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A UTILIZAÇÃO DA CERÂMICA NAS TÉCNICAS CONSTRUTIVAS EM BUSCA DA
INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
Caroline de Paiva Gonçalves¹ e Adriana de Freitas Cardoso ²
¹ Discente do Curso técnico de Design de Interiores no Conservatório Estadual de
Música Juscelino Kubitschek de Oliveira, Pouso Alegre - MG.
² Docente do Curso técnico de Design de Interiores no Conservatório Estadual de
Música Juscelino Kubitschek de Oliveira, Pouso Alegre - MG.
Conservatório Estadual de Música Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Endereço: Rua Rosa Fernandes Barreiro, nº55, bl 3, ap 23, Santa Edwiges, Pouso
Alegre – MG.
E-mail: [email protected].
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo explicar de forma teórica a eficácia do tijolo
ecológico perante a sustentabilidade nas construções brasileiras. Procurou-se
evidenciar neste artigo o valor da cerâmica vermelha para as técnicas construtivas
datadas do século XVIII até os dias atuais, no qual desde o nascimento das cidades,
a fabricação da cerâmica fez do adobe essencial na execução dos abrigos, dando
origem à técnica de alvenaria. No século XIX permitiu-se a evolução da técnica, com
a criação dos tijolos de cerâmica junto ao crescimento das cidades provocando o
aumento gradativo de sua fabricação e industrialização. Porém, na atualidade, o
resgate da técnica primária do adobe se fez necessário devido à busca por melhor
viabilidade ambiental, seguidos de melhorias em questões de durabilidade, técnica e
economia comparadas ao tijolo convencional. Deste modo o tijolo ecológico aufere
destaque por ser um dos colaboradores no desenvolvimento sustentável e
responsável socioambiental da construção civil.
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Palavras-chaves: técnicas construtivas, cerâmica vermelha, evolução,
sustentabilidade, tijolo ecológico.
INTRODUÇÃO
No Brasil, os primeiros registros do uso da cerâmica na construção civil datam
do início do século XVIII, no período colonial. Nesta época, a técnica de construir
muros e paredes, conhecida como alvenaria, utilizava o adobe (bloco de argila) e
outros elementos construtivos para a estruturação das edificações (1).
No final do período colonial com a necessidade de aprimoramento dos
elementos construtivos e a abundância da matéria-prima dos segmentos cerâmicos,
o setor de construção civil ganhou um novo aliado, o tijolo de cerâmica. A partir de
então sua fabricação tomou proporções de grande importância para o país, por dar
início à industrialização e conseguinte evolução urbana e arquitetônica das
civilizações brasileiras que é utilizado até os dias atuais (2, 3).
Porém, no final do século XX, o tijolo de cerâmica foi considerado um dos
responsáveis pela grande quantidade de resíduos gerados pela construção civil,
além da utilização extensiva de recursos naturais em sua fabricação. As indústrias
brasileiras perceberam tal responsabilidade após pesquisas sobre impactos
ambientais juntamente com o amadurecimento para o desenvolvimento sustentável
(4, 5).
Desta forma, a proposta para o desenvolvimento sustentável era reduzir o uso
de matérias-primas e produtos, e aumentar a reutilização e a reciclagem,
assegurando a existência de recursos naturais para as futuras gerações. Assim, a
criação do tijolo ecológico tornou-se uma atraente alternativa ao desenvolvimento
sustentável.
As vantagens do tijolo ecológico partem da ideia sustentável de reutilizar os
resíduos das construções e o próprio solo do terreno. Sua composição é uma
mistura de solo, cimento e água, onde a técnica de fabricação se assemelha a
técnica do adobe, utilizado no período colonial. Uma técnica que não necessita de
queima ou cozimento do tijolo, evitando assim, a emissão de gases e o uso da
madeira na queima.
Portanto, diante das evidências dos impactos ambientais da construção civil e a
busca pelo desenvolvimento sustentável, esta pesquisa pretende compartilhar
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aspectos referentes aos benefícios do tijolo ecológico comparado ao tijolo de
cerâmica.
USO DA CERÂMICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O período colonial, no século XVIII, foi a época de construção das primeiras
cidades brasileiras, com características urbanas peculiares, cuja circulação da
população era estritamente nas ruas devido a ausência de calçadas e recuos
frontais nas edificações (1).
As edificações eram construídas a partir da técnica de alvenaria que incide no
uso de elementos construtivos capazes de compor paredes e muros, sendo, o
adobe, um dos principais utilizados no século XVIII. Sua técnica de fabricação
consistia na confecção de blocos de argila de cunho artesanal, o qual eram
colocados em fôrmas de madeira e secados ao sol, e consequentemente possuíam
pouca resistência e durabilidade.
No final do período colonial, devido à abundância da argila e a necessidade de
inovação tecnológica, o setor de construção civil ganhou um novo elemento
construtivo, o tijolo de cerâmica. Devido à sua maior resistência quando comparado
ao adobe, tornou-se possível a construção de edificações maiores, assim, ele foi
importante para expansão das cidades, surgimento de novas olarias e impactou
diretamente a industrialização do setor construtivo no Brasil (2, 3).
O processo de produção dos tijolos cerâmicos se difere do adobe por diversos
fatores, sendo os principais o processo de laminação que consiste na peneiração da
argila, eliminação dos grãos e pelo processo de queima e cozimento (3).
Com o passar dos anos e a evolução das construções, os tijolos de cerâmica
ganharam grande disseminação devido às características de facilidade no manuseio
da fabricação, na execução da técnica de alvenaria, no conforto termoacústico,
facilidade no amoldamento geométrico e em sua boa resistência mecânica (3).
Porém, no final do século XX, devido ao acúmulo de resíduos gerado pelo setor
de construção civil além do uso de recursos naturais para a fabricação dos tijolos de
cerâmica, iniciou a buscar para minimizar os impactos ambientais, através do
desenvolvimento sustentável (4, 5).
Impactos ambientais na construção civil
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O impacto ambiental na construção civil possui imensa diversificação de
causas, não aludindo apenas ao setor oleiro com o processo de queima da madeira
para o cozimento dos tijolos, mas também aos materiais agregados; como o
cimento, cujo processo de calcinação é responsável por lançar grande quantidade
de CO2 na atmosfera. Além disso, pode-se citar a poluição causada pela queima de
combustíveis durante o transporte da matéria-prima e o assoreamento fluvial dos
rios devido à retirada da argila (5).
Devido o crescimento exponencial das cidades, a indústria da construção civil
se tornou o maior setor consumidor de recursos naturais e também o setor que mais
gera resíduos, o qual resulta no dobro do volume do lixo sólido urbano (7).
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) preocupado com esta
situação criou diretrizes que estabelece os procedimentos de reaproveitamento dos
resíduos gerados nas construções. As medidas foram criadas tendo em vista a
necessidade de criação de novos métodos construtivos capazes de reduzir uma
parcela dos impactos ambientais, de tal forma que colaborassem com o
desenvolvimento sustentável (5, 7).
SUSTENTABILIDADE
Com a escassez dos recursos naturais e o crescimento populacional, a
sustentabilidade tornou um assunto de grande importância na atualidade para
garantir um futuro com qualidade de vida para humanidade (8). Desta forma, é
necessário utilizar os recursos naturais de forma mais responsável, descartá-los de
forma correta, e sempre buscar reutilizá-los.
O tijolo ecológico possui características que o enquadram no modelo de
desenvolvimento sustentável. No processo de fabricação do tijolo ecológico é
possível utilizar o próprio solo que é removido do terreno durante a construção ou
reutilizar matérias-primas provenientes de sedimentos de indústrias e construções.
Os sedimentos podem ser resíduos de vidro pulverizado, resíduos lignocelulósicos
oriundos de indústrias florestais, fibra de bananeira (ou vegetais em geral) e
resíduos de granito obtidos durante a fabricação de blocos de rochas ornamentais
(7). Quando são adicionadas na cerâmica, as fibras vegetais aumentam a
resistência mecânica, auxiliam na absorção da água e no tempo de cura de
compactação do bloco (9).
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Assim, as boas características do tijolo ecológico tornaram-no uma alternativa
atrativa devido as grandes possibilidades de melhorias perante o desenvolvimento
sustentável.
O TIJOLO ECOLÓGICO
O tijolo ecológico também conhecido como tijolo modular de solo-cimento ou
bloco de terra comprimida (do inglês compressed earth block) é um bloco que
consiste da compactação de uma mistura de solo, cimento e água (Figura 1).
Figura 1. Elementos utilizados para a fabricação do tijolo ecológico (10).
Durante a fabricação do tijolo; o tipo de solo, o teor de cimento e de umidade, a
homogeneidade da mistura e a compactação são fatores que devem ser levados em
consideração, pois interferem em propriedades importantes como a resistência
mecânica, a resistência à abrasão, a impermeabilidade e a durabilidade (5).
Seu processo de fabricação é semelhante ao do adobe muito utilizado no
período colonial. Uma técnica que não necessita de queima ou cozimento do tijolo,
apenas do tempo de cura.
Uma diversidade de tamanhos e modelos de tijolo ecológico pode ser
encontrada no mercado brasileiro. Eles são elaborados para atender da melhor
forma possível a especificidade de cada projeto, bem como facilitar os serviços de
mão de obra. A Figura 2 mostra a versatilidade que o tijolo ecológico apresenta.
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Figura 2. Tipos e dimensões de tijolos ecológicos produzidos no Brasil (12).
Os furos e as canaletas permitem embutir as colunas de sustentação, a rede
elétrica e o sistema hidráulico sem a necessidade de recortes na parede (Figura 3),
além de formar câmaras termoacústicas capazes de controlar a temperatura e os
ruídos no interior da construção (8).
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Figura 3. Construção da coluna de sustentação, da rede elétrica e do sistema
hidráulico em um tijolo ecológico.
O encaixe, tipo macho e fêmea, permite um assentamento prático na
construção e economia na mão de obra. Assim, não há necessidade de
acabamentos devido ao encaixe preciso dos blocos que permitem uma superfície
extremamente plana que oferece um visual agradável e belo como mostra a Figura
4. No entanto, caso seja solicitado, eles podem receber qualquer revestimento
convencional, rebocos naturais de terra, tintas industrializadas e ainda tintas
naturais.
Figura 4. Superfície plana resultante do encaixe dos tijolos ecológicos.
Tijolo de cerâmica x Tijolo ecológico
A Tabela 1 mostra uma avaliação comparativa entre o tijolo de cerâmica e o
ecológico em relação à economia, à ecologia, à técnica e à propriedade física.
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Tabela 1. Comparação da viabilidade econômica, ecológica, técnica e propriedade física dos tijolos cerâmico e ecológico (7, 11).
Viabilidade Parâmetro Tipo de Tijolo
Cerâmica Ecológico
Econômica
Acabamento
Reboco espesso devido
às irregularidades do assentamento.
Reboco fino devido à
precisão de instalação dos tijolos propiciado pelos encaixes.
Orçamento
O reboco espesso aumenta o orçamento da obra, diante da
quantidade de material, tempo e mão de obra
Reboco fino diminui o orçamento da obra, diante da quantidade de
material, tempo e mão de obra.
Quantidade de Cimento
O cimento é aplicado por
toda superfície do tijolo, podendo haver desperdícios.
O cimento é aplicado em
filetes, com ajuda de bisnaga, sem desperdícios.
Ecológica
Fabricação Técnica de queima poluente devido o uso da madeira.
Técnica de cura do tijolo, sem queima de madeira, o que evita a emissão de
gases poluentes.
Resíduos Acúmulo de resíduos com destinação
inadequada.
Reutilização dos
resíduos da obra.
Transporte É necessário transportá-los das olarias onde são fabricados até as obras.
Não é necessário transporte, pois a
fabricação pode ser realizada no local da obra; isto reduz a
emissão de gases poluentes provenientes dos meios de transporte.
Técnica
Execução
Boa execução da alvenaria, porém demorada devido à
cortes posteriores para colocação da rede elétrica e hidráulica.
Boa execução da
alvenaria. Os furos permitem embutir as redes hidráulica e
elétrica, além das colunas de sustentação sem a necessidade de
cortes.
Fabricação
Facilidade na fabricação
devido ao formato geométrico e ao processo de queima.
Facilidade na fabricação devido ao formato
geométrico, porém seu processo de cura é mais demorado.
Propriedade Física
Resistência Mecânica
Boa resistência mecânica
Maior resistência mecânica devido à menor absorção de
água.
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Percebe-se que o tijolo ecológico possui grandes vantagens ecológicas, técnica
e econômica diante do tijolo de cerâmica, além de possuir maior resistência
mecânica. Assim, o tijolo ecológico pode reduzir os impactos causados durante a
construção e pode se tornar uma viável alternativa para um desenvolvimento com
inovação e sustentabilidade para o setor construtivo.
CONCLUSÕES
A busca por elementos construtivos capazes de diminuir o impacto ambiental
tem como objetivo elaborar alternativas para um desenvolvimento sustentável que
evitem o acúmulo de resíduos e a emissão de gases poluentes, além da redução do
consumo de recursos naturais. Portanto, como foi mostrado neste trabalho de
revisão, um dos elementos construtivos que pode se encaixar nesta ideia de
construir de forma sustentável, é o tijolo ecológico.
O tijolo ecológico se mostrou mais eficiente perante a economia, à técnica, à
ecologia e à resistência mecânica quando comparado ao tijolo de cerâmica.
Assim, o tijolo ecológico oferece perspectivas satisfatórias perante o
desenvolvimento sustentável, pois pode reduzir os problemas ambientais ocorridos
nos últimos anos do setor de construção civil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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(Curso de bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade Federal do Ceará
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sociedade, 2014.
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Bugres.
(10)ECO PRODUÇÃO. Tijolo ecológico/modular - Manual prático, vantagens
técnicas, benefícios financeiros, composição e aplicação na construção.
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(11)SANTANA, J. E. S.; CARVALHO, A. C. X.; FARIA, R. A. P. G. Tijolo
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(12)Sinergia, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 53-59, 2005.
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This research has as the objective of explaining the efficacy of the ecologic brick in
face of sustainability of the Brazilian construction. It was sought after in this article
evidencing the value of the red ceramics for the construction techniques dated from
the XVIII century up to the current days, in which since the beginning of the cities, the
manufacture of the ceramics made the adobe essential in the making of shelters,
giving origin to masonry techniques. In the XIX century, the evolution of the
technique was allowed, with the creation of ceramic bricks together with the cities
growth, resulting in the gradual growth of its manufacture and industrialization.
However in current times, the recovery of the adobe’s primary technique was needed
due to better environmental viability, followed by enhancements regarding durability,
technique and economy when compared to the traditional brick. Thus the ecologic
brick earns the highlight for being on the collaborators in the sustainable and socio
environmental development of the civil construction.
Key-words: constructive techniques, red ceramics, evolution, sustainability, ecologic
brick.
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THE UTILIZATION OF THE CERAMIC IN THE CONSTRUCTION TECHNIQUES IN
SEARCH OF INNOVATION AND SUSTAINABILITY
ABSTRACT