boletim ica 13

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n O 13 | 19/04/2016 Sonoridades Múltiplas realiza experiência de improvisação vocal de “Cantos Circulares” No dia 29 de abril, sexta-feira, às 12h, acontece a exibição do filme “Os Olhos Sem Rosto”(1960 / 88 min), de Georges Franju, como parte das atividades do grupo de pesquisa As Faces do Rosto, coordenado pela professora Gabriela Reinaldo. O filme trata das experiências de um cirurgião na intenção de recuperar a filha, que tem seu rosto desfigurado em um acidente de carro. O tema se relaciona às pesquisas empreendidas no grupo de estudos, que discute o rosto (e as representações e apropriações dele feitas) e temas correlatos a partir de teóricos de diversas áreas. Mais informações em [email protected] Divulgação Frame de Os Olhos Sem Rosto O Laboratório de Poéticas Cênicas e Audiovisuais (LPCA) apresenta o espetáculo teatral Loteamento Tchekhov, composto de fragmentos de peças do autor russo Anton Tchekhov. “A peça cruza os temas da venda de terras, de sonhos, de esperanças, destes seres estranhamente desamparados, revelando as mazelas sociais e as diferenças de classes deste mundo.” As apresentações acontecem no dia 21/04, 20h, no Teatro Universitário Paschoal arlos Magno (Av. da Universidade, 2210) e no dia 23/04, 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Av. Conde d’Eu, 560). Mais informações em https://www.facebook.com/loteamentotchekhov No dia 19 de abril (esta terça-feira), das 13 às 14h, o grupo Sonoridades Múltiplas, coordenado pela professora Consiglia Latorre (curso de Música da UFC), fez uma roda de Cantos Circulares em comemoração à semana da voz. A atividade conta com a participação de Leandro Cavalcante, cantor convidado a contribuir nessa experiência de improviso vocal. Leandro considera esta “uma oportunidade muito legal para cantar, improvisar e, principalmente, fazer música”. Procura-se, por meio do momento proposto, estabelecer-se uma vivência a partir de texturas vocais coletivas. A criação se dá por improvisação, música corporal, cantos circulares (circlesongs) e canções. Assim, cada participante vai descobrindo e experimentando a musicalidade de forma orgânica e criativa, incentivando o senso comunitário na prática musical. O termo circlesongs foi cunhado por Bobby Mcferrin, cantor e maestro norte-americano, designando uma prática ancestral de música comunitária, sem diferenciação marcante entre público e plateia, entre a performance e a vivência coletiva. Segundo a coordenadora do projeto, a intenção é ter “uma hora de encontro alegre e musical com muita expressão vocal e movimento”, sem a necessidade de experiência musical anterior dos participantes, sendo a atividade aberta a todos os interessados. As atividades do grupo Sonoridades Múltiplas acontecem na forma de uma série de oficinas sucessivas. Três delas já aconteceram e outras três ainda estão por vir no mês de maio: dias 03, 10 e 17/04, terças-feiras, das 14 às 16h. Novos módulos devem acontecer no próximo semestre, possibilitando que novos grupos possam participar integralmente das atividades do grupo. Os encontros acontecem no Laboratório de Voz do Curso de Música, no Setor H da sede do ICA. Lívia Soares

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Esta é a décima terceira edição do BOLETIM ICA. Por meio dele, docentes, técnico-administrativos e discentes do ICA | UFC contam com um meio para divulgar suas atividades, além de poderem se informar a respeito do que acontece no instituto. Contribua com a sugestão de pautas pelo e-mail [email protected]

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Sonoridades Múltiplas realiza experiência de improvisação vocal de “Cantos Circulares”

No dia 29 de abril, sexta-feira, às 12h, acontece a exibição do filme “Os Olhos Sem Rosto”(1960 / 88 min), de Georges Franju, como parte das atividades do grupo de pesquisa As Faces do Rosto, coordenado pela professora Gabriela Reinaldo. O filme trata das experiências de um cirurgião na intenção de recuperar a filha, que tem seu rosto desfigurado em um acidente de carro. O tema se relaciona às pesquisas empreendidas no grupo de estudos, que discute o rosto (e as representações e apropriações dele feitas) e temas correlatos a partir de teóricos de diversas áreas. Mais informações em [email protected]

DivulgaçãoFrame de Os Olhos Sem Rosto

O Laboratório de Poéticas Cênicas e Audiovisuais (LPCA) apresenta o espetáculo teatral Loteamento Tchekhov, composto de fragmentos de peças do autor russo Anton Tchekhov. “A peça cruza os temas da venda de terras, de sonhos, de esperanças, destes seres estranhamente desamparados, revelando as mazelas sociais e as diferenças de classes deste mundo.” As apresentações acontecem no dia 21/04, 20h, no Teatro Universitário Paschoal arlos Magno (Av. da Universidade, 2210) e no dia 23/04, 19h, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Av. Conde d’Eu, 560). Mais informações em https://www.facebook.com/loteamentotchekhov

No dia 19 de abril (esta terça-feira), das 13 às 14h, o grupo Sonoridades Múltiplas, coordenado pela professora Consiglia Latorre (curso de Música da UFC), fez uma roda de Cantos Circulares em comemoração à semana da voz. A atividade conta com a participação de Leandro Cavalcante, cantor convidado a contribuir nessa experiência de improviso vocal. Leandro considera esta “uma oportunidade muito legal para cantar, improvisar e, principalmente, fazer música”.Procura-se, por meio do momento proposto, estabelecer-se uma vivência a partir de texturas vocais coletivas. A criação se dá por improvisação, música corporal, cantos

circulares (circlesongs) e canções. Assim, cada participante vai descobrindo e experimentando a musicalidade de forma orgânica e criativa, incentivando o senso comunitário na prática musical.O termo circlesongs foi cunhado por Bobby Mcferrin, cantor e maestro norte-americano, designando uma prática ancestral de música comunitária, sem diferenciação marcante entre público e plateia, entre a performance e a vivência coletiva.Segundo a coordenadora do projeto, a intenção é ter “uma hora de encontro alegre e musical com muita expressão vocal e movimento”, sem a necessidade de

experiência musical anterior dos participantes, sendo a atividade aberta a todos os interessados.As atividades do grupo Sonoridades Múltiplas acontecem na forma de uma série de oficinas sucessivas. Três delas já aconteceram e outras três ainda estão por vir no mês de maio: dias 03, 10 e 17/04, terças-feiras, das 14 às 16h. Novos módulos devem acontecer no próximo semestre, possibilitando que novos grupos possam participar integralmente das atividades do grupo. Os encontros acontecem no Laboratório de Voz do Curso de Música, no Setor H da sede do ICA.

Lívi

a So

ares

LICCA retoma suas atividades de pesquisa a partir de abrilO Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte (LICCA), coordenado pelo professor Wellington Jr, retoma suas atividades de 2016 nesta terça-feira (19 de abril), às 18h, na sala de audiovisual do Programa de Pós-Graduação em Comunicação.O LICCA é um grupo de estudo, pesquisa e produção (teórica e prática) em três eixos de interesse: corpo, comunicação e arte. A partir do aporte téorico-metodológico das teorias da comunicação, das teorias do signo, das teorias da arte, das teorias da oralidade, numa perspectiva multidisciplinar, e da realização artística em seus mais diversos suportes, modalidades, meios (teatro, dança, performance, happening, intervenção, instalação, web art, game, cinema, vídeo, etc), o LICCA se propõe como lugar de investigação das linguagens do corpo, em suas manifestações tradicionais ou recentes, e suas possibilidades comunicativas e estéticas, em especial após o surgimento, pluralização e afirmação das tecnologias de comunicação/informação na contemporaneidade.A proposta é construir um trabalho coletivo, mas dando atenção também para trabalhos individuais, numa rede de colaboração. Pensamos também que seria muito rico fazer parcerias com outros laboratórios e coletivos da cidade, questão a ser discutida também.Os encontros do laboratório acontecem quinzenalmente na sala de audiovisual do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, CH2, Campus do Benfica, av. da Universidade, 2762.Mais informações podem ser obtidas pelo endereço www.facebook.com/liccaufcEl

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Encontro do GEDEG aborda discussões do livro “Mil Platôs - Capitalismo e Esquizofrenia”O próximo encontro do Grupo de Estudos Deleuze & Guattari (GEDEG-ICA/UFC), a acontecer no dia 29 de abril, dará continuidade ao estudo sobre o "ANO ZERO - ROSTIDADE", presente no livro Mil Platôs - Capitalismo e Esquizofrenia, Volume 3. O terceiro volume da obra dos filósofos franceses congrega discussões essenciais de suas compreensões sobre micropolítica e esquizoanálise, retomando o conceito de “corpo sem órgãos” propost em O Anti-Édipo.O Grupo de Estudos Deleuze & Guattari é

vinculado ao PPGArtes - Programa de Pós-Graduação em Artes, Laboratório de Arte Contemporânea e ao Laboratório de Estética do curso de Filosofia do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará. É um grupo heterogêneo e aberto a todas as pessoas interessadas no pensamento de Gilles Deleuze, Félix Guattari e intercessores. O Grupo iniciou suas atividades em abril de 2013 e vem mantendo-se ativo desde então.Os participantes definem seus interesses e investimentos em leituras e estudos.

Reúne-se, quinzenalmente, nas tardes de sextas-feiras, das 14h30 às 17h30, na sala 103 do ICA do campus do Pici. A coordenação do grupo de estudos está a cargo das professoras Ada Kroef e Gisele Gallicchio.O próximo encontro acontecerá no dia 29 de abril, sexta-feira às 14h30 na sala 103 do Instituto de Cultura e Arte - ICA da UFC, Campus do Pici.Para ter acesso ao texto a ser estudado, basta ir ao link http://goo.gl/Ye5RY6

Instituto de Cultura e Arte (ICA)Universidade Federal do Ceará

Av. Mister Hull, s/n - Campus do PiciFortaleza-Ceará – CEP: 60.455-760

SUGESTÕES DE PAUTA:[email protected]

EXPEDIENTE: Tobias Gaede | Ana Beatriz Leite

ENTREVISTA

Larissa AlmeidaMembro da International Association of Professionals in Humanitarian Assistance and Protection

Arqu

ivo

Pess

oal

Formada em Jornal ismo e mestre em Linguíst ica pela Universidade Federal do Ceará, Larissa Almeida trabalhou pela ONU como of ic ial de comunicação no Timor-Leste, entre 2009 e 2012, como of ic ial de operações e coleta de dados na missão de paz no Sudão do Sul, entre 2014 e 2016, e é membro da International Associat ion of Professionals in Human-itar ian Assistance and Protection. De volta ao Brasi l e a Fortaleza, a jornal ista foi convidada pelo Curso de Jornal ismo da UFC e pela SONU, projeto de extensão que simula organismos e tr ibunais internacionais, para conversar com os alunos sobre comunicação em zonas de confl i to e pós-confl i to, na últ ima terça (12).

Para começar, conte um pouco da sua trajetória profissional em Fortaleza, antes das experiências internacionais.Antes de trabalhar na Missão de Paz da ONU em Timor-Leste, fui professora em duas universidades em Fortaleza. Na UFC, fui professora substituta na área de Teorias da Comunicação. Na FGF, passei por disciplinas teóricas e práticas por três anos. Também trabalhei como revisora, roteirista e redatora. Em todos os meus trabalhos, mesmo os que eu achava que não tinham relação nenhuma com jornalismo, aprendi lições valiosas sobre como comunicar e lidar com pessoas de diferentes linhas de pensamento. Depois da missão em Timor, voltei para o país com outra organização. De lá, voltei para o Brasil e segui para o Sudão do Sul.De onde surgiu o interesse em trabalhar com a ONU?Sempre achei que a ONU era um lugar inalcançável e que jamais conseguiria entrar na porta, quem dirá trabalhar em uma missão de paz. Comecei a estudar inglês um pouco tarde, com 20 anos, mas já havia estudado espanhol. Nunca fui uma aluna de destaque na universidade e acabei atrasando muito a minha formatura. Com isso, eu pensava que minhas chances diminuiriam consideravelmente. Sem falar que o meu mestrado era em linguística, uma área que é bem técnica nos trabalhos internacionais, principalmente nas agências como Unicef e Unesco. A oportunidade de me inscrever para uma das vagas de UN volunteer aconteceu em 2009, para a missão de Timor-Leste. Fui selecionada para uma entrevista de 40 minutos pelo telefone e passei. Em Timor-Leste, fiquei três anos no primeiro contrato e mais um no segundo. As outras experiências internacionais aconteceram normalmente, mas

ouvi muitos “nãos” antes de conseguir um sim. É mais ou menos uma média de 20 “nãos” para conseguir um entrevista... O importante é não desistir e aprender com os erros. Como foi experiência de trabalhar nesses locais, em estado de pós-conflito, no caso do Timor-Leste, e em conflito, no caso do Sudão do Sul?Os dois casos foram bem diferentes. Enquanto Timor-Leste me assustava no começo por ser a minha primeira experiência internacional, o Sudão do Sul era um lugar onde a guerra civil havia eclodido alguns meses antes da minha chegada. A decisão de viajar para os dois não foi fácil. Das experiências, descobri que me adapto a esses ambientes hostis mais rápido do que imaginava, e que as dificuldades de trabalhar nesses contextos são tão grandes quanto as de trabalhar em um escritório no Brasil, por exemplo. Em alguns dias o trabalho não rendeu, discordei de colegas. Em outros dias, contava ansiosamente os dias para as férias e jurava que nunca mais ia me submeter a acordar às cinco horas da manhã para dirigir por quatro horas em carros sem ar-condicionado nas estradas empoeiradas da África, para depois dormir em cama de acampamento, sem banheiro nem privacidade. Em alguns dias, eu acordava me sentindo privilegiada por ter conseguido fazer as minhas escolhas pessoais e profissionais e por ter sido capaz de tomar decisões sem ser forçada a isso. Sofri muito com insegurança pessoal e com medo de errar. Não consegui dormir algumas noites por causa de prazos malucos e pelo de excesso de trabalho, em outras noites dormi como uma pedra no fundo do rio. Essas sensações são comuns em todos os empregos do mundo e não há nenhum glamour por se tratar da ONU.

Como funciona o programa United Nation Volunteers. Qualquer um pode se voluntariar?O programa de voluntários é uma boa oportunidade de trabalhar para uma missão de paz ou agência da ONU e de ser remunerado por isso. Embora o nome “voluntário” indique o não pagamento de salário, a missão paga uma ajuda de custo mensal que varia de 2.800 a 3.800 dólares, dependendo do país e do número de dependentes do voluntário. Além disso, as despesas de transportes são pagas pela organização, além de um seguro de saúde integral para caso de emergências. Para se candidatar, é preciso ter diploma de graduado para grande parte das posições. Uma vez contratado, o voluntário vai exercer praticamente as mesmas tarefas dos outros contratados. Não há discriminação por contratos. Que dicas você daria para os estudantes que tem interesse em trabalhar com diplomacia internacional? Você diria que há um perfil específico para esse tipo de trabalho?Por mais clichê que seja, a dica é: estude, leia e converse em outras línguas. Escute, fique atento. Tente ler o máximo possível sobre as áreas de interesse (África, Ásia, América Latina). Se meta em grupos de discussões, tente se familiarizar com os temas e termos. Tente ler e escrever em inglês ou francês, monte um blog, fale com estrangeiros. Tente sempre perceber do ponto de vista de onde você veio: muita coisa do que a gente aprende no sertão, na sala de aula ou numa conversa no interior do Ceará pode ser vital para entender dinâmicas fora. Junte grana para viajar ou se arrisque como mochileiro. Não acredito que existe um perfil específico para trabalhos internacionais, mas sem dúvida é preciso persistir na área se há interesse. Nunca desista se ouvir “não” umas 30 vezes.

Uma jornalista em Missão de Paz das Nações Unidas