zulmira da rocha meireles - cidadão - secretaria da saúde filea continuar, paula, sônia, renata,...

55
Zulmira da Rocha Meireles Os Colegiados de Gestão Regional no Grupo de Vigilância Epidemiológica 29 - São José do Rio Preto: uma análise da pactuação das ações de prevenção em DST/Aids Monografia apresentada no curso de Especialização em Prevenção ao HIV/Aids no quadro da Vulnerabilidade e Direitos Humanos do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientador: Renato Barboza São Paulo 2011

Upload: doannga

Post on 22-Mar-2019

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Zulmira da Rocha Meireles

Os Colegiados de Gestão Regional no Grupo de Vigilância Epidemiológica 29 - São José do Rio Preto:

uma análise da pactuação das ações de prevenção em DST/Aids

Monografia apresentada no curso de Especialização em Prevenção ao HIV/Aids no quadro da Vulnerabilidade e Direitos Humanos do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientador: Renato Barboza

São Paulo 2011

Page 2: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Zulmira da Rocha Meireles

Os Colegiados de Gestão Regional no Grupo de Vigilância Epidemiológica 29 - São José do Rio Preto:

uma análise da pactuação das ações de prevenção em DST/Aids

Monografia apresentada à Faculdade de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Especialista.

São Paulo 2011

Page 3: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Aos meus pais, Agostinho (in memoriam) e Maria, meu eterno amor,

por todo empenho, carinho e amor ao longo de minha vida, para que eu

chegasse até aqui.

Aos meus irmãos, Emília, Nanda, Bina, Toninho (in memoriam), Rosa

e Augusta, que tanto me apoiaram e encorajaram no prosseguir desta

caminhada.

Page 4: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Agradecimentos

À querida amiga Beatris, em especial, meu eterno agradecimento pela

compreensão durante os momentos difíceis e estímulo para persistir.

Aos meus amigos que compartilharam experiências e me estimularam

a continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati,

Marco,Marcus e Victor Reis.

Aos colegas do GVE 29, NAOR e DRS,que me apoiaram durante o

percurso.

À amiga Denise Gandolfi, pela contribuição na revisão final do texto.

Aos amigos do CRT/Aids, em especial à Drª Maria Clara, pelo apoio e

investimento proporcionado a nós, alunos.

À Vera Paiva, por suas doces intervenções e mensagens de incentivo

em sala de aula no decorrer do curso.

Às monitoras Gabi, Bruna, Eliane e Claudia, pela paciência e

dedicação.

Aos mestres que possibilitaram o compartilhar do saber e em especial

ao meu orientador, Renato, por acreditar, com carinho e dedicação e pelas

imprescindíveis e valiosas contribuições na construção deste trabalho, minha

eterna gratidão.

Obrigada a todos!

Page 5: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

“ Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas...

Que já têm a forma de nosso corpo...

E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos

lugares...

É o tempo da travessia...

E se não ousarmos fazê-la...

Teremos ficado... para sempre...

À margem de nós mesmos...“

Fernando Pessoa

Page 6: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Lista de Abreviaturas e Siglas

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

CIB Comissão Intergestores Bipartite

CIT Comissão Intergestores Tripartite

CGR Colegiado de Gestão Regional

DN DST/AIDS Departamento Nacional DST/Aids e H. Virais

CONASEMS Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CONASS Conselho Nacional de Secretários de Saúde

COSEMS Conselho de Secretários Municipais de Saúde

DRS Direção Regional de Saúde

DST Doença Sexualmente Transmissível

GVE Grupo de Vigilância Epidemiológica

GVS Grupo de Vigilância Sanitária

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

IAL Instituto Adolfo Lutz

NOB Norma Operacional Básica

ONG Organização Não Governamental

OSC Organização da Sociedade Civil

PAM Programação Anual de Metas

SES/SP Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo

SUS Sistema Único de Saúde

Page 7: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Lista de Quadros, Tabelas e Figuras

Figura 1 – Distribuição dos municípios segundo colegiados regionais do GVE 29 - 2010..........................................................................

11

Tabela 1 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Rio Preto - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010.....................................................

18

Tabela 2 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Catanduva - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010.....................................................

19

Tabela 3 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Votuporanga - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010.....................................................

20

Quadro 1 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR Rio Preto, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010.....................................................

23

Quadro 2 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR Catanduva, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010....................................................

25

Quadro 3 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR Votuporanga, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010..................................................

27

Quadro 4 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Rio Preto, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010 .......................................

32

Quadro 5 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Catanduva - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010....................................................................

33

Quadro 6 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Votuporanga - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010.................................................................

34

Page 8: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

Resumo

Meireles ZR. Os Colegiados de Gestão Regional no Grupo de Vigilância Epidemiológica 29 - São José do Rio Preto: uma análise da pactuação das ações de prevenção em DST/Aids [Monografia]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2011.

A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde, sendo a base do Pacto de Gestão que orienta a descentralização e a pactuação entre os gestores. Nesse cenário, o Colegiado de Gestão Regional (CGR), instância deliberativa de cogestão regional composta por todos os gestores municipais da saúde e por representantes da gestão estadual de uma determinada região de saúde, deve ser fortalecido e aprimorado. Este trabalho objetiva analisar a gestão descentralizada e sua contribuição às ações de prevenção às DST/Aids em três colegiados de gestão regional, Catanduva, São José do Rio Preto e Votuporanga, pertencentes ao Departamento Regional de Saúde DRS XV São José do Rio Preto. A partir de um estudo de caso nesses CGRs, selecionados intencionalmente, realizou-se uma análise descritiva das atas e os resultados foram discutidos à luz de uma revisão assistemática da literatura. Realizou-se também a identificação, análise e discussão dos principais aspectos técnicos, políticos e programáticos das DST/HIV/Aids presentes no processo de gestão regional dos colegiados. Os temas abordados nas atas foram classificados nos seguintes eixos temáticos: Organização da atenção/Linha de cuidado, Atenção básica, Atenção a média complexidade, Formação e qualificação profissional, Organização do sistema loco regional de saúde (referência e contrarreferência), Financiamento, Projetos/Plano de ação para populações específicas, Emenda parlamentar federal, Pleitos aprovados, Pactuações das vigilâncias epidemiológicas e em saúde (indicadores/monitoramento da saúde), Deliberação CIB e Controle social.

Palavras-Chave: Gestão, Aids, HIV, Regionalização.

Page 9: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

SUMÁRIO

Lista de abreviaturas e siglas

Lista de Quadros, Tabelas e Figuras

Resumo

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 3

2.1 Políticas Públicas de Saúde............................................................. 3

2.1.1 SUS – Conquista Histórica..................................................... 3

2.1.2 Pactos pela Saúde em Defesa do SUS.................................. 5

2.1.3 Política de Incentivo................................................................. 7

2.1.4 Regionalização........................................................................ 8

3 OBJETIVOS............................................................................................. 13

3.1 Objetivo Geral.................................................................................... 13

3.2 Objetivos Específicos........................................................................ 13

4 METODOLOGIA...................................................................................... 14

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 17

5.1 Frequência Mensal dos Municípios em Reuniões dos Colegiados

Selecionados...................................................................................... 17

5.2 Temas Abordados nas Reuniões Ordinárias dos CGRs.................... 22

5.3 Temas Referentes às DST/HIV/Aids, às Populações Vulneráveis e

aos Direitos Humanos...................................................................... 31

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 39

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 45

Page 10: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

1

1 INTRODUÇÃO

O desafio da Gestão Pública em Saúde reside em qual é a melhor

forma de organizar respostas, segundo as necessidades da população, o

acesso aos serviços e as ações de saúde, garantindo a equidade, a

integralidade e o controle social como princípios básicos do Sistema Único

de Saúde (SUS).

Nesta ótica, pensar o papel do Estado como garantia da “coisa

pública”, respeitando no planejamento das ações e na gestão processos de

autonomia e poder de decisão dos entes representantes municipais, partindo

da descentralização e real democratização das ações focadas na garantia

dos direitos individuais e coletivos da população.

Assim, a presente monografia está ancorada na “noção de

vulnerabilidade que procura particularizar as diferentes situações de

suscetibilidade dos sujeitos (individuais e/ou coletivos) frente à epidemia da

Aids, examinando a questão a partir de três planos analíticos básicos: o

individual, o programático e o social” (Ayres et al., 2003, p.94).

O Pacto pela Saúde, editado em 2006 pelo Ministério da Saúde, vem

complementar o SUS com suas diretrizes e aponta como primordiais: a

reorganização dos serviços para o fortalecimento das políticas públicas e o

avançar no processo de descentralização e integralidade das ações.

Para tanto, destaca-se a Política de Incentivo às DST/Aids como uma

estratégia importante, que contribuiu para o processo de descentralização e

autonomia dos municípios e estados no manejo das finanças e do

planejamento das ações, determinadas de acordo com o diagnóstico local.

A regionalização se apresenta como desafio a ser enfrentado na

articulação e integração das ações locais entre os diferentes atores da rede

de Atenção Básica, do programa DST/Aids e outros parceiros que possam

somar e contribuir para o avanço das ações de prevenção.

Nossa preocupação residiu em analisar e discutir os principais

aspectos técnicos, políticos e programáticos referentes às DST/HIV/Aids

presentes no processo de gestão regional dos colegiados.

Page 11: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

2

A coleta de dados se deu por meio de estudo de caso, catalogação e

análise das atas das reuniões dos colegiados de gestão.

O Colegiado de Gestão Regional, instância de gestão descentralizada

instituída com a promulgação do Pacto pela Saúde em 2006, contribuiu no

processo de regionalização do SUS e poderá ser um espaço político para o

fortalecimento e avanço, no sentido de ampliar a cobertura das ações em

DST/HIV/Aids e a qualificação das respostas no nível municipal.

E nesse sentido julgamos ser importante destacar que a lógica do

processo de regionalização é centrada nas necessidades da população da

região, enquanto que o incentivo direcionado às DST/Aids está voltado para

o município.

Nessa perspectiva, reside a importância do presente trabalho, que tem

como proposta contribuir para a superação das ações, hoje fragmentadas no

âmbito municipal, para a organização de uma rede regionalizada que tenha

como meta o fortalecimento da gestão e a qualificação das ações de

prevenção às DST/Aids para a população.

Page 12: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

3

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Políticas Públicas de Saúde

2.1.1 SUS – Conquista Histórica

Após um longo processo de luta e mobilização pela Reforma Sanitária

no País, travada pelos diferentes segmentos, a 8ª Conferência Nacional de

Saúde em 1986 aprova as diretrizes e princípios do SUS.

Em 1988, a Assembléia Nacional Constituinte garante a aprovação do

acesso à Saúde pelo Estado e define sua responsabilidade.

A Constituição Federal promulgada em 1988 possibilitou a garantia do

acesso universal à saúde, ratificada nos artigos do capítulo da saúde:

“Art. 196. A Saúde é direito de todos e dever do estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de

doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e

serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” (Brasil,1988).

Uma outra conquista assegurada apontando para a organização do

sistema é apresentada no art. 198 da Constituição.

“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de

acordo com as seguintes diretrizes:

I – Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II – Atendimento integral,com prioridade para as atividades preventivas,

sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III – Participação da Comunidade” (Brasil, 1988).

A garantia da aprovação das Leis Orgânicas 8080 e 8142, que

regulamentaram os princípios aprovados pela 8ª Conferência Nacional de

Saúde em 1986 – Brasília.

A Lei nº 8080, promulgada em 19 de setembro de 1990, que trata da

organização do sistema de saúde (Brasil a, 1990). E a Lei nº 8142, aprovada

Page 13: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

4

em 28 de dezembro de 1990, que trata da participação social no SUS e do

repasse financeiro para os níveis de governo (Brasil b, 1990).

As Normas Operacionais Básicas de Assistência à Saúde (NOBs),

instrumentos utilizados pelo Ministério da Saúde para a implementação do

SUS definiram os mecanismos e a organização de repasse dos recursos

federais para os estados e municípios e também as responsabilidades,

segundo a esfera governamental.

Ainda como formas de organização, foram implantadas as Comissões

Intergestores CIB (Comissões Intergestores Bipartites) e CIT (Comissões

Intergestores Tripartites), assim definidas como:

CIB – “Espaços estaduais de articulação e pactuação

política que objetivam orientar, regulamentar e avaliar

aspectos operacionais do processo de

descentralização das ações de saúde. São

constituídas, paritariamente, por representantes do

governo estadual – indicados pelo Secretário de Estado

de Saúde – e dos Secretários Municipais de Saúde –

indicados pelo órgão de representação do conjunto dos

municípios do estado. As CIBs foram

institucionalizadas pela norma operacional básica e

instalada em todos os estados do país” (CONASEMS,

2005, p.55).

CIT – “Instância de articulação e pactuação na esfera

federal que atua na direção nacional do SUS, integrada

por gestores do SUS das três esferas do governo –

União, Estado e Município. Tem composição paritária

formada pelos três níveis de gestão. A representação

de estados e municípios nessa comissão é regional,

sendo um representante para cada uma das cinco

regiões do país. Nesse espaço as decisões são

tomadas por consenso e não por votação.A CIT está

Page 14: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

5

vinculada a direção nacional do SUS” (CONASEMS,

2005, p. 55).

As duas Comissões intergestores, estratégia para articulação e

cooperação entre os entes para a gestão da saúde, implementam um

importante espaço de negociação entre as esferas governamentais.

2.1.2 Pactos pela Saúde em Defesa do SUS

O Pacto pela Saúde em 2006 – consolidação do Sistema Único de

Saúde, publicado pela portaria/GM nº 399, de 22 de fevereiro de 2006,

contempla o Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão

e aponta como primordiais: a reorganização dos serviços para o

fortalecimento das políticas públicas e o avançar no processo de

descentralização e integralidade das ações, contribuindo assim para o tão

sonhado SUS.

Esse pacto apresenta mudanças significativas para a execução do

SUS, dentre as quais ressaltamos: a substituição do processo de habilitação

pela adesão solidária aos termos de compromisso de gestão; a

regionalização solidária e cooperativa como eixo estruturante do processo

de descentralização; a integração das várias formas de repasse dos

recursos federais; a verificação dos vários pactos hoje existentes.

O Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão foi aprovado na

reunião da CIT – Comissão Intergestores Tripartite, de 26 de janeiro de

2006, e na reunião de 09 de fevereiro de 2006, pelo Conselho Nacional de

Saúde, envolvendo representantes do Ministério da Saúde, do Conselho

Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS e do Conselho

Nacional de Secretários de Saúde – CONASS.

Pacto pela Vida - Destaca-se pelo compromisso assumido entre os

gestores das diferentes esferas do SUS na articulação e estabelecimento de

metas que apresentam impacto à saúde da população.

Prioridades pactuadas:

Saúde do Idoso;

Page 15: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

6

Controle do câncer do colo do útero e da mama;

Redução da mortalidade infantil e materna;

Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e

endêmicas, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,

malária e influenza;

Promoção da saúde;

Fortalecimento da Atenção Básica.

Pacto em defesa do SUS

Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e

desenvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde como um

direito;

Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites

institucionais do SUS;

Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos

sociais, em especial os que lutam pelos direitos da saúde e

cidadania;

Elaboração e publicação da carta dos direitos dos usuários do SUS;

Regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 pelo Congresso

Nacional, com a aprovação do Projeto de Lei nº 01/03;

Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das

três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma

delas, suas ações e serviços de saúde, de acordo com a

Constituição Federal.

Pacto de Gestão - Estabelece diretrizes para a gestão dos sistemas

nos aspectos da Descentralização; Regionalização; Financiamento;

Planejamento; Programação Pactuada e Integrada – PPI; Regulação;

Participação e Controle Social; Gestão do Trabalho; e Educação na Saúde

(Brasil, 2006).

Há que se pensar em incorporar a gestão dentro de um novo modelo

de saúde proposto pelo Pacto pela Saúde, pela Vida e em Defesa do SUS e

gestão que se pauta na descentralização e construção de espaços de

pactuação.

Page 16: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

7

2.1.3 Política de Incentivo

A Política de Incentivo que antecede o Pacto pela Saúde surge como

uma grande estratégia para garantir o processo de descentralização e

sustentabilidade do programa DST/Aids no âmbito local, garantindo o

financiamento pelos mecanismos existentes do SUS, rompendo com a lógica

convencional que até então regia a relação para a transferência de recursos

do nível federal para os estados e para os municípios. Em dezembro de

2002, foi publicada a portaria ministerial nº2313, que instituiu a Política do

Incentivo, com os seguintes objetivos:

Ampliar, consolidar e institucionalizar a resposta nacional à epidemia

de HIV/Aids, qualificando a relação de parceria entre o Ministério e

as Secretarias de Saúde;

Garantir a transparência e o fluxo contínuo dos recursos para

Programas Estaduais e Municipais, por meio do repasse automático

fundo a fundo e da aplicação de recursos locais;

Possibilitar o processo de gestão focalizado em ações e metas

estratégicas pactuadas;

Aprimorar o processo de participação e controle social em âmbito

local.

A elaboração da Programação Anual de Metas (PAM) é estruturada por

meio de quatro áreas de atuação como eixo central:

Promoção, Prevenção e Proteção;

Diagnóstico, Tratamento e Assistência;

Gestão, Desenvolvimento Humano e Institucional e Pesquisa;

Interface e Parcerias com Organizações da Sociedade Civil (OSC).

A Portaria 4279, de 30 de dezembro de 2010, e o decreto presidencial

7508, de 28 de junho de 2011, reforçam a importância de estados e

municípios considerarem o desenho da rede de atenção à saúde loco

regional na construção da PAM (Ministério da Saúde, 2010).

Page 17: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

8

2.1.4 Regionalização

É um processo de articulação política e pactuação a partir de um

projeto político construído regionalmente para a organização da rede de

atenção à saúde. ( Brasil, 2006)

A gestão em forma de rede é hoje um dos grandes desafios para a

consolidação do SUS. É necessária a redefinição da lógica de assistência a

partir de pactuações e do aprimoramento do processo de descentralização

da gestão.

Assim, os CGRs são um avanço pela forma como atuam no

planejamento e no desenvolvimento de ações conjuntas, através de

articulações municipais e estaduais.

Na prática, será importante para que cada município não atue apenas a

partir de sua estrutura, mas com a troca de recursos nos diferentes níveis,

visando a melhoria da prestação de serviços à população usuária,

garantindo assim os seus direitos.

As propostas e deliberações da gestão regional devem ser construídas

partindo das necessidades de saúde da população, baseadas nas seguintes

diretrizes, propostas pelo Ministério da Saúde (Brasil 2006):

parcerias com os municípios;

descentralização do poder;

superação da fragmentação do sistema;

gestão compartilhada entre as secretarias estaduais e os

municípios;

coordenação da rede SUS da região pela gestão regional.

As pactuações regionais,ocorrem a partir do CGR, em que o poder de

decisão das ações direcionadas à saúde para a população local é garantido

pelo espaço permanente mensal de pactuação apoiado pelas discussões

realizadas na Câmara Técnica Permanente. Essa Câmara tem como

atribuição, oferecer o suporte técnico necessário ao CGR, na

disponibilização de informações e análises técnicas essenciais à

fundamentação das decisões a serem tomadas e trazidas para o Fórum do

Page 18: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

9

CGR, que tem seu poder de decisão dividido e descentralizado entre os

municípios.

Esse processo de pactuação regional ocorre através da adesão ao

projeto, da vontade política, dos recursos materiais associados à

reorganização do processo de trabalho da rede de Atenção Básica.

Portanto, o Colegiado de Gestão Regional (CGR) deve operar como

espaço permanente de pactuação e cogestão solidária, garantindo e

aprimorando a aplicação dos princípios do SUS. Suas decisões devem se

dar sempre por consenso, pressupondo o envolvimento de todos com os

compromissos pactuados.

O CGR deve ser composto por todos os gestores municipais de saúde

dos municípios que integram a região de saúde e por representantes dos

gestores estaduais.

A representatividade do fórum é garantida através da participação de

todos os atores envolvidos na gestão da saúde regional: DRS, GVE, VISA,

IAL, SUCEN, Gestores Municipais e Articuladores Regionais da Rede de

Atenção Básica.

Constata-se, portanto, ser esse um espaço privilegiado de organização,

discussão e troca de propostas, garantindo-se na prática a efetividade do

princípio da descentralização e integração entre os diferentes atores no

contexto regional.

No âmbito do SUS e no contexto do pacto, todas as demandas deverão

ser referenciadas a partir da Atenção Básica, uma vez que a mesma, “tem

um papel fundamental como ordenadora do sistema local e regional de

saúde.” (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2010)

Cabe ainda ressaltar que as ações de prevenção à saúde e prevenção

de agravos, como é o caso das DST/Aids, devem ser priorizadas pelos

gestores e as equipes de saúde.

Page 19: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

10

Organização do Processo de Trabalho dos CGR – DRS XV São José do Rio Preto

O Departamento Regional de Saúde de São José do Rio Preto (DRS

XV) é constituído por 101 municípios, organizados em 7 Colegiados de

Gestão Regional (CGRs) – Jales, Santa Fé do Sul, Fernandópolis, São José

do Rio Preto, Catanduva, José Bonifácio e Votuporanga.

A coordenação do CGR é exercida pela Direção do Departamento

Regional de Saúde (DRS XV) São José do Rio Preto, estrutura vinculada à

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Em caso de ausência do gestor municipal titular, este deve indicar um

suplente, mediante ofício encaminhado previamente ao coordenador do

DRS. A substituição definitiva do gestor titular é realizada mediante

encaminhamento de ofício ao diretor do DRS, que o remeterá ao colegiado

de gestão regional.

A Câmara Técnica é composta por gestores municipais formalmente

indicados por seus pares, representantes da vigilância em saúde e do DRS.

A sua coordenação é exercida por um dos membros escolhidos por

consenso entre os atores.

A região do DRS XV se subdivide em dois Grupos de Vigilância

Epidemiológica (GVE), o GVE 29 e o GVE 30, e dois Grupos de Vigilância

Sanitária (GVS), GVS 29 e GVS 30.

Na figura1 pode-se observar a distribuição dos municípios nos quatro

CGRs vinculados ao GVE 29, constituído por 66 municípios, com uma

população total de 1.470.348 habitantes, sendo o menor município União

Paulista, com 1.599 habitantes, e o maior São José do Rio Preto, com

408.258 habitantes.

A maioria dos municípios da região do DRS XV é de pequeno porte,

com população de até 20.000 habitantes, o que também ocorre no GVE 29,

constituído por cinquenta e oito municípios, considerados de pequeno

porte,de acordo com o IBGE.

Page 20: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

11

COLEGIADOS REGIONAIS

Colegiado de Rio Preto

Colegiado de

CatanduvaColegiado de J. Bonifácio

Colegiado de Votuporanga

Figura 1. Distribuição dos municípios segundo colegiados regionais do

GVE 29

Destacamos, ainda, que a região DRS XV possui sete municípios

prioritários para a Aids, que recebem o incentivo do Ministério da Saúde para

o desenvolvimento de ações direcionadas à prevenção e à assistência para

as DST/HIV/Aids com a população em geral e outras de maior

vulnerabilidade, definidas pela dinâmica epidemiológica dos municípios e da

região.

A portaria MS 2.313, de 19 de dezembro de 2002, instituiu esse

incentivo para que as secretarias estaduais e municipais de saúde aloquem

recursos no desenvolvimento de ações programáticas qualificadas e

sustentáveis.

Para serem identificados e qualificados como municípios prioritários,

com direito ao incentivo, foram considerados pelo programa estadual de São

Paulo, como critérios de inclusão, os municípios com perfil epidemiológico

acima de 50 casos de Aids notificados. O incentivo proporcionou uma nova

forma de gestão e de fortalecimento nas esferas estadual e municipal para o

enfrentamento das DST/HIV/Aids.

Page 21: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

12

No Departamento Regional de Saúde de São José do Rio Preto, GVE

29, quatro municípios foram habilitados e passaram a receber o incentivo

para as DST/Aids. Esses municípios compõem os colegiados analisados

nesta monografia, sendo dois municípios no CGR de Rio Preto (Mirassol e

São José do Rio Preto); Catanduva e Votuporanga, com um município cada

nos CGRs de mesmo nome.

Page 22: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

13

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar a gestão descentralizada e sua contribuição às ações de

prevenção às DST/Aids em três CGRs do Grupo de Vigilância

Epidemiológica 29 de São José do Rio Preto em 2010.

3.2 Objetivos Específicos

- Identificar e analisar nas atas das reuniões dos CGRs do ano de 2010

o tema das DST/HIV/Aids.

- Identificar, analisar e discutir os principais aspectos técnicos, políticos

e programáticos referentes às DST/HIV/Aids presentes no processo de

gestão regional dos colegiados.

Page 23: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

14

4 METODOLOGIA

O projeto desta monografia foi desenvolvido por meio de um estudo de

caso do tipo exploratório de abordagem qualitativa. O estudo concentrou-se

na identificação, catalogação e análise descritiva das atas das reuniões dos

CGRs São José do Rio Preto, Catanduva e Votuporanga, que integram o

GVE 29 – São José do Rio Preto.

Dentre as dimensões da vulnerabilidade, optou-se por analisar a

vulnerabilidade programática no âmbito do processo de pactuação realizado

pelos gestores e registrado nas atas dos colegiados. Nesse sentido,

analisou-se a inserção do tema das DST/HIV/Aids quanto aos principais

aspectos técnicos, políticos e programáticos presentes no processo de

gestão regional.

Para o alcance dos objetivos propostos, o projeto seguiu os seguintes

passos:

Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica assistemática,

buscando identificar referências recentes sobre o tema na base do Scielo

(Scientific Electronic Library Online), baseada nos descritores: gestão, HIV,

Aids, Regionalização.

Trabalhou-se também com a pesquisa de leis, portarias e decretos,

entre outras publicações produzidas e editadas pelo Ministério da Saúde,

Departamento Nacional DST/HIV/Aids, Secretaria de Estado da Saúde,

Programa Estadual DST/HIV/Aids, acessados pelos sites do Ministério da

Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde e pela BVS – Biblioteca Virtual de

Saúde, além de publicações do site do Conselho Nacional de Secretários de

Saúde.

Posteriormente, foi realizada a análise documental das atas dos

colegiados de gestão regional dos três CGRs pertencentes ao GVE 29, com

exceção do colegiado José Bonifácio, pela não obtenção das atas. A

escolha dos CGRs foi intencional, optando-se por um recorte nos sete CGRs

do Departamento Regional de Saúde de São José do Rio Preto. Levou-se

Page 24: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

15

em consideração que os três colegiados selecionados são relevantes para a

epidemia da região, uma vez que foram contemplados os quatro municípios

polos de referência habilitados no sistema de transferência de recursos

fundo a fundo para DST/Aids do Ministério da Saúde.

O período analisado das atas refere-se ao ano de 2010 e foram

selecionadas trinta e três atas mensais, sendo onze por CGR.

Esses municípios apresentam um número de casos notificados por

Aids, segundo município de residência, e ocupam posições de destaque no

estado de São Paulo no ranque dos 150 municípios em número de casos no

período de 1980 até 30/06/10 (Brasil, 2010).

O município de São José do Rio Preto (CGR – Rio Preto), com 4.354

casos notificados por município de residência, ocupa o 6º lugar no estado;

Catanduva (CGR – Catanduva), com 1.063 casos, o 30º lugar; Votuporanga

(CGR – Votuporanga), com 482 casos, o 58º lugar, e Mirassol (CGR – Rio

Preto), com 351 casos notificados, a 83º posição no ranque estadual.

O plano de análise consistiu em organizar a partir de leituras

exaustivas a análise das atas, categorizando as temáticas nos seguintes

itens: Organização da atenção/Linha de cuidado, Atenção Básica, Atenção a

média complexidade, Atenção a alta complexidade, Formação e Qualificação

Profissional, Organização do Sistema Loco Regional de Saúde (referência e

contrarreferência), Financiamento, Projetos/Plano de Ação para populações

específicas, Emenda Parlamentar Federal, Pleitos Aprovados, Pactuações

das Vigilâncias Epidemiológicas e em Saúde (Indicadores/Monitoramento da

Saúde), Deliberação CIB e Controle Social. Essa categorização foi

elaborada à luz das leituras realizadas na revisão, com foco nos elementos

da vulnerabilidade programática.

Procurou-se nessa análise temática identificar como o tema

DST/HIV/Aids apareceu nas reuniões dos CGRs e sua abordagem pelos

gestores, em especial as ações de prevenção voltadas às populações mais

vulneráveis.

Page 25: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

16

Incorporaram-se também na análise, reflexões e vivências relacionadas

ao cotidiano do trabalho da autora, que desempenha função como

articuladora do programa regional DST/Aids GVE 29 São José do Rio Preto.

Não houve a necessidade de submeter o projeto ao comitê de ética em

pesquisa, uma vez que as fontes utilizadas para análise foram os

documentos de gestão disponibilizados publicamente.

Page 26: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

17

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir, apresentaremos os resultados da análise documental das

atas dos três CGRs selecionados.

5.1 Frequência Mensal dos Municípios em Reuniões dos

Colegiados Selecionados

Para a análise da freqüência dos municípios nas reuniões dos

colegiados, utilizamos o parâmetro de participação aceitável nessas

reuniões, a freqüência acima de 80%. Analisamos, também, a importância

dos municípios nos colegiados, em especial os municípios considerados

prioritários em função do seu perfil epidemiológico, e ainda aqueles que

assumem um certo peso político na organização e no planejamento loco

regional das ações em DST/Aids.

O colegiado Rio Preto é formado por vinte municípios, sendo Mirassol e

São José do Rio Preto os que possuem a maior população. Esse último, por

sua vez, é o maior município dos CGRs do DRS XV, além de ser o primeiro

em número de casos de Aids, notificados por município de residência,

concentrando em torno de 60% da epidemia do HIV/Aids na região. O

município de São José do Rio Preto é o principal município polo da região

nos aspectos financeiros, técnicos e políticos. O município de Mirassol

também é um município que apresenta relevância no seu perfil

epidemiológico, sendo o quarto município em número de casos de Aids,

notificados por município de residência, em relação ao ranque dos 150

municípios do estado, segundo o Boletim Epidemiológico AIDST, SES-SP,

nº 01, dezembro de 2010. Ambos são municípios prioritários, que recebem o

incentivo para as ações em DST/HIV/Aids.

No colegiado Rio Preto, esses dois municípios são os maiores em

população e recursos, e o restante são municípios considerados de pequeno

porte, com até 25.000 habitantes.

Page 27: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

18

Tabela 1 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Rio Preto - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Município Frequência (%)

Bady Bassit 100,0

Bálsamo 100,0

Cedral 90,9

Guapiaçu 72,7

Ibirá 81,8

Icém 72,7

Ipiguá 100,0

Mirassol 100,0

Mirassolândia 63,6

Neves Paulista 90,9

Nova Aliança 100,0

Nova Granada 100,0

Onda Verde 63,6

Orindiúva 81,8

Palestina 72,7

Paulo de Faria 100,0

Potirendaba 72,7

São José do Rio Preto 100,0

Tanabi 45,4

Uchoa 90,9

FONTE: Atas do CGR Rio Preto

Podemos constatar na análise da tabela 1 que, dos vinte municípios,

treze aparecem com uma frequência acima de 80% na participação das

reuniões do colegiado; e desses, oito municípios atingiram 100% de

participação no ano de 2010, seguidos de sete municípios com frequência

abaixo de 80%. Cabe ainda um destaque ao município de Tanabi, cuja

participação foi de apenas 45,4%.

Page 28: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

19

O CGR Catanduva agrega dezoito municípios em sua composição,

sendo o mais populoso o de Catanduva, que também é polo, atuando como

referência para dezessete municípios na região. Ele está qualificado para o

incentivo para ações em DST/Aids. Catanduva é o segundo município em

número de casos de Aids notificados por município de residência na região

do DRS XV, segundo o Boletim Epidemiológico AIDST, SES-SP, nº 01,

dezembro de 2010.

Tabela 2 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Catanduva - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Município Frequência (%)

Ariranha 81,8

Catanduva 100,0

Catiguá 100,0

Elisiário 100,0

Fernando Prestes 90,9

Irapuã 81,8

Itajobi 81,8

Marapoama 90,9

Novais 54,5

Novo Horizonte 100,0

Palmares Paulista 54,5

Paraíso 72,7

Pindorama 100,0

Pirangi 90,9

Sales 100,0

Santa Adélia 100,0

Tabapuã 100,0

Urupês 100,0

FONTE: Atas do CGR Catanduva

Page 29: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

20

Ao analisarmos a tabela 2, podemos verificar que, dos dezoito

municípios, quinze apresentam frequência acima de 80% na participação

das reuniões do colegiado, e que desses, nove municípios foram 100%

frequentes em 2010, seguidos dos municípios de Paraíso, Novais e

Palmares Paulista, que ficaram abaixo de 80%.

Ainda podemos verificar, na tabela 2, no conjunto dos municípios, que

os dois últimos mencionados acima tiveram uma baixa frequência,

apresentando somente 54,5% de adesão às reuniões, respectivamente.

O colegiado Votuporanga apresenta um conjunto de dezessete

municípios, sendo Votuporanga o município polo e prioritário, recebendo

ainda recursos do incentivo para DST/Aids. Atualmente, esse município

ocupa na região do DSR XV o terceiro lugar em número de casos de Aids

notificados por residência, segundo o Boletim Epidemiológico AIDST, SES-

SP, nº 01, dezembro de 2010.

Tabela 3 - Frequência mensal dos municípios em reuniões do Colegiado Votuporanga - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Município Frequência (%)

Álvares Florence 100,0

Américo de Campos 81,8

Cardoso 100,0

Cosmorama 100,0

Floreal 100,0

Gastão Vidigal 90,9

General Salgado 90,9

Macaubal 54,5

Magda 100,0

Monções 90,9

Nhandeara 100,0

Parisi 100,0

Pontes Gestal 81,8

Page 30: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

21

Município Frequência (%)

... continuação

Sebastianópolis do Sul 90,9

Valentim Gentil 90,9

Votuporanga 100,0

FONTE: Atas do CGR Votuporanga

Na análise da frequência desse colegiado é possível avaliar que houve

uma alta adesão dos municípios às reuniões realizadas em 2010. Os dados

da tabela 3 mostram que, dos dezessete municípios, dezesseis tiveram uma

frequência acima de 80%, e desses, nove municípios alcançaram 100% de

participação. Apenas o município de Macaubal ficou abaixo dos demais,

apresentando uma freqüência considerada baixa, segundo os parâmetros

dessa análise, ou seja, 54,5%.

Diante dos resultados apresentados nas tabelas 1, 2 e 3, comparando-

se os três colegiados de gestão e tomando-se como parâmetro a

participação mensal nas reuniões, acima de 80%, de uma forma geral,

podemos afirmar que o CGR Votuporanga é o que apresenta a maior

adesão de frequência dos gestores nas reuniões, seguido do CGR

Catanduva e, por último, do CGR Rio Preto.

Esta análise evidencia, ainda, um grau de compromisso diferenciado

dos gestores, o que contribui para reforçar fragilidades e vulnerabilidades da

gestão das ações programáticas nos municípios.

Pode-se afirmar que a relevância do papel dos gestores como sujeitos

de direitos, na ocupação de canais democráticos, de organização e de

planejamento das ações no contexto da gestão, ainda precisa ser

aperfeiçoada para o aprimoramento das ações de saúde no âmbito local e

regional.

Da mesma forma, o processo de regionalização que ocorre nos CGRs,

que são espaços privilegiados, legítimos e democráticos, por onde devem

passar todas as pactuações, objetivando o fortalecimento das políticas

públicas, também é um desafio a ser trilhado pelos gestores.

Page 31: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

22

A vulnerabilidade programática ao HIV/Aids para municípios de

pequeno porte se acentua quando analisamos o espaço do CGR na sua

função de pactuação e a importância dada por um conjunto de gestores de

municípios à frequência nas reuniões.

O que também podemos destacar é que os quatros municípios

prioritários para DST/Aids e polos de referência na região da DRS XV

tiveram uma participação de 100% nas reuniões.

Um outro destaque que fazemos é que, após refletirmos sobre a

importância desse fórum, e mesmo constando no regimento do colegiado

como uma das atribuições do gestor a participação nas reuniões mensais,

verificamos que quatro municípios apresentaram uma baixa frequência. No

colegiado Votuporanga, o município Macaubal, com 54,5%; no colegiado

Catanduva, com a mesma frequência, os municípios Novais e Palmares

Paulista; e em Rio Preto, o município de Tanabi, com 45,4%, a frequência

mais baixa dos três CGRs investigados.

A seguir apresentaremos os quadros-síntese do registro das atas,

abordados pelos gestores, em que descreveremos e analisaremos os

principais temas abordados nos três colegiados de gestão.

5.2 Temas Abordados nas Reuniões Ordinárias dos CGRs

No quadro 1 podemos observar que no colegiado Rio Preto a

organização da Atenção Básica foi um tema que pouco apareceu nas

discussões registradas nas atas.

Constatamos, também, que os temas giraram em torno da atenção da

média e da alta complexidades, da organização do sistema loco-regional de

saúde em questões que envolveram vulnerabilidades da organização e

funcionamento do sistema de referência e contrarreferência, assim como os

aspectos financeiros. A pactuação da vigilância em saúde, com ênfase para

o monitoramento dos sistemas e a produção de indicadores de saúde,

também foram outros temas discutidos com maior frequência nesse CGR,

inclusive pela questão de que estas pactuações se não realizadas, poderão

Page 32: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

23

refletir-se nas transferências financeiras, comprometendo desta forma a

gestão local.

Quadro 1 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR Rio Preto, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Temas

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

Organização da atenção/

Linhas de Cuidado:

Atenção básica

Atenção a média

complexidade

Atenção a alta

complexidade

-

X

X

-

X

X

X

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

X

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

Formação e qualificação

profissional

X

X

-

X

-

-

X

X

-

-

-

Organização do sistema

loco regional de saúde

(referência e

contrarreferência)

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Financiamento X X X X X X X X X X X

Projetos/Planos de Ação

para populações específicas

Emenda Parlamentar

Pleitos Aprovados

X

-

X

-

-

X

-

-

-

-

-

X

-

-

X

-

-

X

-

X

X

X

-

X

-

-

X

-

-

X

-

-

X

Pactuações das Vigilâncias

Epidemiológica e em Saúde

(indicadores/monitoramento

da saúde)

X

X

X

-

-

X

X

-

-

-

-

Deliberação CIB X - - - - - - - - - -

Controle Social - X - - - - - - - X -

FONTE – Ata Reunião do CGR Rio Preto

Page 33: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

24

Observamos que, durante o ano de 2010, um grande número de pleitos

foi aprovado pelo CGR, com solicitações de aprovação para reformas e

ampliações de unidades de saúde ou implantação de serviços de referência.

Como exemplo, a organização do SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência.

Nas atas apareceram poucas citações referentes às deliberações da

CIB (apenas uma citação), ao controle social (duas citações) e à formação e

qualificação profissional (cinco citações). Esses foram os temas menos

priorizados e discutidos no espaço da agenda dos gestores.

Os planos de ação para populações específicas foram mencionados

em apenas duas reuniões, e emenda parlamentar em apenas uma reunião

do CGR.

Embora o colegiado Rio Preto seja o maior em número de municípios e

de base populacional, onde também está localizado o município prioritário

para DST/Aids – São José do Rio Preto –, o mais importante da região em

termos de referência organizacional, política e administrativa, essa análise

demonstrou que os temas “projetos/planos de ação” para populações

específicas foram pouco pautados, o que pode revelar uma vulnerabilidade

social e programática às DST/Aids relevante no CGR.

O conteúdo que aparece quanto ao tema controle social diz respeito ao

reforço pelo coordenador da reunião, o representante do DRS, para a diretriz

recomendada pelo Conselho Estadual de Saúde, que enfatiza que todas as

pautas trazidas pelos gestores devem ter sido previamente discutidas no

Conselho Municipal de Saúde e que todas as aprovações no CGR devem

ser socializadas nos respectivos conselhos.

Os temas discutidos no colegiado de Catanduva, descritos no quadro

2, nos mostram que,os principais temas abordados em 2010 referem-se à

organização da atenção da média e alta complexidades; à organização do

sistema loco regional e ao financiamento, aparecendo em todas as reuniões

realizadas no referido ano.

Page 34: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

25

Quadro 2 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR Catanduva, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Temas

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

Organização da atenção/

linhas de cuidado:

Atenção básica

Atenção a média

complexidade

Atenção a alta

complexidade

-

X

X

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

Formação e qualificação

profissional

X

-

X

-

-

X

X

X

-

X

X

Organização do sistema

loco regional de saúde

(referência e

contrarreferência)

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Financiamento X X X X X X X X X X X

Projetos/Planos de ação

para populações

específicas

Emenda parlamentar

Pleitos aprovados

X

-

X

X

-

X

-

-

X

-

-

X

-

-

X

-

-

X

-

X

X

-

-

X

X

-

-

-

-

X

-

-

X

Pactuações das vigilâncias

epidemiológica e em saúde

(indicadores/monitoramento

da saúde)

X

-

-

X

X

-

X

X

X

-

-

Deliberação CIB X - - - - X X - X - -

Controle Social - X - - - X - - - - -

FONTE – Ata Reunião do CGR Catanduva

Page 35: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

26

Em seguida, observamos que a referência ao número de pleitos só não

ocorreu no mês de setembro e que a organização da Atenção Básica

aparece como relato das atas de cinco reuniões mensais. Já a formação e a

qualificação profissional aparecem em sete reuniões; e a pactuação da

vigilância em saúde e monitoramento, em seis reuniões desse CGR.

A citação nas atas sobre a deliberação CIB foi registrada em quatro

reuniões, e o controle social em apenas duas reuniões.

Podemos constatar que os temas que tratam da organização da

Atenção Básica, da formação e qualificação profissional, do controle social e

do monitoramento das ações de vigilância foram pouco pautados neste

colegiado em 2010.

Observamos que os temas “projetos e planos de ação para populações

específicas” aparecem muito pouco (em apenas três reuniões), e enquanto

plano centrado na saúde integral do idoso, com a implantação da carteira do

idoso; plano para gestantes; referência e contrarreferência; e projeto para

área de saúde mental, apontando a necessidade de uma casa de

recuperação, principalmente para usuários de drogas.

A referência nos relatos das atas para o “controle social” foi registrada

como um informe pelo coordenador do colegiado, o representante do DRS

XV, informando que, segundo diretriz do Conselho Estadual de Saúde, é

necessária a articulação dos gestores com o Conselho Municipal de Saúde e

que, ao trazer propostas de pauta para o colegiado, essas devem passar

pelos respectivos Conselhos. E também, que as propostas aprovadas pelo

colegiado devem ser repassadas ao Conselho de Saúde.

Cabe ainda ressaltar como ponto de análise que foi observada em uma

reunião, como ponto de pauta, emenda parlamentar versando sobre a

liberação financeira de deputados para determinados projetos.

Nesse colegiado podemos observar uma ênfase grande nos aspectos

financeiros e políticos, e que ele está muito pouco centrado em questões de

ordem técnica, ou mesmo no controle social das políticas de saúde, o que

demonstra uma fragilidade importante na gestão dos municípios para o

fortalecimento do SUS.

Page 36: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

27

No quadro 3 do colegiado Votuporanga destacamos os temas

organização da atenção de média e alta complexidade, organização do

sistema loco regional de saúde (referência e contrarreferência) e

financiamento presentes em todas as reuniões realizadas durante o ano de

2010.

Quadro 3 - Temas abordados nas reuniões ordinárias do CGR

Votuporanga, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Temas

jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov

Organização da atenção/

linhas de cuidado:

Atenção básica

Atenção a média

complexidade

Atenção a alta

complexidade

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

-

X

X

X

X

X

-

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

-

X

X

Formação e qualificação

Profissional

X

X

X

-

-

X

X

X

-

X

X

Organização do sistema loco

regional de saúde (referência e

contrarreferência)

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Financiamento X X X X X X X X X X X

Projetos/Planos de ação para

populações específicas

Emenda parlamentar

Pleitos aprovados

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

-

X

X

-

-

X

X

X

X

X

X

X

-

X

-

-

-

X

-

X

-

-

X

Page 37: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

28

Mês Temas jan fev mar abr mai Jun jul ago set out nov

... continuação

Pactuações das vigilâncias

epidemiológica e em saúde

(indicadores/monitoramento da

saúde)

X

X

-

-

-

-

X

X

-

-

X

Deliberação CIB X X - - - - - - - - -

Controle Social - - - - X - - - X - -

FONTE – Atas CGR Votuporanga

Destacamos ainda a citação recorrente em ata, sobre a organização da

Atenção Básica. Esse tema foi referido em sete das onze reuniões, o que

nos leva a avaliar que esse CGR tem demonstrado, pela análise das pautas

e dos processos de pactuação, uma importante preocupação com a

organização da porta de entrada no SUS.

Essa situação pode estar relacionada à composição e ao porte dos

municípios desse colegiado, pois exceto Votuporanga, que possui uma

população de 85.000 habitantes, os outros dezesseis municípios têm uma

população estimada variando de 2.032 habitantes, no município de Parisi,

até 11.805 habitantes, no município de Cardoso. Entre os municípios de

pequeno porte, a discussão e a formulação de propostas que contribuam

para a organização da rede de Atenção Básica no SUS têm sido cada vez

mais valorizadas, após a criação das novas regiões de saúde, com o Pacto

pela Saúde (2006).

Quanto aos projetos e planos de ações para populações específicas,

observamos que foram registradas nas atas de nove reuniões. Como

exemplo, o plano para idosos, a linha de cuidado para gestante e também

para a saúde mental. Oito reuniões mencionaram a necessidade de investir

em capacitação e formação profissional e, em duas reuniões, surgiu o tema

emenda parlamentar.

Page 38: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

29

Ainda podemos verificar que as pactuações da vigilância em saúde,

indicadores e monitoramento foram temas abordados em cinco reuniões, o

tema deliberação da CIB, em duas reuniões, e o controle social também em

duas reuniões, conforme os registros analisados.

Cabe destacar que o tema “controle social” entra na pauta como um

informe do coordenador do colegiado, representando o DRS XV, seguindo

uma recomendação do Conselho Estadual de Saúde, ou seja, que as

propostas de pauta trazidas pelos gestores para o colegiado passem antes

pelo Conselho Municipal de Saúde e as aprovadas sejam divulgadas para o

Conselho Municipal de Saúde.

Como uma avaliação final de temas abordados nos três quadros

analisados anteriormente, podemos concluir que os colegiados

apresentaram semelhanças quanto aos temas que mais apareceram nos

relatos das atas, no tocante à organização da atenção de média e alta

complexidade; à organização do sistema loco regional de saúde e ao

financiamento, abordados em todas as reuniões realizadas pelos três CGRs.

Também foram constatadas diferenças quanto aos outros eixos de

temas, e fazemos aqui um destaque ao colegiado de Votuporanga, onde a

organização da rede de Atenção Básica foi priorizada, sendo registrada em

sete das onze reuniões realizadas em 2010, seguido pelo colegiado de

Catanduva (cinco reuniões) e por último Rio Preto, com duas reuniões.

Podemos inferir que o colegiado de Votuporanga possui essa

preocupação, talvez por ter em sua constituição, com 17 municípios, 16 de

pequeno porte – até 11.000 habitantes – e um município de médio porte,

Votuporanga, com 84.692 habitantes, onde não há uma rede de assistência

mais complexa. Nessa região, as ações de assistência pública, com exceção

das Santas Casas, do AME (Ambulatório Médico de Especialidades

Regional), recém-implantado, e do ambulatório de especialidades para

DST/HIV/Aids, constituem a rede de assistência básica, sendo esse um dos

interesses dos gestores para oferecerem respostas à população.

Page 39: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

30

Avaliamos que o colegiado Votuporanga abordou muito mais em suas

reuniões, segundo consta em ata, o tema formação profissional e

qualificação, comparado a Catanduva e Rio Preto.

Quanto à citação sobre deliberação da CIB, o colegiado de Catanduva

ocupou o topo do ranque, abordando esse tema em quatro reuniões,

seguido de Votuporanga, em duas reuniões, e Rio Preto, em uma única

reunião.

Podemos verificar que o tema vigilância em saúde e monitoramento, no

colegiado Catanduva, apareceu em seis reuniões, seguido de Votuporanga e

Rio Preto, ambos com cinco reuniões. Podemos inferir que o monitoramento

não é uma das preocupações para o planejamento e em paralelo

levantamos a discussão da responsabilidade do gestor com a qualidade dos

processos de planejamento e programação em saúde.

Quanto ao controle social, a abordagem do tema ocorreu em duas

reuniões nos três CGRs, de acordo com o que aparece nos registros das

atas como informe e recomendação. Não podemos dizer que existiu uma

real preocupação com um dos princípios do SUS presente na Lei Orgânica

8.142/1990, que trata da importância da participação e do controle social na

gestão pública de saúde.

Se levarmos em consideração as diretrizes preconizadas pelas leis

8.080/1990 e 8.142/1990 e as diretrizes do Pacto pela Saúde, Pela Vida e

Gestão (2006), bem como as diretrizes da programação das ações e metas

no âmbito do SUS, constatamos que os temas que tratam da organização da

Atenção Básica e da formação e qualificação profissional, foram pouco

abordados pelos colegiados analisados, demonstrando uma vulnerabilidade

programática importante por parte dos gestores municipais e estadual.

Apesar da proposta de regionalização da saúde prevista no SUS, como

uma forma de democratizar e descentralizar as ações e adequá-las de

acordo com a realidade loco regional, partindo das necessidades e dos

fatores que levam à vulnerabilidade, enfatizamos que os CGRs ainda

reproduzem a estrutura organizacional anterior das Comissões Intergestores

Regional (CIR), em que os interesses e preocupações dos gestores estavam

Page 40: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

31

na contramão das diretrizes técnicas e políticas do processo de

planejamento ascendente.

As integrações e a intersetorialidade não aparecem em nenhum dos

colegiados analisados, a não ser a citação de parceria na formação e

qualificação profissional, com universidades e da Fundap (Fundação do

Desenvolvimento Administrativo), o que seria fundamental, uma vez que são

pontos de pauta importantes para o desenvolvimento de ações de promoção

da saúde, bem como para prevenção das DST/Aids e para as linhas de

cuidado, orientadas pela abordagem da vulnerabilidade e dos direitos

humanos .

5.3 Temas Referentes às DST/HIV/Aids, às Populações Vulneráveis e aos Direitos Humanos

O tema das DST/HIV/Aids foram destacados e separados nessa

análise em quadros explicativos, organizados por CGR, no intuito de

contribuir com o aperfeiçoamento das análises sobre a prevenção ao

HIV/Aids no quadro da vulnerabilidade e dos direitos humanos.

Como podemos observar no quadro 4, a análise do colegiado Rio Preto

apresenta uma fragilidade grande na abordagem dos temas DST/HIV/Aids,

populações vulneráveis e direitos humanos.

O registro que aparece em ata discutindo a abordagem quanto ao

HIV/Aids é citado em apenas uma reunião, como um ponto de pauta

proposto pelo setor de credenciamento do DRS XV e a participação a

convite da articulação do programa DST/Aids GVE 29. Essa reunião teve

como proposta discutir a organização da referência de atendimento para os

portadores do HIV com lipodistrofia e o remanejamento dos recursos

liberados pelo SUS para a implantação de outro serviço de referência, já em

processo de habilitação, como uma forma de facilitar o acesso da população.

Page 41: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

32

Quadro 4 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Rio Preto, segundo mês - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Tema

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

HIV/Aids1 - - X - - - - - - - -

DST - - - - - - - - - - -

Populações vulneráveis - - - - - - - - - - -

Direitos humanos - - - - - - - - - - -

FONTE – Ata do CGR Rio Preto 1Discussão do remanejamento de recurso financeiro do Hospital de Base Regional para o Hospital Padre Albino para realização de cirurgia corretiva para Lipodistrofia

O que nos chama a atenção, em primeiro lugar, é o fato de que na

composição do colegiado há dois municípios, um deles de grande porte, o

maior da região DRS XV e com relevante importância no quadro da

vulnerabilidade para a infecção pelas DST/HIV/Aids, e outro de médio porte.

Em segundo lugar, é preocupante a invisibilidade existente nesse colegiado

para as questões demandadas pelas DST/HIV/Aids, apesar das diretrizes

nacional e estadual e dos próprios programas municipais de DST/Aids que

questionam o GVE sobre as ações programáticas não são eleitas pelo

gestor municipal como prioritárias – por exemplo, a manutenção de taxa

elevada de óbitos por Aids em São José do Rio Preto. As propostas

pautadas nos colegiados para as DST/HIV/Aids aparecem de forma

marginal, sem força, mobilização e interesse dos gestores municipais. Essa

situação aumenta em muito a vulnerabilidade programática, causando dois

efeitos negativos:

a) nos municípios que recebem recursos financeiros via PAM mantêm-

se na maioria das vezes, exceto em campanhas (visibilidade política), o

aspecto marginal nas ações realizadas em DST/Aids;

b) principalmente nos municípios que não recebem recursos do

incentivo, não discussão de questões importantes e estratégicas para o

avanço das ações de prevenção primária e até mesmo o acesso à

Page 42: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

33

assistência de qualidade para as pessoas vivendo com HIV/Aids na

região.

Nesse colegiado, não aparece nenhuma proposta para a prevenção e

assistência às DST/HIV/Aids. Vale enfatizar que, a não observância de

discussões e encaminhamentos nessa temática certamente possibilitará um

aumento da vulnerabilidade da população que reside nessa região,

diminuindo suas possibilidades de acessar os meios de prevenção,

diagnóstico e tratamentos previstos no SUS.

No quadro 5 do colegiado Catanduva verificamos que em duas

reuniões aparece a citação do tema DST, como um Protocolo do Ministério

para a Sífilis, e o convite através de informe para participação da

capacitação de Sífilis Congênita realizada pelo GVE 29 nesse período.

Quadro 5 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Catanduva - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Tema

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

HIV/Aids - - - - - - - - - - -

DST1 X - - - - - - - X - -

Populações vulneráveis2 - - - - X - - - - X -

Direitos humanos - - - - - - - - - - -

FONTE – Ata de registro Reunião Mensal Ordinária do CGR de Catanduva 1DST – Citação Protocolo Sífilis e Reunião Sífilis Congênita 2Populações Vulneráveis- Citação Política de Saúde Mental e Usuário de Drogas e Projeto-Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack

O tema “populações vulneráveis”, citado nas atas de apenas duas

reuniões, é abordado como proposta uma aprovação de pleito de recurso

para comunidade terapêutica, solicitada por uma ONG religiosa, para o

desenvolvimento de um projeto integrado de prevenção, e há outra

abordagem quanto à política de saúde mental e ao enfrentamento do uso de

drogas, em especial do crack.

Page 43: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

34

O tema “direitos humanos” não foi citado em nenhum momento como

ponto de pauta de interesse dos gestores.

No colegiado de Votuporanga (quadro 6), a partir dos relatos que

constam em ata, é possível verificar o registro de citação sobre direitos

humanos e populações vulneráveis em apenas uma reunião. A discussão

referente aos direitos humanos abordou a necessidade de aprofundar o

tema referência e qualificação da UTI Neonatal regional.

Quadro 6 - Temas abordados em DST/Aids nas reuniões ordinárias do CGR Votuporanga - DRS XV São José do Rio Preto - janeiro a novembro de 2010

Mês Tema

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

HIV/Aids - - - - - - - - - - -

DST - - - - - - - - - - -

Populações vulneráveis1 - - - - - - - - - X -

Direitos humanos2 - - X - - - - - - - -

FONTE – Ata de registro Reunião mensal Ordinária do CGR de Votuporanga 1Populações Vulneráveis - Discussão de referência para saúde mental e a citação da população usuária de crack como exemplo. 2Direitos Humanos - Citação sem discussão de violência no acolhimento sofrido por duas gestantes na UTI Neonatal.

Esse tema foi abordado quando uma das gestoras citou um exemplo

de violência institucional que ocorreu com duas gestantes do município

encaminhadas para a referência neonatal. O não acolhimento e o tratamento

da situação pelo gestor, com a realização de um boletim de ocorrência

contra a gestante, quando esta se recusou a ser atendida pelo referido

hospital, pagando pelo procedimento do atendimento particular. No outro

caso, a gestante foi encaminhada para outra região da cidade de Lins e

pagou pelo medicamento administrado. Vale destacar que não está

registrada em ata a discussão dos gestores e o encaminhamento realizado

sobre a situação relatada pela gestora.

Page 44: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

35

O tema envolvendo populações vulneráveis apontado na ata foi

referente à discussão realizada sobre a importância de uma referência

regional para a saúde mental, incluindo como exemplo a problemática do

tratamento da população usuária de crack.

Podemos constatar pela análise que não foram abordados,

suficientemente, os temas DST/HIV/Aids, embora seja uma região que tem

um município polo prioritário, com incentivo via fundo a fundo, para o

desenvolvimento de ações. Chama a nossa atenção, na análise do quadro, a

invisibilidade da discussão das DST/HIV/Aids, bem como as prioridades

abordadas como diretrizes para populações vulneráveis e direitos humanos.

No conjunto dos três CGRs, verificamos que o colegiado onde mais

apareceram temas vinculados as diretrizes do programa DST/HIV/Aids foi o

de Catanduva. Nesse município, as DST foram citadas, muito embora de

forma superficial, sem a devida discussão, em duas reuniões, e o tema

populações vulneráveis, em outras duas reuniões.

As DST foram abordadas pelo colegiado Catanduva, quando da citação

do Protocolo para Sífilis Congênita, o que não ocorreu nos colegiados de

Votuporanga e Rio Preto.

Acreditamos também que o tema das DST/HIV/Aids seja um tema

pouco pautado nos colegiados pelos municípios prioritários qualificados no

sistema de transferência fundo a fundo via Programação Anual de Metas

(PAM), porque nesses municípios as DST/Aids não incomodam tanto os

gestores, uma vez que os recursos são “garantidos” pelo incentivo nas

instâncias nacional e estadual. Isso faz com que os gestores tenham que

intervir menos por recursos para a Aids nesse fórum, quando comparado às

outras áreas da saúde pública.

A abordagem dirigida às populações vulneráveis foi citada nos

colegiados Votuporanga e Catanduva, como proposta da implantação e

retaguarda para usuários de drogas na discussão do tema referência

regional para a saúde mental. Cabe sublinhar que não houve uma

preocupação em aprofundar a discussão dos aspectos da vulnerabilidade

social e individual.

Page 45: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

36

O tema direitos humanos foi apontado de forma indireta pelo colegiado

de Votuporanga, através de dois casos de gestantes não acolhidas e

desrespeitadas enquanto sujeitos de direitos. Destacamos ainda a não

citação em ata do tema direitos humanos nos colegiados de Rio Preto e

Catanduva.

O relato da abordagem do tema HIV/Aids aparece no colegiado de Rio

Preto no que diz respeito à retaguarda para cirurgias para os portadores do

vírus HIV e não aparece nos colegiados de Catanduva e Votuporanga.

Constatou-se ainda que os municípios prioritários para DST/Aids – São

José do Rio Preto, Catanduva, Votuporanga e Mirassol – não estão

ocupando os espaços dos colegiados para discussão programática das

DST/Aids.

Em que pese a composição nos três CGRs, os quatros municípios

polos de referência, e como já apontado com grande magnitude da epidemia

das DST/HIV/Aids, não fizeram com que se pautassem discussões

referentes à vulnerabilidade social, individual e programática das populações

mais expostas à infecção pelo HIV. Não podemos esquecer que esse é um

espaço de gestão política, em que são definidos os rumos de políticas

públicas para saúde na região.

O colegiado de gestão existe como canal de participação

descentralizado na região, mas a sua utilização pelos gestores se dá de

forma burocrática, cumprindo discussões que perpassam muito mais pelos

caminhos políticos e financeiros do que propriamente pelas diretrizes

técnicas do SUS. Os temas que mais emergiram na análise das atas dos colegiados

pesquisados foram as discussões de pleitos que envolvem o financeiro,

sobretudo para a implantação de equipamentos, a discussão de cotas e

referência e contrarreferência na região.

Em linhas gerais, a discussão ainda parece ser concentrada em

problemas de cada município e na pactuação de regras para o

funcionamento da referência e contrarreferência na região.

Page 46: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

37

Embora esse espaço esteja aberto à participação de outras áreas

programáticas da saúde, observamos a não ocupação de outros setores de

uma forma contínua.

Ao analisarmos a organização do processo de trabalho do CGR,

podemos extrair a lição de que não adianta a existência de espaços de

participação para construção de políticas públicas, se os mesmos estão

subutilizados pelos gestores, que na sua grande maioria poderiam contribuir

para uma melhor organização dos serviços, principalmente quanto ao

acesso e o respeito aos direitos das populações vulneráveis.

É importante valorizar processos de reflexão para que os gestores

sigam os princípios e as diretrizes do SUS e não passem a meros

cumpridores de metas burocráticas de aprovação de propostas e troca de

de informes.

Não adianta a existência de espaços, como os colegiados, se esses

não são valorizados como canais legítimos e reconhecidos como uma

importante estratégia de organização que possibilita repensar a saúde na

perspectiva da integralidade e do respeito ao acesso universal da

população.

Portanto, podemos concluir que o processo de atenção e de

organização da saúde, incluindo a prevenção das DST/Aids na gestão do

SUS, está diretamente relacionado ao compromisso assumido pelos

gestores e à sua visão de mundo, na construção e implementação das

políticas públicas.

A gestão pública tem o compromisso de contribuir para uma melhor

qualidade na atenção e, nesse sentido, deve-se caminhar para uma gestão

horizontal, para que as necessidades da população que vive num

determinado território sejam percebidas e contempladas na perspectiva da

garantia de direitos.

Assim, a regionalização deverá ir além da oferta de serviços, levando

em conta a identidade cultural e os objetivos comuns, para se alcançar a

integralidade, a equidade e a universalidade no SUS. Para tanto, o

fortalecimento das regiões e dos colegiados de gestão é fundamental para a

Page 47: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

38

reorganização da saúde, bem como o aperfeiçoamento dos instrumentos de

planejamento, monitoramento e avaliação.

Só tornando o SUS um sistema integrado intra e intersetorialmente é

que conseguiremos avançar na qualidade dessa atenção à saúde, reduzindo

as vulnerabilidades programáticas nos processos de pactuação e gestão.

É fundamental para a redução da vulnerabilidade programática que os

gestores tenham clareza da responsabilidade que possuem no processo de

regionalização para a garantia do acesso, da resolutividade, da qualidade

das ações e dos serviços de saúde.

E assim o estudo conclui que a não priorização e incorporação dos

temas relacionados às DST/Aids é uma realidade, o que demonstra a

necessidade de um maior investimento nesse sentido.

Page 48: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados apresentados e discutidos, podemos

concluir, sem a pretensão de esgotar a problematização dessa temática,

que:

a) os colegiados de gestão regional do GVE 29 ainda são espaços

muito pouco ocupados e valorizados pelos gestores;

b) os temas discutidos estão restritos a interesses municipais;

c) ainda são espaços pouco valorizados pelos programas municipais

de DST/HIV/Aids;

d) embora os CGRs tenham em sua composição municípios prioritários

com incentivos e em nosso caso são quatro municípios importantes

na região em termos epidemiológicos, constatamos uma

invisibilidade nas reuniões do colegiado quanto às discussões das

diretrizes nacional e estadual para as DST/HIV/Aids. Podemos

destacar uma grande dificuldade dos gestores na valorização e

percepção das populações vulneráveis, do reconhecimento dos

direitos e do exercício do controle social, apesar de todas as

recomendações e diretrizes comentadas anteriormente;

e) a promoção da saúde não está pautada na interface com outros

setores e não aparecem discussões referentes à intersetorialidade, a

não ser quando se propõem a debater a formação e qualificação dos

profissionais em parceria com universidades e com a Fundap

(Fundação do Desenvolvimento Administrativo).

Considerando-se que nessa região do GVE 29 temos muitos

municípios de pequeno porte; que essa é a maior regional do estado; e que

o CGR pode ser um espaço político e técnico privilegiado para o

planejamento das ações programáticas na região para conter a infecção

pelas DST e o HIV, deve-se aperfeiçoar os processos de pactuação nesses

colegiados para propor intervenções que resultem no aprimoramento da

prevenção às DST/HIV/Aids.

Page 49: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

40

Predominam no processo de pactuação dos gestores grande interesse

para a aprovação de pleitos e a discussão de referência e contrarreferência

na média e alta complexidade.

A Saúde discute de forma isolada, regionalmente, os problemas e os

agravos, sem pensar na importância das ações articuladas com outros

setores, externos a ela.

Nota-se, portanto, que no processo de regionalização e

descentralização do SUS nos CGRs analisados do GVE 29 ainda não foi

possível avançar, no sentido de ampliar a cobertura das ações em DST/Aids

e qualificar as respostas no nível municipal.

Consideramos que este processo ainda não conseguiu impactar e

proporcionar uma atuação mais contundente dos gestores em busca de

respostas para a situação epidemiológica das DST/HIV/Aids, minimizando

vulnerabilidades e ampliando o olhar para a população como sujeito de

direitos.

Ao contrário do que acontece hoje em termos de organização, é

imprescindível que os gestores se posicionem diante de respostas que

venham ao encontro dos interesses da população.

Na atual estrutura organizacional dos CGRs, pode-se verificar que

existe a necessidade, para a grande maioria dos municípios do GVE 29, de

uma maior ocupação nos assentos dos gestores destinados à discussão e

deliberação da política local e regional de saúde. Isso permitirá superar os

limites que decorrem das fragilidades em olhar para a Atenção Básica como

ponto de partida da gestão e do cuidado como preconizado nas diretrizes do

SUS, do Pacto pela Vida e do Programa Estadual DST/Aids.

No âmbito do SUS, o aperfeiçoamento da gestão pública ainda

depende da autonomia e do reconhecimento das dificuldades e

vulnerabilidades das políticas de saúde quanto aos aspectos técnicos,

políticos, financeiros e administrativos. Assim, é necessário que os gestores

ocupem e defendam a proposta de regionalização como uma grande

estratégia que possibilitará a superação de ações fragmentadas e isoladas

no SUS.

Page 50: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

41

Se estiver claro para o gestor o foco da importância da

descentralização e a qualificação da rede como uma forma de potencializar

a organização das ações em saúde compartilhadas; a gestão terá um maior

êxito, força de articulação intersetorial e, como decorrência, o avanço na

construção da saúde.

Observamos a invisibilidade e a não abordagem das populações

vulneráveis nas discussões realizadas nos CGRs analisados. Quando essa

discussão apareceu, foi isolada e pouco aprofundada.

Em todas as reuniões realizadas no ano de 2010, o tema das

DST/HIV/Aids foi pouco abordado pelos gestores, embora sendo uma região

com característica de perfil epidemiológico relevante no estado, em número

de casos notificados, número de casos de sífilis congênita e altas taxas de

mortalidade, onde o diagnóstico tardio parece ser a principal causa, além do

abandono do tratamento. Da mesma forma, observamos que não ocorreu

nenhuma proposta de ação concreta para o tema de DST/HIV/Aids.

Nas poucas citações em atas referentes ao tema, não apareceu

nenhum registro quanto às propostas encaminhadas, o que aumenta ainda

mais a vulnerabilidade programática nos CGRs.

O fato de não pautarem, não discutirem quando o tema surge, como foi

no caso da discussão sobre a saúde mental, relacionando-a ao uso do

crack, não contribui para o aperfeiçoamento da discussão e da pactuação

nos CGRs.

Em suma, a presente monografia busca, com esta análise, apontar que

o incentivo para programação anual de metas tem limitações e por si só não

modifica nenhuma realidade. Ou seja, não basta ter o recurso para vencer

as barreiras da vulnerabilidade programática, é preciso em paralelo o

fortalecimento da gestão e consequentemente das ações e das práticas de

saúde desenvolvidas pelas equipes municipais. É fundamental a definição

clara do papel do gestor, a qualificação da gestão e a clareza da importância

da ocupação dos diferentes fóruns, partilhando e defendendo propostas

direcionadas às populações marginalizadas e excluídas nos diferentes

contextos.

Page 51: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

42

A análise do quadro dos três colegiados nos mostra que a questão

programática para as DST/HIV/Aids está muito pouco presente no

planejamento do principal espaço e fórum de deliberação das políticas

regionais de saúde.

Com base na observação realizada, a análise nos mostra ser

importante que os gestores municipais tragam para o fórum de colegiados

discussões relacionadas às DST/Aids, populações vulneráveis e direitos

humanos, como contribuição na articulação regional e construção de

políticas públicas para a região. Assim, é fundamental que se promova uma

maior articulação e engajamento dos coordenadores dos programas

municipais e regional na participação das câmaras técnicas dos CGRs

E mesmo com todas as dificuldades regionais observadas nessa

análise, para o desenvolvimento de ações articuladas de promoção à saúde,

é imprescindível que os CGRs discutam propostas que garantam a

intersetorialidade e a integralidade das ações no nível regional.

Dissecando um pouco mais as afirmações acima, podemos inferir que

há insuficiente relação entre a gestão municipal e a coordenação de

DST/Aids, que por estar vinculada à vigilância epidemiológica (que tem

assento no CGR) a respeita hierarquicamente e por muitas vezes é pouco

priorizada, pela ocorrência de agravos agudos, a exemplo da epidemia de

dengue ou dos elevados casos de meningite.

Lembramos, ainda, o importante papel desempenhado pela

participação das articuladoras regionais da Atenção Básica nos CGRs, o que

é uma grande estratégia, que possibilita a articulação da rede básica de

saúde e sua contribuição para a organização da gestão do sistema regional

de saúde. Assim enfatizamos a importância da prevenção das DST/Aids , no

nível de Atenção Básica do SUS, o que ainda é um grande desafio para as

ações programáticas no estado.

E por último deve existir a defesa da gestão pública em incorporar e

pautar em toda a sua atuação a garantia dos direitos na prevenção e

assistência, garantindo-se assim o direito da população à saúde e à vida,

digna de respeito nas suas necessidades.

Page 52: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

43

E assim o estudo conclui que a não priorização e incorporação dos

temas relacionados às DST/Aids é uma realidade, o que demonstra a

necessidade de um maior investimento nesse sentido.

É necessária a superação das ações hoje fragmentadas, para uma

melhor reorganização de uma rede regionalizada, tendo como meta principal

a descentralização e a qualificação da gestão.

Portanto, há que se pensar e refletir que não basta a existência de

espaços de participação para decisões e reflexão, se os mesmos não forem

ocupados como esperado nas diretrizes do Pacto pela Saúde (2006), para

avançar na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas.

Verificou-se que a participação se apresenta muitas vezes como uma

formalidade a ser cumprida pelos gestores, porque está colocada no

regimento a representação dos municípios nesses colegiados. Isto acontece,

embora se saiba que há entrelaçamento das populações desses municípios,

especialmente dos de pequeno porte com os municípios polo, para a

ocupação de mercado de trabalho, acesso a serviços de saúde ou outros

eventos e situações que determinam o processo saúde-doença, também em

relação às DST/HIV/Aids.

Uma sugestão para a gestão nacional e estadual de DST/Aids é que as

coordenações locais de DST/Aids, além da apresentação da PAM no CMS

como passo essencial de aprovação estadual, também haja esta

obrigatoriedade em relação aos CGRs, pois trata-se de uma forma de

inserção vertical, porém necessária.

É necessário melhorar, também, o registro das reuniões. Para isso,

sugerimos a elaboração de um modelo de ata contendo eixos centrais para o

registro, o que poderá ajudar no fortalecimento do processo de trabalho dos

gestores.

A articulação entre os coordenadores do programa municipal DST/Aids

e os gestores contribuirá para a instrumentalização e para a inserção da

discussão das diretrizes recomendadas pelo Departamento Nacional e

Programa Estadual DST/HIV/Aids nos colegiados, a partir da pautas

propostas e discussões na Câmara Técnica.

Page 53: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

44

Fazer valer na prática o que coloca o Art. 196 da Constituição Federal

– “A Saúde é um direito do cidadão e dever do estado, garantido mediante

políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a

sua promoção, proteção e recuperação” (Brasil, 1988).

E outra conquista assegurada na Constituição para a organização da

saúde: Art. 198 – “As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as

seguintes diretrizes:

I – Descentralização com direção única em cada esfera de governo;

II – Atendimento integral, com prioridade para as atividades

preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.

III – Participação da comunidade“ (Brasil, 1988).

Page 54: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

45

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Ayres, JRCM; Calazans, GJ; Saletti Filho, HC. Adolescência e

Vulnerabilidade ao HIV/Aids: avaliação de uma estratégia de

prevenção entre escolares de baixa renda na cidade de São Paulo.

Rev. Divulgação para a Saúde em Debate, Rio de Janeiro, n.29, p.93-

114, dez 2003.

2. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo:

IMESP; 1988.

3. Brasil a. Lei Federal nº 8080. Dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondente e dá outras providências.

Diário Oficial da União, Brasília (DF). 1990 19 set.

4. Brasil b. Lei Federal nº 8142. Dispõe sobre a participação da

comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS e sobre as

transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área

da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília

(DF). 1990 28 dez.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 399. Divulga o Pacto pela

Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes

Operacionais do Referido. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2006

22 fev.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de

Apoio à Descentralização. Regulamento dos pactos pela vida e de

gestão/Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Coordenação de

Apoio à Gestão Descentralizada. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Departamento de

Apoio à Descentralização. Coordenação – Geral de Apoio à Gestão

Descentralizada. Diretrizes operacionais pelos Pactos pela Vida, em

Defesa do SUS e de Gestão. Brasília: 76 p. (Série A. Normas e

Manuais Técnicos).

Page 55: Zulmira da Rocha Meireles - Cidadão - Secretaria da Saúde filea continuar, Paula, Sônia, Renata, Tânia, Ana Alice, Lúcia, Tati, Marco,Marcus e Victor Reis. Aos colegas do GVE

46

8. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria Ministerial nº 2313, Instituindo

Incentivo para estados, Distrito Federal e municipal no âmbito do

Programa Nacional de HIV/AIDS e outras DST. Diário Oficial da

União, Brasília (DF). 2002, 19 dez.

9. Gil AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas;

1994.

10. São Paulo (Estado). Decreto nº 51.438. Cria unidade na

Coordenadoria de Regiões de Saúde, da Secretaria da Saúde, altera

a denominação e dispõe sobre a reorganização das Direções

Regionais de Saúde e dá providências correlatas. Diário Oficial do

Estado, São Paulo. 2006, 28 dez.

11. Ministério da Saúde. O SUS A a Z: garantindo saúde nos municípios.

Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Brasília:

2005.

12. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Boletim

Epidemiológico AIDST .Programa Estadual DST/AIDS, Centro de

Referência e Treinamento DST/AIDS – Divisão de Vigilância

Epidemiológica, Coordenadoria de Controle de Doenças nº 1, dez

2010.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão e Estratégica e

Participativa. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2001:

regulamentação da Lei nº 8080/90/Ministério da Saúde. Secretaria de

Gestão Estratégica e Participativa . Brasília: Ministério da Saúde,

2011.

14. São Paulo (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Atenção Básica

– Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/gestor/atenção-

basica.

15. São Paulo (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Disponível em

http://www.saude.sp.gov.br/ses/perfil/gestor/homepage/outros-

destaques/formas/de/gestão.