dais gonçalves rocha goiânia, 02 de outubro 2018 · mortalidade infantil, quando o gasto aumenta...

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Dais Gonçalves RochaGoiânia, 02 de outubro 2018

SUICÍDIO E SEUS DETERMINANTES:

Perspectivas a partir da promoção da saúde

Plano da Apresentação

1. Abordagens dos Estudos Sobre Suicídios.

2. Evidências sobre crise$, austeridade fiscal e aumento da

incidência de doenças e suicídio.

3. Janelas de Oportunidades.

4. Significados e as possibilidades na perspectiva da PS.

Abordagens dos Estudos sobre Suicídios

1. Modelos de Fatores de Riscos

2. Modelos de Comportamentos de Riscos

3. Modelos de CONDIÇÕES de Riscos

Abordagens dos Estudos sobre Suicídios1

Fonte: Fernanda Benquerer Costa/ Médica psiquiatra/ Diretoria de Saúde Mental – SES/DF e TSE/ Associação Brasileira de Estudos e Prevenção ao Suicídio

Fonte: Gabriela Morelato. Resiliencia en el maltrato infantil: aportes para la comprensión de factores desde un modelo ecológico

Abordagens dos Estudos sobre Suicídios2

Fonte: CDC

Estratégias de Abordagem recomendadas a partir de evidências

SUICIDES LINKED TO AUSTERITY: FROM A PSYCHOCENTRIC TO A PSYCHOPOLITICAL AUTOPSY

Fonte: Vieira-IPEA 2016; https://discoversociety.org/2017/02/01/suicides-linked-to-austerity-from-a-psychocentric-to-a-psychopolitical-autopsy/

Evidências: crise$ e Suicídio

No Brasil até 2015

Últimos 10 anos marcados por uma forte agenda de investimentos sociais. Próximos 20 anos com congelamento das despesas primárias do governo

contraditoriamente com a previsão de aumento progressivo nos gastos do Estado.

Inserção das medidas de austeridade fiscal no Brasil - 2017

Fonte: Household disposable income and inequality in the UK: financial year ending 2016". Office for National Statistics. 10 January 2017.

Efeito das políticas de austeridade sobre a renda da população na Inglaterra

Mais pobres

Mais RicosEfeitos direto das

medidas de austeridade:

• Empobrecimento dos mais pobres e enriquecimento dos mias ricos.

• Aumento das inequidade.

Retomada dos investimentos sociais10

• Relação entre o gasto públicocom saúde associado a com aqualidade da saúde dos países.

• Existe uma relação inversa entregasto público em saúde e amortalidade infantil, quando ogasto aumenta a mortalidade cai.

11

Aumento de casos desuicídio relacionado com aimplementação de políticasde austeridade (Grécia).

Portugal, Itália Indonésiaapresentaram maiorincremento nas pessoas de50 a 54 (48%) e de 55 a 59(49%), idades nas quaisaqueles que perderam otrabalho pela criseeconômica praticamente nãoencontrarão outro.

No Brasil retorno ao mapa dafome (FAO), aumento dorisco de suicídio daspopulações vulneráveis(baixa renda, indígenas eLGBTS) e adolescentes (MS2018).

Efeitos diretos da austeridade na saúde

12Fonte: STUCKLER, David; BASU, Sanjay. A Economia Desumana: porque mata a austeridade. 1º edição. Bizâncio: Lisboa, abr. 2014. OSTRY, Jonathan; LOUGANI, Prakash; FURCERI, Devide.Neoliberalism:

oversold? InternationalMonetaryFund/Finance&Development: Washignton, n 2, vol. 53, jun 2016.

Políticas de austeridade (FMI)

13

Austeridade e consequente desinvestimento em saúde e seus efeitos na promoção e prevenção.

Austeridade causa iniquidade: Saúde é um direito humano, e não deve ser tratada como mercadoria.

(Declaração de Curitiba – IUHPE 2016).

Ocupar + Resistir + Produzir = Transformação

(Novais, 2017)

14

Onde focar?

Níveis de gestão e de produção do cuidado macro, meso e micro em articulação com as potenciais agendas internacionais.

OPORTUNIDADES TEMPORAIS E POLÍTICAS

★ ODS 2030: convergência com pré-requisitos da saúde e demandas sociais do Brasil.

★ Planos Diretores: Direito à Cidade e revisão dos planos em 2017.

★ Planos Metropolitanos (Lei Federal 2015 Estatuto da Metróp ole): missão para governos de

estados e municípios de região de metrópoles até dez 2017.

★ Planos Plurianuais e Setoriais.

Janelas de Oportunidades

16

A despeito dos nossos resultados demonstraram que a Agenda 2030/ODSclaramente convergem com as demandas sociais do Brasil, oentendimento sobre e o investimento para sua implementação éincipiente.

“As evidências trazidas poreste Relatório [Luz síntese2], tornam frágil o discursodos poderes executivo elegislativo de adesão aosODS” (2018, p. 5).

Revogar a EC 95/2016e promover reformatributáriaprogressiva e justa.

Desafios

Identificação e integração de diferentes iniciativas para atuarem conjunta e

sinergicamente:

1. Articulação da Agenda 2030 com a iniciativa Universidade Promotora da Saúde;

2. Mapeamento das disciplinas, projetos de pesquisas e de extensão na temática;

3. Grupos de Trabalho com temáticas: saúde mental.

Ações

Prevenção≠

Educação≠

Promoção

Significados e Possibilidades

Objetivos Prevenção

• Reduzir os fatores de risco

• Diminuir complicaçõesdas doenças

• Proteger as pessoas e grupos de agentes agressivos

Objetivos Promoção

• Estimular o protagismo de sujeitos nos seus modos de andar a vida

• Atuar sobre determinantes

• Defender a articulação de políticas públicas

PREVENÇÃO/ PROMOÇÃO

(Akerman, Rocha 2016)

Qualidade de vida

(Rocha 2001)

“Accountability”

Intersetorialidade

“Empowerment” RedeEquidade

Capital social

Promoção da Saúde

“Advocacy”

Conceito positivo de saúde

Meio ambiente

Nova prática sanitária

Europa e Brasil:

• Fundamentado nas raízes social, econômica e política da saúde;

• Sócio-ambiental.

América do Norte:

• Fundamentado na expansão do arcabouço da educação e da prevenção em saúde;

• Foco no Indivíduo ou EscolhaIndividual.

Conceitos de Promoção da Saúde: Duas Tradições e Origens

1. Atividades dirigidas à mudança dos comportamentos dos indivíduos, focalizando

estilos de vida.

2. Estratégias que atuam sobre os determinantesque impactam sobre a qualidade de vida.

Conceitos de Promoção da Saúde em Dois Grandes Grupos

O grande problemaque a gente tinha nafala dos estados e

municípios é: Mas o que é mesmo essa

tal de PS?

Os gestores de saúde dos municípios que compõem o CGR do “ ” percebem as

ações de PS como ações de prevenção de doenças e

estimulam ações de saúde voltadas para a mudança de comportamento e hábitos de

vida.

Significados: para os gestores: atual

Fonte: Albuquerque, Franco de Sá, Araújo Jr. Perspectivas e desafios da “nova” Política Nacional de Promoção da Saúde: para qual arena política aponta a gestão? Ciência & Saúde Coletiva 21(6); 2016.Fancolli, Gomes, Gryscheck Percepções de gestores municipais sobre ações de promoção da saúde: em foco os agentes comunitários de saúde. Saúde & Sociedade 23(3), 2014

Não44,7%

Fonte: Monitoramento Programa Academia da Saúde, CGDANT/SVS/MS – Ciclos 2016

Significados: para os gestores

Significados: para os gestores

Fonte: http://www.conass.org.br/promocao-da-saude/

“Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde

relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,

condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura,

acesso a bens e serviços essenciais” (Brasil 2006)

Centralidade da equidade na PNPS 2014: princípio e objetivo geral

“Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver,

ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva e reduzindo

vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes

sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais” (Brasil 2014, p. 11)

Fonte: http://www.conass.org.br/promocao-da-saude/

“Reconhecer que o desafio da promoção da saúde

na América Latina consiste em conciliar os

interesses econômicos com os propósitos sociais

de bem-estar para todos, assim como trabalhar

pela solidariedade e equidade social, como

condições indispensáveis para a saúde e o

desenvolvimento”.

2008

2011

2012

2013

2016

(Carta de Bogotá 1992)

Por que Equidade em Saúde?

Taxa é 3 vezes a da média nacional45% na faixa de 10-19 anos

Mulher mais tentativas

Adolescentes e jovens

Por que Equidade em Saúde?

Fonte: População LGBT http://vcnaoestasozinho.com.br/suicidio/o-suicidio-e-a-populacao-lgbt-dados-gritantes/

Invisibilidades do suicídio entre idosos

Agricultor e Agrotóxico

Homem desempregado e sem casa própria

Por que Equidade em Saúde?

Fonte: https://www.storybasedstrategy.org/the4box.html

TEMAS PRIORITÁRIOS

1. DSS,

Equidade e

Respeito a

Diversidades

2.

Desenvolvimento

Sustentável

3. Produção de

saúde e do

cuidado

4. Ambiente

e Territórios

Saudáveis

5. Vida no

Trabalho

6. Cultura

da Paz e

Direitos

Humanos

Territorialização

Articulação e Cooperação Intra e Intersetorial

Rede de Atenção à Saúde

Gestão

Educação e Formação

Vigilância, Monitoramento e Avaliação

Produção e Disseminação de Conhecimentos e Saberes

Comunicação Social e Mídia

TEMAS TRANVERSAIS

Participação e Controle Social

Eix

os

Op

era

cio

na

is

Desenvolvimento de Planos de Ação Intersetorial a partir do local segundoterritórios (Capítulo 9) e potencialidades das equipes de ESF e NASF, também, nocuidado e REDE DE ATENÇÃO em saúde . (Akerman, Rocha prelo)

Divulgação e utilização de ferramentas para identificar grupos com maior grau deiniquidade visando que estes conquistem maior escala e intensidade de a ções nosníveis macro, meso e micro.

INCLUIR VULNERABILIDADE SOCIAL NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

INVESTIR NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS TERAPÊUTICOS

Eixo Territorialização

Núcleos de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde

2001-Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violências

2004-Criação dos NPVPS

(03) tipos de Núcleos: Estadual, Municipal e nas Instituições Acadêmicas

(Observatório de Violências do Núcleo de Estudos de Saúde Pública OV/NESP/UnB)

2006 - Lançamento da PNPS (MS nº 687, 30/ 03/ 06)

Rede de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde

Eixo Intrassetorial

Pronto Atendimento Hospitalar

“O funcionário se vê explorado, não sei se essa é a palavra. Ah, podia estar tratando de alguém que

realmente precisa, de alguém que realmente não escolheu est ar nessa situação, né?! Essa pessoa

escolhe estar o tempo inteiro estar nisso. Ela faz porque quer, porque gosta de chamar atenção, quer

chamar atenção de outra pessoa. E o cuidado, ele é diferencia do. Com certeza ele é diferenciado. Com

certeza absoluta, é diferenciado. Ele não é atendido com a mes ma dedicação de um outro paciente.

Não é. Você faz pela obrigação, mas não porque você sinta que v ocê precise, eu percebo isso nas

pessoas. Você faz pela obrigação. Eu vou sondar, vou lavar, s abe?! Mas faz de uma forma mais

grosseira, de uma forma mais rude, até com o paciente, você nã o tem a mesma paciência, você não

tem a mesma dedicação pro cuidado com aquele paciente, não te m.” (ENF02).

Eixo Intrassetorial

Fonte: LIMA, L. Moralidades correntes sobre suicídio em unidades de saúde e seu impacto na assistência: uma análise na perspectiva da bioética de proteção. Universidade de Brasília

[dissertação]. Programa Pós Graduação Bioética. Brasília 2018.

Pronto Atendimento Hospitalar

“a tentativa de suicídio é uma emergência médica também, né?! Pra nós médicos, assim, falando da minha

categoria, eu acho que a gente não tem as vezes essa percepção r eal. Eu acho que a gente tem ainda

muita dificuldade de lidar no pós. Eu acho que a gente focou mu ito no aspecto meramente, digamos,

médico da coisa assim, entubar, da intoxicação, dar o suport e de vida, essa coisa toda, mas depois a

gente tem ainda uma dificuldade pra lidar com o indivíduo, pr a tentar entender... Acho que a gente não se

sente muito instrumentalizado. [...] Eu acho que a gente não t em essa instrumentalização, essa

qualificação [...] os pacientes se sentem muito constrangi dos. Eu acho que a gente tem muita dificuldade

pra lidar com isso por falta... talvez acho que de treinament o mesmo... especifico pra lidar.” (MED03).

Eixo Intrassetorial

Fonte:LIMA, L. Moralidades correntes sobre suicídio em unidades de saúde e seu impacto na assistência: uma análise na perspectiva da bioética de proteção. Universidade de Brasília [dissertação]. Programa Pós

Graduação Bioética. Brasília 2018.

Pronto Atendimento Hospitalar

“Eu acho que é muito fragilizado a questão da formação, sabe ass im?! [...] acho que as formações

agregassem, não só a formação de condutas clínicas, mas as au las de psiquiatria, saúde mental, de

ética, de tudo que a gente vivenciou. [...] Eu acho que a gente consegue prevenir também quando a

gente trabalha bem nas escolas né?! A gente vê muito, por exem plo, nas escolas de ensino médio

falando muito sobre a prevenção de doenças sexualmente tran smissíveis, mas pouco se fala sobre

prevenção de suicídio. As pessoas parecem que tem pudor de fa lar, [...] As pessoas tem tabu de falar,

tem receio de falar com relação ao suicídio, né?! A gente vê qu ando a gente recebe paciente aqui. “Ah

foi?” “Abafa!” Não gente, não é assim. A gente tem que falar. T em que conversar. Foi, foi tentativa de

suicídio, ingeriu tal coisa. Vamos chamar a equipe de psicol ogia, vamos chamar a equipe de

psiquiatria. Essa pessoa precisa de acompanhamento e vamos respeitar. [...] As pessoas não

respeitam e não entendem o que é saúde mental.” (ENF08).

Eixo Intrassetorial

FRASES ALERTAS DE RISCO SAMU-DF:

“Eu preferia estar morto.”

“Eu não posso fazer nada.”

“Eu não aguento mais.”

“Eu sou um perdedor e um peso para os outros.”

“Os outros vão ser mais felizes sem mim.”

Fonte: http://www.ebc.com.br/2012/09/distrito-federal-lanca-programa-para-prevenir-suicidios

“Estimular a PS como parte da integralidade do cuidado da Rede de Atenção à Saúde,

articulada às demais redes de proteção social ”

(Brasil 2015, p 11)

Eixos INTRA e INTERsetorialidade (s)

(Novais 2017)

“Propor políticas que apóiem a saúde não é propor apoio ao setor saúde, mas à saúde como dimensão da vida ”.

Eixo Intersetorialidade (s): Saúde com todas as Políticas

“Advocacy” de Políticas Promotoras da Saúde e do DesenvolvimentoSustentável

Projeto de Lei nº 6.670/16, que institui a Política Nacional de Redução deAgrotóxicos ( PNaRA), prevê:- medidas para fortalecer a produção de orgânicos;- agricultura agroecológica e o controle biológico;- [Contraponto ao PL nº 6.299/02].

Ações

Eixo Vigilância, Monitoramento e Avaliação

• Visibilidade das ações de PS;

• Empoderamento de indivíduos e coletividades;

• Advocacy /mobilização da sociedade (disputa do imaginárioe visão sobre saúde mental);

• Sustentabilidade das ações de PS.

Eixo Comunicação Social e Mídia

“Uso todos os meus cacos para fazer um vitral....”

(Adélia Prado, 2006)

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