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Avaliação Econômica Programa Excelência em Gestão Gerência de Avaliação de Projetos São Paulo, 27 de agosto de 2012 1

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Avaliação Econômica Programa Excelência em Gestão

Gerência de Avaliação de Projetos

São Paulo, 27 de agosto de 2012 1

Programa Excelência em Gestão

O Programa

•Parceria entre a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Fundação Itaú Social;

– Coordenação técnica do Projeto Piloto: Instituto Fernand Braudel

• Regional de Ensino Leste 3;

• 10 escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio; – critério de escolha: IDESP;

• Período: 2009 a 2011.

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Programa Excelência em Gestão

O Programa

• OBJETIVO: • Fortalecer as práticas da coordenação escolar e do corpo docente na oferta

de ensino: • Planejamento das aulas • Gestão da sala de aula • Uso da avaliação dos alunos

• ESTRATÉGIA: Tutoria

Formação continuada customizada; Caráter prático e modelar; Realizada no cotidiano da escola, especialmente na sala de aula; Tutor: par avançado também atuante na rede pública de ensino.

• FOCO (adesão voluntária): Professores Coordenadores; Professores de

Língua Portuguesa e Matemática.

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Programa Excelência em Gestão

O Programa

• OBJETIVO: Intensificar a participação dos pais; aproximação família-escola.

• ESTRATÉGIA: Coordenador de Pais; Visita domiciliar; Organização de atividades para pais e alunos; Mobilização de voluntários; organização do espaço escolar; Atendimento e acompanhamento de alunos (evasão escolar); Atendimento a pais; Participação das reuniões de pais; Coordenador de Pais: Profissional dedicado exclusivamente à

aproximação entre família e escola, com conhecimento da comunidade;

– FOCO: Famílias e alunos.

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Programa Excelência em Gestão

Matriz Avaliativa

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Desempenho

do Professor

• Planejamento

• Gestão da sala de aula

• Avaliação

Gestão Pedagógica

• HTPC

• Liderança Pedagógica

Relação Família-escola

• Atendimento a pais

• Participação em atividades da escola

Formação do aluno

• Participação na vida escolar

• Relação entre alunos

• Relação do aluno com conhecimento

• Desempenho Escolar

Programa Excelência em Gestão

Estratégias de Avaliação

Perspectivas complementares:

I - Monitoramento das estratégias de intervenção no campo (relatórios,

visitas técnicas, questionários)

II - Avaliação de métodos mistos: com uso de metodologias quantitativas

e qualitativas para as quatro dimensões

III - Avaliação econômica: análise de impacto e cálculo do retorno

econômico com foco em desempenho dos alunos nas notas de Língua

Portuguesa e Matemática (SARESP)

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AVALIAÇÃO ECONÔMICA

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Programa Excelência em Gestão

A Avaliação Econômica

• Objetivos avaliados:

– Efeito do programa no desempenho escolar: notas no exame do Saresp de Língua Portuguesa e Matemática.

• Público alvo: alunos do segundo ciclo do fundamental e ensino médio: – Observamos o desempenho dos alunos do 7º e 9º ano do ensino Fundamental e 3º ano do

ensino médio.

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Total de escolas no programa Total de alunos avaliados

5º - 7º 6 375

(2008-2010) 5º - 9º

6 296 (2007-2011)

7º - 9º 9 523

(2008-2010) 9º - 3ºEM

10 295 (2008-2011)

9º - 3ºEM 10 279

(2007-2010)

Programa Excelência em Gestão

Questões no Desenho da Avaliação

1) Intervenções

• Intervenções concomitantes – Não permitem identificar os efeitos de cada uma delas

• Mudança nas intervenções ao longo do tempo – Ex-post não sabemos o que deu certo

2) Amostra

• Apenas 10 escolas – Análise de impacto possível apenas no nível dos alunos

– O contexto de cada escola tem grande poder de alterar a média

• Validade externa – Todas da mesma regional

– Escolas mais vulneráveis 9

Programa Excelência em Gestão

A Avaliação

• Metodologia:

– Painel de alunos (controla por características não observadas fixas no tempo)

– Observa dois pontos do tempo: antes e depois da intervenção (primeira diferença)

– Usa grupo de controle:

• Escolas de baixo IDESP da RMSP (vantagem: busca pares de escolas mais similares)

• Demais escolas da Leste 3 (vantagem: controla por variável não observada de contexto)

– Usa método econométrico que garante que os grupos tratado e controle sejam muito similares (pareamento duplo robusto: variáveis de controle e ponderação por escore de propensão).

• Escore de propensão = probabilidade de ser tratado predita com base em características observáveis; usado como fator de correção da composição da amostra

• Explica razoavelmente o viés de composição: R² por volta de 20%

• Corrige satisfatoriamente a composição: diferença de média não significante entre os grupos nas variáveis consideradas (balanceamento de 70% a 80%)

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Programa Excelência em Gestão

Metodologia

• ΔYi = α + β*Ti + βj*Xij + μi

Onde:

• ΔYi = Yi ano(1) – Yi ano(0)

• Ti = identifica se aluno estuda em escola piloto

• Matriz Xij :Variáveis de controle “j” para cada aluno “i”:

– Alunos: gênero, idade, raça, se fez pré-escola e escolaridade dos pais

– Diretores: tempo no cargo

– Professores: tempo no cargo

– Escolas: total de matrículas, IDESP 2007, oferta de ensino

– Componentes de IPVS (Índice Paulista de Vulnerabilidade Social): • Proporção de famílias pobres na escola (renda familiar menor que 850 reais)

• Proporção de famílias com crianças de 0 a 5 anos

• Proporção de mães com ensino fundamental e ensino médio completos

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Histórico de proficiência por ano escolar

Programa Excelência em Gestão 12

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2007 2008 2009 2010 2011

5º ano - Matemática

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

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205

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2007 2008 2009 2010 2011

7º ano - Matemática

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

* Não inclui as escolas beneficiadas pelo programa

•As escolas tratadas têm proficiência mais similar às escolas da RMSP com pior IDESP. •As demais escolas da Leste 3 têm desempenho média melhor que as escolas tratadas. •A tendência das escolas tratadas é paralela às demais escolas da Leste 3

Histórico de proficiência por ano escolar

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2007 2008 2009 2010 2011

9º ano - Matemática

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

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2007 2008 2009 2010 2011

3º ano EM - Matemática

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

* Não inclui as escolas beneficiadas pelo programa

Histórico de proficiência por ano escolar

Programa Excelência em Gestão 14

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2007 2008 2009 2010 2011

5º ano - Língua Portuguesa

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

* Não inclui as escolas beneficiadas pelo programa

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2007 2008 2009 2010 2011

7º ano - Língua Portuguesa

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

Histórico de proficiência por ano escolar

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2007 2008 2009 2010 2011

9º ano - Língua Portuguesa

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

* Não inclui as escolas beneficiadas pelo programa

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2007 2008 2009 2010 2011

3º ano EM - Língua Portuguesa

*Leste 3 *RMSP com pior IDESP Tratamento

Exemplo Gráfico do Resultado

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2008 2010

5ª a 7ª ano - Língua Portuguesa

Tratado Controle Contrafactual

} 3.1

Programa Excelência em Gestão

Resultados vis a vis escolas de pior IDESP da RMSP

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Linha de Base Anos de Programa Matemática Língua Portuguesa

2007 2008 2009 2010 2011 Impacto Impacto

1 6° Ano

2 6°Ano 7°Ano

3 5º Ano 6°Ano 7°Ano 8° Ano 3,3**(12%) 3,1*(11%)

4 5º Ano 6º Ano 7°Ano 8°Ano 9°Ano -5,9*(-11%) -

5 6º Ano 7º Ano 8°Ano 9°Ano 1° EM - -

6 7º Ano 8º Ano 9°Ano 1° EM 2° EM

7 8º Ano 9º Ano 1° EM 2° EM 3° EM - 5,7** (17%)

8 9º Ano 1º EM 2° EM 3° EM - -

9 1º EM 2º EM 3° EM

Coortes laranja = 3 anos de programa Coortes azuis =2 anos de programa

*** 99% de significância ** 95% de significância *90% de significância

Comparação dentro da Leste 3

• Os resultados usando como grupo de controle as demais escolas da Leste 3 confirmam os resultados acima: – LP para o 3º ano do EM 2011. – LP e MT para 7º ano do EF 2010.

• No entanto, os resultados não são significativos para as coortes do 9º ano. – O pior resultado em matemática é comum a todas as

escolas da Leste 3 e não parece estar relacionado com o programa.

Programa Excelência em Gestão

Resultados: hipóteses interpretativas

• Por que impacto positivo?

– Início do FUND II: mais fácil gerar impacto com séries de alunos mais jovens

– EM: o último ano do programa foi mais efetivo:

• Maior número de tutorias (relatórios de gestão corroboram)

• Coordenador de pais mais bem definido (segundo estudo qualitativo)

• Por que impacto negativo no final do Fund II?

– O pior resultado em matemática é comum a todas as escolas da Leste 3 e não parece estar relacionado com o programa.

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Programa Excelência em Gestão

Resultados: hipóteses interpretativas

• Por que impacto diferenciado em Língua Portuguesa?

– Melhor aceitação das tutorias por esses professores (percepção gestores do programa)

– As tutorias são mais efetivas entre os professores de língua portuguesa (estudo qualitativo)

• Problemas levantados pelos gestores que enfraquecem a possibilidade de resultado:

– Dificuldade de realizar tutorias no turno noturno

– Algumas escolas não aceitaram o programa

– Resistência de alguns professores em receber as tutorias

– Elevada rotatividade/ausência de professores descontinua a ação

– Heterogeneidade das escolas (composição da equipe e gestão escolar)

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AVALIAÇÃO DE MÉTODOS MISTOS

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Programa Excelência em Gestão

Resultados avaliação de métodos mistos

Formação dos Alunos: percepção sobre a ação das tutorias no ambiente escolar e

sala de aula

• Melhora a relação entre alunos

• Relação dos alunos com conhecimento mais positiva

• Alunos reconhecem ter maior possibilidade para participação em sala de aula

• Professores de português e matemática são indicados como referência de bons professores

• Inquietação dos jovens para serem melhor percebidos e cuidados na escola

• Obs: Mudanças do desempenho do professor convergem com inquietações

e expectativas dos alunos

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Programa Excelência em Gestão

Resultados avaliação de métodos mistos

Desempenho do Professor: percepção sobre o aprendizado das tutorias

I - Planejamento:

• Maior utilização dos referenciais curriculares da Secretaria de Educação e utilização das

sequências didáticas

• Compreensão sobre o significado das competências desejadas para os alunos

• Ampliação do uso de recursos didáticos em sala de aula e maior observação das necessidades

específicas de aprendizagem dos alunos

II - Gestão de sala de aula:

• Maior participação dos alunos em sala

• Atenção ao tempo de uso de fala, circulação física pela classe, configuração de dinâmicas para

estudos individuais

III - Avaliação:

• Uso da avaliação como instrumento de aprendizagem dos alunos

• Elaboração de provas com clareza sobre quais competências e habilidades se quer

conhecer e a confecção de exercícios adequados

• Realização de devolutivas das provas para os alunos

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Programa Excelência em Gestão

Resultados avaliação de métodos mistos

Gestão Pedagógica: percepção sobre a necessidade da tutoria e fortalecimento

dos papeis

• Professores Coordenadores indicam melhor compreensão de sua função. Entretanto, essa

compreensão não se transformou em ação prática na gestão pedagógica das escolas

• Percepção pelos PCs de que o modelo de HTPC das escolas é uma reprodução das reuniões

formativas da DRE

• Reconhecimento de que o HTPC se tornou mais formativo, mas ainda distante da realidade

concreta da sala de aula e das necessidades dos professores

• PCs ainda se encontram em situação de certo isolamento nas escolas

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Programa Excelência em Gestão

Resultados avaliação de métodos mistos

Relação Família-Escola: percepção sobre a ação efetiva do coordenador de pais

• Citadas por todos os públicos, sempre associadas a elogios e atributos positivos

• Alunos e familiares afirmam que estas profissionais reforçam os laços entre famílias e escolas por

constituírem uma referência clara a quem ambos podem recorrer

• Relação horizontal estabelecida facilita e potencializa a aproximação destes dois universos

• Proximidade de perfil entre as coordenadoras de pais e as famílias é determinante para que os

familiares estabeleçam com elas uma relação de referência no ambiente escolar

• Visitas realizadas pelas coordenadoras de pais permitem compreender melhor a situação de

alguns alunos e orienta a escola na relação pedagógica com eles estabelecida

• Diretores identificam importância das coordenadoras de pais para apoiar a relação com as

famílias e destacam que exercem papel diferente dos professores mediadores

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USOS DAS AVALIAÇÕES

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Programa Excelência em Gestão

Considerações

• Avaliação mostrou convergência entre as expectativas dos alunos (espaço para

participação, maior atenção dos professores) e as mudanças das práticas dos

professores (planejamento, avaliação e gestão da sala de aula)

• A implantação do Programa aconteceu de forma gradativa nos 3 anos de duração:

- 1º ano de aprendizagem: identificação dos papéis; fortalecimento do vínculo

com as escolas e a Regional de Ensino; estratégias de comunicação

- 2º e 3º anos: intensificação da estratégia de tutoria e das ações com as

famílias e os alunos

• Heterogeneidade das unidades escolares (gestão; composição das equipes; porte)

• Necessidade de atuação conjunta entre diferentes líderes escolares (supervisor,

diretor, coordenador pedagógico)

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Programa Excelência em Gestão

Expansão e transferência de tecnologia

FORMAÇÃO CENTRALIZADA NA REGIONAL

• PCNPs e Supervisores: conteúdos de gestão pedagógica com foco nas estratégias de tutoria

(8h/mês).

• PCs (EFII e EM): alcançar em escala o público alvo nos conteúdos de gestão pedagógica com foco nas

estratégias de tutoria (8h/mês).

FORMAÇÃO DESCENTRALIZADA NAS ESCOLAS

• Diretor e Professor Coordenador

• Acompanhamento de caráter formativo e modelar e in loco.

• Visitas técnicas quinzenais -> com equipe gestora.

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Diretoria Regional Leste 3

3 TUTORES

12 ESCOLAS MODELARES

11 SUPERVISORES

12 PCNPs

ESTRATÉGIAS DE TUTORIA

FOCO DA TRANSFERÊNCIA

Supervisores e PCNPs assumindo tutoria como estratégia central de trabalho com

Diretores e PCs

TRANSBORDAMENTO: 50 ESCOLAS

Diretoria Regional Leste 2

3 TUTORES

14 ESCOLAS MODELARES

13 SUPERVISORES

13 PCNPs

ESTRATÉGIAS DE TUTORIA

FOCO DA TRANSFERÊNCIA

Supervisores e PCNPs assumindo tutoria como estratégia central de trabalho com

Diretores e PCs

TRANSBORDAMENTO: 60 ESCOLAS