nunca chores lobisomem

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Ok,talvez Shelby tenha cometido alguns erros com garotos ultimamente (como ela saberia que Wes tinha "pegado emprestado" aquele Porsche do vizinho de ferias. Mas a madrasta dela exagera totalmente quando pega Shelby num beijo, depois do toque de recolher. De repente os planos de verão de Shelby estão totalmente fora de questão,e ela é mandada para um acampamento. Adeus vestido de baile, e olá botas de caminhada. As coisas começam a melhorar, apesar de que,quando Shelby conhece o companheiro de acampamento, filho de uma estrela do Rock, com sotaque britânico, moreno dos olhos castanhos, usando uma jaqueta de couro e botas de motoqueiro, Austin Bridges III. Mas logo ela percebe que há mais em Austin que uma atração por bad boys—a família dele tem um segredo sombrio;e ele quer que Shelby ajude a guardá-lo. Shelby sabe que ela não deveria se meter com outro Bad Boy... mas quem é ela para virar as costas para um cara bonito que precisa de ajuda? Uma coisa é certa, aquela maldita lua cheia,m

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NEVER CRY WEREWOLF

HEATHER DAVIS

Ok,talvez Shelby tenha cometido alguns erros com garotos ultimamente (como ela saberia

que Wes tinha "pegado emprestado" aquele Porsche do vizinho de ferias. Mas a madrasta

dela exagera totalmente quando pega Shelby num beijo, depois do toque de recolher. De

repente os planos de verão de Shelby estão totalmente fora de questão,e ela é mandada para

um acampamento.

Adeus vestido de baile, e olá botas de caminhada.

As coisas começam a melhorar, apesar de que,quando Shelby conhece o companheiro de

acampamento, filho de uma estrela do Rock, com sotaque britânico, moreno dos olhos

castanhos, usando uma jaqueta de couro e botas de motoqueiro, Austin Bridges III. Mas

logo ela percebe que há mais em Austin que uma atração por bad boys—a família dele tem

um segredo sombrio;e ele quer que Shelby ajude a guardá-lo. Shelby sabe que ela não

deveria se meter com outro Bad Boy... mas quem é ela para virar as costas para um cara

bonito que precisa de ajuda?

Uma coisa é certa, aquela maldita lua cheia,magica e linda está prestes a mete-la em

encrenca novamente.

CREDITOS

COMUNIDADE TRADUÇÕES DE LIVROS

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=25399156

TRADUÇÃO: LETICIA

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=1371502774288043338

TRADUÇÃO: DENISE

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=18106861368251581692

REVISÃO: MICHELLE

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=17238542835131476506

CAPITULO 1

O luar tem poderes especiais. Até em Beverly Hil‘s, onde tudo brilha sendo real ou falso, há algo

mágico sobre aquela grande lua cheia. Ela pode te fazer agir como louco, correr um risco que você nunca

consideraria correr na luz do sol, ou até mesmo ficar de joelhos. A luz da lua pode mudar completamente

sua vida. E tudo começa tão simples.

Você. Ele. A lua. Vocês estão fritos.

Pegue uma noite de luar em abril passado, por exemplo. O jardim praticamente brilhava com a

magia da lua. Senti tudo isso ao meu redor, terminando.

O garoto do momento era Josh Tilton,o senior da minha aula de artes do quarto período,

parecendo HO TÃO DELICIOSO, de Levis* (é uma calça Jeans) e uma camiseta cinza. Cheio da magia

da lua nele mesmo, Josh parou por uma de nossas premiadas roseiras e arrancou um perfeito botão branco.

―Pra você, Shelby,‖ ele falou, a voz dele era apenas acima de um sussurro.

Isso foi muito mais romântico que o jeito dele compartilhando sua pipoca comigo no Cineplex mais

cedo naquela noite.

Na verdade foi assim, o momento mais perfeitos de todos, então eu não contei a ele que minha mãe

iria surtar quando ela notasse a flor cortada. Em vez disso, eu cheirava a rosa, enquanto eu observava os

olhos azuis de Josh brilhando ao luar. O sentimento de pura alegria no meu estômago se intensificou. Pura

magia.

"Então", ele sussurrou, "você quer ir ao baile?"

Hum, você é uma gracinha-dã! Eu respirei fundo e disse: "Isso seria tão..."

De repente os sprinkler* começaram a espirrar.

*(são os borrifa dores ou chuveiros automáticos que ficam no teto pra caso de incêndio mas no caso seria

aqueles regadores automáticos que ficam na grama, não existe palavra no português especifica para isso,

deixei no inglês mesmo)

―Droga!‖ Eu gritei. Como uma idiota, Eu fiquei lá cegamente tentando bater pra longe a água até que

Josh puxou minha cara pra fora do tick-tick-tick do spray e nós nos escondemos de baixo da Laranjeira que

separava o jardim do gramado.

Água fria do meu cabelo escorria nas minhas costas, mas eu estava tão envergonhada por meus

sprinkler dançarinos, eu fingi que não me importava. ―Bom, aquilo foi refrescante,‖ eu disse com um riso

forçado. Meu coração martelava no meu peito, mas eu não sabia se era pela humilhação ou pela

proximidade de Josh

―Seu jardineiro tem um timing perfeito,‖ ele disse, encostando seu polegar na minha bochecha,

enxugando a água. Pequenas gotas cintilavam de seus cílios no momento em que ele olhava para meus

lábios. Ah, cara. Ele queria me beijar. ―Então, você quer?‖

Eu sabia que ele estava falando sobre o baile, mas eu estava focada nos lábios dele. ―Hãa. Quero

dizer, sim,‖ Eu resmunguei.

E então ele fez. Inclinou-se para um beijo. Um beijo que eu estive rezando para acontecer desde o

primeiro dia de primavera. Um beijo que eu sabia que seria o mais romântico de todos...

―Você não pode entender uma dica?‖ A voz da minha madrasta cortou inteiramente a mágica luz do

luar. ―Ou eu preciso pegar a mangueira?‖

Priscilla sorriu vagamente para Josh. ―Isso não é necessário. Eu vejo exatamente o que está

acontecendo aqui. Romeo, você pode pegar a estrada. E Shelby, você vem comigo.‖

Em exatos 60 segundos, Priscilla me tinha em casa e suando embaixo de um lustre de cristal que

agora me lembrava de uma lâmpada pendurada numa sala de interrogatório em uma delegacia de policia.

No vestido preto apertado de mais que ela usou no jantar com o meu pai. Priscilla rodeou a mesa de jantar

como um interrogador experiente. ―Seu pai vai ficar muito desapontado,‖ ela começou. ―Esta é uma clara

violação das regras da casa.‖

Eu levantei minha cabeça ouvindo. Sim. Os irregulares roncos do meu pai flutuaram pra baixo da

suíte master lá de cima. Meu palpite era que Priscilla tinha se voluntariado para a função de guarda. Afinal,

ela esteve de olho em mim desde o momento em que se casou com meu pai ano passado. E quanto mais

ela observava, mais eu tentava dar a ela algo para observar.

―Este é o golpe final,‖ ela disse,apontando pra mim com uma de suas unhas vermelhas que pareciam

de bruxa. ―Seu pai distintamente falou para você nada de namoro. Uma regra justificável depois do último

incidente com aquele garoto Sawyer.‖

Sim. O último incidente. Wes Sawyer. Ela não precisava me lembrar. O sermão de duas horas de

meu pai sobre confiar nas pessoas erradas foi o bastante. E, sério, como eu ia saber que o Porsche pertencia

aos vizinhos de férias de Wes? Wes tinha me escolhido para ajudar na sua prova final de Biologia porque

ele estava a beira de reprovar na matéria. Mas aparentemente isso não valeu nada depois de nossa parada

para pegar um lanche no In-N-Out Burger*(é uma lancheria). Os tiras não haviam gostado das janelas

embaçadas do Porsche. Nem meu pai.

Inclinei-me para trás na cadeira da sala de jantar e dei a Priscilla meu melhor olhar ‗manda-ver‘.

―Sim. Obrigado por aquilo. Wes ‗ama‘ aquela academia militar. Aparentemente, ele está concorrendo a

cadete honrado este mês‖

Os olhos carregadamente maquiados de Priscilla estreitaram. ―Muito engraçado, mas eu duvido que

você vá sair de novo‖

―É cedo de mais pra dizer.‖ Eu dei meu melhor olhar maligno—mas ela, sendo uma completa

profissional, retornou um, duas vezes mais feio. O concurso de olhar maligno apenas terminou quando nós

percebemos meu pai, em seu roupão e pantufas, bocejando na porta.

―O que esta acontecendo?‖ ele perguntou. ―Shelby, você chegou agora? Que horas são?‖

―Meia noite e treze.‖ Priscilla respondeu rapidamente.

―Você está uma hora atrasada?‖ Meu pai coçou seu cabelo, que ficou pra cima em todos os ângulos

possíveis como o cabelo de um cientista maluco. Tipicamente, papai nunca se lembrava de coisas simples—

como escovar seu cabelo, comprar leite, colocar gasolina no carro, ou alimentar o peixinho dourado. Mas,

desde sua grande descoberta química, ele podia pagar pessoas para fazer aquelas tarefas numa base diária.

Bem, exceto por escovar o cabelo.

―Hey, pai,‖ Eu disse, preparando mentalmente minhas defesas. ―Tecnicamente, eu cheguei em casa

uma hora atrás. Eu estava lá fora no jardim, mas eu estava em casa.‖

Priscilla sacudiu a cabeça. ―Com um garoto.‖

―Veja pai -‖

―Ao luar,‖ ela adicionou lançando a ele um olhar esperto.

Papai suspirou em alto e bom som. ―Shelby, nós já tivemos essa conversa.‖

Eu levantei uma mão. ―Antes de você começar, ele não é nada parecido com Wes. Josh é responsável, eu

juro. E ele realmente precisava da minha ajuda hoje a noite.‖

―Shelby, você não tem que salvar o mundo por si mesma.‖ Disse papai. ―Seu coração está no lugar

certo, mas as vezes a sua primeira impressão sobre esses garotos não são confiáveis.‖ Ele puxou uma cadeira

da mesa de jantar e sentou na minha frente.

―Sobre o que você está falando? Eu tenho excelentes instintos para pessoas.‖ Eu gesticulei em

direção a Priscilla com minha cabeça para falar EU TE AVIZEI SOBRE ELA, mas papai me ignorou.

―Você não pode cair de cabeça e se esquecer de considerar as conseqüências. Você tem que ser

responsável.‖ Ele estava me dando sua cara de cientista. Aquela que sempre me fazia sentir como algum

tipo de rato de laboratório. ―Você supostamente deveria estar trabalhando em balancear os prós e os

contras e duas escolhas diferentes.‖

―Eu fiz pai. Josh precisava de ajuda para fazer os pôsteres para a campanha de caridade de lavar

carros do próximo fim de semana. Nós vamos arrecadar dinheiro para um abrigo de animais.‖

Papai franziu suas sobrancelhas para mim. ―E você fez os pôsteres?‖

―Mais cedo, sim. Eu não achava que era grande coisa.‖

―Então não foi como na vez que você ajudou aquele garoto Sam com os pais Mark Twain dele?‖

Eu balancei minha cabeça. ―Pai, sério, não Mark Twain. Jane Austen.‖

Papai suspirou. ―O que eu quero dizer é, você não estava na casa de Josh sem supervisão? Os pais

dele estavam em casa?‖

―Hãã...bem—‖

Priscilla balançou sua cabeça. ―Vamos para o problema real. Você mentiu Shelby. Você nos falou

que você foi fazer pôsteres com seus amigos e então você iria ao cinema com a Lauren.‖

―Ela estava lá. Era um grupo de grande, pai. E além disso,eu nem te contei a melhor parte—Josh

quer que eu vá ao baile com ele. Josh Tilton! Ele é tipo o cara mais esperto da escola. Vai pra Harvard ou

algo do tipo. Eu juro.‖

―Shelby.‖ papai disse, pontuando isso com um longo suspiro e olhando para Pão de mel. ―Você não

vai ao baile. Eu temo que eu não possa permitir isso. Não depois da travessura de hoje a noite.‖

―Travessura? Fazer pôsteres para cachorros sem casa não é travessura.‖

Papai me deu um olhar duvidoso.

―Não é como das outras vezes, ok? Por favor, não tire o baile de mim, eu achei esse vestido incrível

na Fred Segal. Seria tão perfeito.‖ Eu me imaginei no vestido. Pétala de rosa e comprido até o chão

camuflariam totalmente minhas pernas de cegonha e faria meu peito parecer bonito, que era enorme pra

mim. Quando você é feita como uma vareta, um vestido tão bom nunca é fácil de achar.

―Shelby, você é apenas uma estudante do segundo ano. Haverá outros bailes.‖ Priscilla deu de

ombros. ―E enquanto nós estamos no assunto sobre roupas, esse visual não é apropriada para a sua idade.‖

Minha boca caiu aberta. Eu estava usando uma camisa com um bolero rendado e uma mini saia.

Não era nada tão vulgar comparado as roupas de Priscila. Quer dizer, se eu quisesse ir toda gostosa,eu teria

pegado emprestado o vestido decotado* (é um vestido com decote em V) dela como eu fiz da última vez

que eu sai furtivamente para aquele clube no Sunset. Assim como foi, eu me vesti como meus amigos da

escola. Não somos super espertos nem nada. Nós definitivamente não somos dramáticos ou pessoas de

bandas. Alguns de nós vamos aos jogos do time de futebol, mas principalmente nós vamos assistir e

tínhamos encontros. Bem, a maioria dos meus amigos vai e eu tinha encontros. Nós estávamos na loucura

da popularidade, a loucura que aquele dinheiro sempre proporciona. Naquela loucura você tem que ter

consciência fashion, mas eu não ia me torna estereótipo de Beverly Hills, O fato de que eu ainda era

morena provava totalmente isso. Mas eu acho que Priscilla pensava que eu deveria me vestir como uma

freira ou algo do tipo.

Priscilla divertiu-se sobre meu silencio atordoado. ―Você deveria estar se apresentando com uma

dama e—‖

―Porque você não se senta, pão de mel.‖ papai disse, finalmente calando Priscilla.

Ela relutantemente deixou-se cair em uma das caras cadeiras estofadas.

―Shelby,‖ papai disse, ―nós confiamos em você, para estar onde você disse que iria estar, e com

quem você disse que estaria. Confiança é uma coisa frágil.‖

―Posso dizer alguma coisa?‖ Priscilla sorriu, seus dentes brancos, que contra o vermelho sangue se

seu batom fez ela parecer como uma vampira pronta para se alimentar. ―Essa situação toda é muito

desapontadora. Eu não posso acreditar que você esta manipulando seu pai desse jeito. Shelby.‖

Manipulando? Isso foi interessante vindo dela. Priscilla era quem tinha se jogado em papai na

convenção de cirurgia plástica onde ele estava revelando sua droga milagrosa e então manipulou nossas

vidas.

Meu pai é um cara simples, talvez por isso ele estivesse muito encantado pelo trabalho feito nos

peitos de Priscilla e suas roupas chamativas para ver quem ela realmente era. Desde que minha mãe tinha

morrido três anos atrás, meu pai tinha faltado seriamente no departamento de encontros. Ele estava maduro

para o garimpo de ouro e Priscilla sabia disso.

Menos de quatro meses depois de se conhecerem, assim como as ações da companhia do meu pai

subiram, fazendo dele o primeiro multimilionário na nossa vizinhança de Milwaukee. Priscilla o convenceu

a casar com ela num engomado, grande casamento adequado para o canal E!*(canal da T.V a cabo, no

Brasil passa pela SKY). Mas sua maior manipulação foi convencer meu pai a nos afastar de minha vida e

amigos para essa fortaleza em Beverly Hills. Quando eu perguntei por que nós tínhamos que ir; meu pai me

respondeu que nós precisávamos de um novo começo. Mas eu sempre pensei que foi porque Priscilla

ficaria mais perto de seu cirurgião plástico. ―Está tarde,‖ meu pai disse, coçando seu cabelo

despenteado de novo. ―Você deveria ir pra cama, Shelby. Todos nós deveríamos.‖ Eu dei de ombros.

―Sim. Vamos continuar essa discutição de manhã. Lembre querido,nós temos algumas ‗opções‘ ‖

Priscilla disse,dando a meu pai um olhar esperto. Antes que eu pudesse perguntar sobre o que era aquilo,

ela o levou rapidamente da escadaria para a cama.

Fui deixada pensando o que ela queria dizer por ―opções‖. Infelizmente, isso não seria muito antes

de eu descobrir.

Eu dormi mal naquela noite. Espiando pela minha janela, a face da lua cheia me manteve acordada

como um grande relógio iluminado. De novo e de novo, eu pensava sobre o que Priscilla estaria

planejando. Quer dizer, eles já tinham tirado o baile. O que mais eles poderiam fazer?

Não era como se eu fosse má. Claro, eu saia até tarde as vezes,mas era só porque eu não conseguia

ficar perto de Priscilla, especialmente quando ela estava se jogando em cima do meu pai. E eles não

precisavam continuar a falar sobre sair com garotos. Eu tenho notas boas, então não era minha culpa que os

caras da minha escola queriam ajuda e que as vezes eu me distraio e perco a hora. Eu não penso que tenha

algo de errado em ajudar alguém, especialmente um cara bonito.

Que fique atordoada, eu estava tentando ser mais responsável ultimamente. Eu agora sabia que sair

de fininho de casa para ajudar alguém em um trabalho de história de última hora, poderia se tornar um

passeio. Eu descobri que ensinar um running back* do time de futebol, pode levar a ser pego dando uns

amasso na sessão de referências da biblioteca. Eu entendi totalmente. E agora que eu estava tentando seguir

as regras, uma simples caminhada ao luar tinha arruinado tudo

*(posição de um jogador no futebol americano)

E quanto a Josh Tilton? Eu duvidava que ele estivesse em algum tipo de problema. Eu era quem

levava a culpa por um garoto que se atreveu a desrespeitar as regras e me fazer quebrar meu toque de

recolher. A vida era tão injusta.

Priscilla e meu pai estavam no quiosque comendo o café-da-manhã quando eu finalmente desci na

manhã seguinte. Contra o veludo verde do gramado atrás deles, eles parecia a foto do casal perfeito, na suas

caras roupas de jogar tênis. Eu não tinha nem escovado o cabelo.

Eu caminhei até a mesa e me joguei numa das cadeiras brancas de ferro.

―Aqui está minha bela adormecida,‖ meu pai disse.

Eu dei a ele um meio sorriso. Ele não me chamava de ―bela adormecida‖ há muito tempo.

―Aqui vai,‖ ele disse, me dando um copo de suco de laranja recém espremido que ele tinha

despejado da jarra de cristal sobre a mesa.

Priscilla baixou sua revista de moda e me deu um sorriso superficial. ―Bom dia, Shelby‖

―Oi.‖ Tomei um gole de suco e procurei por um pedaço de torrada.

Papai passou a geléia de morangos sem eu nem perguntar. Cobri minha torrada com ela e então

parei. Estava muito quieto. E todos estavam sendo muito legais. Era estranho.

―Ok. O que está acontecendo?‖ eu disse, abaixando minha torrada e a minha faca.

Meu pai limpou a garganta. ―Pão de mel e eu achamos que você precisa de umas férias.‖

―O verão está quase chegando pai, eu vou pegar umas férias de dois meses.‖

―Não,‖ Priscilla disse, prendendo uma mecha de seu cabelo preto atrás da orelha. ―O que seu pai

quer dizer é umas férias de nós‖

―Eu vou ter férias. Meus amigos e eu estávamos falando sobre uma viajem ao Cabo.‖

―Não.‖ Priscilla colocou uma mão sobre a de meu pai. ―Eu temo que não. Mike?‖

―Ah... nós temos falado sobre isso,‖ meu pai disse, ―e nós achamos que talvez um tempo longe com

aconselhamento e ar fresco seria ideal.‖

Meu coração começou a esmagar. ―Aconselhamento?‖

Papai assentiu. ―Um tempo para gastar trabalhando em si mesma.‖

―Sim,‖ Priscilla disse num tom sedoso. ―Num programa de alta categoria numa unidade exclusiva.‖

Oh, droga. Ela queria dizer acampamento de pirralhos. Eu me lembrei das histórias da escola sobre

os adolescentes que eram mandadas para caminhar nas montanhas no verão num daqueles programas de

―alta categoria‖ Eles voltavam com lavagem cerebral, tipo pessoas totalmente diferentes. Eu tenho certeza

que era justo isto que Priscilla esperava.

Enquanto eu surtava mentalmente, Priscilla calmamente enfiou a mão na sua bolsa e tirou um

monte de lustrosos panfletos. Ela os abanou na mesa na frente de meu pai e eu. ―Meu favorito destes é o

Red Canyon Ranch, um instituto de capacitação pessoal no deserto Utah.‖

―Espere. Pai, você realmente acha que eu deveria ir a um acampamento de

pirralhos?‖ Eu não conseguia tirar a raiva da minha voz. Ninguém nunca me chamou de pirralha.

Certamente não meu pai, que até Priscilla hipnotizar-lo, tinha sido quase razoável.

―Eu preciso ser capaz de confiar em você de novo. Algum tempo longe pode ser bom.‖ Meu pai

olhou pra baixo para a mesa, como se estivesse envergonhado de fingir aceitar o falso motivo de

Priscilla.‖Um acampamento assim pode ajudar a ensinar você algumas habilidades para a vida, dar a você

alguma perspectiva.‖

―Obrigado. É realmente bom ter seu próprio pai te jogando para as cobras,‖ eu disse, em total

descrença que ele estava me mandando para um acampamento.

Papai pegou meu olhar por um momento, parecendo que queria dizer alguma coisa. Eu esperava

que ele fosse me dizer que isso tudo foi uma má idéia e era apenas para esquecer isso. Mas ele não fez. Ele

olhou pra mim de um jeito triste e cansado; um jeito que parecia dizer que ele não sabia mais o que fazer

comigo. Machucou ver aquilo nos olhos dele.

Eu peguei um dos panfletos, assim eu não teria que encará-lo.

―Talvez pudesse ser divertido,‖ ele disse.

Hã. As crianças no panfleto do campo SweetWater me fizeram estremecer. Eles pareciam como se

estivessem numa mira e forçados a sorrir.

Mas papai não parecia incomodado. ―‗Nestled nas majestosas montanhas do sudeste de Montana

,acampamento SweetWater é a mais eficaz terapia longínqua para Adolescentes do país.‘ Seria bonito lá em

cima,‖ele disse, com o que eu rezava que fosse falso entusiasmo.

Eu folhei mais alguns folhetos, e então finalmente peguei o folheto do Red Canyon. ―O favorito de

Priscilla diz ‗exercícios de treinamento‘. Corrida de 8 Km no deserto? Parece mais como o inferno na

terra.‖

―Shelby, o linguajar,‖ sussurrou Priscilla. ―E o ar do deserto pode ser realmente maravilhoso com

para a sua pele. Pessoas pagam milhões para se exercitar em spas no deserto.‖

―Não é um SPA, esse é o problema.‖ Eu olhei para ela e então me voltei para meu pai. ―Você quer

me fazer correr no deserto? Eu sou tão ruim assim?‖

Ele não respondeu, apenas continuou folhando os folhetos. ―Nado, artes e aulas com arco e flecha,‖

ele disse com um sorriso esperançoso. ―Parece um acampamento normal.‖

―Acampamentos normais não dão terapia com treinamento neles‖ eu disse.

Meu pai recuperou sua expressão séria. ―Aqui, ouçam este: ‗Campistas aprendem auto-respeito e

disciplina junto com a alegria de ajudar os outros. Depois de experimentar projetos de serviço comunitário,

nossos graduados continuam a levar vidas produtivas cheias de valores Americanos‘‖

―Disciplina? Projetos de serviço comunitário?‖ Eu estremeci, me imaginando num ridículo e

chamativo uniforme laranja colhendo lixo pelo lado da estrada. ―Verão é pra ser divertido‖

Meu pai afagou a minha mão. ―Continue olhando. Haverá um que você vai gostar.‖

―Eu já liguei para Red Canyon,‖ Priscilla disse num tom alegre. ―Eles tem um lugar pra você se você

quiser tentar. Um pouco de disciplina e condicionamento físico vão ser bom pra você.‖

―Eu quero que você de uma opinião nisso, Shelby. Escolha aquele que você acha que gostaria,‖ meu

pai disse dando um sai pra lá em Priscilla. Relutantemente, eu comecei a ler seriamente os

panfletos. Acampamento após Acampamento prometendo transformar adolescentes em bem ajustados até

o fim do verão. Listas de desordens e problemas que eles iriam tratar. Lustrosas fotografias de imaculados

campistas e quartos que pareciam barracas. Meu estomago sentia-se mais doente assim como os minutos

passavam.

Finalmente, depois de descartar mais alguns com fotos de crianças sorrindo como marionetes, eu

peguei um folheto com montanhas na frente.

Oculto na floreta de Oregon,o acampamento crescente é uma facilidade exclusiva adepto aos individuais.

Nós nos esforçamos não para mudar jovens no que alguns de seus pais acham que devem ser, mas em

aprofundar seus conhecimentos sobre quem são. Transformações acontecem todo o verão no

acampamento Crescente através de atividades tradicionais de acampamento e uma variedade de exercícios

de expressões artísticas.

Soltei um suspiro profundo. ―Ao menos este não parece com tortura ou lavagem cerebral‖

―Acampamento Crescente é um bom começo.‖ Priscilla disse com um dar de ombros. ―Mas talvez

não tenha a disciplina que você precisa. Eu vou guardar um lugar no Red Canyon pra você.‖

―Que tal nenhum deles?‖ eu disse, começando uma última tentativa desesperada. ―Eu sei que não

tenho sido a filha perfeita ultimamente, mas—‖

Priscilla fingiu uma tosse e inclinou seus olhos em direção a papai.

Eu tentei ignorá-la, percebendo que eu estava lutando por mais que um verão. ―Olhe, eu vou tentar

seguir todas as suas regras. Eu vou tentar ser legal com a Pão de mel. Por favor não me faça ir.‖ Mas quando

eu disse essas palavras,eu sabia que era tarde de mais.

O sorriso de Priscilla me disse que eu já estava acabada.

CAPITULO 2

As últimas semanas de escola se foram, o baile de formatura veio e foi Josh Tilton que levou Sophie

Brewer, vice-presidente de sociedade de honra e a minha vida despreocupada moveu-se em ladeira a

baixo. A magia da lua teve totalmente diminuída.

Assim, na segunda semana de junho, eu encontrei-me numa confusão de adolescentes em torno do

encontro para o acampamento crescente, o ônibus estava em uma vaga que se instala no aeroporto

Portland. Como eu procurava na minha mochila um chiclete, não percebi que uma menina de óculos de sol

puxou minha manga. Ela me lembrou de um elfo. Não é da altura do tipo Senhor dos Anéis, sim a espécie

dos ajudantes do papai-noel.

Seu rosto empalideceu minúsculo contra seu cabelo preto-azulado quando ela perguntou, "Você não

estava no meu vôo de LAX?

Eu assenti. Eu tinha notado a sua leitura de uma cópia do Paris Match algumas poltronas longe de

mim no avião. "Sim, fui eu", disse.

Ela assentiu com a cabeça para trás, em seguida, olhou para a chuva de verão caindo na calçada

quente, aparentemente ignorando-me agora que ela sabia onde eu estava. Tanto para conversação relativa

aos elfos.

Para passar o tempo, eu passo gloss e afofo meu cabelo, usando o meu espelho para verificar os

caras atrás de nós na fila. Alguns deles tinham potenciais, especialmente um cara alto e loiro que se parecia

com Brad Pitt quando piscando com muita força. Mas lembrei, a última coisa que eu precisava pensar eram

os garotos. Eu tive que prometer ficar longe de garotos durante o verão e ficar longe de qualquer coisa

semelhante a areia do deserto e uniformes militares.

A linha avançou para frente, colocando-me na frente do compartimento de bagagem, que

transbordou com malas de viagens cara Louis Vuitton*(grife famosa). Eu entreguei minha mala vermelha

bem americana de turista simples, ao cara cheio de espinhas encarregado de guardar as malas.

" Ovelhas", disse a garota elfo, arrastando um carrinho de bagagem do aeroporto em direção ao rapaz.

"Hãããã?"

"Eles compram a grife como ovelhas." Ela deu de ombros. "Como se

ele realmente se importa como as nossas coisas de acampamento são guardadas."

"Fácil para você dizer", disse uma garota ruiva, parada a nossa frente. "Quando você é um bilionário,

eu acho que as primeiras impressões não importam." Ela empurrou uma enorme mala de viagem marcada

com monograma*(nesse sentido são as iniciais gravadas na mala) em direção ao bagageiro, em seguida

estudou o meu rosto branco. "Ela é Ariel DeVoisier? A herdeira de perfume? "

"Hã". Pisquei para ela. "ótimo". DeVoisier? Eu tinha visto o nome no balcão de maquilagem, mas a

garota elfo não pareceu tão fascinada ou algo do tipo. Seu casaco preto foi abotoado todo abotoado, e a sua

cor bronzeada estilo californiana foi bastante normal. Os seus óculos escuros realmente tiveram pequenas

imitações de diamante nas laterais, entretanto.

Enquanto isso, a ruiva sorriu. ―Sou a Jenna Grant. Meu pai tem bens e imóveis em South Beach*.‖

Ela fez uma espécie de pirueta, exibindo a sua jaqueta tom de rosa-chok a sua correspondente mini bolsa.

"Prada*(grife famosa)". *( South Beach é conhecido mundialmente, como Miami, no estado americano da

Florida.)

"Bonita", eu disse dando de ombros. Era uma roupa bonita e tudo, mas não o melhor para

acampamento, obviamente. Além disso, eu não estava muito impressionado com a coisa toda

―Prada‖. Quero dizer, seriamente, um ano atrás, quando eu morava em Milwaukee, os meus amigos todos

fizeram compras na Old Navy. Ninguém se preocupava com o que você usou, só se você olhasse bem nele.

Jenna me olhou de cima a baixo, como se estivesse tentando usar a visão de raios-X para verificar o

meu rótulo. "Sinto muito - E você é? "

De seu tom de QUEM É VOCÊ PRA ME OLHAR DESSE JEITO, imaginei que ela não estava

satisfeita com a minha reação medíocre ou com a minha roupa, shorts American Eagle, camiseta Roxy Zip,

e tenis. Rótulos à parte, eu não sou nenhuma fashionista ou nada.

Alguns princípios básicos de maquilagem, alguns destaque para clarear em cima do meu cabelo

marrom maçante, e estou bem para ir. Eu dei-lhe um sorriso confiante e disse: "Eu sou Shelby Locke."

―Espere — de Locke Cosmeceuticals*?‖ respondeu Jenna em uma voz sem fôlego.*

(Cosmeceuticals é a nova onda no cuidado de pele. São híbrido cosmético-farmacêuticos tópicos

pretendidos realçar a saúde e a beleza da pele.)

"É. E então? "

"Não brincaaaaaaa!" Os olhos de Jenna alargaram-se. ―Minha mãe tem confiança na Re-

Gen*(tratamento de pele) . Aquela gente usa Botox, pessoas estão perdendo uma fortuna com isso.

Re-Gen, inacreditável‖.

De repente, a fila inteira de adolescentes agrupou-se em volta de mim, falando sobre a Re-Gen.

Ariel foi para traz, parecendo o único ser não interessado na droga de cirurgia plástica de meu pai.

Entretanto, todo o mundo foi bate-papo sobre cirurgiões plásticos dos seus pais ou alguém que eles

conheciam e quem quis a Re-Gen. Foi assustador. Pelo menos na minha escola, todos estavam acima de

tudo, fama dinheiro ou qualquer coisa.

Minhas bochechas ficaram quente, eu me afastei da multidão. "Não é grande coisa," eu disse.

―Meninos e meninas, temos de manter a entrada em ordem.‖ Um velho, tipo com um bigode e uma

cerveja, a barriga mal escondida por uma camisa de pólo acampamento crescente bateu as suas mãos perto

das portas do ônibus. ―Em fila, agora!‖

Resmungando, todo mundo retornou de voltou no lugar. ―Deste

modo, você é, como, uma celebridade,‖ resmungou Ariel. ―Oba para você.‖

"Sim", eu disse, erguendo uma sobrancelha para ela. "Oba para mim, Miss Bilionária".

Ariel se escondeu atrás de sua reta franja negra, mas eu vi o seu sorriso.

Depois de ouvir sobre a Re-Gen, Jenna ao que parece decidiu que eu sou alguém que ela deve vir

conhecer.

Ela tagarelou sobre o segunda casa da sua família no Hamptons, e a comida crua privada de sua mãe

cozinheira-chefe, que fez o carpaccio de erva-doce orgânica mais divino, seja lá o que era. No momento em

que tinha chegado à frente da fila para entra no ônibus, meu cérebro doía.

―Olá, sou Sr. Winters,‖ disse o velho, checando o meu nome na sua prancheta. ―Deposite os seus

telefones celulares, PDAs, MP3 players , e outros eletrônicos na caixa do assento dianteiro.‖

"Meu PDA?" Agarrei minha mochila no meu peito. Eu queria torpedos dos meus amigos com

relatórios diários.

"Você não vai perdê-lo", disse Winters com um sorriso gentil.

Ariel virou os olhos, mas procurou seu celular.

Sr. Winters bateu sua caneta contra a sua prancheta. ―Vamos lá, meninas, nós estamos no

horário‖.E com isso, eu entrei no ônibus escuro e lancei meu último elo com o mundo exterior em uma

caixa de plástico.

Leitura rolou progressivamente com o ônibus a milhas, eu estava no meio de um romance quando o

ônibus sacudiu até parar. Olhei pela janela e vi que havia uma limusine preta parada no nosso lado na

lateral da estrada.

―Sentem-se direito campistas. Isso só tomará um segundo,‖ disse Sr. Winters, levantando na parte da

frente do ônibus.

Jenna, que tinha sentado na minha frente e de Ariel, disse: "Por que eu não pude vir de limusine do

aeroporto?"

Os rapazes atrás de nós bufarão e sorriram. Um dos rapazes se inclinou para a frente. Foi o cara

loiro, a partir da linha de meus olhos meu Brad Pitt. "Há sempre um em cada acampamento."

Eu levantei minhas sobrancelhas. "Um o quê?"

"Prima Donna", disse ele com um toque de seus lábios que era quase uma zombaria.

"Hã- ok." Dei-lhe um aceno de cabeça e acomodei em meu lugar.

"Cuidado com aquele cara", Ariel sussurrou para mim. "Charles Morton. Totalmente louco. Seu pai

possui sete jornais de tablóide no mundo inteiro. Há alguns anos, ele tentou comprar o seu caminho para o

Pinnacle Crest Camp em Idaho prometendo conseguir o número do celular do conselheiro da Reese

Witherspoon. Quando isto não deu certo, ele tentou fugir. Eles o encontraram viajando pedindo carona ao

longo da interestadual. Ele é totalmente pirado.‖

―Parece que ele é.‖ Dei a Ariel um pequeno sorriso, impressionada pela forma como a marcou. ―O

acampamento de adolescente, deve ser chato todo mundo se conhecer desde pequeno.‖

Ela assentiu com a cabeça. "Eu vejo algumas das mesmas pessoas em um acampamento a cada

ano. Os pais de todo nós continuam jogando todo dinheiro fora quando esses lugares estúpidos não

funcionam. Eles continuarão provavelmente enviando-nos aqui até irmos para a faculdade.‖

Eu me perguntava por que Ariel continua sendo enviada para o acampamento, mas não a

perguntei. Provavelmente foi algo como minha situação - madrasta malvada tentando arruinar a vida dela,

ou seus pais distraídos demais para cuidar.

"Então, você veio ao acampamento crescente antes?" Eu perguntei.

―Não, mas é confortável em comparação com o lugar que fui no ano passado.‖ O sorriso

comparado aos elfos de Ariel diminuiu.

―Sobre qual acampamento você está falando? Ele foi realmente ruim?‖

"Red Canyon Ranch. Toda vez que eu digo seu nome a cicatriz da minha picada de escorpião dói."

Pisquei para ela. "Acampamento forno bem quente do deserto? Terceiro nível do inferno, certo?

"Eu disse, pensando que ela estava brincando, mas Ariel não riu.

"Ele quase me matou no verão passado", disse ela com um estremecimento.

Olhei em seus olhos para ver se ela estava falando sério, e que eu vi lá me deu um calafrio. "Uh ...

minha madrasta disse que se as coisas não funcionarem aqui, eu ia acabar lá ", disse.

Ariel comprimiu a boca. "Confie em mim. É horrível. As pessoas estão sempre gritando com você,

latindo ordens, fazendo você correr quilômetros de dunas de areia."

"Então, o folheto não é mentira,‖ eu disse.

―De fato, ele omite muitas coisas,‖ disse Ariel. ―Eles têm este lugar de confinamento solitário

chamado a Cabana de Pensamento. Fui enviada lá uma vez durante vinte e quatro horas porque arrumei a

minha cama na direção errada por acidente."

"Não creio".

"Isso não foi o pior, porém, Shelby. Eles tentam te manipular e te fazer em algum tipo do robô."

Naquele momento o ônibus tremeu com o barulho de aperto do fechamento do compartimento de

bagagem. Com a limusine longe, o Sr. Winters voltou a subir os degraus, junto com um garoto - não o tipo

de cara que você pensaria bonitinho a certa distancia, mas definitivamente o tipo que a faz você querer

continuar olhando e babando.

Cabelos escuros caíam na testa, e sua pele cor de oliva brilhava na luz não ofuscante. Ele era alto,

com braços longos. Uma jaqueta de couro, uma camiseta preta, calças levi‘s desgastada e botas de

motoqueiro mostraram que foi tudo menos um aluno de escola preparatória como alguns dos meninos no

ônibus. E ele não estava todo de preto como alguns dos rapazes góticos. Ele estava no corredor imóvel,

como se ele desafiasse alguém a dizer algo.

Ai, sim. O lindo rebelde comum em cada escola que você tinha ouvido alguma vez, sem falar em

observalo de longe. O bad boy bonito que você tem uma paixonite aguda, e ele destrói sua vida. Eu não

estava impressionada. Mas quando ele tirou os óculos de sol, eu me encontrei olhando fundo, daqueles

olhos castanhos.

"Austin Bridges III" sussurrou Ariel, dando-lhe uma pequena olhada. "O que ele está fazendo aqui?"

"O quê? Ele não é um garoto regular de acampamento? "Eu disse.

Ariel sacudiu a sua cabeça. "Não".

Jenna inclinou-se através do corredor. "Você o conhece?" Perguntou.

Ariel acenou com cabeça. ―Seu pai e a sua equipe ficam na nossa casa de praia quando eles viajam a

So Cal. Nós nos conhecemos muito bem.‖

"Oh, espere. Bridges? Esse é o filho daquele vocalista louco de Burning Bridges "e eu respondi,

franzindo o nariz.

Ariel e Jenna me olhou como se eu fosse louca.

"Desculpe. Tenho ouvido falar deles, mas eu não acompanho velhas estrelas do rock ,"eu disse com

um pouco encolhimento de ombros.

"Austin estava na capa da People*(revista popular nos E.U.A), há três meses com o pai", disse Jenna.

"Eu devo ter perdido", eu

murmurei.

Os caras atrás de nós soltaram um pequeno grito enquanto Austin procurava por um lugar.

"Dançando na sua sepultura! Eu 'Ll estou dançando em sua sepultura querida!", cantavam, massacrando

letras da última música de Burning Bridges.

Austin os olhou, indo direto para cima deles. "Temos algum problema, rapazes?"

Uouuu, alerta sotaque britânico. Eu amo como eles fam. Sentei-me reta para se certificar de que eu

não perderia uma palavra.

Quando o ônibus balançou para frente, Austin deslizou sua mochila fora de seu ombro e tomou um

assento vazio algumas filas à nossa frente, os olhos ainda focados atrás de nós. O brilho era tão quente

agora, eu juro que quase vi a fumaça subindo.

"Bem? Temos? "Disse Austin.

Charles ficou vermelho. "Calma homem. Estávamos cantando ".

"Como vocês Yanks*(não sei exatamente o significado, mas é como os britânicos se dirigem aos

americanos, é uma expreção, e os yanks também são um time de basebol) gostam de dizer, não para seu

trabalho do dia," Austin disse sarcasticamente.

Hmm ... Eu parei de assistir, e voltei a ler o meu romance. Bem, fingindo ler, de qualquer

maneira. Meus olhos estavam sobre o cabelo brilhante de Austin Bridges III.

O acampamento ficou muito mais interessante agora.

Depois do que pareceu uma eternidade, o asfalto acabou, e a estrada era como um túnel de densas

árvores verdes. Da janela do ônibus, que foi tronco após tronco, tanto para trás como você pode ver.

Emaranhados de frutos silvestres, samambaia gigantescas parecendo pré-histórica, e raquítica vegetação

rasteira que poucos buracos lá estiveram na paisagem florestal. Saturado verde e marrom em toda parte, foi

a maior dose de natureza que eu vi desde que me mudei para Califórnia.

―A floresta proibida,‖ disse Ariel.

Estudei sua expressão séria e disse: "Ok, eu só tenho que saber - fazem você falar Élfico? "

Ariel estreitou seus olhos em mim. "O quê?"

"Nada. É justo, quero dizer, "uma floresta proibida?"

"Você sabe", disse Ariel. "Como em um conto de fadas. É escuro e perigoso.O tipo de lugar que você

vai e nunca retorna. Ou você vai lá e conversa com as árvores e existem criaturas mágicas."

―Hãããããã…‖

"Agora você pensa que eu sou estranha", disse Ariel.

―Não, não. Penso que você tem uma ―grande imaginação,‖ eu disse. ―Mas soou bastante seguro é

somente uma floresta.‖

Ariel olhou indignada. ―De fato, ouvi que uma criança fugiu e morreu lá na floresta há alguns anos. ‖

―Eles provavelmente dizem a campistas para impedi-los de fugir.‖

Ariel encolheu os ombros. ―Há pumas por todas as partes do Noroeste Pacífico. Sem mencionar

coiotes, ursos pretos, até um urso pardo de vez em quando. Eu não quero me arriscar.‖

Olhei de novo para a roupa divertida de Ariel - muito Manhattan. Eu não acho que ela tem feito

caminhadas pela natureza com muita freqüência. Na verdade, a maioria desses adolescentes não parece ser

do tipo que acampa. Mas quando você está indo em algum lugar para a terapia, talvez o camping seja

secundário.

―Veja como as árvores se estendem no horizonte,‖ disse Ariel com uma voz calma. "É como outro

mundo."

"Sim, talvez - "

De repente, o ônibus virou violentamente. Várias garotas e alguns garotos, gritou. Sr. Winters, que

eu mal podia ouvir abertamente acima dos pirralhos que incomodam com perguntas, quase todos gritando,

avançou sobre o alto-falante. "Gente, furou o pneu do ônibus. Não há razão para alarme. Voltem aos seus

lugares. Mantenham-se calmos. "

"Fique calmo‖, murmurou Ariel quando o ônibus saiu mancando da estrada. "Eles sempre dizem

isso no acampamento, mas ninguém alguma vez faz."

Uma hora depois, ainda estávamos presos em nossos acentos, à espera de algum ônibus substituto

lendário. O humor esteve abertamente acima de um distúrbio; uma alta senhora conselheira do

acampamento, vestindo um florido vestido e com um violão arranhado, fora o coro terrível do último refrão

de uma canção sobre presunto frito.

Sr. Winters, que tinha estado tratando de reclamações durante cinqüenta e nove minutos da última

hora, conseguiu alcançar o sistema de comunicação interna. "Ok, campistas. Vamos descer do ônibus para

esticar as pernas enquanto esperamos ", anunciou.

Lá fora, as pessoas se jogaram para baixo, suas mochilas sobre o ombro para o gramado da estrada.

Claro, alguns garotos, e até mesmo algumas garotas, indo para o mato para fazer xixi, com a Senhora do

violão e Sr. Winters observando a partir da linha das árvores. Pareceu bastante permissivo do Sr. Winters.

Pensei, qualquer segundo uma criança poderia - ...

―Ha!‖ Um grito sacudiu as janelas do ônibus e saltou dos troncos das árvores sem fim. ―Sr.Winters!‖

Um menino nerd vestido de calça cáqui baggy e uma blusa pólo rosa enorme saiu dos limites das árvores.

"Um garoto saiu correndo para a floresta!"

Sr. Winters quase deixou cair o megafone. "O quê? Onde? "

O informante arrastou o velho para dentro da floresta, mostrando a distância. Um monte de pessoas

saíram correndo de seus lugares ao lado do ônibus, apesar de Sr. Winters gritar no megafone para ficarem

para trás. A senhora do violão se arrebatou acima de seu instrumento, tentando distrair a todos com um

outro coro de "Fried Ham". Aquele totalmente bombardeado. Muitos estavam alinhados na borda da mata,

tentando ver o que estava acontecendo.

Ariel, Jenna e eu seguimos até a linha de árvores, evitando os amontoados de mochilas e os

relaxados que estavam com preguiça de vir incomodar-se com a perturbação. Ao chegarmos a borda da

floresta, Austin saiu de trás de uma árvore.

"Olá de novo", disse a Ariel. Então, seu olhar mudou-se para mim.

―Oi, Austin. Oh, esta é Shelby Locke,‖ disse Ariel. ―Shelby, Austin Bridges.‖

Ele me deu um aceno.

"O que você está fazendo aqui?" Ariel perguntou.

O olhar fixo de Austin escureceu-se. ―É um erro de sangue. O novo empresário do meu pai é um

completo idiota,‖ ele disse. "Então, qual é o problema? Alguém tentando fugir do pacote?

―Ele tentava provavelmente escapar das canções terríveis,‖ eu disse.

"O que é que ?" Vince, o garoto de escola preparatória de preto que tinha se sentado atrás de mim

no ônibus, se juntou ao nosso grupo de pé ao lado oposto de Austin. Vince era o filho de um cara de

cinema que eu quase não ouvi.

"Basta saber quem está jogando esconde-esconde com o Sr. Winters", Jenna disse em um tom

aborrecido.

"Espere." Vince virou e olhou a multidão perto do ônibus, preocupação em seus olhos castanhos

escuros.

"Onde está o Charles? Você sabe aquele rapaz magro, que estava sentado ao meu lado?" Ele passou

a mão sobre as costas e nuca. "Eu posso estar errado, mas eu não o vejo."

"Todos fiquem longe do bosque", gritou a senhora do violão. "Peguem suas mochilas e vamos

retornar para o ônibus."

Começamos a fazer isso, mas, em seguida, ouvimos lamentações do Sr. Winters, "Cha-arles!" No

megafone e tudo parou.

Vince sacudiu a sua cabeça. "Droga", ele disse. ―Eu não quis estar certo.‖

"Ele deve, provavelmente, estar apenas pregando uma peça", disse Jenna.

"Eu não sei. Talvez. Um minuto atrás, ele estava lá perto de nossas mochilas, "Vince respondeu. "Eu

pensei que ele estava apenas começando um lanche ou algo assim, mas eu acho que ele foi raptado. "

Austin com o olhar fixo à pilha de mochilas. "Aquele merda realmente foi." Sua boca em uma linha

fina, Austin caminhou em direção ao nosso material.

Nós todos o seguimos, todos pegaram suas mochilas, Austin não tinha uma mochila. Isso foi

estranho, porque eu juro que eu vi todo mundo colocar as suas coisas todas em uma pilha.

"Tudo bem?"Eu perguntei.

Austin levantou seu olhar para mim, e por um segundo eu pensei que eu vi alguma cintilação em

seus olhos, alguma expressão ilegível. "Deve estar aqui em algum lugar", ele murmurou.

Só então um som batendo ecoou pela floresta. Voou em nossa direção, bufou e cambaleou para trás

através das árvores, em seguida, caiu em uma pilha aos nossos pés. "Ele se foi", disse ele,

ofegante. "Sr. Winters disse... Ao voltar... ... Para nós evitarmos ficar perdidos. ―

― Graças a Deus", disse Jenna secamente. "Nós não queremos que nada aconteça com você."

Austin passeou ao lado do grupo, visivelmente chateado. Eu não tinha considerado ele um tipo que

se preocuparia com outra pessoa, especialmente um que tinha feito divertimento dele no ônibus, então eu

fiquei um pouco surpresa.

Em algum lugar distante, o chiado do megafone do Sr. Winters começou novamente.

"Cha-arles! Cha-arles! "Era um som solitário que fez o ar parecer mais pesado, uma sombra das

arvores pouco mais escura. Além do desmatamento, a floresta surgiu grande e ameaçadora, as árvores de

um dossel denso que bloqueava toda a luz solar.

Estremeci.

― Eu disse a vocês, é provavelmente apenas uma brincadeira. Esse cara provavelmente tem um

complexo de mártir, ou ele esta apenas tentando chamar a atenção. É tão jovem ", disse Jenna, sacudindo a

cabeça.

―Cha-arles! Cha-arles!‖

Nós todos olhamos uns aos outros. Ninguém estava sorrindo. Pensei em coisas que Ariel tinha dito

floresta proibida e quase senti pena de Charles.

Austin, entretanto, tinha voltado para a floresta, seus cabelos escuros em sussurro da brisa

ligeira. "Minha mochila‖, ele murmurou.

"O quê?" Eu perguntei

Ele deu um passo em direção à floresta, e eu alcancei seu braço.

"Seja o que for, basta ficar por aqui, ok?" Eu disse.

"Shelby", disse ele, dando de ombros para longe de mim ", não diga uma palavra."

E antes que eu pudesse impedi-lo, ele correu para as árvores.

CAPITULO 3

―Volte aqui!‖ a senhora do violão gritou, correndo atrás de Austin. ―Venha aqui nesse instante!‖

Olhando para a interminável paisagem verde e marrom, eu não podia mais ver Austin. A floresta

parecia ter o engolido.

―O cara se move rápido,‖ disse Vince com simpatia.

Depois de bater em seu violão,tipo quarenta vezes,a senhora do violão voltou,carrancuda.

―Ninguém mais sai!‖ ela gritou, a rotina do conselheiro feliz acabou.

―O que o Austin tem?‖Ariel disse num baixo sussurro.

―Acho que Charles levou a mochila dele. Austin apenas foi atrás de suas coisas,‖eu disse,

encolhendo os ombros. Não era como se Austin fosse arriscar seu couro por alguém. Caras como ele não

faziam esse tipo de coisa. Nem os britânicos.

Minutos de passaram enquanto nós dávamos umas voltas na estrada perto do ônibus, falando e

ouvindo aguardando por noticias. Alguns garotos estavam entediados ou irritados porque eles não podiam

esperar para ir pro acampamento. Eu comecei a me preocupar com Austin e Charles, e até o velho.

Esperava que as histórias de Ariel sobre animais selvagens fossem inventadas.

―Procurei por tudo ao longo da estrada,‖A voz do Sr Winters sibilou pelo Walkie-talkie da senhora

do violão.

―Nenhum sinal do ônibus reserva? Cambio.‖

―Ainda não. Cambio.‖

―Indo em direção ao rio. Acho que ele pode–― A voz do Sr Winters desapareceu num estalo de

estática.

―Sr Winters? Vamos. Oi? Cambio?‖ a senhora do violão disse num tom estridente.

Eu tremi. Sr Winters deve estar bem dentro da floresta agora, fora de alcance.

Fingindo calma, a senhora do violão escorregou seu radio de volta no seu bolso e alcançou seu violão.

―Tudo bem. Vamos cantar.‖

Eu gemi e abri meu caderno. Ariel soltou um profundo suspiro e olhou para a floresta, lendas de

campistas perdidos provavelmente caindo em sua mente.

Enquanto isso, Vince estava começando a enlouquecer. ―Que idiotas! Charles é de Palo Alto (é uma

cidade no Vale do Silício, lá tem muitas empresas, logo não florestas), o que ele sabe sobre florestas? Quer

dizer, acampamento é uma droga, mas não vale a pena arriscar sua vida. E o que tem aquele cara

Britânico? Eles vão ser comidos por um urso ou algo do tipo.‖

―Podia acontecer. Tem todo o tipo de animais por ai,‖ Ariel disse.

―Talvez,‖ eu murmurei, abaixando meu livro. ―Mas eles poderiam também se machucar ou se

perder ou sofrer exposição aos elementos se a temperatura cair. Você acha que eles têm alguma habilidade

de sobrevivência?‖

Vince enfiou suas mãos nos bolsos de seu jeans enorme. ―Como o que?‖

―Como acender uma fogueira? Ou construir um abrigo?‖eu pedi.

―Fizemos no time de aventura fora de casa dois verões atrás, com os conselheiros.‖ Ofereceu Ariel.

―Estive lá uma vez,‖Jenna disse,se virando pra mim. ―Confie em mim– não é aventura. Eles te

ensinam a subir em cordas fedorentas e te fazem comer lentilhas cosidas desidratada.‖

Não parecia acampamento pra mim. Antes de Priscilla,minha família acampava bastante. Era muito

mais que subir cordas, especialmente na densa floresta no norte de Wisconsin. E quando seu pai é um ex

escoteiro da águia (bem assim: http://ff.rowdesign.com/wp-content/uploads/2010/02/eagle-scout.jpg), tudo é feito

pelos livros você queira ou não. ―Eu nunca tive que comer lentilhas desidratadas.‖Eu disse.

―Sortuda,‖ disse Jenna com um tremor. ―Lentilhas recém cozidas são muito melhores.‖

―Crianças,eu não consigo ouvir vocês cantado,‖ a senhora do violão chamou,olhando pro nosso

grupo.

―Crianças?Sério,‖eu murmurei.

O tempo passou assim que todo mundo sentou murmurando as palavras de outra canção fútil. Meu

olhar nunca deixou as árvores. Uma brisa fria fez cócegas no meu pescoço e eu puxei o capuz do meu

moletom. A densa floresta definitivamente não era quente como a Califórnia ,e as noites seriam bem mais

frias. Não era ruim pra mim– Eu tinha acampado em condições bem piores no norte de Wisconsin– mas

um Britânico, um velho fora de forma e um fracote seriam isca de urso.

―Crianças!‖ sem fôlego, a senhora do violão bateu palmas e apontou. Um ônibus rodava na estrada

suja na nossa direção. Alguns garotos aplaudiram.

Eu não. Eu estive esperando pela chegava do estúpido ônibus, mas por alguma razão, desde que Austin

desapareceu, eu não queria ir a lugar nenhum. Coloquei uma mão no meu estomago nauseado. Tudo que

eu tinha que fazer era chegar ao acampamento. Dar um tempo. Seguir as regras. Ficar bem, bem longe do

Acampamento Red Canyon. Mas porque eu sentia que deveria fazer algo para ajudar?

Batendo as palmas de novo,a senhora do violão nos convocou assim que o novo ônibus chacoalhou

numa parada temporária. ―Peguem suas coisas, campistas.‖

―E os caras na floresta?‖ eu disse ―Não podemos abandoná-los‖

A senhora do violão sorriu praticando paciência. ―Sr Winters vai achar os garotos e nos telefonar no

acampamento. Mandaremos um ônibus para eles.‖

―Com você sabe que ele vai achar eles?‖ exigi. ―Deveria haver uma equipe de resgate aqui, uma

ambulância ou alguma coisa. Quer dizer, você não está preocupada? É uma floresta densa.‖

O sorrido da senhora do violão desapareceu. ―Isso é para adultos se preocuparem,‖ ela disse. ―Seu

trabalho é se preocupar com você. E agora,você precisa entrar no ônibus.‖ Seus olhos lustrosos me

queimaram com precisão.

Essa senhora, com sua atitude super esfomeada,estava começando a me lembrar Priscilla. Tive

vontade de quebrar seu violão então ela nunca mais poderia-nos torturar com musicas sobre o almoço, mas

era provavelmente um mal meio de começar a experiência de acampamento.

―Senhorita,entre–no–ônibus !‖

Ooh. O Temível assovio das instruções. Era guerra. Meu sangue estava quase fervendo em minhas

veias. Olhei para baixo por mais alguns segundos, então disse, ―Não que eu duvide da sua habilidade de

liderança nem nada, mas sua prioridade deveria ser as pessoas perdidas. Porque não estamos procurando

por eles?‖

A face da senhora do violão ficou vermelha. ―Nós estamos lidando com isso.‖

―Shelby!‖Jenna puxou minha manga. ―Entre no ônibus,‖ela disse com o canto da boca enquanto

sorria para a senhora do violão. Ela me puxou em direção as bagagens, mas eu podia sentir o olhar da

musicista do mal queimando atrás da minha cabeça.

―Argumentar com os adultos não é o caminho para fazer uma boa primeira impressão,‖disse Jenna,

lutando para pegar suas malas no meio de outras malas. ―Você realmente quer ser rotulada como

desordeira?‖

―Não,mas e quanto a–―

―Confie em mim. Você não quer esse rotulo,‖ disse Jenna,colocando sua mala em suas rodas e indo

embora.

―Não num acampamento de piralhos.‖

Ariel,que estava de pé a meu lado o tempo inteiro,parecia a única outra pessoa realmente

preocupada com Charles e Austin. ―Você acha que eles ficarão bem?‖ela pergunto assim que finalmente

pegamos nossas malas do compartimento de bagagens do ônibus quebrado. ―Sabe, floresta proibida e tudo

mais? Pessoas não voltam de lugares escuros como esse. ―Pequenas lágrimas rolaram no canto de seus

olhos, me surpreendendo. Eu tinha a classificado mais para cínica.

―Não se preocupe. Sr Winters parece...‖Ugh. Eu parei não acreditando no que estava dizendo. Sr

Winters não parecia que podia achar o caminho de volta de uma 7-Eleven (é uma rede de lojas de

conveniência). Eu provavelmente tinha um melhor senso de direção que aquele velho pateta. ―Eu tenho

certeza que ele vai achá-los,‖eu disse miseravelmente.

Ariel bateu levemente seus olhos molhados como se ela tivesse vergonha que eu percebesse.

―Espero que sim.‖

Meu estomago teve aquele sentimento de náuseas de novo. E se Winters não achasse aqueles

garotos estúpidos? Olhei para a senhora do violão– ela estava sorrindo insanamente de novo, ajudando as

crianças no ônibus do acampamento de pirralhos como se ela estivesse os levando para Disneylândia.

―Isso é tão estúpido.‖ Eu pousei minha mala e fechei meu casaco. ―Fique aqui.‖ E com isso, eu

entrei na floresta escura.

Eu não tinha uma bússola. Aquele pensamento me ocorreu no momento que a voz da senhora do

violão gritando pra eu voltar se dispersou na distancia, eu não tinha um plano,um mapa,água nem comida.

Nada. Mas se a senhora do violão não fosse tão chata, e se eu não tivesse sido tão confidente sobre ser boa

em florestas, talvez eu não tivesse me enfiado lá em primeiro lugar. Eu nunca teria fugido.

Uh-oh

O total impacto do que eu tinha feito tinha me acertado como macha de passarinho. Sim, a senhora

do violão tinha me deixado braba, mas eu estava de pé na floresta naquele exato momento porque eu estava

tentando ajudar uns garotos idiotas. E agora eu seria rotulada de desordeira. Ótimo. Eu estava

provavelmente apenas horas de distancia de ser deportada para o Red Canyon.

Porque aqueles caras tinham que fugir em primeiro lugar? E tinha estragado tudo por causa das suas

idiotices. Sem mencionar a senhora do violão, se ela não soubesse nada sobre florestas deveria ter chamado

um helicóptero ou algo do tipo.

Eu rondei uns pinheiros e olhei de volta na direção do ônibus. Eu deveria voltar. Mas eu estive

caminhando por um tempo. Mesmo que o ônibus ainda estivesse lá... Eu estava em problemas. Mas se eu

achasse os garotos isso iria redimir minha escapada. E se eu salvasse o gorducho Sr Winters de morrer de

fome e pânico de estar perdido na floresta, talvez eu saísse com um aviso. Eu decidi continuar.

Lembrando de coisa de rastrear que meu pai me ensinou quando nós tínhamos acampado,eu segui

galhos quebrados da altura do joelho e aprecei meu passo na trilha do mato. Parecia que alguém

definitivamente tinha ido por aqui. Mas depois de um tempo, a trilha acabou. Eu não pude ser onde a

pessoa tinha ido, e não tinha mais galhos quebrados a seguir. Frustrada, eu parei contra um gigante tronco

de cedro, retomando fôlego.

Espera. O som de água corrente? Um riacho? Um rio? Eu ia apostar que um dos garotos teriam ido

até o som. Você tinha que ter uma fonte de água para sobreviver no deserto.

Oh,cara. O som ia me fazer mijar! Eu tentei não pensar nisso e fiz meu caminho através de arbustos

e galhos de árvores, feliz pela proteção do meu casaco.

A minha frente, o caminho continuou por meio de uma moita de amoras. Não parecia ser um

caminho ao redor. Eu precisei de um grande galho para afastar as vinhas. Virando para procurar os lados da

trilha, eu vi o que parecia um ramo. Eu fui três passos pra frente.

Snap!

Eu congelei, olhando pra baixo. Nenhum ramo sobre meu pé. Alguém ou alguma coisa estava por

perto.

―Olá?‖ eu gritei.

Alguns corvos voaram acima dos ramos.

Eu suspirei agradecida. Pássaros. Eu voltei a procurar por uma vara, rindo de mim mesma por estar

tão assustada. Então eu ouvi um rosnado.

As histórias de Ariel sobre a floresta proibida passaram pela minha mente assim que eu olhei para

os brotos de sempre-verde (uma árvore que parece um arbusto) e os arbustos a frente. Puta Merda! E se ela

estiver certa? E se alguma coisa estava escondida no arbusto pronta pra atacar? Meu olhar traçou a densa

folhagem, mas nada se moveu. Soltei a respiração que eu estava segurando.

O rosnado começou novamente, parecendo mais perto.

Droga. Alguma coisa estava me seguindo. Alguma coisa que me achava que eu parecia deliciosa e

não sabe sobre meu problema na bexiga. Eu estava ferrada. Eu ia literalmente urinar nas calças e morrer.

Ou ser comida– que era pior.

A coisa rosnou de novo, mais baixo desta vez.

Forçando-me a olhar, eu girei minha cabeça pra direita. Os arbustos estavam balançando. Aquilo eu

mal podia agüentar, mas então alguma coisa marrom disparou entre dois troncos de árvore enormes. Um

animal. Um coiote? Um puma?

De repente, minha busca por uma vara realmente parecia uma ótima idéia. Uma grande vara para bater na

cabeça daquele animal selvagem antes dele me fazer em pedaços. Sem tirar meus olhos dos troncos de

árvores, me abaixei; minhas mãos procurando por qualquer coisa que parecesse uma vara. Minha mão

direita achou um ramo da espessura de um rolo. Perfeito. Levantei-me do chão.

―Psst! Não faça nenhum movimento brusco!‖ uma voz disse.

Virei-me e vi Sr Winters. Um bolso da frente de sua bermuda caqui estava rasgado, e dois arranhões

escorriam sangue de suas rechonchudas panturrilhas. Seu rosto, já branco,agora parecia sem cor.

Ele levantou um dedo até seus lábios para me aquietar e apontar para a moita de amoras. ―Calma,

menina. Nós estamos saindo agora.‖

O que quer que esteja rosnando não se moveu,mas o som intensificou, aumentando os arrepios

atrás do meu pescoço. Eu fui um passo pra trás. Então mais alguns. Foi quando eu caio ladeira abaixo

O deslizamento não foi tão ruim. Foi o pouso nas pedras que realmente doeu. Quando parei de me

mover, eu estava de braços abertos em dois pedregulhos, com vista para um rio de águas brancas que você

provavelmente precisaria de um capacete para atravessá-lo. Eu olhei para o topo do penhasco onde eu tinha

caído. Eram tão densamente cobertos com arbustos, árvores e espinheiros, eu não podia ver de onde eu ou

Sr Winters tinha caído

Apoiei-me em minhas mãos e joelhos e engatinhei para fora das pedras, para a encosta. Minha

bermuda estava suja de terra e pedras do meu escorregamento. Estremeci fazendo um pequeno movimento

de dês-sujeiramento. Haaaaaaa. O amontoado de sujeira que caiu podia ter enchido um vaso de rosas.

Affffff.

Nada no meu corpo parecia quebrado,mas eu estava incrivelmente ferida. Arranhões e vergões

riscavam as costas das minhas coxas. E eu ainda tinha que usar o banheiro feminino da floresta.

Tropecei numa árvore próxima,a 6 metros de distancia,e abaixei aquela bermuda suja. Não tão cedo

eu estava fechando a bermuda depois do melhor xixi da minha vida quando eu ouvi passos na praia. Passos

humano. Talvez Sr. Winters tenha achado um caminho morro abaixo. Bom. Um de três resgates estava

completo.

Olhei pra fora em volta dos ramos com aquela cor verde, esperando ver um velho, mas eu achei

Austin na frente da minha árvore, um meio sorriso em seu rosto. Ele parecia perfeitamente à vontade contra

o cenário do rio. Seu cabelo preto balançou na suave brisa, e seus olhos dourados brilhavam na luz do sol.

Para um garoto da cidade, ele quase parecia em harmonia com a natureza.

Eu sai. ―Hey! Sabe em quantos problemas vocês me meteram? Você não tinha o que fazer fugindo

para a floresta.‖

―Shelby, não é? Bom ver você também.‖ Ele respondeu o sorriso se transformando em algo mais

convencido.

―É tão bom que eu provavelmente serei enviada ao nível mais baixo do inferno no momento que

voltarmos pro acampamento. Você podia ter sido morto – tinha uma droga de animal selvagem naquele

penhasco acima de nós! Se eu não tivesse deslizado aqui pra baixo eu teria sido jantada!‖

O olhar de Austin viajou pelo meu corpo. ―Então é por isso que você parece uma espátula de

jardim.‖

―Uma o que?‖

―Você está imunda.‖

Quanto charme britânico. Olhei pra ele. ―Sr Winters é provavelmente o lanche de algum puma

agora. A última coisa que eu me preocupo é parecer bem. Vamos achar aqueles outros idiotas e voltar para

o ônibus ok?‖

―Certo.‖Austin coçou a parte de trás do seu pescoço. ―Eu rastreei Charles até uma ravina**, mas

então eu o perdi.‖*(É um buraco de erosão sem vegetação).

―Rastreou ele?‖

As bochechas de Austin ficaram vermelhas por algum motivo. ―Você sabe, galhos quebrados,

pegadas, essas coisas.‖

―Então você sabe alguma coisa sobre florestas,‖eu disse.

―Um pouco.‖ Austin levantou uma mão para seus olhos, protegendo-os do sol se pondo a distancia.

―Nós temos duas horas de luz sobrando. Nós precisamos continuar procurando.‖ Ele virou começou a subir

a encosta novamente.

Eu marchava atrás dele. ―Temos que caminhar de volta para a estrada. A coisa só vai piorar se ficarmos

aqui.‖

Austin balançou a cabeça. ―Não vou sair até encontrar Charles. E o que ele levou.‖

―Então era sua mochila – ótima razão para se perder na floresta.‖ Lutei contra a vontade de socar o

braço dele. ―Cara, o que tem na sua estúpida mochila, ouro ou algo do tipo?‖

―Você ficaria surpresa,‖ ele disse com um sorriso ameaçador.

Nós caminhamos pela costa do rio, procurando sem sorte por Charles, e nós não podíamos escalar

o penhasco para achar Sr Winters, mas pelo menos não ouvimos nenhum grito. Então novamente, a voz

humana só pode levar pra longe.

Finalmente,quando o sol estava se pondo atrás das montanhas do outro lado do rio,deixando

manchas vermelhas e laranjas no céu, nós desistimos. Tinha que ser cerca de nove horas, a julgar pelos

roncos vindos do meu estomago e o alegre bando de mosquitos começando a circular minha cabeça. A

distancia aumentou o pálido rosto da lua quase cheia.

Ah,e se ficássemos aqui a noite toda? Não tínhamos uma barraca, não tínhamos comida, e eu não

tinha pasta de dente. Eca. Quer dizer, era tudo por sobrevivência, mas supostamente teria que ter coisas

básicas. Não tínhamos nada. Bem, exceto os jogos no bolso de Austin, que de algum jeito ele achou que

estava tudo bem de trazer para um acampamento de pirralhos. E eu estava certa que estava na lista de

rejeitados junto com meu amado PDA* (computador de mão).

Assim que Austin empilhou pequenos pauzinhos numa fogueira improvisada, olhei para o por do

sol e pensei em minhas amigas festejando em Cabo neste exato momento, provavelmente dançando com

algum cara gostoso. E aqui estava eu, numa pedra no meio do nada com um cara que disse apenas três

palavras nas últimas horas. Meu olhar flutuou para o escurecido céu.

―Eu acho que vejo a primeira estrela hoje a noite,‖eu disse. ―Talvez eu possa me desejar longe

daqui.‖

―Nem comece,‖ Austin disse,colocando seu jogo contrabandeado em seu bolso. ―Desejar é uma

perda de tempo. Eu então eu soube.‖ Ele soprou os galhos esfumaçastes, tentando começar o fogo.

Olhei para baixo no escuro redemoinho de água abaixo da minha pedra, olhando a corrente entre as

pedras. Eu não estive perto de um rio há décadas, e o som me lembrava de quão diferente minha vida era

dos tempos calmos que meu pai, minha mãe e eu passávamos no subúrbio de Milwaukee. Sentia falta de

acampar com eles nas florestas do norte e andar na minha bicicleta na rua sem saída perto da minha casa

quando eu era pequena. Não era brilhante, mas era pacifico. E tinha desaparecido tão fácil quando minha

mãe adoeceu. Passei meus braços ao redor das minhas pernas, sentido o frio da noite e a frieza da pedra

debaixo de mim.

―Você parece distante,‖Austin disse. ―No que esta pensando?‖

Sorri. ―Hã, apenas pensando sobre minha casa.‖

―Você sente falta disso, mesmo que seus pais te mandaram pra cá?‖Austin pediu.

―É, meus pais...‖ deixei a frase morrer,não esperando concluir o pensamento.

―Eles não são sempre o que esperamos que eles fossem,‖ Austin disse, e sua expressão suavizou.

Concordei. ―E aparentemente nem nós‖ eu disse.

Austin riu. ―É verdade. Mas você não pode escolher sua família.‖

―Certo. Porque tenho certeza que meu pai teria escolhido diferente‖ eu disse, apenas meio

brincando.

―Agora eu realmente duvido disso,‖ Austin disse. ―Meu pai, por outro lado, teria escolhido um filho

com vontade de caçar.‖

―O que?‖

Austin corou ligeiramente. ―Quer dizer, ele está num safári com meu tio agora, mas essa não é

minha praia. Prefiro esboçar animais a matá-los por esporte.‖

―Oh, então você é um artista?‖

―Eu desenho um pouco.‖

―Hm... isso é arte.‖

―Não para o meu pai. Ele preferiria que eu tocasse guitarra.‖ Ele suspirou e adicionou mais alguns

gravetos no fogo. Eu mais ou menos entendi o que ele estava dizendo. Tenho certeza que meu próprio pai

desejava que eu fosse um prodígio em química. Que pudesse seguir seus passos.

―Deve ser estranho ter um pai tão famoso,‖eu disse.

Austin me deu um meio sorriso. ―Tente infame. Mas ele é tudo o que eu tenho.‖

―Você não tem outra família?‖

―Só meu tio... e tem a comitiva, se você pode chamá-los de família. Eu passo mais tempo com eles

do que com meu pai‖ ele disse com um pequeno riso. ―É quase normal.‖

―Normal é exagerado,‖eu disse dando de ombros. ―Ou então foi o que eu ouvi.‖

Austin deu um largo sorriso. Com aquele por do sol destacando seu forte perfil, eu não podia negar – ele

era mais BONITO do que eu pensava. Oh. Eu estava olhando pra ele. E ele estava olhando pra mim.

Teve essa estranha, embaraçosa pausa, e então ele limpou a garganta. ―Você está

inconfundivelmente fria. Talvez eu vá apenas...‖ ele murmurou, se voltando para a pequena fogueira acesa.

Aproximei-me e sentei mais perto do fogo, observando ele trabalhar. Talvez seja o sotaque, ou talvez

ele parecesse mais bonito porque era o mais próximo de um garoto que eu estive desde aquela noite com

Josh. Minha vida amorosa tinha sido completamente livre de garotos desde o momento que Priscilla

desenrolou os folhetos de acampamentos, era isso. Privação de garotos.

―Shelby? Oi! Se importa de encontrar alguns galhos?‖ disse Austin, acenando sua mão na frente do

meu rosto para chamar minha atenção. ―Esse fogo precisa de combustível.‖

Levantei feliz por uma tarefa que tire minha mente vagante de Austin. ―Ok. Vou dar uma olhada‖ eu

disse. ―Está um pouco escuro então vai levar um tempo.‖

―Você podia usar minha lanterna!‖ veio uma chamada da encosta. Assustados, Austin e eu olhamos

pra cima. Sr Winters levava Charles até nós. Charles arrastou uma mochila na areia atrás dele.

―Olá,pombinhos! O que estavam fazendo aqui sozinhos no escuro?‖Charles disse.

―Não somos pombinhos!‖ Austin e eu gritamos ao mesmo tempo. Então nos demos um olhar de

desculpa, percebendo que tínhamos o amaldiçoado juntos.

―O que vocês estavam pensando?‖ disse Sr Winters, mancando em direção a nós. ―O que em nome

de Deus deu em vocês crianças?‖

Austin disse, ―eu estava trás de Charles.‖

―E eu segui Austin porque... bem é uma longa história,‖acrescentei.

―Bem, boas intenções ou não, vocês dois estão em encrenca,‖ disse Sr Winters, bufando até o

tronco e se sentando com um audível suspiro.

Charles deu um largo sorriso para mim. Um grande sorriso convencido. Foi à gota d‘água. ―E

quanto a ele? Charles é um ladrão!‖eu falei de repente. ―Ele pegou as coisas de Austin.‖

―E o que isso tem haver com você?‖ perguntou Sr Winters.

―Hã.‖ eu mordi meu lábio por meio segundo. ―Bem, honestamente, eu estava tentando ajudar a

achar eles porque a louca senhora do violão não estava fazendo nada.‖

Sr Winters me deu um olhar pensativo então disse, ―Vamos resolver isso no acampamento. Apague

o fogo, vamos usar meu GPS para achar o caminho de volta para a estrada então eu posso pedir a van do

acampamento.‖ Levantou-se tremulo e deu alguns passos, estremecendo. ―Vamos. O cozinheiro esta

fazendo a melhor torta de Mirtilo* que você vai provar, e nós estamos perdendo isso.‖ *(uva do monte de

coloração azul)

―Torta de Mirtilo?‖ disse Charles. ―Yumm-o. Mal posso esperar para chegar ao acampamento.‖ ele

estava repentinamente calmo, e aquilo me enojou completamente.

―Primeiramente. Você pode devolver as coisas de Austin agora,‖ eu disse, arrancando a mochila

preta das mãos de Charles.

―Não tão rápido. Como você sabe que é dele?‖ disse Charles, puxando de volta a mochila pelo

zíper.

―Me de ela.‖ Austin a alcançou assim que Charles a deixou.

Na luta alguma coisa caiu da mochila,com o tilintar de vidro no vidro. O foco Sr Winters foi para

um monte de frascos claros rolando na areia.

Pessoas provavelmente tentam contrabandear bebidas em acampamentos como esses, mas os

frascos continham menos que um gole. Elas eram menores que aquelas garrafas do mini-bar de um hotel.

Talvez não fosse de álcool. Oh, cara. Eu tinha descoberto a razão dele estar aqui – bad boy britânico tinha

problema com drogas. Eu não sabia o que dizer. Eu apenas fiquei parada olhando para a pilha brilhante.

Austin tentou colher seus frascos discretamente, mas Sr Winters impediu e parou encima dele com suas

mãos estendidas . Ignorando o velho, Austin foi colhendo os vidros e os colocando numa sacola de plástico.

―Austin, me de sua mochila,‖disse Sr Winters. ―Nós teríamos confiscado seu estoque no

acampamento de qualquer jeito.‖

―Não é o que você pensa. Isso é uma prescrição,‖ Austin respondeu,abraçando pacote em seu peito.

―Uma prescrição?‖ Charles riu. ―Eu não sei. Eu bebi um destes uma hora trás e me senti bem

tonto.‖

―Você bebeu uma das minhas doses? Você é louco?‖ Austin se aproximou de Charles, parecendo

pronto para nocauteá-lo.

Charles sorriu desafiadoramente. ―Se o velho não tivesse aparecido, eu teria tomado mais.‖

―Charles! Comece a botar terra na fogueira,‖ Sr Winter disse, e então se virou para Austin. ―Filho,

quando chegarmos no acampamento, nós vamos ligar pro seu pai e resolver esse problema,‖ele disse.

Austin chutou uma pedra no fogo ardente. ―Você não pode ligar pra ele,‖ ele disse.

Sr Winters balançou a cabeça como se tivesse ouvido isso antes. ―Tenho certeza que há um jeito.‖

Austin mordeu seu lábio inferior. ―Ele está de férias na distante África. Sem celular. Sem televisão.

Sem contato.‖

―É claro.‖ Sr Winters soou insatisfeito. ―Bem, se esta prescrita vai estar na sua ficha médica nos

arquivos do acampamento.‖

―E quanto ao empresário dele?‖ eu disse, tentando ajudar. ―Quer dizer, ele tem um, né?‖

―Graham não sabe nada disso,‖Austin sibilou. ―Ele peça começou a trabalhar para a banda. Ele vai

ser demitido quando meu pai descobrir que me enviaram para cá em vez das férias como eu tinha

planejado. Não era para eu estar aqui.‖

Tinha dor em sua voz. Uma dor solitária que fez meu coração aperta um pouco, o cara estava

obviamente usando drogas para encobrir a dor. Sentia por ele.

Sr Winters parecia não se incomodar com a história de Austin. ―Eu vou guardar este contrabando,

seja o que for até conseguirmos contatá-lo.‖ ele disse, pegando a mochila de Austin e pendurando-a no

braço de forma errada então ela repousou em sua barriga como se ele estivesse grávido.

Os olhos de Austin brilhavam com tanta raiva,eu achava que ele ia se pendurar no velho. Entre

dentes ele disse, ―Eu preciso disso. Você não entende.‖

―Tudo vai ficar bem,‖Sr Winters disse,colocando um braço ao redor dos ombros de Austin. ―Você

não precisa desses produtos para se sentir com consigo mesmo. Vamos trabalhar isso no acampamento.

Vamos tomar conta de você, filho. Vamos campistas.‖

Eu suspirei então fiquei pra trás de Sr Winters e os garotos. Então, Austin era apenas outro filho de

celebridade envolvido com drogas. Senti pena dele. Quer dizer, eu tinha visto Behind the music* sobre as

vidas tristes das bandas e de suas famílias. Era solitário na estrada. Mas espere – pessoas normais também

ficam sozinhas. Não quer dizer que você tenha que encobrir aquela dor com drogas.*(É um programa que

passa no canal VH1 e mostra a vida das bandas durante suas carreiras.)

Eu marchei em frente, tentando colocar o problema dele pra fora da minha mente. Eu tinha

problemas o suficiente pra mim no momento. Mas assim que caminhávamos pela floresta pelo fraco brilho

da lanterna, meus pensamentos continuavam voltando para Austin. Ele não parecia um drogado. Ele era

mais certo que os caras da minha escola que eu sabia que usavam. Ele ainda parecia meio esperto. Como

ele pode entrar nessa porcaria? Tinha que ter alguma coisa que eu pudesse fazer para ajudá-lo. Quer dizer,

depois dos idiotas que eu tinha ajudado com seus problemas pequenos, aqui tinha um cara que obviamente

precisava de ajuda da pior maneira.

Espere! Dê um tempo, meu cérebro repreendeu você não faça nada, faça por você mesma, você esta

encrencada! Certo. A questão era ajudar a mim mesma. Eu tinha que me lembrar disso. Siga as regras, de

um tempo, fique longe do Red Canyon.

Decidi me focar na trilha a frente, e funcionou até Austin olhar pra trás, pra mim assim que

alcançamos o topo do morro. Seus olhos brilhavam num pedaço do luar. E minha pele arrepiou com um

choque idiota. Eu. Ele. A lua. Eu estava FERRADA.

CAPITULO 4

A vista do acampamento crescente trouxe a vida de acampamento que inundou meu cérebro.

Os cliques da cabine, o cheiro de maçã fresca, os projetos deformados de arte, tecelagem e ofícios.

Esse sentimento que não importa quanto ar fresco você respira, você nunca pode encher-se o suficiente. Eu

amei acampamento de verão quando eu era uma criança e meus pais me enviavam para o acampamento

Winnemuk ou navegar no Lago do acampamento Michigan.

Mas havia uma grande diferença no acampamento crescente. Cercas de arame farpado. A partir da

janela da van, pude ver que serpenteavam ao redor do perímetro do imóvel, separando o acampamento da

floresta proibida.

Charles percebeu isso também. "Isso é uma grande prisão," ele disse com uma voz aterrorizada.

Austin não desviou os olhos da janela. Ele tinha ficado em silêncio desde que nós caminhamos para

fora da floresta. Mesmo durante a longa espera para a van do acampamento aparecer, ele não disse uma

palavra. Talvez ele tivesse tentando descobrir como obter sua droga de volta.

Eu mordia meu lábio, repetindo a coisa inteira "relembrando por cima do seu ombro". Eu não

conseguia parar de pensar sobre a maneira como seus olhos refletia sobre a luz do luar. Prateado, quase

azulado, sobrenatural. Isso foi apenas a minha sorte extraordinária que o menino com os olhos mais legal

que eu já vi tinha que estar no mesmo acampamento que eu. E tivemos que começar com um começo tão

idiota. Quero dizer, Sr. Winters tinha um GPS e um telefone celular! Ele teria ido muito bem sem minha

ajuda, mas Austin me fez correr para a floresta. Totalmente idiota. Para o meu próprio bem, eu me

concentrei em empurrar Austin, seus belos olhos, e seus problemas para fora da minha mente. Não foi

exatamente fácil de fazer com ele no banco da minha frente e o ligeiro aroma de seu perfume no ar e sua

jaqueta de couro.

Finalmente, a van andou até parar no final da estrada do cascalho. Nós três seguimos sr. Winters que

caminhava em direção a um edifício que se parecia com um celeiro. A sala de jantar devia ser próxima,

porque o cheiro de fritura de cebolas pairava no ar. Meu estômago borbulhava tão alto, Charles olhou para

mim com um sorriso.

Austin colocou a mão no meu braço, me impedindo. "Shelby", ele sussurrou, "não é o que você

pensa. Isto não é que você deve pensar."

"Está tudo bem, Austin. Todo mundo tem seus problemas. Você não tem que explicar nada,‖ eu

disse.

Austin soltou um suspiro. "Eu me sinto como se eu deveria. Eu não quero que você..."

"Não há desperdício de tempo!" Chamou Sr. Winters, nos acenando antes de caminhar em torno de

um canto do edifício com Charles.

Austin não se moveu. "Shelby, eu não sou contra as drogas."

―Cara, eu sei o que eu vi, mas tanto faz. Eu não estou aqui para julgar." Comecei a ir embora, mas

Austin pegou minha mão e puxou-me para as sombras.

Novamente, senti o cheiro daquela colônia e algo diferente mais delicioso. Era como certo

estimulante. ―Nós temos que ir,‖ eu disse.

"Minha família gosta de sua privacidade. Conservamo-nos a nós. Nós não precisamos de mais boatos e

mentiras vazando para a imprensa. Nós já passamos por bastante." Ele olhou em meus olhos, sério.

"Eu realmente pensei que caras como você eram mais resistentes. Quero dizer, você realmente se

importa com o que estúpidos jornalistas falam de você? "

"É complicado", disse Austin. "Mas eu não quero que você pense coisa errada sobre mim."

"Por que você se importa com o que eu acho? Quero dizer, você não me conhece mesmo."

"Não." Um olhar triste cintilou em seus olhos. "Na mata eu pensei que você ... e eu ..."

―Hã. Haaaaaa.‖ Eu prendi a respiração. Portanto esta foi a conversa de olhada mágica de luar. E a

parte onde eu tenho que ser tudo "Eu não me atraio pelos drogados enlouquecidos enviado para

acampamento". Espere. Merda. Eu provavelmente já estava no caminho. "Olha, eu sei o que é a paixão por

alguém, mas nos apenas nos encontramos e... "

"Na floresta parecia que éramos amigos", disse ele, terminando o seu pensamento.

Merda. Meu rosto parecia que estava pegando fogo. "Uh-huh".

―Não posso ter um amigo que acredite em lixo sobre mim.‖

―Não, claro que não,‖ disse eu, tentando discretamente disfarçar meu rosto. Eu tomei uma respiração

profunda e fixei-o com um olhar. "Então, amigo, o que estava nos frascos?

"Na verdade, a prescrição. Medicina mal necessária."

Revirei os olhos. "Sim, você já disse isso. Então, o que é isso? "

Austin mordeu seu lábio inferior. "Ah, essa é a parte difícil."

Austin fixou seu olhar no meu, como se ele estivesse tentando pensar em como dizer algo importante.

Algo brilhou em seus olhos. Algum truque estranho de luz que fez um arrepiado espinho na minha

garganta.

"Campistas! O que está acontecendo? "Sr. Winters chamou, ao virar para entrar no prédio. "Eu disse a

vocês dois não há desperdício de tempo."

"Nós estamos chegando", disse Austin.

Sr. Winters franziu a testa. "Shelby? Você está bem? "

"Hãã?" Murmurei, ainda tentando descobrir o que eu tinha visto um flash nos olhos de Austin. Ele

tinha sido diferente da trilha. Quase perigoso.

"Shelby?" Sr. Winters repetiu.

Pisquei para ele. "Oh. Hum, eu estou a caminho."

"Acredite em mim," Austin sussurrou em meu ouvido quando ele passou.

Sr. Winters nos levou para uma sala com painéis de madeira decorado com esculturas de animais

empalhados de bronze e recheados troféus de peixes. Uma mesa enorme com as pernas esculpidas como

garras segurando bolas estava do lado de dentro da porta. Eu não gosto de coisas antigas ou algo, mas aquela

parte sozinha teve de merecer o dinheiro principal. No canto da mesa havia uma estátua de águia de bronze

empoleirada, como se estivesse prestes a levantar vôo.

A senhora do violão olhou para cima enquanto nós andávamos adiante. Felizmente, não havia

nenhum sinal do seu instrumento monstruoso. Isso foi o suficiente pra me fazer sorrir, mas a qualquer

momento ela provavelmente chicoteie uma gaita de seu bolso. Além do vestido de verão florido que ela

usava antes, agora ela usava também uma capa de senhora velha de malha e um chapéu de palha safári. Ela

me fez lembrar um daqueles zookeepers* que sempre vêm em talk* shows com preguiças de três dedos

que fazem xixi na mesa do anfitrião. Ela sorrindo falsamente todo o tempo.* (Um zookeepers é um

trabalhador de um jardim zoológico, responsável pela alimentação e cuidados diários dos animais.)

* (Talk show é um gênero de programa televisivo.)

Ao lado dela no sofá de couro vermelho estava sentado um rapaz de cabelos dourados em um tipo

de roupa de treino justa, que foi um conselheiro ou um treinador que estava muito fora de forma. Ele sorriu

brilhantemente para nós, eu quase podia ouvir seus dentes trincados.

Nós três fugitivos, sentamos em um sofá idêntico em frente aos adultos, eu entre os dois meninos.

Preparei-me para ouvir a palestra de uma vida, certa de que eu estava sendo enviada para o acampamento

inferno no deserto. Será que eu trouxe protetor solar suficiente?

Sr. Winters arremessou-se pesadamente para baixo na cadeira alta apoiada na escrivaninha, seu nível

de cabeça como um escancarado baixo troféu. Os olhos do troféu de peixe, pequenos grânulos de vidro,

olharam para fora, estranhamente semelhante aos do próprio Sr. Winters. "Campistas,‖ ele começou,

"Primeiro, eu gostaria de apresentar Cynthia Crumb e Sven Jorgensen. Shelby, você irá com Cynthia para

cabana Coruja Malhada. Charles e Austin, destinei-os a Sven cabana Pica-pau Sapsucker*.*(Sapsucker -

Pequeno pica-pau-americanos que se alimenta de seiva por exemplo, maçã e borda de árvores.)

Charles bufou. "Sapsucker?"

"Esse é um tipo de pássaro,‖ explicou Sven com outro sorriso cegante e um sotaque mais grosso do

que o cara nos anúncios publicitários da *IKEA. "Pássaro muito bonito."*(IKEA é uma companhia privada

de origem sueca, controlada por uma série de corporações sediadas nos Países Baixos, especializada na venda

de móveis domésticos de baixo custo.)

Charles deu a Sven uma saudação idiota. Austin nem sequer olhou para cima, ele apenas acenou

com a cabeça, o cabelo escuro caindo em seus olhos.

"Campista, você vai me encontrar amanhã depois do almoço. Enquanto todos os outros estão tendo

aula de arco e flecha, estaremos discutindo a sua façanha e a realização da sua punição. Cynthia e Sven,

essas pessoas vão levá-los de volta para as cabanas.‖

Espera. Era isso? Nenhuma garganta vermelha? "Você não está chamando os meus pais?" O meu

coração cheio de esperança ficou fazendo pequenos movimentos acrobáticos. Este diretor pastoso de

campo foi um passeio total no parque em comparação com a maldosa Priscilla.

―Shelby, funcionamos em uma base da segunda possibilidade aqui,‖ Sr. Winters disse. "Nós

estaremos chamando seus pais amanhã de manhã. No entanto, espero que eles deixem você continuar com

o programa em nosso conselho."

"Oh". Minha esperança caiu com um baque. Assim, meu pai e Priscila iriam descobrir sobre a viagem

não autorizada na floresta do campo. Isso não ia ficar bom.

―Agora, vocês, crianças devem estar com fome. Tenho certeza que o cozinheiro conseguiu reservar-

nos alguns pratos.‖ Ele acariciou sua barriga, o que me fez perceber que ele era o único que estava

completamente esfomeado. Então, novamente, quando você está comendo por dois - você e sua boa cerveja

- você provavelmente terá que sentir muita fome.

Enfim, todos nós levantamos dos sofás e seguimos até a porta.

―O que foi isto sobre a punição?‖ disse Charles. "Se você me deixar usar o telefone, depositarei o

dinheiro diretamente na sua conta.‖ Ele mexeu em sua camisa de pólo e deu um pedaço de casca, que

pousou no sapato de Austin.

Sr. Winters parou na porta e virou-se, as sobrancelhas franzidas. ―Os telefones estão liberados apenas

para funcionários, é como as coisas funcionam aqui, Charles. Dever da limpeza da cozinha, retirar as ervas

daninhas, esse tipo de coisa. Além disso, por enquanto, você não poderá participar na construção da pista

que estamos fazendo no lado oeste da fronteira .‖

Austin pareceu animar-se, levantando os olhos ao Sr. Winters, pela primeira vez desde que tinha

estado na sala. "Construção de fuga?", Ele repetiu.

―Um privilégio, para campistas respeitados, filho.‖

Sven sorriu novamente. ―Você gostaria de construir trilhas, Austin?‖

Austin deu de ombros, a luz no seu olhar escuro.

"Como vai você?" Perguntou Cynthia, seu olhar que pairava sobre mim e minha roupa imunda.

Para os candidatos. "Minha madrasta tem roseiras prêmio."

Cynthia compartilhou um olhar com o Sr. Winters, como ela não podia acreditar que eu já tinha

posto os pés em um canteiro de flores. ―O trabalho do seu jardineiro, não há dúvida.‖

"Como você sabe?" Eu respondi, porque eu não gostei do tom do seu comentário. Ela era uma das

daquelas pessoas que achavam que todo mundo que tinha dinheiro era preguiçoso? Se ela soubesse que

apenas alguns anos atrás eu tinha sorte de juntar bastante dinheiro para o cinema.

―Tudo bem, tudo bem. Todos nós temos jardineiros. Onde está o jantar?‖ Charles disse, empurrando

os adultos para a porta.

―Menino com fome, este,‖ disse Sven, deu palmas nas costas de Charles. "Nós vamos alimentá-lo

agora." Ele envolveu um braço musculoso ao redor dos ombros magros de Charles e marcharam para fora

da porta. ―Você vem, Shelby,‖ chamou Sven sobre seu ombro.

Cynthia ajeitou sua capa de malha.

Dei um passo de distância, no caso, dela estar prestes a colocar o braço em minha volta. Não preciso

de uma pessoa, senhora, desprezível de meia-idade com problemas de violão tentando ser minha amiga. Eu

disse, ―Poço, um, encontrar o meu próprio caminho.‖

Seu sorriso apertado praticamente gritou exigindo creme hidratante para os lábios. ―Vejo-a na coruja

malhada,‖ disse ela, em seguida, afastou-se, cantarolando.

"Vamos?", Perguntou Austin, segurando a porta para mim.

"hã, hum ... obrigado." Deixei-me respirar e dar um suspiro de alívio quando saí para o ar da noite e

em direção ao cheiro de comida.

Austin caminhava ao meu lado, e havia um silêncio confortável entre nós, pelo menos até entrarmos

na sala de jantar e ouvir Charles tentando enviar de volta sua costeleta de porco cozida. ECA. Eu estava

definitivamente no acampamento.

Após o jantar tardio, eu estava ansiosa para ver minha cabana - até que ouvi um violão a tocar um

verso de ―Michael, Row the Boat Ashore.‖ Gemendo, eu segui o som até o final da trilha. Enfiada em um

bosque de folhagens altas, coruja malhada, como sete ou mais outras cabines que eu tinha passado, foi feita

de tapume falso de aparência arredondada para parecer detectável. Tanto para rústica.

Parei na porta e olhei para trás na trilha escura para onde Austin foi enviado para a porta iluminada

da Pica-pau. Ele não disse muito durante o jantar, mas a nossa conversa sussurrada no caminho antes ainda

me assombrava. Ele pensou em mim como uma amiga. E eu pensei nele como um bad boy bonito. Um

cara bonito e com grandes problemas.

Suspirando, eu avancei para abrir a porta da coruja malhada. Em uma única cama perto da entrada,

Cynthia Crumb estava tocando em seu violão, enquanto as meninas nas camas de beliche em todo o quarto

pareciam entediadas, irritadas, ou tinha almofadas sobre suas cabeças. Fiquei ali na porta até que a canção

terminou e, em seguida, felizmente, Cynthia guardou na mala seu instrumento assim chamado.

Eu entrei para o quarto e peguei o primeiro beliche baixo vazio.

"Ei", disse uma voz na cama ao lado. Dois olhos castanhos e uma confusão de cabelos negros saíram

debaixo de um travesseiro. Ariel. Eu nunca tinha ficado tão feliz em ver um rosto familiar. Dei uma olhada

rápida ao redor, querendo saber se Jenna tinha sido presa aqui, também, mas eu não a vi.

―Eu pensei que você tinha morrido lá fora,‖ disse Ariel, angustiada sobre em meu beliche.

―Um? Eu estava tentando salvar a cabeça de Austin. Você realmente o conhece?‖

"Sim", disse Ariel, tirando o cabelo do rosto. ―Meu pai é amigo de seu pai. Falo sobre um cara velho

tipo selvagem."

―Shelby?‖ Cynthia interrompeu, enfiando a sua cara comprimida em cima da minha. "Vá pegar sua

mala. Eu preciso procurá-la?"

―Um? Você precisa o quê?‖

―Procedimento padrão,‖ Cynthia disse em uma voz entediada. ―A mala está esperando na varanda.

Estou surpresa que você não tropeçou nela.‖

―Você só pode estar brincando. O que aconteceu com a declaração dos direitos? Sou eu que não

tenho direito há um pouco de privacidade e respeito?‖

Cynthia sorriu como um tubarão. ―Então eu entendo a sua preocupação, seus pais estavam felizes o

suficiente para assinar os seus direitos de distância. Mova-se.‖

―Vamos, eu vou te ajudar,‖ Ariel disse, saltando acima. Uma vez que estávamos fora, Ariel sussurrou,

―Ela é pura maldade. Permaneça no seu lado bom.‖

―E eu que pensei que me odiava porque eu não canto canções estúpidas.‖

―Ela provavelmente odeia a todos por isso‖, disse Ariel, com uma risada.

―Então, um… o que mais você sabe sobre Austin Bridges?‖

―O quê?‖ Olhos de Ariel ficou maior, o que parecia impossível, considerando o tamanho deles para

começar. ―Você gosta dele?‖

―Não. Quer dizer, eu só conheci. Ele parece interessante.‖

Ariel levantou as sobrancelhas. ―Bem, na verdade, eu não sei tudo sobre Austin também. Seu pai sai

em turnês sem ele normalmente."

―Oh. Isso é muito ruim. Austin provavelmente sente falta dele.‖

―Não, é provavelmente perfeito para ele. Quer dizer, eu quase nunca vejo meus parentes.‖ Ariel deu

de ombros. ―Eu estou bem ok. Bem, exceto por ser enviada para o acampamento de adolescentes chatos

em todos os verões. Por que você está tão preocupada com ele, afinal?‖

Eu não queria dizer nada sobre o que tinha acontecido no bosque. E eu realmente não queria fazer

fofocas sobre o problema de Austin. ―Ele parece triste,‖ Eu disse, e deixei o assunto cair.

Ariel e eu arrastamos a mala para o quarto e a jogamos em minha cama. Minhas companheiras

reunidas em torno vendo como Cynthia pegou minha mala com prazer.

―O contrabando pode ser escondido em qualquer lugar,‖ ela disse, separando minha roupa de baixo

com um lápis. Sim, contrabando - como na minha reserva de vermes gomosos (durante aqueles extras maus

dias), gloss labial, brilho e minha sombra de olhos favorita.

Ela lançou os restos de civilização em um saco plástico. ―E eu vou tomar esse sutiã,‖ disse ela,

colocando o lápis em uma cinta. "Você deveria se concentrar em melhorar a si mesma, não tentando atrair a

atenção do sexo masculino."

―Você só pode brincando!‖ Eu disse.

Cynthia colocou um fio de seu cabelo louro-cinza cortado para trás da orelha. ―No mínimo não,‖ ela

disse em uma voz entediada.

As outras campistas murmuraram para si.

―Vamos, meninas,‖ eu disse. ―Não posso ser a única que trouxe um pequeno aumento de seios.‖

A magrinha loira balançou a cabeça tristemente. ―Eu realmente estou sentindo falta do meu sutiã

doT-shirt La Perla bra.‖

Cynthia continuou a sua inspeção, agora remexendo minha mochila. Carrancuda, ela pegou meu livro

de romance, em seguida, enfiou-o debaixo do braço.

―Espere‖, eu reclamei. ―A leitura não pode ser uma distração. Eu pensei que o acampamento iria

tentar melhorar a nossa educação.‖ Cynthia deu um nó no topo do seu saco com minhas guloseimas e

balançou-a por cima do ombro como um verdadeiro Grinch. ―Shelby, todos sabem que esses livros são

inúteis.‖

Minha boca ficou aberta.

A menina bonita de cabelos escuros no beliche acima de mim, disse, ―Não, não é! Minha mãe ganhou

um milhão escrevendo esses tipos de livros.‖

Cynthia deu a ela um olhar de morte e, em seguida, seguiu para fora do quarto. ―Eu estou indo

mandar o Sr. Winters guardar essas coisas lá em cima. Quando eu voltar vou apagar as luzes,‖ disse ela,

fechando a porta.

―Ei, não se sinta mal. Ela tomou todos os meus protótipos da linha de primavera DeVoisier,‖ me

disse Ariel. ―Cinco tonalidades de sombra lavanda, dois gloss labial ameixa, e um pote de blush pêssego.‖

―Você usa tanta maquiagem?‖

Ariel abanou a cabeça. ―Simpáticos presentes da minha mãe para me mandar embora.‖

―Supõe-se que todas nós parecemos merda,‖ disse a moça do romance do beliche de cima. ―Eles

dizem que é terapêutico.‖

―Grande‖. Comecei arrumar minhas coisas violadas, sentindo-me tão cabisbaixa como desde que eu

embarquei no primeiro avião de volta em LA. Sem sutiã push-up, sem sombra de olhos, não doces. Eu não

poderia imaginar que as coisas poderiam piorar. Mas naturalmente eles fizeram.

CAPITULO 5

Claaaannnnnggg! O alarme de alguém precisava morrer. Sentei-me na cama, tapando meus ouvidos

com minhas mãos. Ainda sim podia ouvir bem. Não vinha da nossa cabana.

―Oh droga!‖ gritou a menina dos romances. ―É um incêndio?‖ Ela se atirou para o lado do beliche

de cima, conseguindo me chutar na cabeça no caminho pra baixo.

―Aiiiii!‖ eu gritei agora totalmente acordada. ―Cuidado, Sara!‖

Ariel espiou por debaixo de seu travesseiro. ―Acampamento estúpido!‖ ela gemeu. ―Porque não deixam

agente dormir?‖

―Nem pergunte. Eu provavelmente tive danos cerebrais.‖ Esfreguei minha testa.

―Vamos, vamos, coruja malhada‖ gritou Cynthia Crumb. O sinal estava tocando por dois minutos, a

cabana estava em pânico, e ela saiu da cama só agora. Depois de observar seu cabelo bagunçado, ela

colocou Jeans com sua camisa de flanela e então correu em volta da cabana como algum tipo de pastor de

cabras ou algo do tipo. ―Coloque uma camisa sobre essa regata,‖ falou pra uma pequena loura,e então se

movendo para o próxima lerda. ―Brenna,tire essa bunda da cama! Vamos! É uma bronca! Estamos sendo

cronometrados!‖ ela gritou no meu ouvido. ―Vamos para o mastro! Se mexa! Se mexa!‖

―Cara, ela me assusta,‖ sussurrou Ariel depois de Cynthia foi embora.

Nós éramos as únicas na cabana, pois eu tinha que achar uma sandália perdida e Arial tinha que fazer xixi.

Apresamo-nos até o gramado na frente do salão de jantar para achar apenas todos os outros campistas

frouxamente agrupados num circulo.

Vi Austin as margens da multidão de pica-pau. Ele estava usando Jeans e uma camiseta preta e tinha

um incrível olhar entediado no seu rosto. Assim que Ariel e eu nos aproximamos, Austin levantou suas

sobrancelhas ligeiramente e me deu um aceno.

Dei a ele um meio sorriso assim que Ariel pegou minha mão e puxou até Cynthia e as garotas.

‗Bem, campistas...‖ perto do mastro,Sr Winters falou no microfone. ―Parece que corujas malhadas

estão trazendo retaguarda esta manhã. Temos que trabalhar nesse sistema de emergência na próxima vez.‖

De cara vermelha, Ariel e eu nos enfiamos atrás do resto do grupo. Cynthia se virou para nos dar

um olhar desaprovador.

―Então, como estava dizendo,‖ Sr Winters disse, ―temos um grande numero de projetos planejados

para vocês ao longo da semana: passeio a cavalo,construção de trilhas,quadrilhas (aquelas danças de festa de

São João),e o sempre popular show de talento,apenas dizendo alguns. Hoje alguns de vocês vão ao pico da

rocha Crescente pela primeira vez.‖

Ariel suspirou. ―Eu não gosto de altura‖ ela disse como um zumbi.

Dei-lhe um tapinha nas costas.

―E campistas, um de nossos destaques no acampamento crescente é nossa cerimônia de

transformação, que acontece no fim dessa semana. Vocês farão um projeto artístico, uma representação da

pessoa que vocês costumavam ser, das coisas que você gostaria de mudar em si mesmo, e largando isso no

fogo sobre a lua cheia. Com essa imagem de vocês acabada, vocês serão capazes de achar o seu verdadeiro

eu, a pessoa autentica que gostaria de ser.‖

Fiz uma careta. Isso parecia um pouco mais uoo-uoo que no folheto. Estava afim da transformação,

mas queimar uma esfinge na fogueira? Isso era um pouco de mais. Ainda sim, eu o ouvi ele descrever a

rotina diária, e olhava para todos os rosto dos campistas ao redor do pequeno circulo que formamos no

gramado, Pensei que não seria tão diferente de um acampamento normal. Podia até ser divertido. Mas

nunca é garantido.

―Vamos falar sobre sua madrasta,‖ Sr Winter disse, me dando um par de luvas de jardinagem mais

tarde naquela manhã.

Escorei-me contra a parede de pedra em torno do canteiro de flores. Uma coisa era estar pegando

pena por fugir, mas o que tinha que ver com terapia extra? Apenas uma hora atrás eu estava num ‗grupo de

garotas‘ onde uma psicóloga gorda chamada Dr Wanda perguntou a cada uma de nós como nos sentimos

quando tivemos nossa primeira menstruação. Ugh. Ouvir aquilo era tortura suficiente.

―Sr Wintes,poderia apenas me mostrar o que você quer capinar?‖ eu disse. Sombreei meus olhos

contra o brilhante sol da manhã e lhe dei meu melhor se cale olhar. ―Claro‖, ele continuou ali, sua barriga

fazia uma sombra impressionante.

Eu realmente esperava que ele não fosse um daqueles insuportáveis adultos que pensam que silencio

é a maneira garantida de fazer crianças falar. Eu vi muitos conselheiros falharem com essa velha tática.

Quando minha mãe morreu, havia coisas que eu não podia falar sobre - especialmente para o

terapeuta que meu pai tinha arrumado. Eu não sabia nem como me sentia; e eu não queria falar com

estranhos, não podia nem falar com meu próprio pai. E aqueles estranhos profissionais tinham

desperdiçado o dinheiro do meu pai me olhando do outro lado da mesa, encontro após encontro. E

eventualmente meu pai veio com a idéia de conselheiro. Então ele achou pão de mel e esqueceu isso, e de

tudo mais, completamente.

Sim, eu já tinha visto o tipo Sr Wintes antes.

Depois de um momento do meu silencio, Sr Wintes desistiu e disse, ―Vamos falar sobre sua fuga do

acampamento‖

Pisquei pra ele. Não tínhamos superado isso? ―Eu estava preocupada com os garotos e você. Eu

pensei que podia ajudar.‖

―Ajuda é uma coisa boa—quando você pode fazer com segurança.‖

―Sim,‖ eu disse, me preparando pro resto do sermão.

Do campo próximo, uma onda de risos e conversa vinham dos adolescentes que desfrutando o arco

e flecha. Eu olhei pra aquela direção e notei Austin e Charles através da estrada de cascalho, empilhando

pedras para pomar, outra paisagem de parede. Já suando, ambos os garotos estavam sem camisa. O peito

muscular de Austin brilhava na luz do sol. Mmm.

Sr Winter rastreou meu olhar e disse, ―O que Austin representa pra você? Um homem perigoso?

Um modo de se rebelar?‖

Oh, nossa, minha culpa. Por um segundo esqueci que o velho estava comigo. ―Temos que conversar

Sr Winter? Veja, eu estou puxando uma erva daninha.‖ Eu disse, arrancando alguma coisa verde. ―Eu posso

fazer isso sozinha‖

―Sua madrasta parecia muito preocupada com você quando nos falamos esta manhã,‖ Sr Winters

disse.

Olhei pra cima abruptamente. ―Ela mencionou Red Canyon,não é?‖

Ele assentiu. ―Como isso te faz sentir?‖

O que? Eles estavam falando serio? ―Uh,não sou fã.‖

―Eu posso lhe assegurar, você vai gostar muito mais do Acampamento Crescente. Você não quer

prejudicar seu tempo aqui.‖

Apesar do calor do sol por cima da cabeça, senti um calafrio, como se Priscilla estivesse parada atrás

de mim, bloqueando os raios. ―Vou tentar,‖ Eu disse com uma voz baixa. ―Sabe, sobre se abrir e tal.‖

―Bom.‖ Sr Winters se ergueu, espanando as mãos no jeans. ―E quero sugerir que você pense em

você primeiro, ao invés de se preocupar com os outros. Austin tem seus próprios problemas pra lidar. E

você é a pessoa mais importante de sua vida. Você não pode ajudar os outros se você não se ajudar antes.‖

―Sim.‖ eu procurei ao redor por mais outra erva daninha pra puxar. ―Claro, foi provavelmente um

bom conselho.‖

―Vamos conversas mais amanhã,‖Sr Winters disse. Ele se abaixou para dar uma tapinha no meu

ombro e acrescentou, ―Quando você ouvir o sinal do almoço, você pode parar de capinar por hoje.‖

Horas depois, eu olhei pro meu monte de terra, que agora estava quase livre de ervas daninhas.

Surpreendentemente, aquela pequena realização realmente me fez sentir um pouco melhor. Fazia muito,

muito tempo desde que eu não puxava ervas daninhas.

Antes em Wisconsin,antes de Re-Gen,eu ajudava meus pais com todos os tipos de trabalhos de

jardinagem. Minha mãe amava especialmente plantar e ver as coisas crescerem.

Sentei-me pra trás em meus calcanhares e olhei os garotos, Aparentemente, Sr Winters havia falado

para eles colocarem as camisetas. Na sua camiseta preta, Austin devia soar muito, mas não parecia que ele

se incomodava. Charles, por outro lado, parecia prestes a murchar como uma margarida. Ele caiu na grama

enquanto Austin levava outra pedra para a parede decorativa.

Austin me viu o olhando. Ele olhou de volta pra mim, seus olhos dourados brilhando na luz da lua.

Um pequeno arrepio viajou pra baixo do meu pescoço. Aqueles olhos eram perigosos.

Ele acenou,como se esperasse que eu me aproximasse,mas não fui. Olhei para o monte de terra na

minha frente, fingindo que procurava mais ervas daninhas. Eu não queria me envolver com mais ninguém

que pudesse me mandar para Red Canyon. Não que o velho estava certo nem nada, mas eu precisava me

concentrar em me ajudar naquele momento.

Ainda sim, me sentia mal por Austin, Só podia imaginar o que é ser filho de uma estrela do rock,

criado por pessoas contratadas e não por seu próprio pai. Aquilo devia machucar. E ele estava certo—algo

sobre falar com ele na floresta foi legal. Na nossa breve conversa, eu quase senti que nos entendíamos de

alguma forma.

Espiei sobre meus ombros para Austin, esperando vê-lo ainda me observando, mas ele tinha voltado

a construir a parede.

Foi a coisa mais triste que eu havia o visto ele fazer.

CAPITULO 6

―Shelby, você perdeu toda a diversão!" gritou Jenna, deslizando para o assento ao meu lado na hora

do almoço. Ela tinha sido atribuída à cabine rato-almiscarado, de acordo com Ariel, mas ainda parecia

pensar que íamos ser melhores amigas. Não querendo ser má nem nada, mas ela estava começando a me

dar nos nervos.

De fato, várias das pessoas estavam começando a me dar nos nervos. Até agora, na fila para

almoçar, eu aprendi sobre alguém tendo um caso com o conselheiro em algum outro acampamento no ano

passado, escutei alguém alegremente descrever o vicio de sua mãe em fazer compras, e ouvi alguém

especular sobre a vida pessoal de Cynthia Crumb . Eu tenho certeza que as outras pessoas eram legais e

tudo, mas até agora eu estava começando a sentir como se Ariel fosse a única que valia a pena sair como

amiga.

"Fui muito bem ao tiro com arco", Jenna continuou. Ela deslizou seu guardanapo sobre seu colo, cobrindo

os shorts rosa brilhante que combinou com sua blusa com borboletas. "Eu quase acertei o centro do alvo de

manhã ", disse ela, borbulhando." Você pode acreditar nisso? "

Ariel atirou um olhar irritado. "Jenna, isso é tão mau. Você sabe que ela foi jardinar."

Ignorando Ariel, Jenna franziu a testa para a caçarola de atum na sua bandeja. "Repugnante. Bem,

de qualquer maneira, tiro com arco foi super divertido. Você teria gostado".

"Sim". Mexi os pedaços de queijo do macarrão, tentando disfarçar os flocos de atum acinzentados.

Cética, eu provei um pouco, e achei o gosto muito bom. Nada como a ultra comida saudável que

Priscilla fazia nossa governanta preparar o tempo todo. Coisas como Bulgur* com trigo cozido e curry de

cogumelos que eu fingia comer, mas a maioria das vezes era jogado no lixo. * (é um cereal produzido a partir de diferentes tipos de espécies de trigo, mas mais frequentemente de trigo duro. É popular no médio oriente e no norte da África.)

Ariel, usando outra roupa escura, camiseta cinza e bermuda preta, enfiou um garfo na sua gelatina

azul e empurrou a bandeja pra longe dela.

"Bem nojento, hein?" Eu disse, dando-lhe um aceno. Eu realmente queria perguntar mais sobre

Austin, mas num almoço rodeado por campistas desesperado por algo para falar não era o momento.

Quase como se ela estivesse lido minha mente, Jenna disse: "Então Shelby, nos fale os podres." Sua

voz atraiu os olhares de todas as meninas de nossa mesa. "Você sabe, no pequeno problema de Austin".

Eu fiquei de boca aberta para ela. "O quê?"

Ariel disse "Fofoca de acampamento." Ela esfregou os lábios com o guardanapo de papel e, em

seguida, enrolado em seu punho. "O pessoal gentil devia ignorar."

Jenna abriu a boca para dizer algo assim que um grito de mulher ecoou pela amontoada sala de

jantar.

"Sr. Winters! "Cynthia entrou pela porta da sala de jantar, puxando Austin pelo braço.

"Isso é ridículo", disse Austin, encolhendo os ombros para fora do alcance de Cynthia.

Sr. Winters correu para lidar com a situação. Bem, correu não é exatamente a palavra. Mancou com pressa era melhor. "O que está acontecendo, Cynthia?

"Eu peguei esse menino rodeando o escritório." Ela se inclinou mais perto, mas eu ainda podia ouvi-

la dizer, "Tentando abrir a fechadura de sua porta."

Todo mundo na nossa mesa parou de comer.

Cynthia fez um barulho de mau humor e colocou as mãos nos quadris. "Senhor, ele estava

invadindo para roubar de volta seu estoque ", disse ela em um sussurro alto.

Um barulho de reação veio do pessoal. O olhar severo de Sr Winters varreu em volta, silenciando-

nos.

"Cynthia", disse ele, dando um passo mais perto do conselheiro, "nós vamos falar sobre isso em

particular."

"Espero que sim!" Austin protestou. "Uma acusação injusta..."

"Vamos dar um passeio", disse Sr Winters.

Assim que ele e Cynthia saíram com Austin, o barulho invadiu a sala toda novamente. Sven pulou

e agitou os braços ao redor, tentando acalmar os campistas, mas parecia que ele estava fazendo aeróbica,

assim ninguém prestou atenção.

"Todo mundo sabe que as drogas dele são trancadas no escritório de Winters", Jenna disse com um

sorriso perverso. "Junto com todo o contrabando que acharam".

"Eu não posso acreditar que ele está nas drogas", disse Ariel calmamente.

"Charles o viu", disse Jenna.

"Que fofoca", eu murmurei.

Jenna sacudiu a cabeça. "Shelby,você não sabe? O pai de Charles acaba de adquirir Celebridades

expostas. Charles está procurando histórias para que ele pode negociar com o pai para sair daqui. Ele se

gabou muito disso no café da manhã. "

Ariel abanou a cabeça tristemente. "Um grande escândalo seria notícia de primeira página

novamente. O pai de Austin é uma grande lenda do rock."

Uouuuuu. Senti estranhos arrepios correrem para cima e para baixo dos meus braços. Ótimo.

Justo o que Austin estava com medo, mais fofoca nos tablóides sobre sua família.

Jenna se inclinou e sussurrou: "Então, você estava lá, Shelby. O que ele tem? "

"Eu não sei", disse. "Eu não quero falar sobre isso, ok?"

"Ótimo. Tire todo o divertimento desse entediante lugar velho", Jenna disse, levantando-se com sua

bandeja. "Talvez você deva trabalhar em suas habilidades de comunicação, Shelby.‖

"Talvez você deve-se trabalhar em seu vicio de drama, Jenna", rebateu Ariel.

"Talvez você deve-se trabalhar em suas tendências anti-sociais, Ariel", respondeu Jenna, caindo fora.

"Ela está adivinhando", Ariel disse em uma voz entediada. "Fique tempo suficiente nesses campos,

você começa a ser capaz de adivinhar por que as pessoas estão aqui ".

Eu fiz uma careta. "Minhas habilidades de comunicação estão muito bem", disse.

"Na verdade, eu acabei com você na questão de provocação.", disse Ariel, com um pequeno sorriso.

"Você se comunica bem".

Bingo. Eu mordi meu lábio inferior. "Bem, você definitivamente não é anti-social", disse.

"Eu sei. Sou tímida e incompreendida, mas eu venho de uma família de extrovertidos. Isso

significa que deve haver algo de errado comigo, né?" Ela riu, mas eu vi tristeza em seus olhos.

"Família é uma droga", disse.

Ariel encolheu os ombros e girou o garfo na sua gelatina azul. "Você quer um pouco desta

porcaria?"

"Não. Eu nunca como qualquer coisa azul ".

Ela sorriu. "Boa regra."

Deixamos a mesa com as nossas bandejas e despejamos o lixo na lixeira.

"Está tudo bem se você não quer falar sobre isso, mas eu não posso acreditar que Austin iria usar

drogas. Ele não é um festeiro, pelo que me lembro ", disse Ariel.

"Ele diz que a droga é algum tipo de medicamento. Ele mentiria sobre uma coisa dessas? "

Ariel encolheu os ombros. "Ele não parece um mentiroso. Ele é totalmente normal, especialmente

quando comparado ao pai. O pai dele é louco ou algo assim. "

Colocamos nossas bandejas na pilha em cima do balcão e nos dirigimos para a porta.

"Louco? ", perguntei.

Ariel acenou com a cabeça, colocando seus óculos escuros. "Completamente louco. Uma vez, na

festa de natal dos meus pais, vi o pai dele morder a cabeça de um periquito, "Ariel sussurrou enquanto

dobrava o canto do refeitório. "Um periquito vivo."

"Sério? Eca. "

"Yeah. Louco velho roqueiro. "

"Isso é nojento."

Ariel fez uma careta com a memória. "Austin também achou. Ele correu para fora da festa que

como se fosse vomitar. "

"Por que o pai dele é tão louco?"

"Ele sempre foi louco. Ele não é nada como Austin. "

Eu assenti. "Austin parece tão diferente. Do tipo triste, mesmo".

Ariel respirou fundo. "Você não sabe, não é?", Disse.

"O quê?"

"A mãe de Austin morreu."

"Ela morreu?" Oh, cara. Meu coração começou a bater mais forte. Eu não tinha mencionado a

minha própria mãe. Geralmente as pessoas não entendem como é perder a mãe. É mais fácil deixá-los

assumir que meus pais são divorciados, como todos os outros. Eu tentei manter minha cara normal,

enquanto Ariel continuou.

"Foi baleada um tempo atrás em algum tipo de acidente de caça, na Escócia. Pelo menos é isso que

os meus pais me disseram. "

Um pequeno arrepio passou por mim. Baleada. Não me admira que Austin tenha problemas.

"Você está bem?" Ariel perguntou, erguendo os óculos de sol para estudar o meu rosto. "Você

parece realmente branca. Branca como nem com ajuda de bronzeador. "

Eu deixei o ar que eu tinha segurado sair. "Eu estou bem."

"É chocante, eu sei. Você poderia imaginar perder sua mãe? ", Disse Ariel. "Eu surtaria".

Eu apenas assenti.

Ela disse: "Mesmo se você odeia sua mãe, sabe você não pode crescer sem ela."

Sim, você pode, eu queria dizer, mas eu não disse. Eu não precisava de Ariel sentindo pena de

mim. Eu não precisava dela fazendo ligações imaginárias entre Austin e eu apenas porque nós perdemos

nossas mães.

Perder. Sim, certo. Por que nós sempre dizemos perder quando queremos dizer pessoas

morreram para nós? Minha mãe não foi perdida. E eu passei os últimos três anos me esforçando muito

para não me perder. Isso é o que realmente acontece quando pessoas morrem, a família deixou para trás

uma parte de si. Um pedaço minúsculo. Um minúsculo pedaço você nunca consegue de volta.

Ariel deslizou os óculos de volta no lugar. "Tem certeza que você está bem?", Perguntou ela.

"Uh, sim." Recuperei um sorriso. "Minha madrasta é muito ruim. Ela me mandou pra cá. "

"Uh-oh." Ariel parou no caminho para a cabine, colocando a mão no meu braço. "Isso aconteceu

com um amigo meu. É um truque de madrasta. Seu pai caiu totalmente nele."

"Ela me mandou para cá para se livrar de mim. Eu acho que eu realmente sou normal."

Ariel encolheu os ombros, e começou a andar novamente. "Você sabe, eu não acho que ninguém

mais é normal", disse ela. "Todo mundo tem algo de estranho. Algo que acham que eles deveriam

esconder. "

Eu assenti.

"Oh, olhe!" Ariel disse, apontando para um esquilo deslizando até um pinheiro.

Sacudi a cabeça para ela. "Eu pensei que você tinha ido a um monte de campos, você nunca viu um

esquilo?

Ela piscou para mim. "Meu pai tem um apartamento que tem vista para o Central Park. Eu já vi

esquilos antes. Não que eu seja uma super garota da natureza como você. Esse negócio de viver em

Wisconsin é verdade, não é? "Ela baixou os óculos de sol, dando-me um olhar avaliador.

"Como se eu fizesse algo assim para impressionar as meninas do Spotted Owl?"

"Você ficaria surpresa com algumas das que as campistas mentem." Ariel sorriu. "De qualquer

forma, eu gosto do seu estilo. O que você está fazendo aqui no ‗na mais exclusiva instalação de terapia para

adolescentes do ocidente afinal‘?‖

Eu ri das pequenas aspas de citação que ela estava fazendo com os dedos e disse: "Eu ainda estou

tentando descobrir. "

**************

"Eu não posso fazer isso", lamentou Ariel duas horas depois.

Olhei para a parede de rocha maciça na nossa frente. Pregas projetavam-se em todos os poucos

metros na vertical, mas mesmo isso não era conforto para Ariel, que estava apenas na metade do caminho.

Apertei meu suporte na corda enfiada através do arreio e apertei o dispositivo em que estava amarrada. De

mim, a corda correu para a suspensão no topo da rocha e, em seguida, até a engrenagem de Ariel. Ao

controlar a folga, eu ajudei-a constantemente enquanto ela subiu.

"Venha! Você está indo muito bem! "Eu falei, tentando ser uma boa parceira. Na verdade, ela

estava indo bem para alguém que estava com medo de alturas. Ela implorou aos conselheiros para deixá-la

fora das atividades, mas eles não se importaram. Todos tinham que subir a pedra crescente, ou então

diziam. Conquistar um obstáculo natural era parte da nossa coisa de transformação.

A partir de uma plataforma no alto da parede, o Sr. Winters acenou com as mãos. ―Vocês

conseguem campistas, vamos!‖

"Você está quase lá, Ariel!" Eu gritei.

"Oi!" Austin estava no topo da pedra de dez campistas na parede. Ele deve ter acertado tudo com o

Sr. Winters pelo visto. Então, talvez ele esteja indo muito bem por conta própria. Isso era um alívio.

"Cuidado com a corda camarada!"

Seu parceiro, Charles, soltou mais a corda do dispositivo de segurança, afrouxando através de sua

mão guia e Austin alcançou a próxima pega.

"Olhe este falso", murmurou Charles. "Ele age como se ele tivesse ido a um campo de pirralho em

sua vida. Ele provavelmente mandado desde que podia andar.‖

"Cara, qual é o seu problema?" Eu estava ouvindo o balbuciar de Charles, desde que nos juntamos

com nossos parceiros e caminhamos até a parede.

"Eu não tenho um problema, não comparado ao perdedor na parede." Charles passou a mão livre

no seu cabelo curto. "A julgar pelas mercadorias na sua mochila, ele é adepto aos velhos truques de seu

pai.‖

"Talvez você devesse se preocupar consigo mesmo.", disse me afastando dele.

Charles deu de ombros. "O conhecimento comum é a preocupação de todos."

"Uh ... Shelby?", Gritou Ariel.

Olhei para cima e percebi que ela tinha realmente subido alguns metros. Seu rosto estava pálido e

parecia que ela estava prestes a chorar. Eu soltei a corda um pouco através de guia na minha mão. "Bom

trabalho!" Eu gritei. "Escale!" Era melhor se concentrar em algo diferente de Charles e sua fofoca.

Ela grunhiu e soltou-se para os próximos suportes. Ela olhou para baixo pra mim, e eu poderia ver

o cansaço e medo em seu rosto. Ela ainda tinha cerca de nove metros para ir.

Charles deu de ombros. "Eu poderia dizer coisas sobre o seu novo amigo Austin que te faria surtar.

Pergunte a ele sobre Jillian Montrose"

"O quê? Que diabos você está falando? "

"Aparentemente, você não lê revistas", disse Charles com um encolher de ombros. "Jillian, a última

namoradinha de Austin, teve um surto na fazenda do pai dele. Alegou que alguém tentou atacá-la. Depois

disso, o seu pai trancou a propriedade e ninguém mais entrou como a fabrica do Willy Wonka. A

imprensa não entra há anos. Nem mesmo a Rolling Stone. Há todos os tipos de rumores sobre a família

Austin sendo completamente pirada. "

"As pessoas sempre espalham boatos sobre celebridades. Isso é o que vende revistas, né? "

"Jillian nunca contou a história toda, mas pelo que eu ouvi dizer que ela nunca mais foi a mesma.

Talvez o velho Bridgeses(pai do Austin) a comprou, ou talvez ela estava apavorada que Austin viria atrás

dela e terminar o serviço. Enfim, eu odiaria pensar de você pode ser a próxima. "

Trinquei os dentes, querendo que Charles calasse a boca. "Só porque uma garota espalha alguns

rumores não significa que a história seja verdade."

"Eu estou apenas dizendo, é bem assustador. O Bridgeses não é uma típica família de estrelas do

rock e Austin é o mais estranho deles todos. Quem sabe o que realmente aconteceu com essa menina ou o

que ele é capaz de fazer "

"Por que não deixá-lo sozinho? Oh, espere, eu esqueci que seu pai ganha a vida inventando essas

coisas. Seria demais pedir para deixar que as pessoas terem privacidade, né? "

"A privacidade é superestimada", afirmou. "Na verdade, talvez você queira me dizer o que aconteceu

na floresta, antes de aparecermos? Há provavelmente uma boa história lá."

"A única coisa que eu vou dizer é para calar a boca."

Ele riu o que me fez querer bater nele, mas então eu ouvi um grito. Ariel perdeu seu apoio para o

pé.

A corda estremeceu em minhas mãos e apertou no dispositivo de segurança ligado ao meu arreio.

"Socorro!" Ela balançou os pés dela tentando firmar-se e, em seguida raspou seus dedos dos pés

contra a pedra,tentando encontrar outro apoio para o pé.

"Isso não tem preço", disse Charles,dando risinhos.

"Segure-se!" Eu disse, puxando a corda através do meu freio de mão para tentar constante para que

ela pudesse chegar a base seguinte. "Tudo bem. Suba! "

"Eu não consigo!" À beira do choro, Ariel balançou em sua cadeirinha.

Todo mundo tinha parado de subir para assistir ao espetáculo de Ariel se perdendo. Meu

estômago apertou com culpa. Eu não tinha focado em ajudar para fazer a escalada. Eu me deixei ser

atraída pelo estúpido do Charles.

Mesmo que ela, a parede não era muito baixa, ela tinha uma corda segurando-a, Ariel ficou

claramente aterrorizada.

"Deixe-me voltar", disse ela. "AI MEU DEUS EU QUERO VOLTAR!"

"Vá em frente e comece a baixar ela," disse Cynthia Crumb, com uma carranca azeda em seu rosto.

"Depressa!" Chamou Ariel.

Antes que eu poderia mesmo deixar a folga para iniciar a descida de Ariel, Austin balançou em

frente a sua posição sobre a rocha e estendeu a mão. "Te peguei", disse ele, colocando a mão em seu

braço. ―Relaxe. Eu não vou deixar você cair." Ele estava segurando a parede de pedra com a mão esquerda

como ele usou as pernas e os quadris para chegar mais perto de Ariel. Um passo a mais e ele estava bem

próximo a ela, guiando sua mão esquerda para o próximo cabo.

"Agora chegue um pouco para a direita com o pé. Lá você vai."

Os pés de Ariel encontraram um lugar na parede, e ela soltou um suspiro enorme.

Eu fiz também.

Cynthia Crumb fez um barulho ofendido atrás de mim, como ela não podia acreditar que Austin

tinha realmente feito algo de bom. Enquanto isso, Charles sacudiu a cabeça e Austin corda reajustado no

dispositivo de segurança.

"Certo, então. Um passo para cima ", dirigido Austin.

Ariel deu-lhe um olhar assustado, mas depois fez o que ele disse. Manteve seu treinador e alguns

minutos depois, ela tinha subido o seu caminho até o topo, onde o Sr. Winters esperou.

O velho puxou-a para a plataforma e deu um tapinha nas costas dela. "Bom trabalho, campista".

Ariel, ainda pálida, assentiu roboticamente.

Austin alcançou o pico e correu para Ariel. Ele envolveu-a em um abraço. "Isso foi brilhante" disse

ele.

Algo em mim amoleceu, ao vê-lo segurando-a. Eu não tinha definido ele como um abraçador. Ele

parecia distante e britânico, que seria mais acostumado a oferecer apertos de mão, mas lá estava ele, ainda

com os braços em volta da minha nova amiga, após salvá-la na parede.

"Não é adorável?" Charles fez uma brincadeira. "A filha do bilionário e o filho de uma estrela do

rock. É um pouco clichê, mas "

"Cara, cala a boca". Abaixei a aba do meu boné de beisebol e mentalmente tentei bloqueá-lo.

Em cima da plataforma, Austin finalmente soltou Ariel, que estava sorrindo. Ela acenou para mim,

e eu acenei de volta.

Austin deu-me um pequeno aceno, mas não sorriu. O que era bom, porque eu estava um pouco

confusa no momento. As drogas. A dor. Rumores espalhados por uma menina assustada? E agora esta

missão de resgate na parede? Havia mais de Austin Bridges que se podia ver.

CAPITULO 7

Naquela noite, faíscas da fogueira do Acampamento Crescente voavam para o céu escuro como

estrelas cadentes ao contrário. Conversas zumbiam ao redor do circulo de bancos de madeira assim como

os grupinhos do acampamento formavam. Um grupo de gente gótica, sem lápis preto, sentou

melancolicamente inspecionando os buracos vazios dos piercings uns dos outros. Alguns dos campistas

gordos debatiam sobre o melhor fazedor de técnicas. Alguns dos garotos selvagens estavam fazendo queda

de braço, seus cotovelos permaneciam do outro lado da bancada enquanto eles lutavam.

Ao redor de todo o circulo, o cheiro de açúcar queimado subiu dos marshmallows tostando no fogo.

Ariel colocou um pegajoso dourado no fim de sua vareta, assando o exterior do mashmallow,tirou e comeu

ele, e então assou outro novamente. Mashmallows são bons, mas eu estava seriamente desejando por

algumas velhas minhocas de gelatina *,que eu estava quase certa que Cynthia Crumb tinha devorado junto

com meu livro de romance.

* (http://farm1.static.flickr.com/6/10330114_7938e419dc.jpg)

Eu olhei para Austin, sentado três bancos longes. Seus olhos refletiam as cores douradas da fogueira,

e a luz das chamas cintilava contra seu rosto forte. Ele estava olhando pra mim. Senti-me esquisita—nem

bem, nem ruim, apenas esquisita. Contorci-me no banco, tentando ficar confortável.

―Por que Austin esta olhando? Eu tenho uma espinha ou algo do tipo?‖ Ariel pediu abaixo de sua

franja.

―Não, não. Não é você. Sou eu.‖

―Nunca sou eu,‖ Ariel disse com um suspiro. Ela enfiou suas mãos nos bolsos do canguru* azul

marinho. ―Bem, a não ser que você conte aquele cara que eu encontrei no arco e flecha hoje. Price. Price

Fenton. Ele é da Geórgia. Eu acho que ele é um pouco estranho.‖

*(é um casaco sem fecho ou botões) http://www.national5and10.com/images/delaware%20hoodie%20navy.jpg

―Todos os caras daqui são um pouco esquisitos.‖

―Oh, ótimo,‖ Ariel disse assim que seu marshmallow veio em chamas. ―Você poderia... oh,

esqueça.‖ Ela repentinamente jogou fora sua varinha torrada e se moveu pra perto de mim no banco de

madeira.

―Qual é o problema?‖

Ariel acenou para o outro lado da fogueira onde Charles estava vagando a procurar de um banco.

―Ele vai sentar aqui.‖

―Ele é só outro fofoqueiro,‖eu disse. ―Nem pense nisso. Minha escola esta cheia de gente como ele.‖

―Eu vivo esquecendo que você é nova, Shelby. É bem pior aqui,‖ Ariel disse. ―Pessoas podem ser

bem cruéis. Usar coisas que você diz em grupo contra você. Coisas como aquilo.‖

Nós olhávamos Charles sentar num banco de madeira perto do pessoal gótico.

―Isso. Seguro.‖ Eu peguei a varinha queimada de Ariel e dei pra ela.

―Esse acento está ocupado?‖ um cara pequeno com um sotaque do sul pediu para Ariel.

Mesmo na luz do fogo,eu pude ver suas bochechas ficarem rosadas.

―Oh, não. Vá em frente, Price,‖ela disse,me dando uma olhada.

Ele sentou e os dois começaram a conversar. Era realmente bonitinho. Eu podia dizer que Ariel

gostava dele porque o rubor de suas bochechas nunca ia embora. Ela estava totalmente absorta em alguma

história sobre o gato do Price. Eu estava segurando vela.

E daí eu vi Cynthya vindo com sua mala de violão. Ótimo. O que eu realmente queria, mais que

tudo, era paz e silencio. Em casa, eu passava muito tempo sozinha. Na maioria das noites em dia de

semana, Priscilla estava malhando ou comprando com suas amigas, e meu pai tinha muitas reuniões tardes.

Significava que eu tinha toda a casa pra mim. Uma casa silenciosa, um bom livro, e uma sacola de minhocas

de gelatina às vezes era todo o conforto que eu precisava. Não estava acostumada com o barulho de viver

com outras pessoas ou a incessante rodada de musicas de acampamento.

Eu sei que não ia seguir as regras, mas eu senti que eu tinha que ficar sozinha por um tempo. Virei-

me para Ariel. ―Hey, se alguém perguntar, eu fui ao banheiro. Você se importa de encobrir pra mim?‖

Não somente Ariel não se importava, ela parou de olhar pra Prince.

―Bem, então. Eu voltarei,‖eu sussurrei. Eu esperei até que um bando de gente se levantar e pegar

marshmallow,então eu escapei.

Eu nunca tive medo do escuro. Às vezes o que mais gosto de fazer é mergulhar na minha banheira

com as luzes apagadas. Sem velas. Sem musica. Só o plink-plink da água caindo da torneira. Tão tranqüilo.

Permanecer nas árvores daquele jeito. Eu podia observar a fogueira, mal ouvia a horrível musica

vinda de lá, e sozinha no escuro. Pelo menos por um tempo. Durante o segundo refrão de ―YMCA*‖,que

eu tinha certeza que não foi feita para ser tocada no violão,eu senti uma mão no meu ombro.Pulei meio

metro e quase gritei.

* (Uma musica muito famosa do Village People) http://www.youtube.com/watch?v=OnemKR_hbZc (um cover

em acústico,se alguém tiver curioso)

Austin.

―Muito obrigado!‖ eu disse, o golpeando no braço por me assustar.

―É um prazer ver você também,‖ele disse

Fechei meu casaco, repentinamente consciente do frio do ar noturno.

Austin sorriu. ―O escuro é bom, não é?‖

―Supostamente você deveria estar perto da fogueira.‖

―Assim como você,‖ele disse com um pequeno encolher de ombros.

Virei-me, encostando minhas costas contra um tronco de arvore. Eu tentei enviar uma mensagem com

linguagem corporal, algo juntamente com a frase ―saia agora‖,mas minha boca estúpida continuou a falar.

―Obrigado por salvar Ariel‖

Ele sorriu. ―Tudo que ela precisou foi encorajamento.‖

―Você foi bem naquela parede. Como você chegou a ela tão rápido?‖

―Sou bastante ágil,‖ele disse com um sugestivo sorriso. ―Enfim,‖ ele disse, ―obrigado por defender a

minha honra, por assim dizer, com Charles. Eu o vi incomodado você. Presumi que era sobre mim.‖

―Sim.‖ Meu cérebro voltou para o que Charles disse. Eu não queria acreditar em um rumor

estúpido, mas parte de mim ficou perguntando o que realmente aconteceu com Jillian Montrose. Eu queria

perguntar a Austin sobre isso, mas eu não queria que ele pensasse que eu era o tipo de pessoa que

acreditava em tudo que as pessoas diziam ou que os tablóides de revistas publicavam.

―Senti que você era uma pessoa leal, Shelby. Gostei de você ajudar minha família a ficar fora dos

holofotes.‖

―É claro. Eu não diria nada a aquele cara,‖eu disse.

―Obrigado.‖

Ficamos lá por um momento, nenhum de nós dizendo nada. O cheiro de açúcar queimado penetra

no ar ao nosso redor.

No fim, Austin disse, ―Shelby, você tem sido terrivelmente amável, e eu sei que isso pode parecer

um pouco antecipado, mas eu preciso da sua ajuda.‖

Eu gemi. Aqui estava. E real razão de Austin me achar no escuro. E o pior era que eu realmente queria

ajudar ele e nem sabia o que ele iria pedir. Eu dei a ele um olhar duro. ―O que você quer de mim?‖

―Meu soro. Eu tenho que ter ele. Não posso ficar sem ele.‖

Minha boca caiu aberta. ―Você quer que eu te ajude a roubar sua droga de volta? Isso é ótimo,

realmente ótimo.‖

―Não é assim.‖ Seus olhos escureceram. ―É de vital importância que eu pegue o remédio. Eu tenho

que ter ele antes... bem, vamos dizer que eu tenho que ter ele o quão antes possível. A dose que eu tomei

na limusine esta acabando. Posso sentir isso. Vou ficar doente, mas depois que for pro meu sistema, vai

piorar.‖

―Você esta pedindo para eu te ajudar a roubar. Isso é como uma passagem só de ida para o

acampamento no deserto do inferno que minha madrasta escolheu pra mim! Não posso ir pra lá. Quer

dizer, esse lugar é ruim o suficiente.‖

―Eu sei que é arriscado.‖Ele deu um passo mais perto.

Agora estávamos quase peito a peito,e eu senti meus joelhos meio que balançarem. Eu podia sentir

o cheiro de sabonete de uma refrescante chuveirada na pele dele e o vagaroso cheiro doce de

marshmallows—que em um cara seria o cheiro mais que delicioso. Era errado que um cara gostoso louco-

drogado me beijasse?

―Não é de minha natureza pedir por ajuda, Shelby. Eu estou acostumado a confiar em mim mesmo.

É bem difícil ter que te pedir por alguma coisa. Estou em apuros.‖ Ele lambeu seu lábio inferior. ―Por favor,

você poderia—‖

―Espere,‖eu murmurei,meu olhar seguia a língua dele. ―Eu conheço essa parte. É a parte que os

sprinklers aparecem,‖ eu disse.

―Como? O que foi isso?‖

Oops. Sacudi a memória pra fora. ―Uh... nada. Olhe, tem pessoas melhores para contar com. Sério.

Eu sou, como, a última pessoa confiável nessa droga de mundo—pergunte pro meu pai.‖

Austin franziu a testa. ―Você sempre acredita no que outras pessoas dizem sobre você?‖

Franzi a testa pra ele. ―Ok, bem, mesmo que você queira contar comigo,não posso te ajudar a

roubar alguma coisa. Não posso quebrar as regras. Sério.‖

―Você nunca foi uma seguidora de regras até agora, não foi?‖ ele disse,seus olhos arderam. ―Você esta aqui

no escuro. Correu atrás de mim pela floresta. Se arriscou pra me ajudar. Ninguém nunca fez isso por mim.

Você é a única pessoa nesse maldito lugar que se importa se eu estou vivo ou morto.‖

―Vivo ou morto?‖ eu cruzei meus braços sobre meu peito. ―Ok, vamos direto ao assunto. No que

você esta metido que você arriscaria tudo pra ter de volta?‖

O sorriso de Austin desapareceu. ―Eu te disse. É remédio. É a pura verdade.‖

―Se é remédio, o acampamento saberia sobre isso, Austin. Você tem que colocar aquela coisa no seu

formulário de saúde.‖

―Graham, o novo empresário, preencheu tudo! Ele não sabe a primeira coisa sobre a minha

família.‖

Eu balancei a cabeça. ―Não te entendo. Você quer contar comigo e nem me fala a verdade? Você

não pode ter isso de ambos os jeitos.‖

―Se eu te contar, eu tenho que ter sua palavra que você nunca vai contar a nenhuma outra alma

viva.‖

―Ok, agora você esta me assustando. Você faz parecer como se fosse algo super secreto ou algo do

tipo.‖

Austin contraiu os lábios, e seus dentes deram uma mordiscada no seu lábio inferior. ―A verdade é

que,‖ele disse,‖infelizmente,eu tenho uma doença.‖

―Você tem uma doença?‖ Era impossível não enrugar meu nariz, era bem critico pra mim. ―Qual?‖

―Eu hesito em contar a você,‖ ele disse.

―Você espera que eu me arrisque por você e você nem me conta a verdade?‖

Os olhos de Austin brilhavam dourados na fraca luz assim que ele examinou meu rosto. Ele parecia

preocupado, tenso, e aquilo me assustou.

―Uh...bem?‖eu disse, minha voz soando nervosa.

Austin olhou pra longe, para a fogueira, e então, se voltando pra mim, disse, ―Shelby, Eu sou um

licantropo. O que você chamaria de lobisomem. Isto esta na minha família.‖

Eu juro que minhas orelhas começaram a tocar. ―Droga! Eu achei que você disse que era um

lobisomem. O que tem de errado com as minhas orelhas?‖

Austin não estava sorrindo. ―Não esperava que acreditasse em mim de primeira,‖ ele disse.

―O que?‖ olhei espantada pra ele. ―É serio? Cara, você não pode ser um lobisomem. Eles são falsos,

e eles são, tipo, estúpidos. Quer dizer, olhe para aquele filme que tinha um cara lobo que se apaixonou por

uma vampira. Ele era bem bonito pra ser um—‖

―Shelby,‖ele disse, com a boca perto da minha orelha. ―É serio.‖ Assim que ele se afastou seus olhos

refletiram a luz numa maneira não humana.

Eu subitamente me senti um pouco vacilante em meus pés. ―Você... uh, realmente espera que eu

acredite que criaturas como essas existam? Que você é um deles?‖

―Cuidado, você esta falando da minha família.‖

Eu balancei a cabeça. ―Porque você diria isso? O que há de errado com você?‖ Eu me afastei um

passo. ―Oh, entendi. A piada é comigo,certo? Sim, uma bem boa, Austin. Como eu não vi isso antes—

presas, pelos, uivar para a lua? Isso é hilário.‖

―Shelby, isso não é uma piada.‖

―Bem, então, se você realmente acha que é um lobisomem você é totalmente louco. Não quero ser

má, mas eu acho que eu sei porque você está num acampamento de pirralhos.‖

Os olhos dele escureceram. ―Estou falando a verdade. Não sou louco, e não estou mentindo. Você

tem que confiar em mim.‖

Sim. Aqui estava. Confie em mim.

Isso era o que todos diziam—o que o calouro príncipe do baile de boas vindas tinha dito ano passado

quando ele precisava de ajuda com o terno e fomos pegos aos agarres no vestuário. Confie em mim?

Sim, certo. Não podia mais confiar. Não podia nem mais ganhar a confiança de alguém.

―Eu tenho que ir,‖eu disse me sentido como eu tivesse sido banhada em água gelada.

Austin pegou meu braço. ―Acredite em mim, Shelby. Por que eu mentiria sobre isso?‖ele disse,duro

em sua voz.

―Você que me diz.‖ Dei de ombros fora de suas mãos e voltei para a fogueira irritada. O cara mais

gato do acampamento era um completo mentiroso. E ele nem me respeitou o suficiente para vir com uma

boa mentira.

Sentei-me perto de Ariel e Price e murmurei minha entrada para o refrão de ―She‘ll Be

Coming‘Round the Mountain*.‖

*( é uma cantiga de crianças http://www.youtube.com/watch?v=4ctRVrpM8UU)

Austin nunca voltou para a fogueira. Talvez ele estivesse tentando pegar sua tão famosa receita ou

talvez tenha ido uivar com sua matilha de lobos. Certo, ok, bem...tanto faz, Austin. Eu disse a mim mesma

que não me importava. Não queria saber.

Peguei a varinha tostada de Ariel, e depois de comer alguns nojentos porém doces marshmallows, eu quase

esqueci sobre Austin e sua declaração falsa. Quase.

Capitulo 8

Na manhã seguinte, a sessão do grupo das meninas estava focada apenas em dizer não ao sexo.

Dra. Wanda, a psicóloga, fez todo mundo ficar ainda mais envergonhado do que no dia anterior. Eu quero

dizer, uma mulher madura, perguntando se tínhamos feito antes e, em seguida, tomando notas sobre isso?

Resolvi, assim como a maioria das meninas mais inteligentes, se fazer de inocente. Quer dizer, nem

mesmo minhas amigas sabiam de tudo que eu tinha feito com os garotos. Eu contei-lhes o básico, mas havia

algumas coisas que eu mantive a mim mesma. Algumas coisas me arrependeram um pouco. E a Dra.

Wanda pensou que eu derramaria todos meus segredos na frente de desconhecidos? Esse tipo de tortura

fez parecer o castigo de puxar erva - daninha muito atraente.

Enquanto eu trabalhava nos canteiros ao redor da sala de jantar depois naquela manhã, olhei para

ver se Austin estava ali, mas ele não estava. Entretanto, Charles suava longe, transportando pedras e

empurrando-as no lugar. Algumas vezes ele gritou para mim, mas o ignorei.

No final da tarde, Ariel e eu estávamos á caminho para a quadra de vôlei de areia. Cynthia tinha dito

a cabina inteira para encontrar-se lá para um jogo de confraternização, mas até agora nós éramos as únicas

indo naquele campo. Com todas as ervas daninhas, eu estava perdendo os esportes do acampamento. Um

jogo amistoso de vôlei iria preencher a minha mente por um tempo.

"Nós vamos passar pela enfermaria,‖ disse Ariel, ―Você sabe, se você decidir que quer ver o Austin.‖

―O quê?‖ Puxei para baixo as bordas da minha camiseta da Universidade de Wisconsin. Era cor-de-

rosa sempre mostrava um pouco da minha barriga, mas amo-a tanto que não posso suportar em entregar a

inspeção da Cynthia.

"Bem, Austin não estava na hora do almoço, então eu perguntei a Price e ele disse Austin ficou

doente esta manhã. Provavelmente, alergias ou dor de barriga ou algo assim."

"Hãã". Estava realmente doente? Lembrei-me que ele me disse ontem à noite que ele estava se

sentindo doente longe de seus medicamentos. Bem, aparentemente, ele tinha feito aquela parte da mentira

realidade. Ainda assim, se ele estava dizendo às pessoas que ele era um lobisomem, ele era um mentiroso

patológico ou completamente insano. Eu duvidava que a enfermeira tivesse uma cura para isso.

―Então, você quer ir?‖ disse Ariel. ―Quer dizer, eu sei que você gosta dele - Eu vi você falando com

ele na floresta na noite passada.‖

Fiz uma pausa de fuga. Por meio segundo eu considerava dizer a Ariel sobre a mentira louca de

Austin, mas lembrei-me, prometi não contar a ninguém. E eu sempre mantive a minha palavra, até mesmo

para pessoas que me fizeram coisas. ―Ele tem grandes problemas,‖ eu disse.

―Oh, e você não?‖ Ariel deu-me um olhar interrogativo quando nos aproximamos da enfermaria.

―Ele provavelmente está lá. Talvez você devesse dar uma olhada. Você sabe que você quer...‖

―Eu não sou assim, não vai dá,‖ eu disse. "O que eu digo?"

Ariel virou os olhos. ―Oh, esqueça. Fique aqui.‖ Ela abriu a porta da enfermaria e entrou. Eu não ia

deixar Ariel, então eu sentei no banco de madeira da frente. Depois de apenas cerca de um minuto, Ariel

saiu segurando uma bolsa de gelo na testa.

―Oh, merda! O que aconteceu?‖

"Nada", ela sussurrou. ―Comece a andar.‖ Quando chegamos mais longe da enfermaria, ela baixou a

bolsa de gelo. ―Eu disse à enfermeira que eu bati minha cabeça num beliche.‖

Eu dei-lhe um olhar duvidoso. ―Um… você está totalmente boa.‖

"Sim, e, aparentemente, o enfermeiro é totalmente idiota."

Sorri um sorriso triunfante. ―Então... ele estava lá?‖

Ariel soltou um suspiro enorme quando nos sentamos na grama ao lado da quadra de vôlei. ―Uh, eu

não sei como lhe dizer isso, mas ele estava pegando a bolsa da enfermeira.‖

Oh, ótimo. Austin Bridges III era um cleptomaníaco, também? Eu me forcei-me a esquecer todas as

outras coisas que eu pensava sobre ele e concentrar-se nos fatos.

―O que ele estava procurando?‖ Eu disse.

―Eu não tive a oportunidade de lhe perguntar.‖

―Bem, como ele olhou?‖

Ela encolheu os ombros e, em seguida, fez um gesto ao redor no voleibol, que estava começando a

encher. Cantando, Cynthia Crumb marchou para além de nós com um saco de rede cheio de bolas.

―Ele parecia ruim?‖ Eu sussurrei.

―Ele olhou, um... desalinhado. Como ele precisava fazer a barba e de um chuveiro.‖

―Bem, ele não é exatamente o tipo que ia seguir o tipo David Backham‖ eu disse.

―O creme hidratante é para todo mundo, todos os dias,‖ Ariel disse com um sorriso entediado.

―Pelo menos isso é o lema do DeVoisier Inc.‖

―Então o que tem de errado realmente com ele?‖

―As dores de estômago são fáceis fingir no acampamento. As enfermeiras sempre acreditam porque

a comida é na maior parte sopa.‖

―Bem, todos sabem que suas drogas estão presas com contrabando no escritório do Sr. Winters,‖

Eu disse, sentindo-me um pouco Nancy Drew no momento atual.

―Então, o que queria na bolsa da enfermeira? Um celular?‖

Ariel levantou as sobrancelhas perfeitamente juntas. ―Seu pai é um selvagem. O empresário o odeia.

Quem mais poderia ele chamar?‖

Ariel estava certa. Eu pensei sobre a família distante de Austin, como ele realmente não tinha

ninguém de confiança para recorrer. Nenhum de nós tinha de alguma forma. Isso significava que estava

tudo bem para ele roubar coisas, dizer mentiras loucas, para dizer coisas como "confie em mim" para

alguém que quase poderia ser sua amiga? De jeito nenhum. Você não trata seus amigos assim. E se esse era

o tipo de pessoa que era ele, então eu precisava ficar longe dele.

Mas de alguma maneira eu não queria.

O que é dança de quadrilha? Por que as pessoas de idade pensam que é mesmo remotamente

divertimento? Tudo o que inacreditável, uma mão segurando e girando feito tonto apenas me deixou

desesperada para desinfetar as mãos.

Fingindo que estava cansada, sentei-me, a dança continuava, a aglomeração da multidão que encheu

o ginásio naquela noite era inacreditável. Nenhum Austin. Ele era um mestre no desaparecimento. Eu tinha

o visto brevemente no jantar, mas ele nem olhou em minha direção uma vez. Talvez ele estivesse com raiva

de mim por ontem à noite, por chamá-lo de mentiroso. Mas onde ele estava agora?

Como Cynthia, a chamada dança - quadrilha, zumbindo, e eu jogada no banco, observando os

bailarinos entediantes fora da minha mente. Ariel parecia estar se divertindo com o Price. Como eles fazem-

um-par, ele meteu a mão livre através de sua franja escura, penteando-as para fora dos olhos. Infelizmente,

fazendo que revelassem uma brilhante testa com acne. Ainda assim, ela parecia gostar, e ele estava

totalmente em Ariel.

Na verdade, ele estava com ela. Permanente em seu pé quer dizer.

―O meu dedo do pé, o meu dedo do pé!‖ ela gritou, pulando em volta.

Uma multidão se reuniu em torno de Ariel. Pobre Price ficou vermelho como ketchup.

Corri até onde Ariel estava se contorcendo no chão. "Você está bem?"

Ela parou de se contorcer. ―Dãã. Esta é sua chance de deixar de ficar deprimida e ir encontrar

Austin.‖ ela sussurrou. ―Eu acho que quebrei meu pé!‖, Ela lamentou a multidão.

―Vai dar tudo certo‖, eu disse, ajudando-a a sentar em um banco.

―Uouuuuu‖, Sven disse, rolando a meia de Ariel. ―é muita vermelhidão.‖

―Precisamos do enfermeiro,‖ eu disse.

―É a sua noite de folga,‖ Sr. Winters disse em voz alta. ―Nós podemos fazer os primeiros socorros.

Não se preocupe filhos, eu tenho o meu kit aqui.‖

―Ela precisa de gelo,‖ eu disse.

Sr. Winters sorriu para mim, e era um sorriso tão genuíno, eu meio que me senti mal. Mas este

show foi tudo por uma boa causa. Eu tinha que continuar. ―Ela é minha amiga, o mínimo que posso fazer é

pegar o gelo.‖

Sr. Winters assentiu. ―É muita gentileza sua, Shelby. Eu vou confiar em você para ir para a cozinha.

A Sra. Sweet a cozinheira, provavelmente esta prestes a fechar a cozinha durante a noite, então é melhor

você correr. Basta dizer-lhe que mandei você.‖

―Isso é ótimo,‖ Ariel disse. ―Eu sou a única campista na história a se machucar na quadrilha,‖ ela

disse, com um olhar irritado. ―Como é que aconteceu?‖

―Hora para uma longa-canção,‖ Cynthia Crumb gritou quando saí do ginásio. Isso foi perfeito. Ela estaria

muito envolvida na música para me caçar por algum tempo. E pela hora que ela disse, espero que de para

eu saiba o que estava acontecendo com Austin.

Eu não tinha certeza exatamente porque que eu me sentia atraída por ele. Talvez tenha sido algum

tipo protetor, ou talvez fosse apenas o que fora de todos no acampamento, ele era uma das duas pessoas

com que eu realmente senti uma conexão. E a sério, apesar de dizer a alguém que você é um lobisomem é

um grito por ajuda óbvio, ele é divertido e não é mau de olhar.

Eu decidi ir encontrá-lo juntamente com o gelo. Pelo menos eu iria estar longe da descuidada dança,

longe do bando de adolescentes muito pirralhos que me trataram como se eu fosse apenas legal porque

meu pai era rico, e longe dos adultos que estavam tentando com que eu me abri-se.

Como eu caminhei para a escuridão, eu disse a mim mesma que era diferente de todas as outras

vezes, que ele era diferente de todos os outros meninos. Eu só não tinha idéia de como eu estava certa.

O caminho esticado diante de mim, o cascalho matizado rosado pelas luzes fluorescentes dos

edifícios em frente. Uma tira do luar filtrou através das nuvens, coroando o evergreens* ao longo do

caminho com auréolas prateadas. Tudo estava silencioso, exceto pelo zunido da eletricidade alimentando as

luzes e o zumbido dos insetos.*(evergreen - é uma planta que tem folhas em todas as estações.)

Eu não tinha muito tempo, então eu corri para a primeira enfermaria. Eu não vi ninguém, o edifício

foi fechado e abandonado. Então, fui ao escritório. Eu virei para trás e dirigi para as cabanas, mas quando

eu cheguei a cabana pica-pau, não vi Austin.

O tempo foi passando, e eu ainda precisava de gelo. Eu fui até o salão de jantar, suas janelas

escurecidas, que você se olha como os olhos ocos de uma cara triste. As portas estavam trancadas. Eu bati,

mas nada aconteceu. Eu podia ver uma luz tênue irradiando a partir do fundo da sala, talvez por isso

achasse que a cozinheira estava na limpeza da cozinha. As panelas do jantar de chili(comida mexicana) eram

provavelmente bastante severa, especialmente as de pão de milho com sabor queimado. Eu estava tão feliz

que eu tinha sido colocada no dever de plantas daninhas, e não presa com pratos.

Eu direcionei á parte de trás do prédio, onde havia uma espécie de beco. Protegido por uma parede

de frondosas árvores, os canteiros alinharam a extremidade distante da coleção de buracos profundos e de

remendos pequenos da grama que eu estava esticando para achar uma entrada.

Um projetor fraco derramou um brilho amarelado para baixo na entrada da rua onde eu estava,

mas, além disso, era tudo escuro, exceto por um quadrado de corte de luz na escuridão. Espere. O

quadrado era provavelmente a janela na porta da cozinha. Se as luzes estavam acesas, o cozinheiro ainda

estava lá. Gelo, próximo a direita em cima. Mas primeiro eu tinha que entrar no beco escuro, exatamente o

oposto de tudo o que nunca ninguém ensina você sobre a segurança pessoal. Uma leve brisa agitou as folhas

das árvores no final do beco, fazendo um som que sussurra um pouco assustador, mas eu andei para frente,

focada na luz à frente, até que eu cheguei à porta.

Eu estava indo para bater, mas quando eu puxei a alça, ela cedeu facilmente. Ele estava aberta,

sendo sustentada. Silenciosamente, entrei na cozinha. O aroma leve do pão doce de amanhã perfumando o

ar. Mmm. O cheiro me lembrou dos bolos da minha mãe com canela caseira. ―Olá?‖, eu chamei. Eu espiei

em torno do canto do misturador gigante para o banco dos lavadores, mas eu não vi a cozinheira. Talvez ela

estivesse fixando seu cabelo. ―Um, eu estou apenas aqui alguns...‖

AHUUUUUUUUUU!

Um barulho estranho de animal me fez girar para trás em direção a porta da cozinha aberta. Corri e

olhei em direção ao beco. O que tinha feito esse som? Dei alguns passos longe da porta mas notei que o

piso parecia escorregadio de repente.

Olhei para baixo.

PELO AMOR DO CAFÉ PRETO. Sangue. Um rastro de sangue sobressalente eu não tinha

percebido quando eu entrei, distraída pelo agradável cheiro de canela. Pelo menos eu pensei que era

sangue. Com certeza não se parecem com ketchup.

A trilha de sangue conduziu à cozinha, onde eu tinha estado antes. E se fosse a cozinheira? Tinha

acontecido algo com aquela velha senhora simpática? Ela poderia ter se machucado e eu sabia os primeiros

socorros. Pelo menos eu podia avaliar a situação e, em seguida, chamar o Sr. Winters. Eu soltei a respiração

e segui a trilha de gota de sangue até que ela parou em uma porta de prata gigante.

Um passeio no frigorífico.

Affffffff. Eu também não queria nem saber, mas eu tive que dar uma olhada. Eu quero dizer, que era

ridícula a histórias que meu cérebro estava girando! Provavelmente foi apenas uma confusão de alguma

forma o cozinheiro se esqueceu de limpar. Provavelmente foi apenas uma confusão de alguma forma a

cozinheira se esqueceu de limpar.

Eu abri a porta e entrei. O ar frio me atingiu como uma bola de neve no rosto. Abracei meus braços

nus em volta do meu peito, olhei em volta. Felizmente, eu não vi nenhum cadáver pendurado preso entre

os pedaços de carne.

Na verdade, não havia nenhuma carne pendurada. Caixas de plástico, caixas de produtos, e

banheiras de tamanho industrial e imitação de molho de queijo nacho e "salada" preenchendo as prateleiras

de metal que cobriam as paredes. Na prateleira de baixo perto de algumas cenouras de mau-gosto,

encontrei uma banheira branca com pedaços de carne. Não era bife ou qualquer outra coisa, mas talvez

carne assada, como a empregada tinha feito para o aniversário do meu pai este ano.

Aqueles pedaços de carne eram sangrentas, tudo bem, e havia uma pequena poça vermelha na

frente da banheira, como se alguém tivesse puxado algumas pedaços para fora dela. Eu suspirei aliviada que

pelo menos eu não estava indo encontrar a cozinheira cortada acima ou algo do tipo. Foi quando eu percebi

que a trilha de sangue não ia para dentro. Ela ia para fora. De onde o barulho veio. Que nojo! Será que

alguém matou a cozinheira e arrastou-a para fora?

Eu corria para fora do frigorífico me escondendo indo em direção à porta, com cuidado para não

pisar no sangue novamente. Quando passei o balcão, eu observei as bandejas de rolos de canela que

crescem próximo dos fornos. Que me fez sentir melhor. Assim, a cozinheira estaria de volta em breve, de

onde ela tinha ido. Escutando com mais cuidado agora os sons que vinham da sala de janta principal, pude

decifrar os sons de riso de uma comédia de costumes da televisão. Ela foi provavelmente descansar em seu

escritório enquanto ela esperava para assar os rolos durante a manhã. Graças a Deus ela estava bem. Mas o

que estava acontecendo com o sangue?

AHUUUUUUUUUUUU! Ouvi o barulho estranho de novo, por isso sai pela porta dos fundos e

deslizei contra a parede do edifício, ouvindo. E então eu ouvi um barulho pior do que os sons assustadores -

o clique do fechamento da porta da cozinha. A porta que tinha sido aberta e agora estava fechada quando mexi na maçaneta.

AHUUUUUUUUUU! O som vinha de perto da lixeira. Era como um animal selvagem comendo

algo. Pelo amor do café preto.

Eu entrei no beco, ainda abraçando a parede, de modo que quer que fosse não me visse passar. Eu estaria

apenas fugindo e ele não iria nem perceber. Engoli saliva para compensar os meus músculos de gritarem,

eu me concentrei em ficar calma, permanecer alerta, mantendo-se invisível.

AHUUUUUU! O barulho mudou, passando de um som de ruído alto a um aviso.

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levantou. Senti minha garganta seca. Eu seria capaz de

gritar para pedir ajuda ou não? Meu coração deve ter batido cerca de mil batidas por minuto, porque de

repente eu senti como se eu fosse desmaiar ou algo assim. Felizmente, meu subconsciente é uma coisa total.

Espere, ele disse, lembre-se que seu pai lhe disse sobre a floresta - animais têm geralmente mais medo de você do que você deles. Chutar-lo e ser corajoso. Eu pulei para fora da parede e disse: ―Espera aí! Solte a

carne assada!‖

Ok, então, em retrospecto, não foi a melhor coisa a dizer. Mas o som parou. E uma figura

aumentou acima atrás da lixeira. Tudo estava tão escuro que no final do beco, eu não podia ver ao certo o

que ele era.

Dei um passo mais próximo. ―Uouu! Uh ... o que você é!‖ Eu gritei.

Agora eu podia ver que era uma pessoa - um rapaz. O cara tinha as mãos sobre a tampa do latão

agora. Como se fixasse. Completamente assustada, eu comecei a recuar.

―Pare,‖ ele gritou. Só então as nuvens se abriram, enviando uma fonte de luar por cima de nós. E eu

encontrei-me cara a cara com o ladrão de carne.

Austin.

No luar, sangue escuro brilhava em torno de sua boca. Seu queixo, também manchado, desalinhado

olhou do que tinha anteriormente, como se ele precisava fazer a barba.

"Shelby". Sorriu, mostrando os dentes mais brancos que eu já vi, muito além do Zoom! Os dentes

branqueados mais do que meu pai tinha me deixado. E afiado, também, com extremidades pontiagudas

refletindo a luz pálida.

Mas não eram as únicas coisas brilhantes. Sua pele, pescoço, os ombros, seu peito nu. Espere. Peito nu? Ele estava de topless em um beco, comendo carne crua?

―O que, um, você está fazendo?‖ Eu perguntei, forçando-me a dizer algo, qualquer coisa. O cabelo

na parte de trás do meu pescoço ainda estava em pé, com algum tipo de senso de profundidade do folículo

de perigo. Enrolei meus braços em volta da minha cintura, sentindo um frio estranho.

Ele saiu de perto da caçamba, e eu instintivamente recuei, enquanto tentando não olhar os músculos

tonificados do peito e barriga de Austin. ―Não tenha medo,‖ ele disse sua voz assumindo um tom calmo.

"Sou apenas eu."

Provavelmente pensando que eu olhava estupidamente no sangue em seu rosto, ele limpou seu

queixo com o braço nu. Então ele puxou uma camiseta preta que ele agarrou por trás do latão.

Casualmente, disse, ―Você não tem nenhuma razão para ter medo.‖

―Um... isso é um pouco assustador.‖

Ele deu outro passo para frente, talvez me esperando recuar de novo, mas eu tentei ser corajosa.

Minhas mãos tremiam de qualquer maneira, e minha cabeça cheia de história de Charles sobre a menina

que foi atacada. Pelo amor do café preto

―Então, eu só vou me mexer de volta para a dança estupida,‖ eu disse, enquanto na minha cabeça, eu

folheava as técnicas de auto-defesa que minha professora de ginástica me ensinou na primavera. Meu plano

básico era dar-lhe um chute na virilha e depois correr como papa-léguas.

Austin levantou a mão, que, eu observei com um arrepio, estava escuro com sangue. ―Por favor, não

diga a ninguém,‖ ele disse, ―Graham vai me mandar para outro lugar, e o problema só irá piorar. É preciso

do soro no escritório do Sr. Winters.‖

Eu ri nervosamente. ―Certo, o soro.‖

―Eu disse a você.‖ Ele se aproximou e me olhava fixamente. Seus olhos brilharam de prata azulada,

desumana em que reflete a luz do luar espreitando por entre as nuvens. ―Eu sou lobisomem.‖

Merda. Eu andei alguns passos para trás. ―De jeito nenhum. Você – você não é?‖

Austin Bridges III realmente é um lobisomem! Ele não era um drogado. Ele tinha problema

mental. E ele não era um mentiroso. O menino do acampamento que me preocupava tinha problemas

completamente diferentes.

―Não se preocupe. A lua cheia é daqui a três dias. Eu não vou mudar contra a minha vontade até

então. Você está segura.‖ Austin disse com um sorriso pequeno.

―Hããããã.‖ Eu tentei sorrir. ―Então, o que esta acontecendo agora.‖

―Eu sei que é completamente muito estranho.‖

Olhei para o corredor, contando mentalmente as etapas para a clareira. ―Olha, eu adoraria ficar e

bancar a psicóloga e tudo, mas eu tenho que pegar gelo para Ariel ela machucou o pé tenho que ir antes

que enviem um grupo de busca atrás de mim. Você pode querer ir e limpar o rastro de sangue que você

deixou na cozinha.‖

Ele parecia envergonhado. ―Eu devo ter esquecido minhas maneiras estando assim tão esfomeado.‖

―É melhor fazê-lo antes que a cozinheira ache que houve um assassinato. Oh, mas a porta está

trancada agora.‖

―Vou pular a janela novamente,‖ ele disse, encolhendo os ombros. ―Vai ser mais rápido se você

esperar aqui e eu buscar o gelo para você.‖

Sim, certo! Era para eu esperar em um beco escuro por ele? ―Umm…‖

―Você não pode voltar sem ele.‖

―Não,‖ eu disse relutante. ―Eu preciso do gelo. Mas eu vou encontrá-lo em torno da frente... na luz.‖

Ele balançou a cabeça para mim, e então desapareceu nas sombras.

Minutos depois, Eu segurei o saco de gelo para Ariel na minha cabeça, tentando entorpecer a dor.

Eu quero dizer, eu estava feliz que Austin não era um viciado, mas como isso poderia ser real?

―Não é o que você esperava, sou eu?‖ Austin disse enquanto caminhávamos de volta para a

quadrilha.

―É. Não exatamente.‖

Caminhamos em silêncio por um momento.

―Deste modo, o que foi com o pote assado? Você, um, come coisas sangrentas?‖ Eu disse, tentando

conversar. Eu não tinha idéia do que eu devia dizer a um lobisomem.

Ele balançou a cabeça. ―Fora o meu soro, desejo-o. Proteína pura. Quanto mais fresco melhor. A

variedade cozido apenas contém aproximadamente em meu estômago - não satisfaz a fome do lobo.‖

―O lobo... você fala como se ele fosse uma criatura independente, mas ele é você. Certo?‖

Os olhos de Austin assumiu um olhar sério. ―Sim e não. Ele é parte de mim. Mas isso não significa

que ele me controla.‖

Engoli em seco o ar após o nó na garganta. ―Então, uh, o que isso significa exatamente?‖

―Nós somos dois indivíduos que compartilham a mesma alma. Estamos juntos mas separados.

Assim como eu, o lobo tem seus próprios instintos, desejos, e pensamentos.‖

―Eu não entendo. Quer dizer, um lobo é um lobo, não é? Como ele pode pensar em outras coisas?‖

―Lobisomens não são como lobos regulares, Shelby. Nem sempre ao vivo ou em embalagens de

viagem, como eles fazem. Nós não compartilhamos a mesma hierarquia social. Não somos escravos da

fome como lobos comuns. Somos seres evoluídos. E quando nós mudamos, levamos nossa personalidade

humana com a gente. Mesmo assim, eu tomo medicamentos, pois eu tenho doze anos para suprimir o lobo.

É mais fácil para mim viver dessa maneira.‖

―Então, hum, e sobre os hábitos alimentares do lobo? Quero dizer, eu deveria estar preocupada?‖

Eu disse, a minha voz anormalmente alta e estridente.

Ele parou, me pegando pelo braço. ―Agora que feriu meus sentimentos. A noção de que eu iria

morder uma amiga.‖

―Então, talvez você não fosse, mas o lobo iria?‖

―Não.‖ Ele soltou o meu braço e continuamos andando.

―Então, você mudou à noite? Não há lua cheia.‖

―O soro fora de meu corpo. Senti-me mal esta manhã, mas agora posso completar a transformação

se eu quisesse. É mais fácil para mim, alimentação... ah no meu corpo de lobo. É revoltante muito menos.

Quando a lua cheia vier, eu não terei escolha - eu apenas vou mudar.‖

Concordei com a cabeça, totalmente porque Austin iria querer o soro tão mal. Eu tinha tantas

perguntas, mas eu ainda estava assustada. Era difícil para embaralhar o meu cérebro em torno da idéia toda.

―Então, você vai dizer a ele ou sou eu?‖ Eu perguntei quando a fogueira surgiu em vista.

―Desculpe. O quê?‖ Austin parou à beira do campo.

―Você vai dizer o Sr. Winters a verdade? Quer dizer, então você pode começar seu soro

novamente?‖

Austin arregalou os olhos. ―Você está maluca? Nenhum de nós. Nós não podemos dizer-lhe o meu

segredo.‖ Ele disse, sua voz quase um rosnado. ―O mundo captura o vento da minha família e estamos

mortos.‖

―Ah.‖ Insisti o saco de gelo na minha cabeça novamente. ―Então o que você vai fazer?‖

―Essa é uma pergunta que eu tenho tentado responder a semana toda,‖ disse Austin.

―Certo.‖ Baixei o saco de gelo e olhei para Austin na penumbra em torno do voleibol Tribunal de

Justiça. Ele estava me contando tudo isso como se fosse de alguma maneira o meu problema também. Será

que o cara não sabe que eu tinha meus próprios problemas no momento?

―Por que você teve que me dizer?‖ Eu disse, esperando que não soasse muito chorona. ―Quer dizer,

eu não sei o que supõe que eu faça com isso.‖

A mandíbula Austin firmemente estabelecido. ―Você perguntou. Eu disse.‖

Meus olhos se arregalaram. Ele só achava que ele poderia prever algo assim sobre mim e a vida seria

sol e arco-íris? ―Bem, eu não achei que a verdade ia ser toda sobrenatural,‖ eu disse.

Ele olhou para mim, seus olhos frios e prateados, e disse, ―Você perguntou sobre a verdade. Pensei

que talvez isso significasse que você se importava.‖ Então, sem olhar para trás, ele desapareceu na noite.

Capitulo 9

Como se a dança quadrilha na noite anterior já não tinha sido um sonho ruim, o gigante ginásio foi

transformado no dia seguinte e equipado com um palco de madeira preto e filas e filas de cadeiras.

Campistas agrupados em várias partes da sala, tentando planejar suas entradas para o show de talentos.

Eu furei com Ariel, enquanto as pessoas escolhiam os grupos, e não demorou muito para que Price

desse um jeito para nós. Do outro lado do ginásio, Austin estava sentado em uma cadeira dobrável

conversando com duas meninas loiras. Eu não tinha visto ele interagi com quaisquer outras meninas no

acampamento, e por algum motivo, vê-lo fazer isso me fez sentir um pouco estranha. Não é possessivo,

apenas estranho. Como devo avisar as meninas que a qualquer momento ele pode expor alguns dentes

enormes.

O meu cérebro ainda classificava os eventos da noite passada, tentando ver como poderia ter sido

real. Quero dizer, se fosse verdade, se criaturas como lobisomens vivia entre nós, que outras coisas

inventadas existiam no mundo? Sério, qualquer segundo agora eu esperava que Ariel anunciasse que ela era

uma vampira.

Naquele exato momento, Austin olhou na minha direção. Eu dei-lhe um meio sorriso e, em seguida,

centrei-me na discussão que meu pequeno grupo tinha em curso. Eu não sei mais o que fazer.

―Romeu e Julieta?‖ Ofereceu Price.

Ariel sorriu timidamente. ―Um, é... Essa é uma idéia.‖

―Talvez pudéssemos escrever uma sátira sobre os conselheiros? Eu sei que é ridículo, mas seria

fácil,‖ disse.

Price e Ariel dividiram um olhar.

―O quê?‖

―Todo mundo e seu primo vai fazer isso,‖ disse Price. Ele franziu o cenho para o papel riscado em

suas mãos. ―É por isso que eu estou pensando em algum tipo de material teatral real.‖

Ariel me cutucou e disse: ―Ele estrelou em sua escola My Fair Lady no outono passado.‖

―Ah, legal. Bem, o que você pensa, e se eu pintar o cenário ou algo assim?‖

―Eu teria que ir a conjuntos de pintura,‖ Austin disse, caminhando até nós.

Price franziu. ―Ótimo. Agora só temos de encontrar uma cópia de um monologo.‖

―Ou Ariel poderia escrever um,‖ sugeri.

A face de Ariel ficou profundamente rosa. ―Uh... vamos a pé até a biblioteca do campo e ver o que

tem lá,‖ ela disse.

―Vamos todos,‖ eu disse, levantando-me da cadeira.

Ariel colocou a mão no meu ombro. ―Você e Austin vão ficar aqui e falar sobre o projeto em

conjunto,‖ ela disse com uma piscadela. ―Eu estou pensando em algum tipo de conto de fadas.‖

―Isso poderia funcionar,‖ disse Price, balançando a cabeça. ―Vamos, Ariel.‖

―Shelby‖, Ariel sussurrou, inclinando-se para mim. ―Eu estou tentando ajudá-lo aqui. Você pode me

agradecer mais tarde.‖ Com isso, ela e Price dispararam, falando sobre suas idéias.

Austin sentou-se em uma cadeira vazia ao meu lado. Ele olhou para mim com expectativa que me

fez afundar em meu assento. ―Medo de ficar sozinha comigo agora?‖ ele disse.

―Não. Não é isso,‖ disse. ―Quero dizer, é meio que, mas tipo não.‖

―Eu sei que é difícil entender o que você viu na noite passada.‖

Pisquei para ele. ―Uh... sim.‖

Austin assentiu. ―Você compreendeu isso melhor do que eu pensava.‖

―Como eu ia compreendê-lo? Você me disse que não é humano.‖

―Eu não digo isso a todos,‖ disse Austin, seus olhos escurecendo. ―Nós somos seres humanos com

uma anomalia genética. Nós somos muito mais humanos do que a maioria dos humanos que eu conheço.

Diga-me, eu pareço como um animal para você?‖

Eu segurei a resposta na minha língua - qualquer indivíduo que come carne crua, sangrenta não era

exatamente normal. Tanto ele como ser humano, ele se parecia um cara normal sentado ao meu lado agora,

mas na noite passado ele parecia um animal selvagem faminto. Eu não tinha certeza do que ele - o lobo - era

capaz.

Moveu sua cadeira mais próxima à minha e disse, ―eu não sou um leitor de mente, Shelby, mas eu

posso ver que você está assustada. Você não precisa ficar. Esta é apenas uma característica genética

transmitida através da linhagem da minha família. Embora as pessoas tenham, ao longo dos anos, infectado

outras pessoas.‖ Ele sentou-se ali, em silêncio me olhando por trás da franja escura.

Eu estava mordendo meu lábio inferior. ―Assim, toda a sua família é...?‖ Inclinei-me mais perto dele

e disse, ―eu quero dizer, você está, como, descendente de uma linha de ... pessoas como você?‖

Austin assentiu. ―Meus antepassados eram o flagelo da Europa Oriental no século XII. Ao passar

dos anos, temos evoluído. Nossos hábitos alimentares são muito mais seletivos nos dias de hoje.‖

―Exceto por seu pai,‖ eu disse.

Austin corou ligeiramente. ―Sim. Ele gosta do estilo de vida inteiro. Uivando para a lua, deixando-se

ir selvagem para fora do campo. É por isso que nós possuímos várias propriedades. Ele ama o nosso

trabalho privado de caça e fazer um safári. Claro, é toda a presa não-humano.‖

―E sua mãe?‖ Eu perguntei, tentando soar casual.

A vermelhidão saiu das bochechas de Austin e seu corpo parecia relaxado. ―Ela não nasceu com os

genes. Ela passou a mudar quando ela se apaixonou por meu pai. Em seguida, a banda do papai entrou no

mundo em que pode dar ao luxo de contratar os químicos que desenvolveu o soro. Ela inibe os hormônios

que me fazem mudar e os mascaram das partes do meu DNA que estão além do humano. Mamãe sempre

quis que eu tivesse uma escolha.‖

―Ela parece legal.‖

―A melhor,‖ disse ele.

―Portanto, não houve, assim, qualquer fortuna dos lobisomens ou qualquer coisa? Seu pai teve que

tornar-se rico?‖

―Nós não roubamos. Você está pensando em vampiros.‖

Eu fiz uma dupla tomada. ―Então, eles são reais, também? Pelo amor do café preto.‖

Ele balançou a cabeça. ―Outra anomalia genética. Claro, eles são os mortos-vivos. Estamos muito

vivos.‖

―Eu ainda não consigo acreditar,‖ disse. ―Há outras pessoas como você lá fora. Digo real?‖

Austin pareceu irradiado. ―Sim, aqueles de renome mundial, também. Estrelas , chefes de estado,

mesmo uma Miss Universo.‖

―Ela teve que ralar muito, né,‖ eu disse com um sorriso pequeno.

Austin sorriu, mas não riu. ―Nós somos pessoas normais com um segredo horrível de suportar. Não

é como os filmes.‖

―Sim, vocês tem uma comunidade muito evoluída. Vocês não atacam as pessoas. Eu me sinto muito

melhor,‖ disse, esperando que Austin não dissesse que eu ainda estava transtornada.

―O que temos aqui?‖ Charles disse. ―Não estava a trabalhar com os pintinhos loiros, um, Bridges?‖

Austin olhou. ―Nós estamos tendo uma conversa em privado. Enfatizo a palavra privado.‖

―Excelente. Não me deixe pará-lo.‖

―Qual é o seu negócio?‖ Eu disse.

―Uau. Ela gosta de você! Inacreditável.‖ Charles sacudiu a cabeça. ―Isso é tomar um risco

considerável. Eu acho que você gostaria de viver no limite, Shelby.‖

―Que diabo você está falando?‖ Austin levantou-se de modo que ele estava peito a peito com

Charles. Parecia que ele estava prestes a dar-lhe um soco.

―Eu não acho que você precisa de mim para repetir a história,‖ Charles disse casualmente.

―Procurando mais mentiras?‖ Eu disse.

―Procurando histórias - não está‖ Charles disse. ―Este lugar é uma mina de ouro de informação.‖

―Fique longe de mim,‖ disse Austin, sua voz quase um rosnado.

―É. Não vai acontecer, Bridges. Não até eu descobrir o que realmente está acontecendo com você. E

eu vou manter um olho em Shelby, também. Eu cheiro uma fofoca das boas.‖ Sorrindo, Charles se afastou

e, em seguida, caminhou para fora.

Austin afundou-se em sua cadeira. ―Esse garoto é um problema,‖ ele disse, fechando os olhos.

―Talvez você vê com o que minha família teve que lidar. É bastante difícil manter o meu pai fora da

imprensa como ele é. Sem mencionar o nosso outro problema.‖

―Sim, se você não obter o soro e Charles vê-lo...‖ Murmurei. Se Austin alterado no meio de campo,

alguém poderia tirar uma foto; mas o que se estava escondido e na lua cheia podia sair? Os pirralhos

podem extravasar e atacá-lo, ou ele a elas. Estremeci, pensando em como lobos arrancam carne com suas

presas.

―Eu sinto muito. Não era justo envolver você em tudo isso.‖ Austin colocou uma das minhas mãos

na sua e meu primeiro instinto foi o de puxar minha mão livre.

Mas eu não fiz. Eu não quero ir com ele. Austin pareceu totalmente honesto. Eu esperava que ele

estivesse dizendo a verdade sobre o controle que tinha sobre o lobo. Eu esperava que ele fosse a pessoa boa

que aparecia ser. E no fundo, embora talvez fosse um dos meus defeitos ou o que quer que seja, eu queria

ser capaz de confiar nele.

Eu deixei minha mão relaxar em suas mãos. Era difícil não notar como sua mão era quente e seca,

em volta das minhas. Eu senti uma pequena vibração em minha barriga. Ele definitivamente estava tendo

um efeito sobre mim. Um medo, uma porção de atração irresistível. E de alguma forma me senti bem.

No dia seguinte, quando todos saíram correndo meninos e meninas para os grupos de terapia,

caminhei diretamente para o escritório do diretor do acampamento para alcançar apenas o que Austin

estava longe. Tinha que haver alguma maneira de chegar ao o soro.

Um pouco nervosa, eu seria vista, eu escorreguei no interior do prédio rústico e gentilmente fechei a

porta. Ninguém estava por perto. Eu caminhei até a porta do escritório e verifiquei se estava bloqueada. Era

muito padrão. Esperava que fosse parecida com aporta do banheiro que você poderia abrir a fechadura

com uma faca de manteiga.

A porta do prédio abriu atrás de mim, e eu girei ao redor. No mesmo instante percebi Sr. Winters a

e câmera de segurança acima da porta de entrada - a luz vermelha piscando.

―Shelby? O que a traz aqui?‖ Sr. Winters disse.

―Oh. Eu estava passando no meu caminho de grupo.‖

Sr. Winters sorriu levemente. ―Você está atrasada. Você precisa conversar?‖

―Não, eu, um...‖

―Estar atrasada para o grupo adiciona mais um dia de capinar a sua tarefa,‖ o Sr. Winters disse.

Eu pressionei meus lábios, segurando uma maldição. ―Ótimo. É melhor eu ir.‖

―Espere,‖ o Sr. Winters disse, colocando a mão no meu ombro.

―Sim?‖

Ficamos ali, olhando um para o outro por um segundo antes de ele disse, ―você veio aqui para me

ver. O que está em sua mente?‖

Meu amigo é um lobisomem que precisa de seu medicamento. ―Eu, uh, só checar perguntar-lhe se

eu tinha tarefa no jardim de novo hoje, e agora eu tenho, eu acho,‖ eu disse, pensando nos meus pés.

―Shelby, você não tem que mentir para cobrir o seu embaraço,‖ Sr. Winters disse, abanando a

cabeça. Ele me levou até duas cadeiras amontoadas num canto perto de uma árvore, queria morrer. ―Olha,

eu acho que entendo porque você está aqui. De todas as mulheres jovens no acampamento, você tem uma

chance real de se refazer, se for o que você gostaria de fazer. Espero que você esteja aqui porque quer falar.

Espero que você esteja perceptiva o suficiente para perceber que você é a única que pode mudar o rumo de

sua vida.‖

―Eu não acho que estou nessa direção ruim,‖ eu disse, sentindo um pouco desconfortável agora. Eu

preparei-me para o ataque do conselho profissional que com certeza virão. Tanto para uma fácil missão de

reconhecimento.

―Shelby, seu pai escreveu sobre o seu comportamento, um pouco da história recente da família.

Tenho certeza que você provavelmente já ouviu falar isso, mas perder uma mãe é uma das coisas mais

difíceis que uma criança pode experimentar.‖

Trinquei dentes. Eu tinha ouvido isso antes, de todos os que olharam para mim com a má expressão

Shelby e sussurrou-me sobre como eles se afastam. Era para ter conforto frio e pessoas com pena de você.

Ele continuou, sem recuar pelo meu brilho de pedra. ―Você é uma mulher forte, corajosa,

obviamente jovem depois de sobreviver a esse tipo de perda,‖ disse ele. ―Ninguém pode preparar uma

criança para a dor. É preciso coragem para ir depois disso.‖

Pisquei. ―Como se eu tivesse uma escolha no assunto,‖ eu respondi.

―Na verdade, você fez.‖ Sr. Winters me deu um sorriso triste. ―E eu tenho um sentimento, mesmo

sabendo de você por um curto período de tempo, que você teve que ficar forte por seu pai. Você

provavelmente sentiu como se você tivesse que ser forte para ele.

Suguei uma respiração profunda, desejando que a conversa tivesse acabado. ―Olha, eu só fiz o que

tinha que fazer.‖

―Eu conheço uma criança ou duas em circunstâncias semelhantes. Você não fraqueja. Você não

queria que seu pai visse você triste porque você pensou que ele já estava bastante triste. Mas, quando você é

jovem, os pais estão lá para te apoiar, e não o contrário.‖

―Você está fazendo uma série de pressupostos,‖ eu disse.

Ele sorriu novamente. ―Por que você não me diz como você vê isso?‖

Eu balancei minha cabeça, meus olhos apertados contra as lágrimas que eu poderia sentir por trás

deles. Eu não ia fazer isso. Eu não ia chorar. Não na frente de algum cara que era conselheiro que pensava

que ele me conhecia depois de alguns dias de trabalho arrancando ervas daninhas com ele.

Ele me deu um tapinha no ombro. ―Está tudo bem. Eu quero que você saiba tudo o que você está

sentindo, e tudo o que sentiu de volta quando a sua mãe morreu, está bem. Não foi culpa sua. Não havia

nada que você podia fazer, mas amá-la, o que, obviamente, você fez muito bem.‖

Limpei meus olhos úmidos com a manga do meu moletom, mas eu não disse nada. Eu não sabia

como um velho podia sair dizendo todas essas coisas quando ele não estava lá, ele não poderia saber como

eu me sentia, mesmo se ele era um bom adivinhador.

―Que é direito - apenas vá com o sentimento,‖ o Sr. Winters disse.

Eu fungava. ―Uh, eu devo ir, o grupo de meninas e de todos. Diver, Diver, Diversão.‖

―Você não gosta do grupo das meninas?‖

―O que há para não gostar?‖ Eu disse com uma risada. ―Outra sessão de vamos falar sobre como se

tornar uma mulher? Quem não gosta?‖

Ele não reagiu ao meu sarcasmo. ―Você acha chato?‖

Revirei os olhos para ele. ―É vergonhoso e totalmente desnecessário. Tenho dezesseis anos.

Tecnicamente, eu vou ser um adulto em breve. Eu não preciso ouvir toda essa porcaria de ser-mulher. Em

um par de anos eu vou estar fora na faculdade longe de regras e madrastas e pessoas como você que pensa

que eu sou algum tipo de processo.‖

―Eu não acho que, Shelby. Você?‖

Hah! Olhei para ele e disse: ―Não, eu não acho isso. Eu estou perfeitamente bem.‖

―Você parece muito irritada para alguém que se sente bem.‖

―Affffff! Eu estou com raiva de pessoas colocando o pé em meu negócio e me dizendo o que fazer, o

que ser e o que sinto.‖

Ele inclinou a cabeça para mim, parecendo uma espécie de pêlos de São Bernardo com a cabeça

grande dele. ―Isso faz sentido, Shelby, mas seguir as regras dos seus pais aumenta a confiança entre você e

eles. Considerá-lo logicamente.‖

―Claro. Somos perfeitos?‖

Ele balançou a cabeça, então eu caminhei até a porta.

―Aprecie o grupo de meninas,‖ disse. ―Eu vou te ver nos canteiros depois.‖

―Sim, legal.‖ Forçando-me para não bater a porta, eu saí do prédio. Eu me senti realmente irritada.

Foi mais fácil lá em casa onde ninguém falou sobre tudo isso do que aqui, onde os adultos que mal sabia o

que aconteceu comigo me fez um monte de suposições. Eu estava totalmente bem - e outras pessoas tinham

problemas piores do que eu. Problemas que eram sobrenaturais.

O resto do dia passou mais lento do que nunca, iniciou com o reconhecimento do escritório que eu

tinha feito e ainda terminando com a mais chata de todas as palestras da Dr. Wanda em vez de uma

fogueira. Era tudo sobre a cerimônia de transformação que era suposto acontecer dentro de poucos dias.

Naquela noite eu estava tão cansada que adormeci quase logo que fechei o meu saco de dormir.

Sonhei sobre Orlando Bloom, que eu tinha visto uma vez na vida real, fazer compras em Beverly Center.

No sonho, eu estava trabalhando em seu filme definida como uma supervisora de script, e ele continuava

me pedindo para ler suas falas. Então ele me pediu para chegar a seu trailer e ajudá-lo a ensaiar. Eu estava

prestes a segui-lo quando... BAM!

Meus olhos estalaram abertos e me sentei em linha reta na minha cama.Isso definitivamente não era

um ruídos da floresta. Talvez tenha sido um disparo batendo com o vento ou uma telha solta. Uma linha de

arrepios subiu até meus braços.

Olhei ao redor da cabine escura, iluminada apenas pelo luar espreitado pela janela agora. Não,

ninguém estava acordado ou até mesmo parecia notar o som que ouvi, embora Cynthia aspirada em seu

sono e entregue em sua cama perto da porta.

Volte a dormir, eu disse ao meu cérebro ocupado. Eu deitei em minha cama e fechei os olhos.

Eeeee! Ouvi o grito de alguma coisa, algum animal.

Era isso. Sentei-me novamente e fui até minha mochila para pegar uma lanterna. O que será? Austin

esta lá fora? Um arrepio sussurrou na minha pele, mas uma parte de mim realmente queria ver ele fazer

isso – transformando-se em um lobo.

Eu coloquei um capuz e calças de yoga e enfiei os pés em um par de tênis. Mas, na ponta dos pés

nos tênis foi difícil, por isso, tirei as coisas fora até que eu cheguei a cama de Cynthia. Então eu empurrei a

porta e deslizei para a varanda.

A lua quase cheia fazia sombras estranhas no rasto em frente de mim, e o cascalho parecia

desnaturalmente com um brilho branco. Eu pisei no meu tênis e depois desci para a -

Eeeee!

Eu gelei, tentando descobrir de onde ele estava vindo. Até a trilha. Até a trilha em direção à cabana

pica-pau. Andei com os tênis tão calmamente quanto eu podia, eu me movi em direção ao som, passando

esquilo, mula, veado e roedores ate cabana realmente no escuro. Bem, pelo menos até que eu tropecei em

um galho e ia bater em uma pedra. Pelo amor do café preto, eu escovava os seixos da minha calça e

continuou seguindo em frente ao luar. Estremeci, eu esfreguei os seixos da minha calça e continuei.

O ar da noite brilhava ao meu redor, frio e úmido, nada como o ar seco do verão de volta em São

Cal. Gostaria de saber o que meus amigos estavam fazendo na cabana direita então - definitivamente não me

preocupei com lobisomem no acampamento de criança.

As árvores mais espessa, lançando mais sombras sinistras sobre o brilhante cascalho, assim que eu

liguei a lanterna. Isso não ajuda muito. E depois de um momento, eu percebi que provavelmente iria para

longe, assim que eu virei, baseando-se na lua. O mesmo luar que faria com que Austin mudasse contra a sua

vontade em dois dias.

Eeeee! O grunhido recomeçou. Ou era um grito de novo? Tinha de pertencer a algo pequeno, mas

desta vez foi mais alto.

Abaixei-me atrás de algumas árvores, tomei a direção indireta da cabine pica-pau então assim eu não

seria vista. À frente de mim, atrás da cabana, pareceu haver um rasto cortado no mato. Um daqueles

caminhos de animais que eu tinha visto atrás na floresta proibida. De repente, os arbustos tremeram.

Grrrrrrr!

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levantou e balançou o meu coração em meu peito.

Eeeee! O guincho passou de dentro do mato, e então algo pior do que qualquer barulho que eu já

tinha ouvido antes – comendo ruidosamente. A vítima gritando estava sendo comida. Oh, homem. Esqueça!

Eu não quero ver a carnificina.

Suportei, um cuidadoso-passo de cada vez, até que eu estava na área do gramado a uma pequena

distância da pista. Então eu pisei em algo sólido ainda mole.

Horrorizada, eu cliquei na lanterna e olhei para baixo. Todo em volta dos meus pés o que pareciam

ser gambás mortos. Ou o que sobrou deles. Pequena cauda-cor-de-rosa, as patas carnudas, bolas de pêlo

cinza opaca com sangue. Eu comecei a correr. Cuidadoso-passo, passo-cuidadoso, cuidadoso-passo. Então

eu pensei ter ouvido um som de algo atrás de mim, me seguindo em alta velocidade.

Joguei os estúpidos tênis e corri descalça sobre a terra dos lados da pista. Correndo com tanta força

que senti que o meu coração ia explodir, eu voei para baixo na trilha. Eu estava quase lá. Eu estava indo

realmente fazê-lo.

E então eu tropecei em um galho estúpido. Novamente.

Isso é o que sempre acontece nos filmes de terror quando a linda garota fica cortada. Ela é curiosa,

em seguida corre, em seguida morta. Eu também não queria ser aquela garota.

Eu rolava para trás e arranhava minhas mãos e pés, olhando para o que estava tentando me

atropelar. Eu estava indo me encontrar com a coisa de frente, plenamente consciente de que eu ia morrer

em no meio de uma pista de cascalho em nenhum lugar de Oregon.

Após alguns segundos de terror, nada tinha me matado. Nenhum assassino, nenhuma criatura,

nenhum louco pareceu estar em volta, assim o coração ainda acelerado, me levantei e espanei minhas calças

de yoga. Algo estava perseguindo-me. Eu tinha certeza disso. Mas agora eu só conseguia ouvir o zumbido de

insetos ativos durante a noite.

Pelo menos, até que Austin saiu dos arbustos. ―Aqui está,‖ disse ele, segurando os meus tênis.

Eu tomei dele e golpeei-lhe no braço. ―Você me assustou!‖

―Shelby, o que você esperava? Você me assustou quando eu estava me alimentando!‖

―Bem, desculpe. Eu não quis. E, hum ... o que foi com os gambás?‖ Eu disse, estremecendo.

As bochechas de Austin coraram. ―Ah, me perdoe. A carne fresca e tudo isso.‖

―Cara. Eca! Temos que pegar seu remédio,‖ disse. ―E perseguir-me? Não é legal.‖

―Novamente, desculpe,‖ disse ele. ―É uma coisa do instinto. Correndo atrás de presa. Terrivelmente

triste.‖ Ele cruzou os braços.

―Uma coisa de instinto?‖ Eu disse com um arrepio.

―Do lobo. Não é meu, obviamente.‖

―Ah.‖ Olhei para a camiseta da banda Burning Bridges que estava amarrotada ; seu jeans estava

desarrumado e aberto como se tivesse vestido com muita pressa. Pelo amor do café preto! Naturalmente,

um minuto antes, ele estava... hum... nu? Eu empurrei minhas mãos para meu rosto, minhas próprias

bochechas com a sensação de calor e vermelhas. ―Então, você tem que comer rapidamente. Será que isso

ajuda?‖

Ele deu de ombros. ―Era algo que, pelo menos,‖ disse ele com um sorriso inseguro.

Eu coloquei os tênis nos meus pés. ―Então, eu verifiquei a porta do escritório.‖

―Você viu?‖ Ele parecia mais feliz do que eu já vi. Meio que me assustou. Dei um passo para trás.

―Shelby, eu - ‖

―Shh,‖ eu disse, apontando para a porta da cabine cerca de vinte metros de nós. Eu estava nervosa

Cynthia seria acordada e viria me procurar.

―Vamos lá,‖ disse ele. ―Dessa forma.‖

Caminhamos sobre o poço da fogueira abandonada, pensando que dessa forma veríamos alguém

vir. À medida que tomamos os assentos em um banco de anotações, Austin colocou a mão no bolso da

frente.

―Ariel disse-me, você, um...‖

―De jeito nenhum! Verme gomoso?‖ Tomei a pequena bolsa de sua mão esticada. Meu coração deu

início a uma dança saltitante no meu peito.

Austin encolheu os ombros. ―Balinhas, eu estou com medo. A enfermeira pensou que eu precisava

de algo para me alegrar.‖

―Umm!‖ Eu abri o pacote e entreguei-lhe algumas. ―Você não tem idéia de quanto eu pedi, balas de

ursinhos?‖

―Bastante boa,‖ disse ele com a boca cheia de doces.

―A melhor.‖ Comi três, mastigando as cabeças e, em seguida, avançando os corpos macios em

minha boca. Eu poderia dizer o sabor frutado adocicado que foram os vermelhos. Humm. Suspirei com o

açúcar apurando minha cabeça. Comi a ultima porção das balinhas, saboreando a textura sedosa. ―Então,

como você está indo para obter o soro? O gerente do seu pai não pode ajudar, né?‖

―Definitivamente não. Winters e eu ligamos e chamei ele no viva-voz e ele disse: ―Eu sou o melhor

gerente do Reino Unido, porque colocar-me em questões de qualquer banda e vícios porcaria. Porque,

antes de eu vir trabalhar para seu pai, eu salvei um baterista diabéticos de seus desejos açúcar auto-

destrutivo.‖ Eu ri grosseiramente do sotaque britânico de Austin. ―Sem, mencionar que a estrela pop me

salvou de dissipar seu direito autoral sobre farrear suas compras de sapatos,‖ disse ele. ―A cruzada pessoal,

que era.‖

―Legal.‖

Austin assentiu. ―Infelizmente, Graham não sabe nada sobre a situação da família. Papai apenas o

contratou. O último homem, ele não deu certo.‖

―Será que o seu pai, um...‖

Austin deu-me um olhar decepcionado. ―Ele demitiu-o. Ele não o comeu. Meu pai prefere carne

selvagem. É por isso que ele escolheu a caça no Quênia para suas férias. Nós não comemos pessoas,

lembra? Bem, a menos que eles estão muito, muito desobediente.‖

Engoli em seco.

―Brincadeira, brincadeira. Enfim, o químico de meu pai é o único fora da família que conhece a

verdade.‖

―Se você só pudesse entrar em contato com o cara químico, você deve estar feito.‖

―Exatamente,‖ disse Austin, soando derrotado. ―Mas cada telefone público neste lugar precisa de um

código. E eu procurei em toda parte por um telefone celular.‖

―Ok, isso é o que você estava fazendo quando Ariel te viu, naquele dia no escritório da

enfermeira...‖

Ele sorriu sombriamente. ―Eu não estava atrás de um batom. Preciso de um telefone.‖

―Ou você pode roubar o soro do escritório, que tem uma câmera de segurança.‖

Ele balançou a cabeça. ―Certo. Eu seria capturado na hora. Esquecemos de Charles e seu absurdo -

paparazzi real, seria para a minha família uma praga de gafanhotos nos perseguindo. Se alguém descobrir

sobre nossa família peluda com uns poucos problemas, meu pai seria...‖

―Você não quer perder mais um de seus pais.‖

Ele me olhou com cautela. ―Você sabe sobre a minha mãe?‖

―Ariel me contou.‖

―Ela morreu em uma caçada à noite com meu pai na Escócia há seis anos. Completamente um

escândalo. Papai foi julgado através de um inquérito - mas ele foi provado inocente. Naturalmente, o que os

jornais não dizem que a minha mãe levou um tiro como um lobo, mas morreu em sua forma humana.‖

Eu reconheci a dor em sua voz. Era tudo muito familiar. ―Um, ouça.‖

―É tudo muito certo,‖ disse ele, segurando a mão. ―Simpatia começa a ser um chapéu velho depois

de certo ponto.‖

―Não, hum...‖ Engoli pesado, o nó na garganta, o sabor dos doces desapareceu. ―Minha mãe. Ela

morreu há três anos.‖

Austin baixou a mão. ―Oh. Eu não sabia.‖

―Ninguém aqui sabe,‖ eu disse.

―Eu sinto muito.‖

Dei de ombros. ―Como você diz, a simpatia fica velha. Eu não digo mais as pessoas.‖

Nenhum de nós disse nada por um tempo, mas de alguma forma estávamos bem. Nós estávamos

juntos, mas sozinhos naquele banco. Depois de um tempo, eu senti a mão de Austin chegar até a minha.

Seus dedos estavam quentes, quando apertou a minha mão nem sequer me ocorreu afastar-me.

―Agora você sabe todos os meus segredos,‖ disse ele.

Na verdade, eu ainda não sabia de todos os seus segredos. Eu não podia fazer-lhe a perguntar sobre

Jillian Montrose, mas após ser caçada hoje à noite, fiquei imaginando o quanto de controle Austin tinha

sobre o lobo.

―É justo que você me diga o seu,‖ disse ele.

Franzi meu nariz para ele. ―Eu não tenho nenhum segredo.‖

―Não é verdade. Há algo lá, algo triste em você que eu senti desde a primeira vez em que eu a vi

naquele ônibus.‖

―Hãã. Tenho saudades da minha mãe.‖ Dei-lhe um sorriso fraco.

―Tenho saudades da minha também, mas, além disso.‖ Ele apertou minha mão novamente, só que

desta vez, ao invés da sensação de borboletas no estômago, senti um calor espalhar por todo meu corpo.

Austin me puxou um pouco mais para perto, até que minha cabeça estava quase encostada em seu ombro e

disse baixinho, "Seus segredos estão seguros comigo. Quer dizer, a menos que você esteja planejando em

fugir e gritar 'Lobisomem! Neste momento.‖

Havia um sorriso em sua voz, mas eu não olhei para cima, porque eu tinha o sentimento de

segundas intenções em meu rosto e estava perto de eu fazer algo realmente estúpido como beijar. Qual seria

a sensação de beijar Austin? Beijá-lo sob o luar metade. Ele é alguém que eu provavelmente deveria fugir,

mas é a pessoa que parecia realmente me prender.

―Vamos lá, qual é o seu segredo? Diga-me.‖

Num jorro embaraçoso de honestidade eu disse, ―eu estou sentindo que eu estou perdendo meu pai

também.‖ Então, o que foi totalmente pior, eu realmente comecei chorar um pouco.

―Está tudo bem,‖ disse Austin. Ele beijou o topo da minha cabeça e deixei soltar a minha mão para

que ele pudesse envolver-me em um braço. ―Ele não vai a lugar nenhum.‖

Eu esfreguei lágrimas de meu rosto com o meu ombro direito, totalmente humilhada por ele me ver

assim. ―Eu não vi muito, meu pai, no ano passado,‖ disse. ―Ele tem essa mulher estúpida nova. Eu odeio

ela. Tudo o que ele faz é persegui-la e levá-la em reuniões de conselhos, e é como se minha mãe nunca

tivesse existido. Eu não posso mesmo lembrar da última vez que nós dois fizemos algo juntos. Não, espere,

nós estivemos com o diretor, quando eu fui suspensa.‖

―O diretor da sua escola?‖

―Sim, houve todo este conflito com o capitão da equipe de debate livre, mas foi totalmente erro

deles.‖

Austin sorriu. ―Você tem sério prazer de viver.‖

Senti uma sensação de vibração na barriga novamente. Ele estava realmente me cumprimentando

por minha má decisão? Eu sorri, mas depois eu percebi que tinha esquecido completamente do quão-

próximo-da-sua-cara eu tinha ficado. Meus lábios estavam só milímetro de seus lábios.

Espere... há poucos minutos ele estava matando criaturas. Ele havia sido um animal com dentes

afiados. Um animal que me perseguiu no caminho. Meu coração acelerou, mas eu me forcei a relaxar. Este

foi Austin. Ele era apenas um cara sentado comigo no brilho tênue da lua. Apenas um homem. Meu olhar

traçando a curva de seus lábios. Ele era apenas um menino... um menino que eu não devia –

Mudei-me diante de meus lábios e fiz algo estúpido. ―Deixe-me pensar em algo. Ok? Tem que

haver uma maneira que pode mantê-lo seguro.‖

―Obrigado.‖ Ele acariciou meu rosto com sua mão, e eu vi uma cintilação de prata em seus olhos.

Eu lutei contra um arrepio de medo misturado com outra coisa. Eu realmente estava com medo de que ele

se transformasse agora quando alterado. E se ele ingeriu muito açúcar, a verdade é que eu estava em

apuros? Bem, eu e o acampamento cheio de pirralhos.

Ele moveu sua mão, como se estivesse sentido o medo se mexendo dentro de mim. ―Eu devo ir,‖

disse ele. ―Você pode encontrar o caminho de volta para a cabana?‖

Concordei, e ele foi em direção ao caminho para as cabanas, sem olhar para trás. Tanto para o

próximo beijo e ursinhos de goma. Eu mordi meu lábio inferior, um sentimento estranho crescendo dentro

de mim, ele desapareceu na distância. Como eu poderia querer proteger alguém que eu estava com medo

de, ao mesmo tempo?

Levantei-me do banco e fui para o caminho, o feixe da lanterna, a única coisa mantendo-me de estar

sozinha no escuro.

―Saída para um passeio?‖ A voz cortada durante a noite um minuto mais tarde, quando eu fiz meu

caminho de volta para a coruja manchada.

Virei-me em volta e vi Charles encostado em uma árvore ao lado da trilha. Minha respiração

ofegante em meus pulmões. ―Eu, hum – ―

―A Luz da Lua é tão pacífica,‖ disse ele. Metade na sombra, o rosto assumiu ângulos agudos,

tornando-o olhar menos como um olhar-vesgo de Brad Pitt e sim como uma loira vadia. ―O que você está

fazendo aqui?‖ perguntou ele, movendo-se para a luz.

Dei de ombros, tentando parecer casual quando eu dei um passo para trás dele. Charles cruzou os

braços contra o peito da sua camiseta. Ele estava vestido todo negro, como algum tipo de ladrão de um

filme ruim, que era muito longe de suas roupas habituais de camisas pólo em camadas e shorts cáqui.

Eu conscientemente suavizei as rugas da minha testa. ―O que você está fazendo aqui?‖

Ele me deu um sorriso maroto. ―A segurança não é muito boa nesse lugar, não é? Se nós dois

estamos aqui fora e ninguém percebeu.‖

―Olá? Sem segurança? Há uma enorme barreira em torno deste lugar.‖

Ele balançou a cabeça. ―É. Mas você pode contrabandear todo tipo de coisa aqui dentro quero

dizer, olhe para o seu amigo, ele tinha um estoque completamente.‖

―O que ele fez para você?‖ Eu disse.

―Não é o que ele fez para mim, é o que ele poderia fazer por mim.‖

Eu coloquei minhas mãos em meus quadris. ―É melhor ficar longe de Austin.‖

Charles apertou seus lábios finos. ―Esta é a história. E vamos enfrentá-lo - com sua história, pode só

fica maior.‖

―Você é elegante, você sabe disso?‖

Ele deu de ombros. "Não é nada pessoal. Eu só quero sair deste lugar. Assim que eu receber

algumas cópias quentes e fotos, eu vou estar no próximo avião. Meu pai não pode resistir a um escândalo -

especialmente uma que envolve o Bridgeses.‖

―Você quer ir para casa assim tão mau?‖

―Voltar para casa? Uh, chato! Estou pensando Ibiza ou Mykonos. Há um verão inteiro pela frente se

partirmos.‖

Revirei os olhos. ―Olha, você não vai conseguir nada em Austin. Não há nenhum escândalo aqui.

Melhor você procurar outro alvo. Ou melhor, fazer alguns amigos e tentar ter um bom tempo no

acampamento.‖

Charles deu de ombros e por um momento parecia quase triste. ―Vocês têm alguma idéia de como é

difícil para mim? Quero dizer, as crianças famosas que eu conheço estão sempre com medo deu contar as

minhas coisas para meu pai, e as crianças regulares continuam tentando ser meu amigo para aparecer na

TV. Não é fácil.‖

―É difícil para todo mundo, Charles. Isso não significa que você deve explorar as pessoas. Quero

dizer, você pode até mesmo fazer um amigo, se você não tentar usá-lo.‖

Ele ficou me olhando por um momento. ―Sim, talvez,‖ disse ele. ―Mas isso não vai acontecer, então

por que tentar?‖ Ele me deu uma onda de dedo e em seguida saiu para a trilha.

Eu fiz o meu caminho de volta á coruja manchada, agora mais preocupada do que nunca sobre

Austin. E saber se Charles tinha em mãos a história real, seria tudo.

Capítulo 10

Na manhã seguinte eu estava terminando um canteiro do meu castigo, quando apareceu o Sr.

Winters, lançando uma sombra enorme sobre mim. ―Como está indo?‖ Perguntou ele após um momento.

―Consideravelmente bem.‖

―Bom.‖ Manteve-se lá, prestando atenção no meu trabalho.

Isso me irrita muito. ―Hum, isso é a parte onde você me perguntar sobre a minha mãe de novo, e eu

fico toda chorosa e depois o abraço e você considera a coisa toda um grande sucesso?‖ Eu disse, soltando

uma pá de raízes de dente de leão em seus pés.

Chutando as coisas de lado, ele sorriu para mim. ―Na verdade, eu estava vindo para lhe dizer que

você concluiu as suas sessões de trabalho.‖

―Dãã,‖ eu disse. Sorri na esperança de que ele ia desconsiderasse meu escorregadio comentário

sarcástico. ―Então, eu estou curada, então? Eu não tenho que fazer qualquer coisa de terapia com você?‖ Eu

perguntei.

―Trabalhar em si mesmo é um processo contínuo. Dr. Wanda se ofereceu para dar-lhe individuais

sessões, se você achar que precisa delas.‖

Hã. Eu tremia por dentro. ―De jeito nenhum. Quero dizer, não, eu não acho que vai ser necessário,

obrigado de qualquer maneira.‖

Ele balançou a cabeça, deslizando as mãos nos bolsos da frente de sua bermuda cáqui, que apenas

parecia fazer a sua barriga ficar maior. Eu esperava que ele fosse embora, mas ele continuava parado.

―Então, há algo mais?‖ Eu perguntei. Raspei meu rosto contra o ombro da minha camisa amarela

enorme - não é o melhor traje para capinar, mas o dia de lavagem era na próxima segunda-feira, e eu estava

quase sem "nenhuma" roupa limpa.

―Gostaria de saber se você pensou sobre o que falamos,‖ disse ele.

―Eu sabia que isto ia ser a minha mãe morrendo de novo,‖ eu disse, revirando os olhos.

Ele sorriu e sentou-se ao meu lado no chão. ―Você sabe, quando algo ruim acontece e você não tem

a chance de colocar esses sentimentos para fora, você guarda a dor, mas você não se livrar dela. Ela

permanece dentro de você, ocupando espaço.‖

―Eu acho.‖

Sr. Winters deu de ombros. ―Eu ouvi-a falar sobre estar irritada com sua madrasta, mas e com seu

pai? O que está acontecendo lá?‖

―Isso não é bom,‖ eu disse calmamente.

Ele balançou a cabeça. ―Não tem sido fácil para nenhum de vocês.‖

―É. Eu acho.‖ Eu esfreguei um amontoado de sujeira para fora da minha perna. Eu não queria olhar

para o Sr. Winters. Eu não quero pensar sobre o quão difícil tinha sido para o meu pai. Esse material sobre

guardar dor - isso é o que ele fez ao se casar com Priscilla. Quero dizer, como ele poderia ter lamentado a

perda de mamãe e casar-se tão rapidamente? Ele ainda se sentia tão fraco para mim.

Sr. Winters assentiu. ―Ok, então o que estamos fazendo aqui. Eu disse a Cynthia para esperar cerca

de dez minutos, ao longo dos ensaios do show de talentos.‖

―Eu não estou participando,‖ disse com um encolher de ombros. ―Eu estou ajudando com o

cenário.‖

Ele me deu um pequeno sorriso. ―Isso é ótimo. Todos nós temos talentos diferentes.‖

―Então, eu devo apenas deixar tudo isso?‖ Fiz um gesto para o meu canteiro de flores inacabadas e

os pequenos vasos de violetas e amores-perfeitos esperando para serem plantadas.

―Há sempre alguém que poderia usar a jardinagem de manhã,‖ disse o Sr. Winters, pegando as

ferramentas que lhe entreguei. ―Porque você tentar se divertir um pouco agora que o trabalho está acabado,

Shelby, eu aprecio isso.‖

No ginásio meu lobisomem favorito estava preparado com um pincel. Na frente dele nuvens brancas

girando sobre o céu azul escuro, matas verdes de cipós torcidos para cima nos lados da tela e em algumas

partes. Pequenos pássaros empoleirados rosa, ramos perto de uma fonte de pedra jorrava água com gás

claro. Era um paraíso de floresta.

―Austin,‖ eu disse quando me aproximei, ―isso é incrível.‖

Ele se virou, meio sorrindo. ―Ariel manteve citando uma floresta proibida, assim eu pintei por ela.

Ah ... você não estava aqui, então eu comecei. Espero que não se importe.‖

―Imagina? Pelo amor do café preto! Este é o cenário mais bonito que eu já vi.‖

―Oh. Bem, muito obrigado.‖ As bochechas de Austin coraram, que me fez sorrir. ―Eu fiz um pouco

de desenho.‖ Colocou o pincel para baixo em uma lata de alumínio de pizza que ele estava usando como

uma paleta.

―Então, o que estamos fazendo?‖

Limpou as mãos em um pano. ―Parece que Price e Ariel decidiram, em A Bela e a Fera esta manhã.

Ariel vai escrever; Price vai ser o diretor.‖

―A Bela e a Fera?‖ Pisquei para ele. ―Um...‖

―O conto de fadas não, o filme da Disney,‖ disse Austin. ―Ariel discutiu com Price sobre a empresa

e em implicações.‖

―Oh. E você está bem com A Bela e a Fera?‖

―Eu apenas estou fazendo a paisagem, Shelby. Nada mais.‖

―Não, eu quero dizer...‖

―Eu estou bem ciente da história‖ disse Austin, sentado ao meu lado. De perto, pude ver um pouco

de mancha de tinta amarela, redonda como uma lua em seu rosto. Eu queria tira-la , mas eu não tive

coragem.

―Escute, eu queria lhe dizer alguma coisa, mas eu não tive uma chance no café da manhã com todos

por aí,‖ disse. ―Na noite passada, Charles estava no caminho, quando eu voltei para minha cabine. Ele

obviamente esteve perseguindo você. Ele está tentando colocá-lo em algum tipo de história de tablóides.‖

Austin sacudiu a cabeça. ―Eu já imaginava.‖

―Não, eu acho que você não entendeu. Ele é um problema sério,‖ disse. ―E se ele tem uma câmera e

começa a tirar fotos de você mudando ou o que?‖

―Eles confiscaram todas as câmeras,‖ disse Austin.

―Ele é covarde. E você tem coisas que você não deveria ter como resultado. Ele poderia ter uma

câmera.‖

Austin sorriu sombriamente. ―Se eu não receber o soro, nos próximos dois dias, eu não vou estar

perto dele para tirar fotos.‖

Senti um pouco de sentimento de afundando no meu estômago. ―Você ia sair? Você disse que não

havia razão para se preocupar, que vocês não atacam as pessoas.‖

―E eu quis dizer isso.‖ Boca Austin puxou em uma linha sombria. ―Eu pensei que só poderia se

esconder nas madeiras em torno das cabanas à noite, mas é muito arriscado. Alguém poderia me ver. Eu

não posso colocar minha família em perigo.‖ Ele olhou para suas mãos, um dedo coçando em algumas

manchas de tinta vermelha. ―Você só você é a segunda pessoa que eu já disse o meu segredo,‖ ele disse

calmamente.

―Quem era o outro?‖

Ele estudou o meu rosto por um momento e então disse, ―Jillian Montrose.‖

Eu inalei uma respiração profunda. ―A menina que espalhou os boatos.‖

Ele balançou a cabeça. ―Nós fomos colegas de escola quando eu tinha doze anos. Minha primeira

paixão, eu acho que poderia se dizer assim. Eu disse-lhe a verdade e ela riu e disse-me que ser um

lobisomem estava bem, porque ela era uma feiticeira.‖

Meus olhos se arregalaram. ―E foi ela?‖

―Não, não. Ela estava jogando bem. Éramos os melhores amigos. Mas, então, sua família veio para a

nossa propriedade para o fim de semana, quando meu pai estava fora em turnê no Japão. Ninguém

percebeu que eu estava à beira da minha primeira mudança.‖

―Nada aconteceu, certo?‖

―Foi o fim de semana de uma lua cheia de sangue, Shelby.‖

Meu coração parou. ―Oh, não.‖

―Foi uma noite de verão, Jillian e eu ficamos até tarde assistindo televisão. Saímos para o jardim para

apanhar ar. Ela estava mergulhando os dedos na fonte, enquanto eu estava colhendo morangos perto da

cerca. Mas então o luar bateu-me. A próxima coisa que eu sabia que estava se transformando em meu corpo

lobo. Ele me apavorava. Eu não estou certo que Jillian viu, mas quando eu corri para dentro da floresta para

se esconder, eu a ouvi gritando. De manhã eu acordei nu em um campo aberto. Quando eu repousava,

minha governanta tinha chamado a Polícia para procura por mim, e Jillian e sua família foi embora em seu

Range Rover. Eles pensavam que algo terrível tinha acontecido com ela.‖

Minha pele arrepiada. ―Assim que o viu mudar,‖ disse. ―Ela se apavorou.‖

―Eu não sei. É tudo um borrão. Mas eu não ataque ela, eu fugi - com medo do que eu havia me

tornado. O policial deixou vazar a história do incidente para a imprensa em Londres, e no resto do ano foi

um pesadelo. Jillian mantive-se em silêncio, mas ela nunca falou comigo novamente. Eu marquei

mentalmente provavelmente sua vida. Eu ainda me sinto terrível sobre a coisa toda.‖

―Austin, desculpe com o que lhe aconteceu.‖

Ele parecia envergonhado. ―Perdoe-me. Eu não quero sobrecarregá-la com confissões a mais.‖ Ele

fez uma pausa, apertando minha mão. ―Mas agora você vê que eu não posso ter uma deixa com a imprensa

mais uma vez, mesmo que signifique deixar alguém com que eu me importo. E eu me importo com você.

Você deve saber disso.‖

Havia um olhar em seus olhos que me confundiu agora, e isso só acrescentou à mistura de atração e

medo que eu estava sentindo. Obriguei-me a respirar. Ele estava esperando que eu dissesse alguma coisa,

então eu resmunguei, ―é‖.

―Eu ainda não experimentei a mudança lunar - desde que mudei pela primeira vez. Ouvi dizer que

pode ser imprevisível. E agora que estou crescido, eu imagino que será mais forte do que era antes.‖ Austin

olhou por todo o ginásio, os outros grupos de adolescentes trabalhando em seus cenários e figurinos. ―Eu

odeio isso,‖ disse finalmente. ―Eu prefiro ser tudo menos isso.‖

Meu coração despedaçado em mil pedacinhos para ele. Senti a necessidade de dizer algo, qualquer

coisa, para fazê-lo se sentir melhor. Mas eu não sabia o que poderia ser. Eu podia ver porque ele odiava a

mudança, porque ele suprimiu o lobo. Não havia razão para ele, e talvez para todos nós, de ter medo. Mas,

ao mesmo tempo, este garoto era apenas Austin. Artístico, cara, cuidadoso inteligente que não era nada

bestial.

―Então, o que posso fazer para ajudá-lo? Quero dizer, com o cenério,‖ acrescentei, claramente a

necessidade de alterar o tema. Eu empurrei o lobo fora da minha mente e incidiu sobre o menino bonito na

minha frente.

Austin apontou para as tintas e pincéis. ―Você poderia preencher as folhas da roseira,‖ ele afirmou.

Balancei a cabeça e me levantei.

―Shelby, obrigado pela vossa atenção.‖

―É isso para isso que servem os amigos.‖

Ele sorriu levemente e se levantou. ―Eu não tenho muitos desses. Você é a primeira em um longo,

longo tempo. Como você pode imaginar, é quase impossível confiar em alguém.‖

―Sim, eu posso ver.‖

Ele me deu um olhar agradecido e, em seguida, se aproximou e pegou sua paleta de tintas e pincel.

Nós trabalhamos sem falar até que tinha acabado o quadro da floresta. Claro, eu só acrescentei alguns

destaques aqui e ali na bela cena que Austin tinha criado, mas quando estávamos a finalizar, eu senti uma

sensação de satisfação. Nós tínhamos criado um fundo perfeito, idealizado para A Bela e a Fera. E eu não

queria parar de pensar sobre que simbolizava mais do que Austin fez.

CAPITULO 11

―Pegue a ráfia e apenas a faça na asa do pássaro assim,‖ Dra Wanda disse, liderando uma sessão

especial de artes e ofícios no dia seguinte após o almoço.

Os outros conselheiros tinham algum tipo de reunião, então em vez de ficar enfiado num pequeno

estúdio de artes, todos os campistas estavam na sala de jantar, espalhados pelas mesas. Dificilmente alguém

estava prestando atenção na Dra Wanda.

―Então, usando outro pedaço de corda, amarre as asas no corpo do passarinho,‖ela disse, andando

entre as mesas e então parando na minha.

―Austin, há espaço aqui. Porque não se junta a esse grupo?‖

Minha cabeça se ergueu. Eu não o vi no café da manhã, e eu estive pensando no que ele estava

tramando.

Meu coração bateu um pouco mais rápido, apenas por ver ele na entrada da sala de jantar. Ele usava

uma camiseta preta e jeans, seu cabelo castanho puxado pra trás de suas orelhas. Ele me viu e sorriu. Eu

soltei a respiração que eu estava segurando. Ele parecia tão normal. Bem, tão lindo e normal como um

badboy.

Dra Wanda acenou a Austin para a nossa mesa. ―Apenas comece aqui. Price pode te mostrar o que

fazer.‖

―Claro, Dra Wanda.‖ Usando seu sorriso usual, Price deslizou seu projeto pela mesa para fazer

espaço, então Austin estava diretamente na minha frente. ―Aqui estão algumas ráfias,‖ Prince disse, dando a

ele alguns materiais. ―Nós estamos fazendo grandes pássaros.‖

―Obrigado,colega. Oi,Shelby,‖ele disse.

―Oi,‖eu disse casualmente, mas minha voz repentinamente parecia pequena e distante. Minhas

palmas estavam soadas, então eu as sequei em meu short.

―Pois bem,o que você faz é...‖Price começou, falando sobre as direções do pássaro que Austin tinha

perdido.

―Hey,Dra Wnada! O meu parece uma aranha,‖Jenna disse um minuto depois, acenando para a

atenção de Dra Wanda. ―Você teve um formal treinamento em artes ou eles ensinaram isso a você na de

psicologia?‖

Dra Wanda alisou sua franja ondulada e em seguida, puxou a bainha da sua camiseta que mal cobria

sua barriga. Obviamente, a mulher estava tentando ficar calma. Se fosse eu, provavelmente teria dito a Jenna

onde enfiar aquilo, mas Dra Wanda conseguiu sorrir.

―Todos nós estamos fazendo que expressem nossa individualidade. Cada pássaro tem a chance de

voar, com oito pernas ou não.‖Jenna grunhiu e voltou a amarra suas assas deformadas.

―Vamos ter uma cerimônia no circulo de fogo na lua cheia amanha a noite,‖Dra Wanda continuou.

―Seus pássaros representam o seu velho eu, e por queimar ele na fogueira você estarão liberando um novo

espírito para voar.‖

―Os queimar ajuda eles a voar?‖Jenna disse, rolando os olhos. ―Isso é uma droga. Espero que essa

ráfia não seja feita com elementos tóxicos que formam fumaças perigosas quando incineradas.‖

Dra Wanda sorriu, ainda ignorando Jenna. ―A lua cheia é a hora perfeita para começos. Muitas

sociedades antigas acreditavam que a lua cheia possuía magia.‖

Price sorriu. ―É uma grande noite em Savannah. Sacerdotisas de Vodu, cemitérios a meia noite e

tudo mais.‖

―Você realmente acredita nessas coisas?‖ Austin disse com um riso nervoso.

―Minha mãe diz que é verdade e eu não preciso descobrir por mim mesmo,‖disse Price. Ele puxou

um pouco as mangas de sua camisa de futebol americano até seu antebraço e foi trabalhar em amarrar as

grandes e desajeitadas asas do pássaro.

―Eu preciso falar com você,‖Ariel sussurrou e me levou a uma mesa reserva. ―Eu acho que Price

realmente gosta de mim,‖ ela disse, puxando mais ráfia azul da caixa. ―Você o viu levar a minha bandeja até

a cozinha no café da manhã? Eu nem pedi a ele pra fazer isso!‖

―Sim. Ele é um doce.‖

―Shelby, você não entende,‖ Ariel disse, pegando meu braço. ―Ele é o primeiro cara que gosta de

mim a um longo tempo.‖

―Você não tem um namorado na escola?‖

Ariel enrubesceu visivelmente. ―Qual— St. Augustine em Zurich ou o Fulton Prep em Nova York ou

Oceanside Academy na Florida?‖

―Isso é uma droga. É difícil manter um namorado quando você vive trocando de escola.‖

―Sim, e não ajuda quando eles tem todas as garotas da escola para começar.‖

―NÃO!‖ eu disse, um pouco alto de mais. Todos olharam pra mim, esquecendo tudo sobre o

pássaro idiota de ráfia. Continue, Shelby.

―Problemas?‖ Dra Wanda era um daqueles adultos que podia se aproximar de você em milésimos

de segundo sem fazer som.

―Ela está ótima. Chateada com as asas ruins,‖ Ariel disse, segurando meu pássaro assimétrico que

não era, obviamente, um dos meus melhores trabalhos.

―Todos nós temos asas ruins. O desafio é usá-las para voar,‖ Dra Wanda disse. Ela me deu um

tapinha no ombro. ―Você consegue Shelby.‖

―Acho que vou vomitar,‖ Jenna disse, fazendo movimentos de engasgo sobre a mesa.

―Oh, apenas faça seu pássaro,‖ eu rosnei pra ela.

Dra Wanda se afastou, deixando eu e Ariel sozinhas.

―Pobrezinha,‖ eu disse. ―Sem caras?‖

―Não,‖ Ariel disse. ―Não estou certa quanto a Prince.‖ Ela encontrou meus olhos por um segundo,

parecendo um pouco embaraçada, e então começou a endireitar uma perna do pássaro dela.

―Você não faz nada, ok?‖ eu disse. ―É como serem amigos, mas então, um dia, você vai saber se

realmente gosta dele, e as coisas mudam. Acontece naturalmente.‖

―Então, hm...‖ ela sorriu timidamente para mim. ―O que eu faço se ele quiser beijar?‖

―Se você quiser fazer isso, então faça,‖eu disse. ―Mas tenha certeza que é pra valer, Ariel.‖

Mordiscando o lábio, ela olhou pra mim pelo espelho. ―É pra valer com você e Austin?

Quer dizer, eu acho que vocês ficam bem juntos. Ele é bonito. Ele é talentoso.‖

Ele é um lobisomem, eu queria adicionar.

―Bem, ele é definitivamente diferente dos outros caras que eu conheci,‖ eu disse. Por meio segundo,

eu considerei falar a verdade, mas claro que seria uma péssima idéia.

Ela balançou sua cabeça ―Austin não é tão diferente. Ele é apenas o típico filho de uma estrela do

rock. Confie em mim. Conheço alguns.‖

―Pois é, eu acho...‖

―O que houve?‖ Ariel sorriu apreensiva.

Eu balancei minha cabeça. ―Nada.‖

Ela suspirou. ―Se você está preocupada com os problema dele, não fique presa a ele. Não é isso que

Dra Wanda disse no grupo de garotas ontem? Você pode apenas ser responsável por si mesma.‖

Peguei um pedaço de ráfia verde e coloquei na minha asa. Pensei em toda essa coisa de querer

ajudar que eu tinha e como talvez fosse tudo sobre pegar a responsabilidade de outras pessoas e suas

escolhas em vez de as deixaremelas lidarem com isso. Mas e se a outra pessoa não tiver escolha? E se você

fosse à única pessoa que entendia os problemas delas? E se essa pessoa nem fosse uma pessoa? Era muito

complicado.

―Ele se acostumou a fazer tudo sozinho,‖ Ariel disse.

―É.‖ Eu torci a ráfia ao redor do pássaro e evitei olhar para Austin. A coisa era eu não achava que ele

realmente precisava da minha ajuda — não tinha nada que eu podia fazer por ele. Ele apenas não queria

mais lidar com o segredo dele sozinho. Ele não queria ficar sozinho. Eu olhei para ele, construindo seu

pássaro retorcido com palha, transformando aquilo em algo artístico e bonito— e senti sua dor mais

profundamente que antes.

―Bem vindos a Noite de Talentos do Acampamento Crescente!‖ A voz de Sr Winters cresceu

através do ginásio que parecia um celeiro e a multidão foi à loucura. Bem, loucos como campistas que

sofriam por outra noite de má culinária. ―Nós temos uma ótima programação, campistas! Lanternas

Malabaristas, uma parodia sobre os conselheiros—heh-heh— mal posso esperar por aquela leitura de poesia,

e tanto mais! Então vamos começar!‖

Todos aplaudiram novamente. Eu também aplaudi. Estava empolgada em ver Ariel no palco.

Então Sr Winters disse, ―Ok, pessoal, nosso primeiro ato é um número da nossa própria cantora

Cynthia Crumb!‖

Os aplausos pararam. Cynthia entrou no palco com seu violão e se aproximou do microfone. A sala

cheia dos primeiros acordes estranhos de ―Beautiful‖ de Cristina Aguilera.

―Onde está seu homem?‖ pediu Jenna,que estava no acento próximo ao meu. ―Oh, oops— ele te

dispensou ou algo do tipo?‖

Dei a ela um olhar que ela totalmente mereceu. ―Você é tão má quanto Charles. Talvez vocês

devessem ter um encontro,‖ eu disse.

―Na verdade, ele é meio bonitinho.‖

Eu não me importei de apontar todas as falhas naquela teoria, pois naquele momento Charles

sentou na cadeira do meu outro lado. De repente meu mau humor ficou pior.

―Hey,‖ ele disse casualmente.

No palco,Cynthia embrulhou seu violão e franzindo a testa com a falta de reação do publico, saiu

dos holofotes.

Sr Winters deu palmas de cortesia. ―Próximo é a apresentação de A Bela e a Fera.‖

As luzes do palco acenderam, revelando um fundo pintado. Novamente eu estava impressionada

pelas cores vividas e estilo impressionista do trabalho de Austin. Assim como o publico, porque o silencio

tomou conta.

Prince entrou no palco. Ele criou uma fera com um colete de lã marrom e sua face estava pintada

com bigode e um nariz escuro. Um barulho veio da audiência. Apesar da fantasia ridícula, era quase

fofinho. ―Quem está ai?‖ ele chamou.

Ariel entrou no palco, com uma saia vermelha e uma camisa de camponês carregando uma cesta. ―É

Bela. Sua convidada. Onde você está escondido?‖

―Não chegue mais perto!‖ Prince disse com um rosnado. ―Você não precisa me ver para apreciar a

riqueza do meu castelo,‖ ele se agachou como para se esconder.

―Isso é ridículo. Se mostre. Meu pai me disse que você era uma fera, mas... ele deve estar...

exagerando de mais.‖

Prince deu um olhar divertido para Ariel, e eu percebi que ela tinha esquecido suas falas. Prince saiu

das sombras e foi para o holofote.

Ariel arfou. ―Você não é um homem. Você é uma fera cabeluda!‖

‗É verdade. Sou uma fera cabeluda. Sou amaldiçoado. Tenho que ficar assim até achar meu amor

verdadeiro, ‖Price disse.

Houve alguns risos vindos da platéia.

Os olhos de Price estreitaram. ―Você deve ficar aqui por uma noite. Apenas ai você ficará livre para

retornar a sua família. Eu sei que não sou como outro homem que procuram sua mão, mas talvez com o

tempo você venha a me amar.‖Price soou tão sincero que a platéia parou de rir.

―Como pode ser isso?‖ Ariel disse, começando a se lembrar de suas falas. ―Você me assusta. Nunca

vou te amar.‖

Eu estremeci. A Bela e a Fera foi realmente uma má idéia. Austin estava certo em não ir a peça. A

ultima coisa que eu precisava era ser lembrada do quão diferente ele era. Mas eu não era Bela, ou era?

Quer dizer, eu não tinha medo de estar perto de Austin. Eu me importava com ele sem me importar com o

que ele era. Certo?

A segunda cena tinha acabado e eu sai de lá. Eu tinha que achá-lo. Eu queria estar com ele, queria

aproveitar ao máximo o tempo que nos restava - ou fazer um último esforço para pegar aquele soro. Eu não

queria estar no acampamento sem ele. E eu estava certa de que não se podia dizer ―pular‖ quando você já

estava com os dois pés dentro da piscina.

A lua quase cheia estava sobre o Acampamento Crescente como um holofote, dando a tudo um

brilho azul acinzentado e fazendo grandes e escuras sombras. Luz e escuridão, eles andavam juntas, até

quando vinha de umas ligeiramente estranhas arvores. E talvez também seja como pessoas. Somente às

vezes as sombras pareciam profundas de mais para a luz superar.

Depois de procurar pela cabine de treinamento, as quadras de vôlei, e o beco atrás da cozinha, eu

achei Austin sentado debaixo de uma árvore perto da enfermaria.

Ele olhou para cima assim que eu vim pelo caminho. ―Como estava o teatro amador?‖

Eu dei a ele um sorriso. ―Bestial.‖

Ele levantou e me puxou para um acento parto ao dele. ―Perdoe minha grosseria,‖ ele disse. ―Eu

não queria que você sofresse sozinha pela Noite de Talento. Eu decidi dar uma última olhada no escritório

do Sr Winters.‖

Encostei-me contra o tronco da árvore e passei meus dedos pela grama ao meu redor.

―Você não perdeu muito. Honestamente, sem a louça cantante, a peça nem é tão boa.‖

Ele não riu da minha piada ruim.

―Sem sorte com o escritório do Sr Winters, heim?‖perguntei.

Ele balançou sua cabeça e enfiou suas mãos nos bolsos do seu casaco preto. ―Está claro que eu não

posso ficar aqui.‖ dor em sua voz. ―Eu tenho que ir. ‘

―Não quero que você vá,‖eu disse gentilmente.

―Por quê?‖

―Você vai me fazer dizer isso?‖

―Por todos os males,‖ ele disse um pequeno brilho nos seus olhos castanhos.

―Eu meio que, você sabe... gosto de você.‖

―E eu de você, também,‖ ele se moveu pra perto de mim, os centímetros entre nós se dissolvendo

para milímetros, até ele estar...

Tremendo com medo, eu me afastei; meus lábios quase quentes com o quase beijo.

Austin franziu a testa. ―Eu não vou te morder. Confie em mim.‖

Aquilo me atingiu com força extra. Eu queria beijá-lo, mas não podia. Austin era perigoso—e não

apenas na categoria animal selvagem. Se eu o permitisse gostar de mim, de me beijar, quem sabe que coisas

estúpidas eu faria por ele? Que riscos eu correria que me colocariam em maiores problemas, onde tudo

que eu precisava fazer era dar um tempo no Acampamento Crescente. E ficar longe de problemas. E eu

mal estava seguindo esse plano com todas essas viagens no escuro. Isso não era bom.

―Eu confio em você,‖ eu disse, movendo minha face para as sombras então ele não poderia ver a

mentira na minha expressão.

―Isso é uma completa mentira,‖ Austin disse. ―Confiei em você com a minha vida, meu segredo.

Porque você não confia em mim?‖ Seu olhar firme no meu, e eu senti aquela fraqueza em mim crescer

novamente. A fraqueza por caras com sorrisos charmosos que adorava me acompanhar para o mau

caminho enquanto fingiam que era o certo.

―Eu tive muitos destes ‗confie em mim‘ na minha vida, ‖eu disse. ―Eu não confio em você. Não

confio em ninguém. Nem confio em mim mesma.‖ Uauu, era estranho falar isso alto. Imaginava de onde

tudo isso tinha vindo, mas de algum jeito eu sabia que no fundo era verdade.

―Às vezes você tem que ter um salto de fé. É o que a vida é. Uma série de saltos.‖

―Não tenho medo disso.‖

―Mas você tem medo de mim. Tem medo de me beijar.‖ Ele alcançou minha mão. ―A vida é muito

curta para ter medo de confiar nas pessoas que se importam com você.‖

Eu tinha medo. Jillian Montrose ainda estava na minha mente. Austin tinha me contado toda a

verdade? Não tinha jeito de eu saber.

Confusão e calor pareciam irradiar do meu corpo assim que ele envolveu seus braços ao meu redor,

me puxando pra perto. Descansei minha cabeça no ombro dele, sentindo o picante cheiro de sabonete e

pele. Ele ainda cheirava quase como marshmallows. Eu tinha certeza que nenhum assassino cheiraria assim.

Suspirei em seu pescoço.

―Agora se você fosse uma vampira sanguinária, estaria acabado pra mim,‖ ele sussurrou, beijando

minha testa.

Suspirei e pressionei meus lábios contra a pele dele, sentindo a pulsação batendo abaixo. Minha

boca formigava com calor. Queria beijar ele, mas seria tão...

―Não é uma boa idéia.‖ eu disse, me afastando de Austin. ―Isso é uma má, muito má idéia.‖

―Não fuja de mim. Não quero que nossa ultima noite juntos acabe assim.‖

―Não precisa ser nossa ultima noite,‖

A voz de Austin suavizou. ―É a única coisa que eu posso fazer para proteger a todos e a mim

mesmo. Vou estar em casa na floresta. É o melhor lugar pra mim.‖

―Mas...‖ eu quase disse, e quanto a mim? Sério. Eu realmente pensei em mim e como seria ter

Austin permanentemente ido embora.

Ele parecia sentir isso porque disse, ―Você podia me acompanhar até a cerca amanhã depois do

almoço, onde teremos que ir para artes e ofícios. Na outra noite eu achei um buraco grande o suficiente

para passar por. É um ultimo recurso, mas acho que terá que ser assim.‖

―Você percebe que eu não posso salva-lo novamente. Se você se perder na floresta desta vez você

estará sozinho.‖

―Você nem me salvou da ultima vez,‖ ele disse com um sorriso. ―Não se preocupe. Roubei um

mapa de Charles. Ele o escondia em sua fronha. Vou mudar a noite, mas eu posso recuperar e caminhar

durante o dia. Pela hora que eu alcançar a cidade mais próxima, a lua cheia estará acabada, e eu posso ser

um cara normal novamente.

―E se eles forem atrás de você?‖

―Oh, tenho certeza que irão, mas você sabe como eles tentam manter as coisas encobertas por aqui.

Será Winters e Sven no máximo, dificilmente uma ameaça. Sentirei eles vindo por mim e caminharei para

uma direção diferente.‖

―Quando você chega numa cidade? Então o que?‖ eu pedi aquele vazio começando novamente.

―Na cidade eu faço uma chamada a cobrar para o químico em Londres, peço dinheiro e meu soro

por Sedex enquanto passeio pelo hotel local.‖

Parecia um plano horrível. Ele estava fugindo. Do acampamento. De mim. Podia sentir lagrimas vindo.

―Eu tenho que ir.‖

―Shelby,‖ Austin disse, alcançando minha mão novamente. ―Se as coisas fossem diferentes, se eu

pudesse ficar...‖

―Eu sei. A vida é uma droga,‖ eu disse friamente.

―Não se esqueça se me encontrar amanhã,‖ Austin sussurrou.

―Sim.‖ eu levantei e caminhei pela estrada sozinha. Solidão não era novidade pra mim.

E eu sabia que não era novidade para Austin, também.

Eu apenas não esperava que isso doesse tanto.

Capítulo 12

Quando cheguei ao grupo de meninas na manhã seguinte, a maioria das meninas já estava lá e Dr.

Wanda foi folhear papéis em sua mesa improvisada no canto, sem dúvida, preparando-se para levar outra

cintilante discussão.

Ariel deu um tapinha no assento ao lado dela. ―Você perdeu o café da manhã,‖ disse ela.

―Estava me sentindo mal quando eu acordei,‖ eu expliquei. Eu deixei a parte de não querer sair da

cama, não querendo este dia para começar, porque era meu último dia com Austin. Realmente, ultima

manhã com ele, pois ele ia sair depois do almoço. Quem sabe se eu o veria novamente? Uma vez solto na

floresta, ele estaria fora da minha vida, provavelmente para sempre. Isso me deixou incrivelmente triste.

―Hoje nós vamos escrever cartas para casa e expressar tudo o que estamos aprendendo aqui no

acampamento. Eu quero que vocês escolham a pessoa que vocês menos se comunicam de sua família para

receber a carta.‖

Gemidos soavam ao redor do círculo.

Dr. Wanda levantou a mão como se estivesse afastando os comentários negativos. ―Quero que vocês

escrevam a carta como se vocês fossem morrer amanhã. Diga tudo para a pessoa que vocês sempre

quiseram dizer.‖

Eu levantei a minha mão. ―Como então devemos escolher a pessoa?‖

―Você escolhe a pessoa que você não pode falar,‖ disse Jenna, quebrando-a como se ela tivesse feito

uma centena de vezes isso em outros acampamentos. ―Aquela pessoa que realmente precisa ouvir você.‖

―Ok, então se você não falar com ninguém de sua família?‖, Disse Ariel.

Dr. Wanda soltou um suspiro exasperado. ―Escolha um membro da família com quem você gostaria

de comunicar-se melhor.‖

Eu levantei minha mão novamente e disse: ―O que acontece se você_‖

―Basta pegar alguém!‖ Dr. Wanda disse, perdendo completamente as estribeiras. ―Eu sinto muito,‖

ela acrescentou, após percebendo nossos rostos chocados. ―Esta semana no acampamento é sempre difícil.

Alguém quer falar sobre seus sentimentos?‖

―Fiquei magoada quando você gritou com nós,‖ Sue uma grande garota, disse.

Dr. Wanda franziu a testa. ―Não, eu quero dizer‖

―Eu me senti traída,‖ disse Callie, a menina loira magra da minha cabine.

―Você realmente feriu meus sentimentos,‖ Sue reclamou.

Dr. Wanda passou a mão pela sua preta franja crespa, tentando alisá-las, deixando óbvio que apenas

alguns condicionadores teriam qualquer tipo de efeito positivo. ―Meninas, estou orgulhosa de que vocês

estão desenvolvendo o vocabulário emocional que temos estado trabalhando.‖ Ela deu um suspiro.

―Devemos nos concentrar em escrever essas cartas agora?‖

Todo mundo calou a boca e depois começamos a trabalhar, escrevendo nas folhas de papeis

baratos. Wanda desmaiou.

―Para quem eu deveria escrever?‖ Sussurrei para Ariel.

―Como eu deveria saber?‖, Ela sussurrou de volta.

―Shh!‖, Disse Jenna, lágrimas rolando pelo seu rosto magro. ―Eu estou tentando escrever aqui.‖

Eu acenei para ela. Ela passou a soluçar a cada, dois minutos. Ok ...

―Para quem está escrevendo?‖ Eu disse, inclinando-se para Ariel novamente.

―Minha mãe,‖ disse ela. ―Ela mora na Avenida Park com o novo namorado dela, Kip Kensington.

Ele faz parte desse show de jogo estúpido. Faz o olhar de Alex Trebek carinhoso,‖ ela acrescentou com um

encolher de ombros. ―Apenas escolha sua mãe. Vai ser fácil.‖

Desde a minha conversa com Austin na outra noite, eu realmente estava pensando em minha mãe.

Tirando todo o lixo e os problemas de terapia e de lobisomem, e este acampamento em algum lugar, minha

mãe teria adorado. Mesmo quando ela estava realmente doente fazendo quimioterapia, mamãe costumava

pedir para meu pai ajudá-la a ir para o banco do nosso jardim no quintal para que ela pudesse ver o pôr do

sol. Ela realmente adorava coisas da natureza.

―Está bem?‖ Ariel estava olhando para mim, porque obviamente eu estava divagando ao pensar em

minha mãe.

―Hãã, hum, Minha mãe...ela está morta,‖ eu disse baixinho, tão somente Ariel podia ouvir.

Parecia estranho dizer isso a ela. Estou absolutamente esperando para ver piedade em seus olhos,

mas quando Ariel olhou para mim havia apenas bondade.

―Isso é péssimo,‖ disse ela. ―Isso realmente, realmente é uma merda.‖

―Sim.‖

―Você deveria ter me avisado. Quero dizer, todas as coisas que eu disse sobre a mãe de Austin,‖ ela

disse suavemente. ―Se eu soubesse...‖

Consegui dar um pequeno sorriso, porque eu não queria que ela se sentisse como merda ou

qualquer coisa. ―Está tudo bem. Realmente.‖

Ariel acenou com a cabeça, em seguida, olhou para o seu papel. ―Então, um, o que acontece com

sua madrasta?‖

―Ugh. Priscilla. Pão de Mel.‖

―Escreve para ela. Olhe.‖ Ela apontou para a Dr. Wanda, movendo-se lentamente de menina a

menina ao redor do círculo para nós. ―Basta escolher alguém.‖

―Ok, ok.‖ Certo, então eu escrevi a data no topo do meu papel e, em seguida, rabiscando nas

margens, fingindo escrever, mas eu realmente pensei sobre como eu estava tão aliviada que Ariel não fez

uma grande cena ao tratar-se da minha mãe. Por alguma razão, senti-me bem que ela sabia. E que Austin

sabia. Nenhum deles tinha me afogado em pena.

―Você ainda pode escrever para sua mãe,‖ disse Ariel, olhando para cima a partir de sua página do

semi-concluída. ―Isso seria como kinda cool, sabe?‖

―Sim, talvez,‖ eu disse. Então eu vi como ela estava totalmente certa. Escrita com a minha mãe,

embora dela nunca for capaz de ler a carta, seria muito melhor do que escrever para Priscila, a única pessoa

que eu nunca tive comunicação em casa.

Então outra vez ...

Fiz uma pausa, mastigando a borracha na ponta do lápis. Esse material sobre Priscilla estava

totalmente errado; fui bastante bem conseguindo falar com ela muito tempo. Ela era a pessoa que criticava

minha roupa na parte da manhã, exigia ver a minha lição de casa, gritava-me para sair do meu celular e

descer para comer o meu assim chamado jantar.

Mas o meu pai? Era quase engraçado o quão longe se sentia na maioria das vezes. Se ele não estava

trabalhando até tarde no seu laboratório, ele estava roncando no quarto da família na frente da T.V.

assistindo o especial Discovery Channel (principalmente sobre as serpentes, ugh!). Ele mal percebia quando

eu tinha feito um corte de cabelo, coloquei outro piercing, ou usava unha verde polonês em homenagem ao

Dia de São Paddy's.

Mamãe pode ter morrido, mas o pai era a pessoa real que faltava em minha vida.

De repente, o lápis parecia menor na minha mão, ou então eu estava segurando ele realmente

apertado. Eu não sabia que eu lhe entregaria esta carta, mas eu comecei com as palavras ―Caro Papai.‖

Quando o Dr. Wanda gritou que era hora de almoço, olhei para baixo e meus olhos quase saltaram

da minha cabeça. Eu tinha enchido duas páginas. Duas páginas de todas as coisas que eu queria dizer a ele,

as coisas que eu achava que ele deveria ter feito; as coisas que eu queria que ele me perguntasse. Eu não

estava dizendo isso para ninguém - Eu estava me dizendo.

Dr. Wanda me deu um tapinha no ombro quando eu guardei a minha caneta. ―É bom para se livrar

de tudo, não é?‖

Eu não quero que ela pense que ela realmente fez algo de que tinha ajudado um bocado, mas tive de

assentir. Ela fez sentir-me bem. Bem estranha, mas bem. Foi, assim, pela primeira vez eu estava falando e

ninguém me interrompia ou fazia perguntas estúpidas. Escrever-me para baixo tudo era como meu pai

estava me ouvindo. Talvez se tivéssemos nos esforçado mais para falar um com o outro desde que mamãe

morreu, eu não teria tanta coisa para escrever. Sério mesmo. Talvez eu não estivesse sequer ali naquele

acampamento estúpido, em primeiro lugar.

―Você quer que eu mande isto para você?‖, Perguntou a Dr. Wanda.

Eu balancei minha cabeça. ―Um, eu vou guardar ela,‖ eu disse, dobrando em um pequeno

quadrado.

―Isso é perfeitamente normal.‖ Dr. Wanda me deu um sorriso caloroso e caminhou de volta para

sua mesa com uma pilha de notas para mandar.

Ariel disse-me uma vez que sua mãe admitiu algo importante em uma sessão de terapia entre mãe e

filha: Adultos nem sempre fazem tudo certo. Então, minha pergunta é, se eles não têm sempre razão, então,

como pode ser que nós que sempre estamos começando tudo errado?

Talvez ambos os lados fazem escolhas que não sejam as mais espertas. Mas se você está com medo

de cometer erros, você não pode aprender, né? Talvez isso fosse algo que eu fiz que meu pai não fez. Eu

tinha tomado alguns riscos, e bagunçado definitivamente. Eu era uma espécie de especialista nesse

departamento. Pelo menos eu tinha sido até que cheguei ao acampamento. Aqui houve conseqüências -

como Red Canyon – foi sugado totalmente.

Claro, houve conseqüências em casa, mas eu ignorava. Eu não tinha levado a sério. Eu tinha

quebrado as regras só porque quis. E eu estava começando a pensar que eu não era destemida, era estúpido

ser. Quero dizer, qual tinha foi o ponto de tudo isso? Chamar a atenção do meu pai? Para mostrar a

Priscilla que eu não tinha medo dela, quando, obviamente, ela não se importava com o que eu pensava?

Que desperdício de tempo.

Enfiei a carta no bolso e caminhei para fora da sala de aula para a luz ofuscante do dia de verão. Eu

não tinha certeza que eu ia enviar a carta para meu pai, mas eu senti que algo em mim tinha mudado.

Logo após o almoço, era hora de dizer adeus a Austin e voltar para a minha vida normalmente

programada, livre de lobisomem, então eu peguei o caminho para as cabanas como se eu estivesse voltando

para conseguir alguma coisa antes da aula de artes. No meio do caminho, eu sai da pista para a trilha, que

levou-me para onde eu deveria encontrar Austin. A trilha seguia através dos arbustos, e a distância à minha

direita, eu podia ver o contorno de algumas das cabanas. Eu respirei o cheiro fresco de produto de limpeza

poderia copiar o cheiro da terra, e de coisas que crescia. Verão cheirava tão bem, mesmo no acampamento.

Estava quente, então eu tirei meu moletom vermelho e amarrei-o em volta da minha cintura.

Quando eu entrei mais para dentro da mata, a trilha contornava para a esquerda através de samambaias,

arbustos e as linhas densas de abetos raquíticos. Eu lutei por entre a vegetação, as minhas pernas nuas,

tendo uma parte equitativa dos riscos. Por fim, o caminho ficou muito estreito, como se um animal o tivesse

feito. Permanente, em uma clareira de vinte metros à frente era Austin.

―Brilhante,‖ disse ele, sorrindo amplamente. Seus olhos castanhos âmbar sempre pareceram

incríveis, mas hoje refletido na floresta verde que nos rodeia. Tirei uma foto mental no caso de eu nunca

mais o ver.

―Você não achou que eu iria deixá-lo esperando,‖ eu disse.

―Eu esperava que você não fizesse. Eu não estava certo.‖

Engoli em seco, voltei a sentir-me nervosa e minha garganta seca e disse: ―Hum, eu sei que você

gosta de carne, mas ei aqui eu tenho um chiclete de Price, e dois biscoitos de aveia que salvei do almoço. Eu

percebi que você poderia estar com fome, você sabe, antes da lua brilhar.‖

Austin tomou meus presentes, olhando alegremente surpreso.

Eu peguei um pedaço de papel do bolso e enfiei-o na mão livre. ―Então... é meu número se você

quiser me chamar.‖

Ele olhou para mim, não se movendo. Eu não poderia ler a emoção em sua face, mas ele parecia

olhar com um completo choque e horror.

Oh, cara. Eu era uma completa idiota - era oficial. O modo absoluto mais fresco de nunca dizer

Adeus. Dar o meu número de celular para um lobisomem? Insanidade total.

Austin dobrou o pequeno papel na mão. ―Vou ligar-lhe no final do verão. Eu prometo.‖

Eu assenti. Agora que eu me sentia como uma idiota, eu queria Austin, assim, como fugir. ―Ok boa

sorte, adeus.‖

―Espere. Este não é um bom adeus,‖ disse Austin, limpando seus olhos. ―Venha aqui, você.‖ Ele me

pegou pela mão, trazendo-me para ele.

Ok, então talvez eu não fosse uma idiota ou uma imbecil. Lambi o meu lábio inferior, que

desejando de verdade eu que tivesse algum gloss nos lábios porque Austin ia me beijar, e beijar-me bem.

Estaria tudo bem, porque era um beijo de despedida, eu disse a mim mesma. Era totalmente seguro.

Por um momento ele ficou ali, olhando para mim. ―Obrigado,‖ disse ele, finalmente, sua voz baixa

como um sussurro e seu sotaque de fazer as suas simples palavras soar como música.

Meu coração crepitando no peito. Foi enervante olhar fixamente nos olhos de Austin. Ele era mais

que um menino - ele também era uma criatura, bonita e perigosa.

―Você é bem-vindo,‖ eu consegui dizer. ―Eu estava apenas fazendo o que eu espero que alguém faça

por mim nesse tipo de situação, você sabe?‖

Ele baixou a cabeça mais perto. O calor da sua respiração apenas contra a minha bochecha. Lambi

meus lábios novamente e tentei manter a calma. E de pé. Eu tentei permanecer em pé. O sentimento que

quase me fez desmaiar foi piorando, e não havia tronco de árvore em vista para se encostar. Eu estava

esperando por esse beijo e com medo, ao mesmo tempo. E agora ele estava aqui.

―Você é linda,‖ disse Austin. ―Eu nunca tive a chance de dizer isso.‖

―Ah.‖ Minhas pernas se curvaram um pouco. Alerta desmaio! ―Hum, obrigado.‖

―Não, obrigado. Por tudo.‖ Mudou-se para beijar-me, mas parou no meio caminho de meus lábios.

Ele levantou a cabeça, cheirando o ar.

Eu tive caras que fazem um monte de coisas estranhas no meio de tentar beijar-me - atender seu

telefone celular, acenar para seus amigos, mesmo tomar uma mordida de um cheeseburger duplo – Mas

cheirar? Foi-me? Oh, não. Se eu tivesse lavado minha camisa ou algo assim? Inclinei a cabeça para cheirar-

me sem que ele percebesse. Ufa. Eu estava bem.

―Um Austin?‖

Ele virou para a trilha. ―Shelby, temos que se esconder. Alguém está vindo.‖ Ele cheirou o ar

novamente. ―Charles Bloody.‖

―Vou correr de volta pela trilha.‖

―Não, é melhor se ele não a ver. Não há nenhuma razão para se pôr em perigo.‖

Austin estava olhando para mim. Agradavelmente.

―Boa idéia‖, disse.

―Vamos lá, existem árvores nesta direção.‖ Austin me puxou para baixo da trilha. A cerca de

proteção apareceu vinte metros à nossa frente. Vedações não inscritas enrolado longe de um dos pólos de

apoio, fazendo um buraco grande o suficiente para Austin passar.

Mas eu tinha que me esconder. As árvores que eu vi na frente da cerca foram atrofiadas. Elas não

escondem nem gnomo de jardim.

―Eu pensei que você disse que havia árvores?‖

Austin sussurrou para mim. ―Ele está se movendo mais rápido. Ouço-o. Tenho de ir.‖ Ele abaixou-

se completamente e passou para trás da cerca.

―Hum, hum,‖ eu disse, olhando em torno com pouco de pânico. Merda! O que eu deveria fazer?

Correr? Eu considerava aquelas árvores pequenas mas eles somente não iam me esconder.

―Você não tem tempo,‖ disse Austin.

―Ótimo! Eu vou esconder lá.‖ Havia algumas árvores grossas do outro lado da cerca. Eu me

arriscaria com elas, em seguida, corri acima.

Austin me ajudou, em seguida, ajeitou a cerca de volta, então parecia que estava tudo em uma única

peça. Então ele pegou minha mão e me puxou em direção às árvores. Uma vez que tínhamos escolhido

uma árvore, de folhas enormes, Austin apontou para trás na trilha.

Passo a Passo caminhando como um cavalo, Charles gritava para nós. ―Eu sei que vocês estão aqui,

pombinhos.‖

―Que idiota‖ Austin murmurou.

―Shh.‖ Abracei a árvore, muito consciente do corpo de Austin, junto ao meu, sua respiração no meu

rosto.

―Uma vez que você passou por cima do muro acabou, Shelby,‖ Charles zombava através dos

arbustos.

―Vocês querem acabar pior do que Jillian Montrose?‖

A mandíbula de Austin cerrada. Ele parecia pronto para sair e esmagar Charles.

―Não se apaixone por ele,‖ ele gritou.

―Ou talvez você já esteja do outro lado da cerca? Você fez isso por ele? Bem, um ataque na floresta seria

uma grande história. Se você sobreviver, eu poderia dar-lhe a capa da Celebrities Exposed para dizer,

entrevistamos todos.‖ Charles se aproximou da cerca, olhando como se ele estivesse prestes a atravessá-la e

vir por si mesmo, quando os sons ecoavam pela floresta, o tilintar do metal e algum comportamento no

meio do mato grosso.

―Charles! Então, Cynthia estava certa!‖ Vozeirão do Sr. Winters o chamando. ―Ela viu que deparava

em torno da trilha.‖

―Inferno sangrento,‖ disse Austin sob sua respiração.

―Shh,‖ eu disse. Eu precisava que o Sr. Winters fosse embora assim eu poderia voltar pela trilha.

Austin assentiu com a cabeça, puxando-me mais perto dele contra o tronco da árvore. Contei até dez

enquanto Charles e o Sr. Winters argumentavam, segurando a minha respiração. A última coisa que

precisávamos era que eles nos vissem.

―Há uma ruptura na cerca,‖ o Sr. Winters estava dizendo. "Mas eu não vejo ninguém, mas você

Charles. Como você disse que aconteceu após essa ruptura na cerca? Estamos claramente na área fora dos

limites.‖

―Eu disse a você,‖ gritou Charles. ―Eu segui Austin na outra noite.‖

Austin se contorceu. Eu coloquei a mão em seu braço para lhe lembrar que ainda há uma chance

que eles poderiam nos ver.

Sr. Winters continuou. ―Quando estava andando para fora após o apagar das luzes? Isso é um dia de

trabalho, devemos descascar batatas para o cozinheiro desta vez?‖

―Mas foi Austin_‖

―Eu ficaria feliz em falar com ele depois quando ele puder contar sua história.‖

―Mas a cerca,‖ Charles disse em um tom derrotado.

―Isso não é um problema,‖ respondeu o Sr. Winters, seguido de um barulho e um baque pesado.

―Eu vim preparado.‖

Austin e eu trocamos olhares e depois, lentamente, olhamos em torno do nosso tronco de árvore.

Oh Merda. Havia uma caixa de ferramentas no chão ao lado do Sr. Winters, que estava tirando uma

espécie de alicate. Eu assisti horrorizada quando ele concertava a cerca de metal firmemente.

―Ninguém vai fugir por este buraco. Ninguém,‖ disse o Sr. Winters, grunhindo com o esforço,

―cortadores sem fio, o que é.‖

―Você não entende,‖ lamentou Charles. ―É provavelmente demasiado tarde!‖

―Claro, meu filho.‖ Sr. Winters terminou a reparação, em seguida, levou Charles, que estava

tentando argumentar sua saída do trabalho da cozinha. Quando eles foram embora, corremos até a cerca.

―Oh, não!‖ Eu disse, agitando a cerca.

―Não entre em pânico,‖ disse Austin, verificando a resistência do reparo.

Enquanto isso, eu observei a parte superior e queria saber como cortar as pernas em arame farpado

poderia ajudar. ―Talvez eu pudesse subir_‖

―Você não pode fazer, Shelby,‖ disse Austin. ―A cerca é segura. Você vai se esfarrapar.‖

―Se isso significa que eu estou ferrada, eu acho que você está certo.‖ Sentei-me no chão, colocando a

minha cabeça entre os joelhos. ―Eu estou presa na floresta com um lobisomem.‖

CAPITULO 13

―Não se preocupe. Nós te colocaremos de volta através da cerca. De algum jeito.‖ Austin se sentou

no chão perto de mim e colocou um braço ao redor dos meus ombros.

Olhei para cima pra ele, assustada com seu toque. Eu sabia que não deveria ter medo dele, mas eu

estava. Não podia esconder isso agora que as circunstancias haviam mudado.

Ele limpou a garganta, me fazendo lembrar que eu estava olhando pra ele. ―Se vamos tentar alguma

coisa é melhor nos apressarmos,‖ele disse. ―Eu calculo que eu tenho quarenta e cinco minutos antes de

estar realmente desaparecido. Com você aqui, também, teremos menos tempo.‖

―Quando eu não aparecer em artes e artifícios, Ariel vai surtar.‖ Eu pulei e sacudi a cerca

novamente. Os fios retorcidos não se mexeram. ―Droga de cerca!‖

―Certo. Não vai dar pela cerca, Shelby. São 3 Km até o portão da frente,‖Austin disse.

―Poderíamos tentar ir pra lá.‖

Agora eu realmente dei um olhar maldoso pra ele. ―O portão da frente? Então eu posso me colocar

pra dentro? Se eu fizer isso eu vou estar realmente ferrada. O plano era dar tchau para você, então correr

de volta para o acampamento antes de alguém notar que eu sumi. Nada esta funcionando do jeito que eu

pensei que iria.‖

Austin enfiou suas mãos no bolso do seu jeans. ―Não podemos mais ficar aqui conversando. Você

tem que decidir. O que vai ser?‖

O que eu faria? Se eu voltasse, eu estaria em problemas— Winters chamaria Priscilla e meu verão

estaria acabado. Se eu ficasse com Austin, porém, teria uma chance, eu poderia caminhar até antes da noite

cair, pegar um telefone e então, então... Nada. Eu não tinha nada. O que eu faria a seguir? Eu seria uma

fugitiva. Agora o que eu queria fazer que meu pai confiasse em mim novamente.

Eu suspirei. ―Vamos tentar o portão principal. Talvez eu possa voltar e fingir que eu tive uma

contusão por uma pedra caída ou algo do tipo.‖

―Bom plano.‖ Ele ficou parado me olhando com expectativa.

Cutuquei-o no peito. ―Ta,então mostre o caminho. Você tem um mapa,certo?‖

Ele mordeu seu lábio. ―Ah, na verdade, não. Apenas um rascunho da cerca para o caminho da

floresta no meu diário. Eu devolvi o original para a fronha do travesseiro do Charles. Sair de suspeita e

tudo. E principalmente por que eu tinha que devolver.‖

Soquei-o no ombro.

―Ai! De onde veio isso?‖

―Você deixou o mapa original para trás? Que tipo de fugitivo você é?‖

―Eu não planejava voltar para te deixar,‖ ele disse,esfregando seu ombro.

―Bem, pra que lado você acha que o portão é?‖

―Acho que aquele,‖ ele disse,apontando aleatoriamente, ou parecia pra mim.

Resistindo a urgência de surtar, eu caminhei com Austin pelas árvores, mantendo a cerca na minha

vista. Estávamos meio que caminhando na direção norte, baseado na posição do sol. As eram apenas duas

horas, então era difícil dizer. Pelo tempo que o por do sol vier, talvez teremos uma melhor noção de

direção. Ai nao,o que? Por do sol? Eu esperava tanto que achássemos o portão da frente antes disso.

―Hm,que horas a lua vem?‖eu pedi casualmente.

Austin rosnou, provavelmente achando que estava sendo engraçado. ―Você não parece apetitosa.‖

―Cuide de si mesmo,‖ eu disse no que eu esperava ser um tom confiante. E eu caminhava de olho

na distante cerca e em Austin,o que era difícil fazer sem tropeçar.

―Isso não é bom,‖ eu disse, como se de algum jeito isso fosse ajudar. Abaixo de nós, numa ravina

profunda, arbustos samambaias e uma porção de arvores caídas e algumas varas mascaravam um pequeno

riacho. Não parecia haver jeito de passar e eu não queria me equilibrar em algumas madeiras podres para

atravessar.

―Não há problema,‖Austin disse. Nós estávamos andando a três horas, de acordo com o relógio

dele. A estrada e o portão ainda não tinham aparecido, mas Austin ainda agia como se soubesse o caminho.

Isso estava ficando cansativo.

―Hmm... Isso não estava no mapa,‖Austin disse,coçando sua longa franja. ―Devemos ter pegado o

caminho errado em algum lugar.‖

―Um caminho errado?‖ Coloquei uma mão contra a árvore mais próxima. ―Cara. Eu tenho que

chegar nesse portão! Ninguém vai acreditar na história da contusão se eu não fizer isso agora! Quer dizer,

em breve eles estarão aqui com, tipo, cães de caça ou algo do tipo para nos perseguir. Eu certamente vou

pro Red Canyon.‖

―Red Canyon?‖

―O inferno dos acampamentos de pirralhos, Austin! Minha madrasta bruxa vai me mandar pra lá no

minuto que ela souber disso.‖

―Você apenas estava tentando me ajudar,‖ Austin disse. ―Você não estava tentando fugir. Certamente

ela vai—‖

―Não. Ela não será razoável. A mulher não tem um pingo de razão no seu corpo magrelo.‖

―Eu ia dizer que, certamente ela vai ouvir o que você tem a dizer,‖ Austin disse, franzindo a testa pra

mim.―Se não se importa,eu não sou o adversário aqui.‖

Fiquei fumegando. ―Ela não vai me ouvir. Ninguém nunca ouve.‖

A expressão de Austin suavizou. Ele dependurou a mochila do ombro e sentou no tronco mais

próximo. ―Desculpa por colocar você nessa.‖

Aproximei-me dele. ―Você não me forçou a passar pela cerca, Austin. Foi minha idéia.‖

―Bem, se eu não tivesse—‖

―É minha culpa,‖ eu disse. Eu fechei meus olhos e descansei, tentando esquecer que não tinha idéia

do que fazer depois. Depois de um tempo, o som borbulhante de um riacho me fez ter sede.

―Posso pegar um pouco de água?‖

―Claro.‖ Austin alcançou sua mochila e gemeu. ―A garrafa de água. Shelby. Você não tampou ela da

ultima vez.‖

―Eu tampei,‖ eu disse.

―Aparentemente, não bem o suficiente,‖ Ele puxou a garrafa e me deu para ver as gotas correndo

pelos lados.

―Oh, ótimo,‖ eu disse. ―Duvido que você tenha trazido um filtro de água portátil. Vamos morrer de

sede aqui.‖

―Espere. Esse é só o começo.‖ Austin colocou a garrafa no chão e puxou seu diário da mochila.

Gotas negras caiam na sujeira.

―Não!_ eu gritei. ―Você nunca ouvi falar de tinta a prova d‘água?‖

Os olhos de Austin rolaram. ―Eu mal esperava por alguém colocar uma garrafa de água aberta na

minha mochila.‖

Meu rosto queimou. ―Não estava aberto. Quer dizer, eu achei que eu tinha fechado a garrafa,‖ eu

expliquei.

―Eu diria que estava mal fechada.‖ Ele deitou o livro reverentemente nas samambaias e abriu as

páginas.

Os danos da água eram sérios. Pagina após pagina moladas, corriam com tinta de belos desenhos de

pássaros. As fotos de pássaros mais bonitas que eu já tinha visto.

―Austin,são incríveis.‖

Ele deu de ombros, mas parecia satisfeito ao mesmo tempo. ―Mesmo com medicação, na maioria

das noites antes da lua cheia eu não consigo dormir. Eu desenho a luz de vela para passar o tempo. Com

sorte, Sven não achou as velas e fósforos extras escondidos no meu tênis.‖

―Oh,droga.‖eu apontei para o diário. ―O mapa?‖

Suspirando, Austin virou para uma pagina na parte de trás do livro. A água mal tinha manchado o

mapa desenhado a mão. É claro, era para a parte manchada que estávamos indo.

―Bem,não há barranco,‖eu disse. ―Mesmo com as manchas eu posso ver isso.‖

―Sim, eu diria que estamos perdidos,‖Austin disse.

―Você não pode, tipo, usar seus sentidos de lobo? Sabe, pra farejar o caminho até o campo ou

civilização?‖

―Meus sentidos ajudam, mas não funcionam assim. Se eu estou rastreando alguém, eu procuro o

cheiro deles. eu preciso um cheiro de referencia, um ponto de partida. Tentar lembrar de um cheiro não é

efetivo.‖

―E você nunca cheirou a cidade que estamos indo,‖eu disse. ―Então você não pode encontrá-la.‖

―Onde estamos indo? Você vai comigo?‖ Austin disse, a sua voz tinha um pouco de preocupação.

―Hãã! Se eu não posso achar o acampamento, então eu tenho que ir para a cidade.‖

Ele soltou um grande suspiro. ―Isso apresenta um novo problema, não é?‖

―O que? Eu vim todo esse caminho com você, e você não quer que eu vá para a cidade com você?‖

Austin tirou um pedaço de casca de árvore do joelho do seu jeans. ―Não é isso.‖

―Então o que?‖eu disse,ficando cada vez mais braba.

―É só que—‖

―Pelo amor do café preto! Você esta preocupado que você se transforme num lobo e me ataque.‖

―Não.‖ Austin soltou um longo suspiro. ―Na verdade, estou mais preocupado em assustar você.‖ Ele

abriu a boca e apontou para seus dentes. Seus caninos pareciam mais brancos e longos.

Fiquei de boca aberta sem saber o que dizer.

Ele fechou a boca, parecendo constrangido. ―É um precursor para a mudança lunar normal para

alguns de nós. O resto da transformação acontece rapidamente.‖

―Não vou surtar,‖ eu disse, esperando que soasse tranqüilizador.

―Você não sabe disso.,‖Austin disse.

―E, bem, pelo menos não estamos no acamamento queimando aqueles estúpidos pássaros de ráfia

com a Dra Wanda.‖

Ele sorriu fracamente. ―Você não vai comigo, Shelby.‖

―Olhe,‖ eu disse, ‖nós vamos achar uma marmota malvada que realmente merece uma morte

terrível. Você vai ter um lanchinho e tudo ficará bem.‖ Eu tentei rir, mas saiu como um som histérico. Senti-

me uma droga por fazer piadas idiotas.

E a expressão mortalmente séria de Austin me fez perceber que olhar o lado bom não iria me salvar

se eu estivesse cara-a-cara com um lobo faminto.

Horas mais tarde, os raios laranja e vermelhos do por do sol davam brilho as árvores e pedras ao

nosso redor. Era bonito exceto pela pálida lua que subia como um fantasma branco azulado do outro lado

do horizonte.

Nós havíamos andado pelo que parecia uma direção aleatória e minha paciência tinha quase

acabado. Estava cansada, com fome e preocupada. Pela milionésima vez, paramos para Austin poder olhar

o mapa manchado.

Desta vez ele sorriu. ―Esse deve ser o vale. Você deve achar a entrada do acampamento do outro

lado.‖

Eu aplaudi. ―Ótimo. Você tem certeza?‖

―Sim. De acordo com o que restou dos meus diagramas, não é longe.‖ Ele correu uma mão sobre

sua longa franja, a colocando atrás das orelhas. O cabelo dele brilhava contra o por do sol, me fazendo

pensar na vez que eu vi ele no rio, uma parte do ambiente natural. Quão certa eu estive. Ele era realmente

mais que bonito, ele era lindo.

―O que foi? Um mosquito?‖ ele disse, batendo na sua bochecha.

Eu sorri, ―Não, não. Eu apenas estava lembrando do primeiro dia.‖

―Você quer dizer semana passada.‖

Eu tentei focar nele sem me perder em seus olhos âmbares, que estavam ardendo com todas as

cores to céu. ―Parece uma eternidade, não é?‖

Ele assentiu, e de algum jeito, lá estávamos, olhando para os olhos um pro outro. Tive um vento

estranho no meu estomago. Não o tipo que você tem quando está desapontado nem nada, mas o tipo

sentimento de queda de quando você está indo rapidamente pra baixo no elevador.

Austin limpou a garganta todo nervoso e então disse, ‖Parece mesmo uma eternidade.‖ Seus cílios se

agitaram por um momento e minha mente voltou para o que ele disse na cerca sobre mim—que eu era

bonita. Eu quase acreditei, pelo jeito que ele estava olhando pra mim.

―Então... certo. É melhor você ir,‖ ele disse. ―Você tem minhas velas e fósforos se precisar. Desculpa

não ter uma tocha pra você. O quanto você puder, continue caminhando com o por do sol do seu lado

esquerdo.‖

―Dãã,você quer dizer norte,‖eu disse, balançando minha cabeça. ―Não se preocupe. Sou ótima em

floretas,‖ eu disse a ele.

―Não tenho duvida.‖

―Tem certeza que não vai ir atrás de mim e se banquetear com meu cadáver sangrento?‖ eu disse

com um sorriso fraco.

―Confie em mim.‖Ooh,essas palavras ficaram no meu cérebro por um minuto. Confie em mim,a

base de todos os badboys.

―Isso não funcionou com a chapeuzinho vermelho,‖ eu disse.

―Eu pareço com o grande lobo malvado?‖ disse Austin com um pequeno sorriso.

―Ainda não, mas não há um lenhador pra me salvar de qualquer jeito.‖

Ele parou. ―Você não é de deixar outras pessoas te salvarem, Shelby. Até eu posso ver isso.‖

Hmm. Ele me pegou. Isso queria dizer que ele achava que eu era, tipo, corajosa? Ambos, ele e Sr

Winters tinham dito coisas sobre isso. Eu sempre pensei em mim como destemida, mas num jeito

imprudente, sabe? Corajosa e destemida não são a mesma coisa. Corajosa e ser destemida por uma razão

real.

―Eu não quero deixar você,‖ eu disse, enfiando minhas mãos no bolso do meu casaco.

―Shelby seja realista. Aqui é onde nos separamos. Vá para aquele caminho,o cheio de pedras que

corta entre aquelas pequenas árvores no topo da colina. Como você disse.

―Vou ficar bem.‖

Dei de ombros como se não fosse grande coisa, mas eu estava preocupada com ele. Eu estive

preocupada com ele desde o começo.

Austin envolveu seus braços ao meu redor e me segurou apertado. Todas as faíscas dentro de mim

colidiram, e eu me senti assustada, porém, seguro do sentimento. Como poderia se sentir salva com alguém

tão perigoso? O que tinha de errado comigo?

Ele beijou o topo da minha cabeça. ―Farei contato novamente, eu prometo. Não vou te esquecer.‖

Ele afrouxou seu aperto e usou uma mão para levantar meu queixo então nos olhávamos nos olhos.

―Direto para o acampamento, agora. Não olhe para trás.‖

E ai estava. O momento que eu estive temendo e esperando. Nosso primeiro e provavelmente

ultimo beijo.

Um olhar triste em seus olhos. ―Eu sei que você está com medo, então eu vou apenas...‖ ele

disse,abaixando seus lábios. E então se movendo para minha bochecha. Os lábios dele eram quentes como

chamas, e por um momento eu senti meus joelhos fraquejarem.

Mas então eu senti algo arranhar minha bochecha. Um dos dentes pontudos de Austin.

Eu me afastei dele, sabendo que era hora de ir embora.

Capítulo 14

Eu tinha apenas subido um pouco o barranco quando tive o impulso irresistível de olhar para trás.

Apenas para ver se Austin estava lá perto daquela árvore, enquanto eu ainda não podia distingui-lo da

distância. A lua, tão pálida era quase translúcida, pairava sobre o topo das árvores, perto de onde nós

estávamos. Ela estava cheia e enorme. Eu estremeci com a visão.

Então eu vi Austin, no meio da clareira ao lado das árvores, destacou-se pelas chamas do pôr do sol.

Ele estava virado de lado, com o rosto levantado para a lua cheia. Era como se ele tivesse sido capturado

entre o dia e a noite - entre o lobo e o cara normal.

Eu não achei que ele poderia me ver, mas eu agachei atrás de uma pedra grande de qualquer

maneira, para vê-lo. Chame do que quiser, curiosidade estúpida ou qualquer coisa, mas eu queria vê-lo

mudar.

Ah-oooooooohh! Um uivo abalou o pequeno vale, ecoando tanto que na primeira vez eu não estava

certa, de onde ele vinha.

Ah-oooooooohh! Este grito eu poderia dizer, pois vieram de Austin, suas costas arqueadas com

esforço e em seguida, seu corpo amarrotado a um monte na grama alta.

Engoli em seco, preocupada com o que estava acontecendo com ele, mas eu não estava motivada,

pelo menos para ir até lá em abaixo e conferir. Na verdade, eu não estava motivada a mover uma polegada

de trás da pedra. Como se concordasse com a idéia ficar inteira, sentia os meus pés como se fossem raízes.

Ah-oooooooohh! Outro grito soou, este assustador e com maior freqüência. A grama alta se mexia,

onde Austin havia caído. Houve um flash de pele, com o braço, talvez. Em seguida, o azul do jeans com

listras, como se estivesse sendo jogado fora. Outro gemido raro, seguido por alguns uivos.

Pelo amor do café preto. Obriguei-me a soltar o ar que eu estava segurando. Essa coisa toda era real.

Ele estava mudando totalmente para algo. Era hora de começar a correr - realmente muito rápido - mas era

tão difícil me afastar da cena surpreendente abaixo de mim.

Só então algo marrom escuro apareceu, raro na grama.

―Pelo amor do café preto‖, eu murmurei, roçando meus olhos.

Orelhas, as orelhas do lobo. Em seguida, a cabeça de um todo. A cabeça canina apontado na

direção da colina. Minha direção.

Meu coração martelava em meu peito, e não em um bom caminho. Austin me viu. Quer dizer, o

lobo me viu, porque é isso que ele era agora, perseguição através da grama alta. Um belo castanho-escuro e

preto lobo tão grande como um Great Dane.

Eu subi, em seguida, uma tentativa de combinar a corrida pela minha vida em caminhada,

totalmente desarmada sobre meus próprios pés. Disparei-me e corri, olhando para trás mais uma vez.

O lobo foi embora. Para longe dos meus olhos, de qualquer maneira. Mas eu não tinha certeza se

ele não estava no caminho do morro agora. Eu passei como um borrão por entre as árvores, sem me

importar que a noite estivesse sufocando a floresta como um cobertor azul escuro.

Eu realmente esperava que Austin tivesse razão sobre a colina levar-me até o Acampamento

Crescente. Caso contrário, o homem..., eu nem sequer quero pensar o contrário.

A vela fez uma super lanterna de baixa qualidade. Eu já estava na minha terceira e tinha pelo menos

dez queimaduras de cera em minhas mãos para mostrar para ele. Perto do topo do morro, que

supostamente levava para o acampamento, eu segurei o esboço da vela atual na minha frente e continuei

empurrando através da mata densa. Até agora, eu permanecia muito calma, considerando, mas quando uma

brisa soprou algumas árvores para o outro lado de mim eu quase tive um ataque do coração.

Calma, eu disse a mim mesma. Você pode perfeitamente fazer isso. Com a mão livre, eu puxei a

minha camisa um pouco mais apertada em torno de mim e caminhei, com foco na trilha em frente. Eu

parei em uma pausa nas árvores e eu fiquei no topo de uma longa trilha sinuosa, que levava para baixo. O

luar brilhava no caminho, que parecia sujeira muito escura, uma rochosa mudança bem-vinda a bagunça

que tinha levado até o morro. Veja, eu sabia que podia fazer, meu cérebro regozijou. Você está quase lá.

Sentindo-me um pouco mais confiante, eu segui em frente no caminho.

Grrrrrrr rrrr! Um rugido baixo soou, seguido por um tipo de ruído estridente.

Todos os pêlos do meu corpo levantaram-se. Oh merda. Austin estava vindo atrás de mim. Virei-me

devagar, quase com medo de olhar. Os arbustos atrás de mim balançavam levemente. Mas não suficiente

para me fazer pensar que havia qualquer coisa lá. Eu exalei e olhei ao redor, dando um passo.

Ah-oooooooohh!

Meu cabelo ficou de pé novamente. Austin? Eu gelei, ouvindo como o eco do grito morreu a

distância. Então, relutantemente, eu olhei sobre meu ombro. Os arbustos balançaram mais uma vez, depois

parou.

Senti uma brisa em meu rosto. Apenas uma brisa. Puxei o capuz do meu moletom vermelho para

cima. Em seguida, dizendo-me novamente para relaxar, continuei no caminho.

Provavelmente uma meia hora mais tarde, atingindo a base do morro, eu esperava encontrar o

portão mágico do Acampamento Crescente. Que Austin havia descrito que era suposto estar ali. Em vez

disso, eu encontrei outro desfiladeiro estúpido.

Como eu poderia fazer melhor com a minha vela insignificante e as luz do luar, abaixo de mim tinha

um desfiladeiro cortando a floresta, com outro riacho todo completo de bolhas felizes. Eu comecei a baixar-

me para o lado íngreme do barranco, agarrando-me em raízes e pedras grandes. Eu estava talvez vinte pés

abaixo, quando eu o ouvi.

Grrrrrr-rrrr!

Os meus folículos de cabelo, é claro, arrepiaram-se. E meus pés escorregaram um pouco na sujeira

solta do barranco. Eu caí a poucos metros mais abaixo.

Um grito rasgou a escuridão. Rolei para baixo no barranco, sabendo que não havia tempo para

levantar-me até a borda, onde eu estava de pé um momento antes. Como desci rolando eu arranhei minhas

pernas no barrando, eu amaldiçoei o curto-shorts que eu estava vestindo. Por fim, pousei no chão, meus pés

salpicando no riacho.

O grito soou de novo, me dando arrepios preocupantes. Lobisomens realmente não eram apenas

lobos, pensei, olhando para a borda. Eles eram um novo tipo de monstro assustador. Um som bestial -

muito assustador.

As pedras eram escorregadias e difíceis de ver, minha vela estava quase indo, e o luar que mal

chegava a esta ravina. Meus tênis estavam ensopados quando cheguei ao outro lado do riacho.

Olhando para trás por cima do meu ombro, eu não vi nada vindo, mas eu ouvi o barulho

novamente, como coiotes latindo ou algo assim. Estremeci, retrocedendo meu caminho através de grama e

arbustos baixos até que eu fui para a margem oposta do barranco. Era tão íngreme quanto o outro lado

tinha sido; eu peguei a raiz mais próxima e exposta e arrastei-me para cima. Cavei meus pés na lama,

tentando me segurar, mas a maioria das vezes o solo das rochas soltaram.

Grrrrrr-rrrr!

Pelo amor do café preto. Isso soou como se ele estivesse atrás de mim. Eu limpei a sujeira com a

minha mão livre até conseguir uma boa aderência e puxei meu corpo até poucos metros. Em seguida, meus

dedos finalmente encontraram um bom lugar. Quando eu me rastejei novamente, eu tinha subido um

pouco mais do barranco, cerca da metade.

Grrrrrr-rrrr!

Olhei por cima do ombro e vi algo escuro rondando entre os arbustos como se estivesse

perseguindo-me. De repente eu pensei que eu devia parecer, eu no meu moletom de capuz vermelho. Ser

seguida por um grande lobo mau. Bonito.

―Eu sabia! Eu sabia‖ Eu não podia deixar de gritar, porque isso me deixava puta eu estava a ponto de

ser a comida de lobisomem. ―Você não presta!‖

A coisa nos arbustos estava parada.

Eu cravei minhas mãos na terra novamente e arrastei-me a mais alguns metros. Cara, nem os meus

braços eram fracos ou minha bunda magra era pesada. O diabo com a máquina de ginástica no quarto da

família em casa, eu vou obter assim um personal trainer se eu conseguir sair viva.

A encosta começou a ficar menos inclinada, que foi uma grande coisa, porque quando eu olhei para

baixo, a fera de quatro patas tinha atingido o córrego. Foi muito sombrio - bem, era sombrio em toda parte.

Minha vela pouco tinha durado totalmente no caminho até o precipício, e de qualquer maneira, não era

como se você pudesse apertar um clik estúpido na vela para acender no leito do riacho. Mas eu poderia

dizer logo que a coisa abaixo de mim era definitivamente um lobo, porque as poucas luzes do luar cortaram

a copa de galhos de árvores, destacando-o.

―Austin?‖ Fiz uma pausa um momento aproveitando o alcance para ver plenamente no que ele tinha

se transformado.

Sua cabeça era enorme e bela em forma de lobo, de uma maneira assustadora. Sua língua pendia

para fora de uma borda da sua boca, com ele ofegante. Reluzente de ouro na luz fraca, os olhos Austin

parecia á única parte reconhecível nele. Ele era muito maior do que ele parecia à distância durante a

mudança. Ele fez um som baixo e gutural, olhando pra baixo.

Meu sangue em minhas veias transformou-se em gelo. ―Cachorro bonitinho,‖ disse. Não é como se

eu pensasse que estava indo para trabalho ou qualquer outra coisa, mas eu estava à beira de vomitar ou fazer

xixi mesmo, então eu tinha que fazer alguma coisa.

O lobo entrou no riacho, o seu olhar ainda em mim.

Oh merda. Tateei com a mão por algum tipo de pau pesado ou algo assim, mas só senti mais das

raízes que eu estive usando para me ajudar a subir. Virando-me para que eu pudesse mantê-lo em meus

olhos, agarrei as raízes o melhor que eu podia e, em seguida, comecei a escalar o barranco para trás como

um caranguejo assustado.

Ele correu facilmente pelo riacho, emitiu um som de alerta novamente. Eu fiz isso para o topo do

barranco e cheguei à base da encosta. Em pânico, eu subi com dificuldade por entre os arbustos, o meu

coração que bombeando como um louco. Qualquer segundo, eu seria o brinde, e não da forma romântica

sobre o luar.

Ah-oooooooohh! Um grito ecoou da floresta.

Foi este o último fragmento de sua humanidade me dizendo para correr? É de bom grado o seu

conselho. Os ramos arranharam meus braços e rasparam as minhas pernas, mas eu continuei empurrando

através das árvores grossas para ficar o mais longe dele o que pude. Aqui em cima, foi tiro certeiro para a

lua, a floresta inteira foi iluminada azul elétrico, tornando mais fácil de ver. Ainda assim, respirando

irregularmente, caí em uma érea de urtigas picante, gritando quando fiz contato.

Em seguida, o grito soou de novo. De que direção, eu não poderia dizer. Era quase como se

estivesse diante de mim, ou ao meu lado. Eu não parava de checar. Eu continuei correndo.

Em uma curva na trilha, eu ouvi o movimento atrás de mim. Quando olhei por cima do meu

ombro, eu vi Austin limitadamente através das árvores. Um borrão escuro, ele estava ganhando de mim.

"Ahhhhhh!" Eu gritei como ele me alcançou.

Mas então ele disparou por mim. Com um rugido que cercou meu cabelo enrolado, ele mergulhou

sobre a altura dos arbustos na minha frente. O grito soou de novo. O arbusto balançou, choque de sons e

rosnado estrondeante fora dele.

Um segundo depois, Austin saiu do mato com outra criatura de quatro patas. Eu não poderia dizer

ao certo, mas ele não se parecia com outro lobo. Eu caí no chão, completamente transtornada.

A criatura soltou um grito. Um guincho, eu reconheci como o som de morte quando nos separamos

na primeira vez. Austin não estava seguindo-me - ele estava perseguindo a coisa – a coisa que estava

perseguindo-me!

Com um grunhido, Austin passou para a garganta do seu oponente. Era um grande gato, talvez um

puma. Seja qual for o que diabo era, era vicioso. Ele voou, em Austin, com suas patas enormes, fazendo

contato com ombro de Austin.

Austin ganiu e saltou para trás. Em seguida, os dentes rangendo, ele pulou para o gato. Desta vez, ele

pegou o gato pelo pescoço e o girou. O grito do gato fez meus dentes rangerem, como pregos em um

quadro.

A coisa agarrada no pescoço de Austin, fazendo-lhe um ferimento no ombro novamente, mas Austin

continuou a lutar. Ele agarrou o gato, suas mandíbulas espumantes. O gato recuou e, em seguida, deu um

guincho, e voltou, para os arbustos.

Austin cambaleou em pé por um momento, depois caiu no chão.

―Não!‖ Eu gritei, correndo em sua direção. Ele não podia estar morto. Ele somente não pode estar.

Mas Austin não se movia.

Agitei-me porque eu não sabia que ele poderia fazer ainda em sua forma lobo, ajoelhei-me a poucos

metros de Austin. Banhado por uma luz do luar, ele ainda respirava, seu peito subindo e descendo em um

padrão irregular - grânulos de sangue embora escuro jorrava ao lado dele.

A floresta parecia se fechar em torno de nós - hectares e hectares de árvores e arbustos e Deus sabe

o que mais estava lá escondido. Talvez o gato não voltasse para acabar com nós dois. Ele provavelmente

tinha um grupo de amigos com fome também. E Austin teve de afugentar os atacantes por mim. Lágrimas

de frustração escorreram pelo meu rosto. Obriguei-me a aproximar-se do lobo.

Eu podia ver que ele estava sangrando como um louco - e eu estava com medo de chegar e tocar ele.

Eu estava com medo do lobo. E eu estava com medo porque ele estava sangrando até a morte e, em

seguida, eu realmente poderia nunca mais ver o Austin novamente.

O lobo choramingou seu corpo peludo sacudiu como em algum tipo de convulsão. Meu coração

cambaleou em meu peito. Se eu não fizer nada, então ele realmente poderia morrer. Vamos lá, Shelby –

seja, corajosa, eu disse a mim mesma. Seja corajosa ele conta com você.

Eu não sabia nada sobre os lobos, mas eu sabia de primeiros socorros básicos eu tive que parar o

sangramento do seu ferimento no ombro. Ajoelhei-me ao lado dele e puxei a bainha da minha querida

camiseta, rasgando a parte inferior da camiseta em uma longa faixa. Com as mãos trêmulas eu o alcancei

com o tecido, sabendo que eu tinha de tocá-lo. Eu tinha que confiar nele – e em mim.

Seus ouvidos de lobo mexiam-se para cima como se ele soubesse que eu estava lá, mas ele não

moveu a cabeça. Amarrei a faixa em seu ombro ensangüentado.

Aí! Ele virou a cabeça na minha direção. Eu senti um ardor no meu antebraço. Ele me pegou com

os dentes.

―Sou eu, Austin,‖ eu disse, puxando-me para trás para esfregar a mancha no meu braço. É ardia,

mas ele não estava sangrando.

Desta vez, o corpo de lobo Austin pareceu relaxar. Ele fez outro ruído choramingando, com a

pressão machucando, mas eu não mexi minha mão. Eu tive que estancar o sangramento. Eu só esperava

que fosse suficiente.

CAPITULO 15

―Shelby?‖

Eu abri meus olhos. O céu acima era ouro enfraquecido com o nascer do sol. Por um momento eu

não sabia onde estava.

A voz veio novamente. ―Shelby? Você esta bem?‖

Eu me sentei. Austin sentou a meu lado, meu moletom vermelho estava nele fechado até a metade.

Ele estava com o peito nu, seu ombro esquerdo estava envolvido com um curativo.

―Eu estava esperando que isso tudo fosse um sonho ruim,‖Eu disse, passando meus braços ao redor

das minha pernas nuas para me aquecer. A manhã estava fria e minha camiseta e short rasgado estavam

úmidos do chão abaixo. Mas mais que isso, eu estava sentada perto a um cara quase pelado. Um cara que

era um lobo há algumas horas atrás.

Confusa e constrangida eram só a base do que eu sentia.

―Desculpe pelo casaco, Eu precisava de algo para, ah, me cobrir,‖Austin disse numa voz fraca.

―Não se preocupe,‖ eu disse, entendendo que ele estava falando sobre o meu moletom. Eu parei de

esfregar minha pele por calor e foquei em cuidar de Austin. Eu mantive o olhar treinado em seu rosto e

ombro. Ele tinha perdido muito sangue. Esta manhã ele parecia pálido. Os olhos dele, ontem a noite

brilhantes como topázio hoje pareciam entorpecidos e obscuros.

―Como se sente?‖

―Meu ombro arde como chamas.‖. Ele sorriu, mal escondendo um estremecimento assim que tocou

a ferida.

―A luta de ontem? Um grande gato assustador?‖

Ele esfregou sua cabeça como se doesse. ―Sim. Lembro-me. Tudo que eu podia pensar era que ele

ia machucar você. Eu não podia deixar isso acontecer.‖

―E não deixou.‖

Ele sorriu fracamente. ―Não. Não deixei.‖

―Devia ter confiado em você,‖. Eu disse. ―Me desculpe.‖

―Eu tinha que ganhar sua confiança,‖. Ele deu de ombros, estremecendo pelo movimento.

―E francamente, a maioria das garotas teria fugido de mim depois do que eu te falei.‖

Eu concordei e alcancei o curativo. Não tínhamos tempo a perder. Austin fez uma careta quando eu

puxei o curativo do ferimento. Afff. Não parecia bom.

―Precisamos arranjar ajuda médica,‖. Eu disse, amarrando o curativo improvisado no lugar.

―Eu estou bem,‖ Austin insistiu e levantou. Ele balançou um pouco, então estendeu a mão para se

firmar em mim. Eu peguei ele pela cintura, não deixando ele cair. Ele estava pior do que eu imaginava.

Austin se desprendeu de mim e tentou se firmar novamente, desta vez com sucesso.

―Tenho que ir pra cidade.‖

―Não, nós vamos pro acampamento,‖Eu disse.

Austin concordou, e eu vi uma expressão de dor passar pelo seu rosto. ―Shelby, eu não sei. E se eu

me transformar no acampamento?‖

―Austin, você está seriamente machucado. Você precisa de um médico.‖

―Mas e se eu—‖

―Pare! Não vou deixar você morrer. Você está sangrando de mais. Isso é sério.‖

Ele concordou fracamente. ―Tenho medo,‖ ele disse.

―Eu sei, mas nós temos que tentar se isso significar que você sobreviva. Não vou perder você. Não

depois... de tudo isso.‖ Segurei uma lágrima e me foquei em segurar Austin firme.

―Não podemos,‖ Austin disse. ―Não posso deixar você—‖

―Você ainda acha que o acampamento é por esse lado?‖

Austin acenou. ―Mas e quanto a Red Canyon?‖

Levantei Austin. ―Não se preocupe com isso.‖

Ele colocou seu braço direito ao meu redor e nós começamos a caminhar em direção ao

acampamento.

Um tempo depois, quando eu vi a cerca, quase pulei de alegria. Mas Austin e eu estávamos nos

mexendo num ritmo constante e pular de alegria estava fora de questão.

Meticulosamente, nos movemos pelos arbustos grossos que beiravam a cerca.

Por ultimo, como uma prece atendida, chegamos ao portão. Depois de eu gritar no interfone por

ajuda, o portão elétrico balançou se abrindo. Com um tipo de andarilhos do deserto, Austin e eu entramos

no acampamento.

Segundos depois, Sr Winters chegou até nós num carrinho de golfe. ―Shelby! Você está bem? Oh,

deus. Austin, o que aconteceu? Onde estão suas roupas?‖Ele parou nas samambaias e quase caiu, indo até

nós.

―Nos leve para a enfermaria,‖. Eu disse e coloquei Austin no acento do passageiro então me

pendurei na traseira do carrinho.

Sr Winters bateu no pedal e nós fomos embora. Nós gritamos para parar na frente da enfermaria.

Austin gemeu, segurando seu ombro e eu sai do acento de trás para poder tirar ele do veiculo.

―Escute, Sr Winters,‖. Eu disse, sentindo que precisava explicar o que tinha acontecido

imediatamente.

―Não queríamos fugir—‖

―Depois,‖ ele disse. ―Vamos cuidar de vocês primeiro então conversamos.‖

―Esse é o meu campista! Oh, Austin!‖ Sven veio correndo, parecendo pronto para abraçar Austin.

―Sven,vá pegar roupar para Austin,‖Sr Winters disse.

Sven correu e Sr Winters e eu pegamos um braço de Austin ajudando ele a caminahar até a

enfermaria.

A enfermeira, uma velha senhora loira, ainda tirando o sono dos olhos, abriu a porta. A boca dela

caiu. ―Que diabos aconteceu?‖ela disse,olhando para o estado dele.

―Ele perdeu as roupas num ataque de puma,‖ eu disse, percebendo que eu podia contar a verdade

ou pelo menos a metade. ―Ele estava me protegendo.‖

Austin rolou os olhos pra mim, um sorriso fraco no seu rosto pálido.

―Venha, filho,‖Sr Winters disse.

Nós o colocamos na cama. Debaixo dos cobertores. Austin começou a tremer violentamente.

A enfermeira cuidadosamente tirou o tecido da camiseta. ―Wow. Isso não aprece bom.‖. Ela

destrancou seu armário de medicamentos e remexeu ele, vindo com algo que ela injetou no braço dele.

―Ele vai ficar bem?‖

―Querida, deixe me fazer o meu trabalho.‖. A enfermeira colocou um termômetro na boca de

Austin.

Sr Winters pegou meu braço. ―Você precisa ser tratada, Shelby.‖

―Huh?‖ eu olhei para os arranhões no meu braço. Eram alguns dos muitos que tinham no meu

corpo da caminhada pela floresta. ―É da caminhada.‖

―Podia usar uma pomada e uma gaze. Sente.‖ Sr Winters apontou pra mim a cadeira próxima a

mesa da enfermeira.

Mantive meu olhar em Austin enquanto a enfermeira cuidava dele. Ele tinha ficado bem pálido e a

testa dele estava encharcada de suor. Não parecia que ele sairia da enfermaria a noite. O que um lobo faria,

machucado e assustado e trancado com uma enfermeira?

Sr Winters sentou perto de mim e disse, ‖Eu sei que esta preocupada com ele.‖. Ele suspirou e

coçou seu pouco cabelo. ―Você gostava dele o bastante para fugir com ele para a floresta,‖ Sr Winters disse.

―Não—não é por isso que atravessamos a cerca. Charles estava incomodado Austin e ameaçando que

o pai dele colocasse coisas nos tablóides.‖

Sr Winters levantou uma mão. ―Shelby sabemos disso. Depois de todos perceberem que vocês dois

estavam sumidos, Charles mandou uma mensagem para um motorista entregador de comida, prometendo

uma recompensa se ele fizesse algumas ligações pra ele. Aparentemente, o idiota—quer dizer—Charles—

estava tentando comprar sua saída do acampamento com manchetes de jornal.‖

Eu resisti a vontade de dizer merda. ―Vê!‖

―Todas as famílias famosas tem que lidar com a imprensa.‖

―Você não entende! Charles poderia ter arruinado a família de Austin.

―Charles não vai mais causar problemas,‖ disse Sr Winters. ―Mandamos ele para casa esta amanhã.

Mas mesmo que ele tenha ameaçado algo isso ainda não justifica a fuga de vocês.‖

―Não, mas Austin é diferente. A família Bridges é diferente!‖ Nossa. Como eu podia explicar sem

explicar? Eu não podia.

Ele colocou um braço em volta dos meus ombros. ―Seu coração estava no lugar certo, mas você tem

que ajudar a você mesma antes de ajudar os outros,lembra? Você tem que cuidar de você.‖

Eu mordi o interior da minha bochecha, ignorando toda a frustração que gritava dentro de mim.

―Vou ser mandada pro Red Canyon, né?‖

―Não sabemos ao certo. Temos que discutir isso com seus pais.‖

Apesar de eu saber o que aconteceria. Eu ainda estremecia com o pensamento. Eu não queria

passar dois meses num deserto infernal. Se eu não me dava bem com as regras bobas do acampamento

Crescente, o que eu iria fazer num lugar com mais regras, broncas militares e confinamento solitário?

E Austin precisava de mim aqui. Mesmo que ele ficasse bem, ele ainda não tinha o soro para a

próxima vez, e eu tenho certeza que eles ficariam de olho nele, pensando que ele era um fugitivo. Ele tinha

mais duas luas cheias para passar durante o período de acampamento. Mas, mais importante, o que

aconteceria quando a luz da lua passasse pela janela da enfermaria hoje à noite?

Austin ainda estava em grandes problemas. E era minha culpa.

Se eu não estivesse com ele na floresta, ele nunca teria tido aquela luta com a puma—ele teria ido

para civilização e ligado pro químico. Se eu não estivesse lá ele estaria em casa. Meus punhos estavam

serrados ao meu lado. Era minha culpa. Minha má escolha. Minha decisão de atravessar a cerca tinha nos

trazido nesse terrível ponto. Para essas conseqüências. Eu tinha estragado tudo e Austin estava pagando o

preço.

Hoje a noite ele se transformaria num lobo. Hoje à noite o mundo saberia da verdade sobre a

família Bridges.

Eu engoli o sentimento de aperto na minha garganta. Deveria haver algo que eu pudesse fazer. Antes

de ser mandada para Utah, eu tinha que pensar em algo, qualquer coisa pra me colocar perto do soro de

Austin. Que estava no escritório do Sr Winters. Pelo amor do café preto, eu sou um gênio.

―Um, posso ligar pra casa?‖. Eu disse, parecendo triste. ―Pra contar a eles o que aconteceu. Você

sabe, pra eles saberem que eu estou bem.‖

Um sorriso brilhou no rosto rechonchudo do Sr Winters. ―Claro! Vou te acompanhar até lá.‖

O cara parecia levar isso como uma terapia vitoriosa ou algo do tipo. Ele pulou da cadeira e se

apressou até seu escritório comigo.

Assim que ele destrancou a porta, eu disse, ‖Eu vou precisar de privacidade. Tenho muito para

contar a meu pai.‖

Ele parou. ―Eu estarei no corredor, então. Se precisar de mim, é só chamar.‖

Ótimo. Bem, talvez não seja longe o bastante para mim tentar encontrar o soro de Austin em paz,

mas eu assenti, pensando que pelo menos eu estaria no seu escritório destrancado. Ele discou no telefone e

o deu pra mim.

Priscilla atendeu com seu típico jeito sem fôlego. ―Ol-áááá?‖

Eu disse, ―Oi? Hãããã. É.‖ eu fingi conversar, acenando a saída para Sr Winters. Então eu sorri pra

ele até ele sair para o corredor e fechar a porta completamente.

Depois de um tempo, Priscilla estava toda ―Quem é? Eu vou olhar no ID. É algum amigo da

Shelby? Ela está no acampamento.‖

Eu segurei o telefone mais forte. ―Sou eu.‖

Priscilla parou. ―Shelby? É você?‖

Sr Winters colocou a cabeça pela porta. ―Está tudo bem?‖ ele murmurou.

―Ótimo,‖ eu disse, mandando um sorriso forçado.

―Shelby! Onde você está? Nós estávamos tão preocupados!‖ Priscilla balbuciou.

Espera ai - parecia que ela estava realmente feliz em me ouvir. Era muito estranho e eu não podia

lidar, então eu abaixei o telefone. Eu tinha trabalho a fazer de qualquer jeito.

―Uh-huh. Sim. Eu sei. Tudo está bem,‖ eu disse, em voz alta para Winters pensar que eu estava

conversando e ouvindo a Pão de mel.

Eu tentei todas as gavetas da mesa de Winters e fui até um pequeno armário anos luz de distancia

nos fundos da sala. Dentro havia uma grande caixa, o tipo de caixa que meu pai tinha no porão com todas

as suas coisas do colegial, claro que a do meu pai não estava trancada como essa. Então tinha que ter alguma

coisa boa ali dentro,certo? Como eu abro? Quer dizer, obviamente eu tinha que quebrar a fechadura. Mas

isso faria um grande barulho, Winters viria correndo, droga.

―Shelby? Shelby?‖A voz de Priscilla guinchava do telefone.

―Sim. Bem, me deixe falar com ele,‖eu disse, ainda fingindo que eu estava falando no telefone. Eu

estava quase sem idéias quando eu vi um walkie-talkie do acampamento na mesa. Bingo. Liguei-o.

―Sven? Venha, Sven,‖ eu disse,tapando meu nariz pra mim poder imitar a voz de Cynthia Crumb.

―Sim, sou eu,‖ ele respondeu.

―Há um acidente com os carros de golfe no portão da frente! Chame Winters imediatamente!‖ Eu

desliguei o walkie-talkie e o coloquei na mesa. ―Uh-huh?‖ eu disse, pegando o telefone onde Priscilla estava

gritando de longe no caso de Winters me checar.

Um segundo depois, eu ouvi Sven explodindo pela porta do prédio da administração e gritando,

―Você vem agora! Fogo!‖para Sr Winters.

―Volto logo,‖ Sr Winters disse, esgueirando a cabeça pelo canto. ―Fique aqui!‖

Eu assenti, imitando um adolescente totalmente concentrado numa conversa. Assim que ele saiu, eu

abaixei o telefone novamente, então peguei a estatua de bronze de uma águia na mesa do Sr Winters.

Grunhindo de esforço, eu peguei a caixa do armário.

O que eu estava prestes a fazer seria minha sepultura no acampamento Crescente. Mas salvar Austin

era mais importante. Respirei fundo e fiz minha escolha. Após uma breve desculpa para a águia, eu bati na

fechadura da caixa.

Pah! A cabeça da escultura caiu e rolou na mesa, mas a fechadura não quebrou.

―Pássaro estúpido.‖ eu disse, indo tentar outra vez.

Pah! Eu bati o pássaro, que rachou o metal que segurava os lados da fechadura.

―Vamos!‖ eu bati novamente com o pássaro de bronze. Desta dez a fechadura rompeu.

Eu deixei cair a estatua sem cabeça no chão, contraindo meus dedos e então eu puxei o trinco e abri

a caixa. Ajoelhei-me em frente à caixa como se eu fosse um tipo de caçador de tesouros e a abri.

Era um tesouro, certo. Sacos de chocolates, doritos, sombras brilhantes, revistas pornográficas e

todos os tipo de contrabandos enchiam a caixa. Porcarias o suficiente para, tipo, a 7-Elevens. Também havia

telefones e eu reconheci meu próprio PDA.

Quase embriagada pelo cheiro de Beijos de Hersheys e minhocas de gelatina, eu cavei até achar

uma sacola plástica enterrada sobre um monte de mangás. Segurando na luz, eu via os frascos que Austin

precisava. Sim!

Enfiei o a sacola de plástica no cinto do meu short, junto com meu PDA. Então eu joguei a águia

sem cabeça na caixa. ―Tenho que ir!‖eu gritei para o telefone, então eu desliguei e corri. Eu tinha apenas

alguns minutos para dar o soro a Austin antes de eles voltarem, antes de eles descobrirem o que eu tinha

feito.

―Socorro! Socorro! Um carrinho de golfe está em chamas no portão da frente!‖. Eu gritei assim que

entrei na enfermaria.

―Oh, não!‖A enfermeira pegou um kit de primeiros-socorros e saiu pela porta.

Austin gemeu na cama, se virando.

―Oi‖, eu disse, tocando sua bochecha.

Seus cílios tremeram, então abriram. ‗Shelby?‖

―Oi. Peguei isso pra você. Você me ouve? Eu disse, pegando os frascos.

―Você tem o soro? Como?‖ Austin murmurou.

―De pressa, me diga o que fazer!‖

―Aqui.‖ Austin abriu a boca.

Eu abri um dos pequenos vidros e derramei o liquido claro na garganta dele.

Ele engoliu, então sussurrou, ―Outro, por favor.‖

Depois de uma olhada na porta, eu abri outro vidro e derramei na boca dele.

―Eles virão logo. Vou esconder o resto do seu soro, nos sapatos e roupas que Sven trouxe pra

você,ok?‖

Austin assentiu fracamente. ‗Obrigado‖, ele disse com chiado. Os olhos dele fecharam novamente e

eu caminhei até uma pilha de roupas.

―Oh, mais uma coisa,‖eu disse, olhando pra cima enquanto colocava os vidrinhos nos sapatos dele.

―Vou por meu PDA aqui também. Mantenha-o a salvo. Ligue para alguém que posso ajudar.‖

Os olhos dele abriram novamente. ―Shelby?‖

Eu voltei para o lado da cama para me despedir.

Ele alcançou minha mão e a apertou fracamente. ―Não vou te esquecer. Nunca.‖

Meu coração deu um pulo estranho no meu peito.

Caras sempre dizem esse tipo de idiotice, mas desta vez, eu acreditei nele. Mesmo que Austin não

fosse um cara normal, ele ainda contava. De fato, ele mais que contava—ele se importava.

Olhando pra ele, com sua franja úmida e embaraçada, para sua testa e seus cílios tremendo

enquanto ele lutava para manter os olhos abertos, eu percebi o quanto me importava com ele. Na verdade,

eu achava que talvez podia amar ele em certas circunstancias. Se as coisas fossem diferentes.

Respirei fundo, me sentindo triste de repente, o que era totalmente errado—eu estava salvando

Austin e isso significava que eu tinha que ser corajosa. ―Você precisa melhorar, certo? Apenas descanse,‖ eu

disse com a voz mais confiante. ―Eu tenho que ir agora.‖

Os olhos âmbares de Austin pareciam um pouco transparentes. ―Então diga que foi minha culpa.

Que eu invadi o escritório, que eu roubei o soro. Você não pode levar a culpa.‖ ele disse severamente.

―Sim eu posso. Dessa vez foi tudo eu.‖. Eu beijei a testa dele. ―Agora se você me der licença, eu

tenho que ir comer algumas minhocas grandes.‖

Ele me deu um olhar divertido, por que é claro que ele não sabia que eu estava falando sobre o

estoque de minhocas de gelatina no escritório de Winters.

Sim. Para distrair eles do que eu tinha realmente roubado, eu ia bancar a boba.E iria voltar.

Capitulo 16.

―Mova-se, mova-se, M-ooo-Va se!‖ Sargento Scabwell, o rosto vermelho como a bunda de um

babuíno, gritou em meus ouvidos pela, nonagésima vez. ―SHELBY ACORDE! Você esta escutando?‖

Eu balançava em meus pés, o calor da tarde, me fritando. O deserto de Utah não é para se bronzear

um tipo de pele clara do Centro-Oeste de Beverly Hills. Após dez dias da vermelha Canyon Ranch, eu

acreditava muito que existisse um maldito inferno.

―ACORDA,‖ gritou Scabwell novamente.

Eu cambaleei para frente, mas não rápido o suficiente para a garota atrás de mim.

Seu nome era Randi, uma cleptomaníaca magra, cuja cama estava junto da minha, e ela escolheu

aquele momento para dar uma de esquisita. ―Vai acorda!‖, Disse ela, empurrando-me com as mãos.

Minha moral, ou chame do que você quiser, era tão baixa que eu não tinha sequer reclamado da

camiseta que ela tinha roubado da minha bolsa há dois dias - mas ninguém me empurra.

―Ei!‖ Parei e rodopiei pronta para falar-lhe uma nova.

Sargento Scabwell aparecoeu ao meu lado novamente. ―Qual é o problema, LOCKE?‖ Neste

momento, o cuspi dele voou um pouco em mim, salpicando meu rosto. Eca.

―Nada,‖ eu disse. ―Não há problema.‖

Scabwell aproximou-se, a barriga rechonchuda fazendo uma sombra sobre meus pés. Se o cara

esteve realmente no exército, ele tinha ficado assim, sempre gordo. Ele enfiou a cara vermelha direto na

minha e disse.

―Vamos lá, princesa! PARA CÁ! AGORA!‖ o sargento gritou.

Todas as meninas no meu pelotão tinham parado de correr e estavam olhando para mim com

repugnância. Como se fosse minha culpa foi Randi estúpida que tinha me empurrado. Não era como se o

sargento tivesse pedido vinte.

Mas então o sargento Scabwell soprou o apito e gritou: "Saia de seus lugares, suas estúpidas, Pelotão

Beta! Somente pra isso, todos vocês podem deixar de preguiça e pagar trinta!‖

Resmungando, todas as meninas vieram fazer as flexões. Vanessa, uma negra corpulenta de Ohio,

jurou sob sua respiração cada vez que sua barriga batia na areia avançar em mim. No momento em que

estavam fazendo, quase todas estavam suando e me xingando. Suando com caras feias. Encharcando as

camisetas. Cabelos pegajosos. Os trabalhos.

―Vamos lá, garotas!‖ O sargento gritou, alisando a frente do seu uniforme verde. ―Subam para a

trilha, movam-se!‖

Nós fizemos uma viagem árdua através de mais dunas de areia, até que finalmente entrou um campo

em vista, á pequena distância. As enormes tendas verdes que dormimos estenderam-se entre os edifícios de

cabanas utilizados para a sala de jantar – salão do bem, "Refeitório", chamaram-lhe - os escritórios

administrativos e os quartos dos conselheiros. Tudo isto estava a cerca de quilômetros e milhas de deserto

cercado por veículos pesados de cerca elétrica que fez o acampamento Crescente ser como um parque de

diversão.

Eu totalmente não via a imagem de Ariel aqui. Coitada realmente tinha me contado a verdade sobre

este lugar. Ela provavelmente ia quase morrer de calor. E ela não tem essa estúpida erupção no braço dela

para lidar, com isso. Um risco que parecia nunca cicatrizar, então toda vez que ele entrava em contato com

a areia, sol, ou água e sujeira - quase o tempo todo - parecia piorar. Não é a melhor lembrança de uma

caminhada pela floresta que, olhando para trás, parecia mágica.

Este deserto feio não tinha nada de mágico. E nem sequer havia uma lua, eu podia olhar porque

estávamos nessa fase de lua nova, onde não brilha por um tempo. Toda a paisagem depois do por do sol

era iluminada por holofotes gigante da torre de vigia no portão da frente como se fossemos uma espécie de

criminosos.

O pelotão começou a descer a colina em direção ao acampamento, Scabwell cantando algum tipo de

cadência como "Sem barulho, um-dois" e assim por diante. Embaralhei-me juntamente com o restante dos

detentos - quero dizer campistas - olhando para frente para a bica, uma ducha fria, e toda a horrível

confusão para a chamada do jantar.

Então Randi empurrou-me de volta. ―Olhe,‖ disse ela, apontando para baixo o Jipe a uma

velocidade no caminho áspero que conduzia ao acampamento. ―Espero que seja o envio da minha avó me

enviando um novo par de tênis .‖

―O que aconteceu com as rosas que você roubou de Vanessa?‖ Eu perguntei sobre meu ombro.

―Ah,‖ resmungou Randi, voltando para o seu lugar.

Algumas adolescentes obtiveram alguns pacotes aos seus cuidados, mas eu duvidava que houvesse

algo para mim. O correio tinha sido muito esperto, com exceção de um postal de papai no outro dia. Ele

recebeu a minha carta - o que eu tinha escrito durante na sessão com a Dr. Wanda. Eu pedi para Ariel

enviar para mim, e ela tinha mandado. Ela era uma boa amiga, e eu mal tive a chance de lhe dizer adeus. Eu

esperava que ela entrasse em contato de alguma forma.

O cartão do papai não disse muito mais do que ‗Falaremos‘ quando chegar em casa, com amor,

‗papai‘ ele assinou foi um começo, eu acho.

Eu não tinha ouvido uma palavra de Austin. Isso doeu mais. Eu tinha certeza que ele se lembrava

que eu estava em Red Canyon e, pelo menos, me escreveria, mas talvez ele ainda estivesse se recuperando.

Eu não queria pensar que ele tivesse se esquecido de mim, agora que ele tinha o seu soro. O cale a boca e

marche, Shelby! Pare de sentir pena de si mesma! Obter todos os sentimentos deprimidos sobre coisas que

eu não conseguia controlar não estava me salvando do deserto.

Pegando o meu ritmo de marcha, olhei por cima do meu ombro para Randi e Vanessa, cujos rostos

estavam vermelhos e suados. Elas queriam voltar para chuveiros e não pensar duas vezes em pisar duro

direito em cima de mim se eu caísse.

Marchamos para o campo, a poeira sacudia e subia em torno de nós como uma névoa marrom.

Outra Semana dramática em Red Canyon. Finalmente embaralhamo-nos na tenda Pelotão Beta, a maioria

de nós desabou sobre o nosso berço. Voltado para baixo no saco impertinente de dormir que eu tinha sido

atribuída, fui tentado a fechar os olhos, mas eu queria um chuveiro, é melhor eu pegar minha toalha de

banho e sapatos e entrar na fila. Mas talvez mais um minuto de tortura.

Ou dois ...

"Acorde!" A voz dura do sargento destruiu a minha paz.

―Huh?‖ Eu enrolada. "O que é isso agora?"

"É chamado de pacote, princesa!" Agarrou, jogando-o em mim e então uma pancada perto do saco

de dormir.

Um pacote? Eu arranquei-o ao pé do meu saco de dormir. Era uma pequena caixa de papel coberta

que já tinha sido aberto pelo escritório Red Canyon e, em seguida, fechada com fita adesiva Scotch. Espere-

o endereço de retorno Acampamento Crescente. Embora eu não ousava esperar que o pacote tivesse sido

de Austin, meu coração bateu um pouco mais rápido. Passei a mão sobre o papel pardo, sem querer abri-

lo, no entanto, apenas curtindo a sensação real do envio e saboreando a expectativa.

"Bem?" Randi estava respirando no meu pescoço. "Você não vai abri-lo?"

"Hum, você se importa?" Eu disse, abraçando-a para meu peito.

Suspirando dramaticamente, Randi pegou a cópia, provavelmente roubado da revista People de seu

saco de dormir e se afastou.

Eu descasquei a fita e abri a caixa. Debaixo do jornal em retalhos que enchia o superior, eu

encontrei um projeto de arte familiar para o futuro.

Meu pássaro ráfia.

Eu nunca tive a chance de queimá-lo na fogueira, para significar o nascimento de uma nova, mais

forte Shelby. Mas que estava bem. De alguma forma eu senti que eu tinha feito isso. Eu tinha feito isso por

meio da floresta com Austin. Eu arriscava-me a salvá-lo. Eu me joguei e queria fugir das conseqüências em

algum lugar entre aquela noite na floresta e comer o meu caminho através de quatro pacotes de vermes

pastosos.

Eu tinha feito as decisões que tinha guardado Austin. E você sabe o quê? Às vezes o preço que você

paga fazendo essas escolhas difíceis totalmente vale a pena.

Virei o pássaro torto mais e mais em minhas mãos, verifiquei o meu trabalho desleixado, então eu

defendi-lo no meu saco de dormir e puxei uma única folha de papel branco dobrado a partir da caixa.

Cara Shelby

Você pode fazer isso. Basta lembrar-se de usar suas asas.

Amor e Luz,

Sr. Winters

Apertei a mão sobre meus olhos, não querendo que ninguém no meu pelotão me visse chorar,

porque eu senti as lágrimas chegando. Sr. Winters foi brega, talvez, mas o tipo que me pegou. Quero dizer,

ele pediu para meu pai me deixar ficar no Acampamento Crescente. Isso poderia ter sido bom, você sabe?

Eu podia me ver falando coisas com o Sr. Winters e não parecia que ia ser estranho. Ele realmente se

importava comigo. E aparentemente, ele queria que eu fizesse isso.

Meu coração inchava, dobrei o bilhete de volta para dentro do retângulo perfeito e colocou-o na caixa

com o pássaro. Se Randi tocasse nesse tesouro, ela ia se arrepender.

―Ei! Está tudo bem, Shelby?‖ Vanessa perguntou.

"É, é. Obrigada. Eu estou bem.‖ Eu limpei meus olhos lacrimejantes em meu braço, tentando secá-los

e parecer normal.

"Certo?" Vanessa me deu um olhar cético. "Bem, vamos lá, então, ou vamos perdê-la."

Pensando que ela significava chuveiros, juntei minhas coisas e segui para fora da porta. Mas ela não

caminhou em direção à cabeça, que é o que eles chamavam de casa de banho. Em vez disso, ela levou-me a

um grupo de meninas do meu pelotão que riam no canto do refeitório.

À frente do bloco, Randi tinha um par de binóculos treinando no portão da frente. Onde ela os

pegou, eu nem quero saber. ―Chegando agora", disse ela, baixando os óculos para piscar para nós.

―Os cachorros‖. Ela entregou o binóculo para Vanessa.

Vanessa assobiou. "Oooh, aquele na jaqueta de couro está bom."

―Usar. Couro no deserto?‖ Eu disse, pensando na única pessoa que eu sabia que trouxe uma jaqueta

de couro para o acampamento de criança. Mas não poderia ser ele. Muitas crianças têm provavelmente

teriam notado um vestígio de roqueiro rebelde nele, certo?

"Se ele receber insolação serei sua enfermeira!" Vanessa disse com uma risada. Randi e Vanessa

deram um toque de mãos.

Eu não criei nenhuma esperança, mas eu deixei cair a trouxa de roupa que eu estava carregando e

disse: "Dê-me os óculos, Randi ".

"Perfeito". Ela franziu o cenho para mim, quando ela os entregou. "Pegue ele. Mas eu tenho créditos

sobre o cara da jaqueta de couro."

Eu coloquei os binóculos em meus olhos e vi um dos principais conselheiros de uniforme de um

pequeno grupo de meninos do outro lado da praça principal. O menino loiro na parte de trás tinha uma

jaqueta de couro marrom sobre um ombro. Não é o meu cara jaqueta de couro. Não é, de longe. Soltei um

pequeno suspiro e mudei para o escopo do portão da frente e da estrada do deserto, onde nuvens de poeira

dançavam para fora em nada, tal como a minha esperança.

"Viu alguém que você gosta?"

Hãã? Virei o binóculo, que veio para descansar em uma escuridão repentina. A escuridão de uma

camiseta preta com chamas amarelas e vermelhas. Lentamente, eu abaixei o binóculo.

E encontrei Austin na minha frente.

Sorridente e bronzeado, ele parecia tão saudável como o primeiro dia que eu o conheci naquele

ônibus. "No declive acentuado da limusine baixa, três horas," disse ele, armando uma sobrancelha escura.

"O pelotão estava fora em uma excursão, eu acredito?"

O calor do deserto aumentou em torno de mim. Isto tinha de ser uma miragem ou algum tipo de

insolação alucinação. Ele estava realmente ali? Pelo amor do café preto era difícil respirar! Eu consegui

sufocar, ―O que você está fazendo aqui?"

Antes que ele pudesse responder, empurrei o binóculo para as mãos Randi e disse a todos para

passearem.

Fugiram, prometendo sempre não dizerem uma palavra a ninguém, um código de silêncio que

duraria cerca de cinco minutos.

Eu rapidamente puxei Austin para o pátio privado do coronel na lateral do edifício e pulei para os

seus braços. Era como uma espécie de filme. Ele envolto em torno de mim e eu seus braços, faltando o

estreito cacto que o coronel havia plantado em todo o seu pátio.

"Eu não entendo", eu disse, quando meus pés estavam de volta no chão.

"Eu prometi que não iria te esquecer", disse ele. "Eu dei minha palavra."

O mundo ainda estava girando. Eu não sei se isso foi a partir da felicidade ou do giro, mas esse tipo

de tontura me fez sentir bem. "Você está bem?" Eu perguntei. "Como esta o seu ombro - e, você sabe, o

outro problema?"

Ele balançou a cabeça. "Consegui o telefone do químico antes que tirassem meu PDA. Ele fez alguns

acordos e acertou as coisas com Acampamento Crescente. Meu ombro está bem curado."

Eu mordi meu lábio inferior. "Tudo bem ... mas se as coisas são suavizadas e tudo mais, então o que

você está fazendo aqui? "

"Ah, todas essas perguntas!", Disse Austin, seus olhos âmbar brilhante, como se pensasse que era tudo

engraçado.

"Cara, você não entende. Este lugar é horrível. Realmente horrível! "Eu gesticulei ao redor do oásis

chamado coronel, onde as únicas coisas que vivem além dos cactos eram os sapos de barro colocado em

algumas das pedras maiores. "Você é um londrino. Você não pode ficar o deserto. Quero dizer, qual é, eles

estão pensando em te enviar para cá?"

"Shelby relaxa. Foi idéia minha. Eu pedi para vir para cá," disse.

Minha boca aberta. "Você está louco?"

"Alguns poderiam dizer que sim", respondeu ele. "No entanto, não é isso menina, realmente eu queria

ver-la."

Pisquei para ele. "... Você veio aqui de propósito?" Eu disse; as palavras caindo da minha boca ainda

pasma. Minhas pernas sem um sentimento quase desmaiaram, e eu seriamente esperava que eu não caísse

em um cacto se eu desmaiasse. Ele virou para mim? Foi tão estúpido que era quase romântico. A menos

que ...

Eu tomei uma respiração profunda, equilibrando-me. "Austin, eu não preciso de resgate, se é por isso

que estamos aqui. Eu posso cuidar de mim mesma. "

Austin assentiu. "É eu estou bem ciente. Mas todo mundo precisa de um pouco de resgate agora e

depois."

"Eu não".

Austin puxou-me em seus braços novamente. "Você me salvou e salvou a minha vida. O mínimo que

posso fazer é ajudar a aliviar o seu sofrimento."

"... Você deseja aliviar meu sofrimento?" Eu repeti, só para ter certeza de que o sol não estava

derretendo meu cérebro. Ele veio por meio da sua promessa de se lembrar de mim, e agora ele estava indo

para colocar-se através do inferno acampamento do deserto, também? Na verdade, isso era muito quente.

Pelo amor do café preto, ótimo. Agora eu estou ficando vermelha. Eu bati nas minhas bochechas

queimando.

"Você acha que eu sou o tipo de cara que iria pular fora no por do sol sem você?"

"Não. Eu não usaria a palavra pular, mas - "

Austin pegou minha mão. "Meu pior dia com você é melhor do que um sozinho. E, "ele disse,"

Acontece que eu acho que você vale poucas centenas de marchas no deserto."

Meu olhar viajou nos olhos de Austin, tom de ouro ao sol, à boca bonita. A partir daqui, a seus dentes

pareciam totalmente seguro. Seguro o suficiente para...

"Espere, espere‖, eu disse, empurrando ele para trás e mantendo-o à um braço de distância. "Você

tem o soro desta vez, certo? "

"Sim, e um atestado médico", disse ele com um sorriso. "E um relatório para a enfermaria de mil e

oitocentas horas por dia"

Revirei os olhos para a coisa estúpida do tempo militar. Ele ainda me confundia. "Bem, eu acho que

se - "

"Venha aqui", disse Austin, envolvendo-me em outro abraço. "É tão bom vê-la."

"Você também." Era tão bom vê-lo me senti fraca. Descansar minha cabeça contra seu peito forte, eu

cheguei até a passar minhas mãos pelo seu cabelo. "Eles vão cortar curto, você sabe. Eles fizeram isso com

um sujeito cujo cabelo era, sabe, até sua bunda. Ele chorou."

Dei de ombros. "Apenas um corte ruim."

"Um corte com marcas de punção?‖ . Franziu ele ficou olhando para meu braço.

"Aquelas não são marcas de punção!"

Ele largou meu braço, ainda não olhando satisfeito. "Você deveria ter ido a enfermeira para da uma

olhada isso."

"Ela me deu algumas pomadas. Isso é o que eles fazem mesmo se você tiver uma perna quebrada por

aqui."

Só então, eu vi o movimento por cima do ombro de Austin. Vanessa estava de volta, escondendo-se

atrás de um par de cactos. Bem, meio escondida. Os cactos eram muito magros em relação ao seu corpo

curvilíneo.

"Esta se divertindo espionando?" Eu disse.

"Randi saiu para um extra de cinco minutos no chuveiro", disse ela, apontando-nos. "Melhor você

dizer o seu adeus e correr."

Austin deslizou um braço ao redor dos meus ombros e sussurrou: "Eu vou te ver de volta, amor. Não

se preocupe."

Ele me chamou de amor? Um não pude segurar um sorriso que tomou conta do meu rosto inteiro,

enquanto o meu coração se sacudia-agitadamente. Olhei para ele, sentindo como se nada mais importasse -

não no acampamento inferno, e não a totalidade de coisa sobrenatural. Foi o momento mais perfeito que

nunca.

"Shelby! Beijá-o e vamos embora," alertou Vanessa. Ela colocou a mão sobre um de seus quadris

grossos e ficou ali nos assistindo.

Revirei os olhos para ela. "Um pouco de privacidade, por favor? Eu não vou beijá-lo enquanto você

estiver aí - "

Os lábios Austin estavam perto dos meus. No pátio de sol, rodeado por cactos espinhosos, cheio de

esculturas de barro de sapos e o trabalho mais patético de cascalho que eu já vi, ele finalmente me beijou. E

eu não estava com medo.

Seus lábios pressionados contra o meu, caloroso e exuberante, e suas mãos alisado meu cabelo

enquanto me chamava para mais perto. Como o beijo se aprofundou, eu aspirava o cheiro de sabão em sua

pele, uma combinação tão intoxicante como sempre. Eu escorreguei mais profundamente em seus braços,

envolvendo minhas mãos em sua volta, a sensação de sua camiseta lisa sob meus dedos. Em seguida, os

lábios um pouco mais difícil, e ele brincaram o interior do meu lábio inferior com a sua língua. Suspirei,

beijando-o para trás até que eu perdi a noção do que me rodeava. Nada existia, só eu e Austin. E o beijo, o

que fez o meu corpo formigar toda de maneira para baixo a meus pés....

O tipo de beijo que alguns sargentos que chegam à cena desagradável encontrada entre os dois

cadetes reforma ....

O tipo de beijo que fizeram potes de molho queimar após o jantar naquela noite quase agradável de

trabalho ...

O tipo de beijo, que torna cavar um novo buraco de latrina no dia seguinte, quase divertido ....

Então outra vez, eu descobri que beijar muito bem, pode fazer todas as coisas suportáveis. Beijos

muito bons te fazem acreditar que você é o tipo de pessoa que você estava destinado a ser.

E talvez, se você tiver a sorte de ter alguém que realmente se preocupe com você, alguém que você

pode confiar, alguém que lhe lembra que acreditando em si mesma, você pode sobreviver a qualquer coisa -

uma família maluca, uma Floresta Proibida, ou mesmo o Acampamento inferno do deserto.

Lua cheia pode ter poderes especiais, mas o amor é a verdadeira magia do mundo.

Só o amor.

FIM!!