apostila - financas familiares
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FINANÇAS FAMILIARES
FINANÇAS FAMILIARES
FINANÇAS FAMILIARES
Índice INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 1
POUPANÇA E INVESTIMENTO ............................................................................................ 3
O PLANO FINANCEIRO...................................................................................................... 6
LUZES E SOMBRAS SOBRE RENDA E RIQUEZA...................................................................... 9
APLICAÇÃO PRÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS FAMILIARES................................12
RECURSOS FINANCEIROS VITAIS PARA UMA FAMÍLIA .........................................................13
DISCUSSÃO SOBRE O PROBLEMA FINANCEIRO FAMILIAR....................................................16
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.................................................................................16
COMENTÁRIOS SOBRE CONSUMO E CONSUMISMO..............................................................17
O CONSUMISMO ..............................................................................................................17 PREJUÍZOS ECONÔMICOS DIRETOS. ......................................................................................17 PREJUÍZOS ÉTICOS...........................................................................................................17 PREJUÍZOS FAMILIARES......................................................................................................17 PREJUÍZOS AMBIENTAIS......................................................................................................18 PREJUÍZOS ECONÔMICOS INDIRETOS. ....................................................................................18
INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO.....................................................................................19
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM........................................................................................21
METODOLOGIA PARA ENXUGAR E CONTROLAR GASTOS.......................................................22
O DIAGNÓSTICO............................................................................................................23 RECEITAS ......................................................................................................................23 DESPESAS ......................................................................................................................23 TESTE.........................................................................................................................25 O PLANEJAMENTO..........................................................................................................26 ENXUGAR OU ELIMINAR?..................................................................................................29 EXECUÇÃO ...................................................................................................................30 EM CASA......................................................................................................................32 VIAGENS......................................................................................................................33 SUPERMERCADO ............................................................................................................33 BANCOS.......................................................................................................................34 CARRO.........................................................................................................................35 OUTRAS DICAS..............................................................................................................35 METODOLOGIA PARA ELIMINAR DÍVIDAS .............................................................................37 CLASSIFICAÇÃO DAS DÍVIDAS PELO GRAU DE GRAVIDADE .......................................................39 SEGUNDA FASE: O PLANEJAMENTO.......................................................................................42 TERCEIRA FASE: EXECUÇÃO ...............................................................................................44
FINANÇAS FAMILIARES
FORMAÇÃO DE CRITÉRIOS PARA INVESTIMENTOS..............................................................46
COMO TORNAR-SE UM INVESTIDOR PESSOAL DE SUCESSO ............................................................46 CONHEÇA SEU PERFIL DE INVESTIDOR PESSOAL E SEU ATUAL MOMENT O DE VIDA....................................47 CONHECER O MERCADO .....................................................................................................48 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS AO INVESTIR ..........................................................................49 FUNDOS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS................................................................................50 CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DOS FUNDOS ....................................................................................52 OPÇÕES DE INVESTIMENTOS PARA O PEQUENO E MÉDIO INVESTIDOR.................................................52 OPÇÕES MODERADAS........................................................................................................55 OPÇÕES MODERADAS PARA AGRESSIVAS..................................................................................56 OPÇÕES AGRESSIVAS ........................................................................................................57 PRIMEIRA FASE DO PLANEJAMENTO - DIAGNÓSTICO ...................................................................58 LISTAGEM PARA AUTO-ANÁLISE FAMILIAR VISANDO O PLANEJAMENTO DAS APLICAÇÕES ............................59 SEGUNDA FASE - PLANEJAMENTO........................................................................................63 TERCEIRA FASE – EXECUÇÃO..............................................................................................65 AUTO-AVALIAÇÃO .........................................................................................................66 CONCLUSÃO : .................................................................................................................68 ANEXOS: .......................................................................................................................69
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FINANÇAS FAMILIARES
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS FAMILIARES
INTRODUÇÃO
O dinheiro é necessário para nos sustentar individualme nte, se vivermos sozinhos, ou para
satisfazer às necessidades da família, no caso de termos uma.
Precisamos de dinheiro para muitas coisas, pelo menos para nos alimentar, ter um teto,
roupas, condução, assistência médica, etc.
O que hoje se observa na sociedade é um desconhecimento quase absoluto acerca do
planejamento do orçamento familiar, e isso independe – geralmente – da classe social envolvida. Por
pequeno que seja esse orçamento, ele precisa definir prioridades. O fato interessante é que muitas
vezes estas prioridades são efetivamente definidas, mas não pelas pessoas e sim pelo sistema
econômico que acaba “planejando”nosso orçamento, ancorado em publicidade maciça. Como
consequência, via de regra, tomamos grandes prejuízos, que nos levam a afundar em pesadas dívidas.
É fácil comprovar em muitos lares de poucos recursos o fato de que a prioridade não é a
alimentação e sim certos eletrodomésticos de moda (TV a cabo, videocassete, etc).
Já na classe média o “planejamento” realizado pelo poder econômico, aliado aos grandes
meios de comunicação, levam-nos a acreditar que, se não compramos os novos produtos X, Y e Z,
geralmente supérfluos ou desnecessários, somos seres de outro planeta, aos quais os vizinhos não se
dignarão cumprimentar.
v As mensalidades da escola de nossos filhos atrasam, assim como outras
necessidades prioritárias. Entretanto, o sistema oferece numerosos meios que
ajudam a tampar – temporariamente – o buraco. Mas por quanto tempo? E a que
custo? O custo pode chegar a 11% ao mês, o que representa, aproximadamente,
250% ao ano.
Será que necessariamente falta o dinheiro de forma sistemática ou em grande parte ele é
despejado no ralo dos produtos supérfluos, desnecessários e caros, que somos obrigados a comprar
porque estão na moda, o vizinho tem e o colega também?
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Não seria muito mais inteligente planejar a nossa vida financeira e não ficar na mão do
poder econômico que só quer vender mais coisas (não importa quais, nem para quê)?
Mas, e nós?
Vamos continuar alimentando o sistema, um dragão que nos engole e nos massacra? Não
seria melhor recuperar ainda que seja parcialmente a nossa autonomia como seres humanos e
ESCOLHER O QUE REALMENTE QUEREMOS? Isso envolve uma definição dos objetivos familiares e
depois efetuar em cada caso um diagnóstico, um planejamento e a execução do planejado.
v Para concluir o que já foi falado acerca de pressão do sistema para nos obrigar a
comprar qualquer coisa que ele produza, é interessante reproduzir aqui uma frase
do general Eisenhower, quando era Presidente dos Estados Unidos, quarenta
anos atrás, época na qual a sociedade de consumo começava a surgir:
“Gostaria de dizer aos fabricantes, cujo nomes não darei, que produzam o que
realmente necessitamos e não aquilo que eles acham que nós precisamos”.
v Anos depois, Louis Lundborgh, ex-Presidente do Conselho Diretivo do famoso
Bank of America, afirmou: “Os negócios (como estão sendo feitos), estão
arruinando a América, destruindo os recursos naturais, poluindo o ar e água. E para
quê? Para produzir lixo, coisas que não precisamos e que serão jogadas fora, para
manter a economia funcionando”.
Porém, na década de 70, apesar de seu nefasto “curriculum”, a sociedade de consumo
entrou a campo aberto no Brasil, alavancada pelo “milagre” econômico, e hoje nos invade
completamente.
Ø Você sabia que a classe média brasileira consome cinco vezes mais mercadorias
do que 30 anos atrás? E não consome mais porque o bolso não resiste.
Ø Você sabia que pelo menos a metade dos produtos que a classe média possui não
são realmente necessários para seu bem-estar, nem têm valor agregado à sua
qualidade de vida?
Ø Você sabia que uma alta proporção da classe média gasta entre 20% e 30% de
sua receita em pagamento de juros?
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Esses dados, oriundos de pesquisas muito sérias, levam-nos a refletir sobre um ponto
específico:
Chegou o momento em que a classe média deve reagir a esta pressão do poder econômico
e da mídia, e encampar a idéia básica de que necessita planejar o seu orçamento familiar, fugindo o
máximo possível dos cantos de sereia (cartões, cheques especiais, crediários, empréstimos), que
cada vez nos submergem mais nas dívidas e no desespero.
POUPANÇA E INVESTIMENTO
Podem existir causas especiais (herança, mega sena, prosperidade súbita com um certo
negócio, etc.) mas via de regra a forma normal de poder alcançar segurança financeira é através da
poupança, para depois investi- la durante um certo tempo, preferivelmente longo.
A prática de poupar substituindo a desorganização e até o esbanjamento no orçamento
familiar, assegura às pessoas, a obtenção de segurança financeira, capaz de satisfazer necessidades
prioritárias que têm um alto valor agregado a nossa qualidade de vida, tais como: aposentadoria
digna, casa própria, educação universitária para filhos, etc.
É interessante sublinhar que esse ciclo de poupança e investimento, independentemente
de favorecer à família que age nessa direção, também é importante para o país como um todo,
através da aplicação daqueles recursos no crescimento produtivo, gerando novos empregos e
finalmente fortalecendo a economia nacional, atualmente tão combalida.
Obviamente, precisamos ganhar dinheiro mas a partir daí, e em lugar de gastar sem
controle, precisa-se de:
A. Não gastar tudo o que ganhamos e ainda utilizar cartão de crédito, cheque
especial ou até empréstimos a agiotas, mas reservar uma certa quantia mensal
(poupança).
B. A partir da poupança feita, imediatamente investi-la, de modo a obter
rendimentos dela.
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O Guia de Orientação e Defesa do Investidor, publicado pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), contrasta duas formas de pensar. A primeira, é a forma de pensar prevalecente e
que tem levado muitas pessoas a dívidas assustadoramente crescentes, com toda a sequela de
sofrimento e desestruturação familiar que isso envolve. Por exemplo:
v “Tenho muito tempo para pensar nisso depois”.
v “Não sei como poupar ou investir”.
v “Quero é viver o momento; o futuro, quando chegar, verei”.
v “Será que vou perder dinheiro? Investir não é arriscado?”
v “Sobra mês ou falta dinheiro. Como vou investir?”
Mas se esses argumentos fossem substituídos por uma nova forma de pensar, o que
poderia ser obtido de positivo?
v “Estou convicto de que minha chance de ter uma melhor condição econômica no
futuro será bem maior, se começo desde já a fixar objetivos e planejar minha
economia familiar”.
v “Posso começar devagar e cuidar para que meu dinheiro aumente. Mesmo um
gigantesco pinheiro nasce de uma semente menor que um grão de milho”.
Como Começar?
Cada pessoa tem necessidades, desejos e expectativas diferentes para o futuro. Assim, o
primeiro passo é definir os seus objetivos.
Se você quer poupar e investir para: ter reserva em caso de desemprego, para ter
aposentadoria digna, carro, etc., você deve: Fazer uma listagem por ordem prioritária. Observe alguns
exemplos:
v Proteção contra desemprego
v Casa própria
v Aposentadoria digna
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Definir o tempo necessário para atingir cada objetivo. Isso é importante porque existem
diferentes tipos de investimentos, cada um adaptado às necessidades e prioridades específicas de
cada família.
Se você ganha R$ 3.000,00 por mês e quer separar R$ 500,00 por mês para reunir um
fundo para uma aposentadoria complementar no valor de R$ 60.000,00, precisará poupar
aproximadamente por 60.000/500= 120 meses, ou seja, 10 anos. Aí terá sido definido um perfil de
investimento de longo prazo.
Mas Atenção !!
Se você não sabe para onde quer ir, é possível que acabe em um lugar no qual não
gostaria de estar. Entretanto, se você tiver um mapa (plano financeiro) é muito provável que
possa chegar onde quer.
Uma vez definidos os objetivos e o prazo para atingi- los, é necessário começar a corrida:
Qual é a sua situação financeira hoje?
Se o patrimônio líquido for positivo, ótimo. Estamos em bom caminho, mas poderemos
aumentá- lo, enxugando despesas e/ou eliminando dívidas. Mas ele também pode ser negativo. No
caso, deve trocar de sinal. Como? Através da elaboração de um plano financeiro para passar do
patrimônio negativo para o positivo e cumpri-lo.
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O PLANO FINANCEIRO
Sabemos o que queremos, tanto no seu conteúdo como no tocante ao fator tempo.
Também sabemos qual é a nossa situação patrimonial atual. Chegou o momento de “bolar”o Plano
Financeiro através dos seguintes passos:
ü Registre numa planilha as despesas e as receitas mensais.
ü Nessa planilha deve figurar uma categoria especial denominada aplicações. Para
chegar a algum lugar no futuro, é necessário poupar. Algumas pessoas autorizam a
debitar em sua conta corrente 10 ou 20% de suas entradas automáticamente em
outra conta, evitando assim gastá- las, e furar assim o Plano Financeiro.
ü Se a família gasta tudo o que ganha, precisa cortar gordurinhas. Caso contrário os
objetivos, nesse caso, só serão alcançados através de algum golpe de sorte.
Em geral, as pessoas não sabem o que significa uma poupança feita hoje e aplicada num
futuro. O exemplo a seguir ilustra isso muito bem:
Exemplo:
Se um cafezinho custa R$ 0,50 (cinquenta centavos) e tomarmos 4 por dia, cortando 2,
haveria uma economia diária de R$ 1,00 (um real). Se esse dinheiro fosse investido mensalmente
numa aplicação conservadora que rendesse 1% de juros líquidos mensais, no primeiro ano teríamos
uma poupança de R$ 380,48 (trezentos e oitenta reais e quarenta e oito centavos). Utilizando o
mesmo procedimento, em três anos ter-se-iam acumulado R$ 1.292,31 (um mil duzentos e noventa
e dois reais e trinta e um centavos) e em cinco anos, R$ 2.450,00 (dois mil, quatrocentos e
cinquenta reais) só com a economia de cafezinhos. Imagine se você fizer isso com outros itens de
seu orçamento!
Os números são significativos, mas o mais importante é compreender que pequenas
poupanças podem fornecer resultados bem expressivos no futuro.
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Uma boa dica é:
Se você gosta de comprar compulsoriamente, aguarde alguns dias, antes de adquirir
qualquer produto ou serviço. Pode ser que nesse período perca a vontade de comprar aquele artigo.
Talvez surja outro, mas empregando a mesma tática, pode-se ir “empurrando o impulso com a
barriga”. Já empurrar déficit e dívidas “com a barriga”é perigosíssimo, pois eles só tendem a se
acumular e aumentar.
Tudo bem, você poupou algum dinheiro. Agora o ponto é: O que fazer com ele?
Antes de discutir as respectivas alternativas, é fundamental compreender que o dinheiro
pode trabalhar de formas diferentes em nosso benefício:
ü Uma das formas é através do milagre modernos dos juros compostos. O dinheiro
rende juros. Ou seja, alguém paga para utilizar seu dinheiro por certo tempo e ao
devolvê- lo, vem acrescido de um valor correspondente ao juros.
E há várias opções de investimentos para o pequeno e médio investidor no merc ado
financeiro.
Outra forma é através do mercado imobiliário. Você compra alguma coisa que, passado um
certo tempo, pode aumentar o seu valor. O exemplo tradicional é um terreno num bairro novo. Ele
pode ser barato agora, mas passados alguns anos, com o crescimento do bairro e a diminuição dos
lotes disponíveis, ele se valoriza.
Mas o contrário também é verdade. Se o bairro ficar barulhento, poluído ou com problemas
de transporte, aquele lote poderá desvalorizar-se e você perderá dinheiro.
Há investimentos que oferecem menor rentabilidade, mas em contrapartida oferecem
menor risco, como alguns investimentos conservadores do mercado financeiro: caderneta de
poupança, Fundo de Investimentos Conservadores, etc.
Já os investimentos de maior risco, necessitam de uma análise maior, e de maior
conhecimento por parte do investidor. A longo prazo, costumam dar rentabilidade maior do que os
investimentos conservadores. São assim uma possibilidade de você alavancar seus rendimentos,
aplicando uma parcela de seus investimentos.
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Agora você já está em condições de elaborar o seu Plano Financeiro. A cartilha “Mercado
de Capitais” do Bovespa nos ensina a importância de fatores relacionados com uma aplicação
financeira. Observe a seguir alguns deles.
ü Valorização (ver crescer o capital empregado).
ü Proteção (defesa contra eventual desvalorização do dinheiro).
ü Liquidez (rápida disponibilidade do dinheiro aplicado).
ü Segurança (reserva para qualquer despesa imprevista).
ü Rentabilidade (boa remuneração).
Aplicar em Quê?
O principal aspecto a considerar aqui são seus objetivos de investimentos e o período
no qual deseja alcançá- los. Nesse sentido, há duas perguntas básicas a serem feitas:
Para quando você vai necessitar do seu
dinheiro?
Qual é seu perfil?
Se seus objetivos são a longo prazo (4, 5 anos), você pode deve realizar aplicações de
maior risco, se estiver de acordo com seu perfil, porque há maior probabilidade de retorno a longo
prazo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) diz textualmente a respeito:
“O maior erro que as pessoas podem cometer é aplicar uma determinada quantidade de
dinheiro que elas, certamente, não vão precisar sacar por um longo período, em investimentos de
baixa rentabilidade (juros baixos)”.
Se você deseja economizar para investir num objetivo a curto prazo, recomenda-se
investimentos conservadores, pois se houver uma queda (por exemplo na Bolsa), poderá ter-se
prejuízo se você precisar sacar o dinheiro.
A faixa etária também é um fator importante a ser considerado.
Uma pessoa de 65 ou 70 anos não deveria especular com investimentos a longo prazo
(será que poderá aproveitar seus frutos?). Já um jovem de 30 anos está em excelentes condições
para aquele tipo de aplicação financeira.
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LUZES E SOMBRAS SOBRE RENDA E RIQUEZA
As pessoas tendem a confundir renda com riqueza. Elas, entretanto, podem estar juntas
ou separadas.
Stanley e Danko, em seu livro “O milionário mora ao lado” diz que “riqueza é aquilo que
você acumula, não aquilo que você gasta”.
Outra informação contida no livro é que os “verdadeiros ricos”, com patrimônio acima de
1.000.000 de dólares tem um estilo de vida abaixo de seus meios. Os americanos foram os criadores,
e são os campeões do consumismo. O brasileiro apenas pegou a moda na época do “milagre brasileiro”
(anos 70) e continua enfeitiçado até agora.
Entretanto, os hábitos de consumo moderados tem sido historicamente a pedra angular
para a construção de riqueza. Pesquisas mostram que grande parte dos “verdadeiramente ricos”,
aqueles com alto patrimônio líquido são econômicos; os que não o são é porque herdaram a riqueza e
não sabem quanto custa ganhá-la.
Exemplo: Se você ganhar R$ 10.000 (dez mil reais) por mês, não será medianamente rico
se gastar R$ 12.000 (doze mil reais); na verdade você será um “enforcado”. Entretanto, se você
ganhar R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e poupar R$ 2.000,00 (dois mil reais), depois de 20 anos e com
investimentos bem feitos, você poderá ser “milionário”, ou seja, ter um patrimônio líquido superior a R$
1.000.000 ( um milhão de reais).
É mais fácil torrar o dinheiro que administrá-lo. Muitas vezes as pessoas se auto-
enganam dizendo que não têm tempo para isso. Mas quantas horas gastam os pais e mães de
família olhando para a televisão, cujos programas são deseducadores e horrendos? Quantas horas
gastam comprando produtos supérfluos? Entretanto, um bom controle orçamentário não consome
mais de 2 horas semanais.
Outros dizem que gastar não é apenas assunto de “status” e sim de felicidade. Como
podemos ser felizes se não compramos aquilo que “queremos”? Por que “queremos”? Por que
realmente necessitamos ou por que a vizinha ou o colega tem ou por que a Xuxa ou o Ratinho
disseram que eram produtos fantásticos, ou por que a mídia atacou seu lado frágil?
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Lembro-me de um anúncio onde um jovem de aparência tímida compra uma roupa da
marca X, e de repente se encontra rodeado por três “belezuras”; o anúncio se completa assim: “Você
veste X, elas atacam”, seguido de um rugido de tigresa.
Planejamento financeiro e felicidade familiar não são opostos. Pelo contrário: são
convergentes. Em lugar de estar o casal preocupados com seus respectivos níveis de “status”,
planejar juntos as despesas fornece uma oportunidade extra de trocar idéias, definir objetivos e
escolher prioridades, direcionando as atividades a um propósito central, a segurança financeira.
O dinheiro por ele próprio não leva à felicidade, mas a medida em que exercemos controle
sobre ele, as relações familiares ficam menos tensas e a família fica mais unida. Isso também terá
reflexos futuros na forma de exemplo de vida útil para o desenvolvimento dos filhos.
Stanley e Danko fornecem um método muito simples para despertar o consumista e
estimulá-lo a mudar de vida. Como? Mostrando que o seu patrimônio líquido é bem inferior do que se
espera de uma pessoa com a sua idade e renda. A fórmula a ser aplicada é muito simples”:
(Idade x Renda Anual Média) : 10 = Mínimo patrimônio líquido
Há um conceito esportivo que resume de forma muito adequada a situação de um lar. Ele
pode ser colocado assim: “uma família bem-sucedida economicamente precisa ter um excelente
ataque (capacidade de gerar renda), mas – e acima de tudo – uma excelente defesa (enxugamento
de gastos baseado num correto planejamento financeiro)”.
EXEMPLO
João tem 50 anos, sua renda anual média (líquida) é de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil
reais) e seu patrimônio líquido é de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Fazendo as contas: (50 x
120.000): 10 = R$ 600.000 (seiscentos mil reais). Este seria o patrimônio líquido mínimo de acordo
com a sua idade e nível de renda. Mas ele só tem um patrimônio de R$ 100.000 (cem mil reais).
Com certeza, ele se acha uma grande figura, dada sua alta renda mensal de R$ 10.000,00 (dez mil
reais) líquidos. Mas na realidade, ele é “verdadeiramente pobre”.
Por outro lado, seu primo Henrique tem também 50 anos e uma renda líquida muito
menor da ordem de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), mas seu patrimônio líquido é de R$ 600.000
(seiscentos mil reais). Pela fórmula, para estar equilibrado segundo sua idade e renda líquida, ele
teria que ter um patrimônio mínimo de (50 x 60.000) -: 10 = 300.000, mas ele tem o dobro,
portanto, embora não seja milionário, em termos relativos ele é “verdadeiramente rico”.
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E por que será que os primos têm hoje uma realidade tão diferente? A resposta é
simples: João é um consumista, um ‘torrador’, que vive o momento, apenas visando ao “status” e
ao comodismo. Com certeza, não planeja seu orçamento. Já Henrique, apesar de ganhar a metade,
duplicou o patrimônio mínimo exigido. E por que será? Com certeza a diferença se deve a um
problemas de valores: João prioriza a aparência, o “status”, o sentimento de superioridade frente
aos outros (menos privilegiados que ele). Entretanto Henrique deve levar uma vida mais frugal, mais
sóbria, mais sossegada, não dando maior importância aos estardalhaços da mídia nem à pretensão
de aparecer acima das suas possibilidades reais; na realidade ele deve estar preocupado é com o
futuro e a sua segurança financeira e a de sua família.
Há um assunto muito importante que não podemos deixar de mencionar neste
momento. Que acontece com os filhos dos pais consumistas e esbanjadores?
Naturalmente que eles também o serão e com uma forte agravante: dadas as condições
globalizantes da sociedade atual – pelo menos na classe média – há dificuldade crescente em manter
o “status. Os pais já percebem isso e ficam muito preocupados com o futuro desses filhos, que
precisarão de ajuda financeira deles para continuar aparentando.
Esses pais já sofrem por antecipação as restrições que esses filhos terão num futuro
próximo. Entretanto, há uma saída bem clara e cuja apresentação é o objetivo básico deste texto:
ensinar que existe outro modo de vida mais autônomo, mais humano, mais construtivo, mais
econômico e que inclusive, pode criar as bases para uma riqueza futura.
Você me perguntaria: E qual é essa saída???
Simplesmente se preocupar mais com as necessidades reais (alimentação nutritiva,
vestuário simples, habitação digna, educação e saúde) em detrimento das necessidades artificiais
impostas pelo sistema (jeans ou tênis de marca porque estão na moda, embora custem três vezes
mais caros). Para que isso se registre nos jovens, os pais devem dar o exemplo: não se deixar levar
pela vaidade, comprando artigos de luxo, compra de carro importado, etc.
Mas Atenção !!
Não estamos apregoando sovinice ou avareza. Apenas salientamos que o dinheiro deve
ser gasto no essencial (necessidades reais) e não deve ser consumido em necessidades artificiais.
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FINANÇAS FAMILIARES
Observe agora quais são os melhores presentes que os pais podem oferecer para
os filhos.
ü Valorizar ambiente que estimule independência de pensamento e ação.
ü Valorizar realizações individuais.
ü Recompensar responsabilidade e iniciativa.
ü Fornecer-lhes educação de alta qualidade.
ü Ensinar- lhes a ter uma vida mais frugal.
APLICAÇÃO PRÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO DAS FINANÇAS FAMILIARES
Segundo pesquisas, os problemas financeiros mais freqüentes podem ser atacados por
meio de um destes recursos:
ü Planejamento visando à redução das despesas familiares.
ü Planejamento visando à eliminação de dívidas familiares.
ü Planejamento visando à formulação de critérios de poupança e investimento.
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ABORDAGEM ABRANGENTE ACERCA DO ORÇAMENTO FAMILIAR – O DRAGÃO DO CONSUMISMO
RECURSOS FINANCEIROS VITAIS PARA UMA FAMÍLIA
Vamos iniciar fazendo um pequeno questionamento:
“Vamos consumir menos por que o dinheiro não dá e sofremos por isso, ou é hora de
priorizar outras coisas?”
Uma dessas coisas é conscientização. Talvez seja a mais importante e não estamos
dando suficiente espaço para ela, sufocados pelo peso esmagador de ter (não interessa o quê, e sim
apenas ter, para não ficar atrás do vizinho ou do colega).
Elaine St. James, autora do livro Simplifique sua vida, foi, durante anos, uma yuppie
(jovem executiva com sede de mobilidade social) e workaholic (viciada em trabalho). Cansada do
estresse causado pela corrida atrás de cada vez mais, resolveu simplificar as coisas, observe alguns
conselhos:
ü Não fique no emprego só por causa do salário. Poucas coisas complicam mais a
vida do que passar de 8 a 10 horas por dia e de cinco a seis dias por semana num
emprego do qual você não gosta, fazendo o que não quer.
ü Gaste, no máximo, a metade do que ganha.
ü Aprenda a sorrir. O riso diminui o estresse, alivia a tensão e suaviza o coração
irritado. Aprenda a sorrir. O riso diminui o estresse, alivia a tensão e suaviza o
coração irritado.
ü Para as mulheres: jogue fora aquela bolsa do tamanho de um transatlântico.
Troque-a por uma bem pequena. Afinal, do que você precisa, além de uma carteira
e um batom ?
ü Considere que alguns dos melhores prazeres da vida não custam nada. Dar uma
volta na praia ou num parque, conversar com um amigo, folhear livros numa livraria,
tirar uma soneca, namorar.
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FINANÇAS FAMILIARES
ü Aprenda a fazer uma coisa de cada vez. E a fazer tudo mais bem feito. E a ter
mais satisfação com isso.
ü Você já pensou na quantidade de energia que gasta ( e como complica a sua vida)
fingindo que é outra pessoa e não você? Todos nós fazemos isso. A propósito:
pare de tentar mudar os outros ( filhos e cônjuges, inclusive).\
ü Não faça nada. Isso mesmo. De vez em quando, na hora do, almoço vá para um
lugar sossegado e sente-se. Não vale ler, conversar, etc. Você vai se admirar com
a clareza que isso traz para sua vida ou para qualquer projeto em que estiver
trabalhando.
ü Simplesmente diga não. Aprenda a dizer não para coisas que não quer fazer,
especialmente aquelas que sempre achou que tinha de fazer. Não complique. Uma
desculpa simples é a melhor de todas.
(Contribuição do Professor Omar Souki: www.souki.com.br)
LIVRO SAGRADO
PRODUÇÃO:Fazer a imagem de um livro, meio em
perspectiva. O treinando deve clicar no livro, o mesmo
se abre e entra um parágrafo por vez, ficando o texto
da esquerda na página da esquerda e o da direita na
página da direita. Como se a pessoa estivesse de fato
com o livro aberto.
Não estamos fazendo nenhuma pregação religiosa, mas é fato que, como dizem os Livros
Sagrados de várias religiões, o Criador nos fez a sua imagem e semelhança. Com que objetivos Ele
terá feito isso?
Queremos acreditar que esse objetivo é que nós sejamos os auxiliares d’Ele no mundo
físico, no qual Suas Excelsas Energias não podem agir diretamente sob risco de fulminar tudo aquilo
que tocassem.
O papel do ser humano, acreditamos, seria servir de transformador. Assim, na medida que
crescemos, poderemos passar da posição de um humilde fósforo (que apesar de sua pequenez
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FINANÇAS FAMILIARES fornece luz) para a de um lampião, para uma lâmpada incandescente ou fluorescente, até chegar a
nossa missão última: sermos um foco deslumbrante de luz, amor e esperança.
Mas, muito provavelmente, isso parece um sonho, uma utopia, um conto de fadas. Por
que?
Porque aquela partícula divina foi coberta pela vaidade, pelo medo e pela inveja, pela
necessidade de aparecer e de ter mais que os outros. Assim, o ter asfixiou o ser. Deste modo, a
maravilha, o esplendor, a riqueza interior das pessoas passa, em grande parte, despercebida,
cruelmente esbanjada.
COMO REVERTER ESSA SITUAÇÃO
de modo que a essência, o conteúdo, o principal se apresente, recuperando seu verdadeiro valor,
sobrepondo-se ao que é embrulho, superficial, secundário?
Para isso, precisamos antes de tudo, valorizar as pessoas, e não ficar deslumbrados com os produtos
da moda. Mas para isso é fundamental nos autovalorizar.
Esse autovalorizar, chave para valorizar os outros, nos conduz aos caminhos da solidariedade, da
harmonia e do bem-estar pessoal. Este é o grande desafio, mas para poder transitar por essa
estrada, precisamos, entre outras coisas, desgrudar de nosso consumismo.
Para percorrer essa estrada, precisamos desenvolver nossos valores afetivos, éticos e
espirituais, sendo necessário jogar fora o consumismo exagerado e a competição que nos rodeiam.
Começar a trabalhar a cooperação entre os seres humanos, cada um em seu nível de
sensibilidade e biodiversidade, mas todos sintonizados com as Altas Energias. É para isso que fomos
criados, não para invejar aos mais bem-sucedidos nem para exacerbar nosso egoísmo, visando apenas
ter e ter mais.
Na medida em que aumentamos a nossa valorização, as nossas necessidades artificiais
vão se reduzindo. Assim, começamos a distinguir entre o essencial e o supérfluo.
Podemos e devemos ser bem-sucedidos e prósperos, mas não esmagando, explorando e
sugando os outros, e sim através de ações construtivas, de pensamentos positivos e sentimentos
benfazejos.
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FINANÇAS FAMILIARES
DISCUSSÃO SOBRE O PROBLEMA FINANCEIRO FAMILIAR
Um problema tipicamente moderno: o consumo e o consumismo
Os papas das novas tecnologias gerenciais, tais como a Gestão da Qualidade Total
(Deming e Juran, principalmente), nos falam de que o cliente deve ser o rei. Mas será que esta é a
visão prevalecente? Parece-me que não!!
O consumidor é, muitas vezes compelido a comprar o que não quer (envolvido por uma
publicidade que visa atingir seus pontos fracos); é obrigado a recomprar várias vezes o que quer (
porque a durabilidade dos produtos é muito baixa); é forçado a jogar no lixo muitos produtos
(porque sua qualidade é péssima; sem garantia ou com assistência técnica inadequada) etc.
A falta de informações sobre os produtos, a publicidade desonesta, a dificuldade em ler
palavras invisíveis, a ênfase na atratividade das embalagens em detrimento dos conteúdos, são
corriqueiras ações cotidianas com as quais muitas empresas – que têm uma visão deturpada de sua
função social – maltratam a seus clientes.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Temos ainda que lembrar coisas mais graves, que afetam o nosso bolso, bem como a
nossa saúde. Como por exemplo produtos tóxicos, tais como estabilizadores, aditivos, corantes,
hormônios e sobretudo agrotóxicos, alguns deles cancerígenos e outros até teratogênicos, assim
como, recentemente, os chamados transgênicos.
No Brasil dispomos de um moderno Código de Defesa do Consumidor, que na época de sua
criação (março de 1991) era o mais avançado do mundo. Obviamente ele se constitui num alicerce
fundamental e sua filosofia combina perfeitamente com o “mantra”: o consumidor é o rei.
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FINANÇAS FAMILIARES
COMENTÁRIOS SOBRE CONSUMO E CONSUMISMO
Algumas pessoas nos dizem que o consumismo movimenta muito dinheiro e que se ele
fosse eliminado, a sociedade humana mergulharia no caos e na pobreza.
Mas também o fumo, o álcool, as drogas, a prostituição e as armas movimentam bilhões de
dólares (talvez trilhões) no mundo inteiro. Isso será motivo suficiente para estimular sua produção e
consumo?
Parece bem mais racional movimentar os recursos financeiros de uma sociedade
procurando o bem estar dela através da alimentação, da saúde e da educação, e não esbanjando em
supérfluos, que acabam esgotando os nossos recursos naturais.
O consumismo
Produz, pelo menos, os seguintes prejuízos:
Prejuízos econômicos diretos.
Geração de dívidas e até falências, com sua seqüela indesejável de sofrimento, sentimento
de carência, de impotência e de inferioridade.
Prejuízos éticos.
Perdem-se os valores universais. Assim, o ter, desloca o Ser; o egoísmo suplanta a
solidariedade; as vantagens individuais esmagam a Prejuízos familiares
Prejuízos familiares
As pessoas da família costumam brigar para ter prioridade na compra de determinados
produtos. Os filhos são criados com uma visão distorcida da vida, e que não lhes permite separar o
essencial do supérfluo. Como conseqüência, as pessoas, e especialmente os pais de família, precisam
correr desesperadamente o tempo todo para ganhar dinheiro. A internet acaba, nesse
contexto,transformando-se na babá eletrônica, com todos os danos na formação do caráter das
crianças e dos adolescentes, que aquela atitude acarreta.
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FINANÇAS FAMILIARES
Prejuízos ambientais
O consumo exacerbado de supérfluos conduz a uma aceleração no já avançado processo
destrutivo dos recursos naturais. Dentro de algumas décadas, como vão sobreviver as pessoas,
incluindo nossos descendentes e quem sabe nós mesmos ? A falta de energia hoje complica a nossa
vida, mas também está ameaçada a água, a produtividade da água e do mar, a biodiversidade, etc.
Prejuízos econômicos indiretos.
A insatisfação das pessoas acaba se transformando em uma doença crônica: não adianta
ganhar mais porque a avalancha de produtos que “precisamos” comprar avança muito mais.
Quanto deixa de se alimentar uma família de baixa renda para poder ter um novo luxo?
Não pretendemos propor a eliminação de supérfluos de forma radical e forçada.
Acreditamos na conscientização humana , através da educação. O caminho mais adequado parece
ser uma redução gradual do espírito consumista, pressionando as empresas a produzir aquilo que
realmente necessitamos, ou seja, produtos úteis, funcionais, simples e relativamente baratos.
Recomendações para os pais
ü Precisamos substituir o culto do esbanjamento, pelo culto da suficiência.
ü Precisamos que nossos filhos sejam preparados e educados:
S Não para serem uma geração de esbanjadores, de pessoas infelizes, que
terminarão de acabar com o planeta em pouco tempo.
R Sim para serem uma geração de agentes de transformação da sociedade,
capaz de criar um mundo mais humano, mais digno e mais feliz. Ou seja, levar à
prática, aquele sonho que a humanidade acalenta há milênios!
ü Não seria essa a melhor herança que podemos deixar?
ü Lembrar um fato corriqueiro, mas extremamente negativo: muitas pessoas
gastam dinheiro que não possuem para comprar coisas que não
necessitam, para impressionar pessoas que não conhecem ! Parece absurdo,
mas é a realidade do dia-a-dia.
ü Finalmente,lembremos o sábio Confúcio:”Para quem nada é o bastante, o
suficiente é pouco”.
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FINANÇAS FAMILIARES
INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO
O Brasil tem alcançado, nos últimos anos, uma relativa estabilidade monetária e, pela
primeira vez em muito tempo, as pessoas têm condições de traçar objetivos de médio e longo
prazo, prática comum em países da Europa e nos Estados Unidos, onde as pessoas já fazem
planejamento há mais de meio século.
O Dinheiro foi feito para gastar, dizem algumas pessoas, mas é necessário que esse gasto
seja feito de forma equilibrada, garantindo a melhor qualidade de vida hoje, e no futuro. Nunca foi tão
difícil ganhar dinheiro. O que fazer quando não é possível aumentar a própria renda?
Para algumas pessoas existem alternativas para aumentar sua renda e há bons livros que
tratam do assunto, mas aqui falaremos sobre como Enxugar Gastos, extraindo o máximo proveito do
dinheiro que se tem.
Ver-se livre das Dívidas é o sonho de muita gente mas, para que ele se torne realidade, é
preciso planejamento.
v A primeira providência é Conhecer suas dívidas, analisando a gravidade de cada
uma delas, afim de estabelecer uma prioridade e, em seguida, determinar a
velocidade adequada na eliminação do endividamento.
v Tornar-se um investidor pessoal de sucesso é muito mais fácil do que você
imagina. Para isso você precisa saber seu perfil de investidor, ou seja, se tolera
riscos ou é mais conservador.
v Também deve conhecer as melhores opções de investimento, avaliando a
rentabilidade, liquidez e risco de cada uma.
v Outro passo é analisar se a forma como investiu é realmente a mais adequada
para seu perfil, seu momento de vida e seus objetivos de investimento.
v Finalmente aprender a economizar e investir regularmente, para concretizar cada
um dos sonhos futuros de vida.
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FINANÇAS FAMILIARES
Com a relativa estabilidade da moeda é possível agora planejar as nossas finanças, de
modo que elas sejam suficientes não apenas para cobrir as despesas, como também para gerar
poupanças que possam ser aplicadas em futuros investimentos.
Com o objetivo de Enxugar Gastos vamos agora conhecer um roteiro inicial.
a- Precisamos gastar menos, e aquilo que gastamos precisa ter como contra partida
um valor agregado em termos de qualidade de vida.
O tema: em que gastar? É um tema que normalmente está fora de discussão e análise,
pois impingiu-se nas pessoas,através de poderosos meio de comunicação, a idéia de que quanto mais
gastamos e consumimos, melhor. Entretanto a pergunta crucial que serviria para esclarecer não é
feita: para quem é melhor?
É óbvio que quanto mais se gaste, melhor para o poder econômico: entretanto, esse
gasto exacerbado pode afundar uma família e levar a graves problemas o responsável por ela.
O fato é que, se quisermos ter um nível razoável de qualidade de vida, precisamos nos
libertar da escravidão moderna e sutil à qual a mídia nos submete todas as horas de todos os dias.
Seremos tão pouco inteligentes para permitir que a nossa vida se transforme num
inferno de pagamentos atrasados, só para atingir as aparências de ter um “status” social mais alto
que aquele que os nossos recursos permitem? Esperamos que não.
Apesar de esses comentários parecerem teóricos ou filosóficos, é fato que eles nos
posicionam corretamente para iniciar a análise de um assunto muito prático: Como e onde
enxugar nossas despesas?
B - partir dessa atitude básica, antiesbanjadora, consciente e realmente inteligente, será
possível iniciar uma corrente extremamente positiva: enxugar, poupar e investir, visando a
objetivos sérios, sólidos e realmente necessários.
C - Não adianta muito poupar se não fizermos bons investimentos, ainda mais na época
atual, onde a inflação, embora sob controle, acaba evaporando as poupanças.
Constata-se que na classe média brasileira, há uma certa aversão em planejar a utilização
dos recursos financeiros. Dois motivos parecem constituir a base desse comportamento: um é a
mentalidade imperante, fortemente consumista e desligada, na prática, com o futuro; a outra é
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FINANÇAS FAMILIARES porque esse planejamento implica, necessariamente certo trabalho e certo tempo despendido nele.
Mas também há um terceiro e decisivo fator: não saber como fazê-lo.
O planejamento financeiro familiar é como uma radiografia, demanda algum tempo, mas
nos mostra claramente que medicação precisamos para tratar de nossa doença (falta de dinheiro).
Todo planejamento financeiro bem feito não é rígido e sim flexível, apenas precisa-se estar atento,
colher as informações necessárias e adicionar uma pitada de bom senso.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
ü Compreender a necessidade de gastar somente o necessário.
ü Compreender que o sistema econômico atual não está organizado para atender às
nossas necessidades e sim, às dele.
ü Compreender a necessidade de substituir o culto do esbanjamento pelo culto da
suficiência.
ü Adquirir habilidades para diagnosticar a necessidade de enxugamento de despesas
e eliminação de dívidas.
ü Adquirir habilidades para planejar o enxugamento de despesas e eliminação de
dívidas.
ü Adquirir habilidades para executar o enxugamento de despesas e eliminação de
dívidas.
ü Adquirir habilidades para formar critérios de investimentos.
ü Adquirir noções básicas sobre o mercado financeiro.
ü Conhecer as opções de investimentos para pequeno e médio investidor.
METODOLOGIA PARA ENXUGAR E CONTROLAR GASTOS
Antes de se iniciar o controle propriamente dito, é importante você conhecer e/ou definir
a metodologia a ser utilizada. Nessa parte do trabalho, vamos falar sobre métodos e ferramentas de
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FINANÇAS FAMILIARES planejamento financeiro. Pois você pode até ter a intenção de fazer o seu planejamento, mas ficaria
difícil sem uma metodologia e instrumentos adequados para facilitar essa tarefa.
Nosso objetivo aqui é ensinar você a enxugar seus gastos, a fazer um orçamento e um
planejamento financeiro pessoal que lhe permita viver bem, de acordo com seus valores, e ainda
guardar, mensalmente, de 10 a 30% de sua receita líquida, com o objetivo de formar uma reserva
financeira técnica e uma poupança.
O mais importante é saber que orçamento pessoal só tem sentido para o mês que ainda
não começou, de modo que você tenha tempo e alternativa para alterar sua vida financeira.
Não adianta somente fazer a contabilidade dos gastos já realizados. Esse controle será útil
para a montagem do planejamento de gastos futuros, com a finalidade de evitar as despesas
desnecessárias.
Poucos brasileiros fazem orçamento pessoal independente da classe social
socioeconômica, porque a palavra orçamento está inconscientemente associada a corte e escassez.
A proposta desse texto é oposta. É evitar o desperdício, a perda, o esbanjamento, para
que você possa escolher seu estilo de vida hoje e determinar o estilo de vida que quer ter amanhã.
É poder atingir seus objetivos de vida, sem ter problemas financeiros.
Dentro da metodologia utilizada, tendo como referencial o mercado americano – no qual o
serviço vem sendo oferecido há mais de cinqüenta anos, o trabalho é dividido em 3 etapas:
Diagnóstico da situação financeira, Planejamento e Execução, as quais serão desdobradas, a
seguir.
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FINANÇAS FAMILIARES
O DIAGNÓSTICO
O objetivo dessa fase é fazer uma análise da atual situação financeira da família,
identificando os seus gastos, hábitos de consumo, suas necessidades e possibilidades financeiras.
O diagnóstico se inicia detalhando as fontes e o valor das receitas, assim como as
respectivas despesas, esboçando assim o Orçamento Planejado, que detalharemos a seguir:
Orçamento Planejado
Receitas
a- O valor da receita a ser inserido na planilha deve ser o valor líquido, já com os
descontos realizados pelo responsável por seu pagamento.
b- Se sua receita é variável, anote a sua média de ganhos mensais.
c- Anote todas as suas fontes de receitas, tais como:
ü Salários/Pró- labore
ü Trabalhos eventuais
ü Bonificações anuais ou eventuais
ü Aposentadorias Recebidas
ü Pensões Alimentícias
ü Recebimento de aluguéis
ü Resgate de aplicações financeiras, etc.
Despesas
Para melhor controle de suas despesas, sugerimos dividi- las em “blocos de despesas”.
Por exemplo: quando você compra um automóvel, você cria um bloco de despesas
exclusivas para ele, tais como o combustível, estacionamento, seguro, IPVA,etc. Assim, indicamos
montar os blocos de despesas de acordo com a constituição de sua família e de seus bens.
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FINANÇAS FAMILIARES
BLOCO DE DESPESAS 1
Despesas Individuais (usar uma planilha para cada membro da família).
BLOCO DE DESPESAS 2
Despesas com Imóveis de Residência (uma planilha apenas).
BLOCO DE DESPESAS 3Despesas com Veículos (usar uma planilha para cada veículo da
família)
BLOCO DE DESPESAS 4Despesas com Animais de Estimação (usar uma planilha para cada
animal). BLOCO DE DESPESAS 5
Despesas com Imóveis de Lazer (usar uma planilha para cada imóvel de lazer da família).
BLOCO DE DESPESAS 6
Despesas Gerais da família (uma planilha apenas).
Observe, também, que em cada Bloco de Despesa existem despesas freqüentes e
despesas eventuais.
û Despesas Freqüentes
São normalmente realizadas uma ou várias vezes ao mês como, por exemplo, as despesas
com telefones, luz, supermercado, aluguel de fitas de vídeo, etc. É importante identificar o valor
unitário da despesa e a sua freqüência no mês.
û Despesas Eventuais
São as que não ocorrem todo mês. Por exemplo, a anuidade do cartão de crédito, a
assinatura de uma revista ou o IPVA de seu automóvel. Nesse caso, é necessário levantar o valor
total da despesa e dividir pelo número de meses que faltam até a sua ocorrência, calculando assim o
peso do item no seu orçamento mensal.
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FINANÇAS FAMILIARES
De posse de todos os dados sobre suas receitas e despesas, reúna a família e faça uma
revisão de todos os gastos anotados, verificando se não houve nenhum esquecimento.
O objetivo é dar a você uma percepção inicial de como você utiliza seu dinheiro.TESTE
Após listar de memória todas as suas despesas (Orçamento Planejado), você passará por
um período de teste, com duração de 30 dias, onde anotará, na planilha Orçamento Teste, toda e
qualquer despesa, mesmo um café de R$ 0,25 ou uma bala de R$ 0,10 que seu filho comprou.
Pode parecer insignificante, mas muitas vezes, é junto a pequenas despesas que
aparecem as maiores possibilidades de enxugamento.
Nessa fase, procure não mudar seus hábitos de consumo e não espere terminar o mês
para que você faça os lançamentos. Ao final de cada dois ou trê s dias, ou de uma semana, no
máximo, lance em sua planilha que foi apurado, isso facilitará seu trabalho.
Exemplo:
A receita líquida da família Moraes é de R$ 4.000,00. Exemplo das despesas de Carlos
(filho, 18anos), integrante do Orçamento-teste, é apresentado a seguir.
A) Despesas de Carlos (Filho 18 anos)
- Escola R$ 650 - Alimentação fora de casa R$ 100
- Material Didático R$ 120 - Aulas de Karatê R$ 50
- Transporte R$ 110 - Telefone Celular R$ 80
- Diversões R$ 150 - Clinica Odontológica R$ 100
- Roupas R$ 50 - Curso de Idiomas R$ 90
Total R$ 1.500
O jovem Carlos consome quase 40% das receitas da família. Será essa uma distribuição
justa, numa família de 5 membros? Parece que não, e aqui já existe uma posta onde enxugar. Mas
para transformar essa pista em decisão, é necessário conhecer a estrutura total das despesas da
família, através da análise dos outros componentes.
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FINANÇAS FAMILIARES
A situação dessa família não é novidade. Algum (ou todos) os filhos tornam-se muito
exigentes, querendo mordomias que não comportam no orçamento familiar. Mas através de um
trabalho desgastante feito por eles, os pais acabam cedendo, inclusive fortemente pressionados pela
mídia. A conseqüência é elevado déficit no fim do mês, cobertos com cartões, cheques especiais e
empréstimos, que num certo prazo acabam afundando a família em pesadas dívidas.
As despesas de Carlos, como as dos outros componentes da despesa total, precisam ser
registradas diariamente (ver detalhes no Anexo II), e só no final do mês é que poderão ser somadas,
permitindo a elaboração de tabelas informativas, como foi feito naquele caso. É um processo
relativamente trabalhoso, mas imprescindível para obter resultados compensadores.
A família precisa escolher um responsável para organizar essas planilhas, que poderá ser
um dos filhos que tenha um mínimo de conhecimentos e habilidade matemática. Ele precisa se
comprometer a fazer esse serviço, e cumpri-lo.
Terminado o período de teste, reúna a família para comparar as duas planilhas. Não se
assuste, é normal que se apresente diferença de até 50% a mais do que você pensava que gastava.
Compare, as despesas realizadas durante o período de Teste com o que você listou de
memória. Podem aparecer no período de Teste despesas que não foram previstas. Preste atenção,
também, às despesas muito acima ou abaixo do que você estimou; nesse caso, verifique se foi um
período atípico, onde houve hóspedes em sua casa, ou se todos viajaram por longo tempo, por
exemplo.
E para concluir a fase de Teste, faça uma análise e veja onde existem gastos
desnecessários e procure pelas oportunidades de enxugamento. Esse trabalho dará uma percepção
clara de como vocês gastam o dinheiro que recebem. A partir dessa percepção, prepare-se para dar
uma nova dimensão à sua vida financeira.
O PLANEJAMENTO
Muitos brasileiros têm o hábito de primeiro gastar para depois ver como vão pagar. É aí
que se inicia o endividamento. O planejamento permite que você saiba seu limite para cada tipo de
consumo. Assim, antes de o mês começar, tenha em suas anotações o orçamento do mês, que
chamaremos de Planejamento de Despesas, aquele que você vai trabalhar para atingir.
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FINANÇAS FAMILIARES
Montando seu Planejamento de Despesas
Estabeleça um valor, no mínimo 10% de sua renda líquida mensal, para construir uma
reserva. É também o momento para iniciar a construção da sua reserva técnica, preparando-se para
viver um ano sem renda. Trace suas metas, abra uma conta de investimentos para cada uma delas e
prepare-se para investir. Agora, vá para cada um dos blocos de despesas e preencha-os, calculando
os enxugamentos possíveis.
Enxugando Gastos
Como enxugar reduzindo a freqüência das despesas:
Suponha que você tenha o hábito de jantar fora 4 vezes ao mês num determinado
restaurante que você curte. Você pode enxugar seus gastos diminuindo a freqüência com que você
vai a esse restaurante de 4 para 2 vezes por mês. Você não deixará de ir ao restaurante que você
gosta e conseguirá uma redução de 50% na sua despesa.
Exemplo:
GASTOS FREQUENTES MÊS
DESPESAS PESSOAIS VALOR UNITÁRIO DOS
GASTOS
FREQUENCIA DOS GASTOS JANEIRO
CHOCOLATE 0,70 22 15,40
GASTOS FREQUENTES MÊS
DESPESAS PESSOAIS VALOR UNITÁRIO DOS
GASTOS
FREQUENCIA DOS GASTOS JANEIRO
CHOCOLATE 0,38 11 4,18
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FINANÇAS FAMILIARES
Como enxugar gastos, reduzindo o valor unitário e a freqüência das despesas:
Suponha que você compre todos os dias, depois do almoço, no seu trabalho, uma barrinha
de chocolate por R$ 0,70.
O valor unitário é R$ 0,70 e a quantidade de barrinhas de chocolates compradas ao mês é
de 22 (dias úteis) barrinhas de chocolates, perfazendo R$ 15,40 ao mês.
Agora, suponha que você compre um bombom dia sim, dia não, por mês a R$ 0,38
(diminuiu a freqüência e o valor unitário). A quantidade de bombons comprados ao mês é de 11
perfazendo R$ 4,18 ao mês(eliminar) que, comparado com o gasto anterior de R$ 15,40,
corresponde a um enxugamento de R$ 11,22 ao mês.
Aplique esse valor de R$ 11,22 que você economizou trocando uma barrinha de chocolate
por um bombom, a uma taxa de 1% ao mês, por 25 anos. Você terá no final R$ 21.080,67.
É importante listar todas as despesas pessoais, e com esse nível de detalhamento, porque
muitas vezes as melhores oportunidades de enxugamento encontram-se nas pequenas despesas,
que vistas isoladamente, jamais mereceriam nossa atenção.
Despesas Eventuais
Para esses casos, é necessário levantar o valor total da despesa, dividir pelo número de
meses que faltam até a sua ocorrência, calculando quanto você tem que guardar mensalmente e
fazer desse valor um aprovisionamento para quando chegar o momento de pagar. Identifique os
valores guardados e aplique-os em uma conta separada de seus investimentos pessoais. Assim, o
dinheiro estará rentabilizando, trabalhando a seu favor, evitando o pagamento de juros para sempre.
Quando chegar a hora de pagar, você poderá escolher pagar à vista, se houver desconto,
ou a prazo, como lhe convier, tudo planejado e sem pesar no orçamento.
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FINANÇAS FAMILIARES
EXEMPLO:
Suponha que o IPVA de seu automóvel seja de R$ 450,00 e faltem 6 meses até que
chegue o momento de pagá- lo. Divida o valor pelo número de meses (R$ 450,00/6=R$75,00). Assim,
você chegará à conclusão de que necessita guardar R$ 75,00 por mês para pagar o IPVA de seu
carro.
GASTOS EVENTUAIS FREQUENTES MÊS
Despesa da Casa Valor Do Gasto
Eventual
Número De
Meses
Planejado
Valor Unitário Do
Gasto
Freqüência
Dos Gastos
Janeiro
IPVA 450,00 6 - - 75,00
TOTAL 75,00
Pode parecer muito, mas nesse caso a reserva para o IPVA foi de apenas 6 meses. O
recomendado é que se façam esses cálculos de forma a cobrir o período completo (12 meses nesse
caso) entra as ocorrências do gasto, quando for possível planejar, com a finalidade de minimizar a
captação mensal. Isto deverá ser feito para todos os gastos eventuais.
Além disso, há despesas como assinaturas de revistas, pintura do imóvel e outras que
podem ser adiadas quando for necessário um maior enxugamento de gastos.
ENXUGAR OU ELIMINAR?
Aplique os exemplos citados em todos os itens que forem pertinentes aos seus blocos de
despesas e aos de sua família. Preferencialmente enxugue. Só elimine aquelas despesas que já não
deveriam mesmo existir há muito tempo, pois oneram seu bolso sem trazer qualidade de vida em
troca.
Procure cumprir o que você planejou, tenha persistência e uma boa dose de disciplina.
Caso seja absolutamente necessário, faça ajustes no orçamento planejado, visando a atender às
novas condições que podem surgir na sua vida; entretanto procure não mudar a cada mês, seja
persistente e disciplinado.
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FINANÇAS FAMILIARES
EXECUÇÃO
De posse do planejamento traçado no seu Orçamento Planejado, seu objetivo agora é
gastar dentro do orçamento traçado. O valor de cada despesa do seu grupo de contas está definido.
Cumpra o que você planejou.
Faça o possível e o impossível para não fugir do Orçamento Planejado. Continue a
anotar todas as suas despesas, como feito durante o período de teste, e ao final de cada dia, ou de
uma semana, lance suas anotações na planilha Orçamento Realizado. No fim do período planejado,
você deverá comparar os gastos efetuados com o valor definido no seu orçamento.
Essa comparação é muito importante para que você saiba onde está obtendo resultados
positivos e negativos. Faça os ajustes necessários e siga o Orçamento Planejado nos meses
subseqüentes até que você tenha o completo controle de suas finanças e esteja guardando de 10 a
30% da sua renda líquida familiar.
Se você tem família, não comece a aplicar esses conhecimentos sem antes ter repassado
tudo para seu cônjuge e filhos, caso contrário, estará nadando contra a maré. Faça uma mesa
redonda e explane tudo o que aprendeu, estabeleçam metas e façam os planejamentos juntos.
Filhos
O sonho de todo pai e toda mãe é proporcionar a seus filhos o que há de melhor,
procurando satisfazer não só suas necessidades básicas, mas também, as suas vontades. Como
resultado, os filhos acabam tendo um grande poder sobre a forma como a família gasta seu dinheiro.
Não se torture por não dar a seu filho todas as coisas que ele pede, para que ele se torne
um adulto produtivo, com auto-estima e capaz de assumir responsabilidades.
Filhos não costumam se preocupar com cheques, contas, taxas de juros. Elas acham que
isso é função dos pais. Mas, se você nunca conversar sobre finanças e orçamentos com seus filhos,
eles podem crescer pensando que o dinheiro de que precisam nasce em árvores. Aproveite a
oportunidade para educá-los financeiramente.
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FINANÇAS FAMILIARES
Com apenas algumas dicas, você pode ensinar tudo o que eles precisam saber sobre o
controle das finanças, como ajudá- los a entender o esforço que deve ser feito para receber um
pagamento e as melhores maneiras de guardar uma parte dele.
Incentive seu filho a poupar, dando-lhe um “bônus” quando ele atingir uma determinada
meta de poupança. Ajude-o a traçar objetivos de curto, médio e longo prazo, mas deixe que ele
escolha como vai gastar o dinheiro poupado. Isto vai ensiná- lo a fazer escolhas desde já.
É importante que o seu filho receba o dinheiro de suas despesas de forma regular, como
uma mesada, quinzenada ou semanada, conforme a capacidade de percepção do tempo. Isso vai
simular um contexto onde ele vai administrar suas despesas, como fará quando adulto, quando estiver
ganhando seu próprio dinheiro.
Para qualquer pessoa conseguir estabelecer e cumprir um orçamento é preciso saber
quanto e quando vai receber. Fixe um dia certo para o pagamento da mesada, quinzenada ou
semanada.
Não deve faltar e nem sobrar dinheiro para as despesas estabelecidas como sendo de
responsabilidade dele. E conforme a idade da criança, você decide quais despesas serão incluídas na
mesada e quais ficarão sob a responsabilidade dos pais. Para o seu filho universitário, por exemplo,
todas as despesas dele podem ser incluídas na mesada, até o pagamento da universidade.
Você não deve adiantar, emprestar ou dar mais dinheiro do que foi estabelecido, porque
você só estará deseducando-o e, quando adulto, ele tenderá a repetir o comportamento adquirido.
O seu filho vai fazer escolhas como comprar um presente mais caro para um amigo ou ir a
um cinema. Vai começar a decidir onde é importante ele empregar o seu dinheiro.
Para o seu filho adolescente, evite contas conjuntas, e cartões de crédito; essas
facilidades podem acabar sendo mal-utilizadas por seu filho, já que o objetivo é educá-lo e discipliná-
lo para a vida financeira.
Dê presentes aos seus filhos somente em datas especiais, como aniversário, Natal, Páscoa
e dia das crianças.
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FINANÇAS FAMILIARES
EM CASA
û Não permita pequenos vazamentos de água;
û Evite banhos demorados;
û Não molhe jardins desnecessariamente;Não use a mangueira como vassoura;
û Mantenha as torneiras fechadas ao usar o barbeador, o sabão, as esponjas e as
buchas;
û Não permita luzes acesas desnecessariamente;
û Redimensione as potências das lâmpadas;
û Troque as lâmpadas incandescentes por lâmpadas eletrônicas, de baixo
consumo;
ü Compre eletrodomésticos de baixo consumo, observando o selo do PROCEL;
ü Reduza o uso de aparelhos que tenham resistência;
ü Acumule o maior volume de roupas para passar e passe-as toda de uma só vez;
ü Use o chuveiro elétrico no modo verão, a não ser em dias realmente frios;
ü Evite conversas desnecessárias ao telefone;
ü Conheça e divulgue os horários de desconto das ligações telefônicas;
ü Evite telefonar para aparelhos celulares;
ü Levante o melhor plano de sua operadora para o uso do celular;
ü Realize pequenos consertos;
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FINANÇAS FAMILIARES
Cuide do patrimônio individual, utilize a internet, salvo exceções, nos horários com preços
reduzidos.
VIAGENS
Viajar é bom e todos gostam,mas pode tornar-se um arrependimento futuro se não houver
planejamento. Assim, siga as dicas que podem lhe prevenir de voltar com o bolso vazio e muita conta
a ser paga.
Ø Planeje tudo antes. Faça um orçamento com antecedência. O orçamento deve incluir:
hospedagem, transporte, alimentação, passeios turísticos e uma reserva para alguma
eventualidade. Tendo determinado o valor, divida-o pelo número de meses que faltam
para você sair de férias e aplique o valor correspondente mês a mês, como você
aprendeu a fazer com os gastos eventuais;
Ø Evite feriados ou épocas de alta temporada;
Ø Pesquise os pacotes turísticos, verifique os preços, estude os contratos-os antes de
assiná- los e verifique, junto ao PROCON, se não há nenhuma reclamação registrada
contra a operadora ou a agência de viagens;
Ø Cuidado com as compras. A tentação sempre vem, mas procure deixar determinado,
dentro do orçamento, quanto será destinado para compras e presentes;
Ø Evite tirar muitas fotos. Umas poucas por dia de viagem é o bastante.
SUPERMERCADO
Ø Não vá ao supermercado com fome, esta lhe força a comprar mais do que realmente
precisa;
Ø Faça uma lista com os itens que terá que comprar, já especificando a quantidade.
Estabeleça um limite de todos os itens que você costuma consumir. Com a lista de
compras feita, você só vai repor a quantidade que falta. Não faça estoques, o período
de hiperinflação já passou;
Ø Se tiver filhos, evite levá- los. Crianças tendem a entulhar o carrinho com supérfluos;
Ø Verifique os prazos de validade dos itens;
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FINANÇAS FAMILIARES
Ø Compare as embalagens e verifique o preço por unidade de peso ou volume. As
embalagens maiores tendem a ser mais baratas;
Ø Fique atento aos registros das leitoras de código de barras. São comuns as diferenças
de preços em relação ao mostrado nas gôndolas;
Ø Mantenha o olho vivo nas etiquetas afixadas nas gôndolas;
Ø Cuidado com os anúncios de ofertas. Os comerciantes costumam compensar a
diferença em outros produtos;
Ø Dê preferência a comprar frutas da época, são mais saborosas e com preços melhores.
Ø Não faça compras no dia do pagamento. Pode lhe dar a impressão de estar com muito
dinheiro.
BANCOS
Ø Pesquise os pacotes de serviços, as diferenças de tarifas entre os bancos são
enormes;
Ø Procure movimentar ou mesmo ter apenas uma conta corrente, pois assim você tem
uma melhor visualização de como usa o seu dinheiro e tem melhor controle dos seus
recursos, além de diminuir os gastos com tarifas bancárias;
Ø Não deixe dinheiro aplicado se você tiver dívidas. Os juros cobrados pelas dívidas são
sempre muito maiores do que os que você recebe de suas aplicações;
Ø Não entre no “cheque especial”; ele é especial só para os bancos. Com os juros
“proibitivos” que são praticados no Brasil, sua dívida pode dobrar em apenas 8 meses,
sem que você tenha feito nenhum gasto adicional;
Ø Tenha apenas um cartão de crédito, e o utilize apenas para sua conveniência, não
para crédito; pague a fatura integralmente, sempre. Uma dívida no cartão de crédito
pode dobrar em apenas 6 meses.
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FINANÇAS FAMILIARES
CARRO
O carro velho é uma caixinha de surpresas, expõe-nos a riscos desnecessários, falha
sempre nos piores momentos, e sua manutenção é mais cara;
O carro usado e conservado é uma ótima opção. Deve estar com a documentação e as
revisões em dia e ter todos os seus equipamentos em funcionamento. O IPVA é mais barato que o de
um carro novo e perde-se menos dinheiro com a desvalorização que o carro novo;
O Carro novo tem o IPVA maior e tem garantia de 1 a 2 anos, consome menos
combustível, tem menos custos de manutenção e a depreciação é mais elevada nos primeiros dois
anos.
Lembre-se de que os conceitos mudaram: o carro é um bem de consumo como uma
televisão ou geladeira, não é um investimento. Assim não tem sentido trocar de carro “todo ano”,
como no passado.
OUTRAS DICAS
Se você estiver “naqueles dias” de tendência para o consumo, use a regra dos “3
SIMS”demonstrada a seguir:
� Tenho dinheiro para pagar?
a) – Não! Desista da compra
b) – Sim! Vá para a pergunta 2.
� Preciso?
a) – Não! Desista da compra
b) – Sim! Vá para a pergunta 3
� Tem que ser agora?
a) – Não! Desista da compra
b) – Sim! Compre!
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FINANÇAS FAMILIARES
ELIMINAÇÃO DAS DÍVIDAS
Causas e Conseqüências do Endividamento Excessivo
Os modernos instrumentos de marketing e crédito promovidos e incentivados por
instituições comerciais, industriais e financeiras, fazem parecer que estar endividado é uma grande
virtude que deve ser incentivada e cultivada. Nada é menos verdadeiro do que isso.
Com a estabilidade monetária, as instituições financeiras substituíram seus altos lucros
com a inflação pela oferta das mais diversas modalidades de créditos aos seus clientes, acrescidas de
todas as facilidades e rapidez que a informatização pode proporcionar.
Um exemplo disso são os cartões de crédito, que podem ser utilizados em qualquer lugar
do mundo e quase que sem limites de crédito.
Hoje, a classe média perdeu seu poder de compra por congelamento de salários, inflação,
perda ou troca de emprego, troca de emprego por salários menores,etc. Impossibilitada de manter o
padrão de vida a que se estava acostumado, o brasileiro gasta tudo o que ganha, ou pior, gasta mais
do que ganha, recorrendo à cheques especiais, cartões, crédito pessoal em bancos e financeiras,
amigos, parentes e recorrendo até a agiotas.
O mesmo também ocorreu com o brasileiro de classe baixa, que viveu nos últimos anos
um período de ilusório aumento de seu poder aquisitivo. Comprou como nunca, assumiu crediários,
financiando seu sonho de consumo em várias parcelas, e acabou endividado por descontrole ou
desemprego.
Fazer uma despesa ou compra, por si só, não é o que faz com que você vá contrair uma
dívida, mas não ter o dinheiro necessário, naquele momento, e pagar juros por isso. O pagamento de
juros para comprar ou fazer uma despesa, antes de ganhar o dinheiro necessário, é o que configura
uma dívida.
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FINANÇAS FAMILIARES
O aluguel da sua casa, o condomínio, a conta de luz, a mensalidade da escola são
compromissos financeiros que vencem todo mês e sobre esses compromissos não incidem os juros
que são o custo extra de todo endividamento.
Mas um carro que você quer adquirir e não tem o dinheiro para pagar no ato da compra,
tomando empréstimo para pagá- lo, é um endividamento.
Qualquer tipo de endividamento é prejudicial porque implica o pagamento de juros, e os
juros não se traduzem em nenhum benefício para o tomador do empréstimo a não ser a antecipação
da realização de determinada compra ou gasto.
METODOLOGIA PARA ELIMINAR DÍVIDAS
O objetivo desse item é desenvolver um planejamento para uma gradual e definitiva
eliminação de todas as dívidas, com o menor custo pessoal possível. Para isso as dívidas serão
listadas e analisadas uma por uma, classificando-as conforme o seu grau de gravidade e sugerindo
sua eliminação numa escala de prioridades e na velocidade adequada de eliminação de endividamento.
Dentro da metodologia utilizada, tendo como referencial o mercado americano, o trabalho
é dividido em 3 etapas: Diagnóstico da Situação Financeira, Planejamento e Execução.
Primeira fase: O DIAGNÓSTICO
Conheça suas dívidas e analise a gravidade de cada uma delas, e conheça suas
verdadeiras possibilidades de eliminá-las mais ou menos rapidamente, dentro das vias legais
existentes.
Para isso, faça o levantamento preciso do seu Balanço Patrimonial Familiar Inicial,
começando pelo levantamento das Dívidas (que chamaremos de passivos) e das Disponibilidades
(aplicações, imóveis, veículos, etc., que chamaremos de ativos). O resultado do Balanço Patrimonial
é encontrado subtraindo as dívidas das disponibilidades, ou seja, os passivos dos ativos.
Liste seus Ativos e Passivos. Liste todas as suas dívidas, com detalhes
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FINANÇAS FAMILIARES
Por falta de hábito de fazer planejamento financeiro pessoal e de poupar para
emergências, é muito fácil fazer uma dívida atrás da outra.
A primeira dívida cabe no seu orçamento; a segunda, você esqueceu de anotar; a
terceira foi porque houve uma necessidade e você não tinha reserva; e acaba por não se lembrar de
todas as dívidas assumidas, a quem deve, o quanto deve e que juros paga.
Liste todos os seus Ativos ( tudo aquilo que você tem) traduzido em valores, tais como:
√ Valores em contas correntes;
√ Imóveis;
√ Automóveis
√ Investimentos (em caderneta de poupança, Fundos de investimentos, ações, ouro,
dólar paralelo, outras aplicações);
Liste todos os seus Passivos ( tudo aquilo que você deve) traduzidos em valores.
É muito importante listar a dívida com detalhes, saber o total da dívida, o quanto paga de
juros, o quanto está em atraso, o que tem a vencer e finalmente qual é o montante total das dívidas.
Junte às planilhas todos os seus contratos, recibos, carnês.
û Dividas no cheque especial;
û Dívidas em crediários;
û Dívidas com amortização e sem amortização
û Outras dívidas: condomínio em atraso, etc.
Liste todos os seus Passivos ( tudo aquilo que você deve) traduzidos em valores.
û Dívidas no cartão de crédito;
û Financiamento de carro / leasing
û Financiamento de imóveis
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FINANÇAS FAMILIARES
û Dívidas de empréstimo pessoal bancos, financeiras;
A seguir, apresentaremos um exemplo de Balanço Patrimonial Familiar Inicial:
Some o total dos ativos, o total do seus passivos e veja a diferença – ela representa
seu Balanço Patrimonial Familiar Inicial, no caso igual a
R$ 26.300,00 – R$ 24.220,00 = R$ 2.080,00
Pela sua natureza, a maior parte dos Ativos tende a perder valor com o uso ao longo do
tempo, a chamada depreciação dos ativos, ou a crescerem próximos à taxa de juros básica da
economia, enquanto os passivos tendem a aumentar de valor com o tempo, de acordo com a
incidência de juros da “praça”.
Assim, o acompanhamento da evolução do seu patrimônio líquido pessoal, nos próximos
meses, será um fator de análise muito importante para o planejamento da eliminação de suas dívidas
pessoais.
CLASSIFICAÇÃO DAS DÍVIDAS PELO GRAU DE GRAVIDADE
Existem dívidas que podem ser encaminhadas em longo prazo (como a casa própria) e
dívidas como a do cheque especial e cartão de crédito, que devem ser eliminadas em curtíssimo
prazo, pois podem levar a pessoa rapidamente à declaração aberta de inadimplência. Espera-se que a
maior parte das dívidas sejam eliminadas num prazo médio de 1 a 2anos. Para definir essas
prioridades, é necessário estabelecer certos critérios.
O nível da taxa de juros garantia dada pela dívida ou avalistas, o peso da dívida no seu
orçamento possibilidade de coerção física ou moral, são alguns critérios para classificar as dívidas pelo
grau de gravidade.
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FINANÇAS FAMILIARES
Critério de gravidade financeiro da dívida Nível de preocupação com a dívida
Baixa Média Alta Muito Alta
1- Natureza do tipo de dívida (relativa a bens essenciais, secundários e supérfluos)
0 1 2 3
2- Nível de taxa de juros 0 1 2 3
3- Natureza da garantida dada pela dívida 0 1 2 3
4- Valor das prestações mensais/receitas familiar 0 1 2 3
5- Valor da dívida pendente/receita familiar pendente
0 1 2 3
6- Valor da dívida atrasada/receita familiar 0 1 2 3
O índice de gravidade financeira da dívida é representado pela soma das pontuações
obtidas por cada critério, podendo oscilar entre 00 pontos (situação ideal) e o máximo de 18
(situação gravíssima).
É necessário frisar que o quadro anterior inclui apenas aspectos financeiros, que embora
sejam fundamentais, não alcançam toda a abrangência necessária. Com efeito, existem outros
aspectos de natureza subjetiva que não podem ser ignorados, tais como riscos pessoais ou
psicológicos.
Quanto maior for a pontuação financeira (vide quadro acima), maior será o grau de
prioridade para eliminação da respectiva dívida.
Exemplo:
ü Receita Familiar: R$ 4.000,00
ü Dívida cartão de crédito: R$ 1.000,00 (juros da ordem de 11%)
ü Prestação mensal: R$ 200,00 (duas parcelas atrasadas)
ü Natureza do tipo de dívida: aquisição predominante de artigos supérfluos.
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FINANÇAS FAMILIARES
Critérios de gravidade financeira da dívida Nível de preocupação com a dívida
Baixa Média Alta Muito Alta
1- Natureza do tipo de dívida (relativa a bens
essenciais, secundários)
- - - 3
2- Valor de taxa de juros - - - 3
3- Natureza de garantia dada pela dívida 0 - - -
4- Valor das prestações mensais/receita familiar - 1 - -
5- Valor da dívida pendente/receita familiar - - 2 -
6- Valor da dívida atrasada/receita familiar - - 2 -
Índice de gravidade financeira: 11
Essa dívida não tem problemas de coerção, mas provavelmente de cunho psicológico, pelo
menos a um nível alto (2 pontos), dada a facilidade de comprar com cartão tudo o que aparece nas
vitrines ou prateleiras.
Portanto, teremos um índice de gravidade global da ordem de 13 pontos. No item 4.2.2
voltaremos ao assunto, já que cada dívida deve ser comparada com a pontuação de outras, para
poder escolher quais eliminaremos prioritariamente.
Neste momento você já é capaz de classificar a gravidade de suas dívidas e portanto
organizá-las prioritariamente. O próximo passo é: como eliminá-las?
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FINANÇAS FAMILIARES
Segunda fase: O PLANEJAMENTO
A eliminação de dívidas exige uma ação imediata, uma parcela de sacrifícios seu e das
pessoas que dependem de você mas, só assim; livres das dívidas, você poderá voltar a viver.
Monte um planejamento financeiro pessoal para a eliminação de dívidas que respeite as
suas reais necessidades e possibilidades e que implique o menor custo possível em termos de redução
da qualidade de vida presente e futura da família.
A eliminação de todas as suas dívidas deve ser planejada sem nenhuma das dívidas
ficarem de fora, nem mesmo aquela dívida que você tem com o sogro e sabe que ele não vai cobrar
ou não tem pressa em receber. Ainda que só possa ser paga com o 13º salário do ano seguinte. Só
assim você se verá livre de todas as suas dívidas para sempre .
As principais formas de redução de dívidas são:
ü Renegociar dívidas, trocando-as por novas dívidas com juros mais baratos. Para
isso o orçamento precisa estar enxuto, para que as novas dívidas sejam previstas
no orçamento.
ü Disponibilização de ativos financeiros. Resgatar aplicações financeiras que têm
rendimentos menores do que os juros cobrados nos diversos tipos de
endividamento.
ü Disponibilização de ativos físicos. Porque os juros das dívidas são maiores do
que a valorização (quando há valorização) dos ativos. Pode-se calcular em quanto
tempo uma dívida “come” um determinado bem.
ü Fazendo enxugamentos no orçamento familiar para pagar as dívidas com o
valor poupado.
Dicas para renegociar suas dívidas
Saia da inércia, parta para uma renegociação da dívida imediatamente. O credor também
tem grande interesse na negociação e não é necessariamente ele quem deve ditar como será
realizado o pagamento.
Prepare-se em casa, antes de partir para a renegociação. Releia o contrato de
financiamento com atenção. Normalmente, o contrato já deixa claras as hipóteses e condições para a
renegociação da dívida.
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FINANÇAS FAMILIARES
Na renegociação, o credor deverá apresentar a você a posição dos débitos já pagos, e
aqueles em aberto. Para evitar que nas contas do credor haja diferenças que o prejudiquem, junte e
leve todos os recibos de prestações já pagas e mesmo boletos não pagos até a data da
renegociação.
Analise bem suas necessidades de renegociação da dívida: o que você quer é uma
prestação mais baixa por um prazo mais longo? Precisa de uma carência de alguns meses para voltar
a pagar normalmente? Quer antecipar parcelas futuras? Tenha uma proposta bem definida de
renegociação.
Se você pagar antecipadamente uma dívida, insista no desconto dos juros futuros que
haviam sido embutidos. É um direito seu. Além disso, peça um desconto extra. Se o credor estiver
precisando de caixa, ele concordará.
Na hora de assinar o acordo de renegociação, peça ao credor para tirar as restrições
feitas em seu nome (SPC, por exemplo). Também não arque com despesas de serviços que o próprio
credor contratou, como honorários de advogados e serviços de cobrança. Limite-se a pagar o valor
principal e os juros.
Nunca feche qualquer acordo logo na primeira reunião. Analise a proposta em casa. Se for
preciso, procure ajuda para calcular os juros e o valor das prestações renegociadas.
Jamais aceite propostas de renegociação que impliquem aumento da taxa de juros inicial
ou do valor a ser pago originalmente. Renegociação só faz sentido se for para melhorar as condições
da dívida para você!
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FINANÇAS FAMILIARES
Terceira fase: EXECUÇÃO
Nessa etapa do trabalho você estará executando tudo o que foi planejado para a
eliminação total de suas dívidas pessoais.
Faça seu balanço patrimonial mês a mês, da mesma forma que você fez o inicial, e
verifique se há necessidade de correções de rota.
Examine mês a mês seu montante de dívidas.
Se você estiver realizando corretamente o que foi planejado, suas dívidas cessarão,
diminuindo progressivamente e você estará caminhando para a eliminação de suas dívidas pessoais
para sempre.
Outras dicas para a eliminação das dívidas
Dívida é como um câncer: é uma doença difícil e que requer muito comprometimento e
sacrifício do paciente, mas se diagnosticado a tempo, tem cura.
ü Se você tem um “extra” para receber (ex.: 13º salário, adicional de férias,
diárias,etc.) use-o para saldar suas dívidas. A privação de algo em prol do sossego
é muito saudável.
ü Se você tem aplicações financeiras para lhe dar segurança, resgate-as para saldar
suas dívidas, pois as dívidas ameaçam sua segurança financeira. Não há aplicação
financeira no mercado brasileiro que pague mais do que os juros cobrados em suas
dívidas.
ü Se você tem bens, deixe o apego de lado, venda-os e salde suas dívidas. O que
você verdadeiramente tem é o que você possui, menos o que deve. Com os
juros elevadíssimos como são no Brasil, as dívidas podem, em pouco tempo,
comprometer tudo o que você conquistou.
ü Se você tem crédito com seus familiares, peça um empréstimo e proponha pagar,
mensalmente, o equivalente ao rendimento de uma aplicação financeira.
ü Cuidado com as pequenas despesas. Um pequeno furo pode afundar um grande
navio.
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FINANÇAS FAMILIARES
ü Há dívidas que você pode administrar a longo prazo, como o financiamento da casa
própria, e há dívidas que você precisa saldar rapidamente, porque são graves,
como o cheque especial e o cartão de crédito.
Lembre-se os juros são incolores, inodoros, mas certamente não são indolores. Você não
come juros, não viaja de juros, não anda de juros, então por que pagar juros?
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FINANÇAS FAMILIARES
FORMAÇÃO DE CRITÉRIOS PARA INVESTIMENTOS
Como tornar-se um Investidor Pessoal de Sucesso
Você sabe o que é adequado para você como investidor? Quais são os investimentos
mais interessantes para a atual conjuntura econômica?
Nesse trabalho, nosso objetivo é auxiliá- lo no processo do seu autoconhecimento como
investidor pessoal e do conhecimento das opções de investimentos disponíveis para que você mesmo
esteja habilitado a fazer escolhas, respeitando sua soberania decisória sobre seu próprio dinheiro.
Por que alguns homens são capazes de enriquecer e outros não, mesmo que trabalhem
tanto ou mais nesse sentido?
Vamos falar de uma das formas de acumular riqueza: o milagre moderno das finanças,
chamado de juros compostos.
É um método lendo mas seguro de aumentar o que você acumula. Sendo assim, este
veículo de acumular riqueza é o padrão ou a base com que se compara qualquer outro caminho para a
riqueza.
Pode-se dizer que o Lucro Real é o que pode ser obtido acima e além do que o juro
composto irá alcançar.
Nos últimos anos, as opções de investimentos pessoais se multiplicaram, e se tornaram
bastante acessíveis aos pequenos e médios investidores. Mesmo que você só possa investir um
pouquinho todo mês, você é um investidor.
Observe no exemplo a seguir como vale a pena investir um pouquinho todo mês:
Considere que você possa investir R$ 100,00 todo mês em um Fundo de Renda Fixa
Conservador, à taxa de 1% ao mês.
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FINANÇAS FAMILIARES
Se você guardasse simplesmente R$ 100,00 por mês
Resultados Durante 60 meses
= 5 anos
Durante 180
meses = 15 anos
Durante 360
meses = 30 anos
Investimento R$ 6.000,00 R$ 18.000,00 R$ 36.000,00
Juros R$ 2.167,00 R$ 31.958,00 R$ 313.496,00
Total R$ 8.167,00 R$ 49.958,00 R$ 349.496,00
Qualquer que seja o tamanho de sua renda, para tornar-se um investidor pessoal de
sucesso, você deve levar em conta os seguintes itens:
v Conhecer seu verdadeiro Perfil de Investidor Pessoal e seu atual momento de vida.
v Definir seus objetivos de Investimentos
v Conhecer as várias opções de investimentos pessoais disponíveis no mercado e
estar bem informado sobre as mudanças que podem exigir alterações nos seus
investimentos pessoais.
v Identificar o que está certo e o que está errado na forma em que você investe
atualmente e investir melhor o que você já tem.
v Economizar e investir para o futuro.
v Fazer correções de “rota” quando necessário.
Conheça seu Perfil de Investidor Pessoal e seu atual momento de vida
Conheça seu perfil de investidor pessoal. Você é agressivo, moderado ou conservador?
Você é conservador por que não conhece as opções de investimentos? Você pode ser
agressivo? Seu momento de vida permite?
Analise o seu momento de vida para ver se você pode ser o tipo de investidor que a
princípio você quer ser.
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FINANÇAS FAMILIARES
Dica 1
Evite investir seu dinheiro levando em consideração somente sua propensão psicológica ao
risco. Suponha que você queira ser um investidor agressivo. Será que suas condições financeiras o
permitem? Será que você está preparado para investir de acordo com este perfil?
Dica 2
Você provavelmente não será um investidor bem sucedido, a menos que tenha gastos
enxutos e sob controle. Faça sempre um bom planejamento financeiro do seu orçamento pessoal e
familiar, para poder economizar e investir um pouco todo mês, regularmente.
Dica 3
Nunca invista seu dinheiro sem antes conhecer as diferentes opções de investimentos.
Procure informar-se sobre a rentabilidade, a segurança e a liquidez de cada aplicação, além de
manter-se bem informado sobre o que acontece na macroeconomia do país e do mundo.
Conhecer o mercado
Conheça cada uma das opções de investimentos pessoais disponíveis e as vantagens e
desvantagens de cada, desde a Caderneta de Poupança até um fundo de ações.
Ao diversificar suas aplicações, voc ê estará maximizando as chances de que sua
estratégia de investimentos seja bem sucedida. Se alguma opção escolhida frustrar suas
expectativas, numa carteira diversificada de investimentos haverá outras para compensar.
Se você estiver despreparado, ou pouco preparado, seja mais conservador do que você
gostaria ou poderia ser.
A pior aplicação financeira é aquela que você não conhece.
É importante conhecer as diversas opções de investimentos nos aspectos liquidez, risco e
rentabilidade.
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FINANÇAS FAMILIARES
Aspectos a serem observados ao Investir
Rentabilidade. É desejável que o capital aplicado em qualquer modalidade de
investimento cresça em termos absolutos, mas também em termos reais. Ou seja: o valor investido
deve crescer não apenas na mesma medida da inflação, mas inclusive para além dela, o que na
prática quer dizer que o “poder de compra efetivo” do capital investido estará crescendo ao longo do
tempo.
Ao escolher uma opção para investir seu dinheiro, observe o histórico de rentabilidade
passada do investimento e compare com outras aplicações da mesma categoria, apesar de que a
rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade no futuro. Observe também as perspectivas
futuras do investimento.
Estas perspectivas futuras do investimento dependem basicamente de dois fatores:
v a evolução de cenário macroeconômico;
v a estratégia de gestão do investimento adotada por seu administrador dentro dos
parâmetros legais permitidos, de acordo com sua visão da evolução do cenário
atual.
Risco – é a maior ou menor probabilidade de o capital investido vir a sofrer reduções em
potencial, em curto prazo, sendo aplicado em determinada modalidade de investimento por um
determinado período de tempo.
Liquidez – a disponibilidade do capital investido para voltar a suas mãos com maior ou
menor rapidez.
Ex.: Poupança – na data de aniversário.
Normalmente, a liquidez de um investimento está inversamente relacionada com a sua
rentabilidade. Quanto maior for a garantia de acesso ao dinheiro investido com rapidez, tanto menos
você tenderá a ganhar com esse tipo de investimento.
Momento pelo qual o investimento está passando – como o cenário macroeconômico
do país se encontra para cada modalidade de investimento.
De que forma alguns indicadores da economia, como inflação e taxas de juros básicas,
podem ter efeitos em seus investimentos.
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FINANÇAS FAMILIARES
Fundos de Investimentos Financeiros
São recursos financeiros de vários investidores, formando um patrimônio único, que será
administrado por uma equipe de especialistas, de acordo com determinados parâmetros, para se
atingir um determinado objetivo de investimento.
Cada investidor pode aplicar uma quantia financeira diferente no Fundo de Investimento
Financeiro e, para saber a parcela de cada investidor no Fundo, divide-se o patrimônio do fundo em
cotas. Assim, cada participante terá uma quantidade de cotas proporcionais ao valor por ele
investido no Fundo.
Risco. O patrimônio do Fundo pertence aos seus cotistas. Todo Fundo de Investimento
Financeiro tem seu próprio CGC.
Liquidez. Paga-se IOF se for realizar resgates, num Fundo de Investimentos, antes de 30
dias a contar da data do investimento. A maioria deles oferece liquidez diária, mas alguns oferecem
liquidez em datas específicas, a cada 30,60 ou 90 dias, a contar da data de aplicação inicial.
Principais Custos: taxas de administração e performance nos fundos de investimentos
O patrimônio de um Fundo de Investimento é administrado por uma equipe de profissionais
especializados e os custos dessa administração são rateados entre todos os investidores do fundo,
sempre de acordo com as cotas de cada um.
As cotas dos Fundos de Investimentos publicadas nos jornais são líquidas, ou seja, já
apresentam desconto da taxa de administração e da taxa de performance.
Taxa de performance é a taxa percentual cobrada pelas instituições sobre uma parcela
da rentabilidade do Fundo de Investimento que exceder a variação de um determinado índice
previamente estabelecido. As taxas de performance só podem ser cobradas sobre os fundos de renda
fixa.
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FINANÇAS FAMILIARES
v Vantagens dos Fundos
- Menor necessidade de conhecimento sobre investimentos e operações financeiras
- Diversificação natural
- Redução de custos de administração
- Reinvestimento automático de lucros
- Facilidade de controle para o investidor
- Liquidez em curtos prazos
v Cuidados Básicos Antes de Investir em Fundos
Ao escolher um Fundo de Investimentos, uma série de fatores deve ser levado em conta,
especialmente seu perfil de investidor que indicará:
- O seu objetivo ao investir;
- O risco que você pode correr;
- O prazo que você pode deixar o dinheiro sem movimentação
Leia o regulamento do Fundo e esclareça todas as suas dúvidas:
v Leitura do Regulamento do Fundo
- Objetivo de Investimento
- Política de Investimento
- Risco
v Conheça o histórico das pessoas responsáveis pela administração do Fundo
v Conheça o histórico de eficiência e de rentabilidade do Fundo
Faça um balanço de suas impressões pessoais e das informações que lhe foram passadas.
Suas impressões pessoais também são importantes.
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FINANÇAS FAMILIARES
Classificação Básica dos Fundos
1 – Fundo de Renda Fixa – No mínimo, 51% em RF (*)
v Taxa de administração
v Taxa de performance
v IR de 20%
v Eventual IOF
v Fiscalização do Banco Central
2 – Fundo de Renda Variável– No mínimo, 51% em RV (*)
v Taxa de administração
v IR de 10%
v Fiscalização da CMV
Há outros tipos de Fundos de Renda Fixa, basicamente:
Fundos de Investimento Imobiliário: São formados por grupos de investidores, com o objetivo de aplicar recursos no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários ou em imóveis prontos.
Fundos de Investimento no Exterior (Fiex) São fundos que têm como objetivo principal investir em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União.
Opções de Investimentos para o Pequeno e Médio Investidor
Opções Conservadoras
Nas opções de investimento conservadoras, o risco de ter rentabilidade negativa é muito
baixo; são diretamente influenciadas pelo comportamento dos juros básicos da economia brasileira,
que são os juros que o governo paga para financiar a dívida pública.
São opções adequadas para a formação de uma reserva financeira estratégica, para
serem utilizadas em situações de emergência, como desemprego, mal desempenho do negócio próprio
etc.
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FINANÇAS FAMILIARES
v Fundos DI
- Têm objetivo de proteção ao dinheiro. Se o governo aumentar a taxa de juros básicos
da economia, os Fundos DI refletem este aumento na sua rentabilidade.
- Sua rentabilidade é atrelada à taxa básica da economia brasileira.
- Têm em seu patrimônio ativos financeiros com rendimentos/juros pós-fixados, ou sejam,
os juros só são conhecidos no futuro.
- Pelo menos 80% dos recursos dos fundos DI são aplicados em títulos públicos federais
ou em títulos de renda fixa de emissores com baixo risco de crédito.
Na prática, 95% da carteira acompanha a variação dos Certificados de Depósito
Interbancário (CDI) e a taxa Selic, o que garante baixíssimo risco para o investidor.
Operam no mercado de derivativos (ativos financeiros cujos valores e características de
negociação estão amarrados aos ativos que lhe servem de referência) com o objetivo de hedge, ou
seja, proteção (*).
A maioria dos fundos DI oferece liquidez diária
* Os conceitos “derivativos” e “hedge”são explicados mais detalhadamente no Glossário
v Fundo de Renda Fixa Conservadores
O Fundo de Renda Fixa Conservadores, aplicam no mínimo 80% do patrimônio do fundo
em títulos públicos federais ou títulos de renda fixa de emissores que possuam baixo risco de
crédito.
Podem possuir em seu patrimônio ativos financeiros com rendimentos pré ou pós-fixados;
não são tão conservadores como os DI.
Utilizam-se derivativos com o objetivo de hedge, ou seja, proteção da carteira.
v Caderneta de Poupança
A base de rentabilidade desta modalidade de investimento é a TR (taxa Referencial),
calculada pelo Banco Central, mais 0,5% de juros ao mês.
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FINANÇAS FAMILIARES
A caderneta de poupança é isenta de IR e para não ficar mais atrativa do que os CDBs, o
Banco Central aplica um redutor sobre a TR.
Para não perder rentabilidade, na caderneta de Poupança devem ser efetuados os
resgates nas datas de aniversários que foram efetuadas as aplicações.
Há o risco da instituição financeira na qual se abriu a caderneta. Ela é garantida pelo
Fundo Garantido de Crédito até R$ 20.000,00, por CPF, somando-se os valores que você tinha nesse
banco em conta-corrente, poupança e CDB.
v Ouro
O preço do ouro tem sua dinâmica vinculada à lei da oferta e da procura.
É considerado um ativo que mantém seu valor em cenários econômicos turbulentos, e a
procura por ouro está relacionada a momentos de grandes incertezas no cenário econômico/político
mundial.
No mercado internacional esta em queda continua, devido ao excesso de oferta.
O ouro é um ativo com alta liquidez, fácil de ser vendido para qualquer banco.
v CDB – Certificado de Depósito Bancário
Os CDBs são títulos emitidos pelas próprias instituições financeiras, para captar dinheiro
junto aos investidores do mercado.
A rentabilidade líquida do CDB é obtida descontando 20% de Imposto de renda sobre os
rendimentos brutos, e CPMF sobre o valor inicial do CDB.
Ao reaplicar o CDB que no seu vencimento caiu em conta-corrente, será pago a CPMF
mais uma vez.
O CDB pode ser de 30 em diante, pré ou pós-fixado.
A garantia do CDB está no patrimônio da própria instituição financeira.
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FINANÇAS FAMILIARES
É garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC – que funciona como uma espécie
de seguro bancário, que garante até a quantia de R$ 20.000,00, por CPF, somando-se os valores que
você tenha em conta corrente, em CDB e Caderneta de Poupança, nesta instituição financeira.
Opções Moderadas
São adequadas para aquele investidor que quer correr um pouco mais de risco, com um
determinado percentual de seu patrimônio, na busca de uma rentabilidade maior e que também pode
deixar estes recursos investidos por um prazo superior a 12 meses, onde essa modalidade de
investimento apresenta uma rentabilidade média maior que as opções de investimentos
conservadoras.
v Fundo de Renda Fixa Moderado
Os fundos de renda fixa moderados investem parte do patrimônio em títulos que
oferecem risco de crédito maior e possibilidade de rentabilidade maior.
Alguns fundos utilizam os derivativos para aumentar a rentabilidade da carteira de
investimentos, havendo risco de perda de capital.
v Locação de Imóveis
Hoje em dia já não se consegue o histórico percentual de 1% ao mês.
A rentabilidade líquida dessa modalidade de investimento pode ficar abaixo de 05,% ao
mês.
A liquidez de um imóvel é baixa porque para se conseguir transformar rapidamente o valor
do imóvel em dinheiro disponível, o investidor muitas vezes tem que se desfazer do imóvel a preços
bem inferiores aos patamares do mercado.
v Fundo Cambial
Procuram acompanhar a variação das taxas oficiais de câmbio entre o real e o dólar
norte-americano.
É boa opção para quem tem por objetivo manter o patrimônio em dólar ou para quem tem
dívidas nessa moeda. É composto por títulos da dívida pública ou privada atrelados ao dólar ou por
derivativos cambiais (ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão
amarrados aos ativos que lhe servem de referência. No caso, o dólar.).
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FINANÇAS FAMILIARES
O risco de perda nesta modalidade de investimentos est á justamente na desvalorização do
dólar.
Opções Moderadas para Agressivas
É recomendável para o investidor que quer correr um risco maior, com determinado
percentual do seu patrimônio, na busca de uma rentabilidade melhor e pode investir por um prazo
mínimo de 24 meses, porque assim apresenta rentabilidade média acima das opções de investimentos
mais conservadoras.
v Fundos Multicarteira
São compostos por ativos de renda fixa (públicos ou privados) e de renda variável, como
ações, dentro dos limites legais.
Devem possuir em seu patrimônio no mínimo 51% de ativos financeiros de Renda Fixa,
sejam prefixados ou pós-fixados, e até 49% do seu patrimônio, investidos em mercado acionário.
Alguns fundos multicarteira, na busca de uma rentabilidade diferenciada, podem operar nos
mercados futuros, conhecidos como derivativos, podendo inclusive apresentar a possibilidade de
perda superior ao patrimônio líquido. Quando isso ocorre, o investidor é obrigado a entrar com mais
dinheiro para cobrir as perdas do fundo.
v Dólar Paralelo
A rentabilidade do dólar negociado no mercado paralelo depende da valorização da moeda.
A cotação de compra do dólar paralelo é feita sempre por um valor superior ao valor pelo qual se
poderia vender o mesmo dólar, no mesmo momento, ao mesmo doleiro. Esta diferença é justamente a
margem de lucro do doleiro, representando a perda para o investidor.
Esta modalidade de investimento tem alta liquidez.
ATENÇÃO!!
A compra de dólares no paralelo é uma aplicação ilegal, sujeita ao risco de roubo e
falsificações, além do risco da própria desvalorização do dólar.
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FINANÇAS FAMILIARES
Opções Agressivas
Oferecem boa rentabilidade a longo prazo (3 a 5 anos) para o investidor que quer investir
um determinado percentual de seu patrimônio em busca de maior rentabilidade, assumindo um
risco elevado.
v Fundos de Ações
Também conhecidos como Fundo de Renda Variável, os Fundos de Ações são voltados
basicamente ao investimento em ações. Os investidores que desejam investir em ações podem deixar
seu investimento nas mãos de um especialista, através de um Fundo de Ações.
Apesar de sua alta liquidez, é adequado investir em Fundos de Ações, pensando em quatro
ou cinco anos no mínimo, porque ações são investimentos que oscilam muito numa base diária. A
longo prazo, podem oferecer boa rentabilidade.
É uma opção de investimento agressiva e o maior risco está na falência de empresas das
quais o fundo possua ações.
v Fundos de Privatização - FMPs
São fundos com recursos provenientes das contas de Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS). Os FMPs atuais têm pelo menos 90% do patrimônio líquido aplicados em ações de
uma empresa, como a Petrobrás. O restante é aplicado em títulos públicos federais de renda fixa, que
têm baixíssimo risco.
v Fundos de Renda Fixa Agressivos
Os fundos de renda fixa agressivos buscam rentabilidade superior às taxas de juros
básicas da economia, e investem seu patrimônio em títulos de renda fixa com perfis de risco maiores.
v Fundos de Renda Fixa Agressivos
Freqüentemente utilizam-se de instrumentos derivativos para aumentar a rentabilidade da
carteira de investimentos. O investidor deve ter em mente que esses fundos podem oferecer
rendimento muito promissor mas, em compensação, podem ter perda superior ao patrimônio líquido.
Quando isso ocorre, o investidor é obrigado a entrar com mais dinheiro para cobrir as
perdas do fundo.
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FINANÇAS FAMILIARES
Compra/venda de ações
Essa modalidade de investimentos apresenta alta liquidez, pois ao vender suas ações hoje
você estará recebendo o dinheiro em 3 dias úteis.
Mas lembre-se:
apesar da alta liquidez, investir em ações pensando em quatro a cinco anos no mínimo,
porque ações são investimentos que oscilam muito numa base diária. A longo prazo, podem oferecer
boa rentabilidade.
Do mesmo modo que no Fundo de Ações, o maior risco está na falência de empresas das
quais você possua ações ou também na escolha de empresas que apresentem resultados financeiros
ruins.
Primeira Fase do Planejamento - DIAGNÓSTICO
O principal papel do diagnóstico é: radiografar a estrutura e a natureza das aplicações
familiares ou pessoais, procurando avaliar opções para sua distribuição ótima, visando a obter o
melhor resultado dos recursos nelas colocados.
Como visto anteriormente na apostila faça um levantamento das informações básicas,
relativas ao orçamento familiar, assim como às aplicações correspondentes, e definir o perfil
financeiro da família.
Vejamos um exemplo:
A família Teixeira (o marido Miguel com 43 anos, a esposa Maria com 39 e dois filhos de 13
e 18 anos), tem uma receita da ordem de R$ 5.000,00 e suas despesas atingem a quantia de R$
4.200,00. Há, portanto, uma poupança de R$ 800,00 mensais.
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FINANÇAS FAMILIARES
Já a planilha de Ativos do Balanço Patrimonial Base, apresenta a situação seguinte:
ATIVOS FINANCEIROS ATIVOS FÍSICOS Caderneta de poupança 5.000 Residência 100.000 Fundo de investimento 4.000 Carro 20.000 Dólar paralelo 1.000 Jóias 10.000 Ações 1.000 SubTotal 11.000 SubTotal 130.000 Total Geral 141.000
A FAMILIA TEIXEIRA NÃO TEM DÍVIDAS
Mas se outra família as tiver, teremos que voltar ao Capítulo 4, que fala da eliminação de
dívidas, já que – provavelmente – é muito mais interessante utilizar certa proporção dos ativos
financeiros no enxugamento das dívidas, dada a grande discrepância entre os juros pagos nas
aplicações (às vezes até menos de 1%) e os correspondentes aos juros de dívidas (às vezes até
14%), como já foi mencionado naquela oportunidade.
Até aqui temos um excelente diagnóstico da situação, mas antes de passar para a
próxima etapa, o planejamento, devemos considerar a etapa subjetiva do processo.
Listagem para auto-análise familiar visando o Planejamento das Aplicações
Podem ser acrescentadas outras perguntas além das que aqui, de modo indicativo, são
sugeridas.
v Como a família percebe o seu futuro financeiro num horizonte de um ano, de 3
anos, de 5 anos, de 10 anos? E a tendência é melhorar, estabilizar ou piorar?
v Quanto tempo as reservas financeiras existentes cobririam um eventual
desemprego?
v Por que a família poupa? Apenas por que se aplica o que foi poupado? Por que é
necessário ter uma reserva estratégica? Outros motivos?
v Qual é o planejamento para poupar (e aplicar)?
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FINANÇAS FAMILIARES
v Qual é a quantia possível de economizar sem comprometer a qualidade de vida?
(Cuidado: nível de vida e qualidade de vida são conceitos diferentes).
v A família está organizada para desenvolver o planejamento de suas finanças
pessoais? Se não, pelo menos está conscientizada desta necessidade? (*)
v Qual é a percepção familiar dos conceitos de risco e rentabilidade? Poderemos
satisfazer ambos, diversificando as aplicações?
v Qual é o valor das indenizações trabalhistas em caso de demissão? Neste caso,
como seria utilizado o FGTS? Mantendo o atual modo de vida, ou apertando
fortemente os cintos? Qual é o tempo de recolocação no mercado, em caso de
demissão?
v Quais os grandes objetivos familiares em ordem de prioridade?
Casa própria? Assegurar estudo dos filhos? Aposentadoria?
v Há seguro de vida? Há previdência complementar?
v Qual é o grau de conhecimento do mercado de aplicações?
v Qual é a importância do “status”, das aparências, do nível de vida”
em relação à qualidade de vida?
A família está consciente que existe uma estratégia organizada pelo poder econômico para
nos transformar em reféns dele, através da oferta de um número infinito de produtos e serviços,
muito gratificantes, mas em grande parte secundários ou supérfluos?
Uma discussão séria e profunda sobre estes pontos e outros, que a família consiga
levantar, levará, fora as vantagens secundárias (**), as vantagens no âmbito financeiro, tais como
ter uma percepção clara de como a família percebe os problemas econômicos, seus possíveis
desdobramentos, encaminhamentos e soluções.
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FINANÇAS FAMILIARES
A família Teixeira (caso real), fazendo a sua auto-análise, chegou às seguintes
conclusões:
1.
O futuro financeiro da família é previsivelmente bom, num horizonte de 5 anos. Depois
disso, não se sabe.
No entanto, na conjuntura atual há riscos trabalhistas, de modo que seria muito
importante enxugar gastos e tentar rentabilizar o melhor possível as disponibilidades em ativos
financeiros, as quais são atualmente reduzidas: R$ 11.000,00 sendo que o FGTS poderia – em caso de
demissão – representar R$ 28-30.000,00 adicionais.
2.
Em caso de desemprego, as despesas atuais teriam que ser fortemente reduzidas, pois a
reserva estratégica mais o FGTS, no nível atual de despesas (R$ 4.200,00 x mês), daria para
sobreviver durante apenas 10 meses, e quem sabe não seria necessário aguardar pelo menos um ano
para se obter uma boa recolocação.
3.
Estudar com certa prioridade a possibilidade de fazer um seguro de vida.
v Precisa-se enxugar despesas para ter maior capacidade de
poupança (para posterior aplicação).
v Se a família tivesse um perfil mais agressivo e suas condições
permitissem, poderia-se pensar em aplicações um pouco mais
ousadas, visando à maior rentabilidade.
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FINANÇAS FAMILIARES
v Criou-se a consciência de que é necessário planejar as finanças.
“Este texto (*) nos ajudou muito; se for necessário um maior
aprofundamento, contrataremos um Consultor em Orçamento
Familiar. Percebemos claramente que com isso os ganhos serão
altamente compensadores”.
(*) O Sr. Teixeira participou da primeira turma presencial (experimental) sobre o tema:
Administração de Finanças Familiares, ministrado pelo autor. O texto mencionado refere-se à
primeira apostila, que acabou dando origem ao presente livro.
v Acredita-se não ser necessário muito conhecimento do mercado de
aplicações. O que se precisa é ter uma boa orientação acerca do
que é essencial, para que se possa concentrar as energias apenas
nisso.
v Fica evidente que até agora tem-se gastado muito tempo e
dinheiro em dar atenção a coisas secundárias, supérfluas e até
desnecessárias, como se fala neste texto, e que é o grande
problema da classe média nacional.
“Foi muito bom ter a oportunidade de compreender melhor isso. Parabéns ao autor”.
Abriu-se na família uma expectativa diferente:
“precisa-se cuidar e muito bem de nosso dinheiro, mas como fica a qualidade de vida?
Será que estamos com qualidade de vida ou apenas com certo nível de vida?”
“Estamos ansiosos para que o autor nos informe acerca de textos, palestras e/ou cursos
que abordem estes assuntos de forma mais detalhada”.
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FINANÇAS FAMILIARES
“Obrigado, Prof. Bonilla, por nos mostrar algo diferente do corriqueiro arroz com feijão,
dando-nos a esperança de que possamos ajudar a construir uma sociedade melhor para nós e para os
nossos filhos”.
De nossa parte, apenas podemos comentar:
a auto-análise da família Teixeira é uma verdadeira pintura.
Parabéns!
Segunda Fase - PLANEJAMENTO
A família Teixeira, a partir de sua auto-análise, decidiu planejar suas aplicações da
seguinte forma:
A) Os filhos são ainda jovens (13 e 18 anos). Até eles se formarem,
a família precisa percorrer um longo caminho, pelo que é
necessário enxugar bem as despesas, aplicando-as com maior
rentabilidade possível, sem entrar – porém – em operações muito
arriscadas.
B) Enxugar os gastos em pelo menos R$ 700,00, de modo que o
superávit mensal atinja os R$ 1.500,00
C) Estabelecer que, em caso de desemprego, as despesas não
poderão passar de R$ 2.500,00 mensais. (No caso desta
eventualidade, utilizar mais detalhadamente a metodologia de
enxugamento mencionada anteriormente).
D) “Por enquanto, o manual é suficiente para a nossa situação atual,
mas em caso de necessidade, não hesitaremos em contratar uma
Consultoria”.
E) Colocar a qualidade de vida como um grande objetivo, bem acima
de outros valores, tais como “status”, aparência e consumismo.
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FINANÇAS FAMILIARES
F) Definir como prioridades da família: casa própria (já existe),
estudo dos filhos, maior qualidade de vida (mais simples, mais
harmoniosa, mais afetiva), aposentadoria.
G) Gastar mais tempo em organizar o planejamento do orçamento
familiar, assim como a qualidade de vida familiar.
H) Fazer um esforço especial no processo educativo dos filhos,
procurando transmitir-lhes (não apenas na teoria, mas sobretudo
na prática) hábitos de respeito, sobriedade e frugalidade,
deixando para trás os pesados grilhões da mídia.
I) Com relação às aplicações financeiras, seu planejamento para o
primeiro mês é o seguinte:
v Manter as atuais aplicações em poupança, dada a
sua fácil disponibilidade para eventuais emergências;
v Depositar R$ 1.000 mensais em aplicações de baixo
risco e alta liquidez (FIF);
v Aplicar R$ 500 mensais em fundo de ações (precisa-
se identificar aquele que seja o melhor, para o qual é necessário
fazer uma pesquisa).
v A partir do nível de poupança já planejado, segundo
o alítera (b), estruturar a seguinte política de investimentos, num
total de R$ 1.500 mensais;
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FINANÇAS FAMILIARES
Terceira Fase – EXECUÇÃO
Para finalizar vamos verificar como Executar o planejamento financeiro. Sabemos que o
planejamento é fundamental, porém ele precisa ser executado. Vamos lá!!
O planejamento é fundamental, mas se ele não é executado,nada feito.
Para isso – da mesma forma que foi elaborado o planejamento financeiro para o primeiro
mês (ver subitem “i”), também deverá ser feito o controle desta execução orçamentária durante um
período mínimo de 6 meses, passado o qual a família já deverá ter internalizado o novo modo de vida,
e especialmente seu planejamento financeiro familiar.
A expectativa desta racionalização é a de que, a partir do segundo mês, a situação já
fique equilibrada, atendendo ao planejamento já feito. Mas é necessário manter o monitoramento do
processo, pelo menos durante 6 meses.
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FINANÇAS FAMILIARES
AUTO-AVALIAÇÃO
Para reforçar sua aprendizagem e reflexão sobre os assuntos abordados, que tal refletir
sobre as respostas das perguntas a seguir?
1) Por que muitas pessoas gastam mais do que ganham?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) Sentiu alguma dificuldade em elaborar o diagnóstico para enxugamento de despesas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) Sentiu alguma dificuldade em elaborar o planejamento para enxugamento de despesas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Sentiu alguma dificuldade em executar o enxugamento de despesas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5) Sentiu alguma dificuldade em elaborar o diagnóstico para eliminações de dívidas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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FINANÇAS FAMILIARES
6) Sentiu alguma dificuldade em elaborar o planejamento para eliminação de dívidas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7) Sentiu alguma dificuldade para executar a eliminação de dívidas?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8) Sentiu alguma dificuldade em elaborar diagnóstico para otimização de investimentos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9) Sentiu alguma dificuldade em elaborar o planejamento para otimização dos investimentos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10) Sentiu alguma dificuldade para executar a otimização de investimentos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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FINANÇAS FAMILIARES
Conclusão:
Neste módulo você aprendeu à enxugar gastos, a fazer um orçamento e planejamento
financeiro pessoal, que permita-lhe viver bem e ainda formar uma reserva financeira.
Desenvolveu também um planejamento para eliminar dívidas com o menor custo pessoal,
listando e analisando todas as dívidas.
Aprendeu como tornar-se um investidor pessoal, conhecendo as opções de investimentos
disponíveis no mercado, fazendo assim as suas escolhas.
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ANEXOS
BALANÇO PATRIMONIAL PARA ELIMINAR DÍVIDAS
RESULTADOS Total de Ativos - (tudo aquilo que você tem) 26.300,00 Total de Passivos - (tudo aquilo que você deve) 24.220,00 Seu patrimônio (Aquilo que você realmente tem) 2.080,00
Ativos (Tudo aquilo que você tem, traduzido em valores 1 - Poupança Valor 1.500,00 2 - Carro Valor 9.800,00 3 - Terreno Valor 15.00,00 4 - Valor 5 - Valor
Soma R$ 26.300,00 Passivo (Tudo aquilo que você deve traduzido em valores)
Tipo de Divída Valor a vencer Taxa de juros Nº de prestações Valor/juros prestação
Valor em atraso
Valor Total
1 - Cheque especial Bradesco 8,00% 800,00 1.000,00 2 - Cartão de Credito - Visa 1.500,00 13,00% 214,00 150,00 1.840,00 3 - Crediário - Televisão 6,57% 12 123,00 1.476,00 4 - Empréstimo Pessoal - Supercred 11,00% 12 600,00 680,00 7.880,00 5 - Financiamento carro/Leasing 2,00% 25 450,00 11.250,00 6 - Financiamento Imóvel 0 0 7 - Outras Dívidas 8 - Condomínio em atraso 250,00 250,00 9 - Amigo Fernando 500,00 500,00
Total de Dívidas R$ 24.220,00