introdução ao mundo dos museus

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Apresentação destinada à formação inicial de voluntários culturais de museus

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Introdução ao mundo dos Museus

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Sessão 1 Maria Cristina Gonçalves8-1-2011

Evolução da ideia de Museu

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Museion (Grécia Antiga) – Templo das Musas (local onde se cultivavam as Artes e as Letras) Museum (Roma)

Sarcófago das Musas. Arte romana (150-160 d. C.) Museu do LouvreDa esquerda para a direita: Calíope, Talia, Terpsícore, Euterpe, Polímnia, Clio, Erato, Urânia e Melpómene

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Galerias de obras de arte, relíquias sagradas e antiguidades (tesouros) – Idade Média e Renascimento

Gabinetes de curiosidades (objectos exóticos, científicos e espécimes da fauna e da flora) – a partir dos Descobrimentos (contactos com novas terras e culturas)

Anónimo. Ritratto del Mvseo di Ferrante Imperato. Nápoles. 1599.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Acumular Tesouro

Johann Georg Hinz. Le Cabinet de curiosités. 1666

Museu Nacional da Roménia

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Os gabinetes de curiosidades darão progressivamente lugar aos gabinetes de história natural, a acumulação e a singularidade à classificação e às leis.

Gabinete de curioidades de Bonnier de la Mosson

Museu Nacional de História Natural, Paris

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

As primeiras colecções denominadas “Museu” abrem ao público no século XVIII

Museu Britânico, Londres - 1753 Museu do Louvre, Paris - 1793

Desde então, o termo “Museu” passa a designar colecções (públicas ou privadas) de Belas-Artes, de História Natural ou de Etnografia, com as características que perduraram até aos nossos dias .

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Museu tradicional: Lugar de culto, solene e

silencioso; Destinado ao deleite de uma

minoria de visitantes ilustres e sábios;

Raridade e valor intrínseco da peça como únicos critérios para a constituição das colecções;

Acumulação e sobrecarga de objectos nas salas de exposição;

Cristalização no tempo – “armazém de velharias”.

Recolher + Guardar + Conservar Coleccionismo

Museu de Belas-Artes e Arqueologia, Lisboa - 1884

Samuel B. Morse. La Galerie du Louvre. 1831-1833

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Acompanhando as mudanças sociais e culturais do mundo contemporâneo, o Museu chamou a si nas últimas décadas novas funções e actividades, libertando-se por vezes dos espaços tradicionais.

Definição de MuseuICOM (Conselho Internacional dos Museus)

Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, e que adquire, conserva, estuda, comunica e expõe testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, tendo em vista o estudo, a educação e a fruição.

Extraído dos Estatutos do ICOM, adoptados na 16ª Assembleia Geral do ICOM (Haia, Holanda, 5 de Setembro de 1989) e alterados pela 18ª Assembleia Geral do ICOM (Stavanger, Noruega, 7 de Julho de 1995) e pela 20ª Assembleia Geral do ICOM (Barcelona, Espanha, 6 de Julho de 2001) - Artigo 2º: Definições

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Museu actual: Pretende representar a memória e a identidade do meio humano e

físico = território onde está inserido; Os objectos – testemunhos materiais do Homem e da Natureza –

são acima de tudo fontes de informação e surgem, com base num trabalho interdisciplinar, integrados em contextos que os descodificam e valorizam;

Devido ao alargamento do objecto, a abrangência actual do termo “Museu” e/ou das funções museológicas, inclui também:

parques naturais, jardins botânicos e zoológicos; sítios e monumentos arqueológicos, etnográficos e industriais; centros de ciência e planetários; centos culturais e outras instituições cuja finalidade seja promover a preservação, continuidade e gestão dos recursos patrimoniais materiais e imateriais.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Tate Modern , Londres - 2000

Pensar global, agir local

Fluviário de Mora - 2007

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Museu actual (cont): A nova função social do Museu – integração na comunidade /

espaço de encontro de pessoas e experiências - implica: o recurso a métodos avançados de comunicação e a formas de gestão moderna; o estabelecimento de um diálogo sistemático com as escolas, associações e outras entidades públicas e privadas; a programação de actividades para atrair e renovar o interesse do público e apelar à sua crescente participação/criatividade.

Estudo e investigaçãoIncorporaçãoInventário e documentaçãoConservação Funções do Museu actualSegurança Interpretação e exposiçãoEducação

FONTE: Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto – Lei-Quadro dos Museus Portugueses

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (1) Estudo e investigação

Fundamentam as acções desenvolvidas no âmbito das restantes funções do museu, designadamente para estabelecer a política de incorporações, identificar e caracterizar os bens culturais incorporados ou incorporáveis e para fins de documentação, de conservação, de interpretação e exposição e educação.• Um dos instrumentos mais importantes desta função é o Programa

museológico, no qual é definida a vocação (âmbito), a missão/objectivos (área(s) temática(s) e formas de abordagem), a caracterização do edifício e das colecções, a organização funcional do museu (incluindo os serviços públicos, semi-públicos e internos), os recursos humanos e financeiros e a identificação dos públicos.

• Cada museu efectua o estudo e investigação das colecções e do património afim à sua vocação e a informação divulgada aos mais diversos níveis deve ter fundamentação científica.

• Esta função é assegurada, internamente, pelos técnicos do museu e, externamente, através da cooperação com estabelecimentos de investigação e especialistas.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (2)

Incorporação A incorporação representa a integração formal de um bem cultural no acervo do museu, compreendendo as seguintes modalidades: • Compra;• Doação;• Legado;• Herança;• Recolha (arqueológica, etnológica, paleontológica ou outras);• Achado (arqueológico);• Transferência;• Permuta;• Afectação permanente;• Preferência;• Dação em pagamento.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (3)

Inventário e documentação Os bens culturais incorporados nas colecções do museu são obrigatoriamente alvo de inventário museológico, cujo objectivo é a identificação e individualização de cada item e a integração da respectiva documentação (que comprove, nomeadamente, o direito de propriedade), de acordo com as normas técnicas mais adequadas à sua natureza e características.• O inventário museológico de cada objecto/espécime compreende um

número de registo, único e intransmissível, e uma ficha de inventário preenchida (cada vez mais) informaticamente - nos museus municipais de Cascais, através do programa de gestão integrada de colecções e património In Patrimonium Premium• As colecções resultantes de depósitos são identificadas no inventário por

meio de sigla e numeração própria.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Inventário e documentação (cont.)A ficha de inventário integra os seguintes elementos, bem como a imagem do objecto/espécime:• Número de inventário;• Nome da instituição;• Denominação ou título;• Autoria, quando aplicável;• Datação;• Material, meio e suporte,

quando aplicável;• Dimensões;• Descrição;• Localização; • Historial; • Modalidade de

incorporação;• Data de incorporação.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (4) Conservação

O museu conserva todos os bens culturais nele incorporados ou depositados, garantindo as condições adequadas e aplicando normas e procedimentos de conservação preventiva previamente estabelecidas, no quadro das normas técnicas gerais emanadas pelos organismos nacionais e internacionais competentes, e adaptadas ao respectivo edifício e colecções. • Para assegurar a estabilidade das condições adequadas

à conservação dos vários tipos de bens que compõem o acervo ( tratamento diferenciado), procede-se à monitorização regular dos níveis de iluminação e teor de radiações ultravioletas, com recurso ao luxímetro, e contínua no caso da temperatura e humidade relativa ambiente, através de termohigrógrafos ou dataloggers (medidores digitais).

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Conservação (cont.)• O museu deve possuir reservas organizadas, de forma a assegurar a gestão das colecções atendendo às suas especificidades.• As reservas devem estar instaladas em

áreas individualizadas e estruturalmente adequadas, dotadas de equipamento e mobiliário apropriados para garantir a conservação e segurança dos objectos/espécimes

• A conservação e o restauro de bens culturais só podem ser realizados por técnicos de qualificação legalmente reconhecida (conservadores-restauradores), quer integrem o pessoal do museu, quer sejam especialmente contratados para o efeito.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (5)

Segurança O museu deve dispor das condições de segurança indispensáveis para garantir a protecção e a integridade do seu acervo, bem como dos visitantes, do respectivo pessoal e das instalações. Através de meios mecânicos, físicos e electrónicos, asseguram-se a prevenção, a protecção física, a vigilância, a detecção e o alarme. • Cada museu deve dispor de um plano de segurança, periodicamente testado,

cujas regras são de natureza confidencial;• A vigilância presencial pode ser reforçada com o registo de imagens dos

visitantes no circuito expositivo, detectores de metais ou aparelhos radiográficos (no caso da exposição de um tesouro de ourivesaria, p. e.) – os referidos meios de vigilância serão anunciados na recepção de forma visível;

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Segurança (cont.)• As forças de segurança cooperam com o museu na definição conjunta do

plano de segurança e na aprovação dos equipamentos de prevenção e neutralização de perigos;

• O museu colabora com as forças de segurança no combate aos crimes contra a propriedade e tráfico ilícito de bens culturais e observando as suas recomendações sobre a defesa da integridade dos bens, instalações e equipamentos.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (6)

Interpretação e exposição Constituem as formas de dar a conhecer os bens culturais incorporados ou depositados no museu, tornando-os acessíveis aos públicos. O museu apresenta o seu acervo através de um plano de exposições, baseado na investigação, que poderá contemplar as seguintes tipologias: • exposição permanente/longa duração (com renovação parcial dos

seus segmentos);• exposição temporária;• exposição itinerante.

A interpretação é cada vez mais suportada por equipamentos informativos e de animação, auxiliares na identificação e «leitura» dos objectos/espécimes e na orientação do percurso de visita.

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

O papel dos Voluntários no Museu Interpretação e exposição (cont.)Paralelamente ao plano de exposições, o museu define e executa um plano de edições em diferentes suportes, adequado à sua vocação, e desenvolve programas culturais diversificados para atrair e fidelizar novos públicos: • visitas temáticas • conferências;• cursos livres;• espectáculos de música, teatro e animação;• actividades lúdico-didácticas;• lançamento de publicações e outros eventos que se enquadrem no

seu contexto.

Na divulgação, quer das colecções, quer das actividades, recorre-se, sempre que possível às novas tecnologias de comunicação e informação (internet - páginas institucionais, fóruns especializados e redes sociais).

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Funções Museológicas (7)

Educação O museu desenvolve de forma sistemática programas de mediação cultural e actividades educativas que contribuem para o acesso ao património e às manifestações culturais. A função educativa é concretizada de acordo com os seguintes parâmetros: • Articulação dos programas com os currículos dos diferentes níveis de ensino

e cooperação estreita com as escolas, nomeadamente locais, para a definição de projectos educativos específicos e o estabelecimento de instrumentos de avaliação da participação/receptividade dos alunos;

• Respeito pela diversidade cultural, tendo em vista a educação permanente, a participação da comunidade, o aumento e a diversificação dos públicos;

• Articulação com as políticas públicas sectoriais respeitantes à família, juventude, apoio às pessoas com deficiência, turismo e combate à exclusão social.

Os profissionais de museus reconhecem de bom grado que a intervenção de voluntários bem preparados melhora os serviços oferecidos ao público e a imagem do museu na sociedade. Os voluntários participam, actualmente, em quase todas as funções museológicas, incluindo a investigação e a conservação preventiva, devidamente orientadas. A título de exemplo:• Ajudam a implementar programas educativos; • Dinamizam actividades/oficinas lúdico-pedagógicas com crianças;• Contribuem para a inventariação e o estudo dos acervos;• Digitalizam imagens e documentos;• Fazem visitas temáticas; • Ajudam na organização e realização de eventos especiais do museu;• ….

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Importância e diversidade do trabalho voluntário nos museus

Voluntariado Cultural nos Museus de Cascais

Vídeo - London Volunteers in Museum Awards 2009

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http://www.youtube.com/watch?v=mKg4KoVpouE

Maria Cristina Gonçalves E-mail. m.cristina.goncalves@cm-cascais.pt

Tel. 21 481 5923

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