arqueologia das pessoas livres no maranhão colonial - julio meirelles steglich

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  1 Arqueologia das pessoas livres no Maranhão colonial Júlio Meirelles Steglich This article has the aim of contributing with the debate carried out by professors of the Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Antônia da Silva Mota e Natália Moreira de Lima Pereira, introducing an archaeological study about the small Portuguese  faianza individual bowls shards found during eighteen archaeological field-works developed by the Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico  Nacional (IPHAN) in the Maranhão State, in the last five years. The hypothesis is that these specific faianza shards are the consumption behavior expression of a social and economical layer of free people which used to be the base of a self-sustained society between the seventeenth and eighteenth centuries. Esse artigo tem o objetivo de contribuir com o debate desenvolvido pelas professoras  Antônia da Silva Mota e Natália Moreira de Lima Pereira (UFMA), com base em pesquisas arqueológicas sobre os fragmentos de tigelinhas individuais de faiança portuguesa, provenientes de trabalhos de campo arqueológicos executados pela Superintendência do IPHAN/MA em 18 endereços no centro histórico de São Luis do Maranhão. A hipótese é de que esse tipo de material arqueológico constitui-se numa expressão de comportamento de consumo de uma camada sócio-econômica de pessoas livres base de uma sociedade auto-suficiente que existiu nos séculos XVII e XVIII. A hipótese a ser testada e o desafio O desafio aqui assumido de testar a hipótese da existência de fragmentos de tigelinhas individuais de faiança portuguesa nos horizontes arqueológicos do centro histórico de São Luis do Maranhão, enquanto testemunhos de uma camada sócio- econômica que fora expressão de uma sociedade auto-suficiente no período colonial, mais precisamente nos séculos XVII e XVIII, constitui-se na principal tarefa desse artigo. A ocupação territorial por essa camada sócio-econômica se estendia da Ilha de São Luis ao município de Alcântara e a região da bacia do rio Itapecuru, e o

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Arqueologia das pessoas livres no Maranhão colonial

Júlio Meirelles Steglich

This article has the aim of contributing with the debate carried out by professors of the

Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Antônia da Silva Mota e Natália Moreira

de Lima Pereira, introducing an archaeological study about the small Portuguese

  faianza individual bowls shards found during eighteen archaeological field-works

developed by the Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

 Nacional (IPHAN) in the Maranhão State, in the last five years. The hypothesis is that 

these specific faianza shards are the consumption behavior expression of a social and 

economical layer of free people which used to be the base of a self-sustained society

between the seventeenth and eighteenth centuries.

Esse artigo tem o objetivo de contribuir com o debate desenvolvido pelas professoras

  Antônia da Silva Mota e Natália Moreira de Lima Pereira (UFMA), com base em

pesquisas arqueológicas sobre os fragmentos de tigelinhas individuais de faiança

portuguesa, provenientes de trabalhos de campo arqueológicos executados pela

Superintendência do IPHAN/MA em 18 endereços no centro histórico de São Luis do

Maranhão. A hipótese é de que esse tipo de material arqueológico constitui-se numa

expressão de comportamento de consumo de uma camada sócio-econômica de pessoas

livres base de uma sociedade auto-suficiente que existiu nos séculos XVII e XVIII.

A hipótese a ser testada e o desafio

O desafio aqui assumido de testar a hipótese da existência de fragmentos de

tigelinhas individuais de faiança portuguesa nos horizontes arqueológicos do centro

histórico de São Luis do Maranhão, enquanto testemunhos de uma camada sócio-econômica que fora expressão de uma sociedade auto-suficiente no período colonial,

mais precisamente nos séculos XVII e XVIII, constitui-se na principal tarefa desse

artigo.

A ocupação territorial por essa camada sócio-econômica se estendia da Ilha de

São Luis ao município de Alcântara e a região da bacia do rio Itapecuru, e o

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desaparecimento desse tipo de material arqueológico associado a ela, a partir da

independência do Brasil, representaria a destruição dessa mesma camada sócio-

econômica pelas reformas Pombalinas e pela a assinatura da Abertura dos Portos às

Nações Amigas em 1808 (1).

Nesse sentido, procura-se aqui participar do debate construído pelas pesquisasdas professoras Antônia da Silva Mota e de Natália Moreira de Lima Pereira, cujo artigo

Família, fortuna e sociabilidades: relações entre cultura material e a arqueologia

histórica maranhense na fase final da colônia (2), defendem a tese de que as fontes

materiais arqueológicas dos horizontes do centro histórico de São Luis também

contribuem a conclusão de que “a capitania do Maranhão era formada por uma

sociedade multiétnica, dominada por senhores de grandes fortunas, que viviam

cercados por uma massa de escravos”.

Os vestígios materiais arqueológicos e fases de estudo

A proveniência desse tipo de material arqueológico tem sido das mais

esporádicas e variadas atividades de campo desenvolvidas pela superintendência do

IPHAN/MA, entre junho de 2006 e novembro de 2010: de trincheiras a poços-teste, de

ruas a jardins internos, do simples acompanhamento do trabalho dos operários à

execução de projeto de escavação arqueológica, da coleta de material de superfície a

escavações amplas em quadrículas, de valas com 0,50 metros de largura e 0,50 de

profundidade a trincheira de 1,80 metros de profundidade por 1,00 metro de largura, de

execução de arqueologia de salvamento ao desenvolvimento de trabalho de treinamento

e educação patrimonial (3).

Embasado em método tipológico (4), tem-se na forma, matériaprima e função

dos vestígios arqueológicos os atributos centrais à análise dos dados pesquisados. A

análise quantitativa e qualitativa dos fragmentos de faiança portuguesa, na primeira

fase, e outras faianças associadas, numa segunda fase, passa, na terceira fase, a

considerar outros tipos de vestígios: fragmentos de ossos bovinos, porcelana e

stoneware e cerâmica. Na quarta fase, confrontar-se-ão as informações escritas de

fontes primárias: 19 testamentos entre 1676 a 1799 (5), as cartas do Governador geral da

capitania do Maranhão de 1771-78, Capitão Joaquim de Mello e Povoas (6), e o

Compêndio Histórico-político dos Princípios da Lavoura do Maranhão do Sr. Raimundo

Jozé de Souza Gayoso (7).

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Tipologia das tigelinhas de faiança portuguesa (8) 

Após 53 meses de trabalhos de pesquisa arqueológica no centro histórico de São

Luis do Maranhão, tem se observado a predominância de fragmentos de tigelinhas

individuais de faiança portuguesa, num total de 3.427 fragmentos, cuja reconstituiçãográfica permitiu a quantidade total de 408 peças, associadas a outras 356 peças de

faiança em formas de pires, pratos, sopeira e xícaras, totalizando 754 peças

reconstituídas graficamente (9) e distribuídas em 18 endereços por toda área que

corresponde às ocupações urbanas entre 1624 e 1825 (10).

Cronologicamente, a presença dos fragmentos de tigelinhas individuais de

faiança portuguesa (azul e/ou vinhoso) nos horizontes arqueológicos de São Luis do

Maranhão é dominante entre 1624 e 1750, passando a ser associada com fragmentos de

pratos, pires, xícaras e jarras de faiança até 1825, mas cuja freqüência não reduz.Os pontos abaixo indicam os endereços onde houve intervenção arqueológica.

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Não obstante a variação de outros tipos de fragmentos de vasilhas de faiança,

como xícaras, pratos, pires, jarras e sopeiras, assim como todo o tipo de fragmentos de

outros materiais de objetos de uso, a presença quantitativa dos fragmentos de tigelinhas

individuais de faiança se sobrepõe mesmo a da cerâmica de todo o tipo (vidrada ou não,

pintada, modelada, roletada, torneada, etc).

Sob a perspectiva da longe durée

A perspectiva de pesquisa histórica adotada aqui é a da longue durée de Fernand

Braudel, que auxilia na análise arqueológica que evidencia a mudança através dos

séculos, como é característico dos costumes (11), assim como instrumentaliza na

caracterização da camada sócio-econômica em foco de estudo.

A dominância quantitativa e qualitativa das tigelinhas individuais de faiançaportuguesa enquanto tipo denota uma postura. O uso tão freqüente dessas tigelas no

cotidiano permite algumas hipóteses sobre o comportamento dessas pessoas ante as

refeições e o qual, por sua vez, pode denotar uma característica específica de uma

camada sócio-econômica uma vez associada ao poder aquisitivo tanto no seu aspecto

político quanto econômico. É preciso lembrar que se tratava de uma sociedade colonial

do antigo regime absolutista.

Tomando as contribuições de Gilberto Freire em Casa Grande e Senzala (12), a

postura daquelas pessoas livres ante as refeições até primeira metade do século XVIII,

era caracterizada pelo uso de um espaço não específico da casa, numa rede ou esteira e

com o auxílio dos dedos devido à influência oriental da predominância do trabalho

muscular assim como da indígena, elemento gentil constituinte da formação da

sociedade brasileira.

Também se pode arriscar uma dedução sobre o surgimento de fragmentos de

pratos, pires e xícaras da segunda metade do século XVIII os quais sugerem que a

postura da sociedade ante as refeições fora modificada. Teria sido essa camada de

pessoas livres influenciada por essas mudanças de comportamento ante as refeições?

A partir da segunda metade do século XVIII há vestígios que indicam que as

refeições passam a ser realizadas à mesa, em cadeiras e com o auxílio de talheres num

espaço separado de onde se preparava a comida, influenciado pela moda francesa e

inglesa. Seriam esses vestígios arqueológicos provenientes de um novo consumo

daquela camada sócio-econômica de pessoas livres?

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Antes de tudo, a situação dessa camada de pessoas livres ante a coroa portuguesa

também mudara. Esses fragmentos de faiança (tigelinhas, pratos, xícaras, pires, jarras e

sopeiras) são contemporâneos às Reformas Pombalinas (13). Estas reformas, através da

administração do Governador Geral Capitão Joaquim de Mello e Povoas (1761-79),

inseriram o sistema agro-exportador de arroz e algodão que destruiu gradativamente aauto-suficiência dessa camada sócio-econômica de pessoas livres que desenvolvia uma

economia de subsistência forte o bastante para gerar um mercado interno auto-

suficiente.

Assim, o desaparecimento das tigelinhas individuais de faiança portuguesa nos

horizontes arqueológicos coincide com a destruição da predominância de uma economia

que fornecia tudo o que aquela sociedade necessitava e o empobrecimento dessa camada

social ante a expansão do latifúndio escravocrata de algodão e arroz. A adoção de uma

nova postura ante as refeições, com o uso de pratos, pires, xícaras, sopeiras e jarrasestava associada ao avanço do sistema colonial escravista agro-exportador sob a vida

dessas pessoas.

A influência ideológico-material da fidalguia

Os 19 inventários pesquisados não dizem respeito à camada sócio-econômica de

pessoas livres o qual se está evidenciando arqueologicamente a existência, no entanto

eles denotam novidades no consumo as quais, ideologicamente advindos da fidalguia,

influenciaram no comportamento daquela camada como suportes à política de persuasão

que o governo Mello e Povoas aplicara contra os agricultores que não se interessavam

pelo que Portugal oferecia, exceto dinheiro.

A presença de fragmentos de porcelana chinesa nos horizontes nos 18 endereços

pesquisados no centro histórico de São Luis do Maranhão existe desde a primeira

metade do século XVII, enquanto expressão de consumo da fidalguia portuguesa. A sua

variedade em formas e tratamento de superfície segue a mesma tendência da faiança

portuguesa estudada, tanto quantitativamente quanto qualitativamente (14). Entre 1624 e

1750, as tigelinhas individuais Ming são absolutas, e entre 1750 e 1825 pires, xícaras e

pratos de porcelana Ching (15), porcelana de Cantão e de Nanquim predominam e as

tigelinhas de porcelana desaparecem.

E, como se tem mostrado, os vestígios arqueológicos que não são referidos nos

inventários citados também existem.

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Assim, por um lado, os fragmentos de faiança de xícaras, pires, pratos, sopeiras

e jarras, pesquisados nos 18 endereços citados, referem-se ao consumo que mesmo que

não tenham sido de elementos da fidalguia, teriam pertencido àquela camada sócio-

econômica auto-suficiente de pessoas livres já em processo de decadência e

desaparecimento, e que, portanto, caracterizaria a adoção de uma nova postura ante asrefeições.

Por outro lado, através dos inventários desse período (1676 a 1799), pode-se

evidenciar também essa mudança de postura nas refeições da fidalguia outros tipos de

vestígios, quando, a partir de 1750, começam a fazer parte dos bens a serem partilhados

objetos que não são de faiança, mas estão associados ao novo uso do espaço: mesas e

toalhas de mesa, cadeiras e tamboretes, vidros, talheres (garfo, facas, colheres) e

“louças”. Por exemplo, no testamento do Capitão Manoel Pereira Taborda (04.09.1768)

existe como bens da partilha:

“(...) facao’ de cozinha, e hum saleyro, com duas Galhetaz maiz de vidro e duas

  farasqueyras do Reyno com seus Frascos, e algum ezeyte, e vinagre, e

 Manteyga; mais duas facas de prata, e duas Colheres com seus Garfos, e meya

dúzia de colherez de prata de tomar Xá (...) mais duaz Toalhas de meza de

Guimaraenz, e nove guardanapos de mezmo, já com Seu uso: (...) algumas

 Xicaras com seuz pratinhos, e tijelas de louça fina de Castella, e douz copos

grandel de vidro, e doiz pequenos, e quatro copos de Calix, e huma garrafa de

vidro, e huma Bacia grande de tomar banhos: mais Sinco cadeyraz de pau

 Buraquatiara com Seus assentos de Sola Lavrada, e pregadura amarella; e trez

maiz ditos de palhinha, e duas Mezas grandes, e dois Candieyros (...)” (16)

Isto é, tratar-se-ia de objetos que também fazem parte da nova postura de quem é

influenciado pelo consumo da fidalguia. Os fragmentos em faiança de pratos, pires,

xícaras, sopeiras e jarras encontrados também pressupõem o consumo de mesas,

cadeiras, talheres, tamboretes, vidros, etc, por pessoas que não eram da fidalguia e que

não foram evidenciados nos horizontes arqueológicos pesquisados.

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Governador Geral Joaquim de Mello e Povoas (1761-79)

A influência cultural das reformas do Marques de Pombal, Sr. Sebastião de

Carvalho e Melo, através do capitão Joaquim de Melo e Povoas, tem sido tão grande

que o impacto da sua persuasão contra essa camada sócio-econômica auto-suficiente depessoas livres na ilha de São Luis, Alcântara e bacia do rio Itapecuru é sentida até hoje

na historiografia maranhense. Historiadores como Carlos de Lima e Antônia da Silva

Mota repetem o fato do Maranhão ser, entre a primeira metade do século XVII e a

primeira metade do século XVIII uma capitania atrasada e com muita miséria (17).

Esse tipo de interpretação, além de carente de fontes arqueológicas,

impossibilitou a percepção da existência dessa camada sócio-econômica auto-suficiente

de pessoas livres, não obstante testemunhos dela nas cartas do capitão Mello e Povoas

existam e possam ser encontrados em várias partes da sua correspondência oficial.O governador geral capitão Joaquim de Mello e Povoas está no Maranhão para

uma missão: implantar o novo sistema agro-exportador de arroz. Como pode ser

evidenciado nos fragmentos de suas cartas em seguida, o seu objetivo era suprir Lisboa.

“Isto seguindo podem os habitantes dessa Capitania multiplicar as plantaçoens;

 poque todas seráõ poucas para o consumo de Portugal Lixboa tem pelo menos

trezentos mil habitantes, e creyo que são raríssimos, os que não comem arros ao

 jantar, e a noute: E ainda que se não conte mais que a diminuta porção de hum

arrátel para doze comidas de cada seis pessoas, são precizos cincoenta mil

arreteis por dia, que fazem cento e quarenta, e dous mil, quinhentos settenta, e

outo quintaes por anno, somente para habitantes desta capital;”(...) “ Que hum

gênero, que tem hum consumo Diário TAM considerável, como deixo referido.” 

(18)

E o capitão Mello e Povoas segue:

“Vejo o calcullo que V. Ex.ª mandou formar do Arros que hê precizo para os

habitantes dessa Corte, feito pela diminuta porssão de hum arrátel para doze

comidas de cada seis pessoas, importando so assim na grande soma de 142578

Quintaes para [sic] hum anno (...)” (19)

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Contínuas lamentações são notórias nas cartas desse fidalgo à corte portuguesa e

só podem ser entendidas a partir do pensamento mercantilista. O capitão Mello e

Povoas está, através delas, denunciando a falta de infra-estrutura (20) na região produtiva

da bacia do rio Itapecuru e as carências na defesa, tanto das fortificações quanto dos

colonos (21

), incluindo a situação dos índios contatados (22

).

No entanto, sem essa intenção, o capitão Mello e Povoas afirma a auto-

suficiência dos agricultores, registrando um sistema produtivo organizado cujos atores

livres não manifestavam interesse em modificar exceto por dinheiro. No fragmento

abaixo, destaca-se a policultura com base em método rústico sem uso de mão de obra

escrava.

“O Único modo que aqui há de se cultivar a terra He rossaremlhe o matto; eeste estando seco, botarlhe fogo. Se não tem havido chuvas, e queima bem, fica a

terra bem preparada; porem queimando mal, depende então de hum grande

trabalho à que chamão incoivarar, com o que nunca a terra dá TAM bom fructo,

e assim mesmo, com hum pão, vão fazendo buracos na terra, e botando nelles

huns grãos de arros, e logo cobrindo com o pê, plantandosse desta Sorte o

milho, e os mais Legumes, e sô a Maniva [que He o Pam] Algodão, e Cana se

 planta com Heixada, não cavando a terra, como ahy se costuma, mas abrindo

covas para se meterem as Sementes; Depois do que se seguem as Capinas que

são indispensaveis, não havendo outro algum modo de se cultivarewm as terras

nestas partes. Lourenço Belford Ca[mpello], que se acha nessa Corte [fl. 10] de

Semear o arros no campo, que He allagadisso, e me segura produzira bem, e

que o gram hera muito mais fermozo, do que o plantado na Rossa (...)”(23)

E o mesmo segue em outra carta, referindo-se a possibilidade de se viver em

coletividade de coletas de frutas sylvestres no matto:

“O estado em que se achão estas Tropas, não hê o melhor; porque attendendo

eu ao incommodo que cauza aos Lavradores o deixarem as suas Lavouras, para

se lhes poderem fazer repetidos exercícios, lhos faria sô nas festas principaes do

anno: Porem os dous annos passados de 1768, e 1769, em que houve aqui uma

rigoroza fome, lhes não passei Mostra, nem lhes fez exercicio algum; porque

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não seria possivel ajuntarsse a gente nas Povoaçoens, quando todos fugião

dellas para os mattos a remirem a vida com suas frutas sylvestres, que hê o com

que se allimentava o cõmum destes Povos. Mas em Novembro do anno próximo

 passado, em que esta capitania estava abundante de Pam, (...)” (24)

Assim como em outra carta, o capitão lamenta a falta de interesse dos

agricultores com o novo sistema colonial de produção de arroz, beneficiamento e

exportação de arroz, exceto por dinheiro e o lucro obtido através do algodão:

“(...) Havendo a Admenistração da Companhia Geral desta Capitania remettido

daqui para a junta dessa mesma Companhia quatro[c]entos e tantos mil

cruzados em Moeda Provincial, se experimenta nesta Capitania a mayor falta de

dinheiro, sem o qual não poderá de ne[nhuma] sorte florecer o commercio, nemestes Lavradores, e Fabricantes [fl. 19] aplicarem se com gosto as suas

 Lavouras, e manufaturas (...) (25)

E o mesmo segue:

“Restame reprezentar a V. Ex.ª que servirá de grande desconsolação a estes

 Lavradores meterem a seu Arros no Armazém, e não haver dinheiro para se lhe

satisfazer; pois sey que muitos delles sô pelo interesse de receberem o dinheiro

  He que se applicaràõ a cultura do Arros; porque alias continuarião com o

 Algudão que lhe dà mais Lucro;” (26)

A existência de uma dieta a população livre, composta de carne (27), caldos e

farinhas, é comentada, evidenciando, mais uma vez a auto-suficiência dessa camada

sócio-econômica de pessoas livres. Sobre o extenso consumo de carne:

“Para se por huma finta com igualdade neste Povo so poderia ser a Carne que

  He couza que todos Comme; porque já esta està gravada com hum Real por 

  Libra para o subsidio Real, e outro real para o subsidio literário, e como a

Carne Seca não paga direito algum (...)”(28)

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Sobre uma dieta para substituir o consumo de galinha nos hospitais, o capitão

Mello e Povoas defende a variedade de caldos da culinária local:

“Illmo. E Exmo. Sr. // Logo que receby a ordem de V. Exa. De 9 de Agosto de

1775 que me chegou à mão a 23 de Dezembro próximo passado, ordeney que no  Hospital Melitar desta Cidade se abolisse [fl. 101] inteiramente o uso da

galinha (...). Ainda que aqui se não Corta Vitela nem Carneiro nem há as frutas

Secas, ervas, Sevada pilada, grãos etc. Comtudo hà os Caldos de Tapioca, de

Carimà, e da farinha ordinária que são excellentes, e tãobem a Carne Seca e o

 peixe de que neste Paiz Costumão usar os doentes.”(29)

Raymundo Jozé de Souza Gayoso

Escrivão do erário português durante o reino de Dom José I, Raymundo Jozé de

Souza Gayoso foi degredado ao Maranhão em 1787 após ter sido condenado por

irregularidades. Mas ele conseguiu superar isso tudo e, em 1811, recebeu o hábito da

Ordem de Cristo na Matriz de Caxias do rei Dom João VI, depois de promovido de

Capitão de Caçadores de Regimento de Milícias da Ribeira do Itapecuru a Tenente-

Coronel do novo regimento de Infantaria de Milícias daquela cidade (30).

Em 1818, em homenagem ao Rei Dom José I, a sua esposa publica o seu

Compêndio Histórico-Político dos Princípios da Lavoura do Maranhão, cinco anos após

a sua morte.

Na referida obra, o autor confirma a existência de uma economia auto-suficiente

na perspectiva da economia escravagista agro-exportadora:

“142. Erão as producçoens da capitania muito insignificantes no seu principio,

e pequeno, ou nenhum o seu commercio. Reduzião se as primeiras á cultura de

hum pouco de arrôs vermelho, farinha de mandioca, milho, mamona, algum

caffé, que quazi tudo se consumia no paiz; havia também sua pequena produção

de algodão que os naturaes fiavão, e reduzido a novellos, e rollos de pano,

 formavão o representativo da moeda, reputando-se o novello tecido, ou rollo de

  panno por dez mil reis, de sorte que ainda hoje a gente ordinária nas suas

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  pequenas permutaçoens, de compra, e venda, se explica pelo termo de tantos

rollos de panno, para dezignar outros tantos dez mil reis.” (31)

A presença da carne na dieta da população livre é novamente citada,

acompanhada de raízes indígenas.

“Há mais outras raízes a que chamão cará grosso, e fino, mangarito, inhame,

tamantarama, etc. mais ou menos gostosos, que os naturaes do paiz comem com

carne, e a escravatura cozida (...)” (32)

No mesmo tempo que o mesmo autor sugere a expulsão de populações auto-

suficientes no vale do rio Mearim a fim de que se possa abrir uma nova fronteira na

produção de cana-de-açúcar, pois lá estariam às terras mais propícias a essa cultura. Istoé, não haveria para Gayoso lugar a esse tipo de gentio que caracterizaria uma camada

sócio-econômica livre e auto-suficiente.

“O único obstaculo que se presenta para esta lavoura não prosperar He a

immensidade de gentio que occupa as terras próprias para esta cultura.

 Afugente-se elle (...)” (33)

Na segunda parte do seu compendio, Gayoso apresenta uma avaliação da

situação do setor agro-exportador escravagista integrado ao mercado internacional após

a Abertura dos Portos, destacando como fatores principais a falta de terras e a

resistência do que classifica como gentil bravo, insistindo na região do Vale do rio

Mearim como a nova fronteira de expansão, o horroroso preço da escravatura e

equívocos na sua administração, o baixo preço do algodão e a cobrança do dízimo (34).

Não é tarefa aqui discutir a análise dos fatores apontados por Gayoso, mas pode-

se perceber que através da sua obra se evidencia que a introdução do sistema colonial

agro-exportador escravagista destruiu a auto-suficiência da economia que existia na ilha

de São Luis, Alcântara e região da bacia do rio Mearim, fazendo desaparecer aquela

camada socio-econômica de pessoas livres inclusive através da sua expulsão para

expansão da fronteira agrícola, incluindo-se uma política de extermínio dos indígenas

denominados gentio bravo (35).

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Annularware Banded, Cabled, Marbelized e Mocha

A declaração de independência do Brasil em 1822 marca o fim do consumo de

tigelinhas individuais de faiança portuguesa no Maranhão, sendo substituída pelas

tigelinhas individuais de louça inglesa em quatro tipos: Annularware Banded, Cabled,Marbelized e Mocha (36), com as mais variadas combinações de cores. O início do seu

consumo teria sido logo após a assinatura do acordo de Abertura dos Portos as Nações

Amigas (1808), quando então passa a se tornar presente na forma de fragmentos

arqueológicos nos horizontes históricos de São Luis do Maranhão (37).

Mas, teria sido esse tipo de louça inglesa substituta da faiança portuguesa por ser

mais barata e de melhor qualidade?

Provavelmente. Mas esse não seria o fator único, pois os fragmentos dessas

tigelinhas individuais de louça inglesa nunca são quantitativamente nemqualitativamente predominantes e desaparecem num espaço de cerca de 80 anos, não

sendo substituídas por outras. Fragmentos de pratos sem decoração se sobrepõem,

testemunhando a importação da postura britânica ante as refeições.

Nesse sentido, parece que o poder aquisitivo ao acesso a determinadas

vasilhas não era um fator unicamente determinante numa sociedade colonial de regime

absolutista que costumava expressar as suas diferenças através de privilégios.

Conclusões:

Antônia da Silva Mota e Natália Moreira de Lima Pereira estão corretas!

Os testamentos, inventários post mortem e correspondências oficiais pesquisadas

por elas mostram uma Capitania do Maranhão dominada por senhores de grandes

fortunas cercados por uma massa de escravos. Por causa disso, o desenvolvimento de

estudos arqueológicos sobre as pessoas livres que compunham uma camada sócio-

econômica base de uma sociedade auto-suficiente não encontrara espaço para registrar a

sua existência nesse tipo de fonte, mas somente alguns vestígios arqueológicos como os

fragmentos de tigelinhas individuais de faiança portuguesa, lamentações da fidalguia

que compunha a burocracia administrativa e militar, políticas impostas por essa última

contra o bem-estar daquela camada em benefício da introdução de um sistema colonial

escravista e agro-exportador, cujos objetivos se resumiam em legitimar a propriedade da

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riqueza daquela fidalguia e integrar os elementos dessa camada de pessoas livres ou

expulsá-la da fronteira econômica de produção de arroz e algodão.

Por outro lado, os limites entre mundo urbano e mundo rural nos séculos XVII e

XVIII, nas regiões da ilha de São Luis, Alcântara e Bacia do rio Tapecuru, ainda eram

muito tênues. Não existia uma sociedade de classes. Portanto, a existência dessa camadasócio-econômica de pessoas livres base de uma sociedade auto-suficiente evidenciada

através dos horizontes arqueológicos de São Luis do Maranhão tem muito mais a ver

com as concentrações de fragmentos de tigelinhas individuais de faiança portuguesa que

com a vida urbana naquela cidade.

Além disso, tratou-se aqui de vestígios arqueológicos provenientes de trabalhos

de campo arqueológicos esporádicos e muito variados, sendo que em somente dois

endereços foi possível se executar pesquisas arqueológicas mais precisas embora

limitadas: Rua Formosa nº 46 e Rua da Palma nº 375.Em suma, é absolutamente inaceitável negligenciar a preciosidade dos

horizontes arqueológicos de São Luis do Maranhão, assim como de Alcântara e outras

regiões no Estado do Maranhão, porque aqui se encontram um dos mais preservados

horizontes arqueológicos do período colonial brasileiro e a arqueologia tem sido a única

ciência suficientemente instrumentalizada para resgatar o passado de quem não aparece

nos documentos escritos.

Algumas das peças significativas do acervo da

Superintendência do IPHAN/MA (38) 

Tigelinhas individuais de faiança (1624-1750) – forma A

Beco da Pacotilha 194

Azul vinhoso interno/ branco externo

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14

Rua da Palma 375

Azul vinhoso interno/ branco externo

Beco da Pacotilha 194

Azul-vinhoso interno/ branco externo

Beco da Pacotilha 194

Azul vinhoso interno/ branco externo

Rua da Palma 375 - azul interno/ branco externo

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Rua da Estrela 329 - vinhoso interno/ branco externo

Rua da Palma 375- azul interno / branco externo

Beco da Pacotilha 194- vinhoso interno/ branco externo

Pratos de faiança (1750-1825) – forma B

Rua da Palma 375

Azul interno / branco externo

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16

Rua da Palma 375

Azul interno / branco externo

Beco da Pacotilha 194

Azul interno / branco externo

Rua da Palma 375

Azul interno / branco externo

Rua da Palma, 375

Azul interno / branco externo

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17

Rua da Palma 142

Azul-vinhoso interno / branco externo

Rua da Palma 375

Vinhoso-verde interno / branco externo

Beco da Pacotilha 194

Policromo interno / branco externo

Rua da Estrela 329

Policromo interno / branco externo

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Tigelinha individual de faiança e sopeira (1750-1825) – forma C

Rua da Palma 375

Tigelinha individual

Azul-verde interno / branco externo 

Rua da Palma 375 - sopeira

Azul interno e externo 

Xícaras de faiança (1750-1825) – forma D

Rua da Palma 375- branco interno / azul externo

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Rua da Estrela 329

Policromo interno e externo

Algumas peças de porcelana do acervo da Superintendência do IPHAN/MA

Borda/corpo/base interno – PorcelanaMing – Rua Palma 375 Azul externo – a mesma ao lado

Base interno – Porcelana MingRua Palma 375

Azul externo – a mesma ao lado

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Pires interno vermelho / branco externoPorcelana Ching - Rua formosa 46

Base azul interno/ branco externoPorcelana Cantão – Rua Palma 142

Prato azul interno/ branco externoPorcelana Cantão – Rua Palma 142

Base azul interno/ branco externoPorcelana Cantão – Rua Palma 142

Base azul-relevo interno/ branco externoPorcelana NanquimRua da Palma 142

Prato azul interno/ branco externoPorcelana Ching Blue and White – Rua

Palma 142

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Xícara - azul-dourado-relevo internoPorcelana Nanquim – Rua Palma 142

Mesmo fragmento ao lado - azul-douradorelevo externo

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1

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Projeto Revitalização do Centro Histórico de São Luis (01494.000287/2010-14), Rua da Estrela 82(01494.000281/2008-14), Rua da Estrela 309 (01494.000261/2009-11), Rua da Estrela 329(01494.000192/1999-43), Rua da Estrela 535 (01494.000174/2005-43), Rua Formosa 46(01494.000383/2009-11), Rua do Giz 235 (01494.000038/2007-15), Rua do Giz 312(01494.000164/2001-84), Rua Grande 782 (01494.000044/1997-94), Rua da Montanha Russa(01494.000066/2003-17), Rua da Palma 142 (01494.000470/2009-78), Rua da Palma 375(01494.000533/2008-13), Rua da Palma 376 (01494.000208/2006-81), Rua Vitorino Freire s/n MAVAM(01494.000537/2008-10).4 - FORD, J. A.. On the concept of types. In.: American Antiquity. 1947. FORD, J. A..  A quantitativemethod for deriving cultural chronology. Washington: Pan American Union, 1962. KRIEGER, A. D..Typological concept. In.: American Antiquity. V. IX. Nº 03. Jan. 1944; ROUSE, I. The classification of artifacts in archaeology. In.: American Antiquity. V. 25. nº 3, Jan. 1960. SPAULDING, A. C.. Statisticaltechniques for discovery of artifacts types. In.: American Antiquity, V. XVIII. Nº 4, Aprial 1953.STEWART, H.. Types of types. In.: American Antiquity, 1954.5

- Em MOTA, A. S., SILVA, K. R. e MANTOVANI, J. D.. 2001. Cripto maranhenses e seu legado.Editora Siciliano, São Paulo. e são eles: [[-1705-07-11-Catherina de Souza Mascarenhas-]], [[-1741-10-13-Gabriel da Costa Quental-]], [[-1752-07-27-Lourença de Távora-]], [[-1762-10-15-Margarida Correia-]], [[-1763-05-20-Estacia Correya de Lucena-]], [[-1765-04-26-Carlos Pereira-]], [[-1767-03-06-JozéBarboza de Albuquerque-]], [[-1768-05-18-Ignacia Barbosa de Albuquerque-]], [[-1768-09-04-ManoelPereira Taborda-]], [[-1768-10-05-Thereza de Jesuz-]], [[-1769-10-17-Manoel Francisco Marques-]], [[-1770-01-06-Jozê Bernardez Teyxeira-]], [[-1770-10-01-Miguel Ayres Maravilha-]], [[-1775-08-09-Gerarda Pereira de Abreu-]], [[-1776-05-18-Joze Alves de Carvalho-]], [[-1793-06-10-Ignacio Henriques-]], Francisca de Araújo (1765-04-26-C Pr) – Louça fina, José Rodrigues (1765-04-26-C PR), Maria(1775-08-09-G PA).6 - Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão colonial – correspondências deJoaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão-General do Maranhão 1771-1778. Edições SECMA,São Luis.7 - GAYOSO, R. J. S.. 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão – suas

producçoes, e progressos, que tem tido até o prezente, entraves que a vão deteriorando; E MEIOS Quetem lembrado para desvanece-los, em augmento da mesma lavoura, e sem prejuízo do real patrimônio;Consagrado à saudoza memoria DO MUITO ALTO, E MUITO PODEROZO SENHOR REY DEPORTUGAL, DOM JOSÈ PRIMEIRO, Verdadeiro creador da lavoura, e do commercio desta capitania,POR RAYMUNDO JOZÉ DE SOUZA GAYOSO. PARIZ, MDCCCXVIII. Ética, Imperatriz.8 - Ver mais adiante, capítulo Algumas Peças Significativas do Acervo da Superintendência doIPHAN/MA, uma amostragem ilustrativa dessa parte.9 - Para tanto, aplicou-se o método de reconstituição gráfica embasado em RIGOIR, Y. 1975. Lê dessintecnique in céramologie. Laboratorie d`études et de documentation de sigillées paléochrétiennes.LAMBESC.

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10 - Totais e percentuais

Forma/função Quantidade

Tigelinha forma A (1624-1750) 300

Tigelinha forma C (1750-1825) 108

Pires e prato forma B (1750-1825) 264

Xícara forma D (1750-1825) 82Total 754

Por sítio arqueológico: 754 fragmentos de bordas e bases associadas (30 fragmentos apresentamperfis completos e foram considerados como componentes da categoria Borda, para evitar ser emcontados duas vezes).

Endereço Borda Base TotalBeco Pacotilha 194 (BP194) 61 48 109Catedral Metropolitana (CM) 03 X 03

MAVAM – Av. Vitorino Freire s/n 04 01 05Muralha Forte São Luis (MFS) X 01 01Praça Iara Mãe D`água (PMD) X 01 01

Projeto REVITALIZAÇÃO (PR) 02 X 02Rua da Estrela 82 (RE82) 04 04 08

Rua da Estrela 309 (RE309) 01 01 02Rua da Estrela 329 (RE329) 56 26 82Rua da Estrela 535 (RE535) 04 02 06

Rua Formosa 46 (RF46) 26 12 38Rua Grande 782 (Rg782) 01 X 01Rua do Giz 235 (RG235) 35 11 46Rua do Giz 312 (RG312) 10 03 13Rua do Giz 380 (RG380) 02 02 04

Rua Montanha Russa (RMR) 27 20 47Rua da Palma 142 (RP142) 135 62 197Rua da Palma 375 (RP375) 132 52 184Rua da Palma 376 (RP376) 03 02 05

Total 506 248 754

11 - BRAUDEL, F. ET COLIN, A.. 1987. Histoire et sciences sociales: la longue durée. In.: Réseuax,Volume 5, nº 27. pp. 7-37.12 - FREYRE, G. 2005. Casa-grande & senzala. Global editora, São Paulo.13 - AZEVEDO, J. L.. 2009. O Marques de Pombal e a sua época: Bibliobazzar.14 - Em torno de 3 % de fragmentos em relação a faiança.15 - Historical Archaeology in Florida Museum of Natural History.http://www.flmnh.ufl.edu/histarch/gallery_types/type_index.16 - MOTA, A. S., SILVA, K. R. e MANTOVANI, J. D.. 2001. Cripto maranhenses e seu legado. EditoraSiciliano, São Paulo, p. 232-233.17 - LIMA, C.. 2006. História do Maranhão colônia. Instituto Geia, São Luis, MOTA, A. S.. 2004.Família e fortuna no Maranhão setecentista. In: COSTA, W. C.. História do Maranhão: novos estudos.EDUFMA, São Luis, p. 51-80. Estão entre esses historiadores também MEIRELLES, M. M. 2001.História do Maranhão. Editora Siciliano, São Paulo, MELO, F.. 2006. História do Maranhão. SãoLuis.VIVEIROS, J.. 1991. História do comércio do Maranhão (1612-1895). São Luis, v.1.18 - Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial, Correspondência deJoaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, São Luis. SECMA, p.84.19  - (01.04.1772)  Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 90.20 - (10.05.1771)“Também re[pa]r[a]que nesse anno passado ouve bastante [fl. 8v] arros na ribeira do Itapecuru, e ainda por algumas outras partes por onde choveo mais sedo; e sendo a colheita deste generonos fins de Mayo, the Julho, não hera possível se descascasse o arros daquella colheita a tempo que fosse

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na Frota que sahio daqui em Agosto, ou na Curvetta, que sahio em Setembro, tempos em que os Lavradores, acabando a colheita do Arros, entrão na do Algudão, factura de farinhas, e a fazerem novosrossados”“(...) Havendo no Armazém da Companhia 5444 alqueires de arros, e não eregido os Novos  Moinhos com a brevidade que eu pretendia, Ordeney pozitivamente aos Admenistradores mandassem fazer Moinhos de Pau à imitação dos de Belford para poder ser assim mayor a remessa do Arros, e doque ficasse quebrado podiâo suprir os Navios, e sustentar os Escravos da mesma Companhia (...)”“14.

Seguro a V. Ex.ª que tenho intimado, e hei de intimar a estes Lavradores o cuidado que devem ter embeneficiarem bem o arros, que desta dilligencia depende muito o elle sahir inteiro; ainda que nosPilloens não pode deyxar de se quebrar, e com o beneficio de se passar pelo crivo, He que pode hir inteiro, ficando câ o quebrado para gasto da terra; e devendo ser estes crivos, ou Sirandas de Arame, oque não hâ na terra, se remedeão com os de couro” Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009.Retratos do Maranhão Colonial, Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e CapitãoGeral do Maranhão 1771-78, São Luis. SECMA, p. 45-48.21 - (09.07.1770) “Não se pedem Sapatos por não servirem neste Clima, os que vem deste Reino, queapertão muito, e se destroem logo inteiramente. Também não se pedem as miudezas, que me consta Sua Majestade manda dar aos soldados desse Reino, por não serem aqui estilo (...)” (24.12.1770) “Quantoas Caixas Millitares para o Regimento dessa Guarnição: E os Officiaez de Ferrador, Celeiro, eCorrieyro, que não há, e de que indispensavelmente se preciza nessa Praça, espero de os poder remetter com a possivel brevidade.” (...) “O Mapa nº 2 comtem unicamente o que He precizo para este Regimento, e ainda que hâ poocos annos vierão trezentas armas, para fornecimento delle, seguro a V.

Ex.ª que ellas são tam incapazes que poucas podem servir: Em huma palavra direy a V. Ex.ª que muitazdellas tem a dous ouvidos, e dous pontos, e que são differentes adarmes, que em occazião de ser precizousar Ballas, remedeava esta falta municiando os Soldados das ditaz Ballas, para cada hum as ajustar asua arma.”  (...)“Debayxo do nº6 vay o Mapa de três Companhias Soltas, sendo duas de Cavallaria, ehuma de Infantaria, que todas tem 352 Praças, [que] são os moradores brancos de que se compõem todaesta Capitania, [di]go que todas tem 352 Praças, que com três Terços, fazem o compto [de 3]19[4]Praças que são os moradores brancos de que se compõem toda esta [fl.4v] Capitania. Emtre estes sãomuitos mulatos, mamalucos, e índios que estão estabelecidos, e se tratam como brancos, cuja devizão deClasses se faria odiosa e não haveria numero que podesse formar corpo.” “(...) E direy a V. Exª. que metem agradado muito o saber, que estes moradores estão com muita coriozidade por suas cazasaprendendo o manejo com os Soldados pagos, e que todos se tem fardado, que nem ainda o mais pobredeyxará de apparecer nesta mostra com seu Uniforme, inda que o de muitos não será completo por nãoterem botões, e outras couzas precisas para elles, pelas não haver absolutamente na Terra.” (...)“Quantoaos armamentos direy a V. Ex.ª que são indignos; pois ainda que alguns destes moradores tem as suas

armas [fl. 5] muito boas, os mais delles as tem muito màs, porque huns trazem Arcabuzes, outr[a]sarmas arrebentadas, e alguns sem feichos, e também bastantes vem totalmente sem Ella, e o peyor hê quedeste deffeito os não posso fazer melhorar, por não as haver na terra, e na cavallaria He raro, o que temPistollas, esperando todos pelos armamentos que Sua Magestade nas reaes Ordens que expedio para aerecção destes Terços declarou, havia mandar para elles;(...) Arquivo Público do Estado do Maranhão.2009. Retratos do Maranhão Colonial, Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador eCapitão Geral do Maranhão 1771-78, São Luis. SECMA, p. 36 a 39, 59.22 - (24.12.1770) “(...) E asseguro a V. Ex.ª, que nesta Volta que fiz por esta Capitania so na Villa deGuimarães achey numero de Índios a que podesse mandar fazer exercício; e isto com as armas dosmoradores brancos, por ser raro o que tem a própria, ou possibilidade de comprar.” Arquivo Público doEstado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial, Correspondência de Joaquim de Mello ePovoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, São Luis. SECMA, p. 39.23 - (10.05.1771)  Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, São

Luis. SECMA, p. 48.24 - (24.12.1770) Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 38.25 - (21.08.1771) Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 67.26 - (01.04.1772) Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 92.

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27 - Em todos os endereços, a quantidade de fragmentos de ossos bovinos chega à média de 60%. Egeralmente apresentam vestígios de corte, possivelmente à extração de tutano. Na Rua da MontanhaRussa (01494.000066/2003-17) foi encontrado um conjunto completo de fragmentos do processo deconfecção de botões, dos negativos e descartes a protótipos e, inclusive, fragmentos das ferramentas:lima, buril e formão.28 - (22.12.1774) Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,

Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 300.29 - (03.03.1777) Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 265.30 - GAYOSO, R. J. S., 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Ética,Imperatriz, p. 7-9.31 - GAYOSO, R. J. S., 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Ética,Imperatriz, p. 101. Com relação ao milho, a mamona, o jerzelim, o café, a macacheira, o guandu e ofeijão: p. 109-113 e 118. Com relação à mandioca e seus derivados, goma, tapioca e farinha: “Há variasqualidades de mandioca. As chamadas mocuruna e paroava são as melhores, e as que mais aturão naterra. (...) A jabotim tem quasi as mesmas propriedades, porem d’aquelle chamado Babú, se faz huma farinha muito alva; (...) A producção deste genero não he pequena, porem quazi toda se consome com aescravatura, e no paiz, e pouca se exporta.” P. 112.32

- GAYOSO, R. J. S., 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Ética,Imperatriz, p. 118.33 - GAYOSO, R. J. S., 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Ética,Imperatriz, p. 116-17.34 - GAYOSO, R. J. S., 2008. Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão. Ética,Imperatriz, p. 133.35  - O Governador Mello e Povoas já afirmava sobre a situação de índios contatados na sua época.(28.07.1775) “(...) e não podendo a mizeria destes Índios suportar este impate, Eu lhe tenho feito asestir ao menos com farinha para Comer, velendome[sic] das rossas das outras Povoações a quem se estàdevendo.” Arquivo Público do Estado do Maranhão. 2009. Retratos do Maranhão Colonial,Correspondência de Joaquim de Mello e Povoas, Governador e Capitão Geral do Maranhão 1771-78, SãoLuis. SECMA, p. 199.36- Historical Archaeology at Florida Museum of Natural History.http://www.flmnh.ufl.edu/histarch/gallery_types/type_index.37

- A sua associação as tigelinhas individuais de faiança portuguesa, objeto desse artigo, é tão estreita,que permitiu datar relativamente de forma muito precisa o contexto dos horizontes arqueológicos (0,45-1,10 m) do pátio interno do sobrado a Rua da Palma 375, como segunda metade do século XVIII, maisprecisamente entre 1750 e 1790. Isto porque não existe um só fragmento desse tipo de louça inglesaconstituinte daqueles horizontes arqueológicos em alto estado de preservação.38 - Foram selecionados alguns dos fragmentos que possuem perfil com borda, corpo e base assim comosuperfícies interna e externa que pudessem apresentar uma unidade significativa. As datações relativasacerca das amostragens em faiança aqui estudadas seguem as orientações do Dr. Marcos Antônio Gomesde Mattos de Albuquerque (UFPE), através dos seus inúmeros trabalhos além dos citados na bibliografiadessa publicação.