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  • 8/17/2019 Atigo ABPv 2006-Class MCT

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    TRANSPORTES E OBRAS DE TERRA

    Movimento de Terra e Pavimentação

    NOTAS DE AULA – MECÂNICA DOS SOLOS

    Prof. Dr. Edson de Moura

    Aula 10(b) – Artigo ABPv(2006) - M-MCV SIMPLIFICADO -CÁLCULO DO COEFICIENTE C´UMA ABORDAGEM DIDÁTICA

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    37a REUIÃO AUAL DE PAVIMETAÇÃO11o ECOTRO ACIOAL DE COSERVAÇÃO RODOVIÁRIA

    37a RAPv / 11o EACOR

    GOIÂNIA/GO - BRASIL - 08 a 11 de agosto de 2006

    Local: Centro de Convenções de Goiânia

    M-MCV SIMPLIFICADO - CÁLCULO DO COEFICIETE C´

    UMA ABORDAGEM DIDÁTICA

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    RESUMO 

    Dentre os vários ensaios que compõe a metodologia MCT – Miniatura Compactado Tropical, o ensaio M-MCV, baseado no original de Parsons, propicia o cálculo de vários parâmetros com os quais classificam-se os solos tropicais,especialmente com a finalidade de uso em camadas compactadas de pavimentos. O parâmetro c’ da classificação MCTcorresponde a uma avaliação da graduação combinada com a coesão, e o parâmetro e’ a uma avaliação do caráter oucomportamento laterítico. Na idealização do ensaio foi utilizada a seqüência de golpes de Parsons, que constitui duas

     progressões geométricas intercaladas, de acordo com a norma DNER ME-258/94. O c’ é o coeficiente angular da curvade deformabilidade que define o MCV mais próximo ao golpe de número 10. Este trabalho discute o procedimentoapresentado por Nogami e Villibor (2003), denominado de método simplificado para determinação do coeficiente c’,que se baseia em uma seqüência de golpes diferente da Parsons, simplificando a operação do ensaio e apresentando

    outro modo de se obter o c’. Na nova conceituação, o critério de parada dos golpes de soquete é quando a diferença deleituras consecutivas, correspondentes a um número de golpes pré-determinado, for inferior a 0,05mm/golpe. Essa novaseqüência propicia um menor número de golpes aplicados no corpo-de-prova. Este trabalho é endereçado aos que seiniciam na MCT ou mesmo nesse novo método, pois busca de forma simples e objetiva mostrar seus passos e explicar osignificado e obtenção detalhada dos coeficientes para classificação dos solos pela MCT. Apresenta-se ainda aseqüência completa, pelo método simplificado, para classificação de três solos: LA’, LG’ e NA’.

    PALAVRAS-CHAVE: MCT, Mini-MCV, Solos Lateríticos, pavimentos

    ABSTRACT

    Among several tests concerning MCT methodology – Miniature Compacted Tropical, the M-MCT test, based on theParsons original experiment, provides the calculation of several parameters that classify tropical soils, specially aimingat the use of the results in compacted layers of pavements. The parameter c’ of MCT classification is related to theevaluation of the soil granulation combined with cohesion, and the parameter e’ to the evaluation of lateritic characteror behaviour. For this test it was employed the Parsons sequence blows, which consists on two interspersed geometric

     progressions, according to DNER ME-258/94. C’ is the angular coefficient from the deformability curve that definesthe MCV nearest to the tenth blow. This work discusses the procedure presented by Nogami and Villibor (2003), calledsimplified method to obtain c’ coefficient, which is based on a different blow sequence from Parsons, simplifying thetest operation and presenting another way to obtain this coefficient. In the new concept, the criterion for stopping the

     blows is when the difference between two consecutive measurements, corresponding to a predetermined number of blows, is lower than 0,05mm/blow. This new sequence provides a less number of blows applied to the specimens. Thiswork may be suitable for the MCT beginners or even those who is interested in this new method, since it looks for a

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    ITRODUÇÃO

    A classificação dos solos através de propriedades índices tornou-se uma prática no meio rodoviário, destacando-se aclassificação rodoviária utilizada extensivamente por todos os técnicos que atuam em projetos e obras rodoviárias.

     No entanto, as classificações utilizadas foram desenvolvidas em países de climas temperados e, assim, tomam como base o comportamento dos solos que se desenvolveram naquelas regiões. Vários casos foram constatados ao longo dosúltimos 50 anos nos quais as classificações de solos inferem o comportamento geotécnico real de solos tropicais,formados sob atuação de clima quente e úmido.Os professores Nogami e Villibor, em 1981, apresentaram a metodologia MCT (Miniatura, Compactado e Tropical)

    aplicada às finalidades rodoviárias, aos solos tropicais e para a minimização de quantidades de materiais e temposdespedidos nos ensaios tradicionais [1].Apesar de conhecida ou normalizada por alguns órgãos rodoviários brasileiros, pode-se dizer que ela ainda não estátotalmente disseminada, por motivos que podem ser:

    •  a simples resistência à mudança, visto que a classificação rodoviária, além de muito conhecida pelacomunidade técnica rodoviária, utiliza-se de ensaios e equipamentos simples;

    •  falta de conhecimento de alguns órgãos rodoviários ou universidades brasileiras da existência de classificação para solos tropicais;

    •  aplicação da metodologia aos solos finos , mais de 90% devem passar na peneira de 2,0 mm;

    •  maior complexidade na realização dos ensaios e obtenção dos resultados em relação às práticas já existentes,sendo talvez este o maior obstáculo.

    Este trabalho trata, portanto, de contribuir para o esclarecimento de alguns tópicos práticos que possam se encontrarainda não esclarecidos e ainda reforçar as últimas simplificações introduzidas [2] de maneira a facilitar a execução dosensaios e a obtenção e entendimento de seus resultados.

    A METODOLOGIA MCT

    Definições

    Em linhas gerais a metodologia MCT:a) considera menores quantidades de solos para ensaios, utilizando corpos-de-prova miniatura com 50 mm de diâmetro(M);

     b) classifica os solos na condição que serão solicitados nas camadas de pavimento, ou seja, compactados (C);c) prioriza para classificar as peculiaridades dos solos das regiões tropicais (T).

    Entende-se por solos tropicais aqueles que apresentam peculiaridades de propriedades e de comportamento em relaçãoaos solos não-tropicais, em função da atuação de processos geológicos e/ou pedológicos, típicos das regiões tropicais

    úmidas. Os solos tropicais dividem-se em lateríticos e saprolíticos [3].

    Os solos lateríticos são entendidos como aqueles que pertencem principalmente ao horizonte B de perfis bem drenados,desenvolvidos sob atuação de clima tropical úmido. A sua fração argila é constituída essencialmente de argilo-mineraisdo grupo das caulinitas e de óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio, formando esses componentes, estruturas porosase agregações altamente estáveis. Já os solos saprolíticos resultam da decomposição “in situ” da rocha, mantendo demaneira nítida sua estrutura [3].

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    Tabela 1 – Resumo dos ensaios MCT, Nogami & Villibor (1995)OBJETIVO ESAIO DESCRIÇÃO

    Classificação doSolo

    Mini-MCV

    - Preparo de cp’s com teores de umidade diferentes, compactados em umaúnica face, segundo uma determinada série de golpes (Parsons ouSimplificada)- Traçado das curvas de compactação e deformabilidade para obtenção doscoeficientes d’  e c’ , sendo d’ utilizado para o cálculo do e’.

    Perda de águapor imersão

    - Imersão dos cp’s obtidos no ensaio mini-MCV para obter o coeficiente PI parâmetro utilizado para o cálculo do e’.

    Compactação(Densidade máx.

    e hót.)

    Mini-Proctor

    - Preparo de corpos-de-prova com 5 teores de umidade (utilizando energianormal, intermediária ou modificada). Esta etapa é geralmente utilizada para a

     preparação de cp’s para ensaios de mini-CBR, contração, sorção e permeabilidade, pois se utiliza o mesmo procedimento. Os corpos-de-prova possuem diâmetro de 50,0mm e altura de 50 mm +/- 1,0mm- Traçado da curva de compactação para obtenção do γs,max  e hó . 

    Capacidade deSuporte

    Mini-CBR

    - Cp’s preparados no ensaio mini-Proctor, com 5 teores de umidade- Imersão por 24 horas dos cp’s (Mini-CBR imerso). Mede-se a altura do cpantes e após a imersão para obtenção da expansão (axial em %)

    - Separar outra série de cp’s (Mini-CBR sem imersão)- Levar as duas séries de cp’s para a prensa onde será procedida a penetraçãodo pistão padrão (diâmetro de 16,0 mm) à velocidade constante.- Traçado das curvas tensão x penetração e obtenção do Mini-CBR 

    Suscetibilidadeao Trincamento

    Contração

    - Cp’s preparados no ensaio mini-Proctor, com 5 teores de umidade- Levá-los aos suportes com extensômetro, para perda de umidade até suaconstância de massa.- Medir periodicamente a variação de altura dos corpos-de-prova.- Obtenção da contração (axial em %).

    Suscetibilidade àinfiltração de

    água sem cargahidrostática 

    Sorção(Infiltrabilidade)

    - Levar os cp’s preparados no ensaio mini-Proctor, com 5 teores de umidadeàs bases com pedra porosa- Medir periodicamente a variação da frente úmida- Traçado das curvas vazão de infiltração x (raiz do tempo) e obtenção docoefic. de sorção 

    Suscetibilidade àpercolação de

    água com cargahidrostática

    Permeabilidade

    - Cp’s preparados no ensaio mini-Proctor, com 5 teores de umidade- Saturação dos corpos-de-prova- Levá-los às bases c/ pedra porosa e ligá-los aos permeâmetros de cargavariável

    - Medir periodicamente a variação no permeâmetro- Traçar as curvas de altura de nível d’água na bureta x tempo- Obtenção do coeficiente de permeabilidade 

    É comum confundir MCT (miniatura, compactado, tropical), que é toda a metodologia, com M-MCV, do ensaio mini-MCV (miniature moisture condition value) que é um dos ensaios que compõem a metodologia como visto no quadro

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    Figura 1 –  Gráfico para classificação MCT

    Uma alteração de caráter visual proposta por Nogami e Villibor (2003) no gráfico da Figura 1 é a modificação do doeixo do índice e’ agora decrescente, o que proporciona o posicionamento das classes solos lateríticos sobre os não-lateríticos, assemelhando-se ao que ocorre nos perfis geotécnicos (Figura 2).

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    1.1

    1.2

    1.3

    1.4

    1.5

    1.6

    1.7

    1.8

    1.9

    2

    2.1

    2.2

       í  n   d   i  c  e  e   '

    0,3   1,41,31,11,00,90,80,70,60,50,4 1,2   1,5   1,7 2,0

    1,15

    32,52,2

    1,95

    1,68   NG'

    LG'LA'

    NA

    NA'

    NS'

    LA

     

    Figura 2 –  Novo gráfico para classificação MCT proposto por Nogami e Villibor (2003)

    ESAIO M-MCV

    Preparo da amostra para o ensaio de M-MCV

    As amostras devem ser preparadas conforme descrito no item 7 da norma DNER-ME 258/94. Recomenda-se nessanorma que as porções tenham umidades sucessivamente crescentes (5 pontos) com espaçamentos diferentes conforme anatureza do solo e que sejam preparadas com antecedência de 24 horas ao ensaio. Trata-se de uma tarefa de difícilrealização para laboratorista com pouca experiência. Uma maneira de minimizar eventuais erros nessa etapa é a

    Coeficiente c’

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    não utilização do anel faz com que parte da energia de compactação seja dissipada no atrito entre a base do soquete e omolde, além de desgastar consideravelmente o equipamento. O anel mais indicado é o de seção triangular, em açoinoxidável, de maneira que um dos catetos do anel fique em contato com a parede do molde e o outro cateto com a basedo equipamento (parte inferior) ou do soquete (superior).

    Antes de uma jornada de trabalho deve-se aferir o aparelho de compactação conforme descrito no item 5 da normaDNER-ME 258/94. Essa aferição resulta numa constante que permite determinar a altura do corpo-de-prova emqualquer estágio de compactação, através da leitura do extensômetro subtraída desta constante.

    Para iniciar a compactação, toma-se o molde metálico cilíndrico, ajusta-se o anel de vedação na parte inferior com a parte chanfrada para cima, colocando o conjunto sobre a base fixa do aparelho, já estando sobre a mesma um disco de polietileno (plástico). Um par de suportes “meia cana” adjacentes à base fixa suportam inicialmente o molde.Posicionado o molde, coloca-se 200g de massa úmida (anteriormente preparada) com auxílio de funil, sendo que essa

     porção de solo deve ser levemente acomodada dentro do molde, com uma haste fina, de maneira que não existam perdasao se tirar o funil.

    Iniciada a compactação, após o primeiro golpe, devem ser removidos os suportes em “meia-cana” e o molde deve serdeslocado com as mãos, aproximadamente, 4cm para baixo, deslizando pela base fixa. Nessa condição, para os golpes

    subseqüentes, a distribuição da energia no corpo-de-prova será mais eficiente.

    São dois procedimentos de compactação para a determinação da classificação dos solos. Na concepção da metodologia,a seqüência de golpes utilizada foi a Parsons, denominando-se o ensaio de M-MCV convencional. O outro procedimentode compactação para classificação dos solos, apresentado em [2], adotou uma nova seqüência de golpes denominando-se o ensaio, de M-MCV simplificado. Neste trabalho, os autores optaram por abordar somente o procedimento referenteà nova seqüência de golpes.

    A seqüência de golpes é: 2, 4, 6, 10, 20, 40, 60, 80, 100, ....., e, como mencionado anteriormente, os golpes são

    acumulativos, ou seja, aplicam-se inicialmente dois golpes e efetua-se a leitura referente ao 2

    o

     golpe. Na sequência dá-se mais dois golpes efetuando-se a leitura referente ao 4o golpe. Aplicam-se mais dois golpes e faz-se a leitura referenteao 6o golpe e assim por diante.

    O critério de parada da compactação diferencia-se bastante do método M-MCV convencional (série de Parsons). Cessa-se a compactação quando a diferença entre duas leituras consecutivas for inferior a 0,05 mm vezes o número de golpesentre essas duas leituras. Por exemplo, cessa-se a compactação no sexto golpe se a diferença de leituras após o sextogolpe e aquela efetuada após o quarto golpe for igual ou inferior a 0,1mm (2 x 0,05mm). Outro fator para cessar acompactação é quando houver exsudação d’água.

    Curvas de Deformabilidade

    De posse das leituras (alturas) referentes aos cincos corpos-de-prova, determinam-se os valores de An. Toma-se comoreferência a última leitura (altura) correspondente ao último golpe acumulado aplicado no corpo-de-prova. A partir delasão subtraídas cada uma das leituras anteriores, obtendo-se um An para cada golpe da seqüência simplificada.

    An  = Lf  –Li , onde:

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    unem-se seus pontos de interseção com An= 2mm e An= 7mm, formando uma reta da qual se extrai o coeficienteangular que é o próprio coeficiente c’. Figuras 04, 05 e 06.

    O coeficiente c’ indica uma combinação da graduação com a coesão, expressa por um deformabilidade, traduzindo oefeito da granulometria e da coesão do solo observado na compactação e não a distribuição granulométrica

     propriamente dita determinada em ensaio granulométrico por peneiramento e sedimentação.

    Observe-se que as leituras de um solo argiloso apresentam um gradiente entre elas relativamente alto se comparado comum material arenoso (granular), logo, os valores de An (diferenças entre as leituras) para um solo argiloso apresentam-sesuperiores aos valores de An para os solos arenosos. As curvas de deformabilidade de solos argilosos são mais verticaisque as curvas dos solos arenosos e por conseguinte das areias. Deduz-se que o coeficiente c’ das argilas são elevadoscom valores superiores a 1,5 (retas muito inclinadas), já para as areias ou siltes não coesivos costumam ser inferiores a1,0. Denota-se, portanto, a potencialidade de compressão dos materiais.

    Curvas de compactação

    Com as leituras medidas para cada estágio da série de golpes (2, 4, 6, 10, 20, 40....) obtém-se as alturas correspondentesdos corpos-de-prova e daí os seus volumes. Assim, calculam-se as massas específicas aparentes secas (massa de soloseco/ volume do corpo-de-prova) para cada estágio da série de golpes em todas as umidades de compactação.

    Assim são construídas as curvas de compactação para cada série de golpes (2,4,6,10,20,40...), que podem apresentar osseguintes formatos (Nogami e Villibor, 1995):

    •   picos bem acentuados e ramo seco retilíneo de inclinação acentuada, caracterizando as areias argilosas bemgraduadas. A inclinação do ramo seco será ainda mais acentuada se a argila presente for de natureza laterítica;

    •   picos bem acentuados e ramo seco retilíneo de inclinação menos acentuada, caracterizando as argilaslateríticas;

    •   picos pouco acentuados e ramo seco com algum encurvamento, característicos de siltes saprolíticos e areias pouco ou não coesivas.

    Obtenção e significado do coeficiente d’

    Entre as curvas de compactação desenhadas, o cálculo do coeficiente d’ é baseado na curva referente ao golpe 10, poisesta melhor representa as condições de compactação no campo. Calcula-se a inclinação da reta que une dois valores dedensidade, localizados no ramo seco da curva de compactação, nas proximidades da massa específica aparente secamáximo. Utiliza-se a umidade em % e a massa específica em kg/m3 para facilitar o cálculo do coeficiente e’ que serávisto adiante. Figuras 04, 05 e 06.

    O coeficiente d’ é um indicativo do comportamento laterítico do solo. Os solos de comportamento laterítico apresentammicro-estrutura em forma de “pipoca” que facilitam um ganho elevado de densificação, no ramo seco da curva decompactação, se comparado com solos que não são de comportamento laterítico [6].

     No ramo seco de uma curva de compactação, o ganho de densidade de um solo de comportamento laterítico entre o ponto mais seco (primeiro) e o segundo ponto (+ 2% ou 3% de umidade) é tanto mais elevado quanto mais evidente ocomportamento laterítico Já nos solos de comportamento não laterítico o ganho de densidade é relati amente bai o

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    O procedimento do ensaio se dá após o término da compactação, quando os moldes com os corpos-de-prova devemficar em repouso por 2 horas com o objetivo de estabilização das tensões internas ao corpo-de-prova geradas com acompactação. Durante esse período, os moldes devem ser cobertos com um pano úmido para se evitar a perda deumidade de compactação dos corpos-de-prova. Em seguida, retiram-se os discos de polietileno e os anéis de cada moldee com um calço de madeira (diâmetro em torno de 48 – 49 mm e altura na ordem de 90 mm), deslocam-se 10 mm docorpo-de-prova para fora do molde. Normalmente para esta operação nos pontos de compactação mais secos se faznecessário o uso do extrator acoplado ao equipamento de compactação, devido à elevada resistência ao atrito que o solooferece em contato com a parede interna do molde. Qualquer uma das faces do corpo-de-prova pode ser escolhida paraficar com a saliência de 10mm em relação ao molde, pois com o processo de compactação adotado, explicado

    anteriormente, em que o molde fica “flutuante”, o corpo-de-prova recebe energia praticamente igual em ambas as faces.

    Em um recipiente estanque com dimensões apropriadas para alojar os cinco moldes (um para cada ponto dacompactação) juntamente com cinco cápsulas, devem-se dispor os moldes deitados na horizontal e apoiados em berçosconforme croqui apresentado na Figura 3 com cerca de 20 a 30 mm de altura, podendo esses berços ser de maneira eque a saliência de 10mm fique posicionada sobre cápsula para coleta do material que se despreender.

    Molde

    Berço Cápsula

    Corpo-de-prova Saliência de 10 mm

    do cor o-de- rova

    Tanque

     Figura 3 - Esquema do tanque para determinação do Pi

    Conforme os procedimentos da norma DNER-ME 256/94, após o posicionamento de moldes e cápsulas, o tanque deveser inundado de água gradualmente de maneira que esta não entre em contato com os solos deslocados de modo brusco,o que poderia causar erros no ensaio, principalmente de solos com características siltosas.

    Recomenda-se que se faça um croqui de como ocorreu a perda de massa, tanto da porção remanescente no molde comotambém a parte precipitada na cápsula. Para esta deve ficar claro se o solo “esfarelou”, se caiu em pedaços ou numúnico bloco. Este último caso implicará na adoção de um fator de redução (Fr = 0,5) no cálculo de Pi, minimizando oseu efeito no cálculo de e’, pois provavelmente no deslocamento do corpo-de-prova ocorreram fissuras que propiciarama perda em um único bloco. Nos outros casos adota-se Fr = 1,0.

    O Pi ( )( ) xFr  x Mss

     Msd  100   é a relação percentual entre a massa seca desprendida e a massa seca saliente. A massa seca

    desprendida (Msd) é obtida diretamente da massa resultante na cápsula após a secagemem estufa a 105ºC-110ºC. Amassa seca saliente (Mss) é obtida através da relação proporcional entre massa total seca do corpo-de-prova (Mst) e ovolume total (área da base x altura final do corpo-de-prova) e massa seca saliente e o volume saliente (área da base x

    10mm). Dessa relação resulta a expressão: t b

    b

     xh A

     x MstxA Mss

    10= .

     No caso de solos siltosos, pode-se ter valores de Pi superiores a 300%, bastando que a quantidade de massa desprendida

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    não-laterítico tem-se o oposto, valores de d’ baixos e valores de Pi elevados, o que dá um resultado de e’ alto.

    O fato de se empregar a raiz cúbica da somatória algébrica de d’ e Pi está ligado a um ajuste visual do tamanho dasáreas correspondentes aos solos lateríticos e não-lateríticos no gráfico de classificação (Figuras 1 e 2), objetivando-seque tenham a mesma proporção. Caso fosse utilizada a raiz quadrada, por exemplo, a área gráfica ocupada pelos solosnão-lateríticos seria muito maior, o que poderia dar uma falsa impressão de potencialidade das ocorrências.

    Classificação do solo

    Com a obtenção dos coeficientes c’ e e’ para o solo ensaiado, utiliza-se o gráfico da Figura 2 (proposto em [2]) paradeterminar sua classificação MCT. Nos exemplos mostrados nas Figuras 4, 5 e 6 são classificados 3 tipos de solos demodo detalhado para que se possam dirimir dúvidas ainda existentes sobre os procedimentos descritos.

    Comentários Finais

    Os ensaios da metodologia MCT (Tabela 1), se comparados aos ensaios convencionais de solos, apresentam um certograu de complexidade tanto em sua realização como também em sua interpretação. Assim, os autores deste trabalho

     buscam familiarizar os iniciantes da MCT incentivando-os à leitura de trabalhos publicados anteriormente e à prática na

    realização dos ensaios para que possa compreender melhor os conceitos da metodologia .

    Agradecimentos

    À CAPES pela bolsa de doutorado concedida ao 2º autor do trabalho.

    Referências Bibliográficas

    [1] Bernucci, L.L.B. Considerações sobre o Dimensionamento de Pavimentos utilizando Solos Lateríticos para

    Rodovias de Baixo Volume de Tráfego. Tese de Doutorado apresentada à Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo. São Paulo, 1995.[2] Nogami, J.S., Villibor, D.F. Modificações Recentes na Classificação MCT. 34ª Reunião Anual de Pavimentação.Associação Brasileira de Pavimentação. Campinas, 2003.[3] Committee on Tropical Soils of ISSMFE Peculiarities of Geotechnical Behaviour of Tropical Lateritic andSaprolitic Soils, Progress Report, 1982-1985, chapter 4.2.4, ABMS, São Paulo, 1985.[4] Godoy, H.;Bernucci, L.B. O Método das Pastilhas na Compreensão das Propriedades Geotécnicas Básicas dosSolos: Um Recurso Didático. XVI Congreso de Pesquisa e Ensino em Transportes, Natal, 2002[5] Silva Jr, S.I. Estudo do Tratamento Antipó para Vias de Baixo Volume de Tráfego. Dissertação de Mestradoapresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005[6] Nogami, J.S.; Villibor, D.F. Pavimentação de Baixo Custo com Solos Lateríticos. Editora Vilibor, São Paulo, 1995.

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    1)  São preparadas 5 porções de 300g de solo, sendo que 200g serão compactadas eo restante será colocado em 2 cápsulas para obtenção da umidade média. O“+45”, “+40”, “+35”, etc no solo 33267, por exemplo, refere-se à quantidade deágua em gramas. A quantidade de água na preparação deve objetivar os 5 pontosde compactação (2 no ramo seco, 1 próximo da um. ótima, 2 no ramo úmido).

    2)  Como exemplo de obtenção de An no solo 33267: An= 43,78 (última leitura) –

    39,03 (leitura referente ao 2

    o

     golpe) = 4,75 mm. An= 43,78 (última leitura)-43,27 (leitura referente ao 4o golpe)= 0,51mm.3)   Na linha “M-MCV”, o número de golpes é obtido graficamente a partir da

    intersecção da curva de deformabilidade com a reta An = 2 projetada no eixo dasabcissas

    4)   No espaço de PI(%), as 3 primeiras linhas contém os dados das cápsulas emassas desprendidas e a 4ª linha traz o cálculo de PI. Como exemplo de cálculo para o 1o ponto de PI do solo 33267, calcula-se a massa seca saliente (Mss),tomando a massa seca total (200x(100/(100+15,4))= 173,31) dividindo peloaltura final do corpo-de-prova (93,42 – 43,78= 49,64) resulta 3,49. Toma-se amassa seca desprendia (36,37) divide-se pelo valor anterior (3,49) e multiplica-se por 10= 104,17.

    5)  Abaixo das planilhas são apresentadas 3 tabelas das curvas de compactação para

    cada solo, que repetem parte dos dados das planilhas maiores, porém de modoapropriado para a elaboração dos gráficos em Excell.6)  O mesmo ocorre com os dados de PI para cada solo, abaixo das tabelas de

    compactação.7)   No procedimento normal de ensaio, utiliza-se uma planilha para anotação do

    ensaio M-MCV e outra para o ensaio de Pi. Após a coleta de todos os dados édigitada uma planilha similar a aqui apresentada (1 página por solo) para que a partir da mesma sejam feitos os gráficos de curvas de deformabilidade e

    compactação em Excell

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    12/12

     

    CURVAS DE COMPACTAÇÃO - ENSAIO DE M-MCV - SIMPLIFICADO - solo 33267

    1.20

    1.40

    1.60

    1.80

    2.00

    2.20

    9 10 11 12 13 14 15 16Teor de Umidade (%)

       D  e  n  s   i   d  a   d  e

    Golpe 2 Golpe 4 Golpe 6 Golpe 10 Golpe 20 Golpe 40

     

    CURVAS DE COMPACTAÇÃO - ENSAIO DE M-MCV - SIMPLIFICADO - solo 34149

    1.10

    1.20

    1.30

    1.40

    1.50

    1.60

    1.70

    1.80

    1.90

    2.00

    9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

    Teor de Umidade (%)

       D   e   n   s   i   d   a   d   e

    Golpe 2

    Golpe 4

    Golpe 6

    Golpe 10

    Golpe 20

    Golpe 40

     

    CURVAS DE COMPACTAÇÃO - ENSAIO DE M-MCV - SIMPLIFICADO - solo 34169

    1.20

    1.30

    1.40

    1.50

    1.60

    1.70

    1.80

    1.90

    16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

    Teor de Umidade (%)

       D  e  n  s   i   d  a   d  e

    Golpe 2

    Golpe 4

    Golpe 6

    Golpe 10

    Golpe 20

    Golpe 40

     Figura 5 –  Curvas de Compactação para 3 solos (33267, 34149, 34169) com indicações para obtenção do coeficiente d

    1) 

    Busca-se ajustar a reta para o cálculo de d’ no trecho mais íngremedo ramo seco e mais próximo do do ponto de densidade máxima,

    sem entretanto, incluir este ponto.

    2)  A curva do golpe 10 é escolhida pois é a que mais se aproxima da

    energia que o solo é compactado em campo para fins de

     pavimentação

    3)  O d’ alto no primeiro exemplo indica um solo com alto processo de

    laterização