atendimento pré hospitalar parte i
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Manual do Atendimento Pr-Hospitalar SIATE /CBPR
miocardaca e a pulmonar.
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Equipamentos Utilizados no Atendimento Pr-Hospitalar
CAPTULO 5
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR
1. Introduo
No atendimento a uma situao de emergncia essencial que a viatura destinada
a atender estes tipos de ocorrncia, esteja equipada com todo o equipamento e material
indispensvel a oferecer assistncia pr-hospitalar a vtima traumatizada. Alm disso, a
guarnio escalada na viatura deve estar perfeitamente treinada, com conhecimento pro-
fundo quanto identificao rpida dos equipamentos e materiais, bem como, das tcni-
cas de utilizao dos mesmos, tornando assim o atendimento gil e eficiente.
2. Classificao dos Equipamentos e Materiais
Para fins didticos, estaremos classificando os equipamentos e materiais da se-
guinte forma:
Equipamentos de comunicao mvel e porttil;
Equipamentos para segurana no local do acidente;
Equipamentos de reanimao e administrao de oxignio;
Equipamentos de imobilizao e fixao de curativos;
Materiais utilizados em curativos;
Materiais de uso obsttrico;
Equipamentos para verificao de sinais vitais;
Macas e acessrios;
Equipamentos de uso exclusivo do mdico.
3. Definio dos Equipamentos e Materiais
3.1. Equipamentos de Comunicao Mvel e Porttil:
Equipamentos de comunicao mvel, - rdi-
os VHF/FM: so os mais utilizados no Corpo de
Bombeiros, so capazes de identificar chamadas
possuindo no mnimo 16 canais 64 canais. Pos-
suem scan com prioridade dupla e grande visor
alfanumrico de 14 caracteres.
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Fig 5.1 Rdio mvel
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Equipamentos de comunicao porttil - rdios
VHF/FM: O rdio Porttil possui vrias opes e carac-
tersticas que destacam seu desempenho sendo utiliza-
dos no Corpo de Bombeiros modelos que possuem
desde 16 canais 64 canais, sem visor ou com visor al-
fanumrico de 8 caracteres, vrias faixas de freqncia
PL/DPL, VOX integrada e mltiplas opes de baterias.
3.2. Equipamentos para Segurana no Local do Acidente
Equipamento de proteo individual este conjunto de equipamentos
destinam-se a proteo do socorrista e da vti-
ma, objetivando evitar a transmisso de doen-
as, seja pelo contato com a pele ou atrav
s da
contaminao das mucosas; materiais de uso
obrigatrio no atendimento no interior das viatu-
ras do Corpo de Bombeiros: luvas descartveis,
mscara de proteo facial, culos de proteo,
aventais e capacetes (em locais de risco iminen-
te de acidentes)
Equipamento de segurana no local este con-
junto de equipamentos destinam-se a garantir a se-
gurana das guarnies no local do acidente, bem
como, das vtimas envolvidas e da populao em
geral; destacam-se entre esses materiais os cones
de sinalizao, lanternas, fitas para isolamento e ex-
tintores de incndios.
3.3. Equipamentos de Reanimao e Administrao de Oxignio
Cnula orofarngea ou Cnula de Guedel
equipamento destinado a garantir a permeabili-
dade das vias reas em vtimas inconscientes
devido a queda da lngua contra as estruturas do
palato, promovendo a passagem de ar atravs
da orofaringe. Possui vrios tamanhos
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Fig 5.2 Rdio porttil
Fig 5.3 EPI
Fig 5.4 Equip. Segurana
Fig 5.5 Cnula orofarngea
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Equipamentos Utilizados no Atendimento Pr-Hospitalar
Reanimador ventilatrio manual ou Ambu
equipamento destinado a estabelecer venti-
lao artificial manual. Composto de bolsa,
valva ou vlvula e mscara, garantindo assim
eficiente insuflao de ar e maior concentra-
o de oxignio para a vtima. Equipamento
disponvel nos tamanhos adulto e infantil.
Equipamento de administrao de oxignio por-
ttil unidade porttil destinada a dar suporte deoxignio a vtima acidentada no local da ocorrncia
inicial, com capacidade de 300 litros e fluxmetro a
fim de dosar a administrao de pelo menos 12 litros
de oxignio por minuto. Toda a ambulncia possui
uma segunda unidade fixa com capacidade de arma-
zenamento maior, possibilitando a continuao da
administrao de oxignio durante o deslocamento
ato pronto socorro.
Equipamento para aspirao destinado a as-
pirao de secrees da cavidade oral, as quais
obstruem a passagem de oxignio sendo indis-
pensvel uma unidade porttil e uma unidade fixa
na ambulncia.
3.4. Equipamentos de Imobilizao e Fixao de Curativos
Tala articulada de madeira e tala de papelo so equipamentos indis-
pensveis na imobilizao de fraturas e luxaes.
Bandagens triangulares e ataduras de crepom destinam-se fixao
de talas e curativos.
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Fig 5.6 Ambu
Fig 5.7 Oxignio porttil
Fig 5.8 Aspirador
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Cintos de fixao cintos flexveis e resistentes que destinam-se a prender
a vtima junto a tbua de imobilizao.
Trao de fmur equipamento destinado
imobilizao de membros inferiores, com fratu-
ras fechadas. Confeccionado em alumnio ou
ao inox, possuindo regulagem de comprimen-
to com fixao atravs de tirantes e sistema de
catraca.
Colete de imobilizao dorsal (ked)- equipamento destinado a retirada de
vtimas do interior de veculos que estiverem sentadas, objetivando a imobili-
zao da coluna cervical, torcica e lombar superior. Sua fixao d-se atra-
vs de tirantes flexveis fixos e mveis.
Colar cervical equipamento destinado a
imobilizao da coluna cervical quanto
movimentos axiais, confeccionado em poli-
etileno, dobrvel e de vrios tamanhos e
modelos.
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Fig 5.10 Trao de fmur
Fig 5.11 Colete de imobilizao dorsal (ked)
Fig 5.12 Colar cervical
Fig 5.9 Talas e bandagens e cintos de fixao
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Equipamentos Utilizados no Atendimento Pr-Hospitalar
Tabua de imobilizao equipamento destinado imobilizao da vtima
deitada, de vrios modelos e tamanhos, possuindo aberturas para fixao de
cintos e imobilizadores de cabea.
Imobilizadores de cabea equipamento destinado imobilizao total da
cabea da vtima acidentada. Confeccionado em espuma revestida de um
material impermevel e lavvel.
3.5. Materiais Utilizados em Curativos
Gaze, ataduras de crepom, bandagem,
fita adesiva material indispensvel na
limpeza superficial de ferimentos e con-
teno de hemorragias em vtimas.
3.6. Materiais de Uso Obsttrico
Material de assistncia ao parto mate-
rial esterilizado, normalmente colocado
em pacotes hermeticamente fechados,
contendo campos duplos e simples,
clamps para laqueadura umbilical, lenis
e tesoura.
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Fig 5.13 Tabua de imobilizao com cintos e imobilizador lateral de cabe-a
Fig 5.14 Curativos
Fig 5.15 Kit obsttrico
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3.7. Equipamentos para Verificao de Sinais Vitais
Esfigmomanmetro equipamento destinado aferio da presso arteri-
al.
Estetoscpio - aparelho destinado a ausculta cardaca e pulmonar.
Oxmetro de pulso porttil - aparelho eletrni-
co destinado a medio da saturao perifrica
de oxignio.
Desfibriladores automticos externos (DEA)
equipamento destinado a verificao de arritmias ventriculares (taquicardia e
fibrilao), que se confirmadas atravs da obedincia aos comandos emana-
dos, resultarna aplicao de cho-
ques buscando a reverso do quadro
apresentado.
OBS: a Classificao do DEA, neste
grupo deve-se ao mesmo atuar tam-
bm como monitor cardaco, identifi-
cando o padro de atividade eltrica
do corao, um material de uso de
pessoal treinado, mas no necessari-
amente de profissional de sade, o
que o diferencia do cardioversor.
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Fig 5.16 Esfigmomanmetro e estetoscpio
Fig 5.17 Oxmetro de pulso
Fig 5.18 DEA
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3.8. Macas e Acessrios
Maca equipamento destinado ao
transporte de vtima, sendo confecci-
onado em alumnio, com mecanismo
de travamento, possibilitando que a
maca aumente ou diminua a altura.
Cobertor e manta aluminizada material
destinado ao conforto trmico da v
tima.
3.9. Equipamentos de Uso Exclusivo do Mdico
Pode estar disponvel no prprio veculo de emergncia ou em uma maleta mdica
que transportado pelo mdico quando se dirige cena. Inclui:
Laringoscpio - material de uso exclusivo do m-
dico, destinado a visualizao da laringe a fim de
realizar o procedimento de colocao de cnulas
de entubao endotraqueal.
Cnulas de entubao endotraqueal
equipamento que garante a ventilao
manual ou mecnica, garantindo a per-
meabilidade das vias areas devido ao
um balonete que sela a traquia.
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Fig 5.19 Maca retrtil
Fig 5.20 Cobertor e manta trmica
Fig 5.21 Laringoscpio
Fig 5.22 Cnulas de entubao
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Monitor cardaco equipamento desti-
nado ao monitoramento das atividades
cardacas da vtima, objetivando o acom-
panhamento da melhora ou no do qua-dro clnico do paciente.
Medicamentos so drogasutilizadas
no atendimento que aplicadas pelo m-
dico buscam estabilizar o quadro geral
do paciente ata chegada ao pronto so-
corro
Cardioversor equipamento desti-
nado ao monitoramento das ativida-des cardacas, conjugado com a ve-
rificao de arritmias ventriculares
(taquicardia e fibrilao), que se con-
firmadas resultaro na aplicao de
choque, a fim de restabelecer os ba-
timentos cardacos do paciente. Este
equipamento soperado pelo m-
dico de servio.
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Fig 5.23 Monitor cardaco
Fig 5.23 Medicamentos
Fig 5.24 Cardioversor
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Sinais Vitais
CAPTULO 6
SINAIS VITAIS
Os sinais vitais so indicadores das funes vitais e podem orientar o diagnstico
inicial e o acompanhamento da evoluo do quadro clnico da vtima. So eles:
Pulso;
Respirao;
Presso arterial;
Temperatura.
Sua verificao essencial na avaliao da vtima, devendo ser realizada simulta-
neamente histria e ao exame fsico. So mais significativos quando obtidos em srie,
possibilitando o acompanhamento de suas variaes, e seus valores devem ser analisa-
dos conforme a situao clnica.
Na obteno dos sinais vitais devemos considerar as seguintes condies:
Condies ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que po-
dem causar variaes nos valores;
Condies pessoais, como exerccio fsico recente, tenso emocional e ali-
mentao, que tambm podem causar variaes nos valores;
Condies do equipamento, que devem ser apropriados e calibrados regu-
larmente. O socorrista deve estar atento, pois o uso de equipamentos inapropria-
dos ou descalibrados podem resultar em valores falsos.
1. Pulso
Pulso a onda provocada pela presso do sangue contra a parede arterial cadavez que o ventrculo esquerdo se contrai. Em locais onde as artrias de grosso calibre se
encontram prximas superfcie cutnea, pode ser sentido palpao. Cada onda de
pulso sentida um reflexo do dbito cardaco, pois a freqncia de pulso equivale
freqncia cardaca. Dbito cardaco o volume de sangue bombeado por cada um dos
lados do corao em um minuto.
A determinao do pulso parte integrante de uma avaliao cardiovascular. Alm
da freqncia cardaca (nmero de batimentos cardacos por minuto), os pulsos tambm
devem ser avaliados em relao ao ritmo (regularidade dos intervalos - regular ou irregu-
lar) e ao volume (intensidade com que o sangue bate nas paredes arteriais - forte e cheio
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ou fraco e fino). O pulso fraco e fino, tambm chamado filiforme, geralmente estassocia-
do diminuio do volume sangneo (hipo-
volemia).
Sob circunstncias normais, existe um
relacionamento compensatrio entre afreqncia cardaca e o volume sistlico. Esta
compensao vista claramente no choque
hipovolmico, no qual um volume sistlico di-
minudo equilibrado por uma freqncia car-
daca aumentada e o dbito cardaco tende a
permanecer constante.
Podem ser considerados normais os
seguintes ndices de freqncia cardaca:
Adultos 60 a 100 bpm;
Crianas 80 a 120 bpm;
Bebs 100 a 160 bpm.
1.1. Taquicardia
Taquicardia o aumento da freqncia
cardaca (acima de 100 bpm nos adultos). Em
vtimas de trauma pode ocorrer por hipxia ou
hipovolemia. Pode estar associada tambm a
derrame pericrdico ou a outras causas, como por exemplo, febre, medo, sepse e exerc-
cios fsicos. A taquicardia sem uma causa bvia pode indicar um evento cardaco prim-
rio. Embora a ansiedade e a dor possam causar taquicardia, em vtimas de trauma, at
prova em contrrio, devemos julgar que ela seja decorrente de hipxia ou choque hipovo-
lmico ou cardiognico.
1.2. Bradicardia
Bradicardia a diminuio da freqncia cardaca (abaixo de 60 bpm nos adultos).
Nas vtimas de trauma pode estar associada a
choque neurognico. Pode estar associada
tambm a doenas primrias do corao ou
doenas da tireide.
1.3. Locais para Obteno do Pulso
Os melhores locais para se palpar o
pulso so onde artrias de grosso calibre seencontram prximas superfcie cutnea e
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Fig. 6.1 - Palpao do pulso radial.
Fig. 6.2 - Palpao do pulso carotdeo.
Fig. 6.3 - Ventilao.
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Sinais Vitais
possam ser comprimidas contra uma superf-
cie firme (normalmente um osso). As artrias
radiais, ao nvel dos punhos, so mais comu-
mente usadas na checagem do pulso em vti-
mas conscientes. As artrias cartidas, ao n-
vel do pescoo, so normalmente usadas
para palpao do pulso em vtimas inconsci-
entes. Pode-se tambm sentir o pulso palpan-
do as seguintes artrias: femoral na raiz da
coxa, braquial no brao, axilar na axila e pedi-
oso no dorso do p. Tambm podermos medir
o pulso pela ausculta cardaca, no pice ou
ponta do corao, no lado esquerdo do trax,
levemente abaixo do mamilo (pulso apical).
1.4. Procedimentos para Palpao do Pulso
1)Relaxe a vtima. Para palpar o pulso radial, mantenha o brao da vtima des-
cansando confortavelmente, preferencialmente cruzando a parte inferior do trax.
Para o pulso carotdeo, palpe a cartilagem tireide no pescoo (pomo de Ado) e
deslize os dedos lateralmente atsentir o pulso.
2)Use dois ou trs dedos para encontrar e sentir o pulso. Use somente a ponta
dos dedos e nunca o polegar (usando o polegar o examinador podersentir seu
prprio pulso digital).
3)Evite muita presso. Pressionando forte poderinterromper o pulso da vti-
ma.
4)Sinta e conte o pulso durante 30 ou 60 segundos (se contar por 30 segun-
dos, multiplique por dois). Use relgio que marque os segundos.
5)Anote a freqncia, o ritmo e o volume do pulso, bem como a hora da medi-
o. Exemplo: Pulso - 72, regular, cheio, 10h50min.
Em vtima com doena cardaca, o ideal medir o pulso durante um minuto. Sentiro pulso de uma criana muito pequena difcil: o pescoo de comprimento curto e, algu-
mas vezes, rico em gordura, torna difcil localizar o pulso carotdeo, sendo recomendvel
que seja pesquisado o pulso braquial. Com o crescimento torna-se possvel a palpao
dos vasos perifricos. Ao atender uma criana pesquise os diversos locais de pulso at
encontrar aquele mais acessvel.
2. Respirao
Respirao o processo atravs do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e
as clulas do organismo. composta pela ventilao e pela hematose. Na ventilao
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Fig. 6.4 - Hematose.
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ocorre a entrada de ar rico em oxignio para os pulmes (inspirao) e a eliminao de ar
rico em dixido de carbono para o meio ambiente (expirao). A hematose consiste na li-
berao de dixido de carbono e captao de oxignio feita pelas hemcias durante a
perfuso pulmonar. Perfuso pulmonar a passagem do sangue pelos capilares pulmo-
nares, que por sua vez esto em ntimo conta-
to com os alvolos pulmonares.
A avaliao da respirao inclui:
freqncia respiratria (movimentos respirat-
rios por minuto mrpm), carter (superficial e
profunda) e ritmo (regular e irregular). Deve
ser avaliada sem que a vtima perceba, prefe-
rencialmente enquanto se palpa o pulso radi-
al, para evitar que a vtima tente consciente-
mente controlar a respirao. Avalie afreqncia respiratria tendo em vista os si-
nais e sintomas de comprometimento respira-
trio: cianose, inquietao, dispnia, sons res-
piratrios anormais.
A freqncia respiratria pode variar
com a idade:
Adultos 12 a 20 movimentos
respiratrios por minuto (mrpm);
Crianas 20 a 30 mrpm;
Bebs 30 a 60 mrpm.
Outros fatores podem alterar a respira-
o como exerccios fsicos, hbito de fumar,
uso de medicamentos e fatores emocionais.
Em um adulto em repouso a profundidade da respirao ou o volume de ar inalado
aproximadamente 500 ml por inspirao. Uma freqncia respiratria rpida no signifi-
ca, necessariamente, que a vtima estmovimentando maior quantidade de ar. Por exem-
plo: um adulto em condies normais, com 16 mrpm, mobilizaria 08 litros de ar por minu-
to, enquanto uma vtima de trauma apresentando vrias fraturas de costela, com 40
mrpm, mobilizando 100 ml de ar em cada movimento respiratrio, mobilizaria 04 litros de
ar por minuto.
Podem ser encontradas as seguintes alteraes nos padres respiratrios:
Apnia Cessao intermitente (10 a 60 segundos) ou persistente (parada
respiratria) das respiraes;
Bradipnia Respirao lenta e regular;
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Fig. 6.5 - Vtima consciente. Socorrista simulaestar palpando o pulso radial enquanto conta osmovimentos respiratrios, para evitar que o vti-ma controle a respirao.
Fig. 6.6 - Anlise da respirao Ver, ouvir esentir.
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Sinais Vitais
Taquipnia Respirao rpida e regular;
Dispnia Respirao difcil que exige esforo aumentado e uso de mscu-
los acessrios.
2.1. Procedimentos para Analise da Respirao
1)Se possvel, estando a vtima consciente, coloque o brao da mesma cru-
zando a parte inferior do trax. Segure o pulso da mesma enquanto estiver obser-
vando a respirao, como se estivesse palpando o pulso radial.
2)Aproxime sua face do rosto da v tima, olhando para o seu trax. Com o tato
da pele do seu rosto e com a sua audio vocvai perceber o movimento da cor-
rente de ar mobilizada pela respirao e com a viso vocirobservar os movi-
mentos de subida e descida do trax e/ou do abdome.
3)Conte com os movimentos respiratrios durante um minuto (use relgio com
marcao de segundos). Ao mesmo tempo observe o carter e o ritmo da respira-
o.
4)Anote a freqncia respiratria, o carter, o ritmo e a hora. Exemplo: Respi-
rao normal, 16 mrpm, 10h50min.
Em crianas muito pequenas o movimento torcico menos evidente que nos adul-
tos e, usualmente, ocorre prximo ao abdome. A mo colocada levemente sobre a parte
inferior do trax e superior do abdome pode facilitar a contagem da atividade respiratria.
Por causa do pequeno volume e da reduzida fora do fluxo de ar, em crianas tambm
quase impossvel ouvir a respirao normal ou sentir a movimentao do ar atravs da
boca e do nariz.
3. Presso Arterial
A presso arterial (PA) a presso exercida pelo sangue no interior das artrias.
Depende da fora desenvolvida pela sstole
ventricular, do volume sangneo e da resis-
tncia oferecida pelas paredes das artrias.
O sangue sempre estsob presso no
interior das artrias. Durante a contrao do
ventrculo esquerdo (sstole) a presso est
no seu valor mximo, sendo chamada presso
sistlica ou mxima. Durante o relaxamento
do ventrculo esquerdo (distole) a presso
estno seu valor mnimo ou basal, sendo cha-
mada presso diastlica ou mnima.
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Fig. 6.7 - Esfigmomanmetro e o estetoscpio equipamentos utilizados para medir a presso ar-terial.
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A presso arterial medida em milmetros de mercrio (mmHg). O primeiro nme-
ro, de maior valor, corresponde presso sistlica, enquanto o segundo, de menor valor,
corresponde presso diastlica. No hum valor preciso de presso normal, mas, em
termos gerais, diz-se que o valor de 120/80 mmHg o valor considerado ideal para um
adulto jovem, entretanto, medidas at140 mmHg para a presso sistlica e 90 mmHg
para a diastlica tambm podem ser aceitas como normais.
Valores mdios de presso arterial considerados ideais de acordo com a idade:
04 anos 85/60 mmHg;
06 anos 95/62 mmHg;
10 anos 100/65 mmHg;
12 anos 108/67 mmHg;
16 anos 118/75 mmHg;
Adultos 120/80 mmHg;
Idosos 140 a 160/90 a 100 mmHg.
A posio em que a vtima se encontra
(em p, sentado ou deitado), atividade fsica
recente e manguito inapropriado tambm po-
dem alterar os nveis da presso.
Vtimas particularmente sob o risco de
alterao dos nveis tencionais so aqueles
com doena cardaca, doena renal, diabetes,
hipovolemia ou com leso craniana ou coluna
espinhal.
O local mais comum de verificao da
presso arterial no brao, usando como
ponto de ausculta a artria braquial. Os equipamentos usados so o esfigmomanmetro e
o estetoscpio.
Uma presso sangnea normal no deve ser considerada como uma clara indica-
o de estabilidade. Os pacientes saudveis e jovens so particularmente propensos a
compensar o dficit de volume.
3.1. Procedimentos para Medir a Presso Arterial
Em casos de longa durao do atendimento pr-hospitalar (resgates em locais de
difcil acesso e remoo), medir a PA a cada 5 minutos, anotando cada horrio de tomada
e respectivos valores.
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Fig. 6.8 - Mtodo auscultatrio para medir apresso arterial.
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Sinais Vitais
Deve-se explicar para a pessoa o que
serrealizado. comum entre profissionais
de sade ocultar da vtima o valor medido.
Isto costuma resultar em grande ansiedade
para a vtima e, algumas vezes, em descon-
forto afetivo para ambos. O mais correto , se
a vtima perguntar o valor da presso, infor-
m-lo de forma neutra e imparcial.
A presso sangnea difcil de ser ob-
tida em crianas. O manguito deve ter largura
de dois teros em relao ao comprimento da
poro da extremidade onde sermedida a
PA (manguitos maiores do leituras falsamen-
te baixas e manguitos menores do leiturasfalsamente elevadas). Os dois mtodos a se-
guir descritos (palpatrio e auscultatrio) so
usados para obter a PA em crianas. O este-
toscpio deve ter um diafragma pequeno o su-
ficiente para cobrir apenas a rea sobre o
ponto do pulso (estetoscpios peditricos so
teis).
3.1.1. Mtodo Auscultatrio
1)Posicione a vtima com o brao
apoiado a nvel do corao. Use, sem-
pre que possvel, o brao no traumati-
zado.
2)Localize o manmetro de modo
a visualizar claramente os valores da
medida.
3)Selecione o tamanho da braa-deira para adultos ou crianas. A largu-
ra do manguito deve corresponder a 40% da circunferncia braquial e seu compri-
mento a 80%.
4)Localize a artria braquial ao longo da face interna superior do brao palpan-
do-a.
5)Envolva a braadeira, suave e confortavelmente, em torno do brao, centra-
lizando o manguito sobre a artria braquial. Mantenha a margem inferior da braa-
deira 2,5cm acima da dobra do cotovelo. Encontre o centro do manguito dobrando-o ao meio.
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Fig. 6.9 - Procedimento para medir a presso ar-
terial mtodo auscultatrio.
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6)Determine o nvel mximo de in-
suflao palpando o pulso radial at
seu desaparecimento, registrando o va-
lor (presso sistlica palpada) e au-
mentando mais 30 mmHg.
7)Desinsufle rapidamente o man-
guito e espere de 15 a 30 segundos
antes de insufl-lo novamente.
8)Posicione o estetoscpio sobre a
artria braquial palpada abaixo do
manguito na fossa antecubital. Deve
ser aplicado com leve presso assegurando o contato com a pele em todos os
pontos.
9)Feche a vlvula da pera e insufle o manguito rapidamente at30 mmHg aci-
ma da presso sistlica palpada registrada.
10)Desinsufle o manguito de modo que a presso caia de 2 a 3 mmHg por se-
gundo.
11)Identifique a presso sistlica (mxima) observando no manmetro o ponto
correspondente ao primeiro batimento regular audvel.
12)Identifique a presso diastlica (mnima) observando no manmetro o pon-
to correspondente ao ltimo batimento regular audvel.
13)Desinsufle totalmente o aparelho com ateno voltada ao completo desapa-
recimento dos batimentos.
14)Retire o aparelho do brao e guarda-lo cuidadosamente afim de evitar da-
nos.
15)Anote a PA e a hora. Exemplo PA. 126X84, 10h55min.
3.1.2. Mtodo Palpatrio
Este mtodo de medir a PA aplica-se somente presso sistlica e no muito
preciso. Em um veculo em movimento, toda via, ele poderser o nico mtodo vivel,
permitindo observar a tendncia geral da presso sistlica que, a rigor, a que realmente
importa no atendimento pr-hospitalar do traumatizado.
1)Coloque as pontas dos dedos no pulso radial. Sinta o pulso.
2)Infle o manguito atultrapassar um valor em que cesse o pulso.
3)Vagarosamente esvazie o manguito, olhando o mostrador ou a coluna de
mercrio.
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Fig. 6.10 - Mtodo palpatrio para medir a pres-so arterial.
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Sinais Vitais
4)Quando perceber o retomo do pulso, leia a presso sistlica aproximada.
5)Anote a PA, hora e mtodo usado. Exemplo: PA 120 (palpao), 10h55min.
3.2. Causas de Resultados Incorretos na Medida da Presso Arterial
3.2.1. Causas Relacionadas ao Equipamento
Aparelhos descalibrados ou inadequadamente calibrados ou testados.
Defeitos do esfigmomanmetro: orifcio de ar obstrudo, manguito incomple-
tamente vazio, tubulao defeituosa, sistema de inflao ou vlvula de escape,
mercrio insuficiente no reservatrio ou indicador zero errado.
Estetoscpio danificado.
Tamanho da braadeira em desacordo com o do brao. Circunferncia do
membro em relao variao da largura da braadeira maior ou menor que 2,5
produz leituras de presso indireta falsamente altas ou baixas respectivamente.
3.2.2. Causas Relacionadas ao Examinador
Brao da vtima sem apoio do presses falsamente altas.
O examinador posiciona o instrumento ao nvel acima ou abaixo do corao
ou comprime o estetoscpio demasiadamente firme sobre o vaso.
Mos do examinador e equipamento frios provocam aumento da presso
sangnea.
Interao entre examinado e examinador pode afetar a leitura da presso ar-
terial.
4. Temperatura
Existem vrios fatores que influenciam no controle da temperatura corporal, sendo
influenciada por meios fsicos e qumicos e o controle feito atravs de estimulao do sis-
tema nervoso. A temperatura reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor
perdido pelo corpo.
A temperatura do corpo registrada em graus clsius (centgrados). O termmetro
clnico de vidro, mais usado, tem duas partes: o bulbo e o pednculo. O bulbo contm
mercrio; um metal liquido, o qual se expande sob a ao do calor e sobre pelo interior do
pednculo, indicando a temperatura em graus e dcimos de graus.
Normalmente os termmetros clnicos so calibrados em graus e dcimos de
graus, na faixa de temperatura de 35C a 42C. No necessria uma faixa de tempera-
- 90 -
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tura mais ampla, pois raramente o ser humano sobrevive com temperatura corporal fora
desta faixa.
O ndice normal de temperatura de 37C, admitindo-se variaes de at0,6C
para mais ou para menos. As crianas tm temperaturas mais altas que os adultos, por-
que seu metabolismo mais rpido. Tem-se observado que a temperatura do corpo mais baixa nas primeiras horas da manh, e mais alta no final da tarde ou no incio da noi-
te.
A temperatura corporal pode se elevar em situaes de infeco, trauma, medo,
ansiedade, etc. Exposio ao frio e choque so causas freqentes de temperatura abaixo
do normal.
4.1. Procedimentos e Locais para Verificao da Temperatura
O termmetro deve estar seco (se necessrio enxugue com algodo ou gaze) emarcando temperatura inferior a 35C (se necessrio sacudi-lo cuidadosamente atque a
coluna de mercrio desa).
A temperatura corporal pode ser medida nos seguintes locais:
Boca Temperatura Oral: Colocar o termmetro de vidro sob a lngua da v-
tima, na bolsa sublingual posterior. Fazer com que a vtima mantenha o termmetro
no local por 3 a 8 minutos com lbios fechados. O mtodo oferece temperatura
central e indicado para aqueles que respiram pela boca com suspeita de infeco
grave.
Canal anal Temperatura Retal: Para o adulto, inserir 03 cent metros do
termmetro lubrificado no nus. No forar o termmetro. Mant-lo no local por 2 a
4 minutos. contra-indicado aps cirurgia do reto ou ferimento no reto e em paci-
entes com hemorridas.
Axila Temperatura axilar: Mais utilizado, tendo em vista a facilidade. Colo-
car o termmetro no centro da axila, mantendo o brao da vtima de encontro ao
corpo, e mant-lo ali por 3 a 8 minutos. O mtodo conveniente, mas contra-indi-
cado para crianas pequenas; em pacientes com estado mental alterado, trauma
facial ou distrbio convulsivo; aps fumar ou beber liquidos quentes ou frios; duran-
te administrao de oxignio por cnula ou mscara; e na presena de sofrimento
respiratrio.
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Atendimento Inicial
CAPTULO 7
ATENDIMENTO INICIAL
O objetivo do atendimento inicial vtima de trauma identificar rapidamente situa-
es que coloquem a vida em risco e que demandem ateno imediata pela equipe de so-
corro. Deve ser rpido, organizado e eficiente de forma que permita decises quanto ao
atendimento e ao transporte adequados, assegurando vtima maiores chances de so-
brevida.
O atendimento inicial vtima de trauma se divide em quatro etapas seqenciais:
1)Controle de cena;
2)Abordagem primria;
3)Abordagem secundria;
4)Sinais vitais e escalas de coma e
trauma.
1. Controle de Cena
1.1. Segurana do Local
Antes de iniciar o atendimento propria-
mente dito, a equipe de socorro deve garantir
sua prpria condio de segurana, a das vti-
mas e a dos demais presentes. De nenhuma
forma qualquer membro da equipe deve se
expor a um risco com chance de se transfor-
mar em vtima, o que levaria a deslocar ou di-
vidir recursos de salvamento disponveis paraaquela ocorrncia.
1.2. Mecanismo de Trauma
Enquanto se aproxima da cena do aci-
dente, o socorrista examina o mecanismo de
trauma (ver captulo 4), observando e colhen-
do informaes pertinentes. Em uma coliso
entre dois veculos, por exemplo, avaliar o tipo
de coliso (frontal, lateral, traseira), veculos
- 92 -
Fig. 7.1 - Abordagem inicial de vtima em dec-bito dorsal. Socorrista aproxima-se da vtimapelo lado para o qual a face da mesma estvol-ta, garantindo-lhe o controle cervical sem mobili-za-la da posio inicial e, tocando-lhe o ombrodo lado oposto, diz: Eu sou o... (nome), do Cor-po de Bombeiros, e estou aqui para te ajudar. Oque aconteceu contigo?
Fig. 7.2 - Abordagem inicial de vtima em dec-bito ventral. Mesmo procedimento utilizado paraabordagem de vtima em decbito dorsal.
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envolvidos, danos nos veculos, nmero de vtimas, posio dos veculos e das vtimas,
etc.
2. Abordagem Primria
Visa identificar e manejar situaes de ameaa vida, A abordagem inicial reali-zada sem mobilizar a vtima de sua posio inicial, salvo em situaes especiais que pos-
sam comprometer a segurana ou agravar o quadro da vtima, tais como:
Situaes climticas extremas:
Geada, chuva, frio, calor, etc.;
Risco de exploso ou incndio;
Risco de choque eltrico;
Risco de desabamento.
Obs.: Sse justifica mobilizar a vtima
de sua posio inicial na abordagem primria
quando a situao de risco no possa ser
afastada. Por exemplo: Havendo risco de cho-
que eltrico e sendo possvel a interrupo da
passagem de energia, no hnecessidade de
mobilizar a vtima.
Na abordagem primria, havendo maisde uma vtima, o atendimento deve ser priori-
zado conforme o risco, ou seja, primeiro as
que apresentem risco de morte, em seguida as que apresentem risco de perda de mem-
bros e, por ltimo todas as demais. Esta recomendao no se aplica no caso de acidente
com mltiplas vtimas (ver captulo 28), onde os recursos para o atendimento so insufici-
entes em relao ao nmero de vtimas e, por tanto, o objetivo identificar as vtimas com
maiores chances de sobrevida.
A abordagem primria realizada em duas fases:
1)Abordagem primria rpida;
2)Abordagem primria completa.
2.1. Abordagem Primria Rpida
a avaliao sucinta da respirao, circulao e nvel de conscincia. Deve ser
completada em no mximo 30 segundos. Tem por finalidade a rpida identificao de
condies de risco de morte, o incio precoce do suporte bsico de vida (SBV) e o desen-
cadeamento de recursos de apoio, tais como mdico no local e aeronave para o transpor-te.
- 93 -
Fig. 7.3 - Enchimento capilar tcnica utilizadapara avaliao da perfuso dos tecidos perifri-cos. realizada fazendo-se uma presso nabase da unha ou nos lbios, passando a colora-o de rosada para plida. Retirando a presso,a colorao rosada deve retomar num tempo in-ferior a dois segundos. Se o tempo ultrapassar
dois segundos sinal de que a circulao peri-frica estcomprometida (oxigenao/perfusoinadequadas). Lembre-se que noite e com frioessa avaliao prejudicada.
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Atendimento Inicial
Na abordagem primria rpida devem ser seguidos os seguintes passos:
1)Aproximar-se da vtima pelo lado para o qual a face da mesma estvolta,
garantindo-lhe o controle cervical.
2)Observar se a vtima estconsciente e respirando. Tocando o ombro da vti-
ma do lado oposto ao da abordagem, apresente-se, acalme-a e pergunte o que
aconteceu com ela: Eu sou o... (nome do socorrista), do Corpo de Bombeiros, e
estou aqui para te ajudar. O que aconteceu contigo? . Uma resposta adequada
permite esclarecer que a vtima estconsciente, que as vias areas esto perme-
veis e que respira. Caso no haja resposta, examinar a respirao. Se ausente a
respirao, iniciar as manobras de controle de vias areas e a ventilao artificial.
3)Simultaneamente palpar pulso radial (em vtima inconsciente palpar direto o
pulso carotdeo) e definir se estpre-
sente, muito rpido ou lento. Se ausen-te, palpar pulso de artria cartida ou
femoral (maior calibre) e, caso confir-
mado que a vtima estsem pulso, ini-
ciar manobras de reanimao cardio-
pulmonar (ver captulo 9).
4)Verificar temperatura, umidade e
colorao da pele e enchimento capilar.
Palidez, pele fria e mida e tempo de
enchimento capilar acima de dois se-
gundos so sinais de comprometimento
da perfuso oxigenao dos tecidos
(choque hipovolmico por hemorragia
interna ou externa, por exemplo), que
exigem interveno imediata.
5)Observar rapidamente da cabe-
a aos ps procurando por hemorragias
ou grandes deformidades.
6)Repassar as informaes para a
Central de Emergncia.
2.2. Abordagem Primria Completa
Na abordagem primria completa segue-se uma seqncia fixa de passos estabe-
lecida cientificamente. Para facilitar a memorizao, convencionou-se o ABCD do trau-
mapara designar essa seqncia fica de passos, utilizando-se as primeiras letras das
palavras (do ingls) que definem cada um dos passos:
1)Passo A(Airway) Vias areas com controle cervical;
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Fig. 7.4 - Avaliao de vias areas. Socorristaverifica se hcorpos estranhos na cavidade oralda vtima.
Fig. 7.5 - Avaliao da respirao ver, ouvir esentir.
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2)Passo B(Breathing) Respirao (existente e qualidade);
3)Passo C(Circulation) Circulao com controle de hemorragias;
4)Passo D(Disability) Estado neurolgico;
5)Passo E(Exposure ) Exposio da vtima (para abordagem secundria).
Lembre-se de somente passar para prximo passo aps ter completado o passo
imediatamente anterior. Durante toda a abordagem da vtima o controle cervical deve ser
mantido. Suspeitar de leso de coluna cervical em toda vtima de trauma.
2.2.1. Passo AVias Areas com Controle Cervical
Aps o controle cervical e a identifica-
o, pergunte vtima o que aconteceu. Uma
pessoa sconsegue falar se tiver ar nos pul-mes e se ele passar pelas cordas vocais.
Portanto, se a vtima responder normalmente,
porque as vias areas esto permeveis
(passo "A" resolvido) e respirao espontnea
(passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C".
Se a vtima no responder normalmen-
te, examinar as vias areas. Desobstruir vias
areas de sangue, vmito, corpos estranhos
ou queda da lngua, garantindo imobilizao
da coluna cervical. Para a manuteno da
abertura das vias areas pode ser utilizada cnula orofarngea ou nasofarngea (ver cap-
tulo 8). Estando as vias areas desobstrudas, passar para o exame da respirao (passo
"B").
2.2.2. Passo BRespirao
Checar se a respirao estpresente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respirao
estiver ausente, iniciar respirao artificial (passo "B" resolvido temporariamente). Estan-
do presente a respirao, analisar sua qualidade: lenta ou rpida, superficial ou profunda,
de ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa.
Se observar sinais de respirao difcil (rpida, profunda, ruidosa), reavaliar vias
areas (passo "A") e solicitar a presena do mdico no local. A necessidade de interven-
o mdica muito provvel. Se observar sinais que antecedam parada respiratria (res-
pirao superficial, lenta ou irregular), ficar atento para iniciar respiraoartificial.
Iniciar a administrao de oxignio a 12 litros por minuto, sob mscara de contorno
facial bem-ajustado. Garantir que os passos "A" e "B" no sejam interrompidos antes de
passar ao exame da circulao ("C").
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Fig. 7.6 - Avaliao do pulso palpao do pul-so carotdeo.
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Atendimento Inicial
2.2.3. Passo CCirculao com Controle de Hemorragias
O objetivo principal do passo "C" estimar as condies do sistema circulatrio e
controlar grandes hemorragias. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfuso perifri-
ca; colorao, temperatura e umidade da pele. Neste passo tambm devem ser controla-
das as hemorragias que levem a risco de vida eminente.
2.2.3.1. Pulso
Em vtima consciente, verificar inicialmente o pulso radial; se este no for percebi-
do, tentar palpar o pulso carotdeo ou o femoral; em vtima inconsciente, examinar o pulso
carotdeo do lado em que vocse encontre.
A avaliao do pulso duma estimativa da presso arterial. Se o pulso radial no
estiver palpvel, possivelmente a vtima apresenta um estado de choque hipovolmico
descompensado, situao grave que demanda interveno imediata.
Se o pulso femoral ou carotdeo estiver ausente, iniciar manobras de reanimao
cardiopulmonar. Estando presente o pulso, analisar sua qualidade: lento ou rpido, forte
ou fraco, regular ou irregular.
2.2.3.2. Perfuso Perifrica
A perfuso perifrica avaliada atravs
da tcnica do enchimento capilar. realizada
fazendo-se uma presso na base da unha ounos lbios, de modo que a colorao passe de
rosada para plida. Retirando-se a presso a
colorao rosada deve retomar num tempo in-
ferior a dois segundos. Se o tempo ultrapas-
sar dois segundos sinal de que a perfuso
perifrica estcomprometida (oxigenao/per-
fuso inadequadas). Lembre-se que noite e
com frio essa avaliao prejudicada.
2.2.3.3. Colorao, Temperatura e
Umidade da Pele
Cianose e palidez so sinais de comprometimento da oxigenao/perfuso dos te-
cidos. Pele fria e mida indica choque hipovolmico (hemorrgico).
2.2.3.4. Controle de Hemorragias
Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar mtodos de controle (ver
captulo 10). Observando sinais que sugerem hemorragia interna, deve agilizar o atendi-
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Fig. 7.7 - Avaliao do nvel de conscincia
estmulo doloroso aplicado comprimindo-se aborda do msculo trapzio.
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mento e transportar a vtima o mais brevemente possvel ao hospital, seguindo sempre as
orientaes da Central de Emergncias.
2.2.4. Passo DEstado Neurolgico
Tomadas as medidas possveis para garantir o ABC, importa conhecer o estadoneurolgico da vtima (passo "D"), para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do
quadro.
O registro evolutivo do estado neurolgico tem grande valor. A vtima que no apre-
sente alteraes neurolgicas num dado momento, mas passe a apresent-las progressi-
vamente, seguramente estem situao mais grave que outra cujo exame inicial tenha
mostrado algumas alteraes que permane-
am estveis no tempo.
Na avaliao do estado neurolgico osocorrista deve realizar a avaliao do nvel
de conscincia e o exame das pupilas.
2.2.4.1. Avaliao do Nvel de Cons-
cincia
Deve sempre ser avaliado o nvel de
conscincia porque, se alterado, indica maior
necessidade de vigilncia da vtima no que se
refere s funes vitais, principalmente res-
pirao. A anlise do nvel de conscincia
feita pelo mtodo AVDI, de acordo com o n-
vel de resposta que a vtima tem daos est-
mulos:
A Vtima acordada com res-
posta adequada ao ambiente.
V Vtima adormecida. Os olhos
se abrem mediante estmulo verbal.
D Vtima com os olhos fechados que sse abrem mediante estmulo dolo-
roso. O estmulo doloroso deve ser aplicado sob a forma de compresso intensa
na borda do msculo trapzio, na regio pstero-lateral do pescoo.
I Vtima no reage a qualquer estmulo.
A alterao do nvel de conscincia pode ocorrer pelos seguintes motivos:
Diminuio da oxigenao cerebral (hipxia ou hipoperfuso);
Traumatismo cranioenceflico (hipertenso intracraniana);
- 97 -
Fig. 7.8 - Pupilas de tamanhos desiguais ( ani-socricas) olho direito apresentandomidrasee esquerdo miose.
Fig. 7.9 - Avaliao das pupilas quanto reao
luz.
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Atendimento Inicial
Intoxicao por lcool ou droga;
Problema clnico metablico.
2.2.4.2. Exame das Pupilas
Em condies normais as pupilas reagem luz, aumentando ou diminuindo seu di-
metro conforme a intensidade da iluminao do ambiente. O aumento do dimetro, ou
midrase, ocorre na presena de pouca luz, enquanto a diminuio, ou miose , ocorre em
presena de luz intensa.
Quanto simetria, as pupilas so classificadas em isocricas(pupilas normais ou
simtricas), que possuem dimetros iguais, eanisocricas (pupilas anormais ou assimtri-
cas), de dimetros desiguais.
O socorrista deve avaliar as pupilas da
vtima em relao ao tamanho, simetria e rea-
o luz. Pupilas anisocricas sugerem trau-
matismo ocular ou cranioenceflico. Neste
caso a midrase em uma das pupilas pode ser
conseqncia da compresso do nervo oculo-
motor no nvel do tronco enceflico, sugerindo
um quadro de gravidade.
Pupilas normais se contraem quando
submetidas luz, diminuindo seu dimetro. Sea pupila permanece dilatada quando submeti-
da luz, encontra-se em midrase paraltica,
normalmente observada em pessoas inconsci-
entes ou em bito. Pupilas contradas (miose)
em presena de pouca luz podem indicar into-
xicao por drogas ou doena do sistema ner-
voso central.
Se houver depresso do nvel de cons-
cincia e anisocoria, ficar alerta, pois existe orisco de parada respiratria. Manter-se atento
para o ABC.
3. Abordagem Secundria
Finalmente, no passo "E", expor a vtima, procura de leses. Entretanto, em nvel
pr-hospitalar, as roupas da vtima ssero removidas para expor leses sugeridas por
suas queixas ou reveladas pelo exame segmentar, respeitando seu pudor no ambiente
pblico. No hospital, ao contrrio, imperdovel deixar de despir completamente a vtima
antes de iniciar a abordagem secundria.
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Fig. 7.10 - Exame segmentar da cabea. Socor-rista verifica se hhematoma retroauricular.
Fig. 7.11 - Exame segmentar do pescoo.
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Siniciar a abordagem secundria de-
pois de completada a abordagem primria.
Examinar todos os segmentos do corpo, sem-
pre na mesma ordem (exame segmentar): cr-
nio, face, pescoo, trax, abdmen, quadril,
membros inferiores, membros superiores e
dorso. Nesta fase, realizar:
Inspeo: cor da pele, sudorese,
simetria, alinhamento, deformidade e
ferimento;
Palpao: deformidade, crepita-
o, rigidez, flacidez, temperatura e su-
dorese;
Ausculta: trax (campos pleuro-
pulmonares e precordial) - procedimen-
to exclusivo do mdico.
Durante todo o exame segmentar, man-
ter-se atento a sinais de dor ou a modificaes
das condies constatadas na abordagem pri-
mria da vtima. Exame segmentar:
1)Cabea: palpar o crnio com ospolegares fixos na regio frontal, man-
tendo o controle cervical. Palpar as r-
bitas. Simultaneamente, inspecionar
cor e integridade da pele da face, he-
morragia e liqorragia pelo nariz e ouvi-
dos, hematoma retroauricular (sugesti-
vo de fratura de coluna cervical alta ou
base de crnio), simetria da face, he-
morragia e lacerao dos olhos e fotor-
reatividade pupilar (no a valorize em
olho traumatizado). Retirar corpos es-
tranhos (lentes de contato e prteses
dentrias mveis) eventualmente rema-
nescentes.
2)Pescoo: inspecionar o alinha-
mento da traquia e a simetria do pes-
coo. Palpar a cartilagem tireide e a
musculatura bilateral. Inspecionar asveias jugulares: se ingurgitadas, princi-
- 99 -
Fig. 7.12 - Exame segmentar do trax.
Fig. 7.13 - Exame segmentar do abdmen.
Fig. 7.14 - Exame segmentar do quadril.
Fig. 7.15 - Palpao dos membros inferiores.
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Atendimento Inicial
palmente com piora na inspirao, preocupar-se com leso intratorcica grave
(derrame de sangue no pericrdio, impedindo os movimentos normais do corao:
hemopericrdio com tamponamento
cardaco). Palpar as artrias cartidas
separadamente e a coluna cervical, ve-
rificando alinhamento, aumento de vo-
lume, crepitao e rigidez muscular.
Completado o exame, colocar o colar
cervical.
3)Trax: inspecionar a caixa torci-
ca (face anterior), buscando simetriaanatmica e funcional, respirao para-
doxal, reas de palidez, eritema ou he-
matoma (sinais de contuso) e ferimen-
tos. Palpar as clavculas separadamen-
te, buscando dor e crepitao. Palpar
os arcos costais e esterno em busca de
rigidez muscular, flacidez e crepitao.
Examinar ata linha axilar posterior.
Realizar ausculta pulmonar e cardaca
(procedimento mdico).
4)Abdmen: inspecionar sinais de
contuso, distenso e mobilidade. Pal-
par delicadamente, analisando sensibi-
lidade e rigidez de parede (abdmen
em tbua).
5)Quadril: afastar e aproximar as
asas ilacas em relao linha mdia, analisando mobilidade anormal e produo
de dor. Palpar o pbis no sentido antero-posterior. A regio genital tambm deve
- 100 -
Fig. 7.16 - Avaliao do enchimento capilar dosmembros inferiores.
Fig. 7.17 - Teste de mobilidade passiva.
Fig. 7.18 - Exame segmentar dos membros su-periores.
Fig. 7.19 - Exame segmentar do dorso. Vtimasofre rolamento de 90lateralmente. Ao retornara vtima jdepositada sobre a tbua de imobi-lizao dorsal.
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ser avaliada, sugerindo haver leso conforme as queixas da vtima ou o mecanis-
mo de trauma.
6)Membros inferiores: inspecionar e palpar da raiz das coxas atos ps. Ob-
servar ferimento, alinhamento, deformidade, flacidez, rigidez e crepitao. Cortar a
roupa onde suspeitar de ferimento ou fratura. Retirar calados e meias. Examinar amobilidade articular ativa e passiva. Executar movimentos suaves e firmes de fle-
xo, extenso e rotao de todas as articulaes. Palpar pulsos em tornozelos e
ps. Testar sensibilidade, motricidade e enchimento capilar.
7)Membros superiores: inspecionar e palpar dos ombros s mos. Observar
ferimento, alinhamento, deformidade, flacidez, rigidez e crepitao. Cortar a roupa
onde suspeitar de ferimento ou fratura. Palpar os pulsos radiais. Testar a mobilida-
de ativa e passiva. Executar movimentos suaves e firmes de flexo, extenso e ro-
tao de todas as articulaes. Testar a simetria da fora muscular nas mos. Veri-
ficar sensibilidade, motricidade e enchimento capilar.
8)Dorso: realizar a manobra de rolamento a noventa graus para examinar o
dorso. Inspecionar alinhamento da coluna vertebral e simetria das duas metades
do dorso. Palpar a coluna vertebral em toda a extenso, procura de edema, he-
matoma e crepitao. Terminado o exame do dorso, rolar a vtima sobre a tbua de
imobilizao dorsal.
Aps completar o exame segmentar, fazer curativos, imobilizaes e outros proce-
dimentos necessrios.
Fazem tambm parte da abordagem secundria os seguintes procedimentos, que
so realizados por mdicos no ambiente hospitalar: radiografias, sonda gstrica, toque re-
tal, cateterismo vesical e lavagem peritonial.
Durante a abordagem secundria, o socorrista deva reavaliar o ABCD quantas ve-
zes forem necessrias, principalmente em vtimas inconscientes.
Aps a abordagem secundria, realizar a verificao de dados vitais (ver captulo
6) e escalas de coma e trauma.
4. Sinais Vitais e Escalas de Coma e Trauma
4.1. Sinais Vitais
Avaliar pulso, respirao, presso arterial e temperatura (ver captulo 6).
4.2. Escala de Coma
A Escala de Coma de Glasgow, baseada na avaliao da abertura dos olhos
(AO), da melhor resposta motora (MRM) e da melhor resposta verbal (MRV). uma esca-
la prtica para se avaliar a evoluo do nvel de conscincia da vtima. Para cada um dos
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trs itens avaliados atribudo um nmero, conforme a resposta da vtima, que somados
iro nos mostrar o nvel de conscincia da vtima no momento da avaliao.
Abertura dos Olhos
Espontnea04 pontosOlhos abertos espontaneamente, com movimentos normais.
Voz03 pontosOlhos fechados que sse abrem mediante um estmulo verbal(no ne-cessariamente ordem de "abra os olhos").
Dor02 pontosOlhos fechados que sse abrem mediante estmulo doloroso.
Ausente01 pontoNo abre os olhos
Melhor Resposta Verbal
Orientada05 pontosConsegue descrever quem , o que aconteceu etc.
Confusa04 pontosResponde s perguntas, mas no sabe
descrever quem , onde estou o que aconteceu.Palavras Des-
conexas03 pontos
Diz palavras isoladas e desconexas, no conseguindo formar frases
completas.
Sons Inintelig-
veis02 pontos
No consegue sequer articular palavras, emitindo apenas murmrios ou
grunhidos.
Ausente01 pontoNo emite qualquer som vocal.
Obs.: Impossvel avaliar resposta verbal de vtima que no possa falar (trauma de
face ou intubao oro traqueal). Nesse caso, registrar a impossibilidade no formulrio pr-
prio (RAS).
Melhor Resposta Motora
Obedece a Co-
mandos06 pontos
capaz de executar movimentos mediante solicitao verbal, do tipo"mova a mo", "levante a perna".
Movimento
Apropriado
Dor
05 pontosConsegue localizar a regio onde estsendo estimuladodolorosamente e tenta remover a mo do examinador para impedi-lo.
Retirada Dor04 pontosLocaliza o estmulodoloroso e tenta escapar dele, retraindo a
regio es-timulada.Flexo Anor-
mal03 pontos
Ao ser estimulado, flexiona as extremidades superiores (e estende as
extremidades inferiores), assumindo a chamada "atitude de decortica-
o."
Extenso
Anormal02 pontos
Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e inferiores, as-
sumindo a chamada "atitude de descerebrao".
Ausncia de
Resposta01 pontoNo apresenta qualquer resposta motora.
Obs.: Considerar sempre a melhor resposta motora observada, embora ela possa
ser isolada (em apenas uma extremidade).
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A avaliao da gravidade do comprometimento neurolgico serfeita com base no
resultado da escala de coma de Glasgow:
TCE grave: 03 a 08;
TCE moderado: 09 a 12;
TCE leve: 13 a 15.
Sempre que na avaliao da Escala de Coma de Glasgow, o estado neurolgico
for avaliado como igual ou menor que 9 (nove), torna-se necessrio o acionamento de
apoio mdico no local da ocorrncia.
4.3. Escala de Trauma
A escala de trauma leva em considerao os seguintes itens: freqncia respirat-
ria, presso sistlica e escala de coma. Com base no valor de cada tem, a cada um deles
atribuda pontuao de zero a quatro, cuja soma sero resultado da escala de trauma,
que pode variar de zero a doze.
PontuaoFreqncia respiratriaPresso sistlicaEscala de coma
0410 a 29>8913 a 15
03>2976 a 8909 a 12
0206 a 0950 a 7506 a 08
0101 a 0501 a 4904 a 05
00003
Interpretao do resultado da escala de trauma:
Trauma grave: 0 a 06;
Trauma moderado: 07 a 10;
- 103 -
Fig. 7.20 - Flexo anormal atitude de decortica-o. Fig. 7.21 - Extenso anormal atitude de descere-brao.
-
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Atendimento Inicial
Trauma mnimo: 11 a 12.
Sempre que na avaliao da Escala de Trauma, for obtido resultado menor que 9
(nove), torna-se necessrio o acionamento de apoio mdico no local da ocorrncia.
- 104 -
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CAPTULO 8
VIAS AREAS
1. Aspectos Anatmicos e Funcionais
As vias areas tm como funo principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os
pulmes (alvolos pulmonares), proporcionando a entrada de ar filtrado, aquecido e rico
em oxignio, assim como a sada de ar rico
em dixido de carbono do aparelho respirat-
rio, participando assim do processo da respi-
rao. Dividem-se em vias areas superiorese vias areas inferiores:
1.1. Vias Areas Superiores:
Cavidade nasal (nariz);
Cavidade oral (boca);
Faringe (Nasofaringe, orofaringe
e laringofaringe ou hipofaringe. Destas
trs, a nasofaringe exclusivamente
via area, a laringofaringe exclusiva-
mente via digestiva e a orofaringe um
caminho comum ao ar e aos alimen-
tos.);
1.2. Vias Areas Inferiores:
Laringe.
Traquia;
Brnquios/bronquolos;
Pulmes/alvolos pulmonares.
O acesso s vias areas superiores
direto e sua visualizao quase completa,
exceto pela nasofaringe (regio posterior ca-
vidade nasal e pstero-superior vula -
"campainha).
- 105 -
Fig. 8.1 - Vias areas.
Fig. 8.2 - Vias areas superiores.
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Vias Areas
As vias areas superiores terminam e
as inferiores tm incio na laringe, com a epi-
glote, estrutura que protege a abertura das
vias areas inferiores, obstruindo-a durante o
reflexo de deglutio e abrindo-a para a pas-
sagem do ar. Seu acesso e visualizao de-
pendem de procedimento mdico denominado
laringoscopia.
2. Obstruo de Vias Areas
O atendimento pr-hospitalar da vtima
de trauma tem por objetivo, aps rpida verifi-
cao do mecanismo de trauma e das condi-
es de segurana no local, prestar suportebsico e avanado de vida, iniciando-se com
a avaliao de vias areas (A). Esse processo denominado avaliao primria ou ABCD
prioriza a abordagem das vias areas que, se estiverem comprometidas, de imediato afe-
tam as funes vitais respirao (B) e circulao (C).
Um processo de pensamento organizado e condicionado referente aos passos da
avaliao primria, impediro socorrista de ter sua ateno voltada para alteraes mais
evidentes e menos urgentes, como ferimentos e fraturas, despercebendo-se de alteraes
nas vias areas, principalmente em se tratando de vtima inconsciente.
A avaliao e o controle das vias areas se fazem mediante condutas rpidas e
simples, no exigindo inicialmente qualquer equipamento, bastando a aplicao de tcni-
cas manuais de controle e desobstruo, sem a necessidade de aguardar equipamentos
ou pessoal.
Entende-se por obstruo de vias areas toda situao que impea total ou parcial-
mente o trnsito do ar ambiente atos alvolos pulmonares. A restaurao e manuteno
da permeabilidade das vias areas nas vtimas de trauma so essenciais e devem ser fei-
tas de maneira rpida e prioritria.
A vtima de trauma pode ter as vias areas comprometidas direta ou indiretamente
por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir:
2.1. Inconscincia
A causa mais freqente de obstruo de vias areas em vtimas de trauma a in-
conscincia, provocando o relaxamento da lngua que se projeta contra a orofaringe (fun-
do da garganta) da vtima em decbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias are-
as superiores para as inferiores. Geralmente causada por trauma cranioenceflico, cho-
que ou situaes clnicas. A inconscincia tambm favorece o refluxo do contedo gstri-co seguido de broncoaspirao.
- 106 -
Fig. 8.3 - Vias areas inferiores.
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2.2. Trauma Direto Sobre Vias Areas
Trauma direto sobre as vias areas, causando sangramento em seu interior, com-
presso externa por edema e/ou hematomas e fraturas da rvore laringotraqueobrnqui-
ca, e/ou broncoaspirao de dentes fraturados.
2.3. Queimaduras em Vias Areas
Queimaduras em vias areas podem produzir inflamao e edema de glote e de
vias areas inferiores.
2.4. Corpo Estranho em Vias Areas
Fragmentos de prteses dentrias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos
podem causar obstruo de vias areas em diferentes nveis.
3. Obstruo de Vias Areas por Corpo Estranho (OVACE)
3.1. Causas
3.1.1. Causas de OVACE em Adultos
Embora a perda de conscincia seja a causa mais freqente de obstruo de vias
areas, a obstruo por corpos estranhos pode ser causa de perda de conscincia e pa-
rada cardiopulmonar. A eventualidade de corpos estranhos obstrurem vias areas em
pessoas conscientes ocorre mais freqentemente durante as refeies, sendo a carne a
causa mais comum. Outras causas de obstruo: prteses dentrias deslocadas, frag-
mentos dentrios, chicletes e balas.
A obstruo de vias areas pelo contedo regurgitado do estmago pode ocorrer
durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimao cardiopulmonar. Pes-
soas com nvel de conscincia alterado tambm correm risco de obstruo de vias areas
pela aspirao de material vomitado.
3.1.2. Causas de OVACE em Crianas
Em crianas a principal causas de obstruo de vias areas a aspirao de leite
regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas freqentes so alimentos (balas, chi-
cletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Neste ltimo caso, a presena do mdico ou
o transporte imediato para o hospital se fazem imperiosos.
Os lactentes (at1 ano de idade) so as principais vtimas de morte por aspirao
de corpo estranho na faixa etria peditrica.
- 107 -
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Em pouco tempo o oxignio disponvel nos pulmes serutilizado e, como a obs-
truo de vias areas impede a renovao de ar, ocorrera perda de conscincia e, rapi-
damente, a morte.
3.2.2. Reconhecimento de OVACE em Vtima Inconsciente
Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar
de parada cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipxia secundria obstru-
o de via area. Ele seravaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando
para fazer o manejo de desobstruo de vias areas apenas se o fato se evidenciar. Tra-
tando-se de criana, devemos suspeitar imediatamente de OVACE.
4. Desobstruo de Vias Areas
Os mtodos de desobstruo de vias areas dividem-se em dois tipos, conforme a
natureza da obstruo: obstruo por lquido (rolamento de 90e aspirao) ou obstruo
por slido (remoo manual e manobras de desobstruo).
4.1. Obstruo por Lquido
4.1.1. Rolamento de 90
Esta manobra consiste em lateralizar a
vtima em monobloco, trazendo-a do decbito
dorsal para o lateral, com o intuito de removersecrees e sangue das vias areas superio-
res.
Estando a vtima na cena do acidente,
ainda sem interveno do socorrista, ou seja,
sem qualquer imobilizao (colar cervical e t-
bua), havendo a necessidade da manobra,
esta deverser realizada com controle cervi-
cal manual.
Estando a vtima jimobilizada em t-
bua, proceder a manobra mediante a lateralizao da prpria tbua.
4.1.2. Aspirao
A aspirao de secrees e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente,
mediante uso de aspiradores portteis, ou no interior da ambulncia, pelo uso de aspira-
dores fixos. Os aspiradores devem promover vcuo e fluxo adequado para suco efetiva
da faringe, atravs de sondas de aspirao de vrios dimetros.
- 109 -
Fig. 8.5 - Rolamento de 90com um socorrista.Manobra de emergncia para remoo de lqui-dos de de vias areas.
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Vias Areas
A unidade de suco fixa instalada deve ter potncia suficiente para um fluxo de 30
litros por minuto na extremidade final do tubo de entrada e um vcuo acima de 300 mm de
mercrio quando o tubo fechado. Controlar a presso de suco em crianas e vtimas
intubadas. Para a suco traqueal, utilizar um tubo em "V" ou ''T', com abertura lateral
para controlar a aspirao intermitente.
Quando aspirando a boca ou a faringe, mover o cateter de suco de tal modo que
atinja todas as reas acessveis, evitando que se fixe na mucosa e perca sua eficcia.
A insero pode ser continuada lentamente, com movimentos rotatrios do cateter,
enquanto houver material a ser aspirado. Cuidado ao utilizar cateteres duros, para evitar
trauma da laringe. Aplicar a suco por perodos de no mximo 05 segundos de cada vez,
alternando-a com o suporte ventilatrio.
4.2. Obstruo por Slido
4.2.1. Remoo Manual
Durante a avaliao das vias areas, o
socorrista pode visualizar corpos estranhos,
passveis de remoo digital. Somente remo-
ver o material que cause obstruo se for vis-
vel.
difcil o uso dos dedos para remover
corpos estranhos das vias areas. Em muitos
casos impossvel abrir a boca da vtima e in-
serir os dedos para esse propsito, a menos
que a vtima esteja inconsciente. Em alguns
casos, especialmente envolvendo crianas e
lactentes, um dedo adulto pode aprofundar o
corpo estranho, causando a obstruo com-
pleta.
A tcnica de remoo manual consiste em abrir a boca da vtima utilizando a mano-
bra de trao da mandbula ou a de elevao do mento (abordadas frente) e retirar o
corpo estranho com o indicador em gancho, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando
o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e
mdio em pina. Em recm-nato e lactente, utilizar o dedo mnimo em virtude das di-
menses reduzidas das vias areas. Somente tentar a remoo se o corpo estranho esti-
ver visvel; se no, estcontra-indicada a procura do material com os dedos.
4.2.2. Manobras de Desobstruo de Vias Areas em Adultos
So manobras realizadas manualmente para desobstruir vias areas de slidosque lhe ficarem entalados.
- 110 -
Fig. 8.6 - Avaliao de vias areas. Socorristaverifica se hcorpos estranhos na cavidade oralda vtima.
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Para vtimas inconscientes deve ser aplicada a manobra de ressuscitao cardio-
pulmonar, pois as compresses torcicas foram a expelio do corpo estranho e mantm
a circulao sangnea, aproveitando o oxignio ainda presente no ar dos pulmes.
Para vtimas conscientes usa-se uma das seguintes tcnicas:
4.2.2.1. Compresso Abdominal
Tambm chamada manobra de Heimli-
ch, consiste numa srie de quatro compres-
ses sobre a regio superior do abdmen, en-
tre o apndice xifide e a cicatriz umbilical.
Vtima em pou sentada:
1)Posicionar-se atrs da vtima,
abraando-a em torno do abdmen;
2)Segurar o punho da sua outra
mo e aplicar compresso contra o
abdmen, entre o apndice xifide e a
cicatriz umbilical no sentido superior
(trax), por quatro vezes;
3)Estando a vtima em p, ampliar
sua base de sustentao, afastando as
pernas, e posicionar uma entre as per-
nas da vtima, para evitar-lhe a queda
caso fique inconsciente.
Vtima deitada:
1)Posicionar a vtima em decbito
dorsal;
2)Ajoelhar-se ao lado da vtima, ou
a cavaleiro sobre ela no nvel de suas
coxas, com seus joelhos tocando-lhe
lateralmente o corpo;
3)Posicionar a palma da mo (re-
gio tenar) sobre o abdmen da vtima,
entre o apndice xifide e a cicatriz
umbilical, mantendo as mos sobre-
postas;
4)Aplicar quatro compresses abdominais no sentido do trax.
- 111 -
Fig. 8.7 - Manobra de Heimlich para desobstru- o de vias areas (obstruo por corpo slido).Vtima consciente e em p.
Fig. 8.8 - Vtima torna-se inconsciente durante amanobra. Socorrista evita-lhe a queda.
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Vias Areas
4.2.2.2. Compresso Torcica
A compresso torcica utilizada
quando a compresso abdominal invivel
ou contra-indicada, como nos casos de obesi-
dade com circunferncia abdominal muito lar-ga e gestao prxima do termo. Consciente
em uma srie de quatro compresses torci-
cas sobre o tero inferior do esterno, logo aci-
ma do apndice xifide.
Vtima em pou sentada:
1)Posicionar-se atrs da vtima,
abraando-a em torno do trax;
2)Segurar o punho da sua outra
mo e aplicar compresso contra o es-
terno, acima do apndice xifide, por
quatro vezes;
3)Estando a vtima em p, ampliar
sua base de sustentao, afastando as
pernas, e posicionar uma entre as per-
nas da vtima, para evitar-lhe a queda
caso fique inconsciente.
Vtima deitada:
1)Posicionar a vtima em decbito
dorsal;
2)Ajoelhar-se ao lado da vtima;
3)Aplicar quatro compresses to-
rcicas como na manobra de ressusci-
tao cardiopulmonar - RCP;
4.2.3. Manobras de Desobstruo de Vias Areas em Crianas
A remoo manual de material que provoque obstruo sem ser visualizado no
recomendada.
Para crianas maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma seme-
lhante do adulto; nos lactentes, uma combinao de palmada nas costas (face da crian-
a voltada para baixo) e compresses torcicas (face voltada para cima), sempre apoian-
do a vtima no seu antebrao; mantenha-o com a cabea mais baixa que o tronco, prxi-
mo a seu corpo.
- 112 -
Fig. 8.9 - Aps a vtima ter ficado inconscientedurante a manobra de Heimlich, rapidamente osocorrista a deposita sobre o solo para, caso notenha ocorrido a desobstruo das vias areas,dar incio s compresses torcicas.
Fig. 8.10 - O socorrista, aps constatar que asvias areas continuam obstrudas, dincio scompresses torcicas.
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Tcnica:
1)Utilizar a regio hipotenar das
mos para aplicar at05 palmadas no
dorso do lactente (entre as escpulas);
2)Virar o lactente segurando fir-
memente entre suas mos e braos
(em bloco);
3)Aplicar 05 compresses torci-
cas, como na tcnica de reanimao
cardiopulmonar (comprima o trax com
02 dedos sobre o esterno, logo abaixo
da linha mamilar).
Os passos da manobra de Heimlich
para crianas maiores e os da combinao de
palmada nas costas com compresses torci-
cas para lactentes devem ser repetidos at
que o corpo estranho seja expelido ou a vti-
ma fique inconsciente. Neste caso, proceder
as manobras de abertura de vias areas, re-
petir os passos de desobstruo iniciar mano-
bras de RCP.
5. Mtodos de Controle de Vias Areas
Os mtodos de controle de vias areas
so de trs tipos: manual , mecnico e cirrgi-
co, sendo que o mtodo mecnico se subdivi-
de em bsicos, avanados e alternativos.
A causa mais comum de obstruo de
vias areas a inconscincia de qualquer na-
tureza e, na grande maioria dos casos, osmtodos manuais conseguem promover e
manter a permeabilidade das vias areas.
5.1. Mtodos Manuais
5.1.1. Manobra de Trao de Mandbula (Jaw-Thrust)
Essa tcnica tem como vantagem o fato de no mobilizar a coluna cervical, visto
que promove a desobstruo das vias areas por projetar a mandbula anteriormente,
deslocando tambm a lngua.
- 113 -
Fig. 8.11 - Inspeo visual das vias areas (VA)de lactente, a procura de corpos estranhos.
Fig. 8.12 - Desobstruo de VA de lactente 05palmadas no dorso, entre as escpulas.
Fig. 8.13 - Desobstruo de VA de lactente 05compresses torcicas.
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Vias Areas
Como desvantagem, tecnicamente
mais difcil de executar, se comparada ma-
nobra de inclinao da cabea e elevao do
mento, alm de no permitir que o socorrista
(estando sozinho) continue a avaliao da v-
tima, visto que estarcom as duas mos en-
volvidas na manuteno da manobra.
Executar da seguinte forma:
1)Apoiar a regio tenar da mo
sobre a regio zigomtica da vtima,
bilateralmente, estando posicionado na
sua "cabeceira";
2)Colocar a ponta dos dedos indicador e mdio atrs do ngulo da mandbula,bilateralmente, exercendo fora suficiente para desloc-Ia anteriormente;
3)Apoiar os polegares na regio
mentoniana, imediatamente abaixo do
lbio inferior, e promover a abertura da
boca.
5.1.2. Manobra de Inclinao da Ca-
bea e Elevao do Mento (Chin Lift)
Essa tcnica tem como vantagens ser
tecnicamente mais fcil de executar se com-
parada manobra de trao de mandbula e o
socorrista, mesmo sozinho, consegue manter
a manobra sem perder o controle cervical.
Executar da seguinte forma:
1)Manter o controle cervical com
uma das mos posicionada sobre a re-
gio frontal da vtima;
2)Posicionar o polegar da outra
mo no queixo e o indicador na face in-
ferior do corpo da mandbula;
3)Pinar e tracionar anteriormente
a mandbula, promovendo movimento
discreto de extenso da cabea, o sufi-
ciente para liberar as vias areas.
- 114 -
Fig. 8.14 - Manobra de trao de mandbula.
Fig. 8.15 - Obstruo de vias areas por relaxa-mento da lngua que se projeta contra a orofarin- ge (fundo da garganta).
Fig. 8.16 - Desobstruo de vias areas utilizan-do a manobra de inclinao da cabea e eleva-o do mento.
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Manual do Atendimento Pr-Hospitalar SIATE /CBPR
Aps a realizao de qualquer das manobras manuais, o socorrista deve observar
a cavidade oral e, somente caso visualize qualquer corpo estranho este deve ser removi-
do. Em caso de corpos lquidos deve ser executado o rolamento de 90ou a aspirao.
5.2. Mtodos Mecnicos
5.2.1. Bsicos
5.2.1.1. Cnula Orofarngea
Tambm conhecida como cnula de
Guedel, um dispositivo destinado a manter
prvia a via area superior em vtimas incons-
cientes. Introduzida em vtima consciente ou
em estupor, pode produzir vmito ou laringo-espasmo. necessrio cuidado na colocao
da cnula, porque a insero incorreta pode
empurrar a lngua para trs, na faringe, e pro-
duzir obstruo de via area, manifestada por
troca insuficiente de ar, indicada por tosse ine-
ficaz e fraca, rudos respiratrios estridentes,
dificuldade respiratria acentuada e atmes-
mo cianose (cor azulada de pele, unhas e lbi-
os).
A cnula orofarngea estdisponvel
em medidas para recm-natos, crianas e
adultos. O melhor modo de identificar o tama-
nho adequado da cnula segur-Ia ao lado
da face da vtima, com a extremidade inferior
tocando o ngulo da mandbula, logo abaixo
do lbulo da orelha e estender a outra extre-
midade ata comissura labial.
Inserir a cnula com a concavidade
para cima, dirigindo sua extremidade para o
palato duro ("cu da boca"), logo atrs dos
dentes incisivos superiores. No permitir que
a cnula toque o palato, aplicando um movi-
mento de rotao helicoidal de 180(em pa-
rafuso) sobre ela mesma, posicionando-a so-
bre a lngua. Um abaixador de lngua pode ser til para impedir que a cnula empurre a
lngua para trs durante sua insero.
- 115 -
Fig 8.17 Cnulas orofarngeas, tambm conhe-cidas como cnulas de Guedel.
Fig 8.18 Identificao do tamanho adequadoda cnula orofarngea.
Fig 8.19 Manobra de trao de mandbula.
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Vias Areas
Em crianas pequenas, a cnula de Guedel inserida diretamente sobre a lngua,
com a concavidade para baixo, sem a rotao de 180. Dessa forma evitam-se traumati-
zar dentes e palato.
5.2.1.2. Cnula Nasofarngea
um dispositivo confeccionado em ltex, mais flexvel e de menor dimetro que a
cnula orofarngea, em virtude de sua insero atravs da cavidade nasal. Bem lubrifica-
da, introduzi-Ia numa das narinas (naquela que aparentemente no esteja obstruda) e,
delicadamente, introduzi-la ata orofaringe. A cnula nasofarngea prefervel orofarn-
gea na vtima consciente, por ser melhor tolerada e menos propensa a induzir vmitos.
Durante a insero, encontrando obstculo na progresso da cnula, interromper imedia-
tamente o procedimento, tentando a seguir introduzi-la atravs da outra narina.
5.2.2. Avanado
5.2.2.1. Intubao Endotraqueal
Procedimento mdico que se define
como via area definitiva, atravs da insero
de cnula endotraqueal por via oral ou nasal.
o meio mais efetivo de proteo de vias a-
reas contra aspirao e permite uma ventila-
o pulmonar adequada.
Esse procedimento estindicado quan-
do no se consegue manter via area per-
mevel por outros mtodos ou se pretendem
proteger as vias areas inferiores contra a as-
pirao de sangue ou vmito.
- 116 -
Fig 8.20 Cnulas nasofarngeas. Fig 8.21 Cnula nasofarngea inserida.
Fig 8.22 Intubao endotraqueal.
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Vias Areas
dao volta da entrada da laringe. Sua insero muito rpida e dispensa a laringosco-
pia.
5.3. Mtodo Cirrgico
5.3.1. Cricotireoidostomia
Procedimento mdico que se define
como via area definitiva cirrgica, por meio
de insero de agulha ou cnula traqueal
atravs da membrana cricotireoidea (primeiro
sulco transversal abaixo do "pomo de Ado",
na face anterior do pescoo).
Esse procedimento estindicado quando no factvel a intubao traqueal, como,
por exemplo, nos casos de edema de glote, fratura de laringe, ferimentos faciais graves
ou grande hemorragia orofarngea.
5.3.2. Traqueostomia
Procedimento mdico atravs do qual se estabelece um orifcio artificial na
traquia, abaixo da laringe, indicado em emergncias.
Trata-se de um procedimento simples. O pescoo do paciente limpo e coberto elogo so feitas incises para expor os anis cartilaginosos que formam a parede externa
da traquia. Posteriormente so cortados dois desses anis, resultando num orifcio, atra-
vs do qual inserida uma cnula.
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Fig 8.24 Mscara larngea posicionada.
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CAPTULO 9
RESSUSCITA
O CARDIOPULMONAR
1. Histrico
A reanimao tem sido uma aspirao humana hsculos. No sculo passado a
reanimao foi uma prtica comum na Europa, pela tcnica de rolar vtimas inconscientes
sobre barris, na tentativa de mover o ar para dentro e para fora dos pulmes. Foles tam-
bm foram usados com o mesmo intuito. No incio do sculo XX, a tcnica mais usada era
o mtodo de presso prona de Schafer, segundo a qual se pressionava clinicamente a re-
gio lombar para movimentar o ar entre os pulmes e o ambiente. Essa tcnica permitia amanuteno das vias areas abertas pela ao da gravidade na base da lngua. No en-
tanto, essas e outras tcnicas no eram eficientes pela baixa ventilao alveolar que ofe-
reciam.
Apesar da ventilao boca-a-boca estar descrita na Bblia (usada em recm-nasci-
dos por parteiras) somente no incio dos anos 50 ela foi redescoberta pelos Dr James
Elam e Peter Safar nos Estados Unidos.
Nos anos 60 Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker desenvolveram e apresentaram
a tcnica de compresso torcica externa. O acoplamento dessa tcnica com a ventilaoartificial boca-a-boca , hoje, largamente utilizada na reanimao cardiorrespiratria como
suporte bsico de vida. A simplicidade dessa tcnica, que requer apenas duas mos e
ventilaes na boca, tornou-a altamente popular.
Em 1993 foi formada uma Aliana Internacional dos Comits em Ressuscitao (IL-
COR) pelas Sociedade de Cardiologia Americana (AHA), pelo Conselho Europeu em Res-
suscitao (ERC), e pelo ComitAustraliano em Ressuscitao com o intuito de realizar
estudos a partir de evidncias cientificas.
No ano de 2000, o ILCOR realizou a primeira Conferncia para um Consenso em
RCP e em conjunto com a AHA lanou uma nova diretriz para RCP. Em 2005, aps uma
nova Conferncia de Consenso, a AHA lanou outra diretriz com diversas mudanas para
RCP baseadas em evidncias cientficas, dentre as quais a principal a mudana da taxa
de compresso-ventilao de 30:2, sendo que anteriormente era de 15:2.
2. Morte Clnica e Biolgica
Ressuscitao cardiopulmonar o conjunto de manobras realizadas para restabe-
lecer a ventilao pulmonar e a circulao sangnea, tais como, respirao artificial e
- 119 -
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Ressuscitao Cardiopulmonar
massagem cardaca externa, manobras essas utilizadas nas vtimas em parada cardiopul-
monar (morte clnica).
A ressuscitao cardiopulmonar (RCP) tambm uma aspirao mdica, porque a
morte clnica no seguida instantaneamente da morte biolgica. Ou seja, no momento
em que um paciente apresenta sinais de morte clnica (inconscincia sem resposta a
qualquer estmulo e ausncia de movimentos respiratrios e de pulso), hainda viabilida-
de biolgica dos rgos internos. Dessa forma, se for possvel manter a oferta de oxignio
aos tecidos e recuperar a respirao e a circulao espontneas, antes da morte biolgica
dos tecidos, a reanimao conseguida com sucesso (grfico 1).
Esta tabela mostra a evoluo da morte clnica ata morte biolgica e os vrios ce-
nrios possveis aps a RCP, segundo o tempo decorrido entre a parada circulatria e a
restaurao do fluxo sangneo espontneo.
Tabela 9.1Evoluo da RCP pelo tempo decorrido
TEMPO 5 MIN10 MIN15 MIN20 MIN
Conseqncias
Consciente
RespiraoespontneaNeurolgiconormal
Sonolento
ReanimaoespontneaDficitneurolgico
Inconsciente
RespiraoespontneaEstado
Vegetativo
Inconsciente
ApniaMorte enceflica
A viabilidade do crebro que defi-
ne a vida humana. Na ausncia de inter-
veno teraputica, a morte clnica rapi-
damente seguida de leso biolgica teci-
dual irreversvel. Essa seqncia um
processo que se estende de 5 a 20 minu-
tos no crebro, de 20 a 30 minutos no co-
rao e por horas na pele. Devido varia-
o na longevidade dos diferentes tecidos
corporais, a morte enceflica tem sido con-
siderada o indicador da morte biolgica(Fig 9.1).
Para alguns pacientes com parada cardiopulmonar e com funes neurolgica e
cardiorrespiratria previamente preservadas, a utilizao rpida das tcnicas de RCP, se-
guidas de cuidados mdicos definitivos, pode ser salvadora. O tempo disponvel de viabili-
dade dos tecidos antes da morte biolgica curto e o principal determinante do sucesso
da RCP.
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Fig 9.1 Leso cerebral x tempo em parada
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3. Parada Respiratria
A parada respiratria evolui em alguns minutos para uma parada cardiopulmonar e
apesar de ser a menor causa de paradas, possui resultados positivos quando aplicado
RCP logo no incio da parada, principalmente em obstruo de vias areas ou afogamen-
to. So causas de parada respiratria por ordem de incidncia:
Doenas do pulmo;
Trauma;
Obstruo de Vias Areas por inconscincia (queda da lngua em contato
com as partes moles da boca);
Obstruo de Vias Areas por Corpo Estranho (OVACE);
Acidente Cardiovascular (AVC);
Overdose por drogas;
Afogamento;
Inalao de fumaa;
Epiglotite e laringite;
Choque eltrico;
4. Parada Cardaca
Doenas cardacas so a principal causa de morte em todo o mundo e em cerca de
60% destas mortes ocorre uma Parada Cardaca Sbita (PCS). A parada cardaca sbita
corresponde a 80% das paradas cardiopulmonares. Estas paradas cardacas sbitas tem
como principal causa o Infarto Agudo do Miocrdio (IAM) e durante o infarto a grande mai-
oria das vtimas apresenta algum tipo de fibrilao ventricular (FV) durante a parada.
Nenhum tipo de RCP consegue reverter este quadro, mas garante a oxigenao
dos tecidos ata chegada de um desfibrilador. Um RCP aplicado com alta qualidade podedobrar ou triplicar as taxas de sobrevivncia de PCS.
Outras causas de Parada Cardaca so:
Trauma direto no corao;
Uso de Drogas.
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Ressuscitao Cardiopulmonar
5. Sinais de Parada Cardiopulmonar
So trs os sinais que demonstram que uma vtima estem parada cardiopulmo-
nar:
Inconscincia sem resposta a estmulo;
Ausncia de movimentos respiratrios;
Ausncia de Pulso.
6. Delineao da idade
Crianas no devem ser vistas como pequenos adultos, nem to pouco podemos
afirmar que uma criana de 8 anos igual fisiologicamente a um bebe de menos de 1
ano. Com o objetivo de aplicar as tcnicas conforme a idade da vtima necessrio definir
tal situao:
Adultos: vtimas que apresentem caracteres sexuais secundrios (pr-ado-
lescentes);
Crianas: a partir de 1 (um) ano de idade ata presena de caracteres sexu-
ais secundrios;
Bebs ou lactentes: at1 (um) ano de idade;
Neonatos ou recm-nascidos: das primeiras horas do parto ata sada do
hospital;
7. Corrente da Sobrevivncia para Adultos
Como parte de um processo para diminuir as mortes por parada cardiopulmonar,
tendo em vista que algumas pessoas so muito jovens para morrer apesar de alguma fa-
lha no corao, a American Heart Association (AHA) criou um fluxograma simples basea-
da em uma corrente com 4 (quatro) elos: a Corrente da Sobrevivncia (Fig 9.2).
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Fig 9.2 Corrente da sobrevivncia para adultos
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Cada elo da corrente de Sobrevivncia significa:
1- Reconhecimento imediato da emergncia e acionamento do Sistema
Mdico de Emergncia: ligue 192 ou 193;
2- Aplicao de RCP desde logo;
3- Aplicao imediata de choque com um desfibrilador assim que dispon -
vel;
4- Suporte Avanado de Vida seguido de tratamento ps-ressuscitao.
Quem presencia uma parada cardiopulmonar pode prover 3 dos 4 elos se houver
um desfibrilador disponvel. Como esta ainda no a realidade no Brasil, o ensino da cor-
rente da sobrevivncia restrito aqueles que possam ter acesso a um desfibrilador, nor-malmente profissionais da rea de sade.
Caso a causa da parada cardiopulmonar derive de uma parada respiratria conhe-
cida, a aplicao de 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP desde logo precede ao
acionamento do SME, se o socorrista estiver sozinho, pois este procedimento pode reto-
mar rapidamente a respirao e circulao quando feito