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1 A MONITORIZAÇÃO E REGISTRO DOS SINAIS VITAIS COMO COMPONENTES NA AVALIAÇÃO DOS PACIENTES NA UTI-UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 1 . Autora: Viviane Barreto Silveira Bastos CORREIA¹; Robson Vidal de ANDRADE 2. 1- Trabalho desenvolvido pela autora. 2- Docente integrante do quadro de professores do Curso de Enfermagem do Centro de Ensino Superior de Ilhéus – Faculdade de Ilhéus Rod. Ilhéus – Olivença km 2,5, Rua Raimundo Amaral Pacheco, Boa Vista – CEP: 45652530 Ilhéus – BA e-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho foi motivado pela necessidade percebida na assistência entre os profissionais de enfermagem e os alunos quanto à responsabilidade da monitorização e registro dos sinais vitais em pacientes adultos. Este trabalho baseou-se através de uma metodologia integrativa, bem como utilizando bases teóricas em publicações eletrônicas. Como foi mencionada anteriormente a mensuração dos sinais vitais é um meio eficiente e rápido de avaliar as condições clínicas do paciente, norteando os profissionais de saúde para realizar as medidas cabíveis necessárias. É um dos procedimentos mais importantes, realizados e mais necessários no âmbito hospitalar. Toda unidade de saúde, e em especial a UTI, possuem procedimentos de maior complexidade, registros burocráticos, entre outros procedimentos característicos. A alteração de um ou mais parâmetros vitais pode ser um indicador para intervenção médica e /ou de Enfermagem. Muitas vezes os controles dos sinais vitais deixam de ser prioridade e tornam-se corriqueiro ou resume-se em cinco: pressão arterial, pulso ou frequência cardíaca, respiração, temperatura e a dor. A avaliação de Enfermagem, como parte do processo de enfermagem, talvez seja a etapa mais importante do mesmo, pois, implica em responsabilização pela assistência. Embora os enfermeiros realizem a avaliação de enfermagem no âmbito da sua prática e reconheçam a sua importância, percebi na assistência entre os profissionais a necessidade de

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A MONITORIZAÇÃO E REGISTRO DOS SINAIS VITAIS COMO COMPONENTES NA AVALIAÇÃO DOS PACIENTES NA UTI-UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA1.

Autora: Viviane Barreto Silveira Bastos CORREIA¹; Robson Vidal de ANDRADE2.

1- Trabalho desenvolvido pela autora.

2- Docente integrante do quadro de professores do Curso de Enfermagem do Centro de Ensino Superior de Ilhéus – Faculdade de Ilhéus Rod. Ilhéus – Olivença km 2,5, Rua Raimundo Amaral Pacheco, Boa Vista –

CEP: 45652530 Ilhéus – BA e-mail: [email protected]

RESUMO

Este trabalho foi motivado pela necessidade percebida na assistência entre os profissionais de enfermagem e os alunos quanto à responsabilidade da monitorização e registro dos sinais vitais em pacientes adultos. Este trabalho baseou-se através de uma metodologia integrativa, bem como utilizando bases teóricas em publicações eletrônicas. Como foi mencionada anteriormente a mensuração dos sinais vitais é um meio eficiente e rápido de avaliar as condições clínicas do paciente, norteando os profissionais de saúde para realizar as medidas cabíveis necessárias. É um dos procedimentos mais importantes, realizados e mais necessários no âmbito hospitalar. Toda unidade de saúde, e em especial a UTI, possuem procedimentos de maior complexidade, registros burocráticos, entre outros procedimentos característicos. A alteração de um ou mais parâmetros vitais pode ser um indicador para intervenção médica e /ou de Enfermagem. Muitas vezes os controles dos sinais vitais deixam de ser prioridade e tornam-se corriqueiro ou resume-se em cinco: pressão arterial, pulso ou frequência cardíaca, respiração, temperatura e a dor. A avaliação de Enfermagem, como parte do processo de enfermagem, talvez seja a etapa mais importante do mesmo, pois, implica em responsabilização pela assistência. Embora os enfermeiros realizem a avaliação de enfermagem no âmbito da sua prática e reconheçam a sua importância, percebi na assistência entre os profissionais a necessidade de aprimoramento na prática de sua avaliação. Ressaltando a importância dos registros, para uma maior fidedignidade da assistência. Entretanto, se a instituição não fornecer condições adequadas para aferição dos sinais vitais, os enfermeiros juntamente com sua equipe de Enfermagem devem estar sensibilizados, habilitados a esta prática cotidiana e importante na detecção das necessidades básicas clinicas do paciente grave. Comprovando o controle rigoroso dos sinais vitais, fazendo o que seja viável diante do conhecimento atual e do contexto inserido, na tentativa de alcançar o melhor resultado possível, mediante os recursos disponíveis.Descritor: Monitorização dos Sinais vitais. Registro. Paciente na UTI.

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ABSTRACT

THE MONITORING AND REGISTRATION OF VITAL SIGNS AS

COMPONENTS IN THE EVALUATION OF PATIENTS IN THE UTI-UNIT OF

INTENSIVE THERAPY1.

This work was motivated by the perceived need for care among nursing professionals and

students regarding the responsibility of monitoring and recording vital signs in adult patients.

This work was based on an integrative methodology, as well as using theoretical bases in

electronic publications. As previously mentioned, the measurement of vital signs is an

efficient and rapid means to evaluate the clinical conditions of the patient, guiding health

professionals to take the necessary measures. It is one of the most important, accomplished

and most necessary procedures in the hospital. Every health unit, and especially the ICU, has

procedures of greater complexity, bureaucratic records, among other characteristic

procedures. Changing one or more vital parameters may be an indicator for medical and / or

nursing intervention. Controls of vital signs often cease to be a priority and become

commonplace or boiled down to five: blood pressure, pulse or heart rate, breathing,

temperature, and pain. Nursing evaluation, as part of the nursing process, may be the most

important step of nursing care, since it implies responsibility for care. Although the nurses

perform the nursing evaluation within their practice and recognize their importance, I noticed

in the assistance among the professionals the need for improvement in the practice of their

evaluation. Emphasizing the importance of records, for greater trustworthiness of the

assistance. However, if the institution does not provide adequate conditions for the

measurement of vital signs, nurses and their nursing team should be sensitized, enabled to this

daily practice and important in detecting the basic clinical needs of the critically ill patient.

Verifying strict control of vital signs, making what is feasible before the current knowledge

and the inserted context, in the attempt to achieve the best possible result, through the

available resources.

Descriptor: Monitoring of vital signs. Record. Patient in the ICU.

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1. INTRODUÇÃO

Com uma trajetória profissional desenvolvida na docência, como responsável técnica

(RT), assistência em hospital público, e instituições privadas, a autora teve oportunidade de

observar as diferentes maneiras pela qual era feita a monitorização dos sinais vitais e o

intervalo de tempo entre uma verificação e outra nos pacientes graves, pela equipe de

Enfermagem.

Esta trajetória na enfermagem teve início como professor do curso técnico de

enfermagem, enfermeira assistencial em um Hospital Estadual Geral da BA e a preceptoria

com os alunos do curso de graduação em Enfermagem, o que me possibilitou conhecer um

pouco do amplo universo da assistência à saúde. Certa de que era essa a profissão que iria

continuar a seguir em busca de novos horizontes em minha vida. Tive a oportunidade de

concluir uma pós-graduação em emergência, resolvendo assumir mais uma busca por

conhecimento no mestrado profissionalizante. Sempre houve uma reflexão e uma afirmação

sólida: quem está na área da saúde tem que alargar seus conhecimentos sempre.

De acordo com Tannure e Pinheiro (2014), Florence idealizou uma profissão

embasada em reflexões e questionamentos, tendo por objetivo edificá-la sob um arcabouço de

conhecimentos científicos diferentes do modelo biomédico.

Vale ressalta que apesar das ideias de Florence surgirem naquela ocasião, ainda

persistiu por muitos anos a ideia de cuidado centrado na doença, e não nos indivíduos,

causando uma estagnação na Enfermagem. A Enfermagem se acostumou a depender de

conceitos preexistentes que ditavam sempre o que fazer e como fazer, e na maioria das vezes

não refletia sobre por que fazer e quando fizer, deixando assim o processo de Enfermagem de

lado.

Segundo Tannure e Pinheiro (2014) os modelos teóricos de enfermagem foram

elaborados para retratar conceitos, descrever, explicar, prever o fenômeno e determinar o

campo de domínio da profissão.

A Enfermagem se alicerça em modelos de prática, como o Processo de Enfermagem,

que se estrutura em cinco etapas inter-relacionadas e recorrentes: coleta de dados de

enfermagem (histórico de enfermagem), diagnóstico de enfermagem, planejamento de

enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. Estas fases têm por finalidade

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identificar as necessidades do indivíduo, planejar uma estratégia de atuação, traçar os

objetivos a serem alcançados, intervir sobre a situação e avaliar os resultados de seu trabalho.

Esse raciocínio envolve o uso de um julgamento clínico para decidir o que está errado com o

paciente, como uma tomada de decisão clínica em relação ao que precisa ser feito (Levett-

Jones et al., 2010).

No Brasil, o emprego do processo de enfermagem (PE) foi incentivado por Wanda de

Aguiar Horta, na década de 1970, em São Paulo, que originou como referencial teórico a

Teoria das Necessidades Humanas Básicas. Deste modo, segundo a mesma à assistência de

Enfermagem precisaria se embasar em um artifício científico, que contivesse as cinco etapas

do PE, sendo estas: Histórico de enfermagem, diagnóstico, planejamento, implementação e

avaliação de enfermagem.

De acordo com Valadares; Magro (2014) é por meio da assistência de Enfermagem e

das experiências vivenciadas em atividades supervisionadas que o aluno aprende as funções

inerentes ao exercício profissional possibilitando prática segura, minimizando os riscos e

aprimorando a atuação do estudante frente ao paciente.

No tocante a esta contextualização, surgiu à inquietação com os enfermeiros, equipe

de Enfermagem e até mesmo os acadêmicos de Enfermagem que se encontram inseridos no

contexto prático e que realizam também o controle dos sinais vitais dos pacientes . Estes

iniciam suas práticas, ainda com insegurança e receios, aumentando o risco a possibilidade de

realizarem a mensuração dos sinais vitais de qualquer jeito, podendo identificar um valor

errado, comprometendo a clínica e assistência ao mesmo.

Vale ressaltar que a RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva, assegura que a

monitorização das funções vitais é um dos mais importantes e eficientes instrumentos no manuseio de

pacientes na UTI. Sendo assim, é possível detectar e analisar uma grande variedade de sinais

fisiológicos através de diferentes técnicas, invasivas ou não. Os profissionais envolvidos devem ser

capazes de selecionar e executar o método de monitorização mais apropriado de acordo com as

necessidades individuais do paciente, considerando a relação risco-benefício do procedimento.

O Mestrado Profissionalizante mostrou-se como uma oportunidade de aprendizado.

Igualmente era a oportunidade de aproveitar como uma ferramenta de aperfeiçoamento na

monitorização por excelência que envolve os sinais vitais, uma vez que também sou

responsável pela atuação da equipe de Enfermagem e da formação de novos profissionais na

instituição a qual faço parte. A habilitação foi uma forma de mostrar para os profissionais de

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Enfermagem e alunos toda a cientificidade que está por trás de uma correta aferição dos sinais

vitais e também a importância dos registros dos nossos trabalhos e, assim, ter a oportunidade

de contribuir com o aprimoramento profissional das equipes em geral. Com isso, também me

incluo neste processo de constante aprendizagem, no qual me trouxe ao mestrado.

2. Objetivos

2.1 Objetivos Gerais

Sensibilizar a equipe de Enfermagem sobre a importância dos sinais vitais, bem como dos

registros em prontuário na Unidade de Terapia Intensiva.

2.2 Objetivos Específicos

Apresentar a importância acerca da Avaliação de Enfermagem na UTI; Citar o Processo de Enfermagem como instrumento de grande importância no contexto do

cuidar com a Sistematização da Assistência. Descrever o monitoramento e registro dos Sinais Vitais como componente essencial para

avaliação de Enfermagem.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

3.1 Sinais Vitais

Os sinais vitais são indicadores das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina

do indivíduo, e servem como mecanismos de alerta do estado de saúde e da gravidade de

doenças. Quando medidos de forma seriada, contribuem para o diagnóstico, para a avaliação

de intervenções e para a tomada de decisões que serão conduzidas na terapêutica do paciente

(TEIXEIRA et al., 2015).

São definidos como sinais vitais: Temperatura - T, Respiração – R, Pulsação – P,

Pressão arterial – PA (sistólica e diastólica) e atualmente a Algia, que tem sido considerada

como o 5º sinal vital, devido à sua importância e por seus parâmetros serem regulados por

órgãos vitais, revelando, assim, o estado de funcionamento deles (SANTOS; VIANA, 2008;

MURTA et al., 2009).

Os sinais vitais são indicadores de qualidade, uma vez que os mesmos fazem parte dos

cuidados básicos que a Enfermagem deve oferecer ao paciente na tentativa de evitar eventos

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adversos. Os indicadores de qualidade dos serviços de saúde são marcas da modernidade e,

para a sua obtenção, é imprescindível a sistematização de todas as práticas adotadas, inclusive

as da enfermagem. A verificação e anotação dos sinais vitais é uma ferramenta com validade

de conteúdo e aplicabilidade, características essenciais de um indicador de qualidade

(VITURI; MATSUDA, 2009)

A algia é um sinal subjetivo, e conforme Silva et al., (2015), necessita da atenção

integral e diferenciada ao indivíduo para que sejam compreendidas suas dimensões e causas.

Neste sentido, a avaliação da dor em idosos transpõe os direitos fundamentados pelo

indivíduo, que além de assegurar um cuidado humanizado, também deve ofertar métodos de

alívio para o quadro da dor, proporcionando conforto e atendendo às demandas físicas e

psicológicas da pessoa (AMAYA-ROPERO; CARRILLÕGONZÁLEZ, 2015).

Estudos mostram a relevância da avaliação da dor com os outros sinais vitais,

tornando-se um critério obrigatório na rotina dos profissionais. Para Araújo, Romero (2015)

inferem que a identificação da dor seria o primeiro passo para um registro adequado sobre a

sua tipologia, sua intensidade e repercussão na qualidade de vida do paciente.

É adequado destacar que o paciente sob cuidados críticos ocasionalmente apresenta

disfunções do tipo: Traumatismo Cranioencefálico grave, morte encefálica em potencial

doação de órgãos, hemorragia intracraniana, estado de mal convulsivo, obstrução de vias

aéreas, troca de gases prejudicada, instabilidade hemodinâmica, infarto agudo do miocárdio,

hepatite fulminante, pancreatite aguda grave, hemorragia digestiva alta, insuficiência renal

aguda, pós-operatório instável, politraumatismo, intoxicação exógena em risco de vida,

grande queimado entre outros agravos,

A UTI é aquele espaço especializado no atendimento de pacientes que apresentam

instabilidade de um ou mais sistemas orgânicos, ou seja, os que se encontram em estado grave

(PADILHA et al., 2010). Para tal, esses locais devem possuir profissionais que prestem

cuidados contínuos e intensivos, recursos materiais e, ainda, reunir tecnologia a fim de

restaurar a saúde desses pacientes graves (BRIDI, 2013).

Ainda de acordo com Bridi (2013) o doente grave, devido à sua vulnerabilidade

orgânica, é dependente dos Equipamentos Médicos Assistenciais (EMAs) para suporte

avançado de vida, diagnóstico, monitorização e tratamento.

O paciente crítico é aquele indivíduo que se encontra em situação grave de saúde,

apresentando comprometimento de um ou mais sistemas e consequente perda de auto-

regulação, necessitando assim de substituição artificial das funções orgânicas (ANVISA,

2006).

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Condições estas que, por vezes, necessitam de intubação traqueal ou traquestomia e

Ventilação Mecânica (VM), uso de vasopressores e agentes antiarrítimicos, monitorização

invasiva de parâmetros hemodinâmicos: Pressão Arterial Media (PAM), Pressão da Artéria

Pulmonar (PAP), Pressão do Capilar Pulmonar (PCP), Pressão Venosa Central (PVC) e

parâmetros neurológicos (Pressão Intracraniana (PIC), por exemplo), dentre outros

(CALDEIRA FILHO; WESTPHAL, 2011).

Os sinais vitais (SSVV) podem servir como mecanismos de comunicação universal

sobre o estado do paciente e da gravidade da doença. Esses parâmetros, medidos de forma

sequencial, contribuem para que o enfermeiro identifique os diagnósticos de Enfermagem,

avalie as intervenções implementadas e tome decisões sobre a resposta do paciente à

terapêutica. O Ministério da Saúde, bem como outros autores, em especial Apolinário,

Jeferson (2017) apresentam os cinco sinais vitais mais importantes e valores normais de

referência, apresentados na FIGURA 01:

Figura 1. Sinais Vitais na Percepção de Diferentes Autores

Pulso / FC

Valores Referenciais:

Adultos – 60 a 100 bpm;Crianças – 80 a 120 bpm;Bebês – 100 a 160 bpm.TERMINOLOGIA

O pulso é uma distensão das paredes arteriais que ocorre cada vez que o ventrículo esquerdo bombeia sangue (volume de

ejeção) para a aorta (JARVIS, 2012).O coração é dividido em duas bombas distintas: o coração

direito, que é responsávelpela pequena circulação, bombeando o sangue para os pulmões;

e coração esquerdo, responsável pela grande circulação, bombeando o sangue para os órgãos periféricos. Cada coração é

composto por um átrio e um ventrículo. Cada átrio é denominado como fraca bomba de escova para os ventrículos, ajudando no envio de sangue para o interior dos mesmos. Os ventrículos possuem a força de bombeamento principal do

sangue tanto para a pequena circulação quanto para a grande circulação (GUYTON, 2011).

Temperatura

Valores Referenciais:

Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°CAfebril: 36,1°C a 37,2°CFebril: 37,3°C a 37,7°CFebre: 37,8°C a 38,9°CPirexia: 39°C a 40°CHiperpirexia: acima de 40°C

A temperatura corporal é regulada pelo hipotálamo, que produz calor por aumento do metabolismo, exercícios e digestão de

alimentos, e proporciona perda de calor que pode ser por irradiação, evaporação do suor, convecção e condução. O

controle da temperatura é importante para o adequado metabolismo celular. Algumas doenças que acometem o

sistema nervoso central podem alterar as funções do hipotálamo e causar modificações importantes na temperatura (JARVIS,

2012).

Respiração

Valores Referenciais:

Adultos - 12 a 20 inspirações/ min;Crianças- 20 a 25 inspirações/ min;Bebês - 30 a 60 respirações/ min.

Aires (2015) demonstra as funções do sistema respiratório, sendo elas: função básica de troca gasosa, ao suprir o

organismo de oxigênio (O2) e remover o gás carbônico (CO2); atuar no equilíbrio térmico, uma vez que o aumento da

ventilação pulmonar resultará na perda de calor e água; atuar no equilíbrio do pH plasmática com alteração dos ciclos

respiratórios; papel de filtragem de êmbolos que possam estar presentes na circulação e assim causar obstrução na rede vascular de algum órgão vital; produzir, metabolizar e

modificar substâncias vasoativas em seu endotélio; defesa contra agentes agressores; e atuar na fonação.

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Pressão Arterial

Valores Referenciais:

Hipotensão – inferior a 100 x 60 mmHgNormotensão – 120 x 80 mmHgHipertensão limite – 140 x 90 mmHgHipertensão moderada – 160 x 100 mmHgHipertensão grave – superior a 180 x 110 mmH

A pressão arterial (PA) é o produto do débito cardíaco pela resistência vascular periférica, ou seja, é a pressão que o sangue

exerce ao ser lançado pelo ventrículo esquerdo na circulação sanguínea contra os vasos arteriais. Essa pressão dependerá da força contrátil do coração, da resistência vascular periférica, do

volume do sangue circulante, da viscosidade sanguínea e da elasticidade da parede dos vasos (AIRES, 2015).

Imagem - Escala de Intensidade de Dor AssociadaA dor é um sinal subjetivo, e conforme Silva et al

(2015), necessita da atençãointegral e diferenciada ao indivíduo para que sejam

compreendidas suas dimensões ecausas. Neste sentido, a avaliação da dor em idosos transpõe os

direitos fundamentadospelo indivíduo, que além de assegurar um cuidado humanizado,

também deve ofertarmétodos de alívio para o quadro da dor, proporcionando

conforto e atendendo àsdemandas físicas e psicológicas da pessoa (AMAYA-

ROPERO; CARRILLOGONZÁLEZ,2015).

Fonte: Imagem disponível na Internet: https://www.blogfisiobrasil.com.br (2014)

3.1.2. Registro de Sinais Vitais

Registros históricos demonstram que os prontuários surgiram há cerca de dois mil

anos, os primeiros registros hospitalares foram realizados em hospitais no Antigo Egito. Os

registros surgiram com Florence Nightingale ao cuidar dos feridos na Guerra da Criméia, está

localizada ao sul da região ucraniana, pois entendia que os documentos continham

informações importantes acerca das condutas, caracterizando um instrumento imprescindível

para a continuação dos cuidados oferecidos (POSSARI, 2005; SANTOS; ROSA 2013).

Segundo Castilho (2009), o registro de enfermagem dinamiza e sistematiza as ações da

equipe de enfermagem, permitindo organizar o serviço de forma a torná-lo ético e

humanizado.

Os registros de enfermagem consistem na forma de comunicação escrita de

informações pertinentes ao paciente e a assistência prestada. Entende-se que os registros são

elementos imprescindíveis no processo de cuidado com individuo visto que, quando escritos

de maneira que retratam a realidade a ser documentada, possibilitam à comunicação

permanente, podendo destinar-se a diversos fins.

Logo, após as aferições dos Sinais Vitais, devem ser registrados, pois o registro faz

parte do exame físico, uma vez que se acompanha pela equipe de Enfermagem as alterações

agudas e convergências no decorrer do tempo, cuja evolução clínica dos pacientes. Vale

ressaltar que a dor, por ser subjetiva, existe os meios para caracteriza-la quanto sua

intensidade e tipologia e registrando-a quando necessário.

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Podem-se citar alguns tipos de dor, são elas: aguda (protetora e rápida), crônica (dura

mais de 6 meses, constante ou recorrente), episódica crônica (esporádica durante um período

prolongado de tempo), oncológica, idiopática, dor por inferência de processo patológico.

Podendo ainda ser classificada segundo sua localização em: superficial (cutânea), profunda

(visceral), referida ou irradiada (POTTER; PERRY, 2013).

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), na Resolução COFEN

0564/2017, norteou-se por princípios fundamentais, que representam imperativos para a

conduta profissional e consideram que a Enfermagem é uma ciência, arte e uma prática social,

indispensável à organização e ao funcionamento dos serviços de saúde; tem como

responsabilidades a promoção e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o

alívio do sofrimento; proporciona cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza suas

ações e intervenções de modo autônomo, ou em colaboração com outros profissionais da área;

tem direito a remuneração justa e a condições adequadas de trabalho, que possibilitem um

cuidado profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, esses princípios fundamentais

reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão, o que

inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à

livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor,

crença religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação

sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou condição social (COFEN, 20017).

As pesquisas demonstram que os profissionais mesmo cientes desta condição ainda

não realizam os registros de Enfermagem com qualidade, ou mesmo não os consideram como

ferramenta de trabalho, impossibilitando a sua funcionalidade (SETZ, 2009).

A realização inadequada ou a não realização desses registros, trazem consequências na

assistência ao paciente, danos à instituição de saúde e dificuldades para realizar avaliação dos

sete cuidados oferecidos pelo enfermeiro e toda equipe, uma vez que o processo de

comunicação entre os demais profissionais que compõem a equipe é rompido (MAZIERO et

al.,2013).

Os registros são fontes de comprovações dos serviços prestados pela equipe de

Enfermagem, no modo de assegurar e constatar a realização do cuidado e qualidade da

assistência que foi oferecido. A equipe de enfermagem deve sempre realizar suas anotações

atentando-se a escrita legível, checagem correta dos horários terapêuticos, bem como, a

monitorização dos horários e assinatura (BARRAL et al.,2012; SEIGNEMARTIN et al.,

2013).

Partindo do princípio que o registro de Enfermagem contribui na organização do

cuidado, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem, inúmeros têm

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sido os esforços para a efetivação da implementação dessa metodologia nas instituições

brasileiras (MALUCELLI et al., 2010).

3.1.3 Assistência de Enfermagem na UTI

No que se refere à assistência de Enfermagem ao paciente grave na UTI, os SSVV são

indicadores que merecem um controle hábil e especial, devido à variação fisiológica,

psicossocial e cognitiva que ocorre na saúde do paciente.

A singularidade das organizações hospitalares tem-se sobressaído pela assistência ao

paciente em situações de saúde cada vez mais críticas, que necessitam de respostas

individuais e complexas que atendam as suas necessidades. Daí a necessidade de profissionais

enfermeiros capacitados que alavanquem o processo de trabalho, suprindo as necessidades

deste indivíduo com uma assistência de excelência.

A Enfermagem é a arte em que se pode desenvolver uma técnica para prestar um

cuidado adequado e com qualidade (PORTO; VIANA, 2010). Reflete as necessidades e

valores da sociedade, programa os padrões de desempenho profissional e de cuidado, satisfaz

as necessidades de cada paciente e integra a pesquisa atual e as descobertas científicas para

prestar um serviço de qualidade. A Enfermagem é uma profissão única, abordando as

inúmeras reações que indivíduos e famílias experimentam relativas aos seus problemas de

saúde (POTTER ; PERRY, 20013).

Os enfermeiros são os profissionais da área de saúde que mantêm uma maior

aproximação com pacientes e familiares, estando envolvidos com os aspectos emocionais,

estresses e outros sentimentos apresentados pelos familiares dos pacientes (PEREIRA et al.,

2014). Além disso, a demanda advinda do exercício profissional, como necessidade de

atualizações, capacitações, diferentes condições de trabalho, novas configurações

organizacionais, provocam consequentemente o desgaste físico, psíquico, emocional,

caracterizando-se como fatores que propiciam o surgimento da Síndrome de Burnout

(SCHMIDT et al., 2016).

No contexto hospitalar destaca-se a UTI, que tem como propósito prestar assistência à

pacientes gravemente acometidos, com cuidados intensivos, que requerem suportes

tecnológicos, habilidades técnicas específicas, empatia com familiar do doente, envolvimento

com o quadro clínico e prontidão de uma equipe especializada (MARTINS et al., 2014).A avaliação de enfermagem, por sua vez, constitui-se no ponto crucial para a excelência na oferta de cuidados em saúde quando realizada de forma criteriosa e detalhada, pois analisa todo o processo de planejamento e execução do trabalho da enfermagem, bem como, a resposta do indivíduo frente a essas intervenções.

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Portanto, vai ao encontro das práticas de cuidado seguras, eficientes e em constante aprimoramento (ALFARO-LEFEVRE, 2005). Mais recente

De igual modo, a avaliação da qualidade da assistência de enfermagem na UTI, assim

como em qualquer unidade de internação hospitalar, tem como finalidade principal o

aprimoramento dos serviços prestados ao paciente, visando o atendimento de suas

necessidades vitais básicas e seu bem estar. Associado a isto, destacam-se objetivos paralelos,

tais como: reforços à individualização do paciente, identificação dos pontos negativos e

positivos que servem de resposta no processo de capacitação da equipe de enfermagem e

estabelecimento de um guia que direcionará ações futuras mais efetivas. Deve ser um

processo sistemático, contínuo e de responsabilidade específica da enfermeira.

O processo de cuidar e o processo de gerenciar podem ser considerados como as

principais dimensões do trabalho do enfermeiro em seu dia a dia, tendo como competência

dos mesmos a avaliação da assistência, sendo que o resultado desta avaliação implica muitas

vezes na decisão sobre a assistência no dia seguinte. O cuidar caracteriza-se pela observação,

e interação entre pacientes e trabalhadores da enfermagem e entre diversos profissionais de

saúde, levantamento de dados, planejamento, a implementação, evolução e avaliação.

A avaliação da assistência de Enfermagem se faz necessária, portanto, em qualquer

nível da assistência, seja primária, secundária ou terciária. Na UTI, como em qualquer outra

unidade de internação, sente-se a necessidade de uma avaliação efetiva e constante, visto que

os pacientes que aí se encontram apresentam-se com a saúde comprometida em seu grau mais

alto, tanto física como psicologicamente. A agudização da doença e o estado crítico dos

pacientes, portanto, vai exigir do enfermeiro um processo de avaliação mais dinâmico que

possibilite resultados mais imediatos, subsidiando consequentemente uma reformulação em

curto prazo da assistência prestada.

3.1. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em Unidade de Terapia Intensiva

A SAE deve ser realizada diariamente, com base na Teoria das Necessidades Humanas

Básicas de Wanda Horta, seguindo as regras da enfermagem da instituição que prevê o

registro do Processo de Enfermagem iniciando com um histórico de enfermagem nas

primeiras 24 horas de internação com prescrição de enfermagem subsequente.

Vale ressaltar que segundo Art.1º da Resolução COFEN 358/2009 (COFEN-

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2009) o profissional deve realizar sua

assistência de acordo com a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pois é ela

quem organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando

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possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE). Sendo (PE) uma ferramenta

metodológica utilizada para tornar a assistência de enfermagem sistemática, organizada em

fases, com objetivo de orientar o cuidado profissional de enfermagem, de promover a

qualidade no cuidado prestado.

Sistematizar a assistência de enfermagem é atuar através do julgamento clínico, dos

conhecimentos técnicos científicos e das teorias de enfermagem que fundamentam as tomadas

de decisões e a maneira de cuidar. Ou seja, traz cientificidade para a prática profissional de

enfermagem, segurança, credibilidade, visibilidade e caracterização para o corpo de

conhecimentos da profissão (TANNURE; PINHEIRO, 2011).

A necessidade de capacitar os profissionais da Enfermagem para uma assistência

sistematizada, de qualidade, tem sido objeto de preocupação, tanto de instituições formadoras

quanto das entidades de classe. A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), por meio

da Subcomissão de Sistematização da Prática de Enfermagem (Portaria Nº 002/2008, ABEn

Nacional, Gestão 2007/2010. De encontra Disponível no seguinte link :

http://www.abennacional.org.br/images/conteudo/ PORTARIA_002.pdf) participa do esforço

para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas instituições

de saúde brasileiras.

Sabendo-se que o raciocínio aumenta a capacidade de identificar as necessidades de um

paciente em estado crítico e propicia mais segurança e cientificidade na tomada de decisão

clínica, entende-se que no contexto das UTIs a SAE oportuniza o aprimoramento do cuidado

e, principalmente, a organização do pensamento clínico em meio a diversas situações que

carecem da intervenção do enfermeiro. É uma necessidade prioritária para a assistência de

qualidade, segura e eficiente da equipe de enfermagem (AMANTE; ROSSETTO;

SCHNEIDER, 2009).

A SAE aplicada em Unidade de Terapia Intensiva possui os mesmos princípios teóricos

que são utilizados em qualquer outra unidade de saúde ou numa instituição hospitalar, todavia

devem seguir a sequência lógica das etapas do processo, denominadas também fases.

Vale salientar que a distinção na operacionalização, no serviço, acontecerá com a

padronização e utilização de instrumentos de avaliação e registro rigoroso que enfoquem a

realidade do paciente grave na UTI, pois possibilitará a agilidade no registro do Processo de

Enfermagem, bem como no julgamento clínico das condições deste. Logo, vale ressaltar que

são sugestões e não imposições, visto que seria importante esta implementação na dinâmica

do processo de trabalho em UTI, visando a simplificação na assistência direta a este paciente

ou indivíduo.

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Cabe ao enfermeiro realizar a avaliação diariamente e sempre que necessário do paciente

grave. Este indivíduo, por sua vez apresenta diferentes graus de comprometimento físico,

exigindo do enfermeiro grande capacidade de observação, sensibilidade, conhecimento,

experiências habilidade no desenvolvimento de atividades técnicas e priorização de

necessidades. Pode-se dizer que o enfermeiro que atua em UTI necessita impreterivelmente de

espírito inquieto e crítico (PADILHA et al., 2010).

3.1.4 Processo de Enfermagem

Segundo a Resolução COFEN 358/2009 (COFEN 2009), o PE se organiza em cinco

etapas, as quais são inter-relacionadas, onde uma depende da outra, sendo um processo

contínuo: Coleta de Dados de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Planejamento de

Enfermagem; Implementação e Avaliação de Enfermagem.

O PE contribui para o fortalecimento da profissão enquanto ciência, pois passamos do

cuidado empírico, para o cuidado baseado em evidencias (COFEN-CONSELHO FEDERAL

DE ENFERMAGEM, 2009).

A aplicação do PE coloca em evidência a assistência realizada, capaz de atestar e

conferir a necessária cientificidade do fazer profissional e proporciona uma maior autonomia

e visibilidade de suas ações, obtendo o real conhecimento da categoria, para isso, é

imprescindível o registro de todas as atividades realizadas pelo enfermeiro. Assim, destaca-se

a necessidade e a relevância de um estudo que confira maior visibilidade da prática clínica da

Enfermagem e da participação de enfermeiros na construção de práticas de saúde pautadas no

paradigma do cuidado integral e holístico e contribua com a qualificação da assistência

sistematizada e individualizada aos pacientes graves.

4. METODOLOGIA

4.1. Coleta de dados

Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica integrativa e descritivo. Integrativa é

um método de pesquisa utilizado desde 1980, no âmbito da Prática Baseada em Evidências,

que envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa bibliográfica em

saúde para que possam ser úteis na assistência à saúde, acentuando a importância da pesquisa

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acadêmica na prática clínica. O principal objetivo da revisão integrativa é a integração entre a

pesquisa científica e a prática profissional no âmbito da atuação profissional.

Esta pesquisa foi realizada considerando-se, publicações, por meio eletrônico, através

de artigos científicos, veiculados nacionalmente no portal de revista do SCIELO – Scientific

Eletronic Libray Online, BVS – Biblioteca Virtual em Saúde, livros e COFEN – Conselho

Federal de Enfermagem. Este trabalho foi desenvolvido no período de setembro de 2018 a

janeiro de 2019.

Para analisar as fontes bibliográficas utilizaram-se paráfrases, citações diretas curtas,

citações diretas longas e citação da citação, bem como se utilizou da própria carga de

conhecimento do autor deste trabalho adquirido, com o passar do tempo de academia,

principalmente na área de enfermagem.

Paráfrase é o desenvolvimento de texto de um livro ou de um documento mantendo-se

as ideias originais da fonte utilizada, ou seja, os textos originais podem conter informações

complicadas, que apresentem dificuldades de entendimento ao leitor, assim, a paráfrase tem

como finalidade traduzir esse texto complexo em uma linguagem mais acessível (CHEMIN,

2016).

Para a Fundação Mineira de Educação e Cultura (BELO HORIZONTE, 2016) as

citações indiretas ou paráfrases ocorrem quando se reproduzem ideias ou informações sem

que seja ‘cópia’ do que está na fonte. Transcrevem-se conceitos do autor consultado, porém,

são descritos com as próprias palavras do redator.

Para Chemin (2016): “a citação direta é a transcrição textual, literal dos conceitos do

autor utilizado”.

Ainda segundo a Chemin (2016) a citação de citação é a transcrição direta ou indireta

de um texto em que não se teve acesso ao original.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

É evidente afirmar que deve haver ações e capacitações permanentes para

proporcionar o acesso contínuo a esta temática fundamental para o cuidado de Enfermagem,

frente à importância da verificação dos Sinais Vitais pelo enfermeiro e equipe. A capacitação

para promover conhecimento dos profissionais de Enfermagem no que tange à prática dos

Sinais Vitais, a monitorização dos mesmos e o registro eficiente.

Este trabalho teve como objetivo principal compartilhar conhecimento afim de

sensibilizar os profissionais enfermeiros, bem como sua equipe sobre a responsabilidade da

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assistência no cuidado da monitorização dos sinais vitais do paciente grave. Citar pontos

necessários para melhorar, como também servir de subsídio para colaborar com o

aperfeiçoamento da assistência prestada por estes profissionais já citados e servir de ajuda em

futuras capacitações em instituições.

Trago como sugestão o apoio à cultura de segurança, uma vez que ela demonstra o

compromisso coletivo e enfatiza a segurança do paciente. As anotações de enfermagem,

acontecerem de forma coerente após cada procedimento, mesmo não tendo êxito, pois, é o

meio usado pela enfermagem para sistematizar e dinamizar a assistência. Informar sobre a

assistência prestada aos pacientes e, como consequência, uma fonte disponível para avaliação

da eficiência e eficácia da mesma. Porquanto, torna-se indispensável a aplicação do Processo

de Enfermagem, uma vez que está presente em todas as fases do processo.

Deste modo, as anotações de Enfermagem são fundamentais na SAE, pois é fonte de

informações essenciais para assegurar a continuidade da assistência. Colaborando, ainda, para

a identificação das alterações do estado e das condições do paciente e por fim, possibilitando

à comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados.

Logo, a qualidade da assistência de Enfermagem prestada, em qualquer unidade de

internação hospitalar, tem como finalidade principal a recuperação dos pacientes, visando o

restabelecimento de suas funções vitais e seu bem estar. Associado a isto, destacam-se

objetivos paralelos, tais como: reforços à individualização do paciente, identificação dos

pontos negativos e positivos que servem de "feedback" no processo de treinamento da equipe

de Enfermagem e estabelecimento de um guia que direcionará ações futuras efetivas. Deve ser

um processo sistemático, contínuo e de responsabilidade específica do enfermeiro.

Vale lembrar-se da importância de construir instrumentos para sua utilização,

enfatizando que pode não ser rápido, tão pouco fácil para a instituição, sendo necessários

treinamentos, oficinas, reuniões e palestras, no intuito de capacitar, minimizar dúvidas e,

principalmente, sensibilizar os profissionais envolvidos para a importância de todo esse

processo.

Representa uma abordagem de Enfermagem ética e humanizada, dirigida à resolução

de problemas, atendendo às necessidades de cuidados de saúde e de Enfermagem de uma

pessoa. No Brasil, é uma atividade regulamentada pela Lei do Exercício Profissional da

Enfermagem, constituindo, portanto, uma ferramenta de trabalho do enfermeiro no

planejamento, organização e implementação de suas ações.

Conclui-se com este trabalho que a assistência de Enfermagem, é peça fundamental

nas unidades de saúde em especial na UTI.

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