zine 2

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Este zine foi produzido pelos membros do Motirô -UFMT em janeiro de 2016 e sua reprodução é livre. [email protected] + LINKS INTERESSANTES http://gpeaufmt.blogspot.com.br http://www.ambientearquitetura.com http://habitatcidadania.wix.com ED.II QUESTÃO AGRÁRIA,COMUNIDADE SADIA III, ESCOLA BIANKA LORENA CAPILÉ E ATIVIDADES. MOTIRÔ Historicamente o território brasileiro em seu proces- so de ocupação apresentou basicamente duas frentes a frente pioneira financiada pelo grande capital com grande apoio do Estado e a frente de expansão composta por uma massa de trabalhadores desprovidos de recursos. O encontro dessas duas frentes de expansão consolidou conflitos e disputas em que o que está em jogo não é somente o espaço, mas também seu valor, encarado por alguns como valor de troca e por outros pelo seu valor de uso. Esse processo mediado pela conflitualidade produz con- stantemente cicatrizes no território, retalhado, dividido e modificado pela ação do homem. Consolidando espaços de poder, de resistência, de centralidade e invisibilidade. A centralidade parece residir onde encontram-se as classes dominantes e a proteção do Estado. Já a invisibi- lidade está na sua ausência, onde o Estado não está pre- sente, morada da resistência, refúgio dos não alcançados. No Brasil a transição de uma economia de base agrária para uma economia urbano industrial abalou as relações campo cidade, provocando grande mecanização do campo, elevado êxodo rural e grande crescimento das cidades. A QUESTÃO AGRÁRIA Na contemporaneidade a cidade se consolida como es- paço central das decisões políticas e o processo de ur- banização atua territorialmente tanto no espaço urbano quanto no espaço rural, modificando intensamente ambos. Dentro dessa conjuntura pretendemos discutir sobre os direitos sociais das populações do campo, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Afi- nal estaria a atuação da Arquitetura e Urbanismo limitada ao espaço urbano? De que maneira os movimentos sociais, a Universidade e o Estado podem articularem-se frente as demandas da população rural do país? Estaria o direito à cidade restrito aos perímetros urbanos?

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Zine explicativo sobre a atuação do EMAU Motirô junto a Comunidade Sadia III através de atividades na Escola Municipal Bianka Lorena da Rocha Capilé.

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E s t e z i n e fo i p r o d u z i d o p e l o s memb r o s d o M o t i r ô - U F M T em j a n e i r o d e 2 0 1 6 e s u a r e p r o d u ç ã o é l i v r e .

m o t i r o u fm t @ gma i l . c om

+ L I N K S I N T E R ES S A N T ESh t t p : / / g p e a u fm t . b l o g s p o t . c om . b r

h t t p : / /www . amb i e n t e a r q u i t e t u r a . c omh t t p : / / h a b i t a t c i d a d a n i a . w i x . c om

E D . I I

Q U ES T Ã O A G R Á R I A , CO M U N I D A D E S A D I A I I I ,

ES CO L A B I A N K A L O R E N A C A P I L É E A T I V I D A D ES .

MOTIRÔ

Historicamente o território brasileiro em seu proces-so de ocupação apresentou basicamente duas frentes a frente pioneira financiada pelo grande capital com grande apoio do Estado e a frente de expansão composta por uma massa de trabalhadores desprovidos de recursos.

O encontro dessas duas frentes de expansão consolidou conflitos e disputas em que o que está em jogo não é somente o espaço, mas também seu valor, encarado por alguns como valor de troca e por outros pelo seu valor de uso.

Esse processo mediado pela conflitualidade produz con-stantemente cicatrizes no território, retalhado, dividido e modificado pela ação do homem. Consolidando espaços de poder, de resistência, de centralidade e invisibilidade.

A centralidade parece residir onde encontram-se as classes dominantes e a proteção do Estado. Já a invisibi-lidade está na sua ausência, onde o Estado não está pre-sente, morada da resistência, refúgio dos não alcançados.

No Brasil a transição de uma economia de base agrária para uma economia urbano industrial abalou as relações campo cidade, provocando grande mecanização do campo, elevado êxodo rural e grande crescimento das cidades.

A QUESTÃO AGRÁRIANa contemporaneidade a cidade se consolida como es-

paço central das decisões políticas e o processo de ur-banização atua territorialmente tanto no espaço urbano quanto no espaço rural, modificando intensamente ambos.

Dentro dessa conjuntura pretendemos discutir sobre os direitos sociais das populações do campo, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Afi-nal estaria a atuação da Arquitetura e Urbanismo limitada ao espaço urbano? De que maneira os movimentos sociais, a Universidade e o Estado podem articularem-se frente as demandas da população rural do país? Estaria o direito à cidade restrito aos perímetros urbanos?

O M o t i r ô - E s c r i t ó r i o d e A r q u i t e t u r a e U r b a n i smo d a U F M T e s t á a t u a lme n t e e n v o l v i d o n o p r o ce sso d e e l a b o r a ç ã o e d i s c u ss ã o d o s e s p a ç o s d e r e c r e a ç ã o d o s a l u n o s d a e s c o l a B i a n k a L o r e n a C a p i l é n o A ss e n t amen t o S a d i a I I I .

O a ss e n t amen t o S a d i a I I I l o c a l i z a - s e n a z o n a r u r a l d o mu n i c í p i o d e V á rz e a G r a n d e , c e r ca d e 3 0 km d e C u i a b á . S u r g i u a p a r t i r d a l u t a p e l a t e r r a e d e s a p r o p r i a ç ã o d e uma g r a n d e fa z e n d a im p r o d u t i v a d a emp r e s a S a d i a .

E l e fo i c r i a d o em 1 9 9 8 e c o n t a c om 1 4 2 fam í l i a s d i s -t r i b u í d a s em 4 7 2 2 h e c t a r e s . D e v i d o à d i s t â n c i a d o s ce n t r o s u r b a n o s fo i c r i a d a uma e s c o l a p a r a a t e n d e r o a ss e n t am-e n t o e o s mo r a d o r e s d o e n t o r n o .

A e s c o l a B i a n k a L o r e n a C a p i l é f u n c i o n a d u r a n t e a ma n h ã e t a r d e o fe r t a n d o e n s i n o b á s i c o e f u n d amen t a l à ce r ca d e 1 5 0 a l u n o s e d u r a n t e o p e r í o d o n o t u r n o o c o r r em a s a u l a s d o e n s i n o mé d i o e d e e d u ca ç ã o d e j o v e n s a d u l t o s ( E J A ) .

E l a é um d o s p r i n c i p a i s e s p a ç o s c o l e t i v o s d o A ss e n -t amen t o S a d i a I I I , n e l a o c o r r e o e n c o n t r o e n t r e a l u n o s , p a i s , p r o fe sso r e s e mo r a d o r e s . O p r o j e t o p a r t i c i p a t i v o d e c o n s t r u ç ã o d o p a r q u i n h o t em c omo i n t u i t o i n t e g r a r t o d o s o s memb r o s d a c omun i d a d e em s u a c o n ce p ç ã o e c o n -s t r u ç ã o , s e r v i n d o c omo p r o ce sso i n i c i a l d e i n t e g r a ç ã o e n -t r e o M o t i r ô e c omun i d a d e .

O p r ime i r o c o n t a t o c om o a ss e n t amen t o s a d i a i i i a c o n -t e ce u d u r a n t e a s e l e i ç õ e s d o S I N T E P - V G ( S i n d i c a t o d o s t r a b a l h a d o r e s d a e d u ca ç ã o p ú b l i c a d e v á rz e a g r a n d e ) a p a r t i r d o c o n t a t o c om uma d a s p r o fe sso r a s n a e s c o l a d o a ss e n t amen t o . M o s t r o u - s e o i n t e r e ss e d e s e c o n s t r u i r um p a r q u i n h o p a r a o e s p a ç o d a e s c o l a B i a n k a L o r e n a C a p i l é e a p a r t i r d a í s e i n i c i o u o t r a b a l h o d o E M A U M o t i r ô c om o s mo r a d o r e s .

A T I V I D A D ES

ES CO L A M U N I C I PA L B I A N K A L O R E N A C A P I L É

O A S S E N T A M E N T O S A D I A I I I

2 9 | 0 8 | 2 0 1 5P r ime i r a v i s i t a a o a ss e n t amen t o , r e a l i z amo s f i l m a g e n s

e r e g i s t r o s fo t o g r á f i c o s e t e x t u a i s a p a r t i r d e e n t r e v i s t a d e p r o fe sso r e s , mo r a d o r e s e c r i a n ç a s c om o i n t u i t o d e e n t e n d e r a s d eman d a s d a c omun i d a d e e a r e l a ç ã o e s c o l a /c omun i d a d e . A l ém d e a v a l i a r a im p o r t â n c i a d o e s p a ç o d o p a r q u i n h o p a r a e s c o l a e p a r a o s mo r a d o r e s em g e r a l .

1 6 | 1 0 | 2 0 1 5N e ss e d i a fo i r e a l i z a d a uma a t i v i d a d e c om o s a l u n o s

n a q u a l p e d imo s q u e e l e s d e s e n h a ss em o s b r i n q u e d o s q u e g o s t a r i am n a e s c o l a , o s l u g a r e s q u e e l e s ma i s g o s t am e s e u s u so s . A p ó s a a t i v i d a d e fo r am l i s t a d o s e ca t a l o g a d o s o s b r i n q u e d o s q u e s e r e p e t i am p a r a a f u t u r a e l a b o r a ç ã o d o e s p a ç o d e r e c r e a ç ã o .

1 8 | 1 2 | 2 0 1 5N o s a p r e s e n t amos a o s p a i s n a r e u n i ã o d e e n ce r r amen t o

d o a n o l e t i v o e r e a l i z amo s uma o f i c i n a d e b a l a n ç o d e p n e u c om a l g u n s d o s a l u n o s d a e s c o l a . I n s t a l amo s t r ê s b a l a n ç o s c om a j u d a d a s c r i a n ç a s a p a r t i r d o s d e s e n h o s a n t e r i o r -men t e r e a l i z a d o s , d e c i d i n d o c o l e t i v ame n t e o me l h o r l u g a r p a r a a i n s t a l a ç ã o d e l e s .