~ag. linha paragr. · ~ag. i 152 54 j54 54 57 60 ,60 172 j75 177 i 178 78 81 82 82 89 92 92 97 98...

351
I 152 54 j54 54 57 60 ,60 1 72 j75 177 I 1 78 78 81 82 82 89 92 92 97 98 99 00 DO 02 05 07 07 115 i 18 18 27 28 r 32 j LINHA PARAGR. 03 08 11 15 03 05 17 04 01 01 02 05 02 03 19 03 16 17 13 03 02 02 16 09 08 03 08 03 02 02 02 02 03 11 . E R RAT A "R E U S O D E A G U A" ONDE SE LE VIRUS VIRUS DALANTIOIUM COLI desenteria amebiana, VIRUS ... E HERMICIOAS HIDROCARBONOS AROMÁTICOS . . . e animais CONCORRENCIA DE CDNCDRRENCIA DE •••• ao reuso ••• .•. devam a dar ... PARÂMETD PARÂMETO ... de hexavalente. .•• de Cl prejudica ... ( c ) ( c ) ( 5 dias 20 C) ... em pisicultura PISICULTURA. PISICUL TURA ••.. •.. para pisicultura de .•• ... foram discutidos .. . gra';JS de ... ..• de desalinização está ... ou desalinização, ou INFLUENTE ... o influente e ... o influente e ... como recirculaç5o ..• ... influente do ..•. do influente, pois .. c·, 5 dias, 20 C) LEIA-SE BACTtRIA PROTOZOARIO BALENTIDIUM COLI disenteria amebiana, HELMINTO . . . E HERBICIDAS HIDROCARBONETOS AROMATICOS ..• em animais OCORRENCIA DE ... . DCORRENCIA DE ... . ao Reuso •.• devam dar ... PARÂMETRO rARÂMETRO ... hexavalente . ... de Cl ( oc ) prejudica ( oc ) ( 5 dias 20° C) em piscicultura PISCICULTURA. PISCICULTURA ... ... para piscicultura de ... ... foi discutido .•. ..• graus de .•. •.. de dessalinização está .. ..• ou dessalinização, ou ... AFLUENTE ..• o afluente e ... o afluente e .. com recirculação ••• afluente do ... . :.do afluente, pois ( 5 dias, 20° C) 1

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  • ~AG. I

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    11

    . E R R A T A

    "R E U S O D E A G U A"

    ONDE SE LE

    VIRUS

    VIRUS

    DALANTIOIUM COLI

    desenteria amebiana,

    VIRUS

    ... E HERMICIOAS

    HIDROCARBONOS AROMÁTICOS

    . . . e animais

    CONCORRENCIA DE

    CDNCDRRENCIA DE

    •••• ao reuso •••

    .•. devam a dar ...

    PARÂMETD

    PARÂMETO

    ... de hexavalente.

    .•• de Cl prejudica ...

    ( c ) ( c ) ( 5 dias 20 C)

    ... em pisicultura

    PISICULTURA.

    PISICUL TURA ••..

    •.. para pisicultura de .••

    ... foram discutidos

    .. . gra';JS de ...

    ..• de desalinização está

    ... ou desalinização, ou

    INFLUENTE

    ... o influente e

    ... o influente e

    ... como recirculaç5o ..•

    ... influente do

    ..•. do influente, pois .. c·, 5 dias, 20 C)

    LEIA-SE

    BACTtRIA

    PROTOZOARIO

    BALENTIDIUM COLI

    disenteria amebiana,

    HELMINTO

    . . . E HERBICIDAS

    HIDROCARBONETOS AROMATICOS

    ..• em animais

    OCORRENCIA DE ... .

    DCORRENCIA DE ... .

    ao Reuso •.•

    devam dar ...

    PARÂMETRO

    rARÂMETRO

    ... hexavalente .

    ... de Cl

    ( oc ) prejudica

    ( oc ) ( 5 dias 20° C)

    em piscicultura

    PISCICULTURA.

    PISCICULTURA ...

    ... para piscicultura de ...

    ... foi discutido .•.

    ..• graus de .•.

    •.. de dessalinização está ..

    ..• ou dessalinização, ou ...

    AFLUENTE

    ..• o afluente e

    ... o afluente e

    • .. com recirculação

    ••• afluente do ...

    . :.do afluente, pois

    ( 5 dias, 20° C)

    1

  • REUSO DE ÁGUA

    PEDRO CAETANO SANCHES MANCUSO

    Oisserta~ão de Mestrado apresentada à

    Faculdade de Sa~de Pdblica da

    Universidade de São Pa•.1lo.,.

    Departamento de Saúde Ambientalp para

    obten~ão do t{tulo de "Mestre em

    Saúde P•.íb 1 i c a".

    Orientador: ·ProF. Or. Carlos Celso do

    ~Lv..a_.-

    S~o Pa1.11o

    i. 9(38 .

  • Ao S~viop Lara e Dionéa que me

    amaram apesar da dissel'"taç:ão.

  • AGRADECIMENTOS

    A·elaboraçio deste trabalho somente f'oi possível graças

    colaborav:io das PE.'Ssoas e instituiç6es abaixo nominadas a quem

    agradecemos profundamente.

    Prof. Dr. Carlos Celso do Amaral e Silvar pela orientav:5o;

    Profa. Dra. Cle6patra Poli e Qco. Jos~ Roberto Copini Blum,.

    pelas idéias apresentadas,. pela leitura incansdvel dos originais

    e pelo diálogo constante;

    Dr. Guido Moralez Lopes e EngQ Luiz Henrique Horta

    pelas su~est8es e envio de material;

    de Macedo

    EngQ ~gust in Gonzales Garcia,. EngQ Francisco de Assis Prado

    Galhano,. EngQ Jos~ Roberto Kachelr EngQ José Tanigut i,. Profa.

    Ora. Maria Terezinha Martinsr EngQ Mário Roberto Schmidt e Prof.

    Dr. Pedro Além Sobrinhor pelo envio espontineo de artigosr 1 ivros

    e outros materiais utilizados;

    Srta. Alzira Dias Gonçalves,. Srta. Benedita Pinheiro e Srta.

    Rita de Cássia de Souza e o Sr. Mircio de Lourdes,. pela ajuda nos

    trabalhos de datilografia dos originais;

    DOW Produtos (hi.!'micos,. através do EngQ José Eduardo Rocha

    pelos ensaios realizados em escala piloto;

  • . . Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, na pessoa da Sra.

    Marflia M. Cerqueira. pelo material enviado;

    The World Bank, na pessoa do Dr. Carl Bartone, pelos livros e

    trabal~os enviados;

    Companhia de Saneamento Bisico do Estado de São Paulo

    SABESP, através de seu Diretor de Opera~ão da Região

    Metropolitana, Dr. Arnaldo Jacd Goldman, pela importa~ão de parte

    dbs livros utilizados e a Bibliotec~ria Sra. Julieta Mascitti,

    pela forma e~iciente e gentil com que atendeu todas as nossas

    solicita~Bes.

  • .I INDICE

    1 - INTRODUÇÃO

    1.1 A ~~colha do tema HReuso da &gua

    1.2 Objetivos e conteúdo

    2 - METODOLOGIA

    3 - CONCEITUAÇÃO SOBRE REUSO DE ÁGUA

    3.1 Reuso Potável

    3.2 Reuso .. ,

    Potável na o

    '3.3 ·Reuso para Manutenc:ão de Vazões em

    Cursos de Água

    3.4 Aquacultura

    4 - ASPECTOS DE SAúDEr AMBIENTAISr CRITÉRIOS E

    PADRÕES DE QUALIDADE DE ÁGUA

    4.1 Contaminantes Biolcigicos e Gu{micos

    presentes nos esgotos

    Contaminantes Biológicos

    4.1.2 Contaminantes Gu{micos

    01

    01

    02

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    06

    17

    21

    43

    43

    47

    47

    47

    55

  • 4.2 Riscos à Saúde

    4.3 Critérios e Padrões de Qualidade de Água 64

    4.3.1 R e uso Potável 64

    4.3.2 Reuso Não Potável Agrícola 68

    4.3.3 Reuso Não Potável Recreacional 90

    4.3.4 Reuso Não Potável Ind•.lstr i al 94

    4.3.5 R e-uso Não Potável Doméstico 95

    4.3.6 Reuso para De-scarga de Aquíf'ero

    Subterrâneo 95

    4.3.7 Aquacultura 98

    5 - TECNOLOGIA DO REUSO O~ ÁGUA 102

    5.1 Processos unitários utilizados em

    Reuso de Água 105

    5.1.1 Processos artif'iciais 105

    5.1.2 Processos naturais 204

    Sistemas de tratamento 247

    5.3 Custos 275

  • 6 - EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DE REUSO DE ÁGUA

    6.1 Reuso Nlo Potivel Agr(cola no Estado de

    Sio Paulo

    6.2 Reuso Não Potivel Industrial na Região

    282

    282

    Metropolitana de São Paulo 283

    6.3 Reuso Potivel Indireto na Região

    Metropolitana de São Paulo

    6.3.1 Descri~ão da irea em estudo

    6.3.2 Descri~ão sucinta dos processos

    de tratamento de isua das esta~Bes

    operadas pela SABESP

    6.3.3 Compara~ão entre Sistema de

    Tratamento de Água do Baixo Cotia

    o Potaruac Estuary Experimental

    Water Treatment Plant e o Denver's

    Reuso Demonstration Plant

    6.3.4 Proposta para o Sistema de

    289

    289

    291

    298

    Tratamento de ~gua do Baixo Cot iar

    dentro do en~oque do Reuso de ~gua 314

    7 - DISCUSSAO FINAL E RECOMENDAÇÕES 319

    8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGR~FICAS 326

  • RESUMO

    Este trabalho resume as in~orma~6es sobre "Reuso de &gua",

    levantadas em pesquisa e~etuada na literatura especializada

    pub 1 i cada- até 1988 e disponivel nas principais bibliotecas

    técnicas de S~o Paulo. Conceitua "Reuso de &gua", apresenta

    as principais in~orma~5es sobre v'rios sistemas de reuso

    existentes no mundo, avalia os ·aspectos mais relevantes

    relacionados com o meio ambiente e~ Sadde P~blicar bem como

    os riscos-existentes ao se adotar esta tecnologia.

    Além disso, o trabalho reune as principais in~orma~ões sobre

    os processos e opera~Ses unit,rias utilizadas pelo "Reuso de

    ~gua", ch~mando aten~~o para a e~ici&ncia, a con~iabilidade

    e o custo do processo.

    Em sua parte ~inal, aponta alguns casos passíveis de

    utiliza~ão dessa tecnologia na Região Metropolitana de São

    Paulo.

  • ABSTRACT

    This dissertation summarizes the in~ormation about "Water

    Reuse", collected through e survey made with the related

    bibliography published untiJ 1988 and available in the main

    technlcal libraries in Sio Paulo.

    The conception OT Water R eu se is discussedr the most

    important inTormation about a set OT existing reuse systems

    throughout the world are presented, and an evaluation is

    made about the aspects concerned with the environment and

    public health, the same with existing

    thls techono1ogy.

    risks when adopting

    a corupilation OT a data is made about the unit

    processez and operations ap11ied in Water Reuser with

    emphasis in process eTTiciency, reliability and costs.

    F1na11Yr some cases DT viable applicat ion OT this technology

    in the Metropolitan Area OT Sio Paulo are discussed.

  • 'guas ~ue movem moinhos

    s~o as mesmas ~guas que encharcam o ch;o

    que sempre voltam humildes pro ~undo da terra

    Terra~ Planeta ~gua.

    Guilherme Arantes

  • I·- INTRODUCÃO

    / I.1 - A escolha do tema "Reuso de Agua"

    Iniciamos nossa vida proFissional em 1970 na Companhia

    " Metropolitana de Agua de.São Paulo.durante uma estiagem tão Forte _,

    que seus técnicos. liderados pelo EngQ Claudio ManTrini. haviam

    projetado um sistema de emergência que visava a capta~ão.o

    tratamento e a distribui~ão das ~guas poluidas do Rio Pinheiros.

    Embora o sistema de emergência não tenha tido oportunidade ~e

    TUnclonar. J~ que as chuvas voltaram em tempo ~ em quantidade

    suficiente para a normaliza~ão dos n{veis dos mananciais. tivemos

    oportunidade de conhecer o sistema concebido e estudar. através

    da 1 itera.tura. alguns casos semelhantes ocorridos em diversos

    lugares. particularmente o da cidade de Chari•.J te. Kansas.

    detalhad~mente relatado

    Livre Docê~cia em 1964.

    pelo Prof. ~osé Meiches na sua tese de

    Esse ultimo trabalho nos colocou pela primeira vez. e de uma

    maneira bastante clara. a questão do reuso de águas como uma

    alternativa para o aproveitamento de ~guas com diferentes n{veis

    de qualidade. para diFerentes usos.

    Mais tard.e. em 1974. tivemos a oportunidade de conhecer o EngQ

    Luiz Henrique Horta de Macedo com quem aprendemos a enFocar o

    Saneamento Básico pela 6ptica da Sa~de P~bl ica e com quem viemos

    trabalh

  • características qualitativas r bem como as peculiaridades das

    atividades humanas desenvolvidas nessas v~rias bacias,. como por

    exemplo o Sistem~ Baixo Cotia,. o Sistema Cubatão e o antigo

    Sistema Rio Grande que captava água da Represa Billings

    anteriormente à sua compartimenta~ão,. sempre nos preocuparam dado

    os usos anteriores a que essas águas haviam sido submetidas.

    Em 1983,. por indica~ão do prÓprio EngQ Luiz Henrique,.

    ingressá~amos como aluno no Curso de Especializa~ão em Sa~de

    Pdblica na Faculdade de Sa~de P~blica,. onde mais tarde viríamos a

    lecionar e,. como consequência,. teríamos a obrigatoriedade de

    elaborar uma disserta~ão que atendesse os requisitos do Curso de

    Pós Graduaç:ão. Assim sendor a escol h a do "Ret.lSO da ~gua" como

    tema da disserta~ão ~oi consequência de uma sirie de trabalhos

    desenvolvidos ao longo de-nossa vida pro~issional,. motivo pelo

    qual muitos dos exemplos apresentados •ão provenie~tes de nosso

    dia a di~,. do qual partic1param vários colegas e colaboradores.

    1.2- ObJetivos e conteddo

    O objetivo do trabalho~ estudar teoricamente a questão do nReuso J'

    da Agua" atravis da literatura especializada,. das aplicaçSes

    práticas dessa metodologia em diversos pa(ses e ver i 1- i c ar a

    viabilidade de seu emprego-no Brasil. Al~m disso,. a id~ia é obter

    suporte t~cnico para avaliar até ponto a tecnologia

    convencional de tratamento de água pode ser empregada quando se

    utiliza água bruta de baixa qual idader tendo em vista os riscos~

    sai.Íde p•.Íb 1 i c a.

    2

  • Para atingir os objetivos propostos, em primeiro lugar ~izemos um

    levantamento bibiog•~áfico sobre a conceituaç:ão do "Reuso da Água"

    em todas suas modalidades. A seguir, estudamos sucintamente os

    principais projetos de reuso planejado de água na América do

    Norte, Europa,. , f.lfrica e

    , . As la, seus objetivos resultados

    alcan

  • 2 - METODOLOGIA

    Quando iniciamos~ elabora~~o deste trabalhar veri~icamos que no

    acervo das bibliotecas da Companhia de Saneamento B~sico do

    Estado de São Paulo- SABESPr da Companhia de Tecnologia de

    Saneamento Ambiental CETESBr do Consdrcio Nacional de

    Engenheiros Consultores CNEC e da Faculdade de Sa~de P~blica da

    Uni'versidade d€ S~o Paulor estava dispon{vel parte do material

    que ir(aruos necessitar. Entretantor por se tratar de assunto

    bastante atualr a medida em qu~ progredíamos na ~esquisa ~omos

    sentindo necessidade de importar bibliogra~ia estrangeirar que

    estava sendo publicada concomitantemente.

    Uma outra parte do material utilizador como é o caso dos

    Proceedings do 3Q Water Reuse Symposium realizado em San Diego na

    Cali~ornia em 1984 e o

    Washington DC em 1981r

    Biblioteca da SABESP.

    2Q Water Reuse Symposium ocorrido em

    entre outrosr ~oi Importada pela

    Finalmente, por meio de contato pessoalr conseguimos uma doa~io

    de Importante parcela das publica~Bes utilizadas através de Mr.

    Carl Bartone do The World Bank-Water Supply and Urban Development

    Department.

    4

  • Todo esse mate~ial, somado a dezenas de artigos e publ-ica~Ses

    gentilmente enviados po~ vários colegas., além de outros

    amealhados ao longo de nossa vida p~o~issional., veio ~undamentar

    o levantamento bibliográ~ico e~etuado cuja rela~lo é apresentada

    a tftulo de re~erincias bibliogri~icas.

    Sempre que poss{vel, as a~irma~Ses., os comentários e os exemplos

    apresentados ~oram remetidos a seus autores, com indicaçio da

    f'onte. Espec i f' i cament e; quanto aos e~~emp 1 as apresentados.,

    procuramos inserir casos da experiincia brasilei~a, sendo um

    exemplo desse procedimento, os dados relativos a um experimento

    ~eito com equipamento de osmose reversa da Dow Química, sob

    encomenda da ·SABESP, para remo~ão do ion f'luore~o presente

    naturalmente na água de um po~o prof'undo de Presidente Prudente.

    Com relaçio • possibilidade do emprego da metodologia do "Reuso

    da ~ua"' no Brasil apresentamos, a título de de

    aplica~io, um capitulo especialmente dedicado a esse aspecto onde

    procuramos trazer para o nosso caso toda conce i t uac:ão

    desenvolvida no sentido de embasar as proposiç6es.

    Para f'inalizar,. chamamns a atenção p;;wa o

    efetuadas não tê-m o objetivo de

    unicamente hidráulico para a questão do "'Reuso da

    vincular essa pr~tica ~questão da sadde pdblica.

    c:· ,.}

    f'ato de que as

    dar um , , Agua ,.

    en f'oq • .. te

    mas. sim,..

  • , 3. CONCEITUACaO SOBRE REUSO DE ÁGUA

    A disponibilidade de água doce na terra exceder em muito. a

    demanda humana. Grandes popula~Bes vivem em ireas que recebem

    abundantes preclpita~Ses pluviomdtrlcas, enquanto que outras

    vivem em regiSes semi áridas ou atd 'ridas. Assim sendor apesar

    da grande d·ispo.riib 11 idader a água pode estar no lugar errado, no

    t en1po errado.

    Ao lon~o do tempo o homem tem sido nempurrado" para dreas de

    baixos (ndices de precipita~io pluviomdtrfca e, entretanto,

    sobrevivido com maior ou ~enor sucesso, dependendo em grande

    parte de ~ua habilidade de utilizaçio dos recursos naturais

    disponíveis, incluindo-fie a água.

    Pelo Fato desses recursos serem limitados, o homem primitivo nio

    'ixava moradia, mas mudava-se constantemente numa permanente

    busca de locais com suposta abund~ncia de recursos. Ao longo do

    tempo essas mobiliza~6es ~oram tornando-se cada vez mais

    di-fíceis, seJa pelo crescimento dessas populaç6es, seJa pela

    concorrência com seus semelhantes ou por outros motivos, surgindo

    a necessidade não só de disciplinar, como de racionalizar o uso

    desses recursos. Como consequência surgiram, por exemplo, o

    hábito de criar animais conFinados minimizando paulatinamente a

    necessidade da ca~a de animais selvagens como fonte de alimento,

    e algumas práticas de. plantio disciplinado de determinadas

    6

  • cult•.1ras de SIJbsist·ência e at~ mesmo primitivas t~cnlcas de

    tratamento de ~gua.

    Em seus trabalhos, PLACE,F.L.ed I men t aç: ão, f' i ltrcu;ão,. possibilitando a

    utilização de cada um i sol

  • as margens de um grande rio onde apenas algumas pessoas despejam

    seus esgotos em suas águas a montante dessa cidader existe uma

    dl~eren~a muito grander n~o sd em termos de dllui~io mas tambim

    em dist~nciar considerando-se ~ato~es naturais de recuperaçio do

    rior n~o sendo possível a localizaçio exata do momento a partir

    do qual pode-se ~alar em reuso dessa dgua.

    A prática de descarregar os esgotosr tratados ou nior em corpos

    solu~ão normalmente adotada pelas de água de super~icie é a

    no mundo Inteiro para a~astamento de resíduos comunidades

    líquidos. Geralmente esses corpos de água servem como ~ante de

    abastecimento a mais de uma comunidader havendo casos em que a

    mesma cidade que lança seus esgotosr utiliza-se desse mesmo corpo

    como manancial de água para potabilizaçio. Uma comunidade ou

    estabelecimento industrialr agr(colar etcr que se utiliza desse

    corpo de água para abastecimentor na realidade está ~azendo um

    segundo uso ou terceiro, ou quartor etc.. O caso clássico na

    literatura Internacional • o da cidade de Londres que capta água

    dos rios T~misa e Lea, esse último usado pela cidade de Stevenage

    para·aTastamento de seus esgotos após tratamento cuidadoso. Entre

    nÓsr somente para citar um caso brasileiror ~ bastant~ conhecido

    o caso das cidades situadas no vale do Rio· Para~a onde uma

    sucessio de cidades capta água e disp6e seus esgotos no mesmo

    r lo.

    Assim sendor a caracterlzaçio como reuso deve levar em conta o

    volume de esgot~ rece~ido pelo corpo de água relativamente ao

    volu~e de água de origem natural. Nos citados exemplos das

    8

  • com~nidades hipot~ticas que captam ~gua de um rio contendo

    quantidades crescentes de esgcito, nâo teria nenhum sentido em se

    identificar como reuso ~ situaçio da comunidade que captasse ~gua

    cuJa diluição pudesse ser caracterizada, em termos pr~ticcs, como

    infinita. Poderiamos imaginar o outro extremo, ou seja,

    r~utilizaçlo do esgoto para fins pot~veis, sem que este tivesse

    sido dispoto no meio ambiente, o ~ue alguns autores classificam

    como Reuso Pot~vel Direto, como veremos mais adiante.

    Se por um lado a literatura~ bastante rica quanto a terminologia

    utilizada em reuso de ~guar por outro existem discrepincias entre

    os v~riós autores que, embora nio se contraponham em sua

    ess&ncia, dificultam o entendimento se nâo forem feitas algumas

    consideraç6es fnicials. De uma maneira geral o reuso da igua pode

    ocorrer de forma direta ou indiretar atrav~s de aç6es planejadas

    ou nio. De acordo com a Organizaçio Mundial da Sa~de

  • industriais, tendo como obJetivo a economia de água e o controle

    da polulç:ão.

    Ess·a mesma publica~ão di-ferencia o reuso indireto intencional do

    não Intencional, estabelecendo que quando o reuso indireto ,.

    e

    devido a descargas planeJadas a montante ou a recarga planejada

    do aquíf'ero subterrâneo, ele e designado Reuso Indireto

    Intencional.

    Em 1985 a empresa Norte Americana James M. Hontgomery, Consulting

    Engineers, Inc. publicou o livro Water Treatment Principies &

    Oes i gn. Em seu capítulo 14 -Water reuse- Hontgomery

    Consulting(62)(1995), reFere-se à questão da classif'icaç:ão das

    diversas f'ormas de reuso de f'orma ~imilar à adota pela WORLD

    HEALTH ORGANIZATION "associa o reuso planejado a

    existfncia de um sistema de tratamento que atenda ,.. ,

    nao so as

    exiglncias ambientais, mas tamb~m aos padr6es de qual idade

    requeridos pelo reuso da água". Além disso "os termos planejado I

    e não p'lanejado ref'erem-se ao f'ato de o reuso ser res•..lltante de

    uma a~ão consciente subsequente a descarga do ef'luente ou de o

    reuso ser apenas um sub produto nio intencional dessa descaFga".

    Quanto ao termo reciclagem, é def'lnido como o "reuso inteFno da

    10

  • ~gua para o uso originalr antes de sua descarga em um sistema de

    tratamento ou outro ponto qualquer de disposi~io enquanto o

    termo reuso ~utilizado para designar descargas de e~luentes que

    sio subsequentemente utilizados por outros usu~rios, di~erentes

    do original". Nessas condi~6es "o reuso planejado direto da ~gua

    para ~ins pot~veis pode ser classi~icado como reciclagemr desde

    que os e~luentes tratados sejam utilizados novamente pela mesma

    entidade que os produziur num circuito ~echado"'.

    CECILrL.I •

    Reuso da Água . .. o aproveitamento de ~guas previamente utilizadasr uma ou mais vezes, em alguma atividade humanar para

    supri r as necessidade de outros usos bené~icos, inclusive o

    origina 1. Pode ser direto ou

    aç:ões planejadas ou não.

    indireto, bem como decorrer de

    i i Servlco de Bibli~taca a DocumentaçãG FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

  • - Reuso Indireto n~o Planejado da &gua : ocorre quando a ~guar j~

    utilizada uma ou mais vezes em alguma atividade humanar é

    de~carregada no meio-ambiente e novamente utilizada~ jusante,. em

    sua ~orma diluidar de maneira nio intencional e nio controlada.

    Neste casor o reuso da ~gua é um subproduto nio intencional da

    descarga de montante. Apds sua descarga no meio ambienter o

    e~luente estar~ em seu caminhamento até o ponto de capta~io para

    o novo usu~rior sujeito nio sd as a~Ões naturais do ciclo

    hidroldgico (di 1 ui ~io,. autodepura~io),. como também a eventuais

    misturas com outros despejos, advindos de outras atividades

    h•.1manas.

    Reuso Planejado da &gua : ocorre quando o reuso é resultado de ,.,

    uma a~ao humana conscienter posterior ao ponto de descarga do

    e~luente a ser usado de ~orma direta ou indireta. O reuso

    planejado das ~guas pressupÕe a existincia de um sistema de

    tratamento de e~luentes que atenda aos padrões de qua1idader

    requeridos pelo reuso objetivado. O reuso planejado também pode

    ser denominado Reuso Intencional da ~gua.

    - Reuso Indireto Planejado da &gua : ocorre quando os e~luentesr

    depois de convenientemente tratadosr sio desca~regados de ~erma

    planejada nos corpos d'~gua,. super~iciais ou subterrâneos,. para

    serem utilizados a jusante em sua ~erma diluída,. de maneira

    controlada.,. no atendimento de algum uso bené~ico. O reuso

    indireto planejado da ~gua pressupÕe quer além do controle de

    montante,. na descarga,. e de jusante.,. na capta~ior exista também

    1 ,., C-

  • um controle das eventuais novas descargas de eTluentes no

    caminho, para garantir que, al•m das ac8es naturais do ciclo

    hidrol&gico. o eT1uente tratado estar~ suJeito apenas a eventuais

    misturas com outros e~luentes que tambdm atendam aos requisitos

    de qualidade do reuso obJetivado.

    A descarga do eTluente tratado no meio ambiente pode se dar para

    melhoria de sua qualidade. armazenamento. modulação de vazões ou

    at~ por motivos psico16~icos do usu,rio de Jusante.

    Reuso Direto Planejado das Águas : ocorre quando os e~luentes,

    apds convenientemente tratados, são encaminhados diretamente de

    seu ponto de descarga atd o local do reuso; soTrendo em seu

    percurso os tratamentos adicionais e armazenamento necessários,

    mas não sendo. em nenhum momento. descarregados no meio-ambiente.

    /

    Reciclagem de Água : é o reuso interno da água, antes de sua

    descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de

    disposição, para servir como TOnte suplementar de abastecimento

    do uso original. i um caso particular· do reuso diret6.

    ~ classiTicação de Reuso de ~ Agua mais abrangente é a

    WESTERHOFF, G.P. (1984) e prev~ dois grandes tipos de reuso:

    pot~vel e não pot~vel. Nesta dissertação adotamos essa

    classiFicaçSo, adicionando-se o conceito de Reuso para Manuten~io

    13

  • ~ de Vazões de Cursos de Agua e Aquacultura ao Reuso Não Potável

    previsto por WesterhoTT. Alim disso, será utilizado tambdm, o

    conceito de Reuso para Recarga de AquÍTeros Subterrâneos, cuJa

    conceituação procuramos detalhar no sentido de diTerencla-lo do

    Reuso Não Potável Agr(cola. Tamb~m para efeito de simpliTicação,

    todos termos adotados TOram traduzidas literalmente a partir do

    Inglês. A seguir, na Tigura 1, apresentamos a classiTicação do

    citado autor.

    REUSO POTÁVEL

    l I

    DIRETO I INDIRETO I

    ÁGUAS I ÁGUAS ! SUPERFICIAIS . SUBTERRÂNEAS 1

    REUSO NÃO POTÁVEL

    AGR!COLA RECREACIONAL

    I I

    PLANTAS PLANTAS NÃO PAISAGISMO LAGOAS RECREA

    ALIMENT!CIAS ALIMENT!CIAS CIONAIS~ ETC:

    INDUSTRIAL DOMÉSTICO

    ' I

    I i

    ÁGUAS DE ÁGUAS DE IRRIGAÇÃO DESCARGA SA j REFRIGERAÇÃO PROCESSO .__pE JARDINS NITÃRIA, EIT _:j -----=-'----· ·- --·. --

    Figura 1- Classificação do Reuso de Agua, segundo Westerhoff.

    14

  • ~

    REUSO POT~VEL

    Reuso Potável Direto = é o caso em que o esgoto recuperado

    através de tratamento avan~adór é injetado diretamente no sistema

    de água pqtável.

    Reuso Potável Indireto : neste caso o esgotor após tratamentor

    é disposto na cole~io de águas super~iciais ou subterrineas para

    dilui~~or puri~icaçio natural e subsequ~nte captaçior tratamento

    e ~inalmente utilizado como água potável.

    REUSO NÃO POT~VEL

    Reuso Não Potável Agr{co1a ~ embora quando se pratica esta

    modalidade de reuso via de regra hajar como sub produtor recarga

    do len~ol subterrlneor o objetivo prcc(puo desta prática é a

    irriga~io de plantas aliment(ciasr tais como árvores 9rut{9erasr

    cereais r etc.r bem como plantas nio al iment(cias tais como

    pastagens e 9orra~Ses e também a dessedentaçio de animais.

    Reuso NSo Potdvel Industr~al :abrange os usos industri~is de

    re~rigeraçior águas de processar para caldeirasr etc.

    - Reuso N~o Pot~vel Recreacional : classi~icaç~o reservada para

    irriga~io de plantas ornarnentaisr campos de esportesr parques e

    também para enchimento de lagoas ornamentaisr recreacionaisr etc.

    - Rcuso N3o Potdvel Q~m~~tico: sio considerados aqui os casos de

  • reu~o de ~gua para rega de jardins residenciais, para descargas

    sanitárias e a utilização desse tipo de ~gua em grandes

    edl~ícios.

    /

    REUSO PARA MANUTEN.CÃO DE VAZÕES DE CURSOS DE AGUA

    Trata-se da utilização planejada de e~luentes tratados, no

    • sentido de garantir a vazão necess~ria a cursos de água, visando adequada diluição de eventuais cargas potutdoras ~ eles

    carreadas, incluindo-se ~ontes di~usas, alim de propiciar uma

    vazão mínima na. estiagem.

    AGUACULTURA

    Consiste na produção de peixes e plantas aquáticas visando a

    obtenção de alimentos e/ou energia, utilizando-se os nutrientes

    presentes nos e~luentes tratados.

    REUSO PARA RECARGA DE AGUiFEROS SUBTERRÂNEOS

    ~ a recarga dos aqu{~eros subterrineos com e~luentes tratados,

    podendo-se dar de ~orma direta atravis de injeção sob pressão, ou

    de ~orma Indireta utilizando-se ~guas superFiciais que tenham

    recebido descargas de e~luentes tratados a montante.

    J

    Uma vez conteituados os diversos tipos de Reuso de Agua,

    apresentamos a seguir, alguns coment~rios relativos a cada umr

    bem como alguns exemplos importantes. Quanto a tecnologia

    16

  • empregada em cada t"ipoy ser~ apresentada no Capitulo 5.

    /

    3.1 - REUSO POTÃVEL

    ~

    REUSO POTAVEL DIRETO

    De acordo com as de~ini~Bes adotadas o Reuso Potav~l Direto ~ o

    caso em que o esgoto recuperado atrav~s de tratamento avan~ador ~

    inJetado diretamente no sistema de igua pot~vel. O caso clássico

    é relatado por MEICHESr J. (55) (1964) e re~ere-se a cidade d~

    Chanuter Kansasr onde devido a uma severa seca em 1956 o

    manancial abastecedor do sistema de produ~io de ~gua secou. Para

    solu~~o do problemar as autoridades sanit~rias autorizaram o uso

    do e~luente da esta~io de tratamemto de esgoto local-nível

    secund~rio- como manancial de igua bruta a ser potabilizada e

    distribuida ~ populaçlo. O e~luenter apds clora~io e deten~io por

    17 dias era tratado por coagulaçior decanta~io e ~iltraçio sendo

    em seguida dlstribuido para consumo. Essa situaçlo durou 5

    mesesr e a conclusio das autoridades sanit~rias ~oi que os

    padr6es de qualidade de ~sua da Época ~oram atingidos exceçio

    ~eita a cor e odor -e que nenhuma doença ocorrida no per{odoT

    pode ser atribuida ao uso dessa ~gua.

    C.E. et al. r descrevem o sistema de Reuso

    Pot~v~l Direto adotado pela cidade de Windhoekr na Nam{bia~

    Nessa c~dade o esgoto tratado a n(vel secundário~ conduzido a um

    sistema de tratamento constituido por nove lagoas 1 igadas ~m

    série. constituindo um sistema de maturação com tempo de det~nçio

    17

  • hidráulico de 14 dias. Após esse período, o eTluente desse

    conjunto de lagoas - 1500 m3/dia é submetido a Tiltração para

    remoção de algas, Tracionamento de espumas, cloração e adsor~ão

    em -carvao ativado e posterior mistura com água tratada proveniente de manancial de superT~ie.

    O sistema de Windhoek que é constituído de 157. de esgotos

    tratados e 857. de água tratada; está TUncionando aproximadamente

    há 10 anos e a água produzld~ atende aos padr6es atuais de

    qualidade de água da Organização Mundial de Saúde.

    Em Oenver Colarado USA TO i construída uma esta~ão de

    tratamento de demonstra~ão com capacidade de 44 1/s que utiliza

    como água bruta, o eTluente de um sistema de tratamento de

    esgotos domésticos, a nível secundário. Esse sistema - que será

    descrito com maiores detalhes no capitulo 6 - TOI concebido para

    ter como objetivo o estudo da viabilidade técnica e economica do

    reuso potável direto, empregando-se tecnologia de ponta de

    potabilização de água de má qualidade devido a um uso anterior.

    Além disso, o projeto pretende desenvolver metodologias

    cientÍTicas de monitoramento de qualidade de água, baseadas em

    indicadores os mais atualizados.

    Por ser um proJeto bastante avan~ado, ele inclui um intensivo

    programa de amostragem que visa, além dos parimetros normais de

    controle, determinar a capacidade de remoção dos chamados

    elementos traços e também avaliar os eTeitos sobre a sa~de

    atrav~s de estudos cr8nicos e sub-cr8nicos em animais,conTorme os

    iB

  • trabalhos de LAUERr W.C. et. al. .

    , REUSO POTAVEL INDIRETO

    O ReYso Potável Indireto . e o caso após tratamento é di?POto na cole~ão de ágyas super~iciais oY

    subterrineas para dilui~ãor

    capta~ão, tratamento e ~inalmente utilizado como água potável.

    Dentro desse conceito, MULLER, W.J. (65) (1977)

    seguintes possibilidades:

    Descarga do e~luente tratado nos mananciais de superf{cle. com

    capta~ão da mistura efluente tratado/água natural a Jusante e

    diretamente do manancial.

    As águas dos mananciais de superf{cie. que receberam descargas

    de efluentes tratados a montanter são captados indiretamente

    através de sua infiltra~ão pelas margens do corpo d'água e

    posterior capta~io. a Jusante, através de po~os.

    - Recarga do aqu{fero subte~~âneo pela infiltraçio d!reta ele

    efluentes tratados, ou de águas de mananciais .superficiais, que

    tenham recebido descargas de e~luentes a montante. As co

    aqu{~ero subterrineo sio captadas a jusante. atrav~s de poços. A

    recarga artificial do aqu{fero pode ser feita pelos Processos de

    lnfiltração-percola~ão inje~ão direta, conforme descrito no

    cap(tulo 5.

    19

  • MONTGOMERY .. J.M. t62> (1985> apresenta como um exemplo t(pico de

    Reuso Potável Indireto Planejado o caso do Rio Occoquan

    Virgínia. USA- cuJ~s águas s~o constituídas de 12~ de esgotos

    dom~sticos se considerada sua vaz~o mínima. Esses esgotos são

    submetidos a tratamento avan~ado antes de serem despejados no

    rio .. o que garante uma boa qualidade da água.

    Nos trabalhos de KAVANAUGHr M.C.

  • algumas povoa;Bes e cidadesr al~m de um ndmero bastante grand~ de

    fndustrias .. caracterizando um caso t{pico de Reuso Pot~vel

    Indireto N;o P1anejador com a agravante de incluir e~1uent€s

    industriais.

    Os exemplos do Rio Cotia, do Potomac e de Oenver serio vistos no

    Cap(tulo 5 .. de ~orma mais detalhada.

    ,;

    3.2 - REUSO NÃO POT~VEL

    I

    REUSO N~O POT~VEL AGRiCOLA

    A maioria dos autores consultados classi~ica o Reuso Nic Potável

    Agrícola de acordo com o tipo de cultu~a que o utiliza .. sendo que

    WESTERHOFF, G.P. (98) C1984>r o apresenta em dois grupos:

    pr-ime i ro grupo: plantas não comest {ve i s como si 1 v I c:u 1 t t.Jra,

    p~stagens, l-ibras e sementes.

    - ~egundo grupo: subdividido em plantas consumidas cozidas e

    plantas consumidas cruas.

    A seguir apresentamos o projeto mais conhecido desse tipo de

    reuso e uma vis~o panorlmica mundial atualizada at~ 1986.

  • ProJetos que se utiliza• de plantas não co•estiveis:

    PROJETO PENSILVANIA (EUA>

    - SuperTÍcie Irrigada: 400 ha

    Volume de 'gua utilizada: 1500 m3/d

    Tratamento de esgoto: Secundário seguido de desinTec~ão com

    efluentes apresentando em média. 600 collTormes/100 ml.

    Pluviometria local: 850 mm/ano

    Cultura praticada: Irriga~ão de florestas. parques. Jardins

    e pastagens.

    FONTE: VALIRONr F. ét a1. ·(1983>

    PROJETO SXO FRANCISCO

    Superfície irrigada: 400 ha

    Volume de água utilizada: 3.800 m3/d

    Tratamento de esgoto: Secundário seguido de desinfec~ão

    Pluviometria local: 550 mm/ano

    Cultura praticada: Parques e Jardins

    FONTE: REFERÊNCIA (94)

    PROJETO ST. CHARLES

    Superfície irrigada: 3.520 ha

    Volume de água utilizada: 2.000 m3/d

    Tratamento dó esgoto: Lagoas de oxida~ão

    Cultura praticada: Bosques

    22

  • FONTE: REFERÊNCIA (94)

    Projetos que visam a obtenção de plantas comestíveisr

    consumidas cruas:

    PROJETO RIYAOH

    Super~{cie irrigada 1600 ha em Dirab e 1500 ha em Oariyad

    Volume de ~gua utilizada: 100.000 m3/d

    Tratamento do esgoto: Secund~rio seguido de desin~ecçio

    Pluviometria local: 100 mm/ano

    Cultura praticada: ~orragem e hortaliças em Dirab

    e Tlmaras, ~orragens, ~rutas e verduras em Oariyad

    - Observaçio: A estaçio de tratamento esti localizada em Riyadh-,

    capital da Arabia Saudita - entretanto as zonas rurais estio

    localizadas em Dirab e Dariyah.

    FONTE: AL-DHOWALIA, K. (03) (1984)

    Projetos que visam a produção de plantas comestíveisr

    consuroid~s cozi~as

    PROJETO BRAUNSCHWEIG CRFA>

    - Superf{cie irrigada: 3000 ha

    Volume de igua utilizada: 4.500 m3/d

    - Tratamento do esgoto:· Secund~rio seguido de desinfec~âc

    23

  • Pluviometria local: 650 mm/ano

    Cultura prat,cada: Batatas, cereais e beterrabas

    - Observa~ão: Esse projeto é um consórcio de produtores rurais

    que se utilizam dos esgotos da cidade.

    FONTE: REFERÊNCIA (94)

    PROJETO DEBRECEN

    Super~ície irrigada: 14 ha

    Volume de água utilizada: 115 m3/d á 2'30 m3/d

    Tratamento de esgotos: Decanta~~o

    Pluviometria Local: 600 mm/ano

    Cultura praticada: Batatas~ trigo e girass6is

    FONTE: REFERÊNCIA (94)

    PROJETO HUSKEGON (EUA>

    Super~ície irrigada: 2.400 ha

    Volume de água utilizada: 40.000 m3/d

    - Tratamento do esgoto: Lagoa aerada seguido de decanta~~o,

    desin~ec~~o com e~luente apresentando em médiar

    coli~ormes/100 ml.

    Pluviometria local: 760 rum/ano

    -Cultura praticada: cereais

    FONTE: REFERÊNCIA (94)

    24

    1000

  • PROJETO NAPA

    Trata-se de um sistema operado pelo Napa Sanitation District que

    trabalhar ora produzindo ~gua para ora para ser

    disposta no Rio Napa. Esse sistema situa-se a 12 milhas ao Norte

    da Bacia de San Pablor prdximo a Sio Francisco.

    Superf{cie irrigada: 614 ha

    Volume de ~gua utilizada: 886 X i0(2)m3/ano

    Tratamento de esgoto: Filtro bio16gicor lagoa de oxida~io

    tratamento f{sico-qu{mico com remo~io de algas

    Cultura praticada: Cereais

    FONTE: THORNTONr J.R. et al. (93)

    Superfície irrigada: 470.000 ha

    Volume de ~gua utilizada: 700 x i0(6)m3/ano

    Tratamento do esgoto: nenhum

    Cultura praticada: Pastagensr cereais e pomares

    FONTE: REFERÊNCIA (94)

    Apresentamos a seguir uma visio panorimica do Reuso Nio Pot~vel

    AgrÍcolar atualizado até 1986r segundo os trabalhos de SHUVALr H.

    I. et al. (87) (i986>r para o The World Bank.

    INGLATERRA

    25

  • Embora esse país tenha sido o ber~o da utlliza~ão de esgotos na

    agrlculturar o í numero de projetos existentes que era

    aproximadamente 60 em 1870r ficou reduzido para alguns poucos em

    1955 devido ao desenvolvimento dos processos biológicos

    arti~iciais de tratamento de esgotos que requeriam muito menos

    ~reasr e fundamentalmente devido ao preconceito que alguns

    sanitaristas tinham sobre essa modalidade de reuso (87).

    Entretantor em decorrlncia de avan~os tecnológicos e científicos

    esse ndmero voltou a crescerr atingindo a antiga marca em i9B0.

    As Ilhas Britânicas~ apesar de apresentarem altos índices de

    precipitação pluviom~tricar tem sirios problemas de reserva~io de

    ~sua, o que dever~ piorar nos próximos anos em decorr&ncias do

    crescimento populacional do pais. Assim sendo~ existem em

    andamento in~meros planos de Reuso Nio Pot~vel Agrícola naquele

    país podendo-se citar o da bacia do Rio Mardyke.

    ESTADOS UNIDOS

    Em 1940 existiam apenas 150 sistemas de tratamento de esgoto por

    disposição no solo nesse país, tratamento esse que como ser~

    visto no cap(tulo 5. ~o que se usa na tecnologia do Reuso NSo

    Potável AgrÍcola.

    26

  • Para se ter uma id~ia do esforço que vem sendo feito Para

    aumenta~ o volume de ~gua reusada na agricultura nos Estados

    Unidos, um invent~rio efetuado em 1975 pelo Departamento de Sa~de

    da Califdrnia revelou a existincia de 142 projetos para produçio

    de produtos nio comest{veis (forragemr fibras e sementes)r 42

    para paisagismor 32 para produtos comest{veis (pomares e vinhas)r

    al~m de 28 projetos de tratamento de esgotos por disposiçio no

    solo sem conotaçio agr{cola. somente no estado da California.

    Como consequincia do Clean Water Act de 197~ que tem como meta

    udescarga zero"r a tendincia nesse pa{s ~o aumento crescente na

    aplicaçio da tecnologia de disposiçio de esgoto no solor em

    particular para fins agr{colas.

    27

  • ISRAEL

    O Estado de Israel ~ um dos paises que mais tem investido em

    projetos de reuso de água havendo farta disponibilidade de

    informa~Bes na literatura consultada. A figura publicada pelo

    Office of the Water Commissioner (68) mostra os volumes

    totais produzidos nas áreas urbanas do pa(s, os volumes

    coletadosi tratados e reusados na agricultura, no

    compreendido entre 1963 e 1982.

    VOLUME POR UNIDADE DE TEMPO

    ~~~i 180 ....

    160 ! l

    140 I "'j

    6 3 (10 m /ano)

    120 I ------100 J

    80 I -\

    60 J 4o I 20

    -

    1963 67 71 75

    VOLUME PRODUZIDO

    VOLUME COLETADO

    VOJ:.UME TRATADO

    VOLUME REUSADO NA AGRICULTURA

    78 80 82

    ------------

    Fig. 2- Reuso Agr(cola de esgotos municipais em Israel

    ~. 963 á i982

    FONTE: Referfncia (68)

    período

  • Como pode ser visto na tabela 1 r o volume de ~gua reusada para

    ~(ns agr(colas vem aumentando signi~icativamente no Estado de

    Israelr sendo previsto para o ano 2.000 a utllizaçio de 80% do

    total de esgotos produzidosr para esse mesmo ~im (68).

    TABELA 1 - Re•Jso Agr kol a de esgotos municipais em Israel r 1963 ~ 1982.

    1963 1982

    TOTAL 4 (*) TOTAL

    VOLUME TOTAL PRODUZIDO 120 100 211

    VOLUME COLETADO 84 70 192

    (10(6)m3/ano)

    VOLUME TRATADO 31 26 120

    Ci0(6)m3/ano)

    VOLUME REUSADO 7 6 50

    (i0(6)m3/ano)

    Porcentagens sobre o Volume Total Produzido

    FONTE: REFERfNCIA C68)

    7. (*)

    100

    91

    57

    24

  • A tabela 2 mostra as culturas praticadas nas ~reas

    irrigadas em Israel em 1982.

    TABELA 2- Culturas praticadas e ~reas irrigadas com

    'guas recuperadas em Israel em 1982. , Area Irrigada

    Total ••••••••••••••••••••••••••••••• 10.000 ha

    Culturas praticadas

    Algodao •••••.•••••••.••.•••••••••••• 8.700 ha

    C{tricos •••••••••••••••••••••••••••• 700 ha

    Cereais ••••••••••••••••••••••••••••• 300 ha

    Frutos •••••••••••••••••••••••••••••• 180 ha

    Outras culturas ••••••••••••••••••••• 120 ha

    FONTE: REFERÊNCIA (87>

  • i~DIA

    As princípais in~ormaç6es sobre a util izaçio de esgotos na

    agricultura na india remontam a 1877 em Bombaim e em Delhi em

    1913r con~orme os trabalhos de SHUVALLr H. I. et al. (87) (1979).

    Ainda segundo o mesmo autor C86>r 50 a 55% do esgoto gerado em

    todo o país- que~ estimado em 3 7 6xi0(6)m(3)/dia- ~utilizado

    na irrigaçio agrícola na ~orma bruta. Apenas 105 das 3115 cidades

    indJs tem sistema central de coleta e disposiçio de esgotos, o

    que em termos populacionais representa cerca de 28 milh6es de

    habitantes vivendo em ~rea com esgotamento sanit~rio,

    salientando-se que a populaçio do paÍs nessa ~poca era de 638

    milh6es de habitantes e a populaçio urbana, em torno de 109

    milh6es.

    Nos trabalhos citados nio ~ica claro qual a parcela do esgoto,

    das cidades que disp6e de sistema de coleta e disposiçio ~inal,

    que~ utilizada na agricultura. Se considerarmos ( o que ~

    improv~vel) que todo o esgoto coletado pelos sistemas municipais,

    ou seja cerca de 0,16 x i0(6)m3/dia ~utilizado n~ agricultura,

    concluiremos que 1,64 x 10(6)m3/dia ~utilizado para esse ~im

    apesar de nio dispor de sistema pdblico de coleta e disposiçio

    ~inal, o que ~oi possível a partir de um programa levado a e~eito

    pelo governo da india.

    REP~BLICA FEDERAL ALEHÃ

    31

  • Em 1958 cerca de 1.200 x 10(6) m3/ano de água era usado na

    agricultura na lrriga~ão de urna área de 250.000 ha. Desse total.

    cerca de 100 x 10(6) m3/ano era proveniente de esgotos tratados.

    o que correspondia em termos de área a 25.000 ha. Embora sejam

    previstos para ~uturo próximo, um incremento de área agrlcultavel

    de 800.000 ha, não se prevê um correspondente incremento da

    utlliza~ão de esgoto tratado para esse ~im. Isso, segundo

    SHUVALL,H.I. et al. (87) (1986). se deve não só a ~atores

    climáticos como, tamb~m, a in~ra estrutura já montada para

    utilização de águas de rlos1

    que nesse país servem para

    a~artamento de esgoto tratado.

    O maior projeto. como já ~oi visto no ítem 3.2, é de Braunschweig

    onde ~unciona um centro de pesquisas agronômicas.

    AMÉRICA LATINA

    Na América Latina esse tipo de reuso pode ser ilustrado por

    alguns exemplos:

    - Hixicol próximo ~ Cidade do México existem 3 noistritos de

    Irrlgaçãon que recebem cerca de 40 m3/s de esgoto bruto

    procedente da cidade, e que são utilizados na irrigação de

    41.500 ha apÓs terem sidos retidos em um grande reservatório, o

    que proporciona uma sedimentação e um tratamento parcial.

    Segundo as autoridades mexicanas. essa água não é utilizada na

    irrigação de culturas comest{veis.

    32

  • -Chile: Na estiagem. o caudal do Rio Mapocho ~constituído quase

    que 100% de esgotos procedentes de Santiago. Essas ~guas sio

    amplamente ut i 1 izadas a jusante.-. na irrigaçio de todo tipo de

    culturas alime.-ntares. e inclusive de verduras que sio consumidas

    crdas. As autoridade.-s sanitirias de.- Santiago tem atribuído a esse

    ~ato, os in~meros surtos de febre tifciide que tem eclodido na

    reg i ão.

    - Per-u: projetos de reuso nio pot~vel agr{cola no

    deserto peruano, além do uso nio controlado de esgotos na

    agricultura existente em torno da cidade de Lima.

    Nesse pa{s o uso racional de esgotos para fins agr{colas tem sido

    estudado por consultores internacionais. que previm a irrigaç:io

    de 5.000 ha de deserto. com esgoto tratado. O projeto que é

    bastante moderno e conta com a cooperaçio da UNPD e a OPS

  • dos 640.000 m3/dia de esgoto gerados no pa(sr 50%~ reusado sob

    diversas ~ormasr cabendo ~ agricultura 26,8% do total gerado.

    NORTE DA ÃFRICA E ORIENTE MÉDIO

    Em alguns pa{ses dessa regiio o reuso de água vem sendo praticado

    há anosr face a limitaçio da existincia de mananciais de água de

    superTÍcie.

    Por outro lador em pa{ses de rellgiio lsllmic~ essa tecnologia

    tem tido dificu1dade de ser adotada devido a proibiçio de contato

    com excretas humanos~ pelas autoridades religiosas~

    Na cidade do Cairor no Egito. des~e 1915 tem-se praticado Reuso

    Nio Potável Agr{cola. Em Port Said, desde 1924. Nesse pa(s

    existem indmeras leis regulamentando essa prática~ nio sd no

    s~nt ido de aumentar a produçio de alim~ntos. mas tamb~m como uma

    alternativa de disPosicão final de esaoto~-

    Na Tunfsia existem 176 municipalidades. das quais 28 dispÕem de

    sistema de tratamento ( a maioria constituido de lagoas dP

    oxidaçio) havendo alguns exemplos de grandes projetos como o de

    Tunis, onde 800 ha

    ampliados para 2.600 ha.

    Finalmente, al~m de outros exemplos como o projeto de Riyadh na

    ~r~bia s~udita apresentado no {tem importante citar o

    sistema const ituido no Kuwait e que vem operando desde 19567

    34

  • sendo sua atual capacidade de produ~;o 83.27 x 10(3) m3/diar o

    que ~ su~iciente para irrigar 9.000 ha de al~a~a e ~eno.

    JAPÃO

    Embora a principal modalidade de reuso de água no Japio seja a

    industrialr esse país utiliza amplamente na agricultura os rios,

    que slo usados para a~astament·o de esgotos, caracterizando um

    tipo de reuso agr{cola nlo direto ~rizando-se qu~ nesse país

    existem in~meras cidades que disp6em seus esgotos em mananciais

    de superficie, sem nenhum tratamento.

    UNIÃO SOVIÉTICA

    Apesar de nlo se dispor de muitas informa~5es, a Uniio Sovi~tica

    vem praticando esse tipo de reuso em fazendas prdximas a Moscou

    desde 1900 e em Odessa desde 1930. O governo Sovi~tico atualmente

    vem estimulando o desenvolvimento dessa tecnologiar havendo

    alguns trabalhos antigos publicados que regulamentam os n(veis de

    tratamento de esgoto, em fun;lo das diversas culturas. O mais

    conhecido~ devido a GROMASCHEWSKII. L.W. C43)

  • problema muito sério naquele país, o governo vem desenvolvendo

    multo es~orço no sentido de criar outros projetos semelhante ao

    de Melbourne.

    /

    REUSO N~O POTAVEL RECREACIONAL

    Esta classificação é reservada ao reuso direto de água para

    abastecimento de corpos de água superficiais como lago,

    reservatórios e rios para fins recreaclonais al~m de usos em

    paisagismo como irrlgaç~o de Jardins e parques p~blicos, lagos

    ornamentais e também na réga de campos esportivos. Nos trabalhos

    de CULP, R.L.

  • Cali~órnia, ~oi escolhido pela South Tahoe Public Utility

    Oistrlct para ser abastecido com o e~luente do sistema de

    tratamento de South Lake Tahoe. Tr~ta-se de uma planta dotada de

    uma sequência de tratamento que caracterizam o chamado

    utratamento avançado de esgotosu. A qualidade de ~gua assim

    obtida, ~tal que o reservatório vem sendo usado para esportes de

    contato prim~rio e para pesca.

    REUSO NÃO ,

    POTAVEL INDUSTRIAL

    Podem ser enquadrados nesta classi~icaçlo os casos do reuso

    interno ~s instalações industriais, caracterizando a reciclagem,

    e tem corno obJetivo o atendimento das demandas da prdpria

    inddstria ou o controle de poluiçlo.

    Al'rn da reciclagem, nesta classi~icaçio tarnb~rn i considerado o

    caso do reuso de ~onte externa que ocorre quando e~luentes

    urbanos ou industriais são utilizados por urna ou mais

    industrias, apds tratamento adequado. Alirn disso, esse tipo de

    reuso pode ser ~eito através de Sistema Duplos ou entio1atravis

    da captaçio direta nos corpos de ~gua super~{ciais ou

    subterrineos.

    Em alguns pa{ses, como Japio e Estados Unidos, existe uma

    tendência bastante ~arte em se incrementar programas de reuso

    industrial como forma efetiva de controle de polui~io.

  • O grifico da figura 3 ilustra esse fator correlacionando o volume

    total de igua utilizado pela industria Japonesa no per(odo

    compreendido entre 1963 e 1975r com volume recuperado e o volume

    de ~gua nio reusada nesse mesmo per(odo. As curvas mostram um

    aumento substancial do volume total e do volume recuperador

    permitindo com que o volume de ~gua nio reusada se mantenha

    praticamente constante.

    CONSUMO DE ÁGUA

    (106 m3/dia)

    CONSUMO TOTAL ./""' ,.,. ----

    ÁGUA NATURAL

    RECUPERAÇÃO

    (%)

    ----/

    -·-. -·-· -·-·-·-. -~-·-·--

    .. --·--· -·-·-·-·-

    1963 I

    70 75 TEHPO (ano)

    Figura 3- Uso industrial de ãgua no Japao, entre 1963 ~ 1975.

    Fonte: Referência (82).

    100

    ~ 90 I 80 r I I I 70 I ,... i I

    60 I r I 50 L i ! ' 40 ' ~ 30

    '- 20 :

    - 10 .... o

  • Com9 consequincia do Clean Water Act que previa como meta.

    "descarga zero" para 1985. DICK. M. (34) (1981> em seus trabalhos

    sustenta que1

    nos Estados Unidos, a tendlncia em termos de

    recupera~io de ~gua para fins industriais é a mesma verificada

    no Jap~o. nesse mesmo periodo.

    Dentre os programas americanos mais conhecidos. salienta-se o da

    Environmental Protection Agency- EPA- fundamentado em 6 pontos:

    elimina~io gradativa dos poluentes tdxicos enio tdxicos

    - redu~io do volume descartado

    redu~io do volume captado

    - au m en t o na e f' i c i in c i a de t r at a me n t o

    economia de energia

    economia de ~g~a. materiais e outros recursos

    De acordo com LAVRADOR FILHO. J. (52) (1987>. "exemplos de reuso

    interno em inddstrias sio comuns ao ~edor do mundo.

    praticamente todos os ramos industriais e aparecem frequentemente

    na literatura especializada". A tabela 3. "por exemplo mostra o

    reuso interno nas maiores industrias consumidoras de ~gua da

    Alemanha em 1969"7 conforme os trabalhos de MULLER. W.J. ( 6~5)

    (1977>.

    39

  • Tabela 3 - Reuso Interno de ~gua nas Maiores Industrias

    Alemãs em 1969

    RAMO INDUSTRIAL TOTAL DE ÁGUA REUSO INTERN0(10 6m3/ano)

    UTILIZADA GUANTIOADE PORCENTAGEM

    Carvão 8746 7523 86,0

    Guímico 6309 247i 39,.2

    Aç:o 5306 3555 67,0

    Refinaria 2485 2000 80,.5

    Papel e Celulose 1892 969 51,.2

    Veículos 554 292 52,.7

    Metalurgia 329 155 47,1

    Ind.Aç:ucar ~'") # ,., r.... é> r... 215 81,9

    CervE:~jar i a 217 95 43,7

    Elét1·· ica 37ü0 1903 5i.4

    TOTAL 30004 19729 64. ~3

    FONTE: R~f~Fincia 65

  • No caso de Reuso Nio Pot~vel de ~onte externa~ tanto para o caso

    de se ~azer o transporte da ~gua de ~orma direta através de

    sistemas duplos,

    superf{ciais

    como de ~orma

    ou subterrineas,

    indireta através dos corpos

    poder~ haver necessidade de

    tratamento complementar interno ~s industrias, para atender seus

    padr3es específicos de qual idade de ~gua.

    Exemplo de Reuso Nio Pot~vel Industrial: - Sio Bernardo do Campo

    Sio Paulo A Esta~io de Tratarnenmto de &gua do Rio Grande

    localizada junto a Represa Bill ings, bra~o do Rio Grande em Sio

    Bernardo do Campo,operada pela Companhia de Saneamento B~sico do

    Estado de Sio Paulo - SABESP, vende suas ~guas de lavagem de

    filtros e decantadores, apds sedlmenta~io, ~ Volkswagem do

    Brasil, através de sistema duplo de distribui~io. A ind~stria,

    ap6s o recebimento dessa ~gua, condiciona-a aos diversos usos

    industriais internos.

    Esse sistema permitiu ~ SABESP diminuir significativamente o

    volume de ~gua despejado na Represa Billings, estando sendo

    desenvolvido no momento um projeto de secagem de lodo que

    e~etivamente reduzir~ a zero, o volume descartadw.

    Distritos de Kohtoh, Joh-hoku e Cidade de Nagoya-Japio. Essas

    três localidades japonesas consomem e~luentes tratados de acordo

    com a tabela 4.

    41

  • TABELA 4- Reuso nio Potivel Industrial ero tr~s

    localidades Japonesas

    LOCALIDADE

    Kohtoh

    Joh-hoku

    Cidade de Nago~a

    TOTAL

    VOLUME CONSUMIDO Cm3/dia>

    90.000

    11.000

    30.000

    131.000

    FONTE: Water Reuse Promotion Center (96) (1985)

    ~ REUSO NAO POTAVEL DOMÉSTICO

    Con~orroe a classi~ica~lo adotada - WESTERHOFF~ G. P. (98) -

    nesta modalidade de reuso estio incluidos os usos para descargas

    sanitárlasr rega de jardinsr etc.

    Pelo fato de haverem outros usos equivalentes para esse tipo de

    água como lavagem de rua~ usos em grandes edif(cios para reserva

    contra incindio e para ar condicionado, incluimos estas formas de

    reusor neste (tem. Alguns dos usos citados requerem distribui~io

    em carros pipas como lavagem de ruasr por exemplo. enquanto para

    outros sio necess~rios sistemas separados de distribui~io o que

    na literatura~ chamado de sistema duplos- DEB,A.K.

    M.P. C33)

  • possibilidade do uso dessa ~gua para outros fins~ embora autores

    como DEANrR.B. et al.

  • plantas aqu~ticas como o aguap~. Posteriormente, a idéia da

    utiliza~io de peixes para tal fim foi adotada principalmente como

    o objetivo de produ~;o de proteinas.

    BARTONE, C. et a1. (10) (1987), descrevem as experi&ncias

    desenvolvidas em Lima no Peru atrav~s da UNDP United Nations

    Development Programme, do Word Bank Integrated Resource Recovery

    Project e com a assistincia técnica da Rep~blica Federal Alemi.

    Nesse empreendimento, peixes e camarSes sio criados em lagoas de

    estabiliza~io de polimento, havendo no momento estudos para se

    verificar a viabilidade de duas alternativas: tanques com ~gua

    corrente e tanque~onde a ~gua ~trocada de tempos em tempos.

    Outro obJetivo do proJeto ~ de~inir a melhor op~io para

    utiliza~io dos peixes: seu consumo direto ou seu consumo indireto

    através de gerações posteriores.

    3.5 REUSO PARA RECARGA DE AGUiFEROS SUBTERR~NEOS

    De acordo com a AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION C08> (1983), a

    recarga de um aqu{fero subterrlneo pode ser feita para:

    evitar o rebaixamento do n{vel do aqu{fero;

    - proteçio desse aqu{~cro contra a intrus~o de ~gua do mar;

    - armazenamento de esgoto ~ratado.

    Ainda de acordo com a institui;io acima (08), a recarga pode ser

    ~cita de duas man~iras:

    44

  • -In~iltra~ão-percola~ão: esse m~todo ' e semelhante a ~iltração

    intermitente em areia. A maior parte do esgoto penetra no solor

    embora haja perda por evapora~ão. Os solos arenososr com altas

    baixas de infiltra~ão e textura grosseira, são os mais Indicados.

    - InJeção direta: consiste na inJeção sob pressão no sub-solo, de

    esgotos tratados de forma direta ou misturado com ~gua de

    superf{cie, atrav~s de poços profundos, ou minas abandonadasr

    cavernas. etc.

    Um exemplo de recarga de aquffero por infiltração percolação i o

    proJeto que foi implantado em Israel e que ~ descrito por

    IDELOVITCH, E. & MICHAILr M.

  • cloração r filtraçãor adsorçãor pds-cloração e desmineralização

    por osmose reversa. A ~gua assim obtida~ inJetada no solo por

    meio de uma s~rie de poçosr objetivando impedir a intrusão da

    ~gua do mar no aqu(fero que~ utilizado para o abastecimento.

    *********** *****~**** *********

    A decisão de implantar um sistema de reuso - qualquer

    que seJa a modalidade- por razBes que vão desde disponibilidade

    de ~gua de qualidade inferior. at~ questBes relacionadas ao

    controle e padrBes de qualidade de ~gua nem sempre ~ f~cil. No

    cap{tulo que seguer abordaremos os aspectos de sa~de e ambientais

    que devem ser considerados na implantação de um programa dessa

    natureza.

  • 4 - ASPECTOS DE SA~DE7 AMBIENTAIS, CRITÉRIOS E PADRÕES DE /

    GUALIDADE DE AGUA

    Os ~sgotos industriais e urbanos trazem consigo uma s~rie d~

    componentes nocivos ~ sadde das p~ssoas a eles expostas. Nessas

    condi~5es7 o reuso dessas ~guas quando ~eito de maneira n~o

    criteriosa, pode intensi~icar essa exposi~io de ~erma direta ou

    indireta.

    Neste cap(tulo ~studaremos os principais contaminantes bioldgicos

    e qu(micos presente nos esgotos e que s~o prejudiciais~ sa~de

    humana, bem como os riscos envolvidos na pritica do reuso de igua

    e os padr6es de qualidade de igua exigido7 por tipo de reuso.

    4.1 - Contaminantes Biológicos e Qu(micos presente nos esgotos

    4.1.1 - Contaminantes Bioldgicos

    - Vi r •.ls

    Inume~os virus podem infectar o t~ato intestinal humano e· ;:-...

    partir daí, in~ectar novamente outros hospedeiros atrav~s dP

    ingestio ou ina1a~io. Um grama de fezes pode conte~ cerca de

    10(9) part{culas viróticas in~ecciosas, provenientes de

    portadores que podem ou nâo apresentar sintomas. Esses v tt··us,

    embora nio possam se multiplicar fora do hospedeiro, podem

    47

  • sobreviver por semanas no meio ambiente principalmente . a

    temperaturas inferiores~ 15 C. FEACHEM, R.G. et al. (1986),

    citam estudos que detectaram concentraç6es de 10(5) partículas

    infecciosas por 1 ltro de esgotos municipais brutos e em amostras

    de solo de onde foram dispostos esses esgotos.

    Embora outros grupos possam ser encontrados nas fezes, os cinco

    grupos apresentados a seguir e no Quadro 1, são os principais:

    adenovirus, enterovirus (incluindo-se o poliovirus), virus da

    hepatite A, reovirus e vírus causadores de diarréia (em especial

    o rotavirus). Todos eles podem apresentar infec,6es subclínicas

    especialmente em crianças.

    Entre os enterovirus, alguns poliovirus não conduzem

    necessariamente~ doenças com sintomas graves, entretanto. às

    vezes podem ocorrer infecç5es moderadas,at~ aquelas que produzem

    a paralisia de alguns membros, ou ati a morte. Os mesmos autores

    (38) estimam que a poliomielite com paralisia ocorre em apenas 1

    entre 1000 indivíduos contaminados e, a nível mundial, a maior

    incidência verifica-se nos países sub-desenvolvidos.

    Quanto ao echovirus e coxsackievirus o n~mero de pessoas

    infectadas i bem maior, e os sintomas são mais variados podendo

    ocorrer desde uma simples febre, ati miocardite, passando por

    meningite, problemas respiratórios e tambim paralisia. Os

    rotavirus e outros virus são encontrados nas fezes de crianças

    com diarréia, podendo contaminar novas crianças e adultos.

    48

  • Com rela~ão ao virus da hepatite Ar embora seja o causador da

    hepatite in~ecclosa. em crian~as ~requentemente sua in~ec~ão se

    dá de forma assintoru~tica.

    -Bactérias

    As ~ezes de lndlv(duos saudáveis contlm grande ndmero de

    bact~rias comensais de v~rias esp~cies. podendo variar muito em

    ~un~ão da estrutura epidemioldgica da popula~ão considerada

    sendo. por esses motivos. utilizados como indicadores de poluição

    Tecal. Entre os indicadores mais usados. destaca-se o coli~orme

    fecal Escherichla coli e o enterococci1 também sempre presente nas

    Tezes humanas. Por outro lador algumas bactérias anaerdbicas como

    Clostrldium bacteroidés e a Bi~idobacterium tambim servem como

    indicadores~ sua utiliza~ão como tal. vem ganhando adeptos no

    mundo todo.

    49

  • QUADRO 1

    VIRUS PATOGÊNICOS EXCRETADOS COM AS FEZES

    VIRUS DOENCAS

    Adenovirus Várias

    PODE OCORRER

    INFECC~O

    ASSINTOMÁTICA

    Sim

    Enterovirus

    Pol ic>virus Poliolie-.'1ite7 paralis·ia

    e outros Sim

    Sim

    Sim

    Echovirus Várias

    Coxsac~ievirus Várias

    Hepatite A Hepatite in~ecciosa Sim

    Reovirus Várias Sim

    Norwalk e outros Diarr~ia Sim

    Fo~~E~ Referência 38

    RESERVATóRIO

    Homem

    Homem

    Homem

    Homem

    Homem

    HomEm

    1-!onH:::m

    provave::-1 ment c-:.-

  • As principais bactérias pa.togÊ'n i cas,. ou potencialmente

    patogênicas, são apresentadas no Quadro 2. Apesar delas terem

    acesso aos hospedeiros mais comumente via ~gua, alimentos ou mãos

    sujas,. as vezes o fazem atravds dos pulm6es, por inala;io de

    " partículas sob forma de aerosois, ou pelos olhos, depois de

    esfregados com ,.,

    ma os sujas. Durante o processo infeccioso, o /

    individuo infectado pode contaminar no~os hospedeiros, através de

    suas fezes.

    A diarréia é o mais importante dos sintomas das infec;6es

    intestinais. As bactérias podem invadir o organismo causando

    infec;6es localizadas ou g=neralizadas sendo, essas invas6es,

    bastante características da febre tifóide ou out r.as febres

    entéricas, causadas pelas salmonelas. Quando a infec;io fica

    restrita aos intestinos, o cont~gio entre indivíduos se d~ pelas

    fezes. Por outro lado, quando a infecção é generalizada, as

    bactérias tem acesso~ corrente sanguínea e em seguida \ a urina.

    Nesses casos, a con~amina;io pode se dar também pela urina.

    Alguns dos patógenos apresentados no Quadro 2 podem infectar o

    homem, a partir de fezes de outros animais, assim sendo, no caso

    de surtos, para o completo controle são necess~rias medidas que

    deem conta desse aspecto.

  • ------------------------------------------------------------------------GUADRO 2

    BACTÉRIAS PATOGÊNICAS EXCRETADAS COM AS FEZES

    VIRUS

    Campylobacter fetus -

    s s p • j e j IJ n i

    Escherichia col i

    patogênicas

    Salmonell

  • Em resumo,. todos os patdgenos apresentados nos Quadros 1

    virus e bact~rias 7 atingem os homens atrav~s das ~ezes ou urina

    de outros homens ou de animais, nio sobrevidendo muito tempo ~ora

    dos organismos hospedeiros Cexcessio ~eita ao Vibrio cholerae>.

    Assim sendo, o controle dessas doen~as, necessariamente passa

    pelo controle da disposi~io dos excretas de homens e animais no

    meio ambiente.

    -Protozoários

    Algumas espicies de protozoários podem in~ectar o homem e causar

    doen~as. As ~ormas infectantes desses protozoários passam pelas

    ~ezes na ~arma de cistos que, quando ingeridos, in~ectam o

    indivíduo. Entre os p~otozoários, somente tris esp~cies,

    apresentadas a seguir e no Quadro são consideradas

    patoginicas:

    1 amb 1 i a.

    balantídium coli, Etamoeba histolytica e Giardia

    - Helmintos

    Muitas espicies de helmintos tem o homem como hospedeiro e, entre

    essas,. algumas podem causar sérias doen~as, por~m grande n~mero

    infectam o homem de ~orma assintomática. Somente os helmintos

    cujos óvos,. ou ~ormas larvárias,. passam pelas excretas sio

    objetos deste estudo.

    Para avalia~ão dos problemas que esses organismos podem causar, é

    53

  • importante ter em conta aspectos que descrevemos a seguir.

    Exceçio feita aos St~ongyloidesr os helmintos nio se multiplicam

    dentro do organismo hospedeiror fato este de fundamental

    importincia para o entendimento do modo de transmissio entre

    hospedeiros e a possibilidade de controle.

    QUADRO 3

    PROTOZOÁRIOS PATOGÊNICOS EXCRETADOS COM AS FEZES

    VIRUS

    Dalantidium Coli

    Entamoeba histo-

    lytica

    DOENÇAS

    Diarréiar disenteria

    e ulcera~Ses no colo

    Ulcerações no colo,

    desenteria amebiana,

    abcesso hepático

    PODE OCORRER

    INFECÇÃO

    ASSINTOMÃTICA

    Sim

    Sim

    Giardia lamblia Diarréia e mal absorçio Sim

    H: Homem A: Animais

    FONTE: Referência 38

    54

    RESERVATóRIO

    H e A

    H

    H e A

  • A contamina~ão é feita através dos ovos dos helmintos eliminados

    no meio ambiente. Esses ovosr sendo ingeridos 1 dario lugar dentro

    do hospedeiro a novos organismos, havendo ent;o um aspecto

    quantitativo da patologia que precisa ser considerado. Em outras

    palavras r é importante e possível se conhecer a carga de

    organismos que o hospedeiro alberga, sendo esta carga crescente

    através de recontamina~Ses sucessivas.

    Como foi visto, existe uma diferen~a bastante grande no mecanismo

    de transmissão de doen~as pelos helmintos quando comparado com os

    vfrus as bactérias e os protozo~rios, os quais se reproduzem

    dentro do hospedeiro de forma assexuada.

    A grande maioria dos helmintos que parasitam o homem tem sexos

    distintos, o que condiciona a produ~ão de ovos7 a existlncia de

    pelo menos dois desses organismos dentro de um mesmo hospedeiro,

    macho e flmea, além de uma série de condi~Ses de acasalamento

    entre eles. Um indiv(duo infectado com um dnico verme, ou então

    com vários porém do mesmo sexo, não tem importincia do ponto de

    vista epidemioldgico, devido a impossibilidade de transmissio

    para indivíduos não infectados.

    O Quadro 4 apresenta1

    de forma resumid~os helmintos patoginicos

    excretados pelas fezes mais conhecidas 7 as doen~as que eles

    causam, sua transmissio e distribui~ão geografica.

    4.1.2 - Contaminantes QuiMicos

    55

  • -Orgânicos

    Entre os compostos orgânicos existem aqueles sucet~eis de

    tratamento biológico ou sejar biodegradáveisr e aqueles mais

    refratários1 tamb~m chamados de persistentes ou conservativos.

    Embora do ponto de vista de reuso de água ambos sejam

    importantes, existem in~orma~Ses em abundância a respeito do

    primeiro grupor o que nio acontece com os demais. Assim sendor

    neste {tem nossa atençio estará voltada para os persistentesp

    cuja maioria tem origem nas atividades humanas sendo de

    particular interesse os trihalometanosr que de acordo com

    SANTOS, C.L. (83) . tem origem a partir da desin~ec~io de

    água com cloro.

    56

  • QUADRO 4

    HELMINTOS PATOGÊNICOS EXCRETADOS COM AS FEZES

    VIRUS DOENÇAS

    Ancylostoma duodenale Ancilostomose

    Ascaris lumbricoides Ascaridiose

    Diphyllobothrium latum Di~ilobotriose

    Enterobius vermicularis Enterobiose

    Schitosoma mansoni Esquistosomose

    Taenia saginata Ten(ase

    Ta e n i a ~;o 1 i '..l m Tt.·n Ícl.SE'

    Trichuris trichiura Ti~ i chur i ose

    H·: Homem

    FONTE: Referincia 38

    PODE OCORRER

    INFECÇÃO

    ASSINTOMÃTICA

    H solo H

    H solo H

    DISTRIBUIÇAO

    Cl i mas quent e:·s

    General i zad

  • O quad~o 5 apresenta alguns compostos o~ginicos bastante usados

    pela sociedade moderna em suas atividades di~~iasp bem como seus

    efeitos sobre a sa~de.

    - Ino~ginicos

    Com exceçio da desco~berta dos efeitos danosos à sa~de causados

    pelo asbestosr o que se conhece a respeito da contaminaçio por

    elementos inorginicos nio tem mudado muito nestas ~ltimas duas

    décadas. Em consequincia, existe metodologia analitica dispon{vel

    para suas determinaçSes na ~gua em concentra~Ses inferiores aos

    limites de tolerincia do organismo humano, o que tem permitido

    estudos bastante acurados sobre o impacto desses elementos sob~e

    a sa~de humana.

    A seguirp no Quadro 6 adaptado po~ LAVRADOR FILHOr J. (52)

  • QUADRO 5

    ALGUNS CONTAMINANTES QUiMICOS ORGÂNICOS E DOENÇAS ASSOCIADAS

    COMPOSTO ORGÂNICO EFEITO SOBRE

    A SAúDE

    SOLVENTES

    • Oiclorometano Tóxico ao ~Ígado

    • Cloroformio Câncer

    • Bromodiclorometano Câncer

    • Bromoformio Câncer

    • Tetracloreto de

    carbono Câncer

    •. Tricloro etileno Câncer

    • 1P1r1 Tricoloetano Câncer

    • i71Y2 Tricloro etanoCâncer

    • Dibromocloropropano Câncer

    59

    COMPOSTO

    ORGÂNICO

    EFEITO SOBRE

    A SAúDE

    AROMÁTICOS VOLÁTEIS

    • Denzeno

    .. Tolueno

    • X i leno

    . He~·~ac 1 orobezeno • 2,.4p6 -Tricloro-

    fenol

    . 2.4 - Di cloro-fenol

    Leucemia

    Le•.tcem i a

    Leucemia

    Câncer

    Câncer

    TÓ~·~ic:o ao

    fÍgado

  • QUADRO 5 Ccontinuaçgo>

    ALGUNS CONTAMINANTES QUÍMICOS ORGÂNICOS E DOENCAS ASSOCIADAS

    COMPOSTO ORGÂNICO EFEITO SOBRE

    A SA\lDE

    PESTICIDAS E HERHICIDAS

    CLORADOS

    • DDT

    • DDC

    • Aldrin

    • Endrin

    • Dieldrin

    • To>taphene

    • Mire:>:

    • Kepone

    • Lindano

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    Câncer

    COMPOSTO

    ORGÂNICO

    DIELÉTRICOS

    EFEITO SOBRE

    A SA\lDE

    • Di~enil Policlo-

    rado CPCB>

    • Arocloro 1260

    Câncer

    Câncer

    • Dibutil phtalato Defeitos

    nascimento

    • Bis Defeitos

    phtalato nascimento

    • Trtmetil fosfato Câncer

    • Uretano Câncer

    TINTAS E DERIVADOS Câncer

    HIDROCARBONOS AROMÃTICOS

    POLINUCLEADOS Cân c €'1'" • Pentaclorofenol

    ., ME-to~dc:loro

    • Clordano

    Sistema nervoso central

    Câncer·

    • Parathion Sistema nervoso central

    ---------------------------------------------------------------------FONTE: Adaptado da Referincia 38

    6"0

  • Quadro 6 - Alguns contaminantes qu{mlcos inorgânicos e doen~as

    assoe i ada~;

    AntimÔnio Teratogenia; doen~as cardiovasculares;

    dermatites

    Arsênio Disfun~Ões renais e hepáticas; câncer da pele

    Asbesto Câncer gastrointestinal

    Bário Estimulante muscular; bloqueio nervoso

    Berílio Osteosclerosis; câncer; teratogenia

    Bromo Danos ao sistema nervoso

    Cádmio Disfun~io renal; teratogenia

    Didxido de cloro Irrita~io da mucosa bucal

    Cobre Disfunções Gastrointestinais

    Cianeto Tdxico ao sangue

    Chumbo Danos ao sistema nervoso central /

    Mercurio Danos ao sistema nervoso central; teratogenia

    Nitratos Cianose infantil

    Prata Argirose (deposi~ão de prata sobre a pele>

    Radiotividade Danos genéticos

    Sel;nio Disfun~6es hepáticas e renais

    Sddio Hipertens~o: doenças cardiovasculares ,

    Talio Danos ao sistema nervoso central

    Zinco Danos gastrointestinais e ao pincreas

    FONTE: Adaptado da referência 52

    61

  • 4.2 -Riscos ~ Sa~de

    O risco ~ sa~de relacionado ~s virias modalidades de reuso ~

    definido por MIDDLEBROOKS, E.J. (59) como sendo a

    probabilidade de se experimentar um efeito adverso

  • cobaias .. para o homem. Mesmo assim .. ao que tudo indica .. trata-sr divide o processo de análise de

    risco em 1\

    tres ~ases bastante

    identifica~ão do risco

    estimativa de risco

    - avalia~ão e controle do risco

    diferenciadas entre si:

    Enquanto a primeira ~ase é descritiva., na segunda o objetivo é

    quanti~icar estatisticamente o risco através de 'estat(sticas'

    existentes em ag&ncias de meio ambiente ou de sadde., estudos

    epidemioldgicos ou modelos matemáticos de simula~ão. Finalmente ..

    na dltima ~ase; procura-se avaliar a aceitabilidade do risco., por

    parte da popula~ão exposta .. atrav~s dos tradicionais indicadores

    'custo/bene~{cio' ou 'risco/bene~(cio'.

    Por não ser objetivo desta disserta~ão1 proceder-se a uma

    avalia~ão estat(stica dos riscos associados às várias modalidades

    de Reuso de Ásua., teceremos algumas considera~Ões descritivas a

    respeito.

    O risco à sa~de depende fundamentalmente da tecnologia empregada

    em cada modalidade de reuso. s~ por um lado) os riscos

    relacionados aos vários tipos de reuso para fins não potáveis

    dev

  • desses contaminant~s, devem ser considerados os riscos

    decorrentes dos ef~itos de exposi~io cont(nua e de longo prazo

    aos chamados elementos químicos tra~o potencllamente

    carcinoginicos, mutaginicos ou teratoginicos.

    Dependendo da modalidade de r~uso considerada, os riscos podem

    ser maiores ou menores, havendo em qualquer caso necessidade de

    alguns cuidados especiais como 1 por ex~mplo 1 monitoramento cont(nuo

    de qualidade. BROOKS,R. (19) (1981) d~screvendo o sistema

    desenvolv1do pela NASA para o Santa Clara Vall~y's Water

    reclamation Fac.ility na ~

    California. recomenda uma . . ser te de

    par§metros pass(veis de monitoramento cont(nuo e automitico

    incluindo-se determina~Bes de coliformes totais e fecais pela

    medi~ão indireta de hidroginio molecular CH2> e de outras

    bact~rias por medi~ão de ~uimioiluminescincia. por biosensores.

    Com respeito ~s medidas operacionais de mitiga~ão de risco, o

    quadro 7 adaptado dos trabalhos de LAVRADOR FILHO,J.

  • praticar o Reuso Pot~vel, seja direto ou indireto, sio os de

    potabilidade existindo in~meros decretos, leis, etc. 1de outros

    paises e tambim brasileiros que podem servir para essa

    f'inalidade. Nesta dissertaçio adotamos a portaria S6 do

    Ministirlo da Sa~de de 13 de Marco de 1977,. apresentada na tabela

    5.

    Tabela 5 - CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE DE &GUA PARA REUSO

    POTÁVEL E PARA RECARGA DE AQUiFEROS SUBTERR~NEOS POR

    INJECÃO DIRETA

  • Tabela 5 - CRITÉRIOS E PADRÕES DE QUALIDADE DE ÁGUA PARA REUSO

    POTÁVEL E PARA RECARGA DE AGUiFEROS SUBTERRÂNEOS POR

    INJEÇÃO DIRETA

  • Quadro 7 RI~CO~ DC 3AÚDC An30CIAD03 A3 MODALIDADCn DC ~CUGO

    i-ORI~A [IC RCU~O RI~CO [IC GÃÚDC MCDIDA DC MITIOACXO DO ~I3CO

    ÃÕRicõLÃ--------------c~~t;;r~;;~~-d;-~~it~;;:------r;~t;~;~t~-;d;~~;d~7-;ii;i~;;-~~~t;t~-di;;t~-d~-com organismos patoginicos. efluente com culturas comestiveis1 substituiç~o

    INDU~TRIAL

    RCCARGA DO AQUiFERO GUDT::rmM~CO

    DOI1É3TICO

    r"OTÁVEL

    Contamina~lo direta dos tl·abalhadon:!.;,

    Contamina~io do pdblico por c:.e:·rosóis.

    Contamina,Ko de animais que se alimentam em pastagens irri~adas com eFluentes. Contaminaç~o de peixes ou 1

  • 4.3.2 - Reuso Nio Pot~vel Agrícola

    Esta ~uma forma bastante interessante de reciclagem de recursos

    er ao mesmo tempor de preserva~io do meio ambiente. Entretanto r

    essa pr~tica envolve riscos j~ que, como foi visto, os esgotos

    municipais podem conter metaisr compostos orginicos de origem

    industrial e uma enorme variedade de microrganismos patBgenicos.

    Esse fato somado ~s infinitas nuinces e características

    particulares de cada projeto, de cada tipo de produto agr{colar

    de cada tipo de solo, de clima, de topografia, etc. torna o

    estabelecimento de padr6es de qualidade de uma tarefa imposs{vel

    sem que se fa~a uma sirie de considera~6es iniciais.

    Um primeiro aspecto a ser pensado diz respeito ~s concentra~6es

    m~ximas que podem ser consideradas nio fitotdx(cas e toleriveis

    para animais. A tabela 6, preparado por CHANEY, R.L. C26) C1984),

    apresenta essas informa~6es servindo como um primeiro balizamento

    para a utiliza~io de iguas residu~rias, ou lodo, na agricultura.

    68

  • Tabela 6 CONCENTRACoES MAXIMAS TOLERAVÉIS PARA ALGUNS ANIMAIS

    EM COMPARAÇÃO COM OS NÍVEIS PRESENTES EM FORRAGEM

    CONCENTRAÇoES NAS

    FOLHAS CONCENTRAÇÃO MÁXIMA TOLERÁVEL

    Cmg/kg FOLHA SECA) (mg/kg)

    ELEMENTO NORMAL FITOTóXICO BOVINOS OVELHAS PORCOS GALINHAS

    As 0,.01-1 3-10 50 50 50 50

    B 7-7,.5 75 150 150*

    Cd 0,.01-1 5-700 0,.5 0,.5 0,.5 0,.5 ,

    Cr3-Coxidos) 0,.1-1 20 3000* 3000* 3000* 3000

    Co 25-100 10 10 10 10

    Cu 3-20 25-40 100 35 250 300

    F 1-5 40 60 150 200

    Fl 30-300 1000 500 3000 1000

    Mn 15-150 400-3000 1000 1000 400 3000

    Mo 0,.1-3,.0 100-10 10 30 100

    Ni 0,.1-5 50-100 50

    Pb 2-5 30 30 30 30

    Sa 0,.1-2 100-2 2 2

    v 10 50 50 10

    Zm 15-150 500-1500 500 300 1000 1000

    * VALOR EXTRAPOLADO DE DADOS DE ESPÉCIES SEMELHANTES,. POR NÃO EXISTIREM

    FONTE: Referência 26

    69

  • Um outro ~ator a ser levado em considera~io re~ere-se ~ questio

    das concentra~5es de metais pesados em lodo. relativamente ~s

    suas absor~5es por parte das plantas e seus e~eitos danosos ao

    sólo. As tabelas 7 e 8 r da obra de WEBER. M.D. et al. (97)

    (1984>. apresentam uma rela~io das concentra~5es

    toler~veis para metais pesados. em lodo utilizado na agricultura

    em diversos locais. al~m das cargas m~ximas permiss(veis com

    rela~ão ao sólo.

    Tabela 7 - CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS PERMISSiVEIS PARA METAIS PESADOS

    EM LODO A SER UTILIZADO NA AGRICULTURA EM DIVERSOS PAiSES

    ----------------------------------------------------------------------PAIS Cd Zn Cu Ni Pb C r Mn Mo Co As Se Hg

    ----------------------------------------------------------------------" BELGICA 10 2000 500 100 300 500 500 20 10 25 10

    ., CANA DA 20 1850 180 500 20 150 75 14 5

    DINAMARCA 8 30 400 6

    FINLÂNDIA 30 5000 3000 500 1200 1000 3000 100 25

    FRANCA 20 3000 1.000 200 800 1000 20 100 10

    ALEMANHA 20 3000 1200 200 1200 1200 25

    HOLANDA 10 2000 600 100 500 500 1.0 ,

    NORUEGA 10 3000 1500 100 300 200 500 20 7 ,

    SUECIA 15 10000 3000 500 300 1000 50 8 ,

    SUIÇA 30 1000 1000 200 1000 1000 20 100 10

    -----------------------------------------------------------------------FONTE: Referência 97

    70

  • -------------- -*---- -·----------- _._-----------

    , tabela 8 - CARGAS PERMISSIUEIS PARA METAIS PESADOS NO SOLO, DI DIUERSAS LOCRLI~DES

    , LOCAL CARGAS PERMISSIUEIS CtJMULATIUAS < Jcg/ha )

    Cd Zn Cu H i Pb C!' Mn Mo Co As Se Hg B

    ALBERTA 9;8-15 159-389 189-299 18-25 59-199 59-199 9,2-9,5 5-19

    BRTISH COLUMBIA 4 379 36 199 4 32 15 2,8 1.,9 ,.

    ONIARIO 1,6 338 158 32 99 218 4 32 14 2,4 9,8 ;

    CAHAM 4 379 32 99 4 32 15 2.,8 1.,9

    DINAMARCA 9,2

    "-FIHUNDIA 9,1

    FRAHÇA 5,4 759 218 69 219 369 2,7

    ALEMANHA 8,4 759 219 69 219 219 5,7

    HOLANDA 2,9 489 129 29 199 199 2 2,9

    " NORUEGA 8,2 69 39 2 6 4 19 - 9,4 - 5 9,14 /

    SUECJA 9,975 59 15 2,5 1,5 5 - 9,25 - 9,84 REINO UNIDO 5 569 289 ?9 1999 1999 4 19 5 2,9

    ESTADOS UNIDOS 5-29 259-1999 125-599 59-299 589-2999 4,5

    FONTE: Reie!'ência 97

    71

  • Embora esses valores seJam derivados de critérios diferentes,

    existe uma concordância no que diz respeito ao perigo potencial

    de determinado.s metais. Os metais normalmente presentes em esgotos

    tratados e lodos, podem ser classificados em: pouco perigosos

    para uso agrícola e perigosos. Na primeira categoria podem ser

    incluidos manganês, ferro, alumínio, cromo, arsênio, selênio,

    antimSnio, mercurio e chumbo. Na segunda, o c~dmio, cobre,

    mollbfdênio, nlquel e zinco. A seguir apresenta~os os principais

    inconvenientes dessa última categoria.

    Cádmio: altamente tóxico à plantas e animais. Nestes últimos,

    acumula-se no f(gado e nos rins causando sérios danos a esses

    org~os. A quantidade de c~dmjo transferida do solo para a

    vegeta~ão e sementes, varia consideravelmente para cada planta e

    em fun~ão de fatores ambientais como temperatura, umidade do solo

    e pH.

    Zinco: t um metal essencial aos organismos dos homens e animais e

    plantas, por participar em pelo menos 70 conhecidos

    metaloenzimas. Embora dietas de até 500 ppm não tenham causado

    efeitos deletérios e animais, conforme os trabalhos do CAST -

    Council for Agricultura] Science and Technology

  • importante papel na ~armação dos eritr6citosr na absor~ão do

    ~erro e na constru~io de v~rios tecidos. Pequenos aumentos de sua

    concentração nos elementos não tem causado problemas em humanos

    se~do que em animais, as ovelhas tem sido apontadas como os mais

    sucetíveis. Alguns trabalhos tem mostrado que sua absor,io

    pelos organismos animais e humanos, pode ser diminuída quando

    associada~ ingestão controlada de molibidinio.

    NÍquel: Embora essencial ao organismo animal e provavelmente ao

    humano, deficiincia desse metal não tem sido constatada. Apesar

    de relativamente não t6xico, irrita~Ses gastrointestinais são os

    primeiros sintomas de ingest6es em altas doses.

    Molibidinio: Esse metal é essencial ao organismo humano em

    quantidades tra,os, por participar da molicula de vários

    metaloenzimas, tais como a xantinoxidase. Considerado

    relativamente não t6xico, em altíssimos níveis pode causar certas

    manifesta~Ses como a astralgia, por exemplo.

    Os aspectos relacionados com o reuso agrícola menos explorados e

    que agora tem merecido a aten~ão dos técnicos. dizem respeito a

    concentra~ão, destrui~ão e efeito dos compostos orginicos

    sintit icos que incluem hidrocarbonetos aromáticos polinucleares,

    compostos fenól icos clorados, pesticidas, bifenil polibromatos

    , bi~enil policlorados CPCB>, ~talatos e outros compostos

    tóxicos persistentes. Esses compostos entram nos sistemas de

    esgotos a partir de despejos domisticos e industriais e, ao

    contrário dos outros compostos orginicos presentes no lodo e no

    73

  • e~luente tratado. Sio potencialmente perigosos aos animais e aos

    homensr por uma ou mais das seguintes raz5es:

    i) Possuem baixa solubilidade na ~gua e movem-se lentamente no

    solo.

    2) Sio relativamente est~veis no solor devido a sua resistência~

    degrada~ão biológica.

    3) Sio soluveis nas gorduras e bioacumulativo nos tecidos.

    4> Passam atravis da cadeia alimentar (do solo para as plantas;

    das palavras aos animais e destes ao homem).

    5) Altamente t&xicos aos mam{~eros:

    mutaglnicos e teratoglnicos.

    alguns são carcinoglnicosr

    Apesar disso deve-se considerar que as substlncias orginicas 7 uma

    vez aplicadas no solor estão sujeitas ~ ~oto-oxida~ãor

    volatiza~ão e ~enBmenos que podem alterar

    signi~icamente suas estruturas e caracter{sticas tdxicasr por~m

    devido ao incont~vel ndmero de compostos presentesr não se pode

    fazer generalização sobre suas capacidades de contamina~ão das

    plantas. Além disser é bem conhecido o fato de que as plantas os

    absorvem atravis das ra{zesr fixando-os nas suas zonas aéreasr em

    quantidades bem menores que as existentes no solor razão pela

    qual a pesquisa de suas presenças nos esgotos e no lodo tratado

    serem de extrema importincia. Para ilustrar esse aspecto,

    apresentamos na tabela 9 os resultados de um levantamento

    efetuado pelo Environment Canada em efluentes de 23 estaçSes de

    tratamento de esgotor ~ n{vel secund~rio daquele pa{s.

    74

  • Tabela 9 CONCORRÊNCIA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS TóXICOS EM 23

    EFLUENTES DE ESTAC~ES DE TRATAMENTO DE ESGOTO

    CANADENSE, A NÍVEL SECUNDÁRIO

    COMPOSTOS

    CLOROFORMIO

    FENOL

    BENZENO

    DI-N-BUTIL FTALATO

    ANTRACENO

    i ,.3 DICLOROPROPANO

    i.,. 4 DIMETILFENOL

    PENTACLOROFENOL

    PIRENO

    BIS (2-CLORETIL) ETER

    2,.4,.6-TRICLOROFENOL

    ACETATOFTALENO

    HEXACLOROBENZENO

    BENZO-A-PIRENO

    BIS (2-CLOROETOXI> METANO

    ND = NÃO DETECTADO

    FONTE: Referência 60

    PORCENTAGEM DE OCORRÊNCIA