração Mundial e Fragmentação Regional ou Nacional.
Qual será a lógica predominante no contexto interna cional da evolução do agronegócio e do desenvolvimento rural sustentável?
Hipótese 1 – Integração Mundial Hipótese 2 – Fragmentação Regional ou Nacional
• Crescente liberalização e aumento dos fluxos comerciais mundiais
• Preços das commodities estáveis em patamar elevado
• Crescimento elevado e predominantemente estável da economia mundial
• Aumento acelerado da demanda por produtos agropecuários
• Aumento acelerado e contínuo da demanda por tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Uso sustentável dos recursos naturais
• Efeito pouco significativo das mudanças climáticas em razão da absorção dos impactos das mudanças climáticas pelas tecnologias emergentes
• Inserção ampla da economia brasileira, baseada em produtos de valor agregado
• Fluxos comerciais limitados pelo maior protecionismo da economia mundial
• Preços das commodities voláteis em patamar mediano
• Crescimento moderado da economia mundial, com crises e turbulências cíclicas
• Desaceleração do aumento da demanda por produtos agropecuários
• Aumento mediano e intermitente da demanda por tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Uso predatório dos recursos naturais
• Efeito acentuado das mudanças climáticas em função da baixa disseminação das tecnologias orientadas à mitigação dos impactos das mudanças climáticos
• Inserção restrita da economia brasileira, baseada predominantemente em commodities
3.2 Incertezas Críticas do Ambiente Brasileiro de A tuação do SNPA
O segundo eixo determinante dos cenários é definido por uma incerteza crítica-síntese que associa as variáveis específicas ao ambiente brasileiro de atuação do SNPA. Neste contexto, é formulada a seguinte questão: como evoluirá o ambiente brasileiro de atuação das entidades integrantes do SNPA e afins?
Assim, esta é a grande incerteza referente ao ambiente interno, podendo ser desdobrada em um conjunto de outras incertezas, ou seja:
� Quais serão os impactos trazidos pelas mudanças climáticas sobre os biomas brasileiros?
� Qual será a disponibilidade e como será a gestão dos recursos hídricos nos biomas brasileiros?
49
� Como será a abordagem do conceito de sustentabilidade no uso da biodiversidade?
� Como se dará o crescimento da economia nacional e qual será a qualidade da infra-estrutura logística e energética?
� Quais serão as políticas nacionais para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável?
� Como se dará o crescimento do setor agropecuário?
� Qual será a demanda por pesquisa agropecuária, agroindustrial e agroflorestal?
� Qual será o aparato legal e institucional para a execução da PD&I?
� Como se darão as questões acerca dos marcos regulatórios, da gestão do conhecimento e da propriedade intelectual?
� Como se dará a gestão dos investimentos em PD&I e da pesquisa agropecuária (foco, dinâmica, gestão do resultado da pesquisa)?
� Qual será o volume e a composição de investimentos em PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável?
� O protagonismo brasileiro em agroenergia será mantido ?
� Qual será o desempenho do SNPA?
� Qual será a conectividade do SNPA com outras redes de PD&I e de negócios?
� Como evoluirá a competitividade das empresas do agronegócio?
As incertezas críticas do ambiente brasileiro de atuação do SNPA, tal como as incertezas críticas do contexto internacional, podem assumir estados possíveis em um eixo contínuo delimitado por dois extremos: favorável ou desfavorável à PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável.
50
Como evoluirá o ambiente brasileiro de atuação das entidades integrantes do SNPA e afins?
Hipótese 1 – Favorável à PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural
Sustentável
Hipótese 2 – Desfavorável à PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural
Sustentável
• Impacto predominantemente positivo das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola, o uso e o valor da terra nas diferentes regiões do Brasil
• Elevada disponibilidade e gestão eficaz dos recursos hídricos
• Uso sustentável da biodiversidade
• Crescimento econômico sustentado, com superação dos principais gargalos
• Políticas modernas e eficazes, orientadas predominantemente à expansão da produtividade.
• Presença ativa do Estado na regulação e dos agentes de mercado na operação dos mecanismos de política agrícola
• Crescimento alto e diversificado do setor agropecuário
• Aumento acelerado e contínuo da demanda por tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Ambiente propício a parcerias estratégicas
• Maior flexibilidade e agilidade das organizações públicas de pesquisa científica
• Estabilidade regulatória, gestão do conhecimento eficaz e aprimoramento dos mecanismos de defesa da propriedade intelectual
• Redes de pesquisa articuladas e integradas
• Gestão eficaz de um fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos e privados em PD&I
• Brasil líder global em agroenergia
• Expansão e fortalecimento do SNPA, com atuação nacional integrada, e inserção nas redes mundiais e regionais
• Desempenho inovador e sustentável das empresas, com ampla inserção internacional
• Impacto predominantemente negativo das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola, o uso e o valor da terra nas diferentes regiões do Brasil
• Baixa disponibilidade e gestão ineficaz dos recursos hídricos
• Degradação da biodiversidade
• Crescimento econômico stop and go, com manutenção dos principais gargalos
• Políticas ineficazes, com presença deficiente do Estado e baixa participação dos agentes privados
• Crescimento moderado e especializado do setor agropecuário
• Aumento inercial e intermitente da demanda por tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Ambiente inibidor a parcerias estratégicas
• Crescente ‘engessamento’ das organizações públicas de pesquisa científica
• Instabilidade regulatória, gestão do conhecimento ineficaz e estagnação dos mecanismos de defesa da propriedade intelectual
• Redes de pesquisa desarticuladas e pouco vinculadas às demandas do setor produtivo
• Gestão ineficaz de um fluxo decrescente e intermitente de investimentos públicos e privados em PD&I
• Brasil assume posição secundária em agroenergia
• Desarticulação e enfraquecimento do SNPA, com atuação nacional desarticulada e inserção internacional limitada a nichos do mercado regional
• Desempenho pouco inovador e baixa sustentabilidade das empresas
51
3.3 Quatro Cenários para o Ambiente de Atuação das Instituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvim ento Rural Sustentável no Horizonte 2023
Fruto da combinação das hipóteses subseqüentes às incertezas-síntese internacional e do ambiente brasileiro de atuação do SNPA e afins, surgem quatro alternativas que constituem os cenários do ambiente de atuação das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável no horizonte 2023, representados na figura abaixo e descritos a seguir.
Cenário 1 - Expansão Integrada com Inserção Global
Expansão integrada e fortalecimento do SNPA, com ampla inserção nas redes mundiais de PD&I. Elevada agregação de valor no agronegócio e uso sustentável da biodiversidade.
Cenário 2 - Expansão Integrada com Inserção Regiona l
Expansão integrada e fortalecimento do SNPA, com inserção limitada à escala regional. Elevada agregação de valor no agronegócio e uso sustentável da biodiversidade.
52
Cenário 3 - Expansão Setorizada com Inserção em Nic hos
Expansão setorizada do SNPA, com inserção internacional restrita às cadeias produtivas mundialmente competitivas. Agregação de valor concentrada em alguns nichos do agronegócio e baixa sustentabilidade no uso da biodiversidade.
Cenário 4 - Desarticulação e Retrocesso
Desarticulação e enfraquecimento do SNPA, com inserção limitada a nichos do mercado nacional ou regional. Limitada agregação de valor no agronegócio e uso predatório da biodiversidade.
53
Parte IV – Cenários para o Horizonte 2023
4.1 Cenário 1 - Expansão Integrada com Inserção Glo bal
Lógica do Cenário O SNPA experimenta processo de expansão integrada e fortalecimento, com crescente inserção nas redes mundiais de PD&I e de negócios, contribuindo para o uso sustentável da biodiversidade e estimulando a disseminação da inovação tecnológica e a existência de elevada agregação de valor no agronegócio brasileiro.
Após 16 anos marcados pelo crescente incremento de sua capacidade de inovação, competitividade econômica e sustentabilidade ambiental, o agronegócio brasileiro consolida-se como um dos mais importantes vetores do desenvolvimento econômico e social do Brasil em 2023, exibindo padrões de produtividade e eficiência, em condições tropicais, superiores a registrados em regiões temperadas. Os sucessivos saltos de produtividade garantem a melhoria da qualidade e o aumento do valor agregado de sua produção, permitindo que o agronegócio corresponda a cerca de 34% do PIB brasileiro em 202334, crescimento expressivo quando comparado aos 24% registrados em 2006.
O desempenho do sistema produtivo garante o suprimento equilibrado de produtos agropecuários, agroindustriais e agroflorestais visando a segurança alimentar e energética, de tal modo que o País fortalece seu protagonismo na produção de agroenergia e assume posição de vanguarda na geração de tecnologias voltadas ao setor. Após intenso esforço de PD&I voltado ao desenvolvimento de novos processos e cultivares para a obtenção de produtos energéticos, o Brasil consolida-se como uma das referências mundiais no desenvolvimento de novas tecnologias de 2ª e 3ª geração em bioenergia e biocombustíveis.
34 Embora não se constituam em estimativas determinísticas, as quantificações das variáveis cenarizadas representam uma valiosa aproximação numérica que dá maior nitidez às tendências mapeadas qualitativamente nos cenários. É com esta motivação que os cenários são quantificados com indicadores que servem para dar uma idéia de mensuração e grandeza de suas principais dimensões em função da especificidade de cada cenário.
A modelagem por meio da qual foram quantificados os cenários está ancorada em um conjunto de identidades macroeconômicas e uma série de relações paramétricas determinadas exogenamente. Entre as técnicas utilizadas para a quantificação incluem-se os vetores autoregressivos (VARs) e o Modelo de Consistência Macroeconômica (MCM) utilizado pelo Ministério do Planejamento nas projeções econômicas que subsidiam o PPA.
54
Participação do Agronegócio no PIB - Cenário 1(%PIB)
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Participação Brasileira no Comércio Mundial – Cenári o 1(%)
24% 26%29%
34%
0%
10%
20%
30%
40%
2006 2012 2014 2023
25,4%
10,3%
28,9%
0,3% 1,1%
38,0%
16,0%
38,0%
2,5%
9,0%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Café Açúcar Frango Laranja Milho
2005
2023
Participação do Agronegócio no PIB - Cenário 1(%PIB)
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Participação Brasileira no Comércio Mundial – Cenári o 1(%)
24% 26%29%
34%
0%
10%
20%
30%
40%
2006 2012 2014 2023
24% 26%29%
34%
0%
10%
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2006 2012 2014 2023
25,4%
10,3%
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0,3% 1,1%
38,0%
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Café Açúcar Frango Laranja Milho
2005
2023
25,4%
10,3%
28,9%
0,3% 1,1%
38,0%
16,0%
38,0%
2,5%
9,0%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Café Açúcar Frango Laranja Milho
2005
2023
A disseminação da inovação tecnológica possibilita ainda o aproveitamento sustentável da biodiversidade nos biomas brasileiros, o que contribui para o desenvolvimento de bioprodutos de alto valor agregado a partir do aproveitamento do rico patrimônio genético da fauna e flora brasileiras, gerando impacto positivo sobre a qualidade de vida no ambiente rural. Acresce-se a isso a expansão de novos segmentos de mercado, sobretudo aqueles relacionados a alimentos funcionais e orgânicos, fruto de esforço continuado no desenvolvimento de matérias-primas, processos e produtos diferenciados.
Este processo de melhoria e prosperidade que o Brasil experimenta ao longo de 16 anos é estimulado e potencializado pela expansão e fortalecimento do SNPA, que, além da atuação nacional integrada, registra ampla inserção junto às redes mundiais de PD&I e de negócios e contribui visivelmente para elevar a agregação de valor e sustentabilidade do agronegócio.
Diante disso, em 2023 a sociedade brasileira reconhece o elevado retorno dos recursos aplicados em PD&I. Adicionalmente, também há reconhecimento da comunidade internacional da contribuição científica da PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável executada no Brasil. O País, que em 2006 contribuía com cerca de 2% das publicações em periódicos internacionais, expande sua participação para 7% em 2023, com grande projeção nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências dos Animais e Plantas, bem como Microbiologia.
Este elevado desempenho do SNPA é facilitado pelo crescente volume de investimentos públicos (43% do total) e, sobretudo, privados (57% do total) em PD&I, que são estimulados pelo fortalecimento dos mecanismos de defesa da propriedade intelectual e de incentivo à pesquisa, pela estabilidade regulatória, e pela existência de um ambiente propício a parcerias estratégicas entre empresas e instituições de C&T no processo de inovação. Os investimentos em PD&I, que em 2004 representavam 0,83% do PIB nacional, são equivalentes, em 2023, a 2,5% do PIB, valor equivalente ao registrado pela Alemanha em 2004.
55
Investimentos em PD&I – Cenário 1(%PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 1(% total dos investimentos)
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40%
45%
50%
55%
60%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 1(%PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 1(% total dos investimentos)
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40%
45%
50%
55%
60%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
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2,5%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Este desempenho não se restringe ao setor privado. Mais flexíveis e ágeis, as organizações públicas de pesquisa científica apresentam elevada performance na gestão da qualidade, prazo e custo dos projetos de PD&I, incluindo o uso intensivo de metodologias de avaliação de resultados e impactos. Além disso, é cada vez maior a cooperação tecnológica com empresas e organizações dos elos mais inovadores da cadeia de valor dos principais produtos do agronegócio.
Assim, em 2023 a inovação tecnológica no Brasil se desenvolve em redes integradas e articuladas, envolvendo agentes públicos e privados, no Brasil e no exterior. Tais redes, sobre as quais se estrutura o SNPA, são marcadas por uma gestão profissional e se mostram orientadas, sobretudo, pelas demandas do setor produtivo. O SNPA consegue, assim, atrair talentos no Brasil e no exterior, assegurando condições a um desenvolvimento duradouro.
O desenvolvimento da pesquisa científica e a disseminação da inovação tecnológica são retroalimentadas pela predominância de um contexto de elevado crescimento econômico, em que o setor produtivo é portador de um aumento acelerado e contínuo da demanda por PD&I para o agronegócio, que tem origem interna e externa ao ambiente brasileiro.
No ambiente internacional, o crescimento econômico é elevado e oscila entre 3,5% e 4% anuais, até 2023. Impulsionada pela liberalização comercial e pela expansão dos fluxos de bens e serviços – o comércio mundial aumenta sua participação no PIB global de 60,8% para 111%, entre 2006 e 2023 –, a economia mundial experimenta um ciclo virtuoso. A América Latina, após um ciclo de importantes avanços econômicos, institucionais e educacionais, volta a ganhar espaço no cenário mundial e se torna mais próspera e competitiva frente a outras partes do mundo.
A curva de preços das commodities agrícolas se mantém estável, em patamar elevado, e a demanda mundial por alimentos e tecnologias para o agronegócio cresce de modo contínuo e acelerado, abrindo uma “janela de oportunidades” para países emergentes de elevado potencial agrícola, como o Brasil.
Já no ambiente doméstico, o Brasil deixa para trás duas décadas de baixo crescimento e, impulsionado pelo ambiente externo favorável e pela superação de importantes gargalos na área de infra-estrutura logística e energética, garante ampla inserção internacional e acelera seu crescimento econômico. Contribui significativamente para esta quadro a efetivação de importantes reformas nas áreas
O SNPA no Cenário 1
Expansão e fortalecimento, com
elevada agregação de valor e sustentabilidade
Atuação nacional integrada, com ampla
inserção nas redes mundiais de PD&I e de
negócios
Redes de pesquisa articuladas e integradas
56
tributária, trabalhista, previdenciária, regulatória e política no período 2008/2023, garantindo a existência de um ambiente favorável e seguro ao investimento privado e ao desenvolvimento de negócios. A taxa de investimento da economia cresce gradualmente, ampliando-se de 17%, em 2006, para 26%, em 2023.
Como conseqüência, a economia brasileira cresce acima da média mundial, com taxa média de expansão que oscila entre 4,5% e 6% anuais até 2023, de modo que a sua participação no PIB mundial aumenta de 2,2%, em 2006, para 5,8% no final do período. Adicionalmente, o País aprofunda sua integração comercial e amplia a abertura externa da sua economia, passando dos atuais 21,5% para 38% em 2023.
100
120
140
160
180
200
220
240
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Crescimento do PIB – Cenário 1(Base 2006 = 100)
Mundo Brasil
US$ 2,5 trilhões(entre 4,5% e 6% a.a.)
US$ 89,6 trilhões(entre 3,5% e 4% a.a.)
Neste contexto de elevado dinamismo econômico o setor agropecuário apresenta expansão elevada e diversificada, registrando o adensamento de suas principais cadeias produtivas e maior inserção internacional, sobretudo nos segmentos de grãos, produtos de origem animal (carnes), frutas e cana-de-açúcar. O setor se beneficia ainda da execução de políticas agrícolas modernas e eficazes, caracterizadas pela ativa presença do Estado na regulação e dos agentes de mercado na operação dos instrumentos voltados ao aumento da eficiência produtiva, à estabilização da renda e à redução dos riscos dos produtores rurais.
Paralelamente, os avanços no campo da gestão e a maior conscientização permitem que a questão ambiental não mais seja vista como entrave ao desenvolvimento econômico, mas sim como fonte de oportunidades de negócio e de geração de renda e ocupação. Como conseqüência, até 2023, são obtidos resultados de alta relevância ambiental, visíveis na desaceleração do desmatamento, na melhoria da qualidade dos recursos hídricos e na expansão do mercado de seqüestro e retenção de carbono. A taxa de desmatamento da Amazônia Legal é reduzida dos atuais 14 mil Km2/ano para 5,5 mil Km2/ano em 2023 e a relação média entre demanda e disponibilidade de água nas bacias brasileiras cai de 26,3%, em 2005, para 23% no final do período.
Registra-se maior sustentabilidade no uso da biodiversidade, o que contribui para que o impacto das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nos diferentes biomas do País seja predominantemente neutro.
57
Regionalização do Cenário 1
O efeito combinado destes processos que se desenvolvem em escala mundial e nacional promove uma moderada desconcentração da economia brasileira sob a ótica regional, na medida em que os investimentos públicos e as iniciativas governamentais sobre a economia e o território neutralizam, parcialmente, a tendência centralizadora do mercado. As regiões, cujas economias estão ancoradas no agronegócio, exibem desempenho diferenciado.
A ampliação da infra-estrutura econômica no território – rodovias e ferrovias que integram o Centro-Oeste ao Nordeste oriental – e as políticas para redução dos desequilíbrios nos indicadores sociais, especialmente educacionais, diminuem o diferencial competitivo das macrorregiões brasileiras no período 2008/2023.
O desempenho do SNPA confere contribuição estratégica a este processo de incremento de competitividade e integração produtiva das regiões brasileiras. Nesse sentido, destaca-se a intensificação do esforço de PD&I voltado ao desenvolvimento de sistemas integrados de produção ancorados nos recursos de cada bioma, como o sol na Caatinga, a água e o patrimônio genético da Amazônia Legal, da Mata Atlântica e do Pantanal, e a disponibilidade de terras no Cerrado e nos Pampas.
Além da integração produtiva dos territórios, o movimento geral definido pelo cenário consolida algumas características produtivas dominantes nas regiões e redefine alguns dos papéis específicos que as mesmas exercem na economia brasileira. Registra-se o aumento da importância relativa das regiões Sul e Centro-Oeste para o desenvolvimento econômico e social do País.
Assim, considera-se a seguinte regionalização para o Cenário 1:
58
Região Norte
� Elevado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (entre 5,5% e 7,5% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 5,3% para 6,7% entre 2004 e 2023);
� Crescimento do setor agropecuário(entre 4,3% e 5,7% anuais entre 2008 e 2023;
� Elevado aumento da produção de commodities (silvicultura, grãos, carne e leite), produtos florestais, do ecoturismo e demais serviços ambientais;
� Crescimento da demanda por tecnologias voltadas ao uso sustentável da biodiversidade e ao desenvolvimento de sistemas agrosilvipastoris sustentáveis;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Aumento expressivo do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 21 em 2004, para 43 em 2023).
Região Nordeste
� Elevado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (entre 4,5% e 6,5% anuais entre 2008 e 2023);
� Pequeno aumento da participação no PIB nacional (de 14% para 15,2% entre 2004 e 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4% e 5,7% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento acentuado da fruticultura e da produção de cana-de-açúcar, cacau, mandioca e de grãos e oleaginosas voltadas à agroenergia. Desenvolvimento da ovino-caprinocultura e aqüicultura, com melhoria genética;
� Aumento acentuado da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento da aqüicultura, ao manejo e melhoria genética de pequenos animais, à convivência com o semi-árido, ao processamento de produtos para alimentação, indústria e agroenergia, e para o aproveitamento de resíduos;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente públicos; e
� Aumento expressivo do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 71 em 2004, para 145 em 2023).
Região Centro-Oeste
� Elevado crescimento do PIB, bastante acima da média nacional (entre 6% e 8,5% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 7,5% para 12% entre 2004 e 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 7% e 8% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento elevado da produção de grãos, produtos de origem animal (carnes) e agroenergia, com acentuada agregação de valor e adensamento em direção à agroindústria;
� Aumento da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento de novos produtos, ao uso sustentável dos recursos naturais e ao incremento da competitividade das empresas do agronegócio;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Aumento expressivo do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 34 em 2004, para 69 em 2023).
59
Região Sudeste
� Moderado crescimento do PIB, próximo à média nacional (entre 3,6% e 4,8% anuais entre 2008 e 2023);
� Redução da participação no PIB nacional (de 54,9% para 47,8% entre 2004 e 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 2,5% e 4,8% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento elevado da horticultura, aqüicultura, agro-turismo, e da produção de cana-de-açúcar, laranja, madeira, produtos de origem animal (carnes e leite), grãos e borracha;
� Aumento da demanda por tecnologias voltadas à agroenergia, nanotecnologia, biotecnologia, TICs, gestão dos recursos hídricos, sistemas rotacionados e agricultura de precisão;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente privados; e
� Aumento expressivo do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 228 em 2004, para 504 em 2023).
Região Sul
� Elevado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (entre 4,2% e 5,8% anuais entre 2008 e 2023);
� Manutenção da participação no PIB nacional (em 18,2%);
� Crescimento do setor agropecuário entre 2,5% e 4,8% anuais entre 2008 e 2023;
� Desenvolvimento da silvicultura e da plataforma exportadora de grãos, produtos de origem animal (carnes e laticínios), frutas, vinho, cana-de-açúcar e mandioca, com amplo acesso a mercados para os pequenos produtores;
� Aumento da demanda por tecnologias voltadas à mitigação de impactos ambientais, à sanidade animal e vegetal, ao melhoramento genético e à segurança e rastreabilidade de alimentos;
� Aumento moderado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Aumento expressivo do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 110 em 2004, para 224 em 2023).
Implicações e Diretrizes Estratégicas para a Hipóte se de Prevalecer o Cenário 1
O quadro a seguir explicita as principais estratégias que deverão orientar as iniciativas das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável no horizonte 2023, tendo em vista a mitigação das ameaças identificadas e a concretização das oportunidades em resultados líquidos e concretos. As diretrizes estratégicas para a hipótese de prevalecer o Cenário 1 são as seguintes:
60
• Assegurar ao Brasil o protagonismo em geração e disseminação de tecnologias para a agricultura tropical e a
produção de agroenergia
• Intensificar a inserção às redes mundiais de PD&I e de negócios, com ênfase nas áreas de fronteira tecnológica e
científica da Economia do Conhecimento
• Dotar o país de tecnologias para produzir com sustentabilidade
• Intensificar PD&I para a inserção competitiva do agronegócio brasileiro no mercado mundial
• Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável,
buscando crescente inserção junto às redes mundiais
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Garantir fluxos contínuos e qualificados de recursos (físicos, tecnológicos, humanos e financeiros) para a PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Ingresso de novos players, com o aumento da competição nacional e internacional e entre setores público e privado dentro
do mercado brasileiro
• Desenvolvimento de tecnologias voltadas à
agroenergia mais competitivas no exterior
• Aumento da probabilidade de desnacionalização do setor de
PD&I brasileiro
• Possibilidade de aumento das ações de pirataria
• Ampliação do acesso aos mercados internacionais e
expansão do comércio
• Estabilização dos preços das commodities em patamar
elevado
• Aumento acelerado da demanda mundial por alimentos
e tecnologias para o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
• Integração inter e intra-regional, com aumento da inserção externa do Brasil
• Aumento da demanda por pesquisa agropecuária,
agroindustrial e agroflorestal
• Acesso às redes mundiais e regionais de PD&I e de negócios
Oportunidades Ameaças
• Assegurar ao Brasil o protagonismo em geração e disseminação de tecnologias para a agricultura tropical e a
produção de agroenergia
• Intensificar a inserção às redes mundiais de PD&I e de negócios, com ênfase nas áreas de fronteira tecnológica e
científica da Economia do Conhecimento
• Dotar o país de tecnologias para produzir com sustentabilidade
• Intensificar PD&I para a inserção competitiva do agronegócio brasileiro no mercado mundial
• Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável,
buscando crescente inserção junto às redes mundiais
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Garantir fluxos contínuos e qualificados de recursos (físicos, tecnológicos, humanos e financeiros) para a PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Ingresso de novos players, com o aumento da competição nacional e internacional e entre setores público e privado dentro
do mercado brasileiro
• Desenvolvimento de tecnologias voltadas à
agroenergia mais competitivas no exterior
• Aumento da probabilidade de desnacionalização do setor de
PD&I brasileiro
• Possibilidade de aumento das ações de pirataria
• Ampliação do acesso aos mercados internacionais e
expansão do comércio
• Estabilização dos preços das commodities em patamar
elevado
• Aumento acelerado da demanda mundial por alimentos
e tecnologias para o agronegócio e o
desenvolvimento rural sustentável
• Integração inter e intra-regional, com aumento da inserção externa do Brasil
• Aumento da demanda por pesquisa agropecuária,
agroindustrial e agroflorestal
• Acesso às redes mundiais e regionais de PD&I e de negócios
Oportunidades Ameaças
4.2 Cenário 2 - Expansão Integrada com Inserção Reg ional
Lógica do Cenário Apesar do contexto internacional desfavorável, que limita sua inserção externa à escala regional, o SNPA experimenta processo de gradual expansão e fortalecimento, contribuindo para a maior sustentabilidade do uso dos recursos naturais, estimulando a disseminação da inovação tecnológica e a existência de maior agregação de valor no agronegócio brasileiro.
Apesar do intenso processo de inovação tecnológica que se articula em escala global por meio das redes de P&D, a economia mundial não consegue sustentar as altas taxas de crescimento que apresentava em finais do século XX. Ao longo do período 2008 a 2023 observa-se uma taxa de expansão média anual de 3%. Crises monetárias geram instabilidade nos principais mercados, a liquidez internacional é baixa, a ameaça de terrorismo é constante e o protecionismo é crescente, limitando os fluxos comerciais em todo o mundo. O comércio internacional, apesar de apresentar expansão acima do PIB mundial – 4,5% anuais – revela um ritmo aquém dos 16% anuais registrados entre 2003 e 2006. Com isso, a participação do comércio no PIB mundial aumenta moderadamente dos atuais 61% para 81%, em 2023.
A demanda mundial por alimentos e tecnologias agrícolas cresce moderadamente, com impactos sobre os preços das commodities agrícolas, que se mantêm predominantemente voláteis e em patamar mediano. Soma-se a isso a intensificação e maior visibilidade dos efeitos decorrentes das mudanças climáticas, acentuadas tanto pelo uso predatório dos recursos naturais na maioria dos países quanto pela baixa geração e adoção de tecnologias orientadas à sua mitigação.
61
No entanto, o mundo e o Brasil caminham em ritmos diferentes. Apesar da conjuntura internacional amplamente desfavorável, o País se fortalece internamente e consegue aproveitar as escassas oportunidades oferecidas pelo ambiente externo – em especial aquelas ligadas ao agronegócio –, assumindo posição de crescente destaque no cenário internacional. Estimulado pela efetivação de importantes reformas e pela superação de graves estrangulamentos de infra-estrutura logística e energética, o Brasil experimenta um processo de gradual e persistente modernização de seu parque produtivo. A taxa de investimento da economia se expande de 17%, em 2006, para cerca de 26%, em 2023.
Como conseqüência, a economia brasileira consegue acelerar seu ritmo de crescimento, com taxa de expansão média que oscila entre 4,5% e 6% anuais até 2023, de modo que a sua participação no PIB mundial aumenta de 2,2%, em 2006, para 6,7%, no final do período. Adicionalmente, apesar do contexto internacional desfavorável, o País intensifica os esforços de integração comercial e amplia a abertura externa da sua economia, passando dos atuais 21,5% para 38%, em 2023.
100
120140
160180
200220
240
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Mundo BrasilFonte: RIPA – Cenários 2023
Crescimento do PIB – Cenário 2 (Base 2006 = 100)
US$ 2,5 trilhões(entre 4,5% e 6% a.a.)
US$ 79,9 trilhões(média de 3% a.a.)
Beneficiando-se do dinamismo do mercado interno e da demanda internacional por alimentos e agroenergia (que apesar da desaceleração, ainda é significativa), o agronegócio brasileiro registra crescimento elevado e com crescente diversificação ao longo do período. Em 2023, o setor corresponde a cerca de 31% do PIB brasileiro, crescimento expressivo quando comparado aos 23,9% registrados em 2006. Contribui para este quadro a adoção de políticas nacionais eficazes, marcadas pela presença ativa do Estado na regulação e indução do desenvolvimento rural e orientadas predominantemente à estabilização da renda e à redução dos riscos dos produtores rurais. Com isso, a demanda por pesquisa agropecuária, agroindustrial e agroflorestal cresce significativamente.
Além do maior dinamismo do mercado interno e da adoção de políticas eficazes, o desenvolvimento do agronegócio brasileiro é estimulado também pelo processo de continuada expansão e fortalecimento do SNPA, que registra atuação nacional integrada e maior inserção junto às redes regionais de PD&I e de negócios. O sistema é alvo de um fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos (48% do total) e privados (52% do total), fruto da estabilidade regulatória e do fortalecimento dos mecanismos de defesa da propriedade intelectual e de incentivo à pesquisa. Os investimentos em PD&I, que em 2004 representavam 0,83% do PIB nacional, são equivalentes, em 2023, a 2% do PIB, valor superior ao registrado pela China em 2004.
62
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 2 (% PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 2(% total dos investimentos)
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40
45
50
55
60
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 2 (% PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 2(% total dos investimentos)
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40
45
50
55
60
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
A adoção de novas formas de governança no Estado brasileiro, mais ágeis, integradas aos atores da sociedade civil e do mercado, e corretamente focadas na obtenção e divulgação de resultados para a sociedade, repercute também na esfera das instituições públicas de pesquisa científica. Mais dinâmicas e flexíveis, estas organizações intensificam o estabelecimento de parcerias estratégicas com o setor privado e exibem melhorias visíveis na gestão da qualidade, prazo e custo dos projetos de PD&I. Além disso, passa a ser cada vez mais usual, na maioria das organizações, o uso de metodologias de avaliação de resultados e impactos das tecnologias desenvolvidas, implicando no incremento de sua capacidade de comunicação com a sociedade.
O SNPA, no período 2008 a 2023, se estrutura em redes de pesquisa articuladas e cada vez mais integradas, com uma gestão profissional na maioria das instituições e orientadas pelas demandas do setor produtivo. Nesse contexto, é cada vez maior a cooperação tecnológica em escala regional com empresas e organizações dos elos mais inovadores da cadeia de valor dos principais produtos do agronegócio.
A disseminação da inovação tecnológica contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida no ambiente rural e para o desempenho inovador e sustentável das empresas, que apresentam ampla inserção nos mercados regionais emergentes (América Latina e Caribe, África e Ásia). Além disso, o intenso esforço de PD&I garante a manutenção do protagonismo brasileiro em agroenergia. Após elevados investimentos orientados ao desenvolvimento de novos processos e cultivares para a obtenção de produtos energéticos, o Brasil individualiza-se como uma das referências mundiais no desenvolvimento de novas tecnologias de 2ª e 3ª geração em bioenergia e biocombustíveis.
Já no campo ambiental, o avanço científico e o desenvolvimento de tecnologias tropicais incentivam uma maior sustentabilidade no uso da biodiversidade nacional e regional, o que contribui para o desenvolvimento de bioprodutos de alto valor agregado a partir do aproveitamento do rico patrimônio genético da fauna e da flora brasileiras. Além disso, a crescente conscientização ambiental e os avanços na gestão possibilitam a obtenção de resultados efetivos relacionados ao meio ambiente no período 2008 a 2023. A taxa de desmatamento da Amazônia Legal é reduzida dos atuais 14 mil Km2/ano para 6,5 mil Km2/ano, em 2023. A relação média
O SNPA no Cenário 2
Expansão e fortalecimento, com
elevada agregação de valor e sustentabilidade
Atuação nacional integrada, com inserção internacional limitada à
escala regional
Redes de pesquisa articuladas e integradas
internamente
63
entre demanda e disponibilidade de água nas bacias brasileiras mantém-se estável, oscilando de 26,3%, em 2005, para 25%, no final do período, e observa-se a significativa expansão do mercado de seqüestro e retenção de carbono.
Desmatamento da Amazônia Legal – Cenário 2(Km2/ano)
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Relação entre Demanda e Disponibilidade de Recursos Hídricos nas Bacias Brasileiras – Cenário 2 (Relação demanda/disponibilidade em %)
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 202324,80
25,00
25,20
25,40
25,60
25,80
26,00
26,20
26,40
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Desmatamento da Amazônia Legal – Cenário 2(Km2/ano)
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Relação entre Demanda e Disponibilidade de Recursos Hídricos nas Bacias Brasileiras – Cenário 2 (Relação demanda/disponibilidade em %)
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 202324,80
25,00
25,20
25,40
25,60
25,80
26,00
26,20
26,40
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
24,80
25,00
25,20
25,40
25,60
25,80
26,00
26,20
26,40
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Adicionalmente, registra-se maior sustentabilidade no uso da biodiversidade, o que contribui para que o impacto das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nos diferentes biomas do País seja pouco significativo.
Regionalização do Cenário 2
O efeito combinado destes processos que crescem em escala mundial e nacional tem impacto sobre a dinâmica territorial do desenvolvimento brasileiro, que experimenta leve redução das desigualdades regionais em favor das áreas mais frágeis.
A retomada do crescimento da economia brasileira, decorrente do aumento dos investimentos privados e da recuperação da capacidade de investimento do setor público, fortalece a integração da infra-estrutura regional e estimula a melhoria da competitividade das regiões. Com isso, é visível um gradual arrefecimento dos desequilíbrios macrorregionais no período 2008 a 2023.
No que se refere especificamente ao agronegócio, o Estado brasileiro reforça sua postura de regulação do mercado e indução do desenvolvimento rural. O desempenho do SNPA confere contribuição estratégica a este processo. Nesse sentido, destaca-se a intensificação do esforço de PD&I voltado ao desenvolvimento de sistemas integrados de produção ancorados nos recursos abundantes em cada bioma, como o sol na Caatinga, a água e o patrimônio genético da Amazônia Legal, da Mata Atlântica e do Pantanal, e a disponibilidade de terras no Cerrado e nos Pampas.
64
Contudo, a elevação dos mecanismos protecionistas e a desaceleração do aumento da demanda mundial por alimentos que marcam o contexto internacional não permitem um desempenho diferenciado do setor. Nesse sentido, as regiões de grande potencial agropecuário apenas acompanham o ritmo de crescimento da economia brasileira.
Assim, considera-se a seguinte regionalização para o Cenário 2:
Região Norte
� Moderado crescimento do PIB, acima da média nacional (entre 5,5% e 7,5% anuais entre 2008 e 2023);
� Pequeno aumento da participação no PIB nacional (de 5,3%, em 2004, para 6,7% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,3% e 5,7% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da produção de commodities (silvicultura, grãos, carnes e leite) e produtos florestais. Crescimento moderado do ecoturismo e dos demais serviços ambientais;
� Aumento acentuado da demanda por tecnologias voltadas ao uso sustentável da biodiversidade e ao desenvolvimento de sistemas agrosilvipastoris sustentáveis;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e nacional privado; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 21 em 2004, para 33 em 2023).
65
Região Nordeste
� Moderado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (entre 4,7% e 6,3% anuais entre 2008 e 2023);
� Pequeno aumento da participação no PIB nacional (de 14,06%, em 2004, para 15,2% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,3% e 5,7% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da fruticultura e da produção de cana-de-açúcar, cacau, mandioca e de grãos e oleaginosas voltadas à agroenergia;
� Aumento moderado da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento da ovino-caprinocultura e da aqüicultura, ao manejo de pequenos animais, à convivência com o semi-árido, ao processamento de produtos para alimentação, indústria e agroenergia, e para o aproveitamento de resíduos;
� Aumento moderado da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente públicos; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 71 em 2004, para 113 em 2023).
Região Centro-Oeste
� Moderado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (entre 6,2% e 8,3% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 7,5%, em 2004, para 12,1% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 6% e 7,1% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da produção de grãos, produtos de origem animal (carnes) e agroenergia, com acentuada agregação de valor e adensamento em direção à agroindústria;
� Aumento da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento de novos produtos, ao uso sustentável dos recursos naturais e ao incremento da competitividade das empresas do agronegócio;
� Aumento acentuado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 34 em 2004, para 54 em 2023).
Região Sudeste
� Crescimento moderado do PIB, pouco abaixo da média nacional (entre 3,7% e 4,8% anuais entre 2008 e 2023);
� Redução da participação no PIB nacional (de 54,9%, em 2004, para 47,8% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 3,4% e 5,2% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da horticultura, aqüicultura, agro-turismo, e da produção de cana-de-açúcar, laranja, madeira, produtos de origem animal (carnes e leite), grãos e borracha;
� Aumento da demanda por tecnologias voltadas à agroenergia, nanotecnologia, biotecnologia, TICs, gestão dos recursos hídricos, sistemas rotacionados e agricultura de precisão;
� Aumento moderado da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente privados; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 228 em 2004, para 461 em 2023).
66
Região Sul
� Moderado crescimento do PIB, próximo à média nacional (entre 4,3% e 5,7% anuais entre 2008 e 2023);
� Manutenção da participação no PIB nacional (em torno de 18,2%);
� Crescimento do setor agropecuário entre 3,4% e 5,2% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da silvicultura e da produção de grãos, produtos de origem animal (carnes e laticínios), frutas, vinho, cana-de-açúcar e mandioca, com aumento do acesso a mercados para os pequenos produtores;
� Aumento moderado da demanda por tecnologias voltadas à mitigação de impactos ambientais, à sanidade animal e vegetal, ao melhoramento genético e à segurança e rastreabilidade de alimentos;
� Aumento moderado da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional);
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 110 em 2004, para 190 em 2023).
Implicações e Diretrizes Estratégicas para a Hipóte se de Prevalecer o Cenário 2
Tendo em vista a mitigação das principais ameaças e a concretização das oportunidades trazidas pelo Cenário 2, as diretrizes estratégicas para a hipótese de prevalecer este cenário são as seguintes:
• Intensificar a inserção do SNPA às redes de PD&I e de negócios na América Latina, África e Ásia
• Capacitar as organizações públicas de PD&I para enfrentar situações de crise
• Intensificar esforço de PD&I para a certificação e rastreabilidade da produção de alimentos no Brasil
segundo critérios de qualidade e territorialidade• Investir na capacitação das equipes do SNPA para
novas demandas de inovação
• Garantir a inserção competitiva do SNPA às redes regionais de PD&I e de negócios
• Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável,
buscando crescente inserção junto às redes mundiais
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Garantir fluxos contínuos e qualificados de recursos (físicos, tecnológicos, humanos e financeiros) para a
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Restrições de acesso a mercados e desaceleração dos
fluxos internacionais de comércio
• Volatilidade dos preços das commodities
• Desaceleração do aumento da demanda mundial por alimentos e tecnologias para o agronegócio e
o desenvolvimento rural sustentável
• Integração inter e intra-regional
• Aumento da demanda interna por pesquisa agropecuária
(incluindo aquicultura), florestal e agroflorestal
• Acesso às redes regionais de PD&I e de negócios
• Demanda por PD&I para superação de barreiras não
tarifárias
•Demanda de PD&I para diversificação de produtos e
agregação de valor
•Demanda crescente por PD&I para o uso sustentável dos
recursos naturais (água, solo, sol, vegetação e fauna)
•Ambiente favorável para a formação de novos arranjos
institucionais e redes de PD&I
•Maior flexibilidade e agilidade das organizações de PD&I
Oportunidades Ameaças
• Intensificar a inserção do SNPA às redes de PD&I e de negócios na América Latina, África e Ásia
• Capacitar as organizações públicas de PD&I para enfrentar situações de crise
• Intensificar esforço de PD&I para a certificação e rastreabilidade da produção de alimentos no Brasil
segundo critérios de qualidade e territorialidade• Investir na capacitação das equipes do SNPA para
novas demandas de inovação
• Garantir a inserção competitiva do SNPA às redes regionais de PD&I e de negócios
• Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável,
buscando crescente inserção junto às redes mundiais
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Garantir fluxos contínuos e qualificados de recursos (físicos, tecnológicos, humanos e financeiros) para a
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Restrições de acesso a mercados e desaceleração dos
fluxos internacionais de comércio
• Volatilidade dos preços das commodities
• Desaceleração do aumento da demanda mundial por alimentos e tecnologias para o agronegócio e
o desenvolvimento rural sustentável
• Integração inter e intra-regional
• Aumento da demanda interna por pesquisa agropecuária
(incluindo aquicultura), florestal e agroflorestal
• Acesso às redes regionais de PD&I e de negócios
• Demanda por PD&I para superação de barreiras não
tarifárias
•Demanda de PD&I para diversificação de produtos e
agregação de valor
•Demanda crescente por PD&I para o uso sustentável dos
recursos naturais (água, solo, sol, vegetação e fauna)
•Ambiente favorável para a formação de novos arranjos
institucionais e redes de PD&I
•Maior flexibilidade e agilidade das organizações de PD&I
Oportunidades Ameaças
67
4.3 Cenário 3 – Expansão Setorizada com Inserção em Nichos
Lógica do Cenário O SNPA não aproveita integralmente o contexto externo favorável e experimenta processo de expansão limitada a alguns segmentos específicos, com inserção internacional restrita às cadeias produtivas mundialmente competitivas, agregação de valor concentrada em alguns nichos do agronegócio e baixa sustentabilidade no uso da biodiversidade.
Exibindo elevada taxa de crescimento e maior sustentabilidade no uso dos recursos naturais, a economia mundial experimenta um ciclo virtuoso que já dura mais de 20 anos. Capitaneada pela expansão do comércio internacional e pelo intenso processo de inovação tecnológica que se articula em escala global por meio das redes de P&D, a consolidação da Sociedade do Conhecimento incentiva o ingresso de milhões de novos consumidores em um mercado cada dia mais globalizado. O PIB mundial se expande, em média, entre 3,5% e 4% anuais até 2023, e o comércio mundial amplia sua participação neste total de 60,8% para 110,7% no horizonte considerado.
Isto permite que a demanda global por energia, alimentos e commodities seja mantida em patamar elevado. A América Latina, após um ciclo de importantes avanços econômicos, institucionais e educacionais, volta a ganhar espaço no cenário mundial e se torna mais próspera e competitiva frente a outras partes do mundo.
A curva de preços das commodities agrícolas se mantém estável em patamar elevado e a demanda mundial por PD&I para o agronegócio cresce de modo contínuo e acelerado, abrindo uma janela de oportunidades para países emergentes de elevado potencial agrícola, como o Brasil.
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Café
Soja em grão
Milho
Carne bovina
Carne de frango
Preços das Commodities – Cenário 3(cents/Ib 1 e US$/tonelada métrica 2)
Notas: (1) Café, carne bovina e carne de frango (2) Milho e soja em grão
60
110
160
210
260
310
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Contudo, o País segue deixando de capturar as principais oportunidades ofertadas pelo contexto mundial até 2023. A baixa efetividade das reformas realizadas no período contribui para a persistência de graves entraves ao desenvolvimento nacional – sobretudo na área de infra-estrutura logística e energética –, e impedem que o País acele seu baixo ritmo de crescimento econômico. A taxa de investimento
68
da economia brasileira situa-se abaixo daquela registrada pelas demais economias emergentes – evoluindo dos atuais 17% para 21% do PIB, em 2023. Com isso, o PIB nacional cresce em ritmo lento e intermitente, combinando períodos de estagnação a outros de expansão pouco sustentável. A taxa média de crescimento econômico oscila em torno de 3,5% anuais ao longo do período.
A abertura externa da economia brasileira se amplia de 22%, em 2005, para 45% em 2023. Ainda assim, a crescente inserção internacional brasileira,se restringe a alguns segmentos dotados de maior competitividade que se baseiam predominantemente em commodities. Neste contexto, o Brasil perde participação no comércio internacional de alguns produtos, com destaque para a cana-de-açúcar, produtos de origem animal (carnes) e a soja.
Entre os segmentos que assumem papel diferenciado na economia brasileira ao longo do período se inclui o agronegócio, que se beneficia do contexto internacional favorável e se consolida como principal vetor do crescimento econômico nacional. Entre 2006 e 2023 a participação do agronegócio no PIB brasileiro evolui de 23,9% para 26%. Contudo, a existência de políticas agrícolas nacionais ineficazes e a presença deficiente do Estado na regulação e indução do desenvolvimento rural são determinantes para que o crescimento do agronegócio mostre-se circunscrito às cadeias produtivas mundialmente competitivas, cujo desenvolvimento é orientado pela ativa presença dos agentes de mercado. Dessa forma, a demanda doméstica por pesquisa agropecuária, agroindustrial e agroflorestal cresce em ritmo moderado e setorizado.
A evolução do SNPA no período retrata a dualidade que caracteriza o desempenho do agronegócio. O sistema experimenta uma expansão setorizada, com agregação de valor concentrada em alguns nichos de mercado do agronegócio. Além disso, sua atuação nacional é fragmentada, com inserção internacional restrita às grandes cadeias produtivas orientadas para o setor externo. Como resultado, o incremento de competitividade e o desempenho inovador se restringem às empresas do agronegócio orientadas ao mercado internacional, que exibem ainda baixa sustentabilidade no uso dos ativos ambientais.
Este contexto de enfraquecimento do SNPA, que inclui a existência de redes de pesquisa desarticuladas e limitada resposta às demandas do setor produtivo, se deve, em grande parte, à predominância de um fluxo descontínuo e decrescente de investimentos públicos em PD&I. Os investimentos totais em PD&I no Brasil, que em 2004 representavam 0,83% do PIB, em 2023 são equivalentes a 1,13% do PIB, valor aquém das necessidades do País e inferior ao realizado pela China em 2004. Em
Mundo Brasil
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Crescimento do PIB – Cenário 3(Base 2006 = 100)
US$ 2,0 trilhões(média de 3,5% a.a.)
US$ 89,6 trilhões(média de 4% a.a.)
100
120
140
160
180
200
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Participação Brasileira no Comércio Mundial – Cenári o 3(%)
10,3%
2,7%
28,9%
3,3%
33,4%
1,1% 0,3%
11,0%
2,0%
27,0%
3,0%
33,0%
4,0%0,3%
0,0%5,0%
10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%
Açúcar Carnebovina
Carne defrango
Carnesuína
Soja Milho Laranja
2005 2023
Mundo Brasil
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Crescimento do PIB – Cenário 3(Base 2006 = 100)
US$ 2,0 trilhões(média de 3,5% a.a.)
US$ 89,6 trilhões(média de 4% a.a.)
100
120
140
160
180
200
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Mundo Brasil
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Crescimento do PIB – Cenário 3(Base 2006 = 100)
US$ 2,0 trilhões(média de 3,5% a.a.)
US$ 89,6 trilhões(média de 4% a.a.)
100
120
140
160
180
200
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Participação Brasileira no Comércio Mundial – Cenári o 3(%)
10,3%
2,7%
28,9%
3,3%
33,4%
1,1% 0,3%
11,0%
2,0%
27,0%
3,0%
33,0%
4,0%0,3%
0,0%5,0%
10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%
Açúcar Carnebovina
Carne defrango
Carnesuína
Soja Milho Laranja
2005 2023
Participação Brasileira no Comércio Mundial – Cenári o 3(%)
10,3%
2,7%
28,9%
3,3%
33,4%
1,1% 0,3%
11,0%
2,0%
27,0%
3,0%
33,0%
4,0%0,3%
0,0%5,0%
10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%
Açúcar Carnebovina
Carne defrango
Carnesuína
Soja Milho Laranja
2005 2023
10,3%
2,7%
28,9%
3,3%
33,4%
1,1% 0,3%
11,0%
2,0%
27,0%
3,0%
33,0%
4,0%0,3%
0,0%5,0%
10,0%15,0%20,0%25,0%30,0%35,0%40,0%
Açúcar Carnebovina
Carne defrango
Carnesuína
Soja Milho Laranja
2005 2023
69
virtude do contingenciamento de recursos, a participação do setor público se reduz de 58%, em 2005, para 53% no total investido em PD&I em 2023.
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 3(%PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 3(% total dos investimentos)
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40
45
50
55
60
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 20230,5%
0,8%
1,1%
1,4%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 3(%PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 3(% total dos investimentos)
Investimentos Públicos Investimentos Privados
40
45
50
55
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2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 20230,5%
0,8%
1,1%
1,4%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
0,5%
0,8%
1,1%
1,4%
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Há visíveis disparidades regionais e setoriais em torno da qualidade dos serviços prestados pelas organizações públicas de pesquisa científica, contribuindo para resultados dispersos e pouco sensíveis às demandas sociais. Coexistem instituições públicas de C&T que, apesar de conviverem com um persistente quadro de contingenciamento de recursos, desenvolvem PD&I de qualidade, com outras que, se, mostram incapazes de atender aos padrões básicos de qualidade na execução de suas atividades.
Adicionalmente, em virtude da instabilidade regulatória, da estagnação dos mecanismos de incentivo à pesquisa e de defesa da propriedade intelectual, e da crescente burocracia nas organizações públicas de pesquisa científica, o ambiente de PD&I no Brasil mostra-se inibidor ao estabelecimento de parcerias estratégicas entre empresas e instituições de C&T. Com isso, os investimentos em PD&I do setor privado (47% do total) são predominantemente orientados à geração de conhecimento científico específico para as cadeias produtivas de abrangência internacional que oferecem retorno econômico.
Neste quadro de limitada disseminação da inovação tecnológica, até 2023, o Brasil reconhece a redução de seu protagonismo na área de agroenergia, mantendo posição de destaque apenas em alguns segmentos. O País não consegue se inserir na fronteira da geração de conhecimento e importa cada vez mais as novas tecnologias de 2ª e 3ª geração em bioenergia e biocombustíveis. Além disso, o baixo esforço de PD&I na área inibe o desenvolvimento de novos processos e cultivares para a obtenção de produtos energéticos, o que contribui para a perda de competitividade relativa da agroenergia brasileira em relação aos novos produtos e tecnologias que surgem no dinâmico mercado internacional.
Também no que tange ao uso da biodiversidade o Brasil desperdiça grandes oportunidades em virtude da fragilização do SNPA. O esforço de PD&I orientado à exploração sustentável da biodiversidade nos biomas brasileiros é baixo e, com isso, o País deixa de aproveitar o rico patrimônio genético de sua fauna e flora. A baixa eficácia das atividades do SNPA neste segmento contribui também para o manejo pouco sustentável dos recursos naturais e para o aumento dos conflitos em torno do uso da água em várias regiões. Como conseqüência, até
O SNPA no Cenário 3
Expansão setorizada, com agregação de valor
concentrada em nichos de mercado do agronegócio
Atuação nacional fragmentada, com
inserção internacional restrita às cadeias
produtivas mundialmente competitivas
Redes de pesquisa desarticuladas
70
2023, são cada vez mais visíveis os sinais de degradação ambiental. O percentual de florestas nativas se reduz de 69% para 64%, entre 2006 e 2023, e, no mesmo período, a disponibilidade de águas superficiais de qualidade péssima ou ruim35 aumenta de 10% para 13%.
Regionalização do Cenário 3
Na condição de existência do cenário em questão, tais processos que se desenvolvem em escala mundial e nacional promovem mudanças também na dinâmica territorial do desenvolvimento brasileiro. Nesse sentido, a inserção internacional ancorada nos setores competitivos já estabelecidos, a redução da capacidade de investimento governamental e a baixa efetividade das políticas públicas acarretam a acentuação dos desequilíbrios regionais no Brasil.
As regiões cujas economias são dotadas de setores mundialmente competitivos são beneficiadas pelo contexto internacional favorável. Diante disso, exibem desempenho diferenciado os territórios cujo aparelho produtivo está ancorado no agronegócio, pois são favorecidos pela demanda mundial de alimentos em rápida expansão. Assim, a importância relativa do Centro-Oeste e do Sul para o desenvolvimento econômico e social do Brasil aumenta expressivamente.
No entanto, o baixo desempenho do SNPA não contribui para que este aumento da demanda seja integralmente convertido em benefícios sustentáveis do ponto de vista econômico, social e ambiental. É baixo o esforço de PD&I voltado ao
35 Segundo classificação do Programa Nacional de Recursos Hídricos – PNRH.
71
desenvolvimento de sistemas integrados de produção ancorados nos recursos abundantes em cada bioma, como o sol na Caatinga, a água e o patrimônio genético da Amazônia Legal, da Mata Atlântica e do Pantanal, e a disponibilidade de terras no Cerrado e nos Pampas. Por este motivo, são pouco visíveis os avanços relacionados à integração produtiva das macrorregiões brasileiras ao longo do período 2008 a 2023. Considera-se a seguinte regionalização para o Cenário 3:
Região Norte
� Baixo crescimento do PIB, pouco inferior à média nacional (entre 3% e 3,3% anuais entre 2008 e 2023);
� Pequena diminuição na participação do PIB nacional (de 5,3%, em 2004, para 5,1% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,1% e 5,9% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado de alguns segmentos das cadeias produtivas de grãos, produtos de origem animal (carne e leite) e do ecoturismo. Crescimento acentuado da produção de artigos florestais orientados ao mercado internacional;
� Aumento pequeno da demanda por tecnologias voltadas ao desenvolvimento de sistemas agrosilvipastoris sustentáveis;
� Aumento pequeno da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e nacional privado. Aumento do aporte de recursos internacionais; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 21 em 2004, para 33 em 2023).
Região Nordeste
� Baixo crescimento do PIB, pouco inferior à média nacional (entre 3% e 3,3% anuais entre 2008 e 2023);
� Pequena diminuição na participação do PIB nacional (de 14,06%, em 2004, para 13,4% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,1% e 5,9% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da fruticultura e da produção de cana-de-açúcar e de grãos e oleaginosas voltadas à agroenergia;
� Aumento pequeno da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento da ovino-caprinocultura e da aqüicultura, ao manejo de pequenos animais, à convivência com o semi-árido, ao processamento de produtos para alimentação, indústria e agroenergia, e para o aproveitamento de resíduos;
� Aumento moderado da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente públicos; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 71 em 2004, para 113 em 2023).
Região Centro-Oeste
� Moderado crescimento do PIB, acima da média nacional (em torno de 4% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 7,5%, em 2004, para 9,5% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 5,5% e 8% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da produção de grãos, produtos de origem animal (carnes) e agroenergia, com agregação de valor restrita a nichos de mercado orientados ao exterior;
� Aumento seletivo da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento de novos produtos, ao uso sustentável dos recursos naturais e ao incremento da competitividade das empresas do agronegócio;
� Aumento incremental e oscilante da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente privados; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 34 em 2004, para 54 em 2023).
72
Região Sudeste
� Moderado crescimento do PIB, próximo à média nacional (entre 3,4% e 3,7% anuais entre 2008 e 2023);
� Leve redução da participação no PIB nacional (de 54,9%, em 2004, para 53% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 3,5% e 5,2% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado da horticultura, aqüicultura, agro-turismo, e da produção de cana-de-açúcar, laranja, madeira, produtos de origem animal (carnes e leite), grãos e borracha;
� Aumento moderado da demanda por tecnologias voltadas à agroenergia, nanotecnologia, biotecnologia, TICs, gestão dos recursos hídricos, sistemas rotacionados e agricultura de precisão;
� Aumento incremental e oscilante da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente privados; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 228 em 2004, para 327 em 2023).
Região Sul
� Moderado crescimento do PIB, acima da média nacional (em torno de 4% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 18,2%, em 2004, para 19% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 3,5% e 5,2% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado e concentrado na produção de grãos, produtos de origem animal (carnes e laticínios), com restrição de acesso a mercados para os pequenos produtores;
� Aumento moderado da demanda por tecnologias voltadas à mitigação de impactos ambientais, à sanidade animal e vegetal, ao melhoramento genético e à segurança e rastreabilidade de alimentos;
� Aumento incremental e contínuo da oferta de recursos e serviços de PD&I predominantemente privados; e
� Aumento moderado do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 110 em 2004, para 190 em 2023).
Implicações e Diretrizes Estratégicas para a Hipóte se de Prevalecer o Cenário 3
O Cenário 3 é portador de um conjunto de ameaças em virtude da fragilização do ambiente interno. Contudo, também traz um conjunto de oportunidades vinculadas, sobretudo, à evolução do contexto internacional. Tendo em vista a mitigação das principais ameaças e a concretização das oportunidades, as diretrizes estratégicas para a hipótese de prevalecer este cenário são as seguintes:
73
• Contribuir para a inserção competitiva do agronegócio brasileirono mercado mundial
• Estabelecer parcerias estratégicas em nível internacional para a geração e transferência de tecnologias voltadas à agricultura
tropical
• Garantir o foco da pesquisa e a sinergia entre a política de CT&I e as demandas do setor produtivo e da sociedade
• Desenvolver tecnologias orientadas à recuperação de áreas degradadas e ao uso racional e eficiente dos recursos hídricos
• Aprimorar mecanismos de comunicação de massa com a sociedade, buscando fortalecer o reconhecimento social da PD&I
•Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Implementar novos arranjos institucionais que propiciem maior volume de recursos privados orientados ao financiamento da
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Riscos da especialização (baixo valor agregado)
• Especialização do crescimento do setor
agropecuário
• Falta de capacidade organizacional para responder ao crescimento da demanda
• Redução da disponibilidade e baixa qualidade da gestão
dos recursos hídricos, acarretando o aumento dos conflitos em torno do uso da
água no Brasil
• “Engessamento” do ambiente legal e institucional
de execução da pesquisa agropecuária
• Instabilidade regulatória
• Acesso restrito às redes regionais de PD&I e de
negócios
• Ampliação do acesso aos mercados internacionais e
expansão do comércio
• Estabilização dos preços das commodities em
patamar elevado
• Aumento acelerado da demanda mundial por
alimentos e tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural
sustentável• Crescente demanda por
melhorias na gestão pública de ciência e
tecnologia
Oportunidades Ameaças
• Contribuir para a inserção competitiva do agronegócio brasileirono mercado mundial
• Estabelecer parcerias estratégicas em nível internacional para a geração e transferência de tecnologias voltadas à agricultura
tropical
• Garantir o foco da pesquisa e a sinergia entre a política de CT&I e as demandas do setor produtivo e da sociedade
• Desenvolver tecnologias orientadas à recuperação de áreas degradadas e ao uso racional e eficiente dos recursos hídricos
• Aprimorar mecanismos de comunicação de massa com a sociedade, buscando fortalecer o reconhecimento social da PD&I
•Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Implementar novos arranjos institucionais que propiciem maior volume de recursos privados orientados ao financiamento da
PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Riscos da especialização (baixo valor agregado)
• Especialização do crescimento do setor
agropecuário
• Falta de capacidade organizacional para responder ao crescimento da demanda
• Redução da disponibilidade e baixa qualidade da gestão
dos recursos hídricos, acarretando o aumento dos conflitos em torno do uso da
água no Brasil
• “Engessamento” do ambiente legal e institucional
de execução da pesquisa agropecuária
• Instabilidade regulatória
• Acesso restrito às redes regionais de PD&I e de
negócios
• Ampliação do acesso aos mercados internacionais e
expansão do comércio
• Estabilização dos preços das commodities em
patamar elevado
• Aumento acelerado da demanda mundial por
alimentos e tecnologias para o agronegócio e o desenvolvimento rural
sustentável• Crescente demanda por
melhorias na gestão pública de ciência e
tecnologia
Oportunidades Ameaças
4.4 Cenário 4 – Desarticulação e Retrocesso
Lógica do Cenário As adversidades trazidas pelo contexto desfavorável do macroambiente, marcado pela limitada agregação de valor e pelo uso predatório da biodiversidade, são potencializadas internamente pelo crescente enfraquecimento e desarticulação do SNPA, que apresenta inserção limitada a alguns nichos do mercado nacional e regional.
Após sucessivas perdas em sua capacidade de inovação, competitividade econômica e sustentabilidade ambiental, o agronegócio brasileiro registra crescimento apenas moderado entre 2008 e 2023, com níveis decrescentes de produtividade e eficiência. Com isso, a participação do setor no produto nacional, que em 2006 era de 24%, cai para 21% em 2023.
O Brasil não consegue garantir o suprimento equilibrado de produtos agropecuários, agroindustriais e agroflorestais visando à segurança alimentar e energética, de tal modo que o País perde o seu protagonismo na área de agroenergia e assume posição secundária no setor. O País não consegue se inserir na fronteira da geração de conhecimento e consolida-se como importador das novas tecnologias de 2ª e 3ª geração em bioenergia e biocombustíveis. Além disso, não são desenvolvidos novos processos e cultivares para a obtenção de produtos energéticos, o que contribui para uma crescente perda de competitividade relativa da agroenergia brasileira em relação aos novos produtos e tecnologias que surgem no mercado internacional.
Tal como ocorre na agroenergia, também no que tange ao uso da biodiversidade o Brasil desperdiça grandes oportunidades. O esforço de PD&I orientado à exploração sustentável da biodiversidade nos biomas brasileiros é baixo e, com isso, o País deixa de aproveitar o rico patrimônio genético de sua fauna e flora.
74
Além disso, a baixa sustentabilidade da expansão do agronegócio contribui para uma crescente degradação da biodiversidade, o que contribui para a intensificação de problemas de escassez de recursos hídricos em algumas regiões e a acentuação dos efeitos negativos das mudanças climáticas sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nos diferentes biomas brasileiros.
A taxa de desmatamento da Amazônia Legal se expande de 14 mil km2/ano, em 2006, para 25,5 mil km2/ano, em 2023, contribuindo para que o percentual de florestas originais se reduza de 69% para 60,4% no mesmo período. Adicionalmente, a disponibilidade de águas superficiais de qualidade péssima ou ruim aumenta dos atuais 10% para 16% no final do período e a relação média entre demanda e disponibilidade de água nas bacias brasileiras é ampliada de 26,7% para 31,3%, ao longo dos 16 anos.
Fonte: RIPA – Cenários 2023
Desmatamento da Amazônia Legal – Cenário 4 (Km2/ano)
Disponibilidade de Águas de Péssima Qualidade –Cenário 4(% total da oferta)
9%
10%
11%
12%
13%
14%
15%
16%
17%
2005 2008 2011 2014 2017 2020 2023
13.000
15.000
17.000
19.000
21.000
23.000
25.000
27.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Desmatamento da Amazônia Legal – Cenário 4 (Km2/ano)
Disponibilidade de Águas de Péssima Qualidade –Cenário 4(% total da oferta)
9%
10%
11%
12%
13%
14%
15%
16%
17%
2005 2008 2011 2014 2017 2020 2023
9%
10%
11%
12%
13%
14%
15%
16%
17%
2005 2008 2011 2014 2017 2020 2023
13.000
15.000
17.000
19.000
21.000
23.000
25.000
27.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 202313.000
15.000
17.000
19.000
21.000
23.000
25.000
27.000
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Além da presença deficiente do Estado na regulação dos instrumentos e na indução do desenvolvimento rural sustentável e da baixa participação dos agentes de mercado, a desaceleração do ritmo de expansão e agregação de valor do agronegócio é influenciado significativamente pela degradação do SNPA, que se cristaliza ao longo do período. O SNPA, que já foi referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para o agronegócio tropical até o início do século XXI, vivencia um processo de continuado enfraquecimento e reflete as dificuldades da inserção do Brasil nos mercados internacionais e o quadro geral de restrição econômica que marca o contexto nacional e internacional nesses 16 anos.
O macroambiente da PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável brasileiro apresenta evolução amplamente desfavorável no decorrer do período. No contexto mundial, turbulências cíclicas motivadas por crises financeiras e pelo crescente impacto trazido pelas mudanças climáticas impactam negativamente sobre a dimensão econômica, sendo responsáveis pela desaceleração do ritmo de expansão da demanda por alimentos e tecnologias agrícolas. A economia mundial, que entre 2003 e 2006 cresceu 5% anuais, reduz sua taxa média de crescimento e se expande em torno de 3% anuais no período 2008 a 2023.
75
Crescimento do PIB – Cenário 4(Base 2006 = 100)
Brasil MundoFonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
US$ 2,0 trilhões(média de 3,5% a.a.)
US$ 79,9 trilhões(média de 3% a.a.)
100
120
140
160
180
200
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
O Brasil, por sua vez, caminha lentamente e tem seu desempenho comprometido por uma gestão pública deficiente e elevado engessamento das entidades governamentais. A baixa efetividade das reformas realizadas não garante a existência de um ambiente favorável e seguro ao investimento privado e ao desenvolvimento de negócios. Com isso, persistem os graves obstáculos ao desenvolvimento nacional – sobretudo na área de infra-estrutura logística e energética – que não permitem ao País acelerar seu crescimento econômico. A taxa de investimento da economia brasileira aumenta de maneira incremental e mantém-se aquém da média das demais economias emergentes, evoluindo dos atuais 17% para 21,2% em 2023. Como conseqüência, a economia brasileira cresce, em média, 3,5% ao longo do período.
Diante deste quadro de baixa qualidade fiscal do Estado brasileiro, as dificuldades do SNPA aumentam e o seu desempenho piora progressivamente até 2023, sendo pouco reconhecido e valorizado pela sociedade e pela comunidade científica internacional. O País, que em 2006 contribuía com 1,92% das publicações em periódicos internacionais, reduz sua participação para 1,6% em 2023, com perda de projeção nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências dos Animais e Plantas, bem como Microbiologia.
Os investimentos públicos destinados à PD&I (58% do total) são escassos, decrescentes e evoluem de forma descontínua em virtude dos recorrentes contingenciamentos. Os fundos setoriais sofrem acentuada influência de caráter político quanto aos modelos de decisão. As organizações públicas de pesquisa científica apresentam, em maioria, baixa performance na gestão da qualidade, prazo e benefício/custo dos projetos de PD&I.
A iniciativa privada também não encontra estímulos para investir significativamente em PD&I no agronegócio brasileiro, sendo responsável por 42% das inversões no segmento. Diante de um contexto de instabilidade regulatória, estagnação dos mecanismos de incentivo à pesquisa e de defesa da propriedade intelectual, o ambiente de PD&I no Brasil mostra-se inibidor ao estabelecimento de parcerias estratégicas entre empresas e instituições de C&T.
O SNPA no Cenário 4
Desarticulação e enfraquecimento, com
moderada agregação de valor ao agronegócio
Atuação nacional e internacional
desarticulada, com inserção internacional limitada a nichos do mercado regional
Redes de pesquisa desarticuladas
76
Acresce-se a isso a crescente burocracia das organizações públicas de pesquisa científica, configurando um quadro onde os investimentos em PD&I do setor privado são decrescentes e predominantemente orientados à geração de conhecimento científico específico para cadeias produtivas em alguns nichos do mercado nacional e regional que oferecem retorno econômico.
Neste contexto, os investimentos totais em PD&I no Brasil, que em 2004 representavam 0,83% do PIB, em 2023 são equivalentes a apenas 0,9% do PIB, valor aquém das necessidades do País e inferior aos 1,2% realizados pela China em 2004.
Fonte: RIPA – Cenários 2023Fonte: RIPA – Cenários 2023
Investimentos em PD&I – Cenário 4(%PIB)
Participação dos Setores Público e Privado – Cenário 4 (% total dos investimentos)
0,83
0,84
0,85
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
40
44
48
52
56
60
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2023
Investimentos Públicos Investimentos Privados
Regionalização do Cenário 4
A existência de um ambiente pouco propício ao desenvolvimento de negócios e ao investimento privado, combinada à limitada e ineficaz presença do Estado na indução do desenvolvimento e na condução das políticas governamentais, configura um quadro marcado pelo aumento da concentração econômica e o recrudescimento das desigualdades macrorregionais.
Os territórios cujas economias são dotadas de setores mundialmente competitivos conseguem aproveitar as escassas oportunidades de mercado que surgem no contexto mundial e nacional e apresentam desempenho diferenciado. As regiões cuja economia está ancorada no agronegócio são favorecidas pela demanda mundial de alimentos que apresenta ritmo de crescimento decrescente, porém ainda significativo. Assim, a importância relativa do Centro-Oeste para o desenvolvimento econômico e social do Brasil aumenta visivelmente
77
O baixo desempenho do SNPA não contribui para a mitigação ou suavização deste quadro retratado neste cenário, na medida em que é baixo o esforço de PD&I voltado ao desenvolvimento de sistemas integrados de produção ancorados nos recursos abundantes em cada bioma, como o sol na Caatinga, a água e o patrimônio genético da Amazônia Legal, da Mata Atlântica e do Pantanal, e a disponibilidade de terras no Cerrado e nos Pampas. Por este motivo, são pouco visíveis os avanços relacionados à integração produtiva das macrorregiões brasileiras ao longo do período 2008 a 2023.
Considera-se a seguinte regionalização para o Cenário 4:
Região Norte
� Baixo crescimento do PIB, inferior à média nacional (em torno de 3% anuais entre 2008 e 2023);
� Diminuição na participação do PIB nacional (de 5,3%, em 2004, para 5,1% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,9% e 5,9% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento baixo da produção de commodities (silvicultura, grãos, carnes e leite), produtos florestais, do ecoturismo e demais serviços ambientais;
� Manutenção da demanda por tecnologias voltadas ao desenvolvimento de sistemas agrosilvipastoris sustentáveis;
� Redução da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Pequeno aumento do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 21 em 2004, para 24 em 2023).
78
Região Nordeste
� Baixo crescimento do PIB, inferior da média nacional (em torno de 3% anuais entre 2008 e 2023);
� Diminuição na participação do PIB nacional (de 14%, em 2004, para 13,4% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,9% e 5,9% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento incremental da fruticultura e da produção de cana-de-açúcar e de grãos e oleaginosas voltadas à agroenergia;
� Redução inercial e intermitente da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento da ovino-caprinocultura e da aqüicultura, ao manejo de pequenos animais, à convivência com o semi-árido, ao processamento de produtos para alimentação, indústria e agroenergia, e para o aproveitamento de resíduos;
� Redução inercial e seletivo da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Pequeno aumento do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 71, em 2004, para 81 em 2023).
Região Centro-Oeste
� Moderado crescimento do PIB, pouco acima da média nacional (em torno de 4% anuais entre 2008 e 2023);
� Aumento da participação no PIB nacional (de 7,5%, em 2004, para 9,5% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4,5% e 7,5% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento moderado e restrito às grandes cadeias produtivas de grãos, produtos de origem animal (carnes) e agroenergia orientadas ao mercado exterior;
� Aumento seletivo da demanda por tecnologias orientadas ao desenvolvimento de novos produtos, ao uso sustentável dos recursos naturais e ao incremento da competitividade das empresas do agronegócio;
� Aumento incremental e oscilante da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Pequeno aumento do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 34 em 2004, para 39 em 2023).
Região Sudeste
� Moderado crescimento do PIB, próximo à média nacional (em torno de 3,5% anuais entre 2008 e 2023);
� Leve redução da participação no PIB nacional (de 54,9%, em 2004, para 53% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4% e 5,5% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento reduzido da horticultura, aqüicultura, agro-turismo, e da produção de cana-de-açúcar, laranja, madeira, produtos de origem animal (carnes e leite), grãos e borracha;
� Aumento baixo da demanda por tecnologias voltadas à agroenergia, nanotecnologia, biotecnologia, TICs, gestão dos recursos hídricos, sistemas rotacionados e agricultura de precisão;
� Redução da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Pequeno aumento do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 228 em 2004, para 284 em 2023).
79
Região Sul
� Moderado crescimento do PIB, acima da média nacional (em torno de 4% anuais entre 2008 e 2023);
� Leve aumento da participação no PIB nacional (de 18,2%, em 2004, para 19% em 2023);
� Crescimento do setor agropecuário entre 4% e 5,5% anuais entre 2008 e 2023;
� Crescimento baixo e concentrado na produção de grãos, produtos de origem animal (carnes e laticínios), com restrição de acesso a mercados para os pequenos produtores;
� Aumento moderado da demanda por tecnologias voltadas à mitigação de impactos ambientais e à segurança e rastreabilidade de alimentos; e
� Redução acentuada da oferta de recursos e serviços de PD&I por parte do setor público e privado (nacional e internacional); e
� Pequeno aumento do número de pesquisadores por milhão de habitantes (de 110 em 2004, para 156 em 2023).
Implicações e Diretrizes Estratégicas para a Hipóte se de Prevalecer o Cenário 4
Marcado por um contexto onde o ambiente interno mostra-se fragilizado e o ambiente internacional sofre uma reversão, o Cenário 4 é portador de um vasto conjunto de ameaças. Contudo, até mesmo o pior cenário pode trazer oportunidades que, caso sejam devidamente aproveitadas e convertidas em benefícios concretos, poderão alavancar o desempenho das organizações públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável mesmo mediante um cenário desfavorável. Na hipótese de prevalecer o Cenário 4, as diretrizes estratégicas sugeridas para as organizações que compõem o SNPA e afins são as seguintes:
• Assegurar ao Brasil o protagonismo na geração de tecnologias tradicionais para a agricultura tropical
• Desenvolver tecnologias orientadas à recuperação de áreas degradadas e ao uso racional e eficiente dos
recursos hídricos
• Garantir, monitorar e comunicar os resultados e impactos econômicos, sociais e ambientais da implantação das
tecnologias agrícolas
• Capacitar as organizações públicas de PD&I para enfrentar situações de crise
•Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Implementar novos arranjos institucionais que propiciem maior volume de recursos privados orientados ao
financiamento da PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Especialização e redução do crescimento do setor agropecuário
• “Engessamento” do ambiente legal e institucional de execução
da pesquisa agropecuária
• Deterioração dos instrumentos de defesa da propriedade
intelectual
• Gestão do conhecimento ineficaz
• Perda do protagonismo em geração de tecnologias voltadas à
agroenergia
• Aumento dos custos da pesquisa
• Falta de capacidade organizacional para responder ao
crescimento da demanda
• Redução da receita orçamentária direcionada às
organizações públicas de pesquisa científica
• Possibilidade de aumento das ações de pirataria
• Valorização crescente e substancial aumento da demanda por pesquisa
orientada à redução dos impactos negativos das
mudanças climáticas sobre a produção agropecupária
• Surgimento de um novo mercado de PD&I demandando
tecnologias orientadas à redução dos custos ambientais e dos custos de produção em
sistemas integrados e rotacionados
•Aumento de oportunidades de parcerias entre o setor público,
privado e o terceiro setor
• Aumento das exigências do mercado por rastreabilidade e
certificação Aumento das oportunidades de transferência
de tecnologias para países tropicais em desenvolvimento
• Aumento da demanda por aperfeiçoamento do processo
gerencial
Oportunidades Ameaças
• Assegurar ao Brasil o protagonismo na geração de tecnologias tradicionais para a agricultura tropical
• Desenvolver tecnologias orientadas à recuperação de áreas degradadas e ao uso racional e eficiente dos
recursos hídricos
• Garantir, monitorar e comunicar os resultados e impactos econômicos, sociais e ambientais da implantação das
tecnologias agrícolas
• Capacitar as organizações públicas de PD&I para enfrentar situações de crise
•Aumentar a eficiência e a eficácia das instituições públicas de PD&I e garantir sua maior flexibilização
institucional e normativa
• Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável
• Fortalecer os mecanismos de propriedade intelectual, gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
• Implementar novos arranjos institucionais que propiciem maior volume de recursos privados orientados ao
financiamento da PD&I
Estratégias das Instituições de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvimento Rural Sustentável
• Especialização e redução do crescimento do setor agropecuário
• “Engessamento” do ambiente legal e institucional de execução
da pesquisa agropecuária
• Deterioração dos instrumentos de defesa da propriedade
intelectual
• Gestão do conhecimento ineficaz
• Perda do protagonismo em geração de tecnologias voltadas à
agroenergia
• Aumento dos custos da pesquisa
• Falta de capacidade organizacional para responder ao
crescimento da demanda
• Redução da receita orçamentária direcionada às
organizações públicas de pesquisa científica
• Possibilidade de aumento das ações de pirataria
• Valorização crescente e substancial aumento da demanda por pesquisa
orientada à redução dos impactos negativos das
mudanças climáticas sobre a produção agropecupária
• Surgimento de um novo mercado de PD&I demandando
tecnologias orientadas à redução dos custos ambientais e dos custos de produção em
sistemas integrados e rotacionados
•Aumento de oportunidades de parcerias entre o setor público,
privado e o terceiro setor
• Aumento das exigências do mercado por rastreabilidade e
certificação Aumento das oportunidades de transferência
de tecnologias para países tropicais em desenvolvimento
• Aumento da demanda por aperfeiçoamento do processo
gerencial
Oportunidades Ameaças
80
4.5 Síntese dos Quadros Comparativos dos Cenários
Análise Qualitativa
Impacto predominantemente negativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas
diferentes regiões do país
Impacto pouco significativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas diferentes
regiões do país
Impacto pouco significativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas diferentes
regiões do país
Impacto predominantemente neutro sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas
diferentes regiões do país
Impactos trazidos pelas mudanças climáticas sobre os biomas brasileiros
PD&I para o Agronegócio e Desenvolvimento Rural Sust entável
Agronegócio e Desenvolvimento Rural Sustentável
Contexto Nacional
Contexto Mundial
Gestão ineficaz de um fluxo descontínuo e decrescente de
investimentos públicos e privados em PD&I
Gestão moderadamente eficaz de um fluxo descontínuo e
decrescente de investimentos públicos em PD&I
Gestão eficaz de um fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos e
privados em PD&I
Gestão eficaz de uma fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos e
privados em PD&I
Gestão, volume e composição de investimentos em PD&I agropecuária
Perda do protagonismo. Brasil assume posição secundária
em agroenergia
Redução do protagonismo. Brasil com posição de destaque em alguns
segmentos da agroenergia
Manutenção do protagonismo. Brasil entre os líderes globais
em agroenergia
Fortalecimento do protagonismo. Brasil líder
global em agroenergia
Protagonismo brasileiro em agroenergia
Desarticulação e enfraquecimento, com
moderada agregação de valor ao agronegócio
Expansão setorizada, com agregação de valor
concentrada em nichos de mercado do agronegócio
Expansão e fortalecimento, com elevada agregação de valor e sustentabilidade ao
agronegócio
Expansão e fortalecimento, com elevada agregação de valor e sustentabilidade ao
agronegócio
Desempenho do SNPA
Atuação nacional e internacional desarticulada, com inserção internacional
limitada a nichos do mercado regional
Atuação nacional fragmentada, com inserção
internacional restrita às cadeias produtivas
mundialmente competitivas
Atuação nacional integrada, com inserção internacional limitada à escala regional
Atuação nacional integrada, com ampla inserção nas redes
mundiais e regionais
Conectividade do SNPA com outras redes de PD&I e de negócios
Baixa competitividade: desempenho pouco inovador e
baixa sustentabilidade das empresas
Competitividade seletiva: desempenho inovador restrito às empresas do agronegócio
orientadas ao mercado internacional. Baixa
sustentabilidade
Elevada competitividade: desempenho inovador e
sustentável das empresas, com ampla inserção regional
Elevada competitividade: desempenho inovador e
sustentável das empresas, com ampla inserção
internacional
Competitividade das empresas do agronegócio
Instabilidade regulatória, gestão do conhecimento
ineficaz e estagnação dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Instabilidade regulatória, gestão do conhecimento
ineficaz e estagnação dos mecanismos incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Estabilidade regulatória, gestão do conhecimento eficaz
e aprimoramento dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Estabilidade regulatória, gestão do conhecimento eficaz
e aprimoramento dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Marco regulatório, gestão do conhecimento e propriedade intelectual
Moderado e especializadoElevado e especializadoElevado e diversificadoElevado e diversificadoCrescimento do setor agropecuário
Aumento inercial e intermitente da demanda
Aumento moderado e setorizado da demanda
Aumento acelerado e contínuo da demanda
Aumento acelerado e contínuo da demanda
Demanda por pesquisa agropecuária, agroindustrial e agroflorestal
Crescente ‘engessamento’ das organizações públicas de
pesquisa científica
Crescente ‘engessamento’ das organizações públicas de
pesquisa científica
Maior flexibilidade e agilidade das organizações públicas de
pesquisa científica
Maior flexibilidade e agilidade das organizações públicas de
pesquisa científica
Aparato legal e institucional para a execução da PD&I
Degradação da biodiversidadeDegradação localizada e parcial da biodiversidade
Maior sustentabilidade no uso da biodiversidade
Maior sustentabilidade no uso da biodiversidade
Sustentabilidade no uso da biodiversidade
Crescimento econômico stopand go, com manutenção dos
principais gargalos
Crescimento econômico stopand go, com manutenção dos
principais gargalos
Crescimento econômico sustentado, com superação
dos principais gargalos
Crescimento econômico sustentado, com superação
dos principais gargalos
Crescimento da economia nacional e qualidade da infra-estrutura logística e energética
Cenário 1Expansão Integrada com
Inserção Global
Cenário 2Expansão Integrada
com Inserção Regional
Cenário 3Expansão Setorizada com
Inserção em Nichos
Cenário 4Desarticulação e
Retrocesso
Intensidade e forma de regulação do comércio internacional
Crescente liberalização e aumento dos fluxos comerciais
Fluxos comerciais limitados pelo maior protecionismo
Crescente liberalização e aumento dos fluxos comerciais
Fluxos comerciais limitados pelo maior protecionismo
Crescimento da economia global
Crescimento elevado e predominantemente estável
Crescimento moderado, com crises e turbulências cíclicas
Crescimento elevado e predominantemente estável
Crescimento moderado, com crises e turbulências cíclicas
Inserção externa da economia brasileira
Inserção ampla e crescentemente baseada em
produtos com maior valor agregado
Inserção parcial e pautada em mix de commodities e
produtos com maior valor agregado
Inserção ampla e setorizada, baseada predominantemente
em commodities
Inserção restrita, baseada predominantemente em
commodities
Impacto predominantemente negativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas
diferentes regiões do país
Impacto pouco significativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas diferentes
regiões do país
Impacto pouco significativo sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas diferentes
regiões do país
Impacto predominantemente neutro sobre a produtividade agrícola e o uso da terra nas
diferentes regiões do país
Impactos trazidos pelas mudanças climáticas sobre os biomas brasileiros
PD&I para o Agronegócio e Desenvolvimento Rural Sust entável
Agronegócio e Desenvolvimento Rural Sustentável
Contexto Nacional
Contexto Mundial
Gestão ineficaz de um fluxo descontínuo e decrescente de
investimentos públicos e privados em PD&I
Gestão moderadamente eficaz de um fluxo descontínuo e
decrescente de investimentos públicos em PD&I
Gestão eficaz de um fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos e
privados em PD&I
Gestão eficaz de uma fluxo contínuo e crescente de investimentos públicos e
privados em PD&I
Gestão, volume e composição de investimentos em PD&I agropecuária
Perda do protagonismo. Brasil assume posição secundária
em agroenergia
Redução do protagonismo. Brasil com posição de destaque em alguns
segmentos da agroenergia
Manutenção do protagonismo. Brasil entre os líderes globais
em agroenergia
Fortalecimento do protagonismo. Brasil líder
global em agroenergia
Protagonismo brasileiro em agroenergia
Desarticulação e enfraquecimento, com
moderada agregação de valor ao agronegócio
Expansão setorizada, com agregação de valor
concentrada em nichos de mercado do agronegócio
Expansão e fortalecimento, com elevada agregação de valor e sustentabilidade ao
agronegócio
Expansão e fortalecimento, com elevada agregação de valor e sustentabilidade ao
agronegócio
Desempenho do SNPA
Atuação nacional e internacional desarticulada, com inserção internacional
limitada a nichos do mercado regional
Atuação nacional fragmentada, com inserção
internacional restrita às cadeias produtivas
mundialmente competitivas
Atuação nacional integrada, com inserção internacional limitada à escala regional
Atuação nacional integrada, com ampla inserção nas redes
mundiais e regionais
Conectividade do SNPA com outras redes de PD&I e de negócios
Baixa competitividade: desempenho pouco inovador e
baixa sustentabilidade das empresas
Competitividade seletiva: desempenho inovador restrito às empresas do agronegócio
orientadas ao mercado internacional. Baixa
sustentabilidade
Elevada competitividade: desempenho inovador e
sustentável das empresas, com ampla inserção regional
Elevada competitividade: desempenho inovador e
sustentável das empresas, com ampla inserção
internacional
Competitividade das empresas do agronegócio
Instabilidade regulatória, gestão do conhecimento
ineficaz e estagnação dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Instabilidade regulatória, gestão do conhecimento
ineficaz e estagnação dos mecanismos incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Estabilidade regulatória, gestão do conhecimento eficaz
e aprimoramento dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Estabilidade regulatória, gestão do conhecimento eficaz
e aprimoramento dos mecanismos de incentivo à
pesquisa e defesa da propriedade intelectual
Marco regulatório, gestão do conhecimento e propriedade intelectual
Moderado e especializadoElevado e especializadoElevado e diversificadoElevado e diversificadoCrescimento do setor agropecuário
Aumento inercial e intermitente da demanda
Aumento moderado e setorizado da demanda
Aumento acelerado e contínuo da demanda
Aumento acelerado e contínuo da demanda
Demanda por pesquisa agropecuária, agroindustrial e agroflorestal
Crescente ‘engessamento’ das organizações públicas de
pesquisa científica
Crescente ‘engessamento’ das organizações públicas de
pesquisa científica
Maior flexibilidade e agilidade das organizações públicas de
pesquisa científica
Maior flexibilidade e agilidade das organizações públicas de
pesquisa científica
Aparato legal e institucional para a execução da PD&I
Degradação da biodiversidadeDegradação localizada e parcial da biodiversidade
Maior sustentabilidade no uso da biodiversidade
Maior sustentabilidade no uso da biodiversidade
Sustentabilidade no uso da biodiversidade
Crescimento econômico stopand go, com manutenção dos
principais gargalos
Crescimento econômico stopand go, com manutenção dos
principais gargalos
Crescimento econômico sustentado, com superação
dos principais gargalos
Crescimento econômico sustentado, com superação
dos principais gargalos
Crescimento da economia nacional e qualidade da infra-estrutura logística e energética
Cenário 1Expansão Integrada com
Inserção Global
Cenário 2Expansão Integrada
com Inserção Regional
Cenário 3Expansão Setorizada com
Inserção em Nichos
Cenário 4Desarticulação e
Retrocesso
Intensidade e forma de regulação do comércio internacional
Crescente liberalização e aumento dos fluxos comerciais
Fluxos comerciais limitados pelo maior protecionismo
Crescente liberalização e aumento dos fluxos comerciais
Fluxos comerciais limitados pelo maior protecionismo
Crescimento da economia global
Crescimento elevado e predominantemente estável
Crescimento moderado, com crises e turbulências cíclicas
Crescimento elevado e predominantemente estável
Crescimento moderado, com crises e turbulências cíclicas
Inserção externa da economia brasileira
Inserção ampla e crescentemente baseada em
produtos com maior valor agregado
Inserção parcial e pautada em mix de commodities e
produtos com maior valor agregado
Inserção ampla e setorizada, baseada predominantemente
em commodities
Inserção restrita, baseada predominantemente em
commodities
81
Análise Quantitativa
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Variáveis Situação
Atual 2014 2023 2014 2023 2014 2023 2014 2023
Contexto Internacional
Taxa de Crescimento do PIB Mundial (% a.a.)
3,5% (média 2001-2006)
3,9% (2008-2014)
3,5% (2015-2023)
3,1% (2008-2014)
2,8% (2015-2023)
3,9% (2008-2014)
3,5% (2015-2023)
3,1% (2008-2014)
2,8% (2015-2023)
PIB per capita (em mil US$, 2006)
7,3 (2006) 9,0 11,2 8,5 10,0 9,0 11,2 8,5 10,0
Contexto Nacional
Taxa de Crescimento do PIB (% a.a.)
3,3% (média 2001-2006)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
3,8% (2008-2014)
3,6% (2015-2023)
3,8% (2008-2014)
3,6% (2015-2023)
Formação Bruta de Capital (%PIB)1 16,8% (2006) 23% 26% 23% 26% 20% 21% 20% 21%
Águas superficiais de qualidade péssima ou
ruim(%)2 10% (2005) 7% 5% 9% 8% 12% 13% 13% 16%
Desmatamento Amazônia Legal (km2/ano)3 14.039 (2006) 10.550 7.306 12.717 12.961 14.885 18.617 17.053 24.272
PD&I
Investimento em PD&I (% PIB) 0,8% (2005) 1,0% 2,5% 1,0% 2,0% 0,9% 1,1% 0,8% 0,9%
Investimento privado em PD&I (% Total)
43,0% (2005) 48% 57% 46% 52% 44% 47% 42% 42%
Investimento público em PD&I (% Total)4 57% (2005) 52% 43% 54% 48% 56% 53% 58% 58%
Pesquisadores por milhão de habitantes5 483 (2004) 693 985 656 851 619 717 582 584
82
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Variáveis Situação
Atual 2014 2023 2014 2023 2014 2023 2014 2023
Regionalização - Norte
PIB Norte (% PIB Brasil)6 5,3% (2004) 5,8% 6,7% 5,8% 6,7% 5,2% 5,1% 5,2% 5,1%
Taxa de Crescimento PIB Agropecuário Norte
(% a.a.)
7,1% (média 2002-2004)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
5,1% (2008-2014)
4,1% (2015-2023)
5,1% (2008-2014)
4,1% (2015-2023)
Pesquisadores por milhão de habitantes – Norte7 21 (2004) 30 43 27 33 27 33 24 24
Reginalização – Nordeste
PIB Nordeste (% PIB Brasil)6 14,1% (2004) 14,5% 15,2% 14,5% 15,2% 13,8% 13,4% 13,8% 13,4%
Taxa de Crescimento PIB Agropecuário Nordeste
(% a.a.)
8,2% (média 2002-2004)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
4,4% (2008-2014)
5,7% (2015-2023)
5,1% (2008-2014)
4,1% (2015-2023)
5,1% (2008-2014)
4,1% (2015-2023)
Pesquisadores por milhão de habitantes – Nordeste7 71 (2004) 102 145 92 113 92 113 81 81
Regionalização - Centro-Oeste
PIB Centro-Oeste (% PIB Brasil)6 7,5% (2004) 9,7% 12,1% 9,7% 12,1% 9,1% 9,5% 9,1% 9,5%
Taxa de Crescimento PIB Agropecuário Centro-Oeste
(% a.a.)
17,0% (média 2002-2004)
7,6% (2008-2014)
8,0% (2015-2023)
6,9% (2008-2014)
7,1% (2015-2023)
7,6% (2008-2014)
5,5% (2015-2023)
6,9% (2008-2014)
4,5% (2015-2023)
Pesquisadores por milhão de habitantes – Centro-Oeste7
33,9 (2004) 49 69 44 54 44 54 39 39
83
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Variáveis Situação
Atual 2014 2023 2014 2023 2014 2023 2014 2023
Regionalização - Sudeste
PIB Sudeste (% PIB Brasil)6 54,9% (2004) 51,8% 47,8% 51,8% 47,8% 53,3% 53,0% 53,2% 53,0%
Taxa de Crescimento PIB Agropecuário Sudeste (% a.a.)
3,5% (média 2002-2004)
3,4% (2008-2014)
4,8% (2015-2023)
3,7% (2008-2014)
5,2% (2015-2023)
4,3% (2008-2014)
3,6% (2015-2023)
4,6% (2008-2014)
4,0% (2015-2023)
Pesquisadores por milhão de habitantes – Sudeste7
228 (2004) 355 504 347 461 310 327 303 284
Regionalização - Sul
PIB Sul (% PIB Brasil)6 18,2% (2004) 18,2% 18,2% 18,2% 18,2% 18,6% 19,1% 18,6% 19,1%
Taxa de Crescimento PIB Agropecuário Sul (% a.a.)
12,2% (média 2002-2004)
3,4% (2008-2014)
4,8% (2015-2023)
3,7% (2008-2014)
5,2% (2015-2023)
4,3% (2008-2014)
3,6% (2015-2023)
4,6% (2008-2014)
4,0% (2015-2023)
Pesquisadores por milhão de habitantes – Sul7
110 (2004) 157 224 147 190 147 190 136 156
Fontes: (1) BACEN, 2007. (2) PNRH. (3) INPE. (4) MCT. (5) MCT. (6) IBGE e IPEAdata. (7) MCT. Elaboração: RIPA – Cenários 2023. As quantificações acima apresentadas não são estimativas precisas, e sim, indicações exemplificativas para ajudar a avaliar as tendências mapeadas qualitativamente no cenário.
84
Parte V – Reflexão Estratégica com Base nos Cenário s
Os futuros alternativos ilustrados pelos cenários mostram tanto possibilidades de êxito quanto riscos de declínio para o SNPA nos próximos 16 anos. São futuros perfeitamente plausíveis, que podem levar a PD&I para o agronegócio brasileiro ao caos ou ao seu futuro desejado: contribuir decisivamente para o desenvolvimento sustentável do País. A estratégia empreendida no presente pelas organizações que congregam o sistema decidirá, no futuro, entre o seu fortalecimento e o seu enfraquecimento.
Com a motivação de oferecer subsídios ao processo de planejamento estratégico das organizações que compõem o SNPA, serão apresentados, a seguir, os principais elementos que deverão integrar o núcleo de uma estratégia robusta.
As estratégias robustas são aquelas que assegurarão à organização um desempenho aceitável em todos os cenários.
5.1 A Estratégia 36
A construção e o desenvolvimento de cenários é parte de um processo de tomada de decisão da administração estratégica. Sua principal contribuição é a de ajudar uma organização a gerenciar o seu futuro estrategicamente, posicionando-se em relação ao futuro ao mesmo tempo em que adota estratégias competitivas bem sucedidas nos mercados atuais.
A gestão estratégica sob cenários ocorre quando a organização:
� Mapeia as mudanças em seu ambiente de atuação;
� Usa os futuros alternativos para identificar possíveis oportunidades e ameaças de negócios;
� Testa suas estratégias em múltiplos cenários;
� Refina a sua estratégia com base no entendimento do que é requerido para ter sucesso em uma variedade de futuros possíveis;
� Monitora os resultados da execução estratégica.
No que se refere ao processo de formulação estratégica, um dos métodos para se lidar com o futuro quando a organização se defronta com cenários plausíveis é a escolha de estratégias que assegurem um desempenho aceitável, qualquer que seja o cenário. Estas são denominadas estratégias robustas, e tem como principal característica o elevado poder de reduzir o risco organizacional mediante um contexto incerto ou turbulento.
36 Baseado em BELFORT (2007)
85
A formulação de estratégias robustas requer a configuração de estratégias específicas que sejam válidas para cada cenário e para o conjunto de tendências consolidadas. O principal desafio é identificar o conjunto de estratégias centrais que seja adequado à variedade de futuros possíveis e, ao mesmo tempo, contribua para o fortalecimento das vantagens competitivas da organização.
IncertezasCríticas
Tendências Consolidadas
Cenário 1
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 4
Estratégia face ao cenário 1
Estratégia face ao cenário 2
Estratégia face ao cenário 3
Estratégia face ao cenário 3
Estratégia robusta
A Lógica de Construção de uma Estratégia Robusta
IncertezasCríticas
Tendências Consolidadas
Cenário 1Cenário 1
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 4
Estratégia face ao cenário 1
Estratégia face ao cenário 1
Estratégia face ao cenário 2
Estratégia face ao cenário 3
Estratégia face ao cenário 3
Estratégia face ao cenário 3
Estratégia robusta
A Lógica de Construção de uma Estratégia Robusta
Fonte: Macroplan – Prospectiva, Estratégia & Gestão (2007)
5.2 Elementos de uma Estratégia Robusta para as Ins tituições Públicas e Privadas de PD&I para o Agronegócio e o Desenvolvim ento Rural Sustentável
Considerando as diretrizes estratégicas delineadas para as tendências consolidadas e pelos cenários, sugere-se 10 ingredientes centrais para integrar o núcleo da estratégia robusta das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável no horizonte 2023:
86
1. Fortalecer a competitividade e garantir a sustentabilidade do agronegócio brasileiro
2. Consolidar o protagonismo brasileiro em agroenergia e biocombustíveis
3. Desenvolver sistemas produtivos integrados e rotacionados
� Intensificar esforço de PD&I para o desenvolvimento de sistemas integrados de produção em áreas alteradas nos diferentes biomas
� Desenvolver material genético voltado aos sistemas integrados de produção
� Formar competências para o desenvolvimento de sistemas integrados e rotacionados
� Institucionalizar e desenvolver estrutura e competências em agroenergia
� Intensificar esforço de PD&I orientado ao desenvolvimento de processos para obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos
� Promover zoneamento agro-climatológico para a identificação de fontes e áreas competitivas à produção de agroenergia
� Desenvolver tecnologias e sistemas de produção para o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas não utilizadas para a produção de alimentos
� Aumentar a eficiência produtiva e a qualidade de produtos para a competitividade do agronegócio
� Desenvolver matérias-primas, processos e produtos para exploração de novos mercados e novos nichos de mercado
� Intensificar esforço de PD&I para redução dos impactos ambientais dos sistemas de produção e para o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos
� Construir competência em mudanças climáticas e impactos ambientais, incluindo a análise de tradeoffs envolvendo impactos ambientais e benefícios sociais
� Prover suporte para a formulação de políticas públicas e estratégias mercadológicas
87
4. Inserir-se estrategicamente na fronteira de geração de conhecimento científico-tecnológico
5. Garantir a qualidade e a rastreabilidade da produção agropecuária, agroflorestal e agroindustrial
6. Desenvolver e promover o uso eficiente de insumos agrícolas
� Aprimorar PD&I voltada à redução da dependência de insumos importados
� Viabilizar parcerias visando o desenvolvimento de fontes alternativas de insumos agrícolas, defensivos não-químicos e controle biológico
� Intensificar PD&I orientada ao aumento da eficiência das plantas no uso de nutrientes (sobretudo o fósforo), à reciclagem de nutrientes e à fixação biológica de nitrogênio
� Aprimorar PD&I para o aproveitamento da biodiversidade visando a identificação de plantas mais eficientes na utilização de nutrientes
� Fortalecer PD&I para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos
� Aprimorar PD&I em sanidade, com ênfase em plantas e animais vivos
� Intensificar PD&I orientada ao fortalecimento do arcabouço empírico de crítica aos padrões de exigência dos mercados importadores protecionistas
� Assegurar ao Brasil o protagonismo em geração e disseminação de tecnologias para a agricultura tropical e a produção de agroenergia
� Desenvolver competências em nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação, agricultura e zootecnia de precisão, e agroecologia
� Criar massa crítica e empreender ações de PD&I nas áreas de fronteira do conhecimento
� Fortalecer os processos de transferência de tecnologia considerando os novos formatos de gestão tecnológica exigidos pelo agronegócio
� Desenvolver PD&I na área de logística
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7. Disseminar cultura de gestão com visão empresarial ágil e flexível
8. Reter, desenvolver e atrair recursos humanos, físicos, tecnológicos e financeiros
� Ampliar e intensificar os esforços de formação e capacitação de recursos humanos em CT&I
� Garantir fluxos contínuos e qualificados de recursos (físicos, tecnológicos, humanos e financeiros) para a PD&I
� Intensificar esforço de capacitação de novos pesquisadores nas áreas de PD&I tradicionais visando a manutenção da excelência em áreas-chave
� Investir na capacitação das equipes do SNPA para novas demandas de inovação
� Formar e atualizar os multiplicadores para transferência de conhecimento tecnológico e científico ao setor privado e à sociedade
� Estabelecer competência brasileira em Ciências Sociais aplicadas ao ambiente rural
� Desenvolver novos arranjos institucionais que aumentem a eficiência e a eficácia das organizações públicas de PD&I
� Criar empresas de propósito específico (EPE)
� Aperfeiçoar o processo de prospecção de demandas por pesquisa agropecuária
� Intensificar o esforço de formação de gestores de organizações e projetos de PD&I
� Garantir, monitorar e comunicar os resultados e impactos econômicos, sociais e ambientais da implantação das tecnologias agrícolas
� Intensificar ações junto ao sistema político para a criação de regras específicas e mais flexíveis ao gerenciamento de PD&I
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9. Estimular a cooperação tecnológica e a atuação em rede
10. Aprimorar os mecanismos de propriedade intelectual e fortalecer a gestão do conhecimento
5.3 Estratégias Robustas de Âmbito Regional
O Brasil é um país de dimensões continentais, organizado em cinco macrorregiões distintas que se individualizam nas dimensões demográfica, social, econômica, ambiental, cultural, tecnológica e climática, entre outras. Em virtude da existência destas especificidades regionais, as estratégias propostas possuem impactos e, portanto, relevância diferenciadas ao longo do território.
Assim, dentre o conjunto de estratégias propostas, são destacadas, a seguir, aquelas de maior importância para as regiões brasileiras, qualquer que seja o cenário a prevalecer. Um desdobramento das estratégias nacionais focalizadas em cada região complelmentam a proposta.
Os cinco elementos centrais que são sugeridos a compor o núcleo da estratégia robusta das instituições públicas e privadas de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável localizadas em cada região são os seguintes:
� Aprimorar mecanismos de proteção intelectual e de gestão do conhecimento e gestão da pesquisa
� Incorporar, efetivamente, todos os instrumentos e mecanismos presentes na Lei de Inovação nas instituições de pesquisa
� Articular e integrar as redes nacionais de PD&I para o agronegócio e o desenvolvimento rural sustentável, buscando crescente inserção junto às redes mundiais
� Estabelecer parcerias estratégicas com redes internacionais temáticas de PD&I para o aproveitamento de sinergias e o desenvolvimento de tecnologias de elevada complexidade
� Garantir o foco da pesquisa e a sinergia entre a política de CT&I e as demandas do setor produtivo e da sociedade
� Intensificar a formação de parcerias envolvendo empresas privadas e instituições públicas de CT&I
� Estabelecer canais dinâmicos de comunicação e interação entre a pesquisa, os agentes das cadeias produtivas e a população em geral
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Norte
� Promover PD&I orientada ao desenvolvimento de bioprodutos a partir do uso sustentável da biodiversidade;
� Desenvolver PD&I para o aprimoramento do etnoconhecimento acerca do patrimônio genético do bioma amazônico;
� Disseminar sistemas produtivos integrados e rotacionados para o uso sustentável das áreas alteradas e dos recursos bióticos a abióticos da região;
� Fortalecer PD&I orientada à ampliação do acesso dos produtos da Região Norte aos mercados nacional e internacional, com ênfase em sistemas de certificação, denominação e controle de origem;
� Fortalecer arranjos institucionais inovadores e promover a inclusão de ICTs estaduais e federais, Universidades e Terceiro Setor ao SNPA.
Nordeste
� Intensificar PD&I para a redução dos impactos ambientais e para o uso sustentável dos recursos hídricos;
� Fortalecer PD&I orientada ao desenvolvimento de sistemas produtivos no semi-árido, empregando a intensidade solar como vantagem competitiva;
� Ampliar o esforço de PD&I e fortalecer os mecanismos de transferência de tecnologias orientadas à aqüicultura e fruticultura e ao melhoramento genético da ovino-caprinocultura;
� Desenvolver zoneamento agro-climatológico para a produção de bioenergia;
� Intensificar o uso dos meios de comunicação de massa para maior divulgação das ações do SNPA.
Centro-Oeste
� Criar massa crítica e intensificar ações de PD&I nas áreas de fronteira do conhecimento (nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação, agricultura e zootecnia de precisão e agroecologia), com ênfase no fortalecimento de parcerias com instituições de excelência em pesquisa e empresas atuantes nos elos inovadores das cadeias de valor;
� Institucionalizar e desenvolver estrutura e competências em agroenergia;
� Intensificar o esforço de PD&I voltado ao desenvolvimento de processos para a obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos;
� Fortalecer PD&I orientada ao aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos;
� Intensificar esforço de PD&I para a redução dos impactos ambientais dos sistemas de produção e para o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos.
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Sudeste
� Desenvolver competências em nanotecnologia, biotecnologia, tecnologias da informação, agricultura e zootecnia de precisão e agroecologia;
� Aprimorar PD&I para o desenvolvimento de processos voltados à obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos;
� Fortalecer PD&I para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos;
� Intensificar PD&I para o desenvolvimento de fontes alternativas de insumos agrícolas, fixação biológica de nitrogênio, fósforo, defensivos não-químicos e controle biológico;
� Intensificar o uso dos meios de comunicação de massa para maior divulgação das ações do SNPA.
Sul
� Criar massa crítica e intensificar ações de PD&I nas áreas de fronteira do conhecimento (nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação, agricultura e zootecnia de precisão e agroecologia);
� Fortalecer os processos de transferência de tecnologia considerando os novos formatos de gestão tecnológica exigidos pelo agronegócio;
� Fortalecer PD&I para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da qualidade, segurança e rastreabilidade dos alimentos e sanidade de plantas e animais vivos;
� Aprimorar PD&I para o desenvolvimento de processos voltados à obtenção de produtos energéticos e de bioprodutos;
� Criar massa crítica e estabelecer competência em mudanças climáticas e impactos ambientais.
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