apresentação morfossintaxe cópia

35
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESIDENTE KENNEDY IFESP CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA SEMINÁRIO DE MORFOSSINTAXE I PROFESSORA: Aparecida

Upload: celia-tavares

Post on 23-Jun-2015

2.156 views

Category:

Education


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apresentação morfossintaxe   cópia

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PRESIDENTE

KENNEDY – IFESP CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE

EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS –

HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

SEMINÁRIO DE MORFOSSINTAXE I

PROFESSORA: Aparecida

Page 2: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

APRESENTAÇÃO:

• GECIANE: Derivação Nominal; tipos de derivação.

• JOVANIR: Derivação Prefixal; Derivação Progressiva.

• MICARLA: Derivação Infixal.

• MARIA: Derivação por sufixo zero.

• NEIRLY: Derivação Verbal; prefixação e sufixação.

• EDSON: Infixação; Derivação por sufixo zero.

• CÉLIA: Parassíntese.

Page 3: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

DERIVAÇÃO NOMINAL – (GECIANE)

É o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já

existentes na língua portuguesa. as palavras novas são denominadas derivadas

e as que lhes dão origem, primitivas.

Page 4: Apresentação morfossintaxe   cópia

As palavras são formadas por pequenas partes (morfemas). Podemos

criar palavras a partir do elemento que contém o significado básico da

palavra. Baseando-se em palavras já existentes na língua, podemos criar

palavras novas. No sentido literal do título em questão, constatamos que

se trata da formação de algo a partir de uma base já existente.

Constatação esta que se encontra intrinsecamente relacionada ao

processo de formação de palavras das quais utilizamos para formar nosso

léxico. Partindo-se dessa premissa, há que se mencionar que na Língua

Portuguesa há dois processos básicos de formação de palavras: a

derivação e a composição. A derivação, alvo principal de nossos estudos,

consiste na formação de novas palavras a partir de uma palavra primitiva,

ora materializada por meio de afixos. Desta feita, tomemos como ponto de

partida a palavra “terra”, assim evidenciada:

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 5: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

“A língua não é estática e possui

mecanismos próprios que criam palavras

novas para expressar novas ideias’’.

Mesquita (2002)

As formas primitivas se constituem apenas

de núcleos ou semantemas seguidos ou

não de morfes flexionais.

E X: JARDIM

As formas secundárias acrescentam-se

outros elementos, o sufixo [eiro] sendo

assim uma forma secundária.

EX: JARDINEIRO

Page 6: Apresentação morfossintaxe   cópia

SUFIXOS DERIVACIONAIS

Funcionam como elementos que emprestam significados acessórios ao

semantema vocabular ou servem para mudar a palavra de uma classe ou

função gramatical para outra.

EX: Pedra (nome)- Pedreiro (nome)

EX: Matar (verbo)- Mata [dor] (nome)

EX: Cheiro (subst)-Cheiroso (adjetivo)

As formas derivadas são arrizotônicas (O acento se desloca da base para o

sufixo).

EX: Ouro+[ama]= Ourama

EX: Lindo+[eza]= Lindeza

EX: Alegre+ [ia] = Alegria

Exceções: Persa+[ico]=Pérsico

Globo+[ulo]=Glóbulo

Ferro+[eo]=Férreo

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 7: Apresentação morfossintaxe   cópia

Quando ocorre a adjunção de qualquer sufixo iniciado por vogal acarreta a

elisão ou crase da vogal temática da base:

EX: Frio + [ura]=Frioúra-Friúra

EX:Via+[ário]=Viaário-­­ Viário

EX:Dia+[urno]=Diaurno-Diurno

A derivação em Português tem caráter concatenante e a observância a um

processo cíclico. EX:Sentimentalismo

4[ 3[ 2[ 1[Senti(r)]vment(o)]nal]Aismo]N

Sentir+ [mento] + [al]+[ismo]

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 8: Apresentação morfossintaxe   cópia

TIPOS DE DERIVAÇÃO

A complexidade estrutural das palavras exige que o processo

de derivação se apresente em várias modalidades.

a)acrescentando-se prefixo(s)-justo---injusto

b)acrescentando-se sufixo(s)-porta---porteiro

c)introduzindo-se um infixo-picar---pinicar

d)mudando-se o tema-voar---vôo

e)mudando-se a classe gramatical-viver---o viver

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 9: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Derivação prefixal – (JOVANIR)

Gramáticos, quando se distinguem as diversas modalidades de

derivação enfrentam um sério problema: Saber se as palavras

formadas por prefixação são derivadas ou compostas.

60% dos autores são da opinião que a prefixação inclui no

mecanismo da derivação.

Há, porém, gramaticais e linguísticas que inclui os prefixos no

processo da composição.

Alguns dos prefixos morfes que hoje são verdadeiras raízes

como, por exemplo: Extra e Contra. Por isso entram na

composição de compostos.

Page 10: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Derivação Progressiva

Quando há acréscimo no sufixo. As gramáticas

costumam usar a expressão derivação

progressiva.

Há expressão também sugere a derivação

regressiva em vez do acréscimo do sufixo ocorre à

perda de elementos.

Exemplo:

Grande – grandioso

Grandioso – grandiosíssimo.

Page 11: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

DERIVAÇÃO INFIXAL - (MICARLA)

Embora em geral se diga não existir infixação na língua portuguesa, cremos

haver demonstrado em Monteiro (1999) a ocorrência de vocábulos derivados

mediante a adjunção de morfes que apresentam todas as características dos

infixos. Um dos casos bem curiosos é o da inserção do morfe [inh] em

vocábulos masculinos de tema em /a. Cinem-inh-a, samb-inh-a.

Mas há outros casos que merecem reflexão. Assim, na formação dos

hipocorísticos, a mesma regra de infixação ocorre quando o prenome ou

sobrenome, embora se referindo ao sexo masculino, termina por/a:

o Batista o Batistinha etc...

É verdade que ao fim de muitos hipocorísticos aparece a mesma vogal,

independente de como finda o prenome, conforme se constata em Zeca ou

Zequinha (de José), Pedroca (de Pedro). Mas, quando ela já existe no nome

próprio, não há como negar a sua retomada após a inserção do morfe no

diminutivo. Assim, é de fato que alguns dos sufixos que expressam a ideia de

pequenez (por exemplo, (eto em livreto ou caderneta) servem igualmente para

indicar depreciação, procedência ou origem). E aí também se tornam infixos,

se a palavra primitiva termina em /a.

Page 12: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Além dessas situações, os infixos formam hipocorísticos quando a base

termina por /s.

Eis alguns dos muitos exemplos:

Carl...os - Carl-inh-os, Carl-it-os

Marc...os - Marqu-inh- os

Domining...os - Domingu-inh-os

O prenome aqui é realmente bipartido para a inseção do morfe: a

terminação do hipocorístico é a mesma do prenome. Essa retomada

não vale para os nomes comuns terminados em /s. Assim, um

substantivo como adeus faz o diminutivo mediante ao o acréscimo do

sufixo (inho): adeusinho.

Page 13: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

DERIVAÇÃO POR SUFIXAÇÃO ZERO OU IMPRÓRIA –(MARIA)

Ocorre quando há mudança de sentido e de classe gramatical.

Ex. Só compramos coisas baratas na feira.

adjetivo

Cara, a festa estava um tremendo barato.

substantivo

Page 14: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 15: Apresentação morfossintaxe   cópia

Colado o couro aos pés, o olhar atento

adjetivo substantivo

(...) Ele se lança mais rápido que o próprio pensamento

advérbio

Derivação por sufixação zero ou regressiva

Ocorre quando a terminação do verbo é substituída pelas

desinências a, e ou o dando origem a um substantivo.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 16: Apresentação morfossintaxe   cópia

POUSO DA BOIADA Pouso de boiadas... -A espaço. Nas dobras, Nas voltas, No retorcido das estradas. Pouso das boiadas. À s´tância Das marchas calculadas. Porteira a cadeado. Xiringa de coragem.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 17: Apresentação morfossintaxe   cópia

O gado cansado Recanteado, esmorecida, espera. Um mar de reboliços misturados, De ancas, de patas, de dorso e de chifres, Vai entrando engarrafado Na xiringa da contagem. Janta, café. Golada... Descanso nas redes, Nos pelegos, pelo chão Morre o fogo do cozinheiro. Conversa à toa, rede a rede. Lume de cigarro Faisca de isqueiro, longe retardado, Buzina um caminhão ( Cora Coralina)

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 18: Apresentação morfossintaxe   cópia

Pouso de boiadas verbo: pousar/ pouso: substantivo

Janta. Café. Golada Jantar: verbo/ janta:substantivo

Conversa à toa Conversar: verbo/ conversa: substantivo

Na voltas Voltar: verbo/ Voltas: substantivo

Descanso nas redes descansar: verbo/ descanso substantivo

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 19: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

DERIVAÇÃO VERBAL – (NEIRLY)

Quando a palavra nova, no caso um verbo, for obtida pelo acréscimo de afixos

ao radical.

É em essência o mesmo da derivação nominal.

Constitui-se dos seguintes mecanismos:

Prefixação

Processo, onde ocorre o acréscimo de prefixo à palavra primitiva.

Há prefixos que preferencialmente costumam anexar-se a bases verbais e

formam novos verbos. Tal o caso de [re] e [des].

Ex: fazer desfazer

ligar religar

Exceção- deságio e desamor.

Page 20: Apresentação morfossintaxe   cópia

Costuma-se pensar que o morfe [re] é próprio da formação de

verbos. E, sendo assim, para um nome como repescagem,

deve-se propor a análise.

[[re[pesc(ar)v]vagem]N

Ou seja, do verbo pescar se formou repescar por prefixação e

daí, por sufixação, o substantivo repescagem. Em muitos

casos, os prefixos são acrescentados a bases verbais que não

se realizam por dificuldades de conceptualização, como no caso

de [des] em descascar, desbundar, descabelar e desmatar,

pois em referencia a que atos ou fenômenos se poderiam

empregar cascar e cabelar.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 21: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Quanto ao prefixo [re], Ortega (1990) entende que ele só pode ser

acrescentado a verbos que possam implicar uma mudança em seu

objeto, como reconstruir (uma casa) ou remodelar (um escritório), o

que não pode acontecer em “reestar” e “remorrer”, por exemplo.

Sufixação

Processo, onde ha o acréscimo de sufixo a palavra primitiva.

Os sufixos verbais são pouquíssimos, se comparados aos nominais,

mas alguns se destacam pela elevada produtividade.

As noções aspectuais mais comuns presentes nos sufixos verbais

são:

a) aspecto incoativo- traduz-se o inicio da ação, estado ou

fenômeno mediante o sufixo [ec(er)]~[esc(er)].

Ex. escuro escurecer

flor florescer

Page 22: Apresentação morfossintaxe   cópia

b) aspecto causativo- o sentido de produzir uma ação ou de

transformar uma situação é bem percebido através dos morfes

[iz(ar)], [it(ar)] e [ent(ar)].

Ex. legal legalizar

fácil facilitar

fuga afugentar

c) aspecto diminutivo- os sufixos que expressam essa noção em

geral são [ic(ar)], [isc(ar)], [inh(ar)] e [it(ar)]

Ex. beber bebericar

cuspir cuspinhar

lamber lambiscar

dormir dormitar

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 23: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

d) aspecto frequentativo- a ideia de ação repetida esta presente,

sobretudo em [ej(ar)], [uc(ar)], [e(ar)] e [ilh(ar)].

Ex. claro clarear

voo voejar

bater batucar

dedo dedilhar

Obs.1 Modernamente só se produzem verbos de primeira conjugação.

Por outro lado é notável a formação de neologismos.

I- Adjetivo + [iz(ar)]

ideal idealizar

suave suavizar

II- substantivo + [iz(ar)]

Canal canalizar

Horror horrorizar

Page 24: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Obs2. Não é licito produzir neologismos sem conhecer bem as regras

de derivação.

O adjetivo ridículo mais o sufixo [iz(ar)] daria normalmente ridiculizar.

Todavia, o verbo que se usa hoje é ridicularizar.

Neologismos como internalizar e externalizar não são bem

formados, uma vez que se associam a internal e external. Os verbos

deveriam ser internizar e externizar, seguindo o modelo de

eternizar.

Hoje se fala até em minimalizar em vez de minimizar.

Há os casos em que os verbos se formam de nomes compostos,

passando-se do processo de composição para o da derivação.

Ex. [[dem(o)] [crat] iz (ar)]].

Page 25: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Infixação – (EDSON)

Os infixos que operam no processo de derivação verbal são de

caráter diminutivo ou frequentativo e, assim como os sufixos que

expressam essa mesmas noções, têm a peculiaridade de não

mudar a classe gramatical do vocábulo. Registramos três morfes

infixados na formação de verbos em português: [in], [ic] e [it].

Exemplos:

Picar pinicar

Adoçar adocicar

Saltar saltitar

Se pinicar deriva de picar, como de fato deriva, o segmento [in] só

pode ser um infixo. Igualmente, se entendermos que adocicar vem

de adoçar, e não de doce. De doce deriva-se por parassíntese

adoçar e daí se forma adocicar, em que o segmento [ic]

acrescenta a noção diminutiva. Se adocicar, tem todas as

características de um derivado por infixação.

Page 26: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Resta esclarecer que a infixação não ocorre quando o verbo deriva

de um nome. Observando pares do tipo florar / florear ou voltar /

voltear, há o risco de se pensar que haja a inserção do morfe [e] de

modo semelhante ao que vimos em saltar saltitar.

Derivação por Sufixo Zero

Outra modalidade altamente produtiva dentro do mecanismo da

derivação verbal é a suposição do sufixo zero. A terminação [ar],

constituída de vogal temática e desinência, se aplica a bases

nominais ou a radicais presos. Em relação a coroar, existe a forma

primitiva coroa. Todavia, louvar e amar não derivam de louvor e

amor, devendo-se entender que nesse caso as bases não se

realizam como formas livres.

Há quem entenda que, em exemplos como esses, nem o verbo

deriva do nome nem o nome deriva do verbo.

Page 27: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Para os verbos florar e florir não encontrará qualquer segmento

fônico que possa ser considerado sufixo. Ora, como estas são de

fato formas derivadas de flor, devem trazer a marca da derivação.

Em razão disso, a melhor técnica é pressupor a existência de um

morfe zero e aplicar a comutação:

Page 28: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Parassíntese –(CÉLIA)

Comumente entendida como a adjunção simultânea de um prefixo e um

sufixo a uma base, produzindo-se com isso um derivado verbal. Pode ser interpretada como a aplicação de um morfe descontínuo ou

circunfixo. Ou seja, um segmento que se inicia antes da base e é

interrompido para ser retomado depois dela. Assim:

O segmento após a base pode não realizar-se fonicamente,, como nos

exemplos abaixo:

Page 29: Apresentação morfossintaxe   cópia

Devemos, pois, ter em mente as seguintes características dos

parassintéticos, com o fim de evitar análises incorretas:

a) Não basta que o vocábulo tenha prefixo e sufixo. É necessário

que ambos os elementos constituam um morfe único, como

partes de um segmento que são aplicadas concomitamente

antes e depois do radical. Na palavra recapeamento, o

prefixo [re] e os sufixos [e (ar)] e [mento] não foram

colocados ao mesmo tempo. De capa formou-se o verbo

capear; daí recapear e, em seguida, recapeamento. Assim:

[[recap(a)]ea(r)]]mento]. Logo, não se trata de parassintético.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 30: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

b) Em geral, a primeira parte do morfe descontínuo que ocorre nos

parassintéticos, embora pareça um prefixo, não apresenta qualquer

significado. O [a] inicial do verbo amortizar ou o [en] de enfraquecer

nada significam. Diferentemente, o prefixo [in] de infelicidade ou o [a]

de amoral trazem ideia de negação ou privação.

c) Retirando-se a parte inicial de um parassintético, quase sempre não

restará uma palavra inteira. Isolando-se o [a] de amanhecer, sobra

*manhecer, o que não acontece com reflorescimento em que,

separando-se o [re], ainda se tem florescimento.

Mais exemplos de verbos formados pela parassíntese:

Page 31: Apresentação morfossintaxe   cópia

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Conceitos de alguns estudiosos, referentes a derivação

parassintética:

A parassíntese é particularmente produtiva nos verbos, e a

principal função dos prefixos vernáculos a- e- em- (en-) é a de

participar desse tipo especial de derivação: a-doç- ar/ en-tard-ecer,

a-munhec-ar/ em-velh-ecer. (CUNHA, p. 119).

Damos o nome de derivação parassintética ao processo de

formação de palavras que consiste na adição simultânea de prefixo e

sufixo a uma base para a formação de uma palavra. (BASÍLIO, p.

43).

Basílio afirma que, tradicionalmente, o reconhecimento se faz pela

possibilidade ou não de se extrair um dos afixos da construção e ter

como resultado uma palavra da língua. Havendo a possibilidade, a

construção não seria considerada parassintética.

Page 32: Apresentação morfossintaxe   cópia

A parassíntese, denominação que a Nomenclatura Gramatical

Brasileira (NGB) aboliu, embora o fenômeno exista e persista: é a

derivação simultaneamente prefixal e sufixal. Prefixo e sufixo

teriam certa semelhança com significantes descontínuos, que se

articulam a uma base em um mesmo momento. (CARONE, p. 41).

A profª Flávia de Barros Carone considera que há na parassíntese

um problema não resolvido, pois seria necessário estabelecer

duas subcategorias: os parassintéticos que se formam com prefixo

e sufixo (enternecer, esclarecer, amanhecer) e os que se formam

apenas com prefixo e desinências verbais (engavetar, esburacar,

aclarar).

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 33: Apresentação morfossintaxe   cópia

Uma breve apreciação do estudo realizado

Gramáticos e linguistas dizem que a derivação se faz por meio da

anexação de afixos a uma palavra primitiva. Esse processo se divide, em

prefixal e sufixal.

A gramática escolar, no que diz respeito ao ensino da derivação, ainda

encontra-se ligada a aspectos estruturais, os quais trazem pouca

significação para o aprendizado.

O importante na derivação é mostrar ao aluno a alteração semântica

produzida pelo afixo.

O vínculo do ensino deste conteúdo, que se propõe a estabelecer com a

vida diária do aluno, é exclusivamente para a aquisição dos

conhecimentos necessários à compreensão dos processos de forma

efetiva.

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 34: Apresentação morfossintaxe   cópia

BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. São Paulo : Ática, 2000.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37aed. rev. e

ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.

CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 6a ed. São Paulo: Ática,

1997.

CUNHA, Celso Ferreira da. Gramática da Língua Portuguesa.

11aed. Rio de Janeiro : FAE, 1986. MONTEIRO,J.L.Morfologia

Portuguesa.4.ed.São Paulo:Pontes,2002,p.149-157.

MESQUITA,R.M.Gramática da língua portuguesa.8ed.São

Paulo:Saraiva,2002.

PASCHOALIN,M.A.Gramática: teoria e exercícios/Paschoalin &

Spadoto.-Ed.renovada.-São Paulo:FTD,2008.

TERRA, Ernani. Gramática, literatura & redação para o ensino

médio/ Ernani & Nicola. – São Paulo Scipione, 1997.

Site:www.brasilescola.com/gramaticaderivação.htm.

REFERÊNCIAS

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL

Page 35: Apresentação morfossintaxe   cópia

COMPONENTES

CÉLIA MARIA DE OLIVEIRA TAVARES

GECIANE CARLA

MARIA NEIRLY

JOVANIR

MARIA NASCIMENTO

FRANCISCA MICARLA

EDSON EUGÊNIO

2ª LICENCIATURA – LETRAS – TURMA 06

FORMAÇÃO DE PALAVRAS NO PORTUGUÊS

DERIVAÇÃO NOMINAL E DERIVAÇÃO VERBAL