a mente renovada

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A Mente Renovada.

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Biblioteca Particula

Ttulo do original em ingls: The Renewed Mind Copyright 1974 by Bethany Fellowship, Inc. Traduo de Myrian Talitha Lins Quarta edio 1980 Todos os direitos reservados pela Editora Betnia S/C Caixa Postal 10 30.000 Venda Nova, MG proibida a reproduo total ou parcial sem permisso, por escrito, dos editores. Composto e impresso nas oficinas da Editora Betnia S/C Rua Padre Pedro Pinto, 2435 Belo Horizonte (Venda Nova) MG Printed in Brazil

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ndice

Primeira parte A mente renovada descansa em Deus S^ 1. As formas de santidade ^^^ 2. Os mistrios divinos 3. O segredo da santificao ^9 g^

10 20 29

Segunda parte A mente renovada enfrenta as dificuldades com a autoridade de Cristo 4. O antigo senhorio 38 5. O perdo unilateral 48

---jk Terceira parte A mente renovada paciente 6. As pequenas esperas da vida 56 9 7. As promessas e seu processo de realizao . 64 ^^ 8. Perdo e libertao 72 S Quarta parte A mente renovada aceita disciplina __ ^ 9. Dificuldades uma ferramenta divina . . . 82 ""^ 10. "Na sucata, no, Senhor; no fogo!" 89 P9 J^ Quinta parte A mente renovada ora com toda a confiana 11. O segredo da orao atendida 12. Orar em nome de Jesus

99 113 120

^ Nota biogrfica sobre o autor

PrefcioE no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao da vossa mente. Rm 12.2.

A mente renovada enxerga a vida mais em termos de parbolas do que de princpios. Naturalmente, os princpios existem, e se acham presentes nela. Eles so como o alicerce de uma construo, que se acha fora de vista, mas d base e firmeza ao edifcio. Contudo, aquilo de que a mente se apercebe, aquilo que se constitui em seu princpio operacional, muitas vezes um quadro, uma narrativa, uma figura dramtica. J vi transformaes das mais notveis ocorrerem na vida de pessoas s quais uma ilustrao vivida foi apresentada com o fito de renovar seu modo de sentir e agir. Este livro contm uma srie de ilustraes e parbolas relacionadas com a vida crist e nosso desenvolvimento espiritual. meu desejo que elas ofeream ao leitor no apenas melhor compreenso dos princpios bblicos, mas tambm alguns meios pelos quais esses princpios se transformem em realidades prticas para sua vida. Pois o objetivo da mente renovada no simplesmente um conjunto de idias novas, mas uma vida mudada.

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PRIMEIRA PARTE A Mente Renovada Descansa Totalmente em Deus

CAPITULO UM

Construa as Formas e Deus as EncherJ tentou superar um mau hbito? Geralmente acontece assim: primeiro tomamos a deliberao de abandon-lo, depois aplicamos nossa fora de vontade at o mximo. A comeamos a pensar que o problema est superado. Eis seno quando, de repente, ele aparece de novo. J lhe passaram pela cabea pensamentos e idias que, se fossem apregoados por um alto-falante, o fariam corar de vergonha? Ningum deseja tais pe*samentos, mas quanto mais lutamos contra eles. mais fortes parecem tornar-se. J aconteceu de voc pensar que comeava a se desenvolver na vida espiritual, quando subitamente se v numa situao que lhe provoca uma hostilidade que nem sabia existir em seu corao? E ento passa a conjecturar se sua carreira espiritual por acaso nao est regredindo. Experincias assim contam com um denominador comum: do testemunho de que existe um profundo hiato entre o que desejamos ser e o que devemos ser. Poderamos chamar isso de "a brecha da santidade". Em Gaiatas 5.16, o apstolo Paulo nos fornece alguns conselhos prticos e diretos sobre essa brecha. uma mensagem que pode afastar a sensao de peso que, por vezes, afeta nosso viver cristo, e instilar nde novo sentimento de contentamento, de feliz expecta10

va. de gozo, e. acima de tudo, um novo sabor de vitria. uma palavra endereada aqueles que esto cansados de ser derrotados, e desejam passar para o lado dos vencedores. a seguinte: "Andai no Esprito, e jamais satisfareis concupiscncia da carne." O Mocinho e o Vilo que H em Ns Quando tomamos o helicptero da interpretao, e nos erguemos do solo para inspecionar o terreno deste versculo, a primeira coisa que percebemos que h uma batalha sendo travada ali. uma guerra entre o "Esprito" e a "carne". a mesma guerra que sentimos explodir dentro de ns quando tentamos superar um mau hbito e no conseguimos. a luta que enfrentamos quando nos sobrevm pensamentos, idias e atitudes que nos parecem impossveis de ser controlados. o conflito que sempre ocorre em nosso interior quando nos sentimos chamados a realizar certa tarefa, mas acabamos batendo em retirada, perseguidos por dvidas e temores. Em linguagem corriqueira, diramos que a briga entre o mocinho e o vilo que existem em ns. Lutero fez o seguinte comentrio acerca desse texto: "Existem em vs dois plos contrrios, o Esprito e a carne. Deus ateia em nosso corpo um conflito e uma batalha, pois o Esprito milita contra a carne e esta contra o Esprito. No peo de vs seno que sigais o Esprito, fazendo dele vosso lder e guia, e que resistais ao outro guerreiro, a carne, pois isso tudo que podeis fazer." Santificao um Empreendimento em Cooperao com Deus A ltima parte dessa declarao de Lutero aponta uma verdade que facilmente ignorada. Nessa batalha travada entre a carne e o Esprito, importante 11

que saibamos o que devemos fazer. Mas igualmente importante sabermos o que no podemos. Este segundo fato quase que universalmente ignorado. Em Filipenses 2.12, lemos o seguinte: "Desenvolvei a vossa salvao com temor e tremor." Aqui se menciona algo que temos a fazer. No versculo 13. porm, temos isto: "Porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." Este j fala de atos que ns no podemos fazer, pois so da alada de Deus. Nosso crescimento espiritual resulta de operao conjunta entre ns e o Senhor. Qualquer tentativa nossa de tomar a nosso cargo um trabalho que no nos compete, erro to grave quanto o de negligenciar nossa parte. E mais, uma das mais astutas artimanhas do inimigo justamente levar-nos a envolvermo-nos com tais coisas, que esto completamente fora de nossa possibilidade de realizao. Desse modo, ns nos desencorajamos tanto, que, por fim, no fazemos nem o nosso dever, que est perfeitamente dentro de nossa capacidade. Vejamos qual a nossa parte e qual a de Deus nesse trabalho de cooperao. Examinemos mais duas passagens bblicas que nos fornecem maiores esclarecimentos a respeito desse assunto. Salmo 5E6-12: "Eis que te comprazes na verdade no intimo, e no recndito me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve. Faze-me ouvir jbilo e alegria... Cria em mim, Deus, um corao puro, e renova dentro em mim um esprito inabalvel. No me repulses da tua presena, nem me retires o teu Santo Esprito. Restitui-me a alegria da tua salvao, e sustenta-me com um esprito voluntrio." Nessa situao, quem o agente, e quem sofre a ao? Quem que opera "a verdade no ntimo ... no recndito"? Deus quem nos intrui. purifica, lava, cria, renova e sustenta. Qualquer mudana que deva ocorrer em nosso interior dever ser operada por Deus. 12

Vejamos agora Colossenses 3.12-14. "Revesti-vos, pois. como eleitos de Deus. santos e amados, de ternos afetos de misericrdia, de bondade, de humildade, de mansido, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso algum tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim tambm perdoai vs; acima de tudo isto, porm, esteja o amor, que o vnculo da perfeio." E neste trecho, quem o agente? Quem que se reveste de misericrdia, bondade, mansido e amor? So os eleitos de Deus; o crente. A tarefa de revestir-se um ato visvel, exterior , portanto, de responsabilidade do crente. Aqui est. ento, a distribuio de responsabilidades na obra da santificao. O crente se reveste de Cristo ato externo;' Deus opera a transformao do corao ato interno. Construa as Formas e Deixe Deus Colocar o Enchimento Pensemos por instantes nas formas de madeira que os construtores utilizam, e nas quais derramam a massa de cimento para obter as vigas de concreto. Essas armaes nos do o formato e a dimenso que a viga ter. Depois que o concreto se consolida, as tbuas de madeira so retiradas, ficando apenas o cimento firme. Elas tiveram funo temporria, ao passo que o cimento permanente. Aquelas tbuas de madeira representam o papel do crente na obra de santificao. Ele prprio no se enche de pacincia, bondade e amor. Ele simplesmente monta as formas nas quais Deus derramar a sua obra duradoura, a santidade. Suponhamos que uma senhora tenha uma vizinha que est sempre provando sua pacincia. Ela luta para se conter. Fecha bem a t a m p a do frasco onde fervilham seus sentimentos. E mesmo assim est-se

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sentindo culpada, pois no consegue conter a impacincia. "Tenho que ter pacincia com ela", fica a repetir consigo mesma, mas sem conseguir sucesso. Parece totalmente incapaz de se modificar; e, na verdade, o . A impacincia uma atitude do corao. S Deus pode mudar isso. Ento esta crente descobre a lio que estamos considerando. Compreende que no precisa esforarse para transformar sua impacincia em pacincia. Ela simplesmente tem que se revestir de pacincia. Tem que construir as formas de madeira com o formato de pacincia. Ela se dirige carpintaria do seu construtor espiritual e apanha algumas tbuas. A primeira delas chama-se ateno. Ela dever dar ateno vizinha implicante e ouvir o que ela tem a dizer. Verificar que a outra raramente a ouve. Mas isso no importa, pois no deve esperar nenhuma reciprocidade ao seu gesto; ela est apenas construindo uma forma de madeira para Deus encher com seu concreto. E dar ateno parte do trabalho. " ouvir o que ela tem a dizer; procurar conhec-la melhor, sem se preocupar com a impacincia que lhe sobrevm quando a escuta. E quando a armao estiver pronta, Deus derramar nela a sua pacincia, e a irritao que a outra provoca ser desalojada do mesmo modo que o concreto desloca o ar, ao ser derramado na forma." A segunda tbua utilizada na confeco da armao para pacincia deve ser aorao. Talvez ela nunca tenha orado pela vizinha. bom comear a implorar as bnos de Deus para ela e sua famlia. Outra tbua que caber muito bem nessa forma um gesto de bondade. certo que a vizinha nunca M oferece para fazer nada para a crente; mas r,I: importa. Essa tbua contribuir para a preparao da forma, e nela que Deus pode colocar o enchimento. Ela pode se oferecer para ficar com as crianas quando a vizinha for s compras, ou, ento, levar-lhe um presentinho. 14

A ltima tbua, que fechara a forma, a que est ali no canto, meio empoeirada, e que se chama palavras positivas. Ela no a nica pessoa das redondezas afetada pela vizinha irritante. Em qualquer reunio social do bairro, ouvem-se comentrios queixosos a respeito dela o modo como grita com o marido, como cria os filhos, etc. nesse momento que ela deve fazer um comentrio favorvel, mencionando uma qualidade verdadeira ou de uma atitude louvvel da outra. A Funo da F Agora a forma j est quase pronta. Falta apenas uma coisa as tbuas no esto ligadas entre si. possvel que tenhamos arranjado as tbuas certas, mas se no as pregarmos umas s outras, a massa de concreto escorrer, e todo o trabalho que tivemos de preparar as tbuas, dar em nada. Ospregos usados nessa armao espiritual chamam-se ((|!) Mas f em qu? F em que a forma ser utilizada. Em nossa ilustrao, ela a certeza de que o pedTiro encarregado trar a massa e a derramar na armao que preparamos. Podemos imaginar uma situao em que um marceneiro faz formas o dia todo e o pedreiro nunca vem com a massa. Entra dia sai dia, ele vai montando as estruturas, mas a massa nunca colocada nelas. Que trabalheira desnecessria! Tambm desnecessrio o esforo de quem se reveste das armaes de pacincia, amor, bondade sem crer que Deus vai ench-las e executar a obra em seu corao. Toda a obra da santificao repousa sobre a f, a certeza de que, se construirmos a forma, Deus a encher com cimento divino. As formas de madeira que os construtores usam muitas vezes so um pouco desgraciosas. uma tbua que mais longa do que as outras, ou duas delas no se encaixam bem, outra pode estar empenada ou 15

apresentar defeitos. O mesmo acontece s formai t santidade que confeccionamos. Elas servem apeaa* para dar configurao verdadeira substncia: e devemos dar a elas a melhor configurao possrxeL E quando as preparamos para Deus, confiados cai jae ele as encher, ento ele pode utiliz-las. Na boca certa, aquela feia armao exterior ter cumprido soa misso e poder ser removida. S o concreto diria* permanecer. ^ A o a isso que Paulo se refere quando diz: "Jamais satisfareis a concupiscncia da carne." (Gl 5.16.) Ele no afirma: "No tereis desejos", mas, sim. nao satisfareis. Em outras palavras: no sereis forados a permitir que os desejos tenham voz ativa. A carne provoca em ns o desejo de investir contra algum que atravessa em nosso caminho. O verso nao diz: "Voc no deve sentir isso; tal atitude horrh-d para um crente." No; ele diz: no satisfaam esse desejo; no deixem que as palavras ferinas escapem de seus lbios. No levantem o brao para agredir No levem avante o plano para ferir essa pessoa. Nc satisfaam esse desejo." Se confeccionarmos essas formas de autonegaao da carne, tendo f de que Deus as encher, o Senhor tomar sobre si a tarefa de substituir os desejos da carne pelo fruto do Esprito. um trabalho de cooperao, simples e abenoado. Ns realizamos parte exterior, que temporria; ele faz a obra interior, que permanente. Depois de tudo pronto, o que fica resultado do trabalho divino. A santificao realmente uma ogerao da graa; todavia, ns temos participao nea: nossa f faz a montagem da armao que vai receber a obra da graa de Deus, pois o Senhor no derrama sua graa onde no haja a f para apropriao. Esse , portanto, o segredo da santificao: montar a configurao exterior da santidade, com a confiana plena de que Deus colocar o enchimento. 16

A Importncia da Sinceridade Algum pode levantar a questo: "Mas ser que tal atitude no hipocrisia? Dizer uma palavra amvel sobre uma pessoa ou ter um gesto amigo para com ela quando nosso sentimento deseja o diametralmente oposto, no seria isso falsidade?" No; no . O hipcrita aquele que finge ser algo que no , mas ns no estamo-nos enganando. Perante Deus, somos absolutamente sinceros. "Senhor, tu sabes que no tenho nem um pouco de pacincia com aquele homem, mas creio que depois que preparar a forma tu colocars nela pacincia verdadeiramente divina. Se no o fizeres, todo o meu trabalho estar perdido. Pois a forma, por si s, no far brotar em meu corao nem ao menos uma gota dessa virtude. Mas estou certo de que despositars na armao a verdadeira pacincia. Tu operars em mim 'o que agradvel' diante de ti. (Hb 13.21.)" Essas formas que confeccionamos so_grepara.das para o Senfyor. e no para os outros verem. No hipocrisia dar tais demonstraes de amor como se fossem sinceras, porque ns de fato desejamos que sejam. Seria desonestidade, se dssemos a entender perante o Senhor que essas formas de expresso se constituem na verdadeira substncia. Mas enquanto reconhecermos e confessarmos que tais coisas apenas expressam a nossa disposio de deixar Deus edificar em nosso corao sua obra duradoura, no existe o perigo da falsidade. E que peso retirado de nossos ombros quando aprendemos essa lio to simples! No mais nos achamos envolvidos na tarefa desesperada (e tambm errada) de tentar fazer com que nosso corao se curve nossa vontade de fazer o que certo. "Tenha mais amor!" berramos para ns mesmos. "Seja mais amvel, entendeu? Mais bondoso! No quero ver mais nenhuma atitude hostil em voc, escutou bem?" Tudo isso posto de lado tranqila, mas firme7

mente. Toda obra a ser efetuada no corao totalmente entregue a Deus. Ns simplesmente montamos as formas de santidade e deixamos que nossa interior seja moldada de acordo com a vontade do Esprito de Deus. Pois o corao no pode submeterse nossa vontade, e nunca o far. Ele s pode ser modificado pelo Esprito Santo de Deus. Livres e Vitoriosos em Cristo Em momento algum precisamos estar dominados pelos nossos desejos e sentimentos. Ns no somos governados por sentimentos e desejos, pois andamos pela f. Cremos que, medida que ajustarmos a configurao exterior de nossa vida vontade de Deus, da melhor maneira que pudermos, o Senhor ajustar nossos desejos e sentimentos para que se harmonizem com os de Cristo. No cabe a ns suprimir nem abafar os sentimentos. Temos apenas que controlar sua expresso exterior, ao submet-los a Deus. Assim conseguimos olhar para os desejos da carne com tranqilidade de alma. pois cremos que com a entrada do concreto divino, no tempo devido, aquele desejo da carne ser desalojado, de uma vez por todas. Podemos levar um dia ou um ano para construir essa ou aquela forma. Isto no tem importncia. "O Deus da paz vos santifique em tudo... Fiel o que vos chama, o qual tambm o far.*" (1 Ts 5.23, 24.) Uma vez libertos do cativeiro dos sentimentos, estamos preparados para realizar o plano de Deus para nossa vida. Certa revista feminina publicou um artigo intitulado: "Aprendi a Amar meu Marido", em que a autora relata que cara no erro de se casar ainda bem jovem para escapar do lar conturbado. Aconteceu, porm. que, passada a primeira impresso de novidade, ela se viu amarrada a um homem a quem no amava. Algum tempo depois, veio a conhecer a mensagem 18

acerca da santificao. e resolveu agir como se amasse o marido. Dava-se ao trabalho de fazer seus pratos prediletos, e a arrumar as coisas do jeito que mais lhe agradava. Passou a dirigir-se a ele da maneira mais afvel possvel. Anos mais tarde, um de seus filhos deu um testemunho eloqente quanto ao sucesso de sua atitude. Ele disse: "Mame, todos os nossos colegas dizem que ns somos de muita sorte, pois a senhora e papai se querem tanto." Ela confeccionara a forma do amor e Deus depositara nela a substncia real. Deus tem um plano para a santificao de cada crente. Ela preparou uma srie de plantas com a seqncia certa para cada um de ns. Se mantivermos comunho com ele, ele nos mostrar os planos da forma que deseja que montemos. E medida que vamos fazendo essas armaes de santidade que ele nos revela, e gozarmos da experincia de v-las receber o enchimento divino, o verso de Efsios 2.10 se tornar realidade em nossa vida: "Pois somos feitura dele. criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemo preparou para que andssemos nelas."

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CAPITULO DOIS

Os Mistrios de DeusQuando Jesus chegou Galilia dizendo que o tempo estava cumprido e o reino de Deus estava prximo, no apresentou nenhuma novidade quele povo. Estava falando de uma esperana que j se achava profundamente arraigada no corao de cada israelita. Seus escritos sagrados e suas tradies estavam cheias de tais menes. Essa esperana permeava as vises de Daniel. Ezequiel e Zacarias; as profecias de Isaas e Jeremias. Estava presente nos reinados de Davi e Salomo, que foram um tipo da implantao do reino de Deus. Era sensvel na palavra do Senhor entregue no monte Sinai: "Vs me sereis reino de sacerdotes e nao santa" (x 19.6). Estava na bno final que o velho Jac impetrou sobre a cabea de Jud: "O cetro no se arredar de Jud, nem o basto de entre seu^ ps," (Gn 49.10.) Revelava-se na promessa feita a Abrao de que possuiria aquela terra e seria grande nao (Gn 12.1, 2). Atravs dos sculos focalizados no Velho Testamento, a idia do estabelecimento do reino de Deus na terra fora gradualmente revelada e ampliada a cada passo. Nos dias de Cristo, ela ardia, como chama, no corao de cada filho de Israel esperana de livramento, de seu restabelecimento como nao uma esperana de glria.20

A Promessa de um Reino Jesus veio para cumprir a promessa do estabelecimento de um reino. A primeira palavra dita a seu respeito, depois de gerado, foi: "Deus, o Senhor. lhe dar o trono de Davi. seu pai; ele reinar para sempre sobre a casa de Jac. e o seu reinado no ter tini." (Lc 1.32. 33.) A ltima pergunta que lhe foi feita na terra, pouco antes de sua ascenso foi: "Senhor, ser este o tempo em que restaures o reino a Israel?" (At 1.6.) Sua prpria designao de Messias ou Cristo significa "ungido", que qualificao real, lembrando os reis do Velho Testamento que eram ungidos com leo. O "reino do Filho do seu a m o r " de que Paulo fala em Colossenses 1.13 o mesmo reino de Deus, profetizado em todo o Antigo Testamento. A "esperana da glria" mencionada no verso 27 exatamente a esperana do reino, que tambm aparece tanto nos escritos do Velho como nos do Novo Testamento.

O Mistrio do Reino Esse reino traz em si um elemento de sigilo, um "mistrio", que no foi revelado s geraes antigas. Somente com o advento de Cristo, sua morte, ressurreio e ascenso, foi que Deus revelou integralmente esse aspecto misterioso de seu reino. o seguinte: "Cristo em vs, a esperana da glria" (Cl 1.27). A essncia do reino de Deus est contida em Cristo, e Cristo em ns. Cristo em ns a glria pela qual esperamos o reino. O reino de Deus no est aqui nem ali. disse Jesus. "O reino de Deus est dentro em vs." (Lc 17.21.) A Igreja tem revelado uma triste tendncia para sentimentalizar ou racionalizar esse profundo mistrio de nossa f. A afirmativa de que o reino de Deus est em ns tem sido interpretada como se indicasse que o reino so os valores morais e espirituais que 21

Jesus ensinou e que acolhemos em nosso corao atravs da instruo e pelos quais devemos nortear nossa vida. Mas precisamente isso que o reino no caso contrrio, no seria mistrio "oculto dos sculos e das geraes". Os valores morais e espirituais do reino de Deus nunca estiveram encobertos para as geraes passadas. Eles lhes foram explanados e at com riqueza de detalhes. Os ensinos de Jesus provinham, em grande parte, de citaes, a respeito do reino, feitas no Velho Testamento. O mistrio no era os valores morais que Jesus ensinou. Antes, era a seguinte verdade (nunca predita em profecia): o reino de Deus se resumiria na pessoa de Cristo e ele seria misteriosamente outorgado ao crente, pelo Esprito Santo. Qual a grande carncia de nosso viver dirio, na f crist? Por que temos sempre o desejo frustrado de uma vida santa? Por que todos se queixam dessa falta de poder? No ser por que estamos vivendo ao p do monte Sinai, tentando agradar a Deus por esforo prprio, com nossas boas intenes, ao invs de nos utilizarmos do poder de Cristo, que habita em ns? Ainda no penetramos no mistrio do reino. A Parbola do Carro da Salvao Um jovem de nome Pecador recebeu de seu Pai um belo automvel, vermelho vivo, chamado Salvao. Era novinho em folha, e o corao do rapaz se alegrou muitssimo, principalmente por tratar-se de um presente. "No fiz nada para merecer isso", pensava ele exultante. "Meu Pai mo deu espontaneamente. Eu nunca conseguiria ajuntar dinheiro suficiente para comprar um carro desses, mesmo que trabalhasse duramente, anos e anos a fio. Foi uma ddiva, pura e simplesmente uma ddiva." E se regozijava tanto com o carro novo que mudou22

o prprio nome para combinar com o do veculo de Pecador, passou a se chamar Salvo. Ele cuidava muito bem de seu automvel, lavandoo e limpando-o. diariamente. Tirou fotos dele e enviou para vrios parentes e amigos. E passava muito tempo a contempl-lo. mirando-o de todos os ngulos. Certa vez at enfiou-se debaixo para examinar-lhe a excelente estrutura. E em meio a tudo isso estava sempre testificando, no se cansando de declarar: "Foi meu Pai quem mo deu foi dom gratuito." Alguns dias depois, l estava o moo na estrada, empurrando o belo carro vermelho. Um senhor que o viu aproximou-se, e, depois de apresentar-se como o Sr. Ajudador. perguntou-lhe se poderia ser-lhe til em alguma coisa. "Ah! No, obrigado!" respondeu o moo arfando ligeiramente. "Estou conseguindo me arrumar bem. No comeo, o pra-choque me cortava um pouco as mos, principalmente em ladeiras. Mas um mecnico especializado por sinal, timo sujeito veio em meu socorro e disse-me para colocar estes batentes de espuma de borracha na parte inferior do pra-choque. Agora posso empurrar muito tempo sem ao menos calejar as mos!" O Sr. Ajudador concordou. " mesmo; a espuma de borracha realmente deve ajudar bastante." "Alm disso", retrucou o outro com grande entusiasmo, "estou utilizando uma tcnica nova, que, segundo me dizem, est sendo usada, tambm, na Inglaterra. o seguinte: apiam-se as costas no carro, flexionam-se os joelhos e depois ergue-se o veculo a um ngulo de 45 graus. Funciona maravilhosamente, sendo timo para estradas lamacentas." "". assentiu o Sr. Ajudador, "funciona sim, pois lhe proporciona uma fora de alavanca maior." " isso mesmo. O efeito de alavanca resolve o problema. E depois oferece a vantagem da variao. Afinal, a gente se cansa de empurrar sempre do mesmo jeito."23

"J andou bastante?" perguntou o Sr. Ajudador. "Ah. j. Depois que o ganhei andei mais de 300 quilmetros", acrescentou muito orgulhoso. " um belssimo carro", comentou o outro. Os olhos do moo brilharam. "Foi presente de meu Pai um dom gratuito." O homem abanou a cabea em silncio. Depois. deu uma volta ao redor do auto. espiando para c interior. "Voc deve se cansar muito, empurrando um veculo desse tamanho." "Sim. canso-me", confessou o jovem suspirando. "Entretanto, maravilhoso a gente se cansar por uma causa assim, no ? Afinal, foi presente de meu Pai. O mnimo que posso fazer empurr-lo." A essa altura sua vibrao inicial diminura consideravelmente, mas ele ainda conseguiu dar um sorriso. O Sr. Ajudador abriu a porta do lado direito do carro vermelho e perguntou: "No quer entrar e assentar-se?*' O moo retraiu-se indeciso, olhando rapidamente para dentro do automvel. Parecia-lhe certa presuno algum pensar em entrar no carro. Sabia perfeitamente que ele possua interior, mas, com certeza, se o utilizasse nunca chegaria a parte alguma. Contudo, aps alguns instantes de hesitao, comeou a pensar que talvez no fizesse mal se entrasse e se sentasse um pouco. Ele j estava mesmo parado para descansar, e aquilo no implicaria em nada, tampouco. Entrou e sentou-se. meio empertigado, quase no se atrevendo a relaxar contra o encosto do banco. O Sr. Ajudador deu volta, abriu a porta do outro lado, e entrou no carro, sentando-se ao volante. Ligou a partida, e, da a instantes, l se iam os dois. a 80 quilmetros por hora. O rapaz estava pasmado. Na verdade, o passeio era bastante agradvel e at emocionante, mas de certo modo, parecia-lhe estar cometendo um erro. Ele sabia que precisava possuir um carro vermelho, cha24

BS^ mado Salvao, para qpsegurar sua entrada nos portes do lugar a que se destinava. Mas lev-lo at l... S^ No era uma responsabilidade pessoal sua? Salvao Pela F Santificao Pela F Essa parbola retrata as condies em que vive um bom nmero de cristos. No que tange justificao, i sua posio perfeitamente correta ela dom gratuito, concedido pela graa divina. Quanto santificao. porm, dever ser alcanada pelo esforo prprio. Ns aprendemos que o Esprito Santo opera tudo em ns: no obstante, no ntimo a nossa tendncia confiar mais naquilo que ns devemos fazer para nos tornarmos santos, e no que ns devemos fazer em prol do reino. Estamos empurrando o carro com nossas prprias foras. A presena de Cristo em ns no passa de conceito mental, um elemento, que, tambm, chamamos de conscincia, e que vai-nos informando a hora de empurrar, a direo a tomar e a velocidade que imprimiremos ao carro. Todavia. Cristo no vive em ns para fazer o papel da conscincia, ficando sempre por perto para servir de "'Manual de Instrues" e dizer-nos o que fazer e o que no fazer a cada momento. Ele habita em ns _ m o objetivo de realizar, ele mesmo, em ns e atravs de ns, o beneplcito da vontade do Pai. A santificao no consiste em realizar a vontade de Deus por nossos prprios esforos, mas sim em liberar a vitalidade de Cristo, que est em ns, e ela operar essa vontade. E como se consegue isso? PelaMEm Colossenses 2.0. o apstolo Paulo diz o seguinte: "Ora, como rrcebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele." O poder de Deus manifestado em nosso favor (a propiciao feita por Cristo) foi aplicado em nossa vida s quando confiamos nele para salvao, colocando em ao a f; do mesmo modo, o poder do Cristo que est em ns pode operar somente quando exercitarmos a f. E como somos salvos pela f, assim tambm somos santificados pela f. E como a salvao25

r uma obra realizada unicamente por Cristo, assim tambm a santijicao exclusivamente operao do Senhor. Que maravilha! Que libertao! Quando ramos pecadores e nos achvamos sob condenao, fomos a Cristo e lhe dissemos: "Senhor, confesso-te meus pecados e minha total incapacidade de purificar a mim mesmo do peso da culpa. Lava-me com teu sangue, e reconcilia-me com o Pai." E ele o fez. simplesmente porque paramos de tentar justificar a ns mesmos, deixando que ele o fizesse. Ele nos salvou. Agora, sendo filhos de Deus, reconciliados com o Pai por meio do sangue de Jesus, ns podemos ir a Cristo e lhe dizer: "Senhor, eu sou fraco: estou longe de ser semelhante a ti; tenho grande necessidade de tua graa. Estou sempre pronto a criticar os outros, mas sou tardio em reconhecer minhas prprias faltas. Tambm estou desejoso de glrias humanas e busco ansiosamente minha prpria satisfao, mas produz em mim a tua semelhana." Ele o far. I que deixarmos de tentar nos santificar. permitindolhe realizar a santificao em ns, a sua vida. que existe em ns, entrar em ao. A "esperana da glria" se manifestar. Obras No Para Deus mas Para Ns Quando aprendemos essa verdade de que o profundo mistrio da f isto , que Cristo, a esperana da glria, est em nosso corao, aguardando apenas o nosso assentimento, dado pela f, para que sua vitalidade opere passamos a enxergar a questo das boas obras sob prisma inteiramente novo. Muitos crem que as boas obras so atos que praticamos para Deus, em gratido por nossa salvao. Agora, porm, acabamos de compreender que cada ato desses . apenas, mais uma oportunidade que Deus nos concede para liberarmos a vida de Cristo que h em ns. As boas obras no so aes que realizamos para Deus, mas algo que ele preparou, de antemo, para26

ns (Ef 2.10). Elas funcionam como elemento catalizador. liberando a vitalidade do Senhor existente em ns. a fim de que sejamos conformados sua imagem. O objetivo supremo de Deus no que concerne s obras no o que fazemos, mas o que nossa atuao nelas faz a nosso favor. Uma boa obra s contribui para o engrandecimento do reino se tornar-se um evento que libere a vida de Cristo em ns. Se alm disso ela resultar em benefcios para outrem, isso ter sido uma operao soberana de Deus, pela qual devemos louvloainda mais. Algum tempo atrs decidimos construir uma capela para orao, em nossa igreja. De incio surgiram diversas idias de como deveria ser e como seria utilizada, algumas das quais frontalmente opostas s outras. Mesmo numa situao simples como essa, Deus criou maravilhosas oportunidades para a vida de Cristo ser liberada em nosso meio, para nos ensinar como Jesus pode operar perfeita harmonia de entendimento e propsitos. No final, o mais importante no foi o fato "de construirmos um prdio para o Senhor, mas. antes, o de ele nos haver dado uma obra para realizarmos, por meio da qual uma faceta do carter de Cristo se comunicou a ns, em sua edificao e utilizao. Qualquer boa obra sempre uma porta para que um aspecto do carter de Cristo seja implantado em ns. Mais que um gesto nosso de reciprocidade graa de Deus. ela outra manifestao de sua graa em nosso favor. Com o tempo, essas coisas que fazemos: templos, capelas e outros prdios religiosos, passaro. E quando nos apresentarmos perante o Pai, ele no julgar nossas "obras", mas a ns, "de acordo com nossas obras", procurando ver que parcela da vida de Jesus foi formada em ns, enquanto andvamos nessas obras que ele, de antemo, preparara para ns (Ef 2.10). Isto significa tambm que no podemos escolher as coisas ao acaso e nos lanarmos ao trabalho munidos apenas de boas intenes. As obras precisam ser as que27

Deus preparou para ns. Ele prepara justamente as que melhor se adaptam nossa situao particular, am nosso grau de amadurecimento, e ao nosso f d M ministrio obras que por sua constituio forneceam o mximo de oportunidade para a vitalidade de Cristo ser liberada em ns. Esse o mistrio que estava encoberto dos scuk" e das geraes, mas que agora foi revelado a ns. seus santos, a fim de que paremos de ansiar pelo reino de Deus, e de lutar para~conquist-lo ou edific-lo nosso.j glria do reino se resume em Cristc est em ns!

CAPITULO TRS

O Segredo da SantificaoImaginemos que algum escreva um livro de dez captulos a respeito do casamento, e que nos primeiros nove captulos discorra, com riqueza de detalhes, sobre a cerimnia nupcial, e, ento, no ltimo, aborde rapidamente questes como:1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. O ajustamento entre os cnjuges O controle das finanas A criao de filhos Acertando as diferenas O relacionamento com os sogros Um planejamento para a educao escolar dos filhos Como investir para a aposentadoria Os problemas da idade madura

Qualquer pessoa que esteja casada h mais de um ano sentir logo que ele apresenta srio desequilbrio. Embora a cerimnia do casamento, em si, seja muito importante, mais importante ainda aprender a conservar a harmonia do lar. Essa mesma observao j foi feita com respeito vida crist. Embora sejam necessrios apenas 5% de informao e energia espiritual para que nos tornemos crentes, precisamos de 95% para vivermos a vida 29

crist isto , para crescermos espiritualmente e chegarmos a ser o tipo de cristos que Deus deseja qar sejamos. Entretanto, a Igreja crist, principalmente a ramo protestante, tem revelado o mesmo desequilbrio de nosso livro hipottico. Passamos 95% do tempo falando de como obter a salvao. Com base na morte de Cristo na cruz, Deus perdoa nossos pecados, considera-nos justos, e nos concede a vida eterna. A palavra que descreve tal processo justificao. a cerimnia nupcial que nos une a Jesus. Estamos sempre discutindo, analisando e pregando sobre essa grande e maravilhosa verdade (e de fato ela grande e maravilhosa). Sobre ela discorremos em, pelo menos, nove dos nossos dez captulos. Depois, ento, no final, inserimos aquele captulo que afirma: "Vivamos, portanto, uma boa vida crist. para mostrar ao Senhor como lhe somos gratos pelo dom da salvao e da vida eterna..."

Mais do que Gratido E assim que a gratido se torna a grande motivao de nossa vida. Embora haja uma parcela de verdade nisso, precisamos examinar essa questo mais acuradamente, pois corremos o risco de nos envolvermos em um processo sutil de justificao pelas obras. Se a vida crist uma "luta gerada pela gratido" como a define Kierkegaard, ento fcil cairmos no erro de querer "pagar" nossa salvao a prestaes! Salve-se agora, pague depois! Somos justificados pela f, agora, no ato, mas ficamos o resto da vida retirando os cupons do carnet da gratido, e colocando-os no livro de pagamentos. A nica diferena que h entre ns e os fariseus o conhecimento mais terico que prtico da salvao. Nosso dia-a-dia muito pouco afetado por essa grande libertao de que tanto falamos. Desse modo, estamos amarrados s boas obras, tanto quanto o esto aqueles que fazem 30

caridade com o propsito de reunir mritos para pagarem sua salvao j de uma vez. A santificao tem sentido mais amplo mais do que uma luta gerada pela gratido. uma vida que comea na f. mas no apenas isto; ela continua pela f. "Ora. como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor (isto . pela f), assim andai nele." (Cl 2.6.) justamente o fato de no prosseguirmos na f que causa tantos problemas no campo da santificao. "Tendo comeado no Esprito, estejais agora vos aperfeioando na carne?" (Gl 3.3.) Em nossas suposies acerca da santificao, fomos alm da verdade. "Depois que somos salvos", pensamos, " lgico que saberemos ter boa conduta crist." o mesmo que supor que, tendo pronunciado os votos matrimoniais no altar, logicamente os noivos sabero o que fazer para ter um casamento feliz. As estatsticas de divrcio e desquite atestam bem outra coisa. Do mesmo modo, o grande nmero de pessoas que depois de fazer sua deciso por Cristo deciso real. genuna renega essa deciso, d prova de uma triste realidade de frustrao e fracasso. O que Santificao e Como se Processa Em 1 Tessalonicenses 5.12-22, o apstolo Paulo apresenta considervel lista de atributos da santificao. 1. Acatar os que nos presidem no Senhor. 2. Ser paciente com os que esto sob nossa autoridade. 3. Fazer o bem a todos, mesmo aos que no o merecem. 4. Regozijar sempre. 5. Orar sem cessar. 6. Dar graas em quaisquer circunstncias. 7. No desprezar as profecias. 8. No apagar o Esprito. 9. Julgar todas as coisas. 10. Abster-se de toda forma de mal. 31

No deve ser muito fcil recordar tudo isso. quanto mais observar! A idia mais popular acerca da santificao a de que ela regula nossa vida e conduta, diz o que se pode e o que no se pode fazer. E o problema todo o fato de pararmos por a. Ns comeamos por apresentar a definio o que santificao e nunca passamos ao ponto mais importante que exatamente o modo como se processa. A maioria dos crentes possui certas noes do que a vida crist exige de ns. A aplicao do mandamento que diz: "Amars o teu prximo como a ti mesmo", nos manteria ocupados por bastante tempo. Mas a parte que realmente causa problemas o como. Como se consegue isso? Mas o apstolo Paulo no pra na definio. Ele prossegue e nos revela uma das maiores verdades a respeito da santificao. "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso esprito, alma e corpo, sejam conservados ntegros e irrepreensveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel o que vos chama, o qual tambm o far." (1 Ts 5.23. 24.) A est esse o segredo da santificao: o Deus da paz. ele mesmo nos santificar. Aquele que nos chama para vivermos essa vida opera tal realidade em ns. Santificar no apenas ordenana divina. Ela tambm promessa. No uma lista de deveres que o Senhor nos apresenta. uma promessa de que Deus. pelo seu Esprito Santo, operar em ns todas essas coisas. Portanto, no apenas nossa vontade que est envolvida no processo, mas nossa f tambm, nossa confiana. Quando examinamos essa relao que o apstolo nos apresenta, possvel que nos vejamos vacilando diante dos itens de nmero dois, ou trs, ou talvez do nmero sete ou do dez. Entretanto, a promessa de Deus : ele vos santificar em tudo. Ele fiel e o far. Se ns, em nossa fraqueza, estivermos desejosos de32

obedecer, ele. em sua fortaleza, cuidar para que possamos faz-lo. O Segredo: Deus Quem a Opera em Ns Esse o segredo glorioso da santificao. Os mandamentos de Deus so acompanhados pela promessa de que o mais ele far. A vida crist no se resume apenas em rol de bem intencionadas prticas religiosas uma nova atitude do corao. De acordo com a Bblia, ela implica em morte e ressurreio. Conta-se um fato interessante a respeito de Lutero. Algum bateu sua porta, certo dia, e ele foi atender. Ante a pergunta se o Dr. Martinho Lutero residia ali. respondeu: "No. Ele morreu. Quem mora aqui. agora, Cristo." Que perspectivas! Que senso de amplitude tal pensamento confere nossa experincia crist! Onde, antes, ns nos firmvamos em nossos prprios dotes, habilidades e recursos, agora, ao notarmos a boa obra que Deus coloca diante de ns, passamos a contar com os ilimitados recursos de Cristo. "Senhor, no possuo nada para confortar essa senhora que perdeu o parido, mas estou certo de que tu possuis. Tu sabes do meu defeito de ficar pensando nos erros passados. No sei como fazer para me libertar dele. Senhor, sinto que ests-me dando maior interesse pelos judeus de minha comunidade. Peo-te que abras as portas para que testemunhe no momento certo, da maneira adequada." Certo homem foi mais alm. Ele orou assim: "E se as coisas andarem mal, se eu errar o alvo, isso tambm com ele. Eu sou seu filho, um filho que fraquejou, e a questo da minha santificao tarefa dele." E realmente, ns erramos o alvo muitas vezes em nossa vida. E sempre que isto acontecer, podemos nos voltar para ele e dizer-lhe: "Aqui estou, Senhor, seu filho que fraquejou!" Isso no petulncia; demonstrar confiana total, que no d lugar ao diabo, e 33

crer que o Pai amoroso retirar esse defeito de se filho. Olhemos novamente a lista de mandamentDK seguir o bem, regozijar sempre, orar, dar graas em tudo, no apagar o Esprito, julgar todas as coisas. abster-se do mal. Agora ela j no nos parece tio difcil, porque temos idia diferente de como se chega quele ponto. A vitria no depende de ns nem das nossas prprias energias. Depende apenas de Jesus. que nos convoca a proceder assim. Ele fiel e o far. Cristo no vive em ns a fim de nos dizer o que "devemos fazer" com nossas prprias foras, mas para transformar esse pesado e difcil dever em um glorioso "assim ser". Pelo poder de sua vida em ns. assim ser. Certo homem teve que trabalhar na mesma seo em que uma senhora era conhecida por suas maneiras irritantes. Empregando toda a fora de vontade de que dispunha, ele se esforou ao mximo para ser paciente, para am-la. compreend-la e ser caridoso para com ela; o mximo que conseguiu, porm, foi uma cortesia mal disfarada. Certo dia. achando-se no fim da resistncia, ele voltou-se para o Senhor e orou: "Senhor, no consigo nem gostar dessa mulher. Se queres que eu a ame, e-nto precisars criar isso em mim." Daquele momento em diante, a situao mudou. Seus pensamentos, palavras e atos eram permeados de tal poder que a vida de sua colega foi afetada de maneira notvel. At outras pessoas comearam indagar: "Que ser que houve com ela?" Enquanto ele se esforou, com as prprias energias e recursos prprios, falhou miseravelmente. Quando, porm, se disps a enterrar sua capacidade de produzir amor e pacincia, a vida que possua em Cristo Jesus entrou em atividade. Jesus disse: "Se o gro de trigo, caindo na terra, no morrer, fica ele s; mas se morrer, produz muito fruto." (Jo 12.24.) O segredo de uma vida crist produtiva no fazer, morrer morrer para todo34

tipo de esforo prprio, a fim de que a vida de Cristo seja liberada em ns. Aqui est, portanto, o segredo da santificao. Realmente ele implica em gratido, mas mais do que isso. Tal viso transforma a vida crist em empolgante aventura, e ela deixa de ser dever. Cada dia ao despertarmo-nos. devemos dizer: "Senhor, que tens para mim hoje?" No digamos: "O que vou fazer para o Senhor?" mas: "O que ele vai fazer comigo?" 0 Deus de toda a graa, meu corao Irs de tal forma modelar At que sejas santificado em mim; At que os cus eu possa contemplar Onde cante, em doces melodias: Santo, santo, santo s Senhor!

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A Mente Renovada Enfrenta as Dificuldades na Autoridade. de Cristo

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CAPITULO

QUATRO

O Antigo SenhorioVamos imaginar que residimos num apartamento, sob contrato e domnio de um senhorio que torna terrivelmente amargurada a nossa vida. Cobra aluguel exorbitante e, se atrasamos o pagamento, nos empresta dinheiro a juros altssimos, para aumentar ainda mais nossa dvida com ele. Invade a morada a qualquer hora do dia ou da noite, convulsiona tudo, e depois exige mais dinheiro, pela no manuteno do local conforme o contrato. Nossa existncia atribulada e infeliz. Certo dia, aparece ali uma Pessoa, e nos comunica o seguinte: "Agora eu sou o dono deste prdio. Adquiri-o do antigo dono. Voc pode viver aqui quanto tempo desejar, totalmente de graa o aluguel j est todo pago. Eu vou morar com voc aqui no prdio; ocuparei o apartamento do administrador." Que satisfao! Agora estamos salvos! Estamos livres das penas impostas pelo antigo senhorio! Mas o que acontece? Mal comeamos a nos regozijar pela recm-adquirida liberdade, quando ouvimos batidas na porta. Abrimos, e ali est ele. o antigo senhorio mau, carrancudo e mais exigente do que nunca. Veio buscar o aluguel, informa ele. O que fazemos? Pagamos? Lgico que no. Damos um passo a frente, e batemos-lhe no rosto? No! Ele mais forte do que ns. 38

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Tudo que temos a fazer dizer-lhe: "Voc ter que resolver isso com o novo senhorio." Ele vai querer berrar, ameaar e talvez at chegue a nos adular. S temos que repetir: "Resolva com o novo senhorio!" E se ele voltar com toda sorte de ameaas e argumentaes, apresentando-nos papis de cobrana, aparentemente corretos, ns s podemos dizer: "Resolva a questo com o novo dono." Por fim, ele ter que fazer o que dissemos. Ele sabe disso. Apenas tem esperanp de poder nos enganar e intimidar, tentando inculcar dvidas em ns. procurando nos convencer de que o novo senhorio no tomar a questo a si. Isso uma descrio da situao do crente. Cristo nos liberta do poder do pecado e do diabo, verdade. Entretanto, podemos estar certos de uma coisa: o antigo senhorio voltar a nos importunar. E qual nossa arma de defesa? Como impediremos que ele vibre o chicote novamente contra ns? Mandando-o tratar do assunto com o novo senhorio, dizendo-lhe que se entenda com o Senhor Jesus. Palavra de Testemunho Descobri essa verdade, certo dia, quando aparava a gTama do jardim. No mesmo instante, compreendi as suas implicaes: se Cristo me libertou, ento eu realmente estou livre! No sou mais obrigado a acolher toda e qualquer impresso negativa que me bata porta da mente. No tenho que permitir a entrada daquele senhorio que me invade a casa, querendo assustar-me com antigas contas. Ento, num ato consciente, reivindiquei minha libertao em Cristo, e passei a aguardar os resultados. Foi como eu pensara. O antigo senhorio retornou, batendo-me porta. Veio-me em forma de pensamento: "Quando se iniciarem as atividades do outono da igreja, voc no vai ter tempo para meditao e Io. Vai ficar muito atarefado." Imediatamente percebi que no se tratava de pensamento originaria39

mente meu. mas de uma dvida que tentava se infiltrar em minha mente, buscando aceitao de minha parte, para depois pendurar uma espada sobre minha cabea. Era o antigo senhorio, querendo cobrar uma conta velha que se chamava "Preocupao". "Voc vai ter que tratar disso com Jesus", disselhe. O inimigo passou a enumerar outros detalhes, informando-me de como minha agenda iria ficar cheia. Novamente eu lhe disse: " verdade, mas decida isso com Jesus, faz o favor." No foi sem relutncia que ele me deixou. Sabia que eu tinha razo. "Lanando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vs." (f Pe 5.7.) Sua ausncia foi curta; minutos depois estava de volta. "Escute, quero conversar com voc sobre aquelas pessoas que esto espalhando boatos a seu respeito", disse com um sorriso melfluo. Era a imagem da solicitude. Mas notei que ele escondia atrs de si uma grande conta denominada "Autopiedade". "Entenda-se com Jesus", respondi. "Aquelas pessoas vo lhe causar srios problemas", prosseguiu ele com voz ligeiramente apreensiva. Vi que tinha escondida atrs de si uma outra conta. Chamava-se "Medo". A resposta foi a mesma: "Resolva isso com Jesus!" desse modo que enfrento as tentaes agora. No com fora de vontade, nem de carter. Tambm no procuro tomar novas resolues. Utilizo apenas uma frase: "Entenda-se com Jesus." O velho senhorio deve ter retornado umas duzentas vezes, enquanto eu aparava a grama. Nunca percebera antes como nossa mente pode se tornar frtil campo de ao para Satans. Mas desta vez eu sabia que o que temos a fazer negar-lhe acolhida (o que tambm o segredo da vitria). Cristo verdadeiramente j nos libertou. Quando esses pensamentos se apresentam nossa porta pedindo entrada, ns podemos, calmamente, transferi-los para Jesus.40

No discuta com eles isso constitui-se numa permisso para que tomem p. (Foi esse exatamente o erro de Eva entahular conversa com o tentador.) Antes mesmo que a palestra possa ter chance de prosseguir, diga. firme e contiadamente: "Resolva isso com Jesus." Quatro Sugestes Prticas (Y) No permitamos que nossas emoes nos iludam As emoes so uma das armas mais perigosas de que se utiliza o antigo senhorio. Quando ele nos acena com as contas velhas, muitos dos antigos sentimentos que abrigvamos antes de Cristo nos libertar temores, dvidas, culpa, desejo, preocupaes, desespero, etc. so reativados e se fazem sentir de maneira intensa. No os temamos. Tudo o que temos a fazer ignor-los. e dizer: "Resolva o caso com Jesus." Talvez isso exija persistncia, mas mais cedo ou mais tarde, o tentador nos deixar. Ter que se retirar. Ns clamamos pelo nome do Todo-Poderoso. A libertao operada por Cristo como extirpar uma erva daninha, que arrancada pelas razes. Na terra, ainda ficam as cavidades, no ponto do terreno de onde as razes foram retiradas. Essas cavidades no so preenchidas imediatamente. O que faz o inimigo ento? Ele se serve disso para introduzir pensamentos seus em nossa mente. Ele os coloca exatamente ali, no vazio deixado pela raiz, justamente no lugar onde as lembranas podem ser reativadas facilmente, onde as emoes que acompanhavam o mal ainda esto expostas e como que em carne viva. Uma vez reativadas as recordaes, os sentimentos se exaltam. Nesse instante, nossa f est diante de outra prova. Iremos confiar na Palavra de Deus e suas promessas, a despeito de nossos pensamentos e emoes? Lembremo-nos de uma verdade simples: os sentimentos tm que se submeter f. O antigo senhorio no ficar para sempre, e depois que ele se for, nossas emoes se aplacaro. 41

2) No desanimemos se a tentao se repetir ou for freqente. A insistncia outra das armas prediletas do antigo senhorio. possvel lhe resistirmos uma. duas, trs, quatro vezes, e depois nos cansarmos. Ele nos convence de que ainda nos achamos sujeitos ao seu domnio. Ento, abrimos a porta e permitimos que ele entre. Se um pensamento nos ocorre cem vezes no mesmo dia, nas cem vezes devemos, tranqila e firmemente, transferir o assunto para Jesus. Depois, regozijemo-nos. Sim, regozijemo-nos, pois nosso antigo dominador no nos pode importunar uma s vez alm daquelas que Deus consentir. No livro de J vemos exatamente isso. Antes de Satans comear qualquer ao contra J, primeiro teve que conseguir permisso do Senhor. E Deus concede que o antigo dono volte a nos incomodar, pois dessa forma que nossa f fortalecida. Cada vez que encaminhamos o tentador a Jesus, nossa f no Libertador fortalecida. Portanto, se ele nos bater ruidosamente porta, e vociferar, e retornar centenas de vezes, milhares de vezes, regozijemo-nos, pois se a cada embate ns o enviarmos a Jesus, nossa f e confiana no Salvador estaro sendo consolidadas. No pensemos que essa atitude exige fora de vontade sobre-humana. Essa maneira de se obter vitria em Jesus no se baseia absolutamente na fora de vontade, mas na $ {f/ na realidade e na autoridade de Cristo. Vejamos mais uma vez nossa ilustrao. Suponhamos que o antigo senhorio venha bater porta no momento em que os pais estejam fora, s compras. Em casa acha-se apenas a filhinha de cinco anos. Arrogante, ele reitera suas habituais ameaas e exigncias. A criana no possui capacidade alguma em si mesma. Ela tem apenas cinco anos, mas est instruda para enfrent-lo; sabe qual a verdadeira situao. Sem fazer uso de qualquer energia prpria, mas apelando unicamente para a autoridade de nosso 42

Senhor, ela lhe diz. com toda calma: "Voc ter que resolver a questo com o novo dono." E ela o faz sem temores, sem gritos, sem lutas, sem "fora de vontade", somente com f e confiana numa autoridade que indiscutvel. o que possumos em Cristo uma autoridade incontestvel. "Toda autoridade me foi dada no cu e na terra." (Mt 28.18.) 4 brvviemos ao mximo nossos contatos com o inimigo. Demos-lhe a entender que temos coisas mais importantes a fazer. Podemos, por exemplo, nos dirigir a Jesus em adorao e louvor, cantando um hino. Essa atitude tambm nos resguarda de perigo de tornarmos a prtica de transferir o caso para Jesus, em espcie de regra, uma ao rotineira que seguimos com certo sucesso, mas que realmente no nos edifica em nosso relacionamento com o Senhor. Imaginemos um exemplo de um homem que tem o hbito de ceder luxria. Ele no pode sentar-se ao balco da lanchonete sem que lance garonete um olhar lascivo. Nunca passa pela banca de revistas sem que pare e corra os olhos em publicao de contedo pornogrfico. Mesmo em seu relacionamento com a esposa motivado mais pela luxria do que pelo amor. Ento ele se converte; recebe a vida de Jesus em seu corao e aprende que no pode continuar agindo daquele modo. Entretanto, desconhece a possibilidade de libertao em Cristo, e passa a aplicar a lei em sua vida. Tenta "conter" o desejo da carne, usando fora de vontade e determinao. Algumas vezes ele consegue, mas a verdade que fracassa em muitas ocasies. Alm disso, nas poucas vezes que obtm vitria ele no est ligado a Cristo pelo amor. Ao contrrio, comea rebelar-se interiormente contra essa vida to penosa qual o Senhor o chama, e passa a condescender em permitir-se um pouco de luxria, vez por outra. I r a dia. ele toma conhecimento dessa libertao, e se apropria dela. Mais tarde, quando passa junto 43

banca de jornais e v uma revista pornogrfica, ele no luta contra a tentao. No mais trinca os dentes em determinao, e reage investida inimiga, repetindo para si mesmo: "No cederei ao desejo; no cederei ao desejo: no cederei ao desejo." O mal a que resistimos assim, torna-se ainda mais forte. "A fora do pecado a lei." (1 Co 15.56.) Quanto mais ele invoca a lei contra seu desejo, mais poderoso fica o pecado. Ele j experimentou agir desta forma antes e falhou. A verdadeira libertao vem de rumo bem diferente. Ao ver a revista, admite para si mesmo que se trata de um caso de tentao. Imediatamente, ele se coloca na posio de absoluta segurana em Cristo, atravs de um ato consciente de adorao. Desvia os olhos da fonte da tentao, e comea a louvar a Jesus. Pode ser um hino entoado meia voz ou em pensamento, mas est adorando seu maravilhoso Libertador. Tambm no o faz em esprito de temor, como se a luxria pudesse a qualquer momento arrombar a porta. (Ele j a mandou para Cristo, e ela tem que ir.) Ele louva ao Senhor com esprito confiante, sabendo que Jesus j derrotou aquele desejo. E sua autoridade no pode ser contestada. No momento em que aquele homem identifica-se com Jesus atravs do ato consciente de adorao, a tentao recua. No foi a lei quem o livrou. Ele simplesmente submeteu tudo a Cristo, atravs da prtica do louvor. Outra coisa que podemos fazer pr em prtica um plano de intercesso previamente preparado. Certa pessoa comeou a ser assediada por pensamentos blasfemos. Lutou contra eles com todas as foras, mas sem resultado. Ento descobriu outro modo de solucionar o problema. Toda vez que as idias lhe batiam porta, comeava a orar por um primo que era missionrio na China. No demorou muito e o antigo senhorio parou de cobrar-lhe a conta das blasfmias, pois viu que cada vez que o fazia, apenas conseguia ativar intercesso em favor da China.44

Outra maneira de nos livrarmos de uma conversa com o inimigo entregarmo-nos a alguma tarefa de rotina. Muitos de seus planos j foram frustrados por boa dose de trabalho na horta, ou em pequenos reparos caseiros. bom lembrarmos, a esta altura, que de fato o antigo senhorio, s vezes, nos diz a verdade. Algumas dessas contas esto realmente vencidas preocupao, dio. lascvia, preguia mas no isso que importa. O importante mesmo que agora Jesus quem cuida delas. Elas devem ser levadas a ele para a cobrana. Ele pagou nosso dbido e nos libertou. K Os Princpios Bblicos

Esse modo de enfrentar o inimigo baseado em princpios bblicos perfeitamente vlidos. 1. "Porque o pecado no ter domnio sobre vs: pois no estais debaixo da lei, e, sim. da graa." (Rm 0.14.) Ser que isso quer dizer que nossa vida se torna desordenada e desregrada? "De modo nenhum!" diz Paulo. Viver pela graa no significa agir de modo contrrio lei. Significa que agora estamos sob novo regime, na batalha contra o pecado. Uma das principais responsabilidades do governo de uma nao evitar que seus cidados caiam sob o domnio de pas estrangeiro. Q u a n d o estamos sob o regime da lei e o pecado monta um cerco de tantaes ao nosso redor, passamos a contra-atac-lo com u m a srie de proibies: "No fars isso", "No fars aquilo", e t c . que atiramos contra ele com toda nossa tora. Todavia, logo nos cansamos. Como a resistncia do pecado superior nossa, ele acaba por nos derrotar. Q u a n d o Deus nos transfere do regime da lei para o da gTaa. no precisamos da lei para nos defender contra as investidas da tentao. Nosso regime atual conta com armamentos mais sofisticados. No mais usamos as armas da lei. que exigem o emprego de 45

todas as nossas energias e de nossa fora de vontade, mas as da graa, que so acionadas por Cristo. Depois que aprendemos a recorrer ao poder do Senhor, o pecado no tem mais domnio sobre ns. 2. "E no vos conformeis com este sculo, mas transformai-vos pela renovao da vossa mente. " (Rrr. 12.2.) A mente que est conformada a este sculo continuamente paga tributos ao antigo senhorio. A mente renovada deposita sua f, esperana, confiana e amor em Jesus. Ela leva "cativo todo pensamento obedincia de Cristo*' (2 Co 10.5). Ento, as palavras mais constantes em nossa boca sero: "Transfira isso para o Senhor" e "Glria seja a ti. Senhor!" E levando essa vida de f que somos moldados imagem de nosso Salvador. Portanto, se o antigo senhorio aparecer e nos qualificar de terrveis pecadores, ns simplesmente responderemos: "Diga isso a Jesus." Se mais tarde ele retorna e procura reavivar velhos sentimentos de dio, amargura e desespero, novamente lhe diremos: "Transfira para Jesus." Se sussurra ao nosso ouvido que realizamos um trabalho maravilhoso, e comea a incensar nosso ego. retrucamos com as mesmas palavras: "Diga para Jesus." E se ele se apresentar com o chicote da lei. dizendo: "Tens que ser mais amvel, mais paciente e mais honesto", lembremo-nos de que Cristo tambm o fim da lei. Desta vez lhe responderemos: "Apresente isso a Jesus. Qualquer boa obra que deva ser realizada em mim, ser feita atravs do Esprito Santo, e no da lei." E em todos esses embates, nos voltaremos para Jesus em louvor e adorao. 3. "Ora. como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor. assim andai nele." (Cl 2.6.) A f com que recebemos Jesus em nosso corao a mesma pela qual vivemos. Ele todo-poderoso. Ele o "Alfa e o Omega, o princpio e o fim". Quando nos 46

levantamos de manh, os cuidados do dia logo se acumulam sobre ns. Transfiramo-los para Jesus. Durante o dia. as tentaes, frustraes e problemas nos assaltam: tomemo-los, um por um, e entreguemolos ao Senhor. Assim, nossa luta espiritual se transforma num contnuo desfrutar da presena de Cristo. Ele nosso Libertador e, ao mesmo tempo, nossa fortaleza de defesa. Ser que algum tem dvidas de que tal vida de f e vitrias seja possvel? Est o leitor encontrando, em si. uma ponta de dvida que objeta: "Talvez seja verdade, mas no para mim"? Transfira essa dvida para Jesus e ver.

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CAPTULO CINCO

O Perdo UnilateralPelo que sabemos atravs da Bblia, ningum jamais chegou a Jesus e lhe pediu perdo. Fala-se muito nesse assunto, porm, Jesus, que a prpria origem dessa graa, nunca ouviu, de quem quer que fosse, uma palavra assim: "Senhor, perdoa-me!" Todavia, ele perdoou a muitos, e f-lo de forma especial outorgou perdo unilateral. Unilateral significa de um lado, de uma parte. Portanto, o perdo unilateral existe apenas para uma das partes; o perdo concedido pelo ofendido sem interveno do ofensor. perdo no solicitado pelo ofensor, que s vezes nem sabe que precisa dele. A parte ofendida toma a iniciativa do gesto, e indulta a quem o ofendeu, sem esperar que o outro lhe pea isso. , Certa vez, quatro judeus levaram a Jesus um amigo paraltico. O Mestre fitou o enfermo, e, antes que os outros dissessem qualquer palavra, ele exclamou: "Filho, esto perdoados os teus pecados" (Mt 9.2). O homem no fizera qualquer pedido nesse sentido. Jesus o perdoou espontaneamente. Foi perdo unilateral. De outra feita, o Senhor se encontrava em casa de Simo, o fariseu, quando entrou ali uma mulher, que tinha reputao de pecadora; aproximou-se dele. e lavou-lhe os ps com lgrimas, passando a enxug-los com os cabelos. Jesus lhe disse: "Perdoados so os 48

teus pecados." Ela no pediu a Cristo perdo de seus erros, mas Jesus lho concedeu. Nesse caso, tambm, foi perdo unilateral. Jesus Deu o Mesmo Poder Igreja Aps a ressurreio, Jesus foi ao encontro de seus discpulos, e lhes disse: "Assim como o Pai me enviou, eu tambm vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles. e disse-lhes: Recebei o Esprito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, so-lhes perdoados; selhos retiverdes, so retidos" (Jo 20.21-23). A iniciativa agora pertencia a eles tambm, mas tambm seria perdo unilateral. E esse o maior dom que Cristo deixou Igreja. Era seu intento que tal prtica fosse contnua. Quando o Corpo de Cristo a observa, toma-se imbatvel. Sempre que deixa de faz-lo, a Igreja dividida, derrotada: um espetculo vergonhoso perante homens e anjos. Todos conhecemos bem como os profetas encaravam o pecado. Eles sempe citavam pecados, especficos, conclamando o povo ao arrependimento. Foi assim que agiu o profeta Nata, quando foi falar com Davi a respeito do adultrio com Bate-Seba. Ele disse ao rei: "Tu s o homem!" E o resultado foi que Davi experimentou profundo arrependimento, que ficou registrado no Salmo 51. "Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que mal perante os teus olhos" (v. 4). Esse modo de conscientizao do pecado conhecido de todos ns, pois em certas ocasies da vida sofremos seu impacto. uma situao que pode ser gerada pela leitura da Bblia, ou por um sermo ouvido, uma publicao religiosa lida, um programa de rdio, ou uma palavra sbia de amigo. Somos levados ao arrependimento pela mensagem divina que aponta diretamente para um pecado que cometemos. Mas existe o outro lado da moeda, o perdo unilateral, que procede espontaneamente da pessoa que perdoa. O pecado no apenas o mal que atrai sobre ns a culpa do erro. Ele se manifesta, tambm, 49

como um poder. E h pessoas que se acham to subjugadas por ele, que no podem se apropriar do perdo divino. por isso que o perdo unilateral to necessrio vida da Igreja. O telogo suo, Karl Barth, afirmou que o pecado s nos abrasa a conscincia depois que exposto ardente luz do perdo. Ns nos acostumamos a seguir uma seqncia de passos para o perdo: 1) convico de pecados, 2) arrependimento e 3) perdo. Mas isso pode ocorrer na ordem inversa: 1) perdo unilateral. 2) arrependimento e 3) purificao. No livro de Efsios, Paulo nos diz o seguinte: "Longe de vs toda a amargura, e clera, e ira. e gritaria, e blasfmias, e bem assim toda a malcia. Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como tambm Deus em Cristo vos perdoou." (Ef 4.31, 32.) E como foi que Deus nos perdoou em Cristo? "Mas Deus prova o seu prprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por ns, sendo ns ainda pecadores." (Rm 5.8.) O ato de perdo precedeu o arrependimento. O amor e o perdo divinos so como uma luz que penetra nossas trevas e revela nossa carncia. O Velho Testamento contm um belssimo tipo dessa verdade. No dia da expiao, dois bodes eram levados ao sacerdote; o primeiro seria sacrificado: seria imolado e o sangue aspergido sobre o altar, como expiao pelo pecado. Depois, concedido o perdo, o sumo sacerdote impunha as mos sobre o outro bode. bode emissrio, e confessava todos os pecados do povo sobre a cabea do animal. Isso feito, o bode era conduzido ao deserto, levando em si todos os pecados. j perdoados. A confisso tinha o efeito de afastar as iniqidades, e seguia-se ao perdo. As igrejas onde se pratica o perdo unilateral, tanto de uns para com outros membros, bem como para seus perseguidores, tornaram-se invencveis. Essa vitria pelo perdo unilateral tambm foi obtida pela conhecida serva de Deus, Corrie ten Boom, que esteve aprisionada num campo de concen50

trao dos alemes, durante a Segunda Guerra. Dez anos depois de tudo o que sofreu, ela se encontrou frente a frente com uma ex-enfermeira do alojamento onde ela e sua irm Betsie haviam estado. A irm estivera muito doente, e sofrer brutalidades daquela .nulher. a prpria Corrie quem nos conta: "No momento em que a reconheci, o dio penetrou em meu corao. Eu pensara haver superado tal sentimento, mas agora, ao contemplar aquela pessoa, aps todos aqueles anos, senti grande amargura no corao. Envergonhada, confessei minha falta ao Senhor, e orei: "Perdoa-me, Senhor Jesus, esse dio. Ensiname amar meus inimigos." E ela continua seu relato dizendo que orou pela mulher, e. por fim, telefonou convidando-a para um culto. E conclui: "Ela veio reunio, e ficou o tempo todo ouvindo atentamente, e fitando-me nos olhos. Percebi que ela escutou com o corao. Aps o encerramento, abri a Bblia e expus-lhe o plano da salvao, complementando com o verso de 1 Joo 4.9: "Nisto se manifestou o amor de Deus em ns, em haver Deus enviado o seu Filho unignito ao mundo, para vivermos por meio dele.' E ela tomou a grande deciso que causa regozijo at entre os anjos. E no apenas o meu dio se acabou, mas tambm pude levar a luz para o seu corao em trevas, tornando-me um canal para os rios de gua viva." O mundo nunca poder derrotar a Igreja, nem o podero as potestades do inferno. O nico mal que pode prejudic-la sua prpria relutncia em conceder perdo. Ela tem que exercitar este dom, de que o prprio Cristo deu exemplo. Na morte de Estvo, o primeiro mrtir do cristianismo, vemos que ele concedeu perdo unilateral aos seus algozes. "Eis que vejo os cus abertos e o Filho do homem em p destra de Deus... Senhor, no lhes imputes este pecado." O livro de Hebreus nos informa de que Jesus assentou-se mo direita de Deus (1.3). No entanto, quando Estvo o viu, ele estava de p. David du Plessis explica o fato da seguinte maneira: 51

"Jesus se ergueu para honrar Estvo e sua palavra de perdo perdo unilateral." Imaginemos o Senhor, de p, olhando pelas janelas do cu, e dizendo: "A quem que meu servo est perdoando? Preciso ver quem esse homem e olhar por ele." E o fez. Ele distinguiu o prprio chefe do bando, Saulo de Tarso. Foi ao seu encontro na estrada de Damasco e o salvou. Isso aconteceu por causa do perdo, unilateral de Estvo, que proporcionou a Saulo um encontro com Cristo. E que encontro! Quantas bnos resultaram dele! Esse poder Jesus outorgou Igreja. Perdo Unilateral o Segredo de Recebermos o Perdo O recebimento do perdo depende do perdo aos outros. "Perdoai, e sereis perdoados" (Lc 6.37). Quando perdoamos queles que nos ofendem. Deus nos pode perdoar. "Se tendes alguma cousa contra algum, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas." (Mc 11.25.) Se no concedermos o perdo unilateral queles que nos causam males, estaremos atando as mos de Deus. Ele no nos poder perdoar. No parece muito natural proceder dessa forma, perdoando a pessoa que cometeu um erro e nele permanece. A tendncia do homem exigir justia. Bem, se o ofensor vier a ns arrependido, ento o perdoaremos, e at nos sentiremos orgulhosos de nossa grandeza de alma. Mas perdoar unilateralmente, como fez Jesus, antes mesmo que seus inimigos pensassem em pedir perdo, bem, isso j outra coisa. A escritora Mary Welch, com seu notvel discernimento a respeito das experincias do amor e do perdo, conta em seu livro, The Golden Key (A chave de ouro), a histria de uma mulher que fora severamente difamada por alguns membros da igreja, que gozavam de enorme influncia na comunidade. "Eles haviam taxado de "mal" o bem que ela fazia. E 52

durante sete anos, ela no conseguiu nem orar, nem ler a Bblia. Odiava toda a comunidade pelo que lhe haviam feito-for fim entregou-se bebida." Todo esse tempo, ela estava disposta a perdo-los, mas cometeu um grande erro. "Pensava", prossegue Mary. "que o perdo s podia ser dado aps a devida confisso e pedido de desculpas por parte dos implicados. E ficou aguardando, sofrendo e odiando, na esperana de que pelo menos um daqueles irmos viesse confessar-lhe que havia confundido ou interpretado mal as coisas, para depois perdo-los e libertarse do pesado fardo de dio e amargura que carregava. Mas ningum apareceu..." Por fim. seguindo sbia orientao, ela tomou, pela f, a grande deciso de perdoar a todos. Primeiro, desenhou um mapa do lugar e depois, em pensamento, foi a todos os seus recantos, retirando a condenao feita, substituindo-a por bno e dando graas a Deus por tudo que as pessoas haviam feito a seu favor ou contra ela. "Assim, ao libertar aqueles que havia aprisionado no dio. ela encontrou a prpria liberdade; encontrou a vida. ao permitir que Deus operasse na vida de cada pessoa que. por sua condenao ela encarcerara, em represlia pela difamao. Pelo que sei, at hoje, nenhuma delas a procurou para confessar o erro e se desculpar. Tambm ela no disse a nenhum deles que os perdoara, evitando, desse modo, um clima de constrangimento. Mas toda a cidade a ama e lhe consagTa profunda dedicao." No nos arvoremos em juizes de ningum. Deus no nos nomeou juizes uns dos outros, mas deu-nos o dever de perdoar. "Se vs, porm, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que no sejais mutuamente destrudos", diz Paulo aos gaiatas, no captulo 3. verso 15 de sua carta. Se examinarmos cada problema e cada ciso havida na Igreja, atravs da Histria, veremos que a causa foi sempre a obstinao em no perdoar. Por outro lado, nos seguimentos da Igreja onde testemu53

nhamos a presena de poder espiritual, encontraremos crentes que aprenderam a verdade acerca do perdo que independe da atitude do o|gnsor. e que expresso unilateral do amor de Cristo. Algum pode pensar que tal ensino anule o conceito da responsabilidade pessoal de cada um. O que isso realmente faz abrir caminho para que Deus opere no corao da pessoa. Quanto a ns, no sabemos se o outro recebeu o perdo, se o aceitou e se apropriou dele, prosseguindo depois em sua carreira crist. Nossa parte simplesmente perdoar com toda liberalidade, sem esperar o pedido de desculpas. Pense em algum contra o qual voc tem queixa. No considere agora se a pessoa merece ou no ser perdoada. Pense em si mesmo como instrumento de perdo, como se fosse um refletor de luz. projetando a energia do perdo. Aqueles a quem perdoamos, em nome de Jesus e na sua autoridade, esto perdoados. A fora do pecado que paira sobre sua cabea ser desfeita como conseqncia desse nosso ato de f. desse indulto concedido em lugar da condenao, dessa bno que toma o lugar da maldio. Isso no quer dizer absolutamente que os culpados no precisem ser julgados. Precisam. Mas tal julgamento no pertence a ns, mas a Deus. O Senhor no nos investiu com poderes de juiz, mas de perdoadores. Ele colocou em nossas mos poder maior que o da fisso atmica o poder do perdo unilateral. O exerccio de tal poder resulta em mudanas drsticas que perduram por toda a eternidade.

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Ef3

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TERCEIRA PARTE A Mente Renovada Paciente

CAPTULO SEIS

As Pequenas Esperas da VidaUm pouco, e no mais me vereis; outra vez um pouco, e ver-me-eis. (Jo 16.16.) "O que ser que ele quer dizer com esse "um pouco' e no mais o veremos, e outra vez um pouco e v-lo-emos de novo?" indagavam os discpulos. Aps a crucificao de Jesus eles se viram mergulhados em nuvem de temor e desespero. Reuniam-se a portas fechadas, receando que o mal que sob: ao Senhor se erguesse novamente e atacasse a eles que haviam sido seus seguidores. E em meio a todo aquele pavor, esqueceram-se da profecia de Cristo, de que no terceiro dia ele ressuscitaria. Abatidos pela dor. no se lembravam de que um pouco mais e eles o veriam outra vez. Mas apesar de sua angstia, a verdade era que Deus estava operando. Ele havia feito um plano e era mister execut-lo. Havia um objetivo a ser alcanado no lapso de tempo que decorria entre sua morte e o momento em que o veriam de novo. A Senha : Deus Est Operando Durante aquele doloroso perodo de espera. Deus estava operando de modo maravilhoso. Derrotava os principados e potestades que conservavam o homem em priso. Estava assentando as bases da salvao que seria conhecida em todo o mundo. Era um momento de espera, uma hora de dores, mas Deus atuava. 56

Deus tinha um propsito para os discpulos naquela fase: desejava realizar uma obra em suas vidas. Queria que eles se apropriassem da promessa feita por Cristo de que os veria novamente, e vivessem pela f, embora no o vissem pessoalmente. Portanto, era duplo o seu objetivo naquilo tudo: ele punha em ao o plano, em sua prpria esfera de atividades ao mesmo tempo que a f e a confiana dos discpulos eram edificadas. Todo cristo experimenta esses perodos de pausa em sua vida. So ocasies em que lhes parece que Deus quase se afastou deles, e nas quais tm que suster-se pela f, at que o Senhor ressurja. O modo como encararmos esses intervalos sombrios determinar se a resultante ser positiva ou negativa. Tudo depende de nossa atitude: ou ns entendemos seu significado, ou, apenas, nos sujeitamos s circunstncias. Jesus definiu muito bem o propsito divino para tais perodos, quando disse: "O vosso corao se alegrar, e a vossa alegria ningum poder tirar." O objetivo de Deus ao conduzir-nos a uma experincia dessas gozarmos tal alegria. A verdade-chave a ser lembrada nesses momentos : Deus no est parado; est atuando. Nenhuma outra promessa, nenhuma outra verdade poder reanimar nosso corao, infundindo-lhe nova confiana, como a certeza de que Deus est agindo. De que que precisamos, ento, para sermos vitoriosos nessas "esperas" da vida? Primeiramente, precisamos de conhecimento bsico. Precisamos saber que o Senhor tem um plano, e que ele est agindo. Existe realmente um propsito em cada transe por que passamos. Em segundo lugar, temos que confiar. Temos que nos apegar a esse conhecimento bsico e confiar na Palavra de Deus. E por ltimo precisamos perseverar. ficar firmes em nossa posio de confiana na Palavra de Deus.57

Conhecer a Palavra de Deus Os discpulos haviam recebido informao acerca da ressurreio do Senhor, mas no se apropriaram dela. Sua f estivera firmada no contato direto que haviam mantido com Jesus. Embora a presena de Jesus fosse uma realidade maravilhosa, a lembrana dela no bastava para ajud-los a transpor aquele perodo de espera. Eles precisavam de conhecimento especfico da Palavra de Deus. Vimos acontecer o mesmo cornos dois discpulos que iam a caminho de Emas, no entardecer do dia da ressurreio. Jesus colocou-se ao lado deles, e perguntou-lhes: "Por que vocs se mostram to desanimados?" Responderamlhe que Jesus fora crucificado, e que esperavam fosse ele quem havia de redimir a Israel. Ento o Senhor passou a explicar-lhes as Escrituras, demonstrandolhes, pela Palavra de Deus, como o sofrimento do Messias era parte essencial do plano divino, e que por ele Jesus entraria em sua glria. E enquanto o Mestre lhes apresentava essas verdades e o conhecimento penetrava em seu corao, sentiram seu interior arder de forma estranha. O problema deles que careciam de informaes especficas acerca do plano de Deus. Quando passamos por um desses perodos de provao ou tribulao, no podemos viver apenas das lembranas de experincias passadas, por mais extraordinrias que hajam sido. Temos que obter conhecimento detalhado acerca dos desgnios e propsitos divinos, bem como de suas promessas. Um missionrio que trabalhava no Paquisto escreveu certa vez o seguinte: "As condies de vida aqui so muito primitivas. muito difcil para um ocidental sobreviver neste clima, para se mencionar apenas a questo da sade." Disse ainda que se no estivesse certo de que Deus o enviara para l. no suportaria viver ali. O mesmo pode se dar conosco. O que torna nossas dificuldades tolerveis justamente o fato de sabermos com certeza que Deus nos colocou em tal situao e est executando seu plano. 58

As Escrituras afirmam que a Palavra do Senhor qual semente, e as sementes sempre tm um perodo de crescimento: durante essa fase que precisamos esperar com pacincia at que a bno prometida por Deus e o plano divino para nossa vida atinjam seu pleno desenvolvimento e maturao. Pois intento do Senhor que gozemos daquela alegria plena que ningum nos poder tirar. Pensemos nos discpulos de Jesus. Eles desfrutavam de esplndida comunho com o Senhor. Mas Deus precisava elevar-lhes o nvel de viso, para que enxergassem no apenas aquela associao imediata de que gozavam com o Senhor, mas a comunho eterna que ele desejava conhecessem, numa aliana que perduraria por toda a eternidade. Foi assim que lhes sobreveio esse "um pouco", durante o qual eles se ajustaram ao ideal divino quanto ao futuro. Com pesar, ento, eles se desfizeram de uma viso fixada, apenas, no presente. Deus tem que operar o mesmo em cada um de ns, e muitas vezes ele se v forado a lanar mo de um compasso de espera, para nos libertar de uma percepo estreita, e para desprender de ns os tentculos do presente que nos mantm cativos. Ele se utiliza desses perodos com a finalidade de fazer com que desviemos nossos olhos do que ns somos capazes de realizar, e os fixemos no que ele pode e quer fazer. Nesses momentos, o Senhor frustra nossos esforos pessoais, at que passemos a olhar unicamente para ele. Deus nos deixa correr at exaurirmos nossas foras, para depois nos revelar seus recursos ilimitados. Quando estivermos na eternidade, poderemos olhar para o passado e veremos que todo o perodo da histria humana no passou de um piscar de olhos. Paulo diz em 2 Corntios 4.17 que as momentneas aflies do tempo presente esto a preparar-nos um "eterno peso de glria". isto que est sendo realizado nessas esperas de nossa vida um eterno peso de glria: algo que est alm da imaginao. Somos 59

peregrinos nesta terra. Vivemos um perodo de provao, durante o qual Deus nos prepara para empreendimentos maiores. Se mentalmente reconhecermos esta verdade, e. em seguida, deliberarmos crer nela de todo o corao, nossa vida poder tornar-se completamente diferente. Prosseguiremos sempre, sem nos determos para pensar se hoje ou amanh Deus nos conceder esta ou aquela bno. No mais viveremos de experincia em experincia. Compreenderemos que existe um plano superior de vida, e que dele fazem parte tambm essas pequeninas esperas que nos acontecem. Quando uma delas nos sobrevier, saberemos que isso no significa que estamos longe de Deus. ou que ele se esqueceu de nossa existncia. Deus est interessado em ns. Ele est operando. "Os que esperam no Senhor renovam as suas foras, sobem com asas como guias, correm e no se cansam, caminham e no se fatigam." (Is 40.31.) Ns precisamos conhecer verdades como essas; precisamos saber que esses pequeninos perodos de espera so parte integrante do plano de Deus para sua Igreja, e parte especfica de seu plano para nossa vida. Confiar na Palavra de Deus Depois que obtemos esse conhecimento, ento, o ponto seguinte ser nos firmarmos nele. com plena confiana. Teremos que descansar nos planos de Deus. Foi exatamente assim que Jesus agiu quando se encontrava perante Pilatos. "Como ovelha muda perante os seus tosquiadores. ele no abriu a sua boca."" Ele no disse nada para se defender. Sofreu a humilhao de ser pregado na cruz. porque sabia o que havia por trs de tudo. Tinha conhecimentos especficos e concretos das Escrituras, sabendo perfeitamente que tudo aquilo era parte do plano do Pai. Ele confiava na Palavra de Deus. mesmo em meio dor e degrao que lhe eram infligidas.60

hnagrnr s! O Senhor da criao crucificado por iqueki que criara. O Filho imaculado recebendo salive si todos os pecados cometidos por toda a k !! iile homens, mulheres e crianas. Mas ele tmbw. nafta conscincia de que tudo fazia parte do pboodkino. e foi por isso que conseguiu suportar em inTntin Ele conseguiu atravessar aquele perodo de espeta, suportando tambm o transe de ser aparenteu e a t abandonado por Deus, o que o levou a clamar, aa cruz: "Deus meu. Deus meu, por que me desampataste?" O urro de Apocalipse nos d uma descrio do que sucedeu quando esse plano pueril na aparncia posto em ao. e o cordeiro conduzido ao matadouro.O rolo selado, que deveria dar incio aos aconKLucHtos dos ltimos tempos estava para ser aberto. Procurava-se algum para abri-lo, mas no se conseguia encontrar ningum que fosse digno de faz-lo. Ento o apstolo Joo comeou a chorar de tristeza por no se encontrar pessoa alguma que pudesse abrir hVro. Mas um anjo se aproximou dele, tocou-lhe no ombro, e disse: "No chores: eis que o Leo da tribo de Jud. a Raiz de Davi. venceu para abrir o livro e os seus sete selos.*' Ele estava falando de Cristo, o Messias. Joo ergueu os olhos e o que viu? Um leo? No. Viu um ser semelhante a um cordeiro que ora imolado, mas que estava vivo. De repente ele compreendeu tudo: o Leo o Cordeiro! O poder soberano de Deus estava atuando nquela hora de aparente fraqueza enfrentada pelo Crucificado. Jesus confiou na Palavra de Deus durante aquele perodo de transio, e por causa dessa confiana, Deus da morte tirou vida. Perseverar na Confiana Para superarmos bem esses perodos de nossa vida. quando Deus est operando em ns, precisamos, primeiramente, ter conhecimento da Palavra de Deus; 61

depois, temos que confiar nessa Palavra e por fim. temos que perseverar. Voltemos novamente ao livro de Apocalipse, onde esto registradas algumas das terrveis calamidades que assolaro a terra, nos ltimos dias. Lemos ali: "Aqui est a perseverana e a fidelidade dos santos"" (13.10). Ser uma poca em que precisaremos de nos apegar Palavra de Deus, mesmo nos momentos mais difceis. Nas ocasies em que Deus parece distante, ou quando aparentemente ele no est operando, muito fcil nos afastarmos da Palavra, cairmos em pecado ou nos desesperarmos! Jos foi vendido, como escravo, por seus irmos, e levado para o Egito. Teria sido muito fcil para de pensar: "Ningum se importa comigo. Eu vou gozar os prazeres do mundo, e procurar me arranjar o melhor que puder!" Mas no o fez, e quando a mulher de seu senhor tentou seduzi-lo, recusou-se a entregarse ao pecado. Era um desses intervalos sombrios que sobrevinha a Jos, um desses momentos em que Deus parece estar longe de ns. No entanto, ele perseverou na f, certo de que sua vida ainda se achava sob a direo divina. Quando nossa vida espiritual se encontra em mar baixa, corremos grande risco de sermos tentados a ceder ao pecado. Entretanto, se em momentos de trevas nos apegarmos com firmeza ao Senhor, o resultado que nos desenvolveremos espiritualmente. em proporo dez vezes maior do que nos perodos em que gozarmos de comunho com Deus em calma e tranqilidade. Qualquer um se sai bem em perodos de bonana. "Se, entretanto, quando praticais o bem. sois igualmente afligidos e o suportais com pacincia, isto grato a Deus." (1 Pe 2.20.) Deus espera que durante esses "um pouco'*, vivamos em harmonia com sua vontade, embora nos faltem os sentimentos agradveis que facilitam as coisas. Em tais momentos corremos o perigo de nos entregarmos ao desespero, e pensarmos que Deus nofO

aos ama. "Para que ir igreja? Para que continuar c a momento devocional dirio? Para que continuar K S K trabalho do Senhor? Deus parece que no se moamoda mais comigo..." Teremos a tentao de fcar para o mundo e dizer: "Aquele vizinho nunca d a mnima importncia a Deus; apesar disso no trema nem a metade dos problemas por que eu pasEsse tipo de pensamento vem ocorrendo aos crentes desde que o homem comeou a crer em Deus: "O pio prospera mas os justos so aniquilados." Nesses casos, somos mais propensos a nos desesperar e a pensar que nada vale a pena "Deus no ouve o osso clamor". Quando Jos foi lanado na priso, teria sido mais inwpli . para ele raciocinar desse modo, e se desesperar. Todavia, permaneceu fiel a Deus. Continuou realizando seu trabalho normalmente. Auxiliou os companheiros de infortnio e o Senhor usou justaf li aquele fato para operar seu livramento, e elev-lo a posio de grande destaque. Tudo fazia pane do plano divino para a libertao do povo de Israel. Durante esse "um pouco" da vida de Jos, em que Deus parecia t-lo desamparado, e seus prprios irmos o haviam banido, o Senhor estava atuando. Eles visaram a causar-lhe mal, mas a inteno de Deus era que tudo resultasse em grande bem. Esses transes no so fceis, nem so momentos sobre os quais normalmente falamos aos outros, como o fazemos acerca daqueles em que sentimos Deus mais peno. Contudo, so tempos em que ele opera maravilhosamente em nossa vida. So momentos em qaeete est executando um plano que nos envolve e a rodos que nos cercam. Naqueles dias, temos que reunir toda a coragem de que dispomos e erguer o pendo que diz: "Cuidado Obras! Deus est operando!"

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CAPITULO SETE

As Promessas e Seu Processo de RealizaoSe quisermos ser sinceros com ns mesmos, teremos que reconhecer que ainda no nos apropriamos da maioria das promessas contidas na Bblia. Em Romanos 6.14, Paulo declara o seguinte: "Porque o pecado no ter domnio sobre vs." No entanto, o que ns os cristos verificamos na prtica que o pecado, muitas vezes, nos prende em seus tentculos. Em Romanos 8.9, lemos: "Vs, porm, no estais na carne, mas no Esprito." Contudo, muitas vezes temos que confessar que no estamos no Esprito. Estamos apegados s tendncias da carne. Somos chamados de "santos irmos" (Hb 3.1); todavia, quando analisamos nossa vida bem como muitas vidas mencionadas na histria da Igreja vemos que ela est maculada pelo pecado. Que deve o crente fazer em face de tal frustrao? Temos a promessa, mas dela vemos to pouco se concretizar! Em Hebreus 3.1-6, encontramos resposta simples para essa questo. "Por isso, santos irmos, que participais da vocao celestial, considerai atentamente o Apstolo e Sumo Sacerdote da nossa confisso, Jesus, o qual fiel quele que o constituiu, como tambm o era Moiss em toda a casa de Deus... a qual casa somos ns, se guardarmos firme at ao fim a ousadia e a exultao da esperana." Qual ento a soluo? Considerai Jesus. Temos que nos voltar para Cristo, aquele que iniciou a64

dessa casa. (Ver 1 Pedro 2.5.) Cristo a Desejo agora, com toda reverncia, levantar Ser que ele capaz de terminar o que i? Ser Jesus capaz de concluir a construo i? A resposta : sim. Ele est completando a Est perfeitamente em dia com o servio. isto mesmo verdade, se ele vai mesmo i a construo de sua casa, por que ento (que a casa) muitas vezes tem sido por incertezas, dvidas e frustraes? A cansa de tais males o fato de que, embora abraado as promessas de Deus pela f e [atendimento, a verdade que no conhecemos pelo qual ele opera a concretizao delas. A i faz somente apresentar-nos as promessas, e tambm os detalhes do processo, pelo qual das se realizam. Quando eu tinha quatro ou cinco anos, costumava sentar no colo de meu pai. e pedir-lhe que lesse para mim as estrias em quadrinhos publicadas no jornal. Ovando de no podia faz-lo, eu procurava meu velho e o importunava at que lesse para "Estou aflito para voc entrar para a escola", dizia d e . com um suspiro. "Assim poder ler o jornal, voc Aquilo se tornou meu grande sonho: entrar para a escola a fim de ler as historinhas, eu mesmo. Chegou finalmente o grande dia, o primeiro dia ca que iria escola. As cinco e meia da manh eu j estava pronto, arrumado, sentado nos degraus da escada frente da casa. Por fim chegou o momento, l fui eu para o gTupo. Naturalmente, naquele primeiro dia. tudo que houve foram atos rotineiros: determinao das carteiras de cada um, apresentao das dasses e dos professores, etc. Logo que soou a sineta de encerramento, sa correndo de volta, enveredei pela sala a dentro, abri rapidamente o jornal, e joguei-me brucos no cho para l-lo. Foi a que desandei a chorar. No conseguia ler nada!65

Meu pensamento estivera to fixo na idia da promessa, que eu no enxergara o processo pelo qual ela se concretizaria. Era bem verdade o que meu irmo dissera, que quando eu entrasse para a escola poderia ler as estorietas, mas haveria um processo, um perodo de tempo necessrio para que a idia se concretizasse. O Tempo Determinado por Deus Os planos de Deus sempre requerem certo processo, que desenrola num certo perodo de tempo o tempo determinado por Deus. A Bblia explica esse tempo da maneira seguinte: "Para com o Senhor, um dia como mil anos, e mil anos como um dia" (2 Pe 3.8). Isto significa que, para Deus, o tempo relativo. Pode ser mais curto ou mais longo do que o nosso, depedendo dos intentos dele. Para ele, o tempo como uma gominha de borracha que pode ser esticada ou diminuda. Quando falamos de processo, precisamos reconhecer que o fator tempo sempre determinado por Deus, nunca por ns. E se ns no contemplamos Cristo o bastante para receber dele uma idia do tempo de durao, quanto a determinada situao, isto pode provocar em ns grande sentimento de frustrao. Deus pode estender o tempo, como o fez. por exemplo com respeito ao estabelecimento de seu reino. Qualquer pessoa que tivesse uma frao do poder divino poderia estabelecer um governo de mbito mundial em questo de anos. Em nossos dias. temos visto homens e naes quase atingirem um ponto de domnio universal em pouco tempo. Mas Deus est trabalhando na edificao de seu reino h quase dois mil anos, e ainda no o estabeleceu. Contudo, se formos atentar para a palavra de 2 Pedro, veremos que na realidade transcorreram apenas dois dias. Por outro lado, ele pode tambm comprimir o66

m. Normalmente, a produo do vinho tem o R processo: a chuva cai sobre o vinhedo, depois a sobre at o fruto como seiva, e depois ento, da leme o vinho. Mas. certa ocasio, Jesus transfora gua cm vinho instantaneamente, reduzindo te o processo. Em geral, se uma are. obrigada a ficar de cama, e aps >de repouso e tratamento, a febre passao foi assim com a sogra de Pedro. Ela sova doente e quando Jesus a tomou pela mo, ela fkoa imediatamente liberta da enfermidade. Deus ode comprimir o tempo ou estic-lo. Os Materiais que Deus Usa Deus est construindo um edifcio. um prdio de pedras vivas (1 Pe 2.5). Ns somos as pedras. Quais s p