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Alfabetização: reflexões e práticas Encontro I Hipóteses de escrita: sondagem e intervenção www.portfolioangelicamerli.wordpress.com 1

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Alfabetização: reflexões e práticas Encontro I

Hipóteses de escrita:

sondagem e

intervenção

www.portfolioangelicamerli.wordpress.com 1

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Para aquecer... Uma história!

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Vamos escrever?

การส ารวจ การเขยีน

การประเมนิผล การเรยีนรู ้

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SONDAGEM ESCRITA

AVALIAÇÃO APRENDIZAGEM

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O que vocês sentiram?

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Como a psicogênese da língua escrita contribui para que situações como essa não ocorram em salas de aula?

Emília Ferreiro e Teberosky – 1984:

Mudança de paradigma;

Minimizar a dicotomia aprendizagem do sistema de escrita/práticas efetivas de leitura e de

escrita;

As crianças elaboram hipóteses sobre a escrita e seus usos por meio de textos encontrados nas

situações cotidianas, formando um repertório de palavras mesmo antes de entrar para a escola, o

que provoca a reflexão sobre as características do sistema de escrita;

Distinção entre métodos de ensino e processos pelos quais a criança constrói conhecimentos

sobre a escrita.

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Concepção construtivista

A língua escrita, na concepção construtivista deve ser oferecida por

inteiro para os alunos e da maneira como é utilizada no cotidiano,

cabendo “ao professor criar situações que permitam aos alunos

vivenciar os usos sociais que se faz da escrita, as características dos

diferentes gêneros textuais, a linguagem adequada a diferentes

contextos comunicativos, além do sistema pelo qual a língua é grafada,

o sistema alfabético” (WEISZ).

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Olhar para a aprendizagem

Estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberoski a respeito da psicogênese da

Língua Escrita: verificaram que “em uma sociedade letrada as crianças

constroem conhecimentos sobre a escrita desde muito cedo, a partir

do que podem observar e das reflexões que fazem a esse respeito”

(WEISZ).

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A sondagem

É uma atividade que envolve a escrita espontânea da criança de uma

lista de palavras e uma frase.

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Critérios para realização da sondagem

As palavras devem fazer parte do vocabulário cotidiano dos alunos, mesmo que eles ainda não tenham tido a oportunidade de refletir sobre a representação escrita dessas palavras. Mas não devem ser palavras cuja escrita tenham memorizado.

A lista deve contemplar palavras que variam na quantidade de letras, abrangendo palavras monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas.

O ditado deve ser iniciado pela palavra polissílaba, depois pela trissílaba, em seguida pela dissílaba e, por último, a monossílaba. Esse cuidado deve ser tomado porque, no caso de as crianças escreverem segundo a hipótese do número mínimo de letras, poderão se recusar a escrever se tiverem de começar pela palavra monossílaba.

Após o ditado da lista, dite uma frase que envolva pelo menos uma das palavras da lista, para poder observar se os alunos voltam a escrever essa palavra de forma semelhante , ou seja, se a escrita dessa palavra permanece estável mesmo no contexto de uma frase. Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do Projeto Ler e Escrever do Estado de São Paulo ( 2014, p. 42)

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Além desses critérios, as listas devem estar organizadas dentro do mesmo campo semântico, devendo evitar as palavras que repetem as vogais, pois pode fazer com que as crianças entrem em conflito – por causa do eixo de diferenciação qualitativa– e se recusem a escrever.

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Realizar a sondagem individualmente;

Realizar no início das aulas (fevereiro), abril, junho, setembro e novembro;

O professor deverá:

Oferecer papel sulfite A4 sem pauta para as crianças, pois assim será possível observar o alinhamento e a direção da escrita dos alunos.

Ditar normalmente as palavras e a frase, sem silabar.

Observar as reações dos alunos enquanto escrevem. Anote aquilo que eles falarem em voz alta, sobretudo o que eles pronunciarem de forma espontânea (não obrigue ninguém a falar nada).

Logo após a escrita de cada palavra ditada, solicitar para que a criança leia aquilo que escreveu. Anotar em uma folha à parte como eles fazem essa leitura, se apontam com o dedo cada uma das letras ou não, se associam aquilo que falam à escrita, etc.

Fazer um registro da relação entre a leitura e a escrita.

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3 grandes períodos da escrita infantil

1. Distinção entre o modo de representação icônico e o não icônico;

2. A construção de formas de diferenciação (controle progressivo das variações sobre os eixos qualitativo e quantitativo);

3. A fonetização da escrita (que se inicia com um período silábico e culmina no período alfabético).

(FERREIRO, 2011, p. 22)

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1. Pré-silábico

• A criança começa a perceber que a escrita representa o que é falado e tenta se aventurar pela escrita por meio de rabiscos e desenhos, o que para ela constitui aquilo que é dito.

• O aluno diferencia desenhos (que não podem ser lidos) de “escritos” (que podem ser lidos), mesmo que sejam compostos por grafismos, símbolos ou letras. É a passagem do icônico para o não icônico.

• Estabelece relação entre a palavra escrita e o tamanho do objeto que quer representar, por exemplo, utiliza muitas letras e/ou símbolos para escrever "leão" e poucas para escrever "formiga”. Dá-se o nome de Realismo nominal, ou seja, para objetos grandes “escreve” nomes grandes e para objetos pequenos “escreve” nomes pequenos.

• A leitura que realiza do escrito é sempre global, deslizando o dedo sobre todo o registro escrito.

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1. Pré-silábico

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2. Silábico sem valor sonoro

A criança começa a perceber a correspondência entre as letras daquilo que é falado, de modo que passa a atribuir cada letra ou símbolo a uma sílaba falada da palavra que quer escrever (coloca uma letra para cada vez que abre a boca para falar uma palavra). No início as letras utilizadas são aleatórias e não tem correspondência com o som convencional daquela sílaba. A leitura é silabada.

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3. Silábico com valor sonoro

E , paulatinamente, a criança deixa a escrita silábica sem valor sonoro (SSVS) e começa a utilizar as letras correspondentes ao som da palavra que pretende escrever, geralmente o som das vogais, mas não exclusivamente– correspondência grafema- fonema ou grafofônica – para cada som uma única letra e para cada letra um único som. É a escrita silábica com valor sonoro.

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4. Silábico-alfabético

Caracteriza-se como um período de transição, momento em que a criança ora utiliza uma letra para cada sílaba, ora reconhece os demais fonemas da palavra e passa também a empregá-los. É a transição da hipótese silábica para a hipótese alfabética.

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5. Alfabético

A criança já consegue reproduzir adequadamente todos os fonemas de uma palavra, caracterizando a escrita socialmente aceita, embora possa conter erros ortográficos.

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Análise de escritas.pptx

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Possíveis intervenções... • Uso do nome próprio e de outras palavras de referência; • Repertoriar: contato com materiais escritos, jogos com letras do alfabeto, leitura diária feita pelo professor, leitura

compartilhada; • Agrupamentos produtivos; • Escrita espontânea; • Trabalho com gêneros diversificados; • Uso da escrita com significado, contextos de produção (para quem e para quê); • Trabalho com listas; • Ditado, cópia; • Jogos: cruzadinhas, caça-palavras, bingo • Ambiente alfabetizador; • Letras móveis; • Texto de memória fatiado • Leitura com ajustes; • Professor como escriba de textos produzidos/ditados pelos alunos; • Projetos como “Sacola literária” e “Sessão simultânea de leitura” - fomento à leitura, participação das famílias,

leitura como direito; • Fazer boas perguntas. É importante que a rotina contemple atividades para as crianças lerem e escreverem em diferentes situações e que

sejam feitas intervenções tanto individuais como coletivas. 22

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Até quando fazer sondagem? O que muda em sua realização após o 1º ano? • 2º ano: texto de memória – avaliar, assim como no 1º ano,

capacidades relativas à aquisição do sistema de escrita/hipótese de escrita.

• 3º ano: reescrita de texto – avaliar capacidades de elaboração de textos (ordem narrativa), de produção de texto escrito e de análise linguística.

Atividades que, além de serem utilizadas na sondagem, devem fazer parte da rotina.

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Hipóteses das crianças sobre a leitura • Não lê se tiver apenas imagem (pode

ser interpretado, mas não lido)

• Não lê se tiver apenas letras, é preciso apoio simbólico para interpretar letras.

• Não lê artigos e verbos, apenas substantivos. EX: A menina comprou um caramelo. A criança poderá apontar/assinalar onde está escrito menina e caramelo, mas não lhe ocorrerá que os verbos e os artigos estejam escritos. Para a criança existem muitas partes escritas e bastaria as palavras “menina” e “caramelo” para ser possível ler.

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Outro exemplo

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Sondagem de leitura

• Situações para avaliar e que fazem parte da rotina

• Conhecer estratégias utilizadas ao ler, mesmo que não convencionalmente

• 1º e 2º anos: localizar nomes em listas

• 3º ano: capacidades relacionadas às práticas de leitura

• Realizar individualmente, ou em grupos pequenos

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Procedimentos de análise

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Referências

• FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. - 26.ed.- São Paulo: Cortez, 2011.

• SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Ler e Escrever: Guia de Planejamento e Orientações Didáticas : professor alfabetizador.- 2º ano/SEE,FDE; coordenação, elaboração e revisão dos materiais, Sonia de Gouveia Jorge... (e outros); adaptação do material original, Claudia Rosemberg Aratangy, Rosalinda Soares Ribeiro de Vasconcelos, Ivânia Paula Almeida.- 7.ed. comp., ver. E atual. Dos volumews 1 e 2. São Paulo: FDE, 2014.

• SÃO PAULO. Documento orientador para sondagem de Língua Portuguesa: Ciclo de Alfabetização – Ensino Fundamental. São Paulo: SME/COPED, 2018.

• WEISZ, T. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000.

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