bruna rodrigues da silva bruna...dedicatÓria dedico este trabalho de conclusão de curso : a deus,...
Post on 19-Dec-2018
217 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
BRUNA RODRIGUES DA SILVA
ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
NITERI, RJ
2014
BRUNA RODRIGUES DA SILVA
ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
disciplina de Trabalho Monogrfico III da Escola
de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
para a aprovao no curso Bacharel e
Licenciatura em Enfermagem.
Orientadora:
Prof Dr Claudia Mara De Melo Tavares
Niteri, RJ
2014
S 586 Silva, Bruna Rodrigues da.
Ansiedade: uma reviso integrativa desse fenmeno
entre os estudantes de enfermagem. / Bruna Rodrigues da
Silva. Niteri: [s.n.], 2014.
63 f.
Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em
Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014.
Orientadora: Prof. Dr Claudia Mara de Melo Tavares.
1. Enfermagem. 2. Ansiedade. 3. Estudantes de
enfermagem. I. Ttulo.
CDD 610.73
BRUNA RODRIGUES DA SILVA
ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS
ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
disciplina de Trabalho Monogrfico III da Escola
de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da
Universidade Federal Fluminense, como requisito
para a aprovao no curso Bacharel e
Licenciatura em Enfermagem.
Aprovada em 09 de dezembro de 2014.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
Prof Dr Cludia Mara de Melo Tavares Presidente
___________________________________________________________________________
Prof Dr Rose Mary Costa Rosa Andrade 1 Avaliadora
___________________________________________________________________________
Prof Msc. Marcela Pimenta Muniz 2 Avaliadora
___________________________________________________________________________
Prof Dr Eliane Ramos Pereira Suplente
Niteroi, RJ
2014
DEDICATRIA
Dedico este Trabalho de Concluso de Curso:
A Deus, por ser meu flego de vida, Senhor
Supremo, Autor e Consumador da minha f.
s meus pais (Antnio Hilrio e Maria
Antonia), irms (Brenda e Bianca), meu Enzo
Gabriel, meu marido (Rodrigo) e meus sogros
(Luis e Zirlene) que, com muito carinho
apoio, no mediram esforos para que u
chegasse at esta etapa da minha vida.
Aos meus avs (Andrade, Ana (in memria),
Antnio (in memria) e Tereza) por ter
depositado em mim toda esperana e f.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo seu imenso amor, sua infinita misericrdia e bondade.
Porque sua vontade boa, agradvel e perfeita. Durante toda minha faculdade esteve comigo.
Conheceu minhas dores e viu meus sofrimentos. Mas sempre mostraste que Maior em
minha vida. Quantas vezes me colocaste no colo? Foi meu ombro amigo? Curou minhas dores
e me libertou de tanto sofrimento que s eu e voc sabamos? Deus, at aqui me ajudou e
tenho f que ir comigo at o fim desta etapa. Mesmo no merecendo me amparastes e
colocaste em minha vida pessoas para me ajudar, cuidar, amar, compreender, ter muita
pacincia comigo, (...) etc. Obrigada, Senhor!
A minha mamy, Maria Antonia, pelo seu grande amor, dedicao, super proteo,
disciplina imposta a mim e minhas irms. Pelo seu imenso corao de me, filha, irm, tia,
prima, amiga e esposa. Mame, obrigada por ter me incentivado a terminar esta faculdade, por
todas as vezes que me ligou neste ltimo 1 ano e meio, perguntando como estava o meu TCC
e mandava eu terminar logo isso (como se fosse fcil!). Desculpa por ter te feito sofrer com a
distncia, mas logo veio a Bibi para voc no ter tempo de sofrer por mim (Deus bom
demais, planeja tudo).
Ao meu papi, Antnio Hilrio, por ter me dado assas a voar, com muita
responsabilidade me deu sempre liberdade para fazer minhas escolhas, mesmo sabendo que
poderia errar ele preferiu que eu aprendesse a lidar com os obstculos que a vida nos pe a
prova e at hoje me fala: - As portas de casa sempre estaro abertas para voc. Pai, quantas
vezes fiz o senhor se culpar pelas minhas frustradas escolhas? Mas saiba que amadureci a
cada queda. Alm de ser meu paizinho sempre foi meu mestre e neste trabalho no foi
diferente. Obrigada, papi pelas idias, revises, por quando estava perdida nos rumos da
pesquisa o senhor me norteava. Tambm no posso deixar de te agradecer por ter,
praticamente, obrigado-me prestar vestibular para Enfermagem, depois entendi que voc foi
um instrumento nas mos de Deus para que eu fizesse a vontade do Grande Eterno.
Obrigado, meus amados pais por todo esforo e apoio para me manter aqui durante
todos esses 4 anos.
As minhas irms Brenda e Bianca pela compreenso de ter passado tanto tempo longe
delas. Porm, que ns momentos d minha ausncia dedicados estudo superior, smpr
fizeram entender q futuro feito partir d constante dedicao n presente!
Ao meu Enzo Gabriel, pela esperana e felicidade que trouxe minha vida.
E o que dizer a voc, meu marido, Rodrigo? Obrigada pela imensa pacincia, bondade,
dedicao, amor, carinho, compreenso, incentivo e por me fazer to feliz. No posso
esquecer-me de agradecer pela forma especial e carinhosa que me deu fora e coragem, me
apoiando nos momentos de dificuldades. Valeu a pena tudo que passamos e a distncia de 11
meses, todo sofrimento, todas as renncias... Valeu a pena esperar! Hoje estamos colhendo,
juntos, os frutos do nosso empenho. Est conquista nossa.
Aos meus sogros, Luis e Zirlene, e toda famlia do meu marido por ter me recebido to
bem e ter me feito sentir ser da famlia desde que fui apresentada a eles. Famlia Monteiro, no
Rio de Janeiro vocs foram meu alicerce. Obrigada, sogra, por todas as vezes que me falou:
Voc vai tirar de letra e sempre ter uma palavra de conforto e confiana.
Obrigada! Primos tias pl contribuio valiosa.
A professora coordenadora d curso, Cristina Lavoyer, pelo convvio, apoio,
compreenso amizade.
A todos os professores do curso, que foram to importantes na minha vida acadmica.
Em especial a professora Simone Cruz, que me acolheu, apoio e depositou tanta credibilidade
e confiana em mim; as professoras Eny Dorea, Liliane Faria e Rosane Aguiar por ter me
preparado to bem para exercer a profisso e ter firmado o meu desejo de seguir a diante na
Neonatologia e Pediatria; a minhas orientadora professora Cludia Mara por ter aceito meu
convite para a realizao desta monografia.
Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante. Carlos Jos, obrigada por
ter me dado a cpia do manual de TCC da UFF quando mais precisei. Luiza Abdalla,
obrigada pela companhia at o 6 perodo. Niada Rodrigues, obrigado pela suas palavras de
conforto e f, apoio e pela sua imensa amizade.
Aos pacientes pela pacincia, confiana e respeito ao nosso aprendizado, pela
colaborao e incentivo ao nosso aprimoramento tcnico-cientfico. Talvez a minha ajuda
tenha sido pequena diante do universo carente em que vocs corajosamente vivem, mas ajud-
los representou para mim uma magnfica lio de amor e fraternidade. Muito Obrigada.
Aos funcionrios e equipes de enfermagens, porque na construo de uma pea teatral
a presena de todos imprescindvel. No existir um cenrio se no houver quem o construa.
Por detrs dos bastidores esto os grandes responsveis pela realizao da pea. A cada um de
vocs, toda a minha gratido.
A bibliotecria da Escola de Enfermagem, Suelen, por ter encontrados alguns artigos
que no estava conseguindo encontrar na ntegra.
https://www.facebook.com/cristina.lavoyerescudeiro
A Adriana Mrcia, por ter traduzido uns dos artigos mais importantes da minha
monografia.
A minha vizinha, Elisabete Fagundes, pelo carinho, ateno e dedicao a mim. Por
ter se feito presente quando mais precisei e por ter cuidou de mim como uma filha. Obrigada
pelo uso do seu computador, impressora, pelos lanches aos domingos, por aquelas tortinhas de
morango que me deixava feliz feito criana.
Aos meus mdicos, Dr. Wilson de Jesus, Dr. Lessa Jnior, Dr Karine Leito, Dr
Renata Abeya e Dr Maria Clicie que nos meus momentos de agonia, angustia, sofrimento e
superao sempre estiveram comigo, proporcionando-me o melhor tratamento. Porm, o que
fizeram/faz de vocs especiais para mim, foi/ a nossa relao mtua de mdico paciente.
A todos que direta ou indiretamente participaram dessa minha trajetria.
Agradeo ao Evandro pelos favores oferecidos na coordenao.
Agradeo aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e
pelas contribuies pessoais acerca da monografia.
Enfim, a Universidade Federal Fluminense, como j diz seu prprio manual de
apresentao de trabalhos de concluso de curso (2012, p. 79), melhor que ter uma casa
saber exatamente onde ela fica.
No temas, porque eu sou contigo; no te
assombres porque eu sou teu Deus; eu te
fortaleo, e te ajudo, e te sustento com a destra
da minha justia.
Bblia Sagrada - Isaas 41:10
RESUMO
grande a presso e a tenso enfrentadas pelos estudantes de enfermagem durante sua fase
acadmica. Eles tm que se preparar muito bem porque lidam diretamente com os pacientes
nas suas mais variadas modalidades hospitalares durante todo o curso por meio dos sucessivos
estgios curriculares. As dificuldades pessoais, os desafios da academia e da profisso, a
preocupao com a carreira profissional, so fatores prprios da sua rea de formao que os
tornam sujeitos protagonistas em potencial da ansiedade neste contexto histrico global
ansiognico que vivemos. Este estudo trata-se de uma reviso integrativa da literatura
cientfica nacional e internacional sobre a ansiedade, com o objetivo de pesquisar os fatores
que contribuem para a ocorrncia de ansiedade entre os estudantes de enfermagem,
identificando suas consequncias e formas de combater esse mal. A partir dos Descritores
Cincia e Sade (DeCS), ansiedade e estudantes de enfermagem usados ao mesmo tempo com
uso do booleano and, foram encontrados 375 artigos nas principais bases de dados virtuais
para pesquisas cientificam contidas na Biblioteca Virtual da Sade (BVS), dos quais somente
18 artigos foram selecionados para a construo deste trabalho de concluso de curso. Ficou
observado que os principais fatores que desencadeiam a ansiedade nos estudantes de
enfermagem esto ligados a situaes onde os mesmos esto sendo avaliados de alguma
forma. Alm disso, o medo das novas experincias no campo profissional contribuem
juntamente com fatores pessoais, influenciando de forma negativa na vida acadmica. Dessa
forma, o estudo contribui com uma abordagem a favor da preveno e combate a ansiedade,
principalmente entre os estudantes de enfermagem, deixando claro que a ansiedade um mal
preocupante e que pessoas acometidas necessitam de acompanhamento especializado.
Descritores: ansiedade e estudantes de enfermagem.
ABSTRACT
It is great pressure and stress faced by nursing students during their academic stage. They
have to prepare very well because they deal directly with patients in its various hospital
procedures throughout the course by means of successive internships. Personal difficulties,
challenges the academy and the profession, the concern for professional career, are proper
factors of your training area that make potential protagonists subject the anxiety this
anxiogenic global historical context which we live. This study deals with an integrative
review of national and international scientific literature on anxiety, in order to investigate the
factors that contribute to the occurrence of anxiety among nursing students, identifying its
consequences and ways to combat this evil. From Descritores Cincia e Sade (DeCS), were
found 375 articles in major online databases for research cientificam contained in Biblioteca
Virtual da Sade (BVS), of which only 18 articles were selected for the construction of this
course conclusion work . It was observed that the main factors that trigger anxiety in nursing
students are linked to situations where they are being evaluated in some way. In addition, fear
of new experiences in the professional field work together with personal factors, influencing
negatively in academic life. Thus, the study provides an approach for preventing and
combating anxiety, especially among nursing students, making it clear that anxiety is a
worrying evil and that affected people need specialized treatment.
Descriptors: anxiety and nursing students.
SUMRIO
1. INTRODUO, p. 14
1.2 JUSTIFICATIVA, p.16
2. REVISO DE LITERATURA, p. 19
2.1 O QUE ANSIEDADE? p. 19
2. 2 ANSIEDADE NO MUNDO ATUAL, p. 20
2.3 A ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM, p. 21
2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM ANSIEDADE NOS ESTUDANTES
DE ENFERMAGEM, p. 21
2.4.1 Ansiedade com o ensino prtico, p. 22
2.4.2 Ansiedade com a realizao de provas ou exames e a apresentao de trabalhos,
p. 22
2.5 PROBLEMAS DECORRENTES DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO
ACADMICO, p. 23
2.6 A IMPORTNCIA DA PERCEPO DOS PROFESSORES EM RELAO AOS
SENTIMENTOS DOS ALUNOS DE ENFERMAGEM EM SALA DE AULA, p. 24
2.7 MEDIDAS MINIMIZADORAS DA ANSIEDADE ENTRE OS ESTUDANTES DE
ENFERMAGEM, p.25
2.7.1 Gerenciamento do tempo adequado, p.25
2.7.2 Tcnicas de relaxamento, p.26
2.7.3 Exerccios fsicos, p.26
2.7.4 Terapias complementares, p.27
2.7.4.1 Acupuntura auricular, p.27
2.8 DICAS PRECIOSAS PARA OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SUPERAREM A
ANSIEDADE, p.28
3. METODOLOGIA
3.1 ASPECTOS TICOS, p.31
4. ANLISE E DISCUSSO, p.32
4.1 ANLISE DO ESTUDO, p.32
4.1.1 Quadro de categorizao dos artigos, p.34
4.2 DISCUSSO, p. 49
4.2.1 Conceitos de ansiedade e problemas que a ansiedade pode acarretar no
desempenho acadmico, p. 49
4.2.2 Principais fatores que desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem,
p. 51
4.2.3 A importncia dos professores em relao a ansiedade dos estudantes de
enfermagem, p. 53
4.2.4 Medidas que podem ser adotadas pelos estudantes de enfermagem contra a
ansiedade, conforme os pressupostos cientficos, p. 55
5. CONCLUSO, p. 58
6. OBRAS CITADAS, p. 60
7. OBRAS CONSULTADAS, p. 63
14
1. INTRODUO
A ansiedade vem se tornando uma das doenas que mais tem afetado a populao no
mundo todo neste sculo. Sua incidncia tanta, que tem despertado o interesse dos
especialistas pelos estudos e pesquisas sobre suas causas e tratamento. Segundo estudos
internacionais, 25% da populao sofrem ou sofrero de transtorno de ansiedade em algum
momento de suas vidas (SILVA, 2011).
O Jornal 24 horas News (apud Associao Brasileira de Psiquiatria, 2013), trazendo
dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de So Paulo, afirma que no Brasil aproximadamente 12% da populao
ansiosa, o que representa um universo de 24 milhes de brasileiros com ansiedade patolgica.
Segundo este jornal, estima-se, ainda, que 23% da populao brasileira tero algum tipo de
distrbio ansioso ao longo da vida.
O processo de globalizao vem influenciando na qualidade de vida da populao
mundial positiva e negativamente, tendo ao direta sobre a sade das pessoas. Por um lado, a
internet e a revoluo digital possibilitando a comunicao entre pessoas de todas as partes do
mundo em tempo real, os avanos da medicina, da robtica, etc.. Por outro lado, novas
tecnologias vm proporcionando cada vez mais o sedentarismo, aumento de horas de trabalho
dirio, estudos, pesquisas, sempre sentado mesa de computador ou de mquinas eletrnicas,
capacitao profissional continuada. Alm disso, nota-se um aumento crescente do nmero de
desempregados relacionados ao advento da tecnologia no campo de trabalho e a incapacidade
profissional para operar novas mquinas. Esse fenmeno ocorre tanto no campo quanto nas
grandes metrpoles mundiais, exigindo cada vez mais a qualificao para o mercado de
trabalho. Horas de sono reduzidas, transporte inadequado, lotado na grande maioria das vezes,
refeies inapropriadas, so parte das dificuldades enfrentadas diariamente em busca de
qualificao, afastando as pessoas do convvio social, da famlia, do lazer. Diante desse ritmo
acelerado de vida, gerada uma incerteza ou medo do que est por vir. Este quadro da
15
realidade contempornea faz com que, entre outras coisas, algumas pessoas desenvolvam o
distrbio conhecido como transtorno de ansiedade.
O entendimento sobre o conceito de ansiedade pode se dar sob vrios enfoques, mas
segundo Andrade (1998) a ansiedade se define como um estado emocional com componentes
psicolgicos e fisiolgicos, que faz parte das experincias humanas, sendo propulsora do
desempenho. Para Silva (2011) ela passa a ser patolgica quando desproporcional situao
que a desencadeia, ou quando no existe um objeto especfico ao qual se direcione,
interferindo diretamente na qualidade de vida, no conforto emocional ou no desempenho
individual. SADOCK et al (2007) afirma que a mesma vem acompanhada de sintomas
autonmicos como cefaleia, perspirao, palpitao, aperto no peito, leve mal-estar
epigstrico e inquietao, indicada pela incapacidade de ficar sentado ou de p quieto por
muito tempo. A gama de sintomas presentes durante a ansiedade tende a variar entre as
pessoas.
Os transtornos de ansiedade possuem diversos aspectos que variam em grau,
intensidade e na forma como se apresentam. Quando os mesmos j esto instalados,
consequentemente traro prejuzos significativos na vida social, familiar, profissional,
acadmica de seus portadores. certo que todas as pessoas j vivenciaram ansiedade, seja
como resposta normal e adaptativa aos estmulos, ou como uma sensao desajustada e
patolgica.
Algumas pesquisas revelam que a presena e a intensidade dos sinais e sintomas de
ansiedade, tais como: taquicardia, tontura, dor de cabea, dores musculares, formigamento,
suor, alm de insnia, tenso, irritabilidade e angstia, podem trazer consequncias
prejudiciais para as condies de vida e de sade da populao afetada em geral, uma vez que
nveis elevados de ansiedade podem provocar percepes negativas quanto s habilidades
motoras e intelectuais do indivduo. Isso, por sua vez, interfere na ateno seletiva e na
codificao de informaes na memria, bloqueando a compreenso e o raciocnio.
Tendo em vista a complexidade e gravidade da ansiedade no nosso tempo, este
trabalho de concluso de curso o resultado de uma pesquisa que realizamos sobre este
assunto. Para tanto foi feita uma reviso integrativa da literatura nacional e internacional
sobre a ansiedade, a fim de responder aos seguintes questionamentos: Quais so os principais
fatores que desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem? Quais so os problemas
no desempenho acadmico decorrentes da ansiedade e como combat-los?
Assim o objeto da pesquisa foi a ansiedade entre os estudantes de enfermagem, pois
sabido que grande a presso e a tenso enfrentadas pelos estudantes de enfermagem durante
16
sua fase acadmica. Eles tm que se preparar muito bem porque lidam diretamente com os
pacientes nas suas mais variadas modalidades hospitalares durante todo o curso por meio dos
sucessivos estgios curriculares. Como se j no bastassem as suas dificuldades pessoais, a
preocupao com a carreira profissional, estes fatores prprios da sua rea de formao os
tornam sujeitos protagonistas em potencial do contexto histrico global ansiognico.
O trabalho teve como objetivo geral pesquisar os fatores que contribuem para a
ocorrncia de ansiedade entre os estudantes de enfermagem, identificando suas consequncias
e formas de combater esse mal. J os objetivos especficos foram identificar teoricamente o
que o transtorno de ansiedade e quais so os problemas que a ansiedade pode acarretar no
desempenho acadmico; levantar os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos
estudantes de enfermagem e descrever as medidas que podem ser adotadas pelos estudantes
de enfermagem contra a ansiedade, conforme os pressupostos cientficos.
1.2 JUSTIFICATIVA
Como j foi mencionado, segundo estudos internacionais, 25% da populao sofre ou
sofrer de transtorno de ansiedade em algum momento de suas vidas (SILVA, 2011). O Jornal
24 horas News (apud Associao Brasileira de Psiquiatria, 2013), trazendo dados do Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So
Paulo, afirma que no Brasil aproximadamente 12% da populao ansiosa, o que representa
um universo de 24 milhes de brasileiros com ansiedade patolgica. Segundo este jornal,
estima-se, ainda, que 23% da populao brasileira tero algum tipo de distrbio ansioso ao
longo da vida.
Estes percentuais da populao atingidos pelo mal da ansiedade constitui um fator de
alerta, o que por si s justifica estudos como este. A escolha de estudantes universitrios de
enfermagem como sujeitos desse estudo se justifica porque estes so um exemplo de
populao em que a ansiedade vem sendo muito estudada, principalmente devido situao
vivenciada por eles ser muito propcia ao desenvolvimento desse transtorno. Como os fatores
ansiognicos podem interferir negativamente sobre alguns aspectos cognitivos, como o
processo de aprendizagem, a reduo de ateno e da concentrao, diminuindo assim a
aquisio de habilidades, achamos que era oportuno estudar este fenmeno entre os estudantes
de enfermagem. Por isso, consideramos este trabalho relevante porque ele traz, alm de um
17
alerta geral, contribuies no sentido de ajudar os estudantes de enfermagem a se prevenir ou
a evitar este mal que causa tantos danos qualidade de vida.
A principal motivao para a escolha do tema desse trabalho foi a minha prpria
experincia com o mal da ansiedade. Isto implica dizer que falar sobre ansiedade falar da
minha prpria vida acadmica e profissional, ou seja, falar de mim mesma enquanto pessoa
acometida desse mal. H cinco anos fui diagnosticada com ansiedade; logo evoluiu para
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e assim vem at os dias atuais. Atravs deste
trabalho quero mostrar cientificamente a todos que ansiedade uma doena que reduz a
qualidade de vida das pessoas. Muitos j podem ter experimentado uma ansiedade
momentnea, mas existe a ansiedade patolgica, est sim traz prejuzos expressivos para
nossas vidas.
Costumo dizer que a ansiedade a porta de entrada para outros transtornos psquicos,
a ansiedade s o comeo se ela no for tratada. Posso dar meu prprio exemplo, comecei
com uma ansiedade incontrolvel, evoluiu para TAG, como j falei, quando notamos j estava
com depresso. Meu mas novo diagnostico foi TAG com crises depressivas. Neste momento
eu s chorava, me isolava, sentia um aperto no corao, uma angstia horrvel, sofria tanto e
no sabia o porqu. Olhava ao meu redor e dizia: eu tenho tudo que uma jovem da minha
idade queria ter e mesmo assim no sou feliz. Vivi uns trs anos sem saber o que era
felicidade e paz.
Minha salvao foi Deus, que devo tudo a ele, se no fosse pelos conhecimentos dos
princpios bblicos, teria perdido a esperana de viver. Durante trs anos e meio perdi muitas
coisas, entre elas: sonhos, conhecimentos, momentos que no voltam mais.
Quando tudo isso me aconteceu, meu rendimento na faculdade caiu muito, cheguei a
reprovar em algumas disciplinas, parecia que tinha desaprendido tudo que durante toda minha
vida aprendi. Foi muito decepcionante para mim, pois minha vida era estudar, meus pais
sempre cobraram isso de mim e da minha irm, j no conseguia seguir o ritmo de estudos
como antes. Sentia-me excluda das turmas que passei pela faculdade at com a minha atual
turma, sentia que todos falavam de mim e me olhavam torto. Sempre sobrava quando era
atividade em grupo.
Tive que reaprender a viver depois do desastre que a ansiedade causou na minha vida.
Libertei-me da depresso, logo aprendi a conviver com a ansiedade, o desconhecido passou a
ser muito conhecido, confrontei meus medos e enfrentei os obstculos.
A partir do 6 perodo da faculdade, as mudanas comearam a serem percebidas.
Comecei a me reerguer, as notas j estavam melhorando, no me isolava mais, passei a ter voz
18
na turma. Sabe o que percebi neste momento? Eu j no era a excluda, nem motivos de
conversas negativas dos meus colegas. s vezes nem precisava procurar grupo para fazer
trabalho, pois quando via ou chegava sala de aula j tinham me colocado em um. Meus
colegas comearam a dar parabns pelas minhas notas. Muitos dos que haviam virado a cara
para mim, passaram a falar comigo. Infelizmente quando mais precisei deles, os mesmo me
excluram. Muitas vezes falamos das pessoas sem ao menos saber o que se passa em sua vida.
Quantas vezes senti falta de uma companhia na faculdade! De um ombro amigo! De algum
para perguntar-me: est tudo bem? Posso ajuda-la em alguma coisa? Ou falar: - Qualquer
coisa estou por aqui, pode me procurar!
Durante minha solido na academia pude perceber que existem vrias Brunas
espalhadas pela faculdade, j se perguntaram por que tantos alunos no conseguem terminar a
faculdade? Alguns j esto l mais de 7 anos na faculdade, outros trancam e voltam, tm os
que abandonam o curso e ainda tm aqueles que no conseguem ter um relacionamento
interpessoal com os demais.
Aprendi a restaurar as perdas nos seus setores vitais, libertar-se, renascer e projetar um
futuro prximo de mais confiana e esperana, para que seja possvel desfrutar a vida em sua
plenitude. Sou eternamente grata aos meus pais, e principalmente, ao meu marido que desde
que comeamos a namorar acompanhou de perto todo meu sofrimento, quando estava em
crise me abraava e dizia para no ter medo porque estava comigo. Tudo sofreu, viveu e
venceu ao meu lado e nunca desistiu de mim.
O que passei no desejo para ningum, por isso espero que este trabalho de concluso
de curso traga, alm de um alerta geral, contribuies no sentido de ajudar no s os
estudantes de enfermagem, mas todos que lerem este trabalho, a se prevenir ou saber lidar
com este mal que causa tantos danos qualidade de vida. Nada que falarei neste trabalho, por
mais que seja cientfico, no substitui o tratamento convencional medicamentoso e/ou
psicoterpico para quem sofre de transtornos ansiosos.
19
2. REVISO DE LITERATURA
2.1 O QUE ANSIEDADE?
Segundo Prado et al (2012) a ansiedade uma experincia universal humana e
definida como um sentimento persistente de medo, apreenso e desastre iminente, ou tenso e
inquietao. O termo transtorno de ansiedade utilizado para diversas condies, incluindo
sndrome do pnico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada,
estresse ps-traumtico e ansiedade devido a uma condio mdica geral.
Para Santos et al (2009) a ansiedade pode ser descrita como reao natural que
impulsiona o ser humano a alcanar seus objetivos. Esse estado emocional pode tornar-se
patolgico e repercutir de forma negativa se vivenciado excessivamente e por longos
perodos. A ansiedade patolgica, ao invs de contribuir para o confronto da situao, limita,
dificulta e, muitas vezes, impossibilita a capacidade de adaptao e de enfrentamento.
Aubrey Lewis (1979, apud ANDRADE e GORENSTEIN, 1998), aps uma longa
reviso sobre a origem e o significado da palavra ansiedade, listou as seguintes caractersticas:
1. um estado emocional, com a experincia subjetiva de medo ou outra emoo
relacionada, como terror, horror, alarme, pnico;
2. A emoo desagradvel, podendo ser uma sensao de morte ou colapso
iminente;
3. direcionada em relao ao futuro. Est implcita a sensao de um perigo
iminente. No h um risco real, ou se houver, a emoo desproporcionalmente
mais intensa;
4. H desconforto corporal subjetivo durante o estado de ansiedade. Sensao de
aperto no peito, na garganta, dificuldade para respirar, fraqueza nas pernas e
outras sensaes subjetivas.
20
Alm disso, Lewis (1979, apud ANDRADE e GORENSTEIN, 1998) salienta que
existem manifestaes corporais involuntrias, como secura da boca, sudorese, arrepios,
tremor, vmitos, palpitao, dores abdominais e outras alteraes biolgicas e bioqumicas
detectveis por mtodos apropriados de investigao. Esse mesmo autor lista alguns outros
atributos que podem ser includos na descrio da ansiedade. A ansiedade pode:
1. Ser normal (p.ex. um estudante frente a uma situao de exame) ou patolgica
(p.ex. nos transtornos de ansiedade);
2. Ser leve ou grave;
3. Ser prejudicial ou benfica;
4. Ser episdica ou persistente;
5. Ter uma causa fsica ou psicolgica;
6. Ocorrer sozinha ou junto com outro transtorno (p.ex. depresso);
7. Afetar ou no a percepo e a memria.
Como bem dizem Andrade e Gorenstein (1998), o conceito de ansiedade no envolve
um construto unitrio, principalmente no contexto psicopatolgico. Segundo estes autores, a
ansiedade pode ser generalizada ou focada em situaes especficas, como nos transtornos
fbicos. Eles asseguram que a ansiedade no-situacional pode ser pervasiva, podendo ser um
estado de incio recente ou uma caracterstica persistente da personalidade do indivduo.
2.2 ANSIEDADE NO MUNDO ATUAL
A ansiedade e seus transtornos atingem grande parte da populao mundial e suas
atividades de cotidiano. O processo de globalizao vem influenciando na qualidade de vida
da populao mundial positiva e negativamente, tendo ao direta sobre a sade das pessoas.
Por um lado a internet e a revoluo digital possibilitando a comunicao entre pessoas de
todas as partes do mundo em tempo real, os avanos da medicina, da robtica, etc..
Por outro lado, novas tecnologias vm proporcionando cada vez mais a
sedentariedade, aumento de horas de trabalho dirio, estudos, pesquisa, sempre sentado
mesa de computador ou de mquinas eletrnicas, capacitao profissional continuada. Alm
disso, nota-se um aumento crescente do nmero de desempregados relacionados ao advento
da tecnologia no campo de trabalho e a incapacidade profissional para operar novas mquinas.
21
Esse fenmeno ocorre tanto no campo quanto nas grandes metrpoles mundiais, exigindo
cada vez mais a qualificao para o mercado de trabalho. Horas de sono reduzidas, transporte
inadequado, lotado na grande maioria das vezes, refeies inapropriadas, parte das
dificuldades enfrentadas diariamente em busca de qualificao, afastando as pessoas do
convvio social, da famlia, do lazer.
Diante desse ritmo acelerado de vida, gerada uma incerteza ou medo do que est por
vir. Este quadro da realidade contempornea faz com que, entre outras coisas, algumas
pessoas desenvolvam o distrbio conhecido como transtorno de ansiedade.
2.3 A ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM
Para McWatters (2009) a ansiedade, um sentimento de medo ou desconforto
acompanhado por uma resposta autonmica, uma sensao comum experimentada por
estudantes de enfermagem. Em muitos casos, a ansiedade pode vir por medo do desconhecido
e pela Faculdade de Enfermagem ser todo um mundo novo para os estudantes, isso pode ser
assustador.
A ansiedade pode ser considerada uma grande vil na vida dos estudantes de
enfermagem. Infelizmente os mesmos vo experimentar ansiedade em todo o curso de
graduao em diferentes graus.
2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM ANSIEDADE NOS ESTUDANTES
DE ENFERMAGEM
So vrios os fatores que contribuem para desencadear ansiedade nos estudantes de
enfermagem. Este fatores desencadeantes da ansiedade se fazem presentes do incio ao fim do
curso universitrio.
Os estudantes, ao ingressarem na graduao, apresentam dificuldades ao entrar em
um contexto ainda desconhecido, o que contribui para o aparecimento de tenses e
ansiedades. Alm de vivenciarem um mundo desconhecido durante o processo de
formao, esto sujeitos aos desgastes emocionais baseados em suas experincias
escolares passadas e preocupao relacionada insero no mercado de trabalho
(PRADO et al, 2012).
22
A seguir sero apresentados os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos
estudantes de enfermagem.
2.4.1 Ansiedade com o ensino prtico
Alguns pesquisadores tm relatado que a experincia clnica uma das maiores
produtoras de ansiedade do curso de enfermagem, particularmente nos primeiros anos de vida
acadmica (SHARIF E MASOUMI, 2005 apud MCWATTERS, 2009).
Os nveis de ansiedade so mais altos durante as experincias de ensino prtico do que
o aprendizado na sala de aula ou laboratrio de experincia. Esses nveis de ansiedade durante
a prtica clnica no ensino de enfermagem pode interferir com a aprendizagem e contribuir
para problemas de sade mental. Alm de poder afetar o modo como os alunos pensam e
atuam na prtica.
No ensino prtico a ansiedade se torna um obstculo aprendizagem porque o nvel
elevado de ansiedade pode impedir o aprendizado, diminuir a capacidade do estudante de
aplicar o conhecimento terico e interferir com o seu pensamento crtico.
As principais preocupaes que podem desencadear ansiedade nos alunos so: o medo
de causar danos aos pacientes por falta de conhecimento, o medo do fracasso, medo de no
dar a informao certa ao paciente e de cometer erros durante os procedimentos. McWatters
(2009) acrescenta que existe uns cem nmeros de ansiedades comuns vividas na rea clnica,
onde se incluem: preocupao em no ter experincia com os pacientes, no conseguir se
comunicar efetivamente e administrar uma medicao errada.
Para Larijaniet et al (2010), testemunhar a dor, sofrimento e tristeza de outras pessoas
provoca o aumento do nvel de ansiedade dos estudantes de enfermagem.
importante o corpo docente elaborar estratgias visando o aperfeioamento e
habilidades dos alunos em como lidar com as suas prticas, assim como melhor avaliar e
apoiar os alunos ansiosos durante a prtica, seja no hospital ou em uma unidade bsica de
sade, auxiliando no controle da ansiedade dos mesmos.
2.4.2 Ansiedade com a realizao de provas ou exames e a apresentao de trabalhos
Segundo Santos et al (2009) a realizao de provas ou exames e apresentao de
trabalhos constituem situaes estressantes para os alunos, sendo muitas vezes fatores de risco
23
para o desenvolvimento da ansiedade. Porm, o mesmo autor defende a ideia de que os
melhores alunos so os que mais apresentam crises de ansiedade, uma vez que possuem
grandes expectativas e so mais exigentes em relao ao desempenho escolar.
Por outro lado, Larijaniet al (2010) acredita que o baixo nvel de ansiedade
considerada normal na emoo das pessoas, podendo ser construtivo e forar uma pessoa a
esforar-se mais na vida. No entanto, ansiedade moderada e alta podem ter efeitos
desagradveis na sade das pessoas.
Existem alguns aspectos que podem auxiliar os alunos a enfrentar as situaes
reconhecidas como ameaadoras, como no caso de provas tericas, prticas ou incio de um
estgio. Dentre esses aspectos, destacam: o treinamento em laboratrio com superviso de
docente experiente, a ateno individualizada, a construo de um ambiente que favorea o
ensino individualizado e o estreitamento do relacionamento entre o docente e o aluno, o
reforo positivo e a existncia de um servio de apoio psicolgico ao aluno (SANTOS et al,
2009).
McWatters (2009) enfatiza que para ter sucesso, o estudante precisa estudar pesado e
olhar sempre frente. A mesma autora sugere algumas dicas para o estudante de enfermagem
superar a ansiedade com as provas ou testes, so elas: rever questes com exemplos que o
estudante acredite que cairo na prova, comparecer a todas as aulas, ser positivo e visualizar
seu sucesso, e finalmente, relaxar durante o teste em si.
Mais uma vez importante salientar o papel dos professores diante de alunos ansiosos.
Pois os mesmo necessitam saber como lidar e prevenir a ansiedade de alunos em seu dia a dia
de trabalho, de forma a ajud-los a controlar emoes e sentimentos como tenso, medo e
ansiedade e, assim, tentar minimizar os efeitos negativos desses sentimentos na aprendizagem
e no desempenho acadmico (SANTOS et al, 2009).
2.5 PROBLEMAS DECORRENTES DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO ACADMICO
Em graus variados, quando a ansiedade j est instalada, inevitavelmente trar
prejuzos significativos para os setores vitais de suas vtimas (vida social, familiar,
profissional, acadmica etc.) (SILVA, 2011, p. 18).
Para Melincavage (2011) a ansiedade pode interferir na capacidade de aprendizagem.
Pessoas ansiosas so mais propensas a dficits cognitivos (por exemplo, dificuldade de
ateno e concentrao), doena fsica, diminuio da satisfao com a vida, neuroticismo, a
24
maus comportamentos de sade e de desempenho acadmico prejudicado (MOSTAFA et al,
2011).
Beggs et al (2011), afirma que a concentrao, memria e capacidade de resoluo de
problemas so prejudicados quando os estudantes apresentam alto nvel de estresse e
ansiedade, consequentemente o desempenho acadmico pode ser afetado.
2.6 A IMPORTNCIA DA PERCEPO DOS PROFESSORES EM RELAO AOS
SENTIMENTOS DOS ALUNOS DE ENFERMAGEM EM SALA DE AULA
Segundo estudos de psicologia social, estima-se que apenas 7% dos pensamentos so
expressos por palavras, 38% so por sinais paralingusticos (entonao da voz, velocidade das
palavras ditas, entre outros) e 55% so por sinais do corpo, ou seja, no verbal
(SGARIBOLDI et al 2010).
Ensinar estar atento identificao e resoluo de problemas, ajudar a criar novos
hbitos de pensamento e de ao. Ensinar tambm interagir, aproximar e fazer dialogar dois
universos diferentes. Por tanto o professor precisa despertar a ateno e interesse, mobilizar a
inteligncia do aluno, ser entendido por este e induzi-lo expresso e ao dilogo, e no estar
somente preocupado em expor sua matria. necessrio que ele trabalhe vrios aspectos do
aluno, como a sua afetividade, suas percepes, sua expresso, suas crticas, sua criatividade
(SGARIBOLDI et al, 2010).
Em uma pesquisa realizada por Sgariboldi et al (2010) sobre a percepo dos
professores universitrio em relao aos sentimentos dos alunos em sala de aula, apontou-se o
interesse, alegria e ansiedade como os sentimentos mais identificados nos alunos. Todos os
professores participantes (100%) consideraram que a identificao de sentimentos dos alunos
importante para o processo de aprendizagem.
A ferramenta principal a ser utilizada para identificao desses sentimentos o
domnio em comunicao no verbal, ou seja, ter domnio das expresses corporais. Alguns
dos sinais no verbais que podem ser observados no aluno em sala de aula, durante o processo
de aprendizagem, so: postura corporal, localizao na sala de aula, contato dos olhos, roupas,
expresso facial, volume de voz, distncia interpessoal mantida, toque e movimentao da
cabea.
Alm dos professores saber a importncia da identificao dos sentimentos em sala de
aula, os mesmo deveriam se aprofundar mais no assunto de comunicao no verbal. Essa
25
identificao pode e deve ser treinada atravs de cursos, leituras e dinmicas sobre o tema
comunicao. A universidade, por sua vez, tem o compromisso de preparar e conscientizar o
professor sobre o seu papel de comunicador para que o ensino seja flexvel e atual.
Enfim, ao preocupar-se em ler os sinais da linguagem corporal dos alunos, o professor
se tornar mais consciente e atento nas suas atividades, alm de mais sensvel em relao s
emoes e sentimentos prprios e alheios. Isto acontece porque as emoes e os gestos tm
uma estreita relao de reciprocidade (SGARIBOLDI et al, 2010).
2.7 MEDIDAS MINIMIZADORAS DA ANSIEDADE ENTRE OS ESTUDANTES DE
ENFERMAGEM
Controlar, minimizar, tratar a ansiedade ter qualidade de vida. A expresso qualidade
de vida foi empregada pela primeira vez pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Lyndon
Johnson, em 1964. Na ocasio ele afirmou que o desenvolvimento da nao no poderia ser
mensurado por meio do balano bancrio, mas sim pela qualidade de vida proporcionada s
pessoas. Atualmente, h um crescente interesse no construto que passou a ser empregado em
vrias vertentes. Compreende desde conceitos populares amplamente utilizados relacionados
ao bem-estar, prazer, sentimentos e emoes, relaes pessoais, eventos profissionais, dentre
outros, at a perspectiva cientfica, com vrios significados apresentados na literatura
(BAMPI et al, 2013). Os tpicos seguintes delimitaro algumas medidas que podem ser
adotadas pelos estudantes de enfermagem contra a ansiedade, conforme os pressupostos
cientficos.
2.7.1 Gerenciamento do tempo adequado
Para Kaya et al (2012), o sucesso dos estudantes universitrios depende da sua
capacidade de utilizar o tempo de forma adequada e mais eficiente. As habilidades de
gerenciamento de tempo dos alunos diminuem medida que o nvel de ansiedade aumenta.
Portanto esta uma habilidade extremamente importante que os estudantes de enfermagem
devem adquirir durante a sua vida acadmica para que possam aumentar a sua competncia e
qualidade do servio. Gerir o tempo de forma eficiente significa que o indivduo pode
controlar sua vida.
26
2.7.2 Tcnicas de relaxamento
O exerccio de relaxamento para aliviar a ansiedade tem dado um feedback muito
positivo. As pessoas que utilizam essas tcnicas tem relatado uma sensao de maior bem-
estar e tambm tem percebido melhoras significativas em sua sade fsica. Existe uma srie de
exerccios e tcnicas de relaxamento, todas muito boas e recomendadas. O mais importante
que o estudante utilize aquela que lhe possibilite atingir paz fsica e mental (SILVA, 2011, p.
18).
2.7.3 Exerccios fsicos
O exerccio fsico uma ferramenta muito importante para a reduo da ansiedade. A
descarga de tenso fsica e emocional, que acompanha uma vigorosa sesso de exerccios
fsicos, reduz direta e imediatamente a ansiedade e o estresse. Alm disso, os benefcios
fisiolgicos, a longo prazo, da prtica de exerccios fsicos reforam a sua resistncia ao
estresse e promovem mudanas psicolgicas benficas.
Alm de melhorar o funcionamento cardiovascular, o exerccio regular tambm reduz
a ansiedade pelo aperfeioamento do funcionamento cerebral. O exerccio desobstrui e dilata
os vasos sanguneos do corpo e do crebro, favorecendo a oxigenao e a circulao. Assim,
mais nutrientes podem fluir para a execuo das funes cerebrais e mais produtos txicos
podem ser removidos do crebro (SILVA, 2011, p. 18).
O exerccio regular no s induz avanos funcionais no crebro, assim como altera de
forma surpreendente a prpria qumica cerebral de um modo muito positivo, atravs das
endorfinas beta. Essas substncias, possuem efeito sedativo para a dor, alm disso apresentam
um efeito espetacular sobre a disposio e o nimo. Reduzem tambm a ansiedade e a tenso
muscular.
Portanto, podemos dizer que a participao em atividades fsicas pode influenciar na
melhora do bem-estar mental em estudantes de enfermagem. A promoo da atividade fsica
em estudantes tem o potencial de aumentar a autoestima e satisfao com a vida e diminuir o
risco de ansiedade e depresso.
27
2.7.4 Terapias complementares
As prticas complementares tm se mostrado eficazes no controle e tratamento de
muitas enfermidades, alm de proporcionar melhoria na qualidade de vida. So consideradas
como tipos de terapias complementares que esto voltadas para o bem-estar do indivduo
como um todo (corpo, mente e alma), proporcionando conforto, autoconhecimento e,
consequentemente, autocontrole.
Algumas tcnicas teraputicas disponveis e aprovadas pela Organizao Mundial de
Sade (OMS) so: ioga, meditao, acupuntura e shiatsu. (SILVA, 2011, p. 18).
2.7.4.1 Acupuntura auricular
A auriculoterapia, ou acupuntura auricular, faz parte de um conjunto de tcnicas
teraputicas baseadas nos preceitos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Acredita-se que
tenha sido desenvolvida juntamente com a acupuntura sistmica que, atualmente, uma das
prticas orientais mais populares em diversos pases e tem sido amplamente utilizada na
assistncia sade, nos aspectos preventivos e curativos (PRADO et al, 2012).
No estudo realizado por Prado, et al (2012), evidenciou que os pontos de
auriculoterapia Shenmen e Tronco Cerebral apresentaram-se eficazes na reduo da
ansiedade. O ponto Shenmen, localizado na fossa triangular do pavilho auricular,
comumente utilizado como ponto analgsico, sedante e anti-inflamatrio e o ponto Tronco
Cerebral, localizado na borda superior da fossa intertrago, caracterizado pela funo de
sedao, por ser estimulante para a mente e calmante para o esprito.
Quanto ao potencial da auriculoterapia para o controle da ansiedade, outros estudos
podem ser citados. Por exemplo, foi realizada uma pesquisa na ustria, para tratamento de
ansiedade em pacientes com problemas gastrintestinais, que necessitavam de ambulncia para
chegarem ao hospital. Os autores constataram que a acupuntura auricular um tratamento
efetivo para a diminuio do estresse e da ansiedade apresentadas por pacientes durante o
transporte ao hospital (PRADO et al, 2012).
Na prtica clnica diria o tratamento consiste em adequar os pontos a cada mudana
obtida, isto , o seguimento do tratamento depende dos sinais e sintomas apresentados.
28
2.8 DICAS PRECIOSAS PARA OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SUPERAREM A
ANSIEDADE
O primeiro e decisivo passo para superar a ansiedade e o medo excessivo reconhecer
e aceitar os prprios medos. Se estiver trazendo prejuzos significativos em diversos
setores da vida, o segundo passo procurar ajuda especializada. De fato pode estar
sofrendo de um transtorno de ansiedade e necessitar de diagnstico e tratamento
adequados (SILVA, 2011, p. 18).
Caso o diagnstico seja dado, deve-se levar problema e os tratamentos a srio. Os
transtornos de ansiedade devem ser encarados como qualquer outra doena. No se
envergonhar nem esconda o problema, pois isso s faz aumentar a ansiedade (SILVA,
2011, p. 18).
Reforar os laos afetivos com as pessoas queridas, procurar ser generosos e no se
descuidar da espiritualidade, seja qual for a sua f! (SILVA, 2011, p. 18).
No foque no medo de falhar. Foque nos objetivos e deve-se trabalhar arduamente
para alcan-los. Tirar o foco da ansiedade e visar em desenvolver as qualidades
pessoais. Lembrar que no est sozinho na jornada para tornar-se um enfermeiro. Tm
os amigos, famlia, professores e colaboradores que esto mais que disponveis para
ajudar a ser bem sucedido. Acreditar neles e lembrar que passou em um vestibular de
uma instituio super concorrida e isso j demonstra que o quanto capaz de alcanar
o objetivo de se tornar um enfermeiro registrado (MCWATTERS, 2009).
29
3. METODOLOGIA
O estudo proposto trata-se de uma reviso integrativa da literatura cientfica nacional e
internacional. A reviso integrativa foi eleita como mtodo de pesquisa porque permite a
busca, a avaliao crtica e a sntese das evidncias disponveis acerca da temtica
abordada, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento do tema investigado, a
implementao de intervenes efetivas na assistncia sade e a reduo de custos, bem
como a identificao de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas
(MENDES et al, 2008). Alm disso, a reviso integrativa, quando elaborada de forma crtica,
mantm os mesmos padres de rigor, clareza e replicabilidade das pesquisas primrias que ela
rene e sistematiza (GANONG, 1987), possibilitando, por sua vez, a construo de uma
anlise criteriosa da produo cientfica, contribuindo para ampliar discusses sobre mtodos
e resultados, assim como prover reflexes e apontamentos valiosos para a realizao de outras
(SANTOS et al, 2013).
As etapas percorridas para a operacionalizao desta reviso foram: identificao do
problema e formulao da questo de pesquisa para a elaborao da reviso integrativa,
estabelecimento de critrios para incluso e excluso de estudos e busca na literatura,
definio das informaes a serem extradas dos estudos selecionados e categorizao dos
estudos, avaliao dos estudos includos na reviso integrativa, interpretao dos resultados e
apresentao da reviso.
A pesquisa foi realizada no perodo de setembro de 2013 a janeiro de 2014 a partir das
bases de dados eletrnicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade
(LILACS); Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Medline e ndice Bibliogrfico
Espanhol de Cincias da Sade (IBECS) contidas na Biblioteca Virtual da Sade (BVS) a fim
de responder aos seguintes questionamentos: Quais so os principais fatores que
desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem? Quais so os problemas no
desempenho acadmico decorrentes da ansiedade e como combat-los?
30
Com a realizao do estudo, obtiveram-se os seguintes resultados:
Reviso integrativa
Biblioteca Virtual em Sade (BVS): Setembro/2013 a Janeiro/2014
Descritores: ansiedade and estudantes de enfermagem = 375 artigos
Base de dado Quantidade de artigos Artigos inclusos na
pesquisa
LILACS 20 1
SCIELO 15 4
MEDLINE 280 11
BDENF 27 -
IBESC 9 2
CENTRAL R.E.C.C 19 -
INDEX PSI 4 -
BBO ODONTOLOGIA 1 -
Total 375 18
Tabela 1 Resultados da pesquisa / Fonte: Bruna Rodrigues (prpria autora), 2014
Para realizar a busca dos artigos cientficos, foram utilizados os seguintes Descritores
Cincia e Sade (DeCS): ansiedade e estudantes de enfermagem. A partir dos descritores
que foram usados ao mesmo tempo com o uso do booleano and, foram encontrados 375
artigos, dos quais somente 18 foram selecionados para a construo deste trabalho de
concluso de curso e a porcentagem de artigos por ano foram:
Grfico 1 Porcentagem de artigos por ano / Fonte: Bruna Rodrigues (prpria autora), 2014
Foi determinado como critrio de incluso: artigos publicados no perodo de 2009 a
2014 nos idiomas portugus, espanhol e ingls, que estivessem disponveis na ntegra na base
de dados e que abordassem sobre a ansiedade entre os estudantes de enfermagem. E como
17%
17%
22% 22%
22% 0%
Artigos por ano
2009 2010 2011 2012 2013 2014
31
critrio de excluso: artigos repetidos e que no responderam a as questes norteadoras deste
estudo. Foram selecionados exclusivamente artigos cientficos publicados em peridicos
indexados nas bases de dados eletrnicas selecionadas.
Aps a seleo dos artigos, foi realizada uma leitura analtica de cada estudo, com
preenchimento de uma tabela de coleta de dados, que contm: Ano/ Base de Dados/Autor/
Ttulo/Nome da Revista, Tipo de Publicao e Abordagem Metodolgica, Essncia do
Contedo/Produo do Conhecimento e Concluso. Seguindo Minayo (2007) estas
recomendaes foram discutidas nos resultados de pesquisa e para a anlise de toda a
produo analisada foi utilizada uma categorizao temtica de contedo.
Em seguida foi realizada a avaliao dos estudos includos na reviso integrativa. Esta
etapa equivalente anlise de dados em uma pesquisa convencional, na qual h o emprego
de ferramentas apropriadas. A anlise deve ser realizada de forma crtica, procurando
explicaes para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos (MENDES et
al, 2008) .
Depois da avaliao dos estudos includos na reviso integrativa foi realizada a
interpretao dos resultados, que corresponde discusso dos principais resultados na
pesquisa convencional. A partir do resultado da avaliao crtica dos estudos includos foi
realizada a comparao com o conhecimento terico, a identificao de concluses e
implicaes resultantes da reviso integrativa. Alm de identificar possveis lacunas do
conhecimento, foi possvel delimitar prioridades para estudos futuros.
3.1 ASPECTOS TICOS
Por se tratar de uma pesquisa de reviso integrativa e no envolver seres humanos
diretamente, no foi necessrio submeter a proposta do trabalho apreciao do comit de
tica da instituio.
32
4. ANLISE E DISCUSSO
4.1 ANLISE DO ESTUDO
Para uma melhor anlise dos dados, foi elaborado um quadro de categorizao dos
artigos utilizando as recomendaes dos autores Mendes et al (2009). Para garantir a validade
da reviso, os estudos selecionados foram analisados detalhadamente. A anlise foi realizada
de forma crtica, procurando explicaes para os resultados diferentes ou conflitantes nos
diferentes estudos pesquisados.
O conceito de ansiedade no envolve um construto unitrio, principalmente no
contexto psicopatolgico. A ansiedade pode ser generalizada ou focada em situaes
especficas, como nos transtornos fbicos. A ansiedade no-situacional pode ser pervasiva,
podendo ser um estado de incio recente ou uma caracterstica persistente da personalidade do
indivduo (ANDRADE e GORENSTEIN, 1998).
Segundo as pesquisas dos autores, os principais problemas que a ansiedade pode
acarretar no desempenho acadmico dos estudantes de enfermagem so: sobrecarga e estresse,
falta de concentrao e memria, dficit de habilidades de estudo, baixa produtividade, menor
rendimento acadmico, incapacidade de lidar com os problemas, desempenho sem xito,
diminuio da autoconfiana e da capacidade de aproveitar a vida diria, humor deprimido,
perda de sono e riscos de distrbios de abuso e dependncia para certas substncias.
As pesquisas revelam que os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos
estudantes de enfermagem esto ligados a situaes que os mesmos esto sendo avaliados,
tais como: prova terica ou prtica, apresentao de trabalho, e principalmente, a experincia
clnica. Outros fatores acadmicos que podemos citar so: preocupao em no ter
experincia suficiente com os pacientes, no conseguir se comunicar efetivamente,
administrar uma medicao errada. E os fatores no menos importantes so de cunho pessoal,
como: menos tempo gasto em lazer, preocupao econmica, mais de dez horas de estudo
pessoal, origem regional, percepo de baixo nvel socioeconmico, a m percepo do
suporte familiar pobre, menores notas, insatisfao com a carreira, trabalhar enquanto estuda e
33
todos os outros problemas que a ansiedade pode acarretar na vida dos estudantes de
enfermagem.
de suma importncia a relao do professor com o aluno. Os artigos nos revela que
se os docentes compreenderem melhor a ansiedade dos estudantes de enfermagem durante a
experincia clnica, seriam capazes de desenvolver aes educativas para minimizar a
ansiedade dos alunos; o professor pode ajudar no desempenho acadmico satisfatrio; o
professor pode ser um guia ou orientador de alunos com transtornos de ansiedade tendo assim
a viso a cerca dos estresses de seus alunos; o professor capaz de identificar os sentimentos
de seus alunos; o professor pode preparar os alunos com estratgias para aplicar em sua
prtica clnica e, posteriormente, no exerccio da sua profisso.
Os autores orientam como medida que podem ser adotadas pelos estudantes de
enfermagem contra a ansiedade as seguintes: a importncia das pequenas aulas, mtodo ativo
de aprendizagem, fornecimento de equipamentos para o trabalho prtico, melhorando a
acomodao; gerenciamento correto do tempo; utilizao da auriculoterapia, atividade fsica;
reflexo guiada de Aprendizagem Baseada em Simulao; Biofeedback Assistido de
Treinamento Relaxante.
34
4.1.1 Quadro de categorizao dos artigos (NO IMPRIMIR NESTE DOCUMENTO PROCURAR A PARTE AVULSA.
PAGINAO DIFERENTE)
O quadro a seguir ir descrever a categorizao dos artigos que foram selecionados para a elaborao deste trabalho de concluso de
curso.
Ano/ Base de Dados/Autor/
Ttulo/Nome da Revista
Tipo de Publicao e
Abordagem
Metodolgica
Essncia do Contedo /
Produo do Conhecimento
Concluso
2009. Scielo. Aline Raquel
Sgariboldi, Ana Cludia
Giesbrecth Puggina e Maria
Jlia Paes da Silva. Anlise da
percepo dos professores em
relao aos sentimentos dos
alunos em sala de aula.
RevEscEnferm USP.
Estudo de natureza
exploratria de fonte
primria, abordagem
quantitativa com 13
professores de
Enfermagem e
Medicina.
Um vdeo com a imagem dos
alunos foi apresentado aos
professores que responderam ao
questionrio de identificao de
sentimentos e, aps uma
apresentao explicativa sobre
comunicao no verbal e
sentimentos, assistiram ao
mesmo vdeo e responderam
novamente ao questionrio
Quanto identificao de sentimentos, a
alegria, a ansiedade e o interesse foram os mais
identificados. Encontraram valores
estatisticamente significantes em relao
mdia da pontuao total antes e depois da
apresentao explicativa.
O professor capaz de identificar os
sentimentos, porm, aps a apresentao
explicativa, sua percepo melhorou e ele
conseguiu identifc-los mais vezes.
2009. MEDLINE. Amanda
McWatters. Easing
apprehension: coping strategies
for student nurses anxiety.
NSNA Imprint.
Artigopara a revista
Nationalstudent nurses
Association
A ansiedade um sentimento de
medo ou desconforto
acompanhados de uma resposta
autonmica uma sensao
comum experimentada por
estudantes de enfermagem. Em
muitos casos, ansiedade pode vir
por medo do desconhecido e
pela faculdade de enfermagem
ser todo um mundo novo para o
estudante de enfermagem, isso
pode ser assustador.
A experincia clnica uma das maiores
produtoras de ansiedade do curso de
enfermagem. Existe uns cem nmeros de
ansiedades comuns vividas na rea clnica,
onde se incluem: preocupao em no ter
experincia suficiente com os pacientes, no
conseguir se comunicar efetivamente, e
administrar uma medicao errada.
35
2009. LILACS. Mariana
DeiennoLuis dos Santos e Luzia
Elaine Galdeano. Trao e estado
de ansiedade de estudantes de
enfermagem na realizao de
uma prova prtica. Revista
Mineira de Enfermagem.
Estudo prospectivo,
transversal, descritivo-
exploratrio, com
abordagem quantitativa
O ingresso faculdade constitui
uma fase marcante para os
jovens, uma vez que exige
ajustes e adaptaes para que
haja um bom desempenho
acadmico. As mudanas
exigidas nessa nova fase,
acrescidas do estresse e da
ansiedade vivenciada pelos
alunos, principalmente por causa
das provas, podem interferir no
sucesso escolar.
O estado de ansiedade refere-se
a estado momentneo,
transitrio, caracterizado por
tenso, apreenso e por elevao
das atividades do sistema
nervoso autnomo, dependendo
da percepo da situao, sendo
mais alto o nvel de estado de
ansiedade quando a situao
percebida como ameaadora. J
o trao de ansiedade est
relacionado personalidade da
pessoa e refere-se s diferenas
de reao diante das situaes
percebidas como ameaadoras
com aumento do estado de
ansiedade. Assim, pessoas que
possuem alto trao de ansiedade
tendem a perceber maior nmero
de situaes como perigosas ou
Participaram do estudo 45 alunos, sendo 40
(88,8%) do sexo feminino e 5 (11,2%) do sexo
masculino, com idade mdia de 23 anos.
Dentre as emoes citadas pelos alunos antes
da realizao de prova prtica, a ansiedade foi
o sentimento mais frequente, relatado por 23
(44,2%) alunos.
A ansiedade pode ser considerada positiva,
propulsora, estimulante e motivadora, no
entanto, a habilidade de controlar essa emoo
varia de indivduo para indivduo.
A preocupao do aluno com os prprios
objetivos, o domnio do contedo e a
autoconfiana so fatores que podem favorecer
a reduo da ansiedade, pois permitem que o
aluno reflita e desmistifique a avaliao.
importante que o professor oriente o aluno a
estudar de forma correta, esclarea o objetivo
das provas e evite manter presses sobre o
tempo. O professor e o uso adequado de
estratgias de aprendizagem podem motivar o
aluno no processo de aprendizagem e no
controle da ansiedade, favorecendo-lhe o
desempenho escolar.
Os alunos demonstraram preocupao e
ansiedade diante das tcnicas que poderiam ser
exigidas na prova prtica, porm foram capazes
de lidar com seus sentimentos e criar
mecanismos de enfrentamento apropriados de
forma a amenizar os efeitos negativos da
ansiedade e da tenso vivenciadas.
36
ameaadoras e,
consequentemente, a responder
com frequente aumento do
estado de ansiedade.
A realizao de provas ou
exames e a apresentao de
trabalhos constituem situaes
estressantes para os alunos,
sendo muitas vezes fatores de
risco para o desenvolvimento da
ansiedade.
2010. IBESC. Ana Isabel Cobo
Cuenca, Raquel Carbonell
Gmez de Zamora, Concepcin
Rodrguez Aguilera, Inmaculada
Vivo Ortega, Rosa M
Castellanos Rainero e Asuncin
Snchez Donaire. Estresores y
ansiedad de losestudiantes de
Enfermeraen sus
primerasprcticas clnicas.
NureInvestigacin.
Estudo observacional,
longitudinal e
prospectivo. Os sujeitos
do estudo so
estudantes de
enfermagem da
Universidade de
Castilha La Mancha
matriculados na
disciplina de
Enfermagem Prtica
Introdutria, que a
primeira prtica o
primeiro contato que o
aluno tem com a
realidade da assistncia
de enfermagem.
A mostra foi constituda por
todos os alunos que uma vez
informados desejaram participar
do estudo. As situaes mais
percebidas como estressantes
pelos estudantes que tem suas
primeiras prticas nos centros de
sade foram: a falta de
competncia, entrar em contato
com o sofrimento, relao com
os pares, impotncia e incerteza,
sem controle nos
relacionamentos com os
pacientes, o envolvimento
emocional, ferir a relao com o
paciente, doentes que procuram
uma relao estreita e situaes
de saturao.
Preparar os alunos com estratgias para aplicar
em sua prtica clnica e, posteriormente, no
exerccio da sua profisso. Estas estratgias
podem ir desde o desenvolvimento e
capacitao de habilidades sociais e de
comunicao para melhorar as relaes
interpessoais (com pacientes, familiares e
outros da equipe de sade) para as
competncias de autogesto tcnicas de
relaxamento emocional, inoculao de estresse
e tolerncia de frustrao. Em suma, procura-se
incentivar a aprendizagem e por sua vez
melhorar o currculo universitrio do aluno, o
que leva a um melhor trabalho futuro da sade
profissional e, portanto, melhor qualidade dos
cuidados de pessoas.
2010. MEDLINE. Katherine
Melo, Bev Williams e Carolyn Estudo comparativo e A prtica clnica uma
importante fonte de ansiedade
O grupo da aprendizagem baseada em
problemas e o grupo tradicional no diferiram
37
Ross. The impact of nursing
curricula on clinical practice
anxiety. Nurse EducationToday.
descritivo para
comparar os nveis de
ansiedade prtica
clnica em estudantes
do terceiro ano de
enfermagem em um
currculo de
aprendizagem baseada
em problemas (PBL)
com os de um currculo
tradicional (TNP),
baseado em palestras.
para os estudantes de
enfermagem. Altos nveis de
ansiedade pode afetar o modo de
pensar e agir dos alunos em
clnica prtica.
significativamente em ansiedade prtica
clnica. Implicaes para o ensino de
enfermagem: estratgias destinadas a reduzir a
ansiedade prtica clnica dos alunos de
enfermagem so exploradas.
2010. MEDLINE. Relation of
assertiveness and anxiety among
Iranian University students. T.
T. Larijani,M. Aghajani, A .
Baheiraei e N. S. Neiestanak.
Journal of Psychiatric and
Mental Health Nursing.
Estudo transversal.
Realizado com 173
estudantes de
enfermagem (68 do
sexo masculino e 105
do sexo feminino) e 77
alunos de obstetrcia
foram recrutados na
Universidade de Teer.
Os dados foram
coletados atravs de um
questionrio, incluindo
fatores psico-sociais, o
Inventrio do Trao de
ansiedade de
Spielberger e o
Inventrio do Trao de
Ansiedade e afirmao
de Gambrill e Richey.
Assertividade uma forma de
certificar e preservar o valor,
dignidade e respeito de si
mesmo e aos outros. Alm disso,
o nvel de positividade apresenta
o nvel de confiana pessoal. Por
outro lado, os transtornos de
ansiedade so os tipos mais
comuns de distrbios
psicolgicos, por exemplo, mais
de 23 milhes de pessoas nos
Estados Unidos so afetados por
eles a cada ano. Assertividade e
ansiedade tem correlaes
negativas em estudantes de
enfermagem e obstetrcia e
afetam a sade mental,
desempenho escolar e
profissional dos mesmos. Muitos
fatores, como anos de educao
Mais da metade dos estudantes de enfermagem
e obstetrcia (59,5% e 59,7%, respectivamente)
tiveram positividade moderada. Alm disso,
43,3% e 36,4% deles tinham nveis moderados
e elevados de ansiedade. O teste de correlao
de Pearson revelou que a assertividade e
ansiedade tiveram correlaes negativas em
relao aos estudantes de Enfermagem e
Obstetrcia. Algumas variveis demogrficas
tiveram correlaes significativas com
assertividade e ansiedade entre os estudantes.
Considerando a relao de acertividade e
ansiedade e seus efeitos sobre a sade mental e
desempenho escolar e profissional, os alunos
devem ser informados sobre as competncias
necessrias para a interao positiva com os
outros e para aumentar a acertividade e
diminuir a ansiedade.
38
e trabalhar enquanto estuda,
podem influenciar o nvel de
assertividade nos alunos. A
ansiedade nos estudantes
tiveram uma relao
significativa com o nvel de
educao dos pais, renda
familiar, etc.
2011. MEDLINE. Sharon M.
Melincavage. Student nurses'
experiences of anxiety in the
clinical setting. Nurse Education
Today.
Estudo fenomenolgico
qualitativo que analisou
a percepo da
ansiedade no ambiente
clnico dos estudantes
de enfermagem.
Discute sobre a teoria
da aprendizagem
cognio situada. O
principal mtodo de
coleta de dados no
estruturados
entrevistas face-a-face
com sete estudantes de
enfermagem. Os dados
foram analisados por
meio de uma anlise
temtica. Os temas so
relatados nas ricas
palavras descritivas dos
sujeitos. So discutidas
implicaes para a
prtica.
Alguns estudantes de
enfermagem que vivenciam a
ansiedade durante experincias
clnicas abandonam o curso. Se
os docentes compreenderem
melhor a ansiedade dos
estudantes de enfermagem
durante a experincia clnica,
seriam capazes de desenvolver
aes educativas para minimizar
a ansiedade dos alunos.
Diminuindo a ansiedade tem um
efeito duplo. Em primeiro lugar,
quando a ansiedade diminuda,
a aprendizagem pode ser
aumentada. Em segundo lugar,
diminuir a ansiedade pode ajudar
a aliviar a escassez de
profissionais de enfermagem,
porque mais alunos terminam o
curso. Alguns estudantes de
enfermagem experimentam
nveis mais altos de estresse
Um objetivo principal de diminuir a ansiedade
em estudantes de enfermagem na prtica clnica
o de aumentar a sua aprendizagem e
promover a sua continuidade no ensino de
enfermagem.
39
durante experincias de
aprendizagem clnicas, em
comparao com o aprendizado
em sala de aula ou laboratrio
durante as experincias. A
ansiedade um dos principais
obstculos para a aprendizagem
no ambiente clnico que pode
resultar em alunos incapazes de
realizar e prejudicar a cognio
ao tentar executar no ambiente
clnico.
2011. Scielo. Luz Mara Herrera
L. e Mara Soledad Rivera M.
Prevalencia de malestar
psicolgico en Estudiantes de
enfermera relacionada
confactores
sociodemogrficos, acadmicos
y familiares. Ciencia y
Enfermeria XVII.
Estudo descritivo
correlacional teve como
objetivo medir a
prevalncia e nvel de
sintomas de sofrimento
psquico e sua relao
com variveis
sociodemogrficas da
famlia, e acadmica, na
graduao de
enfermagem.
Questionrio de Sade
Geral de Goldberg 12
itens foram aplicado a
228 alunos.
Exposio sustentada ao estresse
em estudantes podem causar
falta de concentrao,
dificuldade de memorizao,
dficits de habilidades de estudo,
baixa produtividade, menor
rendimento acadmico e uma
menor resoluo de problemas.
Por outro lado, vrios estudos
epidemiolgicos e sociais tm
mostrado consistentemente que
o estresse psicossocial associado
a condies de vida adversas
est associado com um aumento
de transtornos mentais,
especialmente ansiedade e
depresso, e constitui fator de
risco para distrbios de abuso e
dependncia para certas
substncias.
Entre os resultados, a prevalncia de 36% de
sofrimento psquico foi obtida; os sintomas
mais comuns foram sobrecarga e estresse, falta
de concentrao, diminuio da capacidade de
aproveitar a vida diria, humor deprimido,
perda de sono e incapacidade de lidar com os
problemas. Aflio psicolgica foi
significativamente associada com menos tempo
gasto em lazer, preocupao econmica, mais
de dez horas de estudo pessoal, origem
provincial, percepo de baixo nvel
socioeconmico, a percepo do suporte
familiar pobre, menores notas mdias,
satisfao com a carreira. Conclui-se que h
uma alta prevalncia de sofrimento psquico
entre estudantes de enfermagem relacionadas
s caractersticas dos alunos de ordem
acadmica e pessoal da famlia.
40
2011. MEDLINE. Using Guided
Reflection to Reduce Test
Anxiety in Nursing Students.
Caitlin Beggs, Deborah Shields
e Heather JaniszewskiGoodin.
Journal of Holistic Nursing.
Uso de reflexo guiada
para ajudar o aluno a
expressar os seus
sentimentos acerca da
ansiedade teste, usando
o Modelo de Johnss
(2009) para reflexo
estruturada. Usando
pistas do modelo e
estrutura fornecida por
um guia, o aluno ir
participar de uma
jornada para ganhar a
introspeco acerca de
si mesmo, e descobrir
maneiras de diminuir a
ansiedade.
Os transtornos de ansiedades so
um fenmeno que pode afetar
at 40% dos estudantes. Muitos
estudantes de enfermagem esto
sob grande estresse de longas
horas de estudo, um currculo
rigoroso e ainda tem que
equilibrar o trabalho e a vida
familiar. Esses fatores de
estresse podem levar ansiedade
em muitas reas da vida do
aluno, principalmente em
situaes onde se est sendo
avaliado. O desempenho
acadmico pode ser afetado
porque alunos com alto nveis de
estresse e ansiedade tem
prejudicado a concentrao,
memria e capacidade de
resoluo de problemas.
O teste do processo dos alunos com sintomas
de ansiedade poderem formalmente entrar em
um relacionamento com um membro do corpo
docente que atuar como um guia e ajudar os
alunos a obter reaes de viso acerca do
estresse que est sendo avaliado. Os guias
podem usar o modelo de Johnss (2009) MSR,
durante as sesses de reflexo para ajudar a
promover o dilogo entre o aluno e o guia. A
reflexo guiada tambm pode ajudar o aluno a
aprender maneiras holsticas para diminuir esse
estressor, tais como respirao profunda,
meditao, que podem ser incorporados no
plano de auto-cuidado holstico do aluno.
Estudos futuros devem se concentrar sobre a
implementao do conceito de reflexo guiada
dentro do ambiente educacional.
2011. MEDLINE. Stress among
Mansoura (Egypt) baccalaureate
nursing students.AmrMostafa,
LameaSalamaet al. Pan AfrMed
J.
Estudo descritivo
transversal. Foi
realizado para examinar
os estresses dos
alunos. As perguntas da
pesquisa foram as
seguintes: 1) Qual o
nvel de estresse
percebido pelos
O estudo incluiu 273 estudantes
de Enfermagem. A idade variou
17-22 anos, com mdia de 18,8
1,2, 68% da amostra foi de
reas rurais. A renda familiar foi
relatada para ser satisfatria.
78,2% dos alunos pertencem a
Os estudantes de enfermagem egpcios
pesquisados, foram expostos a uma variedade
de estressores acadmicas, pessoais e
ambientais. Presses acadmicas e os efeitos
sobre a vida social e os meios de sustento so
as principais reas de interveno. A
importncia das pequenas aulas, mtodo ativo
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Salama%20L%5Bauth%5D
41
estudantes de
enfermagem? 2) Que
tipo de estresse so
comumente
experimentado pelos
alunos? 3) Qual o
nvel de ansiedade e
depresso percebida
pelos estudantes?
4) Quais os fatores que
esto associados com a
freqncia de estresse
experimentado pelos
alunos?
famlias com mais de cinco
pessoas. 55,7% dos estudantes
apresentaram 77,5% dos pais e
75,9% das mes com
escolaridade acima do
nvel. Mais de dois teros dos
pais estavam trabalhando como
profissionais (63,8%) e 59,2%
das mes eram donas de
casa. Leve a moderado de
estresse (baixa tenso) e estresse
severo (alta tenso) foram
encontradas em 59,8 e 40,2%
dos estudantes,
respectivamente. Ansiedade
clnica foi notificada em quase
metade da amostra (46,6%) e
depresso em 104 estudantes
(27,9%).
de aprendizagem fornecimento de
equipamentos para o trabalho prtico,
melhorando a acomodao deve ser
enfatizado. Devido aos efeitos nocivos do
estresse sobre a sade e o desempenho
acadmico, os administradores universitrios
devem considerar a incorporao de formao
em gesto de estresse em atividades de
orientao para estudantes de
enfermagem. Outras abordagens podem ser o
uso de gesto do estresse, competncias de
acertividade, gesto de tempo e sesses de
aconselhamento, pode ser eficaz na reduo do
estresse experimentado pelos estudantes de
enfermagem. Mais estudos precisam ser
considerados em um nvel multi-center com
variveis sociodemogrficas, psicossociais e
institucionais mais informativas, a fim de
confirmar os resultados atuais e iluminar as
intervenes corretivas.
42
2012. SCIELO. Eficcia da
auriculoterapia na reduo de
ansiedade em estudantes de
enfermagem. Juliana Miyuki do
Prado, LeoniceFumiko Sato
Kurebayashi e Maria Jlia Paes
da Silva. RevEscEnferm USP
Ensaio Clnico
Randomizado simples-
-cego verificou nveis
de ansiedade dos
estudantes de
Enfermagem de nvel
mdio da Escola de
Enfermagem So
Joaquim, do Hospital
Beneficncia
Portuguesa, e a eficcia
da auriculoterapia na
reduo desses nveis.
Foi aplicado o
Inventrio de
Ansiedade Trao--
Estado no incio, aps 8
e 12 sesses e no
follow-up (quinze dias).
A amostra foi composta
por 71 indivduos
divididos em trs
grupos: Controle sem
interveno (25),
Auriculoterapia (24), e
Placebo (22).
Foi proposto no presente estudo
a utilizao da
auriculoterapia como um
tratamento seguro, rpido, de
baixo custo e facilmente
adaptvel
s condies ambientais e locais
para a sua realizao, na
expectativa de proporcionar
melhoria na qualidade de vida e
na perfomance acadmica e pr-
profissional dos estudantes.
A auriculoterapia com os pontos Shenmen e
Tronco Cerebral foi mais eficaz para a
diminuio dos nveis de ansiedade em
estudantes de Enfermagem (20,97%), em
comparao com os pontos Sham (13,74%),
porm, estudos com amostragem mais
representativa se fazem necessrios.
43
2012. MEDLINE.
[Psychological wellbeing and
risk of anxiety/depression in
nursing students measured with
the General Health
Questionnaire-12].Claudia Uras,
Alessandro DellePoggi,
Gennaro Rocco e Stefano
Tabolli. AssistInfermRic.
Estudo observacional
foi realizado
administrando os 12
itens do Questionrio
Geral de Sade (GHQ-
12) para 601 alunos no
incio do curso
anual. Os alunos foram
rotulados em risco de
ansiedade e depresso
com GHQ-12
pontuao> 5. Um
modelo de regresso
logstica foi utilizada
para identificar os
fatores associados
ansiedade e depresso.
Bem-estar psicolgico facilita o
desempenho da aprendizagem
enquanto os problemas
emocionais, como ansiedade /
depresso limit-lo e pode ter
impacto sobre a futura prtica
profissional.
Trinta e quatro por cento dos alunos (39%
mulheres) estavam em risco de ansiedade /
depresso. O risco foi maior para os estudantes
do sexo feminino (OR = 2,9; IC95% 1,6-5,2; p
44
amostragem. O
Formulrio de
Informaes dos
Estudantes, Inventrio
Gesto do Tempo e
Inventrio de Estado-
Trao de Ansiedade
foram usados para
coletar dados.
2012. MEDLINE. Physical
activity and mental well-being
in student nurses. Hawker CL.
Nurse EducToday.
Estudo transversal
realizado para examinar
a relao entre
atividade fsica e bem-
estar mental do
estudante de graduao
em enfermagem (n =
215). A atividade fsica
foi medida usando o
International Physical
Activity
Questionnaire. Outros
resultados incluram a
auto-estima, ansiedade,
depresso, satisfao
com a vida, as
expectativas de
resultado e auto-
eficcia.
A auto-estima foi
significativamente
correlacionada
H fortes evidncias que sugere
que a atividade fsica pode
melhorar o bem-estar mental. No
entanto, esta relao no tem
sido amplamente investigada em
estudantes de enfermagem.
Participao em atividade fsica pode
influenciar positivamente no bem-estar mental
em estudantes de enfermagem. Promoo da
atividade fsica em estudantes de enfermagem
tem o potencial de aumentar a auto-estima e
satisfao com a vida e diminuir o risco de
ansiedade e depresso. Mais pesquisas so
necessrias para determinar se essa relao
causal e existe em outras populaes estudante
de enfermagem.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21871696
45
positivamente com a
atividade fsica total e
atividade de intensidade
moderada. No foram
encontradas outras
relaes significativas
entre ansiedade,
depresso e satisfao
com a vida e atividade
fsica. Expectativas de
resultado para o
exerccio e auto-
eficcia foram
significativamente
correlacionados
positivamente com
moderada, atividade de
intensidade e atividade
fsica total.
2013. SCIELO. Percepo sobre
qualidade de vida de estudantes
de graduao em enfermagem.
Luciana Neves da Silva Bampi,
Solange Baraldi, Dirce Guilhem,
RafaellaBizzo Pompeu e Ana
Carolina de Oliveira Campos.
Revista Gacha de
Enfermagem.
Estudo transversal
realizado entre agosto
de 2010 a agosto de
2011, com 56
acadmicos de
enfermagem da
Faculdade de
Cincias da Sade da
Universidade de
Braslia, Brasil. Foi
utilizado questionrio
especfico (perfil
sociodemogrfico,
A expresso qualidade de vida
foi empregada pela primeira vez
pelo ex-presidente dos Estados
Unidos, Lyndon Johnson, em
1964. Na ocasio ele
afirmou que o desenvolvimento
da nao no poderia ser
mensurado por meio do balano
bancrio, mas sim pela
qualidade de vida proporcionada
s pessoas. Atualmente, h um
crescente interesse no construto
que passou a ser empregado em
Os domnios psicolgico e meio ambiente
foram avaliados como o melhor e pior,
respectivamente. As facetas denominadas
capacidade de concentrao, sono, grau de
energia dirio, capacidade para realizar
atividades do dia a dia e para o trabalho,
oportunidades de lazer, recursos financeiros e
sentimentos negativos demonstraram-se
comprometidas. Essas facetas influenciaram
negativamente a qualidade de vida dos
estudantes, podendo desencadear sentimentos
negativos, como mau humor, desespero,
ansiedade e depresso.
46
acadmico e de sade) e
o WHOQOL-bref. As
anlises estatsticas
incluram descrio de
frequncia, tendncia
central e disperso e
comparao entre os
domnios.
vrias vertentes. Compreende
desde conceitos populares
amplamente utilizados
relacionados ao bem-estar,
prazer, sentimentos e emoes,
relaes pessoais, eventos
profissionais, dentre outros, at a
perspectiva cientfica, com
vrios significados apresentados
na literatura.
2013. MEDLINE. Dearmon V,
Graves RJ, Hayden S, Mulekar
MS, Lawrence SM, Jones L,
Smith KK e Farmer JE.
Effectiveness of simulation-
based orientation of
baccalaureate nursing students
preparing for their first clinical
experience.J Nurs Educ.
Estudo avaliou a
eficcia da orientao
baseada em simulao
para estudantes de
bacharelado em
enfermagem. Prepara o
mesmo para iniciar sua
primeira experincia
clnica. Os estudantes
foram recrutados para
participar do estudo a
partir de um curso
preparatrio clnico.
Atores (pacientes
padronizados), desde
estudantes a
oportunidade de se
envolver com pacientes
reais simulados em
situaes clnicas reais
antes de entrar na
clnica.
A experincia clnica uma
parte significativa da formao
de enfermeiros e preparao dos
alunos para a prtica. No
entanto, estudantes de
enfermagem relatam falta de
autoconfiana e uma maior
apreenso sobre o encontro de
expectativas de desempenho
como fontes de estresse. Altos
nveis de ansiedade podem afetar
negativamente o desempenho
dos alunos na prtica de
enfermagem. Desempenho sem
xito, junto com as emoes
negativas, como ansiedade e
diminuio da autoconfiana,
pode criar um mecanismo de
feedback que continua a reforar
a ansiedade e diminuir ainda
mais a auto-confiana, causando
incapacidade de realizar.
importante que os docentes usem estratgias
de ensino que promovam a aprendizagem,
diminuam a ansiedade e o estresse, e aumentam
a autoconfiana. Aprendizagem baseada em
simulao tem sido usada com sucesso para
preparar os alunos novatos pa
top related