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ANLISE DO PROCESSAMENTO DE
ROUPAS EM LAVANDERIA
HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO
EM UM HOSPITAL PBLICO DO
SERTO DO PAJU (PE)
Ana Paula da Silva Farias
(UFRPE)
Gisele Fernanda Rocha e Silva
(UFRPE)
Gilney Jos Nogueira Nunes
(UFRPE)
Suely Mayaly Pereira de Melo
(FIS)
Resumo Assume-se que a performance de uma unidade hospitalar o reflexo de
uma grande variedade de sistemas e subsistemas que congregam as
funes bsicas do seu dia-a-dia. Um desses subsistemas, a lavanderia
hospitalar, responsvel pelo processsamento e distribuio de
roupas, em perfeitas condies de higiene e limpeza, a fim de
proporcionar conforto e segurana ao paciente. Apesar dessa
importncia, a lavanderia hospitalar, em muitos casos, um setor
ignorado dentro do hospital e, na maioria das instituies, no conta
com um controle rigoroso de custos e de qualidade de processamento
das roupas. Assim, esse trabalho tem como objetivo analisar como
realizado o processamento de roupas na lavanderia hospitalar de um
hospital pblico, localizado numa cidade do interior de Pernambuco,
descrevendo as atividades realizadas e apontando as principais falhas
encontradas.
Palavras-chaves: Hospital, lavanderia, produo.
8 e 9 de junho de 2012
ISSN 1984-9354
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1. Introduo
Em servios de sade cuidar bem dos pacientes e ter uma prestao de servio
eficiente so vistos como o produto das aes e interaes de todas as pessoas envolvidas
nos diversos processos organizacionais existentes. Assume-se, ento, que a performance de
uma unidade hospitalar o reflexo de uma grande variedade de sistemas e subsistemas que
congregam as funes bsicas do seu dia-a-dia (MEZZOMO, 1993).
Assim, pode-se dizer que o hospital uma organizao que tem como caracterstica
principal garantir que setores interdependentes estejam funcionando perfeitamente para o
atendimento aos clientes (CASTRO & CHEQUER, 2001). So vrios sistemas e subsistemas
que o formam, dentre esses, o administrativo, os laboratrios, os centros cirrgicos, a
lavanderia, o refeitrio, o setor de comunicao, de transporte e de depsitos. So setores que
precisam interagir e cooperar entre si para atingir seu principal objetivo, atender bem o cliente
(BARTOLOMEU, 1998).
Pertencente a um desses subsistemas, a lavanderia hospitalar, segundo Cargnin (2008),
apresenta grande importncia, pois responsvel pelo processamento e distribuio de roupas,
em perfeitas condies de higiene e limpeza, a fim de proporcionar conforto e segurana ao
paciente. Por essa razo, necessrio que esse servio seja gerenciado de forma coerente e em
conformidade com a legislao. Dessa forma, torna-se possvel a maximizao da qualidade, a
minimizao dos custos e a utilizao racional dos recursos organizacionais (CARGNIN,
2008).
Mas, apesar dessa importncia, a lavanderia hospitalar, em muitos casos, um setor
ignorado dentro do hospital e, na maioria das instituies, no conta com um controle
rigoroso de custos e de qualidade de processamento das roupas (SIQUEIRA, 2005). Para
Guimares e Linden (2002), a lavanderia hospitalar, cujo papel , por vezes,
subestimado pela alta administrao, tem o poder de afetar as atividades de todas
as demais reas. Cirurgias, internaes, procedimentos ambulatoriais, por exemplo,
so fortemente dependentes do seu correto desempenho.
Portanto, esse trabalho tem como objetivo analisar como realizado o processamento
de roupas na lavanderia hospitalar de um hospital pblico, localizado numa cidade do interior
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de Pernambuco, descrevendo as atividades realizadas e apontando as principais falhas
encontradas.
2. A lavanderia hospitalar e seus servios
A lavanderia hospitalar pode ser definida como um dos principais servios de apoio ao
atendimento dos pacientes. o setor responsvel pelo processamento e distribuio das
roupas usadas no hospital, em perfeitas condies de higiene e conservao e em quantidade
adequada a todas as unidades (BARTOLOMEU, 1998). Para ARSEGO et al (2008), a
lavanderia no hospital de suma importncia, uma vez que, a eficincia de seu funcionamento
contribui diretamente na eficincia do hospital, refletindo especialmente no controle de
infeces.
De uma maneira geral, as roupas encontradas no hospital so: lenis, fronhas,
cobertores, toalhas, colchas, cortinas, roupas de pacientes e de funcionrios, fraldas,
compressas, campos cirrgicos, mscaras, props, aventais, gorros, panos de limpeza etc.
Essas roupas hospitalares so bem diferentes daquelas existentes nas instituies de outras
reas e em residncias, pois algumas podem se apresentar contaminadas com sangue,
secrees ou excrees de pacientes (KONKEWICZ, 2004).
importante entender que as roupas hospitalares que compem um enxoval, variam
de acordo com a classificao e os servios prestados pelo hospital. Segundo Castro e
Chequer (2001), as principais peas utilizadas so: avental, pijama, campo cirrgico, cobertor,
compressas, jaleco e lenol.
Quanto s atividades realizadas pela lavanderia, a Agncia Nacional de Vigilncia
Sanitria (ANVISA, 2007) entende que elas so iniciadas com a retirada da roupa suja da
unidade geradora e o seu acondicionamento; coleta e transporte da roupa suja at a unidade de
processamento; recebimento, pesagem, separao e classificao da roupa suja; processo de
lavagem da roupa suja; centrifugao; secagem, calandragem ou prensagem da roupa limpa;
separao, dobra, embalagem da roupa limpa e armazenamento, transporte e distribuio da
roupa limpa.
3. Material e Mtodos
A presente pesquisa do tipo exploratria e descritiva e utiliza a abordagem
qualitativa. Para Polit e Hungler (1996), a pesquisa exploratria e descritiva pode ser
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entendida como um tipo de estudo que objetiva observar, descrever e documentar aspectos de
uma situao que ocorre naturalmente.
J a utilizao da abordagem qualitativa fundamental, nesse trabalho, porque a
mesma permite a imerso do pesquisador no contexto e proporciona a perspectiva
interpretativa na conduo da pesquisa (KAPLAN & DUCHON, 1988). Para Bradley (1993),
na pesquisa qualitativa o pesquisador um interpretador da realidade.
A tcnica utilizada para a coleta de dados foi a pesquisa de campo, com observao
direta (in loco), registro do ambiente atravs de fotografia e um roteiro previamente
elaborado. As informaes foram passadas pela Direo do Hospital, bem como pelas
profissionais que trabalham na lavanderia. A coleta de dados aconteceu nos dias 04 e 11 de
dezembro de 2010, atravs de visitao ao local.
4. Caracterizao da unidade hospitalar
O hospital estudado foi inaugurado em 1941, pertence ao setor pblico e est
localizado numa cidade considerada importante plo econmico da regio e tambm
classificada como 4 plo mdico do estado de Pernambuco, com vrios hospitais, prontos-
socorros, maternidades e clnicas particulares. Isso faz com que populaes de cidades
vizinhas, dentro e fora do estado, utilizem os servios mdicos locais (ALMEIDA, 2010;
DIRIO DE PERNAMBUCO, 2008).
Essa unidade hospitalar conta com 312 colaboradores, entre servidores pblicos e
prestadores de servios, bem como disponibiliza 91 leitos para atendimento a populao,
sendo, portanto, considerado como hospital de mdio porte, segundo Lisboa (1993). Ainda de
acordo com o autor, um hospital considerado de mdio porte quando possui de 50 a 199
leitos.
Para atendimento aos pacientes possui setores de pediatria, obstetrcia, emergncia,
clnica mdica, centro cirrgico, farmcia, odontologia, laboratrio e ambulatrio. Com essa
infra-estrutura, realiza cerca de 4.000 atendimentos na emergncia geral e 80 cirurgias por
ms, com base nos dados disponibilizados pela Secretaria Estadual de Sade de Pernambuco
(2010).
5. Anlise das atividades da lavanderia hospitalar
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A anlise da lavanderia hospitalar ser dividida em trs partes. A primeira delas a
sua identificao e caracterizao, logo em seguida, sero avaliados itens gerais como: roupas,
espao fsico, equipamentos, empregados e materiais permanentes e de consumo. E, por fim,
sero apresentadas as etapas de produo utilizadas no processamento das roupas.
5.1 Identificao e caracterizao da lavanderia hospitalar
A lavanderia est localizada no pavimento trreo do hospital, com o objetivo de
facilitar o transporte de roupas e reduzir o tempo de circulao das mesmas. Funciona das
5:00 horas s 17:00 horas, de domingo a domingo, sob o comando de 4 profissionais da
empresa terceirizada, num regime de trabalho com escala de 12 horas.
5.2 Itens que compem a lavanderia hospitalar
5.2.1 Roupas
Quanto ao tipo de roupa existente no hospital, tem-se: lenis, batas, compressas,
toalhas, fronhas, capotes, campos cirrgicos, dentre outros. Os modelos so padronizados, em
sua maioria, de algodo e de diferentes cores. Existem, portanto, roupas de cor verde no setor
de pediatria, de cor branca na clnica mdica, de cor marrom e azul no bloco cirrgico e as de
cor amarela ficam reservadas s batas da clnica cirrgica.
O controle da capacidade diria de lavagem feito na rouparia, num prdio ao lado da
lavanderia. l que feita a contagem e o registro em formulrios especficos da roupa
processada de segunda a sexta.
5.2.2 Espao fsico
A rea fsica da lavanderia dividida em duas partes distintas: rea suja (contaminada)
e rea limpa. Existem dois banheiros, um na rea limpa e outro na rea suja, que caracterizam
os espaos destinados aos empregados. importante frisar que no existe corrente de ar que
circule da rea suja para a rea limpa, no espao construdo da lavanderia. No entanto, as
portas das duas reas esto sempre abertas (devido a temperatura no local ser elevada), no
momento em que as roupas so preparadas para a lavagem (figura 1).
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Figura 1: Prdio da lavanderia
5.2.3 Equipamentos
Na lavanderia existem os seguintes equipamentos (figuras 2, 3 e 4):
Duas lavadoras, sendo uma de duas portas (onde se insere as roupas na rea suja e so
retiradas, aps a lavagem, na rea limpa) e outra de uma porta (pouco utilizada);
Uma centrfuga;
Uma secadora;
Uma calandra; e,
Trs carros de transporte de roupas (um de roupa suja, um de roupa limpa e um
reserva).
Figura 2: Lavadora 2 portas Figura 3: centrfuga Figura 4: secadora, calandra e carrinho.
Um dos equipamentos importantes para a lavanderia a balana, item responsvel
pelo processo de pesagem das roupas sujas e limpas. Nessa lavanderia ela no foi encontrada.
Consideradas como indispensveis ao bom funcionamento da lavanderia, segundo o
Ministrio da Sade (1986), so as balanas que determinam o peso da roupa, ponto de
referncia para a determinao da capacidade da lavanderia, o que proporciona controle
contbil e operacional.
rea
Suja
rea
Limpa
Secadora
Carrinho
Calandra
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Sem esse equipamento as trabalhadoras da lavanderia acabam por estimar os pesos das
roupas processadas, podendo ocasionar super lotao das lavadoras ou mesmo carga inferior a
capacidade das mesmas, danificao das mquinas, lavagens insuficientes, desperdcios de
produtos e retrabalho.
5.2.4 Empregados
A lavanderia conta com 4 profissionais que trabalham divididas em dois grupos. A
cada dia uma empregada realiza o trabalho da rea suja e outra da rea limpa, num total de
duas empregadas por dia. Quanto ao grau de escolaridade dessas profissionais, constatou-se
que uma delas tem ensino mdio completo, duas possuem ensino fundamental completo e
uma analfabeta.
Para a ANVISA (2007), a quantidade de empregados necessrios ao funcionamento de
uma unidade de processamento de roupas pode variar de acordo com a complexidade da
unidade, demanda, tipo de equipamentos e horrio de funcionamento. Os cargos e funes de
pessoal devem estar descritos de forma clara e concisa, bem como a estrutura organizacional e
a qualificao dos profissionais.
Verificou-se que as empregadas no receberam qualquer tipo de treinamento para
exercer as suas funes. Tambm no existe, no local, um manual de rotinas da lavanderia,
registro dirio de processamento das roupas e manuais de equipamentos, que possam ser
utilizados para auxiliar no trabalho das mesmas.
Segundo o Ministrio da Sade (1986), deve existir um manual com normas e formas
de execuo das tarefas, bem como a descrio de cada rotina tcnica numa sequncia exata,
incluindo, sempre que necessrio, as especificaes de mquinas, produo e mtodos de
trabalho. As rotinas administrativas tambm devem estar presentes, pois tende a facilitar o
entrosamento da unidade da lavanderia com os demais servios do hospital, como as
requisies de almoxarifado, de reviso e manuteno de equipamentos e rotinas de horas
extras.
Quanto a superviso dos trabalhos dessas profissionais, esse realizado pelo
encarregado da empresa terceirizada, que est presente de segunda a sexta, das 08:00 horas s
17:00 horas. No existe por parte do supervisor nenhum processo que mea a produtividade
das 4 empregadas da lavanderia, nem o estabelecimento de um tempo-padro para a execuo
das tarefas.
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Nas lavanderias deve ser previsto um espao para a chefia, localizado em ponto
estratgico que possibilite visualizar o ambiente. Alm disso, as funes especficas da
lavanderia devem ser integradas e sob a tica de uma nica chefia administrativa, com plena
autoridade em todas as fases do processamento de roupas. Essa chefia nica pode indicar um
controle eficiente da roupa que circula no hospital, do material, dos mtodos de trabalho e do
desempenho do pessoal envolvido no processo (BONARDI, 2001; MINISTRIO DA
SADE, 1986). Alm disso, a unidade hospitalar deve possuir um responsvel tcnico, com
formao mnima de nvel mdio, capacitao em segurana e sade ocupacional e que
responda perante a vigilncia sanitria pelas aes realizadas no ambiente da lavanderia, no
caso da unidade ter esse servio terceirizado (ANVISA, 2007).
Para o Ministrio da Sade (1986), a operacionalizao eficiente da lavanderia
depende de fatores como, por exemplo, um programa efetivo de treinamento em servio e a
adoo de sistema adequado de incentivos, abrangendo todo o circuito de roupas da coleta
at a sua redistribuio.
5.2.5 Materiais permanentes e de consumo
Dentre os materiais permanentes encontrados na lavanderia esto: roupas, detergente,
sabo, amaciante, alvejante, acidulante, mesa do tipo escrivaninha, estante com prateleiras,
cadeiras e extintor de incndio. Alguns materiais no foram encontrados como, por exemplo,
mesa com computador, mesa com telefone, marcador de roupa, quadro branco e quadro de
avisos. Quanto aos materiais de escritrio, nada foi encontrado. No existe nessa lavanderia
grampeador, furador de papel, pastas, fichas, formulrios e arquivo, o que indica a
inexistncia de controle, por parte desse setor, dos registros das atividades a executar e
executadas e a falta de comunicao desse com outros departamentos do hospital.
5.3 Etapas da produo
As etapas de produo observadas nessa lavanderia sero divididas em dois
momentos: as que correspondem rea suja e as da rea limpa.
5.3.1 rea Suja
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Na rea suja, as etapas de processamento das roupas podem ser ilustradas como na
figura 5.
Figura 5: Etapas da produo na rea suja
a) Etapas de coleta e transporte
As coletas das roupas no hospital ocorrem trs vezes ao dia, em horrios especficos,
s 06:30 horas, s 09:00 horas e s 14:00 horas. Em geral, esse trabalho de coleta demora
entre 10 a 15 minutos. Esto entre os equipamentos de proteo individual obrigatrios e
exigidos pelo hospital, no momento da coleta: luvas, mscara, gorro, botas, jaleco e avental,
que devem tambm ser utilizados na rea suja.
As roupas so colocadas em sacos plsticos, mas esses no possuem cores diferentes
(so todos da cor preta), como forma de identificar a unidade de procedncia, no momento da
separao das roupas. Os sacos plsticos tambm no so identificados com o nome da
unidade e com a data da coleta e, em alguns momentos, no so encontrados devidamente
vedados, como recomenda o Ministrio da Sade (1986). As roupas so transportadas em um
carrinho especfico para a roupa suja e deixadas na rea suja da lavanderia.
b) Etapas de recebimento e separao
No existe, nessa lavanderia, um espao reservado para a recepo da roupa suja, onde
essa possa ser retirada do carrinho, separada e pesada. Isso feito num espao nico.
Lembrando que tambm no realizada a pesagem da roupa suja, pois no existe balana no
local. Logo, no se tem a identificao da quantidade de roupas separadas, em formulrios
especficos, para controle de custos.
No momento da separao, as roupas so organizadas em lotes especficos de cores e
sujidades diferentes. As empregadas seguem a orientao de abrir as roupas para verificar se
existem materiais cirrgicos ou instrumentos cortantes, que causem algum tipo de acidente ou
danos aos equipamentos, como recomendado pelo Ministrio da Sade (1986).
c) Etapa de lavagem
Em geral, antes do processo de lavagem, aps a separao e identificao das roupas
em lotes, esses so pesados (MINISTRIO DA SADE, 1986). Esse processo no existe
nessa lavanderia. Com isso, aps a separao das roupas, parte-se logo para a lavagem,
realizada sob duas formas distintas: a lavagem leve e a lavagem pesada.
Coleta e Transporte Recebimento e Separao Lavagem
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Ao final dessas etapas, deve-se lavar e desinfectar toda a rea suja e o empregado responsvel
por essa rea no pode passar para a rea limpa sem tomar banho no chuveiro (MINISTRIO
DA SADE, 1986). Nessa lavanderia, verificou-se que isso no acontece. A desinfeco
realizada uma vez por semana e a empregada responsvel pela rea suja transita livremente de
uma rea para a outra sem qualquer tipo de preocupao (figuras 6 e 7).
Figura 6: Empregada na rea suja Figura Figura 7: Empregada da rea suja na rea limpa
5.3.2 rea Limpa
Na rea limpa, as etapas de processamento das roupas podem ser ilustradas como na
figura 8.
Figura 8: Etapas da produo na rea suja
a) Centrifugagem, secagem e calandragem
Logo aps a retirada das roupas da lavadora, elas so colocadas na centrfuga,
responsvel por eliminar at 60% da gua no tecido. Em geral, aps a centrifugagem, coloca-
se as roupas na secadora, para eliminar totalmente a gua e passar para o processo de
calandragem (MINISTRIO DA SADE, 1986). No entanto, verificou-se que nessa
lavanderia, esse processo de secagem no utilizado. De maneira inadequada e perigosa,
devido ao processo de contaminao que pode existir, as roupas so estendidas em varais,
numa rea aberta, em frente a lavanderia. E, em determinados momentos, as roupas podem ser
encontradas no cho, onde so apanhadas e seguem direto para a calandra, responsvel por
passar as roupas limpas (figuras 9 e 10).
Centrifugagem, secagem e calandragem Distribuio das roupas limpas
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Figuras 9 e 10: Processo de secagem das roupas
b) Etapa de distribuio das roupas limpas
A lavanderia tem a funo de deixar na rouparia, de segunda a sexta-feira, as roupas
limpas. Nos finais de semana, a rouparia fechada e as empregadas da lavanderia entregam as
roupas nas unidades do hospital.
Por ficar responsvel pela guarda de roupa nos finais de semana, verificou-se que no
existe local apropriado para acondicion-las, antes da entrega. No existe a ordem e nem o
material disponvel para colocar as roupas em sacos plsticos, por isso no possvel deix-
las em prateleiras da estante na rea limpa (figura 11), ento improvisa-se um espao dentro
da secadora (figura 12).
Figura 11: Prateleiras disponveis na rea limpa Figura 12: Roupas limpas dentro da secadora
6. Concluso
A lavanderia hospitalar do hospital analisado apresenta
srios problemas na execuo das suas atividades. Um deles
refere-se ao seu principal objetivo, que a higienizao das
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roupas a serem utilizadas pelos profissionais de sade e seus
pacientes. V-se que no existe um rigoroso cuidado quanto
contaminao das roupas, j que as empregadas circulam da
rea suja para a rea limpa sem realizarem nenhum processo
de desinfeco, alm disso, as portas das diferentes reas so
mantidas (o tempo todo) abertas e o mtodo de secagem da
roupa bastante inadequado.
Quanto execuo dos servios pela empresa terceirizada, constata-se que essa no
tem nenhuma preocupao em trabalhar com profissionais qualificados, treinados e de acordo
com a legislao vigente, que sugere a superviso direta, o planejamento das atividades, a
utilizao de manuais e a comunicao de procedimentos apropriados para consecuo dos
objetivos ao longo do tempo.
A direo do hospital apresenta-se de forma negligente ao no controlar como as
tarefas so executadas, por no tomar providncias quanto falta de equipamentos e materiais
na lavanderia, por no exigir o treinamento dos empregados e o cumprimento de uma srie de
fatores que so previstos pelas autoridades sanitrias.
Sabe-se que a falta de investimento nesse setor, no sentido de ampliar o espao fsico
disponvel, de melhorar a forma como as atividades so desempenhadas, de manter uma
comunicao mais direta com a empresa terceirizada, exigindo o cumprimento de seu dever,
de maneira eficaz, pode ocasionar uma srie de transtornos para o hospital, desde a entrega de
roupas fora dos padres exigidos pelas agncias reguladoras da sade at a infeco de
pacientes e gastos ainda maiores de dinheiro pblico. Isso mancharia bastante a imagem do
hospital e impossibilitaria o atendimento adequado de muitos pacientes que s tem a ele para
recorrer.
Referncias
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