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A IMPORTÂNCIA DE FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERATIVAS NOS MUSEUS VIRTUAIS PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. The Importance of Communication Tools in Interactive Virtual Museums for the construction of knowledge. Marina Catucci Brasil (Universidade Anhembi Morumbi) Resumo: Este artigo mostra uma parcial dos resultados obtidos em hípoteses pertencentes ao projeto de TCC 1 . Uma observação e analise exploratória junto à museus físicos e virtuais pontuando a construção do conhecimento a partir das exposições; em base dos conceitos teóricos indicar as ferramentas de informação e comunicação e os elementos das linguagens digitais interativas necessárias para os Museus Virtuais em relação ao conhecimento. Palavras-Chave: Museu Virtual, Tecnologias de Informação e Comunicação, Conhecimento. Resumo: Este artículo muestra los resultados parciales hipótesis que pertenencem a lo Trabajo de Terminacíon de Curso generados. Una observación y análisis exploratorio con los museos físicos y virtuales que puntean la construcción del conocimiento a partir de las exposiciones; basado en los conceptos teóricos, indicar las herramientas de información y comunicación y los elementos de los lenguajens digitales interactivos necesarios para los museos virtuales en relación con el conocimiento. Palabras Claves: Museo Virtual, Tecnologías de Información y Comunicación, Conocimiento. Introdução A pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso originou-se de estudos paralelos de projeto de pesquisa 2 ; os estudos desta permitiram notar uma necessidade de realizar reflexões, além da aplicação técnica do Design de Informação, sobre a ocorrência e desenvolvimento da construção do conhecimento, bem como das ações educativas, através das exposições e material de acervo dos Museus Virtuais. Segundo o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM (online, 2013), as instituições museológicas estejam elas compreendidas em meio físico ou digital apresentam como missão a 1 TCC de Graduação em Design Digital de 2013/01 intitulado (RE) DESIGN NO AMBIENTE VIRTUAL CULTURAL: PARA A INSERÇÃO NA REDE COLABORATIVA DO CONHECIMENTO sob orientação do Prof. Nelson Somma Jr, pela Universidade Anhembi Morumbi. 2 Pesquisa de Iniciação Cientifica inserido no projeto de pesquisa Design e Cultura: experiências museológicas no meio digital da Prof a. Dr a . Márcia Merlo (orientadora principal) e co-orientado pela Prof.ª Drª. Rachel Zuanon; sob o título TRANSPOSIÇÕES PARA O MEIO DIGITAL INTERATIVO: DESIGN DE INFORMAÇÃO EM MUSEUS DIGITAIS 297

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A IMPORTÂNCIA DE FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERATIVAS NOS MUSEUS VIRTUAIS PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO.

The Importance of Communication Tools in Interactive Virtual Museums for the

construction of knowledge.

Marina Catucci Brasil (Universidade Anhembi Morumbi)

Resumo: Este artigo mostra uma parcial dos resultados obtidos em hípoteses pertencentes ao projeto de TCC1. Uma observação e analise exploratória junto à museus físicos e virtuais pontuando a construção do conhecimento a partir das exposições; em base dos conceitos teóricos indicar as ferramentas de informação e comunicação e os elementos das linguagens digitais interativas necessárias para os Museus Virtuais em relação ao conhecimento. Palavras-Chave: Museu Virtual, Tecnologias de Informação e Comunicação, Conhecimento. Resumo: Este artículo muestra los resultados parciales hipótesis que pertenencem a lo Trabajo de Terminacíon de Curso generados. Una observación y análisis exploratorio con los museos físicos y virtuales que puntean la construcción del conocimiento a partir de las exposiciones; basado en los conceptos teóricos, indicar las herramientas de información y comunicación y los elementos de los lenguajens digitales interactivos necesarios para los museos virtuales en relación con el conocimiento. Palabras Claves: Museo Virtual, Tecnologías de Información y Comunicación, Conocimiento.

Introdução

A pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso originou-se de estudos paralelos de

projeto de pesquisa2; os estudos desta permitiram notar uma necessidade de realizar reflexões, além da aplicação técnica do Design de Informação, sobre a ocorrência e desenvolvimento da construção do conhecimento, bem como das ações educativas, através das exposições e material de acervo dos Museus Virtuais.

Segundo o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM (online, 2013), as instituições museológicas estejam elas compreendidas em meio físico ou digital apresentam como missão a

1 TCC de Graduação em Design Digital de 2013/01 intitulado (RE) DESIGN NO AMBIENTE VIRTUAL CULTURAL: PARA A INSERÇÃO NA REDE COLABORATIVA DO CONHECIMENTO sob orientação do Prof. Nelson Somma Jr, pela Universidade Anhembi Morumbi. 2 Pesquisa de Iniciação Cientifica inserido no projeto de pesquisa Design e Cultura: experiências museológicas no meio digital da Profa. Dra. Márcia Merlo (orientadora principal) e co-orientado pela Prof.ª Drª. Rachel Zuanon; sob o título TRANSPOSIÇÕES PARA O MEIO DIGITAL INTERATIVO: DESIGN DE INFORMAÇÃO EM MUSEUS DIGITAIS

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transmissão do conhecimento compreendida em seus artefatos. São produções informativas provenientes de outrem, da inteligência humana em caráter artístico.

Tendo este conceito em foco objetivou-se, a partir da observação exploratória dos museus virtuais, realizar um comparativo entre o desenvolvimento da construção do conhecimento nas instituições do meio físico; buscando para isso compreender o que o público lembrava-se das experiências de aprendizado junto aos mesmos; pontuando concomitantemente os programas educativos das instituições museológicas.

A partir destas observações, complementar com o estudo das linguagens digitais interativas apresentadas nos Museus Virtuais, confirmar ou refutar se o desenvolvimento em relação ao conhecimento apresenta-se limitado em relação ao que é apresentado nos Museus em meio físico; tendo por base ainda o desenvolvimento da construção de conhecimento e das linguagens digitais interativas apresentadas nos ambientes virtuais de estudo já consolidados.

Como conclusão identificar respostas de como tornar a construção do conhecimento em Museus Virtuais semelhante ao que é desenvolvido nos Museus Físicos. Museus virtuais e atividades educativas

As instituições de manifestação cultural, como Museus, Galerias de Arte, entre outros espaços expositivos e difusores de informações culturais e/ou cientificas que preservam e promovem o acesso às informações contidas nos objetos de acervo, sejam eles utensílios, vestimentas, esculturas, quadros, fotografias entre outras diversas produções midiáticas; ao compreenderem a possibilidade que o ciberespaço3 lhes proporcionava em criar representações digitais do acervo de forma eterna e que através do ambiente virtual da World Wide Web, por meio de suas interfaces gráficas, a difusão e divulgação dos mesmos era facilitada, procuraram garantir seus espaços junto aos ambientes virtuais.

Os idealizadores desses ambientes retomam e aprimoram no meio tecnológico a visão de André Malraux, que na década de 1940 apresentava uma ideação dos museus estenderem a difusão de suas informações a turistas, estudantes e curiosos para tomarem conhecimento de seu acervo, mesmo à distância, a partir das fotografias dos seus objetos em catálogos (OLIVEIRA, 2012).

Na exploração 4pelos espaços museológicos e culturais em ambiente digital, na contemporaneidade, foi possível observar as afirmações de Henriques e Schweibenz (2004);

3 Termo criado por William Gibson (1982), para denominar o conceito do espaço invisível das comunicações digitais. 4 No período de julho de 2012 à julho de 2013

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esses espaços ora desenvolvem-se no âmbito de compartilharem parte ou todo seu acervo digitalizado/virtualizado, outros de ‘materializarem’ o patrimônio imaterial; independente de terem ou não representações em meio físico. No entanto, ambos os estilos buscam proporcionar a transmissão e construção do conhecimento, junto ao seu público.

Para este artigo pontuaremos o que foi analisado na exploração dos seguintes museus: Museu Virtual da Universidade de Brasília – UnB (http://www.museuvirtual.unb.br) e Museu Virtual da Água (http://www.museuvirtualdaagua.com), cujos apresentaram propostas educativas com algum destaque em seu Design de Informação; No entanto apresentaram diferentes desenvolvimentos das linguagens digitais interativas entre si.

No Museu Virtual UnB o interator depara-se com espaços expositivos sobre variados temas culturais científicos, denominados ora “exposições”, ora “atividades lúdico-educativas5”, no entanto estas últimas apresentadas em meio digital como sugestões a serem realizadas no meio físico com propósito de complementar o processo de aprendizagem realizado no meio digital, algumas exposições apresentaram destaque para as respectivas atividades educativas.

Em sua apresentação inicial, o museu relata as intenções de expandir a produção de conhecimento das exposições não apenas para estudantes da universidade, mas para todo o Brasil, entre interessados e pesquisadores, auxiliando na criação da cultura artística, cientifica e tecnológica para toda a sociedade. Caracterizando assim a intenção de tornar a transmissão e produção de conhecimento algo praticado à distância. Foi possível notar a presença dessa visão quase que unanime na totalidade dos Museus Virtuais explorados; principalmente nos que trazem réplicas do que é visto no meio físico.

As exposições da UnB apresentam em suas interfaces textos e imagens ilustrativas sobre as temáticas abordadas, adequando os respectivos layouts, para composições gráficas relacionadas e condizentes à mesma. No caso da exposição, Cerrado estão voltados para fauna, flora, conservação e o meio físico do cerrado.

5 São exemplos destas atividades: realização de feira de ciência, terrário e maquete do sistema solar.

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Figura 1: Captura de Interface Exposição Cerrado

Fonte: Arquivos da Autora; São Paulo, 2013.

Apresentam interação por cliques, que dão acesso em média a quatro níveis de organização informacional, utilização de hipertexto, de maneira que chamam pop-ups de conteúdo interno, em maioria dos casos. Em outras exposições há uma maior exploração das ferramentas tecnológicas de informação apresentando maior dinamismo na transmissão e exploração, com o uso, por exemplo, de vídeo grafismos narrados e o uso de técnicas que exploram as três dimensões.

Em Brasília 50, a interface Sociedade destaca-se ao apresentar as informações por meio de vídeos com os depoimentos de pessoas que vivem na cidade e hipertexto para conteúdo externo, blogs, sites e maiores informações dos entrevistados. Possibilita nesta parte que o receptor das informações possa se tornar também emissor de conhecimento, através do seu relato, auxiliando para a transmissão e construção do mesmo. Tal qual ocorre no Museu da Pessoa.

Figura 2: Captura de Interface Sociedade - Brasília 50

Fonte: Arquivos da Autora; São Paulo, 2013.

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O Museu Virtual da Água aborda exclusivamente a relação da população da região de

Trás os Montes e Alto Douro com o objeto de conhecimento, a água. Seu material expositivo e de acervo é composto por centenas de contribuições pessoais, que testemunham a presença da água na identidade cultural, religiosa e política da sociedade, por meio de textos, áudios, vídeos entre outros.

Para a transmissão desse conhecimento, o museu se ‘materializa’ através de interfaces que transcrevem uma arquitetura física, apresentando no uso das linguagens digitais, adaptação e semelhança à experiência da visitação em um museu do meio físico. Certos conteúdos expositivos apresentam hiperlinks e hipertextos para conteúdo externo, apresentando desse modo uma exploração das possibilidades do meio digital.

Figura 3 e 4: Captura de Interface do Museu Virtual da Água.

Fonte: Arquivos da Autora, São Paulo, 2013.

Foi notado que o museu não apresenta ações educativas a partir do meio digital, apenas mostram resultados de atividades que foram apresentadas e realizadas exclusivamente em meio físico, pela própria instituição museológica; no entanto fica compreensível que suas ações expositivas se fazem exclusivamente ou em totalidade neste ambiente digital.

Concluiu-se que nos museus e exposições explorados o desenvolvimento apenas da externalização por parte dos autores e uma potencia da combinação e internalização por parte dos interatores, das informações e conhecimento que os envolvem. Apresentaram-se, portanto enraizados no esquema da Sociedade da Informação; apenas expondo os conhecimentos, apresentando participação colaborativa para o desenvolvimento do acervo, principalmente em museus que trabalham com o imaterial; como memórias; são exemplos inclusive os museus virtuais: Museu da Coca-Cola e o Museu da Indumentária e da Moda.

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Conclui-se até o momento que os Museus Virtuais como um todo apenas apresentam os modos de expor adaptados, tendo as ações educativas e como consequência a construção do conhecimento, inexistente ou pouco perceptível.

Construção do aprendizado nos museus físicos

Para podemos então realizar nos Museus Virtuais ações educativas e construção

coletiva semelhante ao que é vívido nos Museus Físicos buscamos compreender como as ações são desenvolvidas pelas instituições e como o público percebe a construção do conhecimento nestes locais.

No Museu da Língua Portuguesa a ação educativa comporta uma equipe especializada de educadores e monitores formados em áreas como Letras, História, Arquitetura, Sociologia, Artes Plásticas entre outras; responsáveis pelas visitas guiadas realizadas pós-agendamento por escolas e com o público espontâneo aos finais de semana. Respondem as dúvidas surgidas durante a visitação, mediando o conhecimento exposto entre público e os artefatos, sendo o seu patrimônio de acervo objeto imaterial. (Disponível em: http://www.museulinguaportuguesa.org.br/).

Complementa-se com as observações realizadas por Marina de Toledo representante do museu, que em palestra realizada no III Moda Documenta, 2013, pontuou que a construção do conhecimento junto aos acervos realiza-se fundamentalmente na socialização entre os educadores-monitores presentes no museu para com os visitantes, criando reflexões a partir do objeto exposto e do patrimônio de museu, dos assuntos tratados, por meio do lúdico. Ou seja, a construção do conhecimento em ambientes expositivos culturais ocorre quando há a uma inter-relação pessoal entre os possíveis educadores e aprendizes.

O Museu do Futebol, em sua ação educativa trabalha com a criação de metodologias que criem reflexões junto ao visitante objetivando mostrar que o futebol está muito além do campo, inserindo a importância expressiva do futebol na sociedade e para a formação da cultura brasileira (Disponível em: http://www.museudofutebol.org.br/educacao).

O Museu Lasar Segall apresenta ações educativas que buscam promover reflexões e discussões sobre arte a partir das obras expostas do artista, com ações em ateliê experimental, cursos de expansão, projeto de integração da família desenvolvendo a reflexão e produção de arte com adultos e crianças (Disponível em: http://www.museusegall.org.br).

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Figura 5: Ação Educativa no Museu Lasar Segall, com escolas.

Fonte: http://www.museusegall.org.br/mlsTexto.asp?sSume=23 Acesso em 15/06/2013

Em visita aos Museus: Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Museu de Arte Moderna (MAM) se fez possível confirmar que a construção do aprendizado em museus torna-se mais efetiva e eficiente quando na presença, de cursos, palestras, atividades ou visitas monitoradas, pois indicam caminhos de reflexão para o visitante, reforçam conhecimentos secundários ao material exposto. Evidenciando, portanto a construção do conhecimento junto à socialização das informações em diálogos. Em entrevista realizada com público, cerca de 100 pessoas com frequência anual em museus e exposições, independente do tema de acervo, foi notado que quando houve o contato com monitoria, geralmente na época escolar; conversas entre outros visitantes ou grupos de estudo, ou ainda em companhia de pessoas com maior conhecimento na temática, a experiência para com o aprendizado dentro de um museu foi mais relevante para o resultado final e compreensão das informações contidas no material expositivo, no momento da visitação. Perante a essas observações levanta-se a hipótese de que há uma importância para a presença de ferramentas de comunicação, para que as ações educativas dos museus virtuais sejam semelhantes às dos museus físicos. Necessitam ocorrer ao tempo em que se realiza a interação e visitação no ambiente digital, normalmente com a presença de educadores, de pessoas que possam auxiliar na interpretação da informação exposta e na construção das reflexões. Fazendo-se necessária a análise de como a construção do aprendizado ocorre nos ambientes virtuais de aprendizagem. Do ambiente virtual de aprendizagem para o museu virtual

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Antes de analisar os ambientes virtuais de aprendizagem para encontrarmos soluções de linguagem e de design para que as ações educativas se façam mais presentes e eficazes nos museus virtuais, de modo a confirmar ou refutar a hipótese que finda o capítulo anterior, é necessário compreender o conceito de Ambiente Virtual de Aprendizagem; surgiu com a criação dos espaços educacionais mediados pelas Novas Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC6; Permitem uma integração multimidiática, apresentam informações de maneira organizada, desenvolvem interação entre indivíduos e os objetos que fornecem o conhecimento (ALMEIDA, 2003). As desenvolvidas em meio digital possibilitaram o desenvolvimento da comunicação entre pessoas de forma sincronizada ou dessincronizada, em caráter um-um, um-todos e inclusive o todos-todos.

Segundo Santos Jr. (2011) o termo AVA surge a partir do quarto estágio da prática de Educação à Distância - EAD, que é quando os seus idealizadores e desenvolvedores irão utilizar do surgimento e consolidação da Internet, para disponibilizar conteúdo informacional, gerenciar cursos que irão vencer as barreiras de tempo, espaço - geográfico - e os conflitos comunicacionais, existentes nas TICs anteriores como correspondência, telefonemas e plantões presenciais.

Estes mesmos aspectos e conceitos são notados nos Museus Virtuais; ministram a cultura à distância, sem a necessidade de avaliações do aprendizado, de uma comprovação do conhecimento, a educação não formal, tal qual ocorre nos museus físicos.

Na análise do funcionamento de plataformas de EAD, ou demais ambientes virtuais de aprendizagem, como EdX, Moodle e Veduca, percebemos ativamente a presença das ferramentas digitais de comunicação, com a troca efetiva de diálogos, com tutores e outros participantes; sejam elas bate papos, conferências e/ou fóruns, assíncronos ou síncronos.

Vale ressaltar que esses ambientes apresentam as atividades educativas, sejam elas lúdicas ou não, diretamente no ambiente digital.

6 São exemplos de TICs: cartas, livros, jornais, rádio, televisão, celulares e Internet; As Novas TICs são consideradas as tecnologias que surgem com a tecnologia digital.

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Figura 6: Interface do Fórum de Discussão do EdX.

Fonte: Arquivos da Autora, São Paulo, 2013

Pela análise do funcionamento destas ferramentas fez se valer a visão de Carvalho

(2006 apud. ROQUE, 2010) de que informação sozinha não possui valor, ou seja, a informação é matéria-prima para o conhecimento, uma vez que, as informações obtidas irão gerar as mudanças no confronto com as informações guardadas sobre diversos assuntos, complementando o confronto com o acréscimo da subjetividade para com as mesmas. De forma a ganharem valor e significado.

No entanto, para muitos dos interatores esse processo do confronto e acréscimo da subjetividade é realizado com dificuldades, bem como o próprio entendimento da informação transmitida/adquirida; fazendo se a necessidade do auxílio, não só com atividades-educativas, sejam elas em meio digital ou não, mas inclusive a partir de outras pessoas; Por esse motivo na ausência desses diálogos, torna-se imperceptível à construção do conhecimento e a presença de ações educativas no momento da visitação.

Segundo Santos (2003) é possível afirmar que os Museus Virtuais apresentam geralmente 90% dos critérios7 para serem considerados Ambientes Virtuais de Aprendizagem, para os 100% e assim cumprirem com o objetivo de promoverem a transmissão aliada à compreensão dos conhecimentos relacionados aos artefatos, necessitam potencializar a comunicação interativa, seja ela síncrona ou assíncrona. Ou seja, apresentarem ferramentas interativas de comunicação

7 Os critérios são: hipertextualidade seja ela de conexão externa ou conexão interna; multivocalidade, vários pontos de vista, fácil navegação e transparência na informação, uso da multimídia.

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Vale ressaltar que em nenhum Museu Virtual explorado o uso de ferramentas de comunicação foi notado. Em dois deles apenas apresentavam sistemas de comentários, mas sem a presença de um mediador e de um assunto principal em discussão. Considerações Finais

Conforme o estudo realizado nessa pesquisa foi possível concluir que para os museus virtuais apresentarem ações educativas e uma construção do conhecimento semelhante aos museus físicos, promovendo maior familiaridade para os interatores, bem como uma experiência mais rica em relação ao aprendizado, é necessário trazer primeiramente a aplicação das ferramentas de comunicação independente do seu formato ou sincronia.

Nota-se inclusive que há a possibilidade de adaptar as ações lúdico-educativas, com atividades de fixação, por exemplo; para o meio digital em si, ao invés de apresentar apenas propostas a serem realizadas posteriormente.

Ambas as ações permitem que os museus virtuais não fiquem presos à Sociedade de Informação. No entanto, para que no meio digital as ações desenvolvidas nos museus desde o acervo colaborativo às educativas, é relevante despertar o interesse do interator para a participação efetiva nas ferramentas de comunicação para as reflexões e processo de aprendizado, sejam aproveitados e realizados a contento.

Conclui-se que até este momento os museus virtuais apenas desenvolveram os modos de expor, adaptando as curadorias e as exposições às possibilidades das interfaces e linguagens digitais adotadas, assemelhando-se ao que é visto nas exposições realizadas em meio físico, isso quando não transcrevem o museu do meio físico para o meio virtual, apenas aplicando possibilidades de navegação pertencentes ao meio digital. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. Educação à distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.2, p. 327-340, jul./dez. 2003 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n2/a10v29n2.pdf Acesso em 18/03/2013. FERNANDES, Fábio. A construção do imaginário Cyber: William Gibson, criador da cibercultura. São Paulo; Ed. Anhembi Morumbi; 2006. HENRIQUES, Rosali. Internet e cibermuseus. Dissertação de Mestrado. Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Portugal, 2004.

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OLIVEIRA, José Cláudio Alves de; O Museu e a sua Arquitetura no Mundo Globalizado:Entre Informação e Virtualidade. Revista MUSEOLOGIA E INTERDISCIPLINARIDADE do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília. Vol.1 n.1 - jan/jul de 2012. p.184-209 Disponível em : http://seer.bce.unb.br/index.php/museologia/article/view/6853/5520 Acesso 10/01/2013 ROQUE, Gianna Oliveira Bogossian. Redes de Conhecimento e a Formação a Distância. In: Revista Boletim. Técnico Senac. Rio de Janeiro, v. 36, n.3, set./dez. 2010. Disponível em: www.senac.br/BTS/363/artigo4.pdf Acesso em: 25/05/2013 SANTOS JR, Antônio Carlos Pereira dos. Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA): Uma Definição. 2011. Disponível em: http://www.gestaouniversitaria.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=24939:ambientes-virtuais-de-aprendizagem-ava-uma-definicao&catid=260:266&Itemid=21 Acesso em 07/05/2013 SANTOS, Edméa Oliveira dos. Articulação de saberes na EAD online: Por uma rede interdisciplinar e interativa de conhecimentos em ambiente virtual de aprendizagem In: SILVA, Marco (Org.) Educação Online. São Paulo: Ed. Loyola, 2003, 217-230 Sites http://www.edx.org Acesso em 05/04/2013. http://www.freemoodle.org/course/view.php?id=166 Acesso em: 08/05/2013 http://www.mimo.org.br Acesso em: 20/06/2013 http://www.museudofutebol.org.br Acesso em 14/06/2013 http://www.museulinguaportuguesa.org.br/ Acesso em 14/06/2013 http://www.museus.gov.br/museu/ Acesso em 14/06/2013 http://www.museusegall.org.br/ Acesso em: 17/06/2013 http://www.museuvirtualdaagua.com/scid/mvragua_v2_june/defaultHall.aspAcesso em 05/06/2013. http://www.museuvirtual.unb.br/index.htm Acesso em 08/05/2013 http://www.theverybestofcocacola.com/home/pt Acesso em: 16/06/2013 http://www.veduca.com Acesso em: 04/05/2013 e em 17/06/2013 http://www.veduca.com.br/beta/ Acesso em: 04/05/2013

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