66º caderno cultural de coaraci

Upload: paulo

Post on 05-Jul-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    1/16

    O R IADERNO CULTURAL

    66º EXEMPLAR - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    DEZEMBRO DE 2010 - JUNHO DE 2016RUA CASTRO ALVES. VISTA FRONTAL DA FAZENDA CACHOEIRA BONITA - FOTO DE E. ADONAI ANDRADE

    º

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    2/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO CRôNICA DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016

    As Eleições MunicipaisManoel Messias Pereira

    CronistaMembro da Academia de Letras do Brasil

    São José do Rio Preto -SP. BrasilEste ano é um ano em que o Brasil, terá eleições municipais, em que serão eleitos em cada cidade o prefeito como responsável

    pelo Poder Executivo e os vereadores que formam o Poder Legislativo, aqueles responsáveis pelas leis, pelas ações descalização do Poder Executivo em todas as suas secretarias. Os vereadores são os verdadeiros representantes do povo. Pelomenos é esta a informação que recebíamos na época da escola.

    Os poderes constituídos como conhecemos, são parte das ideias losócas de Charles Louis de Secondat, Barão deMontesquieu que em sua obra o "Espirito das Leis", analisou e comparou as diferentes formas de governo e mas adiante docontexto do absolutismo em que viviam, e defendiam a monarquia constitucional. Numa forma de controle do próprio governoabsoluto. E para dividir o ex-poder absoluto, veio a criação do parlamento, a elaboração de uma Constituição como lei normativa,controladora do absolutismo, e a crítica à Igreja Católica apostólica Romana que sustentava um antigo regime de privilégios danobreza e do clérigo. E por m o poder Judiciário, com a função de julgar, condenar ou absorver todos os atos públicos e privados.

    É neste contexto político pensado no Século XVIII, que tivemos o que entendemos por princípio liberal, usando as formaspolítico-econômica da Fisiocracia e da Economia Clássica. Portanto as nossas eleições tem esse caráter burguês e liberal, em que

    há uma classe social representada nas instituições políticas e que mantém um sistema de lucro e mercados. Portanto todos osolhares, nanciamentos de campanhas, e o uso quase naturalizado do que é público, por setores das atividades econômicasprivadas. E com isto temos hoje a ideia cristalizada da corrupção como algo natural e inerente ao sistema que a maioria defende,

    ‘’’o capitalismo’’.É diante disto que podemos analisar ou fazer a crítica, lembrando que a burguesia que nasceu do processo feudal, que forjou

    sua existência, que traçou um plano, que vai desde a luta para por m ao pensamento absolutista, ocupa o poder, com a chamadademocracia representativa. É esta burguesia que estabelece com a revolução comercial, a expansão das grandes viagens, edepois a revolução industrial técnica e econômica, que conseguiu o monopólio industrial, tendo em mãos os meios de produção,como terra, maquinas equipamentos e desenvolvimento cientíco graças ao implemento da revolução cientíca, em quematemática, química, biologia, física e com ela a mecânica, a ótica, pensando em novas fontes de energia e a produção emmassa, além das matérias primas todas que se encontram na natureza, assim como a mão-de-obra, daqueles que detém apenasa força de trabalho e estão sujeitos a viver eternamente trabalhando pra enriquecer essa classe burguesa, ganhando pouco epagando tributos e impostos, e sendo consumidores dos produtos desta classe burguesa. São eles os trabalhadores queenriquecem com o seu trabalho os burgueses. Mas mesmo fazendo a riqueza da cidade, assim como do Estado e do País, poucousufrui da mesma.

    E aí reside a crítica ao sistema capitalista. Pois há uma classe social que se benecia, e uma classe social que apenas segue avida como se fosse o rato da roda, são os operadores deste mecanismo, são chamados de proletários, ou seja lhos das famíliaspauperizadas socialmente, que precisam comer, como os ratos que precisam de rações. E estes trabalhadores são na verdadeseres explorados por quem detém os meios de produção e que usam hoje de uma expressão, na qual tratam os trabalhadores decolaboradores, e as empregadas domésticas de secretárias. Mas sabemos que o salário no Brasil é baixo e os produtosconsumidos são caros e todos recorrem a parcelamentos ou seja todos vivem em dívidas e morrem e deixam dívidas.

    Portanto essa elite burguesa que tem poderes nos parlamentos, tem o poder no executivo, tem indicados e concursados noPoder Judiciário, detém o conhecimento, e instrumentalizam-se pra se manter corporativamente como a elite que governa e dãoas cartas no jogo da existência. Os leitores na sua grande maioria não sabem dialogar sobre esses assuntos. E camembriagados diante das publicidades e propagandas utilizadas como campanhas políticas, porém tudo isto é fruto demarketings. E o que é vendido é que entrando o candidato X ou Y as coisas vão melhorar. Porém a estrutura não vai permitir queisto ocorra. Existe um orçamento que mantêm um faz de conta social, e um conjunto de empresas patrocinadoras dos candidatosa cargos públicos e essas empresa privadas inuem nas decisões, nos editais da cidade e que dividem parte destes recursospúblicos. Ou seja nada é transparente. O povo a cada eleição são enganados. Uns de inocentes, outros acreditando levarvantagens dentro desta máquina administrativa.

    No jogo eleitoral temos os partidos distribuídos e os principais que tem livres trânsitos na mídia, são aqueles que defendem oprojeto liberal, e que combinam muito bem com o chamado socialismo cor de rosa ou a social democracia revisionista, de EduardBernestein, que nega o aspecto revolucionário do pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels, e esses partidos não tem umcompromisso com o proletariado, com a classe operária propriamente dita. Mas com bons prossionais da propaganda vãoaparecer de timoneiros da moralidade, de ecologistas, defensores dos pobres, da Igreja Reformada, portanto todos capitalistas,da ordem burguesa, defensores de seus patrocinadores. E o povo chamado de massa votante, necessitam sim é de organizar-se,criar mecanismos de defesas e entender que a vida é sim de luta de classe. E nesta luta não basta entender as necessidades dosserviços públicos que precisam serem realizados, mas os mecanismos que são operados, e quem ganha com isto, pois prefeitoapenas administra as verbas e aplica, e elas precisam serem bem aplicadas para o bom andamento das cidades e bens públicosque devam estar sempre a benefício da população.

    Diretor: Paulo Sérgio Novaes SantanaRua José Evangelista de Farias, 16, 1º andar

    Tel.(073) 3241 - 2405 - (073) 8121-8056Correção Textual, diagramação e arte-nal: PauloSNSantana

    Site: www.informaticocultural.wix.com/coaraciFotograas de Edison Adonai Andrade - Impressão Gráca Mais

    E-mail: [email protected] Pagina nº.02

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    3/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO FAZENDA BOM DESCANSO 2016

    trabalhado desde que chegou à capital, na cozinha derestaurantes. Terminou abrindo seu próprio negócio.

    Resultado, seu Leônidas cou só, amargando sua própriamiséria, os lhos trabalhando como escravos na roça, mas oque ganhavam mal dava para se sustentar. Essa não éapenas a história do Senhor Leônidas, é a história de muitagente que vive pelo país aí afora. E assim como aquelegaroto, repreenda as maldições que lançarem contra você,tenha fé em Deus, acredite e diga: Eu vou realizar os meussonhos!

    É preciso sonhar De Francisco Carlos Rocha Almeida. A sede da propriedade denominada Fazenda BomDescanso. De descanso não tinha nada, pois o proprietário oSenhor Leônidas Santos Barroso, possuía cinco lhos, todoshomens, que eram obrigados a trabalhar na roça, pois o painão admitia contratar empregados, pois na cabeça dele,eles é que tinham de dar duro, pois não admitia que elescomessem do seu pirão se não mostrassem serviço. O lhomais novo, a sua mãe querendo evitar que o garoto fosseexplorado pelo pai, e tivesse o mesmo destino de seusirmãos, contrariado e todos os dias resmungando, ele nãoproibia o jovem de estudar, mais não deixava de dizer: “ Pramim, lho homem tem que começar a trabalhar desde

    menino, senão ca afrescalhado”. Mas sabiamente omenino dizia: “Está repreendido”. Isto é, não absorvia omaldizer do pai. Aquele homem era muito ignorante. Pornão ter nível cultural algum, queria que toda família nãotivesse estudo e fossem iguais a ele. Para se alcançar algumobjetivo pedagógico não é necessário que os pais tenhamalgum curso ou ter sentado um dia no banco de uma escola.Todos os dias a gente ouve testemunhos de pessoas quenasceram em um lar muito pobre, mas conseguiram atravésdos estudos, alcançar grandes objetivos. Sim, voltandopara o caso da fazenda. Seu Leônidas, um homem muitoamargo com a vida e tinha uma convivência péssima comsua família. Quase todos os dias, ele ia para um cabaré, naentrada da cidade. E só conseguia chegar em casa, demadrugada, altamente embriagado, pois o seu animal, já

    conhecia o caminho. Quando chegava, era um verdadeiro inferno. Obrigava aesposa a se levantar para por na mesa, o seu jantar.Começava a gritar com os lhos e dizia para o mais novo:

    “Esse menino não vai dar pra nada que preste, só querestudar e car com a mãe lhe ajudando na cozinha. Ele temque ser igual aos outros. Caem na farra, pegam mulheres,isso é o que um homem de verdade faz, honra as calças quevestem. Mas esse aí, que só ca segurando na barra da saiada mãe, vai virar “mono”. Cansada de tantos maus tratos esempre sendo traída por prostitutas, dona Josefa, semcomentar com ninguém, arrumou as malas, pegou as suaspequenas economias e rumou com o Zezé para as bandas deSão Paulo. O velho ao ler o bilhete que ela deixou, falou paraos lhos: “Não dou um mês para ela estar de volta”.O tempopassou, dona Josefa arrumou um trabalho, o Zezé entrou nafaculdade, formou-se em gastronomia e como já tinha

    COARACIENSE TEM POEMA CLASSIFICADONO CONCURSO DE POESIA LIVRE 2016

    Foram abertas as inscrições para o Concurso NacionalNovos Poetas, Prêmio Poesia Livre 2016. Podiam participardo concurso todos os brasileiros natos ou naturalizados,maiores de 16 anos. As inscrições foram gratuitas,iniciaram-se em 5 de dezembro de 2015 e foram até 5 demarço de 2016. No site: www.poesialivre.com.br.

    Cada candidato pôde inscrever-se com até dois poemasde sua autoria, com texto em língua portuguesa. O tema foilivre, assim como o gênero lírico escolhido. Os poemasdeveriam ser digitados em editor de texto eletrônico (Word,Open Office, Star Office, etc.), com fonte Arial ou Times New

    Roman, tamanho 12. Cada poema não devia exceder olimite de duas laudas no tamanho A4. Foram classicados250 poemas, entre eles o poema Retrato Falado do PoetaCoaraciense Hílton Valadares, o irmão de Montoro. Aclassicação dos poemas resultará no livro 'Prêmio PoesiaLivre 2016', com edição de cinco mil exemplares. Os trêsprimeiros classicados receberam medalhas, de ouro para o1º lugar, de prata para o 2º lugar e de bronze para o 3º lugar.Houve também, inserção de destaque no livro para os 10primeiros classicados. Com Antologia Poética, esteConcurso Literário é uma importante iniciativa de produçãoe distribuição cultural, alcançando o grande público, escolase faculdades. Foi necessário ler atentamente o edital deregulamento do Concurso. O resultado do Concurso foidivulgado no dia 20 de março de 2016 pelo site:www.poesialivre.com.br. Uma realização da Vivara EditoraNacional com apoio cultural da Revista Universidade.

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.03

    O poeta e conterrâneo Hílton Valadaresclassicou-se no concurso de poesia livre 2016

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    4/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO UM CONTO QUE NÃO É DE FADAS 2016

    O MilagrePublicado em 23 de maio de 2012

    Ivo B. Ramos – Itapuã – Ba.O velho Romão – meu avô – tirava fartas baforadas do seu cigarro de

    fumo de rolo e palha de milho, alisada cuidadosamente com o seu velhocanivete Solingen. Estava preocupado com a longa estiagem quecastigava a região. O cacaueiro denhava com a falta de água e eraconstantemente ameaçado por incêndios, que poderiam ocorrer aqualquer momento. No dia anterior – sábado – o velho havia pedido, nahora do Santo Ofício, que viessem as chuvas e prometia uma procissãocomo penitência, onde seria percorrida a distância de oito quilômetros,levando nos ombros dos penitentes o andor com as Imagens de NossaSenhora das Graças e de São José, até o povoado de União Queimada, àsmargens do Rio Almada, onde permaneceria na pequena Capela aliexistente, pelo prazo de nove dias. Meu avô, que era proprietário daFazenda São José, enviou mensageiros às fazendas Granada,Cajazeiras, Barra do Cedro, Jacarandá e às mais afastadas, pois, todassofriam com a seca inclemente que assolava a região do Braço do Norte.A Procissão estava marcada para o próximo domingo e sairia às setehoras da manhã. Os acompanhantes deveriam trazer bastante água,leite, frutas e lanches, principalmente para as crianças. Todos deveriamir, inclusive crianças de colo. Domingo, na primeira cantada do galo –cerca de quatro horas da manhã – levantei e me assustei com o grandemovimento de gente circulando pela casa, nos preparativos nais para aProcissão. Àquela hora já havia uma pequena multidão na imensavaranda e no gramado em frente. Eram pessoas das diversas fazendasque chegavam para o grande evento. Para mim e meus primos (mais detrinta), tudo não passava de uma bela diversão. O céu começou a setingir de vermelho pelos primeiros raios de sol. A neblina densa ecarregada de orvalho, começou a se dissipar e a mostrar toda a beleza dabaixada com o campo de futebol, o rio Braço do Norte, a mata do outrolado do rio e o pico mais alto da Serra da Zabelona. A algazarra depássaros de todas as espécies, o grito estridente dos gansos, relinchos,berros e grunhidos formavam a nossa orquestra para a saudação de todonovo dia. Na sala da frente, minha mãe – que liderava todos ospreparativos – juntamente com minhas irmãs, primas e tias,terminavam a decoração do andor onde xariam as imagens de NossaSenhora e de São José, padroeiro da fazenda. Às seis horas da manhã, jáhavia mais de trezentas pessoas de todas as idades e trajando suasmelhores roupas. A Procissão estava pronta para sair. Minha mãe eminha irmã, Ió, davam os últimos retoques nos rostinhos das crianças,que vestidas de anjo, seguiriam logo atrás do andor. Foram distribuídascópias do programa e o roteiro a ser seguido e as músicas de louvaçãoque seriam cantadas durante o trajeto; Um bom grupo de cantores ecantoras que, há muito tempo, vinha ensaiando com minha mãe e asmeninas, iria na frente puxando os primeiros cânticos, acompanhadospor tocadores de triângulos, pífaros e rufadores de zabumbas. Seis

    charretes confortáveis e puxadas por animais dóceis, serviriam de ...

    apoio para levar crianças e idosos quando secansassem. No início todos faziam questão de

    seguir a pé, em compreensível sacrifício pelobem de todos: O apelo ao Divino pela preciosaágua.

    Muitos cães, em passo- de- três-pés, seguiamseus donos. Da estrada de terra a poeiraavermelhada subia e era vista à distância,anunciando que a procissão estava chegando.As oito crianças vestidas de anjo, com suasasas brancas, deixaram gravada na minham e n t e u m a i m a g e m i n e s q u e c í v e l .Principalmente as duas meninas da frente,Izabel e Janice – ambas loirinhas de olhosazuis, usando roupas longas de cetim branco ecoroas de ores na cabeça. À medida que aProcissão ia passando em frente às fazendasque margeavam a estrada, outros devotos iamengrossando suas leiras, cujos homens iamrevezando no transporte do andor todoenfeitado de papel crepom. No horizontedistante, algumas nuvens barrigudascomeçavam a surgir, fazendo nascer aesperança nos corações dos acompanhantes.No meio do céu, de um azul imaculado, o solenviava a sua luz e seu intenso calor porém,não se ouviam reclamações ou mesmo choro decrianças. No povoado de União Queimada, omovimento era grande e todos aguardavam àporta da pequena Capela. O vigário só estavaesperando a chegada da Procissão para o inícioda missa e a queima de fogos em homenagem aNossa Senhora e a São José. Os cânticos e osom dos pífaros, triângulos e da zabumba jáeram ouvidos à medida em que seaproximavam. A ponte estava lotada depessoas de todas as idades, aguardando apassagem da Procissão.

    De repente, uma forte lufada de vento fezvoar sombrinhas e chapéus de várias pessoas.As nuvens, trazidas pela repentina ventania,começaram a cobrir o sol e o tempo começou acar escuro. Ao longe, ouviam-se o ribombardos primeiros trovões e relâmpagos. Enormesbagas de chuva começaram a fustigar toda aProcissão, cujos membros riam e choravam,misturando suas lágrimas ao precioso líquidotão esperado: ÁGUA.A Procissão, sem mudar o

    ritmo, atravessou a ponte debaixo de umpoderoso temporal. Pessoas se ajoelhavam nalama amarela, cantando em altas vozes emlouvor e agradecimento a Deus, a NossaSenhora e a São José. Imagine, caro leitor, quequadro raro, lindo, inesquecível. Digno de umRenoir:Oito anjos, com as asas brancasencharcadas e as longas batas de cetimenlameadas, rindo e brincando de roda emplena chuva, maravilhosamente inocentes,como se dos céus tivessem descido para trazerà terra, em suas pequenas mãos, o preciosolíquido.Após a missa celebrada com alegriaembaixo de toda a chuva, a multidão, agoradispersa, empreendeu a viagem de volta, comos corações transbordando de júbilo, sentindono rosto a chuva abençoada e nos pés o prazer

    E-mail: [email protected] Pagina nº.04

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    5/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO COARACIENSES 2016

    Deus me livre! Sabe, eu joguei um prato de comida no chão. Me zanguei. Disseram que na minhaidade tenho que comer aquelas comidas horríveis!!

    Foi? E eu que puxei a toalha da mesa e quebrei tudo?! Quiseram me bater,acredita? Mas desistiram (graças a Deus). Acharam que eu não sabia o que fazia.Eu também. Quem é doido de me bater? Na minha idade faço o que quero!Na minha também.Domingo aconteceu algo interessante: Fui a uma festa, todo arrumado, masquando cheguei lá, descobriram que eu estava mijado, cagado e vomitado. Umapessoa “P” da vida, me levou resmungando, para trocar a fralda e toda a roupa.Alguém disse, se incomode não, é a idade!Falou é a idade?Foi.Comigo aconteceu algo parecidíssimo numa festa de casamento, aí disseram amesma coisa: É a idade!Foi? Falaram é a idade?Foi. Fico feliz.Adorei o papo. Volte sempre que quiser . Na nossa idade a gente se entende!Que idade você tem?Noventa e um! e você?Um!

    de pisar a terra encharcada.Mais uma vez, o velho Romão

    escolheu cuidadosamente a palha demilho mais macia e, repetindo ocostumeiro ritual, começou a enrolarum cigarro de fumo cortado com o seucanivete Solingen. Pensativo,recostou-se na velha cadeira de vime

    junto à janela e apreciou a cascataque descia da Serra da Zabelona comum fragor que era ouvido a grandedistância. Olhou satisfeito para o céucarregado e murmurou: Obrigado Paipela oportunidade de presenciar mais

    um Milagre vindo diretamente de Ti.Fim. DEUS SEJA LOUVADO

    EU TAMBÉMPublicado em 14 de maio de 2012

    por ivobramosOi! Como vai?Legal! E você?Levando!Sabe, me levaram no colo para tomarbanho de sol.Interessante, me levaram também!Ando apoiado nas paredes enquanto aperiferia grita CUIDADO, VAI CAIR!Que coisa! comigo também!Me deram papinha na boca, só porquenão tenho dentes?Eu também!Hoje amanheci cagado e mijado.Trocaram minha fralda, que alívio!Eu também amanheço, de vez emquando, cagado e mijado.Me deram banho morno. Beleza!Eu também.Tomei Xarope.Eu também.Eu tenho cinco dentes.Eu, quatro.Às vezes me acham um saco!

    Eu também!

    HOMENAGEM PÓSTUMA À ’’LUÍS DE DEUS’’ Faleceu no dia 18 de maio, o coaraciense Luís de Deus, como era conhecido. Luísfoi uma lenda de Coaraci. Ele tinha várias habilidades, era locutor de um programade rádio aos domingos pela manha, ’’A hora da saudade’’, era pintor de paredes,árbitro e excelente jogador de futebol, quando ainda era jovem. Mas jogou earbitrou até a terceira idade. Nós jogamos futebol algumas vezes, e fomoscampeões do I Campeonato de Veteranos do CSU nos anos 90. Era um amigo

    muito querido por todos. Que Deus na sua innita sabedoria lhe dê descanso emuita paz. PauloSNSantana

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.05

    Ba d ú

    P a u lo

    Dere Luis de Deus

    Campeões do 1º Campeonatode Veterânos do C.S.U.

    Anos 90

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    6/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO COARACIENSES 2016

    Na foto acima, Déo, Juarez e Waldir Amorim.Juarez é o proprietário do Bar que leva o seu nome, há anosé um ponto de encontro da velha e da nova geração.Principalmente aos domingos quando serve uma belíssimafeijoada. Infelizmente vai fechar as suas portas.

    Eu o considerava muito, tínhamos respeito um pelo outro,nos víamos esporadicamente, mas quando nosencontrávamos era com alegria e satisfação, ele costumavame dizer que tinha muita gratidão pelo trabalho que realizeicom os jovens da periferia e do bairro da feirinha e sempreque podia estava tocando no assunto CSU, preferido por ele,que tinha uma ligação muito grande com aquela Instituiçãosocioeducativa.

    Waldir Gomes candidatou-se varias vezes à vereadormunicipal e neste ano era pré-candidato a vereador epresidente do Partido Verde de Coaraci, ele tinha 53 anos enasceu no dia 10 de Julho de 1963.

    Com pesar soubemos do acidente envolvendo ele e a sualha Mirla, que foi minha aluna durante todo o ensinofundamental no CEC. Graças a Deus ela sobreviveu, masainda está internada sob tratamento intensivo. Conheço asua esposa e o seu lho, hoje rapaz, são pessoas educadas egentis, o lho também foi meu aluno no ensino fundamentaldo CEC. Espero que a família encontre forças para superaresta perda irreparável, mas devemos acreditar em Deus,pois ele sabe o que faz. Resta-nos suplicar a Ele, que dê paze bem à vida espiritual do nosso querido “Irmão”. ...................................................................... PauloSNSantana

    WALDIR

    GOMES

    DOS

    SANT

    OS

    Um bravo, que sempre lutou, pela famíliae por sua terra natal!

    Conheci Waldir Gomes nos anos 80 nas dependências doCentro Social de Coaraci, onde o mesmo frequentavasemanalmente para jogar os babas das quatro horas datarde. Ele sempre era educado, envolvido com seu grupo deesportistas e preocupado com a manutenção da disciplina eda área de esportes do CSU. Logo se tornou um líder dosseus companheiros de babas e mais tarde do seu bairro, enalmente adentrou na politica como candidato à vereador

    municipal. Foi músico autodidata e um dos precursores dasbandas de reggae e musica popular regional.

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.06

    Pintura grate do coaraciense:Jejjerson Cerqueira

    Ministério da Cultura

    Dia do cinema:

    B R DE JU REZEstamos resgatando a cultura e contando

    a história de Coaraci.E você o que esta fazendo?

    Não pense em crises, trabalhe!

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    7/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO FOTOS - 62 ANOS DE JAZZ BOLACHA 2016

    E-mail: [email protected] Pagina nº.07

    COLETÂNEA DE FOTOS DE ADONAI, DURANTECOMEMORAÇÃO DOS 62 ANOS DO JAZZ BOLACHAEstiveram presentes os frequentadores habituais

    e visitantes da capital e do interior baiano.Foi uma festa animada, com muita música e alegria

    pelo reencontro dos coaracienses .

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    8/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO HISTÓRIA 2016

    Hugo com o Presidente da FBFHugoOs amigos Simão e Hugo

    BIOGRAFIA DE HUGO EGAS DO BOMFIM(Entrevista dia 21 de Maio de 2016)

    Hugo nasceu em Uruçuca mas criou-se em Coaraci,chegou aqui com cinco anos e residiu na antiga rua daJaqueira perto da rua Castro Alves, é lho de Napoleão Egasdo Bomm e de Maria dos Anjos de Jesus, tem um irmão quetambém reside em Coaraci o senhor Edvaldo Egas doBonm. Hugo casou-se com Dona Josefa Santos, e com elateve cinco lhos: Maria, Júlio, Moacir, Fernando e FrancisleiSantos Bonm. Sendo que três moram em São Paulo e doisem Coaraci. Para Hugo Coaraci era um lugarejo, mais muitoagradável, inclusive na Avenida Juracy Magalhães que erauma estrada de chão, e ali ele já reside a pelo menos 45anos. Hugo estabilizou-se ali, trabalhando naquele local.Quando era criança com 8 a 12 anos, trabalhou vendendomingau com um tabuleiro na cabeça e um cavaletecarregado nos ombros, trabalhou também para a DonaBranca mulher do senhor Gerson, ela se chama Maria Alvese residia na Rua Castro Alves, onde hoje mora a mãe de JoséCarlos, que trabalhou com José Mascarenhas de Almeida,Humberto Alves que hoje trabalha com um caminhãocarregando melancia. Também foi mascate, trabalhandopara o senhor Pedro, residente em Ilhéus, e naquela épocahavia uma casa que chamava-se “Águia Central” que erapropriedade do senhor Marfuz, onde também trabalhouvendendo miudezas em Inema, com uma mala nas costas,visitando os arraias e distritos vizinhos, muitas vezes ia atéBanco Central. Com o tempo os negócios melhoraram e opatrão comprou “um burro” para o transporte dasmercadorias, onde eles colocavam as malas, e produtoscomo brilhantina, agulhas, linhas, pastas de dente,sabonetes, etc. Hugo foi ajudante do pedreiro, depois depassar por uma prova prática do contra-mestre JoãoMartins e do mestre de obras Aristóteles Barbosa, o pai deMamigo, na construção da sede da fazenda do senhorRaimundo Benevides, que na época pertencia ao senhorSecundino. O trabalho era duro, pois tinham que pegar latas

    de água para fazer a massa de cimento, num pequenochafariz localizado a uns cinquenta metros do local.

    Com o tempo passou a ser masseiro. Chegava cedo prafazer a massa e trabalhava das sete ao meio dia e de uma ascinco horas da tarde. Um fato que aconteceu e que marcou osenhor Hugo foi um choque elétrico que ele tomou em umaobra próxima do atual clube social, ele foi salvo pelo senhorJoão Martins que se jogou sobre ele para salvá-lo.

    Hugo sempre gostou de esportes e principalmente dofutebol, que praticava religiosamente. Em 1975 fundou aequipe do Internacional, com a ajuda dos jogadores quecontribuíram para compra de material e manutenção daequipe. O campo cava perto do Ginásio de Coaraci, ondeHugo colocava uma corda, pedindo aos que quisessempassar para assistir ao jogo uma ajuda para o seu time. Em1976,77, houve um torneio de futebol em Ilhéus, o “Torneiodo Cacau” e os municípios convidados poderiam inscreverduas equipes, Coaraci levou as equipes do Internacional edo Coaraci. A nal da competição foi disputada entre asequipes do Ilhéus e Buerarema, a equipe do Internacionalfoi convidado para fazer a preliminar da nal contra umaequipe de Itajuípe, e ganhou o jogo por um a zero e ainda foipremiada com o “Troféu Disciplina” que continha a seguintemensagem: “Ao Internacional de Coaraci, equipe maisdisciplinada do Torneio”. Foto acimaA equipe do Internacional foi convidada pelo SargentoArmando, para participar de um torneio na inauguração doCentro Social de Coaraci, quando sagraram-se vice-campeões. Juntamente com Mário Fobica participaram doprimeiro campeonato de futebol do CSU, com a equipe doVitória. Mário Fobica foi o dono da equipe do Cuiubinha, queparticipou do primeiro campeonato de FUTSAL do municípiode Coaraci, na década de 90, na quadra do CSU, mais tardedo CEC e nalmente no Ginásio de Esportes. Suas equipestambém participaram dos Campeonatos de Bairros eCampeonatos amadores de Coaraci. Mário era fantástico,organizado, educado, comedido e também jogava em suasequipes, hoje ele reside em São Paulo. Em relação aofutebol amador em Coaraci, naquela época foi realizado um

    campeonato nas quartas-feiras à noite e aos domingos àtarde, sempre com a casa cheia.

    E-mail: [email protected] Pagina nº.08

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    9/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO 2016

    Depois foi realizado apenas aos domingos, e hoje, você quandochega ao estádio geralmente este esta vazio, sem vida, sembrilho, e as equipes com diculdades para manter-se e contratar

    jogadores de fora. Antigamente podia-se contratar até dois jogadores de expressão de outros municípios. Naquela épocahavia quatro grandes equipes, o Coaraci, o Corinthians (meutime), a Portuguesa e o Grêmio de (Zé Leonel e Waldetinho). Eraum campeonato maravilhoso. Hoje quando eu entro naqueleestádio para assistir a um jogo de campeonato ou dointermunicipal, que vejo o estádio vazio, é uma pena. Mesmoporque o nosso estádio é um dos melhores da região. ( Masencontra-se maltratado, carente de reformas, carente devestiários adequados e modernos. Em suma houve umadecadência em relação à prática do futebol. Caderno Cultural? ).

    Lembro-me que aqui já houve um grande campeonato, nadécada de noventa, quando se contratava até dois jogadores defora, e ao nal do campeonato, havia a seleção daqueles queparticipariam do torneio intermunicipal. Outra mudança queenfraqueceu o futebol é que os jogadores de minha época nãoaceitavam dinheiro, ou bebidas, ou salários, traziam a sua

    chuteira, vinham pra jogar, ao contrário de hoje que seprossionalizou a categoria, que se gasta fortunas com um oudois jogadores, muitas vezes com deciência técnica notável.Em 1991, jogando à noite, nos sagramos campeões, foi um jogoque cou na minha história, o Grêmio Juvenil jogava sua nalcontra o CB, e nós jogamos o jogo principal. O presidente, osaudoso José Augusto Teixeira, do Corinthians, me convidoupara irmos buscar três jogadores em Itajuípe, o jogador Maltaresidia em uma fazenda na BR, depois da cidade, trouxemos elessem comer nem tomarem banho, pois não havia mais tempo, e o

    jogo seria contra a Portuguesa de Paulo Robson e de Gidásio.Lembro-me da ajuda que tive do meu amigo e irmão Diva. Apreliminar terminou com um empate e cobranças de pênalti. Onosso jogo começou mais ou menos às vinte e três horas.Vencemos por um a zero e nos sagramos campeões. Quandoacabou o nosso jogo, eu procurei um fotografo e não acheinenhum e esse time campeão não teve foto. Os jogos daquelanoite foram excelentes pela qualidade das quatro equipes.Rssssss... Depois do jogo trouxe todos para este meu pontocomercial, alguns não haviam jantado, principalmente os nossosvisitantes, estes então esvaziaram praticamente as prateleiras,onde havia enlatados e beberam cervejas e refrigerantes, masfoi com imensa satisfação por termos nos tornado campeões. Eusempre gostei do futebol e se pudesse faria tudo outra vez.

    A mensagem que mando aos coaracienses, principalmenteaqueles que gostam do esporte, é que sejam isentos,organizados, que olhem para o esporte com amor edeterminação, são novos tempo, com muitas facilidades, e achoque o futebol e seus campeonatos em nossa comunidadepoderiam ser mais organizados e que oferecessem maisoportunidades aqueles que querem fazer parte e dar a suacontribuição. Fim

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.09

    ELETRÔNICA ELETROMAR

    A EDUCAÇÃO É SAGRADA

    HISTÓRIA

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    10/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos

    JUNHO POESIA 2016

    .

    POEMA DE DELACI SANTOS

    Se ontem não foi bom,no “hoje” vou apostar.

    Aprender com o que passou, e experiências compartilhar.

    Cada mágoa que se tem,vale a pena perdoar.

    Quando alguém precisar,

    não custa ajudar.Lembrança que não faz bem,

    vale a pena olvidar.Se está “de mal” de alguém,

    procure se reconciliar.

    Se a tristeza em ti chegar,logo vai se dissipar.

    Sempre que precisar,pode comigo contar.

    No abraço amigo,sinta que estou contigo.

    No aperto de mão,

    um toque de motivação.O bom mesmo é ter alguém

    pra dividir a emoção.Um sorriso sempre vem

    para alegrar um coração.A ti, o companheirismo e meu ombro amigo.

    No meu abraço, um abrigo.

    O sol ao despertar.Um brilho no olhar.

    E meu sorriso ao te encontrar.(Delaine Santos)

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.10

    Clínica Moura Cabral conforto e bem-estar para

    atender sua família.

    A clínica de atendimentopsicológico em Coaraci,

    em caso de necessidade,ligue 981635358 ou 9918-28183. Compromisso com

    a saúde, em sua recu-peração e transformação!

    CLÍNICA MOURA CABRAL

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    11/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO PENSAMENTOS E MEMÓRIAS 2016

    Chamei a senhora chorosa e lhe mostrei telegrama de ida ede volta. Esta cou diminuindo suas lágrimas saindo da

    delegacia para voltar horas depois, porque naquela hora euestava concluindo um infeliz processo.Quando ela voltou veio mais alegre porque estava

    orientada por dois advogados, por ter ela lhes comunicadofato, e com aquela orientação veio me pedir a remoção dosdois para assistir ao casamento em Pirangi. Valendo-me daexperiência que sempre me foi peculiar, e sabendo aintenção dos dois advogados, sendo um, chefe de um doscoronéis da zona, que vivia a atrapalhar o serviço dadelegacia e o outro sendo o seu coadjutor, a intenção delesfoi pedir a referida senhora que não desse o consentimentopra ser efetuado o casamento em Salvador e sim emPirangi, onde ela pudesse assistir, o que naquela época nemDeus nem o diabo conseguiriam, pois o dinheiro do raptoratravés dos seus avós, compraria simbolicamente os doisquanto mais o resto, e o casamento não seria efetuado.Prezados leitores, creia e acredite que há certas passagens

    na vida de cada um, que pra se fazer um favor é preciso usarde artimanhas, até mesmo mentir, porque a mentira abenefício do bem, não deixa de ser uma virtude, eu tive queusar dessa virtude. Escrevi com a minha própria letra comose fosse aquela senhora, dando o consentimento para ocasamento ser efetuado em Salvador. Dizendo eu a ela queo telegrama era para a remoção do raptor e da raptada, parao casamento ser efetuado em Pirangi, o que não serianunca, porque o Dr. Oswaldo Oliveira e o Dr. Galo, iam fazerde tudo para evitar este acontecimento, recebendo dinheiropor isso. No entanto eu consegui prezados leitores. Diasdepois esta senhora recebeu uma carta e retratocomprovando o casamento. Eles naquela época acharamque eu dei um bolo. E o bolo foi dado. Eles já não existemmais na terra, e eu ainda estou. Gostaria que eles meajudassem espiritualmente, porque moralmente confessosempre procuraram me atrapalhar, mas não atrapalharam. Esse casal veio para Pirangi. Viveram até um certo tempo

    como dizem aqueles que acreditam em Deus, "Com Deuscom os anjos". Tiveram duas lhas duas meninas bonitaspra ninguém botar defeito. Uma sofria de epilepsia, era a("mais bonita"). A mãe naquela época adoeceu o que énatural em todos os viventes. O marido homem bom,integro, cumpridor de seus deveres, levou-a ao médico quefoi o subprefeito de Pirangi, homem de uma moral intocável,casado com uma mulher que tinha o mesmo nome da minhasegunda mulher. Não sei porque, esta se prevaricou comele. Ouve o drama terrível e nojento. O médico deixou amulher que pertencia a uma família tradicional de Itabuna,

    conhecida por Deus e o mundo como gente sã e de moralimpecável. Ele trocou tapas com um lho do escrivão dePirangi. Sumiu esse médico carregando essa senhora. Foipara o estado de Minas Gerais. Houve comentários e maiscomentários, eu sentindo como ainda sentido estava porestar dentro da história... segue na página seguinte ...

    Passagens da minha vidaquando fui Subdelegado em Pirangi

    História retirada do livro Pensamentos e MemóriasDe Joaquim de Freitas Moreira

    Quando fui subdelegado em Pirangi, hoje Itajuípe, ondefui mais de uma vez, no tempo da miséria, em que obanditismo era a lei, entrou pela subdelegacia uma senhoracom o ar de louca. As lágrimas caíam dos olhos comotorneira mal fechada." Senhor delegado me proteja...roubaram minha lha"!

    - A senhora onde mora?- Em Itacaré do Almada. Naquela época Pirangi e Itacaré do Almada eram dois

    distritos de Ilhéus. Era subdelegado em Itacaré do AlmadaAntônio Theodoro ou Antônio Teodósio, como era chamado.Não pertencia aquele caso a minha circunscrição. Sendo eucomo ainda sou um homem que sinto mais a dor alheia doque a minha, minha consciência se condoeu daquelasenhora trazendo para mim as lágrimas que gotejavam, eresolvi telegrafar ao então Tenente Isaías Epifânio dos Reis,delegado de Ilhéus, solicitando a prisão do raptor e daraptada. Este não tomou conhecimento por não ter ido odinheiro na frente ou qualquer interesse que o dinheiro lhetrouxesse. Ainda ordenado pela minha consciência resolvitelegrafar ao chefe dos investigadores em Salvador. 18 diasdepois recebi um telegrama: "... Acha-se detido nestaCorporação o cidadão... e a menor... às ordens dessasubdelegacia... Foram encontrados na pensão SantaBárbara". Pensei comigo mesmo: O que devo fazer? ORaptor era lho de uma família nobre e potentada. A raptadaera lha de uma mulher que negociava em Itacaré doAlmada, na cabeça da ponte, pra não dizer pinguela, pois sópassava gente apertada e sendo um pelo outro precisavacuidado. Era um quiosque coberto de zinco de lata de gás,não havia condições. Se viesse pra Pirangi por melhor boavontade que tivesse, encontraria maior diculdade paraefetuar o casamento. Telegrafei para Salvador, àquela

    autoridade comunicando as condições acima citadas esolicitando que fosse efetuado o casamento lá mesmo.

    Dra. Suzy Santana Cavalcante, o Presidente daCâmara de Vereadores do Município de Coaraci, Sr.Antônio Carlos Maia, o Gerente aposentado do Bancodo Brasil, José Cardoso Leal, o Funcionário da Secretaria de Justiça do Estado da Bahia em Coaraci,Almir Sena.

    E-mail: [email protected] Pagina nº.11

    COLABORADORES DESTE EXEMPLAR

    J o a q u i m d e F r e i t a s

    M o r e i r a

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    12/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO Ela era bonita, sem o sinal de Ramanita! 2016

    Acredite leitores que eu vi esta mulher com o hábito defreira aqui perto da barragem, onde eu morava e também

    moravam os parentes dela. Mulher bonita talvez até nãotenha o sinal de "Ramanita". Tempos depois me aparece odoutor Renato Freitas. Umas oito horas da noite, aqui nanossa Fazenda Cachoeira Bonita, onde morava, quei tãosatisfeito, como alguém que tira uma sorte grande. Penseinaquela hora que "ele veio precisar de mim quando nuncaprecisou"; Como o médico da minha família ele e ovenerável Doutor Diógenes Vinhaes, cuidavam de mim dosmeus lhos como se fossem escravos e nunca receberamnenhuma remuneração. Pensei até que ele queria qualquercoisa de mim na parte material o que não foi. Ficou aconversar na presença dos meus familiares com umaconversa estucada, então eu lhe disse:- Doutor o senhorestá conversando sem assunto, pode dizer o que o senhordeseja que eu sou o mesmo Joaquim de Freitas Moreira dePirangi. E ele disse: - É verdade, eu preciso conversar comvocê em particular: Saímos para o avarandado. Eu a pensarque ele precisava de dinheiro, o que seria mais fácil pramim. Foi o contrário do meu pensamento quando ele medisse: - Joaquim Moreira, pensei em você lá em Minas. E eurespondi: - Pensou muito bem, pensou no amigo. Qual nãofoi o meu pensamento quando ele me disse: - Preciso de umcamarada seu pra matar uma mulher. Esta mulher vocêcasou com Lido Pinheiro. Por causa dela deixei minhafamília. Houve o que você sabe com Rosalvo. Levei ela paraMinas mas não a suportei por falta de decoro e resolviinterná-la como freira no Convento da Lapa, e pra seconseguir internar uma mulher suspeita como freira, noConvento da Lapa foi preciso ador e eu consegui que estamulher fosse considerada uma freira do convento da Lapa eeu mesmo fui o ador.Seis a oito meses depois eu recebi umtelegrama do Capelão me chamando urgente. Quando lácheguei este me chamou em um lugar reservado e me dissecom cinismo que pertence a todos os capelões:- Doutor osenhor é o ador de uma mulher que o senhor mesmotrouxe, eu lhe peço em nome de Deus ou do diabo e de tudoque o senhor mais gosta na vida, a carne é fraca...

    e esta senhora está grávida de mim, me ajude se puder. Eeste médico atendeu ao pedido do Capelão. Esta mulher

    hoje mora com um dos grandes craques da redonda.-Eu lhe disse: Dr. Eu tenho um camarada, é um homemcapaz de fazer tudo que eu mandar, chegou até a pôr a velana mão de meu pai, por sinal os dois chamavam-se Antônio,um deles Antônio Policarpo Moreira, meu pai. Logo era umhomem capaz de tudo quando eu mandasse, tanto assimque eu pedi quando meu pai estava morrendo: - Tome contaAntônio, se você puder salvar não deixe ele morrer, é meupai, gostaria de morrer antes dele porque assim eu pensoem Jesus que morreu crucicado antes de Deus, e Deuscontinua vivo na alegoria da humanidade.- Eu lhe disse: Doutor eu noto que o senhor está

    apaixonado por esta mulher, o Senhor tem três dias prapensar. Se for chamado pra fazer o levantamento docadáver e ver os ferimentos não de bala, ( Bala é só prahomem), mas de faca, a ssura é maior, pois a vontade dematar da mais gosto ao dono dela, quando este pratica oato. No dia seguinte ele me passou dois telegramas umdesistindo e outro persistindo. Camarada como eu sou, setivesse um amigo, dei dinheiro ao jagunço, correspondentea ida e a volta e também pra sua permanência de 17 dias elhe disse: - Não explore o doutor Eracto, que é meu amigodesde o outro carnaval, não mate a mulher e depois destadata venha embora. E isto foi feito, ou seja, o meu pedido foicumprido.Esta senhora com todos os seus deslizes, hoje é mulher de

    um dos maiores jogadores de futebol. Termino essapassagem dizendo: Era bonita sem o sinal de Ramanita.Calcule senhores leitores se ela continuasse no Convento daLapa, e por obra e graça do Divino Espírito Santo desse luz auma criança e se essa fosse do sexo masculino, sairia comuma coroa bem grande, com o hábito, pois é peculiar doconvento e com uma Bíblia na mão, pregando aquela frasealegórica: "Crescei e multiplicai". Como senhores leitores?Sem a parte sexual o que as freiras condenam, contrariandoo que alguma delas fazem...Fim. Autor :Joaquim de Freitas Moreira

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.12

    Um povo sem conhecimento, sapiência do seupassado histórico, origem e cultura, é como uma árvore sem raízes.

    C o a r a c i n o s a no s 5 0

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    13/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO APRENDENDO SOBRE A LEITURA 2016

    Elogio da Leitura

    Quando pensava sobre o que escrever nesta crônica meveio à cabeça o título acima; em grande parte, devido aofato de ter iniciado a leitura dessa ilustre obra de Erasmo deRotterdam, mas também por pensar que nada é maispropício a um pretenso escritor que insuar em seus leitoreso amor pela leitura, seu cultivo diário e seu aprimoramentopor meio do exercício e da reexão. Entretanto, acima detudo, a ideia de elogiar a leitura decorre do Elogio daLoucura de Rotterdam, sem, no entanto, imitar desta ocaráter cômico ou pretender uma análise crítica que seesconda sob a aparente farsa burlesca. Trata-se, portanto,de um texto que apresenta uma experiência pessoal com aleitura e seu valor; não se desprezando por isso o fato de sero autor um professor de literatura e linguagem quecompartilha de visões teóricas importantes sobre a leitura.Por certo, farei meus ilustres leitores visitar o dicionárioalgumas vezes, mas essa deve ser uma tarefa prazerosa aobom leitor, coisa que faço com frequência, especialmenteagora que estou lendo um autor do século XVI.

    E o que seria a leitura então? Que todos conhecem aleitura da palavra isso é certo, pois mesmo aqueles que nãoaprenderam a praticar o ato, conhecem o signicadoatribuído a esta palavra. Leitura = ato de ler! Lembro entãoo grande Paulo Freire que sabiamente nos alertou para ofato de que “a leitura do mundo precede a leitura dapalavra”, ainda que esta sábia percepção não tenha sidocaptada como deveria por muitos de nossos alfabetizadorese leitores. Assim, mesmo que este texto não pretenda deforma alguma ser cientíco, faço questão de explicar comoé importante percebermos esta acepção mais ampla daleitura a m de podermos elogiá-la com plenitude. A leitura,portanto, em sua acepção mais ampla, consiste em atribuirsentidos às coisas do mundo; fazemos isso de formainconsciente desde antes de nascermos e maisintensamente a partir do momento em que abrimos os olhose contemplamos a realidade circundante.

    Sempre inicio minhas atividades com novas turmasfalando que aprender é a melhor tradução do que é a vida; eque a leitura é o mais signicativo, comum e constanteinstrumento de aprendizagem praticado pelos sujeitos aolongo da vida. Evidentemente, essa armação causaestranheza e sou então obrigado a explicar a máxima deFreire, demonstrando o que signica “leitura de mundo”.Para tanto, inicio explicando como as crianças recém-nascidas observam um mundo desconhecido e tentamreconhecer nele o primeiro nexo de sentido que lhes épossível: a voz da mãe materializada em um rosto. Depoisvêm a voz e o rosto do pai, dos irmãos e avós, caso tenhaminteragido oralmente com ele em sua vida intrauterina.Assim, desde o nascimento estamos observando o mundo(aquilo com que nos alimentamos, brincamos, vestimosetc) e tentando atribuir-lhe sentidos. Conforme vamoscrescendo, ampliamos nosso conhecimento e aprendemosinúmeras coisas também através da leitura, da inferência eda criação de hipóteses que se conrmam ou que precisamser reformuladas. Aprendemos através de tentativa e erro,assim como lemos através da atribuição de sentidosadequados ou inadequados segundo o contexto em que sedá a interação entre sujeito e objeto. Chegamos, então, aoprimeiro e grande elogio da leitura. Ela tem o condão de nosinformar e ao mesmo tempo formar aquilo que somos;

    aquilo com o que nos identicamos.

    Assim, independente de se tratar da leitura da palavraescrita, o fato é que lemos quando ouvimos alguém, quandoouvimos uma música, quando observamos pessoas,paisagens ou objetos. Lemos de tudo! Sabemos apenas deolhar se nosso interlocutor está alegre ou triste, se umasituação é animadora ou constrangedora, se há empolgaçãoou depressão na maneira como alguém se expressa.Quando vemos alguém pela primeira vez, lemos suas vestese podemos inferir se vem de uma classe social favorecida oudesfavorecida, se cultiva estilo clássico ou informal; a partirda maneira como articula seu discurso podemos inferir seesta pessoa passou pelo processo de escolarização ou não,se tem conhecimento das técnicas de expressão corporalauxiliares do processo de comunicação oral, ou seapresenta algum tipo de comprometimento/deciênciacognitivo-motora perceptível em seus gestos e posturas.Em suma, lemos o mundo com uma intensidade voraz e semnos atentarmos para a complexidade destas operações; sópercebemos isso quando transpomos este ato do cotidianopara sua modalidade formal: a leitura de textos escritos. Oelogio maior consiste, então, em reconhecer que nosformamos lendo o mundo; e que a leitura da palavra nostransforma, amplia nossa percepção do mundo e nossacapacidade de articulação dos saberes que acumulamos e

    E-mail: [email protected] Pagina nº.13

    AQUI AO LADO DA AABBHAVIA UMA LAGOA!!!

    Não foi por falta de aviso!!!

    Foto de Waldir Amorim

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    14/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO FRUTOS DO HÁBITO DE LER 2016

    construímos ao longo da vida. É assustador, mas muitoprazeroso. Sempre digo aos meus alunos e amigos que

    devemos encará-la como um jogo: temos algumas regrasbásicas e outras regras que são acrescentadas conforme ocontexto. Isso ca mais claro se observamos nossasexperiências como leitores. Primeiro nos alfabetizamos,conhecemos as letras e as sílabas, depois as palavras –ainda fragmentadas em sílabas a m de não perdermos devista sua essência de composição fonético-fonológicatornada alfabética. Mas esse é um período sombrio,estamos no umbral do saber formal da leitura e ainda nãotemos capacidade de perceber quanto avançamos e comose dá esse crescimento intelectual proporcionado pelaleitura. Lembro-me de que minhas primeiras leiturasocorreram com revistas em quadrinho. Meu irmão maisvelho tinha coleções de revistas do Tio Patinhas, CapitãoAmérica, Homem-Aranha, Vingadores, Heróis da TV, Hulk,Thor, Homem de Ferro; ao todo eram mais de 450 gibis queeu lia conforme amadurecia minha competência leitora.Também me lembro de meu pai nos comprar gibis da turmada Mônica, Cebolinha e Cascão. Ler as revistas foi muitoimportante porque apesar da pouca experiência com aspalavras, a mistura de imagens e texto, a organizaçãoespacial dos quadros e a ordenação das falas nos balõeseram de fácil compreensão. Nessa época eu ainda estavaindo para a primeira série do ensino fundamental e nossoslivros escolares também vinham combinando imagens etextos curtos; tudo era fácil e a compreensão daquelecódigo dava enorme prazer, acompanhado de uma sensaçãode crescimento.

    Contudo, conforme crescíamos a forma com queeram apresentados os textos ia mudando, se tornando maisassustadora, mais intrincada, com palavras novas que nãoestávamos acostumados a ver, nem ouvir. Nessa época,meu pai que, modéstia à parte, sabia muito, não facilitavaas coisas e nos mandava ao “pai dos burros” – maneirapeculiar como chamavam o dicionário antigamente e quehoje seria visto como negativa pela turma do politicamentecorreto. Mas eu ia, procurava a palavra em um dos quatrovolumes de seus dicionários em capa dura. Não era Aurélio,nem outra marca moderna de dicionário; era apenasdesignado como “Dicionário Mor da Língua Portuguesa” doProf. Candido de Oliveira. Na época eu não entendia porquemeu pai não dizia logo o signicado da palavra – já que eusabia que ele sabia, mas depois eu descobri porque ele nosmandava ao dicionário. Com o hábito de consultar odicionário por necessidade, veio também uma atividade

    estranha e prazerosa: continuar lendo outros verbetes quenão aqueles que eu precisava. Saia folheando em busca depalavras estranhas, ou de palavras acompanhadas deilustrações, explorando aquele universo de traduções doscódigos de uma língua que eu mal conhecia. Passado umtempo, os estudos me obrigaram a conhecer a enciclopédia;tínhamos algumas: enciclopédia de animais, ilustrada, geraletc. Essa leitura também tinha esse poder de me prender; apartir da busca de um verbete que precisava eu me via lendooutros e mais outros, até que voltava à atividade original.Mas ler ainda era algo difícil. Encarar uma página em brancorepleta de palavras, sem nenhuma imagem, era algoaterrorizador. Me parecia que não conseguiria manter osentido de tudo aquilo, que me perderia naquele mar depalavras, que não conseguiria recompor as frases e seuscontextos, organizar imagens e guras ali representadas.Um livro era algo aterrorizador.

    Aos 8 anos ganhei As viagens de Gulliver de presente, masnão tive coragem para ler, iniciava e parava, parecia tudoconfuso, queria ver as ilustrações que eu via no Gulliver decolorir que tinha ganhado anos antes. Só quando aos dezanos li o livro Férias no Orfanato foi que venci a barreira dolivro sem ilustrações. Mas depois me lembro de outrofracasso como leitor: aos 15 anos tentei ler MemóriasPóstumas de Brás Cubas , uma edição de 1938 que meu paiguardava do seu tempo de secundarista, mas desisti daleitura antes da página 50. Sua linguagem ainda não haviasido modernizada e preservava vocábulos e construçõesfrasais do século XIX, isso me era estranho e me confundia aponto de não ver como continuar. Por isso carreguei por umbom tempo a ideia de que não seria jamais um bom leitorcomo meu pai.

    Mas o tempo, a experiência e a necessidade podemnos mostrar que somos mais fortes do que supomos. Aleitura de outras obras como Dom Casmurro e QuincasBorba em edição já atual me mostrou que Machado nãoestava tão além das minhas capacidades. Depois veio CorpoVivo de Adonias Filho, Terras do sem m de Jorge Amado(este me deu nova pedrada, pois não consegui termina-lo

    até o vestibular). Já na universidade conheci Camus e seu Oestrangeiro ; A Metamorfose de F. Kafka; e muitos livros doPaulo Coelho, do Jorge Amado e de outros autores deliteratura ou losoa como, Platão, Nietzsche, Eça deQueirós, Saramago e João Ubaldo Ribeiro. Este últimomerece meu reconhecimento, pois teve um importantepapel em minha formação como leitor.

    Como lhes disse, eu não era tão afeito aos livros naadolescência e não conhecia ainda o valor dos contos; masao ver meu pai lendo as crônicas de João Ubaldo no Jornal ATarde de domingo acabei me interessando. Comecei aacompanhar semanalmente seu trabalho, depois li um deseus livros, depois sua obra prima Viva o Povo Brasileiro. Então, se hoje me arrisco a importunar leitores com textosmeus, devo isso a esses dois homens: Luiz Caetano (pai) eJoão Ubaldo Ribeiro, pois deles veio minha vontade de lermais, de saber mais, de dominar a escrita e obter por meiodela a reexão precisa, aguda ou divertida. Assim me forjeileitor! Mas, verdade seja dita, essa dama preciosa chamadaleitura jamais se deixa conquistar por inteira; faz, assim, deseus amantes verdadeiros servos dedicados, capazes dedoar-se a vida inteira em aprimoramento e retoques. Poiscomo não tem m as possibilidades de aprendizagem ecriação humanas, também não deve ter m nossacapacidade de crescimento enquanto leitores! Agora medespeço deste elogio da leitura, desejando-lhes ótimas eprazerosas leituras. Quanto a mim, volto à minha leitura doElogio da Loucura de Rotterdam, pois não há prazer melhorque aprender com a leitura aquilo que outros mestres jázeram!

    Luiz Caetano JuniorPoeta e Cronista

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.14

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    15/16

    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.900 exemplares distribuídos gratuitamente

    JUNHO FATOS E FOTOS 2016

    MAIS UM TÍTULO PARA FANTA:

    - TREINADOR DE FUTEBOLO jovem treinador da Escolinha Nova Esperança, CarlosAlberto Vieira dos Santos, conhecido como ’’Fanta’’, fez ocurso para treinadores de futebol oferecido pela SUDESB,preparando-se ainda mais, para continuar na sua trajetória,treinando e descobrindo novos talentos do futebol emCoaraci, preparando-os para um futuro de realizações esucesso pessoal. O professor Fanta, como é bastanteconhecido no município e na região cacaueira, já esta nestaestrada a décadas e tudo começou lá no campinho do CSU,onde ele permanece até os dias de hoje à frente de suaescolinha. Muitos jovens carentes do município járeceberam os seus ensinamentos, alguns seguiram acarreira, outros mudaram de ramo à procura de umaoportunidade no mercado, mas todos em sua maioria

    transformaram-se em homens de bem e bons cidadãos.Este trabalho que as escolinhas de futebol tem realizadocom as crianças e com os jovens, é uma excelenteferramenta para o fortalecimento da personalidade doindivíduo, educando-o tanto para a prática esportiva,quanto para a relação com a sociedade, com a família e coma cidadania. Geralmente as escolinhas de futebol exigemque os alunos matriculados frequentem às aulas eobtenham bons resultados nas disciplinas que estudam,pois de nada adiantaria um bom jogador de futebol sem umpreparo intelectual e moral. Parabenizamos a Fanta e queele continue sempre que possível atualizando-se!!!

    E-mail: [email protected] Pagina nº.15

    A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes esta quase todareformada e essa realização é o resultado de um trabalhoextraordinário dos Padres que aqui estiveram e do PadreEdmílson Vivas Batista que tem se mostrado um competenteadministrador da Matriz N. Srª de Lourdes, fortalecido pelosdízimos da Igreja. O povo católico, fervoroso e devoto deNossa Senhora de Lourdes, vive momentos de graça elouvor. Foto :Caderno Cultural de Coaraci.

  • 8/16/2019 66º Caderno Cultural de Coaraci

    16/16

    66º CADERNO CULTURAL DE COARACI

    Fazenda Cachoeira Bonita em Coaraci Propriedade de Dermeval Moreira, lho do saudoso Joaquim de Freitas Moreira.

    São João em Coaraci,tem forro tem alegria!

    As fotograas da Cidade e Região neste Caderno Cultural,são uma cortesia do Fotografo Prossional E. Adonai Andrade