57º caderno cultural de coaraci cymk

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Revista mensal de cultura regional

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  • 1 Volume 57 - n. 34.200

    Fundao: Dez de 2010

    CADERNO CULTURAL DE COARACI

    Revista Mensal

    QUE MISTURA BOA!

    EDUCAO, CULTURA E ARTE...

    Setembro de 2015

    anos

    600 exemplares distribudos gratuitamente desde sua fundao em 2010

  • 2

    7 de Setembro de 2015!

    Temos alguma coisa pra comemorar?

    A no ser pelo fato de estarmos presenciando dezenas de

    prises de corruptos e corruptores, travestidos de autoridades

    e de empresrios srios, nada temos a comemorar. Continuam

    as crises morais, econmicas e financeiras. Elas esto atingin-

    do as famlias brasileiras em sua subsistncia e direitos. A in-

    flao j atingi at mesmo a sexta bsica. As mentiras dos

    atuais governantes antes das ltimas eleies, no surpreen-

    deram, mais atingiram os bolsos dos brasileiros. E o pior que

    no existe uma luz no final do tnel e sim o aumento da ener-

    gia eltrica, que j ultrapassou os 50%. A politica brasileira

    est um caos, e o enfraquecido governo federal desmoralizado

    pelos constantes erros e escndalos perdeu a fora e a digni-

    dade para exigir respeito do Congresso Nacional e do Senado,

    tambm mordidos pelo Mosquito da Corrupo. Golpistas

    querem o impeachment da Presidente Dilma. Querem rasgar

    a Constituio Brasileira. S nos resta esperar que haja um

    verdadeiro milagre, pois do jeito que a coisa anda, a vaca no

    vai por brejo, ela j esta no brejo...................................... .

    ....No mais, no quero saber quem morreu s quero chorar!

    PauloSNSantana

    Diretor: PauloSNSantana, Endereo: Rua Jos Evangelista de Farias, n16, 1 andar, Centro, Coaraci-Ba.

    Fones: (73) 8121-8056 - (73) 3241-2405.

    Correo textual, redao e diagramao, imagens e artes: PauloSNSantana

    Internet: O site: www.informativocultural.wix.com/coaraci - E-mail: [email protected].

    CONTATOS

    Fones: 8163-5358 ou (73)9182-8183

    E-mail: [email protected]

    Endereo: Rua do Maron,07,Centro / CoaraciBa.

    EXPEDIENTE

    Desfile Cvico

    7 Setembro. Banda Marcial

    CEC anos 70

    Fotografo Desconhecido

    IMPEACH

    Cuidado com os desejos porque eles podem se tornar realidade, alertam especialistas: os apelos pela sada da presidente Dilma Rousseff podem cus-tar caro ao Brasil, um pas que con-quistou com dificuldade a estabilidade nos ltimos 20 anos...

    "Que as pessoas saiam a questionar, peam impeachment, tudo bem, mas tirar a presidente para colocar quem? O presidente do Congresso est sendo investigado por corrupo e contra a presidente Dilma propriamente no tem nada de concreto"...

    Mesmo que Dilma seja removida, ela provavelmente seria substituda por outro poltico medocre que, em segui-da, tentaria implementar a mesma estabilizao econmica que ela est tentando", destacou o editorial, intitu-lado 'O descontentamento crescente no Brasil com Dilma Rousseff'.

  • 3

    1 Lugar no Concurso de

    Escritores Escolares

    A pequena Salete Magalhes, oito anos, moradora da cidade de Coaraci, (369 quilmetros de Salvador), uma criana como qualquer outra de sua idade que gosta de brincar de boneca e esconde-esconde com os amiguinhos de sala de aula. Mas, alm disso, Salete possui um talento para escrever poemas que sur-preende e encanta seus pais. Ela partici-pou do segundo Concurso para Escrito-res Escolares de Poesia e de Redao em 2015, iniciativa da Diretoria de Livro e Leitura da Fundao Pedro Calmon/ Secretaria de Cultura do Estado da Ba-

    hia e alcanou a primeira colocao na categoria Poesia Ensino Fundamental I. Na quarta feira dia 29 de julho s 16 horas na Biblioteca Estadual dos Barris, ela recebeu sua quarta condecorao desde quando comeou a escrever poe-mas no ano passado. Salete que possui um jeito curioso e s vezes tmido, desenvolveu o gosto lite-rrio e comeou a escrever poemas aps observar os textos do seu pai Ro-binson Silva Alves, 38 anos, que escri-tor h 17 anos e gerente comercial de um supermercado da cidade. Em 2014 a menina escreveu seu primeiro poema nomeado de "Arco ris". Reconhecendo o valor textual do poema da filha, Rob-son enviou esse texto para o Concurso Poemas no nibus e no Trem 2014, realizado em Porto Alegre, no Rio Gran-de do Sul, no qual ela alcanou meno honrosa. Esse seria o primeiro prmio de vrios outros que viriam com o de-correr do tempo. No mesmo ano, Salete foi a primeira colocada no terceiro Concurso Literrio da Academia Madureirense de Letras 2014. Realizado no Rio de Janeiro, com o ttulo "O Poema". Em seguida, ela tambm foi premiada aps chegar na terceira colocao do Concurso da Aca-demia de Letras, Artes e Cincias do Brasil (Alacib), que concorreu em maio deste ano." Eu, como pai, Sou suspeito para falar. Salete uma raridade. Fico feliz, pois no tenho influncia nenhuma na hora que ela escreve, tudo da ca-bea dela. Posso afirmar que ela me-lhor que eu, pois ela tem facilidade para escrever qualquer tema rapidamente. No sei de onde ela tira as ideias", conta Robson com orgulho. Os pais da escritora Mirim se sentem maravilhados quando descrevem o ta-lento da Garota, que logo em seu pri-meiro ano de "carreira literria" somou duas premiaes.

    A dona de casa Marcela Lopes Maga-lhes, 32 anos, me de Salete, relata que a filha, que cursa a 3 srie do Ensi-no Fundamental I, da Escola Sagrada Famlia, uma excelente aluna. "Nunca recebo queixa e as notas dela beiram a casa dos nove, diz Marcela. Ainda se-gundo ela, o gosto de Salete pela escrita fruto da leitura. Gosta muito de ler e no quarto dela tem mais de cem livros", pontua. Premiao - Participaram da solenida-de de premiao do 2 Concurso para Inspetores Escolares de Poesia e de Redao 2015, o escritor, professor uni-versitrio e membro da Academia de Letras da Bahia (ALB), Aleilton Fonseca, o produtor cultural idealizador do Sarau da Ona, Sandro Sussuarana, alm do Diretor do Livro e da Leitura (DLL/FPC), Joo Vanderlei de Moraes Filho, que tambm idealizador do concurso, es-critor e poeta. Encerrando a programa-o, o grupo gape, formado por jovens e adolescentes apresentara poesia e msica. Diretoria - vinculada Fundao Pedro Calmon/ SECULTBA, a Diretoria do Livro e Leitura (DLL) responsvel pela execu-o e implementao das polticas pbli-cas de fomento ao livro e estmulo leitura. Est em seus objetivos incenti-var a prtica da leitura, promovendo eventos do setor, como leituras pblicas com autores, oficinas de leitura, semin-rios, feiras, palestras e conferncias sobre obras, autores e tpicos importan-tes da literatura. Tambm compete a DLL a promoo do livro, fomentando a produo editorial, elaborando prmios literrios e editais que proporcionam as editoras o acesso a recursos pblicos que permitam as mesmas aumentar e diversificar a produo de livros no Esta-do, dentre outras aes que integram os objetivos do Plano Estadual do Livro e Leitura (PELL). Fonte. Jamile Menezes

    Crianas Poticas

    Perseverana

    Grupo Cidada

    nia na flor da

    pele!

    Perseverana

    Grupo

    Homenagem do GRUPO DE PERSEVERANA da IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DE LOURDES EM COARACI aos seus pais, reuniu uma dezena deles e centenas de crianas, que apresentaram nmeros artsticos, e lindas mensagens que sensibilizaram a todos... Tudo aps a missa realizada na Parquia tarde do dia 7 de Agosto um Sbado. No final foi realizado um sorteio, para en-trega de presentes aos felizardos. O Padre Ednilson Vi-vas em sua homilia homenageou aos pais, e conclamou a todos que compaream com assiduidade Igreja Ca-tlica acompanhando a formao religiosa dos seus fi-lhos e preservando os valores da famlia.

    Igreja Catlica

  • 4

    ALPIO E JOS BENTO E O CINEMA RIO BRANCO

    Alguns pais aproveitaram a fase conta-giante do cinema, exigindo de seus filhos boas notas e bom comportamento, aon-de quer que fossem, para garantir suas presenas nas matins de domingo. Es-tava assim determinado imenso exrcito de comportados, j que ningum deseja-va estar ausente daquela gritaria infer-nal, sentindo-se certamente, humilhado e em desvantagem em relao aos ou-tros, principalmente quando se tratava de cativantes seriados. Entre eles marcou poca a srie Os interminveis Cavaleiros do Rei Arthur, de 1949, uma produo inglesa. Outros foram as Aventuras do Capito Marvel, 1953, O Fantasma, O Super Homem, A Mscara de Ferro, A Rainha das Selvas, Os Perigos de Nyoka, mas o que deixou a rapaziada tendo o que discutir, foram os dois seriados interpretados por Buster Crabbe, aqui exibidas em 1948 e em 1953, os Legendrios Flash Gordon no Planeta Marte em 1936, Flash Gordon Conquistando o Mundo em 1940, pareci-am cenas reais em outros planetas. Zumbis na Estratosfera foi um seriado que chegou a ser anunciado como atra-o seguinte, mas no chegou a ser exi-bido devido ao encerramento das ativida-des do Cine Glria, em 1960. Nesse longo passado do cinema em Co-araci, uma cena deixou a meninada per-plexa e silenciosa, quando uma caverna parcialmente iluminada por algumas to-chas, diversos esqueletos humanos espa-lhados pelo cho levantaram-se repenti-namente, empunhando espadas, e dando incio a uma luta sem precedentes. Du-rante o perodo de seu funcionamento, luzes de gambiarras do Cine Glria ilumi-navam um pequeno trecho da Rua Rui Barbosa, onde residia Jos Augusto Qua-dros, Zuka Quadros, Isaas Andrade, Joaquim Henrique, Josias Jos de Souza, Epifnio Soares, Antnio Rodrigues Pei-xoto e senhora Elisa com sua filha Celes-te. A histria do cinema no comeou com

    Cine Teatro Coaraci, em 1944, nem com Cine Glria em 1949 e sim por volta de 1925, quando ainda era conhecido como Beira do Rio, quando aqui chegou um cidado chamado Alpio de Souza Guerra. Alpio era do tipo que fazia de tudo, e ao chegar adquiriu algumas canoas para se dedicar ao transporte de pessoas e mer-cadorias de um lado para outro do Rio Almada. Cinco ou seis anos depois en-traria no comrcio, numa sociedade com sergipano Jos Bento atravs da casa comercial - A Sergipana, em plena Rua da Palha. No se dando por satisfeito, Alpio ainda em sociedade com Jos Ben-to, adquiriu das mos de um cidado em Pirangi, um cinema em fase final de aca-bamento, situado no alto de um morro, no mesmo lado e bem prximo da atual Cmara de Vereadores: o cine Rio Bran-co. Dona Justa, proprietria de uma pen-so ao lado de cinema, forneceu por muito tempo refeies e lanches aos moradores de todo o Centro Comercial de Coaraci, desde o tempo de Itacar at por volta de 1957, 1958, quando a idade j avanada determinou o encerramento de suas atividades. Morreria logo depois. O cine Rio Branco foi uma obra de gran-de porte para pequena localidade, e deu incio s suas projees de 1934. Alpio e Jos Bento quase chegaram exausto pra poder inaugur-lo no prazo estabele-cido. A inaugurao da rodovia facilitava a chegada e as sadas de filmes. O pre-feito de Ilhus, Eusnio Lavigne, atravs do seu secretrio Mrio Pessoa, e do administrador Juvncio Pedro Lima, con-tinuaram dedicando especial ateno ao povoado, e mantendo-se fiel a seus obje-tivos, eliminar todas as irregularidades existentes em sua zona central. Com o rebaixamento da Rua da Palha, o Cine Rio Branco de Alpio e Jos Bento ficou encravado no alto do morro, exigindo ento a improvisao de uma escada de madeira rstica e insegura, trazendo naturalmente riscos aos frequentadores. Logo depois um desequilbrio nessa esca-da provocou diversos ferimentos na pro-fessora Hilda, esposa do senhor Pedro Rocha, pais das conhecidas Liana e Glcia Rocha. Foi ainda atravs de Alpio e Jos Bento que se acendeu a primeira luz eltrica no povoado, gerada por um pequeno motor a gasolina que fornecia energia ao cine-ma, cedendo Inclusive para Elias Leal, que se tornou o primeiro habitante a possuir luz eltrica em casa e o primeiro a possuir rdio em Itacar. Alpio fre-quentemente fornecia energia para que circos realizassem seus espetculos, des-de que no coincidissem com os horrios de seus filmes. As pelculas aqui exibidas vinham de Ilhus, e seguiam um roteiro pr-determinado, mas obrigava Alpio a deslocar-se at Pirangi, em viagens que duravam at 8 horas, entre ida e volta, tal a precariedade da estrada. Mesmo com tantas incertezas, as pesso-as adquiriam seus ingressos e aguarda-vam pacientemente no interior do cine-ma o incio da projeo, muitas vezes sem saber se o filme anunciado seria realmente exibido. Numa dessas ocasi-es numa sexta-feira da Paixo, a plateia aguardava em silncio a chegada de Al-pio trazendo o filme: Paixo e morte de Jesus Cristo, anunciado vrios dias, po-rm, o que assistiram foi um filme de bang-bang. - Foi s o que eu encontrei disponvel, desculpou-se Alpio! Diante do protesto dos frequentadores. Alis, fatos interes-santes sempre envolveram os cinemas pelo pas afora, e no Cine Rio Branco de

    Alpio no foi diferente. Justamente no dia da inaugurao em 1934, Quininha, filha do comerciante Timteo, ao ver o artista de arma em punho procurando desespe-radamente pelo fora da lei por todos os lugares, no conseguiu conter a emoo, gritando com toda a voz: Ele t detrs da carroa!!! Esse grito de Quininha fez com que a projeo fosse interrompida, as luzes fossem acesas provocando susto geral, alguns frequentadores caindo de suas cadeiras. Quininha at recente-

    CINE TEATRO RIO BRANCO EM 1925

    CINEMA

  • 5

    Lanamento do Livro A verdade sobre

    ns de Solon Plane-ta

    O Livro Solon Planeta A Len-da e o Livro foi lanado em Coaraci, no Espao Cultural do Bar de Maria, no dia 14 de Agosto, um Sbado, com a presena de leitores de todas as idades e entre eles estu-dantes, universitrios, profis-

    sionais liberais, artistas, m-sicos, professores e comerci-antes que foram l para con-seguir um livro autografado das mos do escritor. Neste livro Solon Planeta re-lata uma srie de fatos nega-tivos que o levaram a escre-ver, registrar e enviar cartas Brasil afora, relatando fatos e criticas justia e politica brasileira.

    Em homenagem Solon va-mos publicar nesta edio um dos textos do seu livro intitu-lado

    As difceis fases

    do cacau

    difcil de entender e at de analisar porque o cacau tem o a cotao mais oscilante dos demais produtos comerciais do mundo. O preo do cacau varia todos os dias durante todo o ano. Todos os dias, as bolsas comerciais tem preos diferentes para o cacau, isso acontece desde que me en-tendo por gente. Na dcada de 1940 o cacau quase foi deixado de ser culti-vado devido s baixas cota-es alcanadas, at porque os navios que transportavam o cacau para a Europa e Esta-dos Unidos, no raramente eram afundados por submari-nos alemes, no perodo da segunda guerra mundial. Naquela poca o Brasil dis-punha apenas de uma inds-tria de chocolate, Usina Hel-vtia, antiga Hugor Kauffman S.A. em Ilhus, que no atendia a grande produo daquele tempo. Naquele tempo tambm no existia televiso, os notici-rios eram feitos por rdio, que tambm no era do al-cance de todos, uma vez que a energia eltrica era escassa e a bateria de pouca fabrica-o e de difcil recarga. Os interessados pelas princi-pais informaes ouviam atravs dos noticirios da Rdio Nacional intitulado "Reprter Esso", levado ao ar s 20:30 h, que tinha como bordo " Aqui fala o seu Re-prter Esso, testemunha ocu-lar da histria com notcias do Brasil e do Mundo" apresenta-o notabilssima do narrador Heron Domingues, este pro-grama fornecia a cotao diria do cacau. Em 1946, com o fim da segunda guerra mundial o governo brasileiro estabeleceu que somente o

    Instituto de Cacau da Bahia, compraria o cacau nacional, causando enorme transtorno para o produtor brasileiro, exigindo cadastramento pro-fissional e outras formalida-des, alm de uma rigorosa classificao do produto. As-sim tivemos: Cacau Superior, Good, Regular e Refugo ( Cacau com mofo na mesa ou cheiro de fumaa dos ob-soletos secadores de ento). E para cada tipo do produto respectivo preo: Superior, 18 mil ris; Good, 15 mil ris, Regular, 12 mil ris, e assim por diante. S que o difcil era fazer o cacau superior. Os gerentes eram implacveis. Aqui em Coaraci o gerente era Francis-co Coelho Filho, os classifica-dores eram Joaquim Moreno do Bolacha, Alberto Aziz, Rai-mundo e tantos outros. Como j disse em outras oportunidades naquela poca, meu pai comprou uma fazen-da na Jussara de Querubim, distrito de Icara, com uma produo bem melhor que a daqui. Onde s vezes vendia Cacau na Vila de Cajueiro, ou na cidade de Ibicara. Com a determinao governamental passou a se vender Cacau s em Ibicara na agncia do Instituto de Cacau da Bahia, nas instalaes adquiridas da Empresa Irmos Modesto que eram fortes compradores de cacau. A fila para classificao era enorme, contando ainda com a insatisfao de ningum conseguir fazer cacau superi-or. At que um dia eu com meus 16 anos e um irmo de 20, cismamos de fazer cacau su-perior. Na Fazendinha do meu pai tinha uma plantao de uns 10 ou 12 anos na beira do rio da Jussara, um verda-deiro "fil", resolvemos co-lher essa roa para quebrar-mos o encanto de fazer o "Cacau Superior". Pegamos os podes e iniciamos a nossa pretenso, colhemos umas 15 caixas de cacau, s os frutos maduros, quebramos, leva-mos ao cocho, demos a fer-mentao necessria, coloca-mos na barcaa e demos o beneficiamento adequado, eliminando toda impureza existente, dando o devido polimento e a secagem exigi-da, colocamos o produto em trs animais cargueiros, e nos mandamos para Ibicara. L chegando fomos para a fila, s sendo atendidos no dia seguinte. O classificador, ri-goroso como sempre, ia dan-do a cada um a sua nota al-canada, que no agradava a ningum. At que chegou a nossa vez, o trapicheiro abriu os sacos, sentiu o aroma, mexeu o produto, olhou pra ns e para o classificador, que logo colocou 100 amn-doas numa pequena bacia e comeou a cortar as amn-doas.

    Aps cortar 30 a 40 amn-doas, parou o canivete e quase que surpreso excla-mou: " Venham ver aqui o que Cacau Superior!". E todos que estavam na fila foram ver a novidade. O ge-rente nos concedeu os devi-dos parabns, perguntando quem ramos ns, em segui-da nos fez o devido pagamen-to. Samos dali compenetra-dos o dever comprido.

    Slon Planeta

    TEATRO a

    Voc j foi ao teatro? Se foi sabe o quanto grandiosa essa arte milenar. Se no foi no tem problema, ainda d tempo de voc conhecer essa arte que nasceu da necessi-dade dos homens em se co-municarem.

    Semana da Ptria

    O incio da semana da p-tria ocorre em 1 de Setem-bro e vai at o dia 7 de Se-tembro. Durante essa sema-na relembrada a histria da independncia do Brasil. Durante a semana da ptria so organizados diversos eventos como desfiles, home-nagens e festas que procuram conscientizar a todos sobre a importncia da ptria e da histria do Brasil, bem como do dever de cada cidado para com o seu pas. Nas escolas tambm so rea-lizados vrios eventos para que as crianas aprendam mais sobre a histria do Brasil e sua importncia.

    Lanamento do Livro no

    dia 15/08 no Espao

    Cultural Bar de Maria.

    Depois que a cortina abre, a vida vira arte

    19 de Set. Dia do Teatro

  • 6

    NO UMA BELA

    POESIA!?

    Gicelle Archanjo uma Artista Plstica

    Gi Archanjo

    A arte entrou na vida de Gi Archanjo quando seu pai Euflavio Gois a levou, aos cinco anos, para ver uma exposio de Picasso no Masp. Ali de alguma forma foi tocada pelos traos e cores. Passou a adolescncia negando o quanto a arte era importante em sua vida. Tentou outros caminhos, se formou em Publicidade, trabalhou em rdio/TV e em um Jornal. Viu que no era aquele o seu mundo. Ento decidiu recalcular a rota. Fez uma segunda faculdade, de Artes. Passou a viver de dar aulas de Arte e produzir Arte. Nos ltimos cinco anos vem se dedicando mais e mais produo artstica. Participou de duas exposies coletivas no MUBE de SP: A book about death em 2009 e Troy Art em 2011. Morou um ano na Irlanda. L participou do Beta Pro-jects, um projeto da Prefeitura de Dublin que visa revitalizar o centro da cidade com arte. Para o projeto foram escolhidos 12 artistas. Entre homens e mulhe-res, irlandeses e estrangeiros. Tem para dezembro uma exposio marcada na Galeria Cultura, em So Paulo. Gi Archanjo busca no ldico e na simplicidade, inspirao para criar. Seus personagens femininos dialogam com os momentos que vive. Suas linhas vo e voltam e se entrelaam em sonhos e cabelos, fazem ns em ideias e refletem em olhos que abertos e fe-chados, de alguma forma exploram toda a poesia da vida.

    Gicelle Archanjo

    Ser o curador da exposio O Centro

    Histrico na viso dos seus Artistas

    O ARTISTA

    LEONEL MATOS

    Leonel Mattos, artista plstico, que anda sempre engajado com as entranhas artsticas da cidade, aceitou com muita ale-

    gria o convite do Instituto Antonio Carlos Magalhes, atravs de Claudia Vaz, superintendente da instituio, para ser o

    curador da exposio O Centro Histrico na viso dos seus Artistas. A mostra, que tem incio no dia 7 de novembro, s-

    bado, em comemorao a semana da Conscincia Negra, marca mais uma nova parceria do artista, que expor suas pintu-

    ras e esculturas, todas elas dentro da temtica do evento. Adorei o convite. algo que gosto de fazer, alm de estar con-

    tribuindo para a valorizao da nossa cultura, especialmente na rea das artes visuais, revela Leonel. Em tempo, a lista de

    artistas convidados grande. So artistas representativos do Centro Histrico entre eles, Bel Borba, Chico Vieira, Ecken-

    berg, Edmundo Simas, Elenildon Caf, Enok, Marcia Abreu, Menelaw Sete, Murilo, Raimundo Bida, Ubiraci Tibiri e Wa-

    shington Arlo -, valorizando os talentos criativos da regio durante esta primeira mostra .

    Setembro 2015

    Artistas coaracienses brilham no Brasil e no Exterior

    ARTES E ARTISTAS

    Professora de Artes na Empresa Colgio Carlos Brunetti, An Artist na Empresa Me Myself And I e Professora de Artes na

    Empresa Colgio Nova Estrela Guia. Estudou Histria da Arte na PUC/SP - COGEAE

    Coaraciense brilha em Salvador

    https://www.facebook.com/gicelle.archanjo?fref=photohttps://www.facebook.com/pages/Professora-de-Artes/145609662117426https://www.facebook.com/pages/An-Artist/115755565112301https://www.facebook.com/pages/Col%C3%A9gio-Nova-Estrela-guia/475824119110704https://www.facebook.com/pages/PUCSP-Cogeae/130210173678909?ref=br_rs
  • 7

    A GRANDE VIAGEM

    Autor: O Coaraciense Euflvio Madeirart

    Chegou 1961. Pronto Olho de Gato chegou a hora do vai ou no vai, era o que me per-guntavam todos, mas eu ainda tinha que completar os dezoito anos de idade e nego-ciar com minha me e meu pai a vinda, de-zoito anos eu iria completar em outu-

    bro, estava longe. O cabrito estava na fazenda de seu Zacarias Bonina cres-cendo, as coisas no andavam bem para meu pai que andou dando umas cabea-das, tinha ido embora e largado a fam-lia, eu firme na ideia de vim pra So Paulo, meio incentivado por meu tio Joo Porcino que escrevia pedindo pra meus pais mandarem eu pra c, com o argumento que o filho dele que ele dizia ser Funcionrio Pblico, que pra gente soava como uma coisa extraordinria, ele dizia que o filho ia ser promovido e eu ia ser colocado no seu lugar, vejam s como se isso fosse possvel, mais agente l na Bahia acreditava e eu vim certo que j estava empregado, sem documento sem nada, l naquela poca documento era s o registro de nasci-mento e pronto. Olho de Gato em So Paulo, caiu a fa-mosa ficha. E agora Jos? quase criana, quase 1.800 quilmetros longe de casa, longe da me, dos irmos, dos amigos, das professoras e tambm dos inimigos, que parece que no, mais tambm fazem falta. Mas eu j tinha uma realidade ali na minha frente. Antes vieram todos os preparativos da viagem, era Agosto comea o corre -corre pra viagem que seria em Outubro, fomos atrs de Quidinho que tinha um caminho Pau-de-Arara que fazia duas viagens por ms para So Paulo, pra saber o preo da passagem, j sabia o preo da passagem agora era s fazer a reserva. Num sbado de Agosto aproveitando que seu Zacarias Bonina vinha na feira, meu pai falou com ele que eu ia buscar o bodinho, na fazenda dele, o seu Zaca-rias era uma daquelas pessoas do bem, e falou: - Seu Jesuno pode mandar o menino buscar o bode l, t l, grande e gordo. Um misto de alegria e tristeza tomava conta de mim, mais eu ia esperar che-gar Setembro pra ir buscar o cabrito, e foi o que fiz, em Setembro fui buscar o bichinho que estava enorme, num sba-do de Setembro, matamos e apuramos quase dois contos de reis, tambm co-nhecido como dois mil cruzeiros, era uma nota com a figura de Pedro Alvares Cabral. A passagem no pau-de-Arara custou trezentos Cruzeiros, nesse meio tempo meu pai resolveu vim tambm e veio. Enfim chegou o dia to esperado da viagem, minha me preparou umas comidinhas pra viagem, matou uma galinha, fez uma farofa e botou numa mochila muita orao, choro das ami-gas, a noite fui na zona, foi um aconte-cimento. Dia quatro de Novembro de 1961 as duas horas da tarde depois de muitas despedidas dos parentes dos viajantes, o Quinda meu grande amigo de traquinagem em volta do caminho tentando no chorar estava vindo uma irm dele tambm nessa viagem, que

    eu nunca mais tive notcia dela. As despedidas foram longas, minhas amigas Gildete Cunha, Alerte Cunha, Idalici Cunha, D. Delici e tantas outras meninas dali da rua, aquelas que faziam a rua ser alegre, por que a alegria tudo na vida da gente, a alegria traz sade no corpo, na alma e no corao. Eu s sei que chorei muito na sada e na chegada em So Paulo, tenho muita saudade daquelas meninas que nunca mais vi, quantas trocas de cartas no comeo; saudade daquele feijo to saboroso feito por dona Maricota me dessas meninas, ela mandava todo dia um pouco pra gente, quantos agradeci-mentos a essa famlia to importante pra ns e pra a histria da cidade. Eles eram ou so da famlia de Sr. Tiano, aquele do Circo Nerino lembra? Pois , fizeram grande diferena na vida da nossa famlia, muito justo eu cit-las aqui nesse grande depoimento, coisa de Euflvio, digo: de Olho de Gato. Vamos viagem: - Samos umas duas e meia da tarde, depois de esperar uns e ou-tros, por fim chegou todo mundo, um caminho Mercedes Benz cara chata pegou a estrada de terra, deixando tudo pra trs, eu chorando igual beb com dor de barriga. Chegamos em Itabuna s 17:00 horas, o caminho parou perto da rodoviria alguns desceram, eu desci tambm, fui numa lanchonete tomei um suco de caju estupidamente gelado, to gelado que doa para descer, mais con-segui e voltei para o caminho subi no meu lugar, esperamos um pouco e se-guimos para Ibicara onde pegamos uma famlia com parte da mudana, tivemos que dormir em Ibicara por cau-sa dessa famlia que era muito grande, A famlia de seu Enoque. Umas 05:00 horas da manh samos, mas antes um gago que estava na viagem saiu pra noite e umas trs da manh voltou pra o caminho com uma grande confuso, que ele tinha arranjado l na zona. O rapaz no soltava uma palavra, mais resolveram a situao e 05:00h parti-mos com destino a So Paulo. Estrada de terra batida, caminho carregado de mudanas e de passageiros, crianas e velhos na estrada para So Paulo, que maravilha, era cada conversa, sonho quero dizer, comeava comigo que j estava empregado porque meu tio falou que eu ia ficar no lugar do meu primo que era Funcionrio Pblico, tomei poei-ra, era um pare aqui que eu quero ir no banheiro, uma loucura de crianas com dor de barriga, querendo ir no mato, parava o caminho e o povo ganhava o mato pra fazer as necessidades. E tome caminho na estrada de terra, chega-mos Vitria da Conquista. Dois dias de viagem e s estava em Vitria da Con-quista. Mais Vitria da Conquista ia fi-cando pra trs rapidamente e as coisas da vida da gente tambm iam, as car-reiras nos lombos dos cavalos, as pica-das de marimbondo mangue que doa pra danar, os banhos de gua limpa nos rios, a gua que a gente bebia nos rios limpos despoludos, tudo ficando pra trs ainda podia ouvir o berro do meu bodinho quando meu pai deu a paulada na cabecinha dele, pra fazer dinheiro pra eu poder vim pra So Paulo. Como pude fazer isso? Lei dos mais fortes mas foi decisivo pra minha vinda e pra o que sou hoje. Ele era marrom e preto muito forte, raa Francesa, ainda sobrou um pouco de dinheiro que me manteve aqui enquanto no arrumei emprego. Embora meu tio tenha mentido em rela-o ao emprego que fez eu vim pra c,

    eu cheguei aqui cheio de esperanas e tambm de sonhos, mesmo assim as coisas se encaminharam de uma manei-ra satisfatria para mim, meu tio foi importante pra mim arrumar emprego, primeiro numa fabriqueta de calados infantis, depois numa metalrgica. Foi como metalrgico que trabalhei em So Paulo. Mas as lembranas no me larga-vam um s momento at chegar a pri-meira carta da Gildete e depois da Arle-te e depois da Idalicia, foi ali que perce-bi como eu era querido. Foi mais de um ano de cartas, pra l e pra c, falva-mos de tudo, de msicas de rdio nove-la, de tudo mesmo. Depois foram paran-do de chegar at parar totalmente, elas foram casando e nunca mais tive not-cias delas, se mudaram da cidade e pronto. As lembranas das brincadeiras, das brigas de rua, dos banhos de rio, das Caravelas, das guerras de Caravelas da infncia do jardim. Do Jardim de infncia, da delicia de ser criana, de comer doces, chorar, gritar, apanhar. A gente fazia coisa errada e ficava mor-rendo de medo de apanhar, se no apa-nhasse a gente achava ruim, que isso mame est ficando mole? porque no me bateu? Fui no dia marcado com o dono da me-talrgica, se chamava Venceslau, Seu Venceslau. Eu estava ali na fbrica daquele homem, um homenzinho pequeno mais de cora-o grande, tanto que depois de 28 anos daquele primeiro dia de trabalho na sua empresa, eu volto a lhe procurar para agradecer, por ele ter me aceitado na sua empresa, apesar deu no ter um bom fsico para o trabalho to pesado, mesmo assim depois de me ver to pe-queno pra meus dezoito anos completo, ele disse entre para trabalhar e boa sorte. Eu fiquei na empresa de 1962 a 1969. L ganhei dinheiro, tamanho e msculos, para enfrentar as diversida-des que viriam pela frente. Nessa em-presa eu terminei de me criar, l dentro eu era mltiplo fazia de tudo, em se falando de molas de carros, mas percebi que j tinha chegado a hora de sair, porque ali eu no tinha mais pra onde crescer, quando recebi as opes de sair ou ficar, optei por sair e sai. Nessa poca em 1969 eu com vinte e seis anos de idade, fumava, bebia, no tinha ganhado dinheiro ainda, sai da firma sem profisso, estava desempre-gado, uma segunda-feira levantei de manh e sai pra procurar outro empre-go, tomei um nibus que me levou at o parque D. Pedro II, de l fui at a praa do Patriarca, onde guiado no sei por quem peguei o nibus Cidade Universi-tria, desci do nibus e vi que estava em um mundo que eu gostaria de fre-quentar e ali eu prometi um dia: - Vou pra Universidade vou... voltei pra casa com aquela ideia na cabea, no demo-rou e arrumei outro emprego numa f-brica de Truk onde aprendi a soldar e como Soldador Eltrico trabalhei trs anos e meio, sai dessa firma e entrei em outra, onde trabalhei quinze anos e meio, onde me aposentei, no ano que me aposentei, recebi o meu Bacharela-do. Sou Bacharel em Administrador de Empresa turma de 88. Enfim entramos na Rio Bahia, muita poeira, estrada de terra, sim a Rio Bahia de terra batida, todo mundo j muito cansado, as crian-as choravam muito, eu e mais uns ra-pazinhos arranjamos um lugar l no fundo da carroceria e viajamos ali, con-versando fazendo projetos, planos para So Paulo.

  • 8

    ali, conversando fazendo projetos, planos para So Paulo. O primeiro dinheiro vou comprar uma bicicleta Caloi pra mim, mas vou compra um terreno tambm, vou fumar s cigarros de filtro, os cigarros de filtro estavam sendo lanados, beber Whisky Drurys, isso l no fundo do caminho, todo mundo apoiava todo mundo, maravilha nosso caminho ainda esta-va no primeiro quarto da viagem. Depois de dois dias de viagem naquele Pau-de-Arara, dormi-mos em nova Conquista, eu j tinha parado de chorar e j estava me divertindo muito. Tome viagem pelo serto da Bahia, a tarde entramos no estado de Minas Gerais, muita estrada ruim, alguns pedaos j asfaltados mas pouca coisa, muitos atoleiros, carros atolados no barro, mais ns no pa-rvamos de fazer planos. Vi muitos coros de ona pintada espichados naquelas casinhas pelo mato afora, pra mim mui-tas novidades, de vez em quando a saudade das minhas pes-soas queridas comia meu corao, mais eu ia em frente, lembrava das brincadeiras, dos desfiles de Sete de Setem-bro, eu batendo minha caixa, Edsio no surdo e Orlando na caixa de marcao ou apoio, a professora Irene sempre mui-to enrgica com agente, lembrava dos coros, de tudo, era temporada de lembranas. O caminho gemia nas ladeiras carregado com ns, indo pra So Paulo, para se meter den-tro de uma fbrica, e como eu, s sair trinta anos depois ou mais tarde, j aposentado. Meu tio que j tinha arrumado uma fbrica de sapatos infan-tis, agora arrumou uma metalrgica, que trabalhei oito anos registrado e um sem registro, como experincia. Um ano depois de estar aqui, meu pai mandou buscar minha me e os meninos, mas tinha o mais velho que veio tambm mas no ficou, era muito livre no gostava de receber ordens, eu tambm no. Minha me chegou e pronto, vamos arrumar uma casa pra alugar, um pouco de dificuldade mais enfim arrumamos dois cmodos, e fomos morar perto da firma onde eu j trabalhava, era minha me e eu como o chefe da casa, sim por que meu irmo mais velho s trouxe o pessoal e voltou pra Coaraci, e tinha os pequenos pela ordem de idade, Evilazio, Ana Maria, Eulina, Euvando e Jos Augusto. Mame no tinha muito o que fazer pra ganhar dinheiro, cuidava da casa, eu pagava o aluguel e cuidava de todos, meu pai levava uma feirinha com os bsicos dos bsicos, o ano era 1963. Eu tinha crescido uns doze centmetros estava muito muito feliz com essa mudana no meu corpo, tinha ficado forte, s ai j valia a pena ter vindo, saia pra me di-vertir, enquanto isso as cartas estavam parando de vim, Arlete que era noiva se casou, Gildete arrumou um namora-do que morava no interior de So Paulo tambm casou-se e veio morar no interior numa cidade chamada Gavio Peixoto, as notcias eram poucas bem poucas a essa altura, at cogi-tei de ir visita-la, mais no deu tempo, o casamento dela no vingou, voltou para Coaraci depois foram para outra cidade e eu no tive mais notcias delas, a Idalicia no se casou, de-pois de muito tempo ficamos sabendo que a me delas Dona Maricota que era filha de seu Tiano aquele do Circo Nerino que ficava na geral, morreu, depois de mais alguns anos o Sr. Amncio o pai delas tambm morreu. Eu na metalrgica trabalhava como Ajudante Geral, a princpio aquilo me pare-cia muito grandioso e no era, depois eu fiquei sabendo, que era melhor ser ajudante s do que ser Ajudante Geral. Tem um daqueles rapazes da viagem que mora aqui pertinho de mim: o Adelino um dos meninos que veio naquele grupo l de trs na carroceria do caminho, conversamos muito ainda sobre a vinda, esse menino ns pegamos a famlia em Ibica-ra-Ba e foi na frente da casa dele que dormimos e que o gago arranjou a maior confuso na zona. Hora de comer vamos ver o que tem? uma farofa de galinha numa mochila de pano que mame tinha preparado pra via-gem. Uma galinha preparada com farinha e mais algumas coisinhas que eu no lembro mais, de to pouquinho que era pra aguentar cinco ou seis dias de viagem, peguei a mochila pra comer um pouquinho, mas os dentes estavam doendo muito com o vento da viagem, no consegui comer quase nada e tambm a empolgao daquela vigem tirava a fome, s pensvamos no dinheiro que amos ganhar, s sei que eu amarrava a mochila de farofa no travesso da cobertura do caminho deixava l balanando e voltava l pra trs onde vinha a rapaziada jogando conversa fora. Eu pensava e o Quinda vai ficar l at quando? Pouco tempo depois eu fiquei sabendo que Quinda tinha vindo pra So Paulo e estava mo-rando em Guarulhos, como eu que morava tambm l. En-tramos no Estado de Minas Gerais, interior de Minas, ficava admirado com tantas minas de ouro abandonadas, e pensa-va : - se eu morasse aqui eu era rico, ia escarafunchar essa mina velha at achar ouro, ia, do caminho a gente via as entradas das minas. Chegamos em Tefilo Otoni, nem sei que horas, o caminho fez uma parada pra o povo descansar e ir ao banheiro fazer as necessidades. Tomamos a estrada de novo depois que alguns tomaram at banho, e depois de

    terem descansado um pouquinho, p no acelerador, Enge-nheiro Caldas, muita chuva, estrada em obra, fila de cami-nho atolado, os viajantes cansados, o nosso motorista era experiente e conseguimos passar, mais umas quatro horas depois chegamos em Governador Valadares, mais ou menos meio dia, parada para abastecer e descansar um pouco, fui pegar minha farinha, que eu deixei pendurada no travesso da cobertura do caminho, cad? no encontrei provavel-mente caiu no balano do caminho, fiquei sem minha rao, farofa de galinha, perdi e agora? Falei com meu pai e ele me deu uma lata de farofa que trazia, mas ele foi num quiosque da beira de estrada e almoou, eu fiquei s numas bolachi-nhas e pronto, no me abalei no, normal, segui viagem, se ele no me ajudasse outros passageiros ajudariam. por essas e outras que eu adoro ser do povo, s quem do povo que tem o privilgio de passar por uma aventura grandiosa como vir num Pau-de-Arara do Nordeste at aqui (So Pau-lo), brincando e me divertindo isso para fortes, guerreiros, e valentes... faria tudo de novo, agora com uma cmara fo-togrfica e um bloco de papel. Rio Doce, cheio e maravilho-so, Cidade pra mim de grande porte, dum lado uma monta-nha que eu gostaria de escalar, era uma boa subida deve ter trilhas at o topo, linda deve ser a vista l de cima. Samos de Governador Valadares, era o terceiro dia, pegamos de novo a estrada no sentido So Paulo. Depois de umas duas horas de descanso, tomamos a grande estrada Br. 116 que nos levaria ao nosso destino e realizao dos nossos so-nhos; Passamos por diversas cidades e povoados, volto a ver coros de ona pintada e de Suuarana, ona parda muito comum naquela regio. Agora vamos chegar em Caratinga, Cidade grande para mim. Nesse ano, 1961, Caratinga tinha dado para o Brasil a mulher mais bonita do Universo. Nesse ms de novembro exatamente quando ns estvamos passa-do por l, estava tendo a festa pra festejar esse grande acontecimento. Sempre quando eu passo por l lembro des-se acontecimento e penso: onde andar aquela moa to linda, que de to linda virou a misse Universo? Nessa grande viagem ficou marcado na minha fita esse fato e a confuso do gago, o l de Ibicara. Ainda hoje quando eu passo em Ibicara lembro daquela confuso, algumas pessoas querendo arrancar a lngua do gago, Deus! como o Senhor tem sido bom comigo.

    DIA NACIONAL

    DA ARTE

    Homens que contriburam para o

    progresso de Coaraci

    Por volta de 1952, poca da Emancipao Poltica, Coaraci estava em pleno apogeu de seu comrcio e de sua cacauicultura, valores estes em grande parte, adquiridos atravs da presena e dos esforos de valorosos cidados de Santo Antnio de Jesus de Nazar. Esse ciclo de evoluo ainda contaria com a presena de uma srie de outros importantes ho-mens de negcios: Ulisses Reis chegaria em 1949, casando-se com a Senhorita Ivone dos Santos, filha de Joaquim Henrique. Em 1951 chegaria seu irmo Agostinho Reis, que se casaria com a professora Aline Bastos Ribeiro, em 1955, tendo os filhos Alda Anglica e Adilson. Mais tarde chegaria outro irmo, Joo Reis que se casaria com a senhorita Snia e por ltimo Joaquim Reis, que deu preferncia pelo co-mrcio de Secos e Molhados, tendo como esposa a senhora Clotilde.

    SR. AGOSTINHO RECEBENDO DAS MOS DE

    ADEILDO MARQUES O TITULO DE

    PERSONALIDADE MUNICIPALISTA

  • 9

    Acho que o senhor gosta mais de mim, do que eu do senhor. Nunca esqueci da perda da minha comida naquele mo-mento que eu precisava tanto eu estava muito longe de casa, aquela era a nica comida que eu tinha, voltava l no lugar e procurava, procurava pra ver se acha-va e nada. As vezes penso: - tem coisas que parece que s acontecem comigo. Passamos por Caratinga em festa, sem parar, seguimos rumo a So Paulo, os passageiros j demonstravam um can-sao extremo, e ainda faltava mais de um tero da viajem, a prxima cidade grande foi Diamantina, passamos l no quarto dia de viagem, ainda faltava o quinto dia, e ns s amos chegar no sexto dia, no deu pra ver nada em Diamantina, afinal no estvamos fa-zendo turismo, mais mesmo no paran-do agente percebia a importncia da-quela cidade histrica ainda mais que tinha acabado de dar pra o Brasil um grande Presidente. Sr. Juscelino Kubits-chek, ilustre filho daquela cidade, passa-mos e fomos embora, depois viria a cidade de Entre Rios j no estado do Rio de Janeiro, passamos por l tardinha, ia chegando a madrugada, o caminho tambm cansado, os passageiros esgo-tados de tantos sofrimento e ns os rapazes novinhos comevamos a sentir o peso da responsabilidade da mudana que amos enfrentar, o monstro chama-do PATRO. Sim o patro, o primeiro patro que ia registrar a carteira, aquela que ningum dali tinha ainda, a bendita ''Carteira de Trabalho''. O Caminho cortava a estrada, a longa estrada de So Paulo, da querida So Paulo que ia nos receber de braos abertos como recebia gente do mundo todo, e ainda recebe. Depois de Diamantina passamos por mais algumas cidades durante a noite, e quando dormamos no ficaram registradas, chegamos em Volta Redon-da ao amanhecer, era uma cidade gran-de, passamos ao lado da impressionante Siderrgica Nacional, ficamos abismados com o tamanho da Gigante do Ao. Estvamos chegando no nosso destino, muitos de ns nunca mais voltaria, co-mo muitos de ns no voltaram, alguns dos companheiros de muitas risadas e que me consolaram quando eu desatava a chorar, eu nunca mais voltei a encon-tra-los. Lembro que vinha com agente uma famlia de fazendeiros que tinha comprado umas terras no Mato Grosso, desses nunca mais tive notcias, que

    gente boa! Chegamos na parada final e eles tomaram destino ruma ao Mato Grosso, adeus amigos. Terminamos de passar a Siderrgica pouco tempo de-pois estvamos na via Dutra, mais uma parada em baixo de um eucaliptal des-cansamos um pouco pegamos a estrada e chegamos a So Paulo, parada final no Posto ATLANTIQUE. Ali perto da Philips, em Guarulhos SP. Deixa umas ali, ou-tros aqui a famlia que ia pra o Mato Grosso ficou num ponto pra embarcar para o seu destino, eu e meu pai, procu-ramos a casa de meu tio Joo Porcino, que ele fazia questo de falar pra todo mundo que se chamava Joo de Deus, e assim no dia 10 de Novembro de 1961 atracamos em So Paulo para ficar e ser feliz, afinal somos famlia de desbrava-dores Sergipanos. Fomos recebidos pelos meus tios, com um certo p atrs, mais duas pessoas que iam ficar hospedados ali com eles, meu pai notou alguma coisa e tratou de arranjar lugar pra ir, e foi embora pra uma penso, eu fiquei porque no tinha pra onde ir, tive que ficar ali mesmo comendo o velho po que o diabo amas-sou. Fiquei um ano com eles, depois acostu-mei com eles e conseguir vencer aque-les primeiros meses de solido, sem minha me, meus irmos e amigos. Minha inesquecvel Coaraci. Ponto final: - Ponte Grande Guarulhos, ali ficamos na rua da feira, de sexta-feira, dia seguinte acordei cedo para ver o mundo e o mundo estava ali na minha frente, tinha que escrever uma carta urgente para dizer que tinha chegado e estava tudo bem, escrevi carta pra todo mundo: mame, Gildete, Arlete Idalicia. Minhas trs amigas. Mas no tinha mais tempo a perder, meu primo Zez me ajudou muito, ele estava desempregado e saia comigo pra mostrar as coisas de So Paulo, me ajudar a tirar documen-tos, ir ao cinema, no campo, ele foi mui-to importante pra mim, sim eu tenho muito o que agradecer a ele, mas ele sumiu, sem dar notcias. Documentos tirados, reservista, carteira do trabalho, agora s procurar emprego e traba-lhar, isso foi fcil, primeiro numa fabri-quinha de calados infantis. Fiquei me-nos de um ms, depois arrumamos nu-ma metalrgica, onde trabalhei oito anos, foi ai que me estabeleci em So Paulo. Sai homem feito, l nessa fbrica de molas de carro realizei o meu sonho

    de comprar uma bicicleta e quando sai com o dinheiro dos direitos trabalhista, comprei um terreno, onde moro hoje. Hoje depois de 52 anos em So Pau-lo estou voltando Coaraci sempre que posso, quando che-go l causo uma certa admira-o nas pessoas que l deixei, eu sempre visito aquela gente, as que ainda esto vivas, aque-las pessoas que ficaram e esto l. Confesso que sinto uma sen-sao de ser que eu no fiz bobagem em ter ido pra So Paulo? Mas ai no tem mais jeito, to feliz e realizado, fiz uma vida com muita genuinida-de e um certo sucesso, constru-do com muito trabalho, nunca faltou trabalho pra mim, sou bem aposentado, estudei aqui por que gosto e sempre gostei das coisas da cultura, do que a cultura pode nos dar, adoro o mecanismo do alfabeto, acho sublime a montagem das pala-

    vras, a nossa lngua maravilhosa pra mim mgico ler e escrever, escrever e ler. Sempre dei muito valor ao estudo, nu-ma poca que a Universidade era pra poucos eu estava l estudando, questio-nando muitas coisas, que eu insistia em no entender, por que tem coisas assim mesmo, e uma vez que voc est ali pra aprender voc tem que aprender. Bom, em 1961, ms de novembro, tra-balhando, arrumei um emprego, primei-ro pagamento, dinheirinho no bolso, meu tio estabeleceu um valor pra mim ajudar em casa, ele queria que eu en-tregasse o pagamento na mo dele, mais isso eu no aceitei, continuei com ele at a vinda de minha me e os me-ninos, foi ai que alugamos uma casinha e fomos morar no Parque So Rafael, no Jardim Tranquilidade Guarulhos SP, l ficamos dois anos, depois mudamos para o Itaim Paulista, meu pai tinha comprado um terreno e tinha com muito sacrifcio, sem eu saber, construdo dois cmodos, quando o dono da casa que ns morvamos pediu a casa, eu falei pra meu pai procurar uma casa pra alu-gar, o que era muito difcil naquela po-ca principalmente pra baiano como to-dos ns ramos chamados em So Pau-lo, meu pai falou dessa casinha que ele tinha feito e ofereceu pra ns e eu acei-tei com muitas discusses com a minha me por que a casa no tinha luz eltri-ca e nem luz nenhuma. S a luz solar. Com uma condio, eu tinha que arru-mar dinheiro pra colocar o piso, porta e janela, arrumei o dinheiro e colocamos as coisas que faltavam e mudamos pra l, e com isso nos transformamos em pioneiros no bairro do Jardim dos Ips, SP. onde moramos at hoje. Estamos no Jardim dos ips desde Setembro de 1965. O bairro tinha umas 20 casas, no tinha luz eltrica, no tinha agua encanada, fizemos um poo, tambm conhecida como cisterna, no tinha con-duo, agente andava 25 minutos pra pegar o trem da'' Central do Brasil'' pra ir trabalhar. Em outras palavras sou tambm fundador de um bairro de So Paulo sim. Onde trabalhei conquistei a todos com meu bom humor e meu amor a vida e ao trabalho, quando olho pra trs consigo enxergar um monte de coisas boas que constru, sim por que muito de mim querer deixar pegadas por onde passo. Sempre foi assim.

    Euflvio e o caminho

  • 10

    ''O PEQUENO ADO''

    Autor Euflvio Madeirart

    Uma das coisas mais espetaculares da

    minha vida foi sada da primeira infn-

    cia, quela que vai do primeiro ano de

    vida at os seis anos, nessa que voc

    chora a hora que voc quer, chupa bico,

    aqui no sudeste chamado de chupeta,

    toma banho nu, pelado aqui no sudeste.

    Com seis anos eu chupava bico, o ulti-

    mo caiu na correnteza do rio e de tanto

    minha me brigar e at me bater, eu

    no quis mais outro, o sinal da mudan-

    a. A gente tinha s o nosso rio Almada,

    gua limpa a gente bebia, passava o

    tempo todo nadando, aprendia a nadar,

    brincava e pescava, brincava de cinema,

    quando um pouquinho maior, brincava

    com as caravelas, as guerras de carave-

    las. Em um belo dia assim num estalo

    eu no queria mais tomar banho nu, o

    que aconteceu que agora eu no queria

    mais tomar banho nu? Depois de brin-

    car, suado corria pra o rio tirava a roupa

    e ti bum dentro dagua, mais como num

    toque de mgica um dia me bateu uma

    vergonha, que eu no sei de onde veio,

    comecei a tirar a roupa e tampar as

    partes com as duas mos, por qu?

    Tinha se mudado uma famlia com trs

    meninas moas, que passavam toda

    hora ali perto do rio eu acho, que foi

    isso, tampar as partes com as mos?

    eu acho que foi isso, mas tinha uma

    brincadeira que era muito sem graa os

    meninos que no estavam no banho,

    aproveitavam a distrao dos que esta-

    vam e escondiam as nossas roupas, ai

    era um tormento, a gente no podia sair

    da gua, as vezes ficvamos com frio

    um bom tempo at as roupas aparece-

    rem como mgica. At que chegou os

    7, 8 anos e eu no tomava mais banho

    nu, graas a Deus mame comeou ela

    mesmo a fazer uns cales pra gente

    tomar banho no rio. Essa brincadeira de

    esconder as roupas era sem dvidas as

    piores brincadeiras, junto com o carnei-

    rinho, a simulao de uma briga, por

    dois grupos, que terminava sempre com

    um dos membros com as mos suja de

    M. E. R.D. A. Tinha tambm as famosas

    guerras de mamona, quem nunca brin-

    cou de guerra de mamonas levante a

    mo? Pois infncia maravilhosa, mon-

    tar em cavalos, brincar no areo com as

    caravelas, tomar banho de rio, viajar a

    p 4 ou 5 lguas, separar bezerros, ca-

    ar passarinhos, muito cinema, muito

    circo, nada de computador, sabatina na

    escola valendo bolo. Sim bolo de palma-

    tria quem errasse levava bolo de quem

    acertasse. Os brinquedos eram feitos

    por ns mesmos usando toda a imagi-

    nao que a frtil imaginao nos orde-

    nava, chifre de boi, bucha, aquela que

    da em ramas e usada pra fazer esfre-

    go, os carrinhos eram feitos com dire-

    o no me perguntem com? Bolinhas

    de gude, pinho, a noite brincvamos

    de roda com as meninas, os adultos

    contavam histrias. No rio agente tinha

    muito medo de piranhas, nego-dagua,

    que tinha muitos por l na nossa viso

    enriquecida. Dizia a lenda que os nego

    dagua, puxavam a gente pelo p e le-

    vavam pra o fundo do rio, onde tinha

    uma cidade deles.

    ESCOLINHA COMUNIDADE:

    EDUCANDO PARA CRESCER

    H algum tempo que queremos publicar uma notinha sobre o trabalho que Marcos Til vem fazendo no Campo do CSU em Coaraci com crianas de at 17 anos, que so beneficiadas com o projeto social e esportivo: Escolinha Comu-nidade: Educando para crescer; Pelo nome j revela que o foco principal do pro-jeto a educao.

    Nestes anos j foram atendidas cente-nas de crianas carentes da comunida-de, principalmente de bairros como o Maria Gabriela, Renovao, Jia do Al-mada e Feirinha. Os jovens tm aulas de futebol, infor-mtica e violo. Alm disso, eles rece-bem tambm reforo escolar, em mat-rias de maior dificuldade nas reas de Portugus e Matemtica. Marcos Til, o professor e presidente do projeto, a Escolinha Comunidade: Educando para Crescer e conta com o apoio de alguns voluntrios. uma inici-ativa inteiramente apoltica. Eles traba-lham com algumas parcerias e a falta de recursos a maior dificuldade enfrenta-da pela equipe. Mesmo com todas as dificuldades, o projeto persiste. A meta atender ao maior nmero possvel de crianas. E eles devero cursar aulas de capoeira, jud e msica. Atividades realizadas no C.S.U. de Coaraci.

    Colaboradores

    Marcos Til

    Professor

    Marcos Til

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    REFORMA MUNICIPAL JANJO

    Pesquisador da Fiocruz

    Bahia, o Coaraciense

    Mitermayer Reis Galvo, o

    novo presidente da SBMT

    Possui graduao em Medicina pela Es-cola Baiana de Medicina e Sade Pbli-ca, Mestrado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia, Doutora-do em Patologia Humana pela Universi-dade Federal da Bahia, Ps-Doutorado na Case Western Reserve University e na Harvard School of Public Health. Pes-quisador Titular na Fundao Oswaldo Cruz, Pesquisador categoria 1A do Con-selho Nacional de Desenvolvimento Ci-entfico e Tecnolgico - CNPq, Professor Titular da Universidade Federal da Ba-hia, Professor Titular da Escola Bahiana de Medicina e Sade Pblica e Professor Visitante Associado da Universidade de Yale. Fundador Associado do Centro de Gesto e Estudos Estratgicos, atual-mente Chefe do Laboratrio de Patolo-gia e Biologia Molecular na Fundao Oswaldo Cruz, Coordenador do Curso de Ps-graduao em Biotecnologia em Sade e Medicina Investigativa, Coorde-nador- Executivo da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO). membro da Academia de Cincias da Bahia, Membro da Academia de Medicina da Bahia, do Conselho Tcnico Cientfico da Federao das Indstrias da Bahia (FIEB), membro do Conselho Editorial da Revista Baiana de Sade Pblica e do MCTI e foi membro do Conselho Curador da Fundao de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB. Foi Diretor da Fundao Oswaldo Cruz em quatro mandatos e EX-PRESIDENTE da Socie-dade Brasileira de Medicina Tropical. Tem experincia em doenas parasit-rias e infecciosas com nfase em Es-quistossomose, Hepatites Virais, Leptos-pirose, Dengue, Meningites bacterianas.

    Em eleio realizada na ltima semana, durante o 49 Congresso de Medicina Tropical, em Campo Grande/MS, a Soci-edade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), passa a contar com novos dire-tores para o binio 2013-2015. A Socie-dade ser presidida pelo pesquisador da Fiocruz Bahia e doutor em Patologia Humana, Mitermayer Galvo Reis, que assume destacando a importncia do apoio de todos os membros da SBMT

    para realizar seu trabalho frente de uma instituio com mais de 50 anos de existncia. Segundo o novo presidente, o objetivo da Sociedade "analisar essas doenas de maneira integral e multidisciplinar, sendo possvel a partir desta perspecti-va discutir a questo da epidemiologia, que tem a ver com a incidncia dessas doenas na sociedade e a carga delas para o Sistema de Sade, alm da am-pliao das pesquisas e prticas clinicas realizadas dessas doenas tropicais", afirma. O objetivo da nova gesto, de acordo com Galvo, ampliar a discusso dos aspectos da inunopatogenese que en-volvem a patologia das doenas tropi-cais, alm de discutir mecanismos de controle e preveno, bem como pensar em informar e comunicar a sociedade. Os estudos das doenas tropicais contri-buram para descobrir que muitas doen-as eram transmitidas atravs de veto-res. Hoje o conceito da Medicina Tropi-cal vai alm da proteo do colonizador e colonizado. "Hoje a conscincia de que preciso fazer Medicina Tropical para dar conta da necessidade das pes-soas que vivem nessa rea. Pesquisado-res tm a compreenso de que traba-lham para compreender melhor essas doenas, como que elas so transmiti-das, alm de garantir aes que permi-tam maior controle e preveno", apon-ta. "Este trabalho precisa estar associa-do ao contexto social. preciso e desco-brir no s a doena em si, mas sim os determinantes sociais e ecolgicos que podem estar por traz dessas doenas", defendeu. So doenas consideradas Tropicais: doena de Chagas, Tripanos-somase africano ou doena do sono, Leishmaniose, Lepra (ou hansenase), Filariose linftica, Malria, Cegueira on-cocercose ou rio, Esquistossomose, In-feces sexualmente transmissveis, Coinfeco TB / HIV e Tuberculose. Di-retoria Alm de Mitermayer Galvo dos Reis, formam a nova diretoria: Aluisio Augusto Cotrim Segurado (vice-presidente); Selma Maria Bezerra Jer-nimo (1 secretrio); Sinval Pinto Bran-do Filho (2 secretrio); Cleudson Nery de Castro (1 tesoureiro); Luciano Pam-plona de Goes Cavalcanti (2 tesourei-ro), e pelos conselheiros fiscais Flvio de Queiroz Telles Filho, Marcos Boulos, Naftale Katz, Rivaldo Venncio da Cunha e Wilson Duarte Alecrim.

    Histrico - A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), fundada em 1962, tem o compromisso tcnico-poltico de apoiar os rgos pblicos e particulares envolvidos no enfrentamen-to e controle de doenas tropicais, infec-ciosas e parasitrias, em vrias frentes de apoio, respeitando as diretrizes do SUS. A Sociedade tem carter multidis-ciplinar, albergando em seu quadro, profissionais de diferentes reas da sa-de, tais como entomologistas, epidemio-logistas, parasitologistas, patologista, imunologistas, biologistas, enfermeiros, farmacuticos, mdicos, ecologistas, engenheiros sanitaristas, pesquisadores, professores universitrios entre outros. So doenas consideradas tropicais: doena de Chagas, leishmanioses, han-senase, filariose linftica, malria, es-quistossomose, infeces sexualmente transmissveis, Coinfeco TB / HIV e Tuberculose.

    Publicado em: 19/08/2013 Fonte: Ascom /Fiocruz Bahia

    PROFESSOR JOO PEREIRA LEITE

    DIRETOR DO GINSIO DE COARACI EM 19561957

    Em 1957 o Professor Di-genes Masca-renhas Dire-tor do Ginsio de Coaraci foi substitudo pe-lo Professor Joo Pereira Leite,em uma demonstrao

    de que seus responsveis mais uma vez demostraram competncia na escolha do novo Diretor, que ao lado de sua esposa Carmem Valois, em muito ele-vou os conhecimentos daqueles que com eles estudaram. Joo Leite ensina-va Portugus, Matemtica e Latim, en-quanto a sua esposa e Professora Car-mem ensinava Geografia, Histria e Ingls, todas as disciplinas ministradas com rara competncia pelos dois... Em 1955, primeiro ano sobre sua dire-o, o ginsio destacou-se pela qualida-de de seu corpo docente. O acesso ao ginsio era feito pela ponte da Praa Getlio Vargas, ou pela frgil passarela, conhecida por Pau de Peri, o troco de rvore que unia os dois lados do rio, frontal a Rua Presidente Dutra. Era uma passagem estreita, escorrega-dia, que mal permitia o cruzamento de duas pessoas ao mesmo tempo. Certa ocasio professor Leite desequilibrou-se caindo nas guas do rio Almada. Foi diretor em 1955 e 1956. Na abertura do ano letivo de 1957, pais, alunos e a comunidade de Coaraci, fo-ram surpreendidos com afastamento do Professor Joo Leite do cargo de Diretor do Ginsio. Sua repentina ausncia manteve alunos, demais professores e funcionrios, por algum tempo, sem rumo e sem aquela alegria contagiante de outros tempos. Professor Joo Leite, voltou a suas atividades em Salvador, mas nunca perdeu seu vnculo com Coa-raci, e mesmo aposentado de Colgios e Universidades em que trabalhou em Salvador, dizia sempre textualmente: - Coaraci foi onde mais ganhei dinheiro como professor!

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    SABE COMO ERA QUANDO

    CHEGUEI AQUI?

    MDICOS & MDICOS

    Sabe como era quando cheguei aqui? Dr. Antenor Arajo, foi primeiro a chegar, Jlio Olmpio Cruz, meu professor primrio, Jos Venncio Passos de Oliveira (meu prezado Jos Venncio) um dos melhores clnicos no s de Coaraci, mas de toda regio... Venncio viveu muitos anos em Coaraci com a mulher Clia. Brigavam pra danar, mas nunca se separaram. Eu sempre ia l para apagar os incndios. Adorvamos o casal e ele foi um dos melhores amigos meus: carne e unha. Ele era lindo como Batista, mas bem diferente: Moreno, alto, esbelto, cabelos negros lustrosos, nariz aquilino alongado, olhos ne-gros brilhantes, admirado no s pela beleza fsica (parecia tambm um artista do cinema de D. Raimunda, do nosso SESP, era s elogios para ele, gamada), mas tambm pela competncia profissional. Era perfeito... Venncio foi o segundo colega que eu vi morrer, moderno ainda. A vida ingrata. A gente estuda e se forma para salvar a vida dos semelhantes. E, de-pois, no acha quem salve a vida da gente. Tambm no salvamos a vida de todo mundo. V l. a compensao... Venncio e eu realizamos a primeira e talvez a nica traqueostomia de Coaraci. No tempo da difteria. O menino veio de Almadina, no maior sacrifcio, chegou em estado pr-agnico, ciantico, o quase nada de respirao. No havia hospital, no havia nada. Completamente fora do horrio dos nibus, sem ambulncia, procurar outro transporte, era difcil, e en-frentar a estrada esburacada, com mdia de 60 quilmetros seria fatal. At chegar em Itabuna era a morte certa. Fui l no consultrio dele. Eu nunca fui chegada bisturi, pinas, compressas. Cirurgia, no. - E agora seu "Venncio", vamos fazer o qu? Ele olhou a criana: - , vai morrer mesmo se a gente no agir. - Vamos ver: temos tudo aqui! Vocs, l no SESP, tm autoclave, bisturi, compressas, luvas, pinas, afastador e fio. Eu tenho aqui um livro de Otorrino ensinando tudo como se faz. E, ns dois, acima de tudo, estamos com vontade e determi-nados a salvar a vida desse pobre menino. Ele agora s tem nos dois. Mande chamar D. Raimunda auxiliar hospitalar, e vamos ligeiro l para o Sesp. A Pressa nossa. A competente Dona Raimunda deu uma mozona daquelas. No lugar daque-la lmpada de teto sem sombra, indicada para iluminar a mesa cirrgica, ns tnhamos era um "Aladim", com sombra e tudo para clarear uma simples mesa de exame clnico. Quem no tem cachorro... Eram mais de 18 horas. Coaraci no tinha luz frequentemente, a luz do motor s chegava mais tarde. A operao era at fcil. S aquelas circuns-tncias eram bem difceis. - Vamos l Dr. Venncio. - Coragem! agora. At chegar traqueia, foi fcil mesmo. Para abri-la, a mo devia ser mais firme ao bisturi. Mas havia o medo de ser firme demais. E o menino agonizando! Devagar, com cuidado, mo firme, riscando, o bisturi atravessou a traqueia. No me esqueo nunca: com movimento respiratrio forte o ar atravessou o rgo fenestrado, foi aspirado, encheu o peito da criana! Ele arregalou os olhos, espantado, o chorou forte como recm-nascido! Estava salvo, viveu novamente. Cada um olhou para a cara do outro: Venncio, D. Raimunda e eu, conferimos os olhos cheios d'gua. E a me do menino des-graou a chorar de alegria: - Obrigado Doutor!

    Foi o maior Obrigado que ns dois ouvimos na nossa vida profissional. Dr. Eldebrando Morais Pires

    Monstros ou Mdicos? Essa a questo!

    O bom dia que eu no tive! O trabalho fornece o po de cada dia, mas, a alegria, o respeito, o sorriso, e mesmo assim, essas beatitudes, lhes do o sabor, resultado para que tenha-mos um bom dia. Bem, o que eu quero dizer com essa abertura: dia 14 do cor-rente, acordei com o lado esquerdo,

    mo e perna, face dormentes, corri ao hospital com a enfer-meira Slvia, l che-gando fui atendido pela recepo e logo me colocou no corre-dor, sentei-me, espe-rei um pouco, a porta se abriu e eu entrei, dei um bom dia ao mdico, conhecido por Dr. Angel ou ngelo, ele no respondeu e o pior aconteceu, quan-do eu me dirigi a mi-nha sobrinha que es-tava comigo na sala, eu disse: - entregue a ele o meu relatrio mdico, que de obri-gao do mdico pedi

    ao paciente, ento ele grita: No quero relatrio, nem ver receita, se comear assim eu no atendo. Eu respondi: - eu tenho seis doenas e no posso ser tra-tado assim, isto falta de relaes hu-manas no trabalho. Sou muito bem atendido no Hospital Manoel Novais onde fao tratamento, a ele responde: eu no quero ler nada. E fui enxotado da sala, no fui atendido, o rapaz que queria fazer a triagem, disse-lhe: Doutor eu estou aqui de atestado, sen-

    do assim vou embora. E o povo ficou horrorizado com essa tragdia grego-coaraciense. Sabe de uma coisa, gente amiga. Estive diante de um tresloucado, de personali-dade desintegrada, irresponsvel, mal-educado, agressivo, inoperante ao tra-balho que procura desempenhar, a mim e aos que estavam no corredor, ele deu um show com sua aparncia terrvel, parecia estar chegando da esbrnia carnavalesca, pois o individuo estava com seu linguajar desastroso. Segundo ato: voltei no outro dia, a j havia coordenador, diretor, e funcion-rios, que me atenderam bem, fui aten-dido por um senhor mdico e profissio-nal Dr. Jos Domingos, fui medicado e solicitado a consultar um neurologista para diagnstico mais preciso. Aferiu a presso arterial e mediu a

    prescreveu um medicamento inje-tvel venoso e um comprimido sublin-gual. OBS: pelo profissional do dia ante-rior, ele merece 15 dias de suspenso e demisso no retorno, mais sei que este caso que de polcia e frum no vai dar em nada. Ser que assim que devemos tratar nossos pacientes no hospital desta nossa cidade? Afinal eu fao parte da classe educadora desta comunidade e me considero um bom educador respeitador dos alunos e cole-gas.

    MEDICINA E MDICOS EM COARACI

    https://plus.google.com/107514934907826008050
  • 13

    Os empresrios GEL & Toquinho

    colocaram a disposio dos seus

    clientes o novo prdio da Farmcia

    Genrica, localizado na Praa Getlio

    Vargas. Essa iniciativa demonstra que

    eles acreditam no comrcio local e nos

    seus clientes, disponibilizando um

    estabelecimento comercial confortvel,

    acessvel e inovador.

    NOVO EMPREENDIMENTO

    FARMCIA GENRICA

    Voc escolhe o seu caminho

    Carlos Rocha Almeida

    No mundo secular, torna-se ne-cessrio, o individuo se profissio-nalizar, pois o mercado de traba-lho est exigindo cada vez mais, que os homens se capacitem para fazerem a diferena em relao concorrncia. Pois quem no se moderniza acompa-nhando as novas tendncias, est condenado ao fracasso, ir a bancarrota. As ideias esto cada vez mais criativas, os produtos cada vez mais aprimorados, e as mqui-nas esto cada vez mais siste-matizadas, ocupando o espao que outrora fora exclusivamente humano. Em todos os setores percebemos um toque de moder-nidade, seja em uma empresa, na produo de veculos automo-tores, em uma mquina do cam-po. o homem procurando supe-rar os seus prprios limites, onde no tolervel os erros prim-rios, pois na atualidade o homem est obcecado pela conquista da perfeio. Trabalhei em uma empresa cujo lema era: fazer certo logo da primeira vez e sempre; co-nhecer com profundidade o pro-cesso (ou seja conhecer passo a passo todas as etapas at che-gar ao produto final); no passar por cima do erro, mas se houve falhas deveria encontrar a raiz do problema, e por fim alcanar o zero defeitos, ou seja, fazer o servio sempre da maneira cor-reta, conforme os procedimentos da funo exercida. Hoje os me-lhores empregos, seja no servio pblico ou na iniciativa privada, querem os melhores profissio-nais, os mais criativos, os que possuem iniciativa, capacidade de inovar sempre. E estar sem-pre se reciclando, para no ficar para trs. Quando eu ingressei no servio pblico, acertei 65% das questes da prova escrita, depois veio o psicoteste, e por ltimo o teste de direo e o de esforo fsico. Tudo foi muito mais fcil, pois o salrio era bai-xo, no era to atraente como

    hoje. E o nmero de vagas era de 350 somente para a Bahia, pois na poca o concurso era realizado para o prprio Estado. O ltimo concurso eu tive a curi-osidade de observar o nvel de acertos dos aprovados, e era acima de 97% da prova. Os que pontuaram abaixo desse percen-tual, ficaram de fora. Hoje a mai-or parte dos concursos pblicos feito a nvel nacional, quer dizer, voc concorre com pessoas do Brasil inteiro. E a maioria dos bons empregos exige o terceiro grau. O que quero dizer com tudo isso. Vivemos em uma regi-o com poucas perspectivas de emprego, pois carecemos de um comrcio mais forte, uma lavoura diversificada, se fosse possvel, pois quando em reunies feitas por sindicatos ou pela CEPLAC, os fazendeiros alegam que a regio possui terrenos muito ngremes, com muito solo rocho-so e por isso fica inviabilizada esta questo, em optar por ou-tras culturas. Fora o investimen-to que seria muito alto, tambm os cacauicultores se acomodaram com a monocultura. Basta espe-rar, que os frutos vo chegar. Meu querido estudante, se voc j estuda bastante, comece a estudar mais. No aprenda os assuntos apenas para ser apro-vado, mas v, alm disso, pois o mundo hoje dos mais compe-tentes. Voc que j se formou, tenha mais ambio, no fique em uma zona de conforto, decida o caminho que quer seguir, fo-que nele, e persiga seus objeti-vos. Se possvel faa um cursi-nho, pois de grande ajuda, principalmente se for para uma determinada rea. Siga o meu conselho, no tenha medo de realizar seus sonhos. Pois cada um de ns capaz de ir mais longe do que imaginamos. Nunca se sinta inferior a ningum, nun-ca diga: Eu no posso, no con-sigo, muito difcil para mim. Negatividade atrai negatividade. Pense positivo, no tenha medo de enfrentar a vida. Pea a Deus direo, foras, mais sabedoria, e que Ele lhe mostre que direo tomar, ento v, sem medo de ser feliz.

    A Professora Hilda

    diante de parte de

    seus alunos, numa

    comemorao de

    7 de setembro de

    1950.

    PROFA.HILDA COELHO ROCHA

    COM SUA TURMA EM 1950

    Professor Joo Leite

    ao lado de Bernadeth

    Dias, no encontro de

    coaracienses em

    novembro de 1999.

    JOO LEITE E

    BERNARDETE DIAS

    Incio das obras para

    construo da Praa

    Getlio Vargas em

    1933.

    PRAA GETLIO VARGAS

    1933

    A vereadora

    Ilheense Almerinda

    de Carvalho Santos,

    tendo sua

    esquerda sua nora

    Odemar. Ao fundo

    ALMERINDA DE CARVALHO

    Imagem capturada pelo Caderno Cultural de Coaraci

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    Nos anos 50, o aluno fardado trouxe novo visual a cidade, e logo se constituiu em um grande orgulho para as famlias Coaracienses. A farda masculina era composta de cala e bluso de brim caqui, mangas compridas, camisa branca e gravata preta; enquanto a feminina era constituda de saia azul marinho, blusa branca e grava-ta borboleta, seguindo os mesmos moldes da maioria dos colgios de outras cidades. Nos desfiles o fardamento era branco e a camisa de malha para ambos os sexos. A primeira manifestao pblica realizada pelos alunos foi o desfile Cvico de 7 de Setembro em 1958, at ento realizado a nvel de curso primrio. A partir de ento, os desfiles sempre fizeram parte da comemoraes estudantis esportivas e cvicas. A populao no continha a emoo e se orgulhava com todas aquelas evolues a cargo dos tambores e caixas sob responsabilidade de Antnio Paulo Gondim, Nerolcio Bonina, Geraldo Ramos, Gildo Guimares, Heckel Casais, Francisco Soares e Marion Freire, comandados pelo exigente apito do mestre Professor Airton Adami.

    7 DE SETEMBRO DE 1958

    Este o lugar ideal para descrever seu

    produto ou servio de maneira rpida

    e eficiente.

    CURIOSIDADE

    Este o lugar ideal para descrever seu

    produto ou servio de maneira rpida

    e eficiente.

    CURIOSIDADE O WC improvisado

    O fato pitoresco no passado histrico do Ginsio de Coaraci aconteceu quando certo professor no permitiu que uma aluna se dirigisse ao banheiro, embora ela pedisse por vrias vezes e isso deixou todos os cole-gas apreensivos. Tantas vezes pedia a alu-na, como tantas vezes negava o professor. No mais suportando tantas negativas, a estudante encontrou uma soluo digna de Salomo: Sentou-se sobre o balde de lixo num canto da sala, e diante de todos, fez o que deveria fazer no sanitrio.

    Feira Livre e os Estudantes do Ginsio de Coaraci

    Por volta de 1957/1958, a feira livre deixava a Praa Getlio Vargas para ocupar o peque-no espao da Praa Rgis Pacheco. As tradici-onais compras, que antes realizavam-se aos sbados, seriam a partir de ento antecipa-das para os dias de sexta feira tarde. Os estudantes do Ginsio de Coaraci acharam o local ideal para uma descontrao e regozija-vam-se usufrudo de laranjas, tangerina, abacates e outras guloseimas, gratuitamente, aproveitando-se da influncia da farda.

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    Em Coaraci j houve tempos de grandes e importantes obras, como podemos ver na foto direita, a construo da Passa-rela da Praa Pedro Procpio, obra de relevncia para a comunidade, que tinha a difcil tarefa de andar at a ponte Peri Lima, para poder atravessar para o lado Sul da cidade. Quem vinha da periferia dia e noite tinha que andar muito para chegar ao Centro Comercial. Com a passarela toda a comunidade usufruiu da praticidade de passar do lado Norte para o lado Sul do Municpio.

    Aconteceram tantas outras obras naqueles tempos, e quando voltamos os nossos olhares para os tempo atuais s vislum-bramos dificuldades, falta de dinheiro e pequenas realizaes que na verdade no chegam a atingir grande parte da comu-nidade. De uns tempos pra c o que estamos fazendo manter o que temos, e muitas vezes os deixamos esquecidos e abandonados. ............................................................................................................................................

    7 DE SETEMBRO

    Fotografo desconhecido

    Fatos e Fotos

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    Praa Pio XII

    Volume 57 - n. 34.200

    Fundao: Dez de 2010

    Revista Mensal

    ATENO LEITORES!!!

    Confira informaes importantes sobre Coaraci, personalidades histricas, datas importantes, eventos, emancipao politica, polticos, causos engraados, prosas e contos fantsticos. Veja os ltimos dados do IBGE, viaje no mapa interativo da regio, oua msicas e o hino de Coaraci, saiba qual foi a evolu-o econmico-financeira do municpio nestes 62 anos, leia opinies, criticas e muitas informaes so-bre o Rio Almada, etc.

    s abrir e pesquisar! Para isso basta acessar o nosso site:.www.informativocultural.wix.com/coaraci, clicar na aba Historia de Coaraci e constatar. Este site foi criado para ser uma fonte de pesquisas de estudantes de todos os nveis de escolaridade da regio, e para pessoas interessadas na histria deste municpio. Compartilhe este site com parentes, amigos e conhecidos, e nos ajude a enriquec-lo, enviando para o nosso e-mail: [email protected], histrias e imagens que marca-ram o progresso da Terra do Sol. Confira!!! O site foi criado pra voc!

    Que mistura boa:

    Educao, Cultura e arte!