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    N.º 10MARÇO/ABRIL/MAIO 2012

    €3.00Portugal [Cont.]

    Viagem fotográfica à Serra da Estrela, com ofotógrafo João Rodrigues.

    André Brito e Telmo Gil são os grandesentrevistados desta edição.

    Aproveitamos o ecrã do computador e kiwispara mais dois guias passo a passo.

     A fotografia "alimenta-se" de luz. Mas a dose tem de ser bem medida. Medida como? É isso que vai descobrir em dois artigos especiais onde desvendamos esses mistériosda fotografia digital que são os modos de medição e o gráfico do histograma.

    DOMINE OS MODOS DE MEDIÇÃO...E O HISTOGRAMA

     F O T O-A V E N T U RA

     P E LA  O B J E T I VA  D E...  G U IA S  P RÁ T I

     C O S

    As suas exposições vão ser cada vez mais perfeitas! 

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    clickO QU E V AI ENCONT RAR NA zOOm

    Foto da capa: Maurício Reis

    FICHA TÉCNICA zOOM n.º 10 [Março/Abril/Maio 2012

    DIRECTOR Maurício Reis REDAÇÃO Cláudio Silva, Marcos Fernandes, Paulo Jorge Dias, Pedro Portela MARKETING/CIRCULAÇÃOSandra Mendes ARTE/GRAFISMO +ideias design IMPRESSÃO Peres-Soctip - IndústriasGráficas, S.A DISTRIBUIÇÃO Vasp, Lda PROPRIEDADEMR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609 | REDAÇÃO|PUBLICIDADERua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001-902Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail: [email protected] | [email protected] | [email protected]

    Depósito legal: 305470/10 | Registado na E.R.C. n.º 125761 Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.500 exemplare

    [ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]

    http://www.zoomfp.com www.flickr.com/photos/revistazoom http://twitter.com/revista_zoom http://www.facebook.com/pages/Revista-zOOFotografia-Prática/183784928322852

    > EDITORIAL

    Não, na zOOm – Fotografia Prática não vamos falar de e sobre a crise. Já chega oque nos é bombardeado todos os dias pelas rádios, televisões e jornais. Vamos

    antes tentar encontrar um lado positivo para esta fase menos boa da economia

    mundial, e da portuguesa em particular.

    As marcas continuam a despejar para o mercado atualizações das suas máqui-

    nas. Por um lado é bom, já que estas, na maior parte das vezes, vêm acompa-

    nhadas de pequenas funções e capacidades úteis para o fotógrafo. Por outro,

    estes lançamentos têm, ao longo dos últimos anos, provocado alguma excitação

    mesmo a quem já possuía uma câmara digital relativamente interessante.

    Os últimos anos serviram, pura e simplesmente, para muitos queimarem

    dinheiro. Querer ter a última tecnologia disponível tem destas coisas. As pes-

    soas nunca estão completamente satisfeitas.

    Acreditamos que muitos utilizadores nem chegam a conhecer bem e a tirar par-tido do material que têm nas mãos. Ou passam muito tempo em frente ao com-

    putador a discutirem sobre pixéis e céus queimados, ou a descobrirem que nova

    máquina vai lançar a marca X, ou a analisarem os 0,001% de diferença entre a

    objetiva Y e Z.

    E é aqui que entra a crise e as suas possíveis (?) “vantagens”. Acreditamos que

    as pessoas vão ter que aproveitar muito melhor o equipamento que têm. As

    máquinas digitais dos últimos anos conseguem resultados impensáveis noutras

    épocas.

    Porque o dinheiro não estica, provavelmente vão olhar com outros olhos para a

    câmara que compraram há pouco tempo e imaginarem-se a usufruir das suas

    capacidades, em vez de estarem a pensar atualizá-la pelo modelo que a substi-

    tuiu há uma semana.Mais, pode ser que finalmente usem as suas câmaras para... fotografar. Afinal,

    foi para isso que as compraram e é para isso que servem.

    Pode ser que a crise aca be por ser benéfica para a fotografia. Possivelmente vão

    surgir novos talentos que andam por aí escondidos, ou que muitos nem sabem

    que têm.

    Como sempre, pode contar com a zOOm, quer seja para divulgar as suas ima-

    gens, quer como fonte de inspiração para sair e fotografar.

    Inspire-se e... boas fotografias.

    A Direção 

    03 > LivrosMais quatro livros que deveriam fazer parte da suabiblioteca. Grandes nomes da fotografia enchem aspáginas com imagens únicas. Por isso, deixe a crise delado e ofereça-os a si próprio.

    05 > ConhecerDesta vez sugerimos três fotógrafos do mundo em quedeve ficar atento: Niall Benvie, Tim Flach e John

    McMurtrie. Delicie-se com as suas fotos e aventuras.

    06 > IniciadosO histograma até pode parecer um bicho-papão mas,acredite, é um dos melhores aliados do fotógrafo naatualidade. E já vem de série com a sua máquina.

    08 > ExposiçãoVeja as im agens de outros leitores e conheça um poucomais sobre as mesmas... e os mesmos.

    19 > PráticaMais dois guias práticos: divirta-se em frente ao ecrã docomputador, ou dê cabo da fruta lá de casa - só nãodiga que fomos nós a dar a ideia...

    24 > Técnica

    Na fotografia, a luz, precisa de ser na medida certa paraobtermos a exposição correta. E a chave para calcularessa medida está nos modos de medição.

    30 > Especial: Concurso “Alta Velocidade nassuas mãos”Paulo Pires foi o vencedor e, para além dos prémios,

    teve a oportunidade de aprender mais sobre fotografiade alta velocidade, numa sessão criada para o efeito.

    34 > Foto-AventuraNesta edição a Foto-Aventura foi para fora… cá dentro.Em tempos de austeridade, nada melhor do que umaeconómica visita à Serra da Estrela. Uma aventura foto-grafada – e relatada – pelo viajante João Rodrigues.

    40 > Pela objectiva de...

    André Brito e Telmo Gil são os fotógrafos em destaqueneste número. Mais duas entrevistas inspiradoras.

    50 > +ProPedro Portela aborda aquilo que necessitamos parafotografar. Não, não é de máquinas e objetivas. É, sim,de... inspiração.

    24 34 40

     A crise e a fotografia

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    AzOOm dedica a secção de novos livros

    apenas à Magnum Photos. Talvez pelaonda consumista de Natal, por moda,

    ou pelo vigor renovado daclássica agência de Cartier-Bresson, Capa e companhei-ros, foram vários os títulos asair no final de 2011. MagnumContact Sheets era o maisaguardado. Para os tradiciona-listas da fotografia, a película,certamente se lembram doprimeiro passo da impressãoa preto a branco, debaixo daluz vermelha do laboratório:colocar as tiras do negativosobre uma folha de papelfotográfico e dar segundos deluz vazia para positivar osfotogramas. Faziam-se as cha-madas ‘provas de contacto’, deonde eram seleccionadas asfotografias que mereciam serampliadas. Magnum ContactSheets resgata, da escuridãodos arquivos, essas cópias, quenada mais são do que minús-culas imagens do rolo fotográ-

    fico integral. É por isso um baú de segredos

    que a Magnum arromba, mostrando o queaconteceu antes e depois de fotos icónicas.

    Estão lá nove das dez fotografias do Dia D,tiradas por Robert Capa, sobreviventes à

    pressa da revelação, que estragou três dequatro rolos. E ficamos a saber que a décimafoto, a do soldado a esconder-se na rebenta-ção em Omaha Beach, desapareceu… Porentre as Contact Sheets ainda está a série deimagens que Philippe Halsman fez deSalvador Dali a saltar e a dança dos pintoresda Torre Eiffel captada por Marc Riboud. Maso livro também mostra as cores berrantesque Martin Parr fez dos veraneantes de NewBrighton, o lote de slides que ThomasHoepker tirou do World Trade Center prestesa colapsar e a sequência de diapositivos queStuart Franklin fez do homem, com sacos decompras, a desafiaruma fila de tan-ques de guerra naPraça deTiananmen, em1989. São 450fotografias, aotodo, em que aMagnum expõe,a nu, as falhas, ashesitações e ocontexto demuitos momen-

    tos decisivos quepovoam a nossa cultura imagética.

    zOOm | 3

    livrosQ U E DE V E T E R N A S U A E S T AN T E . T E X T O: M AR COS F E R N AN DE

    Magnum Contact SheetsFOTOS DE DIVERSOS | EDITORA: THAMES & HUDSON | PÁGINAS: 508 | €115

       ©   R   e   n   é   B   u   r   r   i

         ©     J   o   s   e     f     K   o   u     d   e     l     k   a     /     M   a   g   n   u   m      P

         h   o    t   o   s

    GypsiesEDITADO POR JOSEF KOUDELKA | EDITORA: THAMES & HUDSON | PÁGINAS: 192 | €35

    Se este portfólio de Josef Koudelka visseapenas agora a luz do dia, provavel-mente teria o título Roma. Se tivessesido publicado em 1970, em Praga, como este-ve previsto, teria Cikáni como título, sugiro

    eu. Mas não. Foi publicado pela primeira vezem 1975 pela Delpire, em França, com o títuloGitans, e nos Estados Unidos, pela Aperture,com Gypsies. O livro foi reeditado váriasvezes, desde então, mas já há uns anos queos novos fãs de Koudelka desesperavam poruma cópia, há muito esgotada. Eis que oNatal de 2011 trouxe de volta à estampa asmemórias das visitas que Koudelka fez afamílias ciganas, entre 1962 e 1971, na antigaChecoslováquia, Roménia, Hungria, França, eEspanha.

    Ernesto ‘Che’ Guevara, Havana, Cuba, Janeiro de

    1963

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    ‘Oque chamam de inferno eu chamode realidade’, é a sugestão que

    Henry Geldzahler, crítico de arte,dá para subtítulo de Subway. Ao reflectirsobre o livro, Geldzahler repara que cadafotografia de Bruce Davidson tem três pla-nos: o primeiro, com um corpo, o intermédio,com graffiti, e o fundo, com uma janela comvista para Nova Iorque ou para um velho e

    sujo túnel de metro. Foi nestemicrocosmo que BruceDavidson se lançou em 1979 e1980, a caminho de locais queo inspirassem a fotografar,como Lower East Side deManhattan e Coney Island.Mas ficou-se pelo caminho,literalmente. Foi na linha demetro, a apontar o flash, semmedo, que retratou um sub-mundo da grande cidade.Chegou a ser roubado duasvezes e ajudou a polícia a cap-turar um assaltante. Aliás,

    fotografou o ladrão a ser levado, com alge-

    mas, e a olhar para a lente como quem pensa‘ também me apanhaste’. No geral, fez umaespécie de retrato etnográfico de quem usavao metro nos idos anos 80. Gangues e acadé-micos, mangas-de-alpaca e troncos desnu-dos, casacos de pele e fatos-de-treino, sorrisose ameaças. Há uma heterogeneidade, um

    mundoperene mas que se renova constantemente, àmedida que as portas abrem, magotes saeme entram, e as carruagens seguem marcha.Por fim, há o tal plano intermédio, que noslembra que o palco é o mesmo: os graffiti dometro povoam as imagens, fruto do auge domovimento. Ao contrário das fotografias queWalker Evans fez no metro nova-iorquino 40

    anos antes, as kodachromes de Davidson nãosão tiradas às escondidas. Nela vemos olha-res complacentes e, até, performances dequem posa para o ‘boneco’. Subway foi publi-cado pela primeira vez em 1986 e é agorareeditado pela Steidl, com algumas imagensinéditas.

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    livrosQ U E DE V E T E R N A S U A E S T AN T E . T E X T O: M AR COS F E R N AN DE S

    SubwayFOTOS DE BRUCE DAVIDSON | EDITORA: STEIDL | PÁGINAS: 140 | €48

    Sequentially YoursFOTOS DE ELLIOTT ERWITT | EDITORA: teNeues | PÁGINAS: 208 | €59.90

       ©   B   r   u   c   e   D   a   v   i   d   s   o   n   /

       M   a   g   n   u   m    P   h   o   t   o   s

    Quem conhece Erwitt sabe que as suasimagens têm um ponto em comum:arrancam sorrisos. Na maior parte

    das vezes o fotógrafo resume uma situaçãoabsurda numa única imagem, mas não temproblema em usar mais do que uma paracontar estórias de vida de cão, de episódiosde férias, ou de acontecimentos jornalísticos.Sequentially Yours junta sequências que jáforam publicadas noutros livros, mas tam-bém revela algumas novas. E mais! Mostraimagens, escondidas no espólio, que ElliottErwitt fez imediatamente antes de ter tirado

    algumas das fotografias que se tornaramfamosas, como o retrato do elenco de Misfits,com Marilyn Monroe, Clark Gable eMontgomery Clift. E isso faz despertar o edi-tor fotográfico que há em cada um de nós.Coçamos o queixo, soltamos um «humn» epensamos «se fosse eu teria imprimido estafoto e não a que o Erwitt escolheu»…Sequentially Yours tem a sequência, quase aoestilo BD, da saga do homem que não conse-guiu fechar o guarda-sol e o leva aberto dapraia até casa. Desvenda que o grupo de

     jovens húngaras que perseguem um bandode patos, numa das suas imagens mais

    publicadas, é antecedido pelos patos a perse-guirem as raparigas! Este livro é editadopouco tempo depois de Elliott Erwitt ter sidogalardoado com o 2011 Lifetime AchievemenAward nos prémios do International Centerof Photography. Sincerely Your’s (fan),Marcos, from zOOm.

         ©     E     l     l    i   o    t    t     W   e   w    i    t    t     /     M   a   g   n   u   m      P

         h   o    t   o   s

    Brasília, Brasil, 1961

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    conhecerF O T Ó G R A F O S D E C Á E D E L Á

    FOTÓGRAFOSNa zOOm damos-lhe a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo,sejam eles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grandemaioria, autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende(e muito) sobre fotografia... a ver.

       ©    N

       i   a   l   l   B   e   n   v   i   e

    Niall BenvieEste escocês temduas paixões navida: a fotografia ea natureza. Ambascultivadas pelo seupai. Em 1993, aomesmo tempo quetermina a sua licen-

    ciatura em Geografia, já tem um palmarésdigno de registo no que respeita à fotografiade paisagem. Já é um profissional. Mas comoadmirador incondicional da vida selvagem eda natureza, desde 1991 que funda, ou é co-fundador de uma série de ligas e organiza-ções de fotógrafos amigos da natureza.Desde então que ajuda a levar a cabo diver-sos projetos na área. Para além disto, jáescreveu quatro livros e inúmeros artigossobre fotografia para as mais prestigiadasrevistas mundiais. Uma das suas coleçõesmais conhecidas e interessantes tem a ver

    com imagens de animais, insetos e plantascom fundo totalmente branco. Com “pouco”material, mas muita paciência e conheci-mento, Niall Benvie oferece-nos fotografiasdeslumbrantes.www.niallbenvie.com

    Tim FlachNasceu em Londresem 1958 e nuncateve qualquer for-mação fotográfica,nem trabalhoucomo fotógrafoassistente de qual-quer “estrela” da

    área. O certo é que se apaixonou por estaárea – quem não se apaixona? – e acaba portentar reunir fundos para a sua fotografiaatravés de um baixo salário como jornalista.Felizmente, há pouco mais de dez anos deci-diu dedicar-se à fotografia comercial, comsucesso, ao mesmo tempo que se iniciava nafotografia de animais. Agora trabalha comalgumas das maiores agências de publicida-de do mundo. Entretanto foi recebendo inú-meros prémios pelo seu trabalho. É publica-do em revistas e as suas exposições sãosucesso garantido. A criatividade de Tim

    Flach não tem, definitivamente, limites eisso é perfeitamente percetível nas espeta-culares fotografias com animais. Os maisdiversos. Os que conhecemos e outros queraramente temos oportunidade de vislum-brar.www.timflach.com

         ©      T

        i   m      F

         l   a   c     h

    John McMurtrieNasce em Inglaterraem 1969 e há meia-dúzia de anostorna-se o fotógrafooficial dos IronMaiden, acompa-nhando-os nos con-certos em todo o

    mundo. Este é o trabalho que muitos deseja-riam, mas só McMurtrie o conseguiu. Ouseja, um privilegiado, é o que ele é. Mas nãopense que é só boa vida. Não, John tira, acada dia que passa, mais de 1000 imagens(em RAW), que depois processa no AdobeLightroom. Trabalho este que, em média,demora uma hora e meia. Por fim, entre 50 a100 imagens – mais uma vez, por dia! – sãoenviadas para o servidor da banda. Quandonão está a fotografar concertos do grupo,está a voar, ou a escolher os locais ideiaispara fotografar, ou a registar momentos com

    os fãs da banda nas cidades que visitam.Para o ajudar nesta sua tarefa, McMurtrieconta com a ajuda das suas duas Nikon D3se uma parafernália de objetivas. Mais recen-temente lançou o livro “On Board Flight666”, onde o fotógrafo conta as história pordetrás das fotos.www.picturedesk.co.uk

         ©      J

       o     h   n     M   c     M   u   r    t   r    i   e

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    iniciadosA F O T O G R A F I A D E U M A F O R M A S I M P L E S

    Histograma, a chavepara uma exposição perfeitaSe procurar bem, vai encontrar nas funções da sua câmara um gráfico, cheio dealtos e baixos. Chama-se histograma e mostra-lhe qual a percentagem de cadatonalidade, na fotografia. À primeira vista até pode não lhe dizer grande coisa,mas aprender a ler um histograma é meio caminho andando para chegar à me-lhor exposição possível.

    Afotografia digital introduziu um con- junto de inovações que simplificarama vida ao fotógrafo. Uma delas foramos histogramas. Quem não os utiliza devida-mente e não aproveita o seu potencial está aperder o melhor da festa. Por isso é tempo deaprender umas coisas.

    Se é uma daquelas pessoas que até temumas luzes e já ouviu falar de histogramas,mas não sabe bem o que são, então faça ofavor de ir remexer o fundo do baú, à procurado manual de instruções da sua câmara.

    Vá lá, não se preocupe que nós esperamosum bocadinho…

    Pronto, já está aí? Ótimo! Agora vamos láabrir uma imagem no LCD da sua câmara eseguir as instruções do livrinho que lhedizem como exibir o histograma dessa foto-grafia. É que esta é daquelas coisas que variaconforme o modelo e o fabricante da câmara.

    Se fez tudo direitinho vai aparecer-lhe umgráfico que, à primeira vista, não lhe vaidizer grande coisa. Mas quando souber inter-

    pretá-lo será a chave para uma exposiçãoperfeita. Isto porque se trata de uma repre-sentação gráfica da fotografia, com todainformação sobre a variedade de tons exis-tentes na imagem e qual a percentagem decada um deles.

    O histograma deriva da própria imagem eé isso que faz dele uma ferramenta tãoimportante. É que as medições que faz nor-malmente antes de apertar o botão – nofotómetro – são apenas uma estimativa daexposição que irá conseguir, feita antes dafotografia ser tirada. Ao contrário do histo-grama que lhe fornece esses dados a partirda imagem que captou, diretamente do sen-sor da câmara.

    Claro que as coisas boas não ficam poraqui. O histograma trabalha em conjuntocom a função de Alerta de Altas Luzes quelhe permite perceber quais as partes da foto-grafia que brilham tanto que perdem o deta-lhe. E pode observar isto diretamente no LCDda sua câmara.

    Ao combinar o histograma com o Alerta deAltas Luzes vai perceber com exatidão o queestá bem e está mal na sua fotografia, aonível da exposição. As áreas sobre-expostas esubexpostas vão ser assinaladas de forma aque até um leigo as perceba.

    Claro que parte de nós, os iniciados, confiaem demasia nas medições prévias. Mas àsvezes o sistema de medição do fotómetrodeixa-o ficar mal. Isso acontece porque ele sóestá preparado para fazer a leitura da luzrefletida atrás do sujeito. Ora, isso podevariar, em função do brilho que ele – sujeito– possa ter.

    Experimente fotografar duas pessoas aolado uma da outra: uma vestida de preto,outra de branco. No momento da medição,vai obter uma leitura diferente para cadauma delas, apesar da exposição correta ser amesma para ambos (um valor situado alientre a leitura de um e outro). Isto aconteceporque estão os dois expostos à mesma luz.

    Nestes casos, a câmara é obrigada a fazer

    A imagem está subexposta, com o gráfico encostado à esquerda. Como

    descobrirá, é mais difícil perder detalhe nas sombras do que nas altasluzes. Ou seja, a foto está escura, mas não lhe falta qualquer detalhe.

    O histograma desta imagem está muito equilibrado. Nenhum detalhe foi

    perdido em qualquer um dos lados do gráfico. De uma forma simples,este é o desenho gráfico ideal de um histograma.

    Aqui temos sobre-exposição, com o gráfico encostado à direita. Ainda er

    possível recuperar informação das altas luzes, mas se o gráfico estives-se totalmente encostado, seria muito difícil a tarefa.

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    cálculos e estimativas, empregando diferen-tes modos de medição, tais como o matricialou pontual, e recorrendo aos controlos decompensação.

    Em boa parte das situações isto será o sufi-ciente para obter uma boa fotografia. Mas, àsvezes, a coisa não corre como esperávamos. E

    é essa margem de erro que nos obriga arecorrer a uma ferramenta mais fidedigna:os histogramas.

    Mas o que é exatamente um histograma?Ora bem, o histograma mostra-lhe, grafica-mente, todos os tons registados pelo sensorda câmara. As áreas mais escuras (sombras)são exibidas à esquerda, enquanto as maisbrilhantes (altas luzes) ficam do lado direito,ficando a parte do meio reservada para aszonas cinzentas (meios tons). Há ainda umaescala vertical que lhe mostra a quantidadede área da imagem que cada tom ocupa.

    Um dado importante a reter: o histograma

    é gerado a partir de um ficheiro “.JPEG”.Mesmo que fotografe em RAW, a informaçãoexibida tem sempre por base um pequeno“.JPEG” que ficará ligado ao ficheiro RAW.

    Isto porque, em rigor, o ficheiro RAW nãopode ser visualizado na câmara.Basicamente, trata-se de um amontoado dedados digitais que só podem ser devidamen-te visualizados através de um programainformático.

    Mas o facto de se tratar de um “.JPEG” nãotem influência (ou quase) no resultado final.O importante é concentrar-se num dado

    específico: as definições de contraste.Localizadas nos controlos de “Picture Style”,elas comprimem e esticam ligeiramente ográfico do histograma.

    E como ler o gráfico? Antes de mais deveperceber que o histograma não tem umaforma perfeita. Isto porque tudo depende dosujeito da fotografia: não pode ser movidopara um lado ou para o outro e a sua formanão pode ser mudada.

    Na verdade, a chave de uma exposição cor-

    reta depende da forma como conseguirmosfazer com que os tons de todos os elementosda fotografia tenham uma posição corretano gráfico. E isso só se consegue com algumaprática e uma boa dose de experimentação,tentativa, erro, nova tentativa. Mas vamosver se as nossas dicas aceleram o processo…

    Tomemos o exemplo de uma fotografiaonde os elementos predominantes sejamescuros. No caso, um gato preto num sótão.Neste cenário, o gráfico apresentará áreasmuito preenchidas do lado esquerdo masnada do outro lado.

    De igual modo, se o sujeito for um husky

    siberiano daqueles branquinhos, a passearna neve, o gráfico atingirá os pontos maiselevados à direita. Já se for ao zoológico efotografar, sei lá, um elefante sobre umcampo verdejante, aí serão os níveis do meioque vão levar um salto.

    São exemplos de três tipos de exposiçãocorreta. E isto é visível uma vez que os tonsdo sujeito estão devidamente posicionadosno gráfico. Mas esta é a parte simples. Ocomplicado vem a seguir.

    Então e se baralhássemos as coisas efechássemos o husky no sótão? Mas não

     junto com o gato. Aí teríamos semelhanteconfusão que ainda acabávamos com câma-ra e tripé no chão. OK, temos um husky bran-quinho num sótão escuro. Qual é o resultado

    no histograma? Níveis altos à direita, maisaltos ainda à esquerda e, no meio, nada.

    Claro que nem tudo é assim tão linear. Amaior parte das cenas que o leitor fotografainclui uma grande variedade de tons, quevão desde os brancos brilhantes até às som-bras escuras. Com o tempo – e a experiência

    – será capaz de identificar os tons chave dosujeito e relacioná-los com a sua respetivaposição no gráfico. É esse o caminho para aexposição correta.

    E, para isso, um dos melhores “campos detreino” são os verdes. Em termos de exposi-ção, eles estão normalmente próximos docinzento médio, pelo que devem andar aípelo meio do gráfico. Igualmente ótimospara apurar a técnica são a alvenaria e oalcatrão. Sempre que o seu sujeito tiver tonsdentro desta gama, irá deparar-se com um“alto” no meio do histograma.

    Experimente também o tom da pele. É

    outro bom ponto de referência, mas por sermais claro deve situar-se aí a uns dois terçosno lado direito do gráfico.

    E depois de estar familiarizado com estacoisa dos tons, é tempo de começar a ajustara exposição. Verifique o histograma, compa-re-o com a cena e, se os bits luminosos eescuros não estiverem onde deviam, podefazer uma de duas coisas.

    Aumentar a exposição, o que fará mover oníveis para a direita do gráfico. Ou diminui-la, o que irá subir os níveis do lado esquerdo.É questão de ir fazendo os ajustamentos

    necessários, tirar nova fotografia e verificarse os tons estão devidamente distribuídos.Enfim, tudo dentro da lógica zOOm: “expe-

    rimente e divirta-se”.  nZ

    Expôr para a direitaPara quem está mesmo determinado em conse-

    guir uma imagem com o maior detalhe de pro-

    fundidade possível e o menor ruído, a solução

    ideal será o uso da técnica de Exposição à

    Direita.

    Não é propriamente para iniciados, mas se por

    acaso tiver aí à mão a edição n.º 3 da zOOm, oartigo em destaque vai ajudá-lo a dominar esta

    técnica que consiste em puxar os limites mais

    para o lado direito do histograma. Ou seja, obter

    a exposição mais clara possível sem, contudo,

    estoirar as altas luzes.

    Desse modo, regista os tons de forma mais bri-

    lhante do que são na realidade. Posteriormente,

    na fase de edição, serão feitos os devidos acer-

    tos. Não esqueça é que terá sempre de fotogra-

    far em RAW.

    Uma imagem tirada recorrendo à técnica de expôr para a direita.

    Demasiado clara, quase sem contraste, mas ainda com possibilidadede recuperação de todo o detalhe nas altas luzes.

    E agora a mesma imagem editada no computador. Foi escurecida (bai-

    xou-se a exposição), ou melhor, ajustou-se o contraste até q ue tivesseum aspeto mais natural.

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    8 | zOOm

    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    NOME: Elodie Almeida

    IDADE: 21

    CÂMARA: Canon 550D

    WEBSITE: http: www flickr com photos punkowy    D    E    S    T    A    Q    U

        E    D    A

        E    D    I    Ç    Ã    O

    Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, para

    [email protected] ), acompanhadas do

    respectivo título, uma pequena descrição e, caso preten-

    da, pode contar a sua história de vida ligada à fotografia.

    As fotos devem ter pelo menos 1500 pixéis no lado

    maior 300 dpi) e manterem o EXIF.

    zOOm - Fotografia Prática

    Apartado 97 . 3001-902 Coimbra

    Gostaria de veras suas fotosnesta secção?

    “Nasci em França, em 1990. Desdecedo desenvolvi um gosto parti-cular pela fotografia. Porém, sóme dediquei a esta arte há cerca de 2 anos.Inicialmente fotografava com uma SonyCybershot, mas mais recentemente adquiriuma Canon EOS 550D.

    Gosto particularmente de fotografia demoda, inspiro-me principalmente por temá-ticas que enquadram a década de 50, envol-

    vendo o estilo Pin Up e Rockabilly, mas tam-bém a década de 70, com a cultura punk.

    Através da fotografia pretendo contar his-tórias e despertar a curiosidade, criando pro- jetos distintos embora com temáticas seme-lhantes.

    Os meus projetos mais recentes denomi-nam-se “Back To The Fifties” e “TheDegradation Of Love”, demonstrando o meureal fascínio pelas décadas de 40 e 50.

    O primeiro projeto foi idealizado em Maiode 2011, quando conheci pela primeira vez orestaurante “The 50’s American Diner”, emLisboa, cujo objetivo é dar a conhecer a facetaglamourosa e sensual da Pin-Up. Por outrolado, o segundo projeto tem uma mensagemmais profunda, pois visa alertar para adegradação de locais culturais, cujos edifíciosrepresentados estão atualmente abandona-dos, demonstrando assim o abandono da

    BAIXBACK TO THE FIFTIE

    “Modelo: Catarina FernandesCanon 550D . 50mm . f/1.8 . 1/200” . ISO 25

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    NO SENTIDO DOS PONTEIROS DO RELÓGIO A CONTAR DA DIREITADEGRADATION OF LOVE

    “Modelos: Sara Alves e Samuel Pimenta”Canon 550D . 50mm . f/1.8 . 1/320" . ISO 100

    Canon 550D . 50mm . f/1.8 . 1/1000" . ISO 100Canon 550D . 50mm . f/1.8 . 1 /800" . ISO 100

    própria cultura por parte da sociedade que prefere dar prioridade aocapitalismo e ao consumismo. Esta série evoca igualmente o namoroentre dois jovens, permitindo-nos, mais uma vez, regressar à famosadécada de 50, pois grande parte destes locais eram frequentadosnessa época por casais para eventuais encontros, nascendo assim oromance através da arte. Estes projetos são provavelmente os maisarrojados e empolgantes que desenvolvi até hoje, pois tentei reunir

    todos os “ingredientes”, tanto ao nível dos cenários, dos modelos(Catarina Fernandes, Sara Alves e Samuel Pimenta), do Make-Up(Patrícia Pelarigo), da assistência (José Pereira e Andreia Monsanto) edo vestuário.

    Contudo, tive alguma dificuldade em encontrar os modelos cujascaracterísticas me satisfizessem, bem como conjugar a disponibilida-de de todos os participantes.

    O equipamento utilizado neste projeto foi uma Canon EOS 550D,uma objectiva EF 50 mm f/1.8 II e um flash externo com tripé.

    Por fim, pretendo evoluir e formar-me profissionalmente nestaárea.”

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    DESTAQUE 2

    ELTON VARELAhttp://www.facebook.com/pages/Eltonvarelaphotography /137770932951729?ref=ts

    “Fotógrafo de paixões e esforço para trilhar ofantástico mundo que envolve a fotografia.Nascido na ilha de São Tomé, desde a infân-cia que sempre mostrou a sua aptidão artística em tra-balhos de pintura e desenho. Com eles já vinha umgrande interesse pela fotografia. Pode-se dizer que foicom apenas 12 anos que começou a fazer trabalhosligados a artes plásticas na sua Terra Natal. Desdeentão, a evolução tem sido efervescente. Ganhou reno-me como artista plástico, revelando cada vez maisaquilo a que chamamos de talento e que é cada vezmais visível nos trabalhos fotográficos que hoje reali-za. Ainda por esta altura, teve reconhecimentos, deonde se destacam: Prémios e referências para aInstituição País City em 2002; a Criação de umaAssociação Logótipo de jovens promotores de SãoTomé e Príncipe, também em 2002, e o 1.º Prémio naCriação de um Logótipo ONG FONG (ONU), em SãoTomé e Príncipe. Este contributos valeram-lhe o convi-te, meses depois, para trabalhar na Organização dasNações Unidas (ONU) em São Tomé e Príncipe, ondetem o privilegio de colaborar com ilustradores do“Manual Educativo para Parteiras Tradicionais e

    Mulheres Grávidas” nesta ilha.A sua vida, embora com já muito reconhecimento é

    marcada por altos e baixos, o que o faz deslocar-separa Portugal onde fixa residência permanente atéhoje, por questões pessoais. Desta forma, fez por conti-nuar a prosseguir os seus sonhos o mais que podia.

    No entanto, profissionalmente, nem tudo foi um“mar de rosas”. Apesar de começar por trabalhar numatipografia, foi este emprego que lhe despertou aindamais a atenção para as suas faculdades na área foto-gráfica e o interesse despertou-lhe o talento adormecido. Como a maior parte dos fotógrafos iniciantes, compra a sua primeira máquina fotográfica compacta ecomeça por simples “clicks” que publica no conhecidosite “Olhares”. A essência pragmática do seu trabalhofoi deliciando a perspicácia de outros profissionais queviram nele tamanha criatividade.

    O próprio destaca Hugo Osório, como o primeiro aacreditar no seu potencial e a ensinar-lhe algumas técnicas para prosseguir com maior verosimilhança a suaarte. Dos conselhos e técnicas, das primeiras tentativaaté aos trabalhos marcantes que vemos hoje no seuportfólio, foi um passo. Não deixando porém de ser um

    Modelo: Carla MNikon D5000 . 98mm .

    1/10” . IS

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    trilho igualmente complicado de percorrer. O seu trabalhoganha então outra qualidade e magnetismo quando conheceCarla Paias, a quem é igualmente muito grato, pois trouxe-lheoutras noções necessárias à capacidade de fotografar, comofazer boas produções: o Make-up nas Modelos, por exemplo.

    Daqui para a frente a sua arte não mais parou, evoluindosempre de modo gradual, aliando técnicas novas, noções eencontrando-se aberto a conselhos e ligações com outros pro-fissionais.

    Atualmente fotografa com uma Nikon D3000 e D300s e comobjectivas Sigma 70-300mm, 90mm f/2.8, 35mm f/1.8, 50mmf/1.8, 150-500mm e a famosa objectiva Compose, da conhecidaLensbaby”.

    Garante que a mudança de equipamento veio dar uma maiorqualidade ao seu trabalho, assim como os modelos que foiencontrando pelo caminho. Essa alteração de material, de umagama ligeira para uma gama semi-profissional, ajuda-o a pro-mover a sua arte e a demonstrá-la de forma mais eficiente.

    Um agradecimento especial vai para o Sr. Élio, de CasteloBranco – pois foi um projeto de certa forma, pensado por ele,para que Elton conseguisse obter o material e começar a lidarcom ele a pouco e pouco, criando de forma mais ampla a suaprojecção como fotógrafo. Mais se faz através desta personali-

    dade na sua vida: atualmente tem em mente um projecto quepassa pela execução completa de produções, desde a moda atétrabalhos de multimédia, curso que se encontra neste momen-to a tirar.

    Em 3 meses a evolução deste fotógrafo amador para semi-profissional foi elevadíssima – pode-se dizer que até mesmodifícil de encontrar. O talento aliado à criatividade, o potencialapoiado por pessoas que nele acreditaram e um trilho que pas-sou por várias reviravoltas, na qual se destacam as dificuldadesem encontrar modelos dispostas a serem fotografados para tra-balhos propostos pelo Elton, até à luta que teve em algunsmomentos “racistas” – pelo facto de ser negro (chegandomesmo a não publicar trabalhos seus devido ao seu tom depele), levaram este artista a tornar-se cada vez mais forte,amplo e um verdadeiro lutador pelo seu sonho da Fotografia.Podemos encontrar o seu trabalho em diversos espaços, desdeas redes sociais, até conceituados sites de fotografia, passandopor revistas do tema. É hoje um fotógrafo já conceituado e reco-nhecido por outros artistas de outras áreas ligadas à fotografia,como a produção, moda, ou multimédia.

    Acima de tudo, a vontade de fotografar, o sonho e a evoluçãoque quer prosseguir, prevalece. Esse será talvez, o melhor acha-do que transparece no seu trabalho.” [n.r.: texto auto-biográfico]

    Modelo: Ksenia BezzabaraNikon D3000 . 122mm . f/4.2 .1/500” . ISO 125

    Modelo: Elizabette MendanhaNikon D3000 . 82mm . f/4 .1/125” . ISO 100

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    VÍCTOR DE ALMEIDA > 35 ANOShttp://victorleornedealmeida.blogspot.com

    “A minha paixão pelas Artes desde muito cedo serevelou. Em criança dedicava os meus temposlivres ao desenho e à pintura e o meu sonho era

    seguir uma Faculdade de Belas Artes. Mas como sempre quisser independente, aos 16 anos fiz questão de começar a tra-balhar e vi-me forçado a interromper os estudos, que mais

    tarde voltaria a retomar.Seguindo desde então a veia artística na área da pintura, emmeados de 2005 cruzei-me com a totografia e rapidamenteme levou a inscrever num curso de fotografia analógica noIPF. Fiquei rendido a esta Arte e a partir desse momento

    encarei a fotografia como uma necessidade que me permiti-ria mostrar às pessoas de uma forma quase imediata aminha maneira de ver o Mundo, o sentir e o exteriorizar. Ovício foi crescendo dentro de mim de dia para dia e nuncamais me desvinculei da fotografia. Com o passar do tempo eatravés de sites onde partilho os meus trabalhos com outrosamantes desta arte, conheci um grupo de fotógrafos comquem me identifiquei e como possuía uma pequena Galeria

    de Arte juntei o útil ao agradável e organizei algumas exposi-ções de fotografia. Actualmente eu e este grupo juntamo-nossemanalmente e dedicamo-nos sobretudo à fotografia derua. Gosto de fotografar um pouco de tudo mas a fotografiaurbana e sobretudo os retratos, são o que mais me motiva na

    fotografia. Gosto de conversar com as pessoas que retratona rua, olhar nos seus olhos e ver o que está para além deum simples Olhar.”

    CIMA ESQUERDA: Estado da NaçãoCanon EOS 500D . 90mm . f/2.8 .1/250” . ISO 400

    CIMA CENTRO: Um Olhar

    Canon EOS 500D . 200mm . f/2.8 . 1/500” . ISO 400CIMA DIREITA: Vida sem LuzCanon EOS 500D . 70mm . f/2.8 . 1/320” . ISO 100

    SORAIA FNINEhttp://www.facebook.com/pages/Photography-

    Soraia-Fnine/145973698768971“O meu nome é Soraia Fnine. Tenho 16 anos edesde que me lembro que sou apaixonada pela

    fotografia. Desde pequena que isto sempre fez parte demim, principalmente quando o meu pai me estava sempre atirar fotografias. Foi a partir daí que esta paixão surgiu. Hojeem dia as coisas modificaram-se. Prefiro ser eu a fotografare são raros os dias em que não o faço. De há dois anos para

    cá, isto tornou-se cada vez mais importante. Tento sempreaprender um pouco com o que vejo e tento sempre evoluir.Apesar de ainda não ter o material que pretendo, sinto-mefeliz e adoro trabalhar com a minha Canon Eos 1000D. Amáquina não faz o fotógrafo e espero mostrar isso atravésdos meus trabalhos. A paixão pela fotografia é algo quenunca sairá de dentro de mim e espero, daqui para a frente,tirar o meu curso de fotografia e crescer neste mundo.”

    ESQUERDA: A princesa abandonada“Uma sessão fotográfica com a modelo Tatiana Tigulea.”Canon 1000D . 35mm . f/4.5 . 1/80” . ISO 400

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    PEDRO TEIXEIRAhttp://olhares.aeiou.pt/p3dr0xx

    “O meu nome é Pedro, tenho 27 anos, sou doPorto e tenho um gosto muito especial pela foto-

    grafia. Desde muito novo que sempre tive maisimpulso para as artes. O meu gosto pela fotografia digitalnasceu há pouco mais de 2 anos, desde então tenho estuda-

    do bastante sobre fotografia, dando especial importância aosconceitos e as técnicas, tudo isto como auto-didacta. Desdeque comprei a minha primeira máquina fotográfica DSLR,tenho posto em prática, ou pelo menos tentado, as coisas

    que tenho aprendido! Tenho mais tendência para fotografiasobre paisagem urbana, paisagem natural, gentes e locais.Espero, no entanto, evoluir cada vez mais e fazer deste

    “bichinho” que é a fotografia, uma paixão enorme!”

    CIMA ESQUERDA: Deserto de pedra...Canon 5D MKII . 65mm . f/8 . 1/250” . ISO 100

    CIMA DIREITA: FormaCanon 5D MKII . 24mm . f/8 . 1/80” . ISO 100

    JOÃO FRANÇAhttp://www.joaofranca.pt.to

    “A fotografia sempre esteve presente comigo, mas só pelos meus 17 anos comecei entrar neste mundo um pouco mais a sério, adquirindo assim a minha actualmáquina, Nikon D40. Desde o início que fotografo um pouco de tudo, mas só há

    pouco tempo é que me tenho especializado mais na fotografia de Moda e no Fotojornalismo.Joey Lawrence é o meu fotógrafo de eleição. Apresenta já um vasto trabalho magnífico e comum curriculum surpreendente. Muito do seu trabalho baseia-se na técnica de Strobist e desdeentão tenho, aos poucos, adquirido material que me permita realizar esta mesma técnica macomo é obvio, com o meu estilo próprio.”

    ESQUERDA: Rosto de uma vida“Esta fotografia foi tirada em pleno inverno, num hospital psiquiátrico. Numa visita que fizdeparei-me com este homem, agarrado a um aquecedor, com uma cara surpreendente e aomesmo tempo assustadora. Pensei alguns segundos antes de tirar a fotografia, se seria bomfazer o clique, mas o poderoso olhar que transmitia vida fez-me disparar.”Nikon D40 . 55mm . f/5.6 . 1/40” . ISO 800

    ALEXANDRE SOUSA > 34 ANOShttp://olhares.aeiou.pt/xalisousa

    “A fotografia é uma paixão de há muito. Há alguns anos atrás gastei vários filmes comuma câmara básica, até que, sem poder comprar uma melhor para progredir, acabeipor deixar de fotografar. Adoro fotografar as paisagens da minha ilha, as quais são

    verdadeiramente fantásticas. As lagoas das Sete Cidades, no interior duma enorme cratera vul-cânica, são realmente mágicas e são o meu local preferido para estar. Apesar de ir lá muitasvezes, encontro sempre algo novo para fotografar. Há poucos anos adquiri a Canon 1000D, aqual me fez despertar novamente para esta paixão, ainda com mais intensidade. Passei muitashoras na Internet e a ler várias revistas de fotografia, para tentar aprender como manobrar acâmara e entender as regras de composição. Participei num workshop e num curso de inicia-ção, o que me permitiu evoluir muito e tirar bastantes dúvidas, no entanto, sei que ainda hámuito a aprender e experimentar. Por agora é um hobby, mas admito que a vontade de quepasse a ser uma forma de viver, uma profissão a tempo inteiro, esteja sempre presente.”

    DIREITA: Cascata“Queria experimentar o efeito de arrasto numa queda de água que não é muito conhecida.Caído sobre ela estava um tronco enorme, o que tornou o cenário mais bonito ainda.”Canon 1000D . 18mm . f/20 . 6” . ISO 200

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    Parabéns aos três vencedores do passatempo que levá-mos a cabo com o site fotogenicos.net. Foram vários osparticipantes e a escolha das fotos ganhadoras não foitarefa fácil. > Carlos Silva | Filipe Sequeira | Hugo Fernandes

    HUGO FERNANDEShttp://www.flickr.com/photos/carvalhomiguel/

    “Sou natural de Vila do Conde, tenho 32 anos faço fotografia desde 2010. A minha primeiraDSLR foi uma Canon 450D, que após um curto periíodo de tempo foi substítuida por umaCanon 40D, que é a que utlilizo atualmente. Fascina-me a fotografia de rua, porque gosto de

    captar aqueles pequenos grandes momentos tão comuns do nosso dia a dia e que a maioria das vezesnos passam despercebidos. Não há grande tempo para enquadramentos, temos que ser rápidos eintuitivos, temos que conhecer bem o equipamento que estamos a utilizar, para tomarmos as nossasdecisões de forma rápida e eficaz. Quando fotografo na rua, gosto de o fazer de uma forma calma etranquila, pois dessa forma consigo misturar-me sem que me dêem muita importância podendo,dessa forma, antecipar momentos importantes que possam vir a acontecer.”

    DIREITA: Kids“Tirada em Londres. Vi que os miudos se preparavam para fazer uma pequena corrida entre eles e quea mãe estava de câmara na mão para captar o momento. Recorrendo a uma velocidade lenta, paratansmitir algum movimento e sempre com bastante cuidado para para não arruinar a fotografia, con-segui este registo.”

    Canon 40D . 55mm . f/5.6 . 1/8” . ISO 100

    FILIPE SEQUEIRAhttp://olhares.aeiou.pt/rastitapt

    “A fotografar há apenas alguns meses, sei que o caminho ainda é muito longo, masfotografar é, em parte, sentir e tentar transpor para a ‘chapa’ aquilo que estamos asentir quando fazemos um enquadramento. A técnica é muitíssimo importante e faz

    a diferença numa foto, mas 80% é, para mim, emoção. Um dia alguém via uma foto que eutinha tirado e dizia: - Ficou espetacular esta foto, deves ter uma boa máquina, qual é?Respondi-lhe: - Um olho, um dedo e um cérebro!. Como diz um amigo ‘São bidas’ :)”

    CIMA: Tive uma ideia, tive uma ideia!“Esta foto foi idealizada e realizada no dia a seguir a comprar a nossa revista zOOm nº 9, emque ensinavam a técnica para fotografar a lâmpada sem estar ligada. Depois foi só imaginarcomo poderia colocar essa técnica à prova, criando uma ambiência de luz e escuridão. Tenteiter em linha de conta a luz, pois esta era a parte mais dificil de conseguir, isto é, conjugar a luzque saía da lampada refletida na cara, na mão e no próprio casquilho.”Nikon D40 . 30mm . f/5 . 2” . ISO 200

    CARLOS SILVAhttp://avlisilva85.no.comunidades.net

    “Sou o Carlos Silva, “Avlisilva”, nasci no ano de 1985, em Lisboa, gostode fotografia desde pequeno e tiro fotos desde os meus 16 anos deidade. Mas só em Dezembro de 2010 é que adquiri uma câmara profis-

    sional e, desde então, o poder de evolução e a vontade de fotografar vêm subindoa cada dia que passa...”

    CIMA: The Love“Foto conseguida numa tarde de verão, em sessão com Daniela Rosa & GonçaloOliveira na praia de Carcavelos.”Canon 500D . 24mm . f/4 . 1/4000” . ISO 100

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    FILIPE AZINHEIRAhttp://www.flickr.com/photos/filipelaz/

    CIMA: Pôr do sol“Esta foto foi tirada quando vinha do Algarve, aopôr do sol que, nesse dia, estava espectacular.

    Nikon D3100. 55mm . f/14 . 1/200”

    FÁBIO MOREIRAhttp://fotofabiomoreira.gallerysblogs.com

    “Nascido em setembro de 1989, Fábio Moreirasempre foi um amante de fotografia.Profissionalizou-se em 2011, depois de praticar

    fotografia amadora durante 2 anos e participar em eventos erevistas. Observando o trabalho de outros fotógrafos e comos seus próprios passos, alcançou os seus objetivos.”

    CIMA: Amanhecer medieval

    “Foto tirada ao amanhecer à Ponte Medieval do rio Marnelem Lamas do Vouga, Águeda, em setembro de 2011.”Canon 5D MKII . 24mm . f/4 . 1/8” . ISO 3200Pentax K-20D . 40mm . f/4.5 . 1/30” . ISO 200

    DAVID MARTINShttp://davidmartinsphoto.wordpress.com

    “O meu nome é David Martins, tenho 22 anos esou natural de Cascais. Profissionalmente soutécnico de informática, mas como hobby adoro

    tirar fotos! Desde que o meu pai comprou uma Canon 500Ntinha eu cerca de 8 anos, apanhei uma paixão enorme pelaarte de fotografar. Comecei a tirar fotografias em rolo e,cada uma que tirava, apanhava mais o gosto de o fazer.Brevemente vou adquirir uma Canon EOS 5D Mark II, para

    fazer um projecto de grandes planos.”

    CIMA: Libelinha“Uma das mais belas libelinhas do Alentejo. Capturadanuma terra chamada Monte do Salto, ao pé de CastroVerde.”Canon 60D . 100mm f/2.8 . 1/1250” . ISO 100

    CARLOS CASQUINHA www.casquinhatkd.blogspot.com

    “Comecei a fotografar há relativamente poucotempo (2009). [...] Comprei uma Nikon D40 e umlivro de fotografia. Depois foi ler, aprender, foto-

    grafar, ler outra vez, aprender mais e começar a interessar-

    me seriamente pela fotografia comprando revistas e livros epesquisando na Internet. E aprendendo sozinho comomelhorar a técnica, mas também como trabalhar as fotos noPhotoshop. Depois, por intermédio do Pedro Portela, conhe-ci a zOOm e tornei-me fã. Hoje já não saio para nenhum ladoe não levo a minha reflex. Nunca se sabe onde espreita umbom moti vo para um ‘clique’.”

    CIMA: Barreiro“Foto ao anoitecer de uma zona menos conhecida doBarreiro, o parque empresarial.”Nikon D40 . 55mm . f/11 . 8” . ISO 200

    ANTÓNIO MARTINShttp://olhares.aeiou.pt/jlld

    “Sou natural da cidade do Barreiro e adoro foto-grafia. Em 1997 tirei um curso de fotografia e,desde então, tento, sempre que possivel, fotogra-

    far. Sou amador porque infelizmente não faço da fotografia a

    minha profissão, mas adorava. Tenho vindo a actualizar asminhas máquinas fotográficas, que começaram por umasimples Kodak de rolo, passando por uma Yachica e umaPentax. Recentemente, na era digital, tive uma Fuji Finepix euma Sony Alpha. No momento tenho uma Canon 600D.”

    CIMA: Quem me dera ser criança“Os meses de verão são, por norma, meses de feiras e roma-rias. Em agosto é a festa anual da cidade do Barreiro. Tireipor lá umas fotografias de movimento que tanto gosto.Achei engraçado esta senhora que devia estar à espera dealguém e fotografei.”Sony a200 . 18mm . f/9 . 1/10” . ISO 400

    ANÉSIA GOUVEIA www.flickr.com/kestna

    “Considero-me uma simples amadora. Para mimos olhos são o espelho da alma e as fotografias oseu reflexo. Com a fotografia aprendi, não somen

    te a olhar, mas a ver e a sentir... a olhar para cima e ver o

    estado do céu, deslumbrar-me com as nuvens, perder-mecom as cores do pôr do sol. Com o mar e Ria de Aveiro porperto, é recorrente o tema piscatório nas minhas fotografiastal como podem comprovar. Espero que gostem!”

    CIMA: À velaNikon D40 . 20mm . f/5.6 . 1/4000” . ISO 800

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    NÁDIA ANTUNEShttp://olhares.aeiou.pt/miguelbento

    “Tenho 24 anos e sempre tive esta paixão pelafotografia, embora adormecida. Quando compreia minha Canon EOS 1000D decidi fazer um curso

    de iniciação à fotografia e, desde então, nunca mais me des-liguei desta arte. Neste momento tenho uma Canon EOS60D e o que mais gosto de fotografar são pessoas, emborame dedique a outras áreas. Ainda tenho muito que crescer epor isso um dos meus sonhos era tirar o Curso Profissional

    no Instituto Português de Fotografia.”

    CIMA: Retratos da crise“Estes são os rostos do desânimo, do descontentamento eda revolta que o nosso país sente cada vez mais. É umahomenagem a todos os que simplesmente se indignam.”Canon 1000D . 190mm . f/5 . 1/200” . ISO 800

    MAURÍCIO MEDEIROShttp://migmi.reflexosonline.com

    “Sempre gostei de fotografia. Desde pequeno via-java muito e meu pai costumava registar estasviagens. Até hoje ainda é uma atividade que me

    fascina. Adoro fotografar o nascer e pôr de sol, são os meuspreferidos, seguidos pelos animais e natureza em geral.”

    CIMA: Pôr do Sol“Foto que retrata o pôr de sol no litoral do Paraná.”

    Nikon Coolpix P500 . 71,7mm . f/5.6 . 1/80” . ISO 160

    MARGARIDA SANTOShttp://www.wix.com/GuiMelo/GuiPh

    “Tenho 15 anos, sou estudante e tenho umaCanon EOS 1000D. A fotografia é um escape doquotidiano em que posso me abstrair de tudo e

    captar as imagens que gosto, para sempre.”

    CIMA: Amor“Não há nada mais simples que amar, amar puramente.”

    Sony a200 . 35mm . f/5.6 . ISO 125

    MARCO BASTOShttp://olhares.aeiou.pt/marcobastos

    “Sou de Vale de Cambra e o meu gosto pela foto-grafia começou aos 12 anos, embora só agora éque comecei a dedicar-me a sério. Dei os primei-

    ros passos na fotografia com uma máquina fotografica bási-

    ca (Panasonic DMC-FX12). Brevemente irei comprar umaCanon EOS 550D para começar a adquirir mais qualidade.Gosto de fotografar de tudo um pouco, mas inclino-me maispara Paisagem Natural e Paisagem Urbana.”

    CIMA: Luzes na água“Esta fotografia foi tirada nas Grutas de Mira d’Aire. Simplese Bonita com um excelente jogo de luzes.”Panasonic DMC-FX12 . 5,8mm . f/2.8 . 0.5” . ISO 100

    LUIS GOMES www.olhares.com/LuisGomes84

    “Chamo-me Luis Gomes, tenho 27 anos e come-cei agora a dar os primeiros passos na fotografia,apesar do gosto desta arte vir de família, pois o

    meu avô e ra fotógrafo. Comecei a ouvir uma coisa aqui,

    outra ali e parti para a ação.”

    CIMA: Reflexo“Um registo muito clássico na fotografia, mas não podia dei-xar passar em branco este. Numa linda tarde de sol, numaactividade de Escuteiros (outro marco da minha vida), nolocal onde acampamos estava lá este magnífico registo àespera de ser captado.”Nikon Coolpix L21 . 6,7mm . f/3.1 . 1/160” . ISO 80

    LUDOVICO FERNANDEShttp://www.olhares.com/Ludoviko

    “Fotógrafo amador, com uma enorme paixão pelafotografia, que começou por um simples clique eque agora se desenvolve cada vez mais. A sua for-

    mação, ao nível de fotografia, não é nenhuma. Mas com 18

    anos já tinha sido vencedor de um concurso da Berg, com otema biodiversidade. Faz-se acompanhar de uma Canon550D, objetiva Canon 18-55mm, tripé e filtros. É assim queele parte para novas descobertas e para as inspirações decada foto.”

    CIMA: Glorius“Foto captada no Bom Jesus de Braga.”Canon 550D . 48mm . f/5.6 . 1/25” . ISO 200

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    LUIS DIAZhttp://www.luisdiasfotografia.weebly.com

    “Tenho 17 anos e sou do Algarve. Comecei a criargosto pela fotografia através de um amigo, ao vê-lo sempre com uma câmera fotográfica nas mãos.

    A curiosidade de saber para que serviam tantos botões, fun-ções e assessórios, puxou-me para esta arte. Tudo começouquando pedi que me ajudasse a escolher uma máquina.Desde o dia em que comprei a minha Canon 1000D que temsido ‘sempre a abrir’. A maior parte das coisas que sei hoje

    devo-o ao meu amigo. A cada dia que passa vou criandomais gosto e tentando evoluir cada vez mais. Não tenho umestilo de fotografia certo, pois sendo principiante ando sem-pre a experimentar de tudo.”

    CIMA: Feeling Queen“Queen on fire com Justin Shirley-Smith vocalista da bandade tributo aos britânicos Queen”.Canon 1000D . 140mm . f/9 . 1/100” . ISO 1600

    JOSÉ MELIMhttp://olhares.aeiou.pt/josemelim

    “No passado ainda recente apenas dois recursos seapresentavam ao fotógrafo amador que pretendiamostrar a sua obra. Ou apresentava os seus traba-

    lhos aos concursos, ou procurava algum espaço que lhe permi-tisse realizar uma exposição. [...]. Actualmente, o grande recur-so para o fotógrafo amador é a Internet. Imensos sites de foto-grafia, nacionais e estrangeiros, estão disponíveis. Alguns maisexigentes em termos de qualidade, outros que tudo aceitam. E

    as redes sociais ainda mais facilitam a divulgação. Assim sepode fazer chegar o nosso trabalho a todo o mundo. [...]. ”

    CIMA: Ambiência Romântica“Num dos inúmeros passadiços que podemos encontrar naspraias de Gaia. O fim da tarde proporciona belos tons quen-tes. Encontrado o enquadramento apropriado resta esperarque a figura humana apareça para completar a composição.”Pentax K-20D . 40mm . f/4.5 . 1/30” . ISO 200

    JOÃO RIBEIROhttp://olhares.aeiou.pt/BlackWidow 

    “Tenho 30 anos, sou natural de Lisboa, mas resi-dente em Tavira. Apesar da minha actividade pro-fissional não ser relacionada com a fotografia,

    desde muito cedo que estou ligado a esta arte. Com apenas

    13 anos comprei a minha primeira máquina (Minolta Dynax505si). Só em 2002 experimentei a fotografia digital e,desde então, que faz parte da minha indumentária diária amáquina (agora uma Canon 1000D) pendurada no pescoço.As paisagens, o preto e branco e os noturnos são a minhapaixão. Vivo na busca da fotografia da minha vida.”

    CIMA: Arriscando a vida“Esta fotografia foi tirada na Costa Alentejana e mostra umpescador no meio da rebentação arriscando a vida para pescar.Não consegui falar com o senhor para me explicar se era pordesporto, ou se o fazia para vender o peixe que apanhava. ”Sony DSC-S90 . 18mm . f/10 . 1/200” . ISO 80

    JOÃO DIAShttp://olhares.aeiou.pt/jlld

    “O meu nome é João Luís Lopes Dias, sou enfer-meiro e uso a fotografia com terapia para ultra-passar o stress dos dias de trabalho.

    Acompanhado com a minha Canon 1000D.”

    CIMA: Ponte Romana - Monforte“Uma imagem de marca da bela vila de Monforte no AltoAlentejo. Um caminho que guiou outros povos rumo ao futu-ro.”Canon 1000D . 55mm . f/11 . 1/250” . ISO 200

    JOÃO CANHÃOhttp://www.flickr.com/photos/diogogouveiaamaral

    “Tenho 35 anos e só voltei a fotografar há apenas2 anos. Fiz fotografia quando era miúdo, revelavana minha pequena câmara escura que era a casa

    de banho. Mas como ainda não trabalhava na altura, era um

    hobby apenas possível para alguns. Entre máquina, zooms,filtros, ampliador, filmes, líquidos e afins, era um pouco dis-pendioso para um teenager. Assim, tive de me ‘afastar’ umpouco da fotografia, que agora reaprendo de novo. Digo rea-prendo pois nesta época digital todos os equipamentos sãocompletamente diferentes. Perdeu-se o cheiro, o sentir e ofazer com o nosso toque pessoal, para agora deixar que umcomputador faça o resto… Mas, ainda assim, o resultadofinal está bem mais acessível. Fica um exemplo da minhaaprendizagem.”

    CIMA: PormenoresNikon D40 . 50mm . f/5.6 . 1/100” . ISO 200

    NUNO FARIA | 36 ANOShttp://www.olhares.com/faruka

    “O gosto pela fotografia começou com a influên-cia de um amigo meu, que ao mostrar-me os seustrabalhos me ajudou a descobrir este meu hobby

    Comecei com uma máquina compacta da HP com 1 MP, queainda trabalha. Em 2008 adquiri a minha DSLR, uma Canon350D, que é muito resistente e fiável. Mais tarde adquiri ummochila onde agora transporto todo o meu material: máquina Canon 350D, objetiva 18-55mm, objetiva 55-200mm,

    objetiva 150-500mm, tripé, HP photosmart 120 1MP e maisalgum equipamento próprio para trabalho de campo. Souamador e gosto de fotografar animais no seu habitat naturamas o que mais me fascina é fotografia macro.”

    CIMA: Borboleta“Papilio machaon (Linnaeus, 1758), tirada em Évoramonte,num passeio de Domingo.”Canon 350D . 500mm . f/9 . 1/500” . ISO 320

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    exposiçãoDOS L E I T OR E S

    ADRIANA BOTO www.olhares.com/FranciscoBogalho

    CIMA: Partidas e chegadas“O movimento causado pelas chegadas e partidasdo m etro.”

    Canon 1000D . 18mm . f/3.5 . 1/5” . ISO 800

    TOZÉ RODRIGUEShttp://www.henriquecastilho.com

    “Sou um fotógrafo amador e tenho a fotografiacomo um dos meus hobbies preferidos. Só recen-temente adquiri uma reflex (canon EOS 500D +

    18-135mm IS) embora a paixão pela foto já seja antiga, massempre com equipamentos mais modestos. Agora penso tero equipamento adequado para fazer alguns progressos.”

    CIMA: Passeio nocturno na Praia

    “Início de noite numa praia algarvia repleta de cor”Canon 500D . 28mm . f/5.6 . 4” . ISO 1600

    TERESA SOARES

    “Sendo docente na Univ. de Aveiro, a minha vertenteestética projecta-se, desde há vários anos, naFotografia. O meu trabalho envolve pesquisa de criati

    vidade e do que está para além do captado, na senda dos signosda memória e da vida. Faço-o, considerando que a fotografia éuma arte das que tem mais potencialidades agora e no futuro,dados os avanços técnicos, que desafiam a investigação, a frui-ção e a rápida difusão. Ao fotografar existe no fotógrafo igual-

    mente toda uma estrutura intencional activa, que se distancia doobjecto de percepção, num caminho altamente emancipador elibertador, que constitui um aliciante desafio na artisticidade.”

    CIMA: Hominis ad pullam - Coimbra“Insólita cena, inusitada e marcada por uma galinha presanuma parede verde pouco usual e uma mão humana que seestende, vinda de um canto escuro - há algo de tenebrosoaqui. Ou não?”Panasonic Lumix G1 . 14mm . f/3.5 . 1/ 140” . ISO 100

    PEDRO SOAREShttp://olhares.aeiou.pt/jpedro1982

    “Sou técnico de informática e a paixão pela foto-grafia começou recentemente, há cerca de 2anos, ‘empurrado’ pelo meu irmão, que também

    partilha a mesma paixão. Não tenho um estilo definido, por-

    que comecei a fotografar e a explorar mais recentementeesta arte, quando comprei a minha Canon 550D.”

    CIMA: Guarda-sol“Foto tirada na praia de Vilamoura, num guarda-sol de palhi-nha, onde durante o dia se encontram os nadadores salva-dores daquela praia. Para esta foto usei um conjunto dispa-rador de flash Phottix Tetra e o flash Canon 270EX.”Canon 550D . 18mm . f/5 . 1/40” . ISO 800

    PAULO SÁhttp://www.olhares.com/jlacasaca

    “Era ainda um jovem imberbe quando comecei aadquirir o gosto pela fotografia. Por razões várias sómuito recentemente tive oportunidade de passar de

    uma ultra-compacta para um equipamento fotográfico mais

    evoluído, susceptível de dar corpo diferente ao que pretendiafotografar. Com 40 anos de idade, sou um absoluto amador,sem qualquer formação na área da fotografia, desejoso deeternizar na objectiva aquilo que muitas vezes nos escapa aoolhar. Fotografar a natureza é um hobby apaixonante, capaz deproporcionar momentos de puro prazer e tranquilidade, emharmonia com os elementos. Durante uma caminhada peloVale do Lima, no final de uma manhã de agosto que começouchuvosa, tive a felicidade de contemplar imagens de rara bele-za, que tentei preservar através do olhar da minha objectiva.”

    CIMA: Rain DropsNikon D90 . 70mm . f/8 . 1/200” . ISO 200

    DENIS RYAZANOVhttp://olhares.aeiou.pt/DenRz

    “Nasci na Rússia em 1989 e com 15 anos vim paraPortugal. Resido em Aveiro, onde estudo Eng. deComputadores e Telemática e tenho como hobbie

    a fotografia. Para mim, as fotos representam nostalgia, um

    eco da nossa memória, a nossa história apresentada porimagens, uma lembrança... É, também, uma forma de nosexpressar-mos sem usar palavras. Recentemente compreiminha primeira reflex Canon 550D e tenho-me dedicadocada vez mais à fotografia. Com cada foto vou aprendendomais, vou experimentando luzes, posições, ideias, exploran-do locais e objectos, dou mais valor ao que está à minhavolta mesmo que seja uma simples folha da árvore no chão.

    CIMA: Livro“Foto tirada no escuro utilizando apenas a lanterna do tele-móvel como iluminação”Canon EOS 550D . 18mm . f/3.5 . 5” . ISO 100

    VENCEDOR DE PASSATEMPODO FORUMFOTOGRAFIA.NET

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    No ecrã do computador

    Quando se trata de fotografia, namaior parte das vezes o que serve defundo é quase tão importante comoo primeiro plano. Mais, um fundo tanto podeajudar como dar cabo de uma imagem.

    Talvez por isto é que existem algumas for-

    mas dos fotógrafos adicionarem fundos inte-ressantes às suas fotografias: papéis espe-ciais, paredes de tijolo pintadas, luzes, entremuitas outras.

    Mas não saia já porta fora a correr para ircomprar um fundo convidativo. Existe umamaneira muito mais simples – e barata – deproduzir imagens bem originais sem ter,sequer, que levantar-se da cadeira. Não acre-dita? Veja então.

    Recorrendo ao monitor do seu computa-dor, tem uma porta aberta para um mundo

    de fundos que talvez nunca tivesse imagina-do. Só precisa mesmo de ter uma ligação àInternet – quem não tem?! – para vasculhara grande rede à procura de fotos que sirvamos seus intentos. Por exemplo, procurepadrões diversos, como a pele da zebra, ban-

    deiras, bolas... ou seja, só está mesmo limita-do ao que quer obter com as suas fotos e,obviamente, à sua imaginação.

    Para este guia prático recorremos a unsfundos simples e decidimos colocar à frentedo monitor uns copos de champanhe.

    E, para além do já referido, só precisadepois da sua máquina e de uma objetiva. Ado kit serve perfeitamente, pelo que nestenúmero não estamos a ver como vai conse-guir arranjar justificação para comprar maisalgum material fotográfico...

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    3Antes de avançar com o que quer que seja, limpe o copo de dedadas, pó, ou outras sujidades que serão visí-veis quando focar o mesmo. Se estiver baço por pouco uso, lave-o. Um bom apetrecho para limpar o vidrodos copos é o pedaço de micro fibra que certamente usa para limpar o vidro das objetivas, ou as lentes dos

    óculos.

    2Procurámos diversos padrões para este nosso guia. Existe um que é particularmente engraçad

    e que lhe pode oferecer resultados interessantes. Entre no Google e procure por ‘white polkadots’. Depois descarregue para o computador as imagens que gostar mais. A resolução das mes

    mas não é assim tão importante, afinal vão servir como fundo, mas é sempre melhor as que t êm um

    tamanho já razoável. Finalmente abra a imagem no Photoshop, ou com a ferramenta de pré-visualiza

    ção do sistema, e amplie até ocupar todo o ecrã.

    1

    A primeira tarefa a levar a cabo é limpar a sua área de trabalho, principalmente a que se encon tra à frente do computa-

    dor. Se o ecrã recebe luz de alguma proveniência, como uma janela, rode-o um pouco d e forma a minimizar eventuaisreflexos. Por outro lado, se o seu (e não do sistema operativo) ambiente de trabalho for bastante iluminado, pode sim-

    plesmente apagar todas as luzes.

    4Chegou o momento de definir alguns valores, na máquina, para a exposição. Queremos manter alguma pro-fundidade de campo entre o computador e onde o copo será posicionado. Assim, colocámos a máquina emprioridade à abertura, selecionámos uma abertura em f/8 e subimos um pouco o I SO (800 poderá ser sufi-

    ciente). O balanço de brancos pode ficar perfeitamente em automático. Dependendo do tipo de fundo, poderá ternecessidade de compensar p ositivamente a exposição (+1 stop, por exemplo).

    5Com o copo numa mão e a câmara noutra, recorra à focagem automática para focar na haste do copo, que éonde poderá ter uma boa difração do padrão – obviamente que depende muito do tipo e formato do copoque esteja a usar. Mesmo com uma abertura definida em f/8 deverá ter velocidade suficiente para evitar

    imagens tremidas.

    6Depois começámos a variar. Descarregámos novos padrões, adicionámos outros copos e colocámos os mesmos em posições diferentes, sempre com o intuito de adicionar interesse visual ao resultado final. Ao longodo processo certifique-se dos valores da exposição e da nitidez da imagem. Foque regularmente no copo...

    não no monitor.

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    práticaI N S P I R E - S E COM OS N OS S OS E X E M P L OS P R ÁT I COS

    É

    caso para dizer que há fruta e fruta. O kiwi é, provavelmente,das frutas mais fotografadas. Pelo menos a avaliar pelas ima-gens que surgem em fóruns e outros espaços da Internet.

    Acreditamos que possa existir uma razão para este amor pelo kiwi.Talvez o seu verde seja uma das possibilidades. Ou das grainhas, ou...

    O que é certo é que quando pensámos em levar a cabo este exem-plo prático com uma fruta, o que nos veio logo à cabeça foi exata-mente o... kiwi. Influenciados por ser o modelo preferido de outrosfotógrafos? Talvez.

    Mas como não queremos fazer o mesmo com os nossos leitores,pode experimentar com outra fruta.

    A ideia, embora não original, permite aproveitar o bonito e fotogé-nico interior do kiwi, recorrendo à ajuda de um flash.

    Se na edição anterior publicámos um guia prático que lhe permitiaservir de desculpa para comprar um polarizador, nesta já pode dizer àsua cara-metade que o flash lhe é “imprescindível”. Vá aproveitando

    estas nossas dicas...Como material não precisa de grande coisa. Uma taça de vidro

    transparente, um kiwi e flash. Sim, claro que a máquina também éprecisa e uma objetiva Se tiver uma macro, ótimo!, caso contrárioainda pode pensar nuns filtros close-up. Mas se não tiver nada disto,nem quiser gastar dinheiro, use a objetiva que vinha com a máquinaPor fim, um tripé é capaz de ajudar bastante.

    E como sabemos que com conversa não se tiram fotografias, indi-camos os passos que pode dar para conseguir resultados interessan-tes com um... kiwi.

    Kiwi fotogénico

    1Se não tiver em casa, passe pela frutaria e compre meia-dúzia de kiwis.Só precisa de um para a fotografia. Os outros são para a sua saúde.

    Depois corte uma rodela, idealmente a meio, por se tratar da maior áreado fruto. E nem corte muito grosso, nem muito fino. Se for grosso, terá difi-culdade em ser trespassado pela luz do flash. Se for fino, sofrerá o inverso.

    2Socorra-se de uma taça de vidro transparente e coloque a rodela por cima. A taça deverficar a uma altura razoável da área de t rabalho. Uns livros, por exemplo, podem muito

    bem servir de suporte. No nosso caso recorremos a umas molduras para fotografia, oque até condiz com o que fazemos.

    3Ainda sem flash fotografámos o kiwi (ou antes, parte dele). O resultado é banalíssimo. Nota-se a textura e

    as grainhas, mas de uma forma muito natural. Assim sendo, queremos ir um pouco mais longe e dramatizaro resultado. 4

    Para tal vamos precisar da ajuda do flash. Passámos (o flash) para manual e colocámos a potência em 1/8

    Devido a esta – e à curta distância do kiwi à luz do flash –, o resultado não foi o melhor, com perda dedetalhe em muitas áreas da rodela.

    Dificuldade

     baixa  quipamento usado

    Canon 5D MK IICanon 24-70mmFlash Canon 430EX IITripé

    Mais

    KiwiTaça de vidro transparente

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    5Decidimos então diminuir a po tência do flash para 1/64. Melhorou o resultado final, mas ainda não era o

    que pretendíamos. Ou seja, continuávamos a obter uma forte sobrexposição. 6Como já não podíamos diminuir mais a potência, aumentámos a distância da taça de vidro ao flash – duas

    caixas de DVD de cada lado foram suficientes. E, agora sim, o resultado melhorou bastante, ficando bemmais perto daquilo que t ínhamos idealizado inicialmente, conforme se pode ver na imagem final.

    IMAGEM FINAL

    Qualquer fruto que fotografe terá o seu

    encanto. Mas o kiwi é, de facto, muito

    fotogénico.

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    APRENDA A DOS MODOS DE

    técnicaT I R E P AR T I DO DA S U A CÂM AR A F OT OG R ÁF I CA

    Como dizia o velho anúncio publicitário, “Onde é que está o segredo? Na massa,ou no molho?” No caso da fotografia, não está nem num, nem no outro. Está naluz. Mas, claro, precisa de ser na medida certa para obtermos a exposição correta.

     E a chave para calcular essa medida está nos modos de medição.

    Afotografia digital vive de um princí-pio básico: o sensor da câmara preci-sa de ser exposto à luz para formaruma imagem. Até aqui tudo OK… o problemaé quando o expõe a demasiada luz. Ou luzinsuficiente. Nesse caso, a imagem não sepode formar devidamente.

    É aqui que entram os sistemas de medição.São eles que permitem à câmara avaliar a

    quantidade de luz que o sensor precisa. Sãotambém eles quem faz a gestão da luminosi-dade da cena, controlado a abertura, a veloci-dade de disparo ou o ISO.

    Para simplificar as coisas é importante queo leitor saiba que o sistema de medição fun-ciona um pouco como a nossa visão. À seme-lhança do que acontece com as câmaras, osnossos olhos, em conjunto com o cérebro, dis-põem de uma abertura de objetiva variável –que é como quem diz, a íris – e um sensor – aretina – que dispõe de um ISO variável e com

    um alcance elevado.E há mais! A velocidade de disparo dos

    nossos olhos anda na ordem dos 1/20 segun-dos, mas ainda assim conseguimos ver per-feitamente em diferentes condições de luz.Seja à luz do sol, ou iluminado por uma vela,o nosso cérebro dispõe de uma espécie desoftware que automaticamente faz todos osajustes. Até os do balanço de cores e tudo.

    Claro que criação perfeita só mesmo o serhumano. As máquinas ainda têm de suarmuito até nos chegarem aos calcanhares. Daíque as câmaras precisem de ajuda na hora dedeterminar qual a quantidade certa de luz aque o sensor deve ser exposto, de forma aobter a exposição correta.

    Se a luz for excessiva a imagem ficarádemasiado brilhante e temos um caso desobre-exposição. Já se a luz não for suficien-te, a imagem obtida será demasiado escura eaí já estamos no domínio da subexposição.

    Mas, atenção, que isto de determinar aexposição não é coisa fácil. Para começar, achamada exposição correta varia largamenteem função do maior ou menor brilho da luz.Só para terem uma ideia do que estamos afalar, a diferença entre a luz do sol e umquarto iluminado com uma lâmpada perfei-tamente normal anda na casa dos 1000:1.

    Ora, ajustar a luz até poderia ser uma tare-

    fa bastante simples, se as câmaras estives-sem preparadas para medir a luz que efetivamente incide no sujeito – a chamada “luzincidente” –, coisa que não acontece.

    E é precisamente aqui que reside o outroentrave à exposição correta. É que as câma-ras medem apenas a luz refletida por detrásda sujeito e isso pode variar, em função dotom do próprio sujeito.

    Peguemos no exemplo do noivo e da noivaA luz que incide sobre ambos é a mesma. Noentanto, experimentem medir a luz refletida

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    MINAREDIÇÃOComo funcionaa mediçãoO sistema de medição da câmara funciona

    com base num ponto de partida que a câmaraassume quando as áreas brilhantes e escurasestão todas misturadas. Nesse momento, écalculada uma média: o chamado “cinzento 18por cento”.A partir daí, a câmara calcula as definições deexposição, que posicionam esse tom cinzentono meio do intervalo/alcance de registo dosensor. Dessa forma, permitem uma derivamáxima para que os tons mais brilhantes emais escuros caiam para cada lado.Claro que nem todas as cenas vão ser assimtão fáceis de medir. Uma fotografia na neve, ounum sótão, vai sempre dificultar-lhe a vida.Mas é surpreendente a forma como os sujeitosmais populares se enquadram no procedimen-to acima descrito.Temos normalmente um céu ou outra zona bri-lhante, temos tons mais sombreados e umsujeito que, em regra, é composto por umamistura de tons médios, algures no meio.Os sujeitos mais comuns são, por isso, relativa-mente simples de serem medidos. As dificulda-des surgem quando temos uma maioria detons claros, ou então uma maioria de tonsescuros. Ou quando o sujeito apresenta umagrande diferença em relação ao fundo. Por

    exemplo, um cão de pêlo escuro, a passear naneve.É um daqueles casos manhosos e não hámodo de medição suficientemente fiável paraassegurar uma medição correta. E é nestasalturas que a experiência vem mesmo a calhar.Mas enquanto não a ganha, experimente obom e velho método de tentativa-erro.Fotografe, veja o resultado no LCD da câmara evá fazendo ajustamentos em função do que vê.Com tempo e paciência vai ver que chega lá.

    por detrás da noiva – que está obviamentede branco – e por detrás do noivo – de escuro,como manda a tradição. E que tal? Obtiveramduas leituras completamente diferentes,certo?

    Ninguém disse que isto era fácil, pois não?Mas calma que a ajuda vem a caminho! Éque, para chegar à exposição ideal, temos aonosso dispor diferentes modos de medição,

    controlos de compensação de exposição,opções de variação de exposição e fechos deexposição. Todos eles úteis de várias formas.E simples, também. É fácil medir o brilhototal de uma cena e avaliar a gama de dife-rentes tons lá incluídos.

    Mas como o tema do artigo são os modosde medição, concentremo-nos neles. Poragora.

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    técnicaT I R E P AR T I DO DA S U A CÂM AR A F OT OG R ÁF I CA

    Medição matricial

    as definições mais adequadas.Querem um exemplo? Cá vai: se houver

    uma grande quantidade de tons brilhantesna parte superior da imagem, o ponto defocagem indica uma regulação distante,assumindo que se trata do céu numa paisa-gem. Irá então regular a medição para que ofundo não apareça subexposto.

    Contudo, esta inteligência artificial podeter efeitos negativos. Por vezes, ao tomaruma decisão que modifique a exposição, osistema joga pelo seguro e não vai tão longequanto devia. Outras vezes, quando detetauma clara divisão entre grandes áreas detons mais brilhantes e mais escuros, é força-do a decidir para qual dos lados pender.

    E, se não houver na base de dados infor-mação suficiente para o ajudar, o sistemapode escolher o lado errado e assim resultarnuma fotografia com sub ou sobre-exposi-ção na área que queremos correta.

    Na maior parte das câmaras esta é a defi-nição usada por defeito. E com razão, umavez que permite obter resultados bastantesatisfatórios. Não, não é infalível. Mas fun-ciona de maneira diferente, em relação aos

    outros modos e é sempre um bom ponto departida.

    Claro que, se calhar, o nome assim não lhediz nada. O que não é de admirar, já quecada fabricante dá um nome diferente aosistema de medição multipadrão. Por exem-plo, na Canon chama-se “Evaluative”, naNikon é Matricial e na Pentax e Sony cha-mam-lhe Multissegmentos. Não são propria-mente o mesmo, mas fazem a mesma fun-ção. Mais coisa, menos coisa.

    E em que é que consiste? Basicamente,divide a imagem em vários setores diferen-tes e mede o brilho de cada um deles. Destemodo, pode calcular não só o brilho total daimagem, mas também os requisitos exatosda exposição, para as zonas mais brilhantese mais escuras.

    Consegue determinar onde essas áreasestão e a quantidade de área que ocupam nafotografia. Nalguns casos, consegue atédeterminar qual o ponto de focagem queestá ativo e, por conseguinte, onde está osujeito principal e a que distância ele seencontra.

    Ora, isto dá à câmara uma quantidade dedados nos quais se podem basear os cálculos

    de exposição. Além disso, a câmara podeusar esta informação para a comparar comuma base de dados de “cenas típicas” e usar

    A medição matricial das máquinas atuais é feno-menal e dá-se bem com a grande maioria doscenários com que nos deparamos diariamente, eque estas imagens tão bem representam. É omodo todo-terreno e, de forma geral, um bomponto de partida para as leituras que faz dedeterminado cenário. Mas não se esqueça quedeixa a porta aberta para a máquina cometeralguns erros...

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    Grande parte dos modos de medição podeser usada para “apontar e disparar”. Já com amedição pontual o caso muda de figura.Convém que saiba o que está a fazer e, entre

    outras coisas, que o use em combinação como modo de exposição manual.Tal como sugere o nome, a medição pon-

    tual lê apenas uma pequena área mesmo nocentro da imagem e que é assinalada por umpequeno círculo no viewfinder. Desse modo,pode escolher apenas o tom que pretendesem que a medição seja influenciada com oque está à volta.

    A medição parcial é em tudo semelhante,mas lê apenas a partir de uma área centralmais alargada. Nas câmaras da Canon, carac-teriza-se pelas duas linhas curvas queencontra na imagem.

    Voltando à medição pontual, tenha emconta que ela é sempre acompanhada de umgráfico que lhe mostra a imagem com umponto no meio. Ora, isso permite fazer leitu-ras bastante precisas, desde que posicione oponto numa área adequada do tom. Estáparticularmente recomendado para os cin-zas médios, que abrangem, entre outros, ostons de pele, as paredes de tijolo e argamas-sa. Mas é importante que não sejam dema-siado luminosas ou demasiado escuras.

    Pode ainda ser usada para sujeitos que são

    difíceis de medir com qualquer outro modode medição. É o caso de retratos ou fotogra-fias de grupo que tenham o sol por trás, umasituação em que o medidor é enganado pela

    luminosidade do fundo. O que arruína afotografia por completo, visto que o elemen-to mais importante – a face – fica na sombra

    E é neste tipo de situações que faz sentidousar a medição pontual. Experimente fazerzoom na cara de uma pessoa, ou num tommédio, para conseguir a leitura mais precisa

    Outra forma interessante de testar amedição pontual é através do exemplo clás-sico do cão de pêlo preto no meio da neve.Ou então um pato branco num lago escuro.Em ambas as situações deve recorrer à medição pontual, em conjunto com a compensa-ção de exposição, para afinar o resultado

    final.Isto porque o cão de pêlo escuro precisa de

    muito menos exposição do que aquela que érecomendada pela leitura. Já os patos bran-cos são suficientemente matreiros para levarem o medidor a acreditar que existe maisluz do que realmente há. O que quer dizerque precisará de maior exposição.

    Claro que o tempo e a prática vão fazê-loperceber melhor tudo isto. E tudo será maisfácil e rápido. Mas, até lá, há que lidar com jeitinho com esta coisa da medição pontual.

    Medição pontual e parcial

    Um farol como este pode dar luta à medição matricial, já que o céu émuito mais escuro do que a superfície do mesmo (farol). Recorrer àmedição pontual, medindo na área vermelha, foi a solução para umaexposição correta.

    O brilho do sol neste enquadramentoobrigaria a câmara a subexpôr emdemasia todo o resto da imagem. Masativando a medição pontual e apontando para uma área com uma luminosidade intermédia (como o verde docampo) permitiu uma maior equilíbrioda leitura da exposição.

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    técnicaT I R E P AR T I DO DA S U A CÂM AR A F OT OG R ÁF I CA

    O traiçoeiro LCDO leitor não confia cegamente numa máquina,pois não? Nós, por exemplo, se estivermosnuma estrada movimentada, não arriscamosatravessá-la só porque o semáforo nos mostra

    um bonequinho verde.Com a fotografia passa-se o mesmo. Sim émuito bonito dar o clique e, logo a seguir, ir acorrer ver o resultado no LCD da câmara. Dápara perceber se ficou tudo OK em termos decomposição, enquadramento e precisão daexposição.Se bem que neste último caso, a coisa não éassim tão simples. É que isto de verificar aexposição no LCD pode induzi-lo em erro. Paracomeçar, o pequeno monitor da câmara temmuitos menos pixéis do que o monitor lá decasa. Pelas nossas contas, o LCD da câmara

    pode ter uns 900 mil pixels, enquanto o moni-tor tem o dobro.Outra desvantagem é que, lá em casa, o moni-tor apresentará uma luz mais uniforme e, setudo for feito como deve ser, não estará sobrea influência direta do sol. Coisa que não acon-tece na sua câmara, o que faz com que pareçamuito diferente do que seria se olhasse para oLCD à sombra.Ah, uma outra recomendação: certifique-se deque os níveis de brilho estão definidos correta-mente, uma vez que isto pode interferir na suaanálise da exposição. Vá até ao menu e reguleo brilho para a parte central do alcance dispo-

    nível de brilho.Resumindo e concluindo: nunca se deve con-fiar a 100 por cento no LCD. Ou, pelo menos,não tome nenhuma decisão radical antes dedescarregar tudo para o PC e visualizar como– e onde – deve ser.Quando muito, use o LCD para visualizar e eli-minar as fotografias que estejam visivelmentemás, mas guarde as outras. Não vá o diabotecê-las.

    Medição ponderada ao centroÉ o modo de medição mais indicado para

    fotografar retratos ou planos fechados deobjetos. Isto porque a leitura é feita na zonacentral da imagem, que é o espaço onde deveestar o sujeito principal.

    A sua grande vantagem está na simplici-

    dade. Não há cá inteligência artificial, ponti-nhos daqui, curvinhas dali. O que temos é oque está à vista e mais nada. Sabemos o quea câmara está medir e como ela está a inter-pretar as coisas.

    E isso permite-nos fazer todos os ajustesnecessários sem que a câmara tenha já feitonão sei quantos acertos sem ninguém lhe terdado autorização para isso.

    O seu modo de funcionamento assenta emmisturar a cena toda num só tom cinzamédio, mas dando ênfase – e também pon-

    deração – à zona central. Dessa forma, parte-se do princípio que não existem áreas invul-garmente brilhantes ou escuras. E que osujeito principal tem um tom médio e estáposicionado, sensivelmente, ao meio.

    É assim uma espécie de zona de conforto,

    ideal para aquelas situações em que não nosapetece – ou não podemos – arriscar. É ummodo de medição tão, digamos, neutro quedurante anos foi uma espécie de “norma”,sendo usado por todas as SLR antes de surgiro método matricial.

    Como todos os outros métodos de medi-ção, este não está isento de falhas. Mas éaquele que lhe dá maiores garantias quandopor exemplo, fotografa uma grande quanti-dade de imagens mais ou menos uniformese sem grandes quantidades de contraste.

    Quando captura a luz num edifício ou objeto ao início oufim de dia, é essa luz que quer guardar e não exatamen-te o céu, embora também não o queira desconsiderar detodo. Para estas alturas a medição ponderada ao centropode ser uma excelente ajuda.

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    Já percebemos que isto de acertar com a exposiçãocerta não é pêra doce. Mas se está mesmo determi-nado em chegar lá – ou, pelo menos, lá perto –então aqui fica um conselho de amigo…Se achar que há demasiado contraste para que pos-sam capturar todos os detalhes, certifique-se de queo detalhe nas altas luzes é mantido. Que é como

    quem diz, tente sempre que as altas luzes (as partesmais brilhantes) tenham a exposição correta.Isto porque o detalhe nas zonas de sombra pode serrecuperado (na edição) mais facilmente do que asaltas luzes. Se não conseguir expô-las corretamenteaí é a morte do artista. Não há computador que lhevalha.

    Na dúvida, faça a medição para as altas luzes

    Algumas exposições causam, elas mesmas,problemas de exposição. E isso acontecequando o sujeito que tentamos fotografar édemasiado luminoso ou demasiado escuro.

    Ora, nesses casos pouco adianta qual é omodo de medição que adotamos. Não conse-

    guiremos uma leitura precisa, uma vez que omedidor “lê” o sujeito como “cinzento 18 porcento” e irá produzir uma exposição corres-pondente a esse valor.

    É por isso que, às vezes, a neve das nossasfotografias é… cinzenta. A câmara não conse-gue interpretar o branco luminoso e, por isso,o resultado aproxima-se de um cinza médio.Ora então como se como resolve isto?Chamando “reforços”. Neste caso, a função decompensação de exposição que existe na suacâmara.

    Este comando é assinalado pelo símbolo

    de “+ ou -” a preto e branco, estando acessívela partir dos menus mas, em certos modelos,pode até dispor de um botão próprio nacâmara. Funciona em qualquer modo deexposição: modo P (Program), modo S (priori-dade do obturador) ou modo de prioridade àabertura. E, o melhor de tudo, é bastante sim-ples de pôr em prática.

    Por exemplo, com um sujeito de cor lumi-nosa ou mesmo branco, o medidor produziráuma exposição que o converte em cinzento eque sairá demasiado escuro na fotografia.Para compensar isso é necessário “tirar” ocinzento para que saia branco, o que quer

    dizer que usará o “+” (mais) da compensaçãode exposição.

    Em sentido contrário, se estiver peranteum sujeito de cor escura, ou mesmo negra, acâmara vai novamente tentar convertê-lo emcinzento mas acabará por obter um sujeitodemasiado luminoso. A solução é recorrer ao“-” (menos) da compensação de expo