2013 10 outubro
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Ano XIII | 220 | Outubro 2013
ISSN
217
8-57
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Expectativa de recordeCenário é positivo e soja é atual aposta. Apesar disso, clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores
Recursos para armazenagem Faeg fi rma parceria com Semarh para garantir recursos do Governo Federal
Missões internacionaisProdutores visitam sistemas de produção nos Estados Unidos e Austrália
PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,
com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos
assinados são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;
Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins
Editora: Francila Calica (01996/GO)
Reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves
Fotografi a: Larissa Melo e Mendel Cortizo
Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
Diagramação: Rowan Marketing
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Comercial: (62) 3096-2200
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hares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,
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José Mário SchreinerPresidente do Sistema
FAEG/SENAR
O fim do vazio sanitário e a chegada das chuvas são os sinais de que uma nova safra se inicia. As expecta-tivas para a safra 2013/14 são boas, mas os desafios
também são grandes. Clima, mercado, pragas, infraestrutu-ra e logística terão influência significativa nos resultados da próxima safra. São fatores sobre os quais o produtor não tem ge-rência. Por isso, a atenção deve ser redobrada. Teremos em campo o desafio de manejar uma praga que nos assustou no último ciclo, a Helicoverpa armigera. Contra ela, informação aliada às ações rápidas de combate é a nossa melhor defesa. Provavelmente, teremos uma nova safra recorde e o fator mercado entrará em campo. Durante o período de culti-vo o produtor deve ficar atento aos movimentos do mercado. Diante da possibilidade de uma safra cheia, é prudente não deixar a comercialização para os meses de colheita, quando há superoferta. E, por mais um ciclo, infelizmente, vamos nos depa-rar com as deficiências de logística e infraestrutura do Brasil. Os recursos destinados para armazenagem não estão chegan-do aos produtores, a tempo para atender a próxima safra. Dificuldades com licenças ambientais (resolvidas re-centemente) e instabilidade no sistema energético travam as possibilidades de desenvolvimento na área. Portos e rodovias nacionais se encontram no mesmo estado da última safra. E, mais do que nunca, o produtor terá de ser competente na gestão dos fatores que consegue controlar.
É hora de plantar
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PAINEL CENTRAL
Desa os da Safra 2013/14Clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores que decidiram investir pesado na produção de soja
25Eleições da Faeg Chapa única é encabeçada por José Mário Schreiner
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ProsaEconomista chefe do Rabobank Brasil fala sobre a infl uência da economia no cenário mundial da agricultura e pecuária
8Armazenagem comprometida Burocracia na emissão de licenças ambientais para construção de armazéns freia programa do Governo Federal
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Produtor Wilton Roberto Guimarães, de Niquelândia, vai investir na soja, porque diz faltar comprador para milho. Foto: Fredox Carvalho
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Cursos e treinamentos do Senar 3634Sangria de Seringueira
Alto índice de exportação de borracha natural chama a atenção para atividade
Agrinho 2013Com o tema responsabilidade social, crianças de todo o Estado executam projetos
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Técnicos e produtores visitam Austrália e Estados Unidos
Missões Internacionais 30
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AGENDA RURAL
01/10 07 a 09/10
Seminário Inclusão Produtiva – Centro-Oeste
Hora: 8h
Local: Auditório da Faeg, Goiânia
Informações: (62) 3096-2200
I Seminário de Ciência, Tecnologia e Inovação para o
Desenvolvimento Sustentável
Hora: 19 horas
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Goiatuba
Informações: (64) 3495-8100
8 a 10/10
III Conferência Global sobre Trabalho Infantil
Hora: 9 horas
Local: Centro de Convenções do Hotel Brasília Royal Tulip Alvorada,
Informações: (61) 2030-1609; (61) 2030-1645
30 de Outubro
Eleições FAEG
Eleição da FAEGHora: 8h – 16h
Local: Sede da Faeg, GoiâniaInformações: (62) 3096-2200
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FIQUE SABENDO
ARMAZÉM
O Sistema Faeg/Senar confec-cionou uma cartilha de orientação sobre a nova legislação ambiental de Goiás. Com o título “Novo Có-digo Florestal Goiano – O que mu-dou?”, o material será distribuído aos produtores rurais e também pode ser encontrado no site: www.sistemafaeg.com.br.
A cartilha possui a Lei n° 18.104, de 18 de julho de 2013, aprovada pela Assembleia Legislativa do Es-tado e perguntas e respostas com ilustrações que abordam as dúvi-das mais comuns dos produtores quanto à nova lei.
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Senar Central e Sebrae podem nacionalizar Programa Proarte
Código Florestal Descomplicado
REGISTRO
Com o intuito de nacionalizar o Programa Proarte do Senar Goiás, re-presentantes do Senar Central vieram à Goiânia, no dia 20 de setembro, para discutir sobre o projeto com o superintendente Marcelo Martins e a coordenadora do Proarte, Fátima Araújo. Na ocasião, além de conhe-cer os trabalhos de vários artesãos goianos, eles tiveram a oportunida-de de bater um papo com mulheres integrantes de uma cooperativa em Bela Vista de Goiás, um dos 33 gru-
pos cadastrados pelo Sistema. Participaram da visita, Daniel
Carrara, secretário executivo do Se-nar Central e Kátia Rocha, assesso-ra da presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Maria Emília Jaber, Diretora Técnica do Se-brae Tocantins, também esteve pre-sente e mostrou interesse em fechar parcerias no estado vizinho a fim de potencializar o programa e dar a ele mais características rentáveis.
PESQUISA
Embrapa reúne orientações sobre Helicoverpa na internet
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O que mudou?
CódigoFlorestal
O que mudou?Goiano
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A Embrapa está disponi-bilizando para os agricultores brasileiros, um ambiente na internet http://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa que re-úne informações para ajudar agricultores e técnicos a lidar com a Helicoverpa armigera, uma nova e importante praga que alcança as culturas da soja, algodão, milho, entre outros cultivos, tem causado preocu-pação e exigirá atenção per-manente às táticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Com o fim do período de vazio sanitário e início do
plantio, as informações sobre soja são as mais demanda-das. Elas estão agrupadas em www.embrapa.br/helicoverpa--soja, organizando as infor-mações existentes e orientan-do sobre o manejo de pragas. “No site é possível encontrar informações sobre a praga, seu manejo, a importância da tecnologia de aplicação, dicas sobre o monitoramento da He-licoverpa e de outras lagartas da soja, além de entrevistas”, explica Clara Beatriz Hoff-mann Campo, pesquisadora da Embrapa Soja.
PROSA RURAL
Não somos caso perdido
Catherine Moraes | [email protected]
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Robério Costa é economista chefe do
Rabobank Brasil e esteve em Goiânia no
último mês de setembro para participar do
Interconf. Na ocasião, ele concedeu entrevista à
Revista Campo e falou sobre o mercado financeiro
mundial assim como as interferências no Setor
Agropecuário. Para ele, a desaceleração da
economia chinesa não afeta produtos agropecuários
e o Brasil ainda é atrativo aos investidores externos.
ROBÉRIO COSTA é economista chefe do
Rabobank Brasil
8 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Revista Campo: O mercado finan-
ceiro mundial já absorveu os im-
pactos do anúncio da saída do FED
nas compras de títulos privados nos
EUA ou poderá haver mais um refle-
xo no câmbio?
Robério Costa: O Fed está com-
prando US$ 85 bilhões por mês em
títulos públicos e privados, o que au-
menta continuamente a liquidez do
mercado. O objetivo é deixar os juros
de mercado baixos e estimular a recu-
peração da economia e o aumento do
emprego. No máximo em dezembro
um cronograma de redução progres-
siva dessas compras deve ocorrer.
Portanto, o movimento é previsto e
gradual, o que não deve gerar reações
abruptas do mercado. Mas, isso não
quer dizer que o câmbio dos países
emergentes não será afetado.
Revista Campo: Foi constatado,
no mercado financeiro mundial,
que após o anúncio na alteração da
política de compra de títulos pelo
FED, 22 países já gastaram US$ 153
bi para garantir o valor de suas mo-
edas. É uma situação que pode se
agravar?
Robério Costa: A situação hoje
é bem melhor, se comparada à das
décadas de 80/90, quando os países
estavam mais vulneráveis às crises
externas. Praticamente todos os pa-
íses emergentes foram beneficiados
seja por preços de commodities mais
altos ou por abocanhar uma boa fa-
tia da produção industrial do mundo.
Esses países acumularam reservas
internacionais abundantes, ao longo
dos últimos 20 anos, que permitem
hoje uma política de defesa de suas
moedas mais efetiva. O mercado não
é linear e o ajuste sempre vem acom-
panhado de alguma turbulência. Mas
o câmbio desses países terá de se
ajustar à nova realidade.
Revista Campo: Você fez uma
afirmação, em sua apresentação
no “Interconf” que, diante da atu-
al situação econômica do mundo as
Commodities Agrícolas são as mais
protegidas. Poderia explicar melhor?
Robério Costa: Por que a deman-
da deverá ser garantida pela melho-
ra do nível de renda média no mun-
do, que está ocorrendo sobretudo
nos países emergentes. Conforme
cresce a renda, aumenta a quanti-
dade e, principalmente, a qualidade
do alimento demandado. Dos grãos
e leguminosas, principais alimentos
de quem está na base da pirâmide
social, passa-se à proteína animal,
quando o consumidor ascende a um
patamar mais alto da pirâmide. No
nível mais elevado, vêm os alimen-
tos industrializados que caracte-
rizam o consumo no topo da pirâ-
mide. A maior parte da população
mundial está distante do topo da
pirâmide e há muita demanda re-
primida por esse tipo de produtos,
principalmente na Ásia.
Revista Campo: Desde a crise de
2008 o eixo comercial externo do
Brasil vem deslocando para países
em vias de desenvolvimento. As po-
líticas protecionistas daqueles países
perdem importância?
Robério Costa: Não perde impor-
tância. Em vários mercados de econo-
mias desenvolvidas o Brasil poderia
ter uma presença muito maior. Um
exemplo disso é o de carnes, cujas
barreiras protecionistas, tarifárias ou
sanitárias, seguem mais uma lógica
política que econômica. O que está
em jogo é a defesa de produtores lo-
cais ineficientes. Exportar para outros
mercados, que não os tradicionais paí-
ses desenvolvidos, é uma estratégia de
diversificação de risco e expansão de
receita, uma vez que o consumo nes-
ses países cresce mais rápido. Mas isso
não é excludente em relação à disputa
de espaço nos mercados protegidos.
A OMC está aí para isso, o Itamaraty
pode ajudar na negociação de acordos
comerciais. Em muitos casos a irracio-
nalidade e a afronta às regras do mer-
cado internacional são gritantes e têm
de ser contestadas.
Revista Campo: A desaceleração
da economia Chinesa deve afetar
produtos agropecuários?
Robério Costa: Se a economia chi-
nesa seguir crescendo em torno de
7%, a demanda adicional que injeta
por commodities ainda é enorme.
Estamos falando da segunda maior
economia do mundo, com um PIB de
mais de US$ 8 trilhões. Além disso, o
país se move em direção ao consumo
doméstico, versus à orientação para
a exportação que vem predominando
desde a emergência da China como
potência. Dificilmente os produtos
agropecuários serão prejudicados
nesse cenário. O país ainda tem muito
a se urbanizar e pelo menos dois Bra-
sis a serem incorporados ao mercado
consumidor a médio prazo.
Revista Campo: O Brasil ainda é
considerado um país atrativo pelos
investidores externos?
Robério Costa: Todo país tem suas
mazelas. A China é uma ditadura. A
Índia tem um sistema social de cas-
tas. O Brasil é uma democracia e tem
mobilidade social, como mostra os
20 últimos anos. Temos inúmeros
problemas, mas não somos um caso
perdido, definitivamente. O Brasil
tem flexibilidade para mudar e, não
é por outro motivo, que os investi-
mentos estrangeiros giram em torno
de US$ 60 bilhões há três anos. Mas
para manter e aumentar isso, a gente
precisa se ajudar.
Outubro / 2013 CAMPO | 9www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
INHUMAS E CORUMBÁ
RIO VERDE
RIO VERDE
Os Sindicatos Rurais de Corumbá de Goiás e Inhumas também adotaram a sugestão de fachada padrão do Sistema Faeg/Senar. Padronização de fachadas é uma meta do Programa do Empreendedor Sindical, como forma de criar uma identificação única para a rede de Sindicatos Rurais ligados ao Sistema. Já completaram 20 Sindicatos que tem a mesma configuração de fachada.
A nova diretoria do Sindicato Rural de Rio Verde tomou posse no último dia 30 de setembro em cerimônia realizada no Salão Verde do Parque de Exposições. O atual presidente Walter Baylão Júnior, que foi reeleito com 333 votos, assume a instituição por mais três anos. Além da classe produtora, o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz também compareceu, representando o presidente José Mário Schreiner, acompanhado do superintendente Claudinei Rigonatto.
O Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural de Rio Verde iniciou o segundo semestre com capacidade máxima de praticantes. Quinze novos praticantes estão utilizando a equoterapia como forma de reabilitação. São ao todo 120 alunos, de dois a 80 anos de idade. O Centro de Equoterapia está trabalhando com escolinha de equitação e atendendo crianças com potencial de risco para o uso de drogas. Além disso, os profissionais estão tratando pacientes autistas, amputados, dependentes químicos e alunos com déficit de atenção. (Colaborou: Fabiana Sommer)
Há três anos, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José do Prado, de Rio Verde, vem desenvolvendo uma horta escolar. Inicialmente, o projeto foi realizado como atividade referente ao Programa Agrinho do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural, mas, o resultado foi tão satisfatório, que o gestor da escola resolveu implementar outras ações e começou a incentivar os alunos a produzirem alimentos sem agrotóxicos para o próprio consumo escolar. (Colaborou: Fabiana Sommer)
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Novas fachadas
Posse de diretoria eleita
Programa Equoterapia retorna às atividades
Projeto Horta Escolar
PROJETO AGRINHO
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CRISTALINA
SILVÂNIA CAPACITAÇÃO
O Sindicato Rural de Cristalina em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) realizou, entre os dias 23 a 25 de julho, o Treinamento Produção Caseira de Alimentos/Leite realizado no Assentamento Manacá que contou com a participação de 14 alunos. O Sindicato Rural de Cristalina destacou o empenho e dedicação da Instrutora Fernanda Paula Parreira ao dividir seus conhecimentos com a turma. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)
Dois mil cavaleiros desfilaram pelas ruas de Silvânia no dia 7 de setembro em comemoração à Independência do Brasil e marcando a 30ª edição da Exposição Agropecuária e 14ª Feira de Agronegócios do município. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner e o prefeito de Silvânia, José Faleiro encabeçaram a cavalgada.
O Sistema Faeg/Senar realizou, no mês de agosto, treinamento para capacitar os funcionários dos Sindicatos Rurais para o preenchimento do Imposto Territorial Rural (ITR). O treinamento, que faz parte do Programa do Empreendedor Sindical, foi ministrado pelo instrutor, Seres Baum, do Grupo Work, parceiro nesta ação desde 2006. Hoje, cerca de 80 Sindicatos Rurais estão aptos a prestarem este serviço ao produtor, o que corresponde a 70% dos Sindicatos filiados.
Em uma parceria com o Senar Central, o Sistema Faeg/Senar realizou, no mês de agosto, no Augustu’s Hotel, em Goiânia, um treinamento para capacitar funcionários dos Sindicatos Rurais no preenchimento da Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A meta é, com esse treinamento, passar para 70 o número de Sindicatos Rurais aptos a emitirem a DAP, atualmente, o Sistema conta com 56.
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Capacitação para produção de alimentos
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MERCADO E PRODUTO
Com a chegada de outu-bro, Goiás se aproxima de mais uma safra de
verão. Como vem se repetindo nos últimos anos, a cultura da soja deve bater novo recorde de área plantada no estado. Com os preços altos negocia-dos nos últimos meses e com a confirmada seca na safra norte-americana, os produto-res goianos devem expandir a área plantada com a cultura, com expectativa de ultrapas-sar os três milhões de hectares nesta safra que se aproxima.
Nos últimos dois anos, os preços da soja têm ficado acima dos valores históricos comercializados. Isso porque houve diminuição da produção nos principais países produto-res, principalmente, influen-ciada pelas secas nas duas úl-timas safras norte-americanas e a seca ocorrida na Região Sul do Brasil na safra 2011/12, que levou à redução dos estoques mundiais do grão. O que con-firma o fato, é que nos últimos 24 meses os preços da saca de soja têm se mantido próximos ou acima dos R$ 50, cerca de 30% acima da média de pre-ços comercializados até 2011.
Essa alta incentivou o avanço da área plantada com soja no país. Depois de 2011 o Brasil passou de 25,1 milhões para 27,8 milhões de hectares na última safra, um aumento de 11% em dois anos. A expec-
tativa é de o país chegar a 29,2 milhões de hectares na safra 2013/14. Não havendo nenhum fator climático limitante, deve--se alcançar um novo recorde de produção, consolidando o país como o maior produtor mundial do grão. Goiás acom-panhou a situação nacional.
Houve um incremento de 8% na sua área plantada nas últimas duas safras, passan-do de 2,65 milhões para 2,88 milhões de hectares, segundo os dados da Conab. Na safra 2013/14, a expectativa é que Goiás chegue a 3,01 milhões de hectares, com previsão de produção de mais de nove mi-lhões de toneladas do grão, mantendo a posição de quar-to maior estado brasileiro em produção de soja.
Apesar de um cenário fa-vorável no que diz respeito aos preços das commodities no mercado mundial, a renda do produtor não aumentou na mesma proporção. Estes preços elevados alavanca-ram também os preços dos insumos agrícolas, como as sementes, o adubo e os de-fensivos químicos, gerando um aumento no custo total de produção. Outro fator que contribui para este fato é que com a demanda por insumos aquecida, devido ao incremen-to na área plantada, houve uma redução na oferta, levan-do a uma pressão de alta nos
preços adotados no mercado. O que também vem impac-
tando o custo de produção nas últimas safras é o agravamen-to dos problemas fitossanitá-rios que acometem a cultura. Um dos problemas é a ferru-gem asiática, que apesar de ser uma doença já conhecida dos produtores, a falta de no-vos princípios ativos, aliada à perda de eficiência de alguns fungicidas utilizados, atual-mente, têm dificultado o con-trole desta doença.
Entre as pragas, as grande vilãs no incremento dos custos de controle são as lagartas. Apesar dos esforços tanto por parte do governo como dos próprios produtores e associa-ções, o receio neste ano é em relação à lagarta Helicoverpa armigera, praga que já causou sérios prejuízos financeiros no último ano e poderá ser um grave problema nesta safra.
O vazio sanitário para a cultura da soja no estado de Goiás já terminou e se as chu-vas realmente chegarem agora no início de outubro, o plan-tio da safra goiana terá início. Apesar dos elevados custos de produção e os graves entraves na logística brasileira, os pro-dutores esperam a possibilida-de de bons rendimentos neste ano e a safra inicia-se com expectativa de novo recorde de produção, tanto no Brasil como em Goiás.
Soja: A chegada da nova safraCristiano Palavro | [email protected]
Cristiano Palavro
é Consultor Técnico do
Senar Goiás
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12 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Fim do vazio sanitário e chegada das chuvas anunciam o plantio do próximo ciclo. Como mercado, clima e pragas infl uenciarão a produção
Karina Ribeiro | [email protected] para a Revista Campo
O que a safra nos reserva?
SAFRA 2013/14
Com um cenário que aponta altos investimentos em tecno-logia e bons preços no mer-
cado, a expectativa de produção da safra de grãos este ano, especialmen-te de soja, é de bater novo recorde. No entanto, dois fatores que fogem da alçada do produtor rural podem desencadear uma perspectiva menos positiva: o clima e a presença da pra-ga Helicoverpa armigera.
A praga que vem tirando o sono de muitos produtores rurais possui características bastante peculiares e assustadoras: apetite voraz e indis-criminado, rápida disseminação e di-ficuldade no combate. A ocorrência de lagartas desse gênero na Região do Cerrado foi observada a partir da safra 2012/2013, o que acarretou em prejuízos econômicos, segundo da-dos da Embrapa.
A praga ataca, principalmente, as culturas de soja, milho e algodão. Na prática, a helicoverpa ataca uma cultu-ra e se desloca para outra. Isso ocorre em função da metodologia empregada por alguns agricultores da região, ao
Lagarta Helicoverpa pode ser o algoz do produtor na próxima safra
14 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
adicionar a implantação da ponte ver-de, ou seja, cultivo adicional de outras culturas associadas – como milheto, sorgo e feijão.
A agilidade de deslocamento da praga demonstra seu alto grau de des-truição. Segundo o coordenador geral de proteção de plantas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), Carlos Franz, há re-gistros de deslocamentos de até mil quilômetros. Um relatório do órgão revela a presença dela em lavouras que vão de Roraima ao Rio Grande do Sul. “Existe um alto grau de preocupação e, desde que foi identificada, o MAPA adotou uma série de medidas”, afirma.
Ele explica que foi composto um grupo emergencial para controle e manejo da Embrapa. Segundo relató-rio, essas pragas têm sido controladas de forma errônea, por defensivos, na maioria das vezes, de forma recorren-te e ineficaz, com pulverizações sem rigor técnico e sem o devido monito-ramento. Defensivos usados com falta de racionalização provocam redução populacional dos inimigos naturais
das pragas e desequilíbrio ecológico nos sistemas agrícolas.
Por isso, o coordenador geral de proteção de plantas do MAPA explica que o produtor não deve fazer nenhu-ma aplicação de produtos de forma preventiva. O ideal é monitorar a área uma vez por semana, para assim, caso haja a presença da lagarta, conseguir combatê-la no primeiro e segundo estágios. “O produtor não deve fazer ação preventiva, tampouco tardia. Ela é passível de controle no primeiro e segundo estágio”, afirma.
Carlos Franz salienta que o pro-dutor deve ficar ainda mais atento no período de floração. Como a praga já é famosa, porém pouco conhecida, os produtores devem buscar assistência técnica apurada para combatê-la. Por sua vez, a Embrapa está divulgando posicionamento favorável para regis-tro emergencial de 12 inseticidas para a Helicoverpa armigera no Brasil.
Faltam informaçõesFranz reconhece que, embora haja
um trabalho efetivo de pesquisa no
intuito de controlar as pragas, ainda faltam informações para o homem do campo. Ele diz que estão sendo reali-zados fóruns e palestras para repas-sar os conhecimentos aos produtores rurais. “Deveria ser mais intenso, mas está sendo feito dentro de nossas pos-sibilidades”, afirma.
ClimaO produtor rural deve ficar aten-
to às precipitações de chuvas no mês de outubro para a tomada de decisão de plantio. Segundo informações do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (Simehgo/Sectec), alguns modelos de pesquisa apontam possível veranico para o período entre os dias 15 de outubro e 23 de outubro.
O índice pluviométrico deste mês é de 110,5 milímetros, o segundo me-nor volume dentro do período chuvo-so (outubro a abril). Para os próximos meses, a estação chuvosa será dentro das normalidades, entretanto, com possibilidade de eventuais excessos de precipitação em áreas isoladas do Centro-Oeste.
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Outubro / 2013 CAMPO | 15www.senargo.org.br
Para o consultor da Safra & Mer-cados, Paulo Molinari, os preços co-mercializados vão depender do resul-tado final da safra norte americana. Ele explica que, a princípio, a de soja não é muito grande. A expectativa é de que os Estados Unidos colham cerca de 90 milhões de toneladas do grão. “Até outubro o foco é nos Esta-dos Unidos”, diz.
Diante dessa concretização, os produtores que comercializarem par-te da safra no mercado futuro com valores que variam entre R$ 55 e R$ 60, podem garantir bons rendimen-tos. “Dependendo da região, é possí-vel conseguir preços de R$ 55 a R$ 60
a saca. Esse preço garante uma boa margem para o produtor”, afirma.
Com o abastecimento dos esto-ques de soja advindos do plantio da safra norte-americana, associado às colheitas das safras sul-americanas em 2014, Molinari acredita que possa haver achatamento no preço da com-modity no próximo semestre. “Tudo vai depender do clima, se não houver nenhuma quebra de safra sul-ameri-cana, os preços poderão ser pressio-nados”, ressalta.
Molinari acredita que haja uma redução de área plantada de milho no País de até 30%. Para ele, está dentro da normalidade já que o pre-
ço da saca do milho está aquém do esperado, em função do alto volume de estoque. Somente no Brasil, a estimativa é que até 15 milhões de toneladas do cereal estejam deposi-tados em armazéns.
Os produtores poderão sofrer, ainda, com falta de silos para guar-dar parte da soja colhida no próximo ano. Além disso, segundo Molinari, a safra de milho norte-americana tende a ser recorde. “A retração da safra de verão pode ser favorável para a safrinha. Mas, o importante é que estamos com grandes estoques que precisam ser esvaziados para liberar os armazéns”, salienta.
Preços vão depender de safra americana
O produtor José Roberto No-vaes Provinciali conta que já teve contato com a praga nesta safra. Assustado com o poder de des-truição da lagarta, diz que teve um prejuízo de cerca de 10% na região de Goiatuba, Acreúna e Porangatu.
Ele explica que ainda não adqui-riu nenhum produto para combater a praga, exatamente, para não com-prar inseticidas que não venham sur-tir efeito. “Precisamos saber o que é eficaz”, alerta.
No mais, trabalha para uma produtividade média acima de 50 sacas nos três mil hectares plan-tados pulverizados em diversas re-giões do Estado como Goianésia, Acreúna, Porangatu, Vila Propícia e Goiatuba. “Tivemos um momento de queda, mas acreditamos na re-tomada do preço”, ressalta.
José Roberto calcula que tenha comercializado 20% da produção no mercado futuro. O valor foi de R$ 55 a saca. Ele afirma que vai se-gurar parte da safra no intuito de conseguir preços por volta de R$
60. “Deixei de vender quando es-tava nessa faixa, mas acredito que deve dar uma alavancada”, diz.
A bronca de José Roberto e de outros produtores rurais fica por conta do aumento dos preços dos insumos. Ele diz que comprou os produtos em maio com oneração de 20% se comparado à safra pas-sada. “Quem comprou mais tarde
pagou mais caro ainda”, diz.Esse momento de tomada de
decisão, para ele, é fundamental para o resultado dos negócios. Mais consciente e atento às in-formações das regiões produtoras mundiais, o produtor consegue melhores preços. “Hoje 50% diz respeito à produção, a outra meta-de é saber comercializar”, resume.
Prejuízo de 10% da produção
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Provinciali a rma que vai segurar parte da safra no intuito de conseguir preços mais altos
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“Milho não tem comprador”, afirma o produtor rural Wilton Ro-berto Guimarães. Mais um motivo, diz, para continuar investindo so-mente na soja em seus 1.160 hec-tares, no município de Niquelândia.
Embora com boas perspectivas de produtividade, mostra-se incomoda-do com a volatilidade dos preços. “Os preços estão parecendo uma gangor-ra”, diz. Ele conta que vendeu 50% da produção com valores que variam en-tre R$ 52 e R$ 59, cujo objetivo é pa-gar os custos de produção. Ele calcula que, o custo é de 35 sacas/hectare.
“Agora é um jogo de risco. Aguardo para fechar o restante mais para frente, me informando com o que está acontecendo no mercado externo”, diz. A busca por informa-ções ocorre por meio de relatórios de empresas de consultorias. O ob-
jetivo é não perder o tempo ideal para fechamento dos contratos.
Wilton afirma que não teve con-tato com a praga Helicoverpa, mas anda preocupado. Está munindo de
informações para não jogar dinhei-ro fora. “As informações estão mui-to desencontradas e vou participar de palestras para fazer a aplicação de forma correta”, explica.
“Milho não tem comprador”, afi rma produtor
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Wilton está incomodado com volatilidade dos preços e não investirá em milho
Ultrapassando as fronteiras da escola, programa auxilia crianças a mudar as comunidades que as cercam
Karina Ribeiro | [email protected] para a Revista Campo
Pequenos e poderosos
AGRINHO
O despertar da consciência am-biental por meio da modifica-ção de pensamentos e atitu-
des. Esse é o maior legado deixado, ao longo dos anos, pelo Agrinho, um programa de responsabilidade social do Sistema Faeg/Senar, em parceria com Sindicatos Rurais e os governos estadual e municipais. Trabalhando temas diferentes desde 2008, quando o programa foi iniciado, o Agrinho vêm cumprindo seu papel transfor-mador. Este ano, 198 municípios par-ticipam com o tema “Saber e Atuar para Melhorar o Mundo - Responsa-bilidade Social e Meio Ambiente”. A festa de confraternização e premiação deste ano vai ocorrer no dia cinco de dezembro. Essa é uma forma de agra-decer a dedicação e comprometimen-to daqueles que lutam por um mundo melhor.
Envolvendo crianças e profissio-nais do ensino fundamental de es-colas municipais e estaduais goianas, os ensinamentos saem das fronteiras das instituições escolares e atingem as comunidades que as cercam. Dessa forma é criada uma espécie de patri-mônio permanente que, eventualmen-te, deve receber uma lufada de reforço didático para revigorar as ideias di-fundidas nos últimos anos. “Acredito
que muitos ensinamentos ficam ao longo dos anos. A maioria dos pro-fessores trabalha por convicção”, resume a coordenadora do Progra-ma Agrinho, Maria Luiza Bretas.
O programa trabalha com uma proposta pedagógica com base na
interdisciplinaridade e na pedago-gia de pesquisa, sendo temas relacio-nados à ética, cidadania, saúde, alimentação, desenvolvimento sustentável e produção de ali-mentos. Todos com enfoque na preservação ambiental.
Livro escrito por professora e alunos de Britânia é entregue no Hospital Araújo Jorge
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Pequenos conselhos, grandes lições
Uma série de ações complemen-tares que abraçam o tema Respon-sabilidade Social e Meio Ambiente está sendo desenvolvida no municí-pio de Britânia por meio do Progra-ma Sinal Verde. A coordenadora do projeto, a professora do nono ano do Colégio Estadual Alfredo Nas-ser, Maria Disterro dos Santos, 39, afirma que acompanha o Programa Agrinho há alguns anos e acredita no projeto.
Próxima a colegas de trabalho e parentes de alunos que sofrem com diferentes tipos de câncer, a pro-fessora decidiu incutir nos alunos o espírito de solidariedade na ten-tativa de amparar ou minimizar os sofrimentos causados pela doença. Em uma das ações, apenas em um dia de gincana, os alunos da escola conseguiram recolher 25 mil itens eletrônicos que foram destinados à reciclagem para angariar recursos ao Hospital Araújo Jorge, localiza-do em Goiânia. O transporte para a capital foi realizado em três cami-nhões.
A aluna Maria Eduarda Adolfo Alves, de 15 anos, lembra que, na ocasião, muitos pais de alunos parti-ciparam do projeto após o expedien-te de trabalho. “Muitos saíram de carro junto com os filhos para bater de porta em porta”, recorda.
Os alunos foram incentivados tam-bém a ajudar na revitalização de regi-ões próximas ao Rio Araguaia. De uma forma lúdica, soltaram mil balões bio-degradáveis com gás hélio. Em cada um havia entre 10 e 15 sementes de plantas nativas da região. A ideia é conseguir reflorestar regiões mais distantes, fora do alcance das mãos dos alunos.
Focando no tema solidariedade, a professora selecionou alunos do nono ano para serem monitores escolares de alunos do quarto ano da Escola Municipal Eugênio Gomes dos Santos, da Vila Esperança.
Para fechar as ações. A professo-ra, em coautoria com os alunos do
nono ano do Colégio Estadual Alfre-do Nasser e do quarto ano da Escola Eugênio Gama dos Santos publicou o livro “Pequenos Conselhos Gran-des Lições”. Com a visão infantil so-bre o tema responsabilidade social, diz, o livro também pode ser lido por todas as faixas de idade.
Cada exemplar está sendo vendi-do a R$ 9,90 e a renda também é revertida para o Hospital Araújo Jor-ge. Exemplares foram distribuídos no hospital e dois lançamentos fo-ram realizados, um deles na livraria Nobel do Shopping Bougainville, em Goiânia. Em apenas uma hora 120 li-vros foram vendidos.
Maria do Disterro e alunos do 9º ano participam de lançamento do livro na Nobel, livraria do Shopping Bougainville
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Plantação de mudasPreocupados com a destinação
correta dos lixos produzidos pelos moradores e também com a diminui-ção do volume de água do Ribeirão Pereira, principal fonte de abasteci-mento do município de Guapó, alunos do oitavo ano do Colégio Estadual Liodósia Terra Ramos, passaram por um processo de aprendizagem sobre os impactos ambientais. “Trabalha-mos primeiro a escala global, depois estadual até chegarmos aos proble-mas ambientais municipais”, diz a professora e coordenadora do projeto, Crislaine Macedo de Brito Gomide.
Ela explica que o curso d´água do ri-beirão diminuiu visivelmente ao longo dos últimos anos. Foi confeccionada uma maquete explicativa, ilustrando a forma correta não só de revitalizar a mata ciliar, mas também do contro-
le das mudas. “Só plantar não é tudo, precisa cuidar do local e os alunos fi-caram super empolgados”, diz. Foram plantadas cinco mil mudas de espécies nativas no local, com recursos da pre-feitura e iniciativa privada.
A coordenadora do Colégio, Maria Antônia de Oliveira conta ainda que a
escola está trabalhando no gerencia-mento correto da coleta de lixo. Os alunos estão repassando os ensina-mentos para a comunidade. Ela afir-ma que o maior legado deixado pelo Programa Agrinho é fazer com que os alunos coloquem em prática aquilo que é ensinado dentro da sala de aula.
Limpeza do ParqueDe olho em uma área desmatada,
mal aproveitada e vizinha à Escola Municipal Gercina Teixeira, localiza-da no município de Piranhas, profes-sores e alunos colocaram em prática o projeto debatido em sala de aula e decidiram pôr a mão na massa para mudar a realidade da comunidade. “Depois do processo de canalização do Córrego Olaria, que passa no fun-do da escola, essa área ficou aban-donada”, informa a professora do quinto ano e coordenadora do proje-to, Lindaura Tavares de Lima.
Ela conta que a ideia foi surgindo de forma gradual. Com a ajuda de cerca de 70 alunos, divididos em três turmas, o córrego foi limpo. Depois, foi construído um parque de pneus reciclados com pista de caminhada, mesas para jogos de tabuleiro, can-tinho de leitura, além da arboriza-ção. Na prática, onde não há as mãos efetivas dos alunos, entrou o diálo-
go. “Fomos à prefeitura e conversa-mos sobre a possibilidade de mudar o local”, diz a professora. Sensibili-zada pelo trabalho realizado dentro dos portões da escola, a comunidade foi convidada a um mutirão da lim-peza. “Estamos focando a impor-tância dessa conscientização na sala de aula, mas abrimos a visão para toda a comunidade”, diz a secretária
municipal de educação, Ledyanne Pereira dos Santos Torres.
De acordo com o aluno, Mauro An-tônio Araújo da Silva Neto, 11, a lição será levada para toda a vida. “Acho que por causa do envolvimento de toda a comunidade e por ser bom para todo mundo. Vamos aproveitar um local que estava esquecido. Está todo mundo gostando e se envolvendo”, argumenta.
Alunos de Guapó realizaram plantio de mudas em Programa Agrinho
Alunos da Escola Municipal Gercina Teixeira revitalizaram praça e criaram ônibus da leitura
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20 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Eleição da Faeg tem chapa encabeçada por José Mário. Votação
será dia 30 de outubro
Leydiane Alves | [email protected]
Chapa única
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Para José Mário avalia últimos três anos foram de grandes desa os e realizações
Os 130 Sindicatos Rurais, que representam os produtores do es-tado de Goiás, vão eleger, no dia 30 de outubro, a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) para o pró-
ximo triênio. Nesse ano, foi formada apenas uma chapa que concorrerá às eleições da Faeg. Encabeçada pelo atual presidente da entidade, José Mário Schreiner, a chapa teve 30% de renovação.
Para o presidente, os últimos anos foram de desafios, onde a diretoria buscou com harmonia, entusiasmo e credibilidade cumprir a missão da Faeg. “Nosso trabalho foi representar o produtor rural, zelando pelos seus interesses, juntamente com os Sindicatos Rurais, contribuindo para o desenvolvimento econômico, social e ambiental da sociedade.”
José Mário destaca que tudo isso foi feito com um foco na visão da entidade. “O objetivo da Faeg é ser
reconhecida pela excelência na represen-tação e zelo dos produtores rurais. Bus-camos manter os nossos valores com protagonismo, inovação, sustentabili-dade, credibilidade, com correspon-dência à sociedade.”
As eleições serão na sede da Faeg, das 8h às 16h. Todos os presidentes dos Sindicatos Ru-rais regulamentados podem votar, ou indicar um delega-do para votar em seu lugar, contabilizando apenas um voto por Sindicato.
Outubro / 2013 CAMPO | 21www.senargo.org.br
Conheça os componentes da chapaPresidente
José Mário Schreiner Nascimento: 08/02/1961 Natural de Porto União (SC) está em Goiás desde 1981.
Produtor rural de cereais e al-godão nos municípios de Mineiros, Portelândia e Perolândia, José Má-rio, que hoje também é vice-presi-dente de finanças da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), tem uma longa história frente a entidades ligadas ao setor agrope-cuário em Goiás.
Iniciou sua trajetória de repre-sentação do segmento ao integrar a diretoria do Sindicato Rural de Mi-neiros. Foi vice-presidente da Coo-perativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia (COMIVA) e presidente da Associação dos Produtores de
Grãos de Mineiros (APGM).No período de 2003 a 2006,
assumiu a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento. E, em 2007, chegou à pre-sidência da Agência Goiana de De-senvolvimento Rural (Agenciarural), atual Emater. Desde 2001, faz parte da diretoria executiva da Faeg e as-sumiu a presidência da entidade e do Senar Goiás em 2008.
Leonardo RibeiroNascimento: 23/09/1971Natural de Ribeirão Preto (SP) está em Goiás desde 1995.Atualmente, é presidente do Sindica-to Rural de Alto Paraíso. Graduado em Engenharia Agronômica, ele é agricultor e atua no sistema sindi-
cal desde 2008. Leonardo também é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Faeg e conselheiro fis-cal na entidade. “A nossa chapa de-seja atuar de forma que se mantenha o objetivo da Federação da Agricul-tura e Pecuária de Goiás (Faeg) que é apoiar o setor produtivo.”
1º Vice-Presidente
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Antônio Flávio Camilo de LimaNascimento: 24/10/1964Natural de Goiânia (GO)Antônio Flávio é formado em Enge-nharia Agronômica pela UFG. Traba-lhou como assessor técnico da Faeg nos anos de 1991 a 1993. De 1993 a 2010 foi Superintendente do Senar Goiás e diretor financeiro da Faeg nos anos de 2001 a 2007. Foi presidente
do Fundepec-GO de 2009 a 2012. É secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro) desde 2011. “A Faeg é uma entidade con-solidada e tem a responsabilidade de tomar decisões impactantes para toda a sociedade. Nela, temos a participa-ção de agentes privados e públicos que trabalham para o desenvolvimento de Goiás.”
2º Vice-Presidente
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Bartolomeu Braz PereiraNascimento: 25/07/1965Natural de Araguari (MG) e está em Goiás desde 1970.Atualmente, é vice-presidente institu-cional da Faeg. ´R graduado em Gestão Imobiliária pela Ulbra e produtor rural de grãos e cana-de-açúcar no municí-pio de Goiatuba onde foi presidente
do Sindicato Rural. Hoje, é conselheiro administrativo do Senar Goiás e vice--presidente institucional da Faeg.“Acredito que a última diretoria traba-lhou de forma incansável para o ho-mem do campo. E queremos trabalhar mais. Vamos dar continuidade a essa bandeira que preza pelo produtor rural de forma íntegra e focada.”
1º Vice-Presidente Institucional
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Wanderley Rodrigues de SiqueiraIdade: 22/11/1954Natural de Bela Vista de Goiás (GO)Atualmente, está no terceiro man-dato da presidência do Sindicato Rural. Wanderley é formado em Ci-ências Contábeis, mas sempre atuou na área do agronegócio. Há mais de 10 anos ele faz parte da Faeg.“A Faeg tem um papel importante
no estado, além de ser uma forma-dora de opinião, a Federação é uma gestora do agronegócio em Goiás. O estado depende do trabalho da Faeg e acredito que a entidade tem cumprido da forma esperada esse papel. Fico feliz em poder fazer parte dessa chapa e espero poder cooperar para melhorar ainda mais o trabalho da Federação.”
2º Vice-Presidente Institucional
Eurípedes Bassamurfo da CostaNascimento: 17/12/1958Natural de Nova Veneza (GO)Eurípedes é atual 1º vice-presidente administrativo da Faeg e faz parte do Sindicato Rural de Itaberaí desde 1996. Produtor de leite há 17 anos em Itaberaí, é formado em adminis-tração de empresas e pós-graduado em gestão de agronegócio. Atua na
Faeg há 16 anos onde já foi mem-bro do Conselho Fiscal. Faz parte da Comissão de Leite da entidade e do Conselho Fiscal do Fundepec-GO. “Fazer parte da Federação é um gran-de orgulho para mim como produtor no agronegócio goiano. Nosso traba-lho está cada vez mais amplo. Essa vontade de fazer acontecer não vai pa-rar. Queremos mostrar mais serviço.”
1º Vice-Presidente Administrativo
Nelcy Palhares Ribeiro de Góis Nascimento: 29/07/1955Natural de Morro Agudo (SP) e está em Goiás desde 1974.“Considero muito dinâmica a direto-ria que trabalhou nesses últimos três anos. Acredito que o trabalho vai con-tinuar da mesma forma, principalmen-
te por termos um presidente atuante como o José Mário. Não só a nova di-retoria, mas todos os colaboradores da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) têm interesse, juntamente com o presidente, em produzir ferra-mentas para os Sindicatos Rurais atuar da melhor forma em suas bases.”
2ª Vice-Presidente Administrativa
Suplentes da Diretoria
Flávio Augusto Negrão de MoraesIdade: 03/04/1976
Natural de Goiânia (GO)Atualmente: Presidente do Sindicato Rural de Paraúna
Flávio FaedoIdade: 19/07/1960
Natural de Tapejara (RS). Está em Goiás desde 1985.Atualmente: Presidente da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Faeg e Membro da Comissão de
Agricultura do Sindicato Rural de Rio Verde.
Vanderlan Moura Data de nascimento: 07/10/1941 Natural de Buriti Alegre (GO)
Procurador da Assembleia Legislativa de Goiás e associado do Sindicato Rural de Porangatu
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Conselho Fiscal – Titulares
Conselho Fiscal – Suplentes
Eduardo de Souza IwasseNascimento: 08/08/1975
Natural de Piracanjuba (GO)Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Piracanjuba.
Hélio dos Remédios dos Santos Idade: 08/09/1970
Natural de Arraias (TO) veio para Goiás em 1981.Atualmente, trabalha na gestão de suas propriedades.
José Carlos de Oliveira Idade: 07/08/1963
Natural de Corumbá de Goiás (GO).Atualmente, é presidente do Sindicato Rural
de Corumbá de Goiás.
Joaquim Vilela de MoraesIdade: 24/03/1955
Natural de Bom Jardim de Goiás (GO)Atualmente, é presidente do Sindicato
Rural de Bom Jardim de Goiás.
Dermison Ferreira da SilvaIdade: 01/12/1968
Natural de Caiapônia (GO)Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Piranhas.
Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho Nascimento: 22/11/1950
Natural de Anápolis (GO)Atualmente, é presidente do
Sindicato Rural de Cocalzinho de Goiás.
Ricardo Assis PeresNascimento: 10/11/1970Natural de Jataí (GO)
Atualmente: Presidente do Sindicato Rural de Jataí.
Adelcir Ferreira da SilvaNascimento: 24/12/1946Natural de Goianira (GO)
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Goiás.
José Vitor Caixeta Ramo Data de nascimento: 12/04/1947
Natural de Souzânia, distrito de Anápolis (GO)Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Anápolis.
Wagner MarchesiNascimento: 27/09/1940
Natural de Ribeirão Preto (SP) veio para Goiás em 1960.Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Britânia e
Aruanã.
Rômulo Pereira da CostaNascimento: 11/11/1957
Natural de Caiapônia (GO)Atualmente, é advogado e membro
do Conselho Fiscal da Faeg.
Estrogildo Ferreira dos Anjos Idade: 18/11/1961
Natural de Niquelândia (GO)Atualmente, é secretário de Ações e Obras da Secretaria
Municipal de Niquelândia, delegado do Sindicato Rural de Niquelândia e segundo vice-presidente institucional da Faeg.
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Delegados Representantes junto à CNA
Delegados Representantes junto à CNA – Suplentes
Joaquim Saeta FilhoNascimento: 08/09/1955
Natural de Pires do Rio (GO)Atualmente, é presidente do
Sindicato Rural de Pires do Rio.
Henrique Marques de AlmeidaNascimento: 10/04/1965
Natural de Palmeiras de Goiás (GO)Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Indiara.
1º DelegadoWalter Vieira de RezendeNascimento: 27/10/1948Natural de Catalão (GO)
Atualmente, é delegado do Sindicato Rural de Catalão junto à Faeg.
2º Delegado: Alécio Maróstica
Nascimento: 14/07/1948Natural de Mandaguari (PR). Veio para Goiás no ano de 1984.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Cristalina.
Antônio Roque da Silva Prates FilhoNascimento: 18/01/1966
Natural de Palmeiras das Missões (RS) se mudou para o estado de Goiás em 1985.
Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Chapadão do Céu.
Vilmar Rodrigues da Rocha Nascimento: 09/05/1961
Natural de Tupaciguara (MG) veio para Goiás no ano de 1962.Atualmente, é presidente do Sindicato Rural de Bom Jesus
de Goiás.
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Morosidade na liberação de licenças ambientais compromete programa federal de fi nanciamento de armazéns
Catherine Moraes | [email protected]
Crise da armazenagem
INFRAESTRUTURA
Redução no custo de frete, co-lheita administrada, melhor qualidade e aproveitamento de
resíduos. Estes são apenas alguns dos benefícios que a armazenagem em pro-priedades rurais pode ocasionar. Por esse motivo, o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento (Mapa) lançou o Programa para Construção e Amplia-ção de Armazéns (PCA), com recursos
do BNDES. Em Goiás, entretanto, atra-so na liberação de licenças ambientais causaram insatisfação nos produtores resultando em um acordo entre o Go-verno Federal, Federação de Agricultu-ra e Pecuária de Goiás (Faeg) e a Se-cretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). O intuito é garantir agilidade e fazer com que os produtores goianos não percam o benefício.
Pedro Arantes, analista de merca-
do da Faeg explica que, em Goiás, a capacidade armazenadora instalada corresponde a 72% da safra que é armazenada anualmente. Quando se trata de armazenagem em fazenda a porcentagem cai para 8%. Para ele, isso significa perda de oportunidade de negócios. “Não estamos falando apenas de receita e tarifa paga ao ar-mazém, mas de redução em custo de frete, redução de filas, uma colheita
26 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
Agrônomo e funcionário da Campotec Planejamento Agrícola de Jataí, Silomar Cabral afirma que possui uma lista imensa de produ-tores que já esperam há mais de um ano pela licença ambiental. “A buro-cracia é realmente um entrave para o financiamento de armazéns. O re-curso fica parado, enquanto o pro-dutor possui apenas um protocolo. É uma análise muito morosa e, infe-lizmente, sempre foi assim”, afirma.
O engenheiro agrônomo Dalmo Sávio Martins, da Alfa Projetos As-sessoria Rural de Silvânia lamenta que o processo seja tão complexo e acredita que a construção de arma-zenagens é uma forma de reduzir os gargalos de logística hoje existen-tes. “O processo de construção de armazenagens não é algo que cause tantas interferências de forma a pas-sar por um trâmite tão burocrático”, acrescenta.
“Acho que muitas vezes o proble-ma é apenas falta de conhecimento sobre a atividade. Em um armaze-
namento, a emissão de poluentes é pequena e a lenha utilizada é de reflorestamento. Precisamos desta verba destinada a Goiás, porque sa-bemos que causará um grande im-pacto na economia do Estado. Infe-lizmente, tenho vários clientes que desistiram do processo ao saber do calvário a ser enfrentado”, finaliza.
Acordo acertadoGabriela De Val Borges, supe-
rintendente de licenciamento am-biental da Semarh explica que o Banco do Brasil entrou em contato com a secretaria que, juntamente com a Faeg tentou fechar um acor-do. A ideia é agilizar o processo por meio de uma licença simplifi-cada. “Vamos nos empenhar e ga-rantir um tratamento diferenciado para quem estiver solicitando fi-nanciamento por meio desta linha de crédito. Não podemos deixar que os produtores de Goiás per-cam a oportunidade”, acrescenta a superintendente.
administrada e melhor qualidade de produto”, explica.
Além disso, o analista afirma que, com a armazenagem na propriedade rural, cerca de 3% dos resíduos aca-bam sendo aproveitados para o consu-mo animal. No geral, com armazena-gem em empresas, a soja acaba tendo dois preços: o de balcão e o de mer-cado livre. No balcão o preço ao pro-dutor sofre um deságio acima de 10%.
Licença aguardada a mais de um anoSilomar Cabral possui lista de produtores que esperam há mais de ano
Dalmo Sávio lamenta que processo seja tão complexo
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Outubro / 2013 CAMPO | 27www.senargo.org.br
Clientes
Conheça condições de fi nanciamento:
Participação máxima do BNDES
Forma de apoioItens fi nanciáveis
Taxa de Juros
Produtores rurais, pessoas físicas ou
jurídicas, cooperativas rurais de produção e
cerealistas.
Até 100% do valor do projeto. Admite-se a concessão de mais de
um financiamento para o mesmo cliente por ano safra, quando a atividade assistida requerer e ficar comprovada a capacidade de pagamento do tomador
do crédito.
Garantias
No financiamento de máquinas e equipamentos isolados, sobre os bens objetos do financiamento deverão ser constituídos a
propriedade fiduciária ou o penhor, a serem mantidos até final liquidação do contrato. Os bens constitutivos da garantia deverão
ser segurados em favor e no interesse da instituição financeira credenciada, até final liquidação das obrigações da mesma.
No financiamento de projetos as garantias ficarão a critério da instituição financeira credenciada, observadas as normas pertinentes do Banco Central. Não será admitida como garantia a constituição de
penhor de direitos creditórios decorrentes de aplicação financeira.
Direta, indireta não-automática, indireta automática e mista. As operações com valor até R$ 10 milhões serão sempre realizadas de forma indireta, por meio de instituições
financeiras credenciadas ao BNDES.
Investimentos individuais ou coletivos vinculados ao objetivo
deste programa.3,5% a.a.
Prazo total
Até 15 anos, com carência
de até 3 anos.
Vigência até 30.06.2014. Fonte: BNDES
Produtores goianos participam de missões técnicas internacionais
Cleiber Di Ribeiro | [email protected]
Conhecimento e comparação
INTERCÂMBIO
Conhecer o sistema de produção dos Estados Unidos (EUA) na área de grãos, da Austrália na
área de cana-de-açúcar e traçar uma comparação com as lavouras desenvol-vidas pelo produtor rural goiano foi o objetivo de duas Missões Técnicas in-ternacionais com produtores rurais, empresários de Usinas e técnicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás). Nas missões técnicas, 15 municípios
goianos foram representados durante 11 dias de viagem.
EUAO grupo que viajou aos Estados
Unidos começou seu roteiro pelo centro de pesquisa da empresa de biotecnolo-gia, Monsanto, em Chesterfield Village (Missouri). Seguiu para o complexo de armazenagem e distribuição de grãos via modal férreo da empresa Cargill, na região de Champaign, onde metade da produção de milho é exportada.
Após visitar a Universidade do Estado de Illinois, reconhecida in-
ternacionalmente pela sua área de economia, a missão visitou uma pro-priedade 330 acres (145 hectares), administradas por Jack Murray, 57, e seu filho Chris Murray, 32.
Além de multiplicar as sementes para Pioneer, o produtor possui uma revenda que também presta assis-tência técnica aos clientes. Segundo o proprietário, para plantar um acre de soja o custo da semente fica em torno de US$ 70 por acre (R$ 160 por hectare), enquanto que para o milho o custo chega a US$ 110 por acre (R$ 250 por hectare).
Produtores goianos conversam com Mike Kelley sojicultor em Illinois (EUA)
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Feira e cooperativaOutro destino da missão foi a
Farm Progress Show no município de Decatur, estado de Illinois e a cooperativa River Valley, em Peoria. Nesta última, são 2,6 mil associados, tanto agricultores como agropecua-ristas, em 22 diferentes municípios nos estados de Illinois e Iowa. A cooperativa atua na comercialização de grãos, químicos e fertilizantes e no processamento de álcool, óleo de soja, ração animal e também presta assistência técnica e serviços agríco-las aos seus cooperados.
O grupo ainda conheceu a Bolsa de Chicago, principal bolsa de comercialização de commo-dities agrícolas, desde 1848. A missão técnica encerrou sua pro-gramação com três visitas insti-tucionais em Washington/DC. Os destinos foram o Departamento de Agricultura dos Estados Uni-dos (USDA), o escritório da en-tidade representativa American Farm Bureau Federation (Farm Bureau), organização semelhante à CNA brasileira e a Embaixada do Brasil.
AustráliaUm grupo de 16 pessoas for-
mado por produtores de cana--de-açúcar, pesquisadores e exe-cutivos da indústria canavieira, participou da Missão Técnica de Cana-de-açúcar, na Austrália. A primeira visita foi à Associação de Produtores de Cana-de-açúcar do Estado de Queensland, maior região produtora do país. A asso-ciação representa 85% dos produ-tores da região, para um jantar de confraternização e troca de expe-riências na área da produção.
Já nas instalações da refina-ria de açúcar no município de Mackay (Mackay Sugar Limited), criada em 1994, os aspectos tec-nológicos chamaram a atenção dos integrantes executivos das indústrias brasileiras. A eficiên-cia da produção de açúcar austra-liana chega aos 95%, enquanto que em uma refinaria brasileira, o índice chega a 76%.
InfraestruturaEm seguida, o grupo conheceu
as instalações da empresa OSL, no porto de Mackay, um dos prin-cipais do Estado de Queensland. De acordo com o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz Pereira, coordenador da mis-são, a logística de exportação de açúcar nos portos é muito bem estruturada, organizada e feita por empresas especializadas em parceria com as refinarias.
Apesar de o setor produtivo australiano ser focado em pro-dução de açúcar, o processo de produção da matéria-prima (cana--de-açúcar) é bem semelhante ao encontrado no Brasil. No quesito
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Métodos de manejo Em se falando em rotação de
cultura, a soja é a mais usada na Austrália, porém, sem muito valor à exportação, pois toda a planta é incorporada ao solo. Como os solos nas principais regiões produtoras variam muito em aspectos de tex-tura e fertilidade, mas em geral são fracos, precisam de matéria orgâni-
ca e insumos. Os resíduos das usinas são lar-
gamente usados como torta de fil-tro, cinzas de caldeira e vinhaça. A missão também conheceu o distrito de Mossman e o Planalto Atherton, onde os integrantes puderam co-nhecer de perto áreas de produção em altitudes elevadas.
Integrantes da missão australiana no campo
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transporte, trilhos com vagões se espalham pelos campos de produção em meio às lavouras a espera do carregamento da cana colhida e que será trans-portada até a usina. São mais de quatro mil quilômetros de malha ferroviária que cortam as principais regiões produti-vas de cana no país.
Na sequência o grupo vi-sitou Sugar Research Austrá-lia (SRA), um dos principais centros de pesquisas da cana--de-açúcar, onde os técnicos trabalham com pesquisas vol-tadas à produção, produtivi-dade, biossegurança, genética, meio ambiente e pragas. Nele, o grupo teve a oportunidade de conhecer materiais prontos e em fase de pesquisas.
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DELÍCIAS DO CAMPO
INGREDIENTES:250 ml de água 200 ml de óleo ou 200 gr de margarina (4 colheres de sopa cheia)1 colher de sopa de açúcar1 colher de sopa rasa de sal20 g de fermento biológico seco 1 ovo separado clara e gema (a clara batida em neve na massa e a gema para pincelar)Farinha de trigo até o ponto de enrolar
1º PASSO: Em uma vasilha, coloque a água, o óleo ou a margarina, o açúcar, e a clara em neve mexa e vá colocando a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar.2º PASSO: Deixe a massa crescer (no mínimo) 40 minutos.
RECHEIO DE CARNE MOÍDA 500 g de carne moída500 g de tomate picado em cubos pequenos sem sementes500 g de cebola picada em cubos pequenosSuco de 1 limão Sal e pimenta do reino a gostoPimenta sírio (opcional)
1º PASSO: Misture bem todos os ingredientes, coloque em uma peneira e deixe escorrer por duas horas. Reserve.
2º PASSO: Pegue porções da massa e abra círculo de 8 a 10 cm de diâmetro. Distribua uma colher de sopa de recheio sobre cada esfirra e aperte o recheio com o garfo. Feche a esfirra, espere do-brar de volume e coloque para assar em forno pré-aquecido a 150ºC por 15 a 20 minutos, ou até que estejam ligeiramente douradas nas bordas.
Esfi rra de Carne
Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.
Receita elaborada por tecnólogo em
gastronomia e instrutor do Senar Goiás,
Cristiano Ferreira da Silveira.
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Brasil importa 230 mil toneladas de borracha natural por ano e seringueiras ganham espaço em clima favorável do Cerrado
Catherine Moraes | [email protected]
Francila Calica | [email protected]
Investimento na sangria
CASO DE SUCESSOLa
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Em um país que consome 360 mil toneladas de borracha natural por ano e precisa importar mais
de 50% deste valor, a necessidade de produção aumenta e, por consequência, a sangria de seringueiras. Com um cli-ma extremamente favorável, a demanda pela profissionalização da atividade no Cerrado goiano levou o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar Goi-ás) a oferecer o curso que, em apenas cinco meses já contou com mais de 10 turmas. Entre elas, os funcionários do produtor rural Anísio Mendes de Jesus, de Anápolis, que busca na atividade, fonte de renda futura.
No total, 34 funcionários da pro-priedade de Anísio participaram de duas edições do Treinamento em San-gria de Seringueira do Senar Goiás e Sindicato Rural e começam a colocar
o trabalho em prática. “Na minha fa-zenda tenho aproximadamente 130 mil seringueiras e, por enquanto, ain-da não temos renda, mas consegui-mos cobrir as despesas. É um inves-timento a longo prazo, mas acredito que em cinco anos terei o retorno es-perado”, completa.
Gerente da propriedade, o mate-mático e engenheiro civil Welington José da Silva explica que, no momento, apenas cinco funcionários trabalham no seringal. No total, 12.800 árvores produzem durante 10 meses do ano gerando um total de 500 a 600 gramas de látex. “A meta é que, em 2014, 28 mil seringueiras passem pela sangria. Nosso objetivo agora é fechar parceria com a Michelin para venda do látex”, completa.
Welington explica que o maior de-
safio é garantir uma produção signi-ficativa já que o rendimento de cada árvore ainda é pequeno. Hoje, cada uma passa pela sangria apenas uma vez por semana. O desejo, entretan-to, é retirar látex duas vezes a cada quatro dias. Outra preocupação é o controle de doenças como antracno-se, cancro do painel e fungos.
CursoEntre as informações oferecidas
no treinamento estão o levantamento de circunferência, tipos de painéis de sangria, marcação de painel, sistemas de sangria e coleta de produção. Em média as árvores precisam ter entre cinco e sete anos para que possam ter o látex retirado e o processo é com-plexo. Isto porque, se feito de forma incorreta, a árvore pode morrer. Para
Cada árvore do seringal produz média de 500 a 600 gramas por ano
34 | CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br
começar a sangra, é necessário que a árvore possua 45 centímetros de diâ-metro e a espessura da casca, geral-mente com sete milímetros, só pode ter cortes até quatro milímetros.
Engenheiro Florestal e instrutor de Sangria de Seringueiras do Senar, Jeovane de Souza explica que, apesar de ser uma planta nativa da Amazônia, a Seringueira sofre muito com fungos na terra natal. “As altas temperaturas e menor precipitação de Goiás torna o Estado excelente para a atividade. A perspectiva de mercado é ótima e a qualidade dos produtos em relação à borracha sintética, feita de petróleo, é muito superior. O Brasil consome, por ano, 360 mil toneladas de borra-cha natural e produz apenas 130 mil. Temos muito o que ganhar no quesito situação socioeconômica”, finaliza.
Laris
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Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (62) 3311-5055.
Welington José da Silva gerencia propriedade localizada em Anápolis
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EM SETEMBRO, O SENAR PROMOVEU
319 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL*
27 143 10 8 6 80 3 42
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
agroindústria
Na área de
aquicultura
Na área
de
pecuária
Na área de
extrativismo
Em
atividades
relativas à
prestação de
serviços
A Integração Lavoura, Pecuária, e Floresta (iLPF) está inserida nas técnicas da Agricultura de Baixo Carbono (ABC)
CURSOS E TREINAMENTOSLa
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75 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
4.595PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
29 6 2 7 30 1
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo SenarGoiásentre em contato pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br
*Cursos promovidos entre 26/08 e 25/09 de agosto
Banco Mundial conhece trabalho
do Senar Goiás
Considerado um dos estados modelo na prática das ca-pacitações técnicas, Goiás
foi escolhido pelo Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar Central), para receber visita técnica realizada pelo Banco Mundial, Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Irrigação (MAPA) e Senar Central, em setembro. O Senar Central, em parceria com o MAPA, está desen-volvendo um projeto para o fomen-to da Agricultura de Baixo de Car-bono – Programa ABC, e escolheu Goiás para fazer as alterações finais no documento.
O objetivo da visita foi apresen-tar ao grupo o trabalho realizado
no estado voltado à Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
Os técnicos do Banco Mundial conheceram a metodologia de ca-pacitação do Senar Goiás, durante um treinamento sobre manejo de pastagens, na Fazenda Santa Maria, no município de Campo Limpo de Goiás. Já no município de Amara-lina, o grupo visitou a propriedade agropecuária Topgen, que realiza a Integração-Lavoura-Pecuária, de propriedade do produtor Rodrigo Nascimento.
Projeto ABCO Projeto ABC pretende incen-
tivar e difundir a adoção de práti-
cas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O Senar será responsável pela capa-citação nas tecnologias, formação profissional e pela assessoria em campo.
O projeto prevê a realização de seminários e divulgação nos estados participantes, capacitação tecno-lógica de produtores e gerentes de propriedades e instrutores do Senar e, ainda, treinamento dos técnicos que atuarão na assessoria em cam-po.
Ao todo, 900 propriedades se-rão atendidas nos projetos piloto a serem implementados em Minas Gerais, Goiás e Tocantins.
Leydiane Alves | [email protected]
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CAMPO ABERTO
Mesmo que envolva al-guns custos iniciais , o Manejo Racional
de Bovinos, pelo ponto de vis-ta dos profissionais da pecuá-ria de corte e pesquisadores, é economicamente interessante e viável. Isto porque, o bem--estar animal é uma realidade sem volta e o pecuarista precisa entender que a capacitação dos funcionários e a melhoria da in-fraestrutura buscam diminuir perdas ocasionadas por lesões na carcaça, por exemplo.
Segundo o professor da Unesp, Mateus Paranhos, há uma perda de 12 milhões de quilos de carne/ano no Brasil, devido ao mau manejo dos animais da fazenda ao gancho do frigorífico. Grande parte destas lesões são ocasionadas dentro da propriedade pela fal-ta de treinamentos da equipe.
Todo este contexto gera per-das de carne no aspecto quan-titativo e qualitativo. Serão mo-dificados sabor, cor e maciez. Segundo Paranhos, em currais convencionais o esforço para evitar o estresse é maior por parte dos peões do que em cur-rais racionais, planejados para executar os manejos do dia a dia. No segundo caso, existe respeito pelo comportamento animal. Isso faz com que o peão conheça, respeite e trabalhe com a chamada “zona de fuga”
que os animais possuem. O treinamento dos funcioná-
rios implica diretamente no fatu-ramento da empresa rural, por-que transforma a visão no que se refere a questões como agressivi-dade, calma e tudo que leve a um manejo respeitoso com o animal. Apesar disso, a responsabilidade da aplicação do manejo racional não é apenas do funcionário, mas também do proprietário, pois este tem com obrigação de co-nhecer e aplicar todas as técnicas em sua empresa rural.
Pesquisadores afirmam que o cálculo é simples e objetivo: o médico veterinário e pesquisa-dor da Beckhauser, Renato dos Santos, diz que a lesão faz o ani-mal alimentar-se mal e emagre-cer ou engordar menos do que a maioria. “O criador, então, se vê obrigado a reformar as instala-ções, e no fim acaba gastando mais do que se tivesse investido de modo correto, anteriormen-te. Mas é preciso que a mão de obra esteja treinada para utilizar a estrutura do curral com o mí-nimo de estresse possível para o animal”, pontua.
Tenho percebido, em treina-mentos de Manejo Racional de Bovinos de Corte que realizo pelo Senar Goiás, que a capa-citação das pessoas faz a dife-rença. Entre as mudanças estão a diminuição de gritos e de uso do ferrão. Estas e outras fon-
tes de estresse podem levar a perdas na carcaça, diminuindo seu valor no frigorífico. Hoje, temos produtores negociando um preço melhor na sua carne!
Medidas que levam a pro-fissionalização para dentro da fazenda produzem resultado. O que pode ser visto como gasto, na verdade, é investimento que permitirá que o produtor tenha um ganho extra e, muitas vezes, esse ganho vem em um curto espaço de tempo, apenas com a adoção de medidas simples, mas eficazes, como o uso do tronco de contenção para vaci-nação. Ou o uso de uma ban-deirola para manejar o gado, sem a necessidade de ferrão ou outros tipos de agressão, como defende Renato dos Santos
Hoje, o produtor tem op-ções na aquisição de novas tecnologias no campo, como os treinamentos e cursos ofe-recidos pelo Senar Goiás. Eles chegam aos funcionários e pro-prietários por meio de instru-tores altamente capacitados.
E, como sempre diz nosso presidente, José Mário, a con-sequência é a melhoria econô-mica e social na vida do ho-mem do campo. O bem-estar animal é sinônimo de bom ma-nejo, por isso temos condições de cumprir qualquer exigência do mercado interno ou exter-no, que tenha base científica.
Ganhos do manejo racional de bovinos
Alexandre Rui Barbosa
é zootecnista e instrutor
do Senar Goiás em Mane-
jo Racional de Bovinos
Arqu
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pess
oal
Alexandre Rui Barbosa | [email protected]
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