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    N.º 13DEZ./JAN./FEV. 2013

    €3.00Portugal [Cont.]

    > Carro em movimento> De cabeça para baixo

     G U IA S  P RÁ T I C O S

    As histórias e segredospor detrás das fotografias

     C O M O  F O I  F E I TA

    Algumas das MaravilhasFotográficas de Portugal

     D E SA F I O

    AS MELHORES OBJETIVASOPÇÕES DE FILTROS PARA CONVERTER A SUA CÂMARA TÉCNICAS E EDIÇÃO

    No mundo invisível

    do

    3.º AN I V E RS ÁRI O OBRIGADO A T ODOSOS NOSSOS LEIT ORES

    Uma das técnicas mais misteriosas e fascinantes da fotografia

    A  fo togra fia de arqui te tura

    pelo fo tógra fo pro fi s sional

    Miguel Coel ho

     P E LA  O B J E T I VA  D E...

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    2 | zOOm

    clickO QU E V AI ENCONT RAR NA zOOm

    Foto da capa: Maurício Reis

    FICHA TÉCNICA zOOM n.º 13   [Dez./Jan./Fev. 2013

    DIRECTOR Maurício Reis REDAÇÃO Cláudio Silva, Marcos Fernandes, Paulo Jorge Dias, Pedro Portela MARKETING/CIRCULAÇÃOSandra Mendes ARTE/GRAFISMO +ideias design IMPRESSÃO Peres-Soctip - IndústriasGráficas, S.A DISTRIBUIÇÃO Vasp, Lda PROPRIEDADEMR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609 | REDAÇÃO|PUBLICIDADERua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001-902Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail: [email protected] | [email protected] | [email protected]

    Depósito legal: 305470/10 | Registado na E.R.C. n.º 125761 Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.500 exemplare

    [ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]

    http://www.zoomfp.com www.flickr.com/photos/revistazoom http://twitter.com/revista_zoom http://www.facebook.com/pages/Revista-zOOFotografia-Prática/183784928322852

    > EDITORIAL

    Passou tanto e tão pouco tempo. Foi exatamente há tr ês anosque embarcámos nesta aventura. Por um l ado parece-nospouco. Afinal, com três anos ainda somos uma cr iança. Mas, poroutro, muitos não acreditavam que pudéssemos chegar tã olonge e durar tanto tempo. Talvez sejamos uma cri ança birrenta,ou com personalidade forte, ou diferente.

    Não sabemos se vamos cá estar sempre. Se mais uma ou miledições. Mas, seja qual for o nosso prazo de validade, queremosque seja a inspirar os nossos leitores. Foi, é e sempre será o quenos move.

    Em três anos a zOOm tornou-se numa das revistas preferidas dequem gosta de fotografia, seja iniciado, ou com experiência.Somos companhia de novos, pessoas experientes, homens emulheres. Chegámos ao Brasil - embora ainda de forma tímida,mas já com muitos seguidores. Criámos secções originais,como a 'Uma hora de fotografia', ou 'Foto-Aventura'. Lançámos,já este ano, dois eBooks, o especial zOOm "20 ProjetosFotográficos", em papel, e o primeiro episódio zOOm Vídeo.

    Ao mesmo tempo patrocinámos concursos, divulgámos ações eworkshops, ajudámos instituições de elevado interesse público.

    Mostrámos e mostramos o trabalho de vári os fotógrafos nacio-nais, profissionais e amadores.

    Como vê, não parámos. E esperamos não parar nos próximostempos. Só precisamos de continuar a merecer a sua preferên-cia.

    Que no próximo ano cá estejamos de novo para apagar as velas.

    Inspire-se e... boas fotografias.A Direção 

    03 > LivrosQuatro bons livros para o acompanhar neste inverno.Sente-se no sofá, acenda a lareira, ouça a chuva a baterna janela e maravilhe-se com as espetaculares fotogra-fias.

    05 > ConhecerNão os conhecemos pessoalmente, mas não nos impor-távamos. São fotógrafos internacionais que oferecembeleza visual. Ou seja, são autênticas fontes de inspira-ção.

    06 > À la minuteExplicamos tim-tim por tim-tim como pode criar ummosaico de fotografias, que simula a criação de outra.Parece complicado? Acredite que nem por isso.

    08 > ExposiçãoA nossa galeria está a aberta a todos os fotógrafos,sejam amadores ou profissionais. Não cobramos entrada

    e ainda garantimos muitos visitantes. Participe com assuas fotografias.

    18 > IniciadosPor esta altura já deve ter um filtro polarizador. Ou, pelomenos, já ouviu falar neste acessório. Mas será que oestá a usar corretamente? Veja como dar um toquemágico às suas fotografias.

    22 > PráticaUm dos guias práticos é pura ilusão. Nem precisa de ter

    material topo de gama. Uma compacta chega e sobrapara o efeito. O outro guia leva-o ao mundo do movimen-to e é um pouco mais exigente, mas sem ser complica-do. Divirta-se a fotografar com a nossa ajuda.

    27 > Como foi feita | NOVOQuer saber o que levou determinada pessoa a fotografaraquela imagem? E como o fez? Como a editou? Poisbem, nesta nova secção pode ficar a par das histórias

    por detrás da fotografia.

     30 > TécnicaExiste um mundo que nenhum olho humano conseguever, mas que a sua câmara consegue captar. Que mundoé este? É o mundo invisível do infravermelho, uma dastécnicas mais misteriosas e fascinantes da fotografia.

     38 > Maravilhas Fotográficas de Portugal | NOVOO nosso país é pequeno, mas tem tanta beleza para ofe-recer. Se está sem ideias do quê e de onde fotografar,

    veja o que alguns leitores sugerem, como sendo umamaravilha fotográfica de Portugal.

    40 > Pela objetiva de...Miguel Coelho e João Rebelo Rodrigues são os convida-dos desta edição. Com alguma paciência para nos atu-rar, lá acabaram por revelar o que os levou à fotografia eo que lhes agrada mais na mesma. E também um truqueaqui e outro acolá.

    18 30 40

    E vai mais um...

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    livrosQ U E DE V E T E R N A S U A E S T AN T E . T E X T O: M AR COS F E R N AN DE

    Quantas faces tem Cindy Sherman?Será que a podemos considerar mul-tifacetada? Terá alguma vez produzi-do um autorretrato, apesar de ser sempre a

    sua próprio modelo?A vasta obra de Cindy Sherman é peculiar

    no panorama da fotografia contemporânea.Ela é sempre a protagonista das imagensque faz, mas encena-as. Coloca-se na pele, eno papel, de outros, na maior parte das vezesde outras, femininas. Na sua ausência pre-sente, representa estereótipos sociais, histó-ricos e culturais. Com isso, deixa um olharprovocante sobre os papéis sociais que roubada sociedade mediatizada e estilizada.

    Untitled Film Stills (1977-1980) atirouSherman para a ribalta dos artistas na NovaIorque dos anos 80 e 90. São dezenas deimagens nas quais encenou personagens defilmes de categoria B dos anos 50, ou de fil-

    mes noir. Melhor dizendo, recriou as ima-gens que no senso comum havia dos tiposfemininos veiculados por filmes, televisão,revistas e pela publicidade.

    Para além dos untitled, fez stills sobrefiguras que utilizavam transportes públicos,na série Bus Riders (1976-2005). Entre 1976 e

    2000 encenou oshabituais persona-gens de uma estó-ria de crime, com omordomo, o dete-tive, a femme fa-tale e o fotógrafo.Na série Fashion parodiou a figura femininaao juntar erotismo e o consumismo de roupluxuriante dentro das mesmas imagens. EmHistory Portraits/Old Masters (1988-1990)encarnou personagens, femininas mas tam-bém masculinas, inspiradas em pinturasrenascentistas de artistas como Botticelli ouCaravaggio. Já no Século XXI vestiu-se de1001 palhaços. Cindy Sherman tem posto a

    nu a forma como a sociedade consumista ehipermediatizada constrói identidades con-temporâneas. São esses retratos, feitos emmais de 30 anos, que são agora compilados.Este livro é o catálogo da restrospectiva queesteve a meio do ano no MoMA, o Museu deArte Moderna de Nova Iorque.

    Cindy ShermanFOTOS DE CINDY SHERMAN | EDITORA: La Fábrica | PÁGINAS: 264 | €48

    Hasselblad Masters vol.3 EvokeFOTOS DE VÁRIOS | EDITORA: teNeus | PÁGINAS: 240 | €79,90

        ©

         C    i   n    d   y    S    h   e   r   m   a   n

    AHasselblad é conhecida pelaextrema qualidade das máqui-nas mas também por ser um

    produto de luxo. A primeira razão levoua NASA a escolher a blad para ser usadana lua (e lá permanecem 12 corpos demáquina, de que apenas regressaram oschassis com película). A segunda razãomotiva, por exemplo, as críticas que amarca tem recebido nos últimos tem-pos sobre a máquina de 24 mp, semespelho, que vai ser lançada no próximoano. A Hasselblad Lunar – curiosidade! –,

    deve custar à volta de 5000 euros... Por umaou por outra razão, a marca sueca tem umareputação a manter. E é por isso que anual-mente tem patrocinado um prémio embusca da excelência nas mais variadas cate-gorias fotográficas.

    ‘Masters vol.3’ junta imagens de 11 fotó-grafos, estabelecidos e promessas, que aHasselblad considera os melhores domundo. Depois de uma triagem feita porvotação online, um júri selecionou o vence-dor em cada categoria e a marca entregou o

    melhor equipamento possível para que cadaum interpretasse o tema Evocar (Evoke) à

    sua maneira.O alemão Frank Meyl mostra o resultado

    na categoria arquitetura, o norte-americanoJon Lowenstein em fotojornalismo, o chinêsEric Wong em moda, o francês OlivierValsecchi em belas-artes, o belga Tom D.Jones na categoria paisagens e natureza, ogaulês Denis Rouvre em retrato, o polacoMilosz Wozaczynski em casamentos e social,o germânico Joachim Schmeisser em vidaselvagem, o norte-americano Joe Felzmanem marcas, o dinamarquês Ken Hermann

    em tema geral e o espanhol VicenteAnsola no sugestivo up & coming. Para2012, a Hasselblad considera que estessão a nata da fotografia. Engole? Paraformular opinião aceite duas ideias.Espreite o resumo de cada autor no siteda marca sueca – clique lá em cima, nocentro, em masters –, para levantar ligei-ramente o véu. Depois, há que tirar tei-mas ao folhear o livro. Se você sentir quefaz melhor, que tal participar na próxi-ma edição do Masters?

         ©      T

       o   m      D .

         J   o   n   e   s ,

         H   a   s   s   e     l     b     l   a     d     M   a   s    t   e   r     2     0     1     2   :     L   a   n     d   s   c   a   p   e   s     /     N   a    t   u   r   e

    Untitled #463. 2007/2008

    Chromogenic color print, 174.2 x 182.9 cm; Cortesia da arti sta e de MetroPictures, Nova Iorque

                                                                                                          ©                                                                                                        K

                                                                              e                                                                           n

                                                                                                            H                                                                          e                                                                           r                                                                          m

                                                                              a                                                                          n                                                                          n

                  ,                                                                                                                      H

                                                                              a                                                                          s                                                                           s                                                                           e 

                                                                                                            l                                                                                                        b                                                                                                         l                                                                          a

                                                                                                        d                                                                                                        M

                                                                              a                                                                          s 

                                                                                                        t                                                                          e                                                                           r

                                                                                                            2                                                                                                        0  

                                                                                                          1                                                                                                        2

                                                                              :                                                                                                        G

                                                                              e                                                                           n                                                                          e                                                                           r                                                                          a

                                                                                                            l

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    livrosQ U E DE V E T E R N A S U A E S T AN T E . T E X T O: M AR COS F E R N AN DE S

    “Aminha mãe e eu somos os únicosmembros que restam de umagrande família italiana.Convencida de que estava a tirar o pesadofardo do passado familiar de fora dos meusombros, ela chamou-me para dizer que tinhadeitado fora os slides da família”, contextua-

    liza Lorena Guillén Vaschetti. Aconteceu em2009. Vaschetti conseguiu recuperar apenasuma das muitas caixas de que a mãe setinha descartado. Fotografou os diapositivos,rescrevendo, a seu bel-prazer, o próprio pas-sado.

    As fotografias foram captadas com deter-minada perspetiva e profundidade de campode forma a deixar as imagens originais compartes desfocadas. É o que acontece com osrostos dos familiares de Lorena GuillénVaschetti. Desta forma, o passado da artista

    fica assumidamente misterioso, fantasma-górico. Numa segunda secção do livro, aartista apresenta grupos de slides que elaoptou por não remover de dentro de elásti-cos. Vaschetti prefere não conhecer os segre-dos deste lote de fotografias.

    A construção da memória e da crença, e o jogo entre o que é revelado ou velado, são

    temas queparecem inte-ressar a estaartista argen-tina. ‘Historia,memoria ysilencios’ é a

    primeiramonografia de Lorena Guillén Vaschetti.Para acompanhar este artigo, escolhemosuma fotografia que apostamos ter sido tira-da no Santuário de Fátima, em Portugal.Questionada pela zOOm sobre o local, aautora deu uma resposta condizente com oespírito do livro: não sabia onde a família, nopassado, tinha estado. ‘Historia, memoria ysilencios’ foi considerado um dos livros defotografia do ano pela PDN & Photo España2012.

    Propositado ou acidental, o título traz àmemória o clássico livro de fotografia‘Lisboa, cidade triste e alegre’, de VictorPalla e Costa Martins. E esta ‘Lisboa amargae doce’ de Gageiro tem, de facto, alguns pon-tos em comum com a outra obra. Ambosmostram pedaços da cidade através da genteque a habita, e fazem isso intercalando foto-

    grafias a preto ebranco com

    poemas denomes consa-grados. Palla eMartins tiveraminéditos deDavid Mourão-Ferreira,Eugénio deAndrade e Jorgede Sena.Gageiro recupe-ra Ary dosSantos, Luís deCamões eFernandoPessoa. Mas háaspetos bemdiferentes. A

    ‘cidade triste e alegre’ surgiu em fotografiasreenquadradas segundo uma harmonia emelodia melancólicas do design do livro, quetinha folhas de vários tamanhos, algumasdesdobráveis. A ‘Lisboa amarga e doce’ jáassim não é. É um modelo clássico, em que aobra não é o próprio livro mas antes as foto-grafias que ele alberga.

    ‘Lisboa amarga de doce 1975/2010’ é a con-tinuação de ‘Lisboa no cais da memória

    1957/1974’, também de Eduardo Gageiro. Éum retrato agridoce da capital, no traço pro-fundamente humanista que é característicoao fotojornalista. Tem a cidade, o Tejo e tudoTem os retornados, as marchas, os namora-dos, as procissões, o trabalho e o demais quotidiano. Tem os lisboetas. Conta uma históriade vida da Democracia na capital portugue-sa, uma estória na visão de Eduardo GageiroEstá tudo em 300 fotografias, numa ediçãobilingue portuguesa e inglesa.

    Lisboa amarga e doce 1975/2010FOTOS DE EDUARDO GAGEIRO | EDITORA: Câmara Municipal de Lisboa | PÁGINAS: 320 | €50

       ©    E   d

       u   a   r   d   o   G   a   g   e   i   r   o

    Historia, memoria y silenciosEDITADO POR LORENA GUILLÉN VASCHETTI | EDITORA: Schilt Publishing | PÁGINAS: 85 | €44

    Ary dos Santos com Natália Correia, 1975

         ©      L

       o   r   e   n   a     G   u    i     l     l     é   n     V   a   s   c     h   e    t    t    i

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    conhecerF O T Ó G R A F O S D E C Á E D E L Á

    FOTÓGRAFOSNa zOOm damos-lhe a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo,sejam eles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grandemaioria, autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende(e muito) sobre fotografia... a ver.

       ©    I

       n   g   o   A   r   n   d   t

    Ingo ArndtDesde 1992 queIngo trabalha comofotógrafo de vidaselvagem. Este ale-mão, que nasceuem Frankfurt, em1969, desde cedo seapaixonou pela

    fotografia. As suas imagens são publicadasum pouco por todo o mundo em revistascomo GEO, National Geographic, BBC

    Wildlife e Terre Sauvage. E não para umsegundo, sempre acompanhada pela mulherSilke Arndt, que filma todos os passos domarido. Por ano passa seis meses a viajar,em trabalho, em projetos que lhe consomemdias, semanas até. Um dos mais recentespassa por fotografar animais que vivem emmassa, isto é, em grandes comunidades,como caranguejos, pinguins, alforrecas, mor-cegos, entre muitos outros. Ingo vive da epara a natureza, doando parte dos lucros ainstituições que protegem o ambiente. Em2005 ganhou um prémio no conceituadoWord Press Photo pela sua reportagem“Animal Feet” para a revista GEO. E desde2002 que coleciona prémios no WildlifePhotographer of the Year. Para além do seutrabalho de campo, já escreveu mais de dezlivros – o último, Tierreich, ainda não dispo-nível em inglês, é qualquer coisa de fabuloso– e as suas fotografias já foram expostas emdiversos museus por toda a Europa.www.ingoarndt.com

    Mitch DobrownerA vida de Mitchpodia ter sido umatempestade. Naadolescência sen-tiu-se perdido, masum gesto importan-te do pai, que lheofereceu uma velha

    Argus, colocou-o no caminho certo. Máquinafotográfica na mão e ver muitas imagens deMinor White e Ansel Adams, inspirou-o e

    tornou-o num viciado na fotografia. Aos 21anos sai de casa, deixa tudo e todos paratrás, pelo caminho conhece a mulher, têmtrês filhos e abre um estúdio de design. Afotografia fica a marinar... até 2005.Inspirado pela família, pega novamente nascâmaras e o resultado está à vista. As suasfotografias são poderosas, ou não retratas-sem na perfeição algo de que todos fugimos:tempestades. Afinal, o que esteve para “apa-nhar” Mitch na adolescência, tornou-se napresa. Dobrowner persegue-as para ondequer que vão. Ele adora-as. Nunca tem medo.Atualmente trabalha no digital como jáfazia no analógico. Na sua Canon 5D MK IImuda para o modo preto e branco e recorreao LiveView para ver uma representaçãoaproximada da imagem, mas preferencial-mente exposta para a direita. Mitch expõesempre para a direita, para evitar ruído nassombras. As peças mais importantes do seuarsenal fotográfico são o tripé e o... gorro –tem cabelo comprido e assim evita tê-lo nosolhos. E se começar a chover, cobre a câmaracom ele.www.mitchdobrowner.com

         ©      M

        i    t   c     h     D   o     b   r   o   w   n   e   r

    Alexander Semenov Alguns humanos játiveram contactocom ‘aliens’.Alexander Semenové um deles. Masnão estamos a falarde marcianos ouqualquer outro

    extraterrestre. Estes vivem nas profundezasdos oceanos, onde só alguns vão. Licenciadopelo departamento de Zoologia da

    Universidade de Moscovo, especializou-se noestudo de animais invertebrados. E rapida-mente começou a trabalhar na estação bio-lógica do Mar Branco, onde é atualmentechefe da equipa de mergulho. E juntou atudo isto a sua paixão pela fotografia.Começou por fotografar pequenos seres queapanhava no fundo do mar e levava-os parao laboratório. Não tinha qualquer equipa-mento profissional, nem objetivas, nemluzes. Ao fim de três meses de tentativasfalhadas, lá começaram a surgir as primeirasboas imagens. Venceu, mais uma vez, a per-sistência e a prática. Abriu os cordões àbolsa, adquiriu equipamento semi-profissio-nal e mergulhou nas profundezas para registar os seus habitantes no seu próprio habi-tat. Segundo Semenov, é bastante mais difí-cil, mas com o tempo vai-se ganhando aexperiência necessária. Passados algunsanos, de cada vez que mergulha sai de lácom algumas boas fotografias. Imagens quea grande maioria de nós, mortais, só poderáter acesso graças ao talento e dedicação deAlexander.http://clione.ru

         ©      A

         l   e   x   a   n     d   e   r     S   e   m   e   n   o   v

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    à la minuteE DI ÇÃO R ÁP I DA DE I M AG E N S

    Mosaicode fotografias

    Uma verdadeira imagem mosaico é criada combinando as cores de centenas, ou milha-res, de imagens mais pequenas com os tons da imagem final. É um processo compli-cado que obriga a ter uma enorme livraria de fotografias que permitam concluir comêxito o efeito.

    Mas, graças ao Photoshop e aos seus modos de mistura de camadas, criar o efeito de ummosaico nunca foi tão simples. E nem precisa de percorrer o disco à procura de centenas deimagens para o efeito. Até pode usar uma única fotografia, mas o efeito é mais agradável serecorrer a várias imagens – no nosso caso, 16 mais a fotografia original que dará origem àfinal. Para ser mais fácil o trabalho, pode juntá-las todas numa única pasta.

    Se, por outro lado, quiser começar a criar imagens mosaico com muita regularidade, saibaque existem alguns programas para o efeito. Dois dos mais populares são o Mosaic Creator eo AndreMosaic. O primeiro custa pouco mais de €20, mas pode ser testado durante 30 dias. O

    segundo está disponível gratuitamente a partir do endereço www.andreaplanet.com/andrea-mosaic.Fique com o nosso guia passo a passo e divirta-se.  Z

    4Terminado o processo, vá a ‘Layer’ > ‘Flatten Image’ para combinartodas as imagens numa única camada. Clique em ‘Edit’ > ‘DefinePattern’, dê como nome Mosaico, por exemplo, e clique em OK. O

    seu padrão está agora guardado para qualquer uso futuro. Pode fechar aimagem mesmo sem a guardar. Está na hora de abrir o ficheiro que querusar como imagem final.

    5Crie uma nova camada, bastando ir à paleta ‘Layers’ e selecionar aopção ‘New Layer’. Vá até à barra de ferramentas e escolha a ferra-menta ‘Paint Bucket Tool’. Na barra superior clique em ‘Foreground’

    e selecione ‘Pattern’. Depois carregue no pequeno ícone à direita e sele-cione o Mosaico criado no passo anterior. Insira o mesmo na foto clican-do em qualquer parte da imagem.

    6Na paleta ‘Layers’ altere a opção ‘Blending Mode’ para ‘Hard Light’.Use agora a barra de opacidade (‘Opacity’) para reduzir a opacidadda camada do mosaico. O valor depende de como deseje o resultad

    final, ou da imagem principal. No nosso caso rondou os 40% e funcionourelativamente bem com a foto que selecionámos.

    1Primeiro torne do mesmo tamanho cada uma das imagens que vão

    fazer de mosaico. Abra a primeira fotografia e selecione a ferramentade corte (‘Crop Tool’). Na barra de topo entre o valor 250px nas cai-

    xas de largura e altura (‘Width’ e ‘Height’). Clique e arraste para selecio-

    nar a área que quer incluir. Carregue na tecla ‘Enter’ para cortar.

    2Agora vá ao menu ‘Select’ > ‘All’ e ‘Edit’ > ‘Copy’. Ou seja, deu ordem

    para copiar a imagem. Crie um novo documento indo a ‘File’ > ‘New’.Defina a largura e altura para 1000 pixeis e clique em OK. No menu

    ‘View’ verifique se a opção ‘Snap’ está selecionada e depois faça colar,

    indo a ‘Edit’ > ‘Paste’. Recorrendo à ferramenta de movimento (‘MoveTool’) “prenda” a imagem no canto superior esquerdo.

    3Repita os primeiros dois passos para cada uma das imagens (para

    este tamanho tente juntar 1 6 fotos, mais a principal), cortando,dimensionando e copiando antes de colar no novo documento. Use

    a ferramenta de movimento para “trancar” cada imagem junto às ante-

    riores.

     O R I G I NA L

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     E D I TA DA

    Este efeito funciona muito bem com fotografias de pessoas, mas

    experimente com temas diferentes e veja o que consegue obter.

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    NOME: Sandro Porto

    IDADE: 38

    CÂMARA: Nikon D3000

    WEB: http://www.flickr.com/photos/24771827@N03/    D    E    S    T    A    Q    U

        E    D    A

        E    D    I    Ç    Ã    O

    Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, para

    [email protected] ), acompanhadas do

    respectivo título, uma pequena descrição e, caso preten-

    da, pode contar a sua história de vida ligada à fotografia.

    As fotos devem ter pelo menos 1500 pixéis no lado

    maior 300 dpi) e manterem o EXIF.

    zOOm - Fotografia Prática

    Apartado 97 . 3001-902 Coimbra

    Gostaria de veras suas fotosnesta secção?

    “Sou publicitário e nas horas vagas

    gosto de fotografar. O prazer pela

    fotografia surgiu em 1999, quando

    ganhei um concurso publicitário e um dos

    prémios foi uma máquina fotográfica digital.

    A partir daí comecei a fotografar e não parei

    mais. Sempre que posso levo comigo a

    minha máquina, uma Nikon D3000. Uma

    máquina simples como as minhas fotos.

    Fotos estas que retratam os detalhes do dia-

    a-dia, o cotidiano urbano, a rotina das pes-

    soas e a grandiosidade dos prédios que nos

    rodeiam. Para mim, qualquer lugar é um

    bom lugar para fotografar, desde que se foto-

    grafe com paixão. Agora deixo-vos um

    pequeno ensaio noturno que fiz na Fundação

    Champalimaud, com o tema ‘Luz e Sombras’.”

    Nikon D3000 . 18mm . f/7.1 . 15” . ISO 100

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    Nikon D3000 . 40mm . f/10 . 8” . ISO 100

    Nikon D3000 . 34mm . f/9 . 2” . ISO 100

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    ETÃ COSTA

    “A minha paixão pela fotografia é ‘genética’. O meu pai, enquanto a vida corrida dodia-a-dia não tomou todo o seu tempo, sempre andou com uma câmara fotográficana mão, para onde quer que fosse. A minha mãe, nos idos de 1982, depois de um

    mini-curso de fotografia, montou um laboratório para revelar a p&b em casa, só por hobby.Assim, desde criança, sempre gostei de câmaras. Mas, normalmente, estava do ‘lado erradodelas’, a ser fotografada, até que, um dia, isso mudou. A minha primeira reflex foi compradaem agosto de 2008 para uma viagem a Marrocos. A partir daí andei, durante quase três anos,com a câmara no modo ‘automático’, até que comecei a experimentar, lentamente, primeirosozinha, e depois com amigos, a ‘fazer fotos a sério’. Em maio de 2011 participei do meu pri-meiro (e único, até agora) concurso sob o tema “ENERCON Wind Day”, recebendo Menção

    Honrosa e tendo como prémio a exposição da minha foto na Pastelaria Caravela, em Viana do

    Castelo. Pouco depois vi a oferta de um workshop de macrofotografia (do Pedro Martins), noFacebook, e resolvi mudar isso de vez! Corria o mês de julho de 2011. Talvez por ter começadcom a macro, eu tenha especial predileção por esse ‘mundo pequenino’. Desde então, nãoparei mais! De workshop em workshop (já coleciono mais de 20), de passeios fotográficos empasseios fotográficos, ando sempre à procura daquilo que todos os apaixonados por esta artetambém procuram: melhorar, aperfeiçoar, fazer ‘aquela foto’. Porque a melhor fotografia quetiramos será sempre... a próxima!”

    CIMA ESQUERDA: OLHARNikon D60 . 105mm . f/3.5 . 1/100” . ISO 100

    CIMA DIREITA: ARANHA

    Nikon D60 . 60mm . f/8 . 1/200” . ISO 100

    LUÍS SANTOShttp://luissantosphoto.blogspot.pt

    “Nasci em outubro de 1976,em Lisboa. Vivo na cidade deminha alma. Sou um fotógrafo

    amador desde muito cedo. Desenvolvo amaior parte do tempo na fotografia derua, animais e retratos.”

    DIREITA: ZEBRA DE GREVYSony a700 . 60mm . f/4.5 . 1/125” . ISO200

    CLAUDIA DRAGILA

    “Tenho 27 anos e sou natural da Roménia.Sempre gostei de fotografia, mas só há poucotempo consegui comprar a minha máquina. Fique

    fascinada pelas fotografias macro que tive a oportunidade

    de ver com a ajuda da vossa revista N.º 11 (em www.juzapho

    to.com). Estou sempre a aprender através de revistas, livros

    e internet, na esperança de um dia conseguir fotografias

    dignas de revista.”

    CIMA: LIBELINHA 1Nikon D3100 . 300mm . f/5.6 . 1/500” . ISO 200

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    ANA LOURO

    “Sou a Ana, natural de Cascais, mas a viver 90 % do tempo no Alentejo, por moti-vos profissionais. Engenheira de Minas durante o dia, e aventureira e fotógrafadurante o restante tempo. Já lá vão uns anos desde que comecei a interessar-me a

    sério por fotografia, embora o que mais goste na fotografia seja a fotografia em viagem, atéporque sempre que posso sou turista (dentro e fora do país). Ultimamente, tenho tambémdado uns toques na fotografia noturna e urbana. Qualquer dia, quem sabe, talvez dê os pri-meiros passos na fotografia de moda... Atualmente tenho uma CANON EOS 1000D e um tripéinseparável, para fazer as minhas brincadeiras com fotos ‘em movimento’.”

    CIMA ESQUERDA: SAHARA“Um passeio pelo deserto do Sahara, ao pôr do sol.”Canon 1000D . 18mm . f/3.5 . 1/1000” . ISO 100

    CIMA DIREITA: OÁSIS“Paisagem típica do Sul de Marrocos: as casas de adobe confundem-se na paisagem. Oásisno meio do deserto.”Canon 1000D . 18mm . f/3.5 . 1/400” . ISO 100

    CATARINA SOUSAhttp://www.facebook.com/pages/Catarina-Sousa-photography/196780843669299

    “A fotografia desde cedo revelou-se como sendo um dos meus maiores interesses euma grande paixão. Atualmente, encontro-me a tirar a licenciatura no curso deArtes Visuais Fotografia. A fotografia em si tornou-se numa essência, mas fotogra-

    fia de moda, retrato e fotografia artística são as que me conseguem de imediato cativar.Fotografar tornou-se não só parte do meu dia-a-dia e interesse pessoal, como se tornou amelhor forma de eu me conseguir expressar. Emoções, Sentimentos, Pensamentos, Ideias...acabam por ser diversas as coisas que, em conjunto, conseguem juntar-se e formar a eterni-zação do momento na fotografia.”

    CIMA ESQUERDA: CAN’T BE CHANGED“Modelo: Janine Dias - Os olhos desta bela rapariga são, de imediato, cativantes.”Canon 550D . 50mm . f/5.6 . 1/180” . ISO 800

    CIMA DIREITA: PURPLE“Modelo: Ana Mafalda Osório - Nesta foto a beleza da Mafalda fala por si.”Canon 550D . 123mm . f/5.6 . 1/180” . ISO 400

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    CARLA FERNANDES www.flickr.com/photos/hotaskim_ll/

    “Dada a minha profissão, não pos-suo tempo livre para fotografar daforma que desejaria, nem investir

    mais na experiência prática de longas expo-

    sições e fotografia paisagística, que euadoro ver e que gostaria de fazer. Por issoenveredei pelas fotografias de proximidade,de rua, aquelas que estão mais à mão, masque encerram uma mensagem para quem asobserva. E comecei a sentir-me cada vezmais fã do preto e branco para oferecer maissentimentos aos registos. Trabalho imensoem modo manual, gosto de controlar a luz àminha maneira.”

    CIMA: NOTICIAS DA NAMORADA“Criança de Piodão, em Piodão, Portugal.”Nikon D3000 . 38mm . f/6.3 . 1/125” . ISO 200

    CRISTINA CORREIAhttp://be.net/CristinaMaiaCorreia

    “Sempre tive esta enorme paixãopela fotografia, mas apenas de háuns anos para cá entrei mesmo

    dentro deste ‘mundo’, quando comprei a

    minha primeira câmara SLR, a Canon1000D. Desde aí fotografo um pouco detudo. Estudo Design de Comunicação, naUniversidade do Algarve, e nos meus temposlivres dedico-me bastante à fotografia.Tenho-me especificado mais na área damoda, mas gosto sempre de trabalhar numpouco de tudo, pois assim é que evoluirei.”

    CIMA: BLACK TIE WHITE SHIRT 1Canon 1000D . 300mm . 1/800” . f/5.6 . ISO100

    DENISE FERREIRA www.facebook.com/pages/DeniseFerreira-Fotografia/206846312670132

    “O mundo da fotografia já me fas-cina há algum tempo. Sou umamera amadora e fotografar é a

    minha grande paixão. Como estilo principalprefiro fotografia relacionada com moda,onde treino desde sempre com uma grandeamiga minha que me ajuda neste sonho. Em2010 substituí a minha Canon 350D pela550D, o que me ajudou numa grande evolu-ção. Esta é acompanhada pela objetiva50mm F/1.8 II. Para mim a fotografia é umamaneira única e maravilhosa de vermos oMundo como mais ninguém vê.”

    CIMA: ELEGANCECanon 550D . 50mm . f/1.8 . 1/1000” . ISO 100

    FILOMENA PIRES www.facebook.com/pages/MenaPires-Fotografia

    “Nem sei bem como tudo come-çou. Acho que nasceu comigo,mas a evolução talvez tenha acon

    tecido no momento em que me oferecerama primeira máquina, quando tinha 3 anos,uma compacta da Kodak. Em termos detemas favoritos, no início deixei-me fascinarpela paisagística e pela de arquitetura (principalmente histórica). Agora estou a desco-brir a fotografia de retrato, especialmentecom os membros da banda The Right Boys,um grupo recente, do qual eu sou a fotógra-fa oficia l.”

    CIMA: ÁRVORE DOS ROMÂNTICOSSony a200 . 18mm . f/3.5 . 1/30” . ISO 125

    ANA LUÍSA DOS SANTOS

    “Nasci a 7 de dezembro de 1995 esempre cresci com o bichinho dafotografia, até que me apareceu a

    oportunidade de tirar um curso de fotografiae aproveitei. Gosto de todos os géneros defotografia, mas o que se destaca é o damoda. Comecei por fotografar umas amigas.Depois, eu e duas colegas, ambas com curso

    de fotografia, decidimos criar um projeto,em que fazemos sessões fotográficas. Nãotenho uma ótima máquina fotográfica (Sonya230), mas como sempre me disseram: ‘nãoé a máquina que faz o fotógrafo’. ”

    CIMA: ANA RITA TELESSony a230 . 140mm . f/5.6 . 1/400” . ISO 100

    BEATRIZ COUTO

    “Tenho 18 anos e vivo nos Açores,mais especificamente em SãoMiguel. Frequento o terceiro ano

    de um curso de multimédia no qual traba-lhamos com fotografia - é a minha área pre-ferida. Creio que não é difícil ficar apaixona-do(a) pela fotografia e eu sou. No primeiroano do curso comprei a minha primeira eatual máquina reflex, uma Canon 500D, apartir daí ela tem sido a minha companhia.”

    CIMA: SÓNIA REGO“Esta imagem é um dos registos da sessãofotográfica entre vários colegas da turma.Estamos num curso de multimédia e, porvezes, realizamos este tipo de atividades.”Canon 550D . 19mm . f/4.5 . 1/64” . ISO 400

    BRUNA MOREIRA

    “Desde pequena que faço a ilus-tração de poesias e corpos deescrita da minha autoria utilizan-

    do desenhos. E desde os 10 anos utilizo tam-bém a fotografia. Aos 14 anos tive a felicida-de de poder frequentar um curso profissio-nal de fotografia e fui aprendendo tudo oque existe na área. Tenho o meu estúdio emateriais de todo o tipo.”

    CIMA: O SIGNIFICADO DA VIDA“Numa das aulas práticas tive de fotografaralgo de diferente, que fosse captado aoacaso. A abertura entre as nuvens quaseforma um coração, e isso fez-me tirar omáximo partido delas.”Canon 1100D . 45mm . f/10 . 1/500” . ISO 100

    BRUNO ROCHA www.facebook.com/brunorochafotografia

    “Vivo no Porto e desde muitocedo descobri o gosto pela foto-grafia. Comecei por fotografia de

    paisagens e arquitetura. Mais tarde, paraevoluir neste mundo fantástico da fotografiainseri-me na fotografia de retrato. O simplesfacto de fotografar completa-me.”

    CIMA: CASAMENTOEsta imagem foi conseguida numa uniãomatrimonial, para a qual fui contratado.”Canon 1000D . 1/100” . ISO 100

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    Vencedores de passatempos do site

    ForumFotografia.net

    JOÃO DUARTE

    "Considero-me um amador de 27 anos, residente numa pequena aldeia do concelho de Santa Maria da Feira, distri

    de Aveiro. O bichinho da fotografia mordeu-me em 2004, quando me foi oferecida uma pequena compacta pararegistar praticamente tudo e mais alguma coisa. Hoje continuo na fotografia, mais a sério e com outra disponibilida

    de, é certo, mas com a mesma paixão do primeiro clique. Sempre numa vertente autodidata tento enriquecer-me nos maisvariados géneros. No entanto, dá-me um enorme gozo fotografar eventos motorizados e retratos."

    CIMA: MON SWEET?"Esta foto foi o resultado de uma ideia posta em prática que deambulava, faz algum tempo, na minha gaveta de 'ideias soltas'.Quis retratar o doce de uma forma diferente, mas sempre na linha de um requinte acessível a todos."Canon 40D . 31mm . f/2.8 . 1/250" . ISO 100

    FRANCISCO REIShttp://www.facebook.com/FranciscoReisFotografia

    "Tenho 17 anos e sou natural do Porto. A paixãodespoletou-se há pouco tempo, mas suspeito queo 'bichinho' da fotografia me tenha mordido muito

    cedo. O meu pai era fotógrafo amador e com ele fui vendo osequipamentos, as técnicas, o vasto universo da fotografia.Há uns oito meses tinha na ideia comprar uma máquinacompacta, mas enquanto me decidia pedi uma emprestadae fui tirando as minhas primeiras fotografias. A câmaranunca andava muito distante de mim. Fui mostrando foto-grafias à família e a amigos e todos eles as viam como algobom, como que se houvesse talento por trás. Passados

    meses fui surpreendido, algo que não esperava ter tão cedo,a minha primeira DSLR: a Nikon D60. A partir daí conseguidesenvolver a minha técnica, os meus conhecimentos ecomecei a produzir trabalhos de que realmente gosto."

    CIMA: AO CREPÚSCULO"Tirada enquanto passava férias em S. Pedro de Moel. Penaas arribas estarem em reconstrução."Nikon D60 . 18mm . f/20 . 30" . ISO 100

    PAULO PORTELA

    "Comecei a fotografar algures poraí, tudo por causa de uma fotoque vi numa revista e mexeu

    comigo. Depois disso, comprei uma Canon

    porque também queria fotografar. Sou ama-dor, não tenho qualquer formação e, paramim, o fotógrafo são os olhos de quem nãoestá no local."

    CIMA: OLHAR PARA O LADOCanon 50D . 100mm . f/2.8 . 1/2000" . ISO100

    PAULO LORIENTE

    "Comecei a fotografar aos 12anos, depois de ter encontradouma máquina fotográfica num

    caixote de lixo. É engraçado, mas foi mesmo

    assim. Logo nesse ano ganhei o concurso defotografia da revista TV Guia, com o temaanimais, onde fiquei em 1.º e 5.º lugar. Issodeu-me uma certa força para continuar.Desde aí muitas coisas aconteceram nestemundo de magia. Sou um fotógrafo essen-cialmente de nu artístico. Gosto de fotogra-far corpos com luz natural. Também faço aprodução das minhas fotos e os adereçossão da minha autoria, assim como as maqui-lhagens e pinturas corporais."

    CIMA: WHITECanon 10D . 37mm . f/4.5 . 1/60" . ISO 100

    LUIS MAÇÃS

    "A fotografia e o vídeo desperta-ram em mim muito cedo algo deinteressante. Ainda era adolescen-

    te quando comecei a pegar na câmara devídeo do meu pai. Filmava um casamento deum amigo, ou uma festa de aniversário, ouuma prova de motos, etc."

    CIMA: FRIO CHEGA A TODOS"Viagem a Madrid."Canon 350D . 55mm . f/10 . 1/200" . ISO400

    JOÃO VAZ

    "Tenho 47 anos e sou um apaixo-nado pela fotografia. A máquinaque utilizo é uma Nikon D60, ofe-

    recida pela minha esposa, em dezembro de

    2009, pois ela sabia da minha paixão pelafotografia. Desde essa data, tenho feito muitas fotografias com o intuito de me divertir ede relaxar, ao mesmo tempo que tentoaprender esta arte de desenhar com luz. Aolongo deste percurso tenho conhecido pes-soas fantásticas, que me proporcionammomentos únicos."

    CIMA: FERIDO DE MORTENikon D60 . 18mm . f/6.3 . 1/320" . ISO 100

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    Parabéns aos três vencedores do passatempo que levá-mos a cabo com o site fotogenicos.net. Foram vários osparticipantes e a escolha das fotos ganhadoras não foitarefa fácil. > Sandra Cortes | Gonçalo Pofírio | Filipe Correia

    FILIPE CORREIA www.flickr.com/photos/domin_guex

    “Sou fotógrafo amador desde 2008. Tenho comotemáticas preferidas a paisagem, natural e urba-na, os retratos e street photo, mas não descartan-

    do qualquer uma das outras.”

    DIREITA: COLD SILENCECanon 7D . 20mm . f/7.1 . 25” . ISO 200

    GONÇALO PORFÍRIO

    “Tenho 29 anos e resido em Torres Vedras. Souapenas amador e faço fotografia desde 2006.Aquilo que começou como uma simples atividade

    de lazer, rapidamente se transformou numa paixão queainda hoje alimento. Adoro fotografar, captar aquelesmomentos e perpetuá-los. Sou uma pessoa bem disposta,não retrato só aspetos felizes, mas também alerto paracasos particulares menos positivos, transformando asminhas fotografias em momentos que nos fazem ponderar overdadeiro significado da vida.

    CIMA: LONELINESSNikon D3000 . 46mm . f/5.3 . 1/1250” . ISO 100

    SANDRA CORTES www.flickr.com/photos/domin_guex

    “A paixão pela fotografia vem de longa data. Aoportunidade de a realizar é recente. O gostopelas formas e cores... a facilidade de ver mais

    além do que é evidente... a beleza aqui e ali à espera de ser“apanhada”... o resto nasce e flui naturalmente! Partilho nomeu espaço o que vejo de belo e o que belo não seria se nãofosse olhado com outra perspetiva. Encarar o mundo e naspedras ver diamantes. Tudo depende de como se olha! Olhacom atenção!”

    CIMA: HUSH LITTLE BABYCanon 50D . Canon 70-200mm f/2.8L . 200mm . f/5.6 .1/800” . ISO 125

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    ANDRÉ MONTEIROhttps://www.facebook.com/monteirofotografia

    "Tenho 19 anos, vivo em Coimbra e esta paixãopor fotografia começou há um ano quando, porbrincadeira, fotografei as minhas melhores ami-

    gas. Com o passar do tempo o meu interesse pela fotografia

    começou a aumentar. Apesar de gostar de fotografar tudo oque me rodeia, onde gosto mais de 'trabalhar' é na parte deretratos e paisagens. Apesar de sentir que o meu trabalhoainda é muito simples, penso que de dia para dia vouaumentando a minha qualidade fotográfica."

    CIMA: MAN DOWN"Sessão com a modelo Filipa Duarte."Canon 500D . Canon 18-55 . 40mm . f/11 . 1/200" . ISO 800

    SARA FERNANDEShttp://www.facebook.com/saramarildaphotography 

    "A partir dos meus 15 anos comecei a ganhar umgosto especial pelo mundo da fotografia e tudo oque envolvesse esta arte. Apesar de, na altura, ter

    poucos meios para desenvolver esta paixão, utilizava tudo oque estivesse ao meu alcance para fotografar. Em 2009recebo uma proposta para realizar uma exposição fotográfi-ca sobre um tema à minha escolha. É então que nasce o 'Ál-bum de Recordações' - título da exposição. Gosto de captar

    expressões, criar cenários, fazer histórias, inspirar e, sobre-tudo, mostrar aquilo que prevaleceu no dia, seja e m quesituação for.

    CIMA: LA SPOSA BELLA"Modelo: Rita Campos"Nikon D3100 . Nikon 18-55mm . 30mm . f/10 . 1/250" . ISO200

    PEDRO PAREDEShttp://olhares.sapo.pt/PedroParedes

    "Tenho 27 anos e sou Técnico de Radiologia, peloque costumo 'fotografar interiores'. O meu gostopelo fotografia começou há vários anos, alimenta

    do pelas câmaras digitais. Contudo, tem vindo a ser desen-volvido desde que adquiri a minha primeira câmara DSLR(Canon 550D) há 1 ano, que me dá liberdade para captarcom mais intensidade aqueles momentos, ou paisagens queme prendem a atenção. Gosto de fotografar um pouco de

    tudo, mas confesso que as viagens são o meu tema predile-to (e quem não gosta?) e assim utilizo as viagens como pretexto para fotografar. Ou será ao contrário?"

    CIMA: TALLIN PRESIDENTIAL'S PALACECanon 550D . 21mm . f/5.6 . 0,3" . ISO 3200

    ADRIANA RESENDEhttp://500px.com/adriana_resende

    "Esta minha paixão pela fotografia começoudesde cedo. Aos 10 anos ofereceram-me umaNikon E-7900, que continuo a utilizar, embora

    esteja com ideia de comprar uma muito melhor, para poder

    evoluir nos meus trabalhos/projetos. Fotografo um pouco detudo: paisagens, macros, retratos... embora o que mais mefascine seja a fotografia macro. Ultimamente tenho-me dedi-cado mais à fotografia relacionada com desporto, mais pro-priamente a canoagem, visto que pratico este desporto e,portanto, é-me fácil conseguir captar determinados momen-tos, desde simples treinos a provas."

    CIMA: NICOLE HENRIQUES"Fotografia tirada no Cais do Bico, Murtosa."Nikon E7900 . 12,7mm . f/5.9 . 1/95" . ISO 50

    VITOR LOPEShttps://www.facebook.com/vitor.lopes.7121

    "Desde os 16 anos que me despertou o gosto pelafotografia. É quando adquiro a minha primeiramáquina fotográfica, uma Zenith. Após sair do

    serviço militar, fui trabalhar para um laboratório de fotogra-

    fia, numa altura de grande expansão dos laboratórios insta-lados nos fotógrafos locais. Hoje não trabalho na área a nívelprofissional, mas nunca deixei que fotografar. Gosto de foto-grafar de tudo um pouco, mas atualmente, e a convite daFederação de Triatlo de Portugal, tenho acompanhado quasetodas as provas organizadas por essa federação. E é esse omeu singelo contributo que aqui vos deixo."

    CIMA: TRIATLO LONGO COSTA DA LAURISSILVA(MADEIRA) 2012"Roberto Lúcio (Escola de Santana)."Canon 7D . 50mm . f/5 . 1/250" . ISO 320

    VANESSA CHAGAS

    "Sou estudante e amo fotografar. Arranjo sempreum tempinho para pegar na máquina e fotografarJá fotografo há cerca de um ano e espero ir evo-

    luindo. Amo a fotografia abstrata, de paisagens e macro."

    CIMA: ACARICIAR A NATUREZA"A natureza é um bem que é muito importante nas nossasvidas, se a destruímos, morreremos."Canon EOS 500D . 55mm . f/5.6 . 1/83 . ISO 100

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    HORÁCIO ROMÃO

    “Fotógrafo amador, da Marinha Grande, tenho 45anos. Sou um apaixonado pela fotografia desde osmeus 18 anos, quando adquiri uma Kodak, que

    me ajudou a cimentar esse gosto, pois tirava muito boasfotografias. Posteriormente evoluí para uma reflex analógicade rolo e hoje capto as minhas imagens, principalmentemacros de flores, com uma Bridge, uma Fujifilm HS20EXR,que me tem proporcionado fotos espetaculares.”

    CIMA: HELENIUM A. SUNSHINE HYBRIDS 2Fujifilm FinePix HS20EXR . 16,8mm . f/4 . 1/160” . ISO 100

    JOÃO SANTOS

    “Tenho 46 anos, fotógrafo amador, natural da Sé-Nova, em Coimbra, comprei a minha primeiramáquina fotográfica digital em meados dos anos

    90, uma Epson Photo 750. Foi nesta altura que tive o primei-ro contato com a fotografia digital. Desde aí fiz alguns traba-lhos em arte digital, culminando com duas exposições emduas galerias no centro do país. Pouco tempo depois parei.Há cerca de dois meses, sensivelmente, adquiri uma NikonD3100. Desde dessa altura tem sido fotografar e fotografar.A paixão renasceu.”

    CIMA: CONVERGÊNCIA“Tirada no Parque da Cidade em Coimbra.”Nikon D3100 . 70mm . f/4.5 . 1/320” . ISO 400

    JORGE COSTA REIShttp://www.pontoblogue.com

    “Nasceu no Barreiro e viveu até aos 16 anos emNova Lisboa (Huambo), Angola, onde fez o cursoliceal. Licenciado em Medicina pela Universidade

    de Coimbra, vive atualmente no Algarve, em Portimão.Colaborou no livro ‘da luz (e) da sombra - coletivo de fotó-grafos’ (Edições Vieira da Silva). Coautor no livro‘Fragrâncias de Luz’ (Edições Vieira da Silva). Administra osite de fotografia ‘Fotopoint Pt – Ponto de encontro da foto-

    grafia em português’ (www.fotopointpt.com).Tem três blo-gues: .Blog (http://www.pontoblogue.com), .Blog (a preto ebranco) (http://pontobloguepb.blogspot.pt/) e A ChaminéAlgarvia (http://achaminealgarvia.blogspot.pt/).

    CIMA: FAROL DE S. PEDRO DE MOELCanon 50D . 200 . f/7.1 . 1/400” . ISO 100

    JORGE TEIXEIRA

    “Tenho 29 anos e resido em Resende. O meusonho era ser jornalista fotográfico, mas o destinonão deixou. Sempre que posso pego na minha

    máquina e vou descobrir a natureza, onde o mundo é perfei-to e sem preocupações. A minha companheira é uma NikonD3100, que me permite retratar o mundo tal e qual eu ovejo.”

    CIMA: BUTERFLY IINikon D3100 . 200mm . f/5.6 . 1/200” . ISO 100

    JOSÉ NOVAIS

    "Tenho 24 anos, resido na Póvoa de Varzim e souapaixonado por fotografia. Comecei a fotografarhá cerca de dois anos. Tudo começou após ter

    visto algumas fotografias de um amigo meu, o Felisberto.Gostei e comecei a fazer umas fotos. Entretanto compreiuma Nikon D3000 e nunca mais parei de fotografar..."

    CIMA: PRAIANikon D3000 . 23mm . f/25 . 1" . ISO 100

    MÁRCIO SOUSAhttp://olhares.aeiou.pt/marcio19781018

    "Quando espreitei pela primeira vez por uma lentnão podia imaginar todo o prazer que a fotografiame proporcionaria. Desde aquele momento, até

    aos dias de hoje, congelar um momento e torná-lo eterno,

    como se fosse um Deus, ou tivesse em mim poderes divinosapaixonou-me e não mais me libertei."

    CIMA: PEDRA DA ANICHA - ARRÁBIDA (SERRA)Pentax Optio H90 . 6,4mm . f/3.9 . 1/500" . ISO 80

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    FILIPE SILVA

    “Tenho 40 anos, vivo em Vermoil, no concelho dePombal. O meu interesse pela fotografia começourecentemente com a oferta de uma Canon 1100D.

    Gosto de ler revistas e livros sobre fotografia, pois acho queé importante para aprender como funciona uma máquinafotográfica e como tirar o máximo partido dela. O meu lemaé fazer fotografia e não tirar fotografia.”

    CIMA: ROSTO“Que carrega em cada ruga, o passado de muitos anos devida.”Canon 1100D . 112mm . f/5.6 . 1/125” . ISO 1600

    EDGAR ALMEIDAhttp://www.edgaralmeida.net

    “Chamo-me Edgar Almeida e tenho preferênciapor fotografia paisagista, produto, espontânea eartística/abstrata. Após uma evolução de material

    que começou numa compacta, de momento conto com umaCanon 7D, algumas objetivas (simpatizando muito com alensbaby, a 50mm 1.8 e a 10-20mm) e também com umaRecesky DIY Twin Lens Reflex (uma Lomo Faça VocêMesmo), câmara essa com que também simpatizo bastan-

    te.”

    CIMA: 2 CAVALOS MANSOS“Citröen 2CV estacionado, registado com uma Lensbaby.”Canon 7D . 50mm . 1/400” . ISO 400

    CLARISSE HENRIQUEShttp://caxitahenriques.blogspot.pt

    “Tenho 53 anos e a fotografia sempre foi algo queme apaixonou. O olhar, observar e o sentir umaimagem é indiscritível porque cada imagem é um

    sentir de emoções. O que procuro em cada composição é

    que as imagens falem por si, fazendo despertar em cadaindivíduo que as olhe e observe um conjunto de emoções.Sou amadora, mas sempre a caminhar no sentido de apro-fundar o saber, partilhando-o e recebendo conhecimento.”

    CIMA: A LEVEZACanon 60D . 105mm . f/2.8 . 1/640” . ISO 100

    ANTÓNIO ROMÃOhttp://www.olhares.com/FranciscoBogalho

    “O gosto pela fotografia surgiu há muitos anos,mas a dedicação e a tentativa de aperfeiçoar temvindo a crescer desde há algum tempo. Gosto de

    fotografar quase tudo e reviver esses momentos culturais e

    arquitetónicos mais tarde.”

    CIMA: AS CORES DE PORTUGAL“Esta foto revela uma arquitetura própria de uma época emPortugal.”Leica D-Lux 5 . 5,1mm . f/4 . 1/800” . ISO 80

    ALEXANDRA FERNANDEShttp://olhares.sapo.pt/YellowDream

    “Tenho 17 anos e uma paixão enorme pela foto-grafia. Estudo Arte e, como artista iniciante quesou, encontrei na fotografia uma maneira de

    exprimir sentimentos (estéticos e psicológicos), de alertar o

    mundo para uma série de eventos e de chocar. Apercebi-meque a fotografia tem o poder de chocar e isso faz as mentespensarem. Sou grande adepta de fotografia de rua, pelo si-gnificado que as fotografias adquirem, e de macro.”

    CIMA: AUSCHWITZ“Roupas e uma boneca que outrora pertenceram a umacriança. Uma criança que foi de imediato enviada para umacâmara de gás. Aqui é bem visível o impacto que uma foto-grafia pode ter.”Fujifilm FinePix HS20EXR . 6mm . f/3.2 . 1/9” . ISO 100

    FÁBIO MOREIRAhttp://fotofabiomoreira.gallerysblogs.com/

    “Nasce em 1989, natural de Santa Maria da Feira

    amante da fotografia desde muito novo, sempredesejou ser fotógrafo profissional. Em 2009 ini-

    ciou-se como amador. Em 2011 profissionalizou-se, partici-

    pando em eventos, concursos de fotografia e fotografia jor-

    nalística. Pretende continuar a dedicar-se à fotografia eaperfeiçoar os seus conhecimentos, para poder evoluir pro-

    fissionalmente e usá-los na divulgação do seu trabalho.”

    CIMA: HOTEL PALACE DA CURIA, ANADIA“Edifício de uma beleza arquitetónica singular.”

    Canon 5D MK II . Canon 24-105mm . 47mm . f/9 . 1/200” .

    ISO 100

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    iniciadosA F O T O G R A F I A D E U M A F O R M A S I M P L E S

    Como usar o filtro

    Toda a gente lhe aconselhou a compra de um filtro polarizador.Que é imprescindível. Só que agora não sabe bem em quealturas usá-lo, ou como fazê-lo. Não desespere já. Neste pequenoartigo vamos tentar explicar-lhe como bem usar este acessório

     para dar um toque mágico às suas fotografias.

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    COM POLARIZADOR: Com o sol a sen-sivelmente 90º conseguimos um céu

    azul incrível, carregado de dramáticas

    nuvens brancas e cores mais intensas na

    paisagem. Não podemos mesmo viver

    sem o nosso polarizador!

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    iniciadosA F O T O G R A F I A D E U M A F O R M A S I M P L E S

    Ofiltro polarizador é,quanto a nós, um dosacessórios mais essen-ciais que deve ter na mochila.Com ele conseguirá, como secostuma dizer, matar várioscoelhos com uma cajadada só.

    E, ao contrário do que acontececom outros filtros, dificilmenteconseguirá imitá-lo em pós-produção, isto é, à frente docomputador e com o maisavançado programa de edição.E só terá uma ideia das reaiscapacidades deste filtro quan-do usar um.

    Quando a luz do sol é refleti-da numa superfície reflexiva,torna-se polarizada, espalhan-do os raios de luz. Os polariza-dores bloqueiam a maior parte

    destes raios, apenas permitin-do a passagem àqueles queviajam numa só direção. Ecomo a maior parte da luz docéu é polarizada, quer dizerque os céus azuis são mais pro-nunciados e as nuvens brancasainda mais dramáticas.

    Igualmente, o brilho é redu-zido nas superfícies não metá-licas, como as folhas, aumen-tando a saturação de cor, e osreflexos reduzidos ou elimina-

    dos na água e vidro.É muito simples controlar oefeito do polarizador, comopoderá ver através do óculo damáquina, ou do liveview,rodando o filtro. Se estiver vira-do para uma área com bastan-te céu, por exemplo, poderá verque este se torna mais escuro e mais claro, à medida que roda o pola-rizador, o brilho aparece e desaparece. Assim, quando estiver satisfei-to com o resultado que vê – e se for o que pretende –, basta parar derodar o filtro e fotografar.

    Mas, para obter bons resultados, convém ter atenção a alguns pro-cedimentos. Por exemplo, para conseguir o céu bem azul, o sol neces-

    sita de estar a 90º da objetiva. Se este estiver atrás de si, ou se foto-grafar para o sol, não verá grandes alterações. O mesmo se aplica aosdias nublados. Para efeito máximo convém que o sol esteja na sua“potência máxima”, ou quase.

    Outra atenção que deve ter é quando decidir usar uma objetivamuito angular, ou seja, abaixo dos 24mm, já que a polarização serádesigual e o céu apenas ficará escuro numa das partes. Pode ajustar aimagem em pós-produção, mas nunca será a mesma coisa. Se conse-guir fazer bem as coisas logo na máquina, melhor.

    Quando fotografar paisagens verá a vantagem de usar o polariza-dor. A redução de brilho é facilmente percetível e as cores passam aser muito mais intensas, ricas. Mas não guarde este filtro para a foto-

    grafia de paisagem. Ele é capazde muito mais.

    Por exemplo, ao fotografaruma floresta com um polariza-dor em dias de chuva, ounublados, será capaz de se verlivre dos reflexos de luz nas

    folhas molhadas e as cores surgirão mais fortes.Contudo, as vantagens de

    um filtro polarizador não seficam por aqui. Estes conse-guem reduzir a luz que entrana objetiva em aproximada-mente dois stops. Isto querdizer que se estiver para usaruma exposição de 1/125” a f/11sem polarizador, a exposiçãocairá para cerca de 1/30” (af/11), assim que atarraxar um àobjetiva.

    Esta perda de luz será auto-maticamente detetada pelamáquina, pelo que não precisade fazer qualquer tipo de ajus-te. Apenas deve ter atençãocom isto, já que a velocidadepode baixar demasiado,aumentando o risco de obterimagens tremidas, ou impossi-bilitar mesmo a tomada defotografias à mão.

    Só que esta perda de luzpode tornar-se em algo seu

    aliado. Ou melhor, pode usaresta característica em seubenefício. Ao fotografar rios,cascatas, ou algo que se mova,coloque o polarizador e deveráconseguir velocidades de exposição suficientes para suavizara água; ou ver as flores de um

    campo a abanar; ou as hélices de uma torre eólica de uma forma diferente; etc.

    Por e para o fim fica a questão da qualidade e preço do filtro polari-zador. Embora se consigam alguns exemplares a preços muito baixosquase sempre a sua qualidade é duvidosa, ou poderá ter fortes impli-cações (negativas) no resultado final. Mas como estamos em tempos

    de crise e este tipo de filtro pode custar uma verdadeira fortuna, omelhor é ficar-se ali pelo meio, no que respeita a preços. Quanto àsmarcas, dê uma vista de olhos aos Hoya, B+W, Heliopan, só para refe-rir as mais conhecidas.

    Caso tenha várias objetivas com diferentes tamanhos de filtropode sair caro comprar um polarizador para cada uma. A nossasugestão é que compre um para a objetiva com maior diâmetro de filtro e depois anéis adaptadores (stepping rings – encontra no eBaybem baratos) para o colocar nas objetivas de diâmetro inferior.

    Agora que já sabe praticamente tudo sobre um dos filtros maisespetaculares e imprescindíveis em fotografia, pegue na câmara e namochila e parta à descoberta. À descoberta de um novo mundo.  Z

    QUASE MENOS DOIS STOPS DE LUZ: Com o polarizador não só conseguimoseliminar brilhos e reflexos indesejados, como conseguimos prolongar um pouco

    mais a exposição, suavizando a água. As cores ficam igualmente mais saturadas.

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    DE FRENTE PARA O SOL: Sem o sol a 90º da sua objetiva, ou seja, se estiveratrás de si, ou se fotografar na direção dele, os resultados que vai obter são pare-

    cidos com este - que não é muito diferente de fotografar sem polarizador. E se

    gastou tanto dinheiro num, não vai querer isto...

    POLARIZAÇÃO NÃO UNIFORME: Se recorrer a uma objetiva grande angular,ultra grande angular, ou se usar uma distância focal inferior a 24mm, pode espe-

    rar uma polarização não uniforme, com o céu mais escuro em algumas zonas do

    que noutras.

     S E M  P O LA R I ZA D O R

     C O M  P O LA R I ZA D O

     R

    NÃO SAIA SEM O POLARIZADOR: Uma fotografia tirada com polarizador, desde que usado corretamente, ganha uma outra vida, como se pode ver neste exemplo.O mesmo cenário, sem e com polarizador, nem parece o mesmo. Temos mais contraste, cores mais vivas, um céu mais visível e azul. Por tudo isto é que nunca saímos

    para fotografar sem levar o polarizador na mochila.

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    A

    fotografia vai muito para alémdo que os nossos olhos veem.O que muitas vezes parece,

    nem sempre é, efetivamente. E é istoque vamos tentar mostrar aos nossosleitores através deste pequeno guia.

    A ideia não é original, nem propria-mente nova. Recorrendo a um simples(mas mesmo simples) truque, vamosdar uma vida nova a uma fotografiaque, de outra forma, seria banal, ouquase.

    E para conseguir levar a cabo umaexperiência igual não precisa deequipamento topo de gama. Mesmocom uma compacta conseguirá obterbons resultados. Só precisa de procu-rar um bom local, servir ou pedir aalguém para ser seu modelo, umacâmara e uma objetiva. Depois é jogar com a composição, expressãodo retratado e... rodar a imagem a180º. Simples, não?

    De cabeça para baixo

    2Agora deve ter atenção a alguns aspetos que são de vital importância: a expressão e posição do modelo, o

    enquadramento do mesmo e, por fim, a focagem e abertura do diafragma. Mas vamos por partes. Nestaimagem a posição não é a mais indicada. Não se nota qualquer esforço por parte do sujeito, levando a um

    resultado final pouco satisfatório.

    3No que respeita ao enquadramento tente evitar fotografar o ambiente geral, como nesta imagem.

    Concentre-se no seu modelo e na expressão e posição do mesmo. Por isso, coloque-se de joelho s, aumenta distância focal e elimine da composição tudo o que possa atrapalhar o resultado pretendido.

    Dificuldade

     baixa  quipamento usado

    Canon 5D MK IICanon 24-70mm

    1Antes de mais procure bem um local para levar a cabo este guia prático. Procure um espaço que tenha um buraco no chão, ou então que o mesmo esteja rachado, ou partido.

    Uma estrada com buracos não é difícil de encontrar, embora deva tentar escolher uma com pouco ou nenhum trânsito. Isto porque o modelo vai ter que se deitar no chão poralgum tempo. Se pediu a um amigo, ou amiga, para servir de modelo, peça-lhe para se deitar no chão e colo car uma, ou ambas as mãos no b uraco, de modo a parecer que se

    está a agarrar ao mesmo. Isto é fundamental porque queremos, no futuro, dar a ideia que a pessoa está a tentar evitar cair por um precipício.

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    4Por fim, tenha especial cuidado com a focagem e com a abertura usada. Neste exemplo focámos para as

    mãos e ainda para mais com uma abertura tão grande (f/2.8). Resultado, o modelo ficou praticamentedesfocado. Assim, tendo sempre atenção à velocidade, recorra a uma abertura compreendida entre f/5 e

    f/8, por exemplo. O ideal é que tanto a cara como grande parte do braço fiquem em foco.

    5Ao fim de algumas tentativas, elegemos duas ou três imagens que nos pareciam perfeitas para o que pre-

    tendíamos. Depois de copiadas para o computador abrimos as mesmas no Photoshop. Mas pode usar qualquer outro editor de imagem, já que o “truque” não exige nada de mais. A ideia é rodar a imagem a 180º.

    Simples!

    IMAGEM FINAL

    Pura ilusão de ótica. Parece que o modelo

    se segura com bastante esforço, para evi-

    tar cair no precipício, quando na realidade

    está deitado no chão. E como é simples

    obter resultados como este...

    Canon 5D MK II . 48mm . f/5 . 1/160" . ISO 100

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    Uma das melhores formaspara registar movimentoé fotografar com a câmarae objeto a moverem-se ao mesmotempo. Neste guia prático vamos recorrera um automóvel. Mas a ideia pode servir para uma bicicle-

    ta, mota ou, com algum jeito, até um triciclo.Entre as soluções disponíveis temos a possibilidade de fixar acâmara dentro ou fora do carro – se for particularmente corajoso,como nós – e, depois, recorrendo a um comando remoto, dispararao mesmo tempo que se move.

    Acredite que vai conseguir produzir imagens espetaculares,principalmente à noite, em estradas com candeeiros e com algumtrânsito.

    Depois de bem fixa a câmara, defina diferentes velocidades de dis-paro, entre um e dez segundos. Ao usar baixas velocidades de obtura-ção, consegue registar tudo por onde passa em movimento, ao passoque o carro (ou bicicleta, ou mota), sai nítido porque se move em simul-tâneo com a câmara.

    Em túneis (iluminados) esta técnica funciona muito bem, já que asluzes são registadas como faixas coloridas e refletem na carroçaria doautomóvel.

    De dia também pode obter foto-grafias muito interessantes, mesmocom velocidades de disparo naordem dos 1/4 ou 1/2”. E cada ima-gem será original, sendo difícil (ouquase impossível) conseguir duasiguais.

    Mas nada melhor do que tentar,experimentar e voltar a tentar paraver como funciona esta técnica.

    Carro em movimento

    Dificuldademédia

      quipamento usado

    Canon 5D MK IICanon 17-40mmFiltro polarizadorSuporte ventosas ChaseCamComando remoto

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    1Para o nosso guia decidimos mostrar que somos corajosos e avançá-mos para a colocação da câmara na parte exterior do automóvel. Senão quiser ir tão longe pode optar por montá-la dentro do carro,recorrendo a um acessório como o nosso, ou a um tripé. O acessório queusámos é composto por três ventosas e é da ChaseCam(http://www.chasecam.com/mounts/suction/SM30). Não é propriamen-te barato, mas é bom e suporta bastante peso.

    2Fixe a câmara ao carro e, caso a câmara disponha, socorra-se doLiveView para compor e focar. Aproveite para conectar o comandoremoto, já que é um acessório quase essencial para conseguir ima-gens nítidas. Com tão baixas velocidades de obturação, qualquer toquena câmara arruinará as fotografias. Mude o disparo da câmara para ocontínuo, ou “rajada”.

    3Passe agora a câmara para o modo Prioridade à velocidade. É maisfácil porque assim temos o controlo sobre a velocidade do obtura-dor e podemos variá-la sempre que quisermos, a gosto, que acâmara altera a abertura em consonância. Experimente começar comvalores na casa do segundo. Se estiver a fotografar de dia, tiver muita luze não conseguir baixas velocidades de obt uração, recorra a um polariza-dor, ou a um filtro de densidade neutra para cortar alguns stops de luz.

    4Com a máquina no exterior do carro e mesmo sabendo que as ven-tosas suportam bastante peso, achamos que não vale a pena arris-car. Peça a um amigo para conduzir o carro, enquanto o leitorsuporta a câmara com uma das mãos (não vá o diabo tecê-las) e carregano botão do comando disparador com a outra. Não precisa de acelerar afundo para conseguir obter a sensação de movimento. Basta iniciar amarcha, devagar, tirar o pé do acelerador e deixar “o carro ir”. O ideal éque a estrada seja boa, que não faça oscilar muito o carro e consequen-temente a câmara, pois estará a trabalhar com baixas velocidades deobturação. Carregue no botão do comando e não o largue durante o per-curso definido.

    5E de uma forma básica e descomplicada é isto. Se optar por fotografar à noite, não deixe de prolongar ainda mais as exposições. Terá resultadosmuito gratificantes. Depois de passar as imagens para o computador terá, obviamente, algumas tremidas, ou assim-assim, e algumas com o carrobem definido. Abra as que gostar – elimine as que estiverem mesmo más –, edite-as e partilhe-as com o mundo.Resultado na página seguinte >

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    IMAGEM FINAL

    Com alguma prática conseguirá ima-

    gens bastante dinâmicas. E não precisa

    de exceder os limites de velocidade...

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    como foi feitaO SEGRED O PO R D ETRÁ S D A I M A GEM

    Nikon D300S . Samyang 8mm f/3,5 AE fisheye . 8mm . f/13 . 136” . ISO 200 . RAW

    [Showtime] Carlos Silva “Avlisilva”

    EXIF:

    “Showtime” resultou dum trabalho pensadoe feito num dos Workshops que fiz sobre“Light Painting”, técnica que consiste em

    criar luz onde ela não existe. Primeiro, deve-se esco-lher um local completamente escuro. Depois, pensarna composição. Se necessário, recorra a lanternas,ou tente chegar ainda durante o dia. Neste caso, pre-cisei da ajuda de dois amigos. A ideia era pintar ochão e dar uma sensação de chuva de fogo, criandouma composição cinematográfica e criativa.

    Para começar, coloca-se a câmara num tripé.

    Depois, como vai ser uma longa exposição, que podedemorar mais de dois minutos (que foi o caso),escolhe-se modo BULB e uma abertura entre f/10 ef/13 para a foto não sair com luz a mais. Neste casoparticular, e devido a outras experiências, escolhif/13 para também poder ter uma boa profundidadede campo. O ISO convém estar o mais baixo possívelpara a foto não ganhar ruído e ter bom detalhe.

    Enquadramento e definições escolhidas, liga-se o

    comando disparador, apagam-se as lanternas e dá-se inicio à exposição, que começou comigo a pintaro chão como se fosse um tapete de luz. Para istorecorri a uma lanterna de leds, tipo espada, que temvários leds de várias cores e ia rente ao chão, deuma ponta à outra, andando em marcha atrás atéchegar ao fim do caminho, onde havia uma entradapara outro local e onde estava um dos meus amigosà espera que eu chegasse, “escondido”, com um cha-péu de chuva. Depois de ter “pintado” o chão, pegono chapéu e coloco-me a postos no local pretendido,

    esperando a chuva de fogo criada com palha de açoenrolada numa “varinha mágica”, daquelas que seusa para bater os ovos. Esta foi presa numa cordapara se poder rodar depois de acender a palha deaço. A chuva de fogo, como seria de esperar, foi feitapor outro amigo. Após ter o chapéu de chuva e deme colocar na porta de entrada, dou sinal, a esteamigo, para acender a palha de aço e rodar por forada janela, para criar a sensação de chuva de fogo,

    que não dura mais de cinco segundos. Durante estetempo fiquei firme, sem me mexer, para não ficartipo “fantasma”. Ao mesmo tempo o outro amigo dáuns três flash de luz para iluminar o local por detrásde mim, de forma a poder-se ver melhor o elementohumano ao fundo. Por fim, convém ter mais alguémjunto à câmara para dar fim à exposição.

    Ou seja, não é uma foto fácil de criar e de se con-seguir o resultado final pretendido. É um trabalho deequipa e temos que imaginar o que a câmara está acaptar e o que estamos a fazer. Como certamente

    não conseguirá o objetivo à primeira – há semprealgo que corre mal –, o que deve fazer é tentar e ten-tar, para retificar o que possa ter corrido menosbem.

    Em pós processamento fiz o que faço quase sem-pre em todas as minhas fotos: uma pequena “afina-ção” no PhotoScape com as opções ‘Aprofundarbaixo’, ‘Contraste baixo’ e ‘Afinar “Sharp” mínimo’.

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    como foi feitaO SEGRED O PO R D ETRÁ S D A I M A GEM

    Na vinda de Monte Gordo para Santarém,como é costume, passei pela lindíssima terrade Mértola e, mesmo ao lado da estrada,

    deparei-me com um pequeno lago que naquelemomento chamou o fotógrafo que há em mim...senti que aquele lugar dava boas fotos.

    A chegada até ao local do lago não foi nada fácil,pois estava de chinelos, o que dificultou a tarefaainda mais. Mas quando cheguei ao local achei que

    todo o esforço que fiz tinha valido a pena, apenaspor estar naquele lugar magnifico. “Saquei” logo daminha menina e comecei a fotografar quando repa-ro, por baixo das pedras do rio, que estava umacobra marinha que dava uma bela macro. Monto aminha 18-200mm para ver se ainda conseguia comque ela viesse fora de água e fotografá-la, mas esta-va no “quentinho” e não quis sair – acabei por desis-

    tir. Mas, nesse mesmo momento, reparo que estavauma rã mesmo com a cabeça de fora, mesmo apedir uma fotografia. E eu, como pessoa amável quesou, comecei a tirar umas fotos. Mas como queriauma panorâmica que ficasse à altura da rã, fuimesmo forçado deitar-me no chão, o que foi o maisárduo desta viagem toda, pois para além de não sernada estável, estava repleto de lodo e outros resí-duos deixados pelos animais que habitam aquele

    lugar. Mas por uma fotografia não há nada que umfotografo não faça. Pedi ajuda aos meus pais parame segurarem, enquanto eu fotografava, para preve-nir que caísse naquele lago repleto de vida. Masnaquele momento achava que a foto podia ser algode mais especial. Pedi de novo ajuda aos meu paispara que atirassem pedras para junto da rã, deforma a que saltasse e eu fotografasse o pobre ani-

    mal no ar. Mas ela ainda era mais teimosa do quenós e quando se lembrou de sair do lugar não saltouapenas mergulhou. E lá se foi a minha ideia por águaabaixo...

    Quando finalmente me levanto – até aqui tinhacorrido tudo bem – a minha mão, que estava a fazerforça para que não caísse, escorrega nessas taispedras cheias de lodo e acabo com a correia damáquina ensopada e um dos meus braços cheios de

    lodo.Chego a casa todo imundo, mas ao mesmo tempo

    contente. A primeira coisa que faço foi ver as fotosda rã, que me estavam já a fazer formigueiro nacabeça. Abro todas as fotos no Camera Raw 6.0 euma foto chamou-me bastante a atenção, aumenteium pouquinho de saturação, joguei um pouco tam-bém com as curvas, um pouco de contraste e voilá.

    Nikon D3000 . Sigma 18-200mm f3.5-6.3 . 200mm . f/6.3 . 1/160” . ISO 200. RAW

    [Rã] Miguel Bento

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    Fotografar pequenos animais, ou macrofotogra-fia, é um tipo de fotografia para quem ama ospormenores e, claro, a natureza.

    As borboletas são um dos meus principais moti-vos fotográficos. Umas são minúsculas, outras maio-res, coloridas ou não, mas uma das característicascomuns é o pouco tempo que nos dão para fazerboas fotografias, movendo-se freneticamente de florem flor para se alimentar durante as horas mais

    quentes do dia.

    Uma boa lente macro dedicada é essencial parafotografar borboletas, ou outros insetos de pequenadimensão. Além disso, a luz é outro fator de enormeimportância. Eu utilizo apenas a luz natural, pois ouso do flash altera bastante as cores originais. Deve-se usar um ISO médio/elevado para nos permitiruma maior velocidade de obturação. Utilizar umaabertura que nos permita focar o motivo, não descu-rando o cuidado com a profundidade de campo.

    Nesta imagem e atendendo à espécie da borbole-

    ta “Iphiclides feisthamelii”, que raramente para debater as suas belas asas, foi necessária uma veloci-dade de obturação de 1/4000” para conseguir umafocagem aceitável e usei uma abertura f/5 que per-mitiu desfocar o fundo.

    Posteriormente foi efetuado um ‘crop’ (corte) pararetirar da imagem elementos que distraem o olhar,um ligeiro aumento de contraste e nitidez/sharp noPhotoshop.

    Nikon D90 . Sigma 180mm Macro . 180mm . f/5 . 1/4000” . ISO 400 . RAW

    [Iphiclides feisthamelii] César Torres

    EXIF:

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         J   o    ã   o

         R   o     d   r    i   g   u   e   s

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    No mundo invisíveldo Imagine que põe uns óculos especiais e vê o mundo de formacomo nunca o viu antes? Cores que ganham uma tonalidadeinvulgar, objetos que parecem pincelados… enfim, um mundo quenenhum olho pode ver, mas que a sua câmara pode captar,

     graças à fotografia de infravermelho.

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    técnicaT I R E P AR T I DO DA S U A CÂM AR A F OT OG R ÁF I CA

    Tudo começou em 1800, quando oastrónomo inglês William Herscheldescobriu a radiação infravermelha aotentar arranjar forma de medir o calor emiti-do por cada cor.

    A sua descoberta revelou que a tempera-tura era mais elevada do lado vermelho doespetro eletromagnético. O que achou engra-çado, até porque daquele lado não existia

    luz… pelo menos, aparentemente.Essa é uma das caraterísticas do infraver-melho. É invisível ao nosso olho, o que querdizer que, para trabalhar com ela, vamos pre-cisar de equipamento especial.

    O olho humano pode ver apenas umaparte limitada do espetro eletromagnético –que é como quem diz, a luz – mas o sensorda sua câmara digital é sensível a um alcan-ce muito mais vasto desse espetro, que vaidesde os ultravioleta ao “quase” infraverme-lho.

    No entanto, em fábrica a maioria dascâmaras digitais são adaptadas de modo abloquearem os infravermelhos, ou equipa-das com um filtro que os bloqueie. O quequer dizer que, para registar a luz infraver-melha com a sua câmara digital, vai precisarde um “truque” que engane a máquina.

    A forma mais simples e barata de o fazer écolocando um filtro IR (transmissor de infra-vermelhos) na sua objetiva. A lista de filtrosinclui o Hoya R72 e o B+W 092 ou 093 e asua função será bloquear a maior parte daluz no espetro visível, de forma a que a ima-gem seja captada usando a chamada luz

    “quase infravermelha”.Mas, atenção. Nem todas as câmaras DSLR

    são capazes de registar os infravermelhoscom estes filtros. Um teste simples que podeefetuar à sua câmara é apontar-lhe um sim-ples comando de televisão e pressionar umdos botões e fotografar. Se conseguir visuali-zar o feixe emitido pelo comando ou qual-quer rasto dele captado na imagem, então a

    sua câmara é mesmo capaz de registar luzinfravermelha. E obterá bons resultadosusando um filtro IR.

    O grande problema deste tipo de filtros éque não consegue ver nem focar atravésdele, uma vez que ele bloqueia a luz visível.Desse modo, terá de compor a fotografia efazer a focagem da objetiva manualmente,antes de colocar o filtro. Os filtros infraver-melhos também precisam de longas exposi-ções – por vezes de vários segundos – o quesignifica que deve montar a câmara numtripé, para evitar movimentos e abanões, eque o sujeito deve ficar estático. Caso contrá-

    rio sairá desfocado.A opção mais cara, mas também a mais

    prática, é ter uma câmara modificada inter-namente para registar a luz infravermelha.Isto implica a remoção do filtro que bloqueiaos infravermelhos no sensor e a sua substi-tuição por um filtro que bloqueie a maiorparte da luz visível mas que transmita luz nolimite vermelho e quase infravermelho doespetro.

    Numa primeira análise, salta à vista umavantagem na utilização deste tipo de câma-

    ras adaptadas: não são necessários quais-quer filtros para captar a luz infravermelha.O que quer dizer que os tempos de exposiçãoserão pouco diferentes daqueles que sãonecessários numa câmara perfeitamentenormal, que não tenha sido modificada.

    Com efeito, uma câmara preparada parainfravermelhos funciona como uma câmaranormal: pode fotografar com a câmara na

    mão, variar o ISO e diferentes condições deluz, mudar as objetivas e por aí fora.A única diferença é o aspeto das imagens

    produzidas: uma coisa do outro mundo!

    A técnicado infravermelho

    As objetivas e os filtros de infravermelhobloqueiam, no sensor, a maior parte da luzvisível, permitindo que passe apenas a luzinfravermelha. Ora, isso tem consequências.

    Nomeadamente no sistema de mediçãoda câmara, que é submetido a um grandeesforço. É pouco provável que a imagemfique subexposta, mas se acontecer poderácorrigir o problema através da compensação

    Com o tempo vai aperceber-se de que aquantidade de compensação à exposição épraticamente semelhante, pelo que poderádeixá-la registada na sua câmara e usá-lacomo ponto de partida.

    Em qualquer dos casos, para além de veri-ficar a imagem no LCD, tente ganhar o hábi-to de verificar o histograma. As DSLR maisantigas dispõem de monitores LCD que sãopequenos, comparados com os das câmaras

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    modernas, pelo que podem ser difíceis deusar.

    Além disso, as imagens captadas cominfravermelho adquirem normalmentevários tons de luz. Como tal, é necessário quefiquem devidamente expostas mas não aoponto de deixarem as altas luzes começar aestoirar. Por esse motivo, deve usar o histo-grama: dar-lhe-á indicações mais precisas do

    que a imagem de previsualização.De modo a conseguir uma ótima qualida-

    de de imagem será igualmente boa ideiafotografar em Raw, em vez do tradicionalJPEG.

    Ao reter a maior quantidade de informa-ção possível nesses ficheiros, passa a disporde maior “latitude” quando editar essas ima-gens. Alguns fotógrafos dirão que é possívelproduzir imagens de elevada qualidade emJPEG, mas o Raw leva sempre vantagem.

    A meteorologia é outro elemento que deve

    ter em conta neste tipo de fotografia. Osníveis de radiação infravermelha variam emfunção de condições meteorológicas. Porexemplo, os dias claros e solarengos são osmais eficazes para fotografia de infraverme-lho, uma vez que o céu azul escurece bastan-te e as nuvens destacam-se mesmo.

    Ah e jogue com os elementos à sua volta.A folhagem e a vegetação são dois bons

    refletores de radiação infravermelha nosdias de sol, permitindo realçar uma espéciede branco vivo, que contrasta maravilhosa-mente com o céu escurecido.

    A grande vantagem desta técnica é quepermite captar excelentes fotografias eminfravermelho a meio do dia, quando o solestá alto, a luz áspera e as sombras densas.Ora, em regra esta é considerada uma péssi-ma altura para fotografar paisagem, vistoque a qualidade da luz não é nada de espe-cial.

    Filtros

    infravermelhosSe não morre de amores pela ideia de conver-ter a sua câmara, pode sempre optar peloschamados filtros infravermelhos (o Hoya R72,por exemplo, é um dos mais populares) – paraencaixe na objetiva. Por ser tão escuro, énecessário fazer primeiro a focagem e mesmoassim por vezes pode achar a medição dacâmara pouco exata. Sem esquecer que as lon-gas exposições obrigam ao uso de um tripé.Mas o resultado final é de tal forma expressivoque compensa toda a trabalheira adicional.

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    técnicaT I R E P AR T I DO DA S U A CÂM AR A F OT OG R ÁF I CA

    Mas é a altura perfeita para fotografar eminfravermelho, que é como quem diz: comesta técnica pode fotografar durante todo odia, mesmo no pico do verão.

    Relativamente ao sujeito, as paisagens eflorestas são as escolhas óbvias visto revela-rem tão bem os efeitos do infravermelho, emespecial durante a primavera e o verão,quando a folhagem é abundante e exube-rante.

    Mas há outros sujeitos que se dão bemcom o infravermelho, como é o caso de edifí-cios antigos, com destaque para os castelos,igrejas ou velhas casas senhoriais (quantomais imponentes melhor). Então se tiveremárvores nas redondezas ou trepadeiras a

    crescer no seu interior, melhor ainda.Em locais como estes e usando a técnica

    do infravermelho é possível criar cenáriosassustadores e fantasmagóricos. Por isso,

    alertamos já para o perigo de apanhar umvalente susto quando acabar de editar a suaimagem.

    Outro tipo de fotografia que combina naperfeição com o infravermelho é a fotografiade arquitetura. As imagens de infravermelhotêm, em regra, um aspeto forte e gráfico, oque é ideal para captar a intensidade doselementos arquitetónicos, bem como os cha-mados abstratos escurecidos.

    O infravermelho é também adequado aoretrato, seja em estúdio ou com iluminação