aventuras do lobisomem banana

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Do autor premiado da série Diário de um vampiro banana, uma nova aventura com uma dose extra de mordidas! Luke Torpe é um lobisomem de 15 anos. Ótimo aluno em matemática e péssimo em educação física, ele não é o tipo que você pode esperar ver uivando para a lua cheia. Ainda que ele se veja fazendo exatamente isso – e outras coisas cabeludas – enquanto descobre sua identidade: ele é um lobisomem adolescente. Nesse brilhante e divertido diário, Luke descreve os fatos inusitados que marcam sua nova vida, como embarcar em uma extraordinária aventura, que o coloca em contato com alguns dentuços familiares... Luke irá triunfar diante de seus inimigos? Só tem um jeito de saber! “Fantástico e astuto, um grande entretenimento”, Gooddreads.com.

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de umde umde umde umde umde umde umde um

Lobisomemde umde umde um

LobisomemLobisomemLobisomemLobisomemBananaBananaBananaBananaBananaBananaBananaBananaBananaBanana

de umde umde umde um

S Ã O P A U L O 2012

Pelos, por que temê-los?

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Segunda-feira, 9 de abril

São cinco da manhã e acabei de acordar e encontrar meu quar-

to destruído. Minha estante de livros está derrubada, meus

jogos, espalhados por todo o chão, e minhas anotações de estudo

estão em pedaços.

Deve ter sido um ladrão. E se ele ainda estiver na casa?

Devo ir lutar com ele. Acho que vou vigiá-lo heroicamente.

Pensando bem, acho que vou apenas esperar aqui um pouco mais.

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Isso é estranho. Acabei de descer e descobri que nada foi danifi-

cado. Nenhuma janela quebrada, nenhuma fechadura arrombada

e nada estava faltando.

Acho que eu mesmo é que quebrei as coisas. Que outra explica-

ção pode haver?

Já achei a solução. Devo ser sonâmbulo. Meu Deus, por que isso está

acontecendo agora, bem antes do vestibular?

Está bem, preciso me acalmar. Tenho certeza de que foi um

incidente isolado causado pelo estresse do estudo. A escola come-

ça de novo amanhã. Preciso esquecer isso.

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Nesta manhã, entrei na escola como se nada tivesse acontecido.

“Eu não sou do tipo de esquisito que destrói o quarto no meio da

noite”, disse a mim mesmo. Tenho quinze anos, acredito que vou

tirar notas excelentes no vestibular, e já conquistei o respeito

dos meus colegas.

Conforme entrava pelos portões da escola, o Tyson, da minha

sala, gritou:

- Cenourinha!

Certo, aquela parte sobre o respeito dos meus colegas não é

inteiramente verdade. Mas deveria ser. Sou monitor da turma e

presidente e membro fundador tanto do clube de xadrez quanto

do clube de debates. E mesmo assim meus colegas imaturos insis-

tem em me ofender por causa da cor do meu cabelo.

Temos uma tradição na nossa escola em que todos colocam as

mãos em volta do pescoço e gritam: “já era!” se você não respon-

der rápido o suficiente a um insulto. Para evitar isso, preparei

algumas respostas:

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Eles: - E aí, cabeça de cenoura?

Eu: - Na verdade, a cabeça da cenoura é verde, e não laranja.

Eles: - Você tem tomado muita fanta?

Eu: - Bebidas com açúcar não afetam a cor do cabelo, ainda que cau-

sem acne e obesidade, então talvez sejam vocês que as têm tomado.

Eles: - Sua mãe é o Rony Weasley?

Eu: - Não. A sua é o Hagrid?

Logo nada disso vai importar. Meus colegas ignorantes vão bom-

bar nas provas e se encaminhar para as casas de caridade mais

próximas, enquanto eu vou estudar em uma universidade e ter

uma carreira política gloriosa. E meu primeiro feito será trans-

formar o ato de provocar alguém pela cor do cabelo um crime

oficial de ódio.

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Terça-feira, 10 de abril

Acabei de acordar no meio de um pesadelo horrível. Estava

abrindo um presente de aniversário da tia Susan e do tio Derek.

Quando rasguei o papel de presente, vi que era um pacote de

biscoitos de cachorro. Geralmente, sou bom em fingir gostar de

presentes péssimos. Mas, no meu sonho, o presente me fez ter um

surto de raiva rosnante e eu... meio que... comi eles. Foi bem vio-

lento. Se tivesse aparecido na televisão, eu teria mandado uma

carta para reclamar do nível inaceitável de violência.

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Então, imaginei que tinha acordado e meu corpo estava tão

comprido que meus pés estavam saindo para fora da cama e meu

pijama estava esticado até quase rasgar. Mas isso deve ter sido

parte do sonho, é claro.

Talvez eu ainda esteja sonhando agora. Talvez em um minuto eu

me encontre, de alguma forma, na minha antiga escola primária

com o homem da banca de jornal e o Gandalf.

Preciso me concentrar. Acho que vou decorar a tabela periódi-

ca. Vai fazer tudo ficar melhor.

Estudamos sobre o Tratado de Versalhes na aula de história de

hoje, e eu tinha lido o livro antes, então pude responder a todas

as perguntas.

Depois de uma breve introdução, o professor Jordan perguntou

se alguém sabia as cláusulas do Tratado. Eu sabia todas e estava

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prestes a responder quando percebi que minhas mãos estavam

cobertas de pelos grossos e alaranjados.

Foi tão estranho. Os pelos não estavam lá quando eu passei

creme hidratante pela manhã. Ainda assim, parecia que eu es-

tava usando luvas de lã.

A pior coisa é que eu acho pessoas muito peludas nojentas. Uma

vez um homem que me serviu um sorvete tinha as mãos bem

peludas, e eu não consegui comer a casquinha porque ele a tinha

tocado.

Enfiei minhas mãos debaixo das axilas e ouvi, frustrado, meus

colegas tentando adivinhar as

cláusulas do Tratado. Queria

poder levantar minha mão, mas

sabia que meu orgulho em

responder à pergunta

seria ofuscado pela

vergonha dos meus

punhos peludos.

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