aula 01 - isolada começando do zero - administração geral - evolução do pensamento...

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www.cers.com.br ISOLADA COMEÇANDO DO ZEROAdministração Geral Leonardo Albernaz 1 Questão de Prova 1. Considerando o arcabouço racional-legal da administração pública no Brasil, é correto afirmar que: a) apenas as teorias administrativas com foco nas tarefas e nas estruturas são aplicáveis à gestão pública. b) nos dias atuais, encontramos fragmentos de todas as teorias administrativas nas organizações públicas, quer adaptadas quer em sua forma original. c) nenhuma teoria administrativa pode ser aplicada à gestão pública, pelo simples fato de todas elas terem sido desenvolvidas em ambiente empresarial. d) à exceção das teorias administrativas com foco nas pessoas, as demais são aplicáveis à gestão pública. e) nenhuma teoria administrativa pode ser aplicada à gestão pública, que já dispõe de um modelo gerencial próprio e específico. Administração Científica Início do século XX Estados Unidos Nomes: Taylor, Gantt, Gilbret Teoria Clássica da Administração Início do século XX França Nomes: Fayol, Mooney, Gulick Administração Científica Origens: Crescimento acelerado e desorganizado das empresas Necessidade de aumentar a eficiência das empresas Tentativa de aplicar métodos científicos Administradores e engenheiros devem estabelecer as estruturas e os padrões perfeitos de trabalho ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Fundamentos Cadeia de comando e controle Única maneira de fazer certo: one best way Trabalhadores são mão-de-obra Estabilidade dos empregos Busca por maior produtividade ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Organização Racional do Trabalho (1) Análise do trabalho Estudo dos tempos e movimentos Ênfase nas tarefas Estudo da fadiga humana Divisão e especialização do trabalho Desenho de cargos e tarefas

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ISOLADA – “COMEÇANDO DO ZERO” Administração Geral

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Questão de Prova 1. Considerando o arcabouço racional-legal da administração pública no Brasil, é correto afirmar que: a) apenas as teorias administrativas com foco nas tarefas e nas estruturas são aplicáveis à gestão pública. b) nos dias atuais, encontramos fragmentos de todas as teorias administrativas nas organizações públicas, quer adaptadas quer em sua forma original. c) nenhuma teoria administrativa pode ser aplicada à gestão pública, pelo simples fato de todas elas terem sido desenvolvidas em ambiente empresarial. d) à exceção das teorias administrativas com foco nas pessoas, as demais são aplicáveis à gestão pública. e) nenhuma teoria administrativa pode ser aplicada à gestão pública, que já dispõe de um modelo gerencial próprio e específico.

Administração Científica Início do século XX Estados Unidos Nomes: Taylor, Gantt, Gilbret Teoria Clássica da Administração Início do século XX França Nomes: Fayol, Mooney, Gulick Administração Científica Origens: Crescimento acelerado e desorganizado das empresas Necessidade de aumentar a eficiência das empresas Tentativa de aplicar métodos científicos Administradores e engenheiros devem estabelecer as estruturas e os padrões perfeitos de trabalho ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Fundamentos Cadeia de comando e controle Única maneira de fazer certo: one best way Trabalhadores são mão-de-obra Estabilidade dos empregos Busca por maior produtividade ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Organização Racional do Trabalho (1) Análise do trabalho Estudo dos tempos e movimentos Ênfase nas tarefas Estudo da fadiga humana Divisão e especialização do trabalho Desenho de cargos e tarefas

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Incentivos salariais e prêmios Conceito de homo economicus Condições ambientais de trabalho Clima cordial e de cooperação Padronização de métodos Supervisão funcional O Homem Econômico Ser humano previsível, egoísta e utilitarista Indivíduos racionais, que analisam as alternativas e escolhem as que otimizam seus resultados Incentivos Monetários Teoria Clássica Ênfase na estrutura Busca por eficiência Abordagem sintética e universal da empresa Anatomia e Fisiologia TEORIA CLÁSSICA Princípios Gerais de Fayol (1) Divisão e especialização do trabalho Cadeias de autoridade e responsabilidade Disciplina Unidade de comando Unidade de direção Subordinação dos interesses individuais aos gerais Remuneração justa Centralização Cadeia hierárquica escalar Ordem Equidade Estabilidade do emprego Iniciativa Espírito de equipe TEORIA CLÁSSICA Funções na Organização FunçãoTécnica: relaciona-se com aspectos de produção de bens e serviços. Função Comercial: relaciona-se com a compra, venda e permuta dos bens produzidos e consumidos pela empresa. Função Financeira: relaciona-se com a busca e gerenciamento dos recursos financeiros utilizados pela empresa.

Função Segurança: relaciona-se com a preservação dos bens e das empresas e as pessoas envolvidas com a empresa. Função Contábil: relaciona-se com o registro das contas efetuadas, balanços e estatísticas. Função Administrativa: relaciona-se com a coordenação das demais áreas. TEORIA CLÁSSICA Funções Administrativas

Planejar (prever) Organizar

Dirigir (comandar) Coordenar Controlar

Grande Depressão de 1929 Surgimento a partir de 1930 Estados Unidos Desenvolvimento das ciências sociais, com destaque para Psicologia do Trabalho Ênfase nas pessoas Nomes: Mayo, Follet, Barnard

Teoria das Relações Humanas Humanização da administração Desenvolvimento da Psicologia, demonstrando a inadequação de princípios da Teoria Clássica Democratização das relações de trabalho Homem Social substitui o Homem Econômico Considera o Grupo Informal

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Grupo Informal Base: o comportamento humano não pode ser reduzido a reações automáticas frente a regras formais Não está previsto no organograma e nos regulamentos oficiais É formado pela interação entre os grupos informais, afetando a organização formal As relações afetivas, os aspectos culturais e os jogos de poder influenciam a produtividade O Homem Social As pessoas são mais complexas: o comportamento depende de vários fatores As pessoas têm necessidades de segurança, afeto, aprovação social, auto-realização A satisfação depende dos grupos sociais As normas do grupo regulam os indivíduos O comportamento dos grupos é influenciado pelo estilo de supervisão

Abordagem Comportamental Influência das ciências do comportamento Negação da postura normativa e prescritiva da correntes anteriores Postura explicativa e descritiva Ênfase nas pessoas em contexto organizacional amplo Autores: Simon, Barnard, Mc Gregory, Likert, Maslow, Herzberg Conflito de Objetivos Conflito natural entre indivíduo e organização Possibilidade de integração das necessidades individuais com os objetivos da organização Necessidade de estimular o desenvolvimento do indivíduo Integração entre objetivos individuais e da organização aumenta a produtividade

O Homem Complexo O indivíduo tem necessidades variadas e complexas O ser humano tem desejo de desenvolvimento e de auto-realização (conceito complexo e variável) O trabalho fornece sentido à existência pessoal Os trabalhadores possuem autonomia de pensamento Teorias de Motivação e Liderança A relação entre a satisfação das necessidades psicossociais e o aumento da produtividade não seria perfeita Estilos participativos de gerência não garantem um melhor desempenho Substituição do Homem Social pelo Homem Complexo

Herzberg: Fatores Fatores Higiênicos (Extrínsecos): Condições mínimas de trabalho, necessários mas não suficientes para a boa produtividade. Ex.: salários de mercado, ambiente saudável Fatores Motivacionais (Intrínsecos): Relacionados à busca de realização pessoal e auto-estima no trabalho. Variam de acordo com o indivíduo e com o grupo.

Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO)

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Esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção da empresa, com vistas a aprimorar os processos de trabalho, decisão e resolução de problemas, por meio da permanente renovação organizacional, realizada a partir do diagnóstico e administração da cultura organizacional, com o apoio de “agentes de mudança” Desenvolvimento Organizacional – DO • Desenvolvida a partir da Teoria

Comportamental • Abordagem democrática para o

desenvolvimento das organizações • Foco na mudança das pessoas e qualidade

das relações de trabalho • Ênfase na mudança da cultura da

organização Desenvolvimento Organizacional (DO) Pressupostos • Ambiente em mudança e necessidade de

adaptação • Integração entre organização e indivíduos • Necessidade de planejar a mudança • Necessidade de participação e cooperação • Compreensão sobre a natureza humana • Diversidade de estratégias de DO Desenvolvimento Organizacional (DO) Características • Foco na organização como um todo • Utilização de agentes de mudança • Valorização da aprendizagem pela

experiência • Valorização dos processos de grupo • Estímulo à comunicação, à interação e ao

feedback

Abordagem Neo-clássica

• Início da década de 1950 (pós 2ª Guerra) • Grande desenvolvimento social e

econômico • Avanço tecnológico • Mudanças mais rápidas • Adaptação da Teoria Clássica Pilares • Administrar engloba:

• PLANEJAR, ORGANIZAR, DIRIGIR E

CONTROLAR • Adoção de princípios universais da

administração • Utilização dos princípios básicos com valor

preditivo • Consideração sobre o meio ambiente do

administrador Características • Ênfase na prática • Reafirmação dos postulados clássicos • Uso dos princípios gerais de administração • Foco em objetivos • Conteúdo eclético Administração por Objetivos • Proposta por Peter Drucker em 1954 • Identificação com a Teoria Neo-clássica • Foco nos objetivos da organização • Trabalho é um meio de obter resultados Características da APO • Gerente e subordinado negociam e

estabelecem objetivos • São estabelecidas metas para os

departamentos e para os postos de gerência

• Os objetivos departamentais são inter-relacionados

• Enfatiza-se a mensuração e o controle dos resultados

• Apoio intensivo do staff

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Ciclo Típico da APO • Planejamento estratégico • Objetivos departamentais • Plano tático • Planos operacionais • Avaliação sistemática • Revisão dos planos ou dos objetivos

Estruturalismo Teoria da Burocracia Ênfase na estrutura Teoria Estruturalista Ênfase na estrutura Ênfase nas pessoas Ênfase no ambiente Modelo Burocrático Caráter legal (normas) Caráter racional Comunicação formal Impessoalidade Valorização da hierarquia Autoridade formal Padronização de procedimentos Meritocracia Valorização da qualificação técnica Especialização Profissionalização dos indivíduos Previsibilidade dos comportamentos Teoria Estruturalista Declínio da Teoria das Relações Humanas Desdobramento da Teoria da Burocracia Visão crítica da organização formal Ênfase na estrutura e no relacionamento entre as partes Sociedade moderna é uma sociedade de organização

Substituição do Homem Econômico e Homem Social pelo Homem Organizacional O Homem Organizacional Desempenha diferentes papéis em diferentes organizações Flexível Capaz de se adaptar as mudanças Tolerante às frustrações Disposição para cooperar e seguir as normas da organização Necessidade de interagir com outros Capaz de adiar recompensas e de compensar o trabalho cotidiano Teoria Estruturalista Análise das Organizações Análise mais ampla e abordagem múltipla Considera a organização formal e informal Considera recompensas materiais e sociais Considera todos os níveis hierárquicos Considera as variedades de organizações Fatores intra e inter-organizacionais Teoria Estruturalista Observações Inicia os estudos do ambiente Considera as organizações como sistemas abertos Transição em direção a Teoria dos Sistemas Procura conciliar: Abordagem clássica Abordagem Humanista Visão crítica do modelo burocrático

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Características dos Sistemas Um sistema é um conjunto de elementos interligados Os sistemas têm propriedades que as unidades isoladas não tem (emergente sistêmico) Os sistemas têm objetivos Mudanças em qualquer parte provocam reações globais Sistema Aberto Interação constante com o ambiente Capacidade de crescimento, adaptação e auto-reprodução Há competição com outros sistemas Auto-regulação As organizações são sistemas abertos TGS e a Organização Importação de energia Processamento Exportação de energia Ciclos de eventos Entropia negativa Informação como insumo Controle por retroalimentação Estado estável e homeostase dinâmica Diferenciação Equifinalidade

Abordagem Contingencial

Avanço em relação a Teoria dos Sistemas em administração Organização é um sistema composto por sub-sistemas e inserido em um sistema ambiental Enfatiza as circunstâncias variáveis em que atuam as diferentes organizações Considera que há uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas a serem adotadas Modelo Mecânico Adequado a ambientes estáveis Trabalho especializado Papéis determinados Padronização de tarefas Hierarquia reforçada Centralização da autoridade Controles burocráticos fortes Organização informal: símbolos de status Modelo Orgânico Adequado a ambientes turbulentos Equipes multifuncionais Papéis complexos e dinâmicos Integração complexa Descentralização da autoridade Autonomia Controles burocráticos fracos Organização informal: baseada em competência Questão de Prova 01. A visão mecanicista de Frederick Taylor sobre as pessoas e as organizações era essencialmente uma perspectiva de sistema: (A) quantitativo. (B) aberto. (C) contigencial. (D) sistêmico. (E) fechado

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02. Tempo-padrão, especialização do operário e ênfase na eficiência são princípios de administração da escola: (A) neoclássica. (B) clássica. (C) científica (D) da burocracia. (E) das relações humanas. 03. Segundo Fayol, a definição dos objetivos organizacionais e dos caminhos a serem percorridos para que sejam alcançados relacionam-se com a seguinte função administrativa: (A) planejamento (B) controle. (C) organização. (D) coordenação. (E) comando. 04. Na teoria motivacional de Maslow, a necessidade das pessoas de se sentirem valorizadas pelos que as rodeiam representa o tipo de necessidade: (A) fisiológica. (B) de estima (C) de segurança. (D) social. (E) de auto-realização. 05. Organizações regidas por normas, leis estatutos e regimentos escritos que definem seu funcionamento têm por fundamento a escola: (A) estruturalista. (B) clássica. (C) científica. (D) sociotécnica. (E) da burocracia 06. A análise das empresas como sistema aberto em constante interação com seu meio ambiente; abordagem múltipla com a análise das variáveis internas e externas que influenciam a organização; concentração nas relações do ambiente externo e os níveis hierárquicos da organização; interdependência entre as partes da organização.

Estas são características da teoria da administração: (A) neoclássica. (B) científica. (C) de relações humanas. (D) clássica. (E) estruturalista 07. Considere a capacidade das organizações, enquanto sistemas abertos, de: I. conservar um estado equilibrado por meio de mecanismos auto-reguladores; II. importar mais energia do ambiente externo do que expender; III. alcançar, por vários caminhos, o mesmo estado final, partindo de iguais ou diferentes condições iniciais. Os itens I, II e III referem-se, respectivamente, a (A) homeostase; importação de energia; diferenciação. (B) homeostase; entropia negativa; equifinalidade. (C) entropia negativa; importação de energia; homeostase. (D) estado firme; homeostase dinâmica; diferenciação. (E) equifinalidade; homeostase; estado firme. 08. Pensar em estrutura organizacional importa saber que as seguintes afirmativas são corretas, exceto: a) em organizações que operam em ambientes instáveis, se impõe, em nome da eficácia, um desenho organizacional orgânico, mais flexível e capaz de se reprogramar. b) organizações que adotam um desenho organizacional burocrático-mecanicista refletem uma estratégia mutante, emergente e proativa c) uma arquitetura organizacional adequada é aquela que permite alinhar a estratégia a seus elementos essenciais: estrutura, processos, recursos humanos e sistemas informacionais. d) em organizações que operam em ambientes estáveis, se impõe, em nome da eficiência, um desenho organizacional burocrático-mecanicista, mais rígido e programável.

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e) organizações que adotam um desenho organizacional burocrático-mecanicista preservam uma estrutura rígida e verticalizada. Gabarito:

1. B

1. E 2. C 3. A 4. B 5. E 6. E 7. B 8. B